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 Plano de Aula: 13 - Teoria e Prática da Narrativa JurÃdica TEORIA E PRÃ�TICA DA NARRATIVA JURÃ�DICA TÃtulo 13 - Teoria e Prática da Narrativa JurÃdica Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 13 Tema Fundamentação simples. Objetivos O aluno deverá ser capaz de: - Diferenciar casos concretos simples de casos concretos complexos; - Redigir diferentes intróitos para a fundamentação simples das peças processuais; - Identificar os argumentos que devem compor a estrutura da fundamentação simples; - Redigir todos esses argumentos, inclusive os já produzidos no encontro anterior. Estrutura do Conteúdo 1. Fundamentação simples 1.1. Argumento pró-tese 1.2. Argumento de oposição 1.3. Argumento de autoridade 2. Diferentes tipos de intróito 3. Coesão e coerência textuais aplicadas ao texto jurÃdico argumentativo: noções elementares Aplicação Prática Teórica  A fundamentação simples é aquela em que a subsunção do fato à norma mostra-se suficiente para resolver o caso concreto. Na verdade, os casos concertos simples são aqueles cuja fundamentação pode ser realizada apenas com um argumento pró-tese, um argumento de autoridade e um argumento de oposição. Os casos concretos complexos exigem estrutura argumentativa muito mais elaborada, a qual somente será trabalhada em Teoria e Prática da Argumentação JurÃdica. O argumento pró-tese caracteriza-se por ser extraÃdo dos fatos reais contidos na narrativa. Deve ser o primeiro argumento a compor a fundamentação simples. A estrutura adequada para desenvolvê-lo seria: Tese + porque + e também + além disso. Cada um desses elos coesivos introduz fatos distintos favoráveis à tese escolhida. O argumento de autoridade é aquele constituÃdo com base na legislação, na doutrina, na jurisprudência e/ou em pesquisas cientÃficas comprovadas. O argumento de oposição apóia-se no uso dos operadores argumentativos concessivos e adversativos, essa estratégia permite antecipar as possÃveis manobras discursivas que formarão a argumentação da outra parte durante a busca de solução jurisdicional para o conflito, enfraquecendo, assim, os fundamentos mais fortes da parte oposta. Compõe-se da introdução de uma perspectiva oposta ao ponto de vista defendido pelo argumentador, admitindo-a como uma possibilidade de conclusão para, depois, apresentar, como argumento decisório, a perspectiva contrária.  TEXTO FAMÃ�LIA DE ESTILISTA QUE MORREU APÓS PARTO PROCESSARÃ� MÉDICO E CLÃ�NICA O Globo, 29/08/2008 Ronaldo Braga A famÃlia da estilista Bárbara Pereira da Silva, de 30 anos, que morreu em 21/08/2008, após complicações no parto, decidiu processar o médico que a atendeu e a Casa de Saúde Saúde Total, onde ela estava internada. Segundo o advogado Joaquim Freitas, a idéia é pedir uma indenização ao obstetra e ginecologista Eduardo Serrão e ao hospital. Segundo a famÃlia, Bárbara, uma das sócias da grife infanto-juvenil Dominó, não foi socorrida imediatamente ao apresentar hemorragia interna. Ela teria ficado um perÃodo no quarto, mesmo com sangramento. De acordo com Joaquim Freitas, a famÃlia vai ajuizar ação por conta dos erros do médico e das enfermeiras da clÃnica. — A famÃlia está arrasada. A vÃtima era jovem e aconteceram erros que são inadmissÃveis.— explicou o advogado Joaquim Freitas. Entre as falhas que a famÃlia aponta estaria a desatenção em relação ao tipo de sangue da paciente, AB+, que, segundo o advogado, merece cuidados redobrados: — Quando um hospital ou uma clÃnica recebe uma pessoa que tem esse tipo de sangue, os cuidados devem ser especiais, redobrados, porque é mais raro. Quando Bárbara começou a sangrar, ela não poderia ter sido deixada num quarto, por quase quarenta minutos. Isso é uma falha de grandes proporções. A ClÃnica informou que, durante o perÃodo de internação de Bárbara Pereira da Silva, disponibilizou toda a sua estrutura humana e tecnológica necessária à equipe médica escolhida pela famÃlia da estilista. Segundo ainda a clÃnica, a equipe médica foi responsável pelo acompanhamento e se manteve ininterruptamente junto à paciente. A Saúde Total acrescentou que todas as informações solicitadas pela famÃlia foram imediatamente fornecidas e que se mantém inteiramente à disposição para qualquer outro esclarecimento. A casa de saúde diz ainda que não houve qualquer falha na prestação de seus serviços, tendo a estilista recebido dez transfusões, “após confirmada a compatibilidade sanguÃnea e a qualidade de cada uma das unidades aplicadas, transfusões essas imediatamente disponibilizadas pelo banco de sangue da Saúde Total depois de solicitadas pela equipe médica responsávelâ€�. O hospital diz ser equivocada a informação de que não havia sangue na unidade. Procurado pelo GLOBO, Eduardo Serrão disse duas vezes que não poderia falar porque estava em consulta. Depois, não foi encontrado. Bárbara Pereira da Silva estava grávida do segundo filho, uma menina.  Se julgar necessário, recorra à s fontes a seguir. Art. 186 do CC: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilÃcito.  Art. 927 do CC: Aquele que, por ato ilÃcito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Art. 6° do CDC: São direitos básicos do consumidor: I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos; VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos; VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurÃdica, administrativa e técnica aos necessitados; VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossÃmil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência; Art. 14 do CDC: O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos. § 1° - O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: I - o modo de seu fornecimento; II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III - a época em que foi fornecido.  Doutrina: Erro médico é o mau resultado ou resultado adverso decorrente de ação ou da omissão do médico. O erro médico pode se verificar por três vias principais. A primeira delas é o caminho da imperÃcia decorrente da "falta de observação das normas técnicas", "por despreparo prático" ou "insuficiência de conhecimento" como aponta o autor Genival Veloso de França[1]. É mais freqüente na iniciativa privada por motivação mercantilista. O segundo caminho é o da imprudência e daà nasce o erro quando o médico por ação ou omissão assume procedimentos de risco para o paciente sem respaldo cientÃfico ou, sobretudo, sem esclarecimentos à parte interessada. O terceiro caminho é o da negligência, a forma mais freqüente de erro médico no serviço público, quando o profissional negligencia, trata com descaso ou pouco interesse os deveres e compromissos éticos com o paciente e até com a instituição. O erro médicopode também se realizar por vias esconsas quando decorre do resultado adverso da ação médica, do conjunto de ações coletivas de planejamento para prevenção ou combate à s doenças[2]. Questão Produza a fundamentação simples para o caso concreto. O texto deverá conter Intróito, argumentos pró-tese, de autoridade, de oposição e conclusão.  Observação: sabemos que são vários os tipos de intróito, por exemplo, “explanação de ideia inicialâ€�, “enumeraçãoâ€�, “localização do fato no tempo e no espaçoâ€�, “exemplificaçãoâ€�, “retomada históricaâ€� etc. Produza aquele que entender mais adequado para o caso, considerando-se a temática e a tese que escolheu. [1] França GV. Direito médico. 6. ed. São Paulo: Fundação BYK, 1995. [2] GOMES, Júlio Cézar Meirelles. Erro médico: reflexões. DisponÃvel em: <http://www.portalmedico.org.br/revista/bio2v2/reflerro.html> Acesso em: 10 maio 2007.
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