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Parte 2 - Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica Tópicos em Pesquisa Clínica Profª. Mirian Parente Monteiro Parte 1 - Bioética e Pesquisa clínica ◼ 1803 – Thomas Percival: Medical Ethics Primeiro código ético estabelecendo preceitos morais para a prática da medicina e da experimentação clínica. A Microhistória da Bioética Walter Reed Walter Reed (13 de setembro de 1851 — Washington, D.C., 22 de novembro de 1902) foi um cirurgião estadunidense que, em 1900, demonstrou que a febre amarela é transmitida por um mosquito. Neste mesmo ano, o médico inoculou o vírus da febre amarela nos soldados americanos que lutavam em Cuba, na guerra conterá a Espanha. Fonte: Instituto Evandro Chagas Fonte: Wikipédia Atrocidades da 2ª guerra mundial ◼ Os prisioneiros eram utilizados em experimentos com venenos, com sulfanilamida, testes de altitude e temperatura, e até para organizações de coleções de esqueletos para universidade. Mulheres prisioneiras no campo de concentração de Ravensbrück, onde eram realizados experimentos nazistas. https://pt.wikipedia.org/wiki/Campo_de_concentra%C3%A7%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Ravensbr%C3%BCck Atrocidades da 2ª guerra mundial ◼ Prisioneiros raciais, políticos e militares foram colocados à disposição dos médicos para todo tipo de pesquisa, sem qualquer consentimento ou respaldo ético. ◼ Ali foram conduzidos, por exemplo, experimentos sobre malária, quando pessoas sadias foram contaminadas por injeções de extratos das glândulas secretoras dos mosquitos, ou sobre febre tifóide, com inoculação de bactérias em pessoas sadias, apenas para manter as bactérias vivas, com o objetivo de produzir vacinas. Códigos Internacionais ◼ Código de Nuremberg (1946) Pontos que precisam ser levados em consideração em todo projeto de investigação: 1. Consentimento voluntário do sujeito de investigação. Consentimento dado com liberdade, sem coerção e com “suficiente conhecimento e compreensão dos elementos do assunto envolvido para permitir uma tomada de decisão”. Códigos Internacionais Código de Nuremberg 2. Relação de riscos e benefícios do estudo. 3. Objetivos do estudo e medição dos antecedentes existentes que justifiquem sua realização. Os primeiros códigos: Nurembergue e Helsinque Diversos autores aceitam o Código de Nurembergue como um marco importante para a reflexão ética por sua defesa intransigente do respeito à dignidade da pessoa humana. O ser humano deve ser tratado como um fim em si mesmo, jamais como um meio. ◼ EUA- 1953 Exigência de aprovação por um “Comitê responsável” para poder dar início a uma investigação em seres humanos. 1962- Sir Austin Bradford Hill “Statical Methods in clinical and preventive medicine” – Bases do modelo atual de validação de um ensaio clínico controlado. Artigo da jornalista Shana Alexander, publicado na revista Life, em 1962. “Eles decidem quem vive, quem morre”. As primeiras máquinas de hemodiálise Criação do Comitê de Admissão e Políticas do Centro Renal de Seattle. Cabia a esse grupo eleger critérios não-médicos de seleção para o tratamento de hemodiálise de pacientes renais crônicos. ◼ Todo o processo de mudança nos padrões morais de relacionamento entre o profissional de saúde e o paciente ocorreu entre as décadas de 1960 e 1970, um período fundamental para a consolidação acadêmica da bioética. Declaração de Helsinque ◼ Em 1964, a Associação Médica Mundial, em sua décima oitava assembléia, realizada em Helsinque, Finlândia, elaborou uma declaração para subsidiar a prática de pesquisa médica. ◼ Esse documento, dirigido inicialmente aos médicos, tinha como objetivo enfatizar a importância de se adotarem princípios éticos nos estudos que incluíssem seres humanos. Códigos Internacionais Declaração de Helsinque (1964) ❑ Recomendações para guiar a investigação em seres humanos ❑ Distinção fundamental entre experimentação terapêutica e não terapêutica. Pontos importantes: 1. Estabelecer a fundamentação científica do estudo (antecedentes e dados prévios). 2. A condição do investigador, sua experiência reconhecida. Códigos Internacionais Declaração de Helsinque (1964) Pontos importantes: 3. O objetivo do estudo e seus riscos. 4. Relação risco x benefício. 5. Consentimento livre e lúcido do sujeito de investigação. Códigos Internacionais Declaração de Helsinque (1964) Pontos importantes: 6.Necessidade de informar o caráter, motivo e riscos do estudo. 7.Estabelecer a capacidade do sujeito de escolher e decidir. 8.Necessidade do consentimento por escrito. Revisões da Declaração de Helsinque ◼ A declaração foi revisada e alterada por mais 6 vezes, sendo elas: ◼ Primeira revisão ocorrida por ocasião da 29ª Assembleia Médica Mundial, em Tóquio, no Japão, em 1975 ◼ Segunda revisão, na 35ª Assembleia, em Veneza, na Itália, em 1983 ◼ Terceira revisão, na 41ª Assembleia, em Hong Kong, em 1989 ◼ Quarta revisão, na 48ª Assembleia em Sommerset West, na África do Sul, em 1996 ◼ Quinta revisão, na 52ª Assembleia, em Edimburgo, na Escócia, em outubro de 2000. https://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%B3quio https://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3o https://pt.wikipedia.org/wiki/Veneza https://pt.wikipedia.org/wiki/It%C3%A1lia https://pt.wikipedia.org/wiki/Hong_Kong https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sommerset_West&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_do_Sul https://pt.wikipedia.org/wiki/Edimburgo https://pt.wikipedia.org/wiki/Esc%C3%B3cia Revisões da Declaração de Helsinque ◼ Sexta revisão, na 59ª Assembleia, em Seul, Coreia do Sul, em outubro de 2008 ◼ Sétima revisão, na 64ª Assembleia, em Fortaleza, Brasil, em outubro de 2013. Além das revisões, ocorreram duas alterações: ◼ Alteração ocorrida na 53ª Assembleia, em Washington, Estados Unidos, em 2002. ◼ Alteração ocorrida na 55ª Assembleia, em Toquio, Japão, em 2004. https://pt.wikipedia.org/wiki/Seul https://pt.wikipedia.org/wiki/Coreia_do_Sul https://pt.wikipedia.org/wiki/Fortaleza https://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Toquio&action=edit&redlink=1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Jap%C3%A3o Conferência Internacional sobre Harmonização ◼ 1996 – Guia para a indústria, resultado de acordos entre a União Européia, Japão e Estados Unidos com posterior adesão de outros países. ◼ O Brasil faz parte ativa da Pan American Network on Drug Regulatory Harmonization, promovida pela Organização Pan-Americana de Saúde, que inclui um grupo que procura harmonizar boas práticas clínicas dentro do continente americano. Situação nos EUA ❑ Carta de Direitos dos Pacientes – 1972. Tuskegee Syphilis Study e outros. ❑ National Commission for the Protection of Human Subjects of Biomedical and Behavioral Research –1974. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Estudo_da_S%C3%ADfilis_n%C3%A3o_Tratada_de_Tuskegee#/media/File:Tuskegee_study.jpg https://pt.wikipedia.org/wiki/Declara%C3%A7%C3%A3o_de_Helsinque#/media/File:Tuskegee-syphilis- study_doctor-injecting-subject.jpg Caso Tuskegee ◼ Pesquisa conduzida pelo Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos (U.S> Public Health. ◼ Consistia em acompanhar o ciclo natural de evolução da sífilis em sujeitos infectados. ◼ Entre meados dos anos 1930 até o início dos anos 1970, 400 pessoas negras portadoras de sífilis foram deixadas sem tratamento (uso somente de placebo),no intuito de identificar a história natural da doença. Caso Tuskegee ◼ A penicilina já havia sido descoberta, com uso corrente no tratamento da enfermidade. ◼Os participantes da pesquisa sequer foram informados de que estavam sendo submetidos a um experimento, não lhe sendo oferecida a alternativa do tratamento convencional. ◼ 1974 - Formação da Comissão Nacional para a proteção de Sujeitos Humanos na Pesquisa Biomédica e Comportamental. ◼ Relatório Belmont (1978) –resultado do trabalho de 4 anos. A Microhistória da Bioética ◼ Artigo de Henry Beecher, publicado no periódico Ethics and Clinical Research. ◼ Beecher extraiu seus dados de jornais como New England Journal of Medicine, Journal of Clinical Investigation, Journal of American Medical Association, Circulation. ◼ 22 relatos de pesquisas financiadas por instituições governamentais e companhias de medicamentos em que os alvos de pesquisa eram os chamados cidadãos de segunda classe. A Microhistória da Bioética Sujeitos de pesquisa Internos de hospitais de caridade, adultos com deficiências mentais, crianças com retardo mentais, idosos, pacientes psiquiátricos, recém-nascidos, presidiários, enfim pessoas incapazes de assumir uma postura moralmente ativa diante do pesquisador e do experimento. A Microhistória da Bioética Relato nº 2 – consistia na retirada intencional do tratamento à base de penicilina em operários com infecções por estreptococos para permitir o estudo de meios alternativos de prever complicações. Resultado – 25 homens desenvolveram febre reumática. A Microhistória da Bioética Relato nº 16 – Inoculação intencional do vírus da hepatite em indivíduos institucionalizados por retardo mental, para possibilitar o acompanhamento da etiologia da doença. Relato nº 17 – Médicos pesquisadores injetaram células vivas de câncer em 22 pacientes idosos e senis hospitalizados, sem comunicá-los que eram células cancerígenas, com o objetivo de acompanhar as respostas imunológicas do organismo. A Microhistória da Bioética Beecher constatou que de 100 pesquisas envolvendo seres humanos publicadas no decorrer de 1964 em um excelente periódico científico, um quarto revelava maus-tratos ou violações éticas, seja em relação aos pacientes, seja em relação à condução dos protocolos. A Microhistória da Bioética Surgimento da profissão de pesquisador médico e o aumento da pressão e ambição de jovens médicos que precisavam mostrar competência . Interesses Interesses da ciência dos sujeitos de pesquisa Separação Bioética Van Rensslaer Potter (1901-2001) Oncologista americano, em 1970, foi o 1º a usar o termo bioética. Escreveu o livro “ Bioética:Uma ponte para o Futuro” (1971). Defendia a utilização das ciências biológicas como fator de aperfeiçoamento da qualidade de vida da sociedade. Justificativa ➢ As possibilidades dos benefícios eram consideradas muito maiores do que os prejuízos; ➢ De um modo geral não havia discursos sociais contrários a esse tipo de ética da pesquisa científica. Códigos Internacionais Informe Belmont – 1978 ◼ Marco histórico e normativo para a bioética. ◼ Estabelece uma diferença clara entre terapia, terapia experimental e investigação. ◼ Incorpora um método para a análise dos problemas éticos que surgem da investigação em seres humanos, o modelo dos princípios Autonomia, Beneficência e Justiça. Princípios éticos ☺ Respeito pelas pessoas ☺ Beneficência ☺ Justiça Respeito pelas pessoas ◼ Indivíduos tratados como agentes autônomos e as pessoas com autonomia diminuída (socialmente vulneráveis) devem ser protegidas de qualquer forma de abuso. ◼ A vontade deve ser um pré-requisito fundamental para a participação na pesquisa científica. Respeito pelas pessoas ◼ Pessoa vulnerável – pessoa relativa ou absolutamente incapaz de proteger seus próprios interesses. Beneficência ◼ Não causar qualquer dano ou mesmo maximizar os benefícios previstos. ◼ Deve ser um compromisso do pesquisador na pesquisa científica para assegurar o bem-estar das pessoas envolvidas direta ou indiretamente com o experimento. Justiça ◼Reconhecimento de necessidades diferentes para a defesa de interesses iguais. Princípios da ética biomédica Fonte: https://1000wordphilosophy.com/2021/02/16/principlism-in-biomedical-ethics/ Quarto princípio da bioética- Não maleficência Não é aceitável que um voluntário possa, de modo previsível, vir a ser lesado em um ensaio clínico. BIOÉTICA E PESQUISA CLÍNICA Diretrizes para Pesquisa Biomédica em Seres Humanos 1982 - Diretrizes Éticas Internacionais para a Pesquisa Biomédica em Seres Humanos. Elaborado pelo Conselho de Organizações Internacionais de Ciências Médicas (CIOMS) e Organização Mundial da Saúde. 1991 – Diretrizes Éticas para as pesquisas epidemiológicas. Versões atualizadas foram divulgadas em 1993 e 2002. Códigos Internacionais Diretivas internacionais propostas para a investigação biomédica em sujeitos humanos – CIOMS- OMS, 1982. Normativas CIOMS faz a adequação entre as considerações dos Códigos Internacionais à realidade dos países subdesenvolvidos. Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica Avaliação ética A avaliação deverá ser conduzida pela Declaração de Helsinki e outros documentos internacionais relevantes as Normas Internacionais para a Investigação Biomédica em Seres Humanos (CIOMS, 2002). Os Comitês de Ética em Investigação (CEP) elaboram os procedimentos operativos padrão que deverão considerar vários aspectos. Declaração de Helsinque Preceitos da declaração ◼ O bem-estar dos participantes da pesquisa deve prevalecer sobre os interesses da ciência e da sociedade. ◼ Recomenda que os ensaios clínicos façam clara distinção entre estudos terapêuticos - que têm expectativas de desenvolver uma melhoria terapêutica - e não terapêuticos, direcionados a objetivos que nada têm a ver com a condição médica dos pacientes selecionados. Códigos Internacionais Pautas éticas internacionais para a investigação e experimentação biomédica em seres humanos – CIOMS-OMS, modificada em 1993 e 1996. Pauta 1 - Consentimento informado. Pauta 2 – Informação essencial para os possíveis participantes em uma investigação,”todo risco ou moléstia previsível que possa afetar a uma pessoa associada a sua participação na investigação”. Códigos Internacionais Pautas éticas internacionais para a investigação e experimentação biomédica em seres humanos – CIOMS-OMS, modificada em 1993 e 1996. Pauta 3- Obrigações dos investigadores com relação ao consentimento informado. Pauta 4- Faz menção especial ao pagamento de incentivos, ou seja “os incentivos indevidos”, que condicione a participação do sujeito na investigação) e coloca a necessidade que um Comitê de Ética da Investigação Clínica aprove toda forma de pagamento, reembolso ou incentivo. Códigos Internacionais Pautas éticas internacionais para a investigação e experimentação biomédica em seres humanos – CIOMS-OMS, modificada em 1993 e 1996. Pauta 5 a 8 e 11 referem-se especialmente ao tratamento de grupos vulneráveis, estes são crianças, prisioneiros, pessoas com transtornos mentais ou comportamentais, mulheres grávidas ou amamentando, pessoas de comunidade subdesenvolvidas. Códigos Internacionais Pautas éticas internacionais para a investigação e experimentação biomédica em seres humanos – CIOMS-OMS, modificada em 1993 e 1996. Pauta 10- Refere-se a distribuição eqüitativa de custos e benefícios e faz referência a “outros grupos vulneráveis”. Pauta 12 – Proteção da confidencialidade dos participantes. Pauta 13 – direito das pessoas a indenizações. Códigos Internacionais Pautas éticas internacionais para a investigação e experimentação biomédica em seres humanos – CIOMS-OMS, modificada em 1993 e 1996. Pauta 14- Comitês de avaliação ética. Faz referência a sua constituição. Refere-se aos estudos multicêntricos e propõe um guia sobre a informação que deve ser passada aos investigadores. Pauta 15- Refere-se as obrigações do país patrocinador e do país anfitrião. Boas Práticas Clínicas ◼ 1988 – FDA consolida as Boas Práticas Clínicas (BPC) ◼ Conjunto de critérios e procedimentos nos quais se recomenda que os ensaios clínicos sejam planejados, conduzidos, analisados e editados. ◼ As BPC asseguram a confidência e consistência dos dados, bem como a proteção e a integridadedos interesses dos participantes. Fonte: https://inquis.com/clients/good-clinical- practice/ ICH • CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DE HARMONIZAÇÃO Resolução 196/96 • RESOLUÇÃO DO CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE CONEP • COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA Normas de Boas Práticas Clínicas BRASIL – Criação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP, por Resolução do Conselho Nacional de Saúde (CNS Nº 196/96) especialmente, pelos participantes nas pesquisas. Comitês de Ética em Pesquisa Brasil 1985 – Conselho Federal de Medicina publica a Resolução 1215/85. ❑Determina que os Conselhos regionais de Medicina criassem Conselhos de Ética Médica em todos os estabelecimentos ou entidades, sob sua jurisdição, onde a medicina era exercida. Comitês de Ética em Pesquisa Brasil ▪ 1986 – Conselho Regional de Medicina de São Paulo. ▪ Resolução 023/86 padroniza os critérios de criação, competência e procedimentos dessas Comissões. ▪ 1988 – Conselho Nacional de Saúde, do MS, publica a Resolução 01/88. ▪ Toda instituição de saúde que realiza pesquisa em seres humanos credenciada pelo CNS deveria ter um Comitê de Ética. Resoluções sobre ética em Pesquisa elaboradas pelo CNS/MS ◼ 1988- Resolução 01/1988 - Regulamenta o credenciamento de centros de pesquisa no país e recomenda a criação de um comitê de ética em pesquisa (CEP) em cada centro – Revogada ◼ 1996- Resolução 196/1996 - Apresenta as Diretrizes e Normas Regulamentadoras de Pesquisas Envolvendo Seres Humanos e revoga a Resolução 01/1988 ◼ 1997- Resolução 240/1997- Define a representação de usuários nos comitês de ética em pesquisa e orienta sua escolha. Resoluções sobre ética em Pesquisa elaboradas pelo CNS/MS ▪ 2000 - Resolução 303/2000 Indica norma complementar para a área de reprodução humana, estabelece subáreas que devem ser analisadas pela Conep e delega aos comitês de ética a análise de outros projetos dessa área temática ▪ 2000 - Resolução 304/2000 Institui norma complementar para a área de pesquisas em povos indígenas ▪ 2002 - Regulamentação da Resolução 292/1999 Regulamenta a Resolução CNS 292/1999, sobre pesquisas com cooperação estrangeira (aprovada pelo CNS em 08/08/2002). Resoluções sobre ética em Pesquisa elaboradas pelo CNS/MS ▪ 2004 - Resolução 340/2004 - Aprova diretrizes para análise ética e tramitação dos projetos de pesquisa da área temática especial de genética humana. ▪ 2005 - Resolução 346/2005 - Regulamenta a tramitação de projetos multicêntricos no Sistema CEP/Conep. ▪ 2005- Resolução 347/2005- Aprova as diretrizes para análise ética de projetos de pesquisa que envolvam armazenamento de materiais biológicos ou uso de materiais armazenados em pesquisas anteriores. Resoluções sobre ética em Pesquisa elaboradas pelo CNS/MS 2007- Resolução 370/2007 Estabelece os critérios de registro e credenciamento ou renovação de registro e credenciamento do CEP. Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Conep – Resoluções. Resoluções sobre ética em Pesquisa elaboradas pelo CNS/MS 2008- RESOLUÇÃO CNS Nº 404 , DE 1º DE AGOSTO DE 2008. Propõe a retirada das notas de esclarecimento dos itens relacionados com cuidados de saúde a serem disponibilizados aos voluntários e ao uso de placebo, uma vez que elas restringem os direitos dos voluntários à assistência à saúde, mantendo os textos da versão 2000 da Declaração de Helsinque. Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Conep – Resoluções. Resolução CNS/404 ◼ a) Sobre o acesso aos cuidados de saúde: No final do estudo, todos os pacientes participantes devem ter assegurados o acesso aos melhores métodos comprovados profiláticos, diagnósticos e terapêuticos identificados pelo estudo; ◼ b) Utilização de placebo: Os benefícios, riscos, dificuldades e efetividade de um novo método devem ser testados comparando-os com os melhores métodos profiláticos, diagnósticos e terapêuticos atuais. Isto não exclui o uso de placebo ou nenhum tratamento em estudos onde não existam métodos provados de profilaxia, diagnóstico ou tratamento. Resolução CNS/404 ◼ Que seja expandida a discussão sobre acesso a cuidados de saúde e aos produtos que se mostrem eficazes para todos que deles necessitem. Resoluções sobre ética em Pesquisa elaboradas pelo CNS/MS ◼ RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012. ◼ Ficam revogadas as Resoluções CNS Nºs 196/96, 303/2000 e 404/2008. Fonte: Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. Conep – Resoluções. Resolução 466/12 A Resolução 466/12 contempla diversas modificações e acréscimos de elementos nas diretrizes e normas regulamentares, bem como nas definições, quando comparada à 196/96. ◼ Assentimento livre e esclarecido: anuências de participantes de pesquisa legalmente incapazes; Resolução 466/12 ◼ Assistência ao participante: assistência imediata e assistência integral; ◼ Instituição coparticipante: organização legitimamente constituída e habilitada, na qual alguma das fases ou etapas da pesquisa se desenvolve; ◼ Instituição proponente: instituição à qual o pesquisador está vinculado; Resolução 466/12 ◼ Participante de pesquisa: indivíduo que voluntariamente aceita ser pesquisado. ◼ Pesquisador: corresponsável pela integridade e bem- estar dos participantes da pesquisa; ◼ Pesquisa em reprodução humana: pesquisas que se ocupam com a saúde reprodutiva de humanos; ◼ Provimento de material prévio: despesas de alimentação e transporte para o participante e seu acompanhamento anterior à participação na pesquisa — não confundir com ressarcimento. Leis e resoluções relacionadas à pesquisa clínica no Brasil ◼ 1976 - Lei 6.360 - Congresso Nacional Dispõe sobre a vigilância sanitária de medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos Em vigor ◼ 1996- Lei 9.279 Congresso Nacional Regulamenta direitos e obrigações relativos à propriedade industrial Em vigor Leis e resoluções relacionadas à pesquisa clínica no Brasil ▪ 1999- Lei 9.782 Congresso Nacional Define o Sistema Nacional de Vigilância e cria Anvisa Em vigor ▪ 1999- Lei 9.787 Congresso Nacional Define as questões relativas aos medicamentos genéricos. Em vigor ▪ 2004 - Resolução RDC 219 Anvisa Regulamenta a pesquisa clínica com medicamentos e produtos para a saúde. Em vigor ◼ OMS - 2000 Guias Operacionais para Comitês de Ética que avaliam protocolos. ➢ Estabelecem-se delineamentos comuns para a constiuição e funcionamentos dos Comitês de Ética. 2002- Normativas complementares que recomendam aos organismos estatais procedimentos para controle e seguimento desses grupos. Comitês de Ética em Pesquisa Brasil ◼ 1996 – Conselho Nacional de Saúde publica a Resolução 196/96. CONEP ◼ De acordo com a Norma Operacional CNS 001/2103,é formada por um colegiado multidisciplinar (juntamente com um representante da comunidade) de ambos os sexos, constituída de 30 (trinta) membros titulares e 5 (cinco) membros suplentes, sendo que dentre os membros titulares, 8 (oito) representam os segmentos do Conselho Nacional de Saúde, de forma paritária (Conforme Art. 2 da Resolução 446/2011 do CNS). Ministério da Saúde Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) Departamento de Ciência e Tecnologia (DECIT) Coordenação Geral de Pesquisa Clínica (CGPC) Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS) Projeto: Programa Nacional de Capacitação em Pesquisa Clínica Comitês de ética de investigação em saúde. São estruturas que têm por objetivo proteger os direitos do bem-estar dos seres humanos que são sujeitos de investigação, fazendo respeitar os princípios éticos previamente estabelecidos, bem como zelar pela qualidade científica da investigação em saúde. Toda pesquisa envolvendo seres humanos deverá ser submetida à apreciação de um Comitê de Éticaem Pesquisa. Artigo VII – Resolução 196/96 As instituições nas quais se realizem pesquisas envolvendo seres humanos deverão constituir um ou mais de um Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), conforme suas necessidades. Artigo VII.1 – Resolução 196/96 Comitês de Ética em Investigação Composição dos Comitês de ética de investigação em saúde. ▪ Sua constituição deverá incluir a participação de profissionais da área de saúde, das ciências exatas, sociais e humanas, incluindo, por exemplo, juristas, teólogos, sociólogos, bioeticistas e, pelo menos, um membro da sociedade representando os usuários da instituição. Composição dos Comitês de ética de investigação em saúde. ▪ Poderá variar na sua composição, dependendo das especificidades da instituição e das linhas de pesquisa a serem analisadas. Resolução 196/96 artigo VII.4 Composição dos Comitês de ética de investigação em saúde. ▪ Terá sempre caráter multi e transdisciplinar, não havendo haver mais que metade de seus membros pertencentes à mesma categoria profissional, participando pessoas dos dois sexos. Poderá ainda contar com consultores ad hoc, pessoas pertencentes ou não à instituição, com finalidade de fornecer subsídios técnicos. Resolução 196/96 artigo VII.4 O CEP deverá ser constituído por colegiado com número não inferior a 7 (sete) membros. Comitês de ética de investigação em saúde. ▪ Remuneração - Os membros do CEP não poderão ser remunerados no desempenho desta tarefa, sendo recomendável, porém, que sejam dispensados nos horários de trabalho do Comitê, das outras obrigações nas instituições às quais prestam serviço, podendo receber ressarcimento de despesas efetuadas com transporte, hospedagem e alimentação. Comitês de ética de investigação em saúde. ▪ Liberdade de trabalho – Os membros dos CEPs deverão ter total independência na tomada das decisões no exercício das suas funções, mantendo sob caráter confidencial as informações recebidas. Deste modo, não podem sofrer qualquer tipo de pressão por parte de superiores hierárquicos ou pelos interessados em determinada pesquisa, devem isentar-se de envolvimento financeiro e não devem estar submetidos a conflito de interesse. Comitês de ética de investigação em saúde. ▪ Atribuições do CEP : a) Revisar todos os protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, inclusive os multicêntricos, cabendo-lhe a responsabilidade primária pelas decisões sobre a ética da pesquisa a ser desenvolvida na instituição, de modo a garantir e resguardar a integridade e os direitos dos voluntários participantes nas referidas pesquisas. Comitês de ética de investigação em saúde. ▪ Atribuições do CEP : b) emitir parecer consubstanciado por escrito, no prazo máximo de 30 (trinta dias), identificando com clareza o ensaio, documentos estudados e data da revisão. c) manter a guarda confidencial de todos os dados obtidos na execução de sua tarefa e arquivamento do protocolo completo, que ficará à disposição das autoridades sanitárias. Comitês de ética de investigação em saúde. ▪ Atribuições do CEP : f) Receber dos sujeitos da pesquisa ou de qualquer outra parte denúncias de abusos ou notificação sobre fatos adversos que possam alterar o curso normal do estudo, decidindo pela continuidade, modificação ou suspensão da pesquisa, devendo, se necessário adequar o termo de consentimento. Considera-se como antiética a pesquisa descontinuada sem justificativa aceita pelo CEP que a aprovou; Comitês de ética de investigação em saúde. Atribuições do CEP : g) Requerer instauração de sindicância à direção da instituição em caso de denúncias de irregularidades de natureza ética nas pesquisas e, em havendo comprovação, comunicar à Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) e, no que couber, a outras instâncias; e h) Manter comunicação regular e permanente com a CONEP/MS. Composição dos Comitês de ética de investigação em saúde. ▪ Deve-se avaliar o desenho metodológico do protocolo para estabelecer se o mesmo está adequado e coerente com os objetivos colocados, assim como a consideração acerca da população selecionada como participante e os critérios pelos quais a seleção se realiza. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) ▪ A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) é uma instância colegiada, de natureza consultiva, deliberativa, normativa, educativa, independente, vinculada ao Conselho Nacional de saúde. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) ▪ Atribuições da CONEP- Compete à CONEP o exame dos aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos, bem como a adequação e atualização das normas atinentes. ▪ A CONEP consultará a sociedade sempre que julgar necessário, cabendo-lhe entre outras atribuições: Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) a) Estimular a criação de CEPs institucionais e de outras instâncias; b) Registrar os CEPs institucionais e de outras instâncias; c) Aprovar, no prazo de 60 dias e, acompanhar os protocolos de pesquisa em áreas temáticas especiais tais como: Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) ◼ Genética humana; ◼ Reprodução humana; ◼ Fármacos, medicamentos, vacinas e testes diagnósticos novos (fase I, II e III) ou não registrados no país (ainda que fase IV), ou quando a pesquisa for referente a seu uso com modalidades, indicações, doses ou vias de administração diferentes daquelas estabelecidas, incluindo seu emprego em combinações. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) ◼ Equipamentos, insumos e dispositivos para a saúde novos ou não registrados no país; ◼ Novos procedimentos ainda não consagrados na literatura; ◼ Populações indígenas; ◼ Projetos que envolvam aspectos de biossegurança; ◼ Pesquisas coordenadas do exterior ou com participação estrangeira e pesquisas que envolvam remessa de material biológico para o exterior; Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) ◼ Projetos que, a critério do CEP, devidamente justificados, sejam julgados merecedores de análise pela CONEP. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) d) Prover normas específicas no campo da ética em pesquisa , inclusive nas áreas temáticas especiais, bem como recomendações para aplicação das mesmas; e) Funcionar como instância final de recursos, a partir de informações fornecidas sistematicamente, em caráter ex-ofício ou a partir de denúncias ou de solicitação de partes interessadas, devendo manifestar-se em um prazo não superior a 60 (sessenta ) dias. Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) f) Rever responsabilidades, proibir ou interromper pesquisas, definitiva ou temporariamente, podendo requisitar protocolos para revisão ética inclusive, os já aprovados pelo CEP; g) Constituir um sistema de informação e acompanhamento dos aspectos éticos das pesquisas envolvendo seres humanos em todo território nacional, mantendo atualizados os bancos de dados; Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) h) Informar e assessorar o MS, o CNS e outras instâncias do SUS, bem como do governo e da sociedade, sobre questões éticas relativas à pesquisa em seres humanos; i) Divulgar esta e outras normas relativas à ética em pesquisa envolvendo seres humanos; Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP/MS) j) A CONEP juntamente com outros setores do Ministério da Saúde, estabelecerá normas e critérios para o credenciamento de Centros de Pesquisa. Este credenciamento deverá ser proposto pelos setores do Ministério da Saúde, de acordo com suas necessidades e, aprovado pelo Conselho Nacional de Saúde; e l) Estabelecer suas próprias normas de funcionamento. Os comitês de ética são instâncias de argumentação crítica fundadas na transversalidade de diversos saberes sobre questões relevantes à sociedade, à integridade e ao desenvolvimento dos sujeitos envolvidos no processo de pesquisa, e ao mesmo tempo, àintegridade e ao desenvolvimento da ciência. Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica Avaliação ética O 1º documento é a Folha de Rosto, na qual consta o termo de compromisso do pesquisador e da instituição em cumprir a Res.CNSnº 466/2012. Esse documento dá consistência jurídica ao projeto, porque identifica o pesquisador responsável, a instituição e o CEP, que devem apor suas assinaturas, e se comprometem com o cumprimento das normas e com as responsabilidades correspondentes. Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica ◼ Apresentação de projetos de investigação Os projetos de investigação que são apresentados aos CEP devem conter, no mínimo a seguinte documentação: ✓ Solicitação de avaliação ética, datada e assinada pelo pesquisador responsável. ✓ Protocolo da investigação proposta com os documentos de apoio e a descrição dos aspectos éticos da mesma. Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica ◼ Apresentação de projetos de investigação ✓ Currículo do investigador principal. ✓ Material a ser usado para recrutamento de participantes na investigação (com descrição). ✓ Descrição do procedimento que se usará para obter e documentar consentimento. ✓ Todo tipo de informação a ser distribuída aos participantes. Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica ◼ Apresentação de projetos de investigação ✓ Currículo do investigador principal. Avaliação da capacidade técnica e adequação ética do pesquisador para a realização daquela pesquisa. Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica ◼ Apresentação de projetos de investigação ✓ Formulário do consentimento informado (no idioma dos participantes). ✓ Informação sobre a fonte de financiamento do projeto e qualquer remuneração que receberá o investigador por parte do patrocinador. * ✓ Informação sobre qualquer remuneração que será oferecida aos participantes ou outra compensação. * * Deve estar contido no item orçamento. Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica ◼ Apresentação de projetos de investigação O orçamento deve apresentar recursos, fontes e destino, bem como a forma e o valor da remuneração do pesquisador (Res.CNS nº466/2012 –VI.2.j) Considerações importantes em relação ao orçamento do ponto de vista ético e administrativo. Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica ◼ Apresentação de projetos de investigação Considerações importantes em relação ao orçamento do ponto de vista ético e administrativo. Aspecto administrativo : 1. Nenhum exame ou procedimento realizado exclusivamente da pesquisa pode ser cobrado do paciente ou do agente pagador de sua assistência, devendo o patrocinador da pesquisa cobrar tais despesas; Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica ◼ Apresentação de projetos de investigação 2. O estabelecimento dos pagamentos desses procedimentos, em caso de patrocinadores externos, deve ser de comum acordo entre o patrocinador e a instituição. 3. A instituição deve ter o conhecimento da pesquisa e de suas repercussões orçamentárias; Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica ◼ Apresentação de projetos de investigação Do ponto de vista ético: 1. O pagamento do pesquisador nunca pode ser de tal monta que o induza a alterar a relação risco/benefício para os sujeitos da pesquisa. 2. Não deve haver pagamento ao sujeito da pesquisa para sua participação. Admite-se apenas o ressarcimento de despesas necessárias ao seu acompanhamento (Res.CNS nº196/96,VI.3h). Exemplo: despesas com alimentação e passagens. Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica ◼ Apresentação de projetos de investigação Do ponto de vista ético: 3. Duplo pagamento pelos procedimentos não pode ocorrer, especialmente envolvendo gastos públicos não autorizados (SUS). Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica ◼ Apresentação de projetos de investigação ✓ Seguros e contratos. ✓ Compromisso do investigador em cumprir os preceitos éticos (Resolução 466). Avaliação ética de protocolos e avaliação metodológica ◼ Desenho científico e implementação do estudo. ❑ Os Projetos devem sofrer prévia avaliação científica e metodológica. ❑ Os CEP podem avaliar novamente e emitir opinião sobre aspectos científicos e/ou metodológicos. ❑ Caso não haja idoneidade científica no CEP para um projeto específico, pode-se convidar consultores ad hoc. Elementos da avaliação científica ➢ Adequação do desenho aos objetivos do estudo, metodologia estatística e potencial de alcançar resultados bem fundamentados. ➢ Análise e justificativa (ou não) de possíveis riscos contrastados com os benefícios para os participantes e as comunidades envolvidas. ➢ Justificativa do uso de controles. ➢ Critérios para retirada dos participantes do estudo e para suspender ou terminar o estudo. Elementos da avaliação científica - Recrutamento de participantes ➢ Características da população. ➢ Maneira de contato e recrutamento. ➢ Critérios de inclusão e exclusão. Elementos da avaliação científica - Recrutamento de participantes ✓ O recrutamento de sujeitos evitou colocar uma porção desproporcional de riscos ou desconfortos da pesquisa num grupo de sujeitos em particular? ✓ Os sujeitos são suscetíveis a pressões (situações de dependência como recrutamento de funcionários , alunos, militares, etc)? ✓ Existem mecanismos para minimizar as pressões ou reduzir seu impacto? Elementos da avaliação científica - Recrutamento de participantes Critérios de inclusão e exclusão. ✓ Existe algum grupo populacional que poderia ser mais suscetível aos riscos apresentados pelo estudo e que poderia ser excluído do projeto? ✓ Os procedimentos para identificar tal grupo são adequados? ✓ Os benefícios previstos para os sujeitos são distribuídos com imparcialidade? Existe outro grupo de potenciais sujeitos que necessita mais desses benefícios? Elementos da avaliação científica - Recrutamento de participantes Critérios de inclusão e exclusão. ✓ A seleção afastou os sujeitos considerados vulneráveis, como crianças, gestantes, pessoas com autonomia reduzida, pessoas pobres ou com pouca escolaridade, pacientes muito doentes, de modo que estes perderiam a oportunidade de participar de pesquisas e usufruir os benefícios delas advindos? Elementos da avaliação científica Avaliação de riscos e benefícios O CEP deve: 1. Identificar os riscos associados à pesquisa e diferenciá-los dos que os sujeitos estariam expostos pelos procedimentos assistenciais; 2. Verificar se foram tomadas as medidas necessárias para minimizar os riscos previsíveis (considerando as dimensões física, psíquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual, conforme item II.8 da Res. CNS nº 196/96. Elementos da avaliação científica Avaliação de riscos e benefícios O CEP deve: 3. Identificar os prováveis benefícios que podem advir da pesquisa; 4. Verificar se os riscos estão numa proporção razoável em relação aos benefícios para os sujeitos da pesquisa; Elementos da avaliação científica Avaliação de riscos e benefícios O CEP deve: 5. Assegurar que os potenciais sujeitos receberão uma adequada e acurada descrição e informação dos riscos, desconfortos ou benefícios que podem ser antecipados; 6. Determinar intervalos de relatórios periódicos a serem apresentados pelo pesquisador e, quando for o caso, que os pesquisadores coloquem à disposição do CEP os dados necessários para acompanhamento do projeto. Elementos da avaliação científica Atenção e proteção aos participantes. ➢ Atenção médica que será dada aos participantes , durante e depois do estudo. ➢ Supervisão médica e apoio psicológico aos participantes. Elementos da avaliação científica Atenção e proteção aos participantes. ➢ Passos a seguir quando um participante se retira voluntariamente do estudo.➢ Descrição dos planos para tornar disponíveis os produtos do estudo aos participantes e a comunidade a qual pertencem. Elementos da avaliação científica Atenção e proteção aos participantes. ➢ Previsão para tratamento/compensação em caso de dano/incapacidade/morte de um participante atribuída a sua participação no estudo. Elementos da avaliação científica Proteção da confidencialidade dos participantes ➢ Descrição das pessoas que terão acesso a informação pessoal dos participantes. ➢ Medidas tomadas para assegurar a confidencialidade dessa informação. Elementos da avaliação científica Processo do consentimento informado. ➢ Informação completa, verdadeira, adequadamente transmitida e compreensível. ➢ Medidas que assegurem aos participantes que receberão informação pertinente que possa surgir durante o estudo com relação aos seus direitos, segurança e bem-estar. Elementos da avaliação científica Considerações comunitárias. ➢ Impacto e pertinência da investigação para a comunidade de onde provém os participantes. ➢ Passos tomados para consultar a comunidade previamente ao desenho do estudo. ➢ Definir como a investigação contribuirá para a transferência de tecnologia e a geração de capacidades locais, tais como o melhoramento da atenção de saúde e da investigação. Elementos da avaliação científica Considerações comunitárias. ➢ Descrição de como se fará disponível e acessível todo produto que resulte eficaz ou benefício que surja da investigação. ➢ Descrição de como serão informados os resultados da investigação aos participantes e as comunidades pertinentes. Tomada de decisões ◼ As decisões sobre aprovação ou não de um projeto de pesquisa em seres humanos podem ser tomadas por voto ou consenso. ◼ Em caso de não aprovação de um projeto o CEP deve declarar as razões por escrito, sendo isso de caráter obrigatório. Comunicação das decisões ◼ No caso de aprovação do projeto, a decisão será acompanhada de uma descrição das responsabilidades que adquire o investigador de manter informado ao CEP sobre qualquer eventualidade com relação ao estudo (modificações de qualquer tipo, resultados adversos, etc.) e de um informe ao terminar o estudo. Seguimento ◼ Deverá ser estabelecido um mecanismo para o seguimento do desenvolvimento dos estudos aprovados, incluindo os critérios para avaliações de seguimento. ◼ As avaliações serão obrigatórias em caso de qualquer modificação que possa afetar os direitos, segurança e/ou bem-estar dos participantes, efeitos adversos sérios ou inesperados, ou qualquer situação que possa modificar a relação risco/benefício do estudo. Documentação e arquivo Toda documentação referente a um estudo avaliado deve ser arquivada adequadamente, protegendo a confidencialidade da informação. Documentação e arquivo Confidencialidade se refere à responsabilidade sobre as informações recebidas ou obtidas em exames e observações pelo pesquisador em relação a dados pessoais do sujeito da pesquisa. Documentação e arquivo Privacidade – deriva da autonomia e engloba a intimidade da vida privada, a honra das pessoas, significando que a pessoa tem direito de limitar a exposição de seu corpo, sua imagem, dados de prontuário, julgamentos expressos em questionários, etc. Avaliação ética de projetos de investigação multicêntricos ◼ Projetos multicêntricos geralmente seguem os mesmos requisitos que qualquer outra investigação. ◼ Uma das instituições participantes do projeto multicêntrico é designada como o organismo principal para avaliação ética do projeto (1º centro), com o objetivo de promover condições de investigação consistente e uniformes em todos os locais. Aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos Exigências que necessitam serem atendidas: Garantia de que danos previsíveis serão evitados (não – maleficência); relevância social da pesquisa com vantagens significativas para os sujeitos da pesquisa e minimização do ônus para os sujeitos vulneráveis, o que garante igual consideração de interesses envolvidos, não perdendo o sentido de sua destinação sócio- humanitária (justiça e eqüidade).