Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período PRINCIPAIS GRUPOS DE PARASITAS HUMANOS (helmintos) • Os parasitas ocorrem em duas formas distintas protozoários unicelulares e metazoários multicelulares (helmintos ou vermes). • Helmintos são vermes parasitas que ocasionam doenças infecciosas. Os metazoários são subdivididos em: a) Platelmintos: - inclui estado (tênias) e trematodo (trematódeos). - corpo achatado - dorso ventralmente - parasitas solitários b) Nematelmintos - corpo em formato de fio - não é segmentado - forma de cilindro - são grupados Características: - Pluricelulares (dispostos em várias células) - Procariontes - Eterótrofos (buscam o alimento de outro lugar) Principais doenças causadores pelos helmintos • Ascaridíase - Agente causador: asteris lumbricoides - Transmissão: ingestão de ovos embrionários da lombriga, através de alimentos contaminados - Disseminação: pulmão - Sintomas: cólica abdominal, diarreia, náusea, falta de apetite, obstrução intestinal, crise de asma, tosse comum • Teníase/cisticercose - Temia solium (porco), tênia saginata (boi) - Transmissão: ingestão de carne crua contaminadas com cisto, larvas ou ovos - Quando o verme já é adulto é denominado teníase, quando ainda está no sistema de larva, cisticercose - Sintamos: dores abdominais, diarreia, perda de peso, alteração de apetite, enjoo, perturbação nervosa, irritação • Esquistossomose - “Barriga d’água” - Agente causador: esquistossoma mansoni - Sinais e sintomas: doença hepática, paralisia, doença renal, doença do sistema nervoso, tosse, hematúria, hepatomegalia PLATELMINTOS CESTÓDEOS (TÊNIAS) As tênias são compostas por duas partes principais: - cabeça esférica (escólex) - corpo achatado com múltiplos segmentos (proglótides) • O escólex possui mecanismos especializou para se ligarem à parede intestinal (ventosas, ganchos ou sulcos de sucção). • O verme cresce ao adicionar novas proglótides a partir de seu centro germinativo próximo ao escólex. As mais antigas das extremidade distal estão grávidas e produzem muitos ovos, os quais são excretados nas fezes e transmitidos a diferentes hospedeiros intermediários (gado, porcos e peixes) • Os humanos geralmente adquirem a infecção pela ingestão de carne mal cozida ou peixes contendo as larvas, porém, na cisticercose e hidatidose, os ovos são ingeridos e as larvas resultantes causam a doença. TREMATÓDEOS • As espécies mais importantes são: Schistosoma (vermes parasitas do sangue), Clonorchis sinensis (verme parasita do fígado e Paragonimus westermani (verme parasita do pulmão). • Possui ciclo sexuado em humanos (hospedeiros definitivos) e reprodução assexuada em caramujos de água doce (hospedeiros intermediários). • A transmissão aos humanos acontece por meio da penetração na pele por cercarias de vida livre dos esquitossomos ou pela ingestão de cistos em peixes ou caranguejos mal cozidos. NEMATELMINTOS NEMATÓDEOS • Vermes cilíndricos e alongados, que possuem o trato digestivo completo, incluindo boca e ânus. • O corpo é revestido por uma cutícula (revestimento celular resistente). • Possuem simetria bilateral, 3 folhetos germinativos, sem segmentação verdadeira ou probóscide. • Apresenta, sexo distinto (dióicos), a fêmea é geralmente maior que o macho, e o macho apresenta causa espirada. Podem ser subdivididos de acordo com a localização: • Intestinais - Enterobius (oxiúro), Trichuris (verme-chicote), Ascaris ( lombriga), Necator e Ancylostoma (os dois ancilóstomos), Strangyloides (pequeno verme cilíndrico) e Trichinella. - Os 3 primeiros transmitidos por ingestão de ovos e os demais por larvas. Existem 2 tipos de larva: 1) Larvas de 1o e 2o estágio (rabdiformes), representam as formas não infecciosas e que se alimentam 2) Larvas de 3o estágio (filariformes), representam as formas infecciosas e que não se alimentam • De tecidos - Wuchereria, Onchocerca e Loa, são denominados “filárias”, já que produzem embriões móveis, denominados microfilárias, no sangue é-nos líquidos teciduais. - Esses organismos são transmitidos de pessoa a pessoa por mosquitos ou moscas hematófagos • Em alguns nematódeos, como Ascaris e Ancylostoma, o embrião se desenvolve dentro do ovo no meio exterior, porém, no Strongyloides, o embrião se desenvolve dentro do ovo ainda no Lutero da fêmea que elimina larvado. CICLO BIOLÓGICO, MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E FISIOPATOLOGIA DA NASA N - Necator americanus A - Ancylostoma duodenale S - Strongyloides stercoralis A - Ascaris lumbricoides NECATOR E ANCYLOSTOMA • Se desenvolvem no trato digestório produzindo a ancilostomíase ou ancilostomose ou “amarelão”. • Habitam no intestino delgado humano e, geralmente, A. duodenale é maior que N. americanus. • O verme usa o hospedeiro para se desenvolver. • No solo, as larvas se alimentam de bactérias e material orgânico em decomposição. APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período • Ao serem eliminados, os ovos fertilizados estão geralmente em seus estágios iniciais de clivagem, possuem uma casca fina e hialina e formato ovóide. ANCILOSTOMOSE Definição: Infecção intestinal pelo parasita Ancylostoma duodenale ou Necator americanus. FISIOPATOLOGIA • A infecção pode durar 1 ano (A. duodenale) ou 3-5 anos (N. americanus). Ciclo I. Os humanos são infectados quando larvas filariformes presentes no solo úmido penetram na pele, geralmente nos pés ou nas pernas. II. Após penetração ativa na pele, migram para os capilares linfáticos da derme e, em seguida, capilares sanguíneos, sendo levadas pela circulação até o coração e, finalmente, aos pulmões, (fase migratória pulmonar com possível apresentação da síndrome de Loefler), migram em direção aos alvéolos, brônquios e pela traqueia, sendo, então, deglutidas. III. Desenvolvem-se em adultos no intestino delgado, aderindo-se à parede por meio de lâminas cortantes (Necator) ou dentículos (Ancylostoma). IV. Alimentam-se de sangue a partir dos capilares das vilosidades intestinais. Os parasitas adultos vivem no intestino delgado e, com suas placas cortantes ou dentes, rasgam as paredes intestinais, se alimentam do sangue (0,3-0,5 mL/ dia) e provocam hemorragias e anemia (para que ocorra anemia, é necessária infecção por cerca de 40 vermes). V. Depois do acasalamento, os ovos são expulsos com as fezes (a fêmea do Ancylostoma duodenale libera até 30 mil ovos por dia, enquanto que a do Necator americanus em torno de 9 mil). Encontrando condições favoráveis no solo, tornam-se embrionados 24 horas depois da expulsão. VI. Inicialmente, os ovos desenvolvem-se em larvas não infecciosas e que se alimentam (rabditiformes), que passam a ter vida livre no solo e após cerca de 7 dias se transformam em larvas de terceiro estágio, infecciosas, que não se alimentam é que são capazes de penetrar através da pele do homem (filariformes), penetram na pele para completar o ciclo (permanece viável no ambiente por até 6 semanas. Obs: Outra contaminação é pela larva filarioide encistada (pode ocorrer o encistamento da larva no solo) a qual, se é ingerida oralmente, alcança o estado adulto no intestino delgado, sem percorrer os caminhos descr i tos anteriormente. Obs: O parasita não se reproduz no hospedeiro. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Os indivíduos portadores desta verminose apresentam anemia com palidezevidente, com a pele amarelada e depleção das reservas de ferro. • 40-60 vermes adultos no intestino são suficientes para causar anemia. O A. duodenale produz mais perda sanguínea do que N.americanus • A síndrome de Loefler (pneumonia eusinofílica) ocorre na fase migratória pulmonar de desenvolvimento do helminto. • No local da penetração das larvas filarioides na pele, ocorre uma reação inflamatória (pruriginosa). • As perturbações intestinais se manifestam por cólicas, náuseas e hemorragias decorrentes da ação espoliadora dos dentes ou placas cortantes existentes na boca dos vermes. Complicações: anemia grave, caquexia (desnutrição profunda), amenorreia (ausência de menstruação), partos com feto morto e, em crianças, transtornos no crescimento. Geralmente, as infecções com menor carga parasitária são assintomáticas. Quadro clínico: - Geralmente, prurido local ocorre no sítio de penetração da larva. - anemia ferropriva de leve a grave, tosse (fase pulmonar), dispneia, náuseas, vômitos, diarreia, fadiga, dor abdominal, geralmente epigástrica e pós-prandial e flatulências. - Crianças, adolescentes, mulheres na idade reprodutiva e gestantes apresentam maior risco de desenvolvimento da anemia ferropriva. - Cr ianças podem apresentar desnutr ição com comprometimento do crescimento e desenvolvimento. Patogênese e achados clínicos • O principal dano é decorrente da perda de sangue no sítio de aderência no intestino delgado. O sangue é consumido pelo verme e também extravasa do sítio em resposta a um anticoagulante produzido por ele. - Fraqueza e palidez acompanham a anemia microcítica causada pela perda sanguínea. - Esses sintomas ocorrem em pacientes cujo estado nutricional não é capaz de compensar a perda sanguínea. • A ancilostomose cutânea, uma pápula ou vesícula pruriginosa, pode ocorrer no sítio de entrada das larvas na pele. • Pneumonia com eosinofilia pode ser observada durante a migração larval pelos pulmões. DIAGNÓSTICO • O diagnóstico é realizado microscopicamente a partir da observação dos ovos nas fezes. • Sangue oculto nas fezes é comum, e a eosinofilia é típica. TRATAMENTO Mebendazol e pamoato de pirantel são eficazes. APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período STRONGYLOIDES Strongyloides stercoralis causa estrongiloidíase. • Único nematódeo intestinal cujos ovos eclodem no próprio trato digestório humano, tornando possível ao parasita multiplicar-se no interior dos hospedeiros pela autoinfecção ESTRONGILOIDÍASE Definição: Infecção intestinal associada aos nemátodos Strongyloides stercoralis e Strongyloides fuelleborni (raro e descrito na África e Papua Nova Guiné), podendo variar de assintomático ou infecção subclínica por décadas a manifestações como síndrome de hiperinfecção e estrongiloidíase disseminada em imunocomprometidos. Fisiopatologia O ciclo de vida de Strongyloides stercoralis é complexo e único dentre os nematodos intestinais, sendo o ciclo parasítico completo (formas filariforme e adulta) na infecção em humanos. S. stercoralis apresenta dois ciclos de vida distintos, um no interior do corpo humano e outro de vida livre no solo. I. O ciclo de vida no corpo humano inicia pela penetração de larvas (filariformes) infecciosas na pele, geralmente na pele dos pés, e sua migração para os pulmões. As larvas penetram nos alvéolos, ascendem pelos brônquios e pela traqueia, sendo, então, deglutidas. II. No intestino delgado, as larvas transformam-se em adultos, que penetram na mucosa e produzem ovos. Os ovos geralmente eclodem no interior da mucosa, for- mando larvas rabditiformes que são eliminadas nas fezes. Algumas larvas transformam-se em larvas filárias, que penetram diretamente na parede intestinal sem deixar o hospedeiro, e migram até os pulmões (autoinfecção). No duodeno e jejuno, a larva madura penetra na mucosa e ali se estabelece por até 5 anos. - Em pacientes imunocompetentes, esse é um evento pouco frequente e sem importância clínica; contudo, em pacientes imunocomprometi- dos (p. ex., pacientes com Aids ou que ingerem altas doses de corticosteroides) ou gravemente desnutridos, a autoinfecção pode levar à reinfecção maciça, pois as larvas atingem vários órgãos, havendo consequências graves e, às vezes, fatais. III. As fêmeas adultas liberam larvas rabidtiformes no lúmen do trato gastrintestinal e são liberadas nas fezes. Aquelas que se desenvolvem em filariformes no intestino iniciam o ciclo de hiperinfecção ou autoinfecção, levando ao aumento do número de larvas no hospedeiro humano, e resultando na persistência da infecção por décadas no indivíduo não tratado. IV. Quando as larvas são eliminadas nas fezes e atingem o solo quente e úmido, passam por estágios sucessivos, formando vermes adultos machos e fêmeas. Após o acasalamento, o ciclo completo de ovo, larva e adulto pode ocorrer no solo. Após diversos ciclos de vida livre, são formadas larvas filárias. Quando em contato com a pele, as larvas penetram nela novamente e iniciam o ciclo parasitário no interior dos humanos. Obs: A transmissão pessoa-pessoa ou fecal-oral não são comuns, exceto por amamentação. • O período de incubação ocorre no prazo de 2-4 semanas entre a penetração através da pele e o aparecimento de larvas rabditoides nas fezes. Estágios Os estágios da infecção são: • Estágio 1: Penetração da larva filariforme pela pele (larva currens) ou membranas mucosas, resultando em petéquias hemorrágicas pruriginosas, congestão local e edema. As larvas migram para a circulação pulmonar via sistema linfático e vênulas; • Estágio 2: Circulação pulmonar por via linfática e vênulas, produzindo hemorragias quando penetram no espaço alveolar. Podem levar à síndrome de Loefler; • Estágio 3: Ao serem deglutidas, as larvas atingem o intestino e podem induzir a síndrome de má absorção. - Na fase intestinal, ocorre a produção de ovos por fêmeas por partenogênese (50 ovos por dia, aproximadamente), as formas adultas parasitárias podem viver por até cinco anos e continuam o ciclo reprodutivo. - Os ovos eclodem e as formas rabditiformes são liberadas com as fezes. - As larvas rabditiformes podem se transformar em filariformes ainda no intestino e penetrar na mucosa intestinal (autoinfecção interna) ou pela pele do períneo (autoinfecção externa); • Estágio 4 (imunocomprometidos):Ciclo de hiperinfecção com disseminação; • Estágio 5 (imunocomprometidos): Disseminação para órgãos extraintestinais, incluindo o sistema nervoso central, coração, fígado, trato urinário e sistema endócrino. Nesse estágio, a translocação bacteriana pode ocorrer, levando à sepse, meningite por patógenos entéricos. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • Vermes fêmeas adultas presentes na parede do intestino delgado podem causar inflamação, resultando em diarreia aquosa. • Na autoinfecção, a penetração das larvas pode causar danos suficientes à mucosa intestinal de modo a permitir que ocorra sepse causada por bactérias entéricas. • Larvas nos pulmões podem produzir pneumonite similar à causada por Ascaris. • Pode ocorrer prurido (ancilostomose cutânea) no sítio de penetração das larvas na pele, como observado com ancilóstomos. Anamnese Quadro clínico: • 50% dos pacientes são assintomáticos e permanecem décadas sem manifestações. • Os sintomáticos podem refletir o acometimento cutâneo e/ou a passagem sistêmica do nemátodo. Na pele, o APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período quadro é denominado larva currens (rash urticariforme linear ou serpiginosa pruriginosa patognomônica de estrongiloidíase), associado à erupção cutânea de lesões papulovesiculares pruriginosas. • A infecção intestinal é caracterizada por diarreia aquosa, cólicas e rash urticariforme. Em crianças desnutridas, a estrongiloidíase está associada à diarreia crônica, caquexiae falha terapêutica. • As infecções sintomáticas podem acometer o sistema gastrintestinal, respiratório (variando desde tosse, dispneia, hemoptise à síndrome de Loefler) e a pele. • A doença disseminada pode envolver o sistema nervoso central, coração, fígado, trato urinário, sistema endócrino. Nesse estágio, a translocação bacteriana pode ocorrer levando à sepse, meningite por patógenos entéricos. • O quadro de hiperinfecção inclui os seguintes sinais e sintomas: febre, náuseas e vômitos, anorexia, diarreia, dor abdominal, dispneia, sibilos, hemoptise e tosse. Complicações: hemorragia gastrointestinal, síndrome absortiva, obstrução intestinal, perfuração ou isquemia intestinal, ooforite eosinofílica, colite ulcerativa, apendicite, peritonite, icterícia obstrutiva, pneumatose intestinal, asma ou descompensação de DPOC, pneumonite, insuficiência respiratória, hemorragia alveolar, efusão pleural, doença pulmonar granulomatosa, entre outros. Fatores de risco: Para estrongiloidíase: viagem ou residência em áreas endêmicas; Para hiperinfecção: corticoterapia imunossupressora ou outros agentes imunossupressores, infecção por HTLV, HIV, hipogamaglobulinemia, neoplasias hematológicas (linfoma ou leucemia), transplante de órgãos, desnutrição ou síndromes disabsortivas, doença renal crônica, diabetes, idosos, colagenoses, alcoolismo crônico. DIAGNÓSTICO • O diagnóstico depende da detecção das larvas, em vez da detecção dos ovos, nas fezes. • Testes sorológicos são úteis quando as larvas não são visualizadas. • Um imunoensaio enzimático, que detecta anticorpos contra antígenos larvais, é disponibilizado pelo CDC, em Atlanta • O início do terapia imunossupressora deve ser sempre precedida pela detecção de paciente com risco de estrongiloidíase. • O diagnóstico se dá por exame de fezes, técnicas para detecção de larvas e/ou sorologia. Exames de rotina: Hemograma e coagulograma: eosinofilia (> 10 %) é frequente em infecção aguda e crônica em indivíduos não imunocomprometidos. - A c h a d o s c o m o a n e m i a , t r o m b o c i t o p e n i a e prolongamento do tempo de protrombina podem estar associados com infecção grave; Hemoculturas: importantes para coinfecções bacterianas; Microscopia e cultura de ovos e parasitas: exame a fresco de fezes para detecção de larvas. O ideal é exame de três amostras de fezes em dias consecutivos. A melhor detecção das larvas e a cultura podem ser facilitadas pelo método de concentração de Baermann ou papel de filtro Harada-Mori, e subsequente cultura em carvão; S o r o l o g i a : E L I S A , h e m a g l u t i n a ç ã o i n d i r e t a , imunofluorescência indireta; Reação de polimerização em cadeia (PCR) para genes específicos; Outros métodos inespecíficos: radiografia de tórax e abdome, tomografia computadorizada do tórax, endoscopia ou colonoscopia com biópsia; Entero-Test (fita ou cápsula); Exame de escarro, lavado broncoalveolar, líquor; Biópsia de pele. TRATAMENTO • Ivermectina é o fármaco de escolha. • Tiabendazol é um fármaco alternativo. ASCARIS • Ascaris lumbricoides causa ascaridíase. ASCARIDÍASE Definição: Infecção intestinal pelo nematoide Ascaris lumbricoides ou Ascaris suum, mais prevalente em c r i a n ç a s , e m re g i õ e s t ro p i c a i s e p a í s e s e m desenvolvimento. A transmissão fecal-oral acontece a partir de: - alimentos obtidos em solo - fontes aquosas contaminadas com fezes humanas. Ciclo I. Os humanos são infectados pela ingestão de ovos do verme em alimentos ou água contaminados por fezes humanas. II. Os ovos eclodem no intestino delgado e as larvas migram através da parede intestinal até a corrente sanguínea e, então, até os pulmões (o segundo estágio (larval) envolve a passagem pela parede intestinal e migração pelo sistema porta para o fígado (4 dias) e pulmão (14 dias), podendo evoluir com síndrome de Loeffler). III. Elas penetram nos alvéolos, deslocam-se pelos brônquios e pela traqueia e são, então, deglutidas. - As larvas são expectoradas e deglutidas, alcançando o jejuno, onde ocorre maturação em +/- 65 dias. - Os helmintos da espécie Ascaris lumbricoides podem viver de 10-24 meses no jejuno e íleo. IV. Tornam-se adultas no interior do intestino delgado. Vivem, então, no lúmen, não se aderindo à parede e obtendo seu sustento a partir dos alimentos ingeridos. APG - SOI III Bianca Cardoso - Medicina 3 o Período • A cada dia há produção de cerca de 240 mil ovos, que são fertilizados por helmintos machos com taxas acima de 90% entre os ovos liberados. Os ovos podem se tornar infectantes em 5-10 dias após serem liberados em solo favorável e permanecem viáveis por até 17 meses. • Os helmintos não se reproduzem no organismo humano e apresentam sobrevida de 2 anos. As infecções persistentes estão relacionadas com reexposição e subsequente reinfecção. • Os adultos são os maiores nematódeos intestinais, atingindo frequentemente 25 cm ou mais. • A. lumbricoides é também conhecido como ‘‘nematódeo gigante’’. • Milhares de ovos são depositados diariamente, são eliminados nas fezes e diferenciam-se em ovos embrionados no solo quente e úmido. • A ingestão dos ovos embrionados completa o ciclo. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS • A ascaridíase é comum e os sintomas são mais prevalentes em crianças. • Geralmente assintomática, mas pode apresentar retardo no crescimento devido à deficiência calórica, proteica ou de vitamina A, pneumonite (migração larval), obstrução intestinal (geralmente íleo terminal) ou acometimento hepatobiliar ou pancreático. Quadro clínico: Os sintomas iniciais, durante a fase pulmonar inicial, incluem tosse não secretiva, hemoptise, dispneia, sibilos ou dor torácica. Dor abdominal, distensão, cólica, náusea, anorexia ou diarreia intermitente podem ocorrer como manifestações de obstrução completa ou parcial em adultos. Icterícia, náusea, vômito, febre e dor abdominal localizada intensa podem sugerir colangite, pancreatite ou apendicite. • O maior dano ocorre durante a migração larval, e não pela presença do verme adulto no intestino. • Os principais sítios de reação tecidual são os pulmões, onde ocorre inflamação com exsudato eosinofílico em resposta aos antígenos das larvas. Uma vez que os adultos obtêm sua nutrição a partir do alimento ingerido, a presença de uma grande quantidade de vermes pode contribuir para a má nutrição, especialmente em crianças habitantes de países em desenvolvimento. • A maioria das infecções é assintomática. Pneumonia por Ascaris, com febre, tosse e eosinofilia, pode ocorrer quando há grande quantidade de larvas. Dor abdominal e obstrução podem resultar da presença de vermes adultos no intestino. DIAGNÓSTICO • O diagnóstico geralmente é realizado por microscopia, a partir da detecção dos ovos nas fezes. • O ovo é oval, com superfície irregular. • Ocasionalmente, o paciente observa vermes adultos nas fezes. TRATAMENTO Mebendazol e pamoato de pirantel são eficazes. REFERÊNCIAS: • LEVINSON, Warren. Microbiologia Médica e Imunologia. 12. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. • FERREIRA, Marcelo U. Parasitologia Contemporânea. 2a ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2020.
Compartilhar