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FUNDAMENTOS E METODOLOGIA DO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA Bruna Silveira Chaves Clévia Fernanda Sies Barboza FACULDADE ÚNICA DE IPATINGA 2 Menu de Ícones Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo aplicado ao longo da apostila, você irá encontrar ícones ao lado dos textos.Elas são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada uma com uma função especifica, mostradas a seguir: 3 SUMÁRIO DOCUMENTOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO FÍSICA ......................... 6 ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA................................ 22 DESCOBRINDO O CORPO ..................................................................... 37 EDUCAÇÃO CORPORAL ........................................................................ 46 LINGUAGEM CORPORAL E SUAS POSSIBILIDADES ............................... 57 ATIVIDADES LÚDICAS ............................................................................. 70 CONCEITO DE DEFICIÊNCIA .................................................................. 81 UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 UNIDADE 05 UNIDADE 06 UNIDADE 07 4 ACESSIBILIDADE ...................................................................................... 96 DEFICIÊNCIA AUDITIVA E A PRÁTICA ESPORTIVA................................ 108 DEFICIÊNCIA VISUAL E O ESPORTE ...................................................... 121 O ESPORTE PARA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA....................... 135 DEFICIÊNCIAS INTELECTUAIS E A EDUCAÇÃO FÍSICA ......................... 148 RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 157 REFERÊNCIAS......................................................................................... 159 UNIDADE 08 UNIDADE 09 UNIDADE 10 UNIDADE 11 UNIDADE 12 5 O livro tem como objetivo central oferecer bases teóricas e cientificas para a elaboração de planejamentos coerentes com as normativas curriculares e as características e especificidades do grupo de alunos para qual serão aplicados, privilegiando o ensino aprendizagem das habilidades motoras numa formação integralizada. Durante o livro, percorremos o caminho, primeiro de elencar os principais apontamentos trazidos pelos documentos que norteiam o ensino da Educação Física e também o documento que regulamenta a formação dos cursos superiores em Educação Física. Em seguida, apresentamos os aspectos do desenvolvimento motor e psicossocial da criança, que servem de base para a atuação e sistematização de trabalho do educador. Também trilhamos a vertente da corporeidade para entender mais sobre o corpo da criança e sua interação com o mundo que o cerca. Com bases nesses conhecimentos, foi possível relacionar princípios pedagógicos e metodológicos para o desenvolvimento das aulas de educação corporal, contemplando a linguagem corporal através das atividades esportivas, jogos, lutas, ginasticas, atividades rítmicas e expressivas, como também explorar os construtos acerca da função pedagógica das atividades lúdicas no Ensino Infantil e Fundamental. Nossa pretensão foi construir uma referência de ação pedagógica para o professor de Educação Física e principalmente para qualquer educador que tenha na sua carreira docente, a linda missão de trabalhar esse conteúdo, rico em possibilidades, expressão maior da cultura e diversidade humana. 6 DOCUMENTOS NORTEADORES DA EDUCAÇÃO FÍSICA DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS (DCNS) E A EDUCAÇÃO FÍSICA As diretrizes curriculares constituem orientações para a elaboração dos currículos que devem ser, necessariamente, adotadas por todas as Instituições de Educação Superior (IES). Elas são atribuições formuladas e sugeridas pelo Ministério da Educação através do Conselho Nacional de Educação (BRASIL, 2018). Para a formação do profissional de Educação Física, uma nova resolução publicada em dezembro de 2018 traz como proposta a formação curricular com um bloco comum no início do curso de 1600 horas e depois, formações específicas em bacharelado ou licenciatura com mais 1600 h. Ambas formações totalizam 3200 h, com prazo mínimo de 4 anos. Segundo a Resolução CNE/CES nº 06/2018, em seu Art. 3º, A Educação Física é uma área de conhecimento e de intervenção profissional que tem como objeto de estudo e de aplicação a motricidade ou movimento humano, a cultura do movimento corporal, com foco nas diferentes formas e modalidades do exercício físico, da ginástica, do jogo, do esporte, das lutas e da dança, visando atender às necessidades sociais no campo da saúde, da educação e da formação, da cultura, do alto rendimento esportivo e do lazer (BRASIL, 2018). Neste contexto, estas DCNs em Educação Física representam um marco no processo de formação dos estudantes por priorizar a aquisição de competências, habilidades e atitudes, durante a graduação, que possibilitarão o futuro profissional alcançar os seguintes perfis: O graduado Bacharel em Educação Física terá formação geral, humanista, técnica, crítica, reflexiva e ética, qualificadora da intervenção profissional fundamentada no rigor científico, na reflexão filosófica e na conduta ética em todos os campos de intervenção profissional da Educação Física, exceto à docência na Educação Básica. O graduado Licenciado em Educação Física terá formação humanista, técnica, crítica, reflexiva e ética, qualificadora da intervenção profissional fundamentada no rigor científico, na reflexão filosófica e na conduta ética no magistério, ou seja, na docência do UNIDADE 01 7 componente curricular Educação Física, tendo como referência a Legislação própria do Conselho Nacional de Educação, especificamente, a Resolução CNE/CP 02/2015 (BRASIL, 2018, p. 3). Diante dos perfis de egressos propostos, vale enfatizar a importância do planejamento e organização dos currículos por parte das instituições de ensino superior e dos órgãos competentes para a fiscalização do cumprimento das aplicações das diretrizes na organização e elaboração dos Projetos Pedagógicos dos cursos. Assim, é relevante compreender os objetivos das DCNs aqui listados: favorecer aos alunos do curso de graduação em Educação Física consolidada formação teórico-prática, interdisciplinar e humanista, assegurando a formação de profissionais com autonomia, ética, discernimento e criticidade, de modo que se garanta a integralidade da atenção em saúde e em educação, e a qualidade e humanização do atendimento oferecido aos indivíduos, famílias e comunidades (BRASIL, 2018). Para Mello (2000, p. 102): [...] a formação do professor precisa tomar como ponto de referência, a partir do qual orientará a organização institucional e pedagógica dos cursos, a simetria invertida entre a situação de preparação profissional e o exercício futuro da profissão. As diretrizes que se seguem procuram avançar nessa característica, buscando tornar coerente a formação do professor com a simetria existente entre essa formação e o futuro exercício da profissão. Assim fica a reflexão acerca do profissional que está sendo formado pelas instituições frente às demandas de educação que a sociedade contemporânea exige dentro do contexto diversificado e plural que a constitui. 8 BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) E A EDUCAÇÃO FÍSICA A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que determina o conjunto essencial e progressivo de aprendizagens que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica de maneira a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em consonância com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE). Esta definição está no corpo do documento e juntamente com ela apresentam-se objetivo e justificativa: Referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das propostas pedagógicas das instituições escolares, a BNCCintegra a política nacional da Educação Básica e vai contribuir para o alinhamento de outras políticas e ações, em âmbito federal, estadual e municipal, referentes à formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da educação. Nesse sentido, espera-se que a BNCC ajude a superar a fragmentação das políticas educacionais, enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de governo e seja balizadora da qualidade da educação. Assim, para além da garantia de acesso e permanência na escola, é necessário que sistemas, redes e escolas garantam um patamar comum de aprendizagens a todos os estudantes, tarefa para a qual a BNCC é instrumento fundamental (BRASIL, 2017a, p. 8). O documento traz como fundamentos pedagógicos o foco no desenvolvimento de competências e o compromisso com a educação integral, concepções voltadas para desenvolver no aluno não apenas o “saber”, mas principalmente o “saber fazer”, reconhecendo, assim, que a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender a complexidade e a não linearidade desse desenvolvimento, rompendo com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual ou a dimensão afetiva. (BRASIL, 2017a). 9 O documento contempla as três etapas da Educação Básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio). Com uma estrutura baseada nas competências conforme figura a seguir. Figura 1: Competências Gerais da Educação Básica Fonte: Brasil (2017a) Entendendo um pouco mais do documento para a Educação Infantil, é importante frisar a adoção da concepção que vincula “educar e cuidar”, onde cuidado é algo indissociável do processo educativo. Nesse contexto, as creches e pré-escolas, ao acolher as vivências e os conhecimentos construídos pelas crianças no ambiente da família e no contexto de sua comunidade, e articulá-los em suas propostas pedagógicas, têm o objetivo de ampliar o universo de experiências, conhecimentos e habilidades dessas crianças, diversificando e 10 consolidando novas aprendizagens, atuando de maneira complementar à educação familiar – especialmente quando se trata da educação dos bebês e das crianças bem pequenas, que envolve aprendizagens muito próximas aos dois contextos (familiar e escolar), como a socialização, a autonomia e a comunicação (BRASIL, 2017a, p. 36). De acordo com a Diretrizes Nacionais Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (DNCEI), no seu 9º artigo, as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças na Educação Infantil, têm como eixos estruturantes as interações e a brincadeira, garantindo às crianças os direitos de conviver, brincar, participar, explorar, expressar- se e conhecer-se. Esses eixos estão organizados em cinco campos de experiências, o que possibilita trabalhar os conteúdos da Educação Física de maneira a otimizar a aquisição da competência proposta. Os eixos são assim apresentados: eu, o outro e o nós. Corpo, gestos e movimentos. Traços, sons, cores e formas. Escuta, fala, pensamento e imaginação. Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações. A aplicação do conteúdo Educação Física somente será realizado qualitativamente se tiver como referencial os eixos citados; o conhecimento acerca das características e especificidades dos eixos é primordial para o planejamento e estruturação das aulas de Educação Física. A proposta de aprendizagem integral com a participação ativa da criança somente será possível se as práticas pedagógicas nas creches e pré-escolas forem plurais e carregadas de intencionalidade educativa. Essa intencionalidade educativa consiste na organização e proposição de experiências que permitam às crianças conhecer a si e ao outro e de conhecer e compreender as relações com a natureza, com a cultura e com a produção científica, traduzidas nos cuidados pessoais, nas brincadeiras, nas experimentações, na aproximação com a literatura e no encontro com as pessoas (BRASIL, 2017b). Nas etapas do Ensino Fundamental e Ensino Médio, a Educação Física é apresentada em capítulos específicos. O conteúdo Educação Física está contemplado no item Linguagens e está definido no documento como sendo “o 11 componente curricular que tematiza as práticas corporais em suas diversas formas de codificação e significação social, entendidas como manifestações das possibilidades expressivas dos sujeitos” (BRASIL, 2017a). Cada prática corporal propicia ao sujeito o acesso a uma dimensão de conhecimentos e de experiências aos quais ele não teria de outro modo. Esse modo de entender a Educação Física permite articulá-la à área de Linguagens, resguardadas as singularidades de cada um dos seus componentes, conforme reafirmado nas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos (Resolução CNE/CEB nº 7/2010)37. Entender a Educação Física como linguagem não deve minimizar sua concepção de saúde, mas sim trazer para a concepção da educação com o olhar voltado para o social, para os signos e significações culturalmente instalados. Na BNCC os conteúdos da Educação Física são divididos em seis temáticas: Brincadeiras e jogos; Esportes; Ginásticas; Danças; Lutas e Práticas corporais de aventura. O documento dispõe, sobre essa divisão, as seguintes inferências: Em princípio, todas as práticas corporais podem ser objeto do trabalho pedagógico em qualquer etapa e modalidade de ensino. Ainda assim, alguns critérios de progressão do conhecimento devem ser atendidos, tais como os elementos específicos das diferentes práticas corporais, as características dos sujeitos e os contextos de atuação, sinalizando tendências de organização dos conhecimentos. Na BNCC, as unidades temáticas de Brincadeiras e jogos, Danças e Lutas estão organizadas em objetos de conhecimento conforme a ocorrência social dessas práticas corporais, das esferas sociais mais familiares (localidade e região) às menos familiares (esferas nacional e mundial). Em Ginásticas, a organização dos objetos de conhecimento se dá com base na diversidade dessas práticas e nas suas características. Em Esportes, a abordagem recai sobre a sua tipologia (modelo de classificação), enquanto Práticas corporais de aventura se estrutura nas vertentes urbana e na natureza (BRASIL, 2017b, p. 219). Pensando na flexibilização dos currículos e adequação às realidades locais, o documento propõe a seguinte divisão dos conteúdos da Educação Física de acordo com as seis temáticas para os anos iniciais (figura 2) e anos finais (figura 3): 12 Figura 2: Anos iniciais Fonte: Brasil (2017a, p. 227) Figura 3: Anos Finais Fonte: Brasil (2017a, p. 213) 13 Para explicar a inserção do conteúdo da Educação Física no Ensino Médio, é necessário primeiro apontar algumas modificações que objetivaram principalmente a oferta de variados itinerários formativos. Na direção de substituir o modelo único de currículo do Ensino Médio por um modelo diversificado e flexível, a Lei nº 13.415/201754 alterou a LDB, estabelecendo que: O currículo do Ensino Médio será composto pela Base Nacional Comum Curricular e por itinerários formativos, que deverão ser organizados por meio da oferta de diferentes arranjos curriculares, conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos sistemas de ensino, a saber: I – linguagens e suas tecnologias; II – matemática e suas tecnologias; III – ciências da natureza e suas tecnologias; IV – ciências humanas e sociais aplicadas; V – formação técnica e profissional (BRASIL, 2017b). A Educação Física no Ensino Médio continua inserida no item Linguagens e suas tecnologias, propondo extrapolar a prática por meio de sua reflexão, estimulando o desenvolvimento da curiosidade intelectual, da pesquisa e capacidade de argumentação. O pensar da prática no seu fazer contemplando o “onde”, o “como” e “quando”. Essa reflexão sobre as vivências contribui para a formaçãode sujeitos que possam analisar e transformar suas práticas corporais, tomando e sustentando decisões éticas, conscientes e reflexivas em defesa dos direitos humanos e dos valores democráticos. (BRASIL, 2017b, p. 485). 14 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCNS) E A EDUCAÇÃO FÍSICA Os Parâmetros Curriculares Nacionais apresentam-se como um documento de referência para a educação, principalmente no Ensino Fundamental em todo pais. Documento que foi publicado em 1998, tem como funções orientar e garantir a coerência dos investimentos no sistema educacional, socializando discussões, pesquisas e recomendações (BRASIL, 1998): Têm como objetivo subsidiar a elaboração ou a revisão curricular dos Estados e Municípios, dialogando com as propostas e experiências já existentes, incentivando a discussão pedagógica interna das escolas e a elaboração de projetos educativos, assim como servir de material de reflexão para a prática de professores (BRASIL, 1998, p. 29). A Educação Física é contemplada no livro 7 para os anos iniciais do Ensino Fundamental, chamados de 1º e 2º ciclos e no livro 8 para os anos finais, chamados de 3º e 4º ciclos. Em ambos, os conteúdos estão divididos em três grandes blocos, que se articulam entre si, guardando suas especificidades. Figura 4: Blocos da Educação Física Fonte: Adaptado de Brasil (1998) 15 Os PCNS abordam os conteúdos da Educação Física dentro de uma perspectiva de cultura corporal de movimento, definida pelo documento como sendo os “conhecimentos e representações que se transformaram ao longo do tempo, ressignificadas, suas intencionalidades, formas de expressão e sistematização” (BRASIL, 1998, p. 28). De acordo com os estudos de Salerno (2004) a cultura corporal expressa-se em conteúdos que permeiam as manifestações das ginasticas, danças, lutas, esportes e os jogos, propondo ao aluno uma atitude reflexiva, exploratória, criativa e compreensiva do mundo através da linguagem corporal. Portanto, nota-se que um trabalho fundamentado na abordagem da cultura corporal visa desenvolver no aluno não apenas o aspecto motor, mas principalmente os aspectos social, afetivo, emocional, cognitivo, finalmente, busca atingir o altruísmo, a visão crítica e reflexiva da realidade concreta. PLANEJAMENTO E SISTEMATIZAÇÃO DE PROPOSTA DE ENSINO DIRECIONADA AO ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA O planejamento e a sistematização de proposta de ensino são passos fundamentais para o Ensino da Educação Física nos diversos ambientes. Consiste no caminho metodológico para o alcance dos objetivos propostos e principalmente para o desenvolvimento qualitativo das aulas e atividades. A prática pedagógica do conteúdo Educação Física deve ser pautada em um planejamento da seleção e organização dos conteúdos sustentado pelos 16 documentos norteadores da Educação Básica. Como apresentado anteriormente, a BNCC e os PCNs servem de sustentação para o trabalho docente desde o momento do planejamento até a fase de execução do mesmo. Cada etapa da Educação (Ensino Infantil, Fundamental e Médio) traz características fundamentais a serem observadas e respeitadas no planejamento, contribuindo de forma adequada na formação completa do discente. Ambos documentos trazem as especificidades e características de cada fase, os procedimentos metodológicos e didáticos a serem adotados no ensino de cada conteúdo. O professor deve conhecer o Projeto Pedagógico da instituição onde leciona, seja ela da esfera pública ou particular, e entender a importância deste documento no ensino. Identificar em quais documentos da Educação Básica Nacional ele se baseia, e então, juntamente com o conhecimento teórico dos fundamentos e bases epistemológicas da Educação Física fazer o planejamento e sistematização do conteúdo. Segundo Crum (1993) duas ideologias têm contribuído para o não-ensino das práticas de Educação Física na escola: o biologismo que reduz a Educação Física ao treino físico e o pedagogismo que transforma a aula num recreio supervisionado. A finalidade da Educação Física é o desenvolvimento integral da criança; um bom desempenho psicomotor proporciona ao aluno um melhor desempenho escolar, autoconfiança, socialização e melhor interação com o mundo. Corrobora Bento (1987) que a Educação Física deverá transmitir experiência e produzir resultados de aprendizagem em três domínios: o aspecto técnico-motor ou dimensão operativa; o aspecto interpessoal ou dimensão comunicativa; o aspecto cognitivo- reflexivo ou dimensão discursiva. As DCNs apresentadas no início do capítulo corroboram a importância da formação qualificada do profissional de Educação Física, que precisa dos construtos teóricos associados às experiências práticas vivenciadas ao longo da formação para desenvolver uma postura crítica, ética e responsável de atuação, onde o conhecimento e o planejamento sejam peças fundamentais no seu fazer pedagógico. É necessário capacitar melhor os professores para que eles estejam aptos a promover uma educação integral do aluno e principalmente ter a capacidade para detectar as dificuldades e fatores intervenientes no processo de aprendizagem dos 17 discentes, reconhecendo as falhas no processo, caso elas ocorram. O olhar do educador deve ser para a pessoa na sua integralidade, o aprendente que por meio do movimento corporal terá seu desenvolvimento estimulado, trabalhado e assegurado, contribuindo para a formação de um adulto com totais capacidades motoras, cognitivas e socioafetivas, proporcionando-lhe uma melhor qualidade de vida ao longo dos anos. 18 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Aprender e ensinar são processos intimamente relacionados, nos quais o planejamento tem um papel fundamental, que é: a) favorecer a qualidade do trabalho docente a fim de que o aluno desenvolva sua capacidade intelectual. b) direcionar o desenvolvimento cognitivo e afetivo do aluno. c) traduzir na prática as diferentes correntes teóricas relativa ao processo ensino aprendizagem. d) garantir a coerência e a unidade do trabalho docente por meio de interligação dos elementos do processo de ensino. e) direcionar a seleção de conteúdos que garantam o alcance dos objetivos definidos pelo(a) professor(a). 2. Em suas orientações aos professores para o desenvolvimento do planejamento, determinada coordenadora ressaltou que os professores devem analisar e ter como referência as Diretrizes Curriculares Nacionais, afirmando que elas a) são o conjunto de definições doutrinárias sobre princípios, fundamentos e procedimento da educação básica. b) compreendem práticas de organização dos conteúdos programáticos e formas de abordagem. c) têm o intento de ser uma referência curricular e apoiar a criação e elaboração da proposta curricular das escolas. d) são orientações de qualidade para a educação básica, privada e superior do país, criadas pelo Governo Federal. e) correspondem à grade curricular a ser adotada e implementada pelas escolas públicas e particulares. 3. Os PCN para o Ensino Fundamental e o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil explicitam que os objetivos: a) Ao serem formulados a partir dos conteúdos necessários para o desenvolvimento das capacidades cognitivas, reconhecem as relações dialéticas entre objetivos e conteúdo. joser Realce joser Realce 19 b) Ao indicarem as capacidades as serem desenvolvidas pelos alunos, orientam a seleção de conteúdos como meio para o desenvolvimento dessas capacidades, reconhecendo as relações dialéticas entre objetivos e conteúdos. c) Ao indicarem as finalidades a serem alcançadas, por todos os alunos, com o mesmo nível de assimilação, determinam que a avaliação é comum a todos os educandos. d) Ao orientarem as atividades que o professor deve desenvolver na sala de aula, garantem a assimilação dos conteúdos pelos educandos. e) Ao possibilitarem a reflexão crítica sobre o conteúdo conceitual, deixam os procedimentais para serem realizados e aprendidos depois. 4. A tarefa da Educação Físicaescolar ,segundo o PCN, é garantir aos alunos: a) Acesso às práticas da cultura corporal de movimento. b) Conhecimento sobre saúde e estética. Valorização e seleção daqueles mais aptos fisicamente. c) Seleção de talentos esportivos. d) Priorização pelo desempenho técnico esportivo. e) Aprendizado do conteúdo esporte especializado. 5. Os Parâmetros Curriculares Nacionais constituem um referencial para ser utilizado pelas escolas e educadores na elaboração de seu Projeto Pedagógico. Trata-se de um referencial curricular prioritariamente comprometido com: a) uma escola de qualidade para todos os alunos, que garanta o acesso a conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários para o exercício da cidadania. b) uma concepção de educação que privilegia a aprendizagem de conteúdos curriculares tendo em vista as demandas do mercado de trabalho da sociedade do conhecimento, mas que também traduzam a adequação da escola aos interesses da comunidade em que se insere. c) um modelo interdisciplinar de currículo no qual são valiosas as experiências de vida prévia dos alunos, dos seus saberes cotidianos e aspirações profissionais. d) um projeto pedagógico estabelecido em âmbito nacional e cujos componentes curriculares devem ser dele extraídos para garantir a identidade cultural do povo joser Realce joser Realce 20 brasileiro. e) nenhuma das alternativas. 6. Além dos esportes, jogos, lutas e ginasticas tradicionalmente desenvolvidos nas aulas de Educação Física, os PCN colocam como blocos de conteúdo desta área: a) Atividades rítmicas e expressivas, formas lógicas de raciocinar. b) Atividades rítmicas e expressivas, conhecimentos sobre o corpo. c) Conhecimentos sobre o corpo, formas abstratas de pensar. d) Ética, organização social e cívica brasileira e) Organização social e cívica brasileira, orientação sexual. 7. “A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE)”. (Fonte: BRASIL, 2017, p. 7). Considerando a concepção presente no texto, analise as afirmativas a seguir: I. A BNCC reconhece que a Educação Básica deve visar à formação e ao desenvolvimento humano global, o que implica compreender que esse desenvolvimento é linear. II. A dimensão conceitual da BNCC permite que os estudantes desenvolvam aproximações e compreensões sobre os saberes científicos e os presentes nas situações cotidianas. III. A noção de competência é definida na BNCC como a mobilização de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. IV. Ao dizer que os conteúdos curriculares estão a serviço do desenvolvimento de competências, a LDBEN orienta a definição das aprendizagens dos conteúdos mínimos a serem ensinados na proposta da BNCC. joser Realce 21 Está CORRETO apenas o que se afirma em: a) I e II. b) III e IV. c) I e III. d) II e IV. e) II e III. 8. De acordo com os PCN, analise as afirmativas a seguir que descrevem as características comuns entre a Educação Física e as outras linguagens: I. Apresentam a capacidade de articular significados e compartilhá-los. II. Têm como grande objetivo a interação. III. Desenvolvem meios para a interpretação de fatos naturais. IV. Constituem uma herança social. Assinale a alternativa correta: a) Somente as afirmativas I, II e III estão corretas. b) Somente as afirmativas I, II e IV estão corretas. c) Somente as afirmativas I, III e IV estão corretas. d) Somente as afirmativas II, III e IV estão corretas e) Todas as afirmativas estão corretas. joser Realce joser Realce 22 ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO MOTOR DA CRIANÇA O conhecimento dos aspectos do desenvolvimento motor da criança torna- se essencial do ponto de vista educacional e esses conceitos deverão guiar a atuação docente. O estudo do desenvolvimento motor da criança permite ao professor planejar suas aulas e atividades dos conteúdos da Educação Física identificando a correta adequação das práticas às fases do desenvolvimento. Segundo Bacil, Silva e Mazzardo (2020) desenvolvimento e crescimento são termos distintos, mas indissociáveis. Esses dois processos ocorrem ao mesmo tempo e sua velocidade é determinada pela maturação e pelas experiências vivenciadas pelo indivíduo nesse período. Crescimento refere-se ao aumento de tamanho do corpo ou partes dele, pode ocorrer por hiperplasia, hipertrofia ou agregação, onde hiperplasia é o aumento do número de células, hipertrofia consiste no aumento do tamanho das células e agregação é o acréscimo de substâncias intercelulares. O desenvolvimento envolve aspectos biológicos, motores, cognitivos e sociais. O desenvolvimento pode ser classificado pela idade cronológica (idade contada em anos, meses e dias) e pela idade biológica (determinada pela idade morfológica, óssea, dental e sexual). O desenvolvimento inclui todos os aspectos do comportamento humano e, como resultado, somente artificialmente pode ser separado em “áreas”, “fases” ou “faixas etárias”. [..] Muito pode ser ganho com o aprendizado do desenvolvimento motor em todas as idades e com a análise desse desenvolvimento como um processo que dura toda a vida (GALLAHUE et al., 2003). Erro! Fonte de referênci a não encontra da. 23 Assim, além de conhecer as características biológicos do crescimento e desenvolvimento motor, é importante avalia-las dentro do meio em que ocorrem. A literatura aponta uma atenção demasiada dos estudiosos da área em pesquisar e compreender os mecanismos que direta ou indiretamente pode influenciar nas fases do desenvolvimento humano e se qual a relação com os estímulos que são recebidos do meio. Exemplo dessa inquietude é a contribuição de Payne e Isaacs (2007, p. 2)ao definir o desenvolvimento motor como “o estudo das mudanças no comportamento motor humano durante as várias fases da vida, os processos que servem de base para essas mudanças e os fatores que os afetam”. O desenvolvimento motor é mais significativo nos primeiros anos de vida, onde a criança percebe o mundo e aprende a se comunicar com o meio, sendo que esta comunicação também ocorre através dos movimentos. As mudanças no desenvolvimento motor ocorrem demoradamente, e principalmente na infância; os seis primeiros anos são decisivos para se determinar que tipo de adulto essa pessoa se tornará. Nos primeiros anos de vida, a criança desenvolve as habilidades necessárias para explorar o ambiente que a cerca, buscando compreender e interagir com ele. Vivencia seus primeiros contatos motores e sociais e desenvolve-se de maneira única e particular conforme o meio onde vive. O desenvolvimento motor é um processo contínuo, ordenado e sequencial, normalmente igual para todos na ordem em que acontece, mas em velocidade de progressão diferente, de acordo com as características individuais de cada pessoa. Harrow (1983) a partir da análise do encadeamento do desenvolvimento, coloca que o domínio motor se processa através dos movimentos reflexos – habilidades básicas, que são os movimentos voluntários; habilidades específicas, que são movimentos mais complexos, e a comunicação não verbal, que permite ao indivíduo expressar-se por meio do corpo. 24 As vivências motoras pertencem ao dia-a-dia das crianças e representam toda e qualquer atividade corporal realizada nos diversos ambientes onde a criança transita. As experiências motoras vivenciadas pelas crianças na rotina da vida diária eram suficientes para a aquisição das habilidades motoras. Através do brincar livremente, seja em ambientes públicos, como praças e ruas, bem como no própriolar, contribuíam para o aprimoramento do seu desenvolvimento motor (NETO et al., 2004). As habilidades motoras são explicadas como domínios motores voluntários, ou seja, dependem da vontade para que ocorram e é um processo de desenvolvimento inter-relacionado, pois está intimamente ligado aos fatores cognitivos e afetivos dos seres humanos. Todo o desenvolvimento humano transita por etapas que garantem a continuidade da evolução e a qualidade da habilidade adquirida. Durante a continuação do amadurecimento e desenvolvimento motor, passa-se por fases que irão proporcionar o aprendizado e domínio das competências e habilidades motoras que irão resultar em movimentos mais evoluídos e precisos. Segundo a literatura, as principais teorias do desenvolvimento motor são a maturacional, a ambiental, a ecológica, a do processamento de informação, a da montanha e a da ampulheta de Gallahue. O quadro abaixo apresenta algumas características de cada uma dessas das teorias. 25 Figura 5: Teorias do desenvolvimento motor TEORIA CARACTERÍSTICAS MATURACIONAL Gesell (1928) e Mcgraw (1935). O desenvolvimento motor é resultado dos processos biológicos inativos do indivíduo. Desenvolvem habilidades motoras de uma forma invariável e sequencial pré- determinada, independentemente da diversidade dos ambientes. AMBIENTAL Robert Havighrust (1972). O desenvolvimento é uma interação entre os fatores biológicos, socias e culturais. Essa teoria propõe uma serie de tarefas especificas que são determinadas pela sociedade e tem um tempo ideal de execução em todas as etapas da vida do indivíduo até a velhice. ECOLÓGICA Surge entre 1980 e 1990 e enfatiza a inter-relação entre o indivíduo, ambiente e tarefa para o desenvolvimento de uma habilidade motora. Existem duas teorias ecológicas: a teoria dos sistemas dinâmicos e a teoria do ambiente comportamental. PROCESSAMENTO DE INFORMAÇÃO Richard A. Schmidt e Craig A. Wrisburg (1970 e 1980). Segundo essa perspectiva, o cérebro age como um computador, recebendo informações, processando e respondendo com o movimento. O ser humano é passivo na aprendizagem, espera que um estimulo ocorra no ambiente para então responder. DA MONTANHA Clark e Metcalf (2002). O desenvolvimento motor é comparado a escalar uma montanha, onde o tempo necessário para aprender muitos movimentos é comparado à árdua subida de uma montanha. AMPULHETA Gallahue (1982). Ampulheta heurística. Modelo mais utilizado. Desenvolvimento motor é um processo ordenado e contínuo. A vida é resultado de fatores internos (hereditariedade) e fatores externos (ambiente). Explica a progressão da aquisição das habilidades motoras pelo individuo por meio de fases e estágios. Fonte: Bacil; Silva e Mazzardo (2020) Dos modelos expostos, o mais utilizado e aceito no meio acadêmico é o da Ampulheta de Gallahue (2013). Segundo o autor , a motricidade caminha através de diferentes fases caracterizadas por uma série de ações motoras, apresentando diversos estágios em cada uma delas. São esses os estágios propostos por sua teoria: fase motora reflexiva, fase motora rudimentar, fase motora fundamental e fase motora especializada. Nos modelos teóricos desenvolvidos por Gallahue, o primeiro modelo estabelece relações entre fase-estágio-idade aplicada ao desenvolvimento motor durante o ciclo de vida. Esta teoria desvenda as relações existentes entre as faixas etárias das fases motoras e suas características. O segundo leva em consideração os vários fatores que podem influenciar o desenvolvimento motor, socioafetivo e cognitivo, pois reconhece a integração entre o meio ambiente, hereditariedade e as fases motoras (OLIVEIRA, 1992). 26 Figura 6: Primeiro Modelo Ampulheta de Gallahue Fonte: Sanches, Santos e Riehl (2010) Figura 7: Segundo modelo Ampulheta Ampliada de Gallahue Fonte: Sanches, Santos e Riehl (2010) 27 Segundo Wiggers e Bencks (2010) pode-se perceber através dessa classificação a continuidade do desenvolvimento motor, sendo que a passagem pelas fases é importante para a evolução adequada do desenvolvimento. Nos primeiros anos de vida, as crianças adquirem habilidades que são necessárias para o desenvolvimento subsequente do movimento humano. As habilidades ao longo da vida serão combinadas entre si para que se adquiram habilidades mais complexas. Como já apontado, o ambiente ao qual a criança é exposta é determinante na sua formação, sendo assim, suas habilidades serão coerentes com o seu “modus vivendi”. Estes estudos têm predominância na infância, momento onde as principais mudanças e adaptações ocorrem, mas se aplicam durante toda a vida. Na infância, a criança começa a explorar o ambiente e suas habilidades corporais, utilizando o movimento para esta interação e aprendizagem. Compreender o desenvolvimento motor oportuniza a reflexão acerca de como ocorre essa aprendizagem. O professor deve utilizar os conceitos, juntamente com as condições e situações específicas de cada criança para promover uma intervenção satisfatória e adequada. Existe uma linha muito tênue entre o desenvolvimento das funções motoras, cognitivas e psíquicas; como não é possível dissociar a aprendizagem do movimento da sua consciência de realização, ou seja, corpo e mente juntos na ação motora, é importante entender como a criança aprende. Existem várias teorias sobre o assunto e, dentre elas, a teoria do Desenvolvimento Cognitivo de Piaget é a mais abrangente. Ela traz quatro estágios do desenvolvimento cognitivo, conforme exposto no quadro abaixo. Também foram contribuições significativas para entender como a criança aprende os estudos de Vygotsky (1897-1934) e de Wallon (1879 – 1962). Segundo as concepções de Piaget, Vygotsky e Wallon, a capacidade de conhecer e aprender se constrói a partir das trocas estabelecidas entre o sujeito e o meio. O quadro abaixo traz uma comparação entre as teorias dos três estudiosos. Quadro 1: Teorias Autor JEAN PIAGET VYGOTSKY WALLON Período 1896-1980 1897-1934 1879-1962 Pesquisador Yves de La Taille Marta Koh I Oliveira Izabel Galvão 28 Palavras-chave Construção doconhecimento Interação Social Afetividade Eixos da teoria Principais conceitos Assimilação/ Acomodação Esquema / Equilibração Estágios do Desenvolvimento Mediação simbólica: Instrumentos e signos Zonas de Desenvolvimento proximal O movimento: express / instrum. As emoções: afetividade A inteligência: sincrético e cat. A construção do Eu: imitação / negação Relação do indivíduo com o mundo Adaptação (conhecimentos prévios) Da parte para o todo: Processo de socialização (relação com o mundo) Do todo para a parte Processo de individuação (“constituir-se” indivíduo) Papel do professor/escola Desequilibrar os esquemas dos alunos a partir de seus conhecimentos prévios Intervir na Z.D.P, ou seja, na distância entre o que o aluno já domina e o que faz com ajuda Considerar história do aluno, demandas atuais e perspectivas (futuro) Perfil do aluno Participante do processo de construção do conhecimento, co-autor,ativo, questionador Fonte: Roque (2010) Para Le Boulch (1982) é importante que na intervenção acerca do desenvolvimento motor sejam proporcionadas, às crianças, momentos nas quais elas tenham toda a confiança em seu corpo e em seu desempenho motor. Por esse motivo a relevância de uma intervenção adequada às expectativas e demandas da criança, respeitando suas particularidades. 29 ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL DA CRIANÇA. As primeiras experiências sociais da criança ocorrem no ambiente familiar. Todas as experiências vividas no lar e nos diversos locais onde a criança transita interferem no seu desenvolvimento. Corrobora Wiggers e Benck (2010) que as experiências da criança na primeira e segunda infâncias determinarão a extensão do seu desenvolvimento. A teoria biológica de Bronfenbrenner, também chamada de teoria do ambiente comportamental, defende que o ambiente em que a pessoa vive e a interpretação e ou percepção que ela dáao meio definem em grande parte seu comportamento e desenvolvimento (BACIL; SILVA; MAZZARDO, 2020). Culturalmente, os pais exercem papéis diferentes nessa educação, mas de forma geral, essas interações são responsáveis por um desenvolvimento integral da criança. Até os 3 anos, a criança desenvolve processos cognitivos à medida em que se relaciona com outras crianças, desempenhando novos papeis em atividades sociais, aumentando a interação com seus pares e aquisição de habilidades 30 motoras. O brincar e o lúdico, nesse momento, são fundamentais para o sucesso dessa fase. Entre 3 e 6 anos, à medida que sua capacidade cognitiva vai aumentando, a criança desenvolve o senso de identidade, desenvolve o autoconceito e constrói sua autoestima. Aumentar o repertório motor nesse período contribui para a aquisição das competências almejadas para essa fase. Após essa fase, a criança ainda depende da opinião dos pais e adultos, com quem convive, para ter uma visão crítica do mundo; é uma fase de construção dos conceitos de valor, onde predomina a comparação de suas habilidades com as dos colegas. O gosto e prazer pela prática das atividades físicas podem ser comprometidos caso a satisfação com o desempenho não seja satisfatório. Os aspectos do desenvolvimento psicossocial da criança apresentam uma relação direta com o desenvolvimento das habilidades motoras. Aumentar o seu repertório motor é ampliar suas possibilidades de exploração do mundo que a cerca. Ganhar confiança na realização da prática motora proporciona influência no temperamento da criança, na motivação para realizar os mesmos ou novos estímulos. Assim, a psicomotricidade, que consiste na relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção, é fundamental nesse processo do desenvolvimento psicossocial da criança. Atrasos no desenvolvimento da criança podem acarretar dificuldades de adaptação social. Essas dificuldades também podem acontecer de acordo com o tipo de personalidade e o grupo em que a criança está inserida. A CRIANÇA INTERAGINDO COM O MUNDO Nos primeiros anos de vida, a criança interage com o meio ambiente em que vive, investiga, procura, pesquisa, é movida e motivada por tudo aquilo que chama à atenção. Assim, quanto mais estimulante e atrativo for o ambiente onde essa criança é criada, melhor e mais rápido ela irá desenvolver suas habilidades motoras, cognitivas e sociais. Assevera Borges (2009) que a criança é um organismo em constante relação com o mundo dos objetos físicos e o mundo das relações sociais. Enquanto vivencia essas interações ela constrói formas, que vão da condição simples a complexa, agregando a sua inteligência potencialidades importantes. 31 É fundamental compreender que a criança não aprende de forma passiva, como mera receptora dos ensinamentos trazidos pelos adultos. Ao contrário, ela é agente do processo, sua contribuição é fundamental; é peça atuante no seu próprio desenvolvimento. Dominar os construtos de como a criança entende e percebe o mundo favorece sobremaneira na relação do educador com o educando, e consequentemente traz contribuições positivas na prática pedagógica. O processamento dos conceitos e informações se dá ao longo da vida em níveis diferentes de gradação e isso acontece devido as condições diversas a qual a criança vive e é submetida. Importante ponderar o fator motivacional para o sucesso no processo de aprendizagem e socialização da criança, uma vez que, motivada, a criança exerce melhor as atividades propostas. Eckert (1993) elucida que é por meio das explorações contínuas, tanto espaciais quanto materiais, que as crianças compreendem a natureza dos objetos, proporcionando a capacidade de pensar e progredir de forma mais eficiente nos aspectos cognitivos e motor. O desenvolvimento global da criança apoia-se no comportamento perceptivo-motor, o qual exige, como condição, variadas oportunidades de aplicação: a exploração lúdica, o controle motor, a percepção figura-fundo, integração intersensorial, noção de corpo, espaço e tempo (PALAFOX, s.d). Dessa forma, analisando a inter-relação dos pontos cognitivo, afetivo e motor, o processo de aprendizagem deve ser focado na obtenção de habilidades motoras, erguendo uma substancial base perceptivo-motor e afetivo social. A assimilação das informações pelas crianças na pluralidade de ambientes por onde ela transita é de fundamental importância em que pese o fato de isso complicar ou facilitar a interação da dela com o mundo. Ao longo de toda a infância, a criança se posiciona como receptora de conceitos e conhecimentos, precisando interagir, mas nem sempre tem a preparação e suporte para essas trocas. 32 33 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Estudos sobre desenvolvimento infantil apontam a infância como melhor período para iniciação desportiva, levando em consideração características dos desenvolvimentos motor, cognitivo, afetivo, social e moral das crianças. Malina e Bouchart (2002) definem o crescimento como resultado de um complexo mecanismo celular que envolve basicamente alguns dos fenômenos: I. hiperplasia. II. hipertrofia. III. agregação. IV. atrofia. V. regeneração. Dos itens citados, estão corretos apenas: a) I e IV. b) II, III e V. c) I, IV e V. d) III e V. e) I, II e III. 2. Leia as afirmativas a seguir: I. As idades são simplesmente uma média. II. Embora as pessoas geralmente passem, pela mesma sequência geral de desenvolvimento, existe uma gama de diferenças individuais. Somente quando o desvio destas normas é extremo é que existe motivo para considerar o desenvolvimento de uma pessoa como excepcionalmente adiantado ou atrasado. III. A gama de diferenças individuais aumenta à medida que as pessoas envelhecem. Sobre as diferenças individuais que acontecem no Desenvolvimento Humano é correto o que se afirma: joser Realce 34 a) I, II e III. b) I, apenas. c) III, apenas. d) I e II, apenas. e) II e III, apenas 3. (AMEOSC, 2015) O desenvolvimento motor deve ser tratado de maneira correta pelos professores de Educação Física escolar, a fim de não acelerar ou regredir com as progressões que os alunos atingem. Para tanto, é preciso conhecer o nível de desenvolvimento de cada aluno e ainda conhecer a classificação de movimentos que poderá ser trabalhado em cada faixa etária ou faixa de desenvolvimento. O movimento pode ser dividido quanto aos aspectos musculares, temporais, ambientais e funcionais. Assinale a alternativa que não corresponde ao aspecto funcional do movimento. a) Rapido b) Aberta. c) Fechada d) Manipulação. e) Lento 4. (IDHTEC, 2011) Julgue os itens a seguir: I. Aprender a movimentar-se implica planejar, experimentar, avaliar, optar entre alternativas, coordenar ações do corpo com objetos no tempo e no espaço, interagir com outras pessoas, enfim, uma série de procedimentos cognitivos que devem ser favorecidos e considerados no processo de ensino e aprendizagem na área de Educação Física. II. Embora a ação e a compreensão sejam um processo indissociável, em muitos casos, a ação se processa em frações de segundo, parecendo imperceptível, ao próprio sujeito, que houve processamento mental. III. É fundamental que as situações de ensino e aprendizagem incluam instrumentos de registro, reflexão e discussão sobre as experiências corporais, joser Realce joser Realce 35 estratégicas individuais e grupais que as práticas da cultura corporal oferecem ao aluno. Está (estão) correto(s): a) I apenas. b) II apenas. c) II e III apenas. d) I e II apenas e) I, II e III 5. A aquisição de habilidades motoras nas aulas de Educação Física acontece devido as seguintes variáveis indissociáveis: a) Indivíduo, tarefa e ambiente. b) Biologia, tarefa e indivíduo. c) Tarefa, exercício e ambiente. d) Maturação, cultura e ambiente. e) Ambiente, biologia e indivíduo. 6. A população leiga e muitos profissionais da Educação Física ainda costumam confundir os conceitos dos termos crescimento e desenvolvimento. Noentanto, a conceituação correta para tais termos é: a) Desenvolvimento é o aumento físico do indivíduo, como um todo ou em suas partes. Crescimento é o aumento da capacidade do indivíduo na realização de funções cada vez mais complexas. b) Crescimento é o aumento físico em estatura. Desenvolvimento é o aumento da massa corporal. c) Desenvolvimento é o aumento físico em estatura. Crescimento é o aumento da massa corporal. d) Desenvolvimento é o aumento do potencial motor aprendido ao longo da vida. Crescimento é o aumento da composição corporal total. e) Crescimento é o aumento físico do indivíduo, como um todo ou em suas partes. Desenvolvimento é o aumento da capacidade do indivíduo a realização de funções cada vez mais complexas. joser Realce joser Realce joser Realce 36 7. Quais as habilidades motoras que são baseadas na maturação, aparecendo e desaparecendo em sequência bastante rígida, desviando-se apenas na frequência de sua aparição? a) Especializadas e esportivas. b) Complexas e generalizadas. c) Reflexivas e rudimentares d) Parciais e globais. e) Fundamentais e elementares. 8. Considere as seguintes afirmativas: I. No ser humano, constata-se uma tendência para a automatização do controle na execução de movimentos, desde os mais básicos e simples até os mais sofisticados. Esse processo se constrói a partir da quantidade e da qualidade do exercício dos diversos esquemas motores e da atenção nessas execuções. II. Quanto mais uma criança tiver a oportunidade de saltar, girar ou dançar, mais esses movimentos tendem a ser realizados de forma automática. Menos atenção é necessária no controle de sua execução e essa demanda atencional pode dirigir-se para o aperfeiçoamento desses mesmos movimentos e no enfrentamento de outros desafios. III. O processo de ensino e aprendizagem deve, portanto, contemplar essas duas variáveis simultaneamente, permitindo que o aluno possa executar cada movimento ou conjunto de movimentos o maior número de vezes e criando solicitações adequadas para que essa realização ocorra da forma mais atenta possível. Está (estão) correta(s): a) I apenas. b) II apenas. c) III apenas. d) I e II apenas e) I, II e III. joser Realce joser Realce 37 DESCOBRINDO O CORPO A CORPOREIDADE NA CRIANÇA O corpo é a presença do homem no mundo. Através do corpo é possível perceber e conhecer o mundo em que se vive, realizar trocas e interações com o outro e consigo mesmo. Corrobora Chaui (1980) “é através do corpo que o ser de forma sensível se efetiva no mundo. É na originalidade da experiência corporal, que ‘redescobre a unidade fundamental do mundo como mundo sensível’.” Conhecer a concepção de corporeidade influencia na forma como as relações com as crianças devem ser conduzidas no ambiente familiar e educacional. De acordo com Vargas e Vargas (2013) a criança, desde o nascimento se for estimulada com afeto, apresentará maiores chances de desenvolver sua inteligência, na primeira infância. Através do seu corpo, a criança percebe o mundo que a cerca, visto que as funções motoras, intelectuais e afetivas encontram-se ligadas. Cada organismo tem, pois, na presença de um meio dado, suas condições ótimas de atividade, sua própria maneira de realizar o equilíbrio, e as determinantes interiores desse equilíbrio não são dadas por uma pluralidade de vetores, mas por uma atitude geral com relação ao mundo (PONTY, 2006, p. 232). Durante o seu desenvolvimento, a criança percebe e experimenta o mundo que a cerca, e as vivências e informações que recebe do meio em que vive (seja por meio da família, escola, religião, meios de comunicação, entre outros) ficam registradas em seu corpo, em todas as características do movimento (VARGAS; COGO, 2013). A aquisição de habilidades motoras no ambiente educacional, assim como as experiências motoras vivenciadas no ambiente familiar nos primeiros anos de vida, contribui sobremaneira para desenvolver na criança a consciência de corpo e de pertencimento; a formação de corpos inteligentes, pensantes e criativos que serão construtores do próprio conhecimento. O ser humano é um corpo que busca incessantemente a transcendência, Erro! Fonte de referência não encontrad a. 38 independente da faixa etária, que busca a realização pessoal por meio do prazer de ser e fazer. Na criança, a ludicidade é um dos caminhos para proporcionar aos pequenos esse sentimento de realização e prazer, o brincar traz sentimentos e emoções que agregam a esse sentimento de realização e pertença no mundo. Ater-se à corporeidade é estar comprometido com uma educação focada na experiência humana, na aprendizagem da cultura. O ser humano aprende, ou melhor dizendo, apreende com sua inteligência, com suas vísceras, com sua imaginação e sensibilidade, resumindo com seu corpo todo (MOREIRA et al., 2006). CORPOREIDADE, EDUCAÇÃO FÍSICA E EDUCAÇÃO INFANTIL O entendimento exigido pela corporeidade possibilita o redimensionamento da visão dualista existente na área de estudo do corpo. Ela permite buscar uma transcendência nas mais variadas formas de concebê-la, tanto individual quanto 39 coletivamente. Compreender o corpo como objeto de trabalho da Educação Física e os elementos culturais como aspectos essenciais para esse corpo é tarefa primeira do profissional desta área ou que se proponha a trabalhar esse conteúdo. Segundo Daolio (1994, p. 40) “é por meio do corpo que o sujeito vai assimilando e se apropriando dos valores, normas e costumes sociais, num processo de incorporação”. Infere o autor que além de uma aprendizagem intelectual, o indivíduo se apropria de conteúdos culturais, que são externalizados em suas expressões. A percepção do eu, do outro e do mundo se processa através do corpo, está relacionada ao movimento e à atitude corporal, assim, torna-se imprescindível trabalhar na criança essa consciência do corpo. O trabalho corporal deve sair do comodismo das rotinas e programas mecanicistas, voltados apenas para a repetição do movimento, e migrar para propostas pedagógicas voltadas para a pluralidade de experiências e vivências corporais. A Educação Física é uma área do conhecimento rica em variedade de possibilidades práticas, passando pelo campo do esporte, jogos e brincadeiras, atividades rítmicas e expressivas, ginásticas, lutas, esportes de aventura e laboral. Explorar sua variedade é redimensionar o fenômeno do conhecimento na escola e ambientes onde possa ser trabalhada e principalmente produzir um diálogo de aprendizagem da criança com o próprio corpo e com o corpo alheio. O trato com a corporeidade permite que o corpo esteja presente por inteiro no ato educativo, pois ele é condição, ao mesmo tempo, existencial, afetiva, histórica e epistemológica. Mostra que o ser se efetiva no mundo de forma sensível e deve ser apreendido com os sentidos enquanto expressão de existência, enquanto vivência corpórea. As relações do indivíduo orgânico com seu meio são verdadeiramente relações dialéticas, e essa dialética faz surgir relações novas, que não podem ser comparadas com as de um sistema físico e com aquilo que o rodeia, nem mesmo entendidas quando reduzimos o organismo à imagem que a anatomia e as ciências físicas dele apresentam (PONTY, 2006, p. 232). A estimulação psicomotora prioriza o ato físico, porém não acontece de forma dissociada do ato mental, onde ações cognitivas como organizar, imaginar, escutar, interpretar, criar, raciocinar do abstrato ao concreto, são fundamentais na 40 aprendizagem formal. É preciso trazer os construtos da corporeidade para a prática docente, principalmente no que tange o respeito às individualidades das crianças e o respeito ao ritmo de aprendizagem. O professor não deve criar rótulos e padrões de aprendizagem e aproveitamento dos conteúdos ministrados, mas criar critérios de observação e avaliação dos processos vivenciados por cada criança, numa comparação dela com ela mesma, trazendo a consciência do corpo-sujeito e nãodo corpo-objeto. O ambiente educacional se apresenta como um local privilegiado para a manifestação da corporeidade, local onde os corpos se fazem presente e são estimuladas as interações, as trocas e expressões. Entretanto, as práticas pedagógicas não devem tratar o corpo como uma máquina que apenas reproduz ideias, conhecimentos e movimentos, mas um corpo ativo e sujeito do processo de construção do cidadão e todas as aprendizagens possíveis. A concepção dualista do corpo não deve predominar na escola. Colocar as qualidades intelectuais acima das corporais é uma forma de tolher, silenciar e padronizar o corpo, não contribuindo para a educação integral do aluno, finalidade da Educação. Sobre essa condição, elucida Nista-Piccolo et al, (2019, p.378) “as práticas pedagógicas, quando voltadas apenas à educação intelectual, minimizam o espaço da expressão da motricidade, e assim descaracterizam a corporeidade do homem”. A educação pelo movimento, ou educação psicomotora, constitui-se como uma base indispensável na formação da criança, com a prática psicopedagogia fundamentando a não separação do movimento da ação mental. O desenvolvimento progressivo da inteligência, através das experiências adquiridas, perpassa pela condição motriz mais organizada (FONSECA, 1988). Todas as experiências da criança (o prazer e a dor, o sucesso ou o fracasso) são sempre vividas corporalmente. Se acrescentar valores sociais que o meio dá ao corpo e a certas partes, esse corpo termina por ser investido de significações, de sentido e de valores muito particulares e absolutamente pessoais (VAYER, 1984, p. 30). O corpo apresenta-se para o homem como referência de conhecimento e interação com o mundo. Essa referência será a base para o desenvolvimento físico, cognitivo e social, para a aprendizagem de construtos fundamentais para uma boa 41 alfabetização e, portanto, escolarização, com desempenhos satisfatórios para cada etapa da evolução escolar. 42 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Corporeidade refere-se a um conceito fundamentado em uma compreensão: a) Idealista do corpo, articulada com a vivência do ser no mundo. b) Dualista do corpo e da mente c) Ontológica, construída a partir da experiência do ser no mundo. d) Instrumental da vivência de atividades físicas em geral. e) Fenomenológica, na qual cada pessoa tem sua relação com símbolos e significados de maneira sociocultural. 2. Considere V para afirmativa verdadeira e F para falsa: ( ) Embora numa aula de Educação Física os aspectos corporais sejam mais evidentes, mais facilmente observáveis, e a aprendizagem esteja vinculada à experiência prática, o aluno precisa ser considerado como um todo no qual aspectos cognitivos, afetivos e corporais estão inter-relacionados em todas as situações. ( ) É necessário que o aluno se aproprie do processo de construção de conhecimentos relativos ao corpo e ao movimento e construa uma possibilidade autônoma de utilização de seu potencial gestual. ( ) O processo de ensino e aprendizagem em Educação Física, portanto, não se restringe ao simples exercício de certas habilidades e destrezas, mas sim de capacitar o indivíduo a refletir sobre suas possibilidades corporais e, com autonomia, exercê-las de maneira social e culturalmente significativa e adequada. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) V – V – F b) F – V – F c) V – F – V d) V – V – V e) F – F – V 3. É através do seu corpo que a criança desenvolve sua educação. É no corpo de joser Realce joser Realce 43 cada indivíduo que estão armazenadas suas características de vida, sendo o seu próprio corpo a prova mais concreta e capaz de formar sua educação corporal. O trabalho educativo do professor de Educação Física precisa considerar que a criança, através de seu corpo: 1) atende às necessidades de sua realidade, movendo-se por intenções e ações que se manifestam pelo corpo em movimento. 2) absorve, produz e reproduz as ações que são ensinadas através do corpo. 3) demonstra atitudes corporais singularizadas, por meio do correr, do andar, do saltar, do girar e do arremessar. Assinale a alternativa correta. a) Somente a afirmativa 1 é verdadeira b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. 4. Pensando a educação corporal como uma proposta de educação de corpo inteiro, ela se diferencia de outras propostas porque: a) Propicia um maior desenvolvimento motor. b) Oportuniza uma maior vivência motora. c) Propõe a educação para o rendimento. d) Contempla a corporeidade, desconsiderando sua história. e) Educa para o fazer e o compreender, bem como para o fazer e o não fazer. 5. A vida social é algo fundamental à existência e sobrevivência dos seres humanos enquanto indivíduos, é na _______________ que se dá início ao processo de socialização, educação e formação para o mundo. a) Educação Infantil b) Sociedade c) Família d) Cultura e) Ludicidade joser Realce joser Realce joser Realce 44 6. Por força de sentido, como devemos tratar da motricidade sendo que ela exige a visão polissêmica, sem a qual não poderíamos estabelecer relações amplas em qualquer nível de reflexão. Talvez seja possível inserir temas filosóficos que possam referendar as questões da motricidade como a atividade humana em sua essência e nela afirmar o conceito de educação física como cultura. a) Fenômeno Humano. b) Disciplina Científica. c) Fenômeno Cultural. d) Delimitação epistemológica. e) História. 7. Kolyniak (2000) considera o movimento humano consciente como objeto de estudo da Educação Física: todo movimento corporal que possibilite uma representação psíquica e uma interferência voluntária imediata ou mediata é considerado como movimento humano consciente. O autor complementa citando que ao reconhecer o movimento humano consciente como objeto de estudo da Educação Física, faz com que a prática da disciplina deixe de ser o núcleo para ser as partes. Portanto, o que será necessário estabelecer para que envolvam todos os níveis de ensino? a) Elaboração e transmissão de conhecimentos seletivos. b) Modalidades esportivas institucionalizadas c) Um conjunto de referências conceituais e experiências motoras. d) Eliminação de alguns conteúdos. e) Abordagem exclusiva da saúde. 8. Tratando-se da corporeidade e sua relação com as áreas que estudam o movimento humano, assinale a alternativa correta. a) A corporeidade se apresenta como uma proposta de superar a visão mecanicista ou a dicotomia fragmentadora de uma unidade do ser humano. b) Na visão da corporeidade como uma visão mecanicista, o movimento passa a ser a intencionalidade de um corpo. c) A Educação Física está relacionada à corporeidade e ao movimento do ser joser Realce joser Realce joser Realce 45 humano, ou seja, a repetição técnica do movimento. d) A fim de trabalhar a corporeidade, é fundamental que os especialistas trabalhem as partes. e) A ideia de corpo-máquina, ou corpo-objeto, foi desenvolvida por Descartes, dando origem e base teórica aos estudos de corporeidade, que estudam as questões motoras do corpo. 46 EDUCAÇÃO CORPORAL PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS E METODOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DE AULAS DE EDUCAÇÃO CORPORAL. “[...] o objetivo da educação pelo movimento é contribuir ao desenvolvimento psicomomotor da criança, de quem depende, ao mesmo tempo, a evolução de sua personalidade e o sucesso escolar” (LE BOUCH, 1984). Alguns questionamentos emergem e tornam essa unidade necessária, sendo eles: como o docente organiza, planeja e coordena suas atividades a partir da educação corporal? Qual a relevância em se trabalhar partindo desse olhar? Antes de responder a esses questionamentos, deve-se tratar uma outra problemática presente nas creches e escolas, onde o trabalho da educação corporal se faz imprescindível. Os professores licenciados em pedagogia não se sentempreparados para desenvolver os conteúdos relacionados à Educação Física e suas concepções conforme prevê os PCNs, ao recomendar as práticas pedagógicas por meio das práticas corporais e cultura corporal de movimento. Muitas das vezes, as orientações oriundas das matrizes curriculares, PCN’s e Projeto Político Pedagógico, não servem de base, não são compreendidas e não atendem às particularidades do contexto escolar, dificultando o trabalho dos professores que, mesmo sem conhecimento, são obrigados a trabalhar com a Educação Física. Assim, o caminho mais indicado é a formação desses professores sobre esse conteúdo dentro das graduações de licenciaturas ou em cursos complementares, em forma de módulos ou especializações que possam trazer os conhecimentos mínimos e necessários para a prática pedagógica em questão. O conteúdo educação corporal consiste em aulas que contemplam o desenvolvimento integral do aluno através das práticas corporais, do movimento e suas concepções. A educação pelo movimento pressupõe uma aprendizagem cheia de estímulos e experiências, que partem do imaginar, jogar, brincar, inventar e Erro! Fonte de referência não encontrad a. 47 praticar, construindo uma psicomotricidade sólida, de suma importância para a educação de qualidade. Inicialmente, o conteúdo educação corporal deve ser contemplado nas aulas de Educação Física, mas quando a grade curricular não possui essa disciplina, ele deverá ser inserido pelo professor regente no seu planejamento de conteúdos a serem ministrados. A educação corporal se processa no corpo da criança; através do seu corpo as sensações são internalizadas, seu corpo é o seu modo de existir e essa existência transcende nas interações com o meio e com suas próprias realizações. Para Freire (2006, p. 42) “a Educação Física não é apenas educação do ou pelo movimento: é educação de corpo inteiro, um corpo em relação com outros corpos e objetos no espaço”. Assim, o modo como o educador penetra no universo da criança assume um papel primordial; sua intervenção deve ser carregada de carinho e aceitação do aluno e suas particularidades, construindo uma relação mútua de confiança. Segundo Le Boulch (1984) a Educação psicomotora somente será eficaz quando trabalhada na escola em séries iniciais, porque é nesta fase que a criança conhece a si, a seu corpo, seus desejos e vontades, constrói sua personalidade, elabora conceitos, pensamentos, ideias e se torna uma ser consciente e reflexivo. A educação corporal é um mecanismo eficaz para trabalhar na criança sua globalidade, contemplando o desenvolvimento de capacidades sensoriais, motoras e perceptivas, propiciando uma organização adequada de atitudes e condutas que servem de suporte nas diversas situações de aprendizagem a qual a criança é submetida no ambiente escolar. A prática corporal não deve ser dissociada da consciência do movimento, são ações conjuntas de corpo e mente, que precisam ser estimuladas e trabalhadas juntas, um complementa o outro. O objetivo principal da educação psicomotora é, precisamente, ajudar a criança a chegar a uma imagem do corpo operatório, que se refere não só ao conteúdo, mas também à estrutura da relação entre as partes e a totalidade do corpo. O corpo operatório é entendido como desenvolvimento inicial da criança através do movimento lúdico proposto nas aulas de Educação Física (TISI, 2004, p. 20). A intervenção do professor deve ser pautada no conhecimento técnico, nas 48 diretrizes curriculares, na didática e na ética. Ele deve se preparar para “cuidar” e “educar” as crianças, promovendo um ambiente de vivências e experiências motoras com o foco no desenvolvimento global. Exemplo disso é o professor estar preparado para, ao longo de uma aula, acalentar um aluno que chora por saudade da mãe ou mesmo limpar um nariz que escorre em decorrência de uma gripe. A abordagem assistencial deve ser associada a uma intencionalidade pedagógica no procedimento de ensino e aprendizagem das crianças, a cultura infantil deverá ser abordada nos diversos conteúdos trabalhados criando sentidos e significados as práticas. Conhecer sobre a infância, sobre a cultura infantil, o valor do brincar, a importância de contemplar no planejamento a ludicidade e suas vertentes, é condição primordial para atuação docente. Para uma criança agir através de seus aspectos psicológicos, psicomotores, emocionais, cognitivos e sociais, ela precisa ter um corpo organizado. Esta organização de si mesma é o ponto de partida para que descubra suas diversas possibilidades de ação (OLIVEIRA, 1992, p. 72). O planejamento das aulas deve respeitar a proposta curricular vigente, mas deve ser uma proposta emergente com flexibilidade e escuta da narrativa das crianças, protagonistas no processo. Não deve trabalhar com uma metodologia engessada, ao contrário, deve frisar a prática com o olhar no alcance individual dos objetivos traçados, mudando as propostas e estratégias quando necessário. A forma de intervenção deve ser sistemática, organizada e sequencial em níveis cada vez mais complexos, respeitando as características, necessidades e expectativas dos alunos. A vivência dos diferentes conteúdos da cultura corporal deve basear-se na descrição e informação de cada conteúdo (...) além disso, durante o ano letivo, deve existir um equilíbrio de tempo para cada um dos eixos da cultura corporal indicado pelos PCN’s (GALLARDO, 2009, p. 30). As habilidades fundamentais podem ser combinadas de inúmeras formas, criando o universo das habilidades motoras especializadas relacionadas aos esportes, à ginástica, à dança, às lutas, à recreação e ao lazer. Movimentos simples que, organizados, constituem os movimentos complexos utilizados nas técnicas e propostas metodológicas das práticas. Aprender o simples é o ponto de partida e a forma mais eficaz de alcançar o todo. O professor deve ter uma postura de observador, trazer elementos da cultura corporal de movimento através de uma abordagem lúdica adequada a cada faixa 49 etária. Ser um educador brincante e explorador das possibilidades de intervenção das práticas corporais com o objetivo de trabalhar o corpo e contribuir na aquisição de valores morais. Agregar vivências aos conceitos de individual, coletivo, tempo, espaço, ritmo, noções importantes para a realização de tarefas escolares e da vida diária. A figura do professor de Educação Física ou do professor regente que trabalhará os conteúdos da Educação Física deve perpassar pela posição de mediador do conhecimento, priorizando a estimulação psicomotora, a reflexão sobre a prática corporal, o desenvolvimento global, avaliando o desempenho de cada aluno e fazendo escolhas sobre os processos interventivos que possam auxiliar na alfabetização e outras aquisições no desenvolvimento do aluno. Os educadores na sua prática docente devem considerar os elementos que compõem a psicomotricidade como as coordenações globais, a lateralidade, o equilíbrio e a consciência do movimento, noções de tempo e espaço etc., para oferecer as crianças oportunidades de progressão em suas aprendizagens, atividades que potencializem a atitude criadora da criança, bem como jogos que fazem a criança pensar e elaborar ações para atingir o objetivo (SOUZA; SCHMIDT, 2017). É necessário conhecer o desenvolvimento motor das crianças para compreender suas características. O homem necessita movimentar-se, no entanto, essa necessidade é iminente na criança e esse interesse pelo movimento precisa ser explorado. Quando motivada para a prática a criança encontra facilidades na realização das atividades físicas que exploram o próprio corpo e o do outro, com vivências concretas indispensáveis ao seu desenvolvimento intelectual e social. Ao planejar, o docente deve priorizar atividades que abordem as habilidades fundamentais de movimento de forma isolada ou combinadas, em ambiente diversos, com ou sem implementos, com frequência de várias repetições ao longo da semana ecom abordagem lúdica. Gallahue (2008) dividiu as habilidades fundamentais em habilidades motoras de equilíbrio, de locomoção e manipulativas. 50 Figura 8: Categorias das habilidades fundamentais de movimentos Fonte: Gallahue, (2008) Essas habilidades, apesar de hierarquizadas, devem ser continuamente trabalhadas na criança, haja vista que o trabalho psicomotor não termina com a execução satisfatória dos objetivos da atividade do momento. É preciso ir aumentando o grau de dificuldade de acordo com sua evolução dentro das habilidades. Utilizar os jogos e brincadeiras individuais e em grupo, trazendo contextualizações da vida cotidiana para as propostas pedagógicas é uma forma de levar a criança ao aprendizado dos aspectos psicomotores, linguísticos, sociais e cognitivos, sem que esse seja o objetivo principal da atividade. A aproximação com os fatores motivacionais intrínsecos da criança fundamenta o seu envolvimento nas atividades propostas e contribui para o êxito no alcance dos objetivos. O planejamento deve ser longitudinal, ter objetivos de curto e longo prazo, com avaliações por períodos e etapas, flexível na sua concepção e aplicação. Não deve ser cópia de livros e internet, tipo “receita de bolo”, porque deve respeitar as especificidades dos alunos para os quais será aplicado. O ato de ensinar deve se pautar em práticas pedagógicas que auxiliem a compreensão do aluno e ainda proporcionem muitas possibilidades de o aluno manifestar seu conhecimento. O ato de aprender pode ser compreendido como reflexão que o ser humano precisa ter de si mesmo, do outro e do mundo que o cerca. São 51 concepções que o permitem “aprender e incorporar as coisas nas mais diversas perspectivas” (MOREIRA et al., 2006, p. 139). Além do conhecimento teórico sobre os construtos da Educação Física, educação corporal, educação pelo movimento e psicomotricidade, é necessário que o professor conheça e coloque em prática alguns procedimentos didáticos com o objetivo de efetivar sua prática docente. Abaixo apresenta-se um quadro com sugestão de orientações didáticas propostas por Borges (2009): Quadro 2:Orientações didáticas Observar se todas as crianças estão participando, ativamente, do programa proposto e se estão tendo oportunidade suficiente. Colocar as crianças mais novas, o mais rápido possível, em atividade. Envolver todas as crianças no programa, inclusive as com dificuldades de execução, as acima do peso e as que estão atrasadas. Dar atenção especial para que possam superar suas dificuldades. Alguns jogos de eliminar tendem a colocar de fora os mais vagarosos ou mais habilidosos. Use métodos pelos quais as crianças, colocadas fora, possam retornar o mais breve possível. Dar à criança oportunidade para criar novas formas de movimento. Ela necessita de oportunidade para tentar sua própria ideia, resolver problema com seu próprio movimento. Se a criança surge como líder, dar oportunidade para liderar, dar responsabilidade que possa assumir. A formação de grupos é um modo efetivo para o trabalho e oportunidade para o surgimento de liderança, ambas as composições – de grupo e de líder – podem ser mudadas frequentemente, dando à criança a oportunidade para liderar, sempre que possível. Na seleção de grupos, usar métodos os quais não deixem crianças sem grupo. Ensinar às crianças a cuidar do material. Tenha um sistema para retirar e guardar, pois elas deverão fazer isto sempre que possível. Ensine as crianças a esperar pelas instruções antes de usar os equipamentos e materiais. Em algumas tarefas a serem realizadas pelos alunos, o professor deve explicar, para que a criança encontre a maneira de realizá-la com seu próprio estilo de movimento. A motivação pode ser conseguida, através do método: “Quem é capaz?” E o professor deve aproveitar as melhores executantes como exemplo. Quando se faz necessária a correção de algum exercício perante a classe, o Professor deve: a) Colocar as crianças sentadas de forma que todas consigam enxergar o executante. b) Mostrar a maneira correta de executar o exercício. c) Pedir que, após a demonstração, todos experimentem realizar o exercício corretamente. O trabalho em pequeno grupo é muito importante, pois, dá, à criança, a oportunidade de ajudar o companheiro, observar o seu trabalho e, às vezes, o corrigir. Circular entre as crianças que estão executando as experiências de movimento, pois, desta forma, o professor pode verificar os que estão com dificuldades e ajudá-los individualmente. 52 Quando for aplicar testes, explicar o porquê e a importância do teste para o desenvolvimento do trabalho. Estabelecer um sinal de parada para a classe ter atenção. Normalmente, a elevação do braço, acompanhado de um apito ou a voz, é uma maneira efetiva. Fonte: Borges (2009, p. 130-131) Finalizando a análise acerca da metodologia a ser utilizada para o trabalho da educação corporal, nota-se importante pontuar que os tipos e fases de aprendizagem dos alunos são diversos e por isso exigem procedimentos metodológicos específicos para cada uma delas. A organização do conteúdo a ser aplicado, seja na ordem, duração ou divisão do tempo, devem ser bem planejados. A seleção de temas e atividades devem respeitar o nível de conhecimento da criança e atender aos objetivos propostos. Respeitar os horários de rotina das crianças, bem como as questões de tempo e espaço, é primordial para o sucesso do planejamento. E por último, não menos importante, elencar ofertas variadas de atividades e estímulos a serem aplicadas em situações em que o aluno dispenda atenção diferenciada ou em situações de retomada de ânimo ou concentração dos pequenos. Não existe um mecanismo a ser reproduzido como receita mais eficiente, pois o caminho para ensinar deve ser de acordo com a situação de aprendizagem. Cada grupo de alunos é único, e pode ser bem-sucedido em atividades específicas, que respeitem suas particularidades. É papel do professor identificar e desenvolver essas características de aprendizagem e diversificar as rotas usadas para ensinar determinados conteúdos (NISTA-PICCOLO; SILVA; MELLO, 2018, p.39). 53 54 FIXANDO O CONTEÚDO 1. Quando tem como objeto a reflexão sobre a cultura corporal, a Educação Física Escolar desenvolve uma reflexão pedagógica sobre valores, da seguinte forma: a) Solidariedade substituindo o individualismo; Cooperação confrontando a disputa; Distribuição confrontando a apropriação. b) Solidariedade substituindo o individualismo; Cooperação confrontando a distribuição; Disputa confrontando a apropriação. c) Individualismo substituindo a solidariedade; Cooperação confrontando a disputa; Distribuição confrontando a apropriação. d) Solidariedade substituindo o individualismo; Cooperação confrontando a apropriação; Distribuição confrontando a disputa. e) Individualismo substituindo a solidariedade; Cooperação confrontando a apropriação; Distribuição confrontando a apropriação. 2. Quando a proposta metodológica do professor de Educação Física é o ensino das habilidades motoras, seu principal objetivo é: a) Ajuste motor no equilíbrio e na lateralidade. b) Desenvolvimento dos movimentos. c) Especialização de movimentos fundamentais d) Aprimoramento dos movimentos fundamentais. e) Autonomia motora. 3. Sobre a temática corpo e movimento e as diferentes formas pelas quais esse assunto deve ser tratado na escola, analise as afirmativas a seguir: I – As brincadeiras, os jogos e o movimento corporal das crianças devem ser fundamentalmente percebidos em seu aspecto funcional de contribuição para a melhora da aprendizagem. II – É importante que o professor, no trabalho com as crianças, tenha domínio das linguagens infantis, colocando-se disponível, corporalmente, para compreender seus sentidos e significados. III – Jogos pedagógicos, exercícios visuomotores e testes de coordenação devem ser priorizados na escola como maneiras de acelerar a aprendizagem. IV – Jogos, brincadeiras e
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