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1 Disciplina: Jogos, brinquedos e brincadeiras estratégicas para a educação infantil Autores: M.e Frediana Vezzaro de Medeiros Revisão de Conteúdos: Thiago Costa Campos Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki Ano: 2019 Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 2 Frediana Vezzaro de Medeiros Jogos, brinquedos e brincadeiras: estratégicas para a educação infantil 1ª Edição 2019 Curitiba, PR Editora São Braz 3 Editora São Braz Rua Cláudio Chatagnier, 112 Curitiba – Paraná – 82520-590 Fone: (41) 3123-9000 Coordenador Técnico Editorial Marcelo Alvino da Silva Revisão de Conteúdos Thiago Costa Campos Revisão Ortográfica Juliano de Paula Neitzki Desenvolvimento Iconográfico Juliana Emy Akiyoshi Eleutério FICHA CATALOGRÁFICA MEDEIROS, Frediana Vezzaro de. Jogos, brinquedos e brincadeiras estratégicas para a educação infantil / Frediana Vezzaro de Medeiros. – Curitiba: Editora São Braz, 2019. 52 p. ISBN: 978-85-5475-369-6 1.Criança. 2. Ensino. 3. Jogos. Material didático da disciplina de Jogos, brinquedos e brincadeiras: estratégicas para a educação infantil – Faculdade São Braz (FSB), 2019. Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 4 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz 5 Sumário Prefácio ................................................................................................................. 07 Aula 1 – A ludicidade como recursos de aprendizagem ....................................... 08 Apresentação da aula 1 ......................................................................................... 08 1.1 – Ludicidade e construção do conhecimento ........................................... 08 1.2 – Indicadores da dimensão lúdica ............................................................. 09 1.3 – A importância do movimento na educação infantil como um recurso lúdico de aprendizagem ......................................................................................... 11 1.4 – Criança e movimento ............................................................................. 13 1.5 – Professor e seu papel de mediação nas brincadeiras que envolvem o movimento ............................................................................................................. 15 1.6 – Organização do tempo e do espaço no trabalho com o movimento e a ludicidade .............................................................................................................. Conclusão da aula 1 .............................................................................................. 17 19 Aula 2 – Jogos e brincadeiras para desenvolver a linguagem oral e escrita 21 Apresentação da aula 2 ......................................................................................... 21 2.1 – Possibilidade de jogos e brincadeiras com recurso pedagógico no processo de alfabetização e letramento ................................................................ 21 2.1.1 – Leitura na caixinha de fósforo .............................................................. 22 2.1.2 – Correio de palavras ............................................................................. 22 2.1.3 – Jogo: “preguicinha oral” ...................................................................... 2.1.4 – Pescaria de letras (ou palavras) .......................................................... 2.1.5 – Alfabeto de rótulos .............................................................................. 2.1.6 – Alfabeto com grampos de roupa .......................................................... 2.1.7 – Pingue-pongue do alfabeto ................................................................ 2.1.8 – Formação de palavras no bambolê ..................................................... 2.1.9 – Varal de letras e mural imantado ......................................................... Conclusão da aula 2 .............................................................................................. Aula 3 – Planejamento de jogos matemáticos: propostas práticas para o trabalho com crianças pequenas ......................................................................................... apresentação da aula 3 ......................................................................................... 23 23 24 25 26 27 29 29 30 30 3.1 – A importância da organização do tempo no trabalho do eixo matemático............................................................................................................. 31 3.1.1 – Atividades permanentes ..................................................................... 3.1.2 – Projetos ............................................................................................... 3.1.3 – Sequência de atividades ..................................................................... 3.2 – Práticas lúdicas no ensino da matemática ............................................ 3.2.1 – Equilibrando bolas no lençol .............................................................. 3.2.2 – Construção de formas geométricas com argila ou massa de modelar 3.2.3 – Tijolos pedagógicos confeccionados com caixas de sapato ou caixa de leite ................................................................................................................... 3.2.4 – Baú de surpresas ............................................................................... 3.3 – Propostas práticas para o trabalho com crianças de 4-5 anos ............. 3.3.1 – Projeto gráfico saudável ...................................................................... 3.3.2 – Parlendas ............................................................................................ 3.3.3 – Minimercado na escola ....................................................................... 3.3.4 – Atividades de culinária e construção de um livro de receitas ............... Conclusão da aula 3 .............................................................................................. Aula 4 – Práticas pedagógicas lúdicas e inclusivas na dinâmica da sala ................ Apresentação da aula 4 .........................................................................................4.1 – Educação para todos e a educação especial ......................................... 4.2 – Práticas pedagógicas e o lúdico a serviço da educação inclusiva e da diversidade ............................................................................................................ 4.3 – Sugestão de atividades .......................................................................... 4.3.1 – Jogo pega flor ..................................................................................... 4.3.2 – Projeto: somos diferentes! .................................................................. 4.3.3 – Utilizando a fotografia como recurso pedagógico ................................ 32 32 32 33 33 34 35 35 36 36 37 38 39 40 40 40 40 42 43 44 44 45 6 4.3.4 – Projeto diversidade na escola ............................................................. 4.3.5 – Projeto customização de camisetas: “eu sou assim, eu penso assim...” ................................................................................................................. Conclusão da aula 4 .............................................................................................. 46 47 49 7 Prefácio O estudo sobre os jogos, brincadeiras, movimento, a psicomotricidade e o desenvolvimento das crianças é parte integrante do processo de formação continuada dos profissionais que atuam ou pretendem atuar no segmento da Educação Infantil. Dedicar-se a essa temática é buscar subsídios para o enfrentamento das situações desafiadoras que permeiam o cotidiano das escolas e instituições que se dedicam ao atendimento das crianças pequenas. Além disso, é importante que você, estudante e educador em constante aperfeiçoamento, usufrua do ambiente virtual de aprendizagem e das mídias que o curso disponibiliza para especializar-se cada vez mais em sua área de atuação. A disciplina “Jogos, brinquedos e brincadeiras: estratégicas para a educação infantil” tem como principal objetivo apresentar práticas pedagógicas, jogos e brincadeiras que contribuam com a construção do conhecimento por meio da ludicidade nos processos de aprendizagem em todas as áreas de trabalho que a educação infantil se propõe a explorar com as crianças. Dessa forma, esses recursos serão aliados do professor(a) para que possam desenvolver práticas lúdicas e estratégicas próprias para cada faixa etária da educação infantil. Os objetivos específicos desta disciplina foram assim construídos: a) Compreender os benefícios da utilização dos jogos e brincadeiras no processo de construção do conhecimento com crianças pequenas; b) Desenvolver jogos que favorecem a aprendizagem significativa no que se refere ao conhecimento de mundo; c) Explorar práticas lúdicas e estratégias para a faixa etária da educação infantil. 8 Aula 1 – A ludicidade como recurso de aprendizagem Apresentação da aula 1 Não é difícil imaginar como os jogos pedagógicos podem trazer benefícios aos processos de aprendizagem na educação infantil. De fato, a ludicidade tem uma função primordial na construção do conhecimento: desenvolver habilidades específicas que favoreçam aprendizagens pontuais na leitura, na escrita, na aquisição das noções matemáticas, na exploração dos ambientes pelo movimento e nas artes pela maneira interativa de aprender com a música, com a pintura e com o teatro. Veremos, nesta aula, quais as contribuições do ato lúdico na escola, especialmente nas classes de Educação Infantil. Bons estudos! 1.1 Ludicidade e construção do conhecimento No dicionário, encontramos o seguinte significado da palavra lúdico: Relativo a jogos; próprio do que usa jogos. Ainda em outros dicionários encontramos como relativo à brincadeira, brincar, brinquedos, divertimento, etc. Pensar no real significado da palavra “lúdico” nos faz olhar de maneira mais atenta para essa possibilidade de trabalho pedagógico que deve estar presente nos processos de construção do conhecimento das escolas. Evidentemente, muitos estudiosos como Froebel, Maria Montessori e Jean Piaget produziram suas pesquisas visualizando os jogos como meio de contribuição para o desenvolvimento intelectual. Na realidade das escolas também encontramos educadores que são favoráveis à utilização desse recurso para que as crianças aprendam brincando, especialmente os alunos menores, que fazem da ludicidade uma constante em seu dia a dia. Dessa forma, utilizar a brincadeira e os jogos com fins pedagógicos é tornar o processo de construção do conhecimento muito mais prazeroso e divertido. Vejamos o que nos diz Fontana e Cruz (1997, p. 118) sobre essa questão: 9 Pela brincadeira a criança fala, pensa, elabora sentidos para o mundo, para as coisas, para as relações. Pela brincadeira, objetos e movimentos são transformados. As relações sociais em que a criança está imersa são elaboradas, revividas, compreendidas. Brincando de casinha, de médico, de escolinha, de roda, de amarelinha, a criança se relaciona com seus companheiros, e com eles, num movimento partilhado dá sentido às coisas da vida. O ato simbólico se faz presente, especialmente, nas brincadeiras que são vividas e incorporadas pelas crianças como forma de representar cenas, formular conceitos e construir valores sobre tudo aquilo que vivenciam e partilham na convivência com seus pares. É brincando que as crianças desenvolvem o ato motor, estimulam o pensamento abstrato, socializam e favorecem a linguagem oral e escrita. Nesse último aspecto é que nosso olhar será mais atento e cuidadoso na ocasião deste curso de extensão. Veremos, a seguir, as dimensões propostas pelo ato lúdico realizado em sala de aula. 1.2 Indicadores da dimensão lúdica Segundo Macedo (2003), há indicadores da dimensão lúdica de uma determinada atividade. São cinco indicadores que caracterizam a dimensão lúdica das atividades escolares. Vejamos: O primeiro indicador é chamado de “Prazer funcional”, que significa fazer algo por pleno prazer. Isso pode ser visto diariamente nas brincadeiras infantis, quando as crianças se divertem ao correr, pular, cantar, dançar e brincar de faz de conta. Nada lhes tira o prazer, a não ser os desentendimentos e frustrações que decorrem da brincadeira; O segundo indicador é chamado “atividade desafiadora”, que propõe diversos graus de dificuldades e desafios, à medida que a criança avança e supera os obstáculos propostos na brincadeira, jogo ou atividade; 10 O terceiro indicador de dimensão lúdica em uma atividade é a capacidade de “criar possibilidades” ou criar circunstâncias para a resolução de problemas quando as crianças se deparam com situações que precisam ser resolvidas e encontradas soluções; O quarto indicador caracteriza-se pela “Dimensão simbólica”, que é representada pelas ações de imaginar, criar, imitar e questionar; Por fim, o quinto indicador é chamado de “expressão construtiva”, que considera algo, segundo diversos pontos de vista e respeita a variedade de opiniões. Vocabulário Indicadores da dimensão lúdica: são cinco indicadores que caracterizam a dimensão lúdica das atividades escolares e quem devem ser observados atentamente pelos professores ao selecionar brincadeiras e jogos para as crianças. Lúdico: adjetivo da língua portuguesa, de origem latina que se refere a toda atividade ligada a brinquedos, jogos e o divertimento como uma forma de recreação. Nessa perspectiva, esses indicadores devem ser atentamente analisados pelos educadores ao elaborá-las as atividades lúdicas a fim de alcançarobjetivos pedagógicos e educacionais. Não longe disso, os resultados serão satisfatórios e favorecerão os processos de construção de conhecimento da linguagem oral e escrita das crianças em fase de alfabetização. Reflita “Brincar com crianças, não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados sem ar, com exercícios estéreis sem valor para a formação do homem”. (Carlos Drummond de Andrade) 11 Na nossa quarta e última aula, veremos algumas possibilidades de jogos e brincadeiras para que os profissionais da educação possam utilizar e aperfeiçoar essas práticas em suas salas de aula. 1.3 A importância do movimento na educação infantil como um recurso lúdico de aprendizagem Desde que nascem, as crianças se movimentam adquirindo cada vez mais controle sobre seu corpo e, consequentemente, maior relação com o mundo que as cerca. Ao engatinhar, caminhar, manusear objetos, correr, saltar, brincar sozinhas ou em grupo, com objetos ou brinquedos, as crianças experimentam sempre novos modos de utilizar seu corpo e seu movimento. Ao movimentar-se, elas externalizam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL, 1998, p. 15): “O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o meio humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo”. É nessa relação com o espaço e com os outros que as crianças aprendem, ensinam e investigam o mundo e suas dimensões corporais, favorecendo o desenvolvimento psicomotor e afetivo por meio da interação. Quando brincam, jogam, imitam, criam ritmos e movimentos, as crianças também assimilam o repertório da cultura local e popular em que estão inseridas e é nessa perspectiva que as instituições que trabalham com a educação infantil podem e devem oferecer um ambiente físico, social e afetivo que seja seguro, acolhedor e que proporcione às crianças superar seus limites e vencer desafios. Quanto mais instigante e desafiador for o ambiente que as crianças frequentam e promovem a exploração e estimulação dos movimentos de seu corpo, mais possibilidade de ampliação do conhecimento de si mesmas e desenvolvimento de suas habilidades haverá. Dessa forma, no Referencial Curricular para a Educação Infantil, temos a seguinte afirmação: 12 “O trabalho com o corpo e com o movimento contempla a multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando um amplo desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade das crianças, abrangendo uma reflexão acerca das posturas corporais implicadas nas atividades cotidianas, bem como atividades voltadas para a ampliação da cultura popular de cada criança ”. (BRASIL, 1998, p. 15) É muito comum observarmos nas instituições de educação infantil práticas educativas que limitam o movimento, impondo às crianças de diferentes idades uma ditadura postural. Isso se revela, por exemplo, em longos momentos de espera, na realização de filas para se locomoverem nos espaços, na realização excessiva de atividades que contemplem somente a produção escrita, enfim, em atividades demasiadamente sistemáticas e que limitam a exploração do corpo, dos movimentos e dos espaços. Essa conduta, muito presente nas escolas de educação infantil até os dias atuais, é defendida por muitos educadores e educadoras com o pressuposto de que é necessário disciplinar nossas crianças e “mantê-las em ordem para melhor aprender” (triste engano), porém, existem outras formas e estratégias mais educativas e pedagógicas para que isso ocorra sem condenar o aspecto motor e afetivo das crianças. As consequências dessa rigidez podem caminhar para uma atitude passiva da criança e, ao mesmo tempo, estabelecer uma relação de hostilidade entre professor e criança quando tenta em todos os momentos conter e controlar as manifestações motoras dos pequenos. Para a criança pequena, o movimento é muito mais do que simplesmente mexer as partes do corpo ou deslocar-se no espaço. Ela manifesta sentimentos, comunica suas conquistas e dificuldades por meio de gestos e expressões faciais, usando o corpo como um forte aliado no processo comunicativo. A “criança completa” é revelada nas atividades em que a dimensão corporal se faz presente e é ali que o ato motor é explicitamente utilizado pela criança nas mais diversas formas de manifestar seus sentimentos, anseios e desgostos. Veremos no próximo item por que a presença do movimento na Educação Infantil deve ser uma constante e como essa conduta evitará práticas rígidas e, consequentemente, uma atitude passiva da criança em relação aos seus movimentos e aos estímulos que recebe. 13 1.4 Criança e movimento Inicialmente, na fase em que a criança ainda é bebê, há predominância da dimensão subjetiva do movimento, ou seja, são as emoções o canal de comunicação entre os pequenos com os adultos e outras crianças. A comunicação vai se efetivando na medida em que o toque corporal acontece e por meio das expressões repletas de sentido. As reações surgem como respostas aos estímulos recebidos pela criança: o corpo se movimenta, bater de palmas, levanta-se do lugar, caminhar, engatinhar e demonstrar curiosidade por tudo aquilo que o instiga. Quando observamos um bebê, a exploração com seu corpo é algo central na ocupação do tempo. Eles olham para as mãos, mordem os pés, rolam de um lado para outro, esforçam-se ao máximo para alcançar um objeto que emite som e repetem essa mesma ação inúmeras vezes, testando o resultado que produzem. De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 21): “Essas ações exploratórias permitem que o bebê descubra os limites e a unidade do próprio corpo, conquistas importantes no plano da consciência corporal. As ações em que procura descobrir o efeito de seus gestos sobre os objetos propiciam a coordenação sensório- motora, a partir de quando seus atos se tornam instrumentos para atingir fins situados no mundo exterior. Do ponto de vista das relações com o objeto, a grande conquista do primeiro ano de vida é o gesto de preensão 3, o qual se constitui em recurso com múltiplas possibilidades de aplicação. Aquisições como a preensão e a locomoção representam importantes conquistas no plano da motricidade objetiva. Consolidando-se como instrumentos de ação sobre o mundo, aprimoram-se conforme as oportunidades que se oferecem à criança de explorar o espaço, manipular objetos, realizar atividades diversificadas e desafiadoras”. Oferecer oportunidades de interação com objetos, deixar a criança rolar no chão, oferecer diferentes texturas para que ela toque, leve até a boca, deixar a criança em diversas superfícies, sem dúvidas contribuirá para que esse processo de exploração do corpo e de suas partes seja uma ação diária e constante no primeiro ano de um bebê. Limitar esse contato com o mundo ao seu redor não trará benefício algum, pelo contrário, retardará o desenvolvimento da criança que tem tudo para se desenvolver de maneira saudável e feliz quando estimulada adequadamente. 14 Na medida em que as crianças crescem, seus avanços vão sendo evidentemente notados por todos que convivem e cuidam dela. Logo que aprendem a andar, o encantamento toma conta da criança ao perceber que essa nova capacidade de locomoção lhe permite explorar mais os espaços, aperfeiçoar o seu andar e descobrir o mundo externo. Essa ação parece tão simples, mas na medida que a criança explora, ela também aprende a controlar seus movimentos, deixando-os mais precisos e intencionais. Ano a ano a criança evolui e outrofator interessante ligado ao campo motor é a dimensão expressiva dos gestos, que passa a ter uma conduta simbólica. Brincando de faz de conta, ela lava louça, faz a boneca ninar, dirige o carro, brinca de cozinhar, toca piano e, dessa forma, explora a ação simbólica, tão importante na fase da infância. Nas crianças maiores, o aperfeiçoamento dos movimentos é uma constante, pois dia a dia evoluem em um processo de progressiva precisão. Ações que necessitam de coordenação de vários segmentos motores também são aperfeiçoados. A ludicidade ligada ao ato motor também é uma característica presente nas crianças. Um exemplo muito comum é quando a criança está escovando os dentes e logo utiliza a escova para fazer de conta que está penteando os cabelos, ou ainda, quando a criança brinca de varrer a casa e utiliza a vassoura para fazer de conta que está andando a cavalo. Por fim, vejamos o que o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 24) nos diz sobre essa relação da criança com o movimento e as práticas culturais: “É grande o volume de jogos e brincadeiras encontradas nas diversas culturas que envolvem complexas sequências motoras para serem reproduzidas, propiciando conquistas no plano da coordenação e precisão do movimento. As práticas culturais predominantes e as possibilidades de exploração oferecidas pelo meio no qual a criança vive permitem que ela desenvolva capacidades e construa repertórios próprios. Por exemplo, uma criança criada num bairro em que o futebol é uma prática comum poderá interessar-se pelo esporte e aprender a jogar desde cedo. Uma criança que vive à beira de um rio utilizado, por exemplo, como forma de lazer pela comunidade provavelmente aprenderá a nadar sem que seja preciso entrar numa escola de natação, como pode ser o caso de uma criança de ambiente urbano. Habilidades de subir em árvores, escalar alturas, pular distâncias, certamente serão mais fáceis para crianças criadas em locais próximos à natureza, ou que tenham acesso a parques ou praças. As brincadeiras que compõem o repertório infantil e que variam conforme 15 a cultura regional apresentam-se como oportunidades privilegiadas para desenvolver habilidades no plano motor, como empinar pipas, jogar bolinhas de gude, atirar com estilingue, pular amarelinha, etc.”. Dessa forma, verificamos como o ambiente externo tem forte influência nos comportamento e condutas infantis, nesse caso, nossa atenção é para o ato motor e sua relação com as vivências adquiridas na cultura regional e local no qual estão inseridas. Evidentemente, as crianças que frequentam lugares e espaços amplos e próximos da natureza que favorecem a exploração da sua motricidade e expressão corporal terão mais facilidade nos jogos e brincadeiras que necessitem do corpo e do movimento. Por fim, segundo Costa e Cesana (2014), o movimento, a motricidade infantil e o campo da motricidade humana pertencem não somente a área da Educação Física, mas também a todas as áreas que trabalham como o movimento e, dessa forma, essa temática está integrada ao currículo escolar, considerando uma necessidade dessa faixa etária e, portanto, os subsídios oferecidos sobre movimento, motricidade e expressão corporal contribuirão para a elaboração de atividades motoras, conforme exigido pela LDB (BRASIL, 1996). 1.5 Professor e seu papel de mediação nas brincadeiras que envolvem movimento No que se refere à atuação do professor como mediador do processo de exploração, é muito importante que o professor perceba as diversas possibilidades que a atividade motora pode oferecer para as crianças. Essa percepção pode ajudá-lo a favorecer as crianças a observarem seus recursos corporais, suas possibilidades e limitações, oferecendo-lhes subsídios para se expressarem livremente e aperfeiçoarem suas habilidades motoras. Vejamos o que nos orienta o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 39) sobre a conduta do professor: “O professor deve refletir sobre as solicitações corporais das crianças e sua atitude diante das manifestações da motricidade infantil, compreendendo seu caráter lúdico e expressivo. Além de refletir acerca das possibilidades posturais e motoras oferecidas no conjunto das atividades, é interessante planejar situações de trabalho voltadas para aspectos mais específicos do desenvolvimento corporal e motor. 16 Nessa perspectiva, o professor deverá avaliar constantemente o tempo de contenção motora ou de manutenção de uma mesma postura de maneira a adequar as atividades às possibilidades das crianças de diferentes idades”. Ao refletir sobre as solicitações corporais das crianças, o professor deve desenvolver um olhar atento e investigativo, buscando oferecer atividades que atuem especificamente para cada faixa etária conforme as possibilidades motoras. Como exemplo, podemos citar a diferença de atividades que devem ser planejadas para crianças com dois anos e para crianças com quatro anos. As crianças menores terão um tempo de atenção e concentração menor do que as crianças maiores e isso implica significativamente no alcance dos objetivos propostos para o desenvolvimento das atividades corporais. Outros fatores importantes que o professor deve estar atento são: a organização do espaço frequentado pelas crianças, a disposição e disponibilização dos materiais e o tempo – como já mencionamos acima – e, esses devem contribuir para que as manifestações motoras estejam interligadas nas mais variadas atividades planejadas para a rotina escolar das crianças. Dessa forma, os ambientes devem ser amplos o suficiente para receber as manifestações do corpo e do movimento infantil, e os brinquedos e materiais pedagógicos devem contribuir nas atividades de expressão corporal. Quando falamos da importância do papel da mediação do professor, estamos defendendo uma educação que deve caminhar para além da passividade docente, demonstrando sempre interesse e comprometimento com as crianças que lhes foram confiadas para estimular e desenvolver. Vejamos isso nas palavras de Costa e Cesana (2014, p. 109) quando dizem que: “Tratando-se de habilidades motoras, é importante enfatizar que sem experiências mediatizadas as habilidades motoras não emergem pela simples maturação cerebral e o professor de educação infantil tem, às suas mãos, o mais rico potencial motor a ser estimulado. Portanto, apenas observar a direção em que ocorrem as mudanças no comportamento motor não é atitude profissional responsável e, além de não contribuir para o desenvolvimento infantil, desqualifica a ação docente nos níveis escolares iniciais”. Nesse sentido, podemos constatar que toda prática pedagógica estimulante e exploratória é propulsora do desenvolvimento motor, pois provoca mudanças e favorece a integração entre a criança e o mundo ao seu redor. 17 Fica entendido que é papel do professor proporcionar estratégias e experiências específicas e globais, objetivando estímulos significativos para que toda criança possa desenvolver suas habilidades motoras. 1.6 Organização do tempo e do espaço no trabalho com o movimento e a ludicidade Toda instituição escolar deve proporcionar às crianças espaços de livre circulação e que favoreçam os movimentos do corpo sem limitações e com segurança. Oferecer o contato com objetos que valorizem movimentos e produzam efeitos pedagógicos importantes às crianças também é tarefa da instituição escolar. A utilização de espelhos, por exemplo, se faz necessária para a construção da imagem corporal em brincadeiras nas quais as crianças podem se fantasiar e se observar. Da mesma forma, um estojo de maquiagem, roupas diversas e acessórios são excelente materiais que contribuem para o faz de conta. Com as crianças menores (zero a três anos), o momento do banho e da higienização, são ótimasoportunidades para explorar, reconhecer e identificar o próprio corpo. No que se refere ao espaço, o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 35) nos sugere: “O professor pode organizar o ambiente com materiais que propiciem a descoberta e exploração do movimento. Materiais que rolem pelo chão, como cilindros e bolas de diversos tamanhos, sugerem às crianças que se arrastem, engatinhem ou caminhem atrás deles ou ainda que rolem sobre eles. As bolas podem ser chutadas, lançadas, quicadas, etc. Túneis de pano sugerem às crianças que se abaixem e utilizem a força dos músculos dos braços e das pernas para percorrer seu interior. Móbiles e outros penduricalhos sugerem que as crianças exercitem a posição ereta, nas tentativas de erguer-se para tocá-los. Almofadas organizadas num ambiente com livros ou gibis e brinquedos convidam as crianças a sentarem ou deitarem, concentradas nas suas atividades”. Com essas e outras possibilidades elaboradas pelo professor será possível propor diversos movimentos nas mais variadas brincadeiras que acontecerão. Vale destacar que nesses momentos, o professor pode estimular posturas corporais diferentes e adequadas para cada momento, evitando permanecer por muito tempo em uma única posição. 18 Além do ambiente preparado, há os espaços externos que podem oferecer ricos momentos de exploração e contato com a natureza, podendo dessa forma, deixar que as crianças subam e desçam em árvores (com supervisão dos professores, é claro), rolem na grama, pulem morrinhos e outras situações que o terreno do espaço possa oferecer. Infelizmente, nem todas as escolas disponibilizam de um espaço amplo e próximo da natureza como foi mencionado acima, mas o olhar investigativo e inovador do professor é um fator diferenciado quando as limitações estruturais se fazem presentes nos centros de Educação Infantil. Nesse sentido, a questão central é a seguinte: Devemos incentivar e explorar os espaços (quais sejam eles) diariamente, sem que haja apenas um dia específico para desenvolver a atividade motora e corporal, ou somente “aplicar” a aula de psicomotricidade com as crianças. Todos os dias as crianças devem correr, pular, dançar, rolar, subir, descer e saltar. Essa atitude de manifestações da motricidade infantil deve ser uma constante no cotidiano das escolas, especialmente nas instituições de Educação Infantil. Por fim, entendemos também que esse trabalho com as crianças pequenas é repleto de desafios. Vejamos nas palavras de Costa e Cesana (2014, p. 115) esta afirmação: “Trabalhar com crianças pequenas pode constituir uma atividade muito agradável e recompensadora, pois essas são, costumeiramente, muitas amorosas e encantadoras. Porém, do ponto de vista do desenvolvimento e das necessidades da faixa etária dos zero aos três anos, esta empreitada constitui-se sempre um desafio, uma vez que, para os trabalhadores que se ocupam do cuidado de crianças pequenas, na sua maioria, educadores de nível médio, pedagogos ou professores especialistas, o contato com esse público se dá, muitas vezes, apenas quando já estão formados e entram no mercado de trabalho”. Além do exposto acima, os profissionais também são submetidos a classes com números excessivos de alunos, dificultando o trabalho pedagógico a ser realizado. Nesses momentos, os profissionais não sabem qual tarefa desempenhar primeiro: cuidar ou educar. No entanto, não é possível negligenciar o movimento nessa fase de desenvolvimento das crianças, então, buscar parcerias com os outros profissionais que atuam na escola (dialogar com seus pares, trocar ideias com o/a coordenador (a) pedagógico (a) e sugerir novas 19 formas de organizar as turmas) é um dos caminhos mais assertivos e coerentes a serem seguidos nessa situação. Finalizando, gostaria de compartilhar um texto chamado “Que histórias conta um corpo?” de Luciana Esmeralda Ostetto (2012, p. 124), que nos instiga e favorece inúmeras reflexões sobre o corpo e o movimento: “Corpo: texto a ser lido. Nele, estão inscrições, marcas, memórias: de regras, comportamentos, leis, imposições. No corpo, muitas histórias: de incorporações, redefinições, transmutações de um tempo e de um espaço. Que histórias conta um corpo? Os gestos, formas, posturas, o que dizem? Espaços do corpo no tempo. Espaços que educam o corpo no tempo: comprimindo, expandindo, prendendo, soltando, reproduzindo, criando gesto. Diferentes tempos, diversos corpos. Corpo objeto. Corpo metade. Corpo inteiro. Corpo fechado. Corpo aberto. Corpo sagrado. Corpo profano. Diferentes códigos, diversas imagens. Vemos, então: no mundo antigo, o corpo era criação divina, pertencia à ordem da natureza, funcionava no ritmo do universo. Ser humano era ser um corpo! Na modernidade, o corpo é fabricação, máquina ordenada, submetida às regras de civilidade. Ser humano é ter um corpo! Apartando o corpo da alma, a aparência é elevada e enquadrada em modelos, códigos de boa conduta, que definem modos de andar, gesticular, falar, olhar. Firmeza. Utilidade. Beleza”. (...) Importante De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, p. 21): “As ações exploratórias permitem que o bebê descubra os limites e a unidade do próprio corpo, conquistas importantes no plano da consciência corporal. As ações em que procura descobrir o efeito de seus gestos sobre os objetos propiciam a coordenação sensório-motora, a partir de quando seus atos se tornam instrumentos para atingir fins situados no mundo exterior. Do ponto de vista das relações com o objeto, a grande conquista do primeiro ano de vida é o gesto de preensão, o qual se constitui em recurso com múltiplas possibilidades de aplicação. Aquisições como a preensão e a locomoção representam importantes conquistas no plano da motricidade objetiva. Consolidando-se como instrumentos de ação sobre o mundo, aprimoram-se conforme as oportunidades que se oferecem à criança de explorar o espaço, manipular objetos, realizar atividades diversificadas e desafiadoras”. Conclusão da aula 1 Estudar a utilização da ludicidade e do movimento na escola é olhar de maneira mais atenta para essa possibilidade de trabalho pedagógico que deve estar presente nos processos de construção do conhecimento das escolas. 20 Dessa forma, é brincando que as crianças desenvolvem o ato motor, estimulam o pensamento abstrato, socializam e favorecem a linguagem oral, escrita e matemática. Vimos também que o movimento na Educação Infantil é a mola propulsora do desenvolvimento das crianças e que o professor tem seu papel importante de mediação nesse processo de aquisição das habilidades motoras. Mídias Vídeo: A importância do movimento na vida da criança: https://www.youtube.com/watch?v=wjtaVnPT49w Atividade de aprendizagem Fotografe diferentes ambientes de duas escolas de educação infantil e compare-os em relação ao: espaço livre oferecido às crianças, aos materiais disponíveis e à segurança do local. Saiba mais Link sobre a ludicidade e o movimento: http://www.webartigos.com/artigos/corpo-e-movimento-na-educacao- infantil/25446/ Link sobre a escola da Vila: http://www.escoladavila.com.br/blog/?p=7623 21 Aula 2 – Jogos e brincadeiras para desenvolver a linguagem oral e escrita Apresentação da aula 2 Recorrer aos jogos e às brincadeiras, com o objetivo de favorecer o processo de aquisição da linguagem oral e escrita, é acreditar nas possibilidades do trabalho lúdico. Nos jogos e nas brincadeiras, as crianças mobilizam seus pensamentos, elaboram hipóteses e utilizam-se da atividade simbólica para consolidar ideias e aprendizados, quais sejam eles. Vamos lá? 2.1 Possibilidades de jogos e brincadeiras com recurso pedagógico no processo de alfabetização e letramentoApresentaremos a seguir algumas possibilidades de jogos, brincadeiras e atividades lúdicas que favorecerão os processos de alfabetização e letramento. Vale destacar que essas sugestões podem ser adaptadas conforme a faixa etária da turma com a qual se está trabalhando. Além disso, é possível elaborar novas possibilidades e variações dos jogos e brincadeiras, pois na temática da ludicidade nada é estanque e fechado. Ao explorar o alfabeto, é necessário que todo professor(a) observe atentamente suas variações e possibilidades de exploração para que as crianças recebam uma diversidade de estímulos, visando alcançar os objetivos propostos para cada faixa etária. Escolher as melhores atividades lúdicas ou brincadeiras que atendam às necessidades educativas consiste em um desafio diário do professor, pois essas atividades propostas sempre devem ser direcionadas e estar preocupadas com as dimensões lúdicas que foram detalhadas nas aulas anteriores desta disciplina. Além disso, é necessário que sejam desafiadoras, a ponto de avançar os níveis de desenvolvimentos das crianças, revelando os resultados nas ações mais simples e cotidianas da escola e da rotina da família. 22 2.1.1 Leitura na caixinha de fósforos A criança lê a palavra que está fora da caixinha e depois confere abrindo-a. Veja o modelo: Caixinha de fósforo personalizada Fonte: https://www.pinterest.nz/pin/415034921895023181/ 2.1.2 Correio de palavras Coleção de envelopes iguais com uma palavra escrita, por fora, e uma coleção de gravuras correspondentes. A brincadeira de envelopar as gravuras de acordo com o que está escrito por fora pode ser feita por duas ou mais crianças sentadas em volta de uma mesa. Ganha a que conseguir envelopar um número maior de envelopes. Pode haver palavras repetidas. A verificação, ao final por consulta ao vocabulário de apoio, deve ser estimulada pelo alfabetizador. Materiais necessários: envelopes, figuras variadas, papel contact. Envelopes e figuras Fonte: https://1.bp.blogspot.com/_QrgR8ZIqA6M/RsjzyFyrAXI/AAAAAAAABS0/X8EH Ev9RPFQ/s320/correio.jpg 23 2.1.3 Jogo: “preguicinha oral” O seu processo é a leitura lenta, enunciando-se o som de cada letra, à medida que vai sendo descoberto, procurando-se emendar cada som emitido ao seguinte, como na palavra original. Não deixando que fiquem isolados. Após o término, releitura em velocidade normal. O aluno aprende a descobrir o valor sonoro de cada letra ou conjunto de letras, dentro do todo audiovisual da palavra inteira, sem isolá-las. Obs.: Confeccionar pelo menos 10 palavras. Palavras em envelopes personalizados Fonte: http://bp3.blogger.com/_QrgR8ZIqA6M/RscS0Fyq_5I/AAAAAAAABQc/_ZF CeNPKK-M/s1600-h/preg.jpg Palavra escondida no envelope Fonte: http://bp2.blogger.com/_QrgR8ZIqA6M/RscSn1yq_3I/AAAAAAAABQM/7gGooL dbm2s/s1600/preg2.jpg 2.1.4 Pescaria de letras (ou palavras) Montar vários peixes contendo as letras do alfabeto e simular um lago com uma caixa de papelão (ou uma piscina infantil) para que os alunos pesquem as http://bp3.blogger.com/_QrgR8ZIqA6M/RscS0Fyq_5I/AAAAAAAABQc/_ZFCeNPKK-M/s1600-h/preg.jpg http://bp2.blogger.com/_QrgR8ZIqA6M/RscSn1yq_3I/AAAAAAAABQM/7gGooLdbm2s/s1600-h/preg2.jpg 24 letras do alfabeto. A cada letra pescada, deve-se dizer o nome da letra e de uma palavra iniciada por ela. Jogo de pesca Fonte: https://demonstre.com/wp-content/uploads/2019/01/pescar.jpg 2.1.5 Alfabeto de rótulos Ao apresentar o alfabeto às crianças, é sempre recomendável que o construa pouco a pouco até que complete todas as letras pertencentes ao alfabeto. Associar a imagem ao som da letra também é uma das orientações importantes para que os alunos tenham a compreensão dos fonemas. Na atividade denominada “Alfabeto de rótulos”, é interessante que seja construído em um painel visível a todos os alunos, de modo que possam constantemente consultar a construção do alfabeto e suas associações, neste caso, com os rótulos. Em um primeiro momento, o professor(a) deve solicitar que as crianças tragam os rótulos de casa. É neste momento que a atividade terá início: ao selecionar os rótulos em conjunto com a família, é possível observar as letras e associá-las com outras palavras, por exemplo, o seu nome próprio e de seus familiares. Saiba Mais Realize a leitura do livro Jogar aprendendo: Contribuições dos Jogos no Processo de Letramento por Carina Cavaletti de Carvalho (http://www.profala.com/artpsico78.htm). 25 Alfabeto de Rótulos Fonte: https://alunoon.com/preschool/atividades//Alfabeto/alfabeto/50b/1.jpg Em uma roda de conversa a professora pode estabelecer o passo a passo do trabalho com os rótulos: Inicialmente encontrar rótulos com algumas letras e depois avançar para outras, ou relacionar todos os rótulos trazidos de casa com todas as letras expostas no painel, etc. Essas variações deverão ser propostas pela professora, que pode avaliar o nível de aprendizado de seus alunos. Na medida em que as letras se completam com os rótulos, outros grupos de palavras podem ser agregados ao painel. 2.1.6 Alfabeto com grampos de roupa Materiais necessários: Prendedores de roupa e Cabide. Para que essa atividade tenha resultados efetivos, é necessário que haja uma quantidade de prendedores de roupa correspondente ao número de letras do alfabeto. É indicado também que as crianças trabalhem em duplas para maior contato com o material e possibilidade de interação. Assim que os materiais são distribuídos, é importante que as crianças explorem e manuseiem antes de qualquer orientação mais pontual do professor(a). Posteriormente, o professor(a) pode dar as orientações simultaneamente às crianças e acompanhar as produções de cada dupla. Reconhecer e Identificar 26 as letras é um dos princípios básicos para avançar nas possibilidades de trabalho. Alfabeto com grampos de roupa Fonte: https://alunoon.com/preschool/atividades//Alfabeto/alfabeto/50b/22.jpg É possível explorar a construção de sílabas, palavras ou frases, relacionar letras com objetos da sala de aula ou de outros ambientes da escola, ordenar o alfabeto, sortear uma das letras e falar três outras palavras que iniciem com a mesma letra, enfim, há um leque de possibilidades que podem ser exploradas pelo professor(a) durante o trabalho coletivo com as crianças. 2.1.7 Pingue-pongue do alfabeto Materiais necessários: Rolinhos de papel higiênico ou latas de achocolatado ou canos de PVC e bolinhas de pingue-pongue. É recomendável que a realização desta brincadeira seja realizada em um espaço amplo para que as crianças possam se deslocar ativamente. A quantidade de rolinhos de papel ou latas de achocolatado deve corresponder à quantidade de letras do alfabeto. As bolinhas podem (ou não) estar com letras identificadas com as letras, favorecendo assim a variação da atividade. 27 Pingue-pongue do Alfabeto Fonte: https://alunoon.com/preschool/atividades//Alfabeto/alfabeto/50b/24.jpg O pingue pongue do alfabeto pode ser jogado da seguinte maneira: Arremessar quantas bolinhas considerar necessário (ou a quantidade definida pelo professor(a), até que encaixem-se nos tubos/rolinhos/canos. Sempre que as bolinhas entrarem, é importante verificar as letras para definir a ação a ser executada. É possível criar palavras com as duas letras (letra da bolinha + letra do rolinho/tubo/lata), fazer junções, escrever no caderno, no quadro, em papel bobina, quadro branco individual, etc. Essa brincadeira pode ser realizada com dois ou três grupos, de modo que ocorra uma competição entre eles, resultandona produção do maior número de sílabas ou palavras formadas por cada grupo. Ao final da atividade, é possível que as crianças criem uma história com a lista de palavras criadas por todos do grupo. Essa é uma brincadeira pedagógica em que haverá muita diversão e resultados satisfatórios, na certa! 2.1.8 Formação de palavras no bambolê Materiais necessários: Pratos de papelão e bambolês. Essa brincadeira tem como objetivo principal de explorar a construção de sílabas e pequenas palavras. Inicialmente é necessário que o professor disponibilize a maior quantidade possível de pratos de papelão com letras e 28 pequenas sílabas coladas para que as crianças criem inúmeras possibilidades de junções. Posteriormente, os pratos de papelão devem ser colocados dentro dos bambolês, aleatoriamente, para que as crianças construam as junções e sílabas. Formação de palavras no bambolê Fonte: https://alunoon.com/preschool/atividades//Alfabeto/alfabeto/50b/25.jpg Em um primeiro momento, sugere-se que cada criança tenha seu bambolê para que o professor possa fazer uma sondagem do desenvolvimento da linguagem oral e escrita e, posteriormente, é possível que a atividade seja realizada em dupla ou até mesmo em grupo. Um aspecto importante nesta brincadeira é que deve-se destinar ao mesmo tempo para a criação de junções para todos os alunos. Ao término do tempo estabelecido pelo professor(a), ocorrerá a socialização das sílabas e palavras construídas com as letras que foram disponibilizadas. Variações: Dependendo do nível de desenvolvimento das crianças da turma, é possível avançar nas possibilidades pedagógicas, por exemplo: Produzir frases com as palavras construídas, produzir rimas, trocar as palavras com os amigos, identificar as mesmas palavras produzidas por outro colega, etc. Por fim, há ainda que se destacar um fator determinante no sucesso das atividades que utilizam o recurso lúdico: a mediação do professor. O envolvimento do docente é fundamental para que as crianças se incluam, participem e sintam-se motivadas durante a realização da brincadeira. 29 2.1.9 – Varal de letras e mural imantado Materiais necessários: Varal feito de barbante, prendedores de roupa e letras produzidas em EVA ou mural produzido com chapa de alumínio ou aço e letras em EVA com imãs colados na parte de trás da letra. Essa atividade é um recurso de aprendizagem da linguagem oral e escrita que, além de buscar ocupar o tempo ocioso daquelas crianças que já finalizaram a atividade em sala de aula, pretende favorecer a construção de palavras. Geralmente, o varal das letras e o mural imantado são posicionados no final da sala de aula para que não se tornem uma distração para aqueles alunos que ainda estão finalizando suas atividades. É recomendável que toda sala de aula disponibilize vários recursos lúdicos para esses momentos para que as crianças se envolvam com produções mais significativas do que somente permanecer passivamente aguardando o docente iniciar outra atividade. Varal de letras Fonte: https://alunoon.com/preschool/atividades//Alfabeto/alfabeto/50b/49.jpg Variação: Ao identificar o grau de desenvolvimento da turma, o docente pode solicitar que as crianças construam frases, palavras, trechos de músicas e/ou poemas e poesias, nomes de seus familiares, nomes de grupo de animais, flores, objetos, etc. No varal de letras e no mural imantado. Conclusão da aula 2 Vimos várias sugestões de atividades lúdicas que podem contemplar o desenvolvimento da linguagem oral e escrita. São atividades de recursos 30 variados, que podem ser confeccionados pelo próprio professor ou professora sem grandes custos e com a utilização de materiais alternativos. Atividade de aprendizagem Discussão em grupo (optativa). Observe atentamente as brincadeiras infantis e discuta sobre: De que forma as práticas de letramento estão inseridas no ato lúdico? Amplie seus estudos Sugestão de leitura: Os jogos e o lúdico na aprendizagem escolar de Lino Macedo (http://srvd.grupoa.com.br/uploads/imagensExtra/legado/M/MACEDO_Lino_de/ Os_Jogos_e_o_L%C3%BAcido_na_Aprendizagem_Escolar/Liberado/Cap_01.p df) Aula 3 – Planejamento de jogos matemáticos: propostas práticas para o trabalho com crianças pequenas Apresentação da aula 3 Olá! Seja bem-vindo à terceira aula. Aqui você terá a oportunidade de pensar sobre o planejamento docente e aprender novas possibilidades de práticas matemáticas para serem realizadas com crianças da Educação Infantil. As atividades propostas a seguir pretendem proporcionar às crianças vivências com o pensar matemático para que realizem associações, 31 comparações, encontrem soluções para os problemas e relacionem objetos, símbolos e representações com a linguagem matemática. Vamos lá? 3.1 – A importância da organização do tempo no trabalho do eixo matemático A abordagem da linguagem matemática na Educação Infantil requer a definição de objetivos específicos para que possamos delinear as atividades a serem desenvolvidas. Nessa perspectiva, podemos pontuar o principal objetivo para as crianças de zero a três anos, que é estabelecer aproximações a algumas noções matemáticas presentes no seu cotidiano, como contagem e relações espaciais. Quando falamos de planejamento docente na educação matemática, não podemos negar que as ideias e propostas são carregadas de desafios. Isso acontece porque a linguagem matemática requer um planejamento diretivo e pontual para que os professores não caiam na armadilha de que somente a manipulação de jogos, regras ou peças garantam a aprendizagem do aluno. Nessa perspectiva, o jogo só se torna um recurso de aprendizagem quando há mediação por parte do professor e quando as situações de aprendizagem são minimamente pensadas e planejadas a ponto de a criança sentir-se ativa, estimulada e envolvida na atividade proposta. As situações de aprendizagem podem ser propostas de três maneiras: permanentes, projetos e sequência de atividades. Importante Para contextualizar as situações-problemas, é importante levar em consideração o conhecimento prévio das crianças no que se refere à linguagem matemática. 32 3.1.1 – Atividades permanentes As atividades permanentes se caracterizam pela sistematização de determinadas ações ou situações vivenciadas na escola e que contribuem para a organização do cotidiano como também para o aprendizado. Por exemplo: utilização do calendário, chamada da turma, distribuição de material, listar na lousa a quantidade e quais atividades serão realizadas pela turma no decorrer do período, interagir com os painéis da sala de aula (painel de lideranças, painel do tempo, painel dos aniversariantes, etc.), construção coletiva das regras da sala de aula, etc. Apesar de serem atividades regulares e mais sistemáticas, os professores devem ter o cuidado para contextualizá-las, de modo que se estabeleça um diálogo constante com as crianças durante a realização dessas atividades, para que se tornem significativas e desafiadoras. 3.1.2 – Projetos De acordo com o RCN (1998, p. 237), “Os projetos são atividades articuladas com outras temáticas em torno da obtenção de um produto final”. Esse produto final visa ao trabalho coletivo, à articulação com outros temas e conteúdos que devem ser desenvolvidos em uma perspectiva interdisciplinar com os alunos da educação básica, especialmente com as crianças da Educação Infantil. A divisão de tarefas e responsabilidades oportuniza aprendizagens mais significativas, pois organizar um evento, uma aula passeio ou construir uma maquete são exemplos de projetos. 3.1.3 – Sequência deatividades As sequências de atividades se caracterizam pela realização de uma série de ações planejadas e orientadas pelo professor(a) afim de alcançar um objetivo específico e definido. São sequenciadas para oferecer diferentes níveis e grau de complexidade ao aprendizado das crianças. Além das atividades escritas preparadas pelo professor(a) no caderno, no material didático adotado pela escola ou folhas avulsas, há um campo vasto de 33 atividades sequenciais a serem exploradas. Um exemplo, no RCN (1998), é a possibilidade de colecionar pequenos objetos como pedrinhas, tampinhas, folhas, conchas, figurinhas, etc. Semanalmente, as crianças podem trazer novas peças e agregar à coleção, fazendo sempre que necessário a recontagem e realizar o registro escrito em conjunto com os colegas e com a professora (esse registro pode ser coletivo e/ou individualmente). No momento do registro, o docente deve confrontar ideias, observar fatos, detalhes, identificar diferenças, igualdades, buscando novas formas de registro para que acompanhem o crescimento de sua(s) coleção(ões). À medida que a coleção aumenta, há a necessidade de repensar uma situação-problema, que é a nova forma de registro. Alguns questionamentos podem surgir: “Como registrar todas aquelas peças?”, “Qual número corresponde determinada quantidade?” Com esse encaminhamento dado pelo professor(a), podemos observar que o conhecimento adquirido pela criança resultará na busca para a solução de um problema e isso é questão fundamental na proposição de novos aprendizados na linguagem matemática. 3.2 – Práticas lúdicas no ensino da matemática 3.2.1 – Equilibrando bolas no lençol Materiais necessários: Lençol e bolas de diferentes cores e tamanhos (se for possível, acrescente uma com guizo). Objetivos: Desenvolver a coordenação motora, o equilíbrio, observar as formas geométricas presentes na atividade (bolas – círculo, lençol – quadrado), realizar a contagem numérica conforme as bolas que caem no chão e as que ficam no lençol, explorar os tamanhos e formas. Desenvolvimento: O professor(a) deve selecionar uma música que estimule movimento lentos e rápidos ao mesmo tempo para que ocorra a variação sonora e, consequentemente, de movimentos. Durante a realização da atividade, as crianças devem movimentar o lençol sem deixar as bolas caírem ou podem movimentar o lençol de modo que todas as bolas sejam derrubadas. Vale lembrar que no lençol pode conter uma ou mais bolas, dependendo dos desafios propostos pelo professor(a). A contagem numérica, a observação de 34 cores e tamanhos são fatores importantes que o professor deve mediar na execução da atividade. Mídias Assista à realização e opções de variação desta atividade nos vídeos a seguir: https://www.youtube.com/watch?v=5TyPg6YdmYM https://www.youtube.com/watch?v=WTsaBEVvtVw (Variação: futebol de tecido). 3.2.2 - Construção de formas geométricas com argila ou massa de modelar Atividade retirada do livro: O trabalho pedagógico com crianças de até três anos. Org: Alessandra Arce – 2014. Materiais necessários: Massinha de modelar ou argila e forminhas. Objetivos: convidar as crianças a explicitarem as sensações que têm enquanto manipulam a argila e constroem formas geométricas tridimensionais. Desenvolvimento: em conversa imaginária com as crianças, Dona Bugiganga (Protótipo de robô confeccionado com caixas de papelão e outros materiais alternativos) se apresenta como um ser de outro planeta. Em seguida, solicita a construção de objetos que as crianças imaginam que existam no mundo de Dona Bugiganga. Segundo o robô, ao voltar para sua casa, pretende levar algo feito pelas crianças que moram no planeta terra. As crianças podem construir qualquer objeto, de qualquer forma, ou seja, o que quiserem. Depois de ouvirem e conversarem com o robô, começam a fazer as construções, ou seja, as esculturas. Após o término das obras, apresentam os objetos para todos, detalhando e nomeando os contornos. Mídias Vejamos abaixo, nos vídeos apresentados, como acontece o contato e manuseio da argila: https://www.youtube.com/watch?v=BBioUrvaK8A 35 3.2.3 – Tijolos pedagógicos confeccionados com caixas de sapato ou caixa de leite Objetivos: Explorar a contagem numérica e quantidade; classificar caixas iguais pelo tamanho e cores; desenvolver competências matemáticas por meio da criação e construção utilizando os tijolos pedagógicos; estimular a criatividade por meio da livre construção. Materiais necessários: caixas de sapato, de diversos tamanhos, encapadas com diversas cores, especialmente as cores primárias. Desenvolvimento: As caixas devem estar disponibilizadas para manuseio das crianças em um espaço grande para que possam movimenta-se, dialogar, construir, levantar hipóteses e refutá-las. Depois de um período estabelecido pela professora, as crianças deverão explorar sua construção expondo suas ideias em uma roda de conversa. A professora deve incentivar o diálogo e realizar perguntas de modo que as crianças se sintam à vontade e abertas à exposição de suas criações. Na medida que as crianças se manifestam, a professora medeia as relações do sujeito com os objetos, fazendo suas intervenções, observações e questionamentos para que as crianças possam relacionar suas produções com a linguagem matemática. 3.2.4 – Baú de surpresas Materiais necessários: caixa grande contendo roupas de diversos tamanhos e cores variadas, peças grandes e pequenas, blocos lógicos, utensílios domésticos, palitos de sorvete, grampos de roupa e os objetos que o professor(a) considerar interessante para explorar com as crianças. Objetivos: Explorar cores, formas e tamanhos; classificar conforme a orientação da professora; criar personagens para socializar com o grupo. Desenvolvimento: o “baú” deve ser aberto pelo professor(a) em uma roda coletiva para que todas as crianças observem o que contém no baú. Nesse momento a professora deverá dialogar com o grupo para que observem os objetos, fazendo as seguintes perguntas: quais objetos vocês estão visualizando? Quem tem esses objetos em casa? Para que servem? Posteriormente, o professor(a) solicitará para que as crianças agrupem os 36 objetos conforme cor e tamanho. Ex: Grandes vermelhos, médios amarelos e pequenos azuis. Por fim, os grupos formados deverão contar quantos objetos foram agrupados. Variação: a mesma atividade pode ser realizada com gravuras de diferentes gêneros (animais, plantas, flores, brinquedos, etc.) em que as crianças deverão agrupar, contar e dialogar sobre suas funções. 3.3 - Propostas práticas para o trabalho com crianças de 4-5 anos Segundo o RCN (1998), para esta fase do desenvolvimento da criança, o objetivo principal é aprofundar e ampliar os conhecimentos matemáticos, garantindo a aprendizagem de situações que alcancem os seguintes objetivos: Reconhecer e valorizar os números, as operações matemáticas, contagens orais e as noções espaciais como ferramenta para seu cotidiano; Comunicar ideias matemáticas, hipóteses e resultados encontrados em situações problemas; Ter confiança em suas próprias estratégias e na sua capacidade para lidar com situações matemáticas novas utilizando seus conhecimentos prévios. Mídias A matemática na Educação Infantil: https://www.youtube.com/watch?v=1iJNr8999X0 3.3.1 – Projeto gráfico saudável O projeto gráfico saudável tem uma proposta interdisciplinar, pois busca contemplar os eixos Natureza e Sociedade, Matemática e Linguagem oral e escrita. Compreender que o trabalho na Educação Infantil não deve ser fragmentado e descontextualizado da realidade das crianças é um princípio básico para que o planejamento das atividades tenha êxito e alcance os objetivos 37 propostos. Ao integrar as temáticasde estudo, o professor terá um leque de possibilidades de trabalho pedagógico para explorar com as crianças pequenas. A ideia inicial do gráfico saudável é que as crianças sejam estimuladas ao consumo de frutas no lanche da tarde, favorecendo uma mudança na qualidade da alimentação realizada em casa. Materiais necessários: Cartolina, canetinhas. Objetivos: Estimular a alimentação saudável; comparar o consumo de fruta entre os dias da semana; verificar as crianças que consomem mais frutas, incentivar as crianças para que tenham uma boa alimentação. Desenvolvimento: Para que as crianças possam visualizar, analisar e acompanhar o gráfico, é indicado que o professor(a) construa um painel/cartaz com os nomes de todas as crianças da turma. Dessa forma, todos poderão visualizar a quantidade de frutas consumidas e realizar a contagem numérica, comparações e operações básicas. A ideia é que as crianças tragam diariamente uma fruta para o lanche da manhã/tarde. Cada fruta ingerida valerá um ponto e, ao final da semana, a contagem será realizada. 3.3.2 – Parlendas Objetivos: Utilizar a contagem oral nas brincadeiras e em situações nas quais as crianças reconheçam sua necessidade; recitar oralmente a sucessão dos números como forma de aproximação do sistema numérico. Desenvolvimento: O professor(a) pode fazer a seleção de parlendas e/ou jogos musicais que evidenciem a contagem numérica. Para a realização desta atividade, não há momento específico, mas é indicado priorizar os momentos como: a roda de conversa no início ou no final da aula e até mesmo em atividades manuais como as que envolvem a produção artística. Nesta atividade é possível desenvolver um trabalho interdisciplinar, pois, além da matemática, a linguagem oral e escrita está implícita nesta proposta. Sugestões de parlendas ou jogos musicais: a) A galinha do vizinho bota ovo amarelinho: bota um, bota dois, bota três, bota quatro, bota cinco, bota seis, bota sete, bota oito, bota nove e bota dez. 38 b) Um, dois, feijão com arroz; três, quatro, feijão no prato; cinco, seis, feijão inglês; sete, oito, comer biscoitos; nove, dez, comer pastéis. Como é bom contar até dez! 3.3.3 – Minimercado na escola Materiais necessários: embalagens vazias de produtos de higiene, alimentação, etc. Objetivos: permitir que as crianças tenham contato com noções matemáticas e financeiras através de vivências de compras no minimercado; explorar grandezas, medidas e quantidades. Desenvolvimento: Inicialmente o professor(a) deverá fazer a mobilização das crianças, solicitando que todos tragam embalagens vazias de produtos alimentícios, de higiene e outros para a construção do minimercado. Nessa mobilização, a professora pode direcionar a quantidade de embalagens necessárias para cada criança e, dessa forma, construir uma bancada significativa de produtos. Posteriormente, é necessário que sejam disponibilizados os dinheirinhos para as crianças de modo que elas compreendam o valor das notas e saibam associar com o valor dos produtos. Esse é um bom tema de discussão para a roda de conversa. Em seguida, é interessante estabelecer uma frequência de visita ao minimercado. Talvez uma vez na semana seja o indicado, mas cada sala de aula pode definir isso conforme o planejamento do trabalho. Após as compras, é interessante que se realize uma nova roda de conversa para que as crianças exponham suas conquistas, aprendizados e dificuldades durante o processo de compra. Por fim, não podemos esquecer que o professor(a) é peça fundamental nesse processo de mediação dos aprendizados das noções matemáticas nessa atividade denominada de minimercado. Observe, no vídeo abaixo, como a professora realiza a mediação para que as crianças possam comprar seus produtos no minimercado. https://www.youtube.com/watch?v=2Dbx6X-quuM 39 3.3.4 – Atividades de culinária e construção de um livro de receitas Materiais necessários: local adequado para manipular os alimentos; toca individual higiênica de proteção; panelas, xícaras, colheres e os alimentos que farão parte da receita. Objetivos: Explorar diferentes procedimentos para comparar grandezas, quantidades, medidas. Desenvolvimento: Inicialmente o professor(a) deve solicitar que cada criança traga de casa uma receita. Posteriormente, as receitas serão produzidas aos poucos conforme o planejamento realizado pelo docente. Vale destacar que atividades de culinária possibilitam um rico trabalho, envolvendo diferentes unidades de medidas, como o tempo de cozimento e a quantidade de ingredientes: litro, quilograma, colher, xícara, pitada, etc. A comparação de comprimentos, pesos e capacidades, a marcação de tempo e a noção de temperatura são experimentadas desde cedo pelas crianças pequenas, permitindo-lhes pensar sobre as características opostas das grandezas e objetos, como grande/pequeno, comprido/curto, longe/perto, muito/pouco, quente/frio, etc. O diálogo e a mediação do professor no momento de produção das receitas é fator essencial para que as crianças compreendam o conteúdo que está implícito na realização da atividade. Mídias Observe, no vídeo abaixo, como a professora conduz a atividade culinária com as crianças da educação Infantil. https://www.youtube.com/watch?v=SsjJWTZWldk Saiba mais Leitura complementar: O Jogo e a Educação Infantil - Tizuko Morchida Kishimoto https://www.inesul.edu.br/professor/arquivos_alunos/doc_1311627204.pdf 40 Conclusão da aula 3 As sugestões de atividades propostas na aula de número três perpassaram por vários aspectos importantes quando tratamos da educação matemática. Desde a proposição de brincadeiras que contemplem a contagem até brincadeiras que favorecem as noções mais elementares deste campo do conhecimento. Atividade de aprendizagem Observe atentamente uma classe de crianças da Educação Infantil. Tente listar três tarefas ou atividades relacionadas à educação matemática em que as crianças ainda não realizam sozinhas. Ao identificar, você estará analisando qual a melhor maneira de propor jogos e brincadeiras para a faixa etária observada. Aula 4 – Práticas pedagógicas lúdicas e inclusivas na dinâmica da sala Apresentação da aula 4 Olá! Sejam bem-vindos à aula 4. Nela, vamos conhecer e debater sobre algumas práticas inclusivas e sugestões de jogos pedagógicos necessários para o desenvolvimento do trabalho educativo nas salas de aula ou nas salas de Recursos Multifuncionais. Vamos lá? 4.1 – Educação para todos e a educação especial Inicialmente, não podemos deixar de destacar as decisões tomadas na LDB 9394/96 acerca da Educação Especial quando esta ficou definida como uma modalidade da educação escolar que perpassa todas as etapas e níveis de ensino por meio da Resolução do CNE 02/2001 em que regulamentou os artigos 41 58, 59 e 60, garantindo aos alunos com necessidades educacionais especiais o direito de acesso e permanência no sistema regular de ensino. A figura abaixo revela e ilustra como a educação especial deve-se fazer presente nos níveis de ensino. Observe: Esquema da educação especial Fonte: BRASIL, (2003). Estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília, p. 4. Mídias Educação Especial – MEC: https://www.youtube.com/watch?v=T5E_8ct-JEA Inclusão: o que as escolas precisam mudar?: https://www.youtube.com/watch?v=ieasHdgWDJA Entende-se que ainda há muitos desafios a serem superados, especialmente no que se refere à formação dos professores para atuar com a inclusão, no entanto, os avanços das políticas públicas foram significativos e não podem ser desconsiderados. Ao tratar de educação para todos, quais aspectos devem ser colocados em pauta? Sem dúvida,o primeiro deles é o reconhecimento da diversidade existente na população escolar de modo que as propostas pedagógicas valorizem todos os tipos de capacidades presentes na escola; que respeitem os diversos tipos e ritmos de aprendizagem dos educandos; que adotem 42 metodologias diversificadas e motivadoras e que avaliem os estudantes em uma perspectiva processual e emancipatória. Há ainda que considerarmos que a sociedade em geral é tomada por uma resistência, no que se refere aos níveis de inclusão e integração de todas as pessoas (independente de raça, cor, condição social, crença religiosa, etc.), na escola e nos espaços coletivos em geral. No documento do Ministério da Educação da secretaria de Educação Especial “Saberes e práticas da inclusão” (BRASIL, 2003), se afirma que: “Para incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada, devendo firmar a convivência no contexto diversidade humana, bem como aceitar e valorizar a contribuição de cada um conforme suas condições pessoais”. Há ainda que se pensar que a escola e a sociedade focalizam a eficiência como condição individual de sucesso estudantil e, essa concepção, tem caminhado em sentido oposto à proposta de valorização da diversidade de formas de pensar e aprender dos estudantes. Nessa perspectiva, vale lembrar que a diversidade existente na comunidade escolar contempla um vasto campo de características, como, por exemplo: Crianças e adolescentes com condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais e sensoriais bem diferenciadas; crianças trabalhadoras ou que vivem nas ruas; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais, etc. Dessa forma, a expressão necessidades educacionais especiais está associada à capacidade ou dificuldade que as crianças e jovens têm em aprender e não, necessariamente, a deficiência. 4.2 – Práticas pedagógicas e o lúdico a serviço da educação inclusiva e da diversidade Buscar a diversidade de recursos e materiais pedagógicos que favoreçam o trabalho nas salas de recursos multifuncionais ou nas salas de aulas regulares faz parte de uma pesquisa constante por parte do professor na investigação e criação de jogos e brincadeiras que valorizem o pensamento criativo, o desenvolvimento de estratégias, o raciocínio lógico, entre outros objetivos a serem alcançados. 43 Essa tarefa consiste em um trabalho de olhar atento e detalhado para que os jogos e brincadeiras atendam às necessidades existentes tanto na sala de aula regular quanto nas salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE). Inicialmente, devemos destacar que esses materiais devem obedecer aos critérios de tamanho, espessura, cor e peso de acordo com as habilidades motoras e sensoriais de que cada aluno dispõe, favorecendo o manuseio e a interação com o professor ou os colegas de classe. Portanto, o trabalho do professor em uma postura de mediador e incentivador da aprendizagem é fator essencial na conquista de bons resultados do trabalho com jogos e brincadeiras a serviço da educação inclusiva. Acompanhar o desenvolvimento dos alunos é saber quais são as necessidades específicas de cada um para definir em que se deve atuar, é ter a percepção de que fatores físicos, psicológicos, biológicos, em alguns momentos, terão influência na aplicação da atividade e nem sempre alcançarão os mesmos objetivos propostos para os alunos de classes regulares. Um outro fator significativo na escolha ou elaboração de práticas inclusiva ou jogos pedagógicos é a variedade de temas e disciplinas que devem ser propostos, pois oportunizar o debate, o diálogo e estudo de assuntos variados é proporcionar uma leitura de mundo que aguça os sentidos dos estudantes. Há ainda que se considerar as estratégias de comunicação assistiva, que é a comunicação alternativa destinada às pessoas que não falam ou não usam a escrita funcional para comunicar-se. Os auxílios externos são utilizados para possibilitar a comunicação efetiva por meio de cartões de comunicação, pranchas de comunicação, prancha de palavras ou letras para que o estudante tenha um repertório de falas, podendo expressar da melhor forma possível seus anseios, suas necessidades, seus desejos, suas vontades e seus aprendizados. 4.3 – Sugestões de atividades Antes de produzir os materiais para qualquer atividade lúdica, é importante que o professor observe atentamente aos critérios recomendados: tamanho; espessura; cor e peso; de acordo com as habilidades motoras e sensoriais de que cada aluno dispõe, favorecendo assim, o manuseio e a interação com o professor ou os colegas de classe. Produzir materiais para as 44 salas de recursos ou salas de aula regulares que tenham alunos com necessidades educativas especiais. Ao preocupar-se com essas questões, as chances de melhores resultados aumentam e tanto alunos quanto professores podem alcançar seus objetivos educativos. Vale destacar que as atividades e projetos sugeridos na próxima página visam ao desenvolvimento de todos os alunos, no entanto, devemos sempre considerar a presença dos estudantes com necessidades educativas especiais que fazem parte do grupo, tornando-os pertencentes e incluídos em todas as atividades propostas. O olhar atento e inclusivo do docente fará a diferença na realização das práticas educativas e contribuirá para a valorização da diversidade na escola. 4.3.1 - Jogo pega flor Materiais necessários: palitos de sorvete, palavras impressas, desenhos correspondentes às palavras. Esta brincadeira tem o objetivo de desenvolver as seguintes habilidades: saber relacionar palavras e símbolos; desenvolver a leitura; estimular atenção; trabalhar em grupo. Desenvolvimento: ao ler uma das palavras propostas pelo professor, as crianças deverão “grudar” na palma da mão (produzida pelo professor) a figura correspondente e, logo em seguida, colar a palavra. É necessário que as crianças estejam atentas à palavra, pois aquela que captar mais desenhos será o vencedor. Sugere-se que essa atividade seja realizada em duplas para melhor interação e desempenho dos participantes. Assista, abaixo, ao vídeo desta brincadeira: https://www.youtube.com/watch?v=CYtmZ-53lTM 4.3.2 - Projeto: somos diferentes! Objetivo geral: Criar personagens em balão. Nesta atividade, que é indicada para crianças de cinco a dez anos de idade, um dos objetivos propostos é aprimorar a coordenação motora fina, pois a criação do personagem necessita de colocação dos olhos, cabelos, acessórios 45 e tudo mais que a criança desejar e conforme o material que a professora disponibilizar. Um segundo objetivo é desenvolver um olhar para a criação de personagens, respeitando as diferenças e características criadas por seus idealizadores. Além desses dois objetivos principais, é possível explorar vários aspectos, tais como: desenvolvimento da criatividade e o espírito colaborativo; criação de enredos e histórias com personagens da vida real; incentivo ao trabalho artístico e artesanal; percepção e respeito à pluralidade cultural existente no âmbito escolar; desenvolvimento da expressão corporal por meio do teatro a ser realizado após a produção dos personagens. A professora deverá mobilizar a turma para a realização da atividade. Esse fator de motivação por parte do professor é algo fundamental na proposição de um trabalho pedagógico que integre diferentes linguagens. Vale destacar mais uma vez que a ideia de construir um personagem no balão perpassa vários objetivos e funções: pensar nas possibilidades de criação dos personagens, criar seu estilo e visual; manipular pequenos materiais (lã, lantejoulas, E.V.A., tecidos, botões, etc.) e, dessa forma, desenvolver e/ou aprimorar a coordenadora motora fina; construir, coletivamente, um enredo para a história com mediação da professora; e desenvolver a expressão
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