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Curso de Direito Civil: Pessoas Naturais e Jurídicas

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CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFT – BANCA ESAF 
1 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL –AFRF 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO - AFT 
DIREITO CIVIL 
AULA 01 – DAS PESSOAS: Pessoa Natural: conceito, 
capacidade e incapacidade, começo e fim, direitos da 
personalidade. Pessoa Jurídica: conceito, classificação,
começo e fim de sua existência legal, desconsideração. 
Pessoa Natural: conceito, capacidade e incapacidade, começo e 
fim, direitos da personalidade. 
Bom dia, boa tarde, boa noite! 
Tudo bem com você? Ficou alguma dúvida sobre a aula “prescrição e
decadência”? Você pode tirá-las no fórum. Preparado para a aula de
hoje? A partir desta, vou acrescentando às questões referentes a este
tema, questões sobre o tema da aula anterior para que você possa ir
fixando. Então vamos lá! 
O Título I do Código Civil brasileiro trata do tema “Das Pessoas”, 
dividindo-o em: “Das Pessoas Naturais” e “Das Pessoas Jurídicas”. 
Vou esgotar o tema Pessoas Naturais, iniciando do zero e abordando
o modo como é cobrado pela ESAF, as pegadinhas, cascas de
bananas, bem como a doutrina pesada sobre o tema! 
Após, esgotarei nos mínimos detalhes a Pessoa Jurídica com todas as
inovações que modificaram artigos do Código Civil. Este tópico serve
de base para o Direito Empresarial. Aqui situa-se o nascedouro acerca
do empresário bem como do direito societário. 
Então vamos lá. Mãos à obra! 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFT – BANCA ESAF 
2 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
PERSONALIDADE - PESSOA FÍSICA NATURAL 
Ser pessoa é ter personalidade. Ter personalidade significa ser
pessoa. A pessoa natural é todo “ser humano”, sujeito de direitos
e obrigações. 
Mas, juridicamente, a partir de quando se é considerado pessoa? Qual
o momento, qual o marco a partir do qual se é considerado pessoa? A
partir de qual momento a ciência do Direito considera alguém como
pessoa? 
Essa pergunta é importante para concurso porque aqui não se leva
em consideração o que nenhuma outra ciência aceita como sendo o 
marco inicial para alguém ser considerado pessoa. E a prova tentar te
empurrar para essas opções. Aqui, leva-se em consideração somente
a ciência jurídica e nada mais. Juridicamente, ser pessoa, ter
personalidade só depende de: NASCER COM VIDA! 
Para ser considerado PESSOA NATURAL basta NASCER COM VIDA,
basta que o homem exista. A personalidade é atributo de qualquer
pessoa; é o atributo necessário para ser sujeito de direito: ser sujeito
de direitos é ter a capacidade para adquirir direitos e deveres
(obrigações) na ordem civil. 
SER PESSOA É TER PERSONALIDADE 
TER PERSONALIDADE É SER PESSOA 
Ser PESSOA, a PERSONALIDADE civil da pessoa começa do
NASCIMENTO COM VIDA. 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento
com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do
nascituro. 
CURSO DE DIREITO CIVIL (TEORIA E EXERCÍCIOS) P/
AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFT – BANCA ESAF 
3 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
Todo homem é dotado de personalidade, isto é, sujeito de direitos e
deveres/obrigações. 
Professora e como se constatar aqueles casos em fica dúvidas: 
1) Nasceu, respirou durante 1 segundo e morreu, ou 
2) Já nasceu morto? 
O nascimento se constata com a respiração (docimásia hidrostática
de Galeno). Enfim: para ser pessoa, ter personalidade é
necessário nascer COM VIDA (Teoria Natalista). 
Antes disso, juridicamente não é considerado pessoa. Porém, o
Código Civil brasileiro protege desde a concepção aquele que está 
Cuidado! Várias são as pegadinhas e cascas de bananas
acerca da personalidade da pessoa natural. Exemplo: A 
personalidade tem início: 
a) Com o nascimento. 
b) A partir da concepção. 
c) Com o nascimento com vida. 
d) A partir da capacidade de exercício. 
A questão induz o candidato ao erro, levando-o a pensar que basta
nascer para ser considerada pessoa. Como você aprendeu, não basta 
nascer. Tem que nascer com vida! 
E você pode perguntar: Professora, e por acaso tem alguém que
nasce morto? Sim, tem! O “natimorto”, aquele que é expulso do 
ventre materno, morto. 
Natimorto é a expressão jurídica dada ao feto que morreu dentro do 
útero ou durante o parto, ou seja, quando ocorre óbito fetal. Óbito
fetal é a morte de um produto da concepção ocorrida antes da
expulsão ou de sua extração completa do corpo materno, 
independentemente da duração da gestação. 
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AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL – AFRF e 
AUDITOR FISCAL DO TRABALHO – AFT – BANCA ESAF 
4 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
sendo gerado no ventre materno. Veja que eu não chamei de
pessoa o ser que está sendo gerado no ventre materno. E por que o
CC protege aquele ser que está sendo gerado no ventre materno?
Porque ele é futura pessoal em potencial; há uma expectativa de que 
em breve será pessoa. Nesse caso já recebe proteção da lei. Antes
do nascimento não há personalidade, mas a lei, todavia, lhe
resguarda os direitos do NASCITURO. 
NASCITURO: É o que está sendo gerado no ventre materno. 
O NASCITURO é o que está por nascer, mas já se encontra
concebido no ventre materno. É o ente concebido, mas ainda não
nascido. A Lei atribui direitos ao nascituro (protege, põe a salvo os
seus direitos) desde a concepção. 
Vou aprofundar a questão: 
Várias teorias explicam a personalidade. A Teoria Natalista prega que
a aquisição da personalidade ocorre com o nascimento com vida. A 
Teoria Concepcionista divide a personalidade jurídica em formal e
material: a aquisição da personalidade jurídica formal ocorre com a
concepção e a personalidade jurídica material com o nascimento com
vida. 
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com
vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do 
nascituro. 
Veja a POSIÇÃO DA BANCA ESAF: Questão 01. (ESAF/PFN/2005) A 
lei confere personalidade jurídica material ao nascituro. (Errada). 
Veja que a ESAF considerou que o nascituro NÃO possui 
personalidade jurídica material. 
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Do art. 2o extrai-se dois enunciados: 1) "A personalidade civil do
homem começa com o nascimento com vida", e 2) "A lei põe a salvo
desde a concepção os direitos do nascituro". Interprete-se assim: o
nascituro não possui personalidade, apesar de ser protegido por 
direitos, dos quais necessariamente, ainda, não pode ser titular. 
Várias teorias explicam a personalidade. A Teoria Natalista prega que
a aquisição da personalidade ocorre com o nascimento com vida. A
Teoria Concepcionista divide a personalidade jurídica em formal e
material: a aquisição da personalidade jurídica formal ocorre com a
concepção e a personalidade jurídica material com o nascimento com
vida. 
O artigo é claro e transparente: Ao nascituro é assegurada a proteção
de direitos de “nascituro”, dele enquanto nascituro. E quanto aos
direitos da pessoa natural, somente lhe é assegurado o direito à vida. 
Não sendo pessoa, o nascituro possui mera expectativa de direitos,
direitos CONDICIONAIS, em potencial. Só adquire esses
direitos SE NASCER COM VIDA! O NASCITURO possui direitos
CONDICIONAIS (CONDIÇÃO SUSPENSIVA), só os adquirindo SE
nascer COM VIDA. Por exemplo: o nascituro poderia receber uma
doação. Nesse caso o contrato de doação é realizado entre o doador e
o represente do nascituro. Um futuro tio (futuro padrinho) do
nascituro doaria um imóvel (terreno) ao nascituro. Essa doação seria
condicional:será concretizada a depender do nascimento com vida! A
doação sob condição suspensiva é plenamente válida (admitida pelo
direito brasileiro), mas como doação condicional somente se
concretizará a depender de acontecimento futuro e incerto
(nascimento com vida). 
Ao nascituro é assegurado o direito personalíssimo como direito à
vida (direito à realização do exame de DNA, para efeito de aferição
de paternidade, o direito à proteção pré-natal, direito a alimentos,
por não ser justo que a genitora suporte todos os encargos da
gestação sem a colaboração econômica do seu companheiro
reconhecido), direito a doação condicional, direito de ser beneficiado
por herança, de ser-lhe nomeado curador para a defesa de seus
interesses. 
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CAPACIDADE 
Leia assim: 
A capacidade é medida da personalidade. Como assim? A lei afirma
que toda pessoa, seja natural ou jurídica, é sujeito de direitos e
deveres e por isso, é capaz, possui capacidade para adquirir direitos e
deveres (obrigações) na ordem civil. 
Pessoa é a característica do indivíduo dotado de personalidade. Todo
direito pressupõe um titular que possa exercê-lo. Pessoa é ente a que
se atribue direitos e deveres. Todo ente humano é pessoa. Toda
pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. Não somente as
pessoas naturais podem adquirir direitos e contrair obrigações, mas
certas pessoas, como a pessoa jurídica, a qual a lei atribuiu
personalidade jurídica, também são sujeitos de direitos, vindo a ter
capacidade para aquisição de direitos e deveres. 
Mas, em que medida essa pessoa sujeito de direitos e deveres é
capaz de por si só (sozinho) adquirir e exercer esses direitos
de deveres? Em que medida a pessoa pode exercer pessoalmente
os atos da vida civil, isto é, adquirir direitos e contrair deveres em
nome próprio? Assim, a doutrina divide a capacidade em duas
espécies: 
CAPACIDADE DE DIREITO OU DE GOZO: é a capacidade genérica 
para adquirir direitos e deveres. A capacidade de direito ou de gozo
decorre unicamente e automaticamente da personalidade. 
CAPACIDADE 
CAPACIDADE de FATO, de EXERCÍCIO ou
de AÇÃO 
CAPACIDADE de DIREITO ou de GOZO 
Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil. 
Art. 1o Toda pessoa (natural e jurídica) é capaz (possui 
capacidade) de adquirir direitos e deveres na ordem civil. Toda
pessoa é sujeito de direito. Ser sujeito de direitos significa ser
capaz de adquirir direitos e deveres (obrigações). 
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A capacidade de direito ou de gozo é a aptidão genérica para
titularizar direitos e contrair obrigações e depende somente do
nascimento com vida, de ser pessoa, ter personalidade. Adquirida a
personalidade, a pessoa passa a atuar, na qualidade de sujeito de
direito (pessoa natural ou jurídica), praticando atos e negócios
jurídicos. A capacidade de direito é atributo inerente à pessoa,
ocorrendo imediatamente no momento da aquisição da
personalidade. 
A capacidade de direito ou de gozo é própria de todo ser humano,
que a adquire assim que nasce (começa a respirar) e só a perde
quando morre; Em face do ordenamento jurídico brasileiro a
personalidade se adquire com o nascimento com vida, ressalvados os 
direitos do nascituro desde a concepção. 
A pessoa pode ter a capacidade de direito ou de gozo (capacidade
genérica para adquirir direitos e contrair obrigações) sem,
necessariamente ter a capacidade de fato, de exercício ou de ação.
Porém, a pessoa que possua somente a capacidade de direito não
pode exercitar por si só os atos da vida civil. 
Quando o CC diz no art. 1o que “Toda pessoa é capaz de direitos e
deveres” afirma que o fato de ser pessoa, ter nascido com vida, ter
personalidade, possui automaticamente a capacidade genérica para
adquirir direitos e deveres. 
CAPACIDADE DE FATO ou EXERCÍCIO ou de AÇÃO: é a aptidão 
para adquirir e exercer pessoalmente (por si só) direitos e
deveres, praticar sozinho todos os atos da vida civil. Quando se
adquire a capacidade de fato, reúne-se os dois atributos
(capacidade de direito e capacidade de fato) e a pessoa passa a
ter a capacidade civil plena. A capacidade civil plena ocorre aos
18 anos, desde que a pessoa não esteja incapacidade por outros 
motivos elencados na lei. 
A capacidade de fato condiciona-se a existência da capacidade de
direito. Pode-se ter capacidade de direito sem capacidade de fato
(adquirir o direito e não poder exercê-lo por si). 
NASCIMENTO COM VIDA = PERSONALIDADE = CAPACIDADE 
DE DIREITO ou de GOZO. 
A CAPACIDADE DE DIREITO ou de GOZO PRESSUPÕE (tem como
requisito) unicamente a PERSONALIDADE, o NASCIMENTO COM
VIDA. 
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Nascimento 
16 anos 18 anos 
Para se ter a capacidade de fato, de exercício ou de ação,
necessariamente, deve ter personalidade, já é pessoa, possui 
capacidade de direito ou de gozo. Veja agora a sequência: 
Pois bem! Se nem todas as pessoas possuem a capacidade plena, se
nem todos podem exercer pessoalmente os atos da vida civil, diz-se
que estes são incapazes. O CCC trata das incapacidades nos arts. 3o
e 4o. 
Veja as pegadinhas da ESAF: 
A capacidade de gozo pressupõe a Capacidade de fato (falsa). 
A capacidade de fato pode subsistir sem a capacidade de gozo (falsa)
A capacidade de fato, de exercício ou de ação pressupõe a
capacidade de direito ou de gozo, que pressupõe a personalidade 
(verdadeira). 
NASCIMENTO COM VIDA = PERSONALIDADE = CAPACIDADE 
DE DIREITO ou de GOZO. 
CAPACIDADE DE FATO PRESSUPÕE A CAPACIDADE DE 
DIREITO, que PRESSUPÕE A PERSONALIDADE. 
A CAPACIDADE DE DIREITO ou de GOZO NÃO PRESSUPÕE (não
possui como requisito) A CAPACIDADE DE FATO (porque esta só
se adquire posteriormente a depender de certos requisitos). 
PERSONALIDADE
CAPACIDADE DE DIREITO 
ou de GOZO 
CAPACIDADE DE FATO, 
DE EXERCÍCIO 
ou DE AÇÃO 
Relativamente
Incapaz 
Absolutamente
Incapaz 
Capacidade Plena 
(caso não seja acometido das deficiências) 
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INCAPACIDADE 
INCAPACIDADE ABSOLUTA: A pessoa NÃO possui aptidão para
exercer pessoalmente (por si só, sozinho) os atos da vida civil. Falta
de aptidão para praticar pessoalmente atos da vida civil. Não
possuem a capacidade de fato, de exercício ou de ação. Só possuem
a capacidade de direito ou de gozo. Capacidade Limitada é a do à
quando do INCAPAZ (possui somente a capacidade de direito), e 
necessita de outra pessoa que a substitua, auxilie e complete a sua
vontade. 
Ao absolutamente incapaz é dado um REPRESENTANTE. O
suprimento da incapacidade absoluta se dá através da
REPRESENTAÇÃO. Os menores de 16 anos são representados por pais
ou tutores. Os enfermos ou deficientes mentais, privados de
discernimento serão representados por seus curadores. O
representante pratica o ato pelo incapaz. Caso o incapaz venha a
praticar o ato, este é NULO de pleno direito, NULIDADE
ABSOLUTA. 
Para qualquer questão literal, você vai decorar assim: 
INCAPACIDADE RELATIVA: o relativamente incapaz está
disciplinado no art. 4o. 
RELATIVA – art. 4o 
ABSOLUTA – art. 3o 
INCAPACIDADE 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmenteos atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o 
necessário discernimento para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir
sua vontade. 
São absolutamente incapazes: 
 Os menores de dezesseis anos e 
 NÃO (vocábulo “NÃO”) 
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Note que o CC “espalhou” os deficientes mentais, tanto no rol dos 
absolutamente quanto nos relativamente incapazes. Veja que o art. 3
e 4 contemplam os deficientes mentais. Como fazer para não errar
nenhuma questão literal? 
Você já sabe que os absolutamente incapazes são: os menores de
16 anos (<16) e o NÃO. Não: o absolutamente incapaz NÃO possui
discernimento, NÃO pode exprimir sua vontade. É o enfermo ou o
deficiente que NÃO (NUNCA) tem discernimento para praticar atos da
vida civil. Mesmo que transitoriamente NÃO (NUNCA) pode exprimir
sua vontade. 
Note que o relativamente incapaz é o deficiente mental que tem o
discernimento reduzido. Responda uma coisa: Quem tem
discernimento reduzido, tem algum discernimento? Tem sim! Tem
discernimento, porém reduzido. O absolutamente incapaz NÃO
possui discernimento, NÃO pode exprimir sua vontade, enquanto que
o relativamente possui discernimento reduzido. O relativamente
incapaz é o excepcional sem desenvolvimento mental completo. Ele
possui algum desenvolvimento mental, só não é completo. O
absolutamente NÃO possui desenvolvimento mental. 
Ao relativamente incapaz é dado um ASSISTENTE. Supre-se a
incapacidade relativa pela ASSISTÊNCIA. O relativamente incapaz
pratica certos atos, sendo-lhe exigido que seja assistido, que o
assistente ratifique (confirme) a prática do ato. Caso o relativamente
incapaz pratique o ato sem assistência, o ato será ANULÁVEL. 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira 
de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por 
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por 
legislação especial. 
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ÉBRIO HABITUAL: é a pessoa que vive em estado de embriaguez
eventual reduzindo-o, sem o privar totalmente, a capacidade de
discernimento do homem. 
PRÓDIGO: É aquele que desordenadamente gasta e destrói
(dilapida) seu patrimônio, reduzindo-se à miséria por sua culpa. A
incapacidade do pródigo é apenas para os atos que dizem respeito à
alienação (transferência) do seu patrimônio. Para os outros atos ele é
plenamente capaz. Vale lembrar que, para que seja declarada
qualquer espécie de incapacidade, faz-se necessário um processo de 
interdição, em que o Juiz declare se a pessoa é absolutamente ou
relativamente incapaz. 
INDIO, AUSENTE, SURDO MUDO: 
Cuidado com essas pessoas: INDIO, AUSENTE e SURDO MUDO.
Veja que o Art. 4o Parágrafo único dispõe que a capacidade dos índios
será regulada por legislação especial. O CC não inseriu o índio nem 
como absolutamente nem como relativamente incapaz. E você 
ABSOLUTAMENTE
INCAPAZ 
RELATIVAMENTE
INCAPAZ 
REPRESENTANTE Incapaz pratica o 
ato sendo
ASSISTIDO pelo 
ASSISTENTE 
Pratica o ato 
pelo incapaz 
Se o incapaz
praticar o ato 
O ato será
NULO 
Se o incapaz praticar o
ato sem ASSISTÊNCIA 
O ato será
ANULÁVEL 
Art. 4o Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por
legislação especial. 
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12 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
também não pode inseri-lo! A capacidade do índio será regulada pela
legislação especial e essa legislação não está no seu edital! 
Para qualquer questão literal e para toda e qualquer alternativa que
coloque essas pessoas como absolutamente ou relativamente 
incapaz, a alternativa estará errada. O surdo mudo é capaz, desde
que saiba exprimir sua vontade, desde que tenha discernimento. A
mesma coisa se diga para o ausente. Mas preste atenção para as
questões do tipo: 
 O surdo mudo que não tem discernimento é absolutamente
incapaz (correto). 
 O surdo mudo que não sabe exprimir sua vontade é
absolutamente incapaz (correto). 
Nesses casos ele é incapaz porque “cai” na nossa regra do “NÃO”. 
Ele não possui discernimento, não sabe exprimir sua vontade e não
pelo fato de ser surdo mudo. 
Legitimidade (legitimação) é a aptidão para a prática de
determinados atos processuais. Só os plenamente capazes (maiores
de 18 anos, desde não acometidos das enfermidades e deficiências
mentais) as possuem. Consiste em saber se uma pessoa tem, no
caso concreto, CAPACIDADE para praticar PESSOALMENTE atos
processuais (em juízo). A falta de legitimação não retira a
capacidade e pode ser suprida. 
Questão 02. (ESAF/Analista de Controle Externo/2006/TCU) Aponte a
opção falsa. 
a) A capacidade de fato é a aptidão de exercer por si os atos da vida
civil. 
b) O portador de doença neurológica degenerativa progressiva por
não ter discernimento é tido como absolutamente incapaz. 
c) A capacidade dos índios, pela sua gradativa assimilação à
civilização, deverá ser regida por leis especiais. 
d) Admite-se a morte presumida sem decretação de ausência, em
casos excepcionais (p. ex. naufrágio), para viabilizar o registro de
óbito, resolver problemas jurídicos gerados com o desaparecimento e
regular a sucessão causa mortis. 
e) A curatela é um instituto de interesse público, ou melhor é um
munus público, cometido por lei a alguém somente para administrar 
os bens de pessoa maior que, por si só, não está em condições de
fazê-lo, em razão de enfermidade mental ou de prodigalidade. 
Comentários: 
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13 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
A alternativa “a” está correta. A capacidade de fato é a aptidão de
exercer por si os atos da vida civil. 
A alternativa “b” está correta. O portador de doença neurológica
degenerativa progressiva por não ter discernimento é tido como 
absolutamente incapaz. Cai no bizu do “NÃO”. Ele não é incapaz por 
ter doença neurológica, mas por NÃO ter discernimento. 
A alternativa “c” está correta. Art. 4o Parágrafo único. A capacidade
dos índios será regulada por legislação especial. 
A alternativa “d” está correta. Admite-se sim a morte presumida sem
decretação de ausência (art. 7o). Tratarei do tema no tópico “fim da 
personalidade”. 
A alternativa “e” está errada. Tutor se dá ao menor ante a ausência
dos pais e curador se dá à pessoa maior incapaz ou enfermo. A 
curatela é um instituto de interesse público, ou melhor é um munus
público, cometido por lei a alguém não somente para administrar os
bens de pessoa maior que, por si só, não está em condições de fazê-
lo, em razão de enfermidade mental ou de prodigalidade, mas para
praticar todos os atos da vida civil até e enquanto durar a
incapacidade. 
Gabarito: e 
MAIORIDADE (CAPACIDADE PLENA) 
EMANCIPAÇÃO 
MODO DE SUPRIR A INCAPACIDADE PARA OS MENORES 
A emancipação é o modo de suprimento da incapacidade para o
menor. É, em outras palavras, tornar um menor, maior. Ou seja: com
a emancipação o menor se torna maior, capaz plenamente e,
portanto, habilitado a praticar pessoalmente os atos da vida civil. A
emancipação é irrevogável, irretratável. Uma vez tornado maior nãopode voltar a ser menor. 
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos,
quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da
vida civil. 
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14 Prof. Márcia Albuquerque www.pontodosconcursos.com.br 
Art. 5o. Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
Voluntária: I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do
outro, mediante instrumento público, independentemente de
homologação judicial, ou / Judicial: por sentença do juiz, ouvido o 
tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
Legal: II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 
dezesseis anos completos tenha economia própria. 
EMANCIPAÇÃO 
Legal Judicial Voluntária 
Inciso I: concessão
dos pais ou de um
deles na falta de
outro, mediante 
instrumento
público, 
independente de 
homologação 
judicial, desde que
o menor haja
completado 16
anos completos. 
Inciso I:
concedida pelo
juiz, ouvido o
tutor, se o
menor contar
com 16 anos 
completos. 
II: casamento; 
III: exercício de
emprego público 
efetivo; 
IV: colação de grau
em curso de ensino 
superior; 
V: estabelecimento
civil ou comercial, ou
pela existência de
relação de
emprego, desde 
que, em função
deles, o menor com
dezesseis anos
completos tenha 
economia própria. 
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Pegadinhas: 
A concessão dos pais ou de um deles na falta de outro, mediante
instrumento particular, independente de homologação judicial,
desde que o menor haja completado 16 anos completos (falso). 
A concessão dos pais ou de um deles na falta de outro, mediante
instrumento público e dependente de homologação judicial,
desde que o menor haja completado 16 anos completos (falso). 
A concessão dos pais ou de um deles na falta de outro, mediante
instrumento público, independente de homologação judicial, desde
que o menor haja completado 16 anos incompletos (falso). 
EMANCIPAÇÃO VOLUNTÁRIA 
EMANCIPAÇÃO JUDICIAL 
Inciso I: concessão dos pais ou de um deles na falta de outro,
mediante instrumento público, independente de homologação 
judicial, desde que o menor haja completado 16 anos. 
A emancipação é concedida pelos pais. Na falta (morte) de um deles
é concedida pelo outro. Caso haja conflito entre os pais, será levado 
ao Juiz para decisão. 
Três informações importantíssimas para concurso: 
1) A emancipação concedida pelos é realizada mediante
instrumento público e não instrumento particular. Os
pais vão ao Cartório e emancipam o filho (a), declaram suas 
vontades em emancipar o filho. 
2) A emancipação concedida pelos pais independente de
homologação judicial, ou seja, não há necessidade de se
levar o documento do Cartório para o Juiz homologar. O
documento já se traduz na própria emancipação. Não teria
sentido sair do Cartório e levar para o Juiz homologar. Seria, 
nesse caso, emancipação judicial e não voluntária. 
3) A emancipação voluntária requer que o menor tenha 16 
anos completo. 
Inciso I: concedida pelo juiz, ouvido o tutor, se o menor contar 
com 16 anos completos. 
Também aqui se exige que o menor tenha 16 anos completos. 
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Questão 03. (ESAF/AFC/CGU/2008) Analise os itens a seguir e
marque com V a assertiva verdadeira e com F a falsa, assinalando ao
final a opção correspondente. 
( ) Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e os que, por
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido são
absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida
civil. 
( ) Os recém-nascidos e os amentais possuem a capacidade de direito
e de fato ou de exercício, visto que podem herdar. 
( ) Presume-se a morte, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei
autoriza a abertura de sucessão provisória. 
( ) Os atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou
reconhecerem a filiação serão registrados em registro público. 
a) V, V, F, V 
b) F, V, F, V 
c) F, F, V, F 
d) V, F, F, F 
e) F, F, F, F 
Comentários: 
O Item I está errado. Art. 4o São incapazes, relativamente a certos
atos, ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
EMANCIPAÇÃO LEGAL 
Veja as pegadinhas: Inciso II: O casamento é hipótese de
emancipação e mesmo que venha a se separar logo após, não 
retroage a emancipação. 
III: exercício de emprego público efetivo. As bancas costumam 
cobrar assim: “cargos em comissão” (errado). 
IV: colação de grau em curso de ensino superior. As bancas
costumam cobrar assim: “colação de grau em ensino médio” 
(errado). 
São duas as hipóteses: V: estabelecimento civil ou comercial, ou
pela existência de relação de emprego, desde que, em função
deles, o menor com dezesseis anos completos tenha
economia própria. As bancas não costumam abordar o que seria a
economia própria. Pressupõe que a pessoa possa suprir sua
sobrevivência. 
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II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por
deficiência mental, tenham o discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo; 
IV - os pródigos. 
O Item II está errado. Os recém-nascidos (menores de 16 anos) e os
amentais (deficientes mental sem discernimento) somente possuem a
capacidade de direito. 
O Item III está errado. Presume-se a morte, quanto aos ausentes,
nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva –
art. Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte;
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei
autoriza a abertura de sucessão definitiva. O tema será tratado no
tópico “fim da personalidade”. 
O Item IV está errado. Art. 10. Far-se-á averbação (e não registro)
em registro público: II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que
declararem ou reconhecerem a filiação. 
Gabarito: e 
Questão 04. (ESAF/SEFAZ/PI/2001) Assinale a opção falsa. 
a) A proteção jurídica dos incapazes realiza-se por meio da
representação ou assistência. 
b) O instituto da incapacidade visa proteger os que são portadores de
uma deficiência jurídica apreciável. 
c) A legitimação é a posição das partes, num ato jurídico, negocial ou
não, concreto e determinado, em virtude da qual elas têm
competência para praticá-lo. 
d) A capacidade é a regra e a incapacidade é a exceção. 
e) A capacidade de gozo é a aptidão para exercer por si os atos da
vida civil. 
Comentários: 
A alternativa “a” está correta. Supre-se a incapacidade por meio da
representação (absolutamente incapaz) ou assistência (relativamente
incapaz). 
A alternativa “b” está correta. A incapacidade visa proteger os que
são portadores de uma deficiência jurídica apreciável (que pode ser 
medida, podendo ser absoluta ou relativa). 
A alternativa “c” está correta. Legitimidade é a aptidão para a prática
de atos processuais e decorre da capacidade de fato. Possui
legitimidade para a prática de atos processuais a pessoa maior de 
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idade. A legitimação é a posiçãodas partes, num ato jurídico,
negocial ou não, concreto e determinado, em virtude da qual elas
têm competência para praticá-lo. 
A alternativa “d” está correta. A capacidade é a regra porque basta
ser pessoa, nascer com vida, ter personalidade para que se tenha a
capacidade de direito ou de gozo, aptidão genérica para adquirir
direitos e deveres. A incapacidade é a exceção. Somente as pessoas
elencadas nos arts. 3o e 4o a possuem. 
A alternativa “e” está errada. A capacidade de fato, exercício ou de
ação é a aptidão para exercer por si os atos da vida civil. A
capacidade de direito ou de gozo é a aptidão genérica para adquirir
os atos da vida civil. 
Gabarito: e 
Questão 05. (ESAF/TRT 7a Região/Juiz Substituto/2005) Os usuários
de psicotrópicos, que sofram redução na sua capacidade de
entendimento, não poderão praticar atos na vida civil sem assistência
de um curador, desde que interditos. 
Comentários: Note que a questão diz “sofram redução na sua
capacidade“, ou seja, a pessoa não está totalmente privada da sua 
capacidade. Os usuários de psicotrópicos, que têm a capacidade de
entendimento reduzida, se forem interditados, são considerados
relativamente incapazes, necessitando de assistência para que sejam
assistidos na prática dos atos da vida civil. 
Gabarito: correta. 
Questão 06. (ESAF/CGU/Correição/2006) A condenação criminal
acarreta incapacidade civil. 
Comentários: A capacidade é a medida da personalidade. Mesmo o
preso possui os direitos decorrentes da personalidade, possuindo
também capacidade. Além disso, a condenação criminal não é causa
de incapacidade civil. 
Gabarito: errada. 
SENILIDADE: senilidade significa velhice, idade avançada. A
senilidade (velhice) não significa incapacidade. A pessoa senil é
plenamente capaz. Ela pode ser incapaz por algum motivo dos arts.
3o e 4o, mas não por velhice. 
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EXTINÇÃO (FIM) DA PERSONALIDADE (Pessoa Natural) 
O início da personalidade da pessoa natural ocorre com o
nascimento com vida. O término, o fim da existência da pessoa
natural se dá com a morte (Art. 6º CC). A morte causa os seguintes
efeitos: extinção do poder familiar, dissolução do vínculo conjugal, 
abertura da sucessão dos bens, extinção de contrato personalíssimo,
dentre outros. 
A pessoa natural e, portanto, a personalidade se extinguem com a
morte. A personalidade acompanha o indivíduo durante toda sua
vida, tendo início com o nascimento e tem fim com sua morte. A
personalidade do indivíduo extingue-se com a morte. A das pessoas
jurídicas, com a sua dissolução e liquidação. 
A morte se prova com a Certidão de Óbito e para se ter esta certidão,
necessário que se tenha um corpo. O Direito brasileiro admite vários
tipos de morte: 
MORTE REAL: É a morte natural e se prova com a Certidão de Óbito.
Necessita-se de um corpo para que seja expedida a Certidão de
Óbito. 
MORTE PRESUMIDA: Nem sempre as pessoas morrem de morte
natural. Algumas vezes são vítimas de desastre, por exemplo, 
Art. 6o A existência da pessoa natural termina com a morte;
presume-se esta, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei
autoriza a abertura de sucessão definitiva. 
MORTE 
COMORIÊNCIA ou
MORTE SIMULTÂNEA 
PRESUMIDA 
REAL 
COM Decretação de
Ausência – art. 22 
SEM Decretação de 
Ausência – Art. 7º 
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naufrágio; outras vezes desaparecem se tornando ausente, enfim,
nesses casos não é possível encontrar o corpo do morto. 
Nesses casos é necessário que se faça o que se chama
JUSTIFICAÇÃO DE ÓBITO, que consiste num processo 
(procedimento de justificação) requerendo-se a decretação da morte
presumida. Presumida porque se presume que a pessoa esteja morta.
O Direito civil brasileiro admite a decretação da morte presumida com
ou sem decretação de ausência. 
Conforme ressaltado, há casos em que não foi possível encontrar o
cadáver (corpo) como também não há testemunhas que
presenciaram ou constataram a morte, mas é extremamente
provável a morte de quem estava em perigo de vida. Nesses casos,
não há certeza da morte, porém, se houver um conjunto de
circunstâncias que levem à presunção de que a pessoa que estava
em perigo de vida possa estar morta, a lei autoriza ao Juiz a
declaração da morte presumida. 
Note que nas hipóteses acima a pessoa não estava ausente; por
isso, se quer que se declare a morte sem decretação de
ausência. A pessoa estava em perigo de vida ou na guerra (e ou
desapareceu durante a guerra ou foi feito prisioneiro e não foi 
entrado até dois anos após o término da guerra). 
A declaração judicial de morte presumida é somente admitida em
casos excepcionais, “para viabilizar o registro do óbito, resolver
problemas jurídicos gerados com o desaparecimento e regular a 
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, SEM decretação 
de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em 
perigo de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha (guerra) ou feito
prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término 
da guerra. 
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos,
somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e
averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do 
falecimento. 
MORTE PRESUMIDA SEM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA 
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sucessão causa mortis, apenas depois de esgotadas todas as
buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do 
óbito” (Maria Helena Diniz). 
Observe que na questão 02 (ESAF/Analista de Controle
Externo/2006/TCU, fl. 12), a ESAF adotou o pensamento de Maria 
Helena Diniz. 
O Direito brasileiro admite e autoriza ao Juiz a declarar de morte
presumida em duas hipóteses: quando for extremamente provável a
morte de quem estava em perigo de vida e quando alguém,
desaparecido em campanha (guerra) ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra. Perigo de vida é
situação extremamente subjetiva e por isso as bancas não costumam
colocar situações abordando constituem ou não essa situação; elas 
costumam cobrar de maneira literal. 
MORTE PRESUMIDA COM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA 
AUSENTE é aquele que desapareceu de seu domicílio sem dele 
haver deixado notícia: 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela
haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador a
quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de
qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará a 
ausência, e nomear-lhe-á curador. 
O Direito brasileiro também admite a decretação da morte presumida
COM decretação de ausência. Aqui se declara a ausência e a morte 
presumida. 
Observação: note que na decretação da morte presumida SEM
decretação da ausência, se sabe onde a pessoa estava antes da
provável morte: estava em perigo de vida ou em campanha (guerra). 
Aqui não se sabe onde ela está. Veja: a pessoa desapareceu (sumiu)
e dentro de determinadas circunstância (que iremos ver em seguida)
será decretada sua ausência bem como a morte presumida. 
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PROCEDIMENTO para a DECRETAÇÃO da MORTE PRESUMIDA
COM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA 
PRIMEIRA FASE: CURADORIA DOS BENS DO AUSENTE 
O curador administra os bens do ausente 
Art. 22.Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela
haver notícia, se não houver deixado representante ou procurador
a quem caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de
qualquer interessado ou do Ministério Público, declarará (por
SENTENÇA) a ausência, e nomear-lhe-á curador. 
Quem é o curador? Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que não esteja separado
judicialmente, ou de fato por mais de dois anos antes da declaração da ausência, será o 
seu legítimo curador. 
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos bens do ausente incumbe aos pais ou aos 
descendentes, nesta ordem, não havendo impedimento que os iniba de exercer o cargo. 
§ 2o Entre os descendentes, os mais próximos precedem os mais remotos. 
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, compete ao juiz a escolha do curador. 
Art. 24. O juiz, que nomear o curador, fixar-lhe-á os poderes e obrigações, conforme as 
circunstâncias, observando, no que for aplicável, o disposto a respeito dos tutores e curadores. 
O juiz também arrecadará os bens do ausente, entregando a administração deles para o
curador; mandará publicar editais durante um ano, reproduzidos de dois em dois meses,
anunciando a arrecadação e chamando o ausente a entrar na posse dos bens. Após um ano
(se ele não deixou representante ou procurador para administrar os bens) da
publicação do primeiro edital, ou três anos se deixou procurador, permanecendo a 
ausência, segue o procedimento para a segunda fase (art. 26 do CC). 
Requerimento de
qualquer INTERESSADO
ou do Ministério Público
ao Juiz para que este
declare a ausência 
O art. 22: O ausente possui bens, não constituiu 
representante, procurador ou mandatário antes 
de seu desaparecimento, com poderes suficientes e
sem impedimento, para administrar todos os seus
bens. Haverá um patrimônio com titular, mas sem
ninguém que administre os bens. Nesse caso, 
qualquer interessado, (não precisa ser parente ou 
herdeiro) ou o Ministério Público poderão requerer
ao juiz que declare a ausência e nomeie curador
para administrar os bens do ausente. 
Juiz 
SENTENÇA:
Declara a ausência 
+ 
Nomeia curador. 
O mesmo acontece se o ausente deixar
representante que se recuse ou não possa 
exercer ou continuar o mandato (seja pelo término
do prazo do mandato, seja por não serem os poderes
deferidos ao mandatário suficientes para a
administração de todo o seu patrimônio), enfim,
ocorrendo qualquer dessas hipóteses, o Juiz poderá 
declarar a ausência e lhe nomear curador,
conforme o art. 23 do Código Civil: “Também se 
declarará a ausência, e se nomeará curador, quando o 
ausente deixar mandatário que não queira ou não 
possa exercer ou continuar o mandato, ou se os seus 
poderes forem insuficientes”. 
DESAPARECENDO A PESSOA DO SEU DOMICÍLIO 
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Desaparecimento 1 ano (se não deixou procurador) ou 3 anos (se deixou Procurador) 
Interessados requerem a Abertura da Sucessão Provisória 
SEGUNDA FASE: SUCESSÃO PROVISÓRIA 
Imissão dos herdeiros na posse dos bens 
Art. 26. Decorrido um
ano da arrecadação dos
bens do ausente, ou, se
ele deixou representante
ou procurador, em se
passando três anos,
poderão os interessados
requerer que se declare a
ausência e se abra
provisoriamente a
sucessão (SUCESSÃO 
PROVISÓRIA). 
Quem são os INTERESSADOS? 
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo anterior, 
somente se consideram interessados: 
I - o cônjuge não separado judicialmente; 
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou 
testamentários; 
III - os que tiverem sobre os bens do ausente
direito dependente de sua morte; 
IV - os credores de obrigações vencidas e não
pagas. 
Conta-se um prazo ou outro: o prazo de UM ANO 
conta-se da arrecadação dos bens do ausente (ele 
não deixou procurador) ou o prazo de TRÊS ANOS 
ocorre para o caso do ausente antes do 
desaparecimento, constituir representante, e este 
efetivamente o representar, caso em que não será 
nomeado curador dos bens do ausente. 
Art. 28. § 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, e não
havendo interessados na sucessão provisória, cumpre 
ao Ministério Público requerê-la ao juízo competente. 
Com a sucessão provisória ainda não há a
declaração definitiva da morte, bem como NÃO há
a transferência dos bens para o patrimônio dos 
herdeiros porque não se ainda certeza da morte. 
O §1º do art. 28 do Código Civil determina que se
após o prazo de um ou três anos, caso não haja
interessados na sucessão provisória, ou se havendo
interessados, nenhum deles a requerer, cabe ao 
Ministério Público requerê-la ao juiz competente. 
Juiz = SENTENÇA 
SUCESSÃO PROVISÓRIA 
Art. 28. A sentença que determinar a abertura da sucessão 
provisória só produzirá efeito cento e oitenta dias depois de
publicada pela imprensa; mas, logo que passe em julgado,
proceder-se-á à abertura do testamento, se houver, e ao inventário
e partilha dos bens, como se o ausente fosse falecido. 
A sentença que determinar a abertura da sucessão provisória
só produzirá efeitos (trânsito em julgado) após 180 dias 
(contados da publicação), prazo concedido ao ausente para, caso 
tenha ciência, apareça. Após o prazo, quando passará em julgado,
é possível proceder à abertura de testamento, se houver, e ao 
inventário e à partilha de bens, como se morto estivesse o ausente. 
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou interessado para requerer o 
inventário até trinta dias depois de passar em julgado a sentença 
que mandar abrir a sucessão provisória, proceder-se-á à 
arrecadação dos bens do ausente pela forma estabelecida nos arts. 
1.819 a 1.823. 
Art. 29. Antes da partilha, o juiz, quando julgar conveniente, 
ordenará a conversão dos bens móveis, sujeitos a deterioração ou
a extravio, em imóveis ou em títulos garantidos pela União. 
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SUCESSÃO PROVISÓRIA 
IMISSÃO (“entrada”) DOS HERDEIROS NA POSSE DOS 
BENS: Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na posse
dos bens do ausente, darão garantias da restituição deles, 
mediante penhores ou hipotecas equivalentes aos quinhões 
respectivos. 
§ 1o Aquele que tiver direito à posse provisória, mas não 
puder prestar a garantia exigida neste artigo, será 
excluído, mantendo-se os bens que lhe deviam caber sob a
administração do curador, ou de outro herdeiro designado 
pelo juiz, e que preste essa garantia. 
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o cônjuge, uma 
vez provada a sua qualidade de herdeiros, poderão, 
independentemente de garantia, entrar na posse dos 
bens do ausente. 
Art. 31. Os imóveis do ausente só se poderão alienar, não 
sendo por desapropriação, ou hipotecar, quando o ordene o
juiz, para lhes evitar a ruína. 
Art. 32. Empossados nos bens, os sucessores provisórios 
ficarão representando ativa e passivamente o ausente, 
de modo que contra eles correrão as ações pendentes e as 
que de futuro àquele forem movidas. 
Art. 33. O descendente, ascendente ou cônjuge que for 
sucessor provisório do ausente, fará seus todos os frutos e 
rendimentos dos bens que a este couberem; os outros 
sucessores, porém, deverão capitalizar metade desses 
frutos e rendimentos, segundo o disposto no art. 29, de
acordo com o representante do Ministério Público, e prestar
anualmente contas ao juiz competente. 
Parágrafo único. Se o ausente aparecer, e ficar provado 
que a ausência foi voluntária e injustificada, perderá
ele, em favor do sucessor, sua parte nos frutos e
rendimentos. 
Art. 34. O excluído, segundo o art. 30, da posse provisória
poderá, justificando falta de meios, requerer lhe seja 
entregue metade dos rendimentos do quinhão que lhe 
tocaria.Art. 35. Se durante a posse provisória se provar a época 
exata do falecimento do ausente, considerar-se-á, nessa
data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram 
àquele tempo. 
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe provar a
existência, depois de estabelecida a posse provisória, 
cessarão para logo as vantagens dos sucessores nela
imitidos, ficando, todavia, obrigados a tomar as medidas
assecuratórias precisas, até a entrega dos bens a seu dono. 
A sucessão provisória cessa com o
aparecimento do ausente, com a 
prova da sua existência com vida, ou
com a sua transformação em 
sucessão definitiva. Se o ausente
aparecer, mandar notícias suas, ou se
lhe provar a existência, cessarão para 
logo as vantagens dos sucessores 
provisórios, ficando, obrigados a
tomar as medidas assecuratórias 
necessárias, até a entrega dos bens
ao ausente. 
Com a abertura da sucessão
provisória, os herdeiros poderão ficar
na posse dos bens (não será 
transferida a propriedade ainda). A
posse tem a finalidade de resguardar
os bens do ausente. Os ascendentes 
(pais, avós) e descendentes (filhos,
netos) e o cônjuge não necessitam 
prestar garantias. 
Os imóveis do ausente só poderão ser
alienados (transferidos, vendidos) por
ardem do Juiz e mesmo assim para
evitar a ruína. 
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+ 
TERCEIRA FASE: SUCESSÃO DEFINITIVA 
Art. 37. Dez anos depois de passada em
julgado a sentença que concede a abertura
da sucessão provisória, poderão os
interessados requerer a sucessão definitiva 
e o levantamento das cauções (garantias)
prestadas. 
Sentença 
Abertura 
Sucessão Provisória 
180 dias 
Trânsito em 
julgado 
Sentença 
Abertura 
Sucessão Definitiva 
10 anos 
OU 
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também,
provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de
cinco datam as últimas notícias dele. 
Ausência 
(Desaparecimento) 
Últimas notícias 
5 anos 
80 anos 
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Explicando: São duas as hipóteses em que pode ser decretada a
abertura da sucessão definitiva: 
1) Após o trânsito em julgado (180 dias) da sentença que
decretou a abertura da sucessão provisória, os 
interessados poderão requerer a abertura da sucessão
definitiva. 
2) Pode-se requerer a qualquer tempo a abertura da sucessão
definitiva (não necessita esperar 10 anos do trânsito em
julgado da sentença que decretou a abertura da sucessão
provisória) quando o ausente possui oitenta anos de
idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele. 
Ocorrida qualquer das hipóteses, os interessados (art. 27) poderão
requerer a abertura da sucessão definitiva. Poderão também requerer
também o levantamento das garantias prestadas. Os sucessores que
capitalizaram metade dos frutos e rendimentos terão direito a 
resgatá-los. 
Sentença 
Abertura 
Sucessão Definitiva 
10 anos 
AUSENTE REGRESSA até 10 anos 
após a decretação da abertura 
da Sucessão Definitiva: Art. 39. 
Regressando o ausente nos dez 
anos seguintes à abertura da 
sucessão definitiva, ou algum de
seus descendentes ou ascendentes, 
AUSENTE NÃO REGRESSA até 10
anos após a decretação da 
abertura da Sucessão Definitiva: 
Art. 39. Parágrafo único. Se, nos 
dez anos a que se refere este 
artigo, o ausente não regressar, 
e nenhum interessado promover 
a sucessão definitiva, 
Os bens arrecadados passarão ao 
domínio do Município ou do 
Distrito Federal, se localizados 
nas respectivas circunscrições,
incorporando-se ao domínio da 
União, quando situados em 
território federal. 
O ausente, os descendentes ou 
ascendentes haverão só os bens 
existentes no estado em que se 
acharem, os sub-rogados em
seu lugar, ou o preço que os 
herdeiros e demais interessados 
houverem recebido pelos bens 
alienados depois daquele tempo. 
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Decretada a abertura da sucessão definitiva, o CC ainda concede um
prazo de 10 anos para a volta do ausente. Garante ao ausente que
regressar nos dez anos seguintes à abertura da sucessão definitiva,
ou qualquer de seus herdeiros (que só aparecerem nesse momento), 
o direito aos bens existentes. Mas terão os bens no estado em que
se acharem (veja que já se passou muito tempo desde o início do
processo), ou terão os bens sub-rogados (substituídos no caso,
por exemplo, de ter sido vendido um imóvel para evitar a ruína e ter
comprado outro bem) em seu lugar, ou ao preço (dinheiro aplicado
proveniente da venda do bem) que os herdeiros e demais
interessados houverem recebido pelos bens alienados depois daquele
tempo. Terá o mesmo direito o ascendente ou descendente do
ausente, que aparecer até dez anos após a abertura da sucessão 
definitiva. 
Após 10 anos da abertura da sucessão definitiva, se o ausente,
ou qualquer de seus herdeiros regressarem, não terão direito 
a mais nada. Nesse caso, os bens serão transferidos, nessa 
ordem: 
a) Município ou Distrito Federal: se o bem estiver situado em
Município será transferido para esse Município. Se estiver
localizado no Distrito Federal, será transferido para o Distrito
Federal (isso porque o DF não é dividido em Municípios); ou 
b) União: caso o bem esteja localizado em Território, será
transferido para a União. Atualmente o Brasil não possui 
Território Federal, mas a CF permite que seja criado. 
Veja a sequência da decretação da morte presumida com decretação 
da ausência: 
Fases: 
1) Curadoria dos bens do ausente: o curador administra os
bens do ausente. 
2) Sucessão provisória os herdeiros se imitem na posse dos
bens do ausente. 
3) Sucessão definitiva os herdeiros adquirem a propriedade dos
bens do ausente. É na abertura da sucessão definitiva que o
ausente é declarado morto. 
ATENÇÃO! O Estado NÃO concorre aos bens do ausente. As 
bancas costumam colocar alternativa contemplando o Estado
(errado). 
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Observe: 
DESAPARECIDO 
Requerimento de qualquer INTERESSADO ou do Ministério Público
ao Juiz para que este declare a ausência. 
Juiz SENTENÇA: Declara a AUSÊNCIA
e nomeia CURADOR 
SENTENÇA: efeito (trânsito em julgado):
180 dias 
Art. 22 
3 anos (se não deixou procurador) 1 ano (se não deixou procurador) 
Interessados requererem a abertura
da Sucessão Provisória 
Juiz sentença: 
Abertura da 
Sucessão Provisória 
Herdeiros: Imissão na posse 
A qualquer tempo: 
Ausente conta com 
80 anos 
+ 
Últimas notícias 
datam de 5 anos 
10 anos após o 
trânsito em julgado OU 
Interessados requerer e o Juiz decreta 
Abertura da Sucessão Definitiva 
Ausente retorna Ausente NÃO retorna 
10 anos 
Recebem só os bens existentes no
estado em que se acharem, os sub-
rogados em seu lugar, ou o preço.
Os bens arrecadados passarão ao
domínio do Município ou do
Distrito Federal, se localizados nas
respectivas circunscrições,
incorporando-se ao domínio da
União, quando situados em
território federal. 
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COMORIÊNCIA ou MORTE SIMULTÂNEA: 
Existem situações em que duas ou mais pessoas em razão do mesmo
evento (causa) vêm a falecer na mesma ocasião,porém não se sabe
ao certo a ordem cronológica de qual delas faleceu primeiro. Nesses
casos, resolve-se com uma fórmula simples: presumir-se-ão
simultaneamente mortos. 
Exemplo: pai e filho viajam de carro; ocorre um acidente; os dois
vêm a falecer, porém não se sabe quem precedeu ao outro (quem 
faleceu primeiro). Qual a importância prática disso? 
No exemplo acima, caso o pai venha a falecer primeiro que o filho,
haverá transmissão de bens e direitos para o filho e, embora este
venha a falecer minutos depois recebeu bens/direitos do pai, bem
como os transmitirá aos seus herdeiros. 
Para que ocorra a comoriência ou morte simultânea é necessário que
se materialize cumulativamente os seguintes requisitos: 
a) Duas ou mais pessoas 
b) Morte na mesma ocasião 
c) Dúvidas acerca de quem faleceu primeiro 
Nesse caso: presumir-se-ão simultaneamente mortos e NÃO haverá
transmissão de bens e direitos. 
REGISTRO CIVIL E AVERBAÇÃO 
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião,
não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu
aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
NÃO há TRANSMISSÃO DE BENS e DIREITOS entre os COMORIENTES. 
Art. 9o Serão registrados em registro público: 
I - os nascimentos, casamentos e óbitos; 
II - a emancipação por outorga dos pais ou por sentença do juiz;
III - a interdição por incapacidade absoluta ou relativa; 
IV - a sentença declaratória de ausência e de morte 
presumida. 
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O registro civil é a instituição administrativa que tem por objetivo
imediato a publicidade dos fatos jurídicos de interesse das pessoas e
da sociedade. Sua função é dar autenticidade, segurança e eficácia
aos fatos jurídicos de maior relevância para a vida e os interesses dos 
sujeitos de direito. 
Registro civil é a perpetuação, mediante anotação por agente
autorizado, dos dados pessoais dos membros da coletividade e dos
fatos jurídicos de maior relevância em suas vidas, para fins de
autenticidade, segurança e eficácia. Tem por base a publicidade, cuja
função específica é provar a situação jurídica do registrado e torná-la
conhecida de terceiros. 
AVERBAÇÃO (Modificação / Alteração) 
Decorar os arts. 9o e 10 porque as bancas trocam as hipóteses. 
Questão 07 (ESAF/2010/SMF-RJ/Fiscal de Rendas) Assinale a opção
correta. 
a) O registro da pessoa jurídica declarará o modo por que se
ministra e representa, ativa e passivamente, judicial e 
extrajudicialmente. 
b) A capacidade de fato ou de exercício é inerente a todo o ser
humano, já que é a aptidão para adquirir direitos e contrair
obrigações. 
c) As pessoas com mais de 70 anos são consideradas
relativamente incapazes, pois a lei presume que elas não têm o
necessário discernimento para praticar os atos da vida civil. 
d) O recém-nascido, por não poder exercer pessoalmente os atos
da vida civil, não pode ter direitos e obrigações de qualquer espécie. 
e) Os funcionários públicos consideram-se domiciliados no lugar
onde exercem suas funções, mesmo que periódicas ou temporárias. 
Comentários: 
Gabarito: a 
Art. 10. Far-se-á averbação em registro público: 
I - das sentenças que decretarem a nulidade ou anulação do
casamento, o divórcio, a separação judicial e o 
restabelecimento da sociedade conjugal; 
II - dos atos judiciais ou extrajudiciais que declararem ou 
reconhecerem a filiação. 
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Questão 08. (ESAF/2009/Receita Federal/Auditor Fiscal da Receita
Federal) Se uma pessoa, que participava de operações bélicas, não
for encontrada até dois anos após o término da guerra, configurada
está a: 
a) declaração judicial de morte presumida, sem decretação de
ausência. 
b) comoriência. 
c) morte civil. 
d) morte presumida pela declaração judicial de ausência. 
e) morte real. 
Comentários: Art. 7º. Pode ser declarada a morte presumida, sem
decretação de ausência: I - se for extremamente provável a morte de
quem estava em perigo de vida; II - se alguém, desaparecido em
campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após
o término da guerra. 
Morte Presumida: Via Sentença declaratória de falecimento, sem o
cadáver. 
Comoriência ou morte simultânea: Pessoas que morreram
simultaneamente. 
Declaração de Ausência: formalização de desaparecimento de alguém
que não indicou seu paradeiro. Sem o cadáver. 
Morte Real: Via certidão de óbito. Com o cadáver. 
A morte presumida sem decretação de ausência quando: 
- se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo
de vida; 
- se alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o término da guerra. 
Gabarito: a 
Questão 09. (ESAF/2006/CGU/Analista de Finanças e Controle/Área
Correição) Assinale a opção verdadeira. 
a) O estado civil é uno e indivisível, pois ninguém pode ser
simultaneamente casado e solteiro, maior e menor, brasileiro e
estrangeiro, salvo nos casos de dupla nacionalidade. 
b) Artista plástico menor, com 16 anos de idade, que, habitualmente,
expõe, mediante remuneração, numa galeria, não adquire 
capacidade. 
c) A condenação criminal acarreta incapacidade civil. 
d) A capacidade de exercício pressupõe a de gozo e esta não pode
subsistir sem a de fato ou de exercício. 
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e) Se alguém desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for
encontrado até dois anos após o termino da guerra, seus parentes
poderão requerer ao juiz a declaração de sua ausência e nomeação
de curador. 
Comentários: São dois os critérios para atribuição de nacionalidade
primária (originária: resultado do fato natural: o nascimento):
Origem sanguínea - ius sanguinis: funda-se no vínculo do sangue,
segundo o qual será nacional todo aquele que for filhos de nacionais,
independente do local de nascimento. 
Origem territorial - ius solis: atribui à nacionalidade a quem nasce no
território do Estado que o adota, independentemente da
nacionalidade dos ascendentes. 
O Brasil adota o critério ius solis, enquanto outros países, como a
Alemanha, adota o critério ius sanguinis. Portanto, filho de alemães, 
nascidos no Brasil são alemães natos e brasileiros natos. 
O ESTADO CIVIL (solteiro, casado, viúvo, separado judicialmente ou
divorciado) cria direitos e deveres específicos; assim como o
parentesco, que dá nascimento a deveres e direitos, nos campos do
direito de família e das sucessões. 
O ESTADO INDIVIDUAL pode ser encarado sob o aspecto da idade
(maiores ou menores); do sexo (homens e mulheres) e da saúde (do
ponto de vista da saúde mental, que pode tornar a pessoa relativa ou
absolutamente incapaz e, conforme certos defeitos físicos, como
cegueira, surdo-mudez etc., inibir o indivíduo para certos e
determinados atos da vida civil). 
O estado, portanto, qualifica a pessoa dentro da sociedade. Quando
desejamos situar uma pessoa, diferençando-a de outra, devemos
verificar sua qualificação, isto é, o status, nessas três esferas,
ocupado pelo indivíduo na sociedade." 
A individualização é o modo particular da pessoa existir. Aspectos do
estado da pessoa natural são: individual, familiar e político. 
O estado individual é o modo de ser da pessoa quanto à idade, sexo,
cor, altura, saúde, etc. Vale salientar que algumas dessas particulares
(idade e saúde) exercem influência sobre a capacidade civil 
(maioridade e menoridade). 
O estado familiar é que indica a situação da pessoa na família em
relação ao matrimônio(solteiro, casado, separado, divorciado, viúvo) 
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e ao parentesco consanguíneo (pai, filho, irmão) ou afim (sogro,
genro, etc.). 
O estado político é a qualidade jurídica que decorre da posição do
indivíduo na sociedade política, podendo ser nacional, podendo ser 
nato (art. 12, I, Constituição Federal) ou naturalizado (art. 12, II, a,
Constituição Federal) ou estrangeiro (art. 12, II, b, Constituição
Federal). 
Alternativa “d” está errada: Evite a confusão: Capacidade de direito
ou de gozo e Capacidade de fato ou de exercício. A segunda não
subsiste sem a primeira (e não o contrário, como na alternativa).
Capacidade de direito = capacidade de gozo. Todos possuem.
Capacidade de exercício = capacidade de fato. Nem todos possuem.
Portanto, a capacidade de exercício/fato pressupõe a existência da
capacidade de direito/gozo, e esta subsiste de qualquer forma, pois 
todos, sem exceção, a possuem. 
Atenção! Alternativa “b” está errada = pegadinha. Nessas condições,
ele não adquire a EMANCIPAÇÃO. Pela emancipação uma pessoa
incapaz torna-se capaz. 
Da forma como a alternativa foi exposta, presume-se que o artista
plástico com 16 anos de idade que habitualmente expõe, mediante
remuneração, possui economia própria, enquadrando-se em uma das
possibilidade previstas no art. 5º, parágrafo único, V, CC: cessação
da incapacidade pela existência de relação de emprego que
proporcione economia própria para o mnenor com 16 anos
completos. 
A alternativa "e" está errada porque a ação proposta não é a
declaratória de ausência, mas sim a de "justificação de óbito". 
A alternativa “a” está correta: O estado é indivisível porque, apesar
de serem muitas suas designações, não pode ser considerado a não
ser em seu conjunto. Assim, uma pessoa não se considera solteira e
casada ao mesmo tempo. O estado civil é uno e indivisível, pois
ninguém pode ser simultaneamente casado e solteiro, maior e menor,
brasileiro e estrangeiro, salvo nos casos de dupla nacionalidade. 
A alternativa “c” está errada. A condenação criminal não está prevista
nos arts. 3º (incapacidade absoluta) e 4º (incapacidade relativa) do 
CC. 
A alternativa “e” está errada: Se alguém desaparecido em campanha
ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o termino
da guerra, seus parentes poderão requerer ao juiz a declaração de 
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sua ausência e nomeação de curador. Será declarada a morte
presumida, sem decretação de ausência (art. 7º, CC). Nesse caso,
será aberta a sucessão definitiva. 
Gabarito: a 
Questão 10. (ESAF/2006/MTE/Auditor Fiscal do Trabalho) Assinale a
opção falsa. 
a) A proteção jurídica dos incapazes realiza-se por meio da
representação ou assistência, o que lhes dá segurança, quer em
relação a sua pessoa, quer em relação ao seu patrimônio,
possibilitando-lhes o exercício de seus direitos. 
b) A morte presumida pode dar-se com ou sem decretação da
ausência. 
c) A senilidade, por si só, não é causa de restrição da capacidade de
fato, porque não pode ser considerada equivalente a um estado
psicopático. 
d) O assento da sentença de interdição no registro de pessoas
naturais e a publicação editalícia não são dispensáveis para lhes
assegurar eficácia erga omnes. 
e) Em relação à menoridade, a incapacidade cessa quando o menor
completar 18 anos ou for emancipado. 
Comentários: 
A alternativa “a” está correta: A proteção jurídica dos incapazes
realiza-se por meio da representação (absolutamente incapaz) ou
assistência (relativamente incapaz). 
A alternativa “b” está correta: A morte presumida pode dar-se com
ou sem decretação da ausência. Art. 7o Pode ser declarada a morte
presumida, sem decretação de ausência: 
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo
de vida; 
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não
for encontrado até dois anos após o término da guerra. 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do seu domicílio sem dela haver
notícia, se não houver deixado representante ou procurador a quem
caiba administrar-lhe os bens, o juiz, a requerimento de qualquer
interessado ou do Ministério Público, declarará a ausência, e nomear-
lhe-á curador, caso em que SERÁ DECRETADA A MORTE PRESUMIDA
COM DECRETAÇÃO DE AUSÊNCIA. 
A alternativa “c” está correta: A senilidade, por si só, não é causa de
restrição da capacidade de fato, porque não pode ser considerada
equivalente a um estado psicopático. 
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A alternativa “d” está falsa: não há necessidade de publicação no
processo de interdição, apenas o assento no registro de pessoas
naturais. 
Segundo o art. 1.184 do CPC, a sentença de interdição produz efeitos
desde logo, apesar de sujeita a assentamento em registro e de 
publicação editalícia e em imprensa local. Aí está o erro. 
A expressão erga omnes, de origem latina (latim erga, "contra", e
omnes, "todos"), é usada principalmente no meio jurídico para indicar
que os efeitos de algum ato ou lei atingem todos os indivíduos de
uma determinada população ou membros de uma organização, para o
direito internacional. 
A alternativa “e” está correta: Art. 5o A menoridade cessa aos
dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à
prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único.
EMANCIPAÇÃO: Cessará, para os menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro,
mediante instrumento público, independentemente de homologação
judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver
dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com
dezesseis anos completos tenha economia própria. 
Gabarito: d 
DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE 
CONCEITO: são atributos (prerrogativas) inerentes à própria
qualidade (essência) de ser pessoa. O fato de ser pessoa, ter
personalidade, nascer com vida já se atribui os direitos de
personalidade. São direitos que decorrem da Constituição (art. 5º,
caput, que consagra alguns dos direitos fundamentais da pessoa
natural): direito à vida, liberdade, honra, vida privada, intimidade,
imagem, ao nome, etc. 
Uma das principais mudanças do CC 2002 consiste na inserção de um
capítulo próprio, a tratar dos direitos da personalidade (arts. 11 a 
21). O Código Civil de 2002 trouxe um capítulo especialmente
tratando dos direitos de personalidade, muito cobrado em concurso
público! 
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Os direitos da personalidade podem ser conceituados como sendo
aqueles direitos inerentes à pessoa e à sua dignidade e formado por
cinco ícones principais: vida/integridade física, honra, imagem, 
nome e intimidade. Essas cinco expressões-chave demonstram a
concepção dos direitos de personalidade. 
Não só a pessoa natural possui os direitos de personalidade, mas
também a pessoa jurídica, regra expressa do art. 52 do CC, que
confirma o entendimento jurisprudencial já existente, pelo qual a
pessoa jurídica poderia sofrer um dano moral, em casos de lesão à 
sua honra objetiva, com repercussão social (súmula 226do STJ). 
Protege três princípios básicos constitucionais: o princípio da 
dignidade da pessoa humana, da igualdade e da solidariedade. 
Direitos da Personalidade X Direitos Fundamentais 
Direitos da Personalidade: criados para proteger os indivíduos de si
mesmos e de terceiros (direito privado). 
Direitos Fundamentais: criados para proteger os indivíduos do Estado 
(direito público). 
CARACTERÍSTICAS: Os direitos de personalidade são: ABSOLUTOS,
Intransmissíveis, Irrenunciáveis, não podem sofrer limitação
voluntária. 
CUIDADO! Absolutamente TODAS as bancas de concursos têm como
verdadeiro que os direitos de personalidade são ABSOLUTOS! E você
pode estar se perguntando: “mas o meu professor de constitucional 
disse que não existe direito absoluto”. O seu professor de 
constitucional está corretíssimo! Mas lembre-se que você está na
prova de Direito Civil. Vamos ver porque eles são absolutos, bem
como verificar as outras características. 
ABSOLUTO: são oponíveis contra todos (erga omnes), impondo à
coletividade o dever de respeitá-los; 
INDISPONIBILIDADE: nem por vontade própria do indivíduo o direito
da personalidade pode mudar de titular. 
IMPRESCRITIBILIDADE: inexiste um prazo para seu exercício, não se
extinguindo pelo seu não-uso. 
IMPENHORABILIDADE: os direitos da personalidade não são passíveis
de penhora. 
VITALICIEDADE: são inatos e permanentes, acompanhando a pessoa
desde seu nascimento até sua morte. 
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GENERALIDADE: os direitos da personalidade são outorgados a todas
as pessoas, pelo simples fatos de existirem; 
EXTRAPATRIMONIALIDADE: não possuem conteúdo patrimonial
direto, aferível objetivamente. 
ILIMITADO: em regra é ilimitado, NÃO podendo sofrer limitação
voluntária, salvo quando a lei dispuser que pode sofrer limitação. 
Veja que a regra é: os direitos da personalidade são intransmissíveis
e irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação 
voluntária. 
Exceção: somente por LEI, só a lei pode excepcionar os direitos da
personalidade podem ser transmissíveis e renunciáveis, podendo o
seu exercício sofrer limitação voluntária. 
Mesmo que a pessoa queira voluntariamente renunciar a tais direitos,
tal renúncia NÃO valerá; valerá em casos excepcionais, por exemplo
num acordo sobre direitos patrimoniais. 
O art. 12 trata da prevenção e reparação integral dos direitos de
personalidade, caso haja ameaça ou lesão a estes direitos. Note que
é possível cumular o pedido para que cesse a ameaça ou lesão à
direitos de personalidade com o pedido de perdas e danos: 
Art. 11. (Exceção): Com exceção dos casos previstos em lei,
(regra): os direitos da personalidade são intransmissíveis e
irrenunciáveis, não podendo o seu exercício sofrer limitação
voluntária. 
Art. 12. Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito
da personalidade, e (+) reclamar perdas e danos, sem prejuízo de 
outras sanções previstas em lei. 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, terá legitimação para
requerer a medida prevista neste artigo o cônjuge sobrevivente,
ou qualquer parente em linha reta, ou colateral até o quarto
grau. 
Ameaça 
CESSAR ou + (e) perdas e danos 
Lesão 
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Cuidado! As bancas costumam colocar uma alternativa assim: 
Pode-se exigir que cesse a ameaça, ou a lesão, a direito da
personalidade, ou reclamar perdas e danos (falsa). 
Veja que em se tratando de morto, terá legitimação para requerer
a medida prevista neste artigo (cessação da ameaça ou lesão a
direito + perdas e danos), o cônjuge sobrevivente, ou qualquer
parente em linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
O parágrafo único do art. 12 consagra o direito do morto, prevendo a
legitimidade de seus ascendentes, descentes e cônjuge e colaterais
até o quarto grau de pleitearem indenização de perdas e danos em
caso de dano à personalidade de pessoa falecida. 
Cuidado! As bancas costumam colocar uma alternativa assim: 
Em se tratando de morto, terá legitimação para requerer a medida
prevista neste artigo (cessação da ameaça ou lesão a direito +
perdas e danos), o cônjuge sobrevivente, ou qualquer parente
em linha reta, ou colateral até o terceiro grau ou segundo grau
(falso). 
Regra: é defeso (proibido) o ato de disposição do próprio corpo,
quando importar diminuição permanente da integridade física,
ou contrariar os bons costumes. 
Segunda exceção: diz respeito à disposição (poder dispor) do
corpo: exigência médica e transplante. 
O art. 13 veda a disposição de partes do próprio corpo, salvo por
exigência médica, mas desde que tal disposição não traga inutilidade
do órgão ou contrarie os bens costumes. No caso dos transexuais
para que eles possam ter o seu bem estar garantido, é permitido a 
dispor do corpo, podendo realizar a cirurgia para mudança de sexo.
Garante-se, assim, a dignidade da pessoa humana sem nenhuma
discriminação. 
O transplante de órgãos é válido e permitido, desde que de órgão 
Art. 13. (Exceção): Salvo por exigência médica, (Regra): é defeso
(proibido) o ato de disposição do próprio corpo, quando importar
diminuição permanente da integridade física, ou contrariar os 
bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste artigo será admitido para fins 
de transplante, na forma estabelecida em lei especial. 
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duplos. A lei especial vai regular o transplante. 
Terceira exceção à disposição dos direitos de personalidade:
objetivo científico, ou altruístico (convicções filosóficas,
religiosas). 
O art. 15 contempla os direitos do paciente dispondo que ninguém
pode ser constrangido a submeter-se, com risco de vida, a
tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 
Os arts. 16 ao 19 cuidam da proteção ao nome e ao pseudônimo
(apelido) da pessoa natural. O nome é o sinal que representa a
pessoa e é direito inerente a qualidade da personalidade. 
Nome da pessoa: Nome da pessoa natural é o sinal exterior mais
visível de sua individualidade, sendo através dele que a identificamos 
no seu âmbito familiar e no meio social. Nome é marca indelével do
indivíduo, como um atributo de sua personalidade. O nome civil É
matéria de ordem pública – todo nascimento deve ser registrado no
Cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais. 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, ou altruístico
(convicções filosóficas, religiosas), a disposição (requisitos):
gratuita do próprio corpo, no todo ou em parte, para depois da 
morte. 
Parágrafo único. O ato de disposição pode ser livremente revogado 
a qualquer tempo. 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a submeter-se, com
risco de vida, a tratamento médico ou a intervenção cirúrgica. 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, nele compreendidos o
prenome e o sobrenome. 
Disposição do corpo é válida – três requisitos: 
1) Objetivo científico, ou altruístico (convicções filosóficas, 
religiosas). 
2) Disposição gratuita. As bancas costumam colocar uma 
alternativa “disposição onerosa” (paga) = falsa. 
3) Disposição após a morte, não em vida. 
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O nome da pessoa só pode alterado por determinação da lei e
somente podem justificar-se por um motivo realmente relevante,
como por exemplo: o nome

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