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BIBLIOLOGIA - APOSTILA

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ÍNDICE
Lição 1 - A Bíblia................................................................................................. 02 
Lição 2 -	0 Cânon da Bíblia................................................................................... 15 
Lição 3 - Inspiração Bíblica................................................................................... 28
Lição 4 - Revelação Bíblica ................................................................................. 40
Lição 5 - Preservação e Tradução Bíblica...............................................................53
Lição 1
A BÍBLIA
 "Cremos na inspiração divina e plena da Bíblia, bem como na sua infalibilidade e inerrância1, 
 como única regra de fé normativa para a vida e o caráter cristão". 
 Leia (2Tm 3.14-17) 
 
 Nos primórdios da civilização o homem para viver em grupo necessitou de normas que regulasse os seus direitos e deveres. Surge assim, após diversas experiências, a constituição que, transgredida, priva o cidadão dos bens maiores: a vida, a liberdade, etc. 
 Semelhantemente no mundo espiritual, Deus estabeleceu a Bíblia Sagrada como fonte de vida. A Palavra de Deus liberta da escravidão do pecado os que vivem na mentira. 
 Horace Greeley assim define a importância da Bíblia: "É impossível escravizar mental ou socialmente um povo que lê a Bíblia”. 
 Os princípios bíblicos são os fundamentos da liberdade humana: "E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (Jo 8.32). 
 0 conhecimento da Bíblia Sagrada posto em pratica, liberta o ser humano da escravidão do pecado, pois quem comete pecado é escravo do pecado. 
 Necessitamos da Bíblia, pois é alimento espiritual para nós: "Achando-se as tuas palavras, logo as comi, e a tua palavra foi para mim o gozo e alegria do meu coração; porque pelo teu nome me chamo, ó Senhor, Deus dos Exércitos" (Jr 15.16). 
 A Escritura é a segurança para caminharmos no mundo de trevas: "Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz para o meu caminho" (SI 119.105). Muitos andam em trevas por não conhecerem a luz gloriosa de Deus. 
 A Bíblia é a maravilhosa biblioteca de Deus com sessenta e seis livros. É acima de tudo a verdade para o fatigado peregrino; é hábil, eficaz e vigoroso cajado. 
 Para os sobrecarregados e oprimidos pelos fardos da vida, ela é suave descanso; para os que foram feridos pelos delitos e pecados, é um bálsamo consolador. Aos aflitos e desesperados, sussurra 
uma alegre mensagem de esperança. 
 Para os desamparados e arrastados pelas tormentas da vida é uma âncora segura; para a 
solidão, é uma mão repousante [sic]2 que acalma e tranquiliza suas mentes. 
 O termo Bíblia não existe no texto das Sagradas Escrituras. O vocábulo "Bíblia" significa 
coleção de livros pequenos e deriva da palavra "biblos", nome dado pelos gregos à folha de papiro 
preparada para a escrita. 
 A palavra portuguesa Bíblia vem do grego, bíblia, que é o plural de "bíblion", livros. A expressão "Bíblia" foi aplicada às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo, patriarca de Alexandria. Trata-se de uma coleção de livros perfeitamente harmônicos entre si. 
 Tais livros foram reunidos num só volume através de um longo processo histórico divinamente dirigido: a sua canonização; isto é, o reverente, criterioso e formal reconhecimento pela Igreja dos 
escritos divinamente inspirados do Antigo e do Novo Testamento.
 Esse conjunto de escritos sagrados passou a denominar-se cânon ou escrituras canônicas.
1 Que não pode errar; infalível. Não errante; fixo. 
2 [Lat "assim".]. Adv. Palavra que se pospõe a uma citação, ou que nesta se intercala, entre parênteses ou entre colchetes, para indicar que o texto original é bem assim, por errado ou estranho que pareça. 
A Bíblia é uma Dádiva de Deus
 Deus, que antigamente falou "muitas vezes e de muitas maneiras aos pais" (Hb 1.1), queria que a sua Palavra não somente ficasse guardada pelos homens por meio da sua própria experiência com Deus e pela tradição falada, isto é, os pais contando aos seus filhos, etc. 
 Deus ordenou a Moisés: "Escreva isto para a memória em um livro" (Êx 17.14). Ordem esta que foi depois repetida durante 1.600 anos por um valor aproximado de 40 homens inspirados por Deus, e assim surgiu: "O livro de Deus" (Is 34.16), a "Palavra de Deus" (Ef 6.17; Mc 7.13), "As Santas Escrituras" (Rm 1.2), que nós chamamos de Bíblia. 
 Os que escreveram os livros da Bíblia receberam as mensagens de diferentes maneiras. Às vezes Deus disse: "Escreve num livro todas as palavras que eu tenho dito" (Jr 30.2; 36.2; Hc 2.1,2). Muitas vezes os autores escreveram: "Veio a mim a palavra de Deus" (Jr 1.4), "palavras da vida para no-las dar" (At 7.38). 
 Isaías menciona 120 vezes o que o Senhor lhe fala; Jeremias 430; e Ezequiel 329 vezes. Outros registram acontecimentos como se escreve história (Ex 17.14 etc.). 
 Uns examinaram minuciosamente sobre o que deveriam escrever (Lc 1.3); outros receberam a mensagem por revelação (At 22.14-17; Gl 1.11,12, 15,16; Ef 3.1-8; Dn 10.1), sonhos e visões (Dn 7.1; 
Ez 1.1, 2Co 12.1-3). Mas, escreveram o que receberam pela inspiração do Espírito Santo e podiam dizer: "O que recebi do Senhor também vos entreguei" (ICo 11.23; 15.3). 
 As Escrituras produzem resultados práticos indiscutíveis; têm influenciado civilizações, transformado vidas e trazido luz, inspiração, conforto a milhões de pessoas. Nelas podemos confiar a orientação integral de nossa vida e extrair os fundamentos do bem-estar e liberdade humana. O Senhor as estabeleceu como: regra, bússola, alimento e fonte de bênçãos para a vida do crente. 
Autenticidade Bíblica
 A autenticidade da Bíblia é fundamentada na infalibilidade e inerrância. Os atributos da divindade são por ela revelados. Ela é autêntica em tudo, pois o próprio Deus é o seu autor, o Espírito Santo, o seu inspirador. Nela são autênticos e inerrantes as revelações e os fatos narrados. 
 O racionalismo se opõe vorazmente contra a autenticidade, infalibilidade e a autoridade da Bíblia. O ateísmo, assim como o racionalismo, jamais poderá ofuscar a autenticidade das Escrituras. O problema do ateu em não querer aceitar a Bíblia como Palavra de Deus está na forma como ele se comporta ao ler as Escrituras, pelo fato de não querer observar o que ela realmente está dizendo. 
 Uma das principais afirmações da autenticidade da Bíblia é sustentada por Jesus, quando diz aos judeus que as Escrituras dão testemunho dEle (Jo 5.39). 
 As Escrituras revelam sua autenticidade à menção de Jesus ao profeta Jonas, cujo livro foi escrito aproximadamente 790 anos antes de Cristo. Jesus afirma que Jonas esteve no ventre do grande peixe por três dias e três noites e que o profeta pregou aos ninivitas. 
 Portanto, tentar obscurecer a inerrância das Escrituras é no mínimo um ato grotesco! O Senhor Jesus Cristo confirmou a sua veracidade: 
"Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade" (Jo 17.17). 
Verificação
 O Antigo Testamento declara-se escrito sob inspiração especial de Deus. A expressão "Deus disse” ou "disse Deus" - como forte indicador da chancela1 divina nos escritos sagrados é usada mais de 2.600 vezes na Bíblia. A Lei, os Salmos, os Profetas, os Evangelhos, as Epístolas, o Apocalipse - Antigo e Novo Testamento receberam de Deus sua inspiração. 
 O Novo Testamento cita as leis antigas e as menciona com harmonia. Por isso há uma diferença insondável entre a Bíblia e qualquer outro livro. Essa diferença deve-se à origem, à forma e à organização da Bíblia. 
 Escrita por um valor aproximado de quarenta autores, num período de mais oumenos 
1.600 anos, abrangendo uma variedade de tópicos, a 
 
1Marca ou sinal que merece confiança e, portanto, faz aceitar como boa uma afirmação, referência, etc. 
Bíblia demonstra uma unidade de tema e propósito que só é possível explicar, considerando que há uma 
mente diretriz, uma única fonte inspiradora. 
 Quantos livros suportam sucessivas leituras? A Bíblia pode ser lida todos os dias e todas as horas da vida. Tem o seu lugar reservado em muitas bibliotecas do mundo, em centenas de milhares de casas e no coração do homem. 
 A Bíblia está traduzida em milhares de idiomas e dialetos e é lida em todos os países do mundo. O tempo não à afeta. É um dos livros mais antigo do mundo e ao mesmo tempo moderno. 
 As defesas intelectuais da Bíblia têm o seu lugar, mas, o melhor argumento é o prático. 
Como as Escrituras Chegaram Até Nós
 A história de como a Bíblia chegou até nós, na forma em que a conhecemos, é longa e fascinante. Começa com os manuscritos originais ou "autógrafos", como são às vezes chamados. Textos originais foram escritos por homens movidos pelo Espírito Santo (2Tm 3.16; 2Pe 1.20,21). 
 Céticos1 declaram que Moisés não poderia ter escrito a primeira parte da Bíblia porque a escrita
era desconhecida na época (1500 a.C.). A ciência da arqueologia2 provou desde então que a escrita já era 
conhecida milhares de anos antes dos dias de Moisés. 
 Os sumérios já escreviam cerca de 4000 a.C., e os egípcios e babilônios quase nessa mesma época. 
1 Que duvida de tudo; descrente. 
2 O estudo científico do passado da humanidade, mediante os 
testemunhos materiais que dele subsistem. 
Divisão e Classificação
 As Escrituras formam uma unidade perfeita. A palavra Bíblia significa: conjunto de livros e neste aspecto, forma o Livro dos livros, por se tratar da revelação de Deus aos homens. 
 Por causa de sua perfeita unidade, a Bíblia é uma biblioteca e um livro ao mesmo tempo. Possui vários nomes em seu próprio conteúdo, a saber: 
Escritura (Mt 21.42); Sagradas Escrituras (Rm 1.2); Livro do Senhor (Is 34.16); A Palavra de Deus (Mc 
7.13); A Lei e os Profetas (Js 1.7,8; Ne 8.3,4,18); Oráculos de Deus (ARA Rm 3.2; Hb 5.12), etc. 
 A Bíblia é dividida em Antigo e Novo Testamento, com um total de 66 livros. Uma divisão 
detalhada pode ser visualizada no quadro logo abaixo: 
 AT NT BIBLIA TODA
 Os livros das Escrituras estão classificados por assunto, sem ordem cronológica. O Antigo e o 
Novo Testamento se divide em 4 partes. 
 Antigo Testamento: 
 1ª) Lei. 
Os cincos primeiros livros da Bíblia, chamados de O Pentateuco, traz a revelação da criação e mostram todo o cuidado de Deus "em manifestar a lei, código de disciplina espiritual, civil e moral para seu povo. 
 2ª) História. 
Do livro de Josué ao de Ester, é formado um conjunto de doze livros, que nos traz a história do Povo de Deus (Israel) em suas diversas fases ou períodos, após o estabelecimento em Canaã. 
 3ª) Poesia. 
De Jó a Cantares de Salomão, encontramos a poesia bíblica, em forma de revelação, adoração e conhecimento de Deus. 
 4ª) Profecia: 
De Isaías até Malaquias, temos a revelação profética, que dividida em: 
 a) Profetas Maiores - Isaías à Daniel; 
 b) Profetas Menores - Oséias à Malaquias. 
Novo Testamento: 
 1ª) Biografia. 
O NT se inicia com os quatros Evangelhos trazendo-nos a vida maravilhosa de Jesus Cristo. Três deles formam um paralelismo no Ministério de Cristo e são chamados Sinópticos1. 
 2ª) História. 
A história do Novo Testamento é a história da Igreja, revelada em Atos dos Apóstolos. 
 3ª) Doutrina. 
As Epístolas ou Cartas, de Romanos a Judas, mostra de maneira esclarecedora todos os mandamentos do Senhor Jesus Cristo à sua Igreja. 
 4ª) Profecia. 
No Apocalipse, Deus revela o encerrar de todas as coisas sobre a égide2 de um Senhor Soberano Eterno, Glorioso e revela manifestação pessoal de Jesus Cristo e sua vitória final. 
Valor Espiritual das Escrituras
 "O Valor da Palavra de Deus é inestimável! Seu valor excede a todas as coisas. O valor, espiritual está naquilo que é". 
 Os seres humanos têm experimentado o valor da Palavra de Deus em suas vidas. Pessoas dantes3 materialistas, céticas, indiferentes, alienadas e párias4 da Sociedade, encontraram com a Palavra 
de Deus foram transformadas, abençoadas, vivificadas (Ef 2.1) e valorizadas. 
1 Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas, assim chamados porque permite uma vista de conjunto, dada a semelhança de suas versões. 
2 Escudo; defesa, proteção. Abrigo, amparo, arrimo. 
3 Antes, anteriormente.
4 Fig. Homem excluído da sociedade.
Seu valor como Livro:
 Qual o valor de um livro, capa, volume, acabamento? Ou conteúdo? A Bíblia não é um mero livro, e sim "O Livro de Valor", seu conteúdo ultrapassa todos os limites do homem, suas palavras vieram do céu (SI 119.89). São palavras que produzem vida (Jo 6.63). 
 Desde o princípio Deus estabeleceu que suas Palavras fossem escritas em um livro (Êx 17.14). Havia em Israel outros livros, principalmente o livro histórico dos Reis (2Cr 35.27). Entretanto o livro que trouxe avivamento em Judá foi o Livro do Senhor (2Rs 23.2,3), no tempo do Rei Josias. 
 Ao retornarem do cativeiro, os poucos judeus que vieram a Jerusalém fizeram um grande ajuntamento na praça (Ne 8.3), onde Esdras, o Sacerdote, trouxe o livro de Deus e abriu diante do 
povo (Ne 8.5), o que trouxe um grande despertamento para o povo de Deus (Ne 8.17). 
 Nos dias do profeta Jeremias, Deus ordenou que sua Palavra fosse escrita num livro (Jr 
36.2), e fossem lidas diante do povo (Jr 36.6). 
 Daniel descobriu o número de anos do cativeiro pelos livros (Dn 9.2), certamente o livro dos profetas, e começou a orar para a libertação do povo do cativeiro (Dn 9.3). 
 O Senhor Jesus Cristo deu importância e valor ao livro divino, em Nazaré, foi à sinagoga e leu o livro do profeta Isaías aos ouvidos do povo (Lc 4.17), ratificando1 o valor e o cumprimento da profecia (Lc 4.21). 
 Deus, na sua sabedoria, proporcionou uma coleção de livros para o seu povo em todo o mundo: 
A Bíblia (Jo 21.25). 
Seu valor como Alimento:
 Como o corpo físico precisa do alimento, nosso e alma necessitam do alimento espírito espiritual (Dt 8.3). Este é o princípio estabelecido por Deus para o seu povo valorizar a Palavra como alimento. 
 O próprio Senhor Jesus confirmou a Palavra do Pai, diante de Satanás (Mt 4.4). "Nem só de pão...". 
 A Palavra de Deus, como alimento espiritual, é comparada ao: 
 Mel - O Salmo 19.10b nos apresenta a Palavra "mais doce do que o mel", ele fala do sabor espiritual da Bíblia, o mel é um alimento completo. 
 	 Leite - O primeiro alimento do recém-nascido é também indicado para aqueles que iniciam na fé 
 cristã (Hb 5.13). 
 O escritor aos Hebreus fala de crentes que com o tempo de vida cristã já deveriam provar alimentos sólidos, entretanto ainda precisam de leite (Hb 5.12). Toda doutrina, e os primeiros rudimentos2 da Palavra de Deus, são como leite espiritual para os que nasceram de novo (Jo 3.3). Alimento sólido é 
para aqueles que superaram a infância espiritual. 
Seu valor como Guia:
 Segundo o dicionário, a palavra guia, dentre outras coisas significa, caderno ou livro, que contém indicações úteis acerca de lugares, horários, roteiros, etc. 
 Ao examinarmos as Escrituras, encontramos o fiel e perfeito roteiro de Deus que ajuda-nos alcançar: uma vida plena em Sua presença e um caminho certo para chegarmos às mansões celestiais (Jo 14.6). 
 Quando Deus retirou o povo de Israel do Egito, para orientá-los acerca de sua vontade, deu- lhes a Lei, que consistia em um guia espiritual, moral e pessoal paracada família de Israel (Dt 4.5,6). 
 A Bíblia é o livro por excelência que nos leva a salvação (At 4.12), nos conduz a uma vida de vitória (Rm 8.37), nos ensina acerca da vida, orienta-nos diante das circunstâncias boas ou ruins (Lc 12.22-34). 
Constitui-se num guia perfeito para as famílias, colocando a ordem de Deus em nossas vidas (Ef 6.1-4); orienta empregados (Ef 6.5-8), patrões (Ef 6.9) e muitos outros assuntos. 
 A Bíblia orienta-nos quando não sabemos como fazer (ICo 10.23) e ensina-nos acerca da vontade de Deus para com nossas vidas (Ef 5.17,18). 
1 Confirmando autenticamente, validando (o que já fora prometido). 
2 Elemento inicial; princípio, começo; esboço: Primeiras noções; 
princípios
Seu valor Espiritual:
 Os dias de hoje é marcado por uma verdadeira corrida ao mundo espiritual. Cremos ser um dos sinais da vinda de Cristo. Cabe à Igreja do Senhor aproveitar este momento e disseminar1 a Palavra de Deus, só ela tem valor espiritual para estes dias de crise. 
 O Valor espiritual da Bíblia consiste em ser Alimento do espírito (Rm 7.22), pão que desceu do céu e que produz vida (Jo 6.58). 
 Nestes dias de indefinições para muitos a Bíblia viva e eficaz é como espada que penetra até a divisão da alma e espírito discernindo todas as coisas (Hb 4.12). 
 Testifica com nosso espírito confirmando nossa posição em Cristo (Rm 8.16). Ela produz fé nos corações (Rm 10.17), estimula a crer nas promessas de Deus, e mostra um Senhor fiel e cumpridor de suas palavras (Hb 10.23). 
 O livro dos Salmos registra algo importante acerca do mundo espiritual (SI 89.48). Este versículo fala do poder do mundo invisível, e pergunta: "Quem livra a sua alma?". 
 Devemos estar sempre ligados no poder da oração, da fé, do nome de Jesus (Mc 16.17), que nos 
dá vitória sobre este mundo maligno (Ef 6.12). 
 Para muitos a Bíblia não valor algum (ICo 2.14). Mas o homem espiritual, aquele cujos olhos estão abertos, pode discernir o valor precioso das Escrituras (ICo 2.15,16). 
 Apenas o Espírito Santo pode nos levar a compreender o valor espiritual da Palavra de Deus. 
Jesus declarou acerca disso em João 14.26, Dizendo: 
"Ele vos ensinará todas as coisas". 
1 Semear ou espalhar por muitas partes: Difundir, divulgar, 
propagar; espalhar
Questionário
 Assinale com "X" as alternativas corretas 
1. A expressão "Bíblia" foi aplicada às Sagradas 
 Escrituras por 
 a) [ ]João, o apóstolo 
 b) [ ]João Batista 
 c) [ ]João Calvino 
 d) [ ]João Crisóstomo 
2. Profeta que Jesus fez menção para confirmar a autenticidade das Escrituras 
 a) [ ]Jonas 
 b) [ ]Daniel 
 c) [ ]Miquéias 
 d) [ ]Naum 
3. Quanto às divisões do AT, é incerto dizer que: 
 a) [ ]A 4ª parte são os livros proféticos divididos em: Profetas Maiores e Menores 
 b) [ ]A 3ª parte são os livros que vão de Jó até Cantares de Salomão denominados poéticos 
 c) [ ]A 2ª parte são os livros históricos que trazem a revelação da criação 
 d) [ ]A 1ª parte é a Lei, que são os cincos primeiros livros da Bíblia, chamados de: O Pentateuco 
 Marque "C" para Certo e "E" para Errado 
4. [ ]A arqueologia provou que a escrita não era 
 conhecida antes dos dias de Moisés 
5. [ ]A Palavra de Deus, como alimento espiritual, é comparada ao mel e ao leite 
Unidade Singular
 A Bíblia em sua perfeita unidade, só pode ser explicada como um perfeito milagre de Deus. A maneira como foi escrita sob diversas circunstâncias e tudo com perfeição uniforme em mensagem e conteúdo; só pode ser considerada como, um livro divino! 
 Ninguém sabe como estes 66 livros divinos se encontram num só volume, isto é obra de Deus. Qualquer outra obra literária nas circunstâncias da Bíblia seria como uma verdadeira Babel (confusão). 
 Num período de quase 16 séculos, os escritores inspirados, vivendo sob diversas circunstâncias e em lugares distintos e distantes (três continentes), escrevendo em duas principais línguas, trouxeram-nos a revelação de Deus - A Bíblia. 
A diversidade de escritores:
 Deus usou para escrever sua Palavra, homens de atividades variadas, razão que encontramos os mais diversos tipos de linguagem na Bíblia. Abaixo segue alguns exemplos de escritores bíblicos com suas respectivas ocupações: 
 Muitos outros homens foram usados por Deus para revelar-nos sua Palavra. Apesar da diversidade de atividades, ao examinarmos os escritos destes homens, observamos como eles se completam. 
 Na verdade não foram escritos muitos livros, mais sim um só livro, a maravilhosa Palavra de Deus (SI 119.152). 
A diversidade de condições:
 O Deus Soberano permitiu que sua Palavra fosse escrita em diversas condições, certamente para nos mostrar hoje, que Ele está no controle de tudo. 
 Por exemplo, a Bíblia foi escrita: 
· Na cidade; 
· Nos desertos como Elias (lRs 19.4,5); 
· Nas ilhas como João escreveu (Ap 1.9); 
· Nas prisões como Paulo escreveu (Fm 1.1). 
 Entretanto a mensagem é uma só: "Como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais, até ser dia perfeito" (Pv 4.18), esta perfeição é exclusiva no livro divino - A Bíblia Sagrada. 
A diversidade de circunstâncias:
 Desencontradas foram às circunstâncias em que foram escritos os livros da Bíblia. Davi, homem segundo o coração de Deus, escreveu, por exemplo, o Salmo 24, quando trazia a arca de Deus à Jerusalém. Salomão certamente escreveu na tranquilidade do palácio (lRs 4.32-34). Josué escreveu após grandes conquistas (Js 24.26). 
 Apesar da diversidade de situações, a mensagem, a doutrina e o tema central são um só. 
Autor da Bíblia:
 Nenhum homem, ímpio, justo, piedoso ou mesmo judeu, seria o autor da Bíblia. Certamente estes homens não fariam um livro que falasse dos seus fracassos, derrotas, pecados, idolatrias e rebeliões contra Deus. 
 Deus, verdadeiramente é o autor deste livro maravilhoso e infalível que revela a salvação, libertação e transformação do homem em uma nova criatura (2Co 5.17). 
 As evidências confirmam o efeito e a influência da Bíblia em pessoas e nações. A Palavra de Deus tem influenciado e melhorado o mundo, pelo caráter que molda na vida das pessoas. 
 Muitos dantes incrédulos, indiferentes, viciados, idólatras, supersticiosos, que aceitaram este livro, foram por ele transformados, salvos, libertos e santificados. Nenhum outro livro tem poder de transformar pessoas, lares e nações (At 19.18-19), como a Palavra de Deus. 
A Mensagem das Escrituras
 Deus na sua presciência estabeleceu sua Palavra, de modo que ela abrange o passado, o presente e o futuro. 
 As necessidades dos homens durante todo o tempo, tem sido as mesmas durante sua existência na terra. Somente uma palavra atual, poderia suprir as necessidades humanas. 
 Em Hebreus 4.12, diz que a Palavra de Deus "é viva e eficaz", sua mensagem, seu poder, se cumpre a cada dia na vida daqueles que a buscam como verdadeiro refúgio em dia de tempestade (cf. Is 32.2). 
1. Apresenta Deus como criador e Senhor de tudo. 
 As Escrituras testificam da existência de Deus e tudo o que Ele fez, faz e fará. Toda a criação está sujeita a Ele e depende dEle. 
 O Eterno converge todas as coisas para a sua glória e alegria do seu povo. Vários textos 
confirmam estes fatos: Gênesis 1.1; Salmos 95.6; 104.30; Isaías 40.26; Efésios 3.9; Apocalipse 10.6. 
2. Apresenta sem reserva a verdade e a realidade do pecado. 
 Nenhum outro livro tem o poder de revelar o pecado e seu caráter maligno como a Bíblia. Ela não filosofa sobre o pecado, mas trata-o com clareza e o expõe sem qualquer reserva, como uma dívida do homem contraída com Deus (Rm 1.18-32; 3.23; 5.12). 
3. Apresenta o plano de salvação para o homem. 
 Asreligiões intentam salvar o homem pelos seus próprios méritos; entretanto, a salvação só é possível através da solução única apresentada na Bíblia. 
 A redenção humana foi planejada no céu pelo Pai, consumada na terra pelo Filho e é oferecida pelo Espírito Santo (Tt 3.5). 
 Só Deus através de sua poderosa Palavra, mediante o sangue remidor de seu Filho pode resgatar o homem da perdição eterna (At 4.12; Lc 19.10). 
4. A Bíblia tem mensagem para os nossos dias. 
 A Bíblia define os dias de hoje como: dias maus (Ef 5.16), de aflições, tempos trabalhosos. Temos visto o clamor do povo e até mesmo da Igreja, face aos acontecimentos mundiais. 
 A primeira grande mensagem da Bíblia para nós é sobre a fé. A Bíblia é um livro de fé e em suas páginas temos lições de fé. A fé bíblica dissipa todas as coisas: incertezas, dúvidas, temores, angústias, depressões, num mundo onde as pessoas andam tateando. A fé vê o invisível (Hb 11.27). Quando muitos estão caindo e se prostrando diante das situações, os que têm fé estão de pé (2Co 1.24). 
 Onde encontrar fé num mundo de incredulidade? Na Palavra de Deus! 
 Outra grande mensagem bíblica para os dias atuais é a mensagem de revestimento espiritual. Muitas pessoas têm fé, entretanto não estão revestidas. 
 O apóstolo Paulo afirma em Efésios 6.13: "Portanto tomai toda a armadura de Deus". Fé sem revestimento nos traz decepções. Todos os homens de fé que a Bíblia registra, precisaram do 
revestimento de Deus para a peleja (At 7.55). 
 O mundo atual é um mundo vazio. São corações vazios de Deus, e muitas vezes, cheios do 
diabo. Diz em Romanos 13.14, "Mas revesti-vos do Senhor Jesus Cristo, e não tenhais cuidado da carne 
em suas concupiscências". 
 A fé e o revestimento do Espírito Santo, portanto, são duas grandes necessidades. Jesus disse aos discípulos "Quando, porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?" (Lc 18.8). 
Não esqueça o revestimento que Deus tem para dar (lTs 5.8). 
5. A Bíblia tem esperança para nossos dias. 
 Uma outra grande mensagem da Bíblia para nossos dias é sobre a esperança. Deus é Deus de esperança (Rm 15.13), e gostaria que seus filhos fossem cheios de esperança. 
 Vemos, porém o contrário, vidas desesperadas, sem Deus, estranhos a tudo que é espiritual (Ef 2.12). Esperança é uma dádiva de Deus, que nem todos conhecem. 
 Jeremias, o profeta das lágrimas disse: 
"Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor" (Lm 3.26). 
 Esperança é motivo de alegria na vida daqueles que a têm. A esperança produz uma série de bênçãos (Jr 17.7,8). O mundo necessita de mensagens de esperança. Sem ela o mundo tem vivido em constantes sofrimentos (lTs 4.13). 
 Cabe, portanto à Igreja, portadora dessa mensagem, divulgá-la com todos os recursos possíveis, pois esperança é uma das virtudes que permanecem (ICo 13.13); é algo que incentiva a viver na presença de Deus, esperança para os salvos é vida, é regeneração. Fomos regenerados para uma viva esperança (IPe 1.3). 
 Esperança precisa ser explicada àqueles que procuram saber sua razão de viver. 
 A esperança dos salvos tem uma razão (IPe 3.15), que leva-nos a viver uma vida de santificação na presença do Senhor, esperando-o a cada dia (lJo 3.3), pacientemente como o lavrador espera pelos frutos. 
 Finalizando, podemos entender que a vida eterna em Cristo Jesus, torna-se o maior resultado de esperança na vida do cristão (Tt 1.2). 
6. A Bíblia tem salvação para os nossos dias. 
 O que mais precisa o mundo moderno? 
Temos uma visão que em quase todas as áreas da vida humana tem havido progresso tecnológico, científico e humano. Entretanto, na área moral, pessoal, social, familiar e outras, o homem necessita 
de salvação. E salvação é com a Palavra de Deus. 
 Não vamos encontrar outro livro que nos mostre de maneira tão simples e clara tudo o que 
precisamos para nos tornar salvos. 
 A Bíblia nos mostra que a salvação é um ato de fé (Ef 2.8), da parte do homem, e um ato da graça partido de Deus. Em suma, o homem por meio da fé, Deus o encontra com a graça (At 16.31). 
 Precisamos testificar àqueles que estão próximo de nós que a salvação é necessária nos dias de hoje. Salvação é uma palavra abrangente, pois quando somos salvos, sentimo-nos seguros em Deus (SI 91.1) de todo o poder do pecado contra nossas vidas (Rm 6.14), somos resgatados acima de tudo das garras do diabo. 
 Em Atos 26.18, diz que o Senhor Jesus nos livrou do poder de Satanás, e nos converteu a Deus. 
Tal experiência tem acontecido hoje, em nossos dias com milhares de vidas, que, dantes presas, agora 
libertas em Cristo Jesus, foram livres do presente século mal, segundo a vontade de Deus, nosso Pai 
(Gl 1.4). 
7. Salvação abrange também o futuro. 
 A Bíblia nos fala sobre a ira vindoura, quando Deus julgará os atos dos homens dissolutos e maus que desprezam sua salvação em Cristo (Rm 2.5), e salvando de maneira gloriosa e poderosa, todos aqueles que em Cristo fizeram confissão de sua fé em Deus (Rm 10.10). 
 Esta salvação final é descrita na carta aos Romanos, capítulo 8 quando Paulo diz: Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora, e continuando afirma que não somente a criação, mas todos nós que temos as primícias do Espírito, também gememos esperando a redenção do nosso corpo. 
 Esta redenção final se dará no arrebatamento da Igreja, quando seremos transformados à semelhança do corpo de Jesus (Fp 3.21), e estaremos para sempre como o Senhor. 
8. A Bíblia tem santificação para nossos dias. 
 A santificação bíblica é um dos aspectos de nossa salvação em Jesus Cristo. É descrita na Bíblia não como um mandamento apenas, mas sim como a vontade de Deus (lTs 4.3). Santificação tem estado nos propósitos eternos de Deus. 
 Paulo afirma em Efésios 1.4, que antes da fundação do mundo, Deus planejou nossa santificação. Santificação é coisa tão séria, que o escritor aos Hebreus escreve numa linguagem clara e fácil: "Sem santificação, ninguém verá o Senhor" (Hb 12.14). 
 Assim sendo, quando o povo de Deus se reúne, Deus nos vê como uma congregação de santificados, que desejam cada dia mais e mais de seu Pai Celestial (Mt 6.9). A vida do povo de Deus é uma vida de santificados, pois a todo o momento esperam a volta do Senhor Jesus (Fp 4.5). 
 Infelizmente, hoje, muitos têm desprezado a santificação. Cremos ser isto uma investida do inimigo na vida do povo de Deus. A falta de santificação muito tem atrapalhado a operação de Deus no meio do seu povo (Js 3.5). 
 A santificação começa no interior do crente. É obra do Espírito Santo, que deseja nos preparar a cada dia para o arrebatamento da Igreja (lTs 5.23). 
A Inerrância das Escrituras
 Inerrância não significa que os escritores eram infalíveis, mas que seus escritos foram preservados de erros. Inerrância significa que a verdade é transmitida em palavras entendidas no sentido que foram empregadas, não expressava erro algum. 
 O conceito de inerrância das Escrituras contraria alguns críticos modernos que não aceitam a infali-bilidade das Escrituras. Tais críticos julgam haver erros nas Escrituras em razão de encontrarem nelas palavras divinas e humanas. 
 Para nós que cremos na inspiração plena das Escrituras estamos convictos que as dificuldades nela encontradas não representam erros e, geralmente, são explicadas pelos textos paralelos encontrados em toda a Bíblia. 
 A verdade divina revelada nas Escrituras é apresentada de modo explícito, certo e transparente. 
O ensino genuíno das Escrituras não tem discrepâncias1 doutrinárias; é único em todo o mundo e adaptável a qualquer cultura (Jo 17.17; lRs 17.24; SI 119.142,151; Pv 22.21). 
A infalibilidadedas Escrituras.
 As Escrituras é a infalível Palavra de Deus. A sua infalibilidade tem sido alvo de muita contestação, especialmente entre os chamados "racionalistas" que idolatram a razão humana, sem perceberem que ela é falha, afirmam que o racionalismo científico, com seus métodos de estudo e pesquisa, será capaz de analisar e responder todas as indagações do homem. Porém, são completamente limitados quando analisam coisas espirituais, além da matéria. 
 A ciência é incapaz de estudar elementos que não são pesados ou medidos, como a alma humana. Portanto, o poder sobrenatural das Escrituras não pode ser analisado em laboratório, porque se refere a algo espiritual. 
A autoridade divina e humana das Escrituras.
 Indiscutivelmente a Bíblia tem dupla autoridade. A autoridade divina é demonstrada pela infalibi-lidade das Escrituras, uma vez que elas têm origem em Deus e é a expressão de sua mente. 
 A autoridade humana é reconhecida pelo fato de Deus ter escolhido pelo menos 40 homens, os quais receberam a sua Palavra e a transmitiram na forma escrita. 
Teorias Evangélicas de Inerrância
Posição: Inerrância Limitada 
Proponente: Daniel Fuller, Stephen Davis e William Lasor. 
Formulação do conceito: 
 A Bíblia é inerrante somente em seus ensinos doutrinários salvíficos. A Bíblia não foi criada para ensinar ciência ou história, nem Deus revelou questões de histórias a compreensão da sua cultura e, portanto, pode conter erros. 
1 Desacordos, divergências, discórdias.
Posição: Inerrância Plena 
Proponente: Harold Lindsell, Roger Nicole e Millard Erickson. 
Formulação do conceito: 
 A Bíblia é plenamente veraz em tudo o que ensina e afirma. Isso se estende tanto à área da história quanto da ciência. Não significa que a Bíblia tem o propósito primário de apresentar informações exatas acerca de história e ciência. Portanto, o uso de expressões populares, aproximações e linguagens fenomênicas1 são reconhecidos e entendidos no sentido de cumprir com o requisito da veracidade. Assim sendo, as aparentes discrepâncias podem e devem ser harmonizadas. 
Posição: Irrelevância da Inerrância 
Proponente: David Hubbard 
 Formulação do conceito: 
 A inerrância é substancialmente irrelevante por várias razões: 
 x A inerrância é um conceito negativo. A nossa concepção da Escritura deve ser positiva; 
 x A inerrância não é um conceito bíblico; 
 x Na Escritura, erro é uma questão espiritual ou moral, e não intelectual; 
 x A inerrância concentra a nossa atenção nos detalhes, e não nas questões essenciais da Escritura; 
 x A inerrância impede uma avaliação honesta das Escrituras; 
 x A inerrância produz desunião na Igreja. 
Posição: Inerrância de Propósito 
Proponente: Jack Rogers e James Orr 
^ Formulação do conceito: 
 A Bíblia é isenta de erros no sentido de concretizar o seu propósito primário de levar as pessoas a uma comunhão pessoal com Cristo. 
 Portanto, a Escritura é verdadeira (inerrante) somente na medida em que realiza o seu propósito fundamental, e não por ser factual ou precisa naquilo que assevera. (Esta concepção é semelhante à Irrelevância da Inerrância, a próxima abordagem). 
1 Relativo a fenômeno, acontecimento que se consegue observar.
Questionário
Assinale com "X" as alternativas corretas 
6. Quanto aos homens de atividades variadas que Deus usou-os na escrita de sua Palavra, é incerto dizer que:
 a) [ ] Paulo era doutor da lei 
 b) [ ] Ageu era boiadeiro e cultivador 
 c) [ ] Pedro, Tiago e João eram pescadores 
 d) [ ] Moisés era um cientista e Josué um soldado 
7. É incorreto dizer que a esperança é 
 a) [ ] Algo que incentiva a vivermos na presença de Deus 
 b) [ ] É vida para os salvos - é regeneração 
 c) [ ] Uma das virtudes que permanecem 
 d) [ ] Uma dádiva de Deus que todos conhecem 
8. Teoria de inerrância que afirma em ser a Bíblia inerrante somente em seus ensinos doutrinários salvíficos 
 a) [ ] Inerrância Plena 
 b) [ ] Inerrância Limitada 
 c) [ ] Inerrância de Propósito 
 d) [ ] Irrelevância da Inerrância 
Marque "C" para Certo e "E" para Errado 
9. [ ] A Bíblia nos mostra que a salvação é um ato de fé da parte do homem e um ato da graça partido de Deus 
10. [ ]A ciência é capaz de estudar elementos que não são pesados ou medidos, como a alma humana 
Lição 2
O CÂNON DA BÍBLIA
 Quais são os escritos pertencentes à Bíblia? Que diremos dos chamados: Livros ausentes? 
Como foi que a Bíblia veio a ser composta de 66 livros? 
 Essa é a questão do cânon das Escrituras, que pode ser definido da seguinte maneira: Cânon ou Escrituras Canônicas é a coleção completa dos livros divinamente inspirados, que constituem a Bíblia. Esse assunto intitula-se canonicidade. Trata- se do segundo grande elo da corrente que vem de Deus até nós. 
 A inspiração é o meio pelo qual a Bíblia recebeu sua autoridade; a canonização é o processo pelo qual a Bíblia recebeu sua aceitação definitiva. Uma coisa é o profeta receber uma mensagem da parte de Deus, bem diferente é tal mensagem ser reconhecida pelo povo de Deus. 
 Canonicidade é o estudo que trata do reconhecimento e da compilação dos que nos foram dados por inspiração de Deus. Não devemos subestimar1 a importância dessa questão. As palavras das Escrituras são as palavras pelas quais nutrimos nossa vida espiritual. Portanto, reafirmamos o comentário de Moisés ao povo de Israel a respeito da lei de Deus: "Porque esta palavra não é para vós outros, coisa vã; antes, é a vossa vida; e, por esta mesma palavra, prolongareis os dias na terra à qual, passando o Jordão, ides para possuí-la” (Dt 32.47). 
 Aumentar ou diminuir as palavras de Deus impediria o seu povo de obedecer-lhe plenamente, pois as ordens retiradas não seriam conhecidas pelo povo, e as palavras acrescentadas poderiam exigir das pessoas coisas que Deus não ordenou. Por isso, Moisés advertiu o povo de Israel: "Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que eu vos mando" (Dt 4.2). 
 A determinação precisa da extensão do cânon das Escrituras é, portanto, de extrema importância. Para que possamos confiar em Deus e obedecer a Ele, precisamos de uma coleção de palavras sobre as quais temos certeza ser as palavras do próprio Deus para nós. 
 Se houver qualquer trecho das Escrituras sobre os quais tenhamos dúvidas, não vamos aceitar que tenham autoridade divina absoluta nem confiar nelas na mesma medida em que confiamos no próprio Deus. 
O Termo "Cânon"
 O termo "cânon" é proveniente do grego, no qual kanon significa cana, regra, lista - um padrão de medida, que por sua vez, se origina do hebraico kaneh, palavra do Antigo Testamento que significa "vara ou cana de medir" (Ez 40.3). 
 Em época anterior ao cristianismo, essa palavra era usada de modo mais amplo, com o sentido de padrão ou norma além de cana ou unidade de medida. Com relação à Bíblia, diz respeito aos livros que estavam de acordo com o padrão e foram dignos de inclusão. 
 Desde o século IV, o vocábulo kanon é usado pelos cristãos para indicar uma lista autoritária de livros que pertencem ao Antigo ou ao Novo Testamento. 
 No sentido religioso, cânon não significa aquilo que mede, mas aquilo que serve de norma, regra. Com este sentido, a palavra cânon aparece no original em vários lugares do Novo Testamento (GI 6.16; 2Co 10.13,15; Fp 3.16). A Bíblia, como o cânon sagrado, é a nossa norma ou regra de fé e prática. 
 Diz-se dos livros da Bíblia que são canônicos para diferençá-los dos apócrifos. O emprego do termo cânon foi primeiramente aplicado aos livros da Bíblia por Orígenes (185-254 d.C.). 
A Canonicidade é Determinada Pela Inspiração
 Os livrosda Bíblia são considerados valiosos porque provieram de Deus - fonte de todo bem. O processo mediante o qual Deus nos concede sua revelação chama-se inspiração. 
 E a inspiração de Deus num livro que determina sua canonicidade. Deus dá autoridade divina a um livro, e os homens de Deus o acatam; revela, e seu povo reconhece o que o Ele revelou. A canonicidade é determinada por Deus e descoberta pelos homens de Deus. A Bíblia constitui o "cânon", ou "medida" pela qual tudo mais deve ser medido e avaliado pelo fato de ter autoridade concedida por Deus. 
1 Não dar a devida estima, apreço, valor, a; não ter em grande conta; desdenhar.
 Sejam quais forem as medidas (i.e., os cânones) usadas pela Igreja para descobrir com exatidão que livros possuem essa autoridade canônica ou normativa, não se deve dizer que "determinam" a canonicidade dos livros. 
 Dizer que o povo de Deus, mediante quaisquer regras de reconhecimento, "determina" que livros são autorizados por inspiração de Deus só confunde a questão. Só Deus pode conceder a um livro autoridade absoluta e, por isso mesmo, canonicidade divina. Veja abaixo dois sentidos importantes: 
· O sentido primário da palavra cânon aplicado às Escrituras é aplicado na acepção ativa, i.e., a Bíblia é a norma que governa a fé. 
· O sentido secundário, segundo o qual um livro é julgado por certos cânones e é reconhecido como inspirado (o sentido passivo), não deve ser confundido com a determinação divina da canonicidade. Só a inspiração divina determina a autoridade de um livro, i.e., se ele é canônico, de natureza normativa. 
O Surgimento do Cânon
 A doutrina da inspiração bíblica foi completamente desenvolvida apenas nas páginas do Novo Testamento. Mas, muito antes disso, já encontramos na história de Israel certos escritos reconhecidos como autoridade divina e como regra escrita de fé e conduta para o povo de Deus. 
 Identificamos isso na resposta do povo, quando Moisés leu para eles o livro do concerto (Ex 34.7), ou 
 quando o livro da Lei, achado por Hilquias, foi lido primeiro para o rei e depois para a congregação (2Rs 22-23; 2Cr 34), ou ainda quando Esdras leu o Livro da Lei para o povo (Ne 8.9,14-17; 10.28-39; 13.1-3). 
 Os escritos em questão são uma parte do Pentateuco ou ele todo - no primeiro caso, provavelmente uma parte bem pequena do Êxodo, capítulos 20 a 23. 
 O Pentateuco é tratado com a mesma reverência em Josué 1.7,8; 8.31 e 23.6-8; IReis 2.3; 2Reis 14.6 e 17.37; Oséias 8.12; Daniel 9.11,13; Esdras 3.2,4; lCrônicas 16.40, 2Crônicas 17.9; 23.18; 30.5,18; 31.3 e 35.26. 
Cânon do Antigo Testamento
 Onde surgiu a idéia do cânon - a idéia de que o povo de Deus deve preservar uma coleção de palavras escritas de Deus? A própria Bíblia dá testemunho do desenvolvimento histórico do cânon. A coleção mais antiga das palavras de Deus é os Dez Mandamentos. Portanto, constituem o início do cânon bíblico. O próprio Deus escreveu sobre duas tábuas de pedra as palavras que Ele ordenou ao seu povo (Êx 32.16; cf. Dt 4.13; 10.4). As tábuas foram depositadas na Arca da Aliança (Dt 10.5) e constituíam os termos do pacto entre Deus e seu povo. 
 Nem todos os escritores dos livros do AT eram profetas, no sentido estrito da palavra. Alguns eram reis e sábios. Mas, as experiências da inspiração que tiveram, fizeram com que seus escritos também encontrassem um lugar no cânon. 
 A inspiração dos salmistas é mencionada em 2Samuel 23.1-3 e lCrônicas 25.1, e a dos sábios, em Eclesiastes 12.11,12. Note também as revelações feitas por Deus no livro de Jó (Jó 38.1; 40.6) e a inferência exarada1 em Provérbios 8.1-9.6, indicando que o livro de Provérbios é obra da Sabedoria divina. 
 Na época patriarcal, a revelação divina era transmitida escrita e oralmente. A escrita já era conhecida na Palestina, séculos antes de Moisés; a arqueologia tem provado isto, inclusive tem encontrado inúmeras inscrições, placas, sinetes2 e documentos antediluvianos. 
 O cânon do Antigo Testamento como temos atualmente, ficou completo desde o tempo de Esdras, após 445 a.C. Entre os judeus, tem ele três divisões, as quais Jesus citou em Lucas 24.44: Lei, Profetas, Escritos. 
1 Consignar ou registrar por escrito; lavrar
2 Utensílio gravado em alto ou baixo relevo
 A divisão dos livros no cânon hebraico é diferente da nossa. Consiste em 24 livros em vez dos nossos 39, isto porque é considerado um só livro cada grupo dos seguintes:
 
 A disposição ou ordem dos livros no cânon hebraico é também diferente da nossa. Damos a seguir essa disposição dentro da tríplice divisão do cânon, já mencionada (Lei, Profetas, Escritos). 
 Os Cinco Rolos eram assim chamados por serem separados, lidos anualmente em festas 
distintas: 
· Cantares, na Páscoa, em alusão ao êxodo. 
· Rute, no Pentecostes, na Celebração da Colheita, em seu início. 
· Ester, na Festa do Purim, comemorando o livramento de Israel da mão do mau Hamã. 
· Eclesiastes, na Festados Tabernáculos - festa de gratidão pela colheita. 
· Lamentações, no mês de abibe, relembrando a destruição de Jerusalém pelos babilónicos. 
 
 No cânon hebraico também os livros não estão em ordem cronológica. Os judeus não se preocupavam com um sistema cronológico. Também pode haver nisto um plano divino. 
 A nossa divisão em 39 livros vem da Septuaginta, através da Vulgata Latina. A Septuaginta foi a primeira tradução das Escrituras, feita do hebraico para o grego cerca de 285 a.C. 
Também a ordem dos livros por assuntos, do formato da Bíblia atual, vem dessa famosa tradução. 
 Jesus em Lucas 24.44, Ele chamou "Salmos" à última divisão do cânon hebraico, certamente porque esse livro era o primeiro dessa divisão. 
 Segundo a nossa divisão, o AT começa com Gênesis e termina em Malaquias, porém, segundo a divisão do cânon hebraico, o primeiro livro é Gênesis e o último é I e II Crônicas. Isto é visto claramente 
nas palavras de Jesus em Mateus 23.35 - o caso de Abel está em Gênesis e o do filho de Baraquias está 
em Crônicas. 
 A formação canônica do Antigo Testamento.
 O cânon no Antigo Testamento foi formado num espaço aproximado de 1046 anos - de Moisés a 
Esdras. Moisés escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta de 1491 a.C. Esdras entrou em 
cena em 445 a.C. 
 Esdras não foi o último escritor na formação canônica do AT; os últimos foram Neemias e Malaquias, porém, de acordo com os escritos históricos, ele como escriba e sacerdote reuniu os rolos canônicos, ficando o cânon encerrado em seu tempo. 
 A chamada Alta Crítica tem feito uma devastação com seu modernismo e suas contradições no que concerne à formação, fontes de autenticidade do cânon, especialmente do Antigo Testamento, mutilando quase todos os seus livros. 
· Alta Crítica é a discussão das datas e da autoria dos livros. Ela estuda a Bíblia do lado de fora, externamente, baseada apenas em fontes do conhecimento humano. 
· Por outro ângulo, a Critica Textual, também conhecida por Baixa Crítica, estuda somente o texto bíblico, e, ao lado da arqueologia, vem alcançando um progresso valioso, posto à disposição do estudante das Escrituras. 
 Por exemplo, a teoria de que a escrita era desconhecida nos dias de Moisés já foi destruída. E de ano em ano, aumentam os achados nas terras bíblicas, evidenciando e comprovando as narrativas e fatos do Antigo Testamento. 
 Mediante tais provas irrefutáveis1, os homens estão respeitando mais às Sagradas Escrituras! Toda a Bíblia vem sendo confirmada pela pá do arqueólogo e pelos eruditos em antiguidades bíblicas. Coisas que pareciam as mais incríveis são hoje aceitas por todos, sem objeções. 
A formação gradual do cânon.
 Houve, originalmente,a transmissão oral, como se vê em Jó 15.18. O livro de Jó é tido como o mais antigo da Bíblia. Mostraremos a seguir a sequência da formação gradual do cânon do Antigo Testamento. 
 Convém ter em mente aqui que toda cronologia bíblica é apenas aproximada. Já o Novo Testamento há precisão de muitos casos. Essa cronologia vai sendo atualizada à medida que os estudos avançam e a arqueologia fornece informe oficial. 
1. Moisés (cerca de 1491 a.C.). Começou a escrever o Pentateuco, concluindo-o por volta de 1451 a.C. (Nm 33.2). Mais textos relacionados com Moisés e sua escrita do Pentateuco: Êxodo 17.14; 24.4,7; 34.27. As partes do Pentateuco anteriores a Moisés, como o relato da Criação, todo o livro de Gênesis e parte de Êxodo, ele escreveu, ou lançando mão de fontes existentes (ver Gn 2.4; 5.1), ou por revelação divina. Gênesis 26.5 dá a entender que nesse tempo já havia "mandamentos, preceitos e estatutos" escritos. Algumas passagens do Pentateuco foram acrescentadas posteriormente, como: Êxodo 11.3; 16.35; Deuteronômio 34.1-12; 
2. Josué. Sucessor de Moisés (1443 a.C.), escreveu uma obra que colocou perante o Senhor (Js 24.26); 
1 Que não se pode refutar; evidente, irrecusável, incontestável.
3. Samuel (1095 a.C.), o último juiz e também profeta do Senhor, escreveu, pondo seus escritos perante o Senhor (ISm 10.25). 
 Certamente "perante o Senhor" significa que seus escritos foram depositados na Arca do Concerto com os demais escritos sagrados (Êx 25.21); 
4. Isaías (770 a.C.) fala do "Livro do Senhor" (Is 34.16), e "palavras do livro" (Is 29.18). São referências às Escrituras na sua formação; 
5. Em 726 a.C. os Salmos já eram cantados (2Cr 29.30). O fato aí registrado teve lugar nesse tempo; 
6. Jeremias, cuja chamada deu-se em 626 a.C., registrou a revelação divina (Jr 30.1,2). Tal livro foi queimado pelo rei Joaquim, em 607 a.C., porém, Deus ordenou que Jeremias preparasse um novo rolo, o que foi feito mediante seu amanuense1 Baruque (Jr 36.1,2,28,32; 45.1); 
7. No tempo do rei Josias (621 a.C.), Hilquias achou o "Livro da Lei" (2Rs 22.8-10); 
8. Daniel (553 a.C.) refere-se aos "livros" (Dn 9.2). Eram os rolos sagrados das Escrituras de então; 
9. Zacarias (520 a.C.) declara que os profetas que o precederam falaram da parte do Espírito Santo (Zc 7.12). Não há aqui referência direta a escritos, mas há inferência. Zacarias foi o penúltimo profeta do Antigo Testamento. 
10. Neemias, (445 a.C.), achou o livro das genealogias dos judeus que já haviam regressado do exílio (Ne 7.5); certamente havia outros livros; 
11. Nos dias de Ester, o Livro Sagrado estava sendo escrito (Et 9.32); 
12. Esdras. Contemporâneo de Neemias e foi hábil escriba da lei de Moisés, e leu o livro do Senhor para os judeus já estabelecidos na Palestina, de regresso do cativeiro babilónico (Ne 8.1-5). 
 Conforme 2Macabeus e outros escritos judaicos, Esdras presidiu a chamada "Grande Sinagoga", que selecionou e preservou os rolos sagrados, determinando, dessa maneira, o cânon das Escrituras do AT (cf. Ed 7.10-14). 
· Uma Grande Sinagoga era um conselho composto de 120 membros que se diz ter sido organizado por Neemias, cerca de 410 a.C., sob a presidência de Esdras. Essa entidade reorganizou a vida religiosa nacional dos repatriados e, mais tarde, deu origem ao Sinédrio2, cerca de 275 a.C. 
 A Esdras é atribuída a tríplice divisão do cânon, já estudada. Foi nesse tempo, que os samaritanos foram expulsos da comunidade judaica (Ne 13) levando consigo o Pentateuco, que é até hoje a Bíblia dos samaritanos. Isto prova que o Pentateuco era escrito canônico; 
13. Encontramos profeta citando outro profeta, do que se infere haver mensagem escrita(Cf. Miquéias 4.1-3 com Isaías 2.2-4.); 
14. Filo, escritor de Alexandria (30 a.C. - 50 d.C.) possuía todo o cânon do Antigo Testamento. Em seus escritos ele cita quase todo o Antigo Testamento;
 
1 Escrevente, copista. Funcionário público de condição modesta que fazia a correspondência e copiava ou registrava documentos.
2 O supremo tribunal dos judeus. 
15. Josefo, o historiador judeu (37-100 d.C.), contemporâneo de Paulo, diz, escrevendo aos 
 judeus, no livro "Contra Appion":
· "Nós temos apenas 22 livros, contando a história de todo o tempo; livros em que nós cremos, ou segundo se dizem, livros aceitos como divinos". 
 Desde os dias de Artaxerxes ninguém se aventurou a acrescentar, tirar ou alterar uma única sílaba. Faz "parte de cada judeu, desde que nasce considerar estas Escrituras como ensinos de Deus". 
 Josefo era um homem culto, judeu ortodoxo de linhagem sacerdotal, governou a Galiléia e foi coman-dante militar nas guerras contra Roma. 
 Presenciou a queda de Jerusalém. Foi levado a Roma, onde se dedicou a escritos literários. 
 Ora, o Artaxerxes que ele menciona é o chamado Longímano, que reinou de 465-424 a.C. Isso coincide com o tempo de Esdras e confirma as declarações de outras peças da literatura judaica que ensinam ter Esdras presidido a Grande Sinagoga que selecionou e preservou os rolos sagrados para a posterioridade. 
 Josefo conta os livros do AT como 22 porque considera Juizes e Rute como 1 (um) livro; Jeremias e Lamentações também. Isto, para coincidir com o número de letras do alfabeto hebraico: "22"; 
16. Nos dias do Senhor, esse livro chamava-se Escrituras (Mt 26.54; Lc 24.27,45; Jo 5.39), com as suas três conhecidas divisões: Lei, Profetas, Salmos (Lc 24.44). Era também chamada "A Palavra de Deus" (Mc 7.13; Jo 10.34,35). Note bem este título aplicado pelo próprio Senhor Jesus! Outro fato notável é a citação feita por Jesus em Mateus 23.35 que autentica todo o Antigo Testamento! 
17. Os escritores do Novo Testamento reconhecem como canônicos os livros do Antigo Testamento, pois este é amiúde1 citado naquele, havendo cerca de 300 referências diretas e indiretas. Os escritores do NT referem-se ao cânon do AT como sendo oráculos divinos (cf. Rm 3.2; 2Tm 3.16 e Hb 5.12). Cremos que, começando por Moisés, à proporção que os livros iam sendo escritos, eram postos no tabernáculo, junto ao 
 grupo de livros sagrados. Esdras como já disse, após a volta do cativeiro, reuniu os diversos livros e os colocou em ordem, como coleção completa. Destes originais eram feitas cópias para as sinagogas largamente disseminadas. 
Data do reconhecimento e fixação do cânon do Antigo Testamento.
 Em 90 d.C. em Jâmnia, perto da moderna Jope, em Israel, os rabinos, num concílio sob a presidência de Johanan Ben Zakai, reconheceram e fixaram o cânon do Antigo Testamento. 
 Houve muitos debates acerca da aprovação de certos livros, especialmente dos "Escritos". Note- 
se, porém que o trabalho desse concílio foi apenas ratificar2 aquilo que já era aceito por todos os judeus 
através de séculos. Jâmnia, após a destruição de Jerusalém (70 d.C.) tornou-se a sede do Sinédrio. 
Livros desaparecidos, citados no texto do Antigo Testamento.
 Notemos que a Bíblia faz referência a livros até agora desaparecidos (cf. Nm 21.14; Js 
10.13 com 2Sm 1.18; IRe 11.41; lC r 27.24; 29.29; 2Cr 9.29; 12.15; 13.22; 33.19). São casos cujo 
segredo só Deus conhece. Talvez um dia eles venham à luz como o MSS de Qumran, Mar Morto, em 
1947. 
1 Repetidas vezes; repetidamente; frequentemente; a miúdo. 
2 Confirmar ou reafirmar o que foi dito.
Questionário
· Assinale com "X" as alternativas corretas 
1. Cânon ou Escrituras canônicas é a 
 a) [ ] Coleção completa dos livros divinamente inspirados, que constituem a Bíblia 
 b) [ ] Coleção completa dos livros divinamente 
 inspirados, que constituem a Lei, os Profetas e os Escritos 
 c ) [ ] Parte da Bíblia composta pelos livros do NT 
 d) [ ] Parte da Bíblia composta pelos livros do AT 
2. Os Cinco Rolos eram compostos de: 
 a) [ ] Lamentações, Neemias,Esdras, Salmos e Eclesiastes 
 b) [ ] Salmos, Neemias, Esdras, Provérbios e Jó 
 c|[ ] Cantares de Salomão, Rute, Ester, Eclesiastes e Lamentações 
 d) [ ] Eclesiastes, Jó, Rute, Provérbios e Ester 
3. Discute as datas e a autoria dos livros, baseando-se 
 apenas em fontes do conhecimento humano 
 a) [ ] Alta Crítica 
 b) [ ] Baixa Crítica 
 c) [ ] Critica Textual 
 d) [ ] Critica Execrável 
· Marque "C" para Certo e "E" para Errado 
4. [ ] No sentido religioso, cânon significa aquilo que mede, não aquilo que serve de norma, regra 
5. [ ] Em 90 d.C. em Jâmnia que reconheceram e fixaram o cânon do Antigo Testamento 
Cânon do Novo Testamento
 Semelhante ao AT, homens inspirados por Deus escreveram aos poucos os livros que compõem 
o cânon do Novo Testamento. 
 Sua formação levou apenas duas gerações: quase 100 anos. Em 100 d.C. todos os livros do NT 
estavam escritos. O que demorou foi o reconhecimento canônico, isto motivado pelo cuidado 
e escrúpulo1 das igrejas de então, que exigia provas concludentes2 da inspiração divina de cada um 
desses livros. 
 Outra coisa que motivou a demora na canonização foi o surgimento de escritos heréticos e espúrios1 com pretensão de autoridade apostólica. 
Trata-se dos livros apócrifos do Novo Testamento, fato idêntico ao acontecido nos tempos derradeiros 
do cânon do Antigo Testamento. Há também livros mencionados no NT até agora desaparecidos (ICo 5.9; 
Cl 4.16). 
 A ordem dos 27 livros do NT, como é atualmente em nossas Bíblias, vem da Vulgata, e não leva em conta a sequência cronológica. 
As Epístolas Paulinas. 
 Foram os primeiros escritos no Novo Testamento. São 13: de Romanos a Filemom. Foram 
escritas entre 52 e 67 d.C. 
 Pela ordem cronológica, o primeiro livro do Novo Testamento é ITessalonicenses, escrito em 52 
d.C. 2Timóteo foi escrita em 67 d.C pouco antes do martírio do apóstolo Paulo em Roma. 
 Esses livros foram também os primeiros aceitos como canônicos. Pedro chama os escritos de Paulo de "Escrituras" - título aplicado somente à palavra inspirada de Deus! (2Pe 3.15,16). 
Os Atos dos Apóstolos. 
 Escrito em 63 d.C., no fim dos dois anos da primeira prisão de Paulo em Roma (At 28.30). 
Os Evangelhos. 
 Estes, a princípio, foram propagados oralmente. Não havia perigos de enganos e 
esquecimento porque era o Espírito Santo quem lembrava tudo e Ele é infalível (Jo 14.26). 
 Os Sinópticos foram escritos entre 60 a 65 d.C. João foi escrito em 85 d.C. Entre Lucas e João 
foram escritas quase todas as epístolas. Note-se que Paulo chama Mateus e Lucas de "Escrituras" ao citá- 
los em ITimóteo 5.18. 
As Epístolas, de Hebreus a Judas, foram escritas entre 68 e 90 d.C. 
O Apocalipse. 
 Foi escrito em 96 d.C., durante o governo do imperador Domiciano. Muitos livros antes de serem finalmente reconhecidos como canônicos foram duramente debatidos. Houve muita relutância quanto às epístolas de Pedro, João e Judas bem como quanto ao Apocalipse. Tudo isto tão-somente revela o cuidado da Igreja e também a responsabilidade que envolvia a canonização. 
 Antes do ano 400 d.C., todos os livros estavam aceitos. Em 367, Atanásio, patriarca de 
Alexandria, publicou uma lista dos 27 livros canônicos, os mesmos que hoje possuímos; essa 
lista foi aceita pelo Concílio de Hipona (África) em 393. 
1 Hesitação ou dúvida de consciência; inquietação de consciência; remorso. 
2 Que conclui, ou merece fé; terminante, categórico. 
3 Não genuíno; suposto, hipotético. 
· Data do reconhecimento e fixação do cânon do Novo Testamento. 
 Isso ocorreu no III Concílio de Cartago, em 397 d.C. Nessa ocasião, foi definitivamente reconhecido e fixado o cânon do Novo Testamento. Como se vê, houve um amadurecimento de 400 anos. 
· A necessidade da mensagem escrita do Novo Testamento. 
 A mensagem da Nova Aliança precisava ter forma escrita como a da Antiga. Após a ascensão do Senhor Jesus, os apóstolos pregaram por toda parte sem haver nada escrito. Suas Bíblias era o Antigo 
Testamento. 
 Ao decorrer do tempo, o grupo de apóstolos diminuiu. O Evangelho espalhou-se. Surge então a necessidade de reduzir a forma escrita, para ser transmitido às gerações futuras. Era o plano de Deus em marcha. 
 Muitas igrejas e indivíduos pediam explicações acerca de casos difíceis surgidos por perturbações, falsas doutrinas, problemas internos, etc. (cf. ICo 1.11; 5.1; 7.1). 
 Os judeus cumpriram sua missão de transmitir ao mundo os oráculos divinos (Rm 3.2). A Igreja também cumpriu sua parte, transmitindo as palavras e ensinos do Senhor Jesus, bem como as que Ele, pelo Espírito Santo inspirou aos escritores sacros. 
 Jesus disse: " Tenho muito que vos dizer... mas o Espírito de verdade... dirá tudo o que tiver 
ouvido e vos anunciará o que há de vir" (Jo 16.12,13). 
Testemunhas importantes.
 Dão testemunho da existência de livros do Novo Testamento, em seu tempo, os seguintes cristãos primitivos, cujas vidas coincidiram com as dos apóstolos ou com os discípulos destes: 
Datas e Períodos Sobre o Cânon em Geral
 O AT foi escrito no espaço de mais ou menos 1046 anos, de 1491 a 445 a.C. isto é de Moisés a Esdras. A data de 445 a.C. é apenas um ponto geral de referência cronológica quanto ao encerramento do cânon do Antigo Testamento. 
 Se entrarmos em detalhes sobre o último livro do Antigo Testamento em ordem cronológica - Malaquias, teremos uma variação de espaço de tempo como veremos a seguir. 
 O Pentateuco, como já vimos, foi iniciado cerca de 1.491 a.C.. Malaquias, o último livro do Antigo Testamento por ordem cronológica, foi escrito entre 430 e 420 a.C., no final do governo de 
Neemias e do sacerdócio de Esdras. Ora, isto foi quando Neemias regressou a Jerusalém, procedendo da Pérsia, para onde tinha ido (430 - 425 a.C.) a fim de renovar sua licença (Ne 13.6). 
 É a partir desse ano que Malaquias escreveu e talvez Neemias, não estivesse mais na Palestina, porque não o menciona em seu livro, como fazem Ageu e Zacarias, seus antecessores, os quais mencionam Zorobabel e Josué, respectivamente, governador e sacerdote dos reparos (cf. Zc 3; 4; Ag 1 .1 ). 
 Malaquias não menciona nominalmente Neemias, apenas menciona o "Governador" (Ml 1.8). 
O próprio livro de Malaquias apresenta outras evidências internas que o colocam de 432 a.C. em 
diante, como passamos a mostrar: 
· Em Malaquias 2.10-16, vê-se que os casamentos ilícitos que Esdras corrigira antes de Neemias, 516 a.C. (Ed 9-10), estavam ocorrendo de novo. 
· Isto coincide com o estado descrito em Neemias 13, acontecido em 432 a C. 
· Em Malaquias 3.6-12, havia pobreza no tesouro do templo. Situação idêntica à de Neemias 13, 
 reinante em 432 a.C. 
· As referências de Malaquias 1.13; 2.17; 3.14, indicam que o culto Levítico já havia sido restaurado há bastante tempo. Temos essa restauração ampliada em Neemias 12.44 ss. 
 Portanto, Malaquias (O livro) deve ter sido escrito cerca de 432 a.C. Repetimos: a data 445 a.C. é apenas um ponto de referência quanto ao encerramento do cânon do Antigo Testamento. Foi nesse ano que Esdras iniciou seu grande Ministério entre os repatriados de Israel. 
 Se descermos a detalhes quanto ao livro de Malaquias, partiremos de 432 a.C. Malaquias é o último livro do Antigo Testamento, quanto à ordem cronológica. Quanto à disposição dos livros no corpo 
do cânon hebraico, o último livro é 2Crônicas, como já mostramos. 
 O Novo Testamento foi completado em menos de 100 anos, pois seu último livro, o Apocalipse, foi escrito cerca de 96 d.C. Isto dá um total de 1.142 anos para a formação de ambos os Testamentos (1.046 + 96). 
 Leva-se em conta que a cronologia bíblica é sempre aproximada, pois ospovos orientais não tinham um sistema fixo de anotar ou contar datas. 
Quando se fala do espaço de tempo, que vai da escrita do Pentateuco ao Apocalipse, é preciso intercalar os 400 anos do Período Interbíblico ocorrido entre os Testamentos, o que dará um total de 1.542 anos (1.046 + 96 + 400). 
 Por isso se diz que a Bíblia foi escrita no espaço de dezesseis séculos. Este é o período no qual o cânon foi completado. Noutras palavras: o cânon abrange na história um total de 1.142 anos, aproximadamente. 
Os Livros Apócrifos
 Nas Bíblias de edição católica-romana, o total de livros é 73, porque essa igreja, desde o Concílio de Trento, em 1.546, incluiu no cânon do Antigo Testamento 7 livros apócrifos, além de 4 acréscimos ou apêndices canônicos, acrescentando ao todo, 11 escritos apócrifos. 
 A palavra "apócrifo" significa, literalmente, "escondido", "oculto", isto em referência a livros que 
tratavam de coisas secretas, misteriosas, ocultas. No sentido religioso, o termo significa "não genuíno" ou 
"espúrio", desde sua aplicação por Jerônimo. 
 Os apócrifos foram escritos entre Malaquias e Mateus, ou seja, entre o Antigo e o Novo Testamento, numa época em que cessara por completo a revelação divina; isto basta para tirar-lhes qualquer pretensão a canonicidade. 
 Josefo rejeitou-os totalmente, nunca foram reconhecidos pelos judeus como parte do cânon hebraico. Jamais foram citados por Jesus nem foram reconhecidos pela Igreja Primitiva. Jerônimo, Agostinho, Atanásio, Júlio Africano e outros homens de valor para os cristãos primitivos, opuseram-se a eles na qualidade de livros inspirados. 
 Apareceu pela primeira vez na Septuaginta, a tradução do Antigo Testamento feita do hebraico para o grego. Quando a Bíblia foi traduzida para o latim, em 170 d.C. seu Antigo Testamento foi traduzido do grego da Septuaginta e não do hebraico. Quando Jerônimo traduziu a Vulgata, no início do século V (405 d.C.), incluiu os apócrifos oriundos da Septuaginta, através da Antiga Versão Latina, de 170 d.C. porque isso lhe foi ordenado, mas recomendou que esses livros não poderiam servir como base doutrinária. 
 São 14 os escritos apócrifos: 10 livros e 4 acréscimos a livros. Antes do Concílio de Trento, a Igreja Romana aceitava todos, mas depois passou a aceitar apenas 11: 7 livros e 4 acréscimos. A igreja 
Ortodoxa grega mantém os 14 até hoje. 
 Os livros apócrifos constantes das Bíblias de edição católico-romana são: 
1. Tobias (após o livro canônico de Esdras); 
2. Judite (após o livro de Tobias); 
3. Sabedoria de Salomão (após o livro canônico de Cantares); 
4. Eclesiástico (após o livro de Sabedoria); 
5. Baruque (após o livro canônico de Jeremias); 
6. 1Macabeu (após o livro canônico de Malaquias); 
7. 2Macabeu (após o livro 1Macabeu). 
 Os quatro acréscimos ou apêndices são: 
1. Ester (Et 10.4-16.24); 
2. Cântico dos três Santos Filhos (Dn 3.24-90); 
3. A história de Suzana (Dn 13); 
4. Bel e o Dragão (Dn 14). 
 Como já foi dito dos 14 apócrifos, a Igreja Romana aceita 11, rejeita 3, isto, após 1.546 d C. 
 Os livros rejeitados são: 3 e 4Esdras e "A Oração de Manassés". Os livros apócrifos de 3 e 4Esdras são assim chamados porque nas Bíblias de edição católico-romana o livro de Esdras, é chamado de 1Esdras e o de 1Meemias, de 2Esdras. 
 A Igreja Romana aprovou os apócrifos em 18 de abril de 1.546, para combater o movimento da Reforma Protestante, então recente. Nessa época, os protestantes combatiam violentamente as novas 
doutrinas romanistas: Purgatório, oração pelos mortos, salvação mediante obras, etc. 
 A Igreja Romana via nos apócrifos bases para essas doutrinas, e, apelou para eles, aprovando-os como canônicos. 
 Houve prós e contras dentro da própria Igreja de Roma. Nesse tempo os jesuítas exerciam muita influência no clero. Os debates sobre apócrifos motivaram os dominicanos contra os franciscanos. 
 O Cardeal Pallavacini, em sua "História Eclesiástica", declara que em pleno concílio, 40 bispos, dos 49 presentes, travaram luta corporal, agarrados às barbas e batinas uns dos outros. Foi neste ambiente espiritual que os apócrifos foram aprovados! 
 A primeira edição da Bíblia romana com os apócrifos deu-se em 1.592, com a autorização do Papa Clemente VIII. 
 Os Reformadores protestantes publicaram a Bíblia com os apócrifos colocando-se entre o AT e o NT; não como livros inspirados, mas bons para leitura e de valor literários e históricos. Isto continuou até 1.629. A famosa versão inglesa King Jaimes, de 1.611, ainda os conservou. 
 Após 1.629, os evangélicos os omitiram de vez nas Bíblias editadas, para evitar confusão entre o povo simples que nem sempre sabe discernir entre um livro canônico e um apócrifo. 
 A aprovação dos apócrifos pela Igreja Romana foi uma intromissão1 dos católicos em assuntos judaicos, porque, quanto ao cânon do Antigo Testamento, o direito é dos judeus e não de outros. Além disso, o cânon do Antigo Testamento estava completo e fixado há muitos séculos. 
 Entre os católicos corre a versão de que as Bíblias de edição protestante são falsas. Quem, contudo, comparar a Bíblia editada pelos evangélicos com a editada pelos católicos há de concordar em que as duas são iguais, exceto na linguagem e estilo, que são peculiares a cada tradução. 
1 Ato de intrometer; intrometimento.
 Outros Livros Apócrifos 
 Há ainda outros escritos espúrios relacionados ao Antigo e Novo Testamento. São chamados de pseudo-epigráficos. 
 Os do Antigo Testamento pertencem à última parte do período interbíblico. Todos os livros 
dessa classe apresentam-se como tendo sido escritos por santos de ambos os Testamentos, daí seu título: 
pseudo-epigráficos. 
 São na maioria, de natureza apocalíptica. Nunca foram reconhecidos por nenhuma Igreja. Os principais do Antigo Testamento chegam a 26.
 Os referentes ao período do NT também nunca foram reconhecidos por ninguém como tendo 
canonicidade. São cheios de histórias grotescas e até indignas de Cristo e seus apóstolos. Essas histórias 
são muito exploradas pela gente simplória e crédula. Desse período há de tudo: evangelhos, epístolas, 
apocalipse, etc. Os principais somam 24. 
 O estudante da Bíblia deve estar acautelado, concernente aos livros canônicos e apócrifos em geral: 
· Os 39 livros canônicos do AT são chamados de protocanônicos pelos católicos; 
· Os 7 livros que chamamos de apócrifos, são chamados de deuterocanônicos pelos católicos; 
· Os livros que chamamos de pseudo-epigráficos, são chamados de apócrifos pelos católicos. 
· A respeito dos livros apócrifos, seja qual for o valor devocional ou eclesiástico que tiverem, 
· não são canônicos, comprova-se pelos seguintes fatores: 
· A comunidade judaica jamais os aceitou como canônicos; 
· Não foram aceitos por Jesus, nem pelos autores do Novo Testamento; 
· A maioria dos primeiros grande pais da Igreja ejeitou sua canonicidade; 
· Nenhum concílio da Igreja os considerou canônicos senão no final do século IV; 
· Jerônimo, o grande especialista bíblico e tradutor da Vulgata, rejeitou-os fortemente; 
· Muitos estudiosos católicos romanos, ainda ao longo da Reforma, também os rejeitaram; 
· Nenhuma Igreja ortodoxa grega, anglicana ou protestante, até a presente data, reconheceu os apócrifos como inspirados e canônicos, no sentido integral dessas palavras. 
 A vista desses fatos importantíssimos, torna-se absolutamente necessário que os cristãos de hoje jamais usem os livros apócrifos como se fossem Palavra de Deus, nem os citem em apoio autorizado a qualquer doutrina cristã. 
 Com efeito, quando examinados segundo os critérios elevados de canonicidade, verificamos que aos livros apócrifos faltam os seguintes aspectos: 
 Os apócrifos não reivindicamser proféticos; 
· Não detêm a autoridade de Deus; 
· Contêm erros históricos (ver Tobias 1.3-5; 14.11) e graves heresias teológicas, como a oração pelos 
· mortos (2Macabeus 12.45,46; 4); 
· Embora seu conteúdo tenha algum valor para a edificação nos momentos devocionais, na maior parte se trata de texto repetitivo; são textos que já se encontram nos livros canônicos; 
· Há evidente ausência de profecia, o que não ocorre nos livros canônicos; 
· Nada acrescentam ao nosso conhecimento das verdades messiânicas; 
· O povo de Deus, a quem os apócrifos teriam sido originariamente apresentados, recusou-os terminantemente. 
Questionário
 Assinale com "X" as alternativas corretas 
6. Foram os primeiros escritos no NT entre 52-67 d.C. 
 a) [ ] Os Atos dos Apóstolos 
 b) [ ] As Epístolas Paulinas 
 c) [ ] Os Evangelhos 
 d) [ ] As Epístolas Gerais 
7. Quanto aos livros apócrifos, é incerto dizer que: 
 a) [ ] No sentido religioso, o termo "apócrifo" significa "não genuíno" ou "espúrio" 
 b) [ ] Baruque e Tobias são exemplos de apócrifos contidos nas Bíblias de edição católico-romana 
 c) [ ] Foram escritos numa época em que cessara por completo a revelação divina 
 d) [ ] Foram escritos entre Ester e Mateus, ou seja, entre o Antigo e o Novo Testamento 
8. Os 39 livros canônicos do AT são chamados de: 
 a) [ ] Apócrifos pelos católicos 
 b) [ ] Pseudo-epígrafos pelos católicos 
 c) [ ] Protocanônicos pelos católicos 
 d) [ ] Deuterocanônicos pelos católicos 
 Marque "C" para Certo e "E" para Errado 
9. [ ] A ordem dos 27 livros do NT, como é atualmente em nossas Bíblias, vem da Vulgata, e não leva em 
 conta a sequência cronológica 
10. [ ] Os apócrifos contêm erros históricos e graves heresias teológicas, como a oração pelos mortos 
Lição 3
INSPIRAÇÃO BÍBLICA
 A característica mais importante da Bíblia não é sua estrutura e sua forma, mas o fato de ter sido inspirada por Deus. Não se deve interpretar de modo errôneo a declaração da própria Bíblia a favor dessa inspiração. Quando falamos de inspiração, não se trata de inspiração poética, mas de autoridade divina. 
 A Bíblia é singular, ela foi literalmente "soprada por Deus". A seguir examinaremos o que 
significa isso. 
 Não podemos confundir revelação com inspiração. Enquanto a revelação é o ato pelo qual Deus torna-se conhecido pelos homens, a inspiração diz respeito ao modo como os homens recebem e transmitem essa revelação. 
 As Escrituras tanto falam da inspiração do escritor quanto da inspiração do escrito: um é o agente, o outro é o efeito. 
· Exemplos: 
· O texto de 2Timóteo 3.16: "Toda Escritura é divinamente inspirada", faz referência ao escrito como inspirado; 
· Em 2Pedro 1.21: "Homens santos de Deus falaram inspirados pelo espírito Santo", fala do escritor. 
 Embora a palavra inspiração seja usada apenas uma vez no Novo Testamento (2Tm 3.16) e outra no Antigo Testamento (Jó 32.8), o processo pelo qual Deus transmite sua mensagem autorizada ao homem é apresentado de muitas maneiras. 
 Um exame logo à frente, das duas grandes passagens a respeito da inspiração encontradas no Novo Testamento poderá ajudar-nos a entender o que significa a inspiração bíblica. 
Descrição Bíblica de Inspiração
 Assim escreveu Paulo a Timóteo: "Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, redargüir1, corrigir e instruir em justiça" (2Tm 3.16). Em outras palavras, o texto sagrado do Antigo Testamento foi "soprado por Deus" (gr. theopneustos) e, por isso, dotado da autoridade divina para o pensamento e para a vida do crente. 
 A passagem correlata de 1Coríntios 2.13 realça a mesma verdade. "Disto também falamos", escreveu Paulo, "não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais". 
"Quaisquer palavras ensinadas pelo Espírito Santo são palavras divinamente inspiradas". 
 A segunda grande passagem do NT a respeito da inspiração da Bíblia está em 2Pedro 1.21: "Pois a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens santos da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo". 
Em outras palavras, os profetas eram homens cujas mensagens não se originaram de seus próprios impulsos, mas foram "soprados pelo Espírito". 
 Pela revelação, Deus falou aos profetas de muitas maneiras (Hb 1.1), mediante: anjos, visões, 
sonhos, vozes e milagres. 
 Inspiração é a forma pela qual Deus falou aos homens mediante os profetas. Mais um sinal de que as palavras dos profetas não partiam deles próprios, mas de Deus, é o fato de eles sondarem seus próprios escritos a fim de verificar "qual o tempo ou qual a ocasião que o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, ao dar de antemão testemunho sobre os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e sobre as glórias que os seguiram" (IPe 1.11). 
 Fazendo uma combinação das passagens que ensinam sobre a inspiração divina, descobrimos 
que a Bíblia é inspirada no seguinte sentido: 
· Homens, movidos pelo Espírito, escreveram palavras sopradas por Deus, as quais são as 
 fontes de autoridade para a fé e para a prática cristã. 
1 Replicar argumentando; responder arguindo; replicar. 
Definição Teológica da Inspiração
 Na única vez em que o NT usa a palavra inspiração, ela se aplica aos escritos, não aos escritores. A Bíblia que é inspirada, e não seus autores humanos. O adequado, então, é dizer que: o produto é inspirado, os produtores não. 
 Os autores escreveram e falaram sobre muitas coisas, como, por exemplo, quando se referiram a assuntos mundanos, pertinentes a esta vida, os quais não foram divinamente inspirados. 
 Todavia, visto que o Espírito Santo, conforme ensina Pedro, tomou posse dos homens que produziram os escritos inspirados, podemos, por extensão, referir-nos à inspiração em sentido mais amplo. Tal sentido mais amplo inclui o processo total por que alguns homens, movidos pelo Espírito Santo, enunciaram e escreveram palavras emanadas da boca do Senhor; e, por isso mesmo, palavras dotadas da autoridade divina. 
 É esse processo total da inspiração que contém os três elementos essenciais: a causalidade divina, a mediação profética e a autoridade escrita. 
 Causalidade divina. 
 Deus é a Fonte Primordial da inspiração da Bíblia. O elemento divino estimulou o elemento humano. Primeiro Deus falou aos profetas e, em seguida, aos homens, mediante esses profetas. Deus revelou-lhes certas verdades da fé, e esses homens de Deus as registraram. 
 O primeiro fator fundamental da doutrina da inspiração bíblica, e o mais importante, é que Deus é a fonte principal e a causa primeira da verdade bíblica. No entanto, não é esse o único fator. 
 Mediação profética. 
 Os profetas que escreveram as Escrituras não eram autômatos1. Eram algo mais que meros secretários preparados para anotar o que se lhes ditava. Escreveram segundo a intenção total do coração, segundo a consciência que os movia no exercício normal de sua tarefa, com seus. estilos literários e seus vocabulários individuais. 
 As personalidades dos profetas não foram violentadas por uma intrusão sobrenatural. A Bíblia que eles produziram é a Palavra de Deus, mas também é a palavra do homem. 
 Deus usou personalidades humanas para comunicar proposições divinas. Os profetas foram a causa imediata dos textos escritos, mas Deus foi a causa principal. 
 Autoridade escrita. 
 O produto final da autoridade divina em operação por meio dos profetas, como intermediários 
de Deus, é a autoridade escrita de que se reveste a Bíblia. A Escritura "é divinamente inspirada e 
proveitosa para ensinar, repreender, corrigir, instruir em justiça". 
 A Bíblia é a última palavra no que concerne a assuntos doutrinários e éticos. Todas as controvérsias

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