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Aula 04 - Parte 01

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CURSO ON-LINE – ICMS/RJ – DIREITO CIVIL
TEORIA E EXERCÍCIOS 
PROF: DICLER FERREIRA 
1 
www.pontodosconcursos.com.br 
AULA 4 - Direito das obrigações (parte 1)
Mais uma vez estamos aqui para continuar o nosso curso de Direito Civil. Hoje
dividiremos a aula em duas partes. 
Comceito de obrigação 
O renomado autor Caio Mario definiu a obrigação como sendo um vínculo jurídico
em virtude do qual uma pessoa (sujeito ativo) pode exigir de outra (sujeito passivo) uma
prestação economicamente apreciável. 
Deste conceito podemos listar dois tipos de elementos: 
1) elementos subjetivos: são as pessoas, a que pode exigir (credor) e a que pode
ser exigida (devedor), caracterizando-se, respectivamente, o sujeito ativo e o
sujeito passivo; e 
2) elemento objetivo: é a prestação, que deve ser de natureza patrimonial, dessa
forma, também se caracteriza a patrimonialidade (valoração econômica). 
1. (FGV - AUDITOR – TCM-RJ – 2008) Caracterizam o vínculo obrigacional: 
(A) a juridicidade e a existência de deveres. 
(B) a juridicidade e a existência de direitos. 
(C) a patrimonialidade e a sujeição. 
(D) a submissão e a liberalidade. 
(E) a patrimonialidade e a inexistência de direitos. 
Esta é uma questão relativamente simples. 
Conforme explicações acima, o vínculo obrigacional é composto da
patrimonialidade (elemento objetivo) e da sujeição (elementos subjetivos). 
Gabarito: C 
Modalidades das obrigações
A seguir listaremos graficamente as principais classificações das Obrigações: 
- QUANTO AO CONTEÚDO DO OBJETO OBRIGACIONAL, as obrigações podem ser: 
 
 
 
 
 
 
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Vejamos as características principais de cada uma. 
1. Obrigações de dar (positivas): 
Nestas obrigações compromete-se o devedor a entregar alguma coisa, que pode
ser, todavia, certa ou incerta, específica ou genérica. 
a) coisa certa: (art. 233 a 242 do CC) consiste no vínculo jurídico pelo qual o devedor fica
adstrito a fornecer ao credor determinado bem, perfeitamente individualizado, que tanto
pode ser móvel como imóvel. A coisa certa há de constar de objeto preciso, que se possa
distinguir, por características próprias, de outros da mesma espécie, a ser entregue pelo
devedor ao credor, no tempo e pelo motivo devidos. Essa obrigação só confere ao credor
simples direito pessoal e não real. 
Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não
mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso. 
No direito das obrigações também vale a máxima de que, em regra, o acessório
segue o principal. Dessa forma, se alguém se comprometer a entregar uma cadela
prenha, os filhotes (frutos pendentes) estão inseridos na obrigação. 
Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor,
antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para
ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo
equivalente e mais perdas e danos. 
Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver
a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu. 
Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a
coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso,
indenização das perdas e danos. 
POSITIVAS 
NEGATIVAS NÃO FAZER
DAR 
FAZER 
COISA CERTA 
COISA INCERTA 
FUNGÍVEL 
INFUNGÍVEL 
Ex: uma jóia, um quadro, etc.
Ex: um boi dentro da boiada. 
Ex: pintar um muro (qualquer um pode
fazer) 
Ex: show da Ivete Sangalo.
(apenas uma pessoa específica pode
fazer) 
Ex: não trazer animais domésticos para o cômodo
alugado. 
 
 
 
 
 
 
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Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e
acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá
o devedor resolver a obrigação. 
Parágrafo único. Os frutos percebidos são do devedor, cabendo ao credor os
pendentes. 
Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se
perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá,
ressalvados os seus direitos até o dia da perda. 
Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo
equivalente, mais perdas e danos. 
Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o
credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-
se-á o disposto no art. 239. 
Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem
despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização. 
Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou
dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias
realizadas pelo possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o
disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé. 
Um assunto bastante cobrado em provas de concurso diz respeito à conseqüência
quando a coisa certa se deteriorar ou se perder antes da obrigação de dar ser cumprida.
Imagine que eu tenha que lhe entregar o cavalo Bravo e que após você me pagar o preço
ocorra a morte do animal antes de ser entregue. Neste caso o que acontece? 
A resposta não é simples, depende de haver ou não culpa de minha parte. 
Dessa forma, a tabela a seguir pode lhe ajudar a solucionar muitas questões de
concursos: 
Sem culpa do devedor Com culpa do devedor 
Perda da coisa (art 234) Resolve a obrigação (devolve o $) Equivalente + Perdas e danos 
Deterioração da coisa
(arts. 235 e 236) 
1) Resolve a obrigação 
2) abatimento no preço 
- Equivalente + Perdas e danos 
- Aceitar a coisa + Perdas e
danos 
Perda da coisa
restituível
(arts 238 e 239) 
Resolve a obrigação Equivalente + Perdas e danos 
Deterioração da coisa
restituível (art 240) 
Recebe a coisa sem direito
à indenização Equivalente + Perdas e danos 
 
 
 
 
 
 
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- Perda da coisa = coisa se extingue totalmente 
- Deterioração da coisa = perda parcial 
- Sobre a coisa restituível, imagine um empréstimo onde antes da coisa ser restituída
ocorre a perda ou deterioração. 
2. (FGV/OAB/Exame da Ordem/2010.2) João prometeu transferir a propriedade de
uma coisa certa, mas antes disso, sem culpa sua, o bem foi deteriorado. Segundo o
Código Civil, ao caso de João aplica-se o seguinte regime jurídico: 
(A) a obrigação fica resolvida, com a devolução de valores eventualmente pagos. 
(B) a obrigação subsiste, com a entrega da coisa no estado em que se encontra. 
(C) a obrigação subsiste, com a entrega da coisa no estado em que se encontra e
abatimento no preço proporcional à deterioração. 
(D) a obrigação poderá ser resolvida, com a devolução de valores eventualmente
pagos, ou subsistir, com a entrega da coisa no estado em que se encontra e
abatimento no preço proporcional à deterioração, cabendo ao credor a escolha de
uma dentre as duas soluções. 
Trata-se de um caso de deterioração da coisa sem culpa do devedor, assinalado
em cinza na tabela da página anterior e previsto no art. 235 do CC. 
Gabarito: D 
b) coisa incerta: (art. 243 a 246 do CC) nessa modalidade de obrigação o respectivo
objeto ou o conteúdo da prestação, indicado genericamente no começo da relação, vem a
ser determinado por um ato de escolha, no instante do pagamento. Então aqui o
pagamento é precedido de um ato preparatório de escolha, que individualizará ou
determinará a coisa a ser entregue ao credor. Feita a escolha esta obrigação transforma-
se emobrigação de dar coisa certa, nos termos do art. 245 do CC. (Ex: escolher 10
cavalos dentre 100 possíveis). 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade. 
A qualidade (ex: cavalo melhor ou pior) será determinada no momento da escolha. 
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence
ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a
coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. 
Perceba que o devedor só deverá indenizar PERDAS E
DANOS quando houver CULPA DO DEVEDOR.
 
 
 
 
 
 
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Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da
coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. 
Dentre os artigos listados, destaca-se o art. 246 do CC. Até o momento da
concentração (escolha), todos os riscos são suportados pelo devedor Trata-se, aqui, da
aplicação do velho princípio do direito romano (genus nunquan perit), ou seja, o gênero
nunca perece. Como a coisa ainda não estava individualizada, a sua perda ou
deterioração, ainda que por caso fortuito ou força maior, não aproveita ao devedor. Isto
significa que a obrigação de entregar continua existindo. Assim, se um fazendeiro se
obrigou a entregar 10 (dez) cavalos e, antes da entrega, todos os cavalos existentes em
sua fazenda venham a perecer (morrer), ainda estará ele obrigado a fazer a entrega,
mesmo porque poderá obter em outras fazendas. A não ser que o gênero da obrigação
seja limitado. Digamos, voltando ao exemplo anterior, se o fazendeiro tivesse se obrigado
a entregar 10 (dez) cavalos de sua fazenda. Aí sim, perecendo todos, a obrigação estaria
resolvida. 
2. Obrigações de fazer (positivas): (arts. 247 a 249 do CC) 
Consistem num ato do devedor ou num serviço deste. Qualquer forma de atividade
humana lícita e possível pode constituir o objeto da obrigação. As obrigações de dar são
também, por vezes, de fazer, todavia, distinguem-se porque nas de dar a prestação
consiste na entrega de uma coisa certa ou incerta, enquanto que nas obrigações de fazer,
o objeto consiste num ato ou serviço do devedor. A diferença está exatamente em se
verificar se o dar ou o entregar são ou não conseqüência do fazer. Assim se o devedor
tem de dar ou entregar alguma coisa sem que para o cumprimento da prestação tenha
que fazê-la previamente, a obrigação é de dar; todavia, se primeiramente ele tem de
confeccionar a coisa para depois entregá-la, se ele tem que realizar algum ato, do qual
será mero corolário o de dar, a obrigação é de fazer. 
Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a
prestação a ele só imposta, ou só por ele exeqüível. 
Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-
se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos. 
Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo
executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da
indenização cabível. 
O GÊNERO NUNCA PERECE 
(genus nunquan perit) 
Na obrigação de car coisa incerta a perda/deterioração por
caso fortuito ou força maior, antes da escolha, não exime a
obrigação do devedor. 
 
 
 
 
 
 
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Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de
autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido. 
A regra geral é a de que a obrigação de fazer pode ser executada pelo próprio
devedor ou por terceiro à custa deste (obrigação de fazer fungível), salvo quando a
pessoa do devedor é eleita em atenção às qualidades que lhe são próprias, quando, por
exemplo, se contratam os serviços de um advogado renomado ou se encomenda
determinado quadro a um pintor célebre (obrigação de fazer infungível). 
3. Obrigações de não fazer (negativas): (arts. 250 e 251 do CC) 
São aquelas obrigações através das quais o devedor se compromete a não
praticar certo ato, que poderia livremente praticar, se não houvesse se obrigado. A
obrigação de não fazer é muito comum e confunde-se com a matéria de servidão. 
Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se
lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar. 
Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode
exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado
perdas e danos. 
Parágrafo único. Em caso de urgência, poderá o credor desfazer ou mandar desfazer,
independentemente de autorização judicial, sem prejuízo do ressarcimento devido. 
As obrigações de não fazer são mais freqüentes nos contratos onde o devedor se
compromete a não obstar o exercício de algum direito por parte do credor. Exemplos: 
a) obriga-se o devedor a não se estabelecer comercialmente em uma determinada rua,
num determinado bairro, ou numa determinada cidade; 
b) compromete-se o negociante a não fazer concorrência a um outro sócio 
c) obriga-se o inquilino a não trazer animais domésticos para o cômodo alugado; 
- QUANTO AOS ELEMENTOS, as obrigações podem ser: 
Sempre que houver urgência na obrigação de fazer (art. 249)
ou de não fazer (art. 251) o credor pode mandar fazer ou
desfazer independentemente de autorização judicial. 
 
 
 
 
 
 
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Quanto aos seus elementos, as obrigações são divididas em simples e complexas.
As obrigações simples apresentam-se com um sujeito ativo, um sujeito passivo e um
único objeto. Estando um desses elementos no plural a obrigação é considerada
composta ou complexa (pode ser composta por multiciplidade de sujeitos ou de objetos). 
As obrigações compostas por multiplicidade de objetos são divididas em
cumulativas (ou conjuntivas) e alternativas (ou disjuntivas). Nas cumulativas os objetos se
apresentam ligados pela conjunção “e”, ou seja, deve-se entregar uma coisa e outra
concomitantemente . A obrigação só é cumprida se for entregue as duas coisas. Na
obrigação alternativa os objetos se apresentam ligados por “ou”; deve-se entregar apenas
uma ou outra coisa e não as duas para o cumprimento da obrigação. 
As obrigações compostas por multiciplidade de sujeitos podem ser: divisíveis,
indivisíveis e solidárias (art. 257 a 285 CC/02). Divisíveis são aquelas em que o objeto da
prestação pode ser dividido entre os sujeitos, ao contrário das indivisíveis; sendo que
ambas podem ser ativas (vários credores) ou passivas (vários devedores). 
SIMPLES OU
SINGULARES
COMPOSTAS
 Possuem 1 Sujeito Ativo, 1 Sujeito Passivo e 1 objeto. 
PLURALIDADE
DE OBJETOS 
PLURALIDADE 
DE SUJEITOS 
CUMULATIVA 
ALTERNATIVA 
DIVISÍVEL 
INDIVISÍVEL 
SOLIDÁRIAS 
Ex: dar um carro e um
apartamento. 
Ex: dar um carro ou um
apartamento. 
Ex: conta corrente conjunta no banco. (marido e esposa) Å 
Ex: A, B e C alugam um imóvel de D. Å 
Ex: A, B e C alugam um imóvel de D, E e F. Å 
ATIVA
PASSIVA
MISTA
Æ Vários credores 
Æ Vários devedores 
Æ Vários devedores e
credores 
 
 
 
 
 
 
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O conhecimento se uma obrigação é divisível ou indivisível só se faz necessário
apenas se houver multiplicidade de credores ou devedores. 
Vejamos as características principais de cada uma. 
a) obrigações simples: 
A obrigação é simples quando a prestação abrange um único ato, ou uma coisa
só, singular ou coletiva. Aqui libera-se o devedor entregando precisamente o objeto
devido. Não pode entregar outro ainda quemais valioso. A substituição da prestação só é
possível, havendo expressa anuência do credor. 
b) obrigações cumulativas: 
São aquelas em que seu cumprimento exige efetiva entrega de todas as
prestações prometidas. Segundo se haja convencionado, o pagamento poderá ser
simultâneo ou sucessivo. Mas o credor não pode ser obrigado a receber, nem o devedor a
pagar, por partes, se assim não se ajustou. Nesta modalidade existem tantas obrigações
distintas quantas as prestações devidas; todavia, para que existam, preciso será que as
várias prestações sejam discriminadas ou especificadas. 
c) obrigações alternativas: (arts. 252 a 256 do CC) 
Neste tipo de obrigação, embora haja pluralidade de prestações, o devedor só está
obrigado ao cumprimento de uma delas. Aqui apesar de haverem várias prestações
contempladas na relação jurídica o devedor se libera da obrigação com a satisfação de
apenas uma. As obrigações alternativas se caracterizam por dois traços fundamentais:
pluralidade de prestações e exoneração do devedor mediante realização de uma única
prestação. 
Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa
não se estipulou. 
Dentre as prestações a serem escolhidas, em regra a escolha cabe ao devedor. 
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte
em outra. 
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá
ser exercida em cada período. 
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles,
decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. 
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la,
caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. 
Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se
tornada inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra. 
 
 
 
 
 
 
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Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações,
não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que
por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. 
Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se
impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação
subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas
as prestações se tornarem inexeqüíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer
das duas, além da indenização por perdas e danos. 
Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor,
extinguir-se-á a obrigação. 
Pelo fato de existir mais de um objeto possível, algumas perguntas costumam
aparecer em provas de concursos, tais como: 
I - Se uma das prestações perecer ou se deteriorar o que acontece? 
A tabela a seguir apresenta as respostas: 
Obrigação Alternativa 
Escolha do devedor Escolha do credor 
Com culpa do 
devedor 
Sem culpa do
devedor 
Com culpa do
devedor 
Sem culpa do 
devedor 
Perecimento
de 
1 prestação 
Subsiste o débito quanto à outra
prestação 
2 possibilidades: 
- Prestação subsistente 
- Valor da que pereceu
+ P/D 
Subsiste o
débito quanto à
outra prestação 
Perecimento 
das 2 
prestações 
Valor da que se
impossibilitou
por último + P/D 
Resolve a
obrigação 
(devolução do $) 
Valor de qualquer uma
das prestações + P/D 
Resolve a
obrigação 
(devolução do $)
 Perceba que, em se tratando de obrigação alternativa, nem sempre a culpa do
devedor está associada à indenização por perdas e danos (P/D). 
Imagina que João (devedor) deva entregar um boi ou um cavalo para Pedro
(credor) e a escolha caiba a Pedro. Diante disso, se o boi morrer por culpa de João
(perecimento de 1 prestação), então Pedro poderá escolher o cavalo sem indenização por
P/D ou escolher o valor do boi com indenização por P/D. 
 
Conclui-se que, no caso de obrigação alternativa, com o
perecimento de uma das prestações e o credor escolhendo a
prestação subsistente não cabe indenização por perdas e
danos. 
 
 
 
 
 
 
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II - Quem escolhe a obrigação a ser entregue (devedor ou credor)? 
3. (CESGRANRIO - ADVOGADO JUNIOR – Empresa de Pesquisa Energética – EPE –
2007) João e José, respectivamente, na qualidade de credor e devedor, pactuaram
uma obrigação alternativa, com prestações periódicas. A esse respeito, assinale a
afirmação correta. 
(A) A escolha cabe a João, se outra coisa não se estipulou. 
(B) A opção deverá ser exercida por José em cada período. 
(C) A opção deverá ser exercida por José antes do encerramento do primeiro
período. 
(D) A opção deverá ser exercida por João antes do encerramento do primeiro
período. 
(E) É facultado a José obrigar João a receber parte em uma prestação e parte, em
outra. 
No Direito Penal existe um brocado bastante conhecido por todos: “in dúbio pro
reo”. Entretanto, fazendo uma analogia com o Direito Civil, temos: “in dúbio pro
devedor”. Ou seja, quando, na relação obrigacional, couber a escolha de determinado
fato a alguém, a regra é que a escolha seja feita pelo devedor. 
Ressalta-se que a diretriz acima não é absoluta, pois admite situações opostas
convencionadas pelas partes e outras, tal como o art. 252 do CC. 
Gabarito: B 
d) obrigações divisíveis e indivisíveis: (arts. 257 a 263 do CC) 
Ao estudarmos essas modalidades de obrigação, observaremos que a
classificação em divisíveis e indivisíveis não tem em mira o objeto, pois, seu interesse
reside e se manifesta quando ocorre pluralidade de sujeitos. 
Podemos afirmar, portanto, que divisíveis são as obrigações possíveis de
cumprimento fracionado e indivisíveis são aquelas que só podem ser cumpridas em sua
integralidade. Algo é indivisível quando as partes divididas têm as mesmas propriedades
do todo. Existe indivisibilidade quando decorre da própria natureza da coisa
(indivisibilidade natural); a indivisibilidade pode ser por força da lei (indivisibilidade
convencional); ou pode ser objeto absolutamente divisível, no entanto, por convenção
contratual a obrigação só poderá ser cumprida por inteiro (indivisibilidade convencional). 
 O art. 257 do C.C./02, trata os casos em que existe mais de um credor ou mais de um
devedor, a obrigação "divide-se" em tantas quantos sejam os sujeitos ativos e passivos.
Na pluralidade de sujeitos, a obrigação divide-se; haverá obrigações distintas, recebendo
cada credor de devedor comum ou pagando cada devedor ao credor comum sua quota na
prestação. 
 
 
 
 
 
 
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 Há, contudo, alguma dificuldade e necessidade de conceituação quando o objeto da
prestação for indivisível diante da pluralidade de sujeitos, mas o legislador ajudou o
operador do Direito dispondo os arts. 259 e 260 do CC. O devedor, nesta hipótese, estará
obrigado pela dívida toda, ficando este com direito de cobrar o que for devido do outro
devedor, nos termos do parágrafo único do art. 259 CC. Pela pluralidade de credores de
prestação indivisível, estes devem ser considerados credores solidários, enquanto
persistir a indivisibilidade (art. 261 CC), "o credor que remite a dívida abre mão de seu
cumprimento. Em se tratando de prestação indivisível, porém, os demais credores não
podem ser prejudicados: a dívida deve ser paga aos credores não remitentes, mas estes,
ai exigi-la, devem descontar a quota remitida. 
 Em situações que a obrigação se resumir em perdas e danos, perde o caráter de
indivisível (art. 263 do CC),pois, a indenização é feita em dinheiro que é divisível por
excelência. Se a culpa que motivou a indenização é todos os devedores, responderão
todos por partes iguais (art. 263, §1º do CC); se a culpafor de um só, apenas este
responderá por perdas e danos (§2º), mas pelo valor da prestação, responderão todos. 
 A nulidade da obrigação declarada com relação a um dos devedores estende-se a
todos. Um ato defeituoso danifica toda a relação jurídica. Na insolvência de um dos
devedores não prejudicará o credor, que poderá exigir o cumprimento da obrigação pelos
demais. 
Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível,
esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os
credores ou devedores. 
Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou
um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica,
ou dada a razão determinante do negócio jurídico. 
Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um
será obrigado pela dívida toda. 
Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em
relação aos outros coobrigados. 
Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida
inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando: 
I - a todos conjuntamente; 
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores. 
Art. 261. Se um só dos credores receber a prestação por inteiro, a cada um dos outros
assistirá o direito de exigir dele em dinheiro a parte que lhe caiba no total. 
Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com
os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
Parágrafo único. O mesmo critério se observará no caso de transação, novação,
compensação ou confusão. 
Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e
danos. 
 
 
 
 
 
 
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§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores,
responderão todos por partes iguais. 
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse
pelas perdas e danos. 
d) obrigações solidárias: (arts. 264 a 266 do CC) 
Diz-se solidária a obrigação quando a totalidade da prestação puder ser exigida
indiferentemente por qualquer dos credores de quaisquer dos devedores (art. 264 do CC).
Cada devedor deve o todo e não apenas sua fração ideal, como ocorre nas obrigações
indivisíveis. Diferencia-se da indivisibilidade, visto que esta se relaciona ao objeto da
prestação, enquanto a solidariedade se funda em relação jurídica subjetiva. 
Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor,
ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda. 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes. 
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou
co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro. 
Dessa forma, se um casal está devendo o pagamento do aluguel da casa onde
moram, o locador pode cobrar todo o aluguel tanto do marido como da esposa. 
d1) Solidariedade Ativa (arts. 267 a 274) 
Configura-se pela presença de vários credores, chamados concredores, todos com
o mesmo direito de exigir integralmente a dívida ao devedor comum (art. 267 do CC). 
A solidariedade ativa é rara porque na sua principal característica está sua
principal inconveniência (269). Assim, o devedor não precisa pagar a todos os
concredores juntos, como na obrigação indivisível (art. 260, I do CC). Pagando apenas a
um dos credores solidários, mesmo sem autorização dos demais, o devedor se desobriga,
e se este credor for desonesto ou incompetente, e reter ou perder a quota dos demais, os
concredores nada poderão reclamar do devedor, terão sim que reclamar daquele que
embolsou o pagamento. 
Mas caso algum dos concredores já esteja executando judicialmente o devedor, o
pagamento deverá ser feito ao mesmo (art. 268 do CC), o que se chama de prevenção,
ficando tal credor prevento para receber o pagamento com prioridade em nome de todos
os concredores. 
Outro inconveniente é que se um dos credores perdoar a dívida, o devedor fica
liberado, e os demais concredores terão que exigir sua parte daquele que perdoou (272). 
 
 
 
 
 
 
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Como se vê, na solidariedade ativa cada credor fica sujeito à honestidade dos
outros concredores. Por estes inconvenientes a solidariedade ativa é rara, afinal não
interessa ao credor. 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o
cumprimento da prestação por inteiro. 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor
comum, a qualquer daqueles poderá este pagar. 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o
montante do que foi pago. 
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes
só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão
hereditário, salvo se a obrigação for indivisível. 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os
efeitos, a solidariedade. 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá
aos outros pela parte que lhes caiba. 
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais
oponíveis aos outros. 
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o
julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao
credor que o obteve. 
d1) Solidariedade Passiva (arts. 275 a 285) 
Ocorre a solidariedade passiva quando mais de um devedor, chamado coobrigado,
com seu patrimônio, se obriga ao pagamento da dívida toda (art. 275 do CC). 
Assim, havendo três devedores solidários, o credor terá três pessoas para
processar e exigir pagamento integral, mesmo que a obrigação seja divisível. O credor
escolhe se quer processar um ou todos os devedores (art. 275, § único do CC). Aquele
devedor que pagar integralmente a dívida, terá direito de regresso contra os demais
coobrigados (art. 283 do CC). 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores,
parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os
demais devedores continuam obrigados solidariamente pelo resto. 
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo
credor contra um ou alguns dos devedores. 
 
 
 
 
 
 
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O artigo a seguir é comumente cobrado em provas de concursos. 
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes
será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário,
salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um
devedor solidário em relação aos demais devedores. 
Imagine que A, B e C sejam devedores solidários de D. Imagine ainda que A
faleça (vá para o céu) e deixe seus dois filhos como herdeiros. Os dois filhos continuam
sendo devedores solidários na obrigação? 
A resposta é: depende do objeto da obrigação. Se o objeto for divisível, eles não
continuam solidários, mas se o objeto for indivisível a solidariedade continua. 
Exemplificando, se o objeto for um cavalo, a solidariedade abrange os filhos 1 e 2
que poderão ser cobrados pela entrega do cavalo. Mas, se o objeto for uma prestação em
dinheiro de R$ 15.000,00, cada um só será obrigado ao seu quinhão (a parte do pai
dividida por 2) que é (15.000/3)/2 = 2.500. 
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida
não aproveitam aos outros devedores, senão atéà concorrência da quantia paga ou
relevada. 
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos
devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem
consentimento destes. 
A
devedor 
B
devedor Dcredor 
C
devedor 
Filho
1 
Filho
2 
OBJETO
 
 
 
 
 
 
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Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários,
subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só
responde o culpado. 
O art. 279 do CC que trata das perdas e danos também costuma ser alvo de
provas de concursos. No exemplo do início da página, imagine que A, B e C sejam
devedores solidários de D e a obrigação seja um cavalo. Se o cavalo morrer por culpa de
A, apenas ele será obrigado a indenizar perdas e danos, mas todos os devedores (A, B e 
C) continuam solidários pelo equivalente (valor do cavalo). 
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha
sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação
acrescida. 
A regra para os juros de mora é diferente da regra para as perdas e danos. Se
houver mora por culpa de um dos devedores solidários, todos os devedores responderão
pelos juros de mora. Dessa forma, se houver atraso no pagamento por culpa de A, tanto
A, como B e C ficarão responsáveis pelos juros de mora. 
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem
pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-
devedor. 
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de
todos os devedores. 
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores,
subsistirá a dos demais. 
A renúncia à solidariedade em favor de um dos devedores solidários faz com
que ele se exonere da obrigação pagando apenas a sua parte. Se A, B e C forem
devedores solidários de D na obrigação de R$ 15.000,00 e D renunciar à solidariedade de
A, este deverá pagar só a sua parte (15.000/3 = 5.000) para ficar livre da obrigação, mas
B e C continuam solidários pelos 10.000 restantes. 
Art. 283. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um
dos co-devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o
houver, presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores. 
Art. 284. No caso de rateio entre os co-devedores, contribuirão também os
exonerados da solidariedade pelo credor, pela parte que na obrigação incumbia ao
insolvente. 
Art. 285. Se a dívida solidária interessar exclusivamente a um dos devedores,
responderá este por toda ela para com aquele que pagar. 
4. (FGV/OAB/Exame da Ordem/2010.2) Com relação ao regime da solidariedade
passiva, é correto afirmar que: 
(A) cada herdeiro pode ser demandado pela dívida toda do devedor solidário
falecido. 
 
 
 
 
 
 
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(B) com a perda do objeto por culpa de um dos devedores solidários, a
solidariedade subsiste no pagamento do equivalente pecuniário, mas pelas perdas
e danos somente poderá ser demandado o culpado. 
(C) se houver atraso injustificado no cumprimento da obrigação por culpa de um
dos devedores solidários, a solidariedade subsiste no pagamento do valor
principal, mas pelos juros da mora somente poderá ser demandado o culpado. 
(D) as exceções podem ser aproveitadas por qualquer dos devedores solidários,
ainda que sejam pessoais apenas a um deles. 
Análise das alternativas: 
(A) ERRADA. Segundo o art. 276 do CC, cada herdeiro só poderá ser demandado pela
dívida toda se a obrigação for indivisível. 
(B) CERTA. Conforme o art. 279 do CC e comentários. 
(C) ERRADA. A assertiva está em desacordo com o art. 280 do CC, pois todos os
devedores solidários são responsáveis pelos juros de mora, mesmo que o atraso tenha
sido causado por apenas um dos devedores. 
(D) ERRADA. Em desacordo com o art. 281 do CC. 
Gabarito: B 
- QUANTO AO MOMENTO DE CUMPRIMENTO, as obrigações subdividem-se em: 
a) instantâneas: é aquela cumprida imediatamente após a sua constituição. 
b) de execução diferida: é aquela cujo cumprimento deverá ocorrer de uma só vez no
futuro. Ex: pagamento com cheque pós-datado ou pré-datado. 
c) de execução continuada ou de trato sucessivo: é aquela cujo cumprimento se dá
por meio de subvenções periódicas. Ex: a locação de um imóvel com pagamento mensal
do aluguel. 
- QUANTO AO ÔNUS DA PROVA DA CULPA, as obrigações dividem-se em: 
a) obrigações de meio: o devedor obriga-se a empregar diligências para atingir a meta
colimada pelo ato. Neste caso, o credor deve provar que o objetivo visado não foi atingido
por culpa do devedor. É o caso do advogado. 
b) obrigações de resultado: são aquelas em que se obriga o devedor a realizar um fato
determinado, como por exemplo no contrato de transporte, onde o transportador tem que
conduzir o passageiro do ponto de embarque, a salvo, até o ponto de destino. Neste caso
o credor deve apenas provar que o resultado não foi atingido; já o devedor, só se libera da
responsabilidade se comprovar que o resultado não foi atingido por caso fortuito ou força
maior. Também é o caso da cirurgia plástica estética, pois a cirurgia reparadora é
considerada uma obrigação de meio. 
 
 
 
 
 
 
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- QUANTO AOS ELEMENTOS ACIDENTAIS, podem ser: 
a) puras e simples: são aquelas que ocorrem quando sua eficácia não fica subordinada
a qualquer termo, condição ou encargo. Por exemplo a obrigação do vendedor entregar a
coisa após sua venda; a obrigação do comodatário restituir a coisa findo o prazo para tal. 
b) condicionais: quando dependem de acontecimento futuro e incerto, que pode se
verificar ou não. Por exemplo, a venda a prazo com reserva de domínio, a venda com
pacto de melhor comprador, etc. 
c) modais ou gravadas ou com encargo: quando se impõe um ônus ao devedor
beneficiado com determinada liberdade. Por exemplo, a doação com encargo. 
d) a termo: quando a eficácia do ato é submetida a prazo, certo ou incerto, inicial ou final,
como por exemplo, a obrigação de satisfazer uma dívida em determinado dia do
calendário. 
5. (FUNIVERSA/APEX/Analista Pleno/2006) Quanto aos elementos acidentais as
obrigações podem ser: 
(A) Pura ou simples. 
(B) Pura ou simples, condicional e a termo. 
(C) Pura ou simples, condicional, modal ou gravada ou com encargo e a termo. 
(D) Principal, acessória e a termo. 
(E) Acessória, condicional, modal ou gravada ou com encargo. 
 Dispensa comentários. 
Gabarito: C 
- QUANTO A AUTONOMIA DA EXISTÊNCIA, as obrigações dividem-se em: 
a) principais: são aquelas dotadas de vida própria e autônoma; 
b) acessórias: são aquelas que se acham subordinadas às primeiras. 
Destaca-se ainda a OBRIGAÇÃO PROPTER REM, também denominada
REIPERSECUTÓRIA ou AMBULATÓRIA ou HÍBRIDA. Tal obrigação se origina do
fato da pessoa ser titular de um direito real. Possui as seguintes características: 
- o devedor não se obriga por sua vontade, e sim pelo fato de ser proprietário do
bem; 
- o devedor se exonera da obrigação se renunciar ao direito de propriedade ou
abandonar a coisa; 
- o sucessor a título singular assume automaticamente a dívida, ainda que não
saiba da sua existência. 
Exemplos: obrigação de pagar o IPTU; obrigação de pagar o condomínio; etc. 
 
 
 
 
 
 
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6. (FUNIVERSA/APEX/Analista Pleno/2006) A obrigação propter rem é também
denominada de: 
(A) pessoal. 
(B) principal. 
(C) reipersecutória e ambulatória. 
(D) ambulatória. 
(E) a obrigação propter rem não recebeoutro nome. 
 Dispensa comentários. 
Gabarito: C 
Transmissão das Obrigações 
Existem dois tipos de transmissão das obrigações: a que se opera causa mortis
(regulada pelo direito das sucessões) e a que se opera inter vivos (regulada pelo direito
das obrigações). Dessa forma, a transmissão de obrigações inter vivos pode ocorrer no
pólo ativo da obrigação (cessão de crédito) ou no pólo passivo da relação obrigacional
(assunção de dívida). 
 A cessão de crédito (arts. 286 a 298 do CC) é o negócio jurídico pelo qual o
credor de uma obrigação transfere os seus direitos a outra pessoa, independentemente
da anuência do devedor. É um instituto similar à compra e venda, porém, esta trata de
bens corpóreos, ao passo que a cessão tem por objeto o crédito, que é um bem
incorpóreo (imaterial). 
O credor que realiza a cessão é chamado de cedente, o terceiro que adquire o
crédito é chamado de cessionário e o devedor, cuja anuência é dispensável, é chamado
de cedido. 
 
A 
cedido 
B 
cedente 
$
crédito 
C 
cessionário 
transferência do crédito 
não precisa
aceitar a
transferência 
 
 
 
 
 
 
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Art. 286. O credor pode ceder o seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da
obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão não
poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento da
obrigação. 
Art. 287. Salvo disposição em contrário, na cessão de um crédito abrangem-se todos
os seus acessórios. 
Art. 288. É ineficaz, em relação a terceiros, a transmissão de um crédito, se não
celebrar-se mediante instrumento público, ou instrumento particular revestido das
solenidades do § 1o do art. 654. 
Art. 289. O cessionário de crédito hipotecário tem o direito de fazer averbar a cessão
no registro do imóvel. 
Art. 290. A cessão do crédito não tem eficácia em relação ao devedor, senão quando
a este notificada; mas por notificado se tem o devedor que, em escrito público ou
particular, se declarou ciente da cessão feita. 
Art. 291. Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar
com a tradição do título do crédito cedido. 
Art. 292. Fica desobrigado o devedor que, antes de ter conhecimento da cessão, paga
ao credor primitivo, ou que, no caso de mais de uma cessão notificada, paga ao
cessionário que lhe apresenta, com o título de cessão, o da obrigação cedida; quando
o crédito constar de escritura pública, prevalecerá a prioridade da notificação. 
Art. 293. Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o
cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido. 
Art. 294. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem
como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o
cedente. 
Art. 295. Na cessão por título oneroso, o cedente, ainda que não se responsabilize,
fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em que lhe cedeu;
a mesma responsabilidade lhe cabe nas cessões por título gratuito, se tiver procedido
de má-fé. 
Art. 296. Salvo estipulação em contrário, o cedente não responde pela solvência do
devedor. 
Art. 297. O cedente, responsável ao cessionário pela solvência do devedor, não
responde por mais do que daquele recebeu, com os respectivos juros; mas tem de
ressarcir-lhe as despesas da cessão e as que o cessionário houver feito com a
cobrança. 
Art. 298. O crédito, uma vez penhorado, não pode mais ser transferido pelo credor
que tiver conhecimento da penhora; mas o devedor que o pagar, não tendo
notificação dela, fica exonerado, subsistindo somente contra o credor os direitos de
terceiro. 
 
 
 
 
 
 
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A assunção de dívida (arts. 299 a 303 do CC) é um negócio jurídico em que um
terceiro assume a responsabilidade pela dívida do devedor, com ou sem o consentimento
deste, mas sempre com a anuência expressa do credor. 
 
IMPORTANTE !!! 
- Cessão de crédito: independe da anuência do devedor; 
- Assunção de dívida: depende da anuência do credor. 
Art. 299. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento
expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo, salvo se aquele, ao tempo
da assunção, era insolvente e o credor o ignorava. 
Parágrafo único. Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta
na assunção da dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. 
Art. 300. Salvo assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se extintas, a
partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele originariamente dadas ao
credor. 
Art. 301. Se a substituição do devedor vier a ser anulada, restaura-se o débito, com
todas as suas garantias, salvo as garantias prestadas por terceiros, exceto se este
conhecia o vício que inquinava a obrigação. 
Art. 302. O novo devedor não pode opor ao credor as exceções pessoais que
competiam ao devedor primitivo. 
A 
cedente 
B 
cedido 
$
crédito 
C 
cessionário 
transferência da dívida 
Pode ou não
aceitar a
transferência 
 
 
 
 
 
 
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Art. 303. O adquirente de imóvel hipotecado pode tomar a seu cargo o pagamento do
crédito garantido; se o credor, notificado, não impugnar em trinta dias a transferência
do débito, entender-se-á dado o assentimento. 
7. (FGV - FISCAL DE RENDAS – RJ – 2009) A respeito da cessão de crédito, analise
as afirmativas a seguir: 
I. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que tinha contra o cedente no
momento em que veio a ter conhecimento da cessão. 
II. Na cessão de crédito por título oneroso, ainda que não se responsabilize, o
cedente fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em
que lhe cedeu. 
III. A cessão de crédito apenas é eficaz em relação ao devedor quando a este
notificada ou quando o devedor se declarar ciente da cessão por meio de escrito
público ou particular. 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
Análise das afirmativas: 
I. CERTA. Conforme o art. 294 do CC. 
O crédito é transferido com as mesmas características que possuía à época da
cessão, não podendo o cedente por óbvio, transferir mais direito do que tenha. O
cessionário passa a ter os mesmos direitos do cedente, incluindo bônus e ônus. Sendo
assim, poderá o devedor opor contra o cessionário todas as formas de defesa de que
dispunha contra o cedente, ao tempo em que teve conhecimento da cessão. 
II. CERTA. Conforme o art. 295 do CC. 
Para exemplificar, se eu tenho um crédito de $ 100 com João e cedo
onerosamente esse crédito a você, por $ 80, independente de haver ou não cláusula
expressa de responsabilidade, eu sou responsável pela existência dos $ 100 no momento
da transferência. Caso o crédito transferido de $ 100 seja nulo ou inexistente, eu deverei
ressarcir a você os prejuízos causados. 
III. CERTA. Conforme o art. 290 do CC. 
Se um crédito for cedido, o devedor deve ser notificado para “pagar certo”, ou seja,
para pagar ao novo credor (cessionário). Caso o devedor declare que tem ciência da
cessão do crédito, então a notificação se faz desnecessária. 
Gabarito: E 
8. (FGV - JUIZ SUBSTITUTO – TJ-MS – 2005) Com base no Código Civil, a respeito
da assunção de dívida, analise as proposições a seguir: 
 
 
 
 
 
 
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I. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento
expresso do credor,ficando exonerado o devedor primitivo ainda que, ao tempo da
assunção, fosse insolvente e o credor conhecesse essa situação. 
II. Mesmo com o assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se
extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele
originariamente dadas ao credor. 
III. O novo devedor pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao
devedor primitivo. 
Assinale: 
(A) se apenas a proposição I estiver correta. 
(B) se apenas a proposição II estiver correta. 
(C) se apenas as proposições I e II estiverem corretas. 
(D) se todas as proposições estiverem corretas. 
(E) se nenhuma proposição estiver correta. 
Análise das afirmativas: 
I. ERRADA. Em desacordo com o art. 299 do CC. 
Se o novo devedor já é insolvente ao tempo da assunção da dívida, então o
devedor primitivo não fica exonerado da obrigação, pois, neste caso, a transferência da
dívida irá prejudicar o credor. 
II. ERRADA. Em desacordo com o art. 300 do CC. 
As chamadas garantias especiais dadas pelo devedor primitivo ao credor, ou seja,
aquelas garantias que não são da essência da dívida e que foram prestadas em atenção
à pessoa do devedor, como, por exemplo, as garantias dadas por terceiros (fiança, aval,
hipoteca de terceiro), só subsistirão se houver concordância expressa do devedor
primitivo e, em alguns casos, também do terceiro que houver prestado a garantia. 
III. ERRADA. Em desacordo com o art. 302 do CC. 
O novo devedor não poderá opor ao credor as defesas pessoais (ex:
incapacidade, vício de consentimento, etc.) que eram cabíveis ao devedor primitivo. Se
assim é, somente poderá opor as exceções preexistentes à cessão do débito (ex:
pagamento, extinção ou nulidade da obrigação.) ou as exceções pessoais que lhe
disserem respeito, ou decorrentes da própria relação jurídica. (ex: compensação,
novação, etc.). 
Gabarito: E 
9. (ESAF – PGDF – PROCURADOR – 2007) Assinale a opção falsa. 
(A) A “cessão de crédito” e a “assunção de dívida” constituem modalidades de
transmissão das obrigações. 
(B) Podem os contratantes estabelecer cláusula proibitiva da cessão de crédito. Tal
cláusula proibitiva não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar
do instrumento da obrigação. 
(C) A partir da assunção de dívida, salvo assentimento expresso do devedor
primitivo, consideram-se extintas as garantias especiais por ele originariamente
dadas ao credor. 
 
 
 
 
 
 
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(D) Como na assunção de dívida, o que se transmite é a “obrigação originária”, o
novo devedor pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao
devedor primitivo. 
(E) Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na
assunção de dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. 
Análise das alternativas: 
(A) CERTA. Dispensa comentários. 
(B) CERTA. Conforme o art. 286 do CC. 
Não há impedimentos para que os contratantes estabeleçam uma cláusula
proibitiva da cessão do crédito, entretanto, para evitar que terceiros de boa-fé, possíveis
adquirentes do crédito, não fiquem prejudicados, então a proibição de cessão do crédito
deve estar prevista expressamente no contrato. Desta forma, um possível adquirente, ao
tomar ciência da cláusula proibitiva, não mais irá adquirir o crédito através da cessão. 
(C) CERTA. Conforme comentários da afirmativa II da questão anterior. 
(D) ERRADA. Conforme comentários da afirmativa III da questão anterior. 
(E) CERTA. Conforme o art. 299, § único do CC. 
Pode-se estipular, judicial ou extrajudicialmente, prazo ao credor para que
concorde na cessão do débito, interpretando seu silêncio, durante tal lapso temporal
(normalmente utiliza-se 15 a 30 dias), como recusa na substituição do antigo devedor pelo
terceiro. 
Gabarito: D 
10. (FGV/SENADO FEDERAL/Advogado/2008) Francisco (68) e Adair Souza (67),
pais de Roberto Souza, ingressam em juízo em face do filho, pleiteando alimentos
de R$ 2 mil. Em sua resposta, o filho alega que só poderia arcar com alimentos de
R$ 1 mil e requer que seja chamada à lide sua irmã, Clarice. A obrigação dos filhos
de Francisco e Adair, com relação a prestar alimentos aos pais, é: 
(A) conjunta. 
(B) solidária. 
(C) subsidiária. 
(D) concomitante. 
(E) subseqüente. 
A obrigação de prestar alimentos de acordo com o art. 1.694 do CC funda-se no
princípio da solidariedade familiar. 
Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os
alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição
social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. 
§ 1o Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades do reclamante e
dos recursos da pessoa obrigada. 
§ 2o Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência, quando a situação
de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. 
 
 
 
 
 
 
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Desta forma, por haver solidariedade, a obrigação pode ser cobrada integralmente
de um dos filhos. 
Gabarito: B 
 
 
 
 
 
 
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LISTA DOS EXERCÍCIOS APRESENTADOS NA AULA
1. (FGV - AUDITOR – TCM-RJ – 2008) Caracterizam o vínculo obrigacional: 
(A) a juridicidade e a existência de deveres. 
(B) a juridicidade e a existência de direitos. 
(C) a patrimonialidade e a sujeição. 
(D) a submissão e a liberalidade. 
(E) a patrimonialidade e a inexistência de direitos. 
2. (FGV/OAB/Exame da Ordem/2010.2) João prometeu transferir a propriedade de
uma coisa certa, mas antes disso, sem culpa sua, o bem foi deteriorado. Segundo o
Código Civil, ao caso de João aplica-se o seguinte regime jurídico: 
(A) a obrigação fica resolvida, com a devolução de valores eventualmente pagos. 
(B) a obrigação subsiste, com a entrega da coisa no estado em que se encontra. 
(C) a obrigação subsiste, com a entrega da coisa no estado em que se encontra e
abatimento no preço proporcional à deterioração. 
(D) a obrigação poderá ser resolvida, com a devolução de valores eventualmente
pagos, ou subsistir, com a entrega da coisa no estado em que se encontra e
abatimento no preço proporcional à deterioração, cabendo ao credor a escolha de
uma dentre as duas soluções. 
3. (CESGRANRIO - ADVOGADO JUNIOR – Empresa de Pesquisa Energética – EPE –
2007) João e José, respectivamente, na qualidade de credor e devedor, pactuaram
uma obrigação alternativa, com prestações periódicas. A esse respeito, assinale a
afirmação correta. 
(A) A escolha cabe a João, se outra coisa não se estipulou. 
(B) A opção deverá ser exercida por José em cada período. 
(C) A opção deverá ser exercida por José antes do encerramento do primeiro
período. 
(D) A opção deverá ser exercida por João antes do encerramento do primeiro
período. 
(E) É facultado a José obrigar João a receber parte em uma prestação e parte, em
outra. 
4. (FGV/OAB/Exame da Ordem/2010.2) Com relação ao regime da solidariedade
passiva, é correto afirmar que: 
(A) cada herdeiro pode ser demandado pela dívida toda do devedor solidário
falecido. 
(B) com a perda do objeto por culpa de um dos devedores solidários, a
solidariedade subsiste no pagamento do equivalente pecuniário, mas pelas perdas
e danos somente poderá ser demandado o culpado. 
(C) se houver atraso injustificado no cumprimento da obrigação por culpa de um
dos devedores solidários, a solidariedade subsiste no pagamento do valor
principal, mas pelos juros da mora somente poderá ser demandado o culpado. 
(D) as exceções podem ser aproveitadas por qualquer dos devedores solidários,
ainda que sejam pessoais apenas a um deles. 
 
 
 
 
 
 
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5. (FUNIVERSA/APEX/AnalistaPleno/2006) Quanto aos elementos acidentais as
obrigações podem ser: 
(A) Pura ou simples. 
(B) Pura ou simples, condicional e a termo. 
(C) Pura ou simples, condicional, modal ou gravada ou com encargo e a termo. 
(D) Principal, acessória e a termo. 
(E) Acessória, condicional, modal ou gravada ou com encargo. 
6. (FUNIVERSA/APEX/Analista Pleno/2006) A obrigação propter rem é também
denominada de: 
(A) pessoal. 
(B) principal. 
(C) reipersecutória e ambulatória. 
(D) ambulatória. 
(E) a obrigação propter rem não recebe outro nome. 
7. (FGV - FISCAL DE RENDAS – RJ – 2009) A respeito da cessão de crédito, analise
as afirmativas a seguir: 
I. O devedor pode opor ao cessionário as exceções que tinha contra o cedente no
momento em que veio a ter conhecimento da cessão. 
II. Na cessão de crédito por título oneroso, ainda que não se responsabilize, o
cedente fica responsável ao cessionário pela existência do crédito ao tempo em
que lhe cedeu. 
III. A cessão de crédito apenas é eficaz em relação ao devedor quando a este
notificada ou quando o devedor se declarar ciente da cessão por meio de escrito
público ou particular. 
Assinale: 
(A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
(B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
(C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(D) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
8. (FGV - JUIZ SUBSTITUTO – TJ-MS – 2005) Com base no Código Civil, a respeito
da assunção de dívida, analise as proposições a seguir: 
I. É facultado a terceiro assumir a obrigação do devedor, com o consentimento
expresso do credor, ficando exonerado o devedor primitivo ainda que, ao tempo da
assunção, fosse insolvente e o credor conhecesse essa situação. 
II. Mesmo com o assentimento expresso do devedor primitivo, consideram-se
extintas, a partir da assunção da dívida, as garantias especiais por ele
originariamente dadas ao credor. 
III. O novo devedor pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao
devedor primitivo. 
Assinale: 
(A) se apenas a proposição I estiver correta. 
(B) se apenas a proposição II estiver correta. 
(C) se apenas as proposições I e II estiverem corretas. 
 
 
 
 
 
 
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(D) se todas as proposições estiverem corretas. 
(E) se nenhuma proposição estiver correta. 
9. (ESAF – PGDF – PROCURADOR – 2007) Assinale a opção falsa. 
(A) A “cessão de crédito” e a “assunção de dívida” constituem modalidades de
transmissão das obrigações. 
(B) Podem os contratantes estabelecer cláusula proibitiva da cessão de crédito. Tal
cláusula proibitiva não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar
do instrumento da obrigação. 
(C) A partir da assunção de dívida, salvo assentimento expresso do devedor
primitivo, consideram-se extintas as garantias especiais por ele originariamente
dadas ao credor. 
(D) Como na assunção de dívida, o que se transmite é a “obrigação originária”, o
novo devedor pode opor ao credor as exceções pessoais que competiam ao
devedor primitivo. 
(E) Qualquer das partes pode assinar prazo ao credor para que consinta na
assunção de dívida, interpretando-se o seu silêncio como recusa. 
10. (FGV/SENADO FEDERAL/Advogado/2008) Francisco (68) e Adair Souza (67),
pais de Roberto Souza, ingressam em juízo em face do filho, pleiteando alimentos
de R$ 2 mil. Em sua resposta, o filho alega que só poderia arcar com alimentos de
R$ 1 mil e requer que seja chamada à lide sua irmã, Clarice. A obrigação dos filhos
de Francisco e Adair, com relação a prestar alimentos aos pais, é: 
(A) conjunta. 
(B) solidária. 
(C) subsidiária. 
(D) concomitante. 
(E) subseqüente. 
Gabarito: 1-C 2-D 3-B 4-B 5-C 6-C 7-E 8-E 9-D 10-B 
A seguir, temos uma lista com questões resolvidas da banca CESPE/UnB para
quem quiser fixar ainda mais a matéria. 
Até a próxima. 
Dicler.

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