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Atividade - Perícia em Eng de Segurança do Trabalho Janaina Gambi

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JANAINA GAMBI DOS SANTOS
ESTUDO DE CASO : Perícia em Engenharia de Segurança do Trabalho 
Trabalho apresentado ao Instituto de Educação Digital e Híbrida - ETHOS ON, como requisito para obtenção do título de Pós graduação em Engenharia em Segurança do Trabalho. 
Orientador: Keytiane I. Moura
Brasília/DF
Fevereiro 2023
RESUMO
O presente trabalho tem como objetivo de analisar a existência ou não de insalubridade e/ou periculosidade no ambiente de trabalho em um pequeno posto de combustíveis.
Para realização e levantamento técnico pericial do estudo de caso foram observadas as Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho, mais específicamente a NR-6 - Equipamento de Proteção Indiviadual – EPI , NR-15 Atividades e Operações Insalubres e NR-16 - Atividades e Operações Perigosas, aprovadas pela Portaria n° 3.214, de 8 de Junho de 1978.
Palavras-chaves: NR-6; NR-15; NR-16; EPI; Insalubridade; Periculosidade.
ABSTRACT
The present work aims to analyze the existence or of unhealthy and/or dangerousness in the work environment in a small gas station. 
In order to carry out and conduct and expert technical survey of the case study, the Regulatory Norms of the Ministry of Labir were observed, more specifically NR-6 – Personal Protective Equipment – PPE, NR-15 – Unhealthy Activities and Operations and NR16 – Dangerous Activities and Operations, approved by Ordinance n° 3.214, of June 8, 1978.
Key-words: NR-6; NR-15; NR-16; PPE; Unhealthyness; Dangerousness. 
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	5
2.	ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO	6
2.1.	DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO AOS RISCOS	6
2.2.	O PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS – PGR	7
2.3.	EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI	8
2.4.	DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO	8
2.5.	INSALUBRIDADE X PERICULOSIDADE	11
2.5.1.	O que é o adicional de insalubridade?	11
2.5.2.	O que é adicional de periculosidade?	12
2.6.	JORNADA DE TRABALHO	13
3.	PERÍCIAS JUDICIAIS	13
4.	REFERÊNCIAS	21
1. INTRODUÇÃO
A observação pontual das condições de trabalho de uma reclamatória trabalhista frente a questões relacionadas à segurança do ambiente do trabalho, conduz esta perita observar a melhor assertiva técnica, legal e normativa do caso a seguir:
Júlia trabalhava em um pequeno posto de combustível na cidade em que reside. Ela trabalhava cada semana em um horário diferente (uma semana 6h às 14h e na outra semana de 14h às 22h) e folgava apenas um um dia da semana. Sua carga horário de trabalho semanal é de 49 horas. 
Júlia não recebeu nenhum treinamento quando foi contratada. Porém, recebeu alguns certificados para assinar, mesmo sem ter visto o conteúdo com um profissional devidamente habilitado e qualificado. Vale ressaltar que ela recebeu os EPI’s apenas quando foi contratada, sendo que os mesmos não foram renovados após 2 anos na empresa.
Próximo ao posto de combustível existe uma pedreira que tem um maquinario, segundo Júlia, com ruídos muitos altos e com muita poeira. 
Recentemente, Júlia descobriu uma infecção pulmonar e dificuldade respiratória. Após precisar ficar vários dias internada, o ex patrão de Júlia fez a dispensa por justa causa e não pagou nenhum valor trabalhista além do décimo terceiro e férias. 
A família de Júlia acredita que tal infecção é devido ao cheiro muito forte de combustível e a falta de EPI’s adequados para que os mesmos não fossem inalados. Então, se sentido prejudicada pelo ex patrão, Júlia entrou com processo trabalhista, requerendo de forma retroativa, todos os seus direitos trabalhistas e indenizações pertinentes à atividade que ela realizava. 
2. ANÁLISE DO ESTUDO DE CASO
Preliminarmente para o estudo das condições de trabalho da parte reclamante, não consta no informativo as características das atividades para determinação ou modo da existência da insalubridade e/ou periculosidade em que a reclamante esteve exposto no seu ambiente de trabalho. Se as atividades da reclamante estiver de acordo com a NR-16 no Anexo II do item ‘’m’’, o grau de periculosidade apurado não é discricionária e obedece ao disposto em Norma. 
Esclarecendo que análise não restringe apenas ao solicitado indenizações pertinentes à atividade, trata-se de uma averiguação completa do objeto, existindo a necessidade de se verificar o ambiente de trabalho e quais riscos a parte autora estaria exposta. 
2.1. DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO AOS RISCOS
Para avaliação da exposição do reclamante aos agentes de risco, no entendimento do lovado Sr. André Lopes Netto, engenheiro de segurança do trabalho, Ex. Presidente da Sociedade Brasileira de Engenharia de Segurança do Trabalho – SOBES, em artigo publicado na Revista CIPA n° 319, especializada em Segurança do Trabalho, in verbis: 
‘’...há que se analisar cada situação em particular e discernir com bom senso o verdadeiro sentido das expressões para poder correlacioná-las com o espírito do diploma legal.’’
‘’Habitual – o que acontece ou se faz por hábito, frequente, comum, usual;
‘’Permanente – constante, duradouro, initerrupto;
‘’Intermitente – não contínuo; interrupto a espaços; o que para por intervalos;
 ‘’Eventual – depende de acontecimento incerto, fruto do acaso’’. 
E o entendimento do Exmo. Juiz do Trabalho Aposentado e Engenheiro de Segurança do Trabalho, Dr. Edwar Abreu Gonçalves, em artigo publicado na revista Proteção, abril/2013, especializada em Segurança do trabalho, in verbis:
‘’Exposição permanente’’ pode ser considerada a que se manifesta de forma habitual e significativa, ou seja, de forma comum e rotineira no exercício profissional diário, mas não necessariamente durante toda as horas da jornada laboral.
Corroborando com o entendimento acima, trancreve-se na integra a Súmula n° 364 do TST: 
‘’ Contato eventual, permanente e intermitente – faz jus ao adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou que, de forma intermitente, se sujeita a condições de risco. Indevido, apenas , quando o contato dá-se de forma eventual, assim considerado o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo extremamente reduzido.’’
Considerando os entendimentos descritos para que haja uma correta avaliação, a reclamante esteve exposto aos riscos químicos, porém contendo informações vagas, não sendo assertividade, sendo necessário assim, uma diligência para análise dos riscos ocupacionais. 
2.2. O PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DE RISCOS – PGR 
Segundo Norma Regulamentadora n° 01 – NR-1, são obrigatório a elaboração e implementação do PGR – Programa de Gerenciamento de Riscos, comtemplando os riscos ocupacionais e suas medidas de prevenção.
· Item 1.5.3.1 da NR-1, a organização deve implementar, por estabelecimento, o gerenciamento de riscos ocupacionais em suas atividades.
· Item 1.5.3.1.1 da NR-1, o gerenciamento de riscos ocupacionais deve constituir um Programa de Gerenciamento de Riscos – PGR. 
· Item 1.5.3.1.1.1 da NR-1, a critério da organização, o PGR pode ser implementado por unidade operacional, setor ou atividade.
Sobre a oferta de treinamento e capacitação o empregador deve promover capacitação e treinamento dos trabalhadores, em conformidade com o disposto nas NR.
· Item 1.7.1.1 ao término dos treinamentos inicial, periódico e eventual, previstos nas NR, deve ser emitido certificado contendo o nome e assinatura do trabalhador, conteúdo programático, carga horária, data, local de realização do treinamento, nome e qualificação dos instrutores e assinatura do responsável ténico do treinamento. 
· Item 1.7.1.2 da NR-1, a capacitação deve incluir o treinamento inicial, o treinamento periódico e o treinamento eventual. 
· Item 1.7.1.2.1 da NR-1, o treinamento inicial deve ocorrer antes de o trabalhador iniciar suas funções ou com o prazo específico em NR. 
2.3. EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL - EPI
Conforme a Norma Regulamentadora n° 06 – NR-6, é de responsabilidade do empregador entregar o EPI gratuitamente, assim como orientar a sua correta utilização.
· Item 6.5.1 da NR-6, Cabe à organização, quanto ao EPI: adquirir somente o aprovado pelo órgão de âmbito nacional competente em matéria de segurança e saúdeno trabalho; orientar e treinar o empregado; fornecer ao empregado, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas situações previstas no subitem 1.5.5.1.2 da Norma Regulamentadora n° 01 – NR-1; registrar o seu fornecimento; exigir o uso, responsabilizar-se pela higienização e manutenção periódica; substituir imediatamente, quando danificado ou extraviado; e comunicar ao órgão de âmbito nacional qualquer irregularidade observada. 
Foi exposto pela reclamante que, recebeu os EPI’s somente na sua admissão, que nunca houve a substituição no período de dois anos. Porém não foi informado os tipos de EPI’s que foram entregues, se eram adequados ao risco e até mesmo se possuim Certificados de Aprovação – CA Inmetro. 
2.4. DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO
Os postos de combustível são denominados pela Resolução CONAMA 273 de 2000 como as instalações onde se exerce a atividade de revenda varejista de combustíveis líquidos derivados de petróleo, álcool combustível e outros combustíveis automotivos, dispondo de equipamentos e sistemas para armazenamento de combustível e medidores. De acordo com esta mesma resolução os ambientes dos postos de combustíveis são dotadas de características perigosas, devido ao risco de incêndio e explosões nesses locais geralmente instalados em áreas densamente povoadas. 
As atividades desenvolvidas nos postos de combustíveis comprendem a manipulação e abastecimento de combustíveis, troca de óleo, lavagem de veículos, calibração de pneus, entre outras.
Os tipos de combustíveis mais comercializados nos postos são o etanol, o diesel e a gasolina. O Brasil é o único país que comercializa o álcool hidratado, popularmente chamado de etanol. Este produto é quimicamente composto por álcool etílico anidrido, água e gasolina. O óleo diesel é constituído de uma mistura de hidrocarbonetos totais de petróleo, dentre estes têm-se os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos e os hidrocarbonetos monoaromáticos, sendo estes últimos geralmente numa proporção menor que a gasolina. A gasolina é um combustível derivado do petróleo, que apresenta características de volatilidade e inflamabilidade, contendo uma estrutura com 3 a 12 carbonos e mais 500 hidrocarbonetos e insaturados. É possível classificar os principais perigos relacionados aos três tipos de combustíveis citados a cima consoante tabela: 
	COMBUSTÍVEL
	PERIGO
	DESCRIÇÃO
	ETANOL
	Perigos físicos e químicos
	Líquido inflamável. Tem risco de incêndio quando em contato com calor ou faísca, podendo reagir violentamente com materiais oxidantes.
	
	Perigos específicos
	Produto inflamável nocivo
	
	EFEITOS ADVERSOS À SAÚDE HUMANA
	
	Inalação
	Dor de cabeça, sonolência e lassidão
	
	Ingestão
	Absorvido em altas doses pode ocasionar torpor, alucinações visuais e embriaguês.
	
	Contato com os olhos
	Irritação.
	DIESEL
	Perigos físicos e químicos
	Líquido inflamável. Queimaduras em pessoas e danos em estruturas em caso de incêndio ou explosão.
	
	Perigos específicos
	Produto inflamável nocivo. Os vapores do produto são mais pesados que o ar. Estes vapores podem se deslocar a uma distância considerável e caso haja contato com uma fonte de ignição qualquer poderá ocorrer retrocesso da chama.
	
	EFEITOS ADVERSOS À SAÚDE HUMANA
	
	Inalação
	Tontura, dor de cabeça, dificuldade respiratória ou perda da consciência, irritação das vias aéreas, náuseas.
	
	Ingestão
	Irritação da parede do estômago.
	
	Contato com a pele
	Irritação e dermatite.
	
	Contato com os olhos
	Conjuntivite crônica e irritação.
	GASOLINA
	Perigos físicos e químicos
	Líquido inflamável. Queimaduras em pessoas e danos em estruturas em caso de incêndio ou explosão.
	
	Perigos específicos
	Produto inflamável nocivo. Os vapores do produto são mais pesados que o ar. Estes vapores podem se deslocar a uma distância considerável e caso haja contato com uma fonte de ignição qualquer poderá ocorrer retrocesso da chama.
	
	EFEITOS ADVERSOS À SAÚDE HUMANA
	
	Inalação
	Tontura, dor de cabeça, dificuldade respiratória ou perda da consciência, irritação das vias aéreas, náuseas.
	
	Ingestão
	Irritação da parede do estômago.
	
	Contato com a pele
	Irritação e dermatite.
	
	Contato com os olhos
	Conjuntivite crônica e irritação.
Tabela 1: Perigos relacionados aos produtos combustiveis (álcool, diesel e gasolina). Fonte: autora
Os riscos químicos em postos de combustíveis está diretamente relacionado com a presença dos combustíveis. As atividades de abastecimento apresentam o principal perigo aos trabalhadores frentistas, devido à fácil volatilização dos produtos manuseados. 
O problema se dá na exposição ocupacional desses trabalhadores a essas substâncias, uma média de 8 horas diárias. Estas são inaladas por via respiratória, porém também podem causar danos ingestão, contato com pele ou com os olhos. Os efeitos são sentidos em curto espaço de tempo, podendo apresentar, dor de cabeça, irritação nos olhos e garganta, náuseas, vomito, tonturas e perda de memória. 
A reclamante apresenta um quadro de infecção pulmonar e dificuldade respiratória, que acabou acarretando um indesejavel afastamento. Os riscos químicos presentes no local de trabalho pode ser encontrados na forma sólida, líquida e gasosa e classificam-se em: poeira, fumos, névoa, gases, vapores, neblinas e substância, compostos e produtos químicos em geral. 
A exposição da reclamante a poeira no ambiente laboral gerada pela pedreira, próximo ao posto de combustível, pode estar relacionado com a doença chamada silicose. A silicose é considerada a mais antiga, mais grave e mais prevalente das doenças pulmonares relacionadas à inalação de poeiras minerais. Porém, para a reclamante não existe o reconhecimento da relação entre a morbidade e atividade ocupacional; assim, é dificil associar a relação entre a atividade laboral e seus problemas de saúde, periciando quanto à incapacitação e acompanhando a iregularidade e a intercorrência clínica por médicos e outros profissionais da saúde. 
Caso não haja medida de proteção adequado, a inalação dos gases relacionado com a operação da atividade de abastecimentos dos veículos, pode causar desde tontura, dor de cabeça, dificuldade respiratória ou perda da conciência, irritação das vias aéreas e náuseas.
2.5. INSALUBRIDADE X PERICULOSIDADE
A diferença entre insalubridade e periculosidade está na definição do risco. Insalubridade representa um risco gradual à saúde do trabalhador, enquanto periculosidade caracteriza um risco imediata a vida. 
Adicionais são acréscimos financeiros agregados ao salário do funcionário como forma de compensar o desgaste ou o risco no exercício da atividade de trabalho. Entre as possibilidades existentes estão os adicionais de insalubridade e periculosidade.
O pagamento dos adicionais está previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e na Constuitição Federal.
2.5.1. O que é o adicional de insalubridade?
Insalubre diz respeito àquilo que não é bom para a saúde. Assim, a insalubridade na atuação do profissional está relacionada às atividades que colocam a saúde do trabalhador em risco.
O artigo 189 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) define:
‘’Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.’’
A Norma Regulamentadora n°15 – NR-15, e seus anexos relaciona os possíveis motivos para a insalubridade, sendo eles:
· Ruídos contínuos ou intermitentes;
· Exposição ao calor ou ao frio excessivos;
· Radiações ionizantes e não ionizantes;
· Condições hiperbáricas;
· Vibrações;
· Umidade;
· Poeiras minerais;
· Agentes químicos e biólogicos;
· Benzeno. 
Porém para a existencia de um ou mais desses fatores na rotina do trabalhador não basta para configurar um ambiente de trabalho insalubre. A definição das condições de insalubridade acima de níveis entendidos como toleráveispelo Ministério do trabalho e Emprego (MTE) depende de perícia realizadda por um médico ou engenheiro do trabalho. O exercício de trabalho em condições insalubre acima dos limites de segurança, assegura a percepção de adicional de 40%, 20% ou 10% do salário-mínimo da região,segundo se classifiquem nos graus máximos, médio e mínimo. 
2.5.2. O que é adicional de periculosidade?
Podemos definir que adicional de periculosidade é uma compensação financeira paga ao trabalhador exposto a situações que colocam sua vida em risco acentuado. 
No artigo 193 da CLT está indicado:
‘’São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
    
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica;
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial.’’
  Conforme a Norma Regulamentadora n°16 – NR-16, que indica quais são as atividades e operações consideradas perigosas e para as quias é necessário o pagamento do adicional de periculosidade. 
Um mesmo profissinal pode receber por insalubridade e periculosidade?
No artigo 193 da CLT indica que o profissional pode optar entre insalubridade e periculosidade para definir qual adicional receber. A CLT, proíbe que a pessoa acumule adicional por insalubridade e periculosidade. Conforme exposto a reclamante tem o direito ao adicional de periculosidade, que assegura um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. 
2.6. JORNADA DE TRABALHO 
De acordo com o artigo 58 da CLT a duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
A Constituição Federal, no artigo 7, inciso XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho.
O estudo de caso informa apenas a carga horária é de 49 horas semanais, porém não informa se as horas que excedem o limite de 44 horas semanais são pagas como hora-extra.
3. PERÍCIAS JUDICIAIS
O empregado inconformado com a falta de pagamento de um direito trabalhista pode entrar com uma ação judicial pedindo pagamento de direitos diversos. Nessa ação o empregado pode pedir direitos como horas extras, férias, 13° salário, FGTS, o pagamento de Adicional de Insalubridade e Periculosidade, entre outros.
Nos pedidos de Insalubridade e Periculosidade, o Juíz nomeia um PERITO para ir até a empresa e fazer a análise do local de trabalho para verificar as condições de trabalho e informar se havia exposição a riscos ambientais . Somente pode ser PERITO JUDICIAL nas ações trabalhistas os ENGENHEIROS DE SEGURANÇA DO TRABALHO e o MÉDICO DO TRABALHO. Conforme nos termos do artigo 95 da CLT:
’’ a carcterização e a classificação da insalubridade e periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho’’.
O perito é um auxiliar da justiça. A importância do Perito Judicial está contida no artigo 149 do Código de Processo Civil – CPC, que aduz: 
Art. 149. São auxiliares da Justiça, além de outros cujas atribuições sejam determinadas pelas normas de organização judiciária, o escrivão, o chefe de secretaria, o oficial de justica, o perito, [...]
A nomeação do perito ocorre por decisão do Juiz, nos termos do artigo 465 do CPC e parágrafos, que prevê:
‘’Art 465 - O juiz nomeará o perito especializado no objeto da perícia e fixará de imediato o prazo para entrega do laudo.
Parágrafo 1° - Incumbe às partes, dentro de 15 dias (quinze) dias, contados da intimação do despacho de noameação do perito:
I – arguir o impedimento ou a suspeição do perito, se for o caso;
II - indicar o assistente técnico;
III - apresentar quesitos. 
Parágrafo 2° - Ciente da nomeação, o perito apresentará em 05 (cinco) dias:
I - Proposta de honorários;
II - Currículo, com comprovação de especialização
III - Contatos profissionais, em epecial o endereço eletrônico, para onde serão dirigidas as intimações pessoais.
Paragrafo 3° - As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, ,anifestar-se no prazo comum de 05 (cinco) dias, após o que o juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95.
Parágrafo 4o – O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários arbitrados a favor do perito no início dos trabalhos, devendo o remanescente ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários.
Parágrafo 5o – Quando a perícia for inconclusiva ou deficiente, o juiz poderá reduzir a remuneração inicialmente arbitrada para o trabalho.
Parágrafo 6° – Quando tiver de realizar-se por carta, poder-se-á proceder à nomeação de perito e à indicação de assistentes técnicos no juízo ao qual se requisitar a perícia.
 
No andamento processual, estando os autos saneados, após a realização / tentativa de “Audiência de Conciliação”, sendo infrutífera, o Juízo poderá nomear o perito, a pedido das partes ou por decisão própria, conforme o art. 465 do CPC.
A faculdade de indicação do Perito Assistente, não sendo perito do Juízo, é entendido como um assessor técnico do litigante. Por isso, cada litisconsorte é livre de indicar o seu Assistente Técnico, especialmente no caso de interesses distintos ou antagônicos (item II, parágrafo 1º do Art. 465 do Código de Processo Civil).
                        As partes apresentando os quesitos, pode o juiz analisá-los e excluir aqueles que julgar não pertinentes ao litígio ou incluir outros se assim entender, conforme previsto no artigo 470 do Código do Processo Civil, que incumbe ao juiz:  ” I – Indeferir quesitos impertinentes e II – formular os que entender necessários ao esclarecimento da causa.”, mas devendo as partes tomar ciência do indeferimento de quesitos, pois a efetivação da medida sem tal intimação prévia pode constituir em cerceamento de direito.
                        Após a nomeação do Perito Oficial do Juízo, dentre outros virão os seguintes procedimentos:
· Retirada do Processo – se dará após cumprimento do prazo estipulado pelo Juízo, para indicação dos Assistentes e apresentação dos quesitos, o Perito será notificado via intimação pelo endereço do correio eletrônico ou via telefone para conhecimento e comparecer à Secretaria para retirar o processo nos termos do art. 465, Parágrafo 2º – “Ciente da nomeação, o perito apresentará em 05 (cinco ) dias”;
· No caso de impedimento – o perito ao ser nomeado deverá manifestar o seu impedimento para execução pericial, quando ocorrer a “suspeição”, e/ou ainda escusar-se dos serviços sempre que reconhecer não estar capacitado à altura do encargo confiado.
· Apresentação de Proposta de Honorários – aceito o encargo confiado, o Perito deverá apresentar por meio de petição, a sua proposta de honorários dentro do prazo estabelecido de 05 (cinco) dias, nos termos do item I, Parágrafo 2º do art. 465: “I – proposta de honorários.”, recomendando-se a apresentação de um plano de trabalho detalhado, estimando o número de horas previstas para a execução do trabalho, mediante avaliação dos serviços, considerando dentre outros os fatores da relevância, do vulto, do risco, da complexidade e outros fatores ou custos de laudos interprofissionais inerentes à elaboração do Trabalho. O perito, caso queira poderá incluir item a solicitação de levantamento do Alvará de 50% do depósito no início dos trabalhos, conforme prevê o Parágrafo 4º do art. 465 do CPC: “ 4o O juiz poderá autorizar o pagamento de até cinquenta por cento dos honorários arbitrados a favor do perito no iníciodos trabalhos, devendo o remanescente ser pago apenas ao final, depois de entregue o laudo e prestados todos os esclarecimentos necessários.”.
· Pedido de redução/parcelamento ou Arbitramento pelo Juízo – havendo impugnação ou solicitação de redução ou parcelamento da verba honorária pela parte interessada, o Juízo submeterá (que diga o Senhor Perito…) ao Perito que manifestará, por meio de petição se aceita a contraproposta, ou não aceitando, se apresenta uma nova proposta com redução do valor. Não havendo acordo sobre o valor, o Juízo, considerando a necessidade da perícia, poderá arbitrar o valor ou então poderá nomear outro perito, se assim o desejar;
· Depósito dos Honorários e Início dos Trabalhos – havendo o acordo, após o depósito judicial total ou da parcela inicial dos honorários, o perito será intimado a comparecer à instalação da perícia ou simplesmente ser intimado e retirar (com carga de responsabilidade do sistema de controle de processos do Tribunal) o processo do Cartório para o início dos trabalhos. Caso tenha sido autorizado o levantamento de 50% do Alvará no início dos trabalhos (parágrafo 4º, art. 465 do CPC) retirar o Alvará de fazer o resgate da conta judicial.
· Contato com Perito Assistente – por questão ética, lealdade e consideração aos profissionais da categoria, o Perito nomeado pelo Juízo deverá contatar os assistentes das partes, comunicando-lhes a retirada do processo para o início da Perícia Contábil, conforme previsto no Parágrafo 2º art. 466 do CPC: “ 2° O perito deve assegurar aos assistentes das partes o acesso e o acompanhamento das diligências e dos exames que realizar, com prévia comunicação, comprovada nos autos, com antecedência mínima de 5 (cinco) dias.”.
· Elaboração do Laudo Pericial – o seu planejamento, execução e redação são de responsabilidade exclusiva do Perito do Juízo. O Laudo Pericial é o produto final da perícia que tem por objetivo auxiliar as partes no entendimento e propiciar esclarecimento / subsídio ao Juízo na possibilidade de tomada de decisão.
O Laudo deverá conter ao menos a seguinte estrutura:
1. Cabeçalho (Identificação do Juiz e da Vara responsável pelo processo, nº do processo e tipificação da ação e nome das partes);
2. Síntese do objeto da perícia;
3. Resumo dos autos;
4. Metodologia aplicada na execução dos trabalhos periciais e esclarecimentos;
5. Relatos das diligências realizadas;
6. Os quesitos serão transcritos e as respectivas respostas serão ofertadas de forma objetiva e clara a não deixar dúvida quanto à matéria, evitando respostas diretas e simples como “sim” e “não”, de preferência iniciando pelos do Juízo, se houver, passando para os do Requerente e, por último para os do Requerido;
7. A conclusão técnica;
8. Termos de encerramento, constando a relação de anexos e apêndices;
O Laudo Pericial será protocolado pelo perito conforme previsto no CPC:
Art. 477. O perito protocolará o laudo em juízo, no prazo fixado pelo juiz, pelo menos 20 (vinte) dias antes da audiência de instrução e julgamento.
1o As partes serão intimadas para, querendo, manifestar-se sobre o laudo do perito do juízo no prazo comum de 15 (quinze) dias, podendo o assistente técnico de cada uma das partes, em igual prazo, apresentar seu respectivo parecer.
2o O perito do juízo tem o dever de, no prazo de 15 (quinze) dias, esclarecer ponto:
· Sobre o qual exista divergência ou dúvida de qualquer das partes, do juiz ou do órgão do Ministério Público;
· Divergente apresentado no parecer do assistente técnico da parte.
3o Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de instrução e julgamento, formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.
4o O perito ou o assistente técnico será intimado por meio eletrônico, com pelo menos 10 (dez) dias de antecedência da audiência.
Após o Laudo estar autuado, o Juiz despachará “digam as partes sobre o Laudo Pericial” e estas poderão manifestar concordando ou impugnar o Laudo solicitando esclarecimentos com base nos pareceres técnicos de seus assistentes técnicos. Os esclarecimentos deverão ser na mesma ordem do Laudo:
· Do Requerente;
· Do Requerido;
· Conclusão
 Está prevista no Parágrafo 3º, art. 477 do Código Processo Civil que: “§ 3o Se ainda houver necessidade de esclarecimentos, a parte requererá ao juiz que mande intimar o perito ou o assistente técnico a comparecer à audiência de instrução e julgamento, formulando, desde logo, as perguntas, sob forma de quesitos.”, os esclarecimentos a serem prestados em audiência, antes deverá ser deferida pelo Juízo a pedido da parte interessada que formulará as perguntas sob forma de quesitos. Não sendo permitido que sejam quesitos genéricos, devem ser elucidativos, destinados a esclarecer as respostas dadas no laudo e não quesitos novos sobre matéria não suscitada anteriormente.
Os esclarecimentos não podem ser prestados por meio de precatória, mas se o perito não residir na sede do Juízo, nada impede que o julgador remeta pedido de esclarecimento ao mesmo, que os prestará por escrito.
Para o Perito e Assistentes Técnicos a obrigatoriedade de prestar os esclarecimentos, somente quando forem intimados pelo menos com 05(cinco) dias de  antecedência à audiência.
Dentre as qualidades atribuídas ao perito, ressalta-se a importância de cumprimento fiel dos prazos legais fixados ou estipulados pelo Juízo. A pontualidade na entrega do Laudo Pericial propiciará o andamento normal do processo, não ensejando oportunidade a interesse em reter, retardar ou procrastinar o andamento processual. Se todos que têm o poder de intervir no processo, cumprirem religiosamente os prazos legais propiciando a celeridade, a JUSTIÇA estaria mais PRESENTE.
4. REFERÊNCIAS
BRASIL. NHO 01 (Norma de Higiene Ocupacional 01). Avaliação de exposição ocupacional ao ruído (procedimento técnico). Ministério do Trabalho e Emprego, FUNDACENTRO, 2001. Disponível em: https://www.gov.br/fundacentro/pt-br/centrais-de-conteudo/biblioteca/nhos. Acesso em: 10 fev. 2023.
BRASIL. Portaria nº 3214, de 08 de junho de 1978: Aprova as normas regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho. Norma Regulamentadora n.º 15 (NR 15): Atividades e operações insalubre.. Disponível em:https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaosespecificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-15-nr-15 Acesso em: 12 fev. 2023.
BRASIL. Portaria nº 3214, de 08 de junho de 1978: Aprova as normas regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho. Norma Regulamentadora n.º 16 (NR 16): Atividades e operações perigosas. Disponível em:https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaosespecificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-16-nr-16 Acesso em: 12 fev. 2023.
BRASIL. Portaria nº 3214, de 08 de junho de 1978: Aprova as normas regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho. Norma Regulamentadora n.º 06 (NR 6): Equipmentos de Proteção Individual. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-6-nr-6 Acesso em: 12 fev. 2023.
BRASIL, Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA. Resolução nº 273. Brasília - DF, 2001. Disponível em http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre. cfm?codlegi=271 Acesso em: 13 fev. 2023.
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