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2 SUMÁRIO: CARTA AO ALUNO ...................................................................................................... 3 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4 UNIDADE 1: CONCEITUAÇÃO BÁSICA ..................................................................... 8 1.1 O Conceito de Relativismo Ético ................................................................... 10 1.1.1 - Uma ética subjetiva ................................................................................... 11 1.1.2 - A opinião pessoal ...................................................................................... 11 1.2 Conceito Bioética ............................................................................................ 12 1.3 Conceito de Maquiavélico .............................................................................. 14 1.3.1 A ambição pelo poder ................................................................................. 16 1.4 A de Filosofia de Direito ..................................................................................... 16 1.5 Conceito de Dever ........................................................................................... 18 1.6 Conceito de Sanções ...................................................................................... 19 1.7 Conceito de Moral ........................................................................................... 21 1.8 Conceito de Princípios .................................................................................... 23 1.9 Conceito de Antivalores ................................................................................. 25 1.11 O Conceito de Lei Natural ................................................................................ 27 UNIDADE 2: REFLEXÕES E CONSIDERAÇÕES SOBRE A ÉTICA ........................ 30 UNIDADE 3: ÉTICA NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO ............................................. 35 RESUMO: ................................................................................................................... 38 LEITURA COMPLEMENTAR: .................................................................................... 39 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS: ............................................................................ 40 3 CARTA AO ALUNO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo a Disciplina Ética Profissional. Nessa disciplina estudaremos os conceitos de moral, ética e ética profissional. Também, faremos reflexões sobre a ética e os valores morais no mundo do trabalho. 4 INTRODUÇÃO Nos últimos tempos, o debate sobre a ética ingressou no nosso dia a dia de forma mais intensa. Com grande frequência ouvimos discussões e debates sobre a ética na gestão pública, nas empresas, e em relação aos próprios indivíduos. Todos nós, em algum momento, já emitimos juízo de valor sobre a ética das pessoas, afirmando ou negando que uma pessoa seja ética, ou um determinado comportamento seja ou não ético. Atualmente, é impossível esquecermos desse conceito ou não darmos a sua devida atenção em nossas rotinas cotidianas, pessoais e profissionais, e também, deixarmos de observar como a sociedade atual, de diferentes locais, se comporta frente aos seus próprios valores éticos. A temática sobre ética é tratada há séculos por grandes pensadores. Platão foi um pensador grego que viveu entre 428-348 a.C. e é, até os dias atuais, reverenciado como o principal grande filósofo grego a abordar em seus textos as importantes questões sobre éticas, que chegaram até nossos dias. Inseridas nas suas falas denominadas “socráticos”, Platão expõe as ideias de outro pensador grego que não deixou registros diretos, Sócrates, relacionadas à ética, que são debatidas pela filosofia até os dias de hoje. Como exemplo podemos destacar o entendimento dos próprios conceitos de ética e de moral, assim como as formas para a sua utilização em situações reais com as quais nos confrontamos. Além disso, também é foco de análise, discussão e debate a utilização dessas ideias e os motivos e argumentos a que podemos apelar para justificá-las. Hodiernamente, a ética tornou-se foco de nossa atenção sobretudo no comportamento cotidiano, levando-nos a um pensamento crítico sobre os nossos próprios valores, sobre as nossas ações e as formas como essas impactam outras pessoas e e/ou empresas e a importância de assumirmos responsabilidades sobre elas. Toda essa reflexão é construída visando adequar corretamente o comportamento dos profissionais pois praticamente todas as empresas ou entidades profissionais têm seu código de ética ou de compliance. Esses estão, em determinadas áreas, orientados por códigos de conduta que são utilizados para defender os profissionais frente a demandas externas e também normatizar a sua prática. 5 Contudo, mesmo com todos os esforços empregados há a sensação de que os tempos atuais são marcados pela ausência de valores éticos. Essa sensação atinge o cenário recente da política nacional, marcado por escândalos de corrupção em diferentes esferas do governo, mas também afeta as próprias relações sociais e familiares. A origem da palavra Ética remonta o grego antigo com o termo Ethos que significa comportamento, costumes, hábito, caráter, modo de ser de uma pessoa (Pedro, 2014). Contudo, a palavra moral, que deriva do latim mos, (plural mores), se refere à costumes, normas e leis. A palavra moral, na grafia atual, tem origem nos romanos que utilizavam o termo moris (que mantém o sentido de ethos), do qual surge a palavra moralis e que derivou posteriormente para o termo moral. Mas, podemos e devemos questionar como a ética está incorporada e vivenciada na esfera do trabalho, no mundo empresarial, e nas instituições institucional nos dias de hoje? Todos os nossos julgamentos são realizados tendo como base a nossa formação de valores advinda da família, do nosso conjunto social e dos termos de ética existentes nas nossas profissões. Quando exercemos um julgamento se um comportamento é ético ou não, estamos fazendo um juízo de valor baseado na nossa história e formação familiar, social e profissional. É claro que os nossos códigos de ética familiar não são escritos formalmente, assim como os nossos códigos de ética social. Eles são construídos na nossa vivência cotidiana desde as tenras idades. Ou seja, a família é uma das instituições da sociedade e, dessa maneira, tem a sua construção normativa elaborada dia após dia. Podemos perceber essa normatização nas convenções de condomínio, associações de bairro, estatutos das igrejas, dentre outros. Temos normas de posturas sociais extensas nas leis que normatizam nosso país; assim como as demonstradas pelas instituições sociais como as ONG’s, que em várias situações já progrediram e foram aplicadas por empresas e governos. Na esfera profissional, quase todas as categorias possuem já algum tempo os seus próprios códigos de ética. Os mais lembrados e frequentemente referenciados são, sem dúvida, os códigos de conduta médica e o código de ética da Ordem dos 6 Advogados do Brasil, dentre outros. Esses códigos ditam a correta conduta e o comportamento dos profissionais em determinadas circunstâncias. Hoje em dia, estamos visualizando uma dinâmica recente de adesão por parte das empresas e organizações de códigos de ética próprios, os conhecidos compliances. De forma clara, infelizmente, a legislação legal vigente em diferentes países, mas sobretudo no Brasil, não foi o suficiente para que pessoas, em diferentes cargos de liderança em instituições públicas ou privadas, tivessem atitudes éticas que salvaguardassem o patrimônio, o nome e a história das empresas, respeitando acionistas e sociedade em geral. As atitudes e escolhasinapropriadas e, muitas vezes criminosas, em nome das organizações levaram várias dessas a ter que lidar, remediar e consertar situações desagradáveis de grande perda financeira e de credibilidade, como o que aconteceu na história recente do Brasil com a Petrobras. A dimensão dessas empresas, por exemplo, impede o acompanhamento de todos diretamente. Harmonizar o comportamento dos funcionários de uma organização, ao mesmo tempo que se promove o seu crescimento dentro de um mercado competitivo como o atual, é uma grande dificuldade, principalmente, sob a ótica da ética nos negócios. Para lidar com esses desafios, atualmente, praticamente todas as médias e grandes empresas possuem um setor chamado de Governança Coorporativa. Esse setor é o responsável por em prática, entre seus funcionários, mas também em relação a sociedade, as quatro principais boas práticas de governança que são: a prestação de contas pela administração; a clareza das informações apresentadas; a equidade no tratamento desses acionistas e, por último, a obrigação corporativa. Essa última foca na relação da empresa como uma instituição inteira e completa, ou seja, visa desenvolver boas práticas em relação aos seus próprios funcionários, fornecedores, clientes, governo, entidades, instituições de classe, organizações não governamentais, e também em relação a sua responsabilidade socioambiental. Inserido na esfera da governança corporativa as questões relacionadas a ética aparecem e adquirem destaque. As empresas estão sendo estimuladas a praticarem uma governança corporativa intensa; e a ética dos seus colaboradores s é um dos seus maiores componentes. Frequentemente, é impossível separar os elementos da 7 governança dos seus implementadores, que são os próprios profissionais da empresa. Assim, o código de ética e conduta torna-se algo obrigatório nas empresas, objetivando manter o bom comportamento dos colaboradores e em consequência disto a boa governança corporativa estabelecida. Hoje em dia, o próprio mundo corporativo prega que toda empresa tem que ter um código de ética e conduta, e as organizações maiores, com mais responsabilidade social e impacto econômico, que apresentam maior visibilidade ou são de cunho público precisam construir códigos de ética rígidos para os diferentes setores e que esses devem ser escritos e conhecidos por todos os colaboradores . No entanto, isso não tira a obrigação de que organizações pequenas e até as empresas familiares, também possuam seus códigos, mesmo que casualmente não escritos, mas considerados de forma clara pelo seu fundador ou líder principal, para que os outros indivíduos venham atuar de forma harmoniosa e em conexão com uma conduta ética profissional. Esse assunto, que já transpõe a vida das pessoas há tempos, principalmente nesta ultima década, faz parte tão considerável da cultura de diversas empresas através de sua própria estrutura de governança. No mundo corporativo há, cada vez mais, esforços para que os padrões éticos, que são expressos através de códigos de ética e compliances sejam implementados e seguidos. Contudo, para o cidadão há a necessidade de reflexão profunda sobre a ética nos diferentes momentos do dia a dia. Para essa reflexão, faço uso das considerações do professor doutor em filosofia Danilo Marcondes, que baseado na reflexão de Sócrates sobre ética, em seu livro Textos Básicos de Ética de Platão a Foucault, diz: “Talvez, a preleção socrática esteja principalmente na importância do desenvolvimento de uma consciência moral, de uma atitude concentrada e crítica que nos leve a adotar comportamentos muito mais éticos, e não na elaboração de um saber sobre a ética e de seus conceitos” (MARCONDES, D. 2007, pg.15). 8 UNIDADE 1: CONCEITUAÇÃO BÁSICA A ética é um ramo científico que tem o objetivo de estudar a moral e a conduta dos seres humanos. Nós compreendemos que algo é ótimo, e que outro nem tanto, se alguém é confiável ou não, leal ou corrupto devido precisamente à ética, que é a que sugere a dimensão moral das pessoas, atos ou situações e, assim, servirá de norte para o nosso agir e é a que surge em momentos que são importantes obter uma certeza de como se comportar em estabelecidas possibilidades. A origem e o estudo da ética remontam a Grécia Antiga com seus magistrais filósofos, que são lidos e estudados até os dias atuais. Por exemplo, nesse período Platão escreveu uma de suas obras mais lidas e estudadas até hoje sobre política, o tratado A República. Outro pensador grego, Aristóteles, também escreveu o seu tratado a respeito desse tema que deu origem ao primeiro tratado de ética nomeado Ética a Nicômaco, onde destacava que todo ser humano está direcionado a buscar a alegria ou a ética eudemônica. Entretanto, o conceito intensivamente trabalhado posteriormente por outros estudiosos em diferentes momentos. Esses mostraram visões e interpretações diferentes sobre a ética. Um desses grandes pensadores foi o filósofo Immanuel Kant que defendia que a moral só poderia ser alcançada através da razão . A ética se divide em diversas áreas de pesquisa e estudo, como a bioética, a ética revolucionária, a ética Kantiana, nas experiências vividas, dentre outras. Nessa disciplina, nos ocuparemos de uma das concepções mais estudadas e a mais frequentemente utilizada no mundo profissional, que é a deontologia profissional. Essa é o ramo da ética que se encarrega da pesquisa das normas morais e dos princípios e obrigações que os profissionais de cada área terão que conhecer, respeitar e seguir no mundo do trabalho, sobretudo nas esferas jurídica, médica, jornalística. Através da análise das normas e regras presentes nos códigos deontológicos, os quais estabelecem e normatizam a profissão, também serão destacados comportamentos não éticos que porventura sejam realizados pelos profissionais dos diferentes ramos. É que justamente em carreiras como as dos médicos, os advogados ou os jornalistas, mais do que instrução acadêmica, que obviamente se necessária para 9 desenvolvê-las, é de imperativa importância que estes também tomem conhecimento das normas de conduta que se afastam da ética, porque às vezes, algo tão valioso como é a vida, no caso dos cuidados médicos medicina, é primordial que desde os bancos universitários o profissional seja orientado a fim, de evitar futuros problemas ou danos mais drásticos e irreversíveis. Em sua origem no grego antigo, a palavra ética quer dizer “costume, comportamento”. O Ethos diz sobre o locus onde surgem os atos dos seres humanos. O Ethos significa “caráter”. Diríamos que a ética é um conjunto normativo de princípios que norteiam ou auxiliam nas escolhas das ações de um grupo em particular. A ação que tem por base os princípios éticos tem seu pilar de apoio na intenção manifesta da ação, ou seja, na relação da consciência dentro do sujeito, na integridade do ser humano diante seus semelhantes. A autêntica ética está naquilo que podemos conseguir como seres humanos, para nos colocar de forma adequada diante dos conflitos que a vida em sociedade nos determina. Sentir, raciocinar, ter idéia e autonomia para solucionar os problemas, com a razão e os sentimentos livres para fazer escolhas. O direito de expressar a sua própria opinião livremente é a característica central do indivíduo ético. A obediência sem uma reflexão crítica é um comportamento contrário à essa condição. Garantindo essa liberdade o ser humano resolve conflitos, optando por valores adequados a si próprio e a sociedade a que ele pertence. A ética não é uma característica inerente ao ser humano desde o seu nascimento. O indivíduo vai crescendo, evoluindo e aprendendo e, dessa forma, constrói sua ética ao mesmo tempo em que avança em diferentes sentidos na sociedade. Esse é o motivo que faz com que possamos afirmar que o processo de socializaçãosem dúvida nenhuma, contém a ética. A ética pressupõe a faculdade de reflexão sobre as regras já aceitas como normas morais objetivando um fundamento racional para elas. A ética é uma expressão e uma construção social que só existe em relação a outras pessoas de uma mesma sociedade ou grupo. Ou seja, a ética é uma expressão social. Dentro desse 10 contexto, percebe-se que as interações sociais são o forte elo para que a relação humana em harmonia ética seja possível. 1.1 O Conceito de Relativismo Ético Fonte: http://www.convertistoislam.fr A ética também pode ser considerada como um ramo científico que se debruça sobre as regras e normas que servem de referência para um correto trabalho. Dessa forma, um bom código ético tem como objetivo diferenciar as ações certas das que não podem ser aceitas como corretas tanto no interior do convívio social quanto em empresas. Entretanto, a ética, enquanto campo de estudo da filosofia, revela que não existe uma compreensão única sobre o que seja a ética e, dessa forma, quais seriam os princípios universais passíveis de serem utilizados para se definir o bem. Os estudos sobre a ética a que questionam a legitimidade dos princípios exatos na esfera do trabalho é o relativismo ético. Esse é o ramo de estudo que defende que nem tudo é plenamente bom ou mau em todas as situações, mas que o valor de uma ação deve ser analisado a partir de parâmetros relativos a contextos e questões específicas do trabalho em si. http://www.convertistoislam.fr/ 11 1.1.1 - Uma ética subjetiva O relativismo ético conclui que a moral é consolidada pelos convencionalismos sociais, estes que definem os padrões culturais e os costumes de uma comunidade. Dentro desse contexto, para compreender a moral de uma população é importante atender seus reais costumes. Os costumes de uma população são pertinentes a essa população específica em um lugar determinado. Dessa forma, devem ser assim analisados. Contudo, até mesmo o relativismo ético faz referência aos princípios morais mais elevados. Um desses é, sem dúvida, o princípio da justiça, que, em sociedades multifacetadas, torna-se essencial para a manutenção da ordem social. Distante de confiar em princípios objetivos que podem ter uma legitimidade universal, pelo contrário, o relativismo ético destaca a importância da subjetividade dos padrões e do ponto de vista individual. 1.1.2 - A opinião pessoal Existem pensadores que não concordam com a forma interpretativa de ética pois expressam que a verdade não é um conceito relativo dependente da concepção individual, mas que é um conceito definitivo e basilar em todos as ocasiões possíveis. Para esses, existe uma verdade que enaltece o homem, pois a execução de boas ações contribui para o desenvolvimento pessoal, assim como o conhecimento da verdade também ajuda o crescimento individual. Critica-se que o relativismo ético em sua forma mais radical pode significar uma falta de autonomia, ou seja, um conformismo em algo que é de forma simples bom “porque é bom pra mim”. Isto é, o valor da opinião pessoal e subjetivo que é definitivamente dá espaço a diversas interpretações possíveis. 12 1.2 Conceito Bioética A Bioética é o ramo da Ética que estuda os princípios e a conduta de indivíduos, médicos e pesquisadores, na área médica. A bioética, não se restringe ao debate e ao entendimento dos assuntos referentes ao campo médico, mas também aborda os problemas morais que perpassam o cotidiano, espraiando, dessa forma, seu objeto de estudo e interesse para outros temas como, por exemplo, o tratamento dado aos animais como cobaias ou não e os possíveis impactos ambientais de determinadas transformações genéticas ou outra forma de intervenção na natureza. O termo bioética, foi usado pela primeira vez na década de 70 pelo oncologista norte-americano Van Rensselaer Potter. Deste momento até o tempo presente os assuntos sobre os quais a bioética tem abordado cresceram e se diversificaram muito, sobretudo, devido ao avanço das pesquisas genéticas e do desenvolvimento tecnológico da medicina. A bioética baseia seus estudos em quatro princípios essenciais: i) autonomia; ii) beneficência; iii) não maleficência e iiii) justiça. 13 O princípio da autonomia versa sobre o respeito às pessoas. A defesa do princípio da autonomia busca garantir às pessoas, mesmo as que tenham algum tipo de enfermidade, a autonomia necessária para que tomem livremente as suas próprias decisões. A autonomia, nesse momento confunde-se com comprometimento, e assume a característica de direito irrenunciável não importando a situação, mesmo que essa seja de doenças graves ou não. Torna-se imperativo, dessa forma, ao médico o respeito aos valores e opções da pessoa, que tem direito e autonomia sobre a sua própria saúde. Esse tipo de debate retorna com frequência, como por exemplo, na impossibilidade de determinados seguidores religiosos de receberem transfusão de sangue, mesmo em momentos em que isso significaria a garantia da própria vida. Cabe ao médico respeitar a decisão do paciente, mesmo que isso fira o seu próprio julgamento profissional. O princípio de beneficência fala que cabe ao médico a obrigação de sempre atuar em prol dos outros. A beneficência significa buscar o melhor que possa existir, humano, tecnológico ou químico, e agir para o paciente, mas sem deixar de levar em conta seu próprio ponto de vista, pois o paciente não possui os conhecimentos médicos imprescindíveis para decidir como tem o médico. De outro modo, o princípio de maleficência visa gerar uma análise sobre as ações que possam causar algum tipo de dano ou afetar a outros. Dessa forma, o profissional deve questionar-se e se abster de realizar qualquer procedimento, caso esse não seja integralmente seguro na situação vivenciada. Contudo, na busca por uma solução adequada para a situação do paciente, devido à natureza da área médica, há sempre a possibilidade ocorrerem danos, que não são fruto de uma irresponsabilidade, despreparo ou vontade de provocar o dano. A busca por outros tratamentos ou procedimentos será consequência direta da boa formação profissional, teórica e atualizada, e da pesquisa sobre os avanços da medicina. E por fim o princípio de justiça diz respeito a igualdade de tratamento a todos visando a redução das inequidades presentes nas sociedades sejam elas de cunho social, econômico, de acesso à educação formal e a cultura, ideológicas e etc. Como exemplo da necessidade de aplicação do princípio da justiça podemos observar o acesso à sistemas de saneamento básico. É sabido que a infraestrutura de 14 saneamento básico no Brasil, e em grandes partes do mundo, é desigualmente distribuída pelos espaços das cidades. As populações de alguns bairros são atendidas integralmente, tanto pela distribuição de água quanto pela coleta de esgoto e lixo. Entretanto, outras localidades são totalmente desabastecidas por esses serviços. Isso é um grande fator de geração de desigualdades social, financeira e de saúde, além de significar um desrespeito ao princípio da igualdade de tratamento a todos em seu amplo aspecto. Com o avanço da ciência a as possibilidades que isso proporciona aos cientistas, médicos e pesquisadores, a bioética tem que aprofundar o seu debate sobre questões cada vez mais complexas e amplas, como por exemplo o direto a morrer, conhecido como eutanásia, a reprodução assistida, o aborto, a barriga de aluguel, a fertilização in vitro, a manipulação genética que possibilita a criação de outros organismos, fato que já acontece com alguns insetos utilizados para combater pragas agrícolas, a clonagem de seres vivos e os sérios problemas que podem impactar os ecossistemas e toda a biosfera. 1.3 Conceito de Maquiavélico 15 Fonte: Estátua de Maquiavel,de autoria do escultor Lorenzo Bartolini (1777 - 1850) na Galleria degli Uffizi (Museu dos Ofícios), em Florença Maquiavel foi um filósofo, político, diplomata e escritor, que viveu entre final do século XV e início do século XVI em Florença, na Itália. Sua principal obra, o livro O Príncipe, é uma obra sobre o Estado como ele é, e não como deveria ser. Maquiavel foi o responsável pelo surgimento de uma correte de pensamento, sobretudo político, mas não exclusivamente, que tem dentre outras várias e importantíssimas ideias a concepção de que “os fins justificam os meios”. Dessa forma, sobretudo do ponto de vista ético, Maquiavel passa a ser estudado intensamente pois segundo as suas ideias as más ações poderiam vir a ser justificadas devido objetivos alcançados. Essa afirmação fez, e ainda faz, com que as ideias de Maquiavel fossem profundamente estudadas, debatidas, aceitas, combatidas, criticadas, etc. As questões éticas ficam extremamente visíveis dentro dessa corrente, que ficou conhecida como Maquiavelismo, pois abre-se a possibilidade de, em prol de um ganho final, valores éticos sejam desrespeitados, direitos sejam subtraídos, inverdades sejam difundidas, opositores políticos ou grupos étnicos sejam exterminados, etc. Por exemplo, em casos recentes da política nacional e internacional a divulgação de Fake News poderia vir a ser justificada como uma 16 forma de um grupo político chegar ao poder. Nesse caso, os meios justificariam os fins? E qual é o impacto disso na sociedade? E de que forma podemos considerar ético um grupo político que por ventura chegue ao poder através da difamação de oponentes e da divulgação de Fake News? São questionamentos éticos atuais que tem que ser feitos pelo conjunto das sociedades atingidas por esse tipo de ação. Um grande questionamento feito à corrente de pensamento que se baseia na obra de Maquiavel é que ao não se fazer um julgamento sobre a moralidade dos atos praticados, e se permitir a execução de ações que ferem os padrões morais das sociedades, coloca-se em cheque os conceitos éticos construídos e aceitos por todos, e isso inviabiliza que o bem comum da sociedade seja alcançado. 1.3.1 A ambição pelo poder Grande parte dos estudiosos da obra de Maquiavel está fortemente preocupada em analisar os impactos de suas ideias na esfera da política. Segundo muitos pensadores, uma ação não decorre diretamente da virtude da justiça, que tem como objetivo apontar as boas e as más ações. O que confere a sua validade ou correção a finalidade com que ela foi executada. Ou seja, se a vontade foi alcançada a ação foi boa, caso contrário não. Dessa forma, a ambição pelo Poder é o combustível do desejo, segundo Maquiavel. Por exemplo, no mundo coorporativo podemos ter a divulgação de mensagens privadas, ou que podem ser consideradas depreciativas pela cultura da empresa, por um funcionário que busca a demissão de um colega e a sua promoção ao posto vago. Com certeza, isso fere os valores de honestidade e de ética, mas, caso o objetivo seja alcançado, pode haver a justificativa dos meios, desde que não tenham sido divulgadas inverdades. 1.4 A de Filosofia de Direito 17 O conhecimento filosófico sempre foi admirado e valorizado. Desde a Grécia Antiga, a filosofia era considerada como a única forma de se alcançar a verdade. A verdade, era um objeto de estudo concreto para a filosofia. Dessa busca, derivaram muitos outros ramos de interesse, estudo e debates como o sobre moral, ética, lógica, estética, etc. O nosso objeto de interesse, a ética evoluiu através das discussões sobre valores, conduta, moral, certo e errado. Dessa forma, a Filosofia do Direito tem como objetivo a reflexão e a discussão a respeito do conceito de justiça. Considera-se, assim, que a Filosofia do Direito é o ramo do conhecimento que faz a interseção entre o Direito e a Filosofia, tendo sempre em destaque a necessidade de aprofundar os pilares teóricos da Justiça, haja vista que o Direito é considerado o fundamento básico para existência do bem- estar da sociedade. Cabe, também, a filosofia, discutir sobre os limites do Direito. Ou seja, colocar limites para as certezas, ou “verdades”, que venham do judiciário e impactem setores da sociedade, a sociedade inteira ou, até mesmo, um único indivíduo. Um grande exemplo disso é o debate sobre a aplicação de decisões gerais em todos os casos, sem que as particularidades de cada caso ou pessoa tenham sido levados em consideração. À Filosofia do Direito também pertence o debate sobre a ligação existente entre ética e justiça. Esse debate é de suma relevância pois nem sempre algo, ou uma atitude 18 que é antiética é ilegal. Por exemplo, um funcionário público que exerce uma função técnica muito específica solicita a aposentadoria, que ele faz jus por direito. Contudo, como a sua aposentadoria é aberto um concurso público, ao qual ele mesmo se candidata. Devido a especificidade técnica do cargo, esse mesmo funcionário, que solicitou a aposentadoria, é aprovado para exercer a mesma função que já exercia anteriormente, ganhando um novo salário. As leis brasileiras permitem isso. Não é ilegal. Mas, com certeza se faz necessário um debate ético, pois irão ocorrer gastos do dinheiro público em duplicidade. Ou seja, não é ilegal, mas é antiético. Um outro bom exemplo relaciona-se aos direitos naturais do ser humano. Parte-se do princípio de que existem direitos que são universais e devem ser respeitados por todas as sociedades e governos. Nesse sentido, tudo que existe e que aflige a dignidade humana está indo contra um direito natural. Dessa forma, a falta de saneamento, a exposição a agentes que possam causar doenças, como diversos tipos de poluição, a moradia subnormal, tudo isso afeta a dignidade humana e, consequentemente, afeta um direito natural do ser humano. Dessa forma, o Direito fundamenta-se no Direito Natural, que visa garantir a dignidade e o prazer do ser humano. 1.5 Conceito de Dever 19 A palavra dever se refere a tudo que é conceituado como uma obrigação e que ao longo da vida de um indivíduo é desejado e ambicionado. O termo está ligado com a ética e a vontade, visto que se refere a aquilo que se faz ou a formas de comportamento. É isso que evidencia terem sido socialmente definidos e conceituados como adequados ou corretos para determinadas situações; estas atitudes não teriam importância social se não possuíssem ordem ou equilíbrio. Neste intuito, o dever é algo que pode ser admirado quando é realizado, porém que uma pessoa pode não fazer caso não tenha receio com a ética e a vontade. A obrigação, em alguns casos, apresenta uma situação forçosa no momento em que um indivíduo não tem poder decisório, por mais que esteja de acordo ou não com ela, por exemplo, no caso da escravidão. Em termos sociais, a ideia de dever surge precisamente como uma dos formas que um povo possui para se estruturar. Dessa forma, é um dever, por exemplo, respeitar as leis, pagar os impostos, dirigir com habilitação e educar e cuidar dos filhos menores. Esses e mais outros deveres possuem maior ou menor significado no momento em que se referem a conteúdos como a continuidade da espécie humana sobre a Terra evitar que a comunidade entre em declínio através da desordem social e moral. Diversos deveres estão bem especificados juridicamente (por exemplo, as responsabilidades que um progenitor possui perante seu filho), porém vários outros deveres refletem o direito comum (por exemplo, atravessar no sinal vermelho). Cumprir com o dever estabelece sempre algum tipo de benefício social ou individual que pode ser mais ou menos evidente. Sem dúvida nenhuma, muitas das ações que são julgadas como um dever não seriam adotadas conscientemente pelas pessoas pois muitas vezes significam esforços e atitudes que não são de todo aceitocomo prazerosas, por exemplo, o dever de ir trabalhar e pagar impostos. Para monitorar e medir o anseio ou o impulso das pessoas é que existe exatamente o dever. 1.6 Conceito de Sanções 20 Para definir sanção devemos analisar dois pressupostos que estão relacionados diretamente à ética. Com esse intuito deve-se fazer uma ampla análise crítica de como um devir humano pode ter reflexos no comportamento moral de cada pessoa. Primeiramente deve-se considerar que o termo sanção relaciona-se com a ética. Isso provoca uma reação, ou seja, tem consequências, que pode ser estar relacionada ou pode significar uma punição a ser imputada. Essa sanção é de três ordens: moral, natural ou jurídica. Cada sanção possui a sua funcionalidade esperada, que está conectada ao tipo de problema que a ação inicial causou, ou seja, a sanção é uma consequência do que o ato inicial poderia provocar. Em seguida, deve-se considerar também que as sanções podem ser aceitas como estímulo ao bom comportamento social, ou seja, as sanções possuem efeitos, tanto positivos quanto negativos, que estão de acordo com a percepção de cada indivíduo, mas servem como um estímulo comportamental nos dois casos. Nas duas abordagens de sanção, ou seja, a sanção relacionada a ética ou a sanção relacionada à punição, como um estímulo ao bom comportamento, a sanção tem como fim consertar algo. Isso pode se dar através de uma recompensa, ou seja, um prazer, ou através de uma punição. Partindo-se do pressuposto de que toda ação tem uma reação, a aplicação de sanções é imperativo em quase todas as sociedades modernas e multifacetadas, nas quais os indivíduos possuem, em maior ou menor grau, interesses, desejos e moral distintos. 21 Para melhor compreensão sobre a natureza das sanções, devemos destacar que existem inúmeras sanções que vão desde punições físicas até punições morais. De qualquer forma, as sanções são ações que devem ser cumpridas pelo penalizado. As sanções possuem correlação direta com a moral e, do ponto de vista da sociedade, as sanções tem como fim dar uma resposta, que tem que perceptível como tal, à sociedade, das condutas consideradas erradas dos seus indivíduos. Ou seja, as sanções, de têm como propósito normatizar o comportamento da social relativos às leis de um Estado. Dessa forma, precisam ser implementadas de forma isonômica àqueles que cometem um erro comportamental e causem danos a outros indivíduos. De toda forma, é consenso que sem a imputação de penas e sanções seria extremamente difícil a implementação de leis tanto como um viés educativo quanto punitivo. 1.7 Conceito de Moral A moral é o conjunto de princípios e normas que norteiam e guiam o comportamento dos indivíduos. De forma individual ou coletiva, em uma determinada comunidade, é o meio que as pessoas têm e utilizam para balizar as suas atitudes e conseguir saber se uma ação é boa ou não. 22 Etimologicamente a palavra vem do latín moris, cuja tradução pode ser costume. Não raramente ouvimos as pessoas usarem os termos moral e ética como sinônimos. Contudo moral tem um significado mais ligado à ação efetiva e prática, como, por exemplo, ter o hábito de ceder o lugar a uma pessoa de mais idade, incapaz ou grávida em um transporte público. Dessa forma, como moral está diretamente conectada à ação, à atitude, a cada ação corresponderá uma consequência social que fará surgir uma determinada situação boa ou não, positiva ou negativa. A ação implementada será avaliada pelo conjunto da sociedade a partir das características positivas ou negativas da situação que se desenhou. Dessa forma, para que a sociedade consiga existir de forma harmoniosa se faz necessário que exista um consenso sobre o que são boas ações e o que são más ações. Isso se faz necessário para que as pessoas, de forma individual, possam decidir sobre as atitudes que irão tomar nas mais variadas situações. Esse tipo de moral chama-se Moral Direta, pois independente da decisão do indivíduo a respeito de suas próprias ações, as regras morais existem e são aceitas e seguidas pela maior parte da sociedade Dessa forma, a moral pode ser entendida de forma objetiva ou subjetiva. A moral objetiva é inerente ao grupo social ao qual está inserido o indivíduo, ou seja, diz respeito às normas e costumes sociais que o indivíduo tem a obrigação de seguir. A moral subjetiva é particular, individual, e possibilita que a pessoa obedeça ou desobedeça às normas vigentes. A moral também pode ter um sentido contrário, ou seja, a imoralidade. Isso decorre do fato do homem ter o livre arbítrio para tomar atitudes corretas ou não, ou seja, positivas para si e para a sociedade, ou negativas na mesma intensidade e impacto. Desse modo a moral conecta-se com a liberdade de ação e de escolha humana sobre a qual há a influência de todo um sistema de valores individuais. Dessa forma, a moral baseia-se na liberdade, que é um valor inerente ao ser humano, através da qual torna-se possível executar ações positivas ou injustas. No caso do mundo do trabalho, a reflexão moral contribui para que o homem se comprometa com os valores da empresa e consiga, dessa forma, crescer como pessoa e também como profissional. Isso, tendo sempre em questão os princípios aceitos da verdade e do 23 bem. Aristóteles afirmava que refletir sobre a moral no trabalho era imperativo pois ajudava o ser humano a evoluir como pessoa e ter uma boa vida. Continuando, a moral explicita, também, o comprometimento do ser humano em relação à sociedade em que está inserido, pois as boas ações de uma única pessoa têm como consequência o bem comum de todos. Tendo essa certeza, podemos afirmar que a moral visa, acima de tudo, o bem comum de todos os membros da sociedade. Dessa forma, a busca pelo bem-estar comum gera o bem-estar individual, que gera o bem-estar da sociedade em um movimento cíclico e positivo. Assim, as normas de ética e moral enaltecem o indivíduo através da consolidação de valores positivos, que tem como consequência o sucesso pessoal, o aumento do amor próprio, o respeito ao próximo, o reconhecimento do princípio de dever e a busca e o alcance da felicidade. Nos remetendo a todas as situações e discussões anteriores, podemos concluir que cada pessoa é livre para tomar as suas próprias decisões e escolher seus próprios caminhos. Contudo, deve-se sempre ter em mente que as sociedades têm sua moral instituída e, dependendo do caminho que for escolhido e percorrido, as consequências poderão ser de aceitação, admiração, reconhecimento, preconceito ou até mesmo isolamento. Dessa forma como a ética, a moral, já era objeto de estudo, atenção e ensino na primazia pelos grandes pensadores como Platão, Aristóteles, Sócrates, Pitágoras e Epicuro, entre outros. 1.8 Conceito de Princípios 24 Os princípios são os códigos ou regras que tem por objetivo nortear o comportamento de um cidadão. Os princípios se apoiam em valores universais que podem ser aplicados a qualquer grupo, cultura, comunidade como, por exemplo, não mentir, respeitar as outras pessoas, não brigar ou incentivar brigas, ajudar os mais necessitados, ser solidário, etc. Os princípios não são apenas uma amostra dos valores básicos que o ser humano precisa para evoluir e buscar a felicidade. Os princípios, estão na base dos valores dos seres humanos e têm como característica primeira terem alcance e reconhecimento universal, estando presente, inclusive, em quase todas as doutrinas religiosas que existem. O indivíduo descobre durante o transcorrer de sua vida, através das experiências vivenciadas muitas situações negativas que ficam a mostra através de suas próprias ações e que podem ter impactos desagradáveis em sua vida particular, na sociedade em geral e, não raras vezes, no ambiente em que se está inserido. Devido a esse quadro, para queseja possível construir e viver em um mundo, em uma realidade, harmônica e agradável, tem-se buscado criar códigos socias de conduta e respeito que sejam reconhecidos e seguidos por todos ou por uma grande parte das pessoas. Está provado que em uma sociedade harmoniosa, gestos simples, como por exemplo, oferecer ajuda a quem está passando por um problema momentâneo em casa ou no trabalho contribuem fortemente para que se saia mais rapidamente de uma crise. Portanto, com gestos simples, como estender a mão para ajudar uma pessoa a se levantar ou atravessar uma rua, o homem, construiu 25 princípios éticos, que têm sido reconhecidos, seguidos e propagados para outras pessoas e outros lugares apresentando resultados positivos. Por outro lado, o abandono de tais comportamentos ou valores tem sido percebido como um indício forte de falta de ética. É claro que não há uma uniformidade de comportamento na sociedade. Cada pessoa, de acordo com a sua formação educacional, seu nível de instrução e de preocupação social, formará seus próprios princípios, que serão utilizados para julgar conscientemente situações do seu cotidiano. Contudo, os princípios éticos individuais não podem se sobrepor aos do conjunto da sociedade. 1.9 Conceito de Antivalores O conceito de antivalor está diretamente conectado com a ética e com os valores morais de uma determinada sociedade. Os antivalores são as ações, os comportamentos e as condutas que, em uma sociedade organizada e harmônica, podem ser apontados como perigosos, negativos ou prejudiciais para toda a comunidade, gerando desagregação e caos social e/ou econômico. Ou seja, os 26 antivalores colocam em risco a convivência social equilibrada e o respeito às normas e regras estabelecidas, que são indispensáveis para o crescimento e evolução de um grupo. Em quase todos os sistemas sociais ou religiosos os valores considerados como positivos são: liberdade, a felicidade, a solidariedade, a honestidade, o companheirismo, a paz, o amor, a tolerância, a injustiça e a fidelidade. E, os antivalores são: a inveja, o egoísmo, a traição, a mentira, a violência, o racismo, a injustiça, a abandono. (PEDRO, 2014) Em todas as sociedades os antivalores e os valores morais positivos coabitam. Contudo, ao longo da história da humanidade, é possível identificar momentos em que a crise dos valores morais conduziu a sociedade e grandes desagregações. Como exemplo podemos citar as perseguições da Alemanha Nazista, os regimes políticos racistas, como o Apartheid na África do Sul e no Sul dos Estados Unidos, etc. Nesses momentos, os antivalores prevaleceram sobre os valores positivos para a convivência harmoniosa no interior das sociedades. 1.10 Conceito de Consciência Moral O ser humano é o único ser vivo que de forma consciente é capaz de ações despretensiosas de grande generosidade com o seu semelhante. Esse comportamento deriva da capacidade que todo indivíduo possui de julgar o que é correto ou não em sua conduta. Isso advém da consciência moral, que é fruto de um julgamento racional a respeito do certo e do errado, do bem ou do mal. 27 A corrente filosófica que se baseia nos escritos de Maquiavel afirma que os fins justificam os meios. Mas, tendo em vista a nossa própria consciência moral, que é a forma de julgar os nossos atos racionalmente, podemos afirmar que os fins não justificam os meios e que a própria realização do bem, ou seja, implementar uma boa ação, é um fim em si mesmo pois gera bem-estar, tranquilidade e satisfação pessoal e individual, que se propaga pela sociedade. Do ponto de vista social, a consciência moral determina a importância do respeito ao seu próprio semelhante. O senso de justiça é uma das mais essenciais características para se reproduzir uma correta compreensão a respeito do que sejam os valores morais. A partir desse ponto, a moral faz com que as leis e os princípios universais sejam assimilados e por isso, a pessoa interiorize para si próprio o conceito de obrigação moral. Mas, infelizmente é inegável que, da mesma forma que o ser humano é capaz de atitudes generosas também é capaz de cometer grandes faltas. Por causa disso é que o estudo sobre a ética se torna imprescindível pois são os valores éticos que irão determinar a integridade do indivíduo, e do profissional, para que se erros acontecerem eles possam ser reparados de forma justa. 1.11 O Conceito de Lei Natural 28 A ciência jurídica não é construída em cima de gerais da natureza. Ela é feita pelos homens que normatizam a vida cotidiana a partir dos critérios de justiça desenvolvidos pelas diferentes sociedades. Entretanto, o Direito Legal possui, sim, o seu pilar inicial no Direito Natural que visa lançar luz sobre o que é apropriado, ou não, ao ser humano e aquilo que é oposto à sua dignidade e bem-estar. Esta concepção forma-se a partir do entendimento de que certos direitos e obrigações do ser humano são inerentes a dignidade do ser humano e são inegociáveis. Essa concepção tem como base o respeito à vida humana. Dentro desse contexto, a lei natural norteia a vontade humana de acordo com o que é e o que não é correto. Contudo, uma questão se impõe: de que forma, o ser humano pode introjetar os direitos que lhe são próprios por natureza? A resposta é a única possível, ou seja, através do julgamento racional. Por causa disso, o Direito formado pelos homens deve expor a essência deste ordenamento jurídico natural. Há de se afirmar, também, que a Lei Natural, que ajuda fortemente na distinção entre o que é correto e o que não é correto, está na essência da ética, que é assunto dessa nossa disciplina. A aceitação a existência de uma Lei Natural não pode ser feita sem contestação. Nós vivemos em sociedade e a crença em uma Lei Natural deve se fazer a partir de um debate que inclua, também, as normas desenvolvidas pelo homem. Um dos principais, e sempre atual, debate realizado pelos defensores da existência de uma Lei Natural diz respeito a própria vida. A vida é considerada um dos direitos fundamentais da pessoa humana. Dessa forma, temas como aborto e eutanásia possuem conotações éticas que são contrários os princípios desta Lei Natural, segundo os seus defensores. 29 O debate sobre a existência de um Direito Natural é muito importante pois nem todos os filósofos defendem a existência de uma Lei Natural, que deveria ter, por essência, a característica de ser universal e atemporal. Contudo, os valores de quase todas as sociedades ocidentais são permeados por valores que veem das religiões judaica e cristã. Por isso, não poderiam ser considerados valores universais e atemporais. 30 UNIDADE 2: REFLEXÕES E CONSIDERAÇÕES SOBRE A ÉTICA No decorrer do dia-a-dia diversos julgamentos ou pré-conceitos são feitos continuamente. Isso faz parte da história da humanidade. O cotidiano do ser humano é repleto de situações opostas e antagônicas entre o bem e o mal, o certo e o errado, etc. O que diferencia cada um deles é reflexo da boa conduta do indivíduo perante a sociedade ou a sua comunidade. Isso tem a ver com a boa índole refletida na boa conduta frente à sociedade. Mas, essa boa conduta é normatizada por regras de comportamento que visam a garantia do bem viver de todos e que devem sempre ser revisitadas e preservadas. regras de bem viver de todos, que precisam ser preservadas. Nunca devemos confundir essas regras com as leis escritas de um país, apesar dessas últimas também estarem conectadas com os princípios de justiça social. Dessa forma, os valores morais, como a ética são objetos essenciais para a harmonização dos grupos, sobretudo devido a diversidade interna das sociedades, a fim de que haja uma estabilidade e bom funcionamento social, proporcionando que nenhuma pessoa saia prejudicada.Atualmente, diversas pessoas citam a palavra “ética”, mas, quando perguntadas, não conseguem explicá-la nem defini-la. Em um primeiro momento a ética nos remete a norma, liberdade e comprometimento. Falar em ética significa falar de liberdade, porque não faz sentido falar de norma ou de responsabilidade se não partimos da suposição de que o ser humano é de fato livre para agir, ou pode sê-lo (SERAFIN, 2016). A norma nos diz como temos que agir. E, se temos que agir de tal modo, é porque também podemos não agir deste modo. Isto é, se temos que respeitar, é porque podemos respeitar ou somos capazes de desrespeitar à norma. Também não teria sentido falar de responsabilidade, se o condicionamento ou o determinismo fosse tão completo a ponto de considerar a resposta como mecânica ou imediata (SERAFIN, 2016). Por outro lado, se declararmos que o determinismo é total, não há o que falar de ética; porque a ética refere-se às ações humanas, e, se estas são totalmente estabelecidas de fora para dentro, não há espaço para a liberdade, como 31 autodeterminação e, consequentemente, não há espaço para a ética. (SERAFIN, 2016) Para falar sobre um dos ramos da filosofia aplicado aos temas morais que orientam um meio social, é necessário refletir sobre os impasses da conduta dos indivíduos, na atualidade, em todos os âmbitos sociais, a começar na família, na escola, no trabalho e assim consecutivamente. Refletir nos descaminhos dos seres humanos, refletidos na violência, na retirada, no egoísmo e na indiferença pela sorte do próximo e até mesmo da sociedade. Na atualidade a ética compreende uma grande área, podendo estar relacionada com assuntos associados ao ambiente familiar, escolar, profissional, econômico, social e político. Existem códigos de ética profissional que sugerem como o indivíduo deve se comportar no âmbito da sua profissão. Nos dias atuais com um mundo cada vez mais globalizado e competitivo, as pessoas se preocupam com a ética nos seus negócios revelando-se cada vez mais eficientes para competir com sucesso e obter resultados positivos. Outro exemplo a ser mencionado é na área política onde a sociedade tem exigido cada vez mais a moralidade de seus agentes e representantes, e, cada vez mais “condenando” as ações que saqueiam os cofres públicos tirando do povo o recurso que deveria ser utilizados na prestação de serviços a população (educação, saúde, segurança, infraestrutura). Na arena política vale destacar a importância que os conceitos de democracia e direitos humanos assumiram que são também, conjuntamente, de cunho moral: como por exemplo, a partir do debate em volta dos conceitos de liberdade, igualdade e justiça social. Mas o que é certo, o que é errado? Existe uma variedade de discussões políticas relacionadas aos direitos de grupos sociais as quais devem ser notadas como questões morais: a questão do aborto, por exemplo, que provoca enorme polêmica quando colocado em pauta, os direitos dos deficientes, a eutanásia, entre outras questões. São temas complexos que perpassaram o tempo e hoje geram em discussões que esbarram no sentido ético para a solução de cada situação em seu tempo. 32 Diretamente relacionada ao aspecto político, a ética nos remete também à idéia de cidadania e a vida em comunidade com o objetivo da realização das pessoas. A ética na cidadania busca refletir sobre o comportamento humano sob o ponto de vista das noções de bem e de mal, de justo e injusto, englobando as normas morais e as normas jurídicas; a ética na cidadania busca um meio em que as pessoas venham exercer a interação na sociedade atendendo essas leis morais para um melhor desempenho da comunidade humana. Crise moral da humanidade Sabemos que nenhum indivíduo nasce conhecendo e aceitando o conjunto de valores morais. Dessa forma, devemos destacar o papel da educação. É através das instituições escolares que as pessoas desenvolvem sua personalidade moral. E em uma sociedade competitiva e individualista como a que vivemos, pode parecer ilusão aspirar por valores como a justiça, baseados na reciprocidade e no compromisso pessoal. Vemos todos os dias o modelo de um país que esqueceu esse “princípio da vida”. Nem é necessário dizer quem mais padece com essa falta de compromisso. Nesse sentido, problemas sociais como as desigualdades e a imoralidade se proliferam ficando cada vez mais aguçando a crise dos valores morais e sociais. E isso afeta a humanidade, de modo geral (SERAFIN, 2016). A ética supõe-se a necessidade da reflexão sobre valores sociais em meio à crise determinada restrita ao individualismo e à competitividade, por isso, se torna necessário, mais do que nunca, uma preocupação com o social. Sim, pois a crise da humanidade é uma crise moral. Evidencia-se aqui, a falta de ética nos diversos âmbitos. O debate sobre a justiça social é também um debate moral, permitindo que os valores das ações sociais encontrem-se deturpados devido à lógica do sistema vigente. Bem e mal, certo e errado, justo e injusto cederam espaço ao sentimento de sobrevivência, do “salva-se quem puder” ou do interesse particular e individual numa sociedade exploradora, que mascara a liberdade, condição fundamental para a realização de ações morais. Dessa forma, vivemos em uma sociedade globalizada, onde o mundo se tornou uma enorme aldeia global. Em época nenhuma se atingiu um grau de inter- relacionamento que nos permitisse falar em um mercado mundial que estabelece a 33 produção, a distribuição e o consumo de bens, e em uma cultura da virtualidade real, que liga todos os pontos do mundo e influencia comportamentos. E em meio a esse processo fala-se ainda de uma “ética do mercado”. Em meio a todos estes fatores sociais e globais, torna-se necessário que cada ser humano esteja ciente de que não bastam às reflexões, é necessário mudar conceitos, ter posturas condizentes com o que harmoniza a sociedade em todos os seus ramos. Não se pode ignorar que, tanto no contexto das relações humanas, quanto no político, econômico e social, constantemente são realizados decisões de forma moral. Basta observar que um enorme espaço nas discussões entre amigos, na família ou no trabalho compreende aqueles sentimentos que pressupõem juízos morais: indignação, rancor, sentimentos de culpa e vergonha. Também no domínio político julga-se moralmente de forma contínua, e valeria à pena considerar que aspecto teria uma concorrência política não conduzida pelo menos por categorias morais. Entretanto, não há receitas para o agir bem: o compromisso consigo, com os outros, com as novas gerações demanda um estado de alerta constante. Viver perante os padrões da moral não é uma atividade simples nem fácil, mas há a possibilidade de participar de um mundo moral. E o que podemos tirar de lição é que os problemas éticos presenciados na atualidade não vão se solucionar apenas por iniciativas isoladas de educação ou instrução ética dos indivíduos. É necessário desejo individual e política de mudar as condições sociais geradores das adversidades sociais como a violência, a corrupção, a exploração, dificuldades dos que estão à margem da sociedade. Em outras palavras: não basta “reformar o indivíduo” para “reformar a sociedade”; é necessário reconstruir os dois. Um projeto moral desligado de um projeto político sucumbiria a falta de sucesso. Os dois processos andam unidos, porque formar o ser humano completamente moral, ético, só é possível na sociedade que também se esforça para ser justa e democrática, com direitos iguais a todos. E sendo a ética a ciência que estuda o comportamento humano (como o entedia o filósofo grego Aristóteles) com destaque tantos nos valores individuais como nos valores do individuo diante a comunidade a qual pertence, é necessário cobrar de 34 cada um e da sociedade honestidade e dignidade nos seus atospolíticos, sociais, culturais, religiosos ou morais. É importante realizar uma análise de como a ética se faz vigente em nossa vida, nos dias atuais, porque se observa que certos valores que cada indivíduo assimila no transcorrer de sua formação como pessoa, muitas vezes obtidos em sua família e escola, estes valores procuram nos conduzir através de nossas escolhas, entre o correto e o incorreto, o bem e o mal, temos uma liberdade de escolha que nos faz mais responsáveis por nossas ações e que vem a nos motivar a colocar em prática nosso respeito e dignidade, levando em conta o bem comum de todos a nossa volta. 35 UNIDADE 3: ÉTICA NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO A ética profissional é um conjunto de valores e normas de comportamento e de interação usados no local de trabalho, no desempenho de qualquer atividade. Ter uma conduta ética é saber desenvolver relações de qualidade com colegas de trabalho, chefes e subordinados, colaborar para bom funcionamento das atividades de trabalho e para a formação de uma imagem positiva da instituição diante os públicos de interesse, como acionistas, clientes e a sociedade em geral. (DEFRAYEMENT, 2016) Líderes de instituições e organizações têm sustentado que bons locais de trabalho, com relações amigáveis e respeitosas, contribuem para a elevação do grau de confiança e comprometimento entre os funcionários, pensando no crescimento da produção e no desenvolvimento da empresa. E que comportamentos antiéticos impedem o clima organizacional, afetando o rendimento das equipes. Conduta ética ajuda a conquistar e manter seu emprego Os funcionários que conseguem desenvolver relações de qualidade entre os colegas e alcançar a confiança dos líderes, com uma conduta de trabalho apropriada e resultados reais, são os que alcançam maior sucesso no desenvolvimento de suas carreiras. Você precisa compreender e respeitar os limites de sua função, zelar pelos instrumentos de trabalho e o patrimônio da organização e cooperar para o bom rendimento de sua equipe. Essas são condições básicas para a construção de uma conduta ética no trabalho. Fatores importantes que auxiliam neste processo: Honestidade: Dizer sempre a verdade e ser responsável por suas falhas. É muito melhor aprender com os erros do que procurar um culpado para suas falhas. 36 Sigilo: Algumas informações de trabalho são extremamente sigilosas. Obedecer esta condição, preservando o sigilo. Competência: Realizar sua função com comprometimento e consciência, visando o melhor resultado para a organização, e não apenas o seu resultado particular. Prudência: Respeitar a hierarquia da sua empresa e não interfirir de forma negativa no trabalho de seus colegas de trabalho. Humildade: Identificar o seu espaço e o seu papel dentro da organização. Imparcialidade: Descubrir a diferenciar as relações pessoais das profissionais e pensar sempre como primordial a realização do seu trabalho. (DEFRAYEMENT, 2016) O Código de Ética Profissional Algumas carreiras contam com conselhos de representação que têm a obrigação de criar códigos de ética específicos para cada área de atuação. Alguns exemplos muito conhecidos, Conselho Federal de Medicina (CFM), ou no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). Esses Códigos de Ética elaborados pelos conselhos existem para padronizar métodos operacionais e posturas de comportamento, proporcionando a segurança dos colaboradores e dos usuários de cada serviço. Eles definem princípios ético- morais de determinada profissão, e prevêem penas rigorosas aos trabalhadores que não obedecerem aos procedimentos e normas de sua área, preservando a sociedade de injustiças e desrespeito em qualquer âmbito. Por isso, cabe ainda aos conselhos a função de supervisionar o efetivo cumprimento dos códigos de ética. Fique atento às normas existentes em sua profissão. Independentemente de ter ou não um Código específico, todas as profissões requerem o desempenho de valores morais e princípios éticos conhecidos universais como a honestidade, a competência e a responsabilidade. 37 O Código de Conduta Ética Organizacional Todas as empresas ou organizações obedecem aos padrões éticos profissionais ditados pelo sentido comum. Mas, muitas vezes, elas tendem a criar suas próprias normas para garantir o bom funcionamento dos processos de trabalho e o alcance dos seus objetivos estratégicos. Quanto maior a instituição, mais necessário se faz a aplicação do código de conduta ética organizacional, um instrumento que padroniza os métodos de trabalho e estabelece normas e valores de conduta para todas as áreas, da mesma forma. O código de ética organizacional propõe o efetivo cumprimento das normas definidas pela instituição, apesar de a ética não ser coativa, ou seja, o seu não cumprimento não implica em penas legais. O processo de elaboração do código envolve a participação de trabalhadores de diferentes setores, para tornar a documentação de fácil acesso e adequado a todas as áreas, da forma mais democrática possível. Normalmente é conduzido pelo departamento de Recursos Humanos das empresas, com a formação de um comitê de ética, ou desenvolvido por uma consultoria externa contratada. É comum que todos os funcionários recebam uma reprodução do documento, como instrumento de trabalho, e sejam orientados a consultá-lo habitualmente, recorrendo aos líderes apenas em caso de dúvida. Vários códigos de conduta ética organizacional prevêem ainda um espaço ou um canal de comunicação individual para denúncias, onde os funcionários da empresa podem apresentar, de forma anônima, ocorrências associadas ao não cumprimento das normas definidas que tenham sido constatados dentro do ambiente de trabalho ou na relação com clientes, por exemplo. Dessa forma, parece que é um instrumento punitivo, elaborado apenas para impor disciplina. Mas, é muito mais fácil desenvolver um trabalho com qualidade e competência quando se conhece as normas da empresa. 38 RESUMO: Com a grande profissionalização e especialização do conhecimento que se prosseguiu à revolução industrial, grande parte dos segmentos que eram objeto de estudo da filosofia, particularmente da ética, foram definidos como disciplinas científicas livres. Desta forma, é comum que atualmente a ética seja definida como "a área da filosofia que se ocupa do estudo das normas morais nas sociedades humanas" e busca esclarecer e justificar os hábitos de um determinado agrupamento humano, bem como fornecer incentivos para a resolução de seus impasses mais frequentes. Neste sentido, ética pode ser definida como a ciência que estuda a conduta humana e a moral é a satisfação desta conduta, quando julga- se da concepção do bem e do mal. Ética, como um conceito, diferencia-se da moral porque, enquanto esta se alicerça na obediência a tradições e hábitos recebidos, a ética, ao contrário, busca alicerçar as ações morais exclusivamente pela razão. A ética também não deve ser comparada com a lei, embora com certa periodicidade a lei tenha como base princípios éticos. Ao contrário do que ocorre com a lei, nenhum indivíduo pode ser constrangido pelo Estado ou por outros indivíduos, a cumprir as normas éticas, nem sofrer qualquer penalidade pela desobediência a estas; por outro lado, a lei pode ser omissa quanto a questões envolvidas no projeto da ética. 39 LEITURA COMPLEMENTAR: TAILLE, Yves de La. Moral e Ética: Uma Leitura Psicológica. Revista: Psicologia: Teoria e Pesquisa, 2010. Ed. Universidade de São Paulo., Vol.26, número especial, pp. 105-114. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26nspe/a09v26ns.pdf. Acesso em 22/03/2016. BARROSO, Luís Roberto. Artigo: Ética e jeitinho brasileiro. Jornal O Globo. Edição de 03/09/2017. Disponível em: https://oglobo.globo.com/rio/artigo-etica-jeitinho-brasileiro-21784078. Acesso em 15/02/2016. http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26nspe/a09v26ns.pdf https://oglobo.globo.com/rio/artigo-etica-jeitinho-brasileiro-21784078 https://oglobo.globo.com/rio/artigo-etica-jeitinho-brasileiro-21784078 40 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICAS: ARRUDA, Maria Cecília Coutinho de. WHITAKER, Maria do Carmo. RAMOS, José Maria Rodrigues. Fundamentos de Ética Empresarial e Econômica. Ed. Atlas. São Paulo, 1995. DEFRAYEMENT. (2016). Você é Ético Profissionalmente? Disponível em http://www.defrayfire.com/voce-e-etico-profissionalmente/. Acesso em Acesso em 02/10/2018. MANIERI, Dagmar. Ética, Política e Responsabilidade Moral: O Complexo de Macbeth. Ed, Juruá. São Paulo, 2015. MARCONDES, Danilo. Textos básicos de ética de Platão a Foucault. Rio de Janeiro J. Zahar, 2007. NALINI, José Renato. Ética Geral e Profissional. Ed. Revista dos Tribunais. São Paulo. 2016. PEDRO, Ana Paula. Ética, moral, axiologia e valores: confusões e ambiguidades em torno de um conceito comum. Kriterion, Belo Horizonte, v. 55, n. 130, p. 483- 498, Dec. 2014. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100- 512X2014000200002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 07 Dec. 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S0100-512X2014000200002. RUSSELL, Bertrand. A Sociedade Humana na Ética e na Política. Ed. Companhia Nacional. São Paulo, 1956. SERAFIN, Aparecida. (2016) Ética para os Nossos Dias. Disponível em https://pt.scribd.com/document/347939575/A-Etica-Para-Os-Dias-de-Hoje. Acesso em 02/10/2018. VÁSQUEZ, Adolfo. Sanches. Ética. Ed. Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 1995. http://www.defrayfire.com/voce-e-etico-profissionalmente/ https://pt.scribd.com/document/347939575/A-Etica-Para-Os-Dias-de-Hoje
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