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Livro - Jogos Brinquedos e Brincadeiras - graduação

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Prévia do material em texto

1 
 
Disciplina: Jogos, brinquedos e brincadeiras estratégicas para a educação 
infantil 
Autores: M.e Frediana Vezzaro de Medeiros 
Revisão de Conteúdos: Thiago Costa Campos 
Revisão Ortográfica: Esp. Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2019 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas 
páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de 
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em 
cobrança de direitos autorais. 
 
 
2 
 
Frediana Vezzaro de Medeiros 
 
 
 
 
Jogos, brinquedos e brincadeiras: 
estratégicas para a educação infantil 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2019 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
Editora São Braz 
Rua Cláudio Chatagnier, 112 
Curitiba – Paraná – 82520-590 
Fone: (41) 3123-9000 
 
 
 
 
 
Coordenador Técnico Editorial 
Marcelo Alvino da Silva 
 
Revisão de Conteúdos 
Thiago Costa Campos 
 
Revisão Ortográfica 
Juliano de Paula Neitzki 
 
Desenvolvimento Iconográfico 
Juliana Emy Akiyoshi Eleutério 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
MEDEIROS, Frediana Vezzaro de. 
Jogos, brinquedos e brincadeiras estratégicas para a educação infantil / Frediana 
Vezzaro de Medeiros. – Curitiba: Editora São Braz, 2019. 
52 p. 
ISBN: 978-85-5475-369-6 
1.Criança. 2. Ensino. 3. Jogos. 
Material didático da disciplina de Jogos, brinquedos e brincadeiras: estratégicas 
para a educação infantil – Faculdade São Braz (FSB), 2019. 
Natália Figueiredo Martins – CRB 9/1870 
 
 
4 
 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos, o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Sumário 
Prefácio ................................................................................................................. 07 
Aula 1 – A ludicidade como recursos de aprendizagem ....................................... 08 
Apresentação da aula 1 ......................................................................................... 08 
 1.1 – Ludicidade e construção do conhecimento ........................................... 08 
 1.2 – Indicadores da dimensão lúdica ............................................................. 09 
 1.3 – A importância do movimento na educação infantil como um recurso 
lúdico de aprendizagem ......................................................................................... 
 
 11 
 1.4 – Criança e movimento ............................................................................. 13 
 1.5 – Professor e seu papel de mediação nas brincadeiras que envolvem o 
movimento ............................................................................................................. 
 
15 
 1.6 – Organização do tempo e do espaço no trabalho com o movimento e a 
ludicidade .............................................................................................................. 
Conclusão da aula 1 .............................................................................................. 
 
17 
19 
Aula 2 – Jogos e brincadeiras para desenvolver a linguagem oral e escrita 21 
Apresentação da aula 2 ......................................................................................... 21 
 2.1 – Possibilidade de jogos e brincadeiras com recurso pedagógico no 
processo de alfabetização e letramento ................................................................ 
 
21 
 2.1.1 – Leitura na caixinha de fósforo .............................................................. 22 
 2.1.2 – Correio de palavras ............................................................................. 22 
 2.1.3 – Jogo: “preguicinha oral” ...................................................................... 
 2.1.4 – Pescaria de letras (ou palavras) .......................................................... 
 2.1.5 – Alfabeto de rótulos .............................................................................. 
 2.1.6 – Alfabeto com grampos de roupa .......................................................... 
 2.1.7 – Pingue-pongue do alfabeto ................................................................ 
 2.1.8 – Formação de palavras no bambolê ..................................................... 
 2.1.9 – Varal de letras e mural imantado ......................................................... 
Conclusão da aula 2 .............................................................................................. 
Aula 3 – Planejamento de jogos matemáticos: propostas práticas para o trabalho 
com crianças pequenas ......................................................................................... 
apresentação da aula 3 ......................................................................................... 
23 
23 
24 
25 
26 
27 
29 
29 
 
30 
30 
 3.1 – A importância da organização do tempo no trabalho do eixo 
matemático............................................................................................................. 
 
31 
 3.1.1 – Atividades permanentes ..................................................................... 
 3.1.2 – Projetos ............................................................................................... 
 3.1.3 – Sequência de atividades ..................................................................... 
 3.2 – Práticas lúdicas no ensino da matemática ............................................ 
 3.2.1 – Equilibrando bolas no lençol .............................................................. 
 3.2.2 – Construção de formas geométricas com argila ou massa de modelar 
 3.2.3 – Tijolos pedagógicos confeccionados com caixas de sapato ou caixa 
de leite ................................................................................................................... 
 3.2.4 – Baú de surpresas ............................................................................... 
 3.3 – Propostas práticas para o trabalho com crianças de 4-5 anos ............. 
 3.3.1 – Projeto gráfico saudável ...................................................................... 
 3.3.2 – Parlendas ............................................................................................ 
 3.3.3 – Minimercado na escola ....................................................................... 
 3.3.4 – Atividades de culinária e construção de um livro de receitas ............... 
Conclusão da aula 3 .............................................................................................. 
Aula 4 – Práticas pedagógicas lúdicas e inclusivas na dinâmica da sala ................ 
Apresentação da aula 4 .........................................................................................4.1 – Educação para todos e a educação especial ......................................... 
 4.2 – Práticas pedagógicas e o lúdico a serviço da educação inclusiva e da 
diversidade ............................................................................................................ 
 4.3 – Sugestão de atividades .......................................................................... 
 4.3.1 – Jogo pega flor ..................................................................................... 
 4.3.2 – Projeto: somos diferentes! .................................................................. 
 4.3.3 – Utilizando a fotografia como recurso pedagógico ................................ 
32 
32 
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33 
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35 
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40 
40 
40 
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42 
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44 
44 
45 
 
 
6 
 
 4.3.4 – Projeto diversidade na escola ............................................................. 
 4.3.5 – Projeto customização de camisetas: “eu sou assim, eu penso 
assim...” ................................................................................................................. 
Conclusão da aula 4 .............................................................................................. 
 
 
 
 
46 
 
 47 
 49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
Prefácio 
 
 O estudo sobre os jogos, brincadeiras, movimento, a psicomotricidade e 
o desenvolvimento das crianças é parte integrante do processo de formação 
continuada dos profissionais que atuam ou pretendem atuar no segmento da 
Educação Infantil. Dedicar-se a essa temática é buscar subsídios para o 
enfrentamento das situações desafiadoras que permeiam o cotidiano das 
escolas e instituições que se dedicam ao atendimento das crianças pequenas. 
Além disso, é importante que você, estudante e educador em constante 
aperfeiçoamento, usufrua do ambiente virtual de aprendizagem e das mídias que 
o curso disponibiliza para especializar-se cada vez mais em sua área de atuação. 
A disciplina “Jogos, brinquedos e brincadeiras: estratégicas para a 
educação infantil” tem como principal objetivo apresentar práticas pedagógicas, 
jogos e brincadeiras que contribuam com a construção do conhecimento por 
meio da ludicidade nos processos de aprendizagem em todas as áreas de 
trabalho que a educação infantil se propõe a explorar com as crianças. Dessa 
forma, esses recursos serão aliados do professor(a) para que possam 
desenvolver práticas lúdicas e estratégicas próprias para cada faixa etária da 
educação infantil. Os objetivos específicos desta disciplina foram assim 
construídos: 
a) Compreender os benefícios da utilização dos jogos e brincadeiras no 
processo de construção do conhecimento com crianças pequenas; 
b) Desenvolver jogos que favorecem a aprendizagem significativa no que 
se refere ao conhecimento de mundo; 
c) Explorar práticas lúdicas e estratégias para a faixa etária da educação 
infantil. 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Aula 1 – A ludicidade como recurso de aprendizagem 
 
Apresentação da aula 1 
 
Não é difícil imaginar como os jogos pedagógicos podem trazer benefícios 
aos processos de aprendizagem na educação infantil. De fato, a ludicidade tem 
uma função primordial na construção do conhecimento: desenvolver habilidades 
específicas que favoreçam aprendizagens pontuais na leitura, na escrita, na 
aquisição das noções matemáticas, na exploração dos ambientes pelo 
movimento e nas artes pela maneira interativa de aprender com a música, com 
a pintura e com o teatro. 
Veremos, nesta aula, quais as contribuições do ato lúdico na escola, 
especialmente nas classes de Educação Infantil. 
Bons estudos! 
 
1.1 Ludicidade e construção do conhecimento 
 
No dicionário, encontramos o seguinte significado da palavra lúdico: 
Relativo a jogos; próprio do que usa jogos. Ainda em outros dicionários 
encontramos como relativo à brincadeira, brincar, brinquedos, divertimento, etc. 
Pensar no real significado da palavra “lúdico” nos faz olhar de maneira 
mais atenta para essa possibilidade de trabalho pedagógico que deve estar 
presente nos processos de construção do conhecimento das escolas. 
Evidentemente, muitos estudiosos como Froebel, Maria Montessori e Jean 
Piaget produziram suas pesquisas visualizando os jogos como meio de 
contribuição para o desenvolvimento intelectual. Na realidade das escolas 
também encontramos educadores que são favoráveis à utilização desse recurso 
para que as crianças aprendam brincando, especialmente os alunos menores, 
que fazem da ludicidade uma constante em seu dia a dia. 
Dessa forma, utilizar a brincadeira e os jogos com fins pedagógicos é 
tornar o processo de construção do conhecimento muito mais prazeroso e 
divertido. 
Vejamos o que nos diz Fontana e Cruz (1997, p. 118) sobre essa questão: 
 
 
9 
 
Pela brincadeira a criança fala, pensa, elabora sentidos para o mundo, 
para as coisas, para as relações. Pela brincadeira, objetos e 
movimentos são transformados. As relações sociais em que a criança 
está imersa são elaboradas, revividas, compreendidas. Brincando de 
casinha, de médico, de escolinha, de roda, de amarelinha, a criança se 
relaciona com seus companheiros, e com eles, num movimento 
partilhado dá sentido às coisas da vida. 
 
O ato simbólico se faz presente, especialmente, nas brincadeiras que são 
vividas e incorporadas pelas crianças como forma de representar cenas, 
formular conceitos e construir valores sobre tudo aquilo que vivenciam e 
partilham na convivência com seus pares. 
É brincando que as crianças desenvolvem o ato motor, estimulam o 
pensamento abstrato, socializam e favorecem a linguagem oral e escrita. Nesse 
último aspecto é que nosso olhar será mais atento e cuidadoso na ocasião deste 
curso de extensão. 
Veremos, a seguir, as dimensões propostas pelo ato lúdico realizado em 
sala de aula. 
 
1.2 Indicadores da dimensão lúdica 
 
Segundo Macedo (2003), há indicadores da dimensão lúdica de uma 
determinada atividade. São cinco indicadores que caracterizam a dimensão 
lúdica das atividades escolares. Vejamos: 
 
 O primeiro indicador é chamado de “Prazer funcional”, que 
significa fazer algo por pleno prazer. Isso pode ser visto 
diariamente nas brincadeiras infantis, quando as crianças se 
divertem ao correr, pular, cantar, dançar e brincar de faz de conta. 
Nada lhes tira o prazer, a não ser os desentendimentos e 
frustrações que decorrem da brincadeira; 
 O segundo indicador é chamado “atividade desafiadora”, que 
propõe diversos graus de dificuldades e desafios, à medida que a 
criança avança e supera os obstáculos propostos na brincadeira, 
jogo ou atividade; 
 
 
10 
 
 O terceiro indicador de dimensão lúdica em uma atividade é a 
capacidade de “criar possibilidades” ou criar circunstâncias 
para a resolução de problemas quando as crianças se deparam 
com situações que precisam ser resolvidas e encontradas 
soluções; 
 O quarto indicador caracteriza-se pela “Dimensão simbólica”, 
que é representada pelas ações de imaginar, criar, imitar e 
questionar; 
 Por fim, o quinto indicador é chamado de “expressão 
construtiva”, que considera algo, segundo diversos pontos de 
vista e respeita a variedade de opiniões. 
 
 
Vocabulário 
 
Indicadores da dimensão lúdica: são cinco indicadores que caracterizam a 
dimensão lúdica das atividades escolares e quem devem ser observados 
atentamente pelos professores ao selecionar brincadeiras e jogos para as 
crianças. 
Lúdico: adjetivo da língua portuguesa, de origem latina que se refere a toda 
atividade ligada a brinquedos, jogos e o divertimento como uma forma de 
recreação. 
Nessa perspectiva, esses indicadores devem ser atentamente analisados 
pelos educadores ao elaborá-las as atividades lúdicas a fim de alcançarobjetivos 
pedagógicos e educacionais. Não longe disso, os resultados serão satisfatórios 
e favorecerão os processos de construção de conhecimento da linguagem oral 
e escrita das crianças em fase de alfabetização. 
 
 
Reflita 
 
“Brincar com crianças, não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos 
sem escola, mais triste ainda é vê-los sentados sem ar, com exercícios estéreis 
sem valor para a formação do homem”. (Carlos Drummond de Andrade) 
 
 
11 
 
Na nossa quarta e última aula, veremos algumas possibilidades de jogos 
e brincadeiras para que os profissionais da educação possam utilizar e 
aperfeiçoar essas práticas em suas salas de aula. 
 
1.3 A importância do movimento na educação infantil como um recurso 
lúdico de aprendizagem 
 
Desde que nascem, as crianças se movimentam adquirindo cada vez 
mais controle sobre seu corpo e, consequentemente, maior relação com o 
mundo que as cerca. 
Ao engatinhar, caminhar, manusear objetos, correr, saltar, brincar 
sozinhas ou em grupo, com objetos ou brinquedos, as crianças experimentam 
sempre novos modos de utilizar seu corpo e seu movimento. Ao movimentar-se, 
elas externalizam sentimentos, emoções e pensamentos, ampliando as 
possibilidades do uso significativo de gestos e posturas corporais. 
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 
(BRASIL, 1998, p. 15): “O movimento humano, portanto, é mais do que simples 
deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite 
às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o meio humano, 
mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo”. 
É nessa relação com o espaço e com os outros que as crianças 
aprendem, ensinam e investigam o mundo e suas dimensões corporais, 
favorecendo o desenvolvimento psicomotor e afetivo por meio da interação. 
Quando brincam, jogam, imitam, criam ritmos e movimentos, as crianças 
também assimilam o repertório da cultura local e popular em que estão inseridas 
e é nessa perspectiva que as instituições que trabalham com a educação infantil 
podem e devem oferecer um ambiente físico, social e afetivo que seja seguro, 
acolhedor e que proporcione às crianças superar seus limites e vencer desafios. 
Quanto mais instigante e desafiador for o ambiente que as crianças frequentam 
e promovem a exploração e estimulação dos movimentos de seu corpo, mais 
possibilidade de ampliação do conhecimento de si mesmas e desenvolvimento 
de suas habilidades haverá. 
Dessa forma, no Referencial Curricular para a Educação Infantil, temos a 
seguinte afirmação: 
 
 
12 
 
 
 “O trabalho com o corpo e com o movimento contempla a 
multiplicidade de funções e manifestações do ato motor, propiciando 
um amplo desenvolvimento de aspectos específicos da motricidade 
das crianças, abrangendo uma reflexão acerca das posturas corporais 
implicadas nas atividades cotidianas, bem como atividades voltadas 
para a ampliação da cultura popular de cada criança ”. (BRASIL, 1998, 
p. 15) 
 
É muito comum observarmos nas instituições de educação infantil práticas 
educativas que limitam o movimento, impondo às crianças de diferentes idades 
uma ditadura postural. Isso se revela, por exemplo, em longos momentos de 
espera, na realização de filas para se locomoverem nos espaços, na realização 
excessiva de atividades que contemplem somente a produção escrita, enfim, em 
atividades demasiadamente sistemáticas e que limitam a exploração do corpo, 
dos movimentos e dos espaços. Essa conduta, muito presente nas escolas de 
educação infantil até os dias atuais, é defendida por muitos educadores e 
educadoras com o pressuposto de que é necessário disciplinar nossas crianças 
e “mantê-las em ordem para melhor aprender” (triste engano), porém, existem 
outras formas e estratégias mais educativas e pedagógicas para que isso ocorra 
sem condenar o aspecto motor e afetivo das crianças. As consequências dessa 
rigidez podem caminhar para uma atitude passiva da criança e, ao mesmo 
tempo, estabelecer uma relação de hostilidade entre professor e criança quando 
tenta em todos os momentos conter e controlar as manifestações motoras dos 
pequenos. 
Para a criança pequena, o movimento é muito mais do que simplesmente 
mexer as partes do corpo ou deslocar-se no espaço. Ela manifesta sentimentos, 
comunica suas conquistas e dificuldades por meio de gestos e expressões 
faciais, usando o corpo como um forte aliado no processo comunicativo. A 
“criança completa” é revelada nas atividades em que a dimensão corporal se faz 
presente e é ali que o ato motor é explicitamente utilizado pela criança nas mais 
diversas formas de manifestar seus sentimentos, anseios e desgostos. 
Veremos no próximo item por que a presença do movimento na Educação 
Infantil deve ser uma constante e como essa conduta evitará práticas rígidas e, 
consequentemente, uma atitude passiva da criança em relação aos seus 
movimentos e aos estímulos que recebe. 
 
 
 
13 
 
1.4 Criança e movimento 
 
Inicialmente, na fase em que a criança ainda é bebê, há predominância da 
dimensão subjetiva do movimento, ou seja, são as emoções o canal de 
comunicação entre os pequenos com os adultos e outras crianças. A 
comunicação vai se efetivando na medida em que o toque corporal acontece e 
por meio das expressões repletas de sentido. As reações surgem como 
respostas aos estímulos recebidos pela criança: o corpo se movimenta, bater de 
palmas, levanta-se do lugar, caminhar, engatinhar e demonstrar curiosidade por 
tudo aquilo que o instiga. 
Quando observamos um bebê, a exploração com seu corpo é algo central 
na ocupação do tempo. Eles olham para as mãos, mordem os pés, rolam de um 
lado para outro, esforçam-se ao máximo para alcançar um objeto que emite som 
e repetem essa mesma ação inúmeras vezes, testando o resultado que 
produzem. 
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil 
(1998, p. 21): 
 
“Essas ações exploratórias permitem que o bebê descubra os limites e 
a unidade do próprio corpo, conquistas importantes no plano da 
consciência corporal. As ações em que procura descobrir o efeito de 
seus gestos sobre os objetos propiciam a coordenação sensório-
motora, a partir de quando seus atos se tornam instrumentos para 
atingir fins situados no mundo exterior. Do ponto de vista das relações 
com o objeto, a grande conquista do primeiro ano de vida é o gesto de 
preensão 3, o qual se constitui em recurso com múltiplas possibilidades 
de aplicação. Aquisições como a preensão e a locomoção representam 
importantes conquistas no plano da motricidade objetiva. 
Consolidando-se como instrumentos de ação sobre o mundo, 
aprimoram-se conforme as oportunidades que se oferecem à criança 
de explorar o espaço, manipular objetos, realizar atividades 
diversificadas e desafiadoras”. 
 
Oferecer oportunidades de interação com objetos, deixar a criança rolar no 
chão, oferecer diferentes texturas para que ela toque, leve até a boca, deixar a 
criança em diversas superfícies, sem dúvidas contribuirá para que esse processo 
de exploração do corpo e de suas partes seja uma ação diária e constante no 
primeiro ano de um bebê. Limitar esse contato com o mundo ao seu redor não 
trará benefício algum, pelo contrário, retardará o desenvolvimento da criança que 
tem tudo para se desenvolver de maneira saudável e feliz quando estimulada 
adequadamente. 
 
 
14 
 
Na medida em que as crianças crescem, seus avanços vão sendo 
evidentemente notados por todos que convivem e cuidam dela. Logo que 
aprendem a andar, o encantamento toma conta da criança ao perceber que essa 
nova capacidade de locomoção lhe permite explorar mais os espaços, 
aperfeiçoar o seu andar e descobrir o mundo externo. Essa ação parece tão 
simples, mas na medida que a criança explora, ela também aprende a controlar 
seus movimentos, deixando-os mais precisos e intencionais. 
Ano a ano a criança evolui e outrofator interessante ligado ao campo motor 
é a dimensão expressiva dos gestos, que passa a ter uma conduta simbólica. 
Brincando de faz de conta, ela lava louça, faz a boneca ninar, dirige o carro, 
brinca de cozinhar, toca piano e, dessa forma, explora a ação simbólica, tão 
importante na fase da infância. 
Nas crianças maiores, o aperfeiçoamento dos movimentos é uma 
constante, pois dia a dia evoluem em um processo de progressiva precisão. 
Ações que necessitam de coordenação de vários segmentos motores também 
são aperfeiçoados. 
A ludicidade ligada ao ato motor também é uma característica presente nas 
crianças. Um exemplo muito comum é quando a criança está escovando os 
dentes e logo utiliza a escova para fazer de conta que está penteando os 
cabelos, ou ainda, quando a criança brinca de varrer a casa e utiliza a vassoura 
para fazer de conta que está andando a cavalo. 
Por fim, vejamos o que o Referencial Curricular Nacional para a Educação 
Infantil (1998, p. 24) nos diz sobre essa relação da criança com o movimento e 
as práticas culturais: 
 
“É grande o volume de jogos e brincadeiras encontradas nas diversas 
culturas que envolvem complexas sequências motoras para serem 
reproduzidas, propiciando conquistas no plano da coordenação e 
precisão do movimento. As práticas culturais predominantes e as 
possibilidades de exploração oferecidas pelo meio no qual a criança 
vive permitem que ela desenvolva capacidades e construa repertórios 
próprios. Por exemplo, uma criança criada num bairro em que o futebol 
é uma prática comum poderá interessar-se pelo esporte e aprender a 
jogar desde cedo. Uma criança que vive à beira de um rio utilizado, por 
exemplo, como forma de lazer pela comunidade provavelmente 
aprenderá a nadar sem que seja preciso entrar numa escola de 
natação, como pode ser o caso de uma criança de ambiente urbano. 
Habilidades de subir em árvores, escalar alturas, pular distâncias, 
certamente serão mais fáceis para crianças criadas em locais próximos 
à natureza, ou que tenham acesso a parques ou praças. As 
brincadeiras que compõem o repertório infantil e que variam conforme 
 
 
15 
 
a cultura regional apresentam-se como oportunidades privilegiadas 
para desenvolver habilidades no plano motor, como empinar pipas, 
jogar bolinhas de gude, atirar com estilingue, pular amarelinha, etc.”. 
 
Dessa forma, verificamos como o ambiente externo tem forte influência nos 
comportamento e condutas infantis, nesse caso, nossa atenção é para o ato 
motor e sua relação com as vivências adquiridas na cultura regional e local no 
qual estão inseridas. 
Evidentemente, as crianças que frequentam lugares e espaços amplos e 
próximos da natureza que favorecem a exploração da sua motricidade e 
expressão corporal terão mais facilidade nos jogos e brincadeiras que 
necessitem do corpo e do movimento. 
Por fim, segundo Costa e Cesana (2014), o movimento, a motricidade 
infantil e o campo da motricidade humana pertencem não somente a área da 
Educação Física, mas também a todas as áreas que trabalham como o 
movimento e, dessa forma, essa temática está integrada ao currículo escolar, 
considerando uma necessidade dessa faixa etária e, portanto, os subsídios 
oferecidos sobre movimento, motricidade e expressão corporal contribuirão para 
a elaboração de atividades motoras, conforme exigido pela LDB (BRASIL, 1996). 
 
1.5 Professor e seu papel de mediação nas brincadeiras que envolvem 
movimento 
 
No que se refere à atuação do professor como mediador do processo de 
exploração, é muito importante que o professor perceba as diversas 
possibilidades que a atividade motora pode oferecer para as crianças. Essa 
percepção pode ajudá-lo a favorecer as crianças a observarem seus recursos 
corporais, suas possibilidades e limitações, oferecendo-lhes subsídios para se 
expressarem livremente e aperfeiçoarem suas habilidades motoras. 
Vejamos o que nos orienta o Referencial Curricular Nacional para a 
Educação Infantil (1998, p. 39) sobre a conduta do professor: 
 
“O professor deve refletir sobre as solicitações corporais das crianças 
e sua atitude diante das manifestações da motricidade infantil, 
compreendendo seu caráter lúdico e expressivo. Além de refletir 
acerca das possibilidades posturais e motoras oferecidas no conjunto 
das atividades, é interessante planejar situações de trabalho voltadas 
para aspectos mais específicos do desenvolvimento corporal e motor. 
 
 
16 
 
Nessa perspectiva, o professor deverá avaliar constantemente o tempo 
de contenção motora ou de manutenção de uma mesma postura de 
maneira a adequar as atividades às possibilidades das crianças de 
diferentes idades”. 
 
Ao refletir sobre as solicitações corporais das crianças, o professor deve 
desenvolver um olhar atento e investigativo, buscando oferecer atividades que 
atuem especificamente para cada faixa etária conforme as possibilidades 
motoras. Como exemplo, podemos citar a diferença de atividades que devem ser 
planejadas para crianças com dois anos e para crianças com quatro anos. As 
crianças menores terão um tempo de atenção e concentração menor do que as 
crianças maiores e isso implica significativamente no alcance dos objetivos 
propostos para o desenvolvimento das atividades corporais. 
Outros fatores importantes que o professor deve estar atento são: a 
organização do espaço frequentado pelas crianças, a disposição e 
disponibilização dos materiais e o tempo – como já mencionamos acima – e, 
esses devem contribuir para que as manifestações motoras estejam interligadas 
nas mais variadas atividades planejadas para a rotina escolar das crianças. 
Dessa forma, os ambientes devem ser amplos o suficiente para receber as 
manifestações do corpo e do movimento infantil, e os brinquedos e materiais 
pedagógicos devem contribuir nas atividades de expressão corporal. 
Quando falamos da importância do papel da mediação do professor, 
estamos defendendo uma educação que deve caminhar para além da 
passividade docente, demonstrando sempre interesse e comprometimento com 
as crianças que lhes foram confiadas para estimular e desenvolver. 
Vejamos isso nas palavras de Costa e Cesana (2014, p. 109) quando dizem 
que: 
 
“Tratando-se de habilidades motoras, é importante enfatizar que sem 
experiências mediatizadas as habilidades motoras não emergem pela 
simples maturação cerebral e o professor de educação infantil tem, às 
suas mãos, o mais rico potencial motor a ser estimulado. Portanto, 
apenas observar a direção em que ocorrem as mudanças no 
comportamento motor não é atitude profissional responsável e, além 
de não contribuir para o desenvolvimento infantil, desqualifica a ação 
docente nos níveis escolares iniciais”. 
 
Nesse sentido, podemos constatar que toda prática pedagógica 
estimulante e exploratória é propulsora do desenvolvimento motor, pois provoca 
mudanças e favorece a integração entre a criança e o mundo ao seu redor. 
 
 
17 
 
Fica entendido que é papel do professor proporcionar estratégias e 
experiências específicas e globais, objetivando estímulos significativos para que 
toda criança possa desenvolver suas habilidades motoras. 
 
1.6 Organização do tempo e do espaço no trabalho com o movimento e a 
ludicidade 
 
Toda instituição escolar deve proporcionar às crianças espaços de livre 
circulação e que favoreçam os movimentos do corpo sem limitações e com 
segurança. Oferecer o contato com objetos que valorizem movimentos e 
produzam efeitos pedagógicos importantes às crianças também é tarefa da 
instituição escolar. 
A utilização de espelhos, por exemplo, se faz necessária para a construção 
da imagem corporal em brincadeiras nas quais as crianças podem se fantasiar 
e se observar. Da mesma forma, um estojo de maquiagem, roupas diversas e 
acessórios são excelente materiais que contribuem para o faz de conta. 
Com as crianças menores (zero a três anos), o momento do banho e da 
higienização, são ótimasoportunidades para explorar, reconhecer e identificar o 
próprio corpo. 
No que se refere ao espaço, o Referencial Curricular Nacional para a 
Educação Infantil (1998, p. 35) nos sugere: 
 
“O professor pode organizar o ambiente com materiais que propiciem 
a descoberta e exploração do movimento. Materiais que rolem pelo 
chão, como cilindros e bolas de diversos tamanhos, sugerem às 
crianças que se arrastem, engatinhem ou caminhem atrás deles ou 
ainda que rolem sobre eles. As bolas podem ser chutadas, lançadas, 
quicadas, etc. Túneis de pano sugerem às crianças que se abaixem e 
utilizem a força dos músculos dos braços e das pernas para percorrer 
seu interior. Móbiles e outros penduricalhos sugerem que as crianças 
exercitem a posição ereta, nas tentativas de erguer-se para tocá-los. 
Almofadas organizadas num ambiente com livros ou gibis e brinquedos 
convidam as crianças a sentarem ou deitarem, concentradas nas suas 
atividades”. 
 
Com essas e outras possibilidades elaboradas pelo professor será possível 
propor diversos movimentos nas mais variadas brincadeiras que acontecerão. 
Vale destacar que nesses momentos, o professor pode estimular posturas 
corporais diferentes e adequadas para cada momento, evitando permanecer por 
muito tempo em uma única posição. 
 
 
18 
 
Além do ambiente preparado, há os espaços externos que podem oferecer 
ricos momentos de exploração e contato com a natureza, podendo dessa forma, 
deixar que as crianças subam e desçam em árvores (com supervisão dos 
professores, é claro), rolem na grama, pulem morrinhos e outras situações que 
o terreno do espaço possa oferecer. 
Infelizmente, nem todas as escolas disponibilizam de um espaço amplo e 
próximo da natureza como foi mencionado acima, mas o olhar investigativo e 
inovador do professor é um fator diferenciado quando as limitações estruturais 
se fazem presentes nos centros de Educação Infantil. 
Nesse sentido, a questão central é a seguinte: Devemos incentivar e 
explorar os espaços (quais sejam eles) diariamente, sem que haja apenas um 
dia específico para desenvolver a atividade motora e corporal, ou somente 
“aplicar” a aula de psicomotricidade com as crianças. Todos os dias as crianças 
devem correr, pular, dançar, rolar, subir, descer e saltar. Essa atitude de 
manifestações da motricidade infantil deve ser uma constante no cotidiano das 
escolas, especialmente nas instituições de Educação Infantil. 
Por fim, entendemos também que esse trabalho com as crianças pequenas 
é repleto de desafios. Vejamos nas palavras de Costa e Cesana (2014, p. 115) 
esta afirmação: 
 
“Trabalhar com crianças pequenas pode constituir uma atividade muito 
agradável e recompensadora, pois essas são, costumeiramente, 
muitas amorosas e encantadoras. Porém, do ponto de vista do 
desenvolvimento e das necessidades da faixa etária dos zero aos três 
anos, esta empreitada constitui-se sempre um desafio, uma vez que, 
para os trabalhadores que se ocupam do cuidado de crianças 
pequenas, na sua maioria, educadores de nível médio, pedagogos ou 
professores especialistas, o contato com esse público se dá, muitas 
vezes, apenas quando já estão formados e entram no mercado de 
trabalho”. 
 
Além do exposto acima, os profissionais também são submetidos a classes 
com números excessivos de alunos, dificultando o trabalho pedagógico a ser 
realizado. Nesses momentos, os profissionais não sabem qual tarefa 
desempenhar primeiro: cuidar ou educar. No entanto, não é possível 
negligenciar o movimento nessa fase de desenvolvimento das crianças, então, 
buscar parcerias com os outros profissionais que atuam na escola (dialogar com 
seus pares, trocar ideias com o/a coordenador (a) pedagógico (a) e sugerir novas 
 
 
19 
 
formas de organizar as turmas) é um dos caminhos mais assertivos e coerentes 
a serem seguidos nessa situação. 
Finalizando, gostaria de compartilhar um texto chamado “Que histórias 
conta um corpo?” de Luciana Esmeralda Ostetto (2012, p. 124), que nos instiga 
e favorece inúmeras reflexões sobre o corpo e o movimento: 
 
“Corpo: texto a ser lido. Nele, estão inscrições, marcas, memórias: de 
regras, comportamentos, leis, imposições. No corpo, muitas histórias: 
de incorporações, redefinições, transmutações de um tempo e de um 
espaço. Que histórias conta um corpo? Os gestos, formas, posturas, o 
que dizem? Espaços do corpo no tempo. Espaços que educam o corpo 
no tempo: comprimindo, expandindo, prendendo, soltando, 
reproduzindo, criando gesto. Diferentes tempos, diversos corpos. 
Corpo objeto. Corpo metade. Corpo inteiro. Corpo fechado. Corpo 
aberto. Corpo sagrado. Corpo profano. Diferentes códigos, diversas 
imagens. Vemos, então: no mundo antigo, o corpo era criação divina, 
pertencia à ordem da natureza, funcionava no ritmo do universo. Ser 
humano era ser um corpo! Na modernidade, o corpo é fabricação, 
máquina ordenada, submetida às regras de civilidade. Ser humano é 
ter um corpo! Apartando o corpo da alma, a aparência é elevada e 
enquadrada em modelos, códigos de boa conduta, que definem modos 
de andar, gesticular, falar, olhar. Firmeza. Utilidade. Beleza”. (...) 
 
 
 
 
Importante 
 
De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (1998, 
p. 21): “As ações exploratórias permitem que o bebê descubra os limites e a 
unidade do próprio corpo, conquistas importantes no plano da consciência 
corporal. As ações em que procura descobrir o efeito de seus gestos sobre os 
objetos propiciam a coordenação sensório-motora, a partir de quando seus atos 
se tornam instrumentos para atingir fins situados no mundo exterior. Do ponto de 
vista das relações com o objeto, a grande conquista do primeiro ano de vida é o 
gesto de preensão, o qual se constitui em recurso com múltiplas possibilidades 
de aplicação. Aquisições como a preensão e a locomoção representam 
importantes conquistas no plano da motricidade objetiva. Consolidando-se como 
instrumentos de ação sobre o mundo, aprimoram-se conforme as oportunidades 
que se oferecem à criança de explorar o espaço, manipular objetos, realizar 
atividades diversificadas e desafiadoras”. 
 
Conclusão da aula 1 
 
Estudar a utilização da ludicidade e do movimento na escola é olhar de 
maneira mais atenta para essa possibilidade de trabalho pedagógico que deve 
estar presente nos processos de construção do conhecimento das escolas. 
 
 
20 
 
Dessa forma, é brincando que as crianças desenvolvem o ato motor, 
estimulam o pensamento abstrato, socializam e favorecem a linguagem oral, 
escrita e matemática. 
Vimos também que o movimento na Educação Infantil é a mola propulsora 
do desenvolvimento das crianças e que o professor tem seu papel importante de 
mediação nesse processo de aquisição das habilidades motoras. 
 
Mídias 
 
Vídeo: A importância do movimento na vida da criança: 
https://www.youtube.com/watch?v=wjtaVnPT49w 
 
Atividade de aprendizagem 
 
 
Fotografe diferentes ambientes de duas escolas de educação infantil e 
compare-os em relação ao: espaço livre oferecido às crianças, aos materiais 
disponíveis e à segurança do local. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saiba mais 
 
Link sobre a ludicidade e o movimento: 
http://www.webartigos.com/artigos/corpo-e-movimento-na-educacao-
infantil/25446/ 
Link sobre a escola da Vila: 
http://www.escoladavila.com.br/blog/?p=7623 
 
 
 
 
 
21 
 
Aula 2 – Jogos e brincadeiras para desenvolver a linguagem oral e escrita 
 
Apresentação da aula 2 
 
Recorrer aos jogos e às brincadeiras, com o objetivo de favorecer o 
processo de aquisição da linguagem oral e escrita, é acreditar nas possibilidades 
do trabalho lúdico. Nos jogos e nas brincadeiras, as crianças mobilizam seus 
pensamentos, elaboram hipóteses e utilizam-se da atividade simbólica para 
consolidar ideias e aprendizados, quais sejam eles. 
Vamos lá? 
 
2.1 Possibilidades de jogos e brincadeiras com recurso pedagógico no 
processo de alfabetização e letramentoApresentaremos a seguir algumas possibilidades de jogos, brincadeiras e 
atividades lúdicas que favorecerão os processos de alfabetização e letramento. 
Vale destacar que essas sugestões podem ser adaptadas conforme a faixa etária 
da turma com a qual se está trabalhando. Além disso, é possível elaborar novas 
possibilidades e variações dos jogos e brincadeiras, pois na temática da 
ludicidade nada é estanque e fechado. 
Ao explorar o alfabeto, é necessário que todo professor(a) observe 
atentamente suas variações e possibilidades de exploração para que as crianças 
recebam uma diversidade de estímulos, visando alcançar os objetivos propostos 
para cada faixa etária. 
Escolher as melhores atividades lúdicas ou brincadeiras que atendam às 
necessidades educativas consiste em um desafio diário do professor, pois essas 
atividades propostas sempre devem ser direcionadas e estar preocupadas com 
as dimensões lúdicas que foram detalhadas nas aulas anteriores desta 
disciplina. 
Além disso, é necessário que sejam desafiadoras, a ponto de avançar os 
níveis de desenvolvimentos das crianças, revelando os resultados nas ações 
mais simples e cotidianas da escola e da rotina da família. 
 
 
 
 
22 
 
2.1.1 Leitura na caixinha de fósforos 
 
A criança lê a palavra que está fora da caixinha e depois confere abrindo-a. Veja 
o modelo: 
 Caixinha de fósforo personalizada 
Fonte: https://www.pinterest.nz/pin/415034921895023181/ 
 
2.1.2 Correio de palavras 
 
Coleção de envelopes iguais com uma palavra escrita, por fora, e uma 
coleção de gravuras correspondentes. A brincadeira de envelopar as gravuras 
de acordo com o que está escrito por fora pode ser feita por duas ou mais 
crianças sentadas em volta de uma mesa. Ganha a que conseguir envelopar um 
número maior de envelopes. Pode haver palavras repetidas. A verificação, ao 
final por consulta ao vocabulário de apoio, deve ser estimulada pelo 
alfabetizador. 
Materiais necessários: envelopes, figuras variadas, papel contact. 
 
 Envelopes e figuras 
Fonte: https://1.bp.blogspot.com/_QrgR8ZIqA6M/RsjzyFyrAXI/AAAAAAAABS0/X8EH 
Ev9RPFQ/s320/correio.jpg 
 
 
 
 
 
 
23 
 
2.1.3 Jogo: “preguicinha oral” 
 
O seu processo é a leitura lenta, enunciando-se o som de cada letra, à 
medida que vai sendo descoberto, procurando-se emendar cada som emitido ao 
seguinte, como na palavra original. Não deixando que fiquem isolados. Após o 
término, releitura em velocidade normal. 
O aluno aprende a descobrir o valor sonoro de cada letra ou conjunto de 
letras, dentro do todo audiovisual da palavra inteira, sem isolá-las. 
Obs.: Confeccionar pelo menos 10 palavras. 
 
Palavras em envelopes personalizados 
Fonte: http://bp3.blogger.com/_QrgR8ZIqA6M/RscS0Fyq_5I/AAAAAAAABQc/_ZF 
CeNPKK-M/s1600-h/preg.jpg 
 
 Palavra escondida no envelope 
Fonte: http://bp2.blogger.com/_QrgR8ZIqA6M/RscSn1yq_3I/AAAAAAAABQM/7gGooL 
dbm2s/s1600/preg2.jpg 
 
2.1.4 Pescaria de letras (ou palavras) 
 
Montar vários peixes contendo as letras do alfabeto e simular um lago com 
uma caixa de papelão (ou uma piscina infantil) para que os alunos pesquem as 
http://bp3.blogger.com/_QrgR8ZIqA6M/RscS0Fyq_5I/AAAAAAAABQc/_ZFCeNPKK-M/s1600-h/preg.jpg
http://bp2.blogger.com/_QrgR8ZIqA6M/RscSn1yq_3I/AAAAAAAABQM/7gGooLdbm2s/s1600-h/preg2.jpg
 
 
24 
 
letras do alfabeto. A cada letra pescada, deve-se dizer o nome da letra e de uma 
palavra iniciada por ela. 
 
 Jogo de pesca 
Fonte: https://demonstre.com/wp-content/uploads/2019/01/pescar.jpg 
 
2.1.5 Alfabeto de rótulos 
 
Ao apresentar o alfabeto às crianças, é sempre recomendável que o 
construa pouco a pouco até que complete todas as letras pertencentes ao 
alfabeto. Associar a imagem ao som da letra também é uma das orientações 
importantes para que os alunos tenham a compreensão dos fonemas. 
Na atividade denominada “Alfabeto de rótulos”, é interessante que seja 
construído em um painel visível a todos os alunos, de modo que possam 
constantemente consultar a construção do alfabeto e suas associações, neste 
caso, com os rótulos. 
Em um primeiro momento, o professor(a) deve solicitar que as crianças 
tragam os rótulos de casa. É neste momento que a atividade terá início: ao 
selecionar os rótulos em conjunto com a família, é possível observar as letras e 
associá-las com outras palavras, por exemplo, o seu nome próprio e de seus 
familiares. 
 
 
 
Saiba Mais 
 
Realize a leitura do livro Jogar aprendendo: Contribuições dos Jogos no 
Processo de Letramento por Carina Cavaletti de Carvalho 
(http://www.profala.com/artpsico78.htm). 
 
 
 
25 
 
 Alfabeto de Rótulos 
Fonte: https://alunoon.com/preschool/atividades//Alfabeto/alfabeto/50b/1.jpg 
 
Em uma roda de conversa a professora pode estabelecer o passo a passo 
do trabalho com os rótulos: Inicialmente encontrar rótulos com algumas letras e 
depois avançar para outras, ou relacionar todos os rótulos trazidos de casa com 
todas as letras expostas no painel, etc. Essas variações deverão ser propostas 
pela professora, que pode avaliar o nível de aprendizado de seus alunos. Na 
medida em que as letras se completam com os rótulos, outros grupos de 
palavras podem ser agregados ao painel. 
 
2.1.6 Alfabeto com grampos de roupa 
 
Materiais necessários: Prendedores de roupa e Cabide. 
Para que essa atividade tenha resultados efetivos, é necessário que haja 
uma quantidade de prendedores de roupa correspondente ao número de letras 
do alfabeto. É indicado também que as crianças trabalhem em duplas para maior 
contato com o material e possibilidade de interação. 
Assim que os materiais são distribuídos, é importante que as crianças 
explorem e manuseiem antes de qualquer orientação mais pontual do 
professor(a). 
Posteriormente, o professor(a) pode dar as orientações simultaneamente 
às crianças e acompanhar as produções de cada dupla. Reconhecer e Identificar 
 
 
26 
 
 
as letras é um dos princípios básicos para avançar nas possibilidades de 
trabalho. 
Alfabeto com grampos de roupa 
Fonte: https://alunoon.com/preschool/atividades//Alfabeto/alfabeto/50b/22.jpg 
 
É possível explorar a construção de sílabas, palavras ou frases, relacionar 
letras com objetos da sala de aula ou de outros ambientes da escola, ordenar o 
alfabeto, sortear uma das letras e falar três outras palavras que iniciem com a 
mesma letra, enfim, há um leque de possibilidades que podem ser exploradas 
pelo professor(a) durante o trabalho coletivo com as crianças. 
 
2.1.7 Pingue-pongue do alfabeto 
 
Materiais necessários: Rolinhos de papel higiênico ou latas de 
achocolatado ou canos de PVC e bolinhas de pingue-pongue. 
É recomendável que a realização desta brincadeira seja realizada em um 
espaço amplo para que as crianças possam se deslocar ativamente. A 
quantidade de rolinhos de papel ou latas de achocolatado deve corresponder à 
quantidade de letras do alfabeto. As bolinhas podem (ou não) estar com letras 
identificadas com as letras, favorecendo assim a variação da atividade. 
 
 
27 
 
 
Pingue-pongue do Alfabeto 
 Fonte: https://alunoon.com/preschool/atividades//Alfabeto/alfabeto/50b/24.jpg 
 
O pingue pongue do alfabeto pode ser jogado da seguinte maneira: 
Arremessar quantas bolinhas considerar necessário (ou a quantidade 
definida pelo professor(a), até que encaixem-se nos tubos/rolinhos/canos. 
Sempre que as bolinhas entrarem, é importante verificar as letras para definir a 
ação a ser executada. É possível criar palavras com as duas letras (letra da 
bolinha + letra do rolinho/tubo/lata), fazer junções, escrever no caderno, no 
quadro, em papel bobina, quadro branco individual, etc. 
Essa brincadeira pode ser realizada com dois ou três grupos, de modo que 
ocorra uma competição entre eles, resultandona produção do maior número de 
sílabas ou palavras formadas por cada grupo. 
Ao final da atividade, é possível que as crianças criem uma história com a 
lista de palavras criadas por todos do grupo. 
Essa é uma brincadeira pedagógica em que haverá muita diversão e 
resultados satisfatórios, na certa! 
 
2.1.8 Formação de palavras no bambolê 
 
Materiais necessários: Pratos de papelão e bambolês. 
Essa brincadeira tem como objetivo principal de explorar a construção de 
sílabas e pequenas palavras. Inicialmente é necessário que o professor 
disponibilize a maior quantidade possível de pratos de papelão com letras e 
 
 
28 
 
pequenas sílabas coladas para que as crianças criem inúmeras possibilidades 
de junções. 
Posteriormente, os pratos de papelão devem ser colocados dentro dos 
bambolês, aleatoriamente, para que as crianças construam as junções e sílabas. 
 
 Formação de palavras no bambolê 
Fonte: https://alunoon.com/preschool/atividades//Alfabeto/alfabeto/50b/25.jpg 
 
Em um primeiro momento, sugere-se que cada criança tenha seu 
bambolê para que o professor possa fazer uma sondagem do desenvolvimento 
da linguagem oral e escrita e, posteriormente, é possível que a atividade seja 
realizada em dupla ou até mesmo em grupo. 
Um aspecto importante nesta brincadeira é que deve-se destinar ao 
mesmo tempo para a criação de junções para todos os alunos. Ao término do 
tempo estabelecido pelo professor(a), ocorrerá a socialização das sílabas e 
palavras construídas com as letras que foram disponibilizadas. 
Variações: Dependendo do nível de desenvolvimento das crianças da 
turma, é possível avançar nas possibilidades pedagógicas, por exemplo: 
Produzir frases com as palavras construídas, produzir rimas, trocar as palavras 
com os amigos, identificar as mesmas palavras produzidas por outro colega, etc. 
Por fim, há ainda que se destacar um fator determinante no sucesso das 
atividades que utilizam o recurso lúdico: a mediação do professor. O 
envolvimento do docente é fundamental para que as crianças se incluam, 
participem e sintam-se motivadas durante a realização da brincadeira. 
 
 
 
29 
 
2.1.9 – Varal de letras e mural imantado 
 
Materiais necessários: Varal feito de barbante, prendedores de roupa e 
letras produzidas em EVA ou mural produzido com chapa de alumínio ou aço e 
letras em EVA com imãs colados na parte de trás da letra. 
 Essa atividade é um recurso de aprendizagem da linguagem oral e escrita 
que, além de buscar ocupar o tempo ocioso daquelas crianças que já finalizaram 
a atividade em sala de aula, pretende favorecer a construção de palavras. 
 Geralmente, o varal das letras e o mural imantado são posicionados no 
final da sala de aula para que não se tornem uma distração para aqueles alunos 
que ainda estão finalizando suas atividades. É recomendável que toda sala de 
aula disponibilize vários recursos lúdicos para esses momentos para que as 
crianças se envolvam com produções mais significativas do que somente 
permanecer passivamente aguardando o docente iniciar outra atividade. 
Varal de letras 
Fonte: https://alunoon.com/preschool/atividades//Alfabeto/alfabeto/50b/49.jpg 
 
Variação: Ao identificar o grau de desenvolvimento da turma, o docente pode 
solicitar que as crianças construam frases, palavras, trechos de músicas e/ou 
poemas e poesias, nomes de seus familiares, nomes de grupo de animais, flores, 
objetos, etc. No varal de letras e no mural imantado. 
 
Conclusão da aula 2 
 
Vimos várias sugestões de atividades lúdicas que podem contemplar o 
desenvolvimento da linguagem oral e escrita. São atividades de recursos 
 
 
30 
 
variados, que podem ser confeccionados pelo próprio professor ou professora 
sem grandes custos e com a utilização de materiais alternativos. 
 
Atividade de aprendizagem 
 
 
Discussão em grupo (optativa). Observe atentamente as brincadeiras infantis 
e discuta sobre: De que forma as práticas de letramento estão inseridas no 
ato lúdico? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Amplie seus estudos 
 
Sugestão de leitura: 
Os jogos e o lúdico na aprendizagem escolar de Lino Macedo 
(http://srvd.grupoa.com.br/uploads/imagensExtra/legado/M/MACEDO_Lino_de/
Os_Jogos_e_o_L%C3%BAcido_na_Aprendizagem_Escolar/Liberado/Cap_01.p
df) 
 
Aula 3 – Planejamento de jogos matemáticos: propostas práticas para o 
trabalho com crianças pequenas 
 
Apresentação da aula 3 
 
Olá! Seja bem-vindo à terceira aula. Aqui você terá a oportunidade de 
pensar sobre o planejamento docente e aprender novas possibilidades de 
práticas matemáticas para serem realizadas com crianças da Educação Infantil. 
As atividades propostas a seguir pretendem proporcionar às crianças 
vivências com o pensar matemático para que realizem associações, 
 
 
31 
 
comparações, encontrem soluções para os problemas e relacionem objetos, 
símbolos e representações com a linguagem matemática. 
Vamos lá? 
 
3.1 – A importância da organização do tempo no trabalho do eixo 
matemático 
 
 A abordagem da linguagem matemática na Educação Infantil requer a 
definição de objetivos específicos para que possamos delinear as atividades a 
serem desenvolvidas. Nessa perspectiva, podemos pontuar o principal objetivo 
para as crianças de zero a três anos, que é estabelecer aproximações a algumas 
noções matemáticas presentes no seu cotidiano, como contagem e relações 
espaciais. 
Quando falamos de planejamento docente na educação matemática, não 
podemos negar que as ideias e propostas são carregadas de desafios. Isso 
acontece porque a linguagem matemática requer um planejamento diretivo e 
pontual para que os professores não caiam na armadilha de que somente a 
manipulação de jogos, regras ou peças garantam a aprendizagem do aluno. 
Nessa perspectiva, o jogo só se torna um recurso de aprendizagem 
quando há mediação por parte do professor e quando as situações de 
aprendizagem são minimamente pensadas e planejadas a ponto de a criança 
sentir-se ativa, estimulada e envolvida na atividade proposta. 
 As situações de aprendizagem podem ser propostas de três maneiras: 
permanentes, projetos e sequência de atividades. 
 
 
 
 Importante 
 
Para contextualizar as situações-problemas, é importante levar em consideração 
o conhecimento prévio das crianças no que se refere à linguagem matemática. 
 
 
 
 
 
 
32 
 
3.1.1 – Atividades permanentes 
 
As atividades permanentes se caracterizam pela sistematização de 
determinadas ações ou situações vivenciadas na escola e que contribuem para 
a organização do cotidiano como também para o aprendizado. Por exemplo: 
utilização do calendário, chamada da turma, distribuição de material, listar na 
lousa a quantidade e quais atividades serão realizadas pela turma no decorrer 
do período, interagir com os painéis da sala de aula (painel de lideranças, painel 
do tempo, painel dos aniversariantes, etc.), construção coletiva das regras da 
sala de aula, etc. 
Apesar de serem atividades regulares e mais sistemáticas, os professores 
devem ter o cuidado para contextualizá-las, de modo que se estabeleça um 
diálogo constante com as crianças durante a realização dessas atividades, para 
que se tornem significativas e desafiadoras. 
 
3.1.2 – Projetos 
 
De acordo com o RCN (1998, p. 237), “Os projetos são atividades 
articuladas com outras temáticas em torno da obtenção de um produto final”. 
Esse produto final visa ao trabalho coletivo, à articulação com outros temas e 
conteúdos que devem ser desenvolvidos em uma perspectiva interdisciplinar 
com os alunos da educação básica, especialmente com as crianças da 
Educação Infantil. A divisão de tarefas e responsabilidades oportuniza 
aprendizagens mais significativas, pois organizar um evento, uma aula passeio 
ou construir uma maquete são exemplos de projetos. 
 
3.1.3 – Sequência deatividades 
 
As sequências de atividades se caracterizam pela realização de uma série 
de ações planejadas e orientadas pelo professor(a) afim de alcançar um objetivo 
específico e definido. São sequenciadas para oferecer diferentes níveis e grau 
de complexidade ao aprendizado das crianças. 
Além das atividades escritas preparadas pelo professor(a) no caderno, no 
material didático adotado pela escola ou folhas avulsas, há um campo vasto de 
 
 
33 
 
atividades sequenciais a serem exploradas. Um exemplo, no RCN (1998), é a 
possibilidade de colecionar pequenos objetos como pedrinhas, tampinhas, 
folhas, conchas, figurinhas, etc. Semanalmente, as crianças podem trazer novas 
peças e agregar à coleção, fazendo sempre que necessário a recontagem e 
realizar o registro escrito em conjunto com os colegas e com a professora (esse 
registro pode ser coletivo e/ou individualmente). No momento do registro, o 
docente deve confrontar ideias, observar fatos, detalhes, identificar diferenças, 
igualdades, buscando novas formas de registro para que acompanhem o 
crescimento de sua(s) coleção(ões). 
À medida que a coleção aumenta, há a necessidade de repensar uma 
situação-problema, que é a nova forma de registro. Alguns questionamentos 
podem surgir: “Como registrar todas aquelas peças?”, “Qual número 
corresponde determinada quantidade?” Com esse encaminhamento dado pelo 
professor(a), podemos observar que o conhecimento adquirido pela criança 
resultará na busca para a solução de um problema e isso é questão fundamental 
na proposição de novos aprendizados na linguagem matemática. 
 
3.2 – Práticas lúdicas no ensino da matemática 
 
3.2.1 – Equilibrando bolas no lençol 
 
 Materiais necessários: Lençol e bolas de diferentes cores e tamanhos (se 
for possível, acrescente uma com guizo). 
 Objetivos: Desenvolver a coordenação motora, o equilíbrio, observar as 
formas geométricas presentes na atividade (bolas – círculo, lençol – quadrado), 
realizar a contagem numérica conforme as bolas que caem no chão e as que 
ficam no lençol, explorar os tamanhos e formas. 
 Desenvolvimento: O professor(a) deve selecionar uma música que 
estimule movimento lentos e rápidos ao mesmo tempo para que ocorra a 
variação sonora e, consequentemente, de movimentos. Durante a realização da 
atividade, as crianças devem movimentar o lençol sem deixar as bolas caírem 
ou podem movimentar o lençol de modo que todas as bolas sejam derrubadas. 
Vale lembrar que no lençol pode conter uma ou mais bolas, dependendo dos 
desafios propostos pelo professor(a). A contagem numérica, a observação de 
 
 
34 
 
cores e tamanhos são fatores importantes que o professor deve mediar na 
execução da atividade. 
 
 Mídias 
 
Assista à realização e opções de variação desta atividade nos vídeos a seguir: 
https://www.youtube.com/watch?v=5TyPg6YdmYM 
https://www.youtube.com/watch?v=WTsaBEVvtVw (Variação: futebol de tecido). 
 
3.2.2 - Construção de formas geométricas com argila ou massa de modelar 
 
Atividade retirada do livro: O trabalho pedagógico com crianças de até três 
anos. Org: Alessandra Arce – 2014. 
Materiais necessários: Massinha de modelar ou argila e forminhas. 
Objetivos: convidar as crianças a explicitarem as sensações que têm 
enquanto manipulam a argila e constroem formas geométricas tridimensionais. 
Desenvolvimento: em conversa imaginária com as crianças, Dona 
Bugiganga (Protótipo de robô confeccionado com caixas de papelão e outros 
materiais alternativos) se apresenta como um ser de outro planeta. Em seguida, 
solicita a construção de objetos que as crianças imaginam que existam no mundo 
de Dona Bugiganga. Segundo o robô, ao voltar para sua casa, pretende levar 
algo feito pelas crianças que moram no planeta terra. As crianças podem 
construir qualquer objeto, de qualquer forma, ou seja, o que quiserem. Depois 
de ouvirem e conversarem com o robô, começam a fazer as construções, ou 
seja, as esculturas. Após o término das obras, apresentam os objetos para todos, 
detalhando e nomeando os contornos. 
 
 Mídias 
 
Vejamos abaixo, nos vídeos apresentados, como acontece o contato e manuseio 
da argila: https://www.youtube.com/watch?v=BBioUrvaK8A 
 
 
 
35 
 
3.2.3 – Tijolos pedagógicos confeccionados com caixas de sapato ou 
caixa de leite 
 
Objetivos: Explorar a contagem numérica e quantidade; classificar caixas 
iguais pelo tamanho e cores; desenvolver competências matemáticas por meio 
da criação e construção utilizando os tijolos pedagógicos; estimular a criatividade 
por meio da livre construção. 
Materiais necessários: caixas de sapato, de diversos tamanhos, 
encapadas com diversas cores, especialmente as cores primárias. 
Desenvolvimento: As caixas devem estar disponibilizadas para manuseio 
das crianças em um espaço grande para que possam movimenta-se, dialogar, 
construir, levantar hipóteses e refutá-las. Depois de um período estabelecido 
pela professora, as crianças deverão explorar sua construção expondo suas 
ideias em uma roda de conversa. A professora deve incentivar o diálogo e 
realizar perguntas de modo que as crianças se sintam à vontade e abertas à 
exposição de suas criações. Na medida que as crianças se manifestam, a 
professora medeia as relações do sujeito com os objetos, fazendo suas 
intervenções, observações e questionamentos para que as crianças possam 
relacionar suas produções com a linguagem matemática. 
 
3.2.4 – Baú de surpresas 
 
 Materiais necessários: caixa grande contendo roupas de diversos 
tamanhos e cores variadas, peças grandes e pequenas, blocos lógicos, 
utensílios domésticos, palitos de sorvete, grampos de roupa e os objetos que o 
professor(a) considerar interessante para explorar com as crianças. 
Objetivos: Explorar cores, formas e tamanhos; classificar conforme a 
orientação da professora; criar personagens para socializar com o grupo. 
 Desenvolvimento: o “baú” deve ser aberto pelo professor(a) em uma roda 
coletiva para que todas as crianças observem o que contém no baú. Nesse 
momento a professora deverá dialogar com o grupo para que observem os 
objetos, fazendo as seguintes perguntas: quais objetos vocês estão 
visualizando? Quem tem esses objetos em casa? Para que servem? 
Posteriormente, o professor(a) solicitará para que as crianças agrupem os 
 
 
36 
 
objetos conforme cor e tamanho. Ex: Grandes vermelhos, médios amarelos e 
pequenos azuis. Por fim, os grupos formados deverão contar quantos objetos 
foram agrupados. 
Variação: a mesma atividade pode ser realizada com gravuras de 
diferentes gêneros (animais, plantas, flores, brinquedos, etc.) em que as crianças 
deverão agrupar, contar e dialogar sobre suas funções. 
 
3.3 - Propostas práticas para o trabalho com crianças de 4-5 anos 
 
 Segundo o RCN (1998), para esta fase do desenvolvimento da criança, o 
objetivo principal é aprofundar e ampliar os conhecimentos matemáticos, 
garantindo a aprendizagem de situações que alcancem os seguintes objetivos: 
 Reconhecer e valorizar os números, as operações matemáticas, 
contagens orais e as noções espaciais como ferramenta para seu 
cotidiano; 
 Comunicar ideias matemáticas, hipóteses e resultados encontrados em 
situações problemas; 
 Ter confiança em suas próprias estratégias e na sua capacidade para lidar 
com situações matemáticas novas utilizando seus conhecimentos 
prévios. 
 
Mídias 
 
A matemática na Educação Infantil: 
https://www.youtube.com/watch?v=1iJNr8999X0 
 
3.3.1 – Projeto gráfico saudável 
 
O projeto gráfico saudável tem uma proposta interdisciplinar, pois busca 
contemplar os eixos Natureza e Sociedade, Matemática e Linguagem oral e 
escrita. Compreender que o trabalho na Educação Infantil não deve ser 
fragmentado e descontextualizado da realidade das crianças é um princípio 
básico para que o planejamento das atividades tenha êxito e alcance os objetivos 
 
 
37 
 
propostos. Ao integrar as temáticasde estudo, o professor terá um leque de 
possibilidades de trabalho pedagógico para explorar com as crianças pequenas. 
A ideia inicial do gráfico saudável é que as crianças sejam estimuladas ao 
consumo de frutas no lanche da tarde, favorecendo uma mudança na qualidade 
da alimentação realizada em casa. 
Materiais necessários: Cartolina, canetinhas. 
Objetivos: Estimular a alimentação saudável; comparar o consumo de 
fruta entre os dias da semana; verificar as crianças que consomem mais frutas, 
incentivar as crianças para que tenham uma boa alimentação. 
Desenvolvimento: Para que as crianças possam visualizar, analisar e 
acompanhar o gráfico, é indicado que o professor(a) construa um painel/cartaz 
com os nomes de todas as crianças da turma. Dessa forma, todos poderão 
visualizar a quantidade de frutas consumidas e realizar a contagem numérica, 
comparações e operações básicas. A ideia é que as crianças tragam diariamente 
uma fruta para o lanche da manhã/tarde. Cada fruta ingerida valerá um ponto e, 
ao final da semana, a contagem será realizada. 
 
3.3.2 – Parlendas 
 
Objetivos: Utilizar a contagem oral nas brincadeiras e em situações nas 
quais as crianças reconheçam sua necessidade; recitar oralmente a sucessão 
dos números como forma de aproximação do sistema numérico. 
Desenvolvimento: O professor(a) pode fazer a seleção de parlendas e/ou 
jogos musicais que evidenciem a contagem numérica. Para a realização desta 
atividade, não há momento específico, mas é indicado priorizar os momentos 
como: a roda de conversa no início ou no final da aula e até mesmo em atividades 
manuais como as que envolvem a produção artística. Nesta atividade é possível 
desenvolver um trabalho interdisciplinar, pois, além da matemática, a linguagem 
oral e escrita está implícita nesta proposta. 
Sugestões de parlendas ou jogos musicais: 
a) A galinha do vizinho bota ovo amarelinho: bota um, bota dois, bota três, 
bota quatro, bota cinco, bota seis, bota sete, bota oito, bota nove e bota dez. 
 
 
38 
 
b) Um, dois, feijão com arroz; três, quatro, feijão no prato; cinco, seis, 
feijão inglês; sete, oito, comer biscoitos; nove, dez, comer pastéis. Como é bom 
contar até dez! 
 
3.3.3 – Minimercado na escola 
 
Materiais necessários: embalagens vazias de produtos de higiene, 
alimentação, etc. 
Objetivos: permitir que as crianças tenham contato com noções 
matemáticas e financeiras através de vivências de compras no minimercado; 
explorar grandezas, medidas e quantidades. 
Desenvolvimento: Inicialmente o professor(a) deverá fazer a mobilização 
das crianças, solicitando que todos tragam embalagens vazias de produtos 
alimentícios, de higiene e outros para a construção do minimercado. Nessa 
mobilização, a professora pode direcionar a quantidade de embalagens 
necessárias para cada criança e, dessa forma, construir uma bancada 
significativa de produtos. Posteriormente, é necessário que sejam 
disponibilizados os dinheirinhos para as crianças de modo que elas 
compreendam o valor das notas e saibam associar com o valor dos produtos. 
Esse é um bom tema de discussão para a roda de conversa. Em seguida, é 
interessante estabelecer uma frequência de visita ao minimercado. Talvez uma 
vez na semana seja o indicado, mas cada sala de aula pode definir isso conforme 
o planejamento do trabalho. Após as compras, é interessante que se realize uma 
nova roda de conversa para que as crianças exponham suas conquistas, 
aprendizados e dificuldades durante o processo de compra. 
Por fim, não podemos esquecer que o professor(a) é peça fundamental 
nesse processo de mediação dos aprendizados das noções matemáticas nessa 
atividade denominada de minimercado. 
Observe, no vídeo abaixo, como a professora realiza a mediação para que 
as crianças possam comprar seus produtos no minimercado. 
https://www.youtube.com/watch?v=2Dbx6X-quuM 
 
 
 
 
 
39 
 
3.3.4 – Atividades de culinária e construção de um livro de receitas 
 
Materiais necessários: local adequado para manipular os alimentos; toca 
individual higiênica de proteção; panelas, xícaras, colheres e os alimentos que 
farão parte da receita. 
Objetivos: Explorar diferentes procedimentos para comparar grandezas, 
quantidades, medidas. 
Desenvolvimento: Inicialmente o professor(a) deve solicitar que cada 
criança traga de casa uma receita. Posteriormente, as receitas serão produzidas 
aos poucos conforme o planejamento realizado pelo docente. Vale destacar que 
atividades de culinária possibilitam um rico trabalho, envolvendo diferentes 
unidades de medidas, como o tempo de cozimento e a quantidade de 
ingredientes: litro, quilograma, colher, xícara, pitada, etc. A comparação de 
comprimentos, pesos e capacidades, a marcação de tempo e a noção de 
temperatura são experimentadas desde cedo pelas crianças pequenas, 
permitindo-lhes pensar sobre as características opostas das grandezas e 
objetos, como grande/pequeno, comprido/curto, longe/perto, muito/pouco, 
quente/frio, etc. O diálogo e a mediação do professor no momento de produção 
das receitas é fator essencial para que as crianças compreendam o conteúdo 
que está implícito na realização da atividade. 
 
 Mídias 
 
Observe, no vídeo abaixo, como a professora conduz a atividade culinária com 
as crianças da educação Infantil. 
https://www.youtube.com/watch?v=SsjJWTZWldk 
 
Saiba mais 
 
Leitura complementar: O Jogo e a Educação Infantil - Tizuko Morchida Kishimoto 
https://www.inesul.edu.br/professor/arquivos_alunos/doc_1311627204.pdf 
 
 
 
 
40 
 
 
Conclusão da aula 3 
 
As sugestões de atividades propostas na aula de número três 
perpassaram por vários aspectos importantes quando tratamos da educação 
matemática. Desde a proposição de brincadeiras que contemplem a contagem 
até brincadeiras que favorecem as noções mais elementares deste campo do 
conhecimento. 
 
Atividade de aprendizagem 
 
 
Observe atentamente uma classe de crianças da Educação Infantil. Tente 
listar três tarefas ou atividades relacionadas à educação matemática em que 
as crianças ainda não realizam sozinhas. Ao identificar, você estará 
analisando qual a melhor maneira de propor jogos e brincadeiras para a faixa 
etária observada. 
 
 
 
 
Aula 4 – Práticas pedagógicas lúdicas e inclusivas na dinâmica da sala 
 
Apresentação da aula 4 
Olá! Sejam bem-vindos à aula 4. Nela, vamos conhecer e debater sobre 
algumas práticas inclusivas e sugestões de jogos pedagógicos necessários para 
o desenvolvimento do trabalho educativo nas salas de aula ou nas salas de 
Recursos Multifuncionais. 
Vamos lá? 
 
4.1 – Educação para todos e a educação especial 
 
Inicialmente, não podemos deixar de destacar as decisões tomadas na 
LDB 9394/96 acerca da Educação Especial quando esta ficou definida como uma 
modalidade da educação escolar que perpassa todas as etapas e níveis de 
ensino por meio da Resolução do CNE 02/2001 em que regulamentou os artigos 
 
 
41 
 
58, 59 e 60, garantindo aos alunos com necessidades educacionais especiais o 
direito de acesso e permanência no sistema regular de ensino. 
A figura abaixo revela e ilustra como a educação especial deve-se fazer 
presente nos níveis de ensino. 
 Observe: 
 
 
 Esquema da educação especial 
Fonte: BRASIL, (2003). Estratégias para a educação de alunos com necessidades 
educacionais especiais. Brasília, p. 4. 
 
Mídias 
 
Educação Especial – MEC: https://www.youtube.com/watch?v=T5E_8ct-JEA 
Inclusão: o que as escolas precisam mudar?: 
https://www.youtube.com/watch?v=ieasHdgWDJA 
 
Entende-se que ainda há muitos desafios a serem superados, 
especialmente no que se refere à formação dos professores para atuar com a 
inclusão, no entanto, os avanços das políticas públicas foram significativos e não 
podem ser desconsiderados. 
Ao tratar de educação para todos, quais aspectos devem ser colocados 
em pauta? Sem dúvida,o primeiro deles é o reconhecimento da diversidade 
existente na população escolar de modo que as propostas pedagógicas 
valorizem todos os tipos de capacidades presentes na escola; que respeitem os 
diversos tipos e ritmos de aprendizagem dos educandos; que adotem 
 
 
42 
 
metodologias diversificadas e motivadoras e que avaliem os estudantes em uma 
perspectiva processual e emancipatória. 
Há ainda que considerarmos que a sociedade em geral é tomada por uma 
resistência, no que se refere aos níveis de inclusão e integração de todas as 
pessoas (independente de raça, cor, condição social, crença religiosa, etc.), na 
escola e nos espaços coletivos em geral. 
No documento do Ministério da Educação da secretaria de Educação 
Especial “Saberes e práticas da inclusão” (BRASIL, 2003), se afirma que: “Para 
incluir todas as pessoas, a sociedade deve ser modificada, devendo firmar a 
convivência no contexto diversidade humana, bem como aceitar e valorizar a 
contribuição de cada um conforme suas condições pessoais”. 
Há ainda que se pensar que a escola e a sociedade focalizam a eficiência 
como condição individual de sucesso estudantil e, essa concepção, tem 
caminhado em sentido oposto à proposta de valorização da diversidade de 
formas de pensar e aprender dos estudantes. 
Nessa perspectiva, vale lembrar que a diversidade existente na 
comunidade escolar contempla um vasto campo de características, como, por 
exemplo: Crianças e adolescentes com condições físicas, intelectuais, sociais, 
emocionais e sensoriais bem diferenciadas; crianças trabalhadoras ou que vivem 
nas ruas; crianças de minorias linguísticas, étnicas ou culturais, etc. 
Dessa forma, a expressão necessidades educacionais especiais está 
associada à capacidade ou dificuldade que as crianças e jovens têm em 
aprender e não, necessariamente, a deficiência. 
 
4.2 – Práticas pedagógicas e o lúdico a serviço da educação inclusiva e da 
diversidade 
 
Buscar a diversidade de recursos e materiais pedagógicos que favoreçam 
o trabalho nas salas de recursos multifuncionais ou nas salas de aulas regulares 
faz parte de uma pesquisa constante por parte do professor na investigação e 
criação de jogos e brincadeiras que valorizem o pensamento criativo, o 
desenvolvimento de estratégias, o raciocínio lógico, entre outros objetivos a 
serem alcançados. 
 
 
43 
 
Essa tarefa consiste em um trabalho de olhar atento e detalhado para que 
os jogos e brincadeiras atendam às necessidades existentes tanto na sala de 
aula regular quanto nas salas de Atendimento Educacional Especializado (AEE). 
Inicialmente, devemos destacar que esses materiais devem obedecer aos 
critérios de tamanho, espessura, cor e peso de acordo com as habilidades 
motoras e sensoriais de que cada aluno dispõe, favorecendo o manuseio e a 
interação com o professor ou os colegas de classe. 
Portanto, o trabalho do professor em uma postura de mediador e 
incentivador da aprendizagem é fator essencial na conquista de bons resultados 
do trabalho com jogos e brincadeiras a serviço da educação inclusiva. 
Acompanhar o desenvolvimento dos alunos é saber quais são as 
necessidades específicas de cada um para definir em que se deve atuar, é ter a 
percepção de que fatores físicos, psicológicos, biológicos, em alguns momentos, 
terão influência na aplicação da atividade e nem sempre alcançarão os mesmos 
objetivos propostos para os alunos de classes regulares. 
Um outro fator significativo na escolha ou elaboração de práticas inclusiva 
ou jogos pedagógicos é a variedade de temas e disciplinas que devem ser 
propostos, pois oportunizar o debate, o diálogo e estudo de assuntos variados é 
proporcionar uma leitura de mundo que aguça os sentidos dos estudantes. 
Há ainda que se considerar as estratégias de comunicação assistiva, 
que é a comunicação alternativa destinada às pessoas que não falam ou não 
usam a escrita funcional para comunicar-se. Os auxílios externos são utilizados 
para possibilitar a comunicação efetiva por meio de cartões de comunicação, 
pranchas de comunicação, prancha de palavras ou letras para que o estudante 
tenha um repertório de falas, podendo expressar da melhor forma possível seus 
anseios, suas necessidades, seus desejos, suas vontades e seus aprendizados. 
 
4.3 – Sugestões de atividades 
 
Antes de produzir os materiais para qualquer atividade lúdica, é 
importante que o professor observe atentamente aos critérios recomendados: 
tamanho; espessura; cor e peso; de acordo com as habilidades motoras e 
sensoriais de que cada aluno dispõe, favorecendo assim, o manuseio e a 
interação com o professor ou os colegas de classe. Produzir materiais para as 
 
 
44 
 
salas de recursos ou salas de aula regulares que tenham alunos com 
necessidades educativas especiais. Ao preocupar-se com essas questões, as 
chances de melhores resultados aumentam e tanto alunos quanto professores 
podem alcançar seus objetivos educativos. 
Vale destacar que as atividades e projetos sugeridos na próxima página 
visam ao desenvolvimento de todos os alunos, no entanto, devemos sempre 
considerar a presença dos estudantes com necessidades educativas especiais 
que fazem parte do grupo, tornando-os pertencentes e incluídos em todas as 
atividades propostas. O olhar atento e inclusivo do docente fará a diferença na 
realização das práticas educativas e contribuirá para a valorização da 
diversidade na escola. 
 
4.3.1 - Jogo pega flor 
 
Materiais necessários: palitos de sorvete, palavras impressas, desenhos 
correspondentes às palavras. 
Esta brincadeira tem o objetivo de desenvolver as seguintes habilidades: 
saber relacionar palavras e símbolos; desenvolver a leitura; estimular atenção; 
trabalhar em grupo. 
Desenvolvimento: ao ler uma das palavras propostas pelo professor, as 
crianças deverão “grudar” na palma da mão (produzida pelo professor) a figura 
correspondente e, logo em seguida, colar a palavra. É necessário que as 
crianças estejam atentas à palavra, pois aquela que captar mais desenhos será 
o vencedor. Sugere-se que essa atividade seja realizada em duplas para melhor 
interação e desempenho dos participantes. 
Assista, abaixo, ao vídeo desta brincadeira: 
https://www.youtube.com/watch?v=CYtmZ-53lTM 
 
4.3.2 - Projeto: somos diferentes! 
 
Objetivo geral: Criar personagens em balão. 
Nesta atividade, que é indicada para crianças de cinco a dez anos de 
idade, um dos objetivos propostos é aprimorar a coordenação motora fina, pois 
a criação do personagem necessita de colocação dos olhos, cabelos, acessórios 
 
 
45 
 
e tudo mais que a criança desejar e conforme o material que a professora 
disponibilizar. Um segundo objetivo é desenvolver um olhar para a criação de 
personagens, respeitando as diferenças e características criadas por seus 
idealizadores. Além desses dois objetivos principais, é possível explorar vários 
aspectos, tais como: desenvolvimento da criatividade e o espírito colaborativo; 
criação de enredos e histórias com personagens da vida real; incentivo ao 
trabalho artístico e artesanal; percepção e respeito à pluralidade cultural 
existente no âmbito escolar; desenvolvimento da expressão corporal por meio 
do teatro a ser realizado após a produção dos personagens. 
A professora deverá mobilizar a turma para a realização da atividade. 
Esse fator de motivação por parte do professor é algo fundamental na proposição 
de um trabalho pedagógico que integre diferentes linguagens. 
 Vale destacar mais uma vez que a ideia de construir um personagem no 
balão perpassa vários objetivos e funções: pensar nas possibilidades de criação 
dos personagens, criar seu estilo e visual; manipular pequenos materiais (lã, 
lantejoulas, E.V.A., tecidos, botões, etc.) e, dessa forma, desenvolver e/ou 
aprimorar a coordenadora motora fina; construir, coletivamente, um enredo para 
a história com mediação da professora; e desenvolver a expressão

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