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TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 1 César Albino Teoria Musical 2022 ETEC DE ARTES: SEGUNDO SEMESTRE TURMAS DE CANTO, COMPONENTE ELM PRIMEIRO SEMESTRE TURMAS DE REGÊNCIA, COMPONENTE PEM Atualizado em 17/02/2022 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 2 1. AS SETE NOTAS MUSICAIS ............................................................................................... 3 2. ESCREVENDO AS NOTAS MUSICAIS EM LINHAS ........................................................... 6 3. O PENTAGRAMA E AS LINHAS SUPLEMENTARES .......................................................... 9 4. AS CLAVES ....................................................................................................................... 10 5. NOÇÃO DE TOM E SEMITOM ......................................................................................... 12 6. OS TETRACORDES ........................................................................................................... 13 7. AS ESCALAS DIATÔNICAS .............................................................................................. 14 8. OS SETE MODOS DIATÔNICOS ....................................................................................... 15 9. OS INTERVALOS NATURAIS ........................................................................................... 18 10. INTERVALOS IMPERFEITOS DE SEGUNDA E TERÇA .................................................... 19 11. OS INTERVALOS PERFEITOS DE QUARTA E QUINTA ................................................... 20 12. ACORDES #1 .................................................................................................................... 21 13. A NATUREZA DOS INTERVALOS PERFEITOS ................................................................ 23 14. SINAIS DE ALTERAÇÃO ................................................................................................... 26 15. O SISTÊMA CROMÁTICO OCIDENTAL ............................................................................ 27 16. SEMITOM CROMÁTICO E SEMITOM DIATÔNICO ......................................................... 29 17. ESCREVENDO ESCALAS MAIORES COM SUSTENIDOS ................................................ 32 18. ESCALAS MAIORES COM BEMÓIS ................................................................................. 36 19. ARMADURAS DE CLAVE ................................................................................................. 40 20. TRANSPOSIÇÃO #1 .......................................................................................................... 43 21. INTERVALOS IMPERFEITOS DE SEXTA E SÉTIMA ......................................................... 46 22. ANALIZANDO INTERVALOS A PARTIR DAS ARMADURAS DE CLAVE .......................... 48 23. INVERSÃO DOS INTERVALOS ......................................................................................... 49 24. ESCREVENDO ESCALAS MENORES A PARTIR DAS MAIORES PELO PROCESSO DE RELATIVAS ..................................................................................................................................... 52 25. INTERVALOS #2- TRANSFORMANDO INTERVALOS NATURAIS POR MEIO DE ALTERAÇOES CROMÁTICAS ......................................................................................................... 56 26. TRANSPOSIÇÃO #2 .......................................................................................................... 59 27. Tonalidade menor pelo processo de homônimas ...................................................... 61 28. ACORDES #2 .................................................................................................................... 63 O acorde diminuto .......................................................................................................... 64 O acorde aumentado ...................................................................................................... 66 O acorde de quarta suspensa ........................................................................................ 67 29. ACORDES COM SÉTIMA .................................................................................................. 69 30. OS ACORDES DE VIVALDI ............................................................................................... 73 31. ACORDES COM NONA .................................................................................................... 74 Acordes maiores .............................................................................................................. 75 Acordes menores ............................................................................................................. 75 Acordes diminutos .......................................................................................................... 75 Acordes aumentados ...................................................................................................... 75 O acorde de quarta suspensa ........................................................................................ 75 32. Inversões de acorde ....................................................................................................... 77 33. TRANSPOSIÇÃO #2 .......................................................................................................... 80 34. Modos (gregos?) ............................................................................................................ 82 35. A divisão da corda, ou tubo, em partes proporcionais (o monocórdio de pitágoras) ...................................................................................................................................... 84 Bibliografia ............................................................................................................................... 88 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 3 Anexo 2: Estrutura geral das tétrades mais utilizadas ............................................ 92 1. AS SETE NOTAS MUSICAIS As sete notas musicais são conhecidas no sentido ascendente por Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá e Si1: Após o Si, as notas se sucedem formando novas oitavas, como se fosse um prédio com vários andares: 1 Nos países de origem Anglo-saxônica (Inglaterra, Alemanha etc.), as notas musicais são identificadas como na Grécia antiga, por letras maiúsculas, onde o Lá é identificado pela letra A, o Si pela letra B, o Dó pela letra C, etc. Na Alemanha, o B representa o Sib, e o H o Si natural. Dó Sol Si Lá Fá Mi Ré Sentido ascendente Sentido descendente TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 4 Exercício 1.1 – Complete: Exercício 1.2 – Complete: Dó Si Lá Fá Ré Dó Ré Si Sol Ré Mi Dó Sol Mi Fá Dó Si Fá Sol Mi Dó Lá Ré Exercício 1.3 – Complete: Dó Mi Lá Dó Ré Lá Sol Ré Lá Ré Dó Sol Si Lá Fá Mi Ré DóDó Sol Si Lá Fá Mi Ré DóDó Sol Si Lá Fá Mi Ré Dó Primeiro andar Segundo andar Terceiro andar Quarto andar Dó Mi Sol Si Dó Ré Fá Si Ré Mi Fá Si Ré Fá Si Dó Fá Sol Si Ré Lá Ré TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 5 Fá Dó Si Fá Mi Sol Dó Mi Sol Ré Lá Ré Si Fá TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 6 2. ESCREVENDO AS NOTAS MUSICAIS EM LINHAS Há muito tempo, alguém teve a ideia de escrever as alturas das notas empre- gando uma linha2. Se utilizarmos uma linha, podemos escrever três notas. No exem- plo a seguir,tomamos como referência para a linha a nota Dó: Exercício 2.1 - Complete: Com duas linhas é possível escrever cinco notas: Exercício 2.2 - Complete: 2 (Ver isto) Até o século XI, somente se escreviam as alturas das notas. A partir do século XII, inicia-se a preocupação com a notação das alturas, juntamente com a escola de Notre Dame. Isso ocorreu devido ao fato que até então, as melodias estavam intrinsicamente relacionadas com o texto cantado. Com o desenvolvi- mento da polifonia, tornou-se necessário o desenvolvimento de um sistema de notação mais preciso quanto à rítmica. T T T T T T T T T T T T T T T T T Dó Ré SiDó Dó Dó Dó Dó Dó Dó Dó Dó DóRé RéSi Si T T T T T T T T T T T T T T T T T Mi MiFá Mi Ré Mi DóRé Ré Ré Ré﹈ Fá Sol Lá ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈﹈ ﹈ ﹈ ﹈﹈﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈﹈ ﹈ ﹈ ﹈﹈﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈﹈ ﹈ ﹈ ﹈﹈﹈ T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T T Dó Dó Ré Mi Fá Mi ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈Ré ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈Si ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈Lá ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈Fá ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈Mi ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ ﹈ TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 7 Por volta do ano 1030 d.C., o monge Guido, mestre de coro da Catedral de Arezzo, na Toscana (Itália), e encarregado do coro da escola, criou um sistema para facilitar o aprendizado e memorização da música pelos alunos. 0 Hino a São Joao Batista era uma can- tiga popular entre os meninos cantores, que a cantavam pedindo proteção para a gar- ganta. 0 oportunismo desse canto estava jus- tamente no fato de que cada verso iniciava um grau acima do anterior, formando uma "escadinha" ascendente de sons. Como podem observar no quadro acima, ele utilizou a pri- meira silaba de cada verso da primeira es- trofe como partícula mnemônica de uma es- cala musical. Esse sistema logo se populari- zou pela sua praticidade. 0 "Ut" - primeira nota da escala - foi futuramente substituído pelo "Dó", por ser mais eufônico. Também, posteriormente, se acrescen- tou mais uma linha a pauta devido a utiliza- ção cada vez maior de sons mais agudos ou graves (intervalos maiores). Aos poucos, tam- bém as notas foram sendo anotadas na forma arredondada e ganharam sinais e formas para indicar a duração de tempo do som. Tudo isso exigiu a regulamentação e padronização das anotações e da divisão rítmica. Tudo isso aconteceu ate o século XVII, quando os compositores e musicistas regula- mentaram a escrita musical na forma como a conhecemos hoje. CÉSAR ALBINO 8 O ouvido humano é capaz de ouvir frequências de 20 a 20.000 hertz, cerca de sete oitavas. O piano é o instrumento que mais alcança essas notas: Chamamos ao Dó mais grave de Dó13 e o mais agudo de Dó8. O Dó4 é conhecido como dó central. Exercício 6 – Complete como no exemplo (2): 3 Alguns autores preferem chamar esse Dó de Dó1 e o mais agudo de Dó8. O Dó central seria então o Dó4 Dó1 Dó2 Dó3 Dó4 Dó5 Dó6 Dó7 D ó ce nt ra l Dó8 D ó ce nt ra l Mi2 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 9 3. O PENTAGRAMA E AS LINHAS SUPLEMENTARES O pentagrama é um conjunto de cinco linhas paralelas em que podemos escre- ver notas nas linhas e nos espaços entre elas, podendo escrever até onze notas, do mais grave ao mais agudo como já pudemos verificar: As linhas são contadas de baixo para cima. A nota 6 acima está escrita na linha 3 e a nota 5 está escrita no segundo espaço. Se for necessário escrever notas além desses limites, tanto para cima como para baixo, utilizamos as linhas suplementares, que devem ser escritas na mesma proporção das linhas das pautas: Existem muitos erros de grafia ao utilizar as linhas suplementares. O mais comum é colocar uma linha acima ou abaixo desnecessariamente: Outro erro muito comum é escrever as notas todas em uma linha imaginária achando que o pobre músico irá adivinhar as notas que devem ser tocadas: T T T T T T T T T T T 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 T T T T T T T T T T T T T T pr im eir o e sp aç o s up lem en ta r s up er ior se gu nd o e sp aç o s up lem en ta r s up er ior ter ce iro es pa ço su pl em en ta r s up er ior qu ar to es pa ço su pl em en ta r s up er ior pr im eir o e sp aç o s up lem en ta r i nf er ior se gu nd o e sp aç o s up lem en ta r i nf er ior ter ce iro es pa ço su pl em en ta r i nf er ior pr im eir a lin ha su pl em en ta r s up er ior se gu nd a lin ha su pl em en ta r s up er ior ter ce ira li nh a su pl em en ta r s up er ior pr im eia o l in ha su pl em en ta r i nf er ior se gu nd a lin ha su pl em en ta r i nf er ior ter ce ira li nh a su pl em en ta r i nf er ior qu ar to es pa ço su pl em en ta r I in fe rio r T T T T TT TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 10 4. AS CLAVES Utilizamos já há alguns séculos três claves, a de Sol, a de Fá e a de Dó: As claves são fixadas em linhas e a linha que a recebe, recebe também sua referência, assim temos: Existem outras possibilidades não tão comuns na maioria casos, mas utilizadas em casos mais específicos: Além de fixar as notas na pauta, as notas indicadas nas claves indicam ainda a oitava das notas tendo como referência o Dó central. Para isso utilizamos o ende- cagrama, um sistema formado por dois pentagramas separados por uma linha oculta que representa o Dó central, veja como fica: Repare que a posição do Dó central no sistema é fixa, o que mudam são as linhas dos pentagramas. O Dó central é escrito da seguinte forma nas diversas cla- ves: � � ! Clave de Sol Clave de Fá Clave de Dó � T � T ! T Sol DóFá ! ! � 4 Dó na quarta linha TT Dó na segunda linha Fá na terceira linha T T Sol oitava abaixo (violão; voz tenor...) � T � TT T T ! T Sol (4) Dó central (4) Fá (3) T T T T T ! T ! T � T ! � 4 T! T T T � T � ! T T TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 11 Exercício 3.1 – Transponha (escreva corretamente) o que está escrito na pauta 2 (clave de Dó) para as demais claves. � ! 4 � T T T T T T T T T T T T T TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 12 5. NOÇÃO DE TOM E SEMITOM Esclarecemos aqui nossa decisão de exaurir a manipulação das notas naturais antes de incluir novas notas que sabemos existir. Partiremos na verdade de uma reconstituição histórica do desenvolvimento da música ocidental pelo aspecto das alturas e dos sistemas que a organizaram através dos séculos. Enrico Fubini, um dos grandes pensadores da música atenta para o fato de que é bastante difícil encontrar em nosso universo musical uma música que não tenha provindo de alguma forma da música feita na igreja através dos últimos vinte séculos4. No ocidente, a oitava é dividida em 12 partes iguais5. Cada uma dessas partes equivale a um semitom e dois semitons equivalem a um tom. As sete notas musicais são assim distribuídas nesse sistema: A oitava é formada então por seis tons ou doze semitons. Encontramos semi- tons entre as notas Mi/Fá e Si/Dó e tons entre Dó/Ré, Ré/Mi, Fá/Sol, Sol/Lá/ e Lá/Si, que poderia ser representado também de forma linear... 4 A não ser que você venha de uma família tradicional do oriente, como a Índia, ou alguma sociedade mais fechada, mesmo assim, a cada dia, fica mais difícil encontrar uma música que não tenha tido influência dessa música, nem mesmo o blues, que é bastanteoriginal escapa desse estigma. 5 Existem diversos sistemas de afinação. Atualmente utilizamos o sistema temperado de afinação desenvol- vido no período Barroco, com grande empenho de J. S. BACH, que, ao escrever a obra “O cravo bem temperado, 1722”, deu grande impulso ao uso desse sistema. O uso desse sistema permitiu o desenvolvimento da Música Tonal, da consolidação do piano como instrumento estável, a formação da orquestra como a conhecemos hoje, composições, dentre tantos outros adventos. É necessário, no entanto, pesquisas aprofundadas para sua com- preensão. Dó Ré Mi FáSol Lá Si Tom semitom semitom Tom Tom Tom Tom Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Tom Tom Tom Tom Tom Semitom Semitom TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 13 Ou no teclado do piano; repare que entre os tons encontramos teclas pretas, que são outras notas além daquelas sete notas nossas conhecidas. Assim temos 7 teclas brancas e 5 pretas, resultando em 12 notas: Exercício 5.1 Complete, utilizando corretamente os espaços Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Lá Ré Mi Fá Si Mi Fá Sol Lá Si 6. OS TETRACORDES Os gregos costumavam afinar suas liras de quatro cordas de três formas, que hoje chamamos de Tetracordes6: Tipo 1 TTS Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Tipo 2 TST Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Tipo 3 STT Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Esses seis tetracordes apresentam todos, a combinação de dois tons com um semitom, proporcionando a base para uma música mais harmoniosa. Os do tipo 1, que iniciam em Dó e Sol, apresentam o semitom mais afastado em relação à sua raiz (primeira nota do tetracorde) T T S, resultando em uma sonoridade mais aus- tera. Os do tipo 2, que se iniciam em Ré e Lá, apresentam o semitom entre os dois tons, T S T, resultando em uma sonoridade equilibrada e doce. Os do tipo 3, que se iniciam em Mi e Si, apresentam o semitom próximo à raiz, S T T, resultando em uma sonoridade mais exótica, sensual, que poderia levar os homens à decadência moral, em oposição aos do tipo 1, que poderia elevá-los moralmente. Essas ideias provêm da antiga Grécia e são ainda discutidas em nossos dias7. Talvez, a melhor forma de 6 Não é nossa intenção trazer aqui a história da notação musical e sim apresentar de uma forma prática os sistemas utilizados para entender a música do ocidente. Se você tiver interesse em verificar a evolução do sistema de notação musical, há uma quantidade enorme de artigos e livros sobre o assunto, nem todos em português. 7 Muito se fala da música na obra de Platão, principalmente em “A república”. Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Tom Tom Tom Tom Tom Semitom Semitom Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Tom Tom Tom Tom Tom Semitom Semitom TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 14 estar percebendo essas sonoridades seja brincando, ou seja, tocando/cantando de forma intuitiva, improvisando, como fazem as crianças. A presença do semitom torna-se quase obrigatória para o padrão grego, no entanto, existe uma outra possibilidade, que não era apreciada pelos gregos, justa- mente por não apresentar o semitom, sendo formado apenas por tons, chamado também por trítono, apresentando uma sonoridade “pontuda” (dissonante, não har- mônica), que foi considerado uma espécie de “pedra no sapato” pelos compositores até o advento da tonalidade. 7. AS ESCALAS DIATÔNICAS Os músicos, que estão a frente dos teóricos por meio da prática, utilizam es- calas para fazer música8. As escalas diatônicas – escalas com sete graus (degraus) onde todas as sete notas estão presentes e nenhuma delas ausente, funcionam como uma espécie de alfabeto musical para a criação de melodias9. Isso não quer dizer que as notas de uma melodia tenham de obedecer a essa sequência, que serve mais para uma síntese das notas disponíveis, algo como uma lista de ingredientes de uma receita. A melodia está no campo de Dionísio, que é indisciplinado, intuitivo, como a criança, que não anda em linha reta, está sempre brincando, pulando... É assim que se deve pensar uma melodia. Inclusive, baseado nesse pensamento, não é pos- sível ensinar alguém a fazer uma melodia, assim como não é possível ensinar intui- ção a uma pessoa. Você conhece algum livro fale sobre a melodia? Em toda minha vida, conheci apenas um: La melodia (TOCH 1931), bem pequeno, mas bem interes- sante. Enquanto isso, existem diversos livros sobre harmonia, que é algo racional, por isso ensinável. Assim, a melhor forma de fazer uma melodia é por meio do im- proviso10. A escala formada pelas sete notas naturais partindo de Dó, pode ser pensada como a combinação de dois tetracordes, o de Dó e o de Sol. Chamaremos a essa escala neste momento por modo de Dó. Se iniciarmos essa sequência a partir da nota Ré, teremos o modo de Ré, que pode ser pensado nas combinações dos tetra- cordes de Ré e Lá e assim sucessivamente. Repare na posição incômoda do Si no quarto modo e do Fá no sétimo modo. Tentaremos explicar mais adiante essa situ- ação. Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si 8 Foi dado a Orfeu a incumbência de inventar a Lira de sete cordas, sendo cada uma das cordas dedicadas a cada uma das musas. 9 O conceito “diatônico” adentra num âmbito mais racional, que podemos denominar mais “apolíneo”, que pode ser mensurado e ensinado, assim como a lógica. É também passível de uma definição, mas pretendemos nos esquivar desse recurso e tentar apresentá-lo por meio da prática que possivelmente vocês já têm. 10 Uma forma racional de escrever melodias é no estudo do contraponto, que antecede o estuda da harmonia. Fá Sol Lá Sí TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 15 8. OS SETE MODOS DIATÔNICOS Utilizaremos neste livro um recurso que se assemelha a uma régua, onde o semitom é grafado horizontalmente pelo espaço de um centímetro e o tom, por dois centímetros: Você irá escrever na página seguinte, na primeira pauta, uma escala (modo), que parte de Dó e chega à sua oitava, que chamaremos por hora de modo de Dó. Repare que os tons e semitons foram respeitados. Na segunda pauta, iremos utilizar essas mesmas sete notas, porém iniciando na nota Ré e terminando na sua oitava, um Ré oitava acima, que deve cair na casa 12: Repare que aqui o primeiro semitom Mi/Fá aparece nas casas 2/3 e o segundo Si/Dó aparece nas casas 9/10, isso será diferente à cada linha. Complete o quadro da página seguinte dessa forma, iniciando em cada uma das sete notas, assim, teremos as sete possibilidades diatônicas que foram empregadas por séculos pela música feita dentro e fora da igreja. Nessa tarefa, você irá escrever apenas as notas nas pautas. Na página 16 você encontrará mais recomendações para completar as tabelas no final de cada pauta. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4a 5a 6as 7as 1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m MJ J J J imperfeitos: (menor/maior) aum dim � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 ww w w w w w w � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 w w w w w w w w TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 16 Exercício 8.1 – Os sete modos diatônicos, complete como indicado na página ante- rior � � � � � � � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4a 5a 6as 7as 1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m MJ J J J 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4 a 5a 6as 7as 1a 8a perfeitos:imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m M J J J J imperfeitos: (menor/maior) imperfeitos: (menor/maior) aum dim aum dim 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª w w w w w w w TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 17 Exercício 8.2 Após completar a tabela da página anterior, realize a seguinte tarefa: transferir para a tabela de cada linha os resultados encontrados na “régua”: Introdução aos intervalos naturais Estamos aqui criando uma conexão entre o assunto anterior e o próximo. Es- tamos por hora coletando dados; isto é uma pesquisa!!! O primeiro modo resulta em 2M, 3M, 4J, 5J, 6M, 7M. O segundo modo resulta em 2M, 3m, 4J, 5J, 6M, 7m. Cada linha tem sua estrutura, nenhuma é igual a outra. É muito importante que você repare nessas diferenças, que podem parecer sutis agora, mas serão de suma importância para sua vida musical. Para ajudar você nessa análise, fizemos um questionário: 1- Quantas segundas maiores (casa 2) você encontrou no sistema? _____ 2- Quantas segundas menores (casa 1) você encontrou no sistema? _____ 3- Quantas terças maiores (casa 4) você encontrou no sistema? _____ 4- Quantas terças menores (casa 3) você encontrou no sistema? _____ Reparou que a soma das perguntas 1 e 2, e 2 e 3 resultam em 7 (sete)? 5- Quantas notas são encontradas nas colunas 5? ____ e 7? ____ 6- Quais as notas encontradas na coluna 6? ____ e ____ 7- Quais são as primeiras notas (coluna 0) das linhas das quais foram encon- tradas as notas encontradas em 6? ___ e ___ Não é um pouco estranho isso? Vejamos adiante o que está ocorrendo.... � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4a 5a 6as 7as 1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m MJ J J J imperfeitos: (menor/maior) aum dim 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª w MMM MJJw w w w w w w transponha para esta tabela estes resultados TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 18 9. OS INTERVALOS NATURAIS Um intervalo é, basicamente, a diferença de altura entre duas notas musicais. Os intervalos podem ser melódicos, quando as duas notas soam sucessivamente uma após a outra, como ocorre nas melodias ou harmônicos, quando as duas notas soam juntas (ao mesmo tempo). Para analisar um intervalo, precisamos primeiramente classificá-lo. Classificar é verificar a diferença entre a quantidade de notas que compõe o intervalo, segundo o sistema diatônico (nota para nota em sequência). Por exemplo, de Dó para Fá no sentido ascendente, consideramos um intervalo de quarta, porque podemos contar quatro notas: Dó, Ré, Mi, Fá. Os intervalos são considerados simples quando estive- rem na primeira oitava: E compostos, quando estiverem além dela: Após classificar um intervalo, devemos ainda qualificá-lo, ou seja, verificar após sua classificação a quantidade de tons/semitons existente entre as notas que for- mam o intervalo. Precisamos ainda considerar uma peculiaridade que parece estra- nha no início, mas que fará muito sentido no decorrer do estudo: a diferença con- ceitual entre os intervalos perfeitos e imperfeitos. Os intervalos de uníssono/oitava e quarta/quinta são considerados perfeitos Os intervalos de segunda/sétima e terça/sexta são considerados imperfeitos Enquanto os intervalos perfeitos aparecem na maioria das vezes como Justos, os imperfeitos podem aparecer como maior ou menor, sendo que o maior tem sempre um semitom a mais que o menor. � Æ Æ TT melódico harmônico � Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Intervalos simples primeira segunda terceira quarta quinta sexta sétima oitava � Æ Æ Æ Æ Æ Æ Intervalos compostos nona = (oitava + segunda) décima = (oitava + terça) décima primeira = (oitava + quarta) PERFEITOS IMPERFEITOS uníssono <> oitava segunda <> sétima quarta <> quinta terça <> sexta TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 19 Podemos agora qualificar todos os intervalos naturais, formados pelas notas naturais: 10. INTERVALOS IMPERFEITOS DE SEGUNDA E TERÇA São eles: Segunda menor = 1 semitom; exemplos Mi/Fá, Si/Dó (semitons naturais) Segunda maior = 2 semitons; exemplos Dó/Ré, Sol/Lá Terça menor = 3 semitons; exemplos Ré/Fá, Lá/Dó Terça maior = 4 semitons; exemplos Dó/Mi, Fá/Lá Uma observação importante aqui: a presença dos semitons Mi/Fá ou Si/Dó na composição do intervalo implica em um intervalo menor. Nas segundas, isso é bas- tante obvio, nas terças, é preciso desmembrar os intervalos: Dó Ré Mi >maior 4 semitons Ré Mi Fá <menor 3 semitons Mi Fá Sol <menor 3 semitons Fá Sol Lá >maior 4 semitons Sol Lá Si >maior 4 semitons Lá Si Dó <menor 3 semitons Si Dó Ré <menor 3 semitons Exercício 9.1 - Identifique os intervalos naturais de segunda e terça Utilize “M” para intervalos maiores e “m” para intervalos menores. Sugerimos escrever entre parêntesis a quantidade de semitons existente no intervalo para fa- cilitar a memorização. � TT ex: 2M(2) TT a) 3___ TT TT TT TT TT TT � TT TT TT TT TT TT TT TT b) ____ c) ____ d) ____ e) ____ f) ____ h) ____ i) ____ g) ____ h) ____ i) ____ j) ____ k) ____ l) ____ g) ____ TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 20 11. OS INTERVALOS PERFEITOS DE QUARTA E QUINTA Quarta Justa = 5 semitons; exemplos Dó/Fá, Lá/Ré (todos com exceção de Fá/Si) Quinta Justa = 7 semitons; exemplos Dó/Sol, Mi/Si (todos com exceção de Si/Fá) Tanto a quarta quanto a quinta necessitam, para serem consideras perfeitas, da presença de um semitom em sua composição. Observe atentamente a disposição dos semitons naturais Mi/Fá e Si/Dó nesse sistema: Quartas Dó Ré Mi Fá justa 5 semitons Ré Mi Fá Sol justa 5 semitons Mi Fá Sol Lá justa 5 semitons Fá Sol Lá Si aumentada 6 semitons Sol Lá Si Dó justa 5 semitons Lá Si Dó Ré justa 5 semitons Si Dó Ré Mi justa 5 semitons Repare na linha de Fá a ausência do semitom. A ausência de um semitom nesse intervalo implica em uma quarta aumentada, com um semitom a mais em sua com- posição (5 + 1 = 6 semitons, ou 3 tons, trítono \). Quintas Dó Ré Mi Fá Sol justa 7 semitons Ré Mi Fá Sol Lá justa 7 semitons Mi Fá Sol Lá Mi justa 7 semitons Fá Sol Lá Si Dó justa 7 semitons Sol Lá Si Dó Ré justa 7 semitons Lá Si Dó Ré Mi justa 7 semitons Si Dó Ré Mi Fá diminuta 6 semitons Repare na linha do Si a presença de dois semitons (Si/Dó e Mi/Fá). A presença de um semitom a mais nesse intervalo implica em uma quinta diminuta, com um semitom a menos que a quinta justa (7 semitons). O intervalo Fá/Si, ou Si/Fá divide a oitava exatamente em sua metade, deixando um lado sem semitons e o outro com dois semitons, indo em contradição com os intervalos perfeitos: Dó Ré Mi FáSol Lá Si trítono (3 tons inteiros Fá, Sol, Lá, Si) trítono (2 tons inteiros + 2 semitons Si, Dó, Ré, Mi, Fá) quarta aumentada quinta diminuta TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 21 Exercício 12.1 (escreva a quantidade de semitons entre parêntesis) 12. ACORDES #1 Um outro aspecto muito interessante que podemos extrair do intervalo de quinta é o acorde, que é talvez o arquétipo mais importante da música ocidental. O acorde é uma sobreposição de duas terças, que para se alcançar uma quinta justa com 7 semitons, implica em utilizar duas terças diferentes, ou seja, uma maior (com 4 semitons) e outra menor (com 3 semitons). Funcionando como uma miniaturada oitava, formada por duas partes muito parecidas, diferentes aqui em um semitom em vez do tom ocorrido na diferença entre a quinta e a quarta. O acorde menor é como um acorde maior de “ponta-cabeça”. Em música, utili- zamos o termo inversão: � TT TT TT TT TT TT TT � TT TT TT TT TT TT TT ex: 4J (5) a- ___ e- ___d- ___c- ___b- ___ f- ___ g- ___ k- ___j- ___i- ___h- ___ l- ___ m- ___ terça menor (3) terça maior (4) quinta (7) oitava (12) quarta (5) quinta (7) terça menor (3) terça maior (4) quinta (7) Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 22 Trabalhando apenas com as notas naturais como propomos, são possíveis a combinação de três acordes maiores, três acordes menores, e... ... um acorde diminuto, formado por duas terças menores, resultando em uma quinta diminuta: Vejamos como isso se dá escrito na pauta: terça menor (3) terça maior (4) quinta (7) Dó Sol Mi terça menor (3) terça maior (4) quinta (7) Lá Ré Fá terça menor (3) terça maior (4) quinta (7) Fá Dó Lá terça menor (3) terça maior (4) quinta (7) Sol Ré Si terça menor (3) terça maior (4) quinta (7) Mi Lá Dó terça menor (3) terça maior (4) quinta (7) Si Mi Sol Acordes maiores Acordes menores terça menor (3) quinta diminuta (6) Fá Si RéAcorde diminuto terça menor (3) Fá# quinta justa (7) � TTT TTT TTT TTT TTT TTT � TTT TTT TTT TTT TTT TTT � TTT Acorde de Dó Maior Acorde de Fá Maior Acorde de Sol Maior Acorde de Ré menor Acorde de Mi menor Acorde de Lá menor Acordes Maiores (terça maior + terça menor) Acordes menores (terça menor + terça maior) Acorde diminuto (terça menor+ terça menor) terça maior (4)> <terça menor (3) > > >> > > > > > > > > < < < < < < < < < < < < << TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 23 13. A NATUREZA DOS INTERVALOS PERFEITOS Você talvez, deve estar se fazendo estas perguntas: por que os intervalos de uníssono/oitava e quarta/quinta são considerados perfeitos? Há cerca de 2500 anos atrás, Pitágoras observou, na verdade percebeu, que ferreiros ao martelar suas ferramentas, produziam sons harmônicos. A partir desse insight, ele construiu um monocórdio, uma prancha com uma corda esticada, que ao ser percutida, soava um som, que hoje chamamos como fundamental. Posteriormente, em sua inquietude, decidiu colocar um cavalete exatamente na metade do comprimento da corda e ao percuti-la, ouviu um som muito parecido com o anterior, que hoje chamamos de oitava; eis os dois primeiros intervalos per- feitos: o uníssono e a oitava. Ainda em sua inquietude, característica de sujeitos criativos e cientistas, de- cidiu dividir a corda em três partes e ao colocar o cavalete na posição 2/3 “descobriu” o intervalo o que chamamos hoje como o intervalo de quinta11. E finalmente, dividiu a corda em quatro partes, posicionando o cavalete na posição ¾, obteve o som que conhecemos hoje como quarta justa. Você já deve ter percebido essas marcas em um violão. Você pode também realizar o experimento de Pitágoras em um violão ou qualquer instrumento de cordas como um violino, con- siderado o primeiro experimento controlado da humanidade e deverá obter os mes- mos resultados obtidos por Pitágoras. O nome disso é Ciência. É possível também realizar esse experimento em tubos, como a flauta transversal, ou qualquer instru- mento de sopro. 11 Na verdade, ao dividir a corda, ou tubo, em três partes iguais, encontra-se uma quinta oitavada, que vibra 3 vezes mais que o som fundamental, que hoje conhecemos como o terceiro harmônico. Nos instrumentos de corda, como o violão, o intervalo de quinta justa encontra-se no ponto 2/3, que equivale justamente uma oitava abaixo do ponto 1/3, vibrando metade da frequência do ponto 1/3, por isso a razão 2/3. som fundamental corda solta oitava = 1/2 Quinta = 2/3 2/31/3 1/4 2/4 3/4 Quarta = 3/4 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 24 Eis então os quatro intervalos perfeitos: uníssono/oitava, quarta e quinta. Ve- jamos esse sistema aplicado por exemplo em um violão moderno: O intervalo perfeito de oitava é dividido em duas partes complementares, uma quinta e uma quarta que não são iguais, mas são muito parecidas12. Observe como as notas naturais se adequam a esse esquema e como o Sí, que sempre foi “mal entendido”, fica numa situação não confortável em relação aos demais (intervalo de quinta diminuta com 6 semitons em vez dos sete da quinta justa)13. 12 Trata-se na verdade de um conceito de harmonia bastante grego onde se prega o equilíbrio entre as partes diferentes, algo como as diferenças biológicas entre o homem e a mulher, que são feitos com os mesmos elementos, mas são biologicamente diferentes, apenas para contextualizar. 13 O Fá, nesse contexto, está querendo ir para o Fá#, que, como veremos, é o primeiro sustenido de todos. Geralmente, como você já deve ter percebido, quando o Si é natural em uma música, o Fá tende a ser alterado para o Fá#, ou o Si para Sib. 1/2 1/32/3 1/42/43/4 quinta justa quarta justa oitava Dó Sol oitava (12) Dó quarta (5) quinta (7) Ré Lá oitava (12) Ré quarta (5) quinta (7) Mi Si oitava (12) Mi quarta (5) quinta (7) Fá Dó oitava (12) Fá quarta (5) quinta (7) Sol Ré oitava (12) Sol quarta (5) quinta (7) Lá Mi oitava (12) Lá quarta (5) quinta (7) Si Fá oitava (12) Si quarta aumentada (6) quinta diminuta (6) TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 25 Agora que estamos craques em identificar quintas, passemos aos intervalos imperfeitos de sexta e sétima, não sem antes fazer um teste para ver se estamos entendendo. Exercício 13.1 - Identifique os intervalos Uma boa dica para memorizar a quantidade de semitons que compõem o in- tervalo é colocar a quantidade de semitons entre parênteses até que se sinta mais confiante, como mostra o exemplo Responda como no exemplo: � Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ � TT TT TT TT TT TT TT � TT TT TT TT TT TT TT � TT TT TT TT TT T T TT 1 2 3 4 5ex: 2M(2) 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 26 14. SINAIS DE ALTERAÇÃO Utilizamos basicamente três14 sinais de alteração a saber: sustenido Eleva a nota em um semi- tom Anda no sentido horário Anda para frente Anda para a direita Sobe bemol Abaixa a nota em um semi- tom Anda no sentido anti-horário Anda para trás Anda para a esquerda Desce bequadro Anula os sinais anteriores, retornando a nota à sua posição natural no sistema Anula os movimentos anteriores Como se pode ver, o sustenido é mais bem empregado em movimentos ascen- dentes e o bemol em descendentes. Observação importante: o acidente é escrito antes da nota e na mesma altura dela na pauta. Retornemos com nossa régua musical: Que com a informação do sustenido, pode ser assim entendida: E, com a informação dos bemóis, pode ser assim entendida: Repare que cada uma das 7 notas (naturais) pode ser alterada meio tom para cima ou para baixo no sistema, gerando assim 21 nomes de notas para os 12 sons conhecidos. É como se tivéssemos um botão “+” e outro “–” em um relógio de pulso e ao apertar esses botões o relógio adiantaria ou atrasaria 5 minutos. 14 Existem mais dois, o dobrado sustenido e o dobrado bemol, que quando forem necessários, os apresenta- remos. � @ K Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Tom Semitom Semitom Tom Tom Tom Tom Dó Ré Mi Fá SolLá Si Dó �� � � � � � Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó @ @ @ @ @ @ @ TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 27 Como já alertamos anteriormente, existem muitas pessoas que têm uma certa “preguiça” de pensar, e, consequentemente cometem muitos erros bobos por desprezarem o sentido descendente. A melodia é livre e vai para onde ela quer. Então, nada de preconceitos com os bemóis. É muito simples e natural; sustenidos e bemóis andam no mesmo eixo, porém em direções opostas no sistema (temperado). Se você pensar assim, tudo ficará simples. Nada de falar: Sib é igual a Lá#. Sib é um Si meio tom abaixo (e é bom você se acostumar com essa sonoridade) e o Lá# é um Lá meio tom acima. Você pode inventar alguns exercícios musicais com essas informações. Tentaremos expor aqui alguns exemplos musicais explorados por compositores. 15. O SISTÊMA CROMÁTICO OCIDENTAL Partindo das notas naturais já nossas conhecidas e as associando a um relógio, temos Como dito, o sustenido é mais bem empregado em movimentos ascendentes, assim, as notas que se localizam no sistema um semitom acima da nota natural, receberam o nome da nota e o sinal do sustenido “#”, devendo soar meio tom acima. Dó Ré Mi FáSol Lá Si sentido ascendente (horário) sentido descendente (anti-horário) Dó Ré Mi FáSol Lá Si Dó# Ré# Fá# Sol# Lá# ESCALA CROMÁTICA ASCENDENTE (Mi#) (Si#) + meio tom TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 28 O bemol, por sua vez, é mais bem empregado nos movimentos descendentes, assim, as notas que se localizam no sistema um semitom abaixo da nota natural, receberão o nome da nota e o sinal do bemol “b”, devendo soar meio tom abaixo. O sistema completo com as 21 possibilidades fica assim: Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Réb Mib Solb Láb Sib ESCALA CROMÁTICA DESCENDENTE (Fáb) (Dób) - um semitom Dó# Ré# Fá# Sol# Lá# (Si#) Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Réb Mib Solb Láb Sib (Mi#) (Fáb) (Dób) notas enarmônicas: mesmo som / nome diferente � @ TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 29 16. SEMITOM CROMÁTICO E SEMITOM DIATÔNICO Os semitons podem ser cromáticos ou diatônicos. A diferença é simples: no cromático o nome da nota é repetido: exemplo Dó/Dó# e no diatônico o nome da nota é diferente: Dó/Réb. Os semitons Mi/Fá e Si/Dó são também chamados de se- mitons naturais, porém diatônicos pois o nome das notas muda. Exercício 16.1 - Indique com D se o semitom for diatônico e com C se for cromático: Continuando nossa tentativa de ajudar na compreensão dos conceitos aqui apresentados buscando exemplos significativos que façam sentido para o estudante, trazemos aqui mais uma música que exemplifique a ideia apresentada. No exemplo a seguir, os semitons cromáticos são indicados com um “X” sobre a nota e “D” para os semitons diatônicos. Samba de verão (Marcos Valle e Paulo Valle) Introdução e coda Compassos 5 a 8 (cromatismo descendente entre as notas E nos compassos 16 e 18, dentre outros � Æ Æ Æ Æ Æ Æ� Æ Æ� Æ Æ@ Æ Æ� Æ Æ@ � Æ� Æ Æ Æ@ Æ� Æ Æ� Æ Æ Æ@ Æ� Æ� Æ� ÆK 1- D 2- ______ 3- ______ 4- ______ 5- ______ 6- ______ 7- ______ 8- ______ 9- ______ 11- ______ 12- ______ 13- ______ 14- ______ 15- ______ X D X D X D X D X D X D X D X D semitom cromático descendente d 16 18 x x xd d d d TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 30 Um outro exemplo muito interessante é o tema empregado na obra Oferenda musical, uma coleção de cânones, fugas e outras obras musicais de Johann Sebastian Bach, baseada no tema musical oferecido, ou melhor, imposto por Frederico II da Prússia (Frederico, o Grande) em um encontro entre Bach e Frederico II em 7 de maio de 1747, na residência do rei em Potsdam. Na ocasião Carl Philipp Emanuel Bach, filho de Bach, trabalhava como músico da corte de Frederico, que queria mostrar a Bach uma novidade, o pianoforte que havia sido inventado recentemente. O rei tinha esse instrumento experimental, alegadamente o primeiro que Bach viu. Bach, que era bem conhecido por seu talento na arte da improvisação, recebeu esse tema (Thema Regium ("tema do rei")), para improvisar uma fuga a 3 vozes. A proposta de Frederico, na realidade era para humilhar o velho Bach, pois o tema fornecido fora construído de tal forma que se imaginava impossível aplicar a ele as regras da polifonia. Inicialmente Frederico ordenou que Bach improvisasse sobre o tema uma fuga a três vozes, o que para espanto do Rei e admiração de todos os presentes Bach fez de imediato, segundo noticiado. Insatisfeito o Rei mandou que ele, desta feita, improvisasse uma fuga a seis vozes, uma tarefa considerada impos- sível por todos, inclusive os músicos do Rei, os melhores e os mais competentes da época. Bach, que então contava com 62 anos, e que mal chegara de viagem e fora convocado ao palácio sem ter tido tempo de descansar, se desculpou alegando exa- ustão da viagem, e em 15 dias mandou para o Rei sua resposta ao desafio na forma da Oferenda Musical. (GAINES 2007) Figura 1 – Thema regiun, utilizado na elaboração das fugas e cânones por Bach que aceitando o desafio do rei Frederico deixou um legado a toda humanidade, uma música que foi concebida ao pensamento musical do modo mais puro Figura 2- Manuscrito do Ricercare, a primeira peça da obra Oferenda musical de J. S. Bach (1747) � @@@ " Æ Æ Æ Æ ÆK � � Æ� ÆK ÆK Æ@ � � �@ � �K �K � � � Æ Æ Æ » TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 31 Um exemplo bem divertido aparece no “James Bond Theme” de Monti Norman. Experimente tocar esses exemplos e identificar auditivamente esses motivos nessa peça e posteriormente em outras músicas, fazendo uma lista delas. Você fará uma atividade muito importante que relaciona teoria e prática, por meio da aprendiza- gem significativa. Faça isso cantando e tocando em um instrumento, por exemplo o violão. Outros exemplos de músicas com cromatismo: � Æ Æ� Æ Æ@ TK Dó Ré � @ 1 2 3 4 1 2 34 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 32 17. ESCREVENDO ESCALAS MAIORES COM SUSTENIDOS Escreveremos na nossa régua as mesmas sete notas já conhecidas iniciando e terminando em Dó para gerar a Escala de Dó Maior Essa escala apresenta algumas características que fazem dela o modelo a ser seguido por todas as outras. Ela apresenta características que propiciaram o desen- volvimento do sistema tonal como veremos em harmonia. Uma dessas caracterís- ticas é a presença de dois Tetracordes simétricos separados por um tom: Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Que gera por sua vez, todos os intervalos imperfeitos (segunda, terça, sexta e sétima) MAIORES, e todos os intervalos perfeitos JUSTOS. Somente essa escala tem essas características, gerando essa sonoridade por nós conhecida15. 15 Lutero gostava de música, e por ser padre, tinha conhecimentos teóricos musicais. Utilizou a música a serviço da nova igreja, compondo inclusive alguns hinos e recomendava o uso do modo jônio (escala de dó maior...) provavelmente conhecendo essas propriedades. Platão recomendava o modo dórico para aperfeiçoar o caráter do homem, e de alguma forma, Lutero, por ler também em grego deve ter percebido o erro de tradução que pensou o modo dórico dos gregos como o jônio (...). � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4a 5a 6as 7as 1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m MJ J J J imperfeitos: (menor/maior) aum dim T T T T T T T T � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons:2as 3as 4a 5a 6as 7as1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m MJ imperfeitos: (menor/maior) aum dim T T T T T T T T Tetracorde 1 (T T S ) Tetracorde 2(T T S )Tom intervalos imperfeitos maiores intervalos justosJ J J TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 33 Para “construir” a próxima escala devemos seguir os seguintes passos: 1- Iniciar a próxima escala do Vo da anterior (mantendo as alterações da ori- gem); 2- Elevar o VII grau da nova escala em um semitom (acrescentar um #); 3- Anotar na coluna adjacente, o novo acidente, que não sairá mais do sis- tema. Dando continuidade ao processo, encontraremos, se seguir a regra anterior, encontraremos a escala maior que tem dois sustenidos em sua estrutura, igualando assim sua sonoridade à origem Dó maior. Observe que a nova nota surge sempre na casa 11 (sétima maior) e que tudo segue o ciclo de quintas: Escalas, Dó, Sol, Ré, etc... assim como os acidentes, Fá#, Dó#, o próximo será o Sol#, etc., até alcançar o Si# na última escala de Dó#. Escreva na página seguinte, todas as escalas maiores utilizando a técnica apresentada � � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4a 5a 6as 7as1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m M imperfeitos: (menor/maior) aum dim T T T T T T T T T Tetracorde 1 (T T S ) Tetracorde 2(T T S ) Tom intervalos imperfeitos maiores intervalos justos T T T T Tetracorde 1(T T S ) T x T T� � Tetracorde 2(T T S ) V I J J J J � TT T T T Tetracorde 1(T T S ) T x T T� � Tetracorde 2(T T S ) V I � T T T T Tetracorde 2(T T S ) x � �T T T T Tetracorde 1(T T S ) � � TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 34 Escalas Maiores com sustenidos (EXERCÍCIO 17.1) � � � � � � � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4a 5a 6as 7as 1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m MJ J J J 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4 a 5a 6as 7as 1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m M J J J J imperfeitos: (menor/maior) imperfeitos: (menor/maior) aum dim aum dim � T T T T T T T T TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 35 Se você obedeceu às recomendações, deve ter chegado a este resultado: Observação importante: não ouse escrever a ordem dos acidentes, sustenidos ou bemóis, diferente da forma apresentada. Os músicos estão muito acostumados com esse formato. Escrever diferente, pode lhe custar algumas broncas no futuro. Dó maior sem acidentes � � � � �� � ��� � ���� � ����� � ������ � ������� TONALIDADES MAIORES/ QUINTAS ASCENDENTES Sol maior 1# Ré maior 2#’ Lá maior 3#’ Mi maior 4#’ Si maior 5#’ Fá# maior 6#’ Dó# maior 7#’ � ������� ! �������� ������� TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 36 18. ESCALAS MAIORES COM BEMÓIS Partiremos novamente da nossa escala de Dó maior e... Desceremos uma quinta, atingindo a nota Fá, IVo dessa escala O que equivale a subir uma quarta16 16 Já manifestamos nossa recomendação em não criar empecilhos com bemóis. Estamos aqui tentando ser coerentes: estamos descendo o ciclo das quintas com o objetivo de encontrar bemóis. Como, porém, por expe- riência, achamos prudente não descer quintas aqui pois, algumas pessoas podem pensar que escalas com bemóis existem apenas na descendente, estamos adaptando o pensamento no sentido ascendente. Mais a frente, acreditamos que tudo fique mais claro. � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4a 5a 6as 7as 1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m MJ J J J imperfeitos: (menor/maior) aum dim T T T T T T T T � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: T T T T T T T T IV � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: T T T T T T T T IV TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 37 Para “construir” a próxima escala devemos seguir os seguintes passos: 1- Iniciar a próxima escala do IVo da anterior (mantendo as alterações da origem) 2- Abaixar o IV grau da nova escala em um semitom (acrescente um bemol), que será a nota base da próxima escala. 3- Anotar na coluna adjacente, o novo acidente, que não sairá mais do sis- tema. Dando continuidade ao processo, encontraremos, se seguir a regra anterior, a escala maior que tem dois bemóis em sua estrutura, igualando assim sua sonoridade a origem Dó maior. Você deve ter reparado que o tetracorde 2 da nova escala equi- vale ao tetracorde da escala de origem (anterior). Observe que a nova nota surge sempre na casa 5 (quarta justa) e que tudo segue o ciclo de quintas descendentes (ou quartas ascendentes): Escalas: Dó, Fá, Sib, etc... assim como os acidentes, Sib, Mib, o próximo será o Láb, etc., até alcançar o Fáb na última escala de Dób. É muito curiosa ainda a ordem inversa dos acidentes: em sustenidos temos: Fá#, Dó#, Sol#, Ré#, Lá#, Mi#, Si# e aqui temos Sib, Mib, Láb, Réb, Solb, Dób, Fáb. � � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4a 5a 6as 7as1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m M imperfeitos: (menor/maior) aum dim T T T T T T T T T Tetracorde 1 (T T S ) Tetracorde 2(T T S ) Tom intervalos imperfeitos maiores J intervalos justos T T T T Tetracorde 1(T T S ) T x T T Tetracorde 2(T T S ) IV I @ @ J J J � Tetracorde 2(T T S ) I � Tetracorde 1(T T S ) TT T T T T T T@ Tetracorde 1(T T S ) TT T T T T T T@@ @ Tetracorde 2(T T S ) @ @ @ TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 38 Escreva aqui todas as escalas maiores com bemóis utilizando a técnica apren- dida (EXERCÍCIO 18.1) � � � � � � � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4a 5a 6as 7as 1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m MJ J J J 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4 a 5a 6as 7as 1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m M J J J J imperfeitos: (menor/maior) imperfeitos: (menor/maior) aum dim aum dim � T T T T T T T T TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 39 Se você obedeceu às recomendações, deve ter chegado a este resultado: Descobrimos por esse método (ciclo das quintas) como chegar às quinze arma- duras de clave que por sua vez representarão as 15 tonalidades maiores e as quinze menores. Veremos a seguir como isso se dá Dó maior sem acidentes TONALIDADES MAIORES/ QUINTAS DESCENDENTES Fá maior 1 b � @ � @@ � @@@ � @@@@ � @@@@@ � @@@@@@ � @@@@@@@ � Sib maior 2 b‘ Mib maior 3 b‘ Láb maior 4 b‘ Réb maior 5 b‘ Solb maior 6 b‘ Dób maior 7 b‘ � @@@@@@@ � @@@@@@@ ! @ @@@@@@ TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 40 19. ARMADURAS DE CLAVE Vejamos como são escritas as armaduras de clave para as quinze tonalidades maiores observadas pelo ciclo das quintas ascendentes (aumentando o número dos sustenidos – sentido horário) e descendentes (aumentado o número de bemóis – sentido anti-horário): (repare na ordem inversa dos acidentes: Fá#, Dó#, Sol#, Ré#, Lá#, Mi#, Si# e Sib, Mib, Láb, Réb, Solb, Dób, Fáb. Repare ainda na forma de escrita dos acidentes nas armaduras – não ouse escreverdiferente disso. Exercício 19.1: Complete Armadura de clave Nome da tonalidade Armadura de clave Nome da tonalidade Ex.: 3 sustenidos Lá maior 6- 5 sustenidos ____ maior 1- 1 sustenido ____ maior 7- 3 bemóis ____ maior 2- 2 bemóis ____ maior 8- 7 sustenidos ____ maior 3- 2 sustenidos ____ maior 9- 5 bemóis ____ maior 4- 4 bemóis ____ maior 10- 6 sustenidos ____ maior 5- 4 sustenidos ____ maior 11- 6 bemóis ____ maior Dó maior sem acidentes TONALIDADES MAIORES Fá maior 1 b � @ � @@ � @@@ � @@@@ � @@@@@ � @@@@@@ � @@@@@@@ � Sib maior 2 b‘ Mib maior 3 b‘ Láb maior 4 b‘ Réb maior 5 b‘ Solb maior 6 b‘ Dób maior 7 b‘ � @@@@@@@ � @@@@@@@ ! @ @@@@@@ � � � �� � ��� � ���� � ����� � ������ � ������� Sol maior 1# Ré maior 2#’ Lá maior 3#’ Mi maior 4#’ Si maior 5#’Fá# maior 6#’ Dó# maior 7#’ � ������� ! �������� ������� !"#$%&'$'() (#$*+,#&-$) TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 41 Exercício 19.2: Complete as lacunas como no exemplo (primeira linha). As células em verde devem ser respondidas. Tonalidade Quantidade de acidentes na armadura Grau da escala nota 1 Sol maior 1# III Si 2 Dó maior VII 3 Lá maior Ré 4 2b Ré 5 3b IV 6 4# Ré# 7 Si Sol# 8 II Sol# 9 4b Réb 10 II Ré# 11 VII Lá Vídeo que explica o circulo das quintas https://www.youtube.com/watch?v=P7iC-fbdKmQ&t=41s Música: De noite na cama Apresentamos na página seguinte um exercício do Método de saxofone de autoria de César Albino, para praticar o ciclo das quintas de forma divertida TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 42 70 - César Albino & 44 œ œ œ# ˙ E œ œ œ ˙ A œ œ œ ˙ D œ œ œ ˙ G œ œ œ ˙ C etc. & œ œ# œ# œ ˙ E œ œ œ# œ ˙ A œ œ œ# œ ˙ D œ œ œ œ ˙ G œ œ œ œ ˙ C etc... 5. 8 P eq ue no s pa dr õe s to na is & & & & & & b & bb & bbb Dó maior Sol maior Ré maior Lá maior Mi maior Fá maior Sib maior Mib maior E A D G C F Bb Eb após o Eb, volte imeditamente para o E e reinicie novamente o ciclo, se possível aumentando o andamento �ƉůŝƋƵĞ�ŝƐŽůĂĚĂŵĞŶƚĞ�ĐĂĚĂ�Ƶŵ�ĚŽƐ�ϭϴ�ƉĂĚƌƁĞƐ�ƚŽŶĂŝƐ�ĂďĂŝdžŽ�ŶĂ�ƐĞƋƵġŶĐŝĂ�ƐŽůŝĐŝƚĂĚĂ�;ĐşƌĐƵůŽ�ĚĂƐ� ƋƵŝŶƚĂƐ͗��͕��͕��͕�'͕��͕�&͕ ��ď�Ğ��ďͿ͘��ƐƉĞƌĂŵŽƐ�ƋƵĞ�Ă�ĞƐƚĂ�ĂůƚƵƌĂ�ǀŽĐġ�ũĄ�ƚĞŶŚĂ�ŝƐƐŽ�ĚĞĐŽƌĂĚŽ͘��� �džĞŵƉůŽ�ĐŽŵ�Ž�ƉĂĚƌĆŽ�ϭ �džĞŵƉůŽ�ĐŽŵ�Ž�ƉĂĚƌĆŽ�ϱ & 44 œ œ œ ˙ 1 1 2 1 œ œ œ ˙ 1 1 7 1 œ œ œ œ ˙ 1 2 1 7 1 œ œ œ œ ˙ 1 7 1 2 1 œ œ œ œ ˙ 1 2 3 2 1 & œ œ œ œ œ œ œ 1 2 3 2 1 7 1 œ œ œ œ œ œ œ 1 7 1 2 3 2 1 œ œ œ œ œ œ œ 1 2 3 4 3 2 1 œ œ œ œ œ œ œ 1 7 1 2 3 4 3 œ œ œ œ ˙ 1 2 3 4 5 & œ œ œ œ œ œ œ 1 7 1 2 3 4 5 œ œ œ œ œ œ œ 1 2 3 4 5 6 5 œ œ œ œ œ œ œ 1 2 3 4 5 6 7 œ œ œ œ œ œ œ œ 1 2 3 4 5 6 7 8 & œ œ œ ˙ 1 1 3 5 œ œ œ œ œ œ œ 1 3 1 3 5 3 1 œ œ œ œ ˙ 1 3 5 3 1 œ œ œ œ œ œ œ œ 1 3 1 3 5 3 1 3 œ œ œ œ ˙ 4 8 5 3 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 43 20. TRANSPOSIÇÃO #1 Por diversas razões precisamos mudar a tonalidade de uma música ou trecho musical. Para isso, primeiramente, é preciso identificar a tonalidade da música e então anotar os graus de cada nota da melodia em relação à tonalidade em questão. Vejamos um caso simples17: Como se vê, a canção está em Dó maior. Para transpô-la uma segunda maior acima, o melhor a fazer é pensar em termos de tonalidade, utilizando a armadura de clave de Ré maior e “mover” seus graus conforme a origem, observe e complete a transposição: Transponha agora para a tonalidade de Sib maior, uma segunda maior abaixo: grau 1 2 3 4 5 6 7 8 Dó maior Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Sib maior Sib Dó Ré Mib Fá Sol Lá Sib 17 Geralmente, a última nota da melodia denuncia a tonalidade. Somente depois, observamos a armadura de clave. � �� � � � � 1 1 5 5 � � Æ 6 6 5 � � � � 4 4 3 3 � � Æ 2 2 1 � � � � 5 5 4 4 � � Æ 3 3 2 � � � � � 5 5 4 4 � � Æ 3 3 2 � � � � 1 1 5 5 � � Æ 6 6 5 � � � � 4 4 3 3 � � Æ 2 2 1 BRILHA, BRILHA ESTRELINHA � �� � � � � 1 1 5 5 � � Æ 6 6 5 Æ 1 � 5 � �� Æ 1 � @@ � 1 � � � @@ Æ 1 grau 1 2 3 4 5 6 7 8 Dó maior Dó Ré Mi Fá Sol Lá Si Dó Ré maior Ré Mi Fá# Sol Lá Si Dó# Ré TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 44 EXERCICIO 16.1 Transponha agora a melodia para as tonalidades solicitadas � �� � � � � 1 1 5 5 � � Æ 6 6 5 � � � � 4 4 3 3 � � Æ 2 2 1 � � � � 5 5 4 4 � � Æ 3 3 2 � � � � � 5 5 4 4 � � Æ 3 3 2 � � � � 1 1 5 5 � � Æ 6 6 5 � � � � 4 4 3 3 � � Æ 2 2 1 BRILHA, BRILHA ESTRELINHA � ��� � ��� � @@@ � @@@ TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 45 EXERCICIO 16.2 Complete a análise e transponha para as tonalidades pedidas � �� � � � �� � @ � @ � ���� � ���� TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 46 21. INTERVALOS IMPERFEITOS DE SEXTA E SÉTIMA Sexta menor = 8 semitons Sexta maior = 9 semitons Sétima menor = 10 semitons Sétima maior = 11 semitons Uma forma bastante prática de identificarmos esse intervalo é fragmentando- o, extraindo o intervalo de quinta, nosso conhecido, e analisando o intervalo res- tante. Vejamos alguns exemplos: Resumindo: Sexta menor 8 semitons Quinta justa (7) + Segunda menor (1) Sexta maior 9 semitons Quinta justa (7) + Segunda maior (2) Sétima menor 10 semitons Quinta justa (7) + Terça menor (3) Sétima maior 11 semitons Quinta justa (7) + Terça maior (4) Há, no entanto, um caso em que esse método não funciona: o intervalo de Si para Fá (no sentido ascendente), a quinta diminuta com 6 semitons: � TT TT TT T T TT TT � TT TT TT T T TT TT 5aJ(7) 2aM(2)6aM(7+2=9) 5aJ(7) 3aM(4)7aM(7+4=11) 5aJ(7) 2am(1)6am(7+1=8) 5aJ(7) 3am(3)7am(7+3=11) � TT TT TT T T TT TT 5adim(6) 2aM(2)6am(6+2=8) 5adim(6) 3aM(4)7am(6+4=11) TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 47 Exercício 9.3 - Analise os intervalos empregando a técnica aprendida: � TT TTT T T T TT T TT T � TT T TT T TT T TT T � T T T TT T TT T T T T � TT TTT TT TTT� T T T 6M(9) 5J(7)+2M(2) Aqui, temos uma exceção à regra, pois Si/Fá = quinta diminuta com 6 semitons Isso terá de ser compensado Uma outra forma é pensar no Fá# como a quinta justa do Si, ai então pode-se Utilizar a técnica normalmente exemplo 1 2 3 74 5 6 8 9 10 11 12 13 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 48 22. ANALIZANDO INTERVALOS A PARTIR DAS ARMADURAS DE CLAVE Uma vez entendida a questão das tonalidades maiores e suas respectivas ar- maduras de clave, podemos estender nosso poder de análise aos intervalos. Nas es- calas maiores, todos os intervalos imperfeitos (segunda, terça, sexta e sétima) são maiores, e os intervalos perfeitos (quarta, quinta e oitava) são justos. Assim, ao analisar um intervalo por meio deste método, considere a nota base, (a nota mais grave do intervalo) como a fundamental de uma escala maior e então, verifique se a segunda nota do intervalo corresponde à armadura de clave: se corresponder, de- verá ser um intervalo justo no caso de intervalos perfeitos (4ª, 5ª, 8ª) ou maior no caso de intervalos imperfeitos (2ª, 3ª, 6ª, 7ª). No entanto, se essa nota não corres- ponder à armadura de clave, dever-se-á observar se esta nota está meio tom acima ou abaixo, ou as vezes um tom, e ponderar sua análise. Vejamos um exemplo: to- memos o intervalo Ré/Sib, sendo o Ré a nota mais grave: na escala/tonalidade de Ré temos os acidentes Fá# e Dó# e o Si, nessa escala é um Si natural. Logo, o Sib estámeio tom abaixo do Si natural - o resultado será então uma sexta menor. Baseado nessas informações, realize o teste a seguir, teste 7. Teste 7, identifique os intervalos � Æ Æ 1 Æ Æ@ 2 Æ Æ@ 3 Æ Æ@ 4 Æ Æ@ 5 Æ Æ� 6 Æ Æ 7 Æ Æ 8 � Æ Æ@ 9 Æ Æ� 10 Æ Æ� 11 Æ Æ� 12 Æ Æ@ 13 Æ Æ 14 Æ Æ@ 15 Æ Æ� 16 � Æ Æ@ 17 Æ Æ� 18 Æ Æ� 19 Æ Æ@ 20 Æ Æ 21 Æ Æ� 22 Æ Æ 23 Æ@ Æ@ 24 � Æ@ Æ 25 Æ@ Æ 26 ÆK Æ� 27 Æ Æ 28 Æ Æ� 29 Æ Æ� 30 Æ� Æ 32 Æ@ Æ 32 � Æ@ Æ@ 33 Æ@ Æ@ 34 Æ� Æ 35 Æ� Æ� 36 Æ� Æ� 37 Æ@ Æ@ 38 Æ@ Æ� 39 Æ@ Æ� 40 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 49 23. INVERSÃO DOS INTERVALOS Analise os seguintes intervalos: Observe que ambos os intervalos envolvem as mesmas notas: Ré e Lá, tendo elas trocado de posição: Lá e Ré. Na verdade, invertemos o intervalo. Consegue-se isso facilmente oitavando a nota base do intervalo. Exercício 22.1 - Inverta os intervalos Uma vez entendido o processo, verifiquemos algumas propriedades muito in- teressantes: O uníssono inverte em uma oitava e vice-versa, a segunda inverte em uma sétima e vice-versa, a terça inverte em uma sexta e vice-versa, e finalmente, a quarta inverte em uma quinta e vice-versa: uníssono <> oitava segunda <> sétima terça <> sexta quarta <> quinta Vejamos isso na pauta: � TT TT � TT TT � TT T TT T TT TT TT TT 1 2 3 4 5 6 � Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ � Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ uníssono x oitava segunda x sétima terça x sexta quarta x quinta quinta x quarta sexta x terça sétima x segunda oitava x uníssono TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 50 Uma outra propriedade interessante dos intervalos é que, ao invertê-los, suas qualidades (justo, maior, menor, aumentado, diminuto) se comportam de uma forma muito interessante: todo intervalo justo ao ser invertido, continua justo; todo inter- valo maior ao ser invertido transforma-se em menor e vice-versa e; todo intervalo aumentado ao ser invertido transforma-se em diminuto e vice-versa: justo <> justo maior <> menor aumentado <> diminuto Que pode ser também entendido como: etc. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4a 5a 6as 7as 1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m MJ J J J imperfeitos: (menor/maior) aum dim Dó Si Dó 7a maior (11) 2a menor (1) Dó Sib Dó 7a menor (10) 2a maior (2) Dó Lá Dó 6a maior (9) 3a menor (3) Dó Láb Dó 6a menor (8) 3a menor (4) Dó Sol Dó 5a justa (7) 4aa justa (5) TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 51 Veja alguns exemplos: Resolva os seguintes aplicando a técnica: Resolva e ou confira o Teste 7 da página 48 aplicando a técnica das inversões � TT TT � TT@ TT@ 7a maior (11) 2a menor (1) 6a menor (8) sétima segunda maior menor Total = 11+1=12 sexta terça menor maior 3a maior (4) Total = 8 + 4 = 12 � TT� TT� � T T@ TT@ � TT� TT� Total _____________ Total _____________ Total _____________ inicie por aqui TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 52 24. ESCREVENDO ESCALAS MENORES A PARTIR DAS MAIORES PELO PRO- CESSO DE RELATIVAS Uma maneira muito prática de escrever escalas menores é pelo processo de relativas, em que a fundamental da escala menor se encontra uma terça (menor) abaixo18 da fundamental da escala maior, vejamos alguns exemplos: As sete notas da escala são as mesmas, porém, iniciando e terminando na terça menor abaixo da fundamental maior e sofrendo três alterações nas posições intervalares: terça, sexta e sétima menores. Como já sabemos lidar com as armaduras de clave, vamos utilizá-las em nosso favor. Vamos escrever nas páginas seguintes as escalas maiores e menores na mesma pauta, utilizando uma cor diferente para a menor como mostra a seguir: 18 Muitos autores aferem que se deve alcançar o sexto grau da escala maior para encontrar sua relativa. Porém, sabemos que em nada altera o resultado: terça abaixo ou sexta acima, no entanto, consideramos terça abaixo bem mais prático. � � @ �� @@ ��� @@@T� T� T� T� T� T� T� Dó maior Lá menor Sol menor Mib maiorFá maior Ré maior Sib maior Lá maiorSol maior Ré menor Si menorMi menor Fá# menor Dó menor � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: 2as 3as 4a 5a 6as 7as1a 8a perfeitos: imperfeitos: (menor/maior) m M m M m M m MJ imperfeitos: (menor/maior) aum dim T T T T T T T Txx x J J J T � � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 2as 3as 4a 5a 6as 7as1a 8a m M m M m M m MJ J J J T T T T T T T T T T T T T� T T T T T TT T T T T T T T T T T T Dó maior Lá menor Sol maior Mi menor TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 53 Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=BSOF2xwmCYg Dó maior sem acidentes TONALIDADES MAIORES E MENORES Fá maior 1 b � @ � @@ � @@@ � @@@@ � @@@@@ � @@@@@@ � @@@@@@@ � Sib maior 2 b‘ Mib maior 3 b‘ Láb maior 4 b‘ Réb maior 5 b‘ Solb maior 6 b‘ Dób maior 7 b‘ � @@@@@@@ � @@@@@@@ ! @ @@@@@@ � � � �� � ��� � ���� � ����� � ������ � ������� Sol maior 1# Si maior 5#’Fá# maior 6#’ Dó# maior 7#’ � ������� ! �������� ������� !"#$%&'$'() (#$*+,#&-$) mi menor Ré maior 2#’si menor Lá maior 3#’ fá# menor Mi maior 4#’ dó# menor sol# menor ré# menor lá# menor lá menor ré menor sol menor dó menor fá menor sib menor mib menor láb menor TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 54 Exercício 24.1a: Escrever todas as escalas maiores e menores pelo processo de rela- tivas. (utilize armaduras de clave, isso evitará erros e ficará mais legível) Exercício 24.1b � � � � � � � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 2as 3as 4a 5a 6as 7as 1a 8a m M m M m M m MJ J J J aum dim � TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 55 � � � � � � � 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 2as 3as 4a 5a 6as 7as 1a 8a m M m M m M m MJ J J J aum dim TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 56 25. INTERVALOS #2- TRANSFORMANDO INTERVALOS NATURAIS POR MEIO DE ALTERAÇOES CROMÁTICAS19 Maior para diminuto Menor para aumentado 19 Essas questões podem ficar confusas agora se você não tem muita experiência. Pode-se pular este item e voltar a ele depois. � T T T� T TK T@ T� T@ � T T T� T TK T@ T� T@ � T T T� T TK T@ T� T@ � T T T� T TK T@ T� T@ 2M (2) 2m (1)2m (1) 2dim (0) Maior Menores Diminuto elevando o primeiro intervalo em um semitom o intervalo transforma-se em menor abaixando o segundo intervalo em um semitom o intervalo transforma-se em menor elevando o primeiro e descendo o segundo, simutaneamete, obetém-se um intervalo diminuto 3M (4) 3m (3)3m (3) 3dim (2) 6M (9) 6m (8)6m (8) 6dim (7) 7M (11) 7m (10)7m (10) 7dim (9) elevando o segundo intervalo em um semitom o intervalo transforma-se em maior � T T T T� T@ T T@ T� � T T T T� T@ T T@ T� � T T T T� T@ T T@ T� � T T T T� T@ T T@ T� MaiorMenor Aumentado abaixando o primeiro intervalo em um semitom o intervalo transforma-se em maior abaixando o primeiro e subindo o segundo, simutaneamete, obetém-se um intervalo aumentado 2m (1) 2M (2) 2m (2) 2 aum (3) 3m (3) 3M (4) 3M (4) 3 aum (5) 6m (8) 6M (9) 6M (9) 6 aum (10) 7m (10) 7M (11) 7M(11) 7 aum (12) TEORIA MUSICALCÉSAR ALBINO 57 Justo para aumentado e diminuto Tabela geral dos intervalos � T T T T� T T@ � T T T T� T T@ � T T T T� T T@ � T T T T� T T@ elevando o segundo intervalo em um semitom o intervalo Justo transforma-se em aumentado DiminutoJusto Aumentado abaixando o segundo intervalo em um semitom o intervalo Justo transforma-se em diminuto UJ (0) Uǡ�(-1)U+ (1) 4J (5) 4ǡ�(4)4+ (6) 5J (7) 5ǡ�(6)5+ (8) 8J (12) 8ǡ�(11)8U+ (13) diminuto menor justo maior aumentado -1 0 1 0 1 2 3 2 3 4 5 4 5 6 6 7 8 7 8 9 10 9 10 11 12 11 12 13 13 14 15 1612 + um semitom- um semitom intervalos perfeitos intervalos imperfeitos uníssono segunda terça quarta quinta sexta sétima oitava nona TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 58 Exercício 25.1 - Identifique os intervalos (teste final de intervalos, encare como uma prova) Sugestão: analise o intervalo em sua forma natural (sem acidentes) e após isso pense nas alterações, sem tentar fazer associações do tipo lá# = sib, que implicará provavelmente em erros. � Æ Æ� 1 Æ Æ@ 2 Æ� Æ 3 Æ Æ@ 4 Æ Æ@ 5 Æ� ÆK 6 Æ� Æ 7 Æ@ Æ 8 � 9 Æ Æ@ 9 Æ Æ� 10 Æ Æ� 11 Æ Æ@ 12 Æ� Æ 13 Æ@ Æ 14 Æ Æ@ 15 Æ Æ� 16 � 17 Æ@ Æ 17 Æ@ Æ 18 Æ Æ� 19 Æ Æ@ 20 Æ@ Æ 21 Æ Æ@ 22 Æ� Æ 23 Æ@ Æ@ 24 � 25 Æ� Æ 25 Æ Æ� 26 Æ Æ@ 27 Æ� Æ 28 Æ� Æ 29 Æ Æ� 30 Æ@ Æ 32 Æ@ Æ 32 � 33 Æ Æ@ 33 Æ@ Æ 34 Æ@ Æ 35 Æ� Æ� 36 Æ� Æ 37 Æ@ Æ@ 38 Æ@ Æ@ 39 Æ Æ� 40 � 41 Æ Æ@ 41 Æ Æ� 42 Æ Æ� 43 Æ@ ÆK 44 Æ� Æ� 45 Æ@ Æ@ 46 Æ Æ 47 Æ Æ� 48 � 49 Æ� Æ 49 Æ� Æ 50 Æ Æ@ 51 Æ Æ� 52 Æ Æ@ 53 Æ Æ� 54 Æ� Æ� 55 Æ@ Æ 56 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 59 26. TRANSPOSIÇÃO #2 Vimos anteriormente como transpor melodias de forma bastante prática e se- gura, utilizando os graus e as armaduras de clave. Há, portanto, melodias que ex- pandem esse conceito, apresentando alterações de algumas ou até muitas de suas notas por motivações harmônicas. Podemos continuar nosso pensamento inicial, com algumas adaptações. Tomemos como base nossa conhecida Brilha, brilha estre- linha: Faremos algumas alterações: Utilizamos aqui o “#” juntamente com o número de seu grau para indicar que a nota está meio tom acima da indicada pela armadura de clave, um “b” para indicar que a nota está meio tom abaixo da indicada pela armadura de clave e, um “n” para indicar que a nota corresponde a armadura de clave e que houve alguma alteração anterior que possa confundir a análise. Esse processo parece bastante lógico quando usado na tonalidade de Dó maior, mas em outra tonalidade pode trazer alguma con- fusão, mas, mesmo assim, recomendamos seguir adiante. Poderíamos utilizar outros símbolos, como “+” ou “-“, ou ainda outros, mas, superadas algumas duvidas, perce- ber-se-á que é um método eficiente e claro. Transponha a melodia alterada acima para as tonalidades pedidas: � � � � � � � Æ � � � � � � Æ 1 5 6 5 4 3 2 1 � �� � �� � �� 1 #1 5 #5 � �@ Æ 6 b6 6 �� �K � �@ #4 n4 3 b3 � �@ Æ 2 b2 1 � � � � � � 1 1 5 5 � � Æ 6 6 5 � � � � 4 4 3 3 � � Æ 2 2 1 � �� � � 1 1 5 5 6 6 5 4 4 3 3 2 2 1 � ��� � � 1 1 5 5 6 6 5 4 4 3 3 2 2 1 � @ � 1 1 5 5 6 6 5 4 4 3 3 2 2 1 � @@ � 1 1 5 5 6 6 5 4 4 3 3 2 2 1 � @@@ 1 1 5 5 6 6 5 4 4 3 3 2 2 1 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 60 Continue a análise da canção abaixo e a transponha para as tonalidades pedi- das. Observação importante: a melodia está em ré menor, por isso a primeira nota está marcada como “3” e não como 1. Transponha a melodia para outra tonalidade, Apresentamos o esquema para duas possibilidades, mas você pode expandir o conceito e transpor para qualquer tonalidade: � @ T T T T T T T T 1 2 3 4 5 6 7 8 � @ " � � � Æ 3 3 1 2 3 � � � � � � 3 3 1 2 3 2 1 � � � Æ 3 1 4 7 2 � � � � � � 3 3 2 3 4 3 2 � @ 5 � �� �K Æ 3 2 #4 #6 3 Æ � 2 T 5 � � @ 9 � � � Æ 3 � � � � � � 3 3 �� � �� Æ 3 � � �� �� � � 3 3 � @ 13 �K � �K Æ 3 Æ � � � 3 T � � @ 17 � � � � � 3 � � � � � � 3 3 � � � � � 3 � � � � � �� 3 3 � @ 21 � � �� �� � 3 � � �� �� � � 3 3 �K � �K � (� 3 T � @ @@T T T T T T T T 1 2 3 4 5 6 7 8 T T T T T T T T 1 2 3 4 5 6 7 8 � @ KT T T T T T T T 1 2 3 4 5 6 7 8 T T T T T T T T 1 2 3 4 5 6 7 8 Ré menor Sol menor Ré menor Lá menor TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 61 27. Tonalidade menor pelo processo de homônimas O processo de relacionar escalas maiores e menores apresentado anteriormente é o mais comum e mais utilizado. Porém, iremos apresentar um outro que nos parece bastante prático e interessante, principalmente para quem toca instrumentos me- lódicos e a voz, que é o processo por homônimas20. Pelo processo de homônimas mantêm-se a raiz (primeira nota da escala/fundamental) e diminui-se os graus 3, 6 e 7 em um semitom em relação à escala maior: Nesse processo, haverá sempre a diferença de 3 acidentes em relação ao tom maior, diminuindo a quantidade de sustenidos ou aumentando a quantidade de be- móis. Exercício 20.1: Complete as colunas pintadas em Tonalidade maior Tonalidade menor Relativa maior raiz Acidentes na armadura raiz Acidentes na armadura Dó Ø dó 3b Mib Sol 1# sol 2b Sib Ré 2# ré 1b Fá Lá 3# lá Ø Dó Mi 4# mi 1# Sol Si Fá# Dó# Fá 1b fá 4b Láb Sib 2b sib 5b Réb Mib Láb 20 Se você ainda não se sente confortável e estiver achando isto complicado, poderá pular esta parte e seguir adiante, e, quando estiver mais familiarizado com tonalidades, poderá voltar a este tópico. � T T T T T T T � @@@T T T@ T T T@ T@ T � ���T T T� T T T� T� T � T T T T T T T T T 3M 7M6M 3m 7m6m Dó maior Dó menor 3M 7M6M Lá maior 3m 7m6m Lá menor TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 62 Sugestão de exercício prático: Toque os pentacordes (5 primeiras notas da escala) nos modos maiores e menores no ciclo de quintas. Exemplo para praticar as escalas maiores e menores: Aplique as três escalas a seguir nos três padrões abaixo Pratique ainda a escala menor melódica. Um bom exercício é tocar o a pri- meira parte do Bourrèe de BACH nas diversas tonalidades � �� � � � � � � � � 1 2 3 4 5 4 3 2 C T 1 � � �@ � � � � � 1 2 3 4 5 4 3 2 Cm T 1 � � � � � � � � � G T � � �@ � � � � � Gm T � � � �� � � � � � D T � � �K � � � � � Dm T etc... maior menor natural (b3, b6 e b7) menor harmônica (b3, b6 e n7) menor melódica: sobe com o 6o e 7o graus maiores e desce com os graus 7o e 6o menores TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 63 28. ACORDES #2 Um acorde, no âmbito deste livro, é uma sobreposição de pelo menos duas ter- ças (um acordo de terças). Para duas terças sobrepostas, denominamos um acorde do tipo tríade e para três terças sobrepostas de tétrade. Como já visto anterior- mente, um acorde do tipo tríade terá um som agradável e harmonioso se combinar duas terças diferentes, uma maior com outra menor. Uma forma muito simples de se obter um acorde maior, se você sabe construir escalas maiores, parte da sobreposição dos graus 1, 3 e 5 dessa escala21: E para transformar uma acorde maior em um menor, basta diminuir sua terça em um semitom. Aproveitemos para cifrar esses acordes22: o acorde maior é repre- sentado pela letra maior proveniente dos nomes das línguas anglo saxônicas, prin- cipalmente a Alemanha e o acorde menor, da mesma forma, porém escrevendo um “m” seguindo a letra em maiúscula: X (maior) e Xm (menor): 21 Você pode fazer essas marcas, um quadrado por exemplo, das notas do acorde maiorou menor nas escalas das páginas anteriores. 22 Utilizamos hoje no Brasil um sistema moderno de cifragem de acordes provindo dos EUA, que por sua vez é proveniente da Alemanha, com adaptações. Para se ter uma ideia, esse sistema chegou ao Brasil por volta de 1958 com o professor Wilson Curia, o primeiro a estudar no Berklee College of Music em Boston. terça menor (3) terça maior (4) quinta (7) terça maior (4) quinta (7) Acorde maior Acorde menor terça menor (3) � T T T� T T T T� T 1 2 3 4 5 6 7 8 TTT� � T T T T@ T T T T 1 2 3 4 5 6 7 8 TTT 1 3 5 1 3 5 escala de Ré maior escala de Fá maior Acorde de Ré maior Acorde de Fá maior � TTT TTT@ C Cm TTT� TTTK A Am TTT TTT@ G Gm TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 64 Exercício 27.1: Escreva acordes maiores e menores para as fundamentais pedi- das com suas devidas cifras. Algumas observações: há uma terceira fundamental que será escrita posteriormente. Ao escrever as alterações, atente para que as mes- mas sejam escritas na linha/espaço corretos da nota. Em acordes com mais de uma alteração, não alinhe os acidentes, veja como fazer: geralmente o acidente do meio é escrito mais a esquerda: Em alguns casos, será necessário utilizar o dobrado sustenido e o dobrado be- mol: O acorde diminuto O acorde diminuto, diferentemente dos acordes maiores e menores, é formado por duas terças menores, resultando em uma quinta diminuta e por isso recebendo a nomenclatura de diminuto. Podemos encontrar facilmente esse acorde partindo de um acorde menor e diminuindo sua quinta. O acorde diminuto é cifrado de diversas formas: Xo é o mais comum, proveniente da harmonia tradicional. Usa-se ainda o Xdim e o Xm(b5) onde X é a raiz do acorde. Exercício 27.2: Escreva acordes diminutos no exercício 21.1 acima, após os acordes menores. � TTT@@@ TTT��� � T T� T© T T@ T� dobrado sustenido = 1/2 acima do sustenido dobrado bemól = 1/2 abaixo do bemól � T T T T T T T T T � T T T T T T T T T � T T T T@ T@ T@ T@ T@ T@ � T@ T@ T@ T� T� T� T� T� T� � TTT� TTTK Bm B L TTT TTT@ Am A L TTT@ TTT@@ Cm C L terça menor (3) quinta diminuta (6) Fá Si Ré Acorde diminuto terça menor (3) Fá# quinta justa (7) TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 65 Atividade prática: Prelúdio #1 Perceba no prelúdio acima o movimento cromático descendente que ocorre em camadas: primeiramente a terça que fica menor, depois a quinta que fica diminuta e por último a fundamental, transformando o acorde diminuto em um acorde maior meio tom abaixo dele. Apresentamos a seguir algumas propostas de arpejos a serem aplicados à se- quência (repetir cada acorde 2x): Proposta 1 Proposta 2 (BACH, Prelúdio #1, Cravo bem temperado) (piano com duas mãos) Proposta 3 (BACH, Suite violoncelo) (bom para violão) � ÆÆÆ ÆÆÆ@ ÆÆÆ@ C Cm C L ÆÆÆ�� ÆÆÆK ÆÆÆK B Bm B L ÆÆÆ@ ÆÆÆ@ ÆÆÆ@ B @ B @m B @L � ÆÆÆ� ÆÆÆK ÆÆÆ@ A Am A L ÆÆÆ@@ ÆÆÆ@ ÆÆÆ� A @ A @m A @L ÆÆÆ ÆÆÆ@ ÆÆÆ@ G Gm G L � ÆÆÆ ÆÆÆ@ ÆÆÆ@ F Fm F L ÆÆÆ� ÆÆÆK ÆÆÆ@ E Em E L ÆÆÆ@@ ÆÆÆ@ ÆÆÆ� E@ E@m E@L � ÆÆÆ� ÆÆÆK ÆÆÆ@ D Dm D L ÆÆÆ��� ÆÆÆK ÆÆÆK C� C�m C�L T L � � � � � � � � � C � �@ � � � � � � Cm � �@ �@ � � � � � C L � �� �� � � � � � B etc... � ± � � � � � � ± � � � � � �� � � � � � � � C ± � � �@ � � � ± � � � � � �� �@ � � � �@ � � Cm ± �@ � �@ � � � ± � � � � � �� �@ � � � �@ � � C L � �� ± � » B etc... � � � � � � � � � �� � � � � � � C � � �@ � � � � � � � � � � � � � Cm � �@ �@ � � � � � � � � � � � � � C L � �� ��B etc... TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 66 O acorde aumentado O acorde aumentado é formado por duas terças maiores e é o único dos acordes que não é encontrado na escala diatônica. É cifrado também de diversas formas a saber: X+; X#5; Xaum entre outras. Pode ser obtido facilmente a partir do acorde maior aumentando sua quinta em um semitom: Exercício 17: Prelúdio #2: complete os acordes abaixo seguindo a lógica proposta: (ouvir Admirável gado novo de Zé Ramalho: F F+ Dm/F F+) Essa sequência de acordes é muito usada pelo cavaquinho no samba e em muitas músicas brasileiras como na introdução de Carinhoso. segue uma sugestão... � ÆÆÆ ÆÆÆ� ÆÆÆ ÆÆÆ� C C+ F F+ � ÆÆÆ ÆÆÆ� ÆÆÆ ÆÆÆ? ÆÆÆK C C Am/C C C ÆÆÆ ÆÆÆ� ÆÆÆ ÆÆÆ? ÆÆÆK F F Dm/F F F � Æ@ Æ Æ Æ Æ Æ@ Æ Æ Æ Æ � Æ@ Æ Æ Æ Æ Æ@ Æ Æ Æ Æ � Æ� Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ � Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ � Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ Æ � � � � � � � � C C � � � � � � Am/C C ® Æ C TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 67 O acorde de quarta suspensa Existe ainda um acorde23 que é utilizado desde a renascença: o acorde de quarta suspensa. Uma suspensão é uma nota preparada que era cantada por uma voz enquanto consonância e tinha como destino descer um grau conjunto para for- mar uma terça, porém, essa voz suspende essa descida formando um intervalo de quarta contra o baixo geralmente, formando o que se denomina uma suspensão. Por isso encontra-se em partituras com baixo cifrado a indicação 4-3 (quarta que vira terça). O acorde de quarta suspensa é então um acorde que não é formado por terças e sim por uma quarta justa e uma quinta justa. Essa quarta, historicamente, deveria resolver meio tom abaixo, formando um acorde maior, ou um tom abaixo formando um acorde menor, não tão comum: Hoje, é possível encontrar esse acorde de forma isolada sem a necessidade dessa resolução. Um bom exemplo desse emprego pode ser ouvido no último acorde da introdução da canção “California Dreamin’” com o grupo “The mamas and the papas”. Seguem exemplos extraídos da renascença. Nesses casos, é um pouco difícil identificar o acorde devido à movimentação de vozes da polifonia, mas daremos algumas dicas: 1- fica geralmente próximo ao final da peça, 2- ocorre geralmente no tempo 1 (forte) do compasso, 3- provem de uma ligadura dos tempos anteriores. O exemplo a seguir é bastante significativo e pode ser ouvido em muitos finais de peças, principalmente peças sacras. No caso aqui, como era comum, a suspensão resolve na terça do acorde fazendo uma ornamentação antes de concluir o acorde final. 23 Na verdade, é uma situação que hoje chamamos acorde de quarta suspensa ou simplesmente sus4, já que escapa ao conceito de sobreposição de terças. � TT � TT Æ ÆT suspensão de quarta que transforma-se em terça, geralmente maior TT m m � ÆÆÆ ÆÆÆ Csus C ÆÆÆ ÆÆÆ Gsus G ÆÆÆ ÆÆÆ Dsus Dm TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 68 Figura 3- Compassos 11- do moteto Come Again de John Downland Cifre os acordes da peça a seguir (alguns estão com a terça no baixo: primeira inversão) TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 69 29. ACORDES COM SÉTIMA Retomando a questão dos acordes como sobreposição de terças, a tétrade, ou acordes com sétima, pode ser pensada como a sobreposição de três terças, gerando as seguintes possibilidades de combinação a partir dos acordes básicos: Acordes maiores: Acordes menores: Acordes diminutos: Acordes aumentados: � TTT TTTT TTTT @ TTTT sétima maior sétima menor sexta maior acorde maior com... C Cmaj7 C7 C6 � TTT@ TTTT K@ TTTT @@ TTTT@ sétima maior sétima menor sexta maior acorde menor com... Cm Cm (maj7) Cm7 Cm6 � TTT@@ TTTT @@@ TTTT �@@ sétima menor acorde diminuto com... sétima diminuta Co Cdim Cm7(b5) Co7 � TTT�K C+È TTTT� Cmaj7(#5) TTTT @� sétima maior sétima menor acorde aumentado com... C7(#5)C#5È TEORIA MUSICALCÉSAR ALBINO 70 O acorde de quarta suspensa: Ocorre geralmente antes do X7 em que o 4 resolve no 3 formando o acorde maior. Você pode analisar diretamente a sétima do acorde pensando em inversões: a sétima maior está uma segunda menor abaixo da oitava, a sétima menor está uma segunda maior abaixo da oitava e a sétima diminuta está uma segunda aumentada abaixo da oitava. Os acordes com sexta, os X6 e Xm6, a sexta ajutee de Rameau, quebram, como o acorde de quarta suspensa, o padrão de terças sobrepostas. No entanto, são acordes utilizados desde a o período barroco, que segundo MOTTE (pg.xx) carregam forte caráter de subdominante. Há nos anexos, tabelas para ajudar esse pensamento. As onze tétrades mais comuns são assim escritas a partir da raiz Dó: � TTT@ C7sus T TTTT @ C7 � TTTT Cmaj7 TTTT @ C7 TTTT C6 TTTT@ Cm(maj7) TTTT @@ Cm7 TTTT@ Cm6 TTTT @@@ Cm7(15) TTTT �@@ C L7 TTTT�K Cmaj7(�5) TTTT @� C7(�5) TTTT @ C7sus TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 71 Exercício 28.1: Baseado no modelo acima, escreva as onze tétrades a partir das raízes dadas. O primeiro acorde: maior com sétima maior, deve ser extraído da tonali- dade/escala maior já estudados sem utilizar armadura de clave aqui. � TTTT � T T � TTTT �� T T � T � T � T � T@ TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 72 Pudemos observar como são constituídos os acordes e suas características. No entanto, essas importantes estruturas aparecem nas músicas do ocidente há pelo menos seis séculos nas mais diversas formas e raramente são encontrados como apresentado aqui até agora. Um compositor ao escrever suas músicas distribui as notas do acorde conforme a sonoridade desejada e deve pensar ainda nas possibili- dades técnicas dos instrumentos e vozes. O piano e o computador tocam as notas todas sem grandes problemas, mas não se pode pedir para um flautista, por exemplo, tocar uma nota que está fora de suas possibilidades. O mesmo ocorre com a voz. Há ainda problemas de digitação em alguns instrumentos como o violão. Então, o acorde raramente irá aparecer em uma música em seu formato 1, 3, 5 como aqui apresentado. Uma das alterações mais frequentes dá-se no que denominamos posição do acorde, em que as três notas do acorde podem trocar de posição. Nesses casos, a nota mais aguda indica a posição24. Outra alteração bastante comum é trabalhar com o acorde em posição aberta, em que seria possível adicionar notas do acorde entre as notas já escritas: Pode ainda aparecer na forma arpejada: Em todos esses casos, as notas envolvidas foram somente as notas Dó, Mi e Sol. O segredo é identificar a fundamental do acorde e depois a estrutura do acorde. 24 Não confundir posição com inversão. A inversão ocorre quando o baixo toca outra nota do acorde que não a fundamental. Esse ponto já será explicado. � �� TTT TTT TTT posição de oitava posição de quinta posição de terça Acordes em posição fechada (não há espaço para inserir notas do acorde) � TTT TTT TTT Acordes em posição aberta ( há espaço para inserir notas do acorde x) posição de terça posição de quinta posição de oitava x x x x x x x � � � � � � � � � � � � � � � � � T TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 73 30. OS ACORDES DE VIVALDI Exercício 29.1: Identifique e cifre os acordes arpejados Exemplo 1- Compassos 47-58 da parte do Violino solo do primeiro movimento da obra "As quatro estações", Spring (Primavera), Movimento 1 Exercício 29.2: Analise os trechos a seguir, também de Vivaldi, agora o movimento III, Allegro, de Autumn (outono) � � �� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 3 3 3 3 3 3 3 3 � � � �� � � � � � � � � � � 3 3 3 3 � � 47 � �� � � � � � � � � � � � � 3 3 3 3 � �� � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 3 3 3 3 3 3 3 3 � �51 � � � � � � � � � � � � � � 3 3 3 3 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 3 3 3 3 3 3 3 3 � �53 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 3 3 3 3 3 3 3 3 � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 3 3 3 3 3 3 3 3 � �55 � � � �� � � � � � � � � � ± (� 3 3 3 3 � � � � � ( � � (� � � � � � ( � � (� 49 volta ao tema.... (não cifrar) � @ �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� 30 � @ �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� � @ �� ��K �� �� �� �� �� �� �� �� �� �� ��� �� �� �� �� �� �� �� � � � � �K � � � � � � � � � � � � � � � � � 3 3 3 3 3 3 49 etc.. TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 74 Esperamos ter enriquecido e esclarecido alguns fundamentos sobre os acordes e seu emprego na música do ocidente. São exemplos ricos e há muito mais esperando por você. Exercício 29.3: Identifique (cifre) os acordes. Encontre primeiramente sua fundamen- tal. 31. ACORDES COM NONA Adicionando uma nova terça a uma tétrade, encontramos a nona do acorde. Podemos pensar essa nota como uma segunda oitavada e verificar a diferença a partir da oitava. Podemos encontrar três nonas: a maior, distante uma segunda maior acima da oitava; a menor, distante uma segunda menor acima da oitava e a nona aumentada, distante uma segunda aumentada acima da oitava: Oitava Segunda complementar Nona Cifra Oitava (12) Segunda menor (1) Nona menor (12 + 1 = 13) b9 Segunda maior (2) Nona maior (12 + 2 = 14) 9 Segunda aumentada (3) Nona aumentada (12 + 3 = 15) #9 � @ � � � � � � � � � 3 3 3 � � � � � � � � � 3 3 3 � � � � � � � � � 3 3 3 � � � � � � �@ � � 3 3 3 � � � � � � � � � 3 3 3 �� � � � � � � � � 3 3 3 � @ � � � � � � � � � 3 3 3 �� � � �K � � � � � 3 3 3 � � � �@ � � � � � 3 3 3 � � � � � � � � � 3 3 3 � � � � � � � � � 3 3 3 � � � � � � � � � 3 3 3 � @ � � � � � � � � � � � � � � � 104 � TTTT� TTTT� TTTT� TTT @ TTTT� TTTT@ TTTT TTTT@ � TTTT@ TTTT� TTTT@ TTTT@@ TTTT� TTTT TTTT@ TTTT�� TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 75 Que pode formar os seguintes acordes: Acordes maiores Nonas maiores em acordes com sétima menor, recebem na cifra apenas o 9 Nonas maiores com acordes com sétima maior, recebem o “maj9” Acordes menores Acordes diminutos Acordes aumentados O acorde de quarta suspensa � TTTTT Cmaj9 TTTTT @ C9 TTTTT @@ C7( @9) TTTTT C 69 sétima maior nona maior sétima menor nona maior sétima menor nona menor sexta maior nona maior � TTTTT K@ Cm(maj7) TTTTT @@ Cm9 TTTTT@ Cm69 sétima maior nona maior sétima menor nona maior sexta maior nona maior � TTTTT @@@ Cm9( @5) TTTTT �@@ C L7(add maj9) sétima menor nona maior sétima diminuta nona maior � TTTTT� Cmaj9(�5) TTTTT @� C9(�5) TTTTT ��@ C7�9(�5) sétima menor nona maior sétima maior nona maior sétima menor nona aumentada Uma forma muito simples de mon- tar esse acorde é pensar um acorde menor com sétima menor a partir da quinta da fundamental. Exem- plo: Fundamental = Dó. Quinta de Dó = Sol > Sol, Sib, Ré, Fá. O acorde ficaria assim com a fundamental: Dó, Sol, Sib, Ré, Fá, onde Sol é a quinta do acorde, Sib a sétima me- nor, Ré a nona maior, sendo Fá a quarta de Dó. É só praticar um pouco. TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 76 Os treze acordes com nona mais comuns são assim escritos a partir da raiz Dó: Exercício 24.1: Baseado no modelo acima, escreva os treze acordes com nona a partir das raízes dadas. O primeiro acorde deve ser extraído da tonalidade/escalamaior já estudados sem utilizar armadura de clave. � TTTT � T Dm7/G G9sus 5 7 9 4 sétima menor nona maior � TTTTT Cmaj9 TTTTT @ C9 TTTTT @@ C7( @9) TTTTT C 69 TTTTT@ Cm(maj7) TTTTT @@ Cm9 TTTTT@ Cm69 TTTTT @@@ Cm9( @5) TTTTT �@@ Co7(maj7) TTTTT�K Cmaj9(�5) TTTTT @� C9(�5) TTTTT ��@ C7�9(�5) TTTTT @ C9sus � TTTTT � T T T T T T T T T T T T � TTTTT �� T T T T T T T T T T T T � T T T T T T T T T T T T T � T T T T T T T T T T T T T � T T T T T T T T T T T T T � T@ T@ T@ T@ T@ T@ T@ T@ T@ T@ T@ T@ T@ TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 77 32. Inversões de acorde Inversões ocorrem quando o baixo, ou a nota mais grave do acorde, não toca a fundamental. Quando o baixo toca a terça do acorde, estamos na primeira inversão. Quando o baixo toca a quinta do acorde, estamos na segunda inversão e quando o baixo toca a sétima do acorde, estamos na terceira inversão. Sextas e nonas não ocorrem no baixo. Colocamos uma barra “/” depois da cifra para nos referirmos à nota que toca o baixo. Existe uma técnica muito antiga chamada baixo cifrado, muito utilizada no período barroco que identifica com números os intervalos pro- duzidos por essas inversões. Não iremos nos referir a essa técnica aqui, deixando para as aulas de Harmonia. Caminhamos agora para nossa última tarefa que será cifrar os acordes do Prelúdio #1 em Dó maior do Cravo bem temperado (1722) de J. S. BACH. Você pode escrever diretamente na partitura, porém, recomendamos que você copie os acordes para um caderno como demonstrado abaixo e então analise os acordes desta peça tão especial. � � TTTT T G7 TTTT T G7/B TTTT T G7/D TTTT T G7/F Fundamental primeira inversão segunda inversão terceira inversão � � �� �� TTT TT C TTT TT Dm/C TTT TT G7/B TTT TT C � � �� �� ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ ( � � ( � � Adagio ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ (� � (� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ (� � (� � etc. TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 78 Exercício 25.1: cifre o preludio#1 � � �� �� ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ ( � � ( � � Adagio ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ (� � (� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ (� � (� � � � 4 ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ ( � � ( � � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ ( � � ( � � ± �� � � � � � ± � � � � � � Æ Æ (� � (� � � � 7 ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ (� � (� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ (� � (� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ (� � (� � � � 10 ± � �� � � � � ± � � � � � � Æ Æ (� � (� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ (� � (� � ± � � �� � � � ± � � � � � � Æ Æ (�@ � (� � � � 13 ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ (� � (� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ (�@ � (� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ (� � (� � � � 16 ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ G� � G� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ G� � G� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ G� � G� � Prelude I In C major Johann Sebastian Bach (1685 - 1750)BWV 846 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 79 � � 19 ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ G� � G� � ± �@ � � � � � ± � � � � � � Æ Æ G� � G� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ G� � G� � � � 22 ± � � �@ � � � ± � � � � � � Æ� Æ G� � G� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ@ Æ G� � G� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ G� � G� � � � 25 ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ G� � G� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ G� � G� � ± � � �� � � � ± � � � � � � Æ Æ� G�@ � � G� � � � 28 ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ� G� � � G� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ� G� � � G� � ± � � � � � � ± � � � � � � Æ Æ G� � G� � � � 31 ± � �@ � � � � ± � � � � � � Æ Æ G� � G� � ± � � � � � � � � � � � � � �� � Æ Æ G� � Æ � � 33 ± � � � � � � � � � � � � � � Æ Æ G� � Æ Adagio AdagioLento TTTR T T 3 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 80 33. TRANSPOSIÇÃO #2 Quando a música não apresenta acidentes, tudo fica simples. Porém, há casos em que há acidentes podendo tornar tudo mais complicado. Vamos fazer algumas alterações no exemplo dado e verificar como proceder: Optamos aqui em usar o símbolo “#” quando a nota estiver um semitom acima da mencionada na armadura de clave e o “b” quando a nota estiver meio tom abaixo da armadura de clave. Usamos ainda o “n” quando a estiver coerente com a arma- dura de clave. Poderíamos usar outros símbolos para essas alterações, mas achamos que eles funcionarão se você souber utilizá-los adequadamente. É importante que se entenda que ao indicar uma nota com um “#” em uma tonalidade, em outra to- nalidade ela não receberá um sustenido automaticamente. Por exemplo a primeira nota do compasso 3 no exemplo acima, um Fá# (quarta aumentada), ao ser trans- posta para a tonalidade de Fá maior, receberá um bequadro e não um sustenido, porque o quarto grau de Fá maior é um Sib. Assim como essa alteração, haverão muitas outras. Vamos lá, mão à obra: transponha a melodia dada acima, com alte- rações, para as tonalidades corretas: � �� � �� � �� 1 #1 5 #5 � �@ Æ 6 b6 6 �� �K � �@ #4 n4 3 b3 � �@ Æ 2 b2 1 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 81 � � � � � � 1 1 5 5 � � Æ 6 6 5 � � � � 4 4 3 3 � � Æ 2 2 1 � �� � � 1 1 5 5 6 6 5 4 4 3 3 2 2 1 � ��� � � 1 1 � @ � 1 1 � @@ � 1 1 � @@@ TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 82 34. Modos (gregos?) 25 A tabela seguinte apresenta os sete modos partindo da raiz Dó26. Observe a disposição interválica: 25 Modos Gregos, modos gregorianos, modos litúrgicos. 26 Há uma adaptação da Canção do sol de Caetano Veloso na obra O som e o sentido de José Miguel Wisnick. � T T T T� T T T T � T T T T T T T T � T T T T T T T@ T � T T T@ T T T T@ T � T T T@ T T T@ T@ T � T T@ T@ T T T@ T@ T � T T@ T@ T T@ T@ T@ T 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12semitons: Modos Maiores Modos Menores Modo Diminuto modo lídio (#4) modo jônio modo mixolídio (b7) modo dórico (b3, b6) modo eólio (b3, b6, b7) modo frígio (b2, b3, b6, b7) modo lócreo (b2, b3, b5, b6, b7) #4 b7 b3 b6 b2 b5 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 83 Acreditamos que, pensando no intervalo característico de cada modo, a com- preensão e consequentemente sua aplicação prática, serão facilitadas. É necessário, no entanto, praticar para desenvolver a percepção de cada modo. Modos maiores: Modo Lídio (quarta aumentada; #4) Modo Jônio (como na armadura de clave) Modo Mixolídio (sétima menor; b7) Na raiz Dó: Alguns exemplos em outras raízes: Modos menores: Modo Dórico (terça e sétima menores; b3, b7) Modo Eólio (terça, sexta e sétima menores; b3, b6, b7) Modo Frígio (segunda, terça, sexta e sétima menores; b2, b3, b6, b7) Em outras raízes: � T T T T T T T T T T T T� T T T T T T T T, T T T T T T T T T T T@ T Escala de Dó maior Modo Dó Lídio Modo Dó Jônio Modo Dó Mixolídio #4 b7 adicionar um # ou diminuir um b diminuir um # ou acrescentar um b Na raiz Sol Sol Lídio Sol Jônio Sol Mixolídio Na raiz Fá Fá Lídio Fá Jônio Fá Mixolídio � T T T T T T T� T T T T T� T T T� T T T T TK T T T� T T T T T T T TK T � T T T T@ T T T T T T T TK T T T T T T T T@ T T T T T T T T@ T T T@ T � T T T T T T T T T T T@ T T T T@ T T T T@ T T T@ T@ T T T@ T@ T T T@ T@ T Escala de Dó maior Modo Dó Eólio (b3, b6, b7) (Homônima) Modo Frígio (b2, b3,b6, b7)Modo Dórico (b3, b7) adicionar 2b’ ou diminuir 2#’ adicionar3b’ ou diminuir 3#’ adicionar 4b’ ou diminuir 4#’ Na raiz Sol Sol Dórico Sol Eólio Sol Frígio � T T T T T T T� T T T T@ T T T TK T T T T@ T T T@ T T T T@ T@ T T T@ T T � T T T� T T T T� T T T TK T T T TK T T T T T T T@ T T T T@ T T T T@ T T Na raiz Ré Ré Dórico Ré Eólio Ré Frígio TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 84 Modo Lócreo Exercícios 35. A divisão da corda, ou tubo, em partes proporcionais (o monocórdio de pitágoras) Perceba que, nas divisões ½ (azul), 2/3 (verde), e ¾ vermelha, as linhas ponti- lhadas passam praticamente sobre a marca no braço e as marcas 4/5 (roxo) e 5/6 (amarela), equivalente à terça maior e menor respectivamente, as linhas não coin- cidem com as marcas no braço do violão. Este braço de violão está dividido conforme a afinação temperada que envolve cálculos logarítmicos (pesquisar) O braço dividido em 18 partes. Pitágoras conseguiu explicar o que conhecemos como intervalos perfeitos por meio das divisões da corda (ou tubo): ½ (oitava), 2/3 (quinta), e 3/4 (quarta). Esse pensamento permitiu descobrir as 12 notas utilizados no ocidente27. Nos dias de hoje podemos explicar essas propriedades físicas por meio de frequências, já que podemos mensurá-las por meio de aparelhos28. Antes de prosseguir, verifiquemos um outro experimento bastante interessante que é a Lei do pêndulo. 27 Ver novamente esse processo nas páginas 21 a 23 desta apostila. 28 Afinadores. 1/2 1/32/3 1/42/43/4 quinta justa quarta justa oitava TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 85 Você pode fazer esse divertido experimento empírico. Basta amarrar um peso preso a uma corda ou corrente. Segure a extremidade da corda e solte o pêndulo: verifique se a frequência do pêndulo se altera enquanto ele oscila. Se você for um bom observador, perceberá que, incrivelmente, a frequência não se altera29. O que se altera é a sua amplitude30 e sua velocidade. A única forma de mudar a frequência de um pêndulo é modificando o tamanho da corda (experimente e verifique). Se você diminuir o tamanho da corda, a frequên- cia aumenta e se aumentar o comprimento da corda a frequência diminui. Ou seja, frequência e comprimento são inversos. Um violino é menor que um violoncelo, e toca notas mais agudas que este, por exemplo. Façamos agora relações com Pitágoras: supomos uma corda a que chamaremos de “a”: Ao dividi-la em sua metade (b), encontramos o intervalo de oitava, que vibra o dobro da fundamental a: Oitava = ½ do comprimento e o dobro da frequência. Ao dividir a corda em três partes iguais encontramos o intervalo de quinta justa em 2/3 e sua oitava em 1/3: 29 A descoberta da periodicidade do movimento pendular foi feita por Galileu Galilei. 30 A amplitude de uma onda implica em volume de som. a!"#$%$ &'(#!)*+,(-*.,/ !"#$%& b = 1/2 '()*+* !"#$%& c = 1/3 d = 2/3 !"#$%' ()*+,-#.)/,- TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 86 Ao dividir a corda em quatro partes iguais encontramos o intervalo de quarta justa em 3/4 e sua oitava em 2/4, que equivale à ½: f = b. E por último, ao dividir a corda em cinco partes iguais encontramos o intervalo de terça maior em 4/5, porém, com uma afinação bastante diferente da nossa terça temperada. Talvez por isso, não se utilize este método para ajustar as terças. Se considerarmos “a” como um Lá que vibra 110Hz, poderemos deduzir as fre- quências e as outras notas identificadas pelas letras. Podemos ainda confirmá-las em um instrumento musical e suas frequências com um afinador. Ciência pura. Antes de prosseguir com esse raciocínio: verifiquemos algumas propriedades: Oitava = dobro da frequência Quinta = triplo da frequência (uma oitava acima do som fundamental) = 330Hz. Quarta = quádruplo da frequência (exatamente duas oitavas acima do som fun- damental= 440Hz Terça maior = quíntuplo da frequência = 550Hz, na mesma oitava do anterior 440Hz. De posse desse conhecimento podemos determinar diretamente as referências b, c, e e h. Como poderemos reconhecer as outras referências a partir dessas observações? Por meio da dedução. Por exemplo, que nota encontraremos em d? Repare que d é a metade do comprimento de c, isso equivale ao intervalo de oitava, logo, se c = Mi, (quinta de Lá), d será uma oitava acima de c. (leia novamente com calma...) Entende agora por que 2/3 para d? Ufa... está soando? Em g, encontramos uma quarta de a = Ré. Que nota encontraremos em f? ___ e em e? ____ Por esse processo, podemos ir deduzindo todas as notas. Se você quiser calcular a frequência das notas e conferir com um afinador e um instrumento musical, fique à vontade. Recomendamos fazer uma planilha eletrônica. !"#$%& e = 1/4 f = 2/4 g = 3/4 !"#'%$ !"#(%$ )*+,-+#.*/-+ !"#$%&'%()# h = 1/5 *+&,-. i = 2/5 j = 3/5 k = 4/5 *+&,-/ *+&,-0 *+&,-1 � T 110Hz T 220Hz T 330Hz T 440Hz T� 550Hz b ec ha TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 87 Oitava de a Oitava + quinta de a Oitava abaixo de c Oitava + quinta acima de g Oitava de g Quarta de a Terça maior de a comprimento 1 1/2 1/3 2/3 1/4 2/4 3/4 1/5 2/5 3/5 4/5 frequência 1 2/1 3/1 3/2 4/1 4/2 4/3 5/1 5/2 5/3 5/4 raiz a b c d e f g h i j k Dó (3) Dó (3) Dó (4) Sol (4) Sol (3) Fá(4) Fá(3) MI Mi Exercício composicional 1 Quantos acordes maiores e menores são possíveis de construir com as seguin- tes notas (sistema pitagórico): Mib Bb Fá Dó Sol Ré Lá Mi Si Fá# Dó# Sol# !"#$%&'%()# h = 1/5 f k= 5/4 i = 2/5j = 3/5k = 4/5 f j= 5/3 f i= 5/2 f h= 5/1 f g= 1/4 e = 1/4f = 2/4 g = 3/4 f f= 2/4 f e= 4/1*+%#!%&,+-!% f c= 3/1 c = 1/3 d = 2/3 f d= 3/2 *+(.!%&,+-!% f b= 2/1 b = 1/2 )(!%/% af a= 1/1 -)'&0+.1%'".!%2 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 88 Bibliografia FUBINI, Enrico. 2012. Estética da música. Lisboa: Editora 70. GAINES, James R. 2007. Uma noite no palácio da razão: o encontro de Bach e Frederico, o Grande na era do Iluminismo. Rio de Janeiro: Ed. Record. KOELLREUTTER, H. J. 2018. Harmonia funcional: introdução à teoria das funções harmônicas. São João del Rei: Fundação Koellreutter. MOTTE, Diether de la. 2007. Armonía. Madrid: Mundimusica Ediciones. TOCH, Ernst. 1931. La melodia. Barcelona-Buenos Aires: Labor. TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 89 ANEXO 1 O intervalo de quinta é tido como “mágico” para a música. Pode-se por meio dele, explicar muitos caminhos percorridos pelos músicos em suas práticas. Uma delas seria a escala pentatônica, muito presente nas músicas dos povos primitivos e nas músicas das crianças, por ser uma escala fácil de cantar e ter bastante equi- líbrio em sua formação. Trata-se de uma escala formada por Tons e duas terças menores, sem a presença de semitons, que estariam “embutidas nas terças meno- res”. Você deve ter observado que iniciamos nossa viagem pela nota Fá (0), e não pelo Dó. Se continuarmos essa sequência de quintas ascendentes, encontraremos as notas Mi e Si, podendo então escrever as nossas sete notas conhecidas, partindo de Fá: Repare que o Fá e o Si, nessa disposição, estão nos extremos na primeira pauta. Veremos que, se continuarmos a “andar em quintas”, encontraremos outras três notas no sentido horário a partir do Si: sendo o Fá#, o Dó#, e o Sol# (teclas pretas do teclado): Dó Ré Mi FáSol Lá Si quinta justa (7) 0 1 Dó Ré Mi FáSol Lá Si 12 Dó Ré Mi FáSol Lá Si 3 Dó Ré Mi FáSol Lá Si 4 � T T T T T T � T T T T T escala pentatônica de Fá 2 3 1 2 3 4 0 1 2 3 0 1 2 0 0 1 4 Tom Tom Tom3m 3m I II III V VIIIVI I Dó Ré Mi FáSol Lá Si 5 Dó Ré Mi FáSol Lá Si 6 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4 5 6 0 � T T T T T T T � T T T T T T T T Modo de Fá 1 2 3 5 60 4 I II III IV V VI VII VIII I ordenados TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 90 E, andando no sentido anti-horário (quintas descendentes) a partir do Fá, en- contraremos o Sib e o Mib: Eis as 12 notas de nosso sistema (7 notas naturais, 3 notas com sustenidos e 2 com bemóis). Esse sistema, denominado por afinação pitagórica, foi amplamente utilizado até a renascença. Ouça missas de Palestrina e peças de Orlande de Lassus, ambos compositores do auge da renascença. A única proibição era tocar/cantar/es- crever o intervalo Sol#/Mib, denominado como quinta do lobo (wolf fifht), por soar diferente das outras quintas, mas que fecharia o ciclo. Na ver- dade, fecha, mas com diferença muito pequena, mas que impossibilitaria o emprego do ciclo todo como fazemos nos dias de hoje e há mais de dois séculos. Por isso o emprego da “quinta do lobo”, que carrega dentro de si a coma Pitagórica, uma diferença há muito conhecida pelos teóricos, por isso a necessi- dade da adoção de outro sistema, que dentre tan- tos, acabou se escolhendo, não sem muitas discus- sões, o sistema temperado de afinação, que é ado- tado basicamente em todo o Ocidente31. Video: https://www.youtube.com/watch?v=P7iC-fbdKmQ 31 Trata-se de tema complexo que necessita maiores estudos, que como dito anteriormente, há muitos na internet, porém nem sempre em português. 7 8 9 Dó Ré Mi FáSol Lá Si Fá# Dó Ré Mi FáSol Lá Si Fá# Dó# Dó Ré Mi FáSol Lá Si Fá# Dó# Sol# 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 0 1 2 3 4 5 6 7 0 10 Dó Ré Mi FáSol Lá Si 1 2 3 4 5 6 7 Fá# 8 Dó# 9 Sol# 0 Sib -1 Dó Ré Mi FáSol Lá Si 1 2 3 4 5 6 7 Fá# 8 Dó# 9 Sol# 0 Sib -1 Mib-2 11 Dó Ré Mi FáSol Lá Si 1 2 3 4 5 6 7 Fá# 8 Dó# 9 Sol# 0 Sib -1 Mib-2 12 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 91 Dó Ré Mi FáSol Lá Si 1 2 3 4 5 6 7 Fá# 8 Dó# 9 Sol# 0 Sib -1 Mib-2 12 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 92 Anexo 2: Estrutura geral das tétrades mais utilizadas Acorde Terça semitons 0 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 intervalo 1o 3m 3M 4J 5o 5J 5+ 6M 7o 7m 7M 8o Maior (4+3) =7 3M(4) Sétima maior (7+4) =11 X X X X -1 3m(3) Sétima menor (7+3) =10 X X X X -2 2M(2) Sexta maior (7+2) =9) X X X X -3 Menor (3+4) =7 3M(4) Sétima maior (7+4) =11 X X X X -1 3m(3) Sétima menor (7+3) =10 X X X X -2 2M(2) Sexta maior (7+2) =9) X X X X -3 Diminuto (3+3) =6 3M(4) Sétima menor (6+4=)10 X X X X -2 3m(3) Sétima diminuta (6+3) =9 X X X X -3 Aumentado (4+4) =8 3m(3) Sétima maior (8+3) =11 X X X X -1 3dim(2) Sétima menor 8+2) =10 X X X X -2 Sus4 (5+2) =7 3m(3) Sétima menor (7+3) =10 X X X X -2 ACORDES MAIORES ACORDES MENORES Oitava (12) (X) (X) sétima Maior (11) X X Menor (10) X X Diminuta (9) sexta Maior (9) X X Menor (8) Quinta Aumentada (8) Justa (7) X X X X X X X X Diminuta (6) Quarta Justa (5) terça Maior (4) X X X X Menor (3) X X X X segunda Maior (2) Menor (1) Fundamental (0) X X X X X X X X Sétima/sexta maior menor maior (6) maior menor maior (6) Acorde básico maior menor Cifras Opção 1 X Xmaj7 X7 X6 Xm Xm(maj7) Xm7 Xm6 ACORDES DIMINUTOS ACORDES AUMENTADOS Sus4 Oitava (12) (X) (X) sétima Maior (11) X Menor (10) X X X Diminuta (9) sexta Maior (9) Menor (8) Quinta Aumentada (8) X X X Justa (7) X Diminuta (6) X X X Quarta Justa (5) X terça Maior (4) X X X Menor (3) X X X segunda Maior (2) Menor (1) Fundamental (0) X X X X X X X Sétima/sexta menor maior (6) maior menor maior (6) Acorde básico diminuto aumentado sus4 TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 93 Cifras Opção 1 XO Xm7(b5) XO7 X+ X+(maj7) X+7 X7sus4 Opção 2 Xdim Xm7(b5) Xo7 Xaum X(#5)maj7 X7(#5) X7sus Partindo raiz Dó, obtemos ACORDES MAIORES ACORDES MENORES Oitava (12) Dó Dó sétima Maior (11) Si Si Menor (10) Sib Sib Diminuta (9) sexta Maior (9) Lá Lá Menor (8) Quinta Aumentada (8) Justa (7) Sol Sol Sol Sol Sol Sol Sol Sol Diminuta (6) Quarta Justa (5) terça Maior (4) Mi Mi Mi Mi Menor (3) Mib Mib Mib Mib segunda Maior (2) Menor (1) Fundamental (0) Dó Dó Dó Dó Dó Dó Dó Dó Sétima/sexta maior menor maior (6) maior me- nor maior (6) Acorde básico maior menor Cifras Opção 1 C Cmaj7 C7 C6 Cm Cm(maj7) Cm7 Cm6 ACORDES DIMINUTOS ACORDES AUMENTADOS Sus4 Oitava (12) Dó Dó sétima Maior (11) Si Menor (10) Sib Sib Sib Diminuta (9) sexta Maior (9) Menor (8) Quinta Aumentada (8) X X X Justa (7) Sol Diminuta (6) Solb Solb Solb Quarta Justa (5) Fá terça Maior (4) Mi Mi Mi Menor (3) Mib Mib Mib segunda Maior (2) Menor (1) Fundamental (0) Dó Dó Dó Dó Dó Dó Dó Sétima/sexta menor maior (6) maior menor maior (6) Acorde básico diminuto aumentado sus4 Cifras Opção 1 CO Cm7(b5) CO7 C+ C+(maj7) C+7 C7sus4 Opção 2 Cdim Cm7(b5) Co7 Caum C(#5)maj7 C7(#5) C7sus TEORIA MUSICAL CÉSAR ALBINO 94 Utilize esta página para escrever em outras raízes (fazer cópias adicionais) ACORDES MAIORES ACORDES MENORES Oitava (12) sétima Maior (11) Menor (10) Diminuta (9) sexta Maior (9) Menor (8) Quinta Aumentada (8) Justa (7) Diminuta (6) Quarta Justa (5) terça Maior (4) Menor (3) segunda Maior (2) Menor (1) Fundamental (0) Sétima/sexta maior menor maior (6) maior menor maior (6) Acorde básico maior menor Cifras Opção 1 maj7 7 6 m m(maj7) m7 m6 ACORDES DIMINUTOS ACORDES AUMENTADOS Sus4 Oitava (12) sétima Maior (11) Menor (10) Diminuta (9) sexta Maior (9) Menor (8) Aumentada (8) Justa (7) Diminuta (6) Quarta Justa (5) terça Maior (4) Menor (3) segunda Maior (2) Menor (1) Fundamental (0) Sétima/sexta menor maior (6) maior menor maior (6) Acorde básico diminuto aumentado sus4 Cifras Opção 1 O m7(b5) O7 + +(maj7) +7 7sus4 Opção 2 dim m7(b5) o7 aum (#5)maj7 7(#5) 7sus