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BOAS PRÁTICAS NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA Profª MSc. Edina Raquel Meneses FACULDADE COSMOPOLITA Legislação em microbiologia RDC 302/2005 dispõe sobre regulamento técnico para funcionamento de laboratórios clínicos, e define os requisitos para o funcionamento dos laboratórios clínicos e postos de coleta laboratorial públicos ou privados que realizam atividades na área de análises clínicas, patologia clínica e citologia Define que todo laboratório deve dispor de uma estrutura organizacional documentada, registro e qualificação de seus profissionais, e instruções escritas e atualizadas de todos os processos operacionais e técnicos implantados; Há regras estabelecidas pelo regulamento para a fase analítica, para garantia da qualidade, segurança, rapidez e rastreabilidade do exame, e também sobre a qualidade do laudo liberado. Noções Gerais para Boas Práticas na Microbiologia Clínica (anvisa.gov.br) http://anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo1/importancia2.htm Legislação em microbiologia RDC 302/2005 Todo laboratório deve possuir um profissional legalmente habilitado como responsável técnico, que, junto com a direção, é responsável pelo planejamento, implementação e garantia da qualidade dos processos, incluindo: Noções Gerais para Boas Práticas na Microbiologia Clínica (anvisa.gov.br) Equipe técnica e os recursos necessários para desempenho de suas atribuições; Proteção das informações confidenciais dos pacientes; Supervisão dos processos, que deve ser exercida por um profissional de nível superior e habilitado para a função; Equipamentos, reagentes, insumos e produtos utilizados para diagnóstico de uso in vitro, em conformidade com a legislação vigente; Técnicas conforme recomendações do fabricante ou com base científica comprovada; Garantia de rastreabilidade de todos os processos. http://anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo1/importancia2.htm Legislação em microbiologia RDC 50/2002 dispõe sobre o regulamento técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Noções Gerais para Boas Práticas na Microbiologia Clínica (anvisa.gov.br) Circulações externas e internas; Condições ambientais de conforto; Condições ambientais de controle de infecção hospitalar; Instalações prediais ordinárias e especiais; Condições de segurança contra incêndio. http://anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo1/importancia2.htm Legislação em microbiologia RDC 306/2004 dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde, RSS. O gerenciamento dos RSS constitui-se em procedimentos de gestão, a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, para minimizar a produção de resíduos e seu encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, à preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. Todo gerador deve elaborar um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS. Este deve ser elaborado de forma compatível com as normas locais relativas à coleta, transporte e disposição final dos resíduos gerados nos serviços de saúde, estabelecidas pelos órgãos locais responsáveis por todas as etapas. Noções Gerais para Boas Práticas na Microbiologia Clínica (anvisa.gov.br) http://anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo1/importancia2.htm Legislação em microbiologia Noções Gerais para Boas Práticas na Microbiologia Clínica (anvisa.gov.br) http://anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo1/importancia2.htm O laboratório de microbiologia tem uma enorme responsabilidade para que a execução dos processos seja segura com o resíduo gerado. Portanto, tem responsabilidade com a qualidade dos seus exames e também com a saúde dos seus colaboradores, e em evitar a contaminação do ambiente interno e externo. Além disto, ele é regido por leis e normas que devem ser rigorosamente seguidas para que possa estar em conformidade com as exigências legais estabelecidas pelos órgãos fiscalizadores competentes. Legislação em microbiologia PORTARIA Nº 5, DE 21 DE FEVEREIRO DE 2006 Regulamenta que faz parte das atribuições do laboratório a notificação de doenças da relação nacional de notificação compulsória; Define doenças de notificação imediata; Fornece a relação dos resultados laboratoriais que devem ser notificados pelos Laboratórios de Referência Nacional ou Regional e normas para notificação de casos; Apresenta a lista Nacional de Doenças e Agravos de Notificação Compulsória. Noções Gerais para Boas Práticas na Microbiologia Clínica (anvisa.gov.br) http://anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/boas_praticas/modulo1/importancia2.htm Elaborar e viabilizar normas para colheita, conservação e transporte de material de interesse clínico; Estabelecer e executar rotinas microbiológicas, dentro dos padrões técnico-científicos vigentes, que permitam o isolamento e identificação dos principais agentes infecciosos de importância clínica, por gênero e, se possível, por espécie; Determinar a sensibilidade às drogas antimicrobianas; Efetuar o controle de qualidade de suas atividades e dos processos de esterilização; Atividades básicas de um Laboratório de Microbiologia Divulgar e pôr em prática normas de biossegurança; Participar junto com a Comissão de Controle de Infecção Hospitalar do rastreamento epidemiológico dos surtos de infecção hospitalar; Fornecer periodicamente dados relacionados com a etiologia das infecções hospitalares e da resistência às drogas; Executar outras atividades afins de natureza não rotineira e de relevância em determinadas situações como, por exemplo, estudos microbiológicos de materiais inanimados, portadores, desinfetantes, etc Atividades básicas de um Laboratório de Microbiologia FASES DO CICLO DIAGNÓSTICO Fases do Ciclo Diagnóstico Requisição Coleta do material: paciente ou ambiente laboratorial Transporte Processos de validação e liberação de laudos (Lab) Recebimento do resultado final, interpretação e decisão (médico) I Fase Pré-analítica III Fase Pós-analítica Execução do exame II Fase analítica REQUISIÇÃO requisição inadequada da análise laboratorial EXECUÇÃO DOS TESTES falhas técnicas no processamento da análise; má interpretação dos resultados HIPÓTESE DIAGNÓSTICA mal elaborada, informações mal colhidas, incompletas, ou não, devidamente interpretadas, etc.; COLETA RESULTADOS coleta, conservação e transporte inadequados; demora na liberação de resultado Fases do Ciclo Diagnóstico Fatores que podem comprometer o exame microbiológico Requisição Médica Requisição Médica COLETA DE AMOSTRAS O tipo e a qualidade da amostra biológica A assepsia na coleta e o volume da amostra Evitar o contato prolongado dos microrganismos com anestésicos utilizados durante a coleta, pois eles poderão exercer atividade bactericida. momento 01 Se possível, Colher antes da antibioticoterapia. Instruir o paciente sobre o procedimento. preparação 02 Observar a antissepsia na coleta de todos os materiais clínicos. topografia 03 Colher do local onde o microrganismo suspeito tenha maior probabilidade de ser isolado. estágio 04 Considerar o estágio da doença na escolha do material. COLETA DE AMOSTRAS TRANSPORTE DE AMOSTRAS Transporte IMEDIATO das amostras ao laboratório para assegurar a sobrevivência e isolamento do microrganismo (viabilidade dos microrganismos) Atenção para o meio de transporte e/ou solução adequados para o transporte e conservação da amostra clínica TRANSPORTE DE AMOSTRAS A amostra de paciente deve ser transportada e preservada em recipiente isotérmico, quando requerido, higienizável, impermeável, garantindoa sua estabilidade desde a coleta até a realização do exame, identificado com a simbologia de risco biológico, com os dizeres “Espécimes para Diagnóstico” e com nome do laboratório responsável pelo envio. TEMPO MÁXIMO ENTRE A COLETA E O PROCESSAMENTO DE AMOSTRAS PARA ANÁLISES MICROBIOLÓGICAS TRANSPORTE INADEQUADO DE AMOSTRAS TRANSPORTE INADEQUADO DE AMOSTRAS Motivos de rejeição / Erros no exame Motivos de rejeição / Erros no exame FASE ANALÍTICA soro fisiológico - 0,85% de cloreto de sódio), Permite observar a morfologia bacteriana e avaliar a existência de motilidade. Usada para pesquisa a fresco de Trichomonas em secreções, fungos (leveduriformes ou filamentosos) e em diferentes materiais, etc. DIRETO SEM COLORAÇÃO Hidróxido de Potássio Material: hidróxido de potássio em solução aquosa a 10% ou 20%, lâmina e lamínula. É usado para pesquisa de fungos (leveduriformes e particularmente fila- mentosos) em material biológico na presença de muco, restos celulares, pêlos, unhas, etc., por facilitar a microscopia, dissolvendo a queratina e o muco, destacando as estruturas fúngicas, quando presentes. SALINA KOH Exames microscópicos e colorações é usada para classificar bactérias com base no tamanho, morfologia celular e comportamento diante dos corantes. No laboratório de microbiologia clínica é um teste adicional rápido para o diagnóstico de agentes infecciosos, sendo também utilizado para avaliar a qualidade da amostra clínica analisada. COLORAÇÕES A parede celular das micobactérias possuem alto teor de lipídeos, principalmente ácido micólico, que tornam as mesmas difíceis de serem coradas por métodos convencionais, sendo necessário a utilização do método de Ziehl-Neelsen. Uma vez sendo coradas, entretanto, estas bactérias resistem à descoloração até mesmo por solventes orgânicos fortes, como o álcool-ácido. Por esta razão estas bactérias são chamadas de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR). COLORAÇÃO DE GRAM COLORAÇÃO DE ZIEHL-NEELSEN Exames microscópicos e colorações Trabalhar com total rigor no que diz respeito à manipulação das amostras de forma asséptica é imprescindível para alcançar sucesso experimental ou êxito no diagnóstico. PREMISSA FUNDAMENTAL CULTURAS Seleção de meios de cultura Transferência e cultura das amostras clinicas Interpretação das culturas e análise dos resultados MEIOS DE CULTURA O meio de cultura consiste em um material nutritivo, preparado em laboratório, que se destina ao cultivo artificial dos microrganismos, devendo, portanto, fornecer os nutrientes indispensáveis a seu crescimento. Tem as seguintes características: MEIOS DE CULTURA Quanto ao estado: Líquidos – Também chamados de caldos; Crescimento indiscriminado com turvação do meio; Sólidos - Produzidos com o acréscimo de ágar ao meio líquido; Crescimentos de colônias isoladas, muito utilizado para culturas puras; Semi-sólidos – Adição de menor quantidade de ágar, Mobilidade bacteriana – série de provas bioquímicas. MEIOS DE CULTURA Classificação dos MEIOS DE CULTURA MEIO DE ENRIQUECIMENTO rico em nutrientes, com a finalidade de permitir que as bactérias contidas em uma amostra clínica aumentem em número. MEIO DE TRANSPORTE meio pouco nutriente; mantém o pH favorável, previne a desidratação de secreções durante o transporte e evita a oxidação (agente redutor) e autodestruição enzimática dos patógenos presentes. Classificação dos MEIOS DE CULTURA MEIO DE ENRIQUECIMENTO MEIO DE TRANSPORTE Classificação dos MEIOS DE CULTURA MEIO SELETIVO utilizados para o isolamento de um grupo particular de microrganismos, são adicionados de substâncias químicas que vão propiciar o desenvolvimento dos microrganismos de interesse e inibirão o desenvolvimento dos microrganismos acompanhantes . MEIO DIFERENCIAL são formulados para evidenciar uma característica bioquímica ou fisiológica do microrganismo de interesse, possibilitando diferenciar suas colônias das de outros microrganismos que se desenvolvam na mesma placa. ●MEIO DIFERENCIAL Classificação dos MEIOS DE CULTURA - MEIOS NÃO SELETIVOS Seleção dos meios de CULTURAS Atualmente, o mais comum é a aquisição de meios préfabricados e fornecidos de forma desidratada, sendo necessário apenas a pesagem criteriosa da quantidade necessária ao volume desejado, seguido de dissolução e esterilização. Isolamento de CULTURAS Dentre as técnicas conhecidas para o isolamento de microrganismos em cultura pura, as mais comumente utilizadas são a técnica do esgotamento e a técnica das diluições em placas. ●TÉCNICA DO ESGOTAMENTO O sucesso do procedimento será garantido levando-se em conta as seguintes observações: ■Realizar o maior número de estrias possível ■Não perfurar ou rasgar o meio de ágar ■Não voltar com a alça sobre as estrias, sobrepondo-as ■Iniciar a semeadura com uma pequena quantidade de material na alça de inoculação. Notar a presença de crescimento confluente na região correspondente ao início do procedimento e de colônias isoladas no final do processo. ●TÉCNICA DA DILUIÇÃO EM PLACAS a partir de uma amostra líquida (água, leite, urina ou outra) ou da homogeneização inicial da amostra em um diluente apropriado, são realizadas diluições sucessivas, nas quais 1 mℓ de cada diluição é adicionado a 9 mℓ de salina, em sequência. Após plaqueamento e incubação, é feita a contagem na placa onde o número de colônias é mais apropriado. ●TÉCNICA DA DILUIÇÃO EM PLACAS VERMELHO, A. B., PRÁTICAS de microbiologia. 2. Rio de Janeiro Guanabara Koogan 2019 AVALIAÇÃO MACROSCÓPICA DAS COLÔNIAS diâmetro em milímetros branca, amarela, preta, rosada, laranja, bege, etc TAMANHO COR brilhante, opaca opaca, translúcida, transparente SUPERFÍCIE DENSIDADE FORMA Puntiforme, circular, filamentosa, irregular, rizóide Edina Raquel raquelmeneses15 raquelmeneses15
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