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Ética Profissional

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2 
 
SUMÁRIO: 
 
CARTA AO ALUNO ...................................................................................................... 3 
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4 
UNIDADE 1: CONCEITUAÇÃO BÁSICA ..................................................................... 8 
1.1 O Conceito de Relativismo Ético ................................................................... 10 
1.1.1 - Uma ética subjetiva ................................................................................... 11 
1.1.2 - A opinião pessoal ...................................................................................... 11 
1.2 Conceito Bioética ............................................................................................ 12 
1.3 Conceito de Maquiavélico .............................................................................. 14 
1.3.1 A ambição pelo poder ................................................................................. 16 
1.4 A de Filosofia de Direito ..................................................................................... 16 
1.5 Conceito de Dever ........................................................................................... 18 
1.6 Conceito de Sanções ...................................................................................... 19 
1.7 Conceito de Moral ........................................................................................... 21 
1.8 Conceito de Princípios .................................................................................... 23 
1.9 Conceito de Antivalores ................................................................................. 25 
1.11 O Conceito de Lei Natural ................................................................................ 27 
UNIDADE 2: REFLEXÕES E CONSIDERAÇÕES SOBRE A ÉTICA ........................ 30 
UNIDADE 3: ÉTICA NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO ............................................. 35 
RESUMO: ................................................................................................................... 38 
LEITURA COMPLEMENTAR: .................................................................................... 39 
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS: ............................................................................ 40 
 
 
3 
 
 
 CARTA AO ALUNO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo a Disciplina Ética Profissional. 
Nessa disciplina estudaremos os conceitos de moral, ética e ética profissional. 
Também, faremos reflexões sobre a ética e os valores morais no mundo do trabalho. 
 
 
 
 
4 
 
INTRODUÇÃO 
 
Nos últimos tempos, o debate sobre a ética ingressou no nosso dia a dia de forma 
mais intensa. Com grande frequência ouvimos discussões e debates sobre a ética 
na gestão pública, nas empresas, e em relação aos próprios indivíduos. Todos nós, 
em algum momento, já emitimos juízo de valor sobre a ética das pessoas, afirmando 
ou negando que uma pessoa seja ética, ou um determinado comportamento seja ou 
não ético. Atualmente, é impossível esquecermos desse conceito ou não darmos a 
sua devida atenção em nossas rotinas cotidianas, pessoais e profissionais, e 
também, deixarmos de observar como a sociedade atual, de diferentes locais, se 
comporta frente aos seus próprios valores éticos. 
A temática sobre ética é tratada há séculos por grandes pensadores. Platão foi um 
pensador grego que viveu entre 428-348 a.C. e é, até os dias atuais, reverenciado 
como o principal grande filósofo grego a abordar em seus textos as importantes 
questões sobre éticas, que chegaram até nossos dias. Inseridas nas suas falas 
denominadas “socráticos”, Platão expõe as ideias de outro pensador grego que não 
deixou registros diretos, Sócrates, relacionadas à ética, que são debatidas pela 
filosofia até os dias de hoje. Como exemplo podemos destacar o entendimento dos 
próprios conceitos de ética e de moral, assim como as formas para a sua utilização 
em situações reais com as quais nos confrontamos. Além disso, também é foco de 
análise, discussão e debate a utilização dessas ideias e os motivos e argumentos a 
que podemos apelar para justificá-las. Hodiernamente, a ética tornou-se foco de 
nossa atenção sobretudo no comportamento cotidiano, levando-nos a um 
pensamento crítico sobre os nossos próprios valores, sobre as nossas ações e as 
formas como essas impactam outras pessoas e e/ou empresas e a importância de 
assumirmos responsabilidades sobre elas. Toda essa reflexão é construída visando 
adequar corretamente o comportamento dos profissionais pois praticamente todas 
as empresas ou entidades profissionais têm seu código de ética ou de compliance. 
Esses estão, em determinadas áreas, orientados por códigos de conduta que são 
utilizados para defender os profissionais frente a demandas externas e também 
normatizar a sua prática. 
5 
 
Contudo, mesmo com todos os esforços empregados há a sensação de que os 
tempos atuais são marcados pela ausência de valores éticos. Essa sensação atinge 
o cenário recente da política nacional, marcado por escândalos de corrupção em 
diferentes esferas do governo, mas também afeta as próprias relações sociais e 
familiares. 
A origem da palavra Ética remonta o grego antigo com o termo Ethos que significa 
comportamento, costumes, hábito, caráter, modo de ser de uma pessoa (Pedro, 
2014). Contudo, a palavra moral, que deriva do latim mos, (plural mores), se refere à 
costumes, normas e leis. A palavra moral, na grafia atual, tem origem nos romanos 
que utilizavam o termo moris (que mantém o sentido de ethos), do qual surge a 
palavra moralis e que derivou posteriormente para o termo moral. 
Mas, podemos e devemos questionar como a ética está incorporada e vivenciada na 
esfera do trabalho, no mundo empresarial, e nas instituições institucional nos dias de 
hoje? Todos os nossos julgamentos são realizados tendo como base a nossa 
formação de valores advinda da família, do nosso conjunto social e dos termos de 
ética existentes nas nossas profissões. Quando exercemos um julgamento se um 
comportamento é ético ou não, estamos fazendo um juízo de valor baseado na 
nossa história e formação familiar, social e profissional. É claro que os nossos 
códigos de ética familiar não são escritos formalmente, assim como os nossos 
códigos de ética social. Eles são construídos na nossa vivência cotidiana desde as 
tenras idades. Ou seja, a família é uma das instituições da sociedade e, dessa 
maneira, tem a sua construção normativa elaborada dia após dia. 
Podemos perceber essa normatização nas convenções de condomínio, associações 
de bairro, estatutos das igrejas, dentre outros. Temos normas de posturas sociais 
extensas nas leis que normatizam nosso país; assim como as demonstradas pelas 
instituições sociais como as ONG’s, que em várias situações já progrediram e foram 
aplicadas por empresas e governos. 
Na esfera profissional, quase todas as categorias possuem já algum tempo os seus 
próprios códigos de ética. Os mais lembrados e frequentemente referenciados são, 
sem dúvida, os códigos de conduta médica e o código de ética da Ordem dos 
6 
 
Advogados do Brasil, dentre outros. Esses códigos ditam a correta conduta e o 
comportamento dos profissionais em determinadas circunstâncias. 
Hoje em dia, estamos visualizando uma dinâmica recente de adesão por parte das 
empresas e organizações de códigos de ética próprios, os conhecidos compliances. 
De forma clara, infelizmente, a legislação legal vigente em diferentes países, mas 
sobretudo no Brasil, não foi o suficiente para que pessoas, em diferentes cargos de 
liderança em instituições públicas ou privadas, tivessem atitudes éticas que 
salvaguardassem o patrimônio, o nome e a história das empresas, respeitando 
acionistas e sociedade em geral. As atitudes e escolhasinapropriadas e, muitas 
vezes criminosas, em nome das organizações levaram várias dessas a ter que lidar, 
remediar e consertar situações desagradáveis de grande perda financeira e de 
credibilidade, como o que aconteceu na história recente do Brasil com a Petrobras. 
A dimensão dessas empresas, por exemplo, impede o acompanhamento de todos 
diretamente. Harmonizar o comportamento dos funcionários de uma organização, ao 
mesmo tempo que se promove o seu crescimento dentro de um mercado 
competitivo como o atual, é uma grande dificuldade, principalmente, sob a ótica da 
ética nos negócios. 
Para lidar com esses desafios, atualmente, praticamente todas as médias e grandes 
empresas possuem um setor chamado de Governança Coorporativa. Esse setor é o 
responsável por em prática, entre seus funcionários, mas também em relação a 
sociedade, as quatro principais boas práticas de governança que são: a prestação 
de contas pela administração; a clareza das informações apresentadas; a equidade 
no tratamento desses acionistas e, por último, a obrigação corporativa. Essa última 
foca na relação da empresa como uma instituição inteira e completa, ou seja, visa 
desenvolver boas práticas em relação aos seus próprios funcionários, fornecedores, 
clientes, governo, entidades, instituições de classe, organizações não 
governamentais, e também em relação a sua responsabilidade socioambiental. 
Inserido na esfera da governança corporativa as questões relacionadas a ética 
aparecem e adquirem destaque. As empresas estão sendo estimuladas a praticarem 
uma governança corporativa intensa; e a ética dos seus colaboradores s é um dos 
seus maiores componentes. Frequentemente, é impossível separar os elementos da 
7 
 
governança dos seus implementadores, que são os próprios profissionais da 
empresa. Assim, o código de ética e conduta torna-se algo obrigatório nas 
empresas, objetivando manter o bom comportamento dos colaboradores e em 
consequência disto a boa governança corporativa estabelecida. 
Hoje em dia, o próprio mundo corporativo prega que toda empresa tem que ter um 
código de ética e conduta, e as organizações maiores, com mais responsabilidade 
social e impacto econômico, que apresentam maior visibilidade ou são de cunho 
público precisam construir códigos de ética rígidos para os diferentes setores e que 
esses devem ser escritos e conhecidos por todos os colaboradores . 
No entanto, isso não tira a obrigação de que organizações pequenas e até as 
empresas familiares, também possuam seus códigos, mesmo que casualmente não 
escritos, mas considerados de forma clara pelo seu fundador ou líder principal, para 
que os outros indivíduos venham atuar de forma harmoniosa e em conexão com 
uma conduta ética profissional. 
Esse assunto, que já transpõe a vida das pessoas há tempos, principalmente nesta 
ultima década, faz parte tão considerável da cultura de diversas empresas através 
de sua própria estrutura de governança. 
 No mundo corporativo há, cada vez mais, esforços para que os padrões éticos, que 
são expressos através de códigos de ética e compliances sejam implementados e 
seguidos. Contudo, para o cidadão há a necessidade de reflexão profunda sobre a 
ética nos diferentes momentos do dia a dia. Para essa reflexão, faço uso das 
considerações do professor doutor em filosofia Danilo Marcondes, que baseado na 
reflexão de Sócrates sobre ética, em seu livro Textos Básicos de Ética de Platão a 
Foucault, diz: 
“Talvez, a preleção socrática esteja principalmente na 
importância do desenvolvimento de uma consciência 
moral, de uma atitude concentrada e crítica que nos leve a 
adotar comportamentos muito mais éticos, e não na 
elaboração de um saber sobre a ética e de seus conceitos” 
(MARCONDES, D. 2007, pg.15). 
8 
 
UNIDADE 1: CONCEITUAÇÃO BÁSICA 
A ética é um ramo científico que tem o objetivo de estudar a moral e a conduta dos 
seres humanos. Nós compreendemos que algo é ótimo, e que outro nem tanto, se 
alguém é confiável ou não, leal ou corrupto devido precisamente à ética, que é a que 
sugere a dimensão moral das pessoas, atos ou situações e, assim, servirá de norte 
para o nosso agir e é a que surge em momentos que são importantes obter uma 
certeza de como se comportar em estabelecidas possibilidades. A origem e o estudo 
da ética remontam a Grécia Antiga com seus magistrais filósofos, que são lidos e 
estudados até os dias atuais. Por exemplo, nesse período Platão escreveu uma de 
suas obras mais lidas e estudadas até hoje sobre política, o tratado A República. 
Outro pensador grego, Aristóteles, também escreveu o seu tratado a respeito desse 
tema que deu origem ao primeiro tratado de ética nomeado Ética a Nicômaco, onde 
destacava que todo ser humano está direcionado a buscar a alegria ou a ética 
eudemônica. 
Entretanto, o conceito intensivamente trabalhado posteriormente por outros 
estudiosos em diferentes momentos. Esses mostraram visões e interpretações 
diferentes sobre a ética. Um desses grandes pensadores foi o filósofo Immanuel 
Kant que defendia que a moral só poderia ser alcançada através da razão . 
A ética se divide em diversas áreas de pesquisa e estudo, como a bioética, a ética 
revolucionária, a ética Kantiana, nas experiências vividas, dentre outras. Nessa 
disciplina, nos ocuparemos de uma das concepções mais estudadas e a mais 
frequentemente utilizada no mundo profissional, que é a deontologia profissional. 
Essa é o ramo da ética que se encarrega da pesquisa das normas morais e dos 
princípios e obrigações que os profissionais de cada área terão que conhecer, 
respeitar e seguir no mundo do trabalho, sobretudo nas esferas jurídica, médica, 
jornalística. Através da análise das normas e regras presentes nos códigos 
deontológicos, os quais estabelecem e normatizam a profissão, também serão 
destacados comportamentos não éticos que porventura sejam realizados pelos 
profissionais dos diferentes ramos. 
É que justamente em carreiras como as dos médicos, os advogados ou os 
jornalistas, mais do que instrução acadêmica, que obviamente se necessária para 
9 
 
desenvolvê-las, é de imperativa importância que estes também tomem 
conhecimento das normas de conduta que se afastam da ética, porque às vezes, 
algo tão valioso como é a vida, no caso dos cuidados médicos medicina, é primordial 
que desde os bancos universitários o profissional seja orientado a fim, de evitar 
futuros problemas ou danos mais drásticos e irreversíveis. 
Em sua origem no grego antigo, a palavra ética quer dizer “costume, 
comportamento”. O Ethos diz sobre o locus onde surgem os atos dos seres 
humanos. O Ethos significa “caráter”. Diríamos que a ética é um conjunto normativo 
de princípios que norteiam ou auxiliam nas escolhas das ações de um grupo em 
particular. A ação que tem por base os princípios éticos tem seu pilar de apoio na 
intenção manifesta da ação, ou seja, na relação da consciência dentro do sujeito, na 
integridade do ser humano diante seus semelhantes. 
A autêntica ética está naquilo que podemos conseguir como seres humanos, para 
nos colocar de forma adequada diante dos conflitos que a vida em sociedade nos 
determina. Sentir, raciocinar, ter idéia e autonomia para solucionar os problemas, 
com a razão e os sentimentos livres para fazer escolhas. 
O direito de expressar a sua própria opinião livremente é a característica central do 
indivíduo ético. A obediência sem uma reflexão crítica é um comportamento 
contrário à essa condição. Garantindo essa liberdade o ser humano resolve 
conflitos, optando por valores adequados a si próprio e a sociedade a que ele 
pertence. 
A ética não é uma característica inerente ao ser humano desde o seu nascimento. O 
indivíduo vai crescendo, evoluindo e aprendendo e, dessa forma, constrói sua ética 
ao mesmo tempo em que avança em diferentes sentidos na sociedade. Esse é o 
motivo que faz com que possamos afirmar que o processo de socializaçãosem 
dúvida nenhuma, contém a ética. 
A ética pressupõe a faculdade de reflexão sobre as regras já aceitas como normas 
morais objetivando um fundamento racional para elas. A ética é uma expressão e 
uma construção social que só existe em relação a outras pessoas de uma mesma 
sociedade ou grupo. Ou seja, a ética é uma expressão social. Dentro desse 
10 
 
contexto, percebe-se que as interações sociais são o forte elo para que a relação 
humana em harmonia ética seja possível. 
1.1 O Conceito de Relativismo Ético 
 
Fonte: http://www.convertistoislam.fr 
 
 
A ética também pode ser considerada como um ramo científico que se debruça 
sobre as regras e normas que servem de referência para um correto trabalho. 
Dessa forma, um bom código ético tem como objetivo diferenciar as ações certas 
das que não podem ser aceitas como corretas tanto no interior do convívio social 
quanto em empresas. Entretanto, a ética, enquanto campo de estudo da filosofia, 
revela que não existe uma compreensão única sobre o que seja a ética e, dessa 
forma, quais seriam os princípios universais passíveis de serem utilizados para se 
definir o bem. 
Os estudos sobre a ética a que questionam a legitimidade dos princípios exatos na 
esfera do trabalho é o relativismo ético. Esse é o ramo de estudo que defende que 
nem tudo é plenamente bom ou mau em todas as situações, mas que o valor de 
uma ação deve ser analisado a partir de parâmetros relativos a contextos e questões 
específicas do trabalho em si. 
 
 
 
http://www.convertistoislam.fr/
11 
 
1.1.1 - Uma ética subjetiva 
O relativismo ético conclui que a moral é consolidada pelos convencionalismos 
sociais, estes que definem os padrões culturais e os costumes de uma comunidade. 
Dentro desse contexto, para compreender a moral de uma população é importante 
atender seus reais costumes. Os costumes de uma população são pertinentes a 
essa população específica em um lugar determinado. Dessa forma, devem ser 
assim analisados. 
Contudo, até mesmo o relativismo ético faz referência aos princípios morais mais 
elevados. Um desses é, sem dúvida, o princípio da justiça, que, em sociedades 
multifacetadas, torna-se essencial para a manutenção da ordem social. Distante de 
confiar em princípios objetivos que podem ter uma legitimidade universal, pelo 
contrário, o relativismo ético destaca a importância da subjetividade dos padrões e 
do ponto de vista individual. 
 
1.1.2 - A opinião pessoal 
Existem pensadores que não concordam com a forma interpretativa de ética pois 
expressam que a verdade não é um conceito relativo dependente da concepção 
individual, mas que é um conceito definitivo e basilar em todos as ocasiões 
possíveis. Para esses, existe uma verdade que enaltece o homem, pois a execução 
de boas ações contribui para o desenvolvimento pessoal, assim como o 
conhecimento da verdade também ajuda o crescimento individual. 
Critica-se que o relativismo ético em sua forma mais radical pode significar uma falta 
de autonomia, ou seja, um conformismo em algo que é de forma simples bom 
“porque é bom pra mim”. Isto é, o valor da opinião pessoal e subjetivo que é 
definitivamente dá espaço a diversas interpretações possíveis. 
 
 
 
12 
 
1.2 Conceito Bioética 
 
A Bioética é o ramo da Ética que estuda os princípios e a conduta de indivíduos, 
médicos e pesquisadores, na área médica. A bioética, não se restringe ao debate e 
ao entendimento dos assuntos referentes ao campo médico, mas também aborda os 
problemas morais que perpassam o cotidiano, espraiando, dessa forma, seu objeto 
de estudo e interesse para outros temas como, por exemplo, o tratamento dado aos 
animais como cobaias ou não e os possíveis impactos ambientais de determinadas 
transformações genéticas ou outra forma de intervenção na natureza. 
O termo bioética, foi usado pela primeira vez na década de 70 pelo oncologista 
norte-americano Van Rensselaer Potter. Deste momento até o tempo presente os 
assuntos sobre os quais a bioética tem abordado cresceram e se diversificaram 
muito, sobretudo, devido ao avanço das pesquisas genéticas e do desenvolvimento 
tecnológico da medicina. 
A bioética baseia seus estudos em quatro princípios essenciais: i) autonomia; ii) 
beneficência; iii) não maleficência e iiii) justiça. 
13 
 
O princípio da autonomia versa sobre o respeito às pessoas. A defesa do princípio 
da autonomia busca garantir às pessoas, mesmo as que tenham algum tipo de 
enfermidade, a autonomia necessária para que tomem livremente as suas próprias 
decisões. A autonomia, nesse momento confunde-se com comprometimento, e 
assume a característica de direito irrenunciável não importando a situação, mesmo 
que essa seja de doenças graves ou não. Torna-se imperativo, dessa forma, ao 
médico o respeito aos valores e opções da pessoa, que tem direito e autonomia 
sobre a sua própria saúde. Esse tipo de debate retorna com frequência, como por 
exemplo, na impossibilidade de determinados seguidores religiosos de receberem 
transfusão de sangue, mesmo em momentos em que isso significaria a garantia da 
própria vida. Cabe ao médico respeitar a decisão do paciente, mesmo que isso fira o 
seu próprio julgamento profissional. 
O princípio de beneficência fala que cabe ao médico a obrigação de sempre atuar 
em prol dos outros. A beneficência significa buscar o melhor que possa existir, 
humano, tecnológico ou químico, e agir para o paciente, mas sem deixar de levar em 
conta seu próprio ponto de vista, pois o paciente não possui os conhecimentos 
médicos imprescindíveis para decidir como tem o médico. 
De outro modo, o princípio de maleficência visa gerar uma análise sobre as ações 
que possam causar algum tipo de dano ou afetar a outros. Dessa forma, o 
profissional deve questionar-se e se abster de realizar qualquer procedimento, caso 
esse não seja integralmente seguro na situação vivenciada. Contudo, na busca por 
uma solução adequada para a situação do paciente, devido à natureza da área 
médica, há sempre a possibilidade ocorrerem danos, que não são fruto de uma 
irresponsabilidade, despreparo ou vontade de provocar o dano. A busca por outros 
tratamentos ou procedimentos será consequência direta da boa formação 
profissional, teórica e atualizada, e da pesquisa sobre os avanços da medicina. 
E por fim o princípio de justiça diz respeito a igualdade de tratamento a todos 
visando a redução das inequidades presentes nas sociedades sejam elas de cunho 
social, econômico, de acesso à educação formal e a cultura, ideológicas e etc. Como 
exemplo da necessidade de aplicação do princípio da justiça podemos observar o 
acesso à sistemas de saneamento básico. É sabido que a infraestrutura de 
14 
 
saneamento básico no Brasil, e em grandes partes do mundo, é desigualmente 
distribuída pelos espaços das cidades. As populações de alguns bairros são 
atendidas integralmente, tanto pela distribuição de água quanto pela coleta de 
esgoto e lixo. Entretanto, outras localidades são totalmente desabastecidas por 
esses serviços. Isso é um grande fator de geração de desigualdades social, 
financeira e de saúde, além de significar um desrespeito ao princípio da igualdade 
de tratamento a todos em seu amplo aspecto. 
Com o avanço da ciência a as possibilidades que isso proporciona aos cientistas, 
médicos e pesquisadores, a bioética tem que aprofundar o seu debate sobre 
questões cada vez mais complexas e amplas, como por exemplo o direto a morrer, 
conhecido como eutanásia, a reprodução assistida, o aborto, a barriga de aluguel, a 
fertilização in vitro, a manipulação genética que possibilita a criação de outros 
organismos, fato que já acontece com alguns insetos utilizados para combater 
pragas agrícolas, a clonagem de seres vivos e os sérios problemas que podem 
impactar os ecossistemas e toda a biosfera. 
1.3 Conceito de Maquiavélico 
 
15 
 
 
Fonte: Estátua de Maquiavel,de autoria do escultor Lorenzo Bartolini (1777 - 1850) na Galleria degli Uffizi 
(Museu dos Ofícios), em Florença 
 
Maquiavel foi um filósofo, político, diplomata e escritor, que viveu entre final do 
século XV e início do século XVI em Florença, na Itália. Sua principal obra, o livro O 
Príncipe, é uma obra sobre o Estado como ele é, e não como deveria ser. Maquiavel 
foi o responsável pelo surgimento de uma correte de pensamento, sobretudo 
político, mas não exclusivamente, que tem dentre outras várias e importantíssimas 
ideias a concepção de que “os fins justificam os meios”. Dessa forma, sobretudo do 
ponto de vista ético, Maquiavel passa a ser estudado intensamente pois segundo as 
suas ideias as más ações poderiam vir a ser justificadas devido objetivos 
alcançados. Essa afirmação fez, e ainda faz, com que as ideias de Maquiavel 
fossem profundamente estudadas, debatidas, aceitas, combatidas, criticadas, etc. 
As questões éticas ficam extremamente visíveis dentro dessa corrente, que ficou 
conhecida como Maquiavelismo, pois abre-se a possibilidade de, em prol de um 
ganho final, valores éticos sejam desrespeitados, direitos sejam subtraídos, 
inverdades sejam difundidas, opositores políticos ou grupos étnicos sejam 
exterminados, etc. Por exemplo, em casos recentes da política nacional e 
internacional a divulgação de Fake News poderia vir a ser justificada como uma 
16 
 
forma de um grupo político chegar ao poder. Nesse caso, os meios justificariam os 
fins? E qual é o impacto disso na sociedade? E de que forma podemos considerar 
ético um grupo político que por ventura chegue ao poder através da difamação de 
oponentes e da divulgação de Fake News? São questionamentos éticos atuais que 
tem que ser feitos pelo conjunto das sociedades atingidas por esse tipo de ação. 
Um grande questionamento feito à corrente de pensamento que se baseia na obra 
de Maquiavel é que ao não se fazer um julgamento sobre a moralidade dos atos 
praticados, e se permitir a execução de ações que ferem os padrões morais das 
sociedades, coloca-se em cheque os conceitos éticos construídos e aceitos por 
todos, e isso inviabiliza que o bem comum da sociedade seja alcançado. 
1.3.1 A ambição pelo poder 
Grande parte dos estudiosos da obra de Maquiavel está fortemente preocupada em 
analisar os impactos de suas ideias na esfera da política. Segundo muitos 
pensadores, uma ação não decorre diretamente da virtude da justiça, que tem como 
objetivo apontar as boas e as más ações. O que confere a sua validade ou correção 
a finalidade com que ela foi executada. Ou seja, se a vontade foi alcançada a ação 
foi boa, caso contrário não. 
Dessa forma, a ambição pelo Poder é o combustível do desejo, segundo Maquiavel. 
Por exemplo, no mundo coorporativo podemos ter a divulgação de mensagens 
privadas, ou que podem ser consideradas depreciativas pela cultura da empresa, 
por um funcionário que busca a demissão de um colega e a sua promoção ao posto 
vago. Com certeza, isso fere os valores de honestidade e de ética, mas, caso o 
objetivo seja alcançado, pode haver a justificativa dos meios, desde que não tenham 
sido divulgadas inverdades. 
 
1.4 A de Filosofia de Direito 
17 
 
 
O conhecimento filosófico sempre foi admirado e valorizado. Desde a Grécia Antiga, 
a filosofia era considerada como a única forma de se alcançar a verdade. A verdade, 
era um objeto de estudo concreto para a filosofia. Dessa busca, derivaram muitos 
outros ramos de interesse, estudo e debates como o sobre moral, ética, lógica, 
estética, etc. O nosso objeto de interesse, a ética evoluiu através das discussões 
sobre valores, conduta, moral, certo e errado. 
Dessa forma, a Filosofia do Direito tem como objetivo a reflexão e a discussão a 
respeito do conceito de justiça. Considera-se, assim, que a Filosofia do Direito é o 
ramo do conhecimento que faz a interseção entre o Direito e a Filosofia, tendo 
sempre em destaque a necessidade de aprofundar os pilares teóricos da Justiça, 
haja vista que o Direito é considerado o fundamento básico para existência do bem-
estar da sociedade. Cabe, também, a filosofia, discutir sobre os limites do Direito. Ou 
seja, colocar limites para as certezas, ou “verdades”, que venham do judiciário e 
impactem setores da sociedade, a sociedade inteira ou, até mesmo, um único 
indivíduo. Um grande exemplo disso é o debate sobre a aplicação de decisões 
gerais em todos os casos, sem que as particularidades de cada caso ou pessoa 
tenham sido levados em consideração. 
À Filosofia do Direito também pertence o debate sobre a ligação existente entre ética 
e justiça. Esse debate é de suma relevância pois nem sempre algo, ou uma atitude 
18 
 
que é antiética é ilegal. Por exemplo, um funcionário público que exerce uma função 
técnica muito específica solicita a aposentadoria, que ele faz jus por direito. 
Contudo, como a sua aposentadoria é aberto um concurso público, ao qual ele 
mesmo se candidata. Devido a especificidade técnica do cargo, esse mesmo 
funcionário, que solicitou a aposentadoria, é aprovado para exercer a mesma função 
que já exercia anteriormente, ganhando um novo salário. As leis brasileiras 
permitem isso. Não é ilegal. Mas, com certeza se faz necessário um debate ético, 
pois irão ocorrer gastos do dinheiro público em duplicidade. Ou seja, não é ilegal, 
mas é antiético. 
Um outro bom exemplo relaciona-se aos direitos naturais do ser humano. Parte-se 
do princípio de que existem direitos que são universais e devem ser respeitados por 
todas as sociedades e governos. Nesse sentido, tudo que existe e que aflige a 
dignidade humana está indo contra um direito natural. Dessa forma, a falta de 
saneamento, a exposição a agentes que possam causar doenças, como diversos 
tipos de poluição, a moradia subnormal, tudo isso afeta a dignidade humana e, 
consequentemente, afeta um direito natural do ser humano. Dessa forma, o Direito 
fundamenta-se no Direito Natural, que visa garantir a dignidade e o prazer do ser 
humano. 
1.5 Conceito de Dever 
 
19 
 
A palavra dever se refere a tudo que é conceituado como uma obrigação e que ao 
longo da vida de um indivíduo é desejado e ambicionado. O termo está ligado com a 
ética e a vontade, visto que se refere a aquilo que se faz ou a formas de 
comportamento. É isso que evidencia terem sido socialmente definidos e 
conceituados como adequados ou corretos para determinadas situações; estas 
atitudes não teriam importância social se não possuíssem ordem ou equilíbrio. Neste 
intuito, o dever é algo que pode ser admirado quando é realizado, porém que uma 
pessoa pode não fazer caso não tenha receio com a ética e a vontade. A obrigação, 
em alguns casos, apresenta uma situação forçosa no momento em que um indivíduo 
não tem poder decisório, por mais que esteja de acordo ou não com ela, por 
exemplo, no caso da escravidão. 
Em termos sociais, a ideia de dever surge precisamente como uma dos formas que 
um povo possui para se estruturar. Dessa forma, é um dever, por exemplo, respeitar 
as leis, pagar os impostos, dirigir com habilitação e educar e cuidar dos filhos 
menores. Esses e mais outros deveres possuem maior ou menor significado no 
momento em que se referem a conteúdos como a continuidade da espécie humana 
sobre a Terra evitar que a comunidade entre em declínio através da desordem social 
e moral. Diversos deveres estão bem especificados juridicamente (por exemplo, as 
responsabilidades que um progenitor possui perante seu filho), porém vários outros 
deveres refletem o direito comum (por exemplo, atravessar no sinal vermelho). 
Cumprir com o dever estabelece sempre algum tipo de benefício social ou individual 
que pode ser mais ou menos evidente. Sem dúvida nenhuma, muitas das ações que 
são julgadas como um dever não seriam adotadas conscientemente pelas pessoas 
pois muitas vezes significam esforços e atitudes que não são de todo aceitocomo 
prazerosas, por exemplo, o dever de ir trabalhar e pagar impostos. Para monitorar e 
medir o anseio ou o impulso das pessoas é que existe exatamente o dever. 
1.6 Conceito de Sanções 
20 
 
 
 
Para definir sanção devemos analisar dois pressupostos que estão relacionados 
diretamente à ética. Com esse intuito deve-se fazer uma ampla análise crítica de 
como um devir humano pode ter reflexos no comportamento moral de cada pessoa. 
Primeiramente deve-se considerar que o termo sanção relaciona-se com a ética. 
Isso provoca uma reação, ou seja, tem consequências, que pode ser estar 
relacionada ou pode significar uma punição a ser imputada. Essa sanção é de três 
ordens: moral, natural ou jurídica. Cada sanção possui a sua funcionalidade 
esperada, que está conectada ao tipo de problema que a ação inicial causou, ou 
seja, a sanção é uma consequência do que o ato inicial poderia provocar. 
Em seguida, deve-se considerar também que as sanções podem ser aceitas como 
estímulo ao bom comportamento social, ou seja, as sanções possuem efeitos, tanto 
positivos quanto negativos, que estão de acordo com a percepção de cada 
indivíduo, mas servem como um estímulo comportamental nos dois casos. 
Nas duas abordagens de sanção, ou seja, a sanção relacionada a ética ou a sanção 
relacionada à punição, como um estímulo ao bom comportamento, a sanção tem 
como fim consertar algo. Isso pode se dar através de uma recompensa, ou seja, um 
prazer, ou através de uma punição. Partindo-se do pressuposto de que toda ação 
tem uma reação, a aplicação de sanções é imperativo em quase todas as 
sociedades modernas e multifacetadas, nas quais os indivíduos possuem, em maior 
ou menor grau, interesses, desejos e moral distintos. 
21 
 
Para melhor compreensão sobre a natureza das sanções, devemos destacar que 
existem inúmeras sanções que vão desde punições físicas até punições morais. De 
qualquer forma, as sanções são ações que devem ser cumpridas pelo penalizado. 
As sanções possuem correlação direta com a moral e, do ponto de vista da 
sociedade, as sanções tem como fim dar uma resposta, que tem que perceptível 
como tal, à sociedade, das condutas consideradas erradas dos seus indivíduos. 
Ou seja, as sanções, de têm como propósito normatizar o comportamento da social 
relativos às leis de um Estado. Dessa forma, precisam ser implementadas de forma 
isonômica àqueles que cometem um erro comportamental e causem danos a outros 
indivíduos. De toda forma, é consenso que sem a imputação de penas e sanções 
seria extremamente difícil a implementação de leis tanto como um viés educativo 
quanto punitivo. 
1.7 Conceito de Moral 
 
 
A moral é o conjunto de princípios e normas que norteiam e guiam o comportamento 
dos indivíduos. De forma individual ou coletiva, em uma determinada comunidade, é 
o meio que as pessoas têm e utilizam para balizar as suas atitudes e conseguir 
saber se uma ação é boa ou não. 
22 
 
Etimologicamente a palavra vem do latín moris, cuja tradução pode ser costume. 
Não raramente ouvimos as pessoas usarem os termos moral e ética como 
sinônimos. Contudo moral tem um significado mais ligado à ação efetiva e prática, 
como, por exemplo, ter o hábito de ceder o lugar a uma pessoa de mais idade, 
incapaz ou grávida em um transporte público. 
Dessa forma, como moral está diretamente conectada à ação, à atitude, a cada ação 
corresponderá uma consequência social que fará surgir uma determinada situação 
boa ou não, positiva ou negativa. A ação implementada será avaliada pelo conjunto 
da sociedade a partir das características positivas ou negativas da situação que se 
desenhou. Dessa forma, para que a sociedade consiga existir de forma harmoniosa 
se faz necessário que exista um consenso sobre o que são boas ações e o que são 
más ações. Isso se faz necessário para que as pessoas, de forma individual, 
possam decidir sobre as atitudes que irão tomar nas mais variadas situações. Esse 
tipo de moral chama-se Moral Direta, pois independente da decisão do indivíduo a 
respeito de suas próprias ações, as regras morais existem e são aceitas e seguidas 
pela maior parte da sociedade 
Dessa forma, a moral pode ser entendida de forma objetiva ou subjetiva. A moral 
objetiva é inerente ao grupo social ao qual está inserido o indivíduo, ou seja, diz 
respeito às normas e costumes sociais que o indivíduo tem a obrigação de seguir. A 
moral subjetiva é particular, individual, e possibilita que a pessoa obedeça ou 
desobedeça às normas vigentes. 
A moral também pode ter um sentido contrário, ou seja, a imoralidade. Isso decorre 
do fato do homem ter o livre arbítrio para tomar atitudes corretas ou não, ou seja, 
positivas para si e para a sociedade, ou negativas na mesma intensidade e impacto. 
Desse modo a moral conecta-se com a liberdade de ação e de escolha humana 
sobre a qual há a influência de todo um sistema de valores individuais. Dessa forma, 
a moral baseia-se na liberdade, que é um valor inerente ao ser humano, através da 
qual torna-se possível executar ações positivas ou injustas. No caso do mundo do 
trabalho, a reflexão moral contribui para que o homem se comprometa com os 
valores da empresa e consiga, dessa forma, crescer como pessoa e também como 
profissional. Isso, tendo sempre em questão os princípios aceitos da verdade e do 
23 
 
bem. Aristóteles afirmava que refletir sobre a moral no trabalho era imperativo pois 
ajudava o ser humano a evoluir como pessoa e ter uma boa vida. Continuando, a 
moral explicita, também, o comprometimento do ser humano em relação à 
sociedade em que está inserido, pois as boas ações de uma única pessoa têm como 
consequência o bem comum de todos. Tendo essa certeza, podemos afirmar que a 
moral visa, acima de tudo, o bem comum de todos os membros da sociedade. 
Dessa forma, a busca pelo bem-estar comum gera o bem-estar individual, que gera 
o bem-estar da sociedade em um movimento cíclico e positivo. Assim, as normas de 
ética e moral enaltecem o indivíduo através da consolidação de valores positivos, 
que tem como consequência o sucesso pessoal, o aumento do amor próprio, o 
respeito ao próximo, o reconhecimento do princípio de dever e a busca e o alcance 
da felicidade. 
Nos remetendo a todas as situações e discussões anteriores, podemos concluir que 
cada pessoa é livre para tomar as suas próprias decisões e escolher seus próprios 
caminhos. Contudo, deve-se sempre ter em mente que as sociedades têm sua moral 
instituída e, dependendo do caminho que for escolhido e percorrido, as 
consequências poderão ser de aceitação, admiração, reconhecimento, preconceito 
ou até mesmo isolamento. 
Dessa forma como a ética, a moral, já era objeto de estudo, atenção e ensino na 
primazia pelos grandes pensadores como Platão, Aristóteles, Sócrates, Pitágoras e 
Epicuro, entre outros. 
1.8 Conceito de Princípios 
24 
 
 
Os princípios são os códigos ou regras que tem por objetivo nortear o 
comportamento de um cidadão. Os princípios se apoiam em valores universais que 
podem ser aplicados a qualquer grupo, cultura, comunidade como, por exemplo, não 
mentir, respeitar as outras pessoas, não brigar ou incentivar brigas, ajudar os mais 
necessitados, ser solidário, etc. 
Os princípios não são apenas uma amostra dos valores básicos que o ser humano 
precisa para evoluir e buscar a felicidade. Os princípios, estão na base dos valores 
dos seres humanos e têm como característica primeira terem alcance e 
reconhecimento universal, estando presente, inclusive, em quase todas as doutrinas 
religiosas que existem. 
O indivíduo descobre durante o transcorrer de sua vida, através das experiências 
vivenciadas muitas situações negativas que ficam a mostra através de suas próprias 
ações e que podem ter impactos desagradáveis em sua vida particular, na 
sociedade em geral e, não raras vezes, no ambiente em que se está inserido. 
Devido a esse quadro, para queseja possível construir e viver em um mundo, em 
uma realidade, harmônica e agradável, tem-se buscado criar códigos socias de 
conduta e respeito que sejam reconhecidos e seguidos por todos ou por uma grande 
parte das pessoas. Está provado que em uma sociedade harmoniosa, gestos 
simples, como por exemplo, oferecer ajuda a quem está passando por um problema 
momentâneo em casa ou no trabalho contribuem fortemente para que se saia mais 
rapidamente de uma crise. Portanto, com gestos simples, como estender a mão para 
ajudar uma pessoa a se levantar ou atravessar uma rua, o homem, construiu 
25 
 
princípios éticos, que têm sido reconhecidos, seguidos e propagados para outras 
pessoas e outros lugares apresentando resultados positivos. Por outro lado, o 
abandono de tais comportamentos ou valores tem sido percebido como um indício 
forte de falta de ética. 
É claro que não há uma uniformidade de comportamento na sociedade. Cada 
pessoa, de acordo com a sua formação educacional, seu nível de instrução e de 
preocupação social, formará seus próprios princípios, que serão utilizados para 
julgar conscientemente situações do seu cotidiano. Contudo, os princípios éticos 
individuais não podem se sobrepor aos do conjunto da sociedade. 
 
1.9 Conceito de Antivalores 
 
 
O conceito de antivalor está diretamente conectado com a ética e com os valores 
morais de uma determinada sociedade. Os antivalores são as ações, os 
comportamentos e as condutas que, em uma sociedade organizada e harmônica, 
podem ser apontados como perigosos, negativos ou prejudiciais para toda a 
comunidade, gerando desagregação e caos social e/ou econômico. Ou seja, os 
26 
 
antivalores colocam em risco a convivência social equilibrada e o respeito às normas 
e regras estabelecidas, que são indispensáveis para o crescimento e evolução de 
um grupo. 
Em quase todos os sistemas sociais ou religiosos os valores considerados como 
positivos são: liberdade, a felicidade, a solidariedade, a honestidade, o 
companheirismo, a paz, o amor, a tolerância, a injustiça e a fidelidade. E, os 
antivalores são: a inveja, o egoísmo, a traição, a mentira, a violência, o racismo, a 
injustiça, a abandono. (PEDRO, 2014) 
Em todas as sociedades os antivalores e os valores morais positivos coabitam. 
Contudo, ao longo da história da humanidade, é possível identificar momentos em 
que a crise dos valores morais conduziu a sociedade e grandes desagregações. 
Como exemplo podemos citar as perseguições da Alemanha Nazista, os regimes 
políticos racistas, como o Apartheid na África do Sul e no Sul dos Estados Unidos, 
etc. Nesses momentos, os antivalores prevaleceram sobre os valores positivos para 
a convivência harmoniosa no interior das sociedades. 
1.10 Conceito de Consciência Moral 
 
O ser humano é o único ser vivo que de forma consciente é capaz de ações 
despretensiosas de grande generosidade com o seu semelhante. Esse 
comportamento deriva da capacidade que todo indivíduo possui de julgar o que é 
correto ou não em sua conduta. Isso advém da consciência moral, que é fruto de um 
julgamento racional a respeito do certo e do errado, do bem ou do mal. 
27 
 
A corrente filosófica que se baseia nos escritos de Maquiavel afirma que os fins 
justificam os meios. Mas, tendo em vista a nossa própria consciência moral, que é a 
forma de julgar os nossos atos racionalmente, podemos afirmar que os fins não 
justificam os meios e que a própria realização do bem, ou seja, implementar uma 
boa ação, é um fim em si mesmo pois gera bem-estar, tranquilidade e satisfação 
pessoal e individual, que se propaga pela sociedade. Do ponto de vista social, a 
consciência moral determina a importância do respeito ao seu próprio semelhante. 
O senso de justiça é uma das mais essenciais características para se reproduzir 
uma correta compreensão a respeito do que sejam os valores morais. A partir desse 
ponto, a moral faz com que as leis e os princípios universais sejam assimilados e por 
isso, a pessoa interiorize para si próprio o conceito de obrigação moral. 
Mas, infelizmente é inegável que, da mesma forma que o ser humano é capaz de 
atitudes generosas também é capaz de cometer grandes faltas. Por causa disso é 
que o estudo sobre a ética se torna imprescindível pois são os valores éticos que 
irão determinar a integridade do indivíduo, e do profissional, para que se erros 
acontecerem eles possam ser reparados de forma justa. 
1.11 O Conceito de Lei Natural 
 
 
 
28 
 
A ciência jurídica não é construída em cima de gerais da natureza. Ela é feita pelos 
homens que normatizam a vida cotidiana a partir dos critérios de justiça 
desenvolvidos pelas diferentes sociedades. 
Entretanto, o Direito Legal possui, sim, o seu pilar inicial no Direito Natural que visa 
lançar luz sobre o que é apropriado, ou não, ao ser humano e aquilo que é oposto à 
sua dignidade e bem-estar. Esta concepção forma-se a partir do entendimento de 
que certos direitos e obrigações do ser humano são inerentes a dignidade do ser 
humano e são inegociáveis. Essa concepção tem como base o respeito à vida 
humana. Dentro desse contexto, a lei natural norteia a vontade humana de acordo 
com o que é e o que não é correto. Contudo, uma questão se impõe: de que forma, 
o ser humano pode introjetar os direitos que lhe são próprios por natureza? A 
resposta é a única possível, ou seja, através do julgamento racional. Por causa 
disso, o Direito formado pelos homens deve expor a essência deste ordenamento 
jurídico natural. Há de se afirmar, também, que a Lei Natural, que ajuda fortemente 
na distinção entre o que é correto e o que não é correto, está na essência da ética, 
que é assunto dessa nossa disciplina. 
A aceitação a existência de uma Lei Natural não pode ser feita sem contestação. 
Nós vivemos em sociedade e a crença em uma Lei Natural deve se fazer a partir de 
um debate que inclua, também, as normas desenvolvidas pelo homem. 
Um dos principais, e sempre atual, debate realizado pelos defensores da existência 
de uma Lei Natural diz respeito a própria vida. A vida é considerada um dos direitos 
fundamentais da pessoa humana. Dessa forma, temas como aborto e eutanásia 
possuem conotações éticas que são contrários os princípios desta Lei Natural, 
segundo os seus defensores. 
 
29 
 
 
 
O debate sobre a existência de um Direito Natural é muito importante pois nem 
todos os filósofos defendem a existência de uma Lei Natural, que deveria ter, por 
essência, a característica de ser universal e atemporal. Contudo, os valores de 
quase todas as sociedades ocidentais são permeados por valores que veem das 
religiões judaica e cristã. Por isso, não poderiam ser considerados valores universais 
e atemporais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
UNIDADE 2: REFLEXÕES E CONSIDERAÇÕES SOBRE A ÉTICA 
No decorrer do dia-a-dia diversos julgamentos ou pré-conceitos são feitos 
continuamente. Isso faz parte da história da humanidade. O cotidiano do ser humano 
é repleto de situações opostas e antagônicas entre o bem e o mal, o certo e o 
errado, etc. O que diferencia cada um deles é reflexo da boa conduta do indivíduo 
perante a sociedade ou a sua comunidade. Isso tem a ver com a boa índole refletida 
na boa conduta frente à sociedade. Mas, essa boa conduta é normatizada por regras 
de comportamento que visam a garantia do bem viver de todos e que devem sempre 
ser revisitadas e preservadas. regras de bem viver de todos, que precisam ser 
preservadas. Nunca devemos confundir essas regras com as leis escritas de um 
país, apesar dessas últimas também estarem conectadas com os princípios de 
justiça social. Dessa forma, os valores morais, como a ética são objetos essenciais 
para a harmonização dos grupos, sobretudo devido a diversidade interna das 
sociedades, a fim de que haja uma estabilidade e bom funcionamento social, 
proporcionando que nenhuma pessoa saia prejudicada.Atualmente, diversas pessoas citam a palavra “ética”, mas, quando perguntadas, 
não conseguem explicá-la nem defini-la. Em um primeiro momento a ética nos 
remete a norma, liberdade e comprometimento. Falar em ética significa falar de 
liberdade, porque não faz sentido falar de norma ou de responsabilidade se não 
partimos da suposição de que o ser humano é de fato livre para agir, ou pode sê-lo 
(SERAFIN, 2016). 
A norma nos diz como temos que agir. E, se temos que agir de tal modo, é porque 
também podemos não agir deste modo. Isto é, se temos que respeitar, é porque 
podemos respeitar ou somos capazes de desrespeitar à norma. Também não teria 
sentido falar de responsabilidade, se o condicionamento ou o determinismo fosse 
tão completo a ponto de considerar a resposta como mecânica ou imediata 
(SERAFIN, 2016). 
Por outro lado, se declararmos que o determinismo é total, não há o que falar de 
ética; porque a ética refere-se às ações humanas, e, se estas são totalmente 
estabelecidas de fora para dentro, não há espaço para a liberdade, como 
31 
 
autodeterminação e, consequentemente, não há espaço para a ética. (SERAFIN, 
2016) 
Para falar sobre um dos ramos da filosofia aplicado aos temas morais que orientam 
um meio social, é necessário refletir sobre os impasses da conduta dos indivíduos, 
na atualidade, em todos os âmbitos sociais, a começar na família, na escola, no 
trabalho e assim consecutivamente. Refletir nos descaminhos dos seres humanos, 
refletidos na violência, na retirada, no egoísmo e na indiferença pela sorte do 
próximo e até mesmo da sociedade. 
Na atualidade a ética compreende uma grande área, podendo estar relacionada com 
assuntos associados ao ambiente familiar, escolar, profissional, econômico, social e 
político. Existem códigos de ética profissional que sugerem como o indivíduo deve 
se comportar no âmbito da sua profissão. Nos dias atuais com um mundo cada vez 
mais globalizado e competitivo, as pessoas se preocupam com a ética nos seus 
negócios revelando-se cada vez mais eficientes para competir com sucesso e obter 
resultados positivos. 
Outro exemplo a ser mencionado é na área política onde a sociedade tem exigido 
cada vez mais a moralidade de seus agentes e representantes, e, cada vez mais 
“condenando” as ações que saqueiam os cofres públicos tirando do povo o recurso 
que deveria ser utilizados na prestação de serviços a população (educação, saúde, 
segurança, infraestrutura). 
Na arena política vale destacar a importância que os conceitos de democracia e 
direitos humanos assumiram que são também, conjuntamente, de cunho moral: 
como por exemplo, a partir do debate em volta dos conceitos de liberdade, igualdade 
e justiça social. Mas o que é certo, o que é errado? Existe uma variedade de 
discussões políticas relacionadas aos direitos de grupos sociais as quais devem ser 
notadas como questões morais: a questão do aborto, por exemplo, que provoca 
enorme polêmica quando colocado em pauta, os direitos dos deficientes, a 
eutanásia, entre outras questões. São temas complexos que perpassaram o tempo e 
hoje geram em discussões que esbarram no sentido ético para a solução de cada 
situação em seu tempo. 
32 
 
Diretamente relacionada ao aspecto político, a ética nos remete também à idéia de 
cidadania e a vida em comunidade com o objetivo da realização das pessoas. A 
ética na cidadania busca refletir sobre o comportamento humano sob o ponto de 
vista das noções de bem e de mal, de justo e injusto, englobando as normas morais 
e as normas jurídicas; a ética na cidadania busca um meio em que as pessoas 
venham exercer a interação na sociedade atendendo essas leis morais para um 
melhor desempenho da comunidade humana. 
Crise moral da humanidade 
Sabemos que nenhum indivíduo nasce conhecendo e aceitando o conjunto de 
valores morais. Dessa forma, devemos destacar o papel da educação. É através das 
instituições escolares que as pessoas desenvolvem sua personalidade moral. E em 
uma sociedade competitiva e individualista como a que vivemos, pode parecer ilusão 
aspirar por valores como a justiça, baseados na reciprocidade e no compromisso 
pessoal. Vemos todos os dias o modelo de um país que esqueceu esse “princípio da 
vida”. Nem é necessário dizer quem mais padece com essa falta de compromisso. 
Nesse sentido, problemas sociais como as desigualdades e a imoralidade se 
proliferam ficando cada vez mais aguçando a crise dos valores morais e sociais. E 
isso afeta a humanidade, de modo geral (SERAFIN, 2016). 
A ética supõe-se a necessidade da reflexão sobre valores sociais em meio à crise 
determinada restrita ao individualismo e à competitividade, por isso, se torna 
necessário, mais do que nunca, uma preocupação com o social. Sim, pois a crise da 
humanidade é uma crise moral. Evidencia-se aqui, a falta de ética nos diversos 
âmbitos. O debate sobre a justiça social é também um debate moral, permitindo que 
os valores das ações sociais encontrem-se deturpados devido à lógica do sistema 
vigente. Bem e mal, certo e errado, justo e injusto cederam espaço ao sentimento de 
sobrevivência, do “salva-se quem puder” ou do interesse particular e individual numa 
sociedade exploradora, que mascara a liberdade, condição fundamental para a 
realização de ações morais. 
Dessa forma, vivemos em uma sociedade globalizada, onde o mundo se tornou uma 
enorme aldeia global. Em época nenhuma se atingiu um grau de inter-
relacionamento que nos permitisse falar em um mercado mundial que estabelece a 
33 
 
produção, a distribuição e o consumo de bens, e em uma cultura da virtualidade real, 
que liga todos os pontos do mundo e influencia comportamentos. E em meio a esse 
processo fala-se ainda de uma “ética do mercado”. 
Em meio a todos estes fatores sociais e globais, torna-se necessário que cada ser 
humano esteja ciente de que não bastam às reflexões, é necessário mudar 
conceitos, ter posturas condizentes com o que harmoniza a sociedade em todos os 
seus ramos. Não se pode ignorar que, tanto no contexto das relações humanas, 
quanto no político, econômico e social, constantemente são realizados decisões de 
forma moral. Basta observar que um enorme espaço nas discussões entre amigos, 
na família ou no trabalho compreende aqueles sentimentos que pressupõem juízos 
morais: indignação, rancor, sentimentos de culpa e vergonha. Também no domínio 
político julga-se moralmente de forma contínua, e valeria à pena considerar que 
aspecto teria uma concorrência política não conduzida pelo menos por categorias 
morais. 
Entretanto, não há receitas para o agir bem: o compromisso consigo, com os outros, 
com as novas gerações demanda um estado de alerta constante. Viver perante os 
padrões da moral não é uma atividade simples nem fácil, mas há a possibilidade de 
participar de um mundo moral. E o que podemos tirar de lição é que os problemas 
éticos presenciados na atualidade não vão se solucionar apenas por iniciativas 
isoladas de educação ou instrução ética dos indivíduos. É necessário desejo 
individual e política de mudar as condições sociais geradores das adversidades 
sociais como a violência, a corrupção, a exploração, dificuldades dos que estão à 
margem da sociedade. Em outras palavras: não basta “reformar o indivíduo” para 
“reformar a sociedade”; é necessário reconstruir os dois. Um projeto moral desligado 
de um projeto político sucumbiria a falta de sucesso. Os dois processos andam 
unidos, porque formar o ser humano completamente moral, ético, só é possível na 
sociedade que também se esforça para ser justa e democrática, com direitos iguais 
a todos. 
E sendo a ética a ciência que estuda o comportamento humano (como o entedia o 
filósofo grego Aristóteles) com destaque tantos nos valores individuais como nos 
valores do individuo diante a comunidade a qual pertence, é necessário cobrar de 
34 
 
cada um e da sociedade honestidade e dignidade nos seus atospolíticos, sociais, 
culturais, religiosos ou morais. É importante realizar uma análise de como a ética se 
faz vigente em nossa vida, nos dias atuais, porque se observa que certos valores 
que cada indivíduo assimila no transcorrer de sua formação como pessoa, muitas 
vezes obtidos em sua família e escola, estes valores procuram nos conduzir através 
de nossas escolhas, entre o correto e o incorreto, o bem e o mal, temos uma 
liberdade de escolha que nos faz mais responsáveis por nossas ações e que vem a 
nos motivar a colocar em prática nosso respeito e dignidade, levando em conta o 
bem comum de todos a nossa volta. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
UNIDADE 3: ÉTICA NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO 
A ética profissional é um conjunto de valores e normas de comportamento e de 
interação usados no local de trabalho, no desempenho de qualquer atividade. Ter 
uma conduta ética é saber desenvolver relações de qualidade com colegas de 
trabalho, chefes e subordinados, colaborar para bom funcionamento das atividades 
de trabalho e para a formação de uma imagem positiva da instituição diante os 
públicos de interesse, como acionistas, clientes e a sociedade em geral. 
(DEFRAYEMENT, 2016) 
Líderes de instituições e organizações têm sustentado que bons locais de trabalho, 
com relações amigáveis e respeitosas, contribuem para a elevação do grau de 
confiança e comprometimento entre os funcionários, pensando no crescimento da 
produção e no desenvolvimento da empresa. E que comportamentos antiéticos 
impedem o clima organizacional, afetando o rendimento das equipes. 
 
Conduta ética ajuda a conquistar e manter seu emprego 
Os funcionários que conseguem desenvolver relações de qualidade entre os colegas 
e alcançar a confiança dos líderes, com uma conduta de trabalho apropriada e 
resultados reais, são os que alcançam maior sucesso no desenvolvimento de suas 
carreiras. Você precisa compreender e respeitar os limites de sua função, zelar 
pelos instrumentos de trabalho e o patrimônio da organização e cooperar para o 
bom rendimento de sua equipe. Essas são condições básicas para a construção de 
uma conduta ética no trabalho. 
 
Fatores importantes que auxiliam neste processo: 
 Honestidade: Dizer sempre a verdade e ser responsável por suas falhas. É 
muito melhor aprender com os erros do que procurar um culpado para suas 
falhas. 
36 
 
 Sigilo: Algumas informações de trabalho são extremamente sigilosas. 
Obedecer esta condição, preservando o sigilo. 
 Competência: Realizar sua função com comprometimento e consciência, 
visando o melhor resultado para a organização, e não apenas o seu resultado 
particular. 
 Prudência: Respeitar a hierarquia da sua empresa e não interfirir de forma 
negativa no trabalho de seus colegas de trabalho. 
 Humildade: Identificar o seu espaço e o seu papel dentro da organização. 
 Imparcialidade: Descubrir a diferenciar as relações pessoais das profissionais e 
pensar sempre como primordial a realização do seu trabalho. 
(DEFRAYEMENT, 2016) 
 
O Código de Ética Profissional 
Algumas carreiras contam com conselhos de representação que têm a obrigação de 
criar códigos de ética específicos para cada área de atuação. Alguns exemplos 
muito conhecidos, Conselho Federal de Medicina (CFM), ou no Conselho Federal de 
Engenharia e Agronomia (Confea). 
Esses Códigos de Ética elaborados pelos conselhos existem para padronizar 
métodos operacionais e posturas de comportamento, proporcionando a segurança 
dos colaboradores e dos usuários de cada serviço. Eles definem princípios ético-
morais de determinada profissão, e prevêem penas rigorosas aos trabalhadores que 
não obedecerem aos procedimentos e normas de sua área, preservando a 
sociedade de injustiças e desrespeito em qualquer âmbito. Por isso, cabe ainda aos 
conselhos a função de supervisionar o efetivo cumprimento dos códigos de ética. 
Fique atento às normas existentes em sua profissão. Independentemente de ter ou 
não um Código específico, todas as profissões requerem o desempenho de valores 
morais e princípios éticos conhecidos universais como a honestidade, a competência 
e a responsabilidade. 
37 
 
O Código de Conduta Ética Organizacional 
Todas as empresas ou organizações obedecem aos padrões éticos profissionais 
ditados pelo sentido comum. Mas, muitas vezes, elas tendem a criar suas próprias 
normas para garantir o bom funcionamento dos processos de trabalho e o alcance 
dos seus objetivos estratégicos. Quanto maior a instituição, mais necessário se faz a 
aplicação do código de conduta ética organizacional, um instrumento que padroniza 
os métodos de trabalho e estabelece normas e valores de conduta para todas as 
áreas, da mesma forma. 
O código de ética organizacional propõe o efetivo cumprimento das normas 
definidas pela instituição, apesar de a ética não ser coativa, ou seja, o seu não 
cumprimento não implica em penas legais. O processo de elaboração do código 
envolve a participação de trabalhadores de diferentes setores, para tornar a 
documentação de fácil acesso e adequado a todas as áreas, da forma mais 
democrática possível. Normalmente é conduzido pelo departamento de Recursos 
Humanos das empresas, com a formação de um comitê de ética, ou desenvolvido 
por uma consultoria externa contratada. É comum que todos os funcionários 
recebam uma reprodução do documento, como instrumento de trabalho, e sejam 
orientados a consultá-lo habitualmente, recorrendo aos líderes apenas em caso de 
dúvida. 
Vários códigos de conduta ética organizacional prevêem ainda um espaço ou um 
canal de comunicação individual para denúncias, onde os funcionários da empresa 
podem apresentar, de forma anônima, ocorrências associadas ao não cumprimento 
das normas definidas que tenham sido constatados dentro do ambiente de trabalho 
ou na relação com clientes, por exemplo. 
Dessa forma, parece que é um instrumento punitivo, elaborado apenas para impor 
disciplina. Mas, é muito mais fácil desenvolver um trabalho com qualidade e 
competência quando se conhece as normas da empresa. 
 
 
 
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RESUMO: 
Com a grande profissionalização e especialização do conhecimento que se 
prosseguiu à revolução industrial, grande parte dos segmentos que eram objeto de 
estudo da filosofia, particularmente da ética, foram definidos como disciplinas 
científicas livres. Desta forma, é comum que atualmente a ética seja definida como 
"a área da filosofia que se ocupa do estudo das normas morais nas sociedades 
humanas" e busca esclarecer e justificar os hábitos de um determinado 
agrupamento humano, bem como fornecer incentivos para a resolução de seus 
impasses mais frequentes. Neste sentido, ética pode ser definida como a ciência 
que estuda a conduta humana e a moral é a satisfação desta conduta, quando julga-
se da concepção do bem e do mal. 
Ética, como um conceito, diferencia-se da moral porque, enquanto esta se alicerça 
na obediência a tradições e hábitos recebidos, a ética, ao contrário, busca alicerçar 
as ações morais exclusivamente pela razão. A ética também não deve ser 
comparada com a lei, embora com certa periodicidade a lei tenha como base 
princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser 
constrangido pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem 
sofrer qualquer penalidade pela desobediência a estas; por outro lado, a lei pode ser 
omissa quanto a questões envolvidas no projeto da ética. 
 
39 
 
LEITURA COMPLEMENTAR: 
 
TAILLE, Yves de La. Moral e Ética: Uma Leitura Psicológica. Revista: Psicologia: 
Teoria e Pesquisa, 2010. Ed. Universidade de São Paulo., Vol.26, número especial, 
pp. 105-114. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26nspe/a09v26ns.pdf. 
Acesso em 22/03/2016. 
BARROSO, Luís Roberto. Artigo: Ética e jeitinho brasileiro. Jornal O Globo. Edição 
de 03/09/2017. Disponível em: https://oglobo.globo.com/rio/artigo-etica-jeitinho-brasileiro-21784078. Acesso em 15/02/2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26nspe/a09v26ns.pdf
https://oglobo.globo.com/rio/artigo-etica-jeitinho-brasileiro-21784078
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS: 
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Maria Rodrigues. Fundamentos de Ética Empresarial e Econômica. Ed. Atlas. São 
Paulo, 1995. 
DEFRAYEMENT. (2016). Você é Ético Profissionalmente? Disponível em 
http://www.defrayfire.com/voce-e-etico-profissionalmente/. Acesso em Acesso em 
02/10/2018. 
MANIERI, Dagmar. Ética, Política e Responsabilidade Moral: O Complexo de 
Macbeth. Ed, Juruá. São Paulo, 2015. 
MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética de Platão a Foucault. Rio de Janeiro 
J. Zahar, 2007. 
NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. Ed. Revista dos Tribunais. São 
Paulo. 2016. 
PEDRO, Ana Paula. Ética, moral, axiologia e valores: confusões e ambiguidades em 
torno de um conceito comum. Kriterion, Belo Horizonte, v. 55, n. 130, p. 483-
498, Dec. 2014. Available from 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-
512X2014000200002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 07 Dec. 2018. 
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-512X2014000200002. 
RUSSELL, Bertrand. A Sociedade Humana na Ética e na Política. Ed. Companhia 
Nacional. São Paulo, 1956. 
SERAFIN, Aparecida. (2016) Ética para os Nossos Dias. Disponível em 
https://pt.scribd.com/document/347939575/A-Etica-Para-Os-Dias-de-Hoje. Acesso 
em 02/10/2018. 
VÁSQUEZ, Adolfo. Sanches. Ética. Ed. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1995. 
 
 
http://www.defrayfire.com/voce-e-etico-profissionalmente/
https://pt.scribd.com/document/347939575/A-Etica-Para-Os-Dias-de-Hoje

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