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VENDAS E MARKETING Autores: Deivi Eduardo Oliari Márcia Regina Annuseck Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS 658.81 O46v Oliari, Deivi Eduardo Vendas e marketing / Deivi Eduardo Oliari; Márcia Regina Annuseck. Indaial : Uniasselvi, 2012. 96 p. : il. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-7830-527-7 1. Administração de vendas. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. Reitor: Prof. Dr. Malcon Tafner Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald Profa. Jociane Stolf Revisão de Conteúdo: Prof. Elson Vieira da Mota Revisão Gramatical: Profª. Iara de Oliveira Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (047) 3281-9000/3281-9090 Copyright © UNIASSELVI 2012 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Deivi Eduardo Oliari Doutorando no Programa de Pós- Graduação em Ciências da Linguagem com ênfase na Análise do Discurso e Mestre em Ciências da Linguagem – Tecnologia da Informação - pela UNISUL. Especialista em Propaganda e Marketing com graduação em Comunicação Social pela UNIVALI. Atualmente é Coordenador do Curso de Comunicação Social na UNIASSELVI. Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Editoração Eletrônica, Design e Comunicação Visual, Planejamento e Projeto Gráfico, Relações Públicas, Publicidade e Propaganda e Jornalismo. Márcia Regina Annuseck Especialista em Marketing Empresarial pela FAE Business School e em Gestão de Marcas na Moda pelo ICPG, com graduação em Comunicação Social (habilitação Publicidade e Propaganda) pela FURB. Atua no mercado publicitário desde 1997 nas áreas de atendimento e planejamento, com passagem pelas agências WG, D/Araújo, Fórmula, E21 e Propague. Atuou também como coordenadora de marketing no Parque Unipraias Camboriú/SC. Sumário APRESENTAÇÃO ......................................................................7 CAPÍTULO 1 O Contexto de Marketing e Vendas .................................... 9 CAPÍTULO 2 Varejo de Bens e Serviços .................................................. 29 CAPÍTULO 3 O Composto Mercadológico .............................................. 45 CAPÍTULO 4 O Mix de Comunicação ......................................................... 77 7 APRESENTAÇÃO Caro(a) pós-graduando(a): Em momentos de ampla competitividade, como o que temos presenciado atualmente em nosso país, os setores de vendas e de marketing recebem maior atenção no intuito de garantir a sobrevivência da empresa no mercado, além de sua diferenciação em relação à concorrência e maior êxito financeiro e mercadológico. Para que isso ocorra, faz-se necessário o uso correto de técnicas de vendas, sempre associadas às estratégias de marketing da empresa. Este caderno tem por objetivo trazer à luz os conceitos de vendas e marketing, fazendo compreender a sua relação e suas peculiaridades. Assimilaremos os aspectos da venda de bens e serviços, possibilitando a análise das diferenças entre estas. Estudaremos o Composto Mercadológico e a relação entre as suas variáveis de Produto, Preço, Praça e Promoção. E, por fim, serão estudadas e analisadas as ferramentas de Comunicação e sua aplicação no contexto de marketing e vendas. As atividades práticas sugeridas no caderno serão de grande utilidade para reforçar os conceitos e auxiliar na prática necessária para o alcance dos objetivos propostos. Bons estudos e bom proveito! CAPÍTULO 1 O Contexto de Marketing e Vendas A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Compreender os conceitos de Marketing e Vendas e a diferenciação e correlação entre eles. � Relacionar os conceitos e tendências de vendas e marketing no ambiente mercadológico. 11 O Contexto de Marketing e Vendas Capítulo 1 Contextualização O consumidor brasileiro está tornando-se cada vez mais exigente. Com a tendência ao consumo e à maior exposição ao processo de compra, passa a exigir mais das empresas. Nesse cenário, o departamento de vendas desempenha papel fundamental como elo entre a empresa e o consumidor, prestando esclarecimento, orientação e informação aos clientes. O vendedor hoje passa a ter um papel maior nesse processo, atuando como um assessor de seus clientes. Por isso, a tendência da profissão é exigir cada vez mais, tanto em termos de conhecimento quanto nas relações humanas, adquirindo, assim, um nível mais elevado de profissionalismo. Vivemos um momento muito diferente do que o ocorrido na Era de Vendas (1930-1950), onde a ênfase era na venda em si, não importando a satisfação do cliente. Nesta Era, pouca ou nenhuma atenção era dada ao consumidor e as técnicas de vendas eram bastante agressivas. O que importava era vender e só. Após a década de 50, com maior impulso após os anos 80, entra em cena a Era de Marketing. Com a concorrência ficando cada vez mais acirrada e a oferta bastante superior à demanda, as empresas viram a necessidade de valorizar e relacionar-se com o cliente, além de colocar no mercado melhores produtos e serviços. As técnicas agressivas de vendas não eram mais suficientes. Nem tampouco os pequenos diferenciais entre os produtos, que se tornavam mais parecidos com maior rapidez, devido ao acesso tecnológico. O vendedor que procurava “vender pelo cansaço” vai desaparecendo e dando espaço ao vendedor profissional. O papel dos vendedores, na Era de Marketing, passa a ter destaque na organização. Por estarem em contato com os clientes, passam a ser importantes elementos para o departamento de marketing como fonte de informação. Foi após a década de 80 que o consumidor conquistou maior valor, sendo disputado entre as empresas e tido como “rei”. O objetivo principal deixa de ser a venda pela venda, e sim a venda somada à satisfação do consumidor. O foco do “vender hoje para bater a meta” foi substituído por “vender hoje e sempre, conquistar a satisfação do cliente e a meta será atingida por consequência”. Na Era de Marketing, o foco estratégico passa a ser o consumidor, fazendo-se necessário descobrir suas necessidades e desejos, gerenciando os níveis de oferta e demanda, bem como criando/ofertando algo de valor para o cliente. À medida que a economia cresce, a tendência do marketing é desenvolver-se. Consequentemente, com o crescimento da área de marketing, o departamento de vendas ocupará lugar de maior À medida que a economia cresce, a tendência do marketing é desenvolver-se. Consequentemente, com o crescimento da área de marketing, o departamento de vendas ocupará lugar de maior destaque na organização, já que ele é um dos principais formadores da imagem da empresa junto ao mercado. 12 Vendas e Marketing destaque na organização, já que ele é um dos principais formadores da imagem da empresa junto ao mercado. Começamos, então, a desbravar os conceitos de marketing e vendas, seu ambiente e tendências. Marketing e Vendas – Conceitos As áreas de marketing e vendas têm recebido destaque no mundo acadêmico e corporativo. Esse fato é consequência da crescente competitividade no mercado, no qual as empresas precisam não apenas sobreviver, mas buscar sua consolidação e diferenciação perante a concorrência.Entre todas as matérias oferecidas em um curso de graduação, uma das áreas que tem despertado a curiosidade dos estudantes universitários, principalmente na Administração de Empresas, é a de Marketing. Com o acirramento da concorrência em vários setores da economia, as empresas passaram a esforçar-se para comercializar seus produtos de maneira mais eficiente. Consequentemente, mais do que nunca, a exposição de todos os indivíduos ao Marketing tem sido intensa e ocorrido a quase todo momento. Tal exposição diária permite o convívio com as várias técnicas utilizadas, despertando a curiosidade de muitas pessoas. É fácil constatar: ao caminharmos pelas ruas vemos cartazes, placas, letreiros. Caminhões transportam mercadorias de várias origens para vários destinos. Em casa, escutamos rádio e assistimos às propagandas de televisão, que anunciam diversos produtos e serviços. Nos escritórios ou em casa, pessoas recebem visitas de vendedores e representantes. Tudo isto é alguma parte do Marketing. A exposição, como podemos perceber é intensa. (LAS CASAS, 2006, p. 13). Como podemos observar na citação, uma das razões para estudar Marketing é a sua grande participação na vida diária da nossa sociedade. Fora do ambiente acadêmico, o interesse pelo assunto é ainda mais evidente. Os executivos buscam conhecimento de marketing para melhorar os resultados de suas empresas. Organizações não governamentais (ONGs) procuram aplicar técnicas mercadológicas para aumentar a angariação de donativos. Entidades religiosas, partidos políticos e muitas outras instituições buscam melhores resultados através da aplicação das técnicas de marketing. Mas, apesar de toda importância e discussão do tema atualmente, a falta de conhecimento sobre o assunto ainda é expressiva, a ponto de muitas pessoas pensarem que marketing é sinônimo de vendas ou, então, de propaganda, entre 13 O Contexto de Marketing e Vendas Capítulo 1 outras interpretações equivocadas. Portanto, faz-se necessário esclarecer os conceitos de marketing e vendas para uma mais ampla e nítida compreensão do assunto. O que é Marketing? Faremos aqui uma pequena viagem pelos conceitos de marketing, visando a analisar o assunto com maior profundidade. O termo “marketing” foi trazido ao Brasil na década de 50, tendo sido traduzido como “mercadologia”. O termo em inglês significa “estudos do mercado”, que, de forma mais dinâmica, podemos traduzir como “ação no mercado”. Para entendermos o significado de marketing, vamos iniciar com a definição clássica da literatura mercadológica. Em 1960, a Associação Americana de Marketing definiu: Marketing é o desempenho das atividades comerciais que dirigem o fluxo de bens e serviços do produtor ao consumidor ou usuário. Este conceito, apesar de ser o passo inicial para a compreensão do significado de marketing, não se encontra totalmente completo e adequado. De acordo com ele, fica evidenciado que marketing é tudo aquilo que faz vender, ou seja, que faz com que o bem (produto/serviço) saia das mãos do produtor e vá para as mãos do consumidor ou usuário. Até aqui tudo correto, mas onde fica o foco estratégico do marketing que fala em “satisfação dos desejos e necessidades do consumidor”? Se considerarmos apenas a definição da Associação Americana de Marketing, estamos concordando que o marketing já era praticado até mesmo na Idade Média, onde os artesãos levavam seus produtos até uma praça, oferecendo-os e promovendo-os aos consumidores por determinado valor e realizando a venda. Quando uma empresa diz ser orientada para o marketing, significa que o consumidor (mercado) é o foco das suas ações, ou seja, o consumidor é o ponto de partida para qualquer negócio que a empresa faça. Veremos, agora, alguns conceitos de influentes autores da área. Quando uma empresa diz ser orientada para o marketing, significa que o consumidor (mercado) é o foco das suas ações, ou seja, o consumidor é o ponto de partida para qualquer negócio que a empresa faça. 14 Vendas e Marketing “O marketing funciona como elo entre o produtor e distribuidor, procurando levar aos consumidores produtos e serviços de boa qualidade e bom desempenho. E mais do que isso, funciona como um sensor que visa a identificar necessidades a serem satisfeitas, procurando orientar a produção para que os produtos ou serviços produzidos atendam a essas específicas necessidades.” Ou seja, “uma forma de sentir o mercado e buscar o desenvolvimento de produtos ou serviços que satisfaçam as necessidades específicas.” (COBRA, 1993, p. 24). “Marketing é o processo social e gerencial através do qual indivíduos e grupos obtém aquilo que desejam e necessitam, criando e trocando produtos e valores [...].” (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p.3). “Marketing é uma palavra em inglês derivada de market, que significa mercado. É utilizada para expressar a ação voltada para o mercado. Assim, entende-se que a empresa que pratica o marketing tem o mercado como a razão e o foco de suas ações.” (LIMEIRA, 2006, p. 2). Os autores Cobra (1993), Kotler (2006) e Limeira (2006) reforçam que o mercado é o foco estratégico do marketing e que quem pratica o marketing considera, em primeiro lugar, a satisfação das necessidades e desejos dos consumidores. O conceito de marketing pode ser entendido como a função empresarial que cria continuamente valor para o cliente e gera vantagem competitiva duradoura para a empresa, por meio da gestão estratégica das variáveis controláveis de marketing: produto, preço, comunicação e distribuição. (KOTLER, 2006). Kotler (2006) adiciona novos ingredientes à definição, quando esclarece que o marketing deve gerar, ao mesmo tempo, valor para o cliente e vantagem competitiva para a empresa. Ou seja, não adianta agradar ao cliente e não gerar vantagem para a empresa e vice-versa. E complementa a definição, citando os elementos do composto mercadológico (produto, preço, comunicação e distribuição), que serão estudados no Capítulo 3. 15 O Contexto de Marketing e Vendas Capítulo 1 Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando a alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos, considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bem-estar da sociedade. (LAS CASAS, 2006, p. 26). Observa-se acima que Las Casas (2006) complementa o conceito de marketing com uma importante questão atual: a responsabilidade social e ambiental deve ser considerada com prioridade nas práticas das empresas orientadas para o marketing. Conforme podemos observar através das definições citadas, houve uma evolução do conceito de marketing que inverte o sentido da comercialização. O sentido da comercialização com orientação para o marketing deixa de ser “empresa-consumidor” e passa a ser “consumidor-empresa”, como mostra a figura. Figura 1 – Diferentes enfoques na comercialização. Fonte: Las Casas (2006, p.23). Marketing e Vendas É comum que haja certa confusão entre os termos marketing e vendas. Vamos esclarecer aqui duas importantes questões: • O marketing ocorre antes e depois do ato da venda e combina Segundo Kotler (2006), vendas é a comunicação verbal direta concebida para explicar como bens, serviços ou ideias de uma organização servem às necessidades e desejos dos potenciais clientes. O sentido da comercialização com orientação para o marketing deixa de ser “empresa- consumidor” e passa a ser “consumidor- empresa”. 16 Vendas e Marketing muitas atividades – pesquisa de mercado, desenvolvimento de produto,definição do preço, da distribuição, das formas de comunicação, dentre outras - planejadas para satisfazer as necessidades do consumidor e, ao mesmo tempo, atingir os objetivos da organização, gerando lucratividade. • Já a venda compreende o ato de negociação entre duas partes: a que possui o bem e a que necessita ou deseja o bem. Segundo Kotler (2006), vendas é a comunicação verbal direta concebida para explicar como bens, serviços ou ideias de uma organização servem às necessidades e desejos dos potenciais clientes. A venda é definida, então, como um processo de comunicação em que um vendedor identifica e satisfaz às necessidades de um comprador para o benefício de ambas as partes, empresa e cliente. • O papel do vendedor, dentro do contexto de marketing, deixa de ser a de um mero tirador de pedidos, passando a atuar como um propulsor do negócio, visando à satisfação do cliente e, em outra mão, o alcance de metas e lucratividade da empresa. Sendo assim, podemos concluir que a venda é mais pontual, enquanto o marketing é um processo. Fica mais fácil vender um produto se anteriormente for definida uma estratégia de marketing adequada para ele. Conforme afirma Peter Drucker (2006, p. 210): [...] Pode-se presumir que sempre haverá alguma necessidade de vender. Mas a meta do marketing é tornar a venda supérflua, é conhecer e entender tão bem o consumidor que o produto ou o serviço se adapte a ele e se venda sozinho. Várias empresas vêm aplicando com sucesso o conceito de marketing. Mas não é necessário ser uma grande empresa ou mesmo uma multinacional para a aplicação do conceito. Microempresas e vendedores autônomos podem e devem procurar entender e satisfazer as necessidades e desejos de seus clientes. O princípio do conceito deve ser incorporado por todos os membros de uma organização. Apesar de seus benefícios, ainda encontramos muitas empresas que não praticam o marketing. São indústrias preocupadas apenas com seu maquinário e desenvolvimento de seus produtos. Acreditam que basta fazer um produto de qualidade e ele se venderá por si só. Outras empresas acreditam que praticando vendas agressivas atingirão suas metas. A satisfação do consumidor é colocada em segundo plano, nesses casos. Conforme afirma Peter Drucker (2006, p. 210): [...] Pode- se presumir que sempre haverá alguma necessidade de vender. Mas a meta do marketing é tornar a venda supérflua, é conhecer e entender tão bem o consumidor que o produto ou o serviço se adapte a ele e se venda sozinho. É evidente que o objetivo principal para as empresas aplicarem o conceito de marketing é o lucro. Colocando de outra maneira, o lucro não é o objetivo, e sim a recompensa por desenvolver clientes satisfeitos. Satisfazendo os desejos e necessidades dos clientes, as empresas tornam- se mais lucrativas. 17 O Contexto de Marketing e Vendas Capítulo 1 É evidente que o objetivo principal para as empresas aplicarem o conceito de marketing é o lucro. Colocando de outra maneira, o lucro não é o objetivo, e sim a recompensa por desenvolver clientes satisfeitos. Satisfazendo os desejos e necessidades dos clientes, as empresas tornam-se mais lucrativas. Clientes satisfeitos retornam e indicam para outros, fazendo propaganda gratuita para a empresa. Numa cena do filme A Vida É Bela, Guido, o personagem principal interpretado pelo ator Roberto Benigni, dá uma aula sobre a arte de vender. Guido é o garçom, já é tarde e o restaurante está prestes a fechar. Chega um cliente querendo jantar, mas só há um prato disponível. Guido aborda o cliente com uma conversa mais ou menos assim: “O que o senhor prefere? Carne de porco imersa em gordura, frango de anteontem com amêndoas duras ou um excepcional salmão fresco com batatas?” É preciso talento para fazer o cliente comprar o que se tem para vender e ficar satisfeito com isso. Um vendedor como o Guido do filme certamente teria lugar em qualquer empresa. Filme: A Vida é bela. Lançamento: 1997. Duração: 116 minutos. Atividade de Estudos: 1) Vistos os conceitos de marketing e de vendas, analise as principais características das empresas orientadas para a venda e as principais características das empresas orientadas para o marketing. Todas as empresas aplicam o conceito de marketing atualmente? Justifique. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 18 Vendas e Marketing ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Interação entre os Ambientes de Marketing e Vendas Conforme visto anteriormente, os conceitos de marketing e vendas são distintos, possuindo cada qual a sua clara definição. No entanto, as duas áreas se complementam, uma necessita da outra. Vejamos: se uma empresa é orientada para o marketing, isso significa que, antes de colocar um produto no mercado, ela analisou as necessidades e desejos do consumidor, quer seja através de pesquisa de mercado, quer da simples observação aliada à percepção e experiência da organização. A equipe de vendas terá, assim, um produto para comercializar, com a facilidade de este estar adequado ao mercado em termos de qualidade, preço, distribuição e comunicação. Em outras palavras, o trabalho de marketing facilitou e auxiliou a equipe de vendas. Da mesma forma, se a equipe de vendas não fizer bem o seu trabalho (orientação e informação ao consumidor, relacionamento, prospecção, pós-venda) o trabalho de marketing não se completará e os resultados organizacionais não serão atingidos. Vamos a um exemplo prático: uma construtora, após fazer pesquisa de mercado, observou que determinada região necessita de imóveis de alto padrão, voltados para a classe alta do mercado, com toda a infraestrutura que uma família deseja usufruir (ampla área de lazer, dormitórios com suíte, sacada, churrasqueira, ótimo acabamento). O residencial é lançado na planta, com o 19 O Contexto de Marketing e Vendas Capítulo 1 preço adequado a tudo que se oferece. O local também foi selecionado a dedo. Para auxiliar a equipe de vendas, o departamento de marketing elaborou toda uma campanha de comunicação, envolvendo mídias bem segmentadas para este público (TV fechada, revistas, jornais, catálogos, mala direta). A campanha de lançamento do imóvel atraiu muitos, através do seu apelo emocional de uma comunicação bem feita. Os clientes interessados (prospects) vão até o plantão de vendas do imóvel e lá encontram uma equipe desmotivada, sem informação, sem vontade de vender. Ou seja, o ciclo não se completou. Todo o trabalho de marketing foi por água abaixo. E de quem foi a falha? Da organização como um todo e do departamento de marketing que não deu a devida importância para a áreade vendas. Não fez a seleção adequada dos vendedores ou não fez o treinamento apropriado. É claro que, muitas vezes, mesmo sendo-se criterioso na seleção e treinamento da equipe de vendas, podem ocorrer falhas. Mas cabe ao marketing cuidar deste importante elo entre a empresa e o consumidor, pois a equipe de vendas é a grande responsável pelo contato com os clientes, fazendo parte da divulgação da imagem da empresa para o mercado. Através deste simples exemplo, podemos verificar a quantidade de aspectos e detalhes que a empresa deve atentar para que tudo saia perfeito: do produto à comunicação e sua comercialização. Tudo deve estar de acordo com os anseios do público a que se destina o produto. Estudaremos mais do composto mercadológico no Capítulo 3, no qual veremos detalhadamente cada parte do mix de marketing, e, no Capítulo 4, onde focaremos nas ferramentas promocionais. Marketing e vendas estão intimamente conectados e devem estar sincronizados para que os objetivos da organização sejam alcançados. Vale destacar que a venda é um dos grandes objetivos do marketing, mas não é o único. Através do marketing, a empresa ganha destaque, visibilidade e diferenciação no mercado. O trabalho de marketing visa a criar marcas fortes e facilita a penetração do produto no mercado. A venda torna-se apenas uma consequência. O profissional de vendas deve ter em mente os conceitos de marketing para utilizá-los da melhor forma possível, fazendo o seu importante papel no alcance das metas organizacionais. As áreas de marketing e vendas devem discutir em conjunto as estratégias de marketing para alcançar os objetivos de vendas desejados, tudo isso dentro do planejamento estratégico organizacional. O profissional de vendas precisa conhecer o ambiente no qual está inserido. A figura abaixo mostra os principais componentes do ambiente de vendas simplificado. Marketing e vendas estão intimamente conectados e devem estar sincronizados para que os objetivos da organização sejam alcançados. Vale destacar que a venda é um dos grandes objetivos do marketing, mas não é o único. Através do marketing, a empresa ganha destaque, visibilidade e diferenciação no mercado. O trabalho de marketing visa a criar marcas fortes e facilita a penetração do produto no mercado. 20 Vendas e Marketing Figura 2 – Ambiente de vendas simplificado. Fonte: Moreira e colaboradores ( 2007, p. 34). De acordo com a análise de Moreira (2007), de um lado encontram-se os profissionais de vendas e do outro os compradores existentes no mercado. Entre eles, existe a oferta de bens e serviços prestados pela empresa e o que os compradores fornecem em troca, o dinheiro. É importante destacar que o consumidor só vai pagar o valor que ele considere compatível com o benefício recebido. Existem mais dois elementos a serem considerados neste fluxo do ambiente de vendas: a comunicação que a empresa faz do produto ou serviço para que o mercado saiba da sua existência e o retorno (feedback) fornecido pelos consumidores. O feedback do consumidor é fundamental para que a empresa possa corrigir eventuais problemas e tomar as decisões necessárias. Nesta etapa, o vendedor tem uma importante função, pois recebe o retorno do cliente e deve repassar as informações à empresa. Ou seja, a equipe de vendas é um forte influenciador das mudanças que a empresa deve fazer para continuar no mercado. A figura a seguir mostra o ambiente de vendas moderno, como é considerado pelos profissionais de marketing. É composto de vários itens que os vendedores devem conhecer para entender o fluxo completo, desde a fabricação do produto até a sua distribuição junto aos pontos de venda. O primeiro deles é composto pelos fornecedores que a empresa utiliza. Em seguida, existem os concorrentes e suas ações podem influenciar fortemente nos resultados da nossa empresa. Por isso, é preciso que tanto a equipe de vendas quanto a de marketing tenham um olho na concorrência, acompanhando suas estratégias, pois, dessa forma, será possível desenvolver e colocar em prática ações de ataque e defesa. Para distribuir os produtos no mercado, frequentemente é necessário definir e implantar os intermediários de marketing, conhecidos como canais de distribuição (distribuidores, atacadistas, varejistas, etc.). Os consumidores finais são os clientes que compram os produtos e serviços ofertados no mercado. Todos os elementos mencionados interferem no fluxo de produção e na venda dos produtos. 21 O Contexto de Marketing e Vendas Capítulo 1 Figura 3 – Ambiente de vendas moderno Fonte: Moreira e colaboradores ( 2007, p. 35). Analisando as diferentes empresas que estão no mercado, podemos constatar que elas se encontram em diferentes estágios de desenvolvimento. As áreas de marketing e vendas devem compreender o estágio atual em que a empresa está e auxiliar nas mudanças necessárias para que a empresa possa crescer de maneira organizada. Conforme a empresa cresce, a tendência é que a área de marketing conquiste seu espaço, separando-se do departamento de vendas e constituindo um novo departamento. Muitas empresas ainda estão em fase de transição, implementando os conceitos de marketing, o que não é suficiente para se ter uma empresa totalmente orientada para a satisfação das necessidades e desejos do cliente. Acompanhe no quadro o desenvolvimento da empresa x as funções de marketing e vendas. Quadro 1 – Desenvolvimento da empresa versus funções de vendas e marketing. Simples área de vendas Área de vendas com funções auxi- liares de marketing Área de marketing separada Moderna área de marketing Moderna empresa de marketing Os pro- fissionais de vendas acumulam as funções de marketing. Como as ferramen- tas de marketing demandam tempo e conhecimento es- pecífico, contrata- -se um profissional especializado que será subordinado à área de vendas. Marketing ganha importância e pas- sa a influenciar as principais decisões da empresa. Ocor- re a separação da área de marketing e da de vendas. Marketing passa a ser visto como uma orientação de longo prazo, enquanto ven- das, de curto prazo. Todas as áre- as da empresa trabalham vi- sando sempre ao cliente em primeiro plano. Fonte: Moreira e colaboradores ( 2007, p. 37). As áreas de marketing e vendas devem compreender o estágio atual em que a empresa está e auxiliar nas mudanças necessárias para que a empresa possa crescer de maneira organizada. 22 Vendas e Marketing Para aprofundar seus estudos na área de Marketing, recomenda-se o livro Administração de Marketing, de Philip Kotler e Kevin Lane Keller, da Editora Pearson. O livro é conceituado no mercado e na academia como “a bíblia do Marketing”. Referência no mundo profissional e acadêmico, o livro está na 12ª edição e a mais recente é a de 2006. Atividade de Estudos: 1) Uma vez estudados os ambientes de vendas e sua interação com a área de marketing, analise e justifique em qual fase de desenvolvimento a empresa em que você atua se encontra em relação às funções de marketing e vendas, conforme mostra o Quadro 1. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 23 O Contexto de Marketing e Vendas Capítulo 1 Tendências de Marketing e Vendas Neste tópico abordaremos algumas das principais tendências que influenciam as áreas de marketing e vendas. As empresas têm sido obrigadas a rever suas estratégias, devido ao constante avanço e evolução do mercado. As formas tradicionais de administrar, baseadas na hierarquia (pirâmide) e na centralização das decisões, têm dado espaço para uma gestão mais descentralizada e horizontal, com estruturas mais ágeis e flexíveis, adaptadas ao ambiente instável e mutante. Outro fator que vem revolucionando a área de vendas e marketing é a revolução tecnológica, principalmente na internet: hoje, os consumidores têm acesso à informação de forma rápida e na palma da mão, devido ao crescimento de inúmeros equipamentos, como smartphones e tablets. A informação passa a ser elemento-chave para as áreas de marketing e vendas e a forma de obtê-la é o grande diferencial. De acordo com Las Casas (2006, p. 38), “[...] o novo marketing irá focar a administração estratégica de parcerias, posicionando a firma entre vendedores e consumidores numa rede de valor que objetiva fornecer serviços superiores aos clientes.” Ou seja: é necessário criar/ofertar produtos e serviços que tenham valor para o consumidor. Produtos que sejam superiores aos da concorrência, que tenham diferenciais. Quando o autor fala em parcerias, podemos estender às relações da empresa com todos os seus públicos de interesse, sejam fornecedores, sejam clientes, seja governo, seja imprensa, sejam outras entidades. Posicionar a empresa é fundamental, pois num universo de tantas marcas e produtos, lembraremos daqueles que tiverem um posicionamento forte em nossa mente. O autor destaca que as relações com os consumidores serão vistas como recurso- chave nos negócios. E quando falamos em relação com o consumidor, entra aqui o primordial trabalho da equipe de vendas. Conforme Las Casas (2006, p. 38-39), no Brasil, o marketing tem sofrido várias influências que obrigam as empresas a adaptar-se: • Globalização: as empresas devem pensar não apenas em mercados nacionais, mas também em mercados internacionais. A economia está mudando de enfoque e os países estão se unindo em blocos. As empresas precisam preparar-se para atuar em diferentes mercados com diferentes exigências. Hoje, não basta conhecer um mercado, é necessário conhecer vários para garantir que os objetivos de uma organização sejam alcançados, principalmente quanto a recursos e vendas. • Planos econômicos: os brasileiros são alvos de vários planos econômicos, dentre eles o Plano Real, o mais estável dos É necessário criar/ ofertar produtos e serviços que tenham valor para o consumidor. A informação passa a ser elemento- chave para as áreas de marketing e vendas e a forma de obtê-la é o grande diferencial. 24 Vendas e Marketing planos que recuperou a confiança dos empresários no país. Os profissionais de marketing devem estar atentos aos sinais da economia, bem como às demais variáveis externas para fazer as adaptações necessárias no seu plano de marketing. • Qualidade: as empresas que não perseguirem programas de qualidade estarão sem vantagem competitiva. Com a abertura das importações, as empresas brasileiras passam a concorrer com países que estão muito mais avançados neste quesito. • Valorização do consumidor: apesar de ser citada desde a década de 50, as empresas devem montar estruturas adequadas e disseminar a orientação de valorização do consumidor entre todos os seus colaboradores. • Valorização dos colaboradores: também se constatou, na década de 90, que uma empresa sem marketing interno não permitia a motivação dos funcionários para se levar adiante qualquer plano. Os profissionais de marketing devem preocupar-se não apenas em conquistar os clientes externos, mas também os internos. Para isso, as técnicas de marketing passam a ser aplicadas internamente, junto aos colaboradores da empresa. De acordo com Ribeiro (2012), podemos acrescentar outras tendências que ajudam a colocar as áreas de marketing e vendas mais alinhadas ao contexto atual: a) Serviço ao Cliente é o novo marketing Num ambiente onde as mídias sociais geram uma grande transparência, a principal prioridade das empresas é prover e entregar produtos e serviços de qualidade. Responder rapidamente e apropriadamente às questões que surgem ou, melhor ainda, deixar que a comunidade responda por sua empresa e defenda a sua marca, torna-se uma habilidade muito importante para gerar novos contatos e convertê-los em clientes. Clientes que recebem serviços ou suporte sem senso de urgência e sem qualidade divulgarão suas insatisfações através das mídias sociais. b) Os clientes se tornaram um importante canal de comunicação A habilidade de gerar contatos e clientes está ligada à habilidade de não só satisfazer seus clientes, mas também de encantá-los. O marketing deve adotar ações que assegurem uma experiência gratificante a seus clientes, encorajando os mais engajados a compartilhar sua fidelidade com os não clientes. O marketing viral e boca a boca é muito importante. O marketing deve gerar programas para encher o funil de marketing/vendas e, paralelamente, desenvolver um papel crítico na identificação de seus clientes mais fiéis e fanáticos, permitindo e encorajando- os a alavancar o marketing da empresa. 25 O Contexto de Marketing e Vendas Capítulo 1 c) As mídias sociais possuem diversas funções As mídias sociais podem ser utilizadas em diferentes funções, dependendo dos objetivos da empresa. Podem ser usadas para comunicação, serviço aos clientes, criação de uma comunidade, engajamento, entretenimento, propaganda, marketing, relações públicas e e-commerce. Alguns usos serão intensos, outros não. Tudo depende do tipo de empresa, nicho, cultura, abordagem de marketing e, principalmente, da forma como os clientes preferem comunicar-se e engajar-se com sua marca, produtos e serviços. As mídias sociais devem ser utilizadas de forma pertinente e apropriada a cada caso. d) Os tablets mudam muita coisa Os diferentes tablets ou e-readers, que são mais portáteis (maiores do que um smartphone, mas menores do que um laptop), combinam a interface de toque e tamanho de tela, irão gerar uma explosão de conteúdos relacionados a publicações, jogos, entretenimento, marketing, serviços aos clientes e outras aplicações, que não funcionam bem para telas pequenas em smartphones. Os tablets criarão oportunidades para explorar experiências mais ricas com as marcas, que geram maior valor e engajamento do que pode ser proporcionado pelos desktops, laptops e smartphones. e) “Mobile Marketing” (Marketing Móvel) vai se tornar só “Marketing” À medida que um número cada vez maior de consumidores gasta mais tempo conectado na internet via dispositivos móveis, a distinção de mobilidade como um canal especializado tende a dissipar-se. A mobilidade vai se tornar uma forma dominante de interação com as marcas no meio digital. O marketing tende a alcançar as pessoas onde quer que estejam e a otimizar suas experiências, independentemente do tamanho das telasque estiverem em uso pelo consumidor. f) Marketing é dependente dos desenvolvedores de Software Os consumidores podem experimentar as marcas, cada vez mais, através da tecnologia (websites, aplicativos móveis, e-mail, redes sociais, etc.). Provavelmente os tablets irão tornar os aplicativos um dos canais predominantes utilizados pelos consumidores para se engajar com as marcas. O profissional de marketing precisará atuar como um gerente de desenvolvimento de produtos, descobrindo aplicações com bom potencial e administrando o lançamento e o ciclo de vendas. 26 Vendas e Marketing g) Surgimento de um novo cargo: CMTO – Chief Marketing Technology Officer (Gerente Executivo de Tecnologia do Marketing) Para enfrentar os desafios e oportunidades relacionadas à tecnologia, as empresas devem começar a criar um novo cargo para avaliar todos os aspectos da tecnologia relacionada com marketing e vendas, ajudando o marketing, o comércio eletrônico e a área de tecnologia da informação a trabalharem mais integradas. As empresas que não investirem na adoção de tecnologias relacionadas ao marketing e vendas poderão perder a vantagem competitiva. h) O E-mail Marketing não vai morrer Embora outros canais tenham surgido, o e-mail marketing continua gerando valor, engajamento, economias e receitas. O e-mail, pelo seu histórico, continuará sendo a forma de comunicação preferida entre os consumidores e as empresas e as marcas. A maioria dos dispositivos móveis permite o uso do e-mail. As empresas tendem a utilizá-lo de forma mais pertinente e, por isso, valorizada pelos clientes. No portal www.mundodomarketing.com.br, você encontra artigos interessantes e atuais sobre a área de marketing. Atividade de Estudos: 1) Estudadas as principais tendências para as áreas de marketing e venda, faça uma relação dos pontos positivos e negativos da sua empresa em relação a cada uma das tendências. Verifique em quais aspectos a sua empresa se encontra adaptada às tendências e quais pontos necessitam de maior atenção da organização. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 27 O Contexto de Marketing e Vendas Capítulo 1 ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Algumas Considerações Este capítulo inicial teve como objetivo dar-nos uma visão geral das áreas de vendas e marketing, seus conceitos, seus ambientes, sua interação e suas tendências. É impossível falar em consumo e em sociedade atual sem falar em marketing e vendas. Por todos os lados, estamos cercados de mensagens e somos diariamente impactados por centenas de apelos de marketing e vendas, ofertando-nos os mais diversos produtos e serviços. Compreender a evolução da história do marketing, que iniciou na Era de Produção com a Revolução Industrial, passando pela Era de Vendas e chegando à atual Era de Marketing, faz-nos compreender como o mercado está em contínua evolução. Para que as empresas possam acompanhar essa evolução, é necessário que seus colaboradores estejam inseridos e informados sobre as mais diversas estratégias de marketing e técnicas de vendas. A compreensão destes conceitos iniciais aqui passados é de fundamental importância para que possamos avançar nos próximos capítulos deste caderno. Entender as principais características dos ambientes de vendas e marketing e como as áreas interagem e se complementam é essencial para que a empresa possa alcançar os objetivos propostos e, mais do que apenas sobreviver em meio à concorrência, destacar-se e fazer a sua história. O próximo capítulo abordará a venda de bens e serviços no varejo. 28 Vendas e Marketing Referências COBRA, Marcos. Marketing Competitivo: uma abordagem estratégica. São Paulo: Atlas, 1993. DRUCKER, Peter. Melhor de Peter Drucker: obra completa. São Paulo: Nobel, 2006. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing.12. ed. São Paulo: Pearson Prentice-Hall, 2007. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LAS CASAS, Alexandre L. Marketing: conceitos, exercícios e casos. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006. LIMEIRA, Tânia Maria Vidigal. Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2006. MOREIRA, Júlio César Tavares et al. Administração de Vendas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. RIBEIRO, Max Barbosa. 8 Tendências de Marketing que não podem ser ignoradas. Disponível em: <www.2getmarketing.com.br/%20/estrategia/8- tendencias-de-marketing-que-nao-podem-ser-ignoradas>. Acesso em: 06 jan. 2012. CAPÍTULO 2 Varejo de Bens e Serviços A partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Assimilar os aspectos da venda no varejo de bens e serviços. � Analisar as diferenças entre a venda de serviços e produtos. 31 Varejo de Bens e Serviços Capítulo 2 Contextualização A expansão do mercado de consumo é um dos mais importantes desafios para a nossa economia. Aumentar o acesso da população aos mais variados produtos e serviços existentes em nosso mercado é um objetivo de grande relevância tanto no cenário econômico quanto em âmbito social. Com o surgimento de novos produtos e serviços, lançamento de marcas e empresas, bem como o acirramento da concorrência, o consumidor aumentou o seu grau de exigência, passando a demandar muito mais de seus fornecedores. É neste ponto que entra a importância de um bom trabalho de marketing e vendas, fazendo com que o consumidor conheça e dê preferência para o nosso produto/serviço, criando com ele um vínculo em longo prazo. De forma ampla, podemos dividir a venda em dois tipos: venda industrial e venda no varejo. Focaremos o nosso estudo na venda no varejo. Segundo Kotler (2006, p.602), “[...] o varejo inclui todas as atividades envolvidas na venda de bens ou serviços diretamente aos consumidores finais para uso pessoal. Qualquer organização que utiliza desta forma de venda, seja ela fabricante, atacadista ou varejista, está praticando varejo. Não importa a maneira pela qual os bens ou serviços são vendidos ou onde eles são comercializados.” Ou seja, o varejo faz a venda diretamente ao consumidor final para seu uso pessoal e não comercial. Ainda de acordo com Kotler (2006), o varejista é o intermediário que se encarrega de realizar a venda para os consumidores finais. As vendas de varejo são feitas principalmente por unidade ou pequenos lotes. Podemos considerar como varejo tanto a venda de produtos quanto de serviços feita ao consumidor final. [...] o varejo é um conjunto de atividades de negócios que adicionam valor a produtos e serviços vendidos a consumidores para uso pessoal e familiar. As pessoas frequentementeconsideram o varejo somente como a venda de produtos em lojas. Entretanto, o varejo evoluiu também a venda de serviços: estadia de uma noite em um hotel de estrada, um exame médico, um corte de cabelo, o aluguel de uma fita de vídeo ou uma pizza entregue em casa. (LEVY, 2000, p. 27). O varejo de bens e serviços proporciona grandes perspectivas no incremento da produtividade, importante fator para que exista um verdadeiro mercado de consumo de massa. Com a transformação tecnológica, tanto na área de informação como na gestão empresarial, o varejo vem implantando grandes mudanças na forma de distribuição da economia brasileira. (PARENTE, 2011). 32 Vendas e Marketing Quando falamos em varejo, normalmente pensamos em lojas. No entanto, não podemos nos esquecer do varejo sem loja, que obteve forte crescimento com o advento da internet (comércio eletrônico). Nesse sentido, Parente (2011, p. 35) esclarece que: A maior parte das vendas varejistas ainda é realizada por lojas. Entretanto, pela enorme expansão das compras virtuais, o varejo sem loja vem crescendo mais rapidamente que o varejo com loja. O varejo sem loja utiliza-se de uma estratégia de marketing que não está baseada em loja tradicional. Isso ocorre nos quatro principais tipos de varejo sem loja: marketing direto, vendas diretas, máquinas de venda (venda automática) e varejo virtual. Voltando um pouco às definições de marketing, estudadas no Capítulo 1, podemos observar que para haver consumo, precisamos primeiramente ter um mercado consumidor. Quando falamos em mercado consumidor, estamos falando em pessoas que tenham a necessidade ou desejo, a disposição e a capacidade de consumir. Por outro lado, precisamos ter produtos (bens) e serviços que satisfaçam aos desejos e às necessidades destes consumidores. Bens: “Bens tangíveis ou produtos constituem a maior parte do esforço de produção e marketing da maioria dos países [...]. Nos países em desenvolvimento, os bens – principalmente alimentos, commodities, itens de vestuário e habitação – são o sustentáculo da economia.” (KOTLER, 2009, p. 28). Serviços: “À medida que as economias evoluem, uma proporção cada vez maior de suas atividade se concentra na produção de serviços [...]. Muitas ofertas ao mercado consistem em um mix variável de bens e serviços.” (KOTLER, 2009, p. 28). A essência do marketing e das vendas é a mesma, tanto para a venda de bens como serviços. No entanto, existem aspectos peculiares que diferenciam cada venda específica e estes serão analisados no decorrer deste capítulo. A essência do marketing e das vendas é a mesma, tanto para a venda de bens como serviços. 33 Varejo de Bens e Serviços Capítulo 2 Venda de Serviços A concentração da produção de serviços acontece à medida que a economia evolui. Ou seja, quanto maior a oferta e a demanda por serviços, mais evoluída a economia. Como exemplo de prestadores de serviços, podemos citar: bancos, empresas de propaganda e marketing, instituições de ensino, telecomunicações, contabilidades, informática, academias de ginástica, salões de beleza, cartórios, rede hoteleira, restaurantes, parques, cinema, hospitais e clínicas, entre outros. O serviço é um desempenho essencialmente intangível que não resulta na propriedade de algo. A execução de um serviço pode ou não estar ligada a um produto físico. Quando você vai a um restaurante, por exemplo, existe a combinação do serviço prestado com o produto em si, no caso, a comida. Existem outros casos em que o serviço é puro, ou seja, não existe um produto (tangível) ligado ao serviço. É o caso da rede de ensino e bancária, telecomunicações, advocacia, etc. Vamos estudar agora as principais características dos serviços e, assim, verificar quais as implicações fundamentais para a atividade de vendas desta área. Segundo Las Casas (2009), são três as características fundamentais dos serviços: intangibilidade, inseparabilidade e perecibilidade. Vamos discorrer sobre cada uma delas. a) Intangibilidade Serviços são intangíveis – não podem ser tocados, sentidos ou cheirados. O ato da venda em si é intangível, pois se trata de uma prestação de serviços. Para comercializar serviços, devido à questão da intangibilidade, a reputação da empresa (credibilidade) e a sua imagem no mercado são muito relevantes. A credibilidade é algo que se constrói com o passar do tempo, pela experiência da empresa e pela indicação que recebemos de seus atuais clientes. Embora a experiência seja muito importante, uma empresa com menor tempo de atuação no mercado também pode obter credibilidade, através da recomendação de seus serviços pelos seus clientes. Uma relação de clientes bem atendidos e satisfeitos ajuda a transmitir credibilidade, principalmente quando a empresa for nova ou pouco conhecida no mercado. Já a imagem da empresa no mercado vem de vários fatores, resultantes de todos os possíveis contatos que o cliente (ou cliente potencial) tenha feito com a organização. Dentro deste amplo leque, podemos citar que a comunicação exerce forte influência na imagem de uma empresa. Quantas vezes vemos um comercial na televisão ou um anúncio na revista e dizemos “essa marca deve ser boa ou, então, esta empresa deve cobrar caro”. A comunicação, através da propaganda, criou essa imagem em nossa mente. Tudo o que vemos Segundo Las Casas (2009), são três as características fundamentais dos serviços: intangibilidade, inseparabilidade e perecibilidade. A concentração da produção de serviços acontece à medida que a economia evolui. 34 Vendas e Marketing ou ouvimos falar de determinada empresa, forma a nossa imagem sobre ela, seja positiva ou negativamente. Além da comunicação, o boca a boca é um forte fator de influência (“minha amiga disse que aquela academia é um horror, só gente arrogante e esnobe”). A forma pela qual fomos atendidos, seja ao telefone, seja pessoalmente, também exerce grande impacto (“aquela recepcionista foi grosseira, não vou mais naquele salão”). Os detalhes na venda de serviços são muitos e vão desde o atendimento à comunicação, não sendo menos importante a aparência e a organização das instalações e de seus funcionários (“o garçom estava com as mãos sujas, o restaurante não deve ser muito limpo”). b) Inseparabilidade Essa característica diz respeito à simultaneidade de produção e consumo. Na maioria dos casos, o consumo de serviços depende do profissional de vendas, ou seja, da venda direta. Como produção e consumo do serviço acontecem de forma simultânea e inseparável, qualquer detalhe poderá prejudicar o relacionamento da empresa com o cliente. Um atendimento rude ou a falta de orientação dada ao consumidor por parte do vendedor pode ser fator de perda de um cliente. Portanto, a empresa prestadora de serviços deve focar na orientação e treinamento dos profissionais que estão em contato com o público, passando sempre uma imagem de presteza, honestidade, competência e positividade. O serviço está diretamente ligado ao desempenho e não há chance de causar uma segunda boa impressão nos clientes. A medição do serviço é feita em tempo real. c) Perecibilidade Serviços não podem ser produzidos em massa e nem estocados, como um produto tangível. Imagine que um restaurante esteja acostumado e planejado para atender diariamente a 300 pessoas, dentro do seu padrão de qualidade e bom atendimento. Caso receba 400 pessoas, por uma ocasião especial, sem ter sido previamente avisado, certamente os cozinheiros e garçons não estarão capacitados para atender a essa demanda com a mesma rapidez e qualidade. Os pratos que costumam demorar meia hora para sair podem levar quase uma hora, os garçons não conseguirão dar conta de atender a todas as mesas com agilidade.É reclamação na certa. Imagine um hotel no litoral, contando com vários dias de chuva ininterrupta na cidade. Seus mais de 200 leitos não podem ser estocados. Perdeu a diária, perde-se faturamento. A prestação de serviços é assim: antes mesmo que ocorra a transação (venda), o palco deve estar montado para receber os clientes. O tempo é a alma do serviço. O grande problema é administrar a demanda. Por ser o tempo a alma do serviço, algumas questões devem ser observadas quando o seu cliente tiver uma espera mais longa do que o esperado: 35 Varejo de Bens e Serviços Capítulo 2 • o tempo ocioso parece mais longo; • a ansiedade faz a espera parecer mais longa; • a espera injusta ou inexplicada é mais longa; • a espera individual é mais longa; • a espera física desconfortável parece ser mais demorada; • a espera de clientes novos ou ocasionais parece ser mais longa. Podemos, ainda, acrescentar às características citadas por Las Casas (2009), a variabilidade. A qualidade do serviço depende das pessoas envolvidas no serviço e dos clientes e seu grau de exigência e expectativas. Sendo assim, o serviço pode sofrer variações em suas características e qualidade. Portanto, é necessário criar padrões de qualidade mínimos e persegui-los constantemente, evitando quedas bruscas deste padrão. As características da prestação de serviços são determinantes na comercialização desse tipo de venda. Por se tratar de uma venda de intangíveis, o papel de vendedor ou do profissional que estiver em contato com o público, torna- se ainda mais relevante. Alguns aspectos devem ter atenção especial na venda de serviços: • imagem e nível de conhecimento do vendedor; • credibilidade e imagem da empresa junto ao mercado; • aparência e instalações da empresa; • comunicação realizada pela empresa; • rede de relacionamento do vendedor e da empresa. Uma dica importante na venda de serviços é tentar materializar o intangível. Digamos que você trabalhe em uma agência de propaganda e queria “vender o seu peixe”. Como conquistar um novo cliente para um produto intangível? Tangibilizando a venda. No exemplo citado, o contato comercial poderá mostrar ao cliente um portfólio ou apresentação com os melhores trabalhos da agência. Poderá, ainda, deixar um material impresso junto ao seu cartão de visita, para posterior análise do cliente. Com relação a essa questão, Las Casas (2009, p. 190) afirma: “Apresentar o intangível da forma mais tangível possível deve ser preocupação constante na venda de serviços.” Ainda conforme Las Casas (2009, p. 190), “a venda de serviços pode ser feita de duas formas básicas: com uma abordagem centralizada no desempenho da empresa, ou centralizada no problema do cliente.” Na abordagem com enfoque no desempenho da empresa, o vendedor deve mencionar ao seu potencial cliente todos os méritos da empresa, como clientes atendidos e satisfeitos, instalações, Apresentar o intangível da forma mais tangível possível deve ser preocupação constante na venda de serviços. (LAS CASAS, 2009, p. 190). A venda de serviços pode ser feita de duas formas básicas: com uma abordagem centralizada no desempenho da empresa, ou centralizada no problema do cliente. (LAS CASAS, 2009, p. 190). 36 Vendas e Marketing premiações, etc. O enfoque no desempenho da empresa valoriza aspectos externos e méritos obtidos, ganhando, assim, a confiança do cliente. Já o enfoque no problema do cliente dirige a atenção do vendedor para as necessidades do potencial cliente, propondo soluções e recomendações em que a empresa poderá atender à demanda. Em ambas as abordagens, é necessário que o vendedor conheça bem o serviço e a empresa, podendo, assim, orientar o cliente da melhor forma e transmitindo credibilidade e segurança. Trocando em miúdos: a ênfase na venda de serviços deve ser no conhecimento. Segundo Bateson (2001), o marketing de serviços pode ser definido como o conjunto de esforços e ações que otimizam uma venda com o objetivo de encantar e surpreender o cliente, diferenciando a empresa da concorrência. Existem basicamente três tipos de estratégias de marketing em serviços, já que, focar numa determinada estratégia, não significa que a empresa não esteja utilizando as demais em diferentes graus. Vamos a elas: • Estratégia de Diferenciação: esta é, aparentemente, a mais simples das estratégias, pois diferenciar parece fácil, o complicado mesmo é manter-se diferenciado. Em serviços, não existe patente, por isso ele é facilmente copiado. Mas o que não pode ser copiado é a gestão que orienta toda a empresa. Para manter-se diferenciado é fundamental estar inovando e se atualizando constantemente para, dessa forma, atender e superar as expectativas dos clientes. • Estratégia de Produtividade: Produtividade, ou seja, produzir mais com os mesmos recursos. A principal dificuldade para se ter produtividade em serviços é justamente manter o padrão de qualidade na produtividade (já que este padrão tende a cair com a produtividade). Um exemplo: numa agência de propaganda, é fácil ter qualidade no desenvolvimento de um layout ou mesmo de uma campanha publicitária se tivermos um dia inteiro somente para este trabalho. Agora, manter esse padrão de qualidade, com a pauta lotada, realizando muitos trabalhos num dia, é um grande desafio. • Estratégia de Qualidade: Qualidade em serviços é mais do que uma estratégia, é uma meta a ser atingida diariamente. Em produtos, a qualidade é intrínseca, já em serviços ela é extrínseca, dependendo basicamente do desempenho e do atendimento. Por isso, as pessoas fazem total diferença nesse processo. Por exemplo, se um famoso restaurante da cidade tem o mesmo chef há dez anos e ele resolve sair do estabelecimento, a qualidade já fica comprometida. E o mesmo acontece com inúmeros outros exemplos em serviços. A grande meta aqui não é apenas ter qualidade e sim manter a qualidade, ou seja, conseguir fazer com que a experiência reproduza a Segundo Bateson (2001), o marketing de serviços pode ser definido como o conjunto de esforços e ações que otimizam uma venda com o objetivo de encantar e surpreender o cliente, diferenciando a empresa da concorrência. 37 Varejo de Bens e Serviços Capítulo 2 qualidade. Para isso, é necessário investir no treinamento e desenvolvimento das pessoas, utilizando padrões apropriados de qualidade, e, principalmente, conhecer a fundo as expectativas dos clientes e entregar a promessa, não esquecendo que as expectativas dos clientes são crescentes. E mais: qualidade pressupõe gerenciamento. Toda a empresa deve “falar a mesma língua”, a estratégia deve disseminar-se por toda a empresa para que essa meta de qualidade seja alcançada. Com o crescimento cada vez maior da área de serviços na economia, profissionais de marketing e vendas terão a necessidade de adaptação à atualização para atuarem nesse setor. As pessoas são as peças-chave nesse contexto. Serviços não existem sem a presença de pessoas. Mesmo em meio aos desafios de padronização e manutenção da qualidade, os serviços permitem diferenciação e personalização. Permitem agregar valor ao cliente, inclusive na venda de produtos, como veremos a seguir. Para saber mais sobre a área de marketing de serviços, leia Marketing de Serviços de John Bateson, editora Bookman. Atividade de Estudos: 1) Vimos, neste capítulo, as principais características da venda de serviços. Imagine que você seja o gerente de uma cafeteria. No sábado, um de seus funcionários avisa que vai faltar e, para completar, o movimento começa a aumentar. O que você faz em relação aos clientes que terão que esperar mais para terem seus pedidos atendidos? ________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 38 Vendas e Marketing ____________________________________________________ ____________________________________________________ Venda de Produtos Kotler e Armstrong (2007, p. 200) definem produto como “[...] algo que pode ser oferecido a um mercado para apreciação, aquisição, uso ou consumo que pode satisfazer um desejo ou uma necessidade.” A venda de produtos apresenta características diferentes da venda de serviços. O produto em si é tangível, embora todo o produto possa agregar a prestação de serviços (exemplo: pós venda, atendimento, etc.). A prestação de serviços, muitas vezes, é o que diferencia e agrega valor na compra de um produto. Quantas vezes você já trocou de fornecedor ou deixou de comprar em determinado estabelecimento por ter sido mal atendido? O serviço prestado pela loja fez com que você deixasse de comprar ou repetir a compra do produto. Outro fator diferenciador entre produto e serviço é que a produção ocorre antes de seu consumo, diferentemente do serviço em que produção e consumo acontecem simultaneamente. Em terceiro, a qualidade dos produtos é menos variável do que a dos serviços, visto que depende menos de pessoas e mais de equipamentos e processos de produção. E, finalmente, os produtos podem ser estocados, cabendo ao administrador gerenciar os níveis de oferta e demanda com maior precisão. Acompanhe no quadro abaixo, as principais diferenças entre o marketing de produto e o de serviço: Quadro 2 - Marketing de produto x Marketing de serviços. Marketing de Produto Marketing de Serviço Foco no produto (tangível) Foco no desempenho (intangível) Voltado à satisfação de uma necessidade ou desejo Voltado para a experiência do serviço Ligação íntima com vendas Ligação íntima com atendimento Qualidade é um problema de produção Qualidade é um problema de toda a empresa Marketing utiliza os 4 P’s clássicos* Marketing utiliza os 4 P’s ampliados* Nota: * Estudaremos no Capítulo 3. Fonte: Os autores. Definem produto é “[...] algo que pode ser oferecido a um mercado para apreciação, aquisição, uso ou consumo que pode satisfazer um desejo ou uma necessidade. (KOTLER E ARMSTRONG, 2007, p. 200). 39 Varejo de Bens e Serviços Capítulo 2 Os consumidores buscam, com a compra de produtos, soluções para seus problemas e satisfação pessoal. Na compra de um bem tangível, buscam um benefício intangível. Vejamos: ao adquirirmos novas roupas, buscamos melhor aparência e status; ao comprarmos um carro, buscamos segurança e agilidade; compramos livros, pois almejamos mais conhecimento. Se a dica para vender serviços é tangibilizá-los, a dica para vender produtos é buscar o intangível. Essa técnica vale tanto para vendas quanto para marketing. Observemos: você prefere que um vendedor lhe diga “essa blusa é maravilhosa” ou “você ficou ótima nessa blusa”? Basta olhar os comerciais de televisão que você notará que a grande maioria dos anúncios de produtos apela para o intangível. Para vender um automóvel, mostra-se um casal sentado confortavelmente e usufruindo momentos de lazer. O que compramos na realidade? Uma blusa ou o aumento da autoestima? Um carro ou momentos de prazer com conforto? Quanto à venda de produtos em si, os clientes, ao entrarem na loja, esperam que o vendedor conheça bem o produto e possa fornecer informações adequadas. Esperam também obter um bom atendimento e que eventuais problemas na fase de pós-vendas possam ser resolvidos. Para os vendedores, o conhecimento do produto é uma tarefa difícil, pois as lojas podem operar uma ampla gama de artigos. Nessas situações, o vendedor deve esforçar-se para conhecer com maior profundidade os principais itens à venda e consultar catálogos e manuais para manter-se atualizado. Os variados tipos de varejo de produtos exigem do vendedor diferentes níveis de qualificação e conhecimento: um vendedor varejista de computadores, por exemplo, deverá ter conhecimento técnico dos produtos para fazer demonstrações de suas principais funções. Já um vendedor de vestuário deve ter noções de moda para poder prestar um serviço que vai além da venda, uma espécie de consultoria. Não basta conhecer os produtos que a sua loja comercializa, é importante estar por dentro do mercado, de forma mais ampla. A venda depende também do estágio em que o produto se encontra, de acordo com o seu ciclo de vida. O Boston Consulting Group (BCG), líder em consultoria de gestão, desenvolveu e popularizou a matriz de crescimento, denominada matriz BCG. De acordo com Kotler (2006), a matriz é dividida em quatro estágios iguais: a) Pontos de interrogação São negócios que operam em mercados de alto crescimento, mas que têm baixas participações relativas. A maioria dos negócios inicia como ponto de interrogação quando a empresa tenta entrar em um mercado de alto crescimento em que já existe um líder. Um ponto de interrogação exige muito investimento Os consumidores buscam, com a compra de produtos, soluções para seus problemas e satisfação pessoal. Na compra de um bem tangível, buscam um benefício intangível. 40 Vendas e Marketing porque a empresa tem que gastar dinheiro em fábricas, equipamentos e pessoal. O termo “ponto de interrogação” é adequado porque a empresa tem que analisar seriamente se continuará a colocar dinheiro no negócio. Nessa fase, os gastos com marketing são altos para lançar o produto no mercado. b) Estrelas Se o negócio do tipo ponto de interrogação for bem-sucedido, ele se torna uma estrela. Uma estrela é líder em um mercado de alto crescimento. Mas não produz, necessariamente, um fluxo de caixa positivo. A empresa deve gastar recursos substanciais para acompanhar a alta taxa de crescimento e repelir os ataques dos concorrentes. c) Vacas Leiteiras A estrela se torna uma vaca leiteira se ainda tiver alta participação relativa em seu mercado. Uma vaca leiteira gera muito caixa. A empresa não tem que financiar expansões de capacidade porque a taxa de crescimento de mercado já diminuiu. Como o negócio é líder, desfruta de economias de escala e de maiores margens de lucro. A empresa utiliza seus negócios do tipo vaca leiteira para pagar as contas e apoiar seus outros negócios. Empresas com apenas uma vaca leiteira são altamente vulneráveis. Se essa vaca começar a perder participação relativa no mercado, a empresa terá que reinvestir recursos para manter a liderança. d) Animais de estimação: São negócios com pequenas participações em mercados de baixo crescimento. Geram baixos lucros ou até mesmo prejuízos. A empresa que possui algum animal de estimação deve avaliar qual a razão de mantê-lo, pois, às vezes, tem o coeficiente de “apostar” ou simplesmente “sentimental”. Para cada fase do produto dentro do ciclo de vida, faz-se necessário rever a estratégia de vendas e marketing. Na fase de lançamento (ponto de interrogação), por exemplo, a atenção e os investimentos de marketing tendem a ser expressivos. Já na fase de declínio (animais de estimação), a empresa deverá tomar a decisão de manter ou não o produto em seu portfólio, podendo, também, realizar um novo lançamento e re-estilização de seu produto, tornando-o novamente desejável. É importante destacarque: • Produtos possuem vida limitada. • As vendas atravessam estágios distintos, pois cada uma apresenta desafios, oportunidades e problemas diferentes para o vendedor em cada estágio. Para cada fase do produto dentro do ciclo de vida, faz-se necessário rever a estratégia de vendas e marketing. 41 Varejo de Bens e Serviços Capítulo 2 • Os lucros sobem e descem nos diferentes estágios do ciclo de vida. • Produtos requerem estratégias de marketing, financeiras, produção, compras e recursos humanos diferentes a cada ciclo de vida. Verifique, na figura que segue, o resumo da matriz BCG: Figura 4 - Ciclo de vida do produto – Matriz BCG Fonte: Os Autores. As etapas do processo de vendas são similares, tanto na venda de produtos quanto de serviços, quando falamos em varejo (venda diretamente ao consumidor final). Las Casas (2009, p. 191-193) destaca algumas técnicas que podem facilitar o trabalho do vendedor: • O vendedor não pode enganar-se com a aparência do cliente. O tratamento deve ser o mesmo, independente do aspecto do consumidor. • Ao entrar na loja, o cliente deve receber pronto atendimento. Um simples “bom dia, boa tarde”, já podem ser aproximações suficientes para proporcionar bons resultados. • Na impossibilidade momentânea de atendimento, caso a loja esteja movimentada, é importante mostrar ao cliente que ele foi visto, dando-lhe uma rápida atenção (“só um momento, já lhe atendo”). • Após a fase de aproximação, começa o processo em que o vendedor deve procurar identificar as necessidades e desejos do cliente. Essa determinação inicial é importante para uma melhor oferta e um importante passo para facilitar a venda. Não se deve ofertar de acordo com o que o vendedor acredita ser de interesse do cliente, por isso a investigação é fundamental. • Caso o produto que satisfará as necessidades do cliente não esteja em estoque, o vendedor deverá propor sugestões alternativas. • A apresentação do produto é o passo seguinte, enfatizando os aspectos de qualidade e os benefícios do produto. A ideia é criar atrativos que diferenciem 42 Vendas e Marketing o produto, que o tornem único. Os benefícios proporcionados pelo produto devem ser evidenciados, adequando-os às exigências e às necessidades do comprador. • Criar um clima de desejo para o produto é fundamental. • Durante a apresentação podem ocorrer objeções. O vendedor deve saber respondê-las com total conhecimento do produto, da empresa e do mercado. Portanto, não basta conhecer o produto que está na loja. É fundamental conhecer seus concorrentes, seu mercado. • No fechamento da venda, o vendedor poderá ainda oferecer produtos que o consumidor não havia planejado comprar, fazendo novas sugestões. Uma consumidora, ao comprar um vestido, terá inclinação para comprar acessórios que combinem com o produto adquirido. • Ao final da venda, o vendedor deve agradecer e colocar-se à disposição para a fase de pós-venda. Lembre-se de que estamos na Era de Marketing. Forçar a venda é uma técnica cada vez mais abominada pelos consumidores. Estabelecer empatia com o consumidor, descobrindo quais as suas reais necessidades e criando um clima de desejo pelo produto, isso sim é função de um vendedor nos dias atuais. Aprofunde seus conhecimentos na área de varejo no Brasil. PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: Gestão e Estratégia de Juracy Parente, editora Atlas, 2011. Artigos atuais sobre o consumo e o consumidor – www. consumidormoderno.com.br Atividade de Estudos: 1) Conforme visto anteriormente, compramos bens tangíveis buscando benefícios intangíveis. O que o consumidor está realmente comprando, ao adquirir: Lembre-se de que estamos na Era de Marketing. Forçar a venda é uma técnica cada vez mais abominada pelos consumidores. Estabelecer empatia com o consumidor, descobrindo quais as suas reais necessidades e criando um clima de desejo pelo produto, isso sim é função de um vendedor nos dias atuais. 43 Varejo de Bens e Serviços Capítulo 2 Cosméticos: _________________________________________ Móveis: _____________________________________________ Um apartamento: _____________________________________ Remédios: ___________________________________________ Notebook: ___________________________________________ Algumas Considerações Este capítulo teve como objetivo mostrar um pouco da importância do varejo no processo de distribuição de bens e serviços. Analisamos as características da venda de serviços e da venda de produtos no varejo, suas diferenças e peculiaridades. O consumidor procura por produtos e serviços que satisfaçam suas necessidades e desejos. De um lado, temos o mercado consumidor e, de outro, a oferta de toda uma gama de produtos e serviços. O que constitui o pacote de benefícios comprados pelo consumidor encontra-se no cerne do marketing e transcende qualquer distinção entre bens e serviços. O consumidor compra benefícios, seja na aquisição de bens, seja de serviços. Indo mais além, podemos dizer que o consumidor compra experiências. E é isso que devemos proporcionar. Todas as pessoas que entram em contato com o cliente estão prestando um serviço. Albrecht e Bradford (1992) afirmam que o momento da verdade é precisamente aquele instante em que o cliente entra em contato com qualquer setor do seu negócio e, com base nesse contato, forma uma opinião sobre a qualidade do serviço e, possivelmente, da qualidade do produto. Os profissionais de marketing e vendas desempenham um papel fundamental ao ajudar a empresa a definir e entregar produtos e serviços de qualidade aos consumidores. Kotler (2006) enumera os principais papéis dos profissionais de marketing nesse intuito: 1. Responsabilizar-se pela correta identificação das necessidades e exigências dos clientes. 2. Comunicar as expectativas de clientes à equipe de desenvolvimento de produtos de maneira apropriada. 3. Assegurar que os pedidos dos clientes sejam atendidos corretamente e dentro do prazo. 44 Vendas e Marketing 4. Verificar se os clientes receberam instruções, treinamento e assistência técnica adequada. 5. Manter contato com os clientes após a venda para assegurar que estejam satisfeitos. 6. Coletar ideias de clientes para melhorias de produtos e serviços e transmiti- las aos departamentos adequados na empresa. Tanto na venda de bens como na de serviços, embora cada uma tenha suas técnicas, o conhecimento deve ser fator primordial. Investigar o que o cliente almeja, conhecer bem o produto/serviço e conhecer o mercado são prerrequisitos fundamentais para o sucesso em vendas. O próximo capítulo abordará o composto mercadológico (ou mix de marketing), formado pelos 4 P’s (produto, preço, praça e promoção). Referências ALBRECHT, K; BRADFORD, L.J. Serviços com qualidade: a vantagem competitiva. São Paulo: Makron Books, 1992. BATESON, John. Marketing de Serviços. São Paulo: Bookman, 2001. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. ______. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. São Paulo: Ediouro, 2009. KOTLER, Philip; ARMSTRONG, Gary. Princípios de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Técnicas de Vendas: como vender e obter bons resultados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. LEVY, Michael. Administração de Varejo. São Paulo: Atlas, 2000. PARENTE, Juracy. Varejo no Brasil: Gestão e Estratégia. São Paulo: Atlas, 2011. CAPÍTULO 3 O Composto Mercadológico A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Estudar o composto mercadológico e arelação entre os 4P’s (Produto, Preço, Praça e Promoção). � Capacitar para a aplicação do Composto no ambiente mercadológico 47 O Composto Mercadológico Capítulo 3 Contextualização Todo planejamento de marketing e vendas tem início com o planejamento estratégico da empresa, é ele quem dá as diretrizes e fornece um norte para a empresa. O planejamento estratégico orienta o planejamento de marketing que, por sua vez, é a base do plano de vendas. Antes de se estruturar um plano de marketing, é fundamental que a empresa tenha em mente quanto se investirá para que os objetivos organizacionais sejam alcançados. Esse valor pode ser determinado tanto em função do volume de vendas quanto da participação que a empresa deseja alcançar no mercado. Não trataremos, nesta disciplina, do planejamento estratégico organizacional, visto ser este um tema amplo e que merece sua devida atenção. Abordaremos o planejamento de marketing, com foco no Composto Mercadológico ou Marketing Mix, como é amplamente conhecido. Churchill (2000) conceitua o Marketing Mix - ou Composto Mercadológico - como um conjunto de estratégias utilizadas desde a concepção do produto até a sua colocação no mercado, com o objetivo de criar valor ao consumidor e atingir os resultados almejados pela empresa. Novamente, aqui se vê o foco central do marketing que, por um lado, visa a satisfação das necessidades e desejos do cliente e, por outro, a lucratividade da empresa. Os quatro elementos básicos do Composto Mercadológico, conhecidos classicamente por 4 P’s, são: Produto, Preço, Praça e Promoção. O Composto de Marketing é também conhecido por “microambiente de marketing”, ou seja, são as variáveis controláveis de marketing, aquelas que estão no controle e que dependem única e exclusivamente de ações da empresa (fatores internos). Existe, também, o “macroambiente de marketing”, formado pelas variáveis incontroláveis de marketing. Como o próprio nome indica essas variáveis não estão sob o controle da empresa e dependem de fatores externos aos quais a empresa precisa adaptar-se. Como exemplos das variáveis incontroláveis, podemos citar a economia, a concorrência, a tecnologia, a política, as questões sociais e legais, entre outras. O macroambiente não depende da vontade da empresa, portanto é necessário que seja realizado um planejamento do microambiente (Marketing Mix) para que a empresa possa estruturar-se e, mesmo em meio às ameaças do ambiente externo, possa superar os desafios impostos, transformando-os em oportunidades. 48 Vendas e Marketing Estudaremos nesse capítulo o microambiente de marketing. Cada um dos elementos do Composto Mercadológico tem a sua importância dentro do mix e cabe aos profissionais de marketing saber combiná-los e integrá-los de forma a alcançar o sucesso da empresa. Veremos, a seguir, cada um dos elementos – os 4P’s - com maior detalhamento. Quadro 3 - Composto de Marketing PRODUTO (a oferta da empresa para o mercado) Variedade, qualidade, design, diferenciação, características, nome da marca, embalagem, tamanhos, assistência técnica, garantias e devoluções. PREÇO (o valor que os consu- midores pagam pelo produto) Política de preços, descontos, condições, prazo de pagamento, condições de pagamento. Deve ser estabelecido de forma compatível com o valor percebido da oferta. PRAÇA (tornar o produto aces- sível e disponível aos consumidores-alvo) Canais de distribuição, localizações, estoque e transporte. Deve-se identificar, recrutar e conectar os vários intermediários para que seus produtos e serviços sejam distribuídos eficientemen- te no mercado-alvo. PROMOÇÃO (comunicar e promover os produtos junto ao mercado-alvo) Promoção de vendas, propaganda, publicidade, relações públicas, venda pessoal e marketing direto. Devem-se desenvolver programas de comunicação e promoção e contratar, treinar e motivar as equipes de vendas. Fonte: Adaptado de Moreira e colaboradores (2007) Produto O planejamento do Composto Mercadológico inicia com a formulação de uma oferta para satisfazer as necessidades e desejos do mercado-alvo. Muitas pessoas entendem que um produto é uma oferta tangível, mas para estudos de marketing, um produto pode ser bem mais do que isso. Segundo Kotler (2006, p.366), “Produto é tudo o que pode ser oferecido a um mercado para satisfazer uma necessidade ou um desejo. Entre os produtos comercializados estão os bens físicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações informações e ideias.” 49 O Composto Mercadológico Capítulo 3 Vamos a alguns exemplos: quando se faz uma campanha política, quem é o produto? O próprio candidato, ou seja, uma pessoa. Quando vendemos um destino ou atração turística, o produto é o lugar ou a atração. Para efeitos de marketing, tudo aquilo que possa vir a satisfazer a necessidade ou o desejo do consumidor pode ser chamado de produto. Vale aqui uma ressalva para fazermos uma breve distinção entre necessidade e desejo. Necessidade é algo inerente ao ser humano, por exemplo: fome, sede, frio, calor. Já desejos são carências por algo mais específico. Eu posso estar com sede (necessidade), mas eu tenho vontade de beber um guaraná bem gelado (desejo). Eu preciso morar (necessidade), mas eu gostaria de ter um apartamento em frente ao mar (desejo). Classificação de Produto Segundo Kotler (2006), podemos classificar os produtos de duas formas. De acordo com o seu uso, dessa forma, teremos a seguinte divisão: • Bens de consumo: comercializados para uso pessoal e não-comercial. Os bens de consumo podem ainda ser subdivididos em bens de conveniência (comprados com maior frequência e com menor esforço, como sabonetes, jornais, pão), bens de compra comparados (bens de maior valor em que o consumidor normalmente compara as características dos produtos, tais como: móveis, vestuário, eletrodomésticos, carros) e bens de especialidade (produtos com características singulares que exigem um esforço extra de compra, como certos tipos de carro, equipamento fotográfico, instrumentos musicais, produtos de grife, entre outros). • Bens industriais: comercializados para uso comercial. Exemplos: materiais e peças que entram no processo de fabricação de produtos manufaturados, suprimentos, bens de capital (instalações e equipamentos) e serviços empresariais (reparo e manutenção de empresas, serviços de consultoria empresarial, etc.). A segunda classificação ocorre em detrimento das características dos produtos, tais como: durabilidade e tangibilidade. Assim, teremos ainda outra divisão: • Bens duráveis: são bens tangíveis, usados durante um maior período, tais como: eletrodomésticos, automóveis, vestuário. 50 Vendas e Marketing • Bens não-duráveis: são bens tangíveis, normalmente consumidos ou usados uma ou poucas vezes, tais como: alimentos, bebidas, produtos de limpeza, etc. • Serviços: são produtos intangíveis, inseparáveis, variáveis e perecíveis, como vimos no Capítulo 2. Exemplos: bancos, escolas, hospitais, agências de turismo, consultorias, etc. Níveis de Produto Em cada produto ou serviço que adquirimos, estamos na verdade comprando benefícios. Limeira (2006, p.4) afirma que “[...] benefícios são os resultados obtidos com o uso ou consumo do produto, que satisfazem os desejos e as necessidades dos clientes. Podem ser de natureza física (saciar a fome), emocional (receber elogios), psicológica (sentir segurança) ou social (ser aceito no grupo). Portanto, os clientes compram benefícios e não atributos. Estes são meios para que os benefícios sejam alcançados”. Um hóspede de hotel está, na verdade, comprando descanso e pernoite. O comprador de uma furadeira está comprando “furos”.Ao comprar maquiagem você está adquirindo mais beleza. Considerando que cada produto agrega em si um benefício central, chegamos ao estudo dos níveis de produto, no qual cada nível vai agregando mais valor para o produto. Acompanhe na figura: Figura 5 – Os cinco níveis de produto. Fonte: Kotler e Keller (2006) Em cada produto ou serviço que adquirimos, estamos na verdade comprando benefícios. 51 O Composto Mercadológico Capítulo 3 Vamos utilizar, em paralelo, um exemplo para comparar cada nível de produto. Você está procurando por um curso de idiomas para aprender a falar italiano. Ao centro da imagem, vemos o benefício central que é foco fundamental que você está realmente comprando. No caso do curso de italiano, você quer adquirir, como beneficio central, o conhecimento. • Produto Básico: o benefício central será transformado em básico. Assim, a versão básica do produto (escola de idiomas) poderia ser uma casa, com salas de aula, carteiras e lousa. • Produto Esperado: é o conjunto de atributos e condições que os clientes esperam encontrar ou estão acostumados a receber através de outras ofertas no mercado. No exemplo citado, poderíamos pensar em salas limpas, ambiente arejado, boa iluminação, carteiras confortáveis, mesa para o professor. Se a oferta se limitar ao produto esperado, a decisão de compra do consumidor será, preferencialmente, em função de conveniência e custo. • Produto Ampliado: é aquele que excede às expectativas dos clientes. Corresponde aos serviços e benefícios adicionais que distinguem o produto da concorrência. Por exemplo: salas amplas com ar-condicionado, atendimento mais personalizado, lousa interativa, professor com alto nível de instrução e de origem italiana. • Produto Potencial: É onde as empresas procuram novas maneiras de satisfazer os clientes e diferenciar sua oferta. Representa uma transformação inovadora no produto tradicional. O produto potencial indica as transformações que o produto deverá sofrer no futuro. É importante ressaltar que o processo de mudança de níveis de produto é constante. O que hoje pode ser considerado um produto ampliado, amanhã pode ser um produto esperado e assim por diante. O mercado e as exigências dos consumidores mudam com o passar do tempo e, assim, os produtos devem adaptar-se às novas exigências. As empresas de sucesso agregam benefícios a suas ofertas que não somente satisfazem os clientes, mas também os surpreendem e encantam. Encantar é um modo de exceder as expectativas. No entanto, algumas considerações devem ser pontuadas a respeito da estratégia de ampliação de produto. Primeiro, cada ampliação gera custo. O profissional de marketing deve se perguntar se os clientes pagarão o suficiente para cobrir os adicionais. Em segundo lugar, os benefícios ampliados logo se tornam benefícios esperados. Em terceiro, à medida que as empresas elevam o preço de seu produto ampliado, alguns concorrentes podem As empresas de sucesso agregam benefícios a suas ofertas que não somente satisfazem os clientes, mas também os surpreendem e encantam. Encantar é um modo de exceder as expectativas. 52 Vendas e Marketing oferecer uma versão mais simples, a um preço mais baixo, pois muitos clientes continuarão procurando pelo produto básico. Um exemplo disso é a empresa Gol Linhas Aéreas que oferece um produto básico e é um case de sucesso no segmento. Cabe ao profissional de marketing analisar todas essas questões e optar pelo nível de produto mais apropriado ao mercado e aos objetivos da empresa, buscando sempre a lucratividade. Componentes de um Produto De acordo com Las Casas (2006), existem alguns elementos que compõem um produto e são determinantes na decisão de compra. Quanto melhor estes elementos forem elaborados, maior será a chance para a colocação do produto no mercado. A seguir, teremos um breve descritivo dos quatro principais elementos que compõem e diferenciam os produtos, de acordo com o autor. • Marca: a marca é um fator fundamental de diferenciação dos produtos. Quando os consumidores compram um produto, de imediato já fazem a associação da marca com seus atributos e diferenciais, com base em informações e experiências adquiridas. A marca tornou-se um elemento de tamanha força que vários produtos acabaram sendo chamados pelo nome da marca. Como exemplos, podemos citar: Bombril, Gilette, Omo, Coca-Cola, Xerox, Maizena, Google, entre outros casos de sucesso. Segundo Pinho (1996, p. 47), “[...] marca é um nome, termo, sinal, símbolo ou desenho, ou uma combinação dos mesmos, que pretende identificar os bens e serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e diferenciá-los daqueles dos concorrentes.” Os principais objetivos de uma marca são a identificação, a diferenciação e a proteção das empresas. Através das marcas, é possível criar lealdade se a qualidade associada ao produto/serviço for aceitável. • Qualidade: a importância do aspecto qualidade para o marketing é incontestável. Podemos afirmar que de nada adianta todo um esforço de marketing e vendas se a qualidade do produto não estiver de acordo, por isso a grande preocupação dos fabricantes com as certificações da série ISO 9000. A qualidade de qualquer produto e serviço está diretamente relacionada ao desempenho. O preço também é fator de Os principais objetivos de uma marca são a identificação, a diferenciação e a proteção das empresas. Através das marcas, é possível criar lealdade se a qualidade associada ao produto/serviço for aceitável. A marca é um fator fundamental de diferenciação dos produtos. 53 O Composto Mercadológico Capítulo 3 atenção: o cliente até pode aceitar pagar menos e obter um produto inferior, mas deve haver um cuidado para que a qualidade esteja no padrão mínimo aceitável. • Embalagem: Las Casas (2006, p. 171) afirma que “[...] a embalagem é o invólucro protetor do produto e serve para facilitar a armazenagem, proteger, facilitar seu uso, conservar e ajudar a vendê-lo.” Nos supermercados e lojas de autosserviço, a embalagem é grande influenciadora no processo de decisão de compra. Chega-se a dizer que ela é o vendedor silencioso de uma empresa. • Serviços e Garantias: todo produto pode agregar um serviço. Quanto maior a facilidade proporcionada pelo serviço, maior a chance de venda do produto. O leque da prestação de serviços é amplo e vai desde o atendimento ao cliente até o pós-vendas e assistência técnica. Além de agregar valor, os serviços e as garantias têm a função de proporcionar maior credibilidade na venda de diversos produtos. Leite Moça O leite condensado da Nestlé é um produto internacional da empresa suíça. No entanto, o nome utilizado no Brasil (Moça) e o design da lata foram criados no nosso país, que hoje é o maior mercado para o produto. O design diferenciado da embalagem, além de sua qualidade e tradição, contribui para agregar valor ao produto e dificulta a sua cópia. Figura 6 - Embalagem do leite Moça Fonte: Disponível em : <www.nestle.com.br>. Acesso em: 04 jan. 2012 A embalagem é grande influenciadora no processo de decisão de compra. Chega- se a dizer que ela é o vendedor silencioso de uma empresa. 54 Vendas e Marketing Ciclo de Vida do Produto Embora já tenhamos estudado amplamente este tópico no Capítulo 2, vale aqui reforçar que todos os produtos têm um determinado tempo de vida útil e, dessa forma, toda e qualquer estratégia de marketing e vendas deve adequar-se à fase em que o produto se encontra. As fases do ciclo de vida do produto são: Introdução, Crescimento, Maturidade e Declínio, conforme nos mostra a figura. Figura 7 – Ciclo de vida de um produtoFonte: Las Casas (2006). Novos Produtos O que surge hoje com um novo produto nada mais é do que uma adaptação de uma antiga necessidade não satisfeita. Gerar novas ideias para produzir novos produtos exige recursos tecnológicos, recursos financeiros e recursos humanos. A tecnologia exige investimentos na área de pesquisa e desenvolvimento na busca de aplicações práticas no campo dos negócios. A introdução de um novo produto no mercado deve seguir algumas etapas: • Avaliação do posicionamento interno e externo da empresa: antes de introduzir um produto no mercado, a empresa deve se autoavaliar em termos de condições internas para que o novo produto venha a ser uma vantagem para ela. O que surge hoje com um novo produto nada mais é do que uma adaptação de uma antiga necessidade não satisfeita. Toda e qualquer estratégia de marketing e vendas deve adequar- se à fase em que o produto se encontra. As fases do ciclo de vida do produto são: Introdução, Crescimento, Maturidade e Declínio. 55 O Composto Mercadológico Capítulo 3 • Pesquisa de Viabilidade: antes do desenvolvimento do projeto de novo produto é importante verificar as possibilidades técnicas de mercado e de integração com os negócios atuais da empresa em termos de recursos necessários. • Desenvolvimento do Produto: esta etapa inclui o desenvolvimento técnico, a estimativa de custo de planejamento e produção de um novo produto, bem como a previsão de mercado, os planos de marketing e a análise do ponto de equilíbrio. • Teste de Marketing: o produto é colocado para teste em um mercado representativo do universo em que ele será comercializado normalmente. Para o desenvolvimento de produto, poderá ser usada a seguinte sequência: – Identificação de oportunidades; – Investigação das ideias; – Análise de viabilidade; – Teste de mercado; – Decisão de continuar ou parar; – Introdução do produto no mercado; – Comercialização. Coca-Cola Mesmo as marcas mais tradicionais, como a Coca-Cola, vêm se renovando periodicamente através de novos produtos e inovação no design de suas embalagens. Saiba mais das estratégias da marca, acessando www.colacola.com.br. Figura 8 - Embalagens de Coca-Cola Fonte:Disponível em:<www.pontopublicitario.wordpress.com>. Acesso em: 04 jan. 2012 56 Vendas e Marketing Atividade de Estudos: 1) Estudamos até aqui o primeiro componente do Composto de Marketing: o Produto. Escolha 2 anúncios de revista e/ou jornal e responda: • Qual o produto anunciado? • Qual a classificação do produto? • Qual o benefício central do produto ofertado? • Em qual dos cinco níveis o produto se encontra, considerando o mercado atual? • Em que fase do ciclo de vida você acredita que o produto se encontra? ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ ______________________________________________________ Preço Vamos agora estudar o 2o P do Composto de Marketing: Preço. Grande parte das decisões de compra é feita considerando o preço do produto. Temos um mercado com necessidades e desejos ilimitados, porém com recursos limitados em sua grande maioria. Portanto, o consumidor somente comprará um produto ou serviço se o preço estiver de acordo com as suas expectativas e com o grau de satisfação que a compra trará. O preço ajuda a avaliar os produtos e, para o marketing, é elemento fundamental por representar o retorno do investimento da empresa. Uma boa estratégia de precificação pode levar a empresa ao sucesso e à lucratividade, em contrapartida, uma má estratégia pode levar a empresa ao declínio. Grande parte das decisões de compra é feita considerando o preço do produto. 57 O Composto Mercadológico Capítulo 3 O preço é o único elemento do mix de marketing que produz receita; os demais produzem custos. Ele também é um dos elementos mais flexíveis: pode ser alterado com rapidez, ao contrário das características de produtos, dos compromissos com os canais de distribuição e até das promoções. O preço também informa ao mercado o posicionamento de valor pretendido pela empresa para seu produto ou marca. Um produto bem desenhado e comercializado pode determinar um preço superior e obter lucro. (KOTLER, 2006, p. 428). Antes de estudarmos as principais estratégias, objetivos e políticas de preços, precisamos considerar a lei da oferta e da demanda. Os preços estão sujeitos a esta lei. Veja que, quando existe uma maior oferta com relação à demanda, os preços tendem a diminuir. Já quando a demanda é maior do que a oferta, os preços tendem a subir para que se chegue ao ponto de equilíbrio. Vamos a um exemplo prático: quanto custa, em média, um frasco de 50g de gel higienizante para as mãos (álcool gel)? Pesquisando em supermercados e farmácias, podemos encontrar o produto a um preço entre R$ 3,00 e R$ 4,00. Agora, quanto custa o mesmo frasco em períodos de proliferação da gripe H1N1? Pelo menos 50% acima do valor normal. Em função de fatores externos (no caso, a gripe), houve um descompasso da balança em que a procura superou a oferta, resultando em aumento nos valores do produto. É claro que as empresas “aproveitam” essas oportunidades para faturar mais. Mas se não houvesse tamanha procura, elas não poderiam aumentar o valor dos produtos. Outro ponto de atenção para a determinação de preços é a análise de demanda dos produtos. O administrador deve investigar se o produto tem demanda elástica ou inelástica. A demanda é elástica quando alguma alteração no preço do produto (aumento ou redução) influencia diretamente na quantidade de venda deste produto. Quando um aumento ou redução do preço não afeta significativamente as vendas, dizemos que a demanda é inelástica. Os produtos com demanda mais elástica são aqueles que podem ser facilmente substituídos. Por exemplo, se o preço dos automóveis aumentar, pode-se optar pela compra de usados ou outros meios de transporte. Já na demanda inelástica, os produtos não podem ser substituídos com facilidade. Alterações no preço do combustível ou do pão poderão não afetar drasticamente o seu consumo. Fatores de Influência sobre os Preços Além da lei da oferta e demanda e da análise do tipo de demanda (elástica ou inelástica), outros fatores exercem influência sobre os preços, segundo Las Casas (2006): 58 Vendas e Marketing • Concorrência: sem dúvida a concorrência é forte influência na determinação de preços. Quanto maior a concorrência, mais competitivo se torna o mercado e, consequentemente, maior a batalha pelos preços. A líder de mercado é quem determina os preços, sendo seguida pelas demais. É importante pontuar que a luta pelo consumidor não pode se dar apenas pelo preço, é necessário que a empresa agregue outros valores ao seu produto ou serviço, senão poderá ser canibalizada, perdendo gradativamente sua margem de lucro e ficando sem fôlego para sobreviver. • Ciclo de vida do produto: o ciclo de vida em que o produto se encontra (introdução, crescimento, maturidade e declínio) também é determinante para a estratégia de precificação. Produtos no estágio introdutório normalmente não sofrem tanta concorrência, por isso permitem maior liberdade na prática de preços. Na maturidade, na qualo mercado caracteriza-se por um grande número de concorrentes e vendas mais estabilizadas, os preços devem ser mais competitivos ou até promocionais, caso a empresa queira ampliar sua fatia de mercado. • Fatores culturais e sociais: estes fatores também exercem influência nos preços, já que a sociedade muda seus valores em diferentes períodos, o que acaba aumentando a procura por determinados produtos. Hoje, com a busca pelo equilíbrio entre mente e corpo, existe uma maior procura por atividades como yoga e pilates, por exemplo. • Fatores políticos, legais e econômicos: inflação, câmbio, recessão e mudanças econômicas afetam os preços e a procura por determinados produtos. Com o crescimento da economia de países como a China, aumentando o nível das importações, os brasileiros começaram a procurar por cursos de mandarim. A abertura de mercado para países como Índia e China também obrigou as empresas brasileiras a reverem seus preços. • Governo: não podemos deixar de mencionar a relevância do governo na determinação dos preços, devido aos impostos, tributos e mecanismos de fiscalização. Estratégias de Precificação Ao lançar um produto, as empresas podem optar por uma dessas estratégias, de acordo com Las Casas (2006): 59 O Composto Mercadológico Capítulo 3 • Estratégia de desnatação: com essa estratégia, os preços são estabelecidos em patamares mais elevados, visando a atingir determinada classe social. Posteriormente, os preços são reduzidos, a fim de atingir maior fatia do mercado. Nesse caso, parte-se do princípio de que é mais fácil reduzir preços posteriormente do que aumentá-los. • Estratégia de penetração: nesse caso, os preços são determinados em níveis mais baixos, com o objetivo de vender grandes volumes e atingir o maior número possível de consumidores. Ao utilizar essa estratégia, as empresas devem estar cientes de que é mais difícil conseguir aumentar os preços posteriormente. Ambas as estratégias são válidas mercadologicamente, dependendo sempre do objetivo e posicionamento que a empresa busca ter no mercado. Objetivos de Precificação Os objetivos mais gerais para a determinação de preços, de acordo com Las Casas (2006), são: • Retorno no investimento: nesse caso, a empresa está primeiramente preocupada em conseguir retorno sobre o investimento realizado em determinado empreendimento ou produto. • Preços da concorrência: ao invés de se preocuparem primeiramente com os custos dos produtos e com o retorno sobre o investimento, os administradores têm nos preços de seus concorrentes seu ponto de partida. Os preços, desse modo, podem ser determinados abaixo ou acima da concorrência, dependendo do objetivo da empresa. • Preços promocionais: são objetivados pelas empresas que querem ser mais competitivas, utilizando preços promocionais eventualmente ou até por determinados períodos de tempo, ainda assim permitindo a sobrevivência da empresa no mercado. • Fatia de mercado: a empresa poderá determinar qual a fatia de mercado que deseja atingir em determinado tempo (exemplo: 10% do mercado em um ano). Nesse caso, será utilizada uma política de preços que permita atingir esse objetivo. Confira no quadro uma relação mais completa de objetivos de precificação: 60 Vendas e Marketing Quadro 4 – Objetivos de preços 1. Retorno no investimento. 2. Ganhar fatia de mercado. 3. Maximização do lucro em longo prazo. 4. Maximização do lucro em curto prazo. 5. Crescimento. 6. Estabilização de mercado. 7. Manter liderança de preço. 8. Desencorajar a concorrência. 9. Acelerar a saída da concorrência. 10. Evitar controle e investigação do governo. 11. Manter lealdade de intermediários e ganhar seu apoio para vendas. 12. Melhorar a imagem da empresa e de seus produtos. 13. Criar interesse pelo produto. 14. Ser considerado como honesto e confiável pelos concorrentes. 15. Ajudar a venda de produtos fracos na linha. 16. Desencorajar concorrentes para redução de preços. 17. Valorizar o produto. 18. Gerar tráfego/fluxo de caixa. 19. Lucratividade máxima para a linha de produtos. 20. Recuperar investimento rapidamente. Fonte: Adaptado de Las Casas (2006, p. 192). Política de Preços Las Casas (2006) explica que existem várias opções para a adoção de uma politica de preços, de acordo com a obtenção dos objetivos da empresa. Citaremos os principais: • Preços costumeiros: são aqueles que estão na faixa que os consumidores estão acostumados a pagar, de acordo com o mercado. • Preços de linha: a empresa pode optar por uma política de preços por linha, podendo comercializar uma linha de preços mais baixos e outra de preços mais altos. Essa política permite maior cobertura do mercado. Diversas empresas de vestuário têm investido nessa política para atingir variadas classes sociais. • Preços psicológicos: são os valores quebrados, dando a impressão de que o produto é mais barato. Como exemplo, podemos citar as lojas de 1,99. 61 O Composto Mercadológico Capítulo 3 • Preços únicos e preços negociados: a política de preços únicos é inflexível, não permitindo negociações para os seus diversos compradores. Já nos preços negociados, a negociação de preços acontece de acordo com cada caso, de cliente para cliente. Havaianas Criada para ser o calçado mais barato possível de ser fabricado, a sandália Havaianas se transformou, após uma brilhante estratégia de marketing, em um dos maiores sucessos internacionais brasileiros. Em alguns países, o preço de venda do produto supera a casa dos cem dólares. Figura 9 - Anúncio de Havaianas Fonte: Disponível em: <www.havaianas.com>. Acesso em: 04 jan. 2012. Métodos para Determinação de Preços A empresa deve selecionar o método para determinação de preços mais adequado aos seus objetivos e políticas de preços. Algumas empresas consideram inicialmente os preços da concorrência, enquanto outras estabelecem preços a partir de seus custos ou, ainda, pode haver uma combinação destas duas alternativas. Las Casas (2006) explica os três principais métodos para determinação de preços: Ambas as estratégias são válidas mercadologicamente, dependendo sempre do objetivo e posicionamento que a empresa busca ter no mercado. 62 Vendas e Marketing • Custo total-plus: a soma de todas as despesas para execução de um projeto é reembolsada à empresa e um percentual é adicionado como pagamento pela prestação de serviços. Este método é utilizado para grandes projetos, inclusive para órgãos governamentais, em que a previsão de custos seja quase impossível de ser realizada. • Mark-up: neste método um percentual é adicionado aos custos para chegar ao preço final. O cálculo pode ser feito com base na fórmula “Custo + Mark-up (%) preço de venda”. Este método de fácil aplicação é muito usado no varejo, mas tem o inconveniente de considerar apenas custos na determinação de preços, desconsiderando a realidade do mercado. • Preço geográfico: este método considera a inclusão (ou não) do transporte de mercadorias do fabricante ao comprador no preço final. A partir da seleção do método, chega-se ao preço final ou preço de lista. É importante que o administrador tenha o preço de lista como base, sem esquecer-se de planejar uma política de descontos para casos especiais. Os descontos podem variar para clientes intermediários, por quantidades compradas e, ainda, para pagamento à vista. Existem situações que justificam algumas diferenciações, mas deve-se tomar cuidado para não ocasionar insatisfação entre os consumidores. Brastemp Duet A lavadora-secadora de roupas Duet da Brastemp pode ser até quatro vezes mais cara do que os modelos concorrentes. Figura 10 - Lava-seca Duet da Brastemp Fonte: Disponível em: <www.submarino.com>.Acesso em: 04 jan. 2012. 63 O Composto Mercadológico Capítulo 3 Passos para Determinação de Preços A empresa precisa considerar muitos fatores para estabelecer sua política de determinação de preços. Descrevemos um procedimento em sete passos: Quadro 5 – Passos para a determinação de preços Decisão do objetivo da determinação de preços. Determinação dos segmentos a serem atingidos (mercado-alvo). Determinação da demanda e estimativa de custos. Análise do preço da concorrência. Determinação da política de preços. Seleção do método de determinação de preços. Seleção do preço final com base nas análises anteriores. Fonte: Adaptado de Las Casas (2006, p. 193). “A qualidade fica depois que o comprador se esquece do preço”. Henry Royce, um dos fundadores da Rolls-Royce. Atividade de Estudos: 1) Estudamos o segundo componente do Composto de Marketing: o Preço. Analise a proposta de preços das Casas Bahia (www. casasbahia.com.br) e responda: • Qual a estratégia de precificação utilizada pelas Casas Bahia? • Quais você considera os 3 principais objetivos de precificação? • Qual a política de preços adotada? • Justifique as suas respostas. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 64 Vendas e Marketing Praça A praça, também denominada distribuição ou canais de marketing, proporciona ao consumidor utilidade e conveniência em termos de lugar e tempo. A colocação de produtos em locais apropriados e no tempo certo é determinante para o sucesso de qualquer estratégia mercadológica. Um bom produto e um preço adequado não são suficientes para assegurar vendas. É necessária também a existência de uma forma eficiente de conduzir os produtos até os compradores finais. Caso contrário, o plano de marketing será deficiente, pois os consumidores estão acostumados e muitas vezes exigem comprar seus produtos em locais que lhes sejam acessíveis e convenientes, além de disponíveis quando deles necessitam. (LAS CASAS, 2006, p. 212). Conforme afirma o autor, de nada adianta um bom produto a um preço adequado se este produto não chega até o consumidor. O elemento Praça, dentro do composto mercadológico, deve assegurar que os produtos estejam acessíveis e disponíveis ao consumidor, em locais de sua conveniência. Um canal de distribuição é responsável pela transferência dos produtos dos fabricantes para os consumidores, preenchendo as lacunas de tempo, local e posse que separam os produtos e serviços daqueles que necessitam ou desejam tais bens. A maioria dos fabricantes não vende diretamente aos consumidores finais. Entre essas duas partes existem um ou mais intermediários. Todo esse conjunto constitui um canal de marketing também chamado de canal de distribuição. Canais de marketing são conjuntos de organizações interdependentes envolvidas no processo de disponibilizar um produto ou serviço para uso ou consumo. Eles formam o conjunto de caminhos que o produto ou serviço segue depois da produção, culminando na compra ou na utilização pelo usuário final. (KOTLER, 2006, p. 464). O conjunto das atividades relativas à movimentação eficiente dos produtos do fabricante até o consumidor final (logística) também está contemplado no P de Praça. A praça, também denominada distribuição ou canais de marketing, proporciona ao consumidor utilidade e conveniência em termos de lugar e tempo. A colocação de produtos em locais apropriados e no tempo certo é determinante para o sucesso de qualquer estratégia mercadológica. 65 O Composto Mercadológico Capítulo 3 Os canais de distribuição afetam todas as outras decisões de marketing. Os produtos devem estar disponíveis em pontos de venda adequados a eles. Da mesma forma, o preço dos produtos pode variar de acordo com o tipo de canal utilizado. Um mesmo produto pode ter preços diferenciados se comercializado em uma grande rede varejista ou em lojas especializadas, por exemplo. Por isso, as decisões a respeito dos canais de marketing estão entre as mais difíceis a serem tomadas pela empresa. O Papel dos Canais de Marketing Por que um fabricante delega parte do trabalho de vendas a intermediários? Kotler (2006) responde a essa questão da seguinte forma: • Os fabricantes obtêm diversas vantagens ao utilizar intermediários como canais de distribuição. Uma delas é que, dessa forma, eles podem concentrar- se no seu negócio principal. • Muitos fabricantes não dispõem de recursos financeiros para comercializar seus produtos diretamente ao consumidor final. A GM vende carros para mais de 8 mil revendedores somente na América Latina. Mesmo para um gigante como ela, seria difícil levantar o capital necessário para adquirir todas essas revendas. • E, em terceiro lugar, existem casos em que a comercialização direta simplesmente não é viável. Imagine se uma empresa de gomas de marcar, por exemplo, tivesse que abrir inúmeros pontos de venda para estar presente na vida do consumidor. Ou, ainda, imagine se ela tivesse que enviar as gomas pelo correio. Isso seria impraticável, visto que o consumidor busca por conveniência. Quando vamos a um supermercado, buscamos uma diversidade de produtos, de alimentos a produtos de limpeza, facilitando o nosso cotidiano e ganhando tempo e outros benefícios. Dessa forma, podemos concluir que os intermediários facilitam o fluxo de produtos e serviços, reduzindo a distância entre o fabricante, sua diversidade de ofertas e o consumidor. O número de pontos de contato da marca com os clientes amplia drasticamente através do uso dos intermediários. Vejamos, então, algumas das funções dos membros do canal. Os intermediários facilitam o fluxo de produtos e serviços, reduzindo a distância entre o fabricante, sua diversidade de ofertas e o consumidor. O número de pontos de contato da marca com os clientes amplia drasticamente através do uso dos intermediários. 66 Vendas e Marketing Quadro 6 – Funções dos membros do canal • Reunir informações sobre clientes atuais e potenciais, concorrentes, outros participantes e forças do ambiente de marketing. • Desenvolver e disseminar mensagens persuasivas para estimular a compra. • Entrar em acordo sobre preço e outras condições para que se possa realizar a transferência de propriedade ou posse. • Formalizar os pedidos com os fabricantes. • Levantar os recursos para financiar estoques em diferentes níveis no canal de marketing. • Assumir riscos relacionados à operação do canal. • Fornecer condições para a armazenagem e a movimentação dos produtos físicos. • Fornecer condições para o pagamento das faturas dos compradores por meio de bancos e outras instituições financeiras. • Supervisionar a transferência real de propriedade de uma organização ou pessoa para outra organização ou pessoa. Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 469). Tipos e Níveis de Canal De uma forma bem ampla, podemos dizer que existem dois tipos fundamentais de canais: o direto, no qual a comercialização acontece sem intermediação, e o indireto, em que existem um ou mais intermediários entre o fabricante e o consumidor. O canal de marketing direto (também chamado de canal de nível zero) consiste em um fabricante que vende diretamenteao consumidor final, como, por exemplo: vendas de porta em porta (Avon), reuniões domiciliares com vendas de produtos (Tupperware), mala direta e catálogos (Posthaus), telemarketing (Operadoras de telefonia), vendas pela televisão (Polishop), vendas pela internet e lojas próprias do fabricante. Já a venda indireta pode passar por um, dois ou até três níveis de intermediação, tanto para bens de consumo como para bens industriais, conforme nos mostra a figura. Existem dois tipos fundamentais de canais: o direto, no qual a comercialização acontece sem intermediação, e o indireto, em que existem um ou mais intermediários entre o fabricante e o consumidor. 67 O Composto Mercadológico Capítulo 3 Figura 11 – Canais de marketing para bens de consumo e de marketing industriais Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 471). Seleção e Opções de Canal As empresas podem escolher entre uma ou mais opções para fazer seu produto chegar ao consumidor, utilizando desde a sua força de vendas até representantes, distribuidores, revendedores, mala direta, telemarketing, internet, entre outros. Cada canal apresenta vantagens e desvantagens e, muitas vezes, a combinação de vários canais (mix de canais) é uma solução a ser estudada. Para selecionar os canais mais adequados para cada situação, Kotler (2006) recomenda que a empresa identifique: • quais os tipos de intermediários disponíveis para conduzir as suas operações; • qual o número de intermediários necessário; • quais os direitos e responsabilidades de cada membro do canal. Kotler (2006) recomenda a busca por canais de marketing inovadores, vejamos alguns exemplos. A marca Medion vendeu 600 mil PCs na Europa em duas semanas de promoções relâmpago nos supermercados Aldi. A Avon está abrindo portas para o Bank One distribuir seus cartões de crédito. A Calyx e Corolla vendem flores por meio de entrega direta, com um catálogo impresso e uma loja virtual. Veja um exemplo prático de alternativas de canais para um fabricante de telefones celulares para automóveis. 68 Vendas e Marketing Quadro 7 – Alternativas de canal para um fabricante de telefones celulares para automóveis • A empresa poderia vender o produto a montadoras de automóveis para que fosse instalado como equipamento original. • A empresa poderia vender o produto a concessionárias. • A empresa poderia vender o produto aos revendedores de equipamentos automotivos, por meio de uma força de vendas direta ou de distribuidores. • A empresa poderia vender o produto a revendedores especializados em telefones, por meio de uma força de vendas direta ou de revendedores. • A empresa poderia vender o produto por catálogos de reembolso postal. • A empresa poderia vender o produto em grandes redes varejistas. Fonte: Kotler e Keller (2006, p. 476). Disney A Disney vende seus vídeos por meio de cinco canais principais: locadoras de filmes, como a Blockbuster; lojas próprias da empresa, as Disneys Stores; grandes redes varejistas, como a Best Buy; pela internet, através da Amazon e as Disneys Stores online; através de catálogos da Disney e empresas licenciadas da marca. Essa variedade de canais proporciona à empresa uma cobertura máxima de mercado, permitindo oferecer seus vídeos por diversos preços. É importante que as empresas planejem e escolham com cuidado os seus canais, afinal eles funcionam como uma espécie de extensão da empresa. Imagine a má impressão que os clientes teriam ao entrar num Mc Donald’s de aparência suja ou desagradável. Portanto, é de fundamental importância o planejamento e a implementação de programas de treinamento também para os intermediários. A decisão pelos canais mais apropriados é algo que deve ser revisto constantemente. Modificações devem ser realizadas no caso de ineficiência do intermediário, na mudança de comportamento do consumidor, na expansão do mercado ou com o surgimento de novos concorrentes ou canais, ou na mudança de estágio do produto dentro do seu ciclo de vida. É importante também que a empresa esteja atenta a conflitos entre os canais. Entre a empresa e seus intermediários deve prevalecer, em primeira mão, a compatibilidade de metas e percepções. É importante que as empresas planejem e escolham com cuidado os seus canais, afinal eles funcionam como uma espécie de extensão da empresa. 69 O Composto Mercadológico Capítulo 3 Apple Para aumentar a sua fatia de mercado, a Apple inaugurou, desde 2001, mais de 300 lojas em 10 países. As lojas são voltadas para clientes que gostam de tecnologia, com apresentações de produtos e workshops, assim como dicas de especialistas da área. Embora o site da empresa (www.apple.com) estivesse gerando cerca de 25% das vendas da empresa na época, seu próprio canal de varejo era uma extensão natural da marca. Figura 12 - Loja Apple na 5a Avenida em Nova Iorque Fonte: Disponível em: <www.apple.com>. Acesso em: 04 jan. 2012. Levi’s A Levi’s moveu uma ação contra a Tesco na Europa, alegando que o varejista estava prejudicando a imagem da marca ao vender jeans Levi’s importados a preços irrisórios. A Tesco oferecia, no Reino Unido, as genuínas calças jeans pela metade do preço. A Levi’s também desaprovava o fato de seu produto ser comercializado em redes que vendiam gêneros alimentícios. Após uma acirrada batalha judicial, em 2001 a Levi’s ganhou o causa. Logo após, a fabricante norte-americana decidiu lançar uma marca de jeans com preço mais acessível para ser comercializada em redes de supermercados como a Wal-Mart dos Estados Unidos. Por este exemplo, podemos perceber como a questão da escolha dos canais afeta diretamente todo o composto de marketing. 70 Vendas e Marketing Canais para a Venda de Serviços O conceito de canais de marketing não se limita à distribuição de produtos físicos. Os prestadores de serviços também enfrentam o desafio de fazer com que seus serviços estejam disponíveis e acessíveis ao consumidor. Vamos a alguns exemplos: uma rede de ensino pode diversificar seus canais de distribuição de várias formas. Pode oferecer seus serviços através de unidades educacionais (escolas), pode ainda fazer parcerias com fundações e outras organizações, além da possibilidade do ensino a distância, videoaulas, entre outras alternativas. Da mesma forma, as agências bancárias estão presentes na vida dos consumidores através de pontos de contato em supermercados, shoppings, caixas eletrônicos e internet. À medida que a tecnologia evolui, novos caminhos se abrem tanto para os setores de serviços quanto para a venda de produtos. Descobrir e explorar esses caminhos é primordial para alcançar uma população dispersa e chegar ao mercado desejado pela empresa. O comércio eletrônico está aí e deve ser avaliado dentro das opções de canais que uma empresa pode dispor. É um caminho sem volta que proporciona comodidade e agilidade nas transações entre a empresa e o cliente. Atividade de Estudos: 1) Estudamos o terceiro componente do Composto de Marketing: a Praça ou Distribuição. Ainda analisando a empresa Casas Bahia (www.casasbahia.com.br), identifique quais os principais canais utilizados que intermediam a venda entre a rede varejista e o consumidor. Relacione as principais vantagens e desvantagens de cada canal, sob o ponto de vista do consumidor. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ O comércio eletrônico está aí e deve ser avaliado dentro das opções de canais que uma empresa pode dispor. É um caminho sem volta que proporciona comodidade e agilidade nas transações entre a empresa e o cliente. À medida que a tecnologia evolui, novos caminhos se abrem tanto para os setores de serviços quanto para a venda de produtos. 71 O Composto Mercadológico Capítulo 3 ____________________________________________________ ____________________________________________________ Promoção Vamos agora estudar o último elemento do Composto de Marketing: Promoção. Muitas pessoas confundem o termo “promoção” com descontos e liquidações. Ações promocionais desta ordem também fazem parte do 4o P de marketing, mas é fundamental que haja entendimento de que o P de Promoção é muito mais abrangente. Como o termo original “Promotion” vem do inglês, precisamos aqui fazer uma adaptação, no sentido de dar a este elemento sua real conotação e amplitude. Para facilitar nossos estudos, vamos considerar Promoção igual à Comunicação, ou seja, como o conjunto de ferramentas que visa a divulgar e comunicar um produto, serviço, marca ou empresa. Os estudiosos de marketing têm utilizando o termo Comunicação Integrada de Marketing (CIM) para explicar que existe um mix de diferentes ferramentas na comunicação que devem ser utilizadas de forma integrada ao marketing para atingir os objetivos de uma organização. Uma vez entendida essa questão, vamos adiante para o que dizem os autores sobre esse importante elemento do mix de marketing. PROMOÇÃO = COMUNICAÇÃO Para aprofundar seu conhecimento em Comunicação, leia Comunicação Integrada de Marketing. Uma visão global. Roberto Correa. Editora Saraiva. O marketing moderno exige muito mais do que desenvolver um bom produto a um preço atraente e torná-lo acessível. As empresas precisam também se comunicar com as partes interessadas atuais e potenciais e com o público em geral. Para a maioria das empresas, o problema não é comunicar, e sim o que dizer, como dizer, para quem dizer e com que frequência dizer. (KOTLER, 2006, p. 532). Para facilitar nossos estudos, vamos considerar Promoção igual à Comunicação, ou seja, como o conjunto de ferramentas que visa a divulgar e comunicar um produto, serviço, marca ou empresa. 72 Vendas e Marketing De acordo com a Associação Brasileira de Agências de Publicidade (ABAP, 2012), promoção refere-se a informar, persuadir e influenciar pessoas na escolha de produtos, conceitos ou ideias. A comunicação se torna cada vez mais difícil à medida que um número crescente de empresas precisa sobressair-se para atrair a atenção do consumidor. Para atingir os mercados-alvo e construir marcas fortes, os profissionais de marketing e comunicação têm o desafio de integrar, de maneira criativa, os elementos do mix de comunicação. Las Casas (2006, p. 240) pontua que “[...] o administrador de marketing deve se preocupar com as várias formas, que sejam eficientes, para informar aos consumidores a respeito dos seus produtos, serviços ou formação da própria imagem da empresa.” Modelo de Comunicação Quando pensamos em processo de comunicação, devemos considerar seus principais componentes. O processo de comunicação envolve um emissor ou comunicador, uma mensagem e um receptor, conforme ilustra a figura: Figura 13 – Modelo de comunicação Fonte: Las Casas (2006, p. 240). Tão importante quanto emitir uma mensagem é colocar-se no lugar do receptor para que ele possa compreender e associar o que o emissor quis comunicar. Um ditado muito utilizado nesta área, de David Ogilvy (1998), enfatiza que comunicação não é o que você diz, mas sim o que os outros entendem. Por isso, A comunicação se torna cada vez mais difícil à medida que um número crescente de empresas precisa sobressair-se para atrair a atenção do consumidor. Para atingir os mercados- alvo e construir marcas fortes, os profissionais de marketing e comunicação têm o desafio de integrar, de maneira criativa, os elementos do mix de comunicação. O processo de comunicação envolve um emissor ou comunicador, uma mensagem e um receptor. 73 O Composto Mercadológico Capítulo 3 é necessário fazer uma análise da audiência e planejar qual a melhor forma de atingi-la (o que dizer e como dizer). Somente ocorrendo o processo de entendimento por parte do receptor, podemos dizer que realmente houve comunicação. O feedback também é uma importante ferramenta para que o comunicador possa avaliar o resultado do seu esforço. Ruídos de comunicação devem ser evitados. Funções da Comunicação A comunicação tem a função de trazer o produto ao conhecimento do público. Através da comunicação, as empresas buscam informar, persuadir e lembrar os consumidores sobre os seus produtos e serviços. O objetivo maior de qualquer ação de comunicação é estabelecer diálogo e construir relacionamento com os clientes. Outras funções da comunicação: • Atua na imagem da marca. • Facilita a penetração do produto no mercado. • Amplia o mercado. • Tem papéis diferentes em cada estágio do ciclo de vida do produto. A Comunicação deve fazer o consumidor mover-se em 4 níveis: • Chamar a atenção. • Despertar o interesse. • Criar desejo. • Levar à ação (compra). De acordo com Kotler (2006), existem oito etapas para desenvolver uma comunicação eficaz: • Identificação do público-alvo. • Determinação dos objetivos. • Elaboração da comunicação (mensagem, estratégia criativa). • Seleção dos canais de comunicação. • Estabelecimento do orçamento. • Decisão sobre o mix de comunicação. • Mensuração dos resultados da comunicação. • Gerenciamento da comunicação integrada de marketing. A Comunicação deve fazer o consumidor mover- se em 4 níveis: • Chamar a atenção. • Despertar o interesse. • Criar desejo. • Levar à ação (compra). Através da comunicação, as empresas buscam informar, persuadir e lembrar os consumidores sobre os seus produtos e serviços. Comunicação não é o que você diz, mas sim o que os outros entendem. 74 Vendas e Marketing Mix de Comunicação de Marketing O mix de comunicação é composto por seis formas essenciais de comunicação: • Propaganda. • Promoção de vendas. • Relações Públicas/Assessoria de Imprensa. • Venda Pessoal. • Marketing Direto. • Merchandising. – Estudaremos com maior profundidade cada umas dessas formas no próximo capítulo. Para conhecer, de forma divertida, um pouco mais do mercado de comunicação, uma dica é o filme “Do que as mulheres gostam”, com Mel Gibson e Helen Hunt. Lançamento: 2000 (EUA).Tempo: 120 minutos. Atividade de Estudos: 1) Estudamos o quarto e último componente do Composto de Marketing: a Promoção (Comunicação). Pesquise um anúncio de jornal ou revista e avalie: • Qual o produto/serviço anunciado? • Qual o público-alvo da mensagem? • Qual o conteúdo da mensagem em termos de promessa? (O que o anúncio promete)? ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 75 O Composto Mercadológico Capítulo 3 ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ Algumas Considerações Este capítulo teve como objetivo abordar os quatro elementos do Composto Mercadológico, também conhecido como Marketing Mix: Produto, Preço, Praça e Promoção. O composto de Marketing é o conjunto de estratégias utilizadas desde a concepção do produto, passando pelas estratégias de precificação e distribuição, até a sua divulgação/comunicação junto ao mercado-alvo. Cada um dos quatro elementos tem o seu papel e a sua importância dentro do mix e cabe ao profissional de marketing saber integrá-los, a fim de obter os melhores resultados para a empresa. É importante lembrar que, ao realizarmos alterações para um dos elementos, todos eles deverão ser revistos, buscando, assim, uma unidade de objetivos e melhores resultados. Os 4 P’s básicos – Produto, Preço, Praça e Promoção – servem para desenvolver estratégias de qualquer tipo de produto ou serviço. No entanto, alguns autores agregam alguns elementos específicos ao marketing de serviços, constituindo, assim, o mix ampliado, conhecido como também como os 7 P’s. Além dos 4 P’s tradicionais (Produto, Preço, Praça e Promoção), o marketing de serviços agrega: • People (Pessoas): todas as pessoas envolvidas direta e indiretamente na produção e consumo de um serviço é parte importante do marketing mix. • Process (Processos): os procedimentos, mecanismos e fluxo de atividades pelos quais um serviço é consumido são elementos essenciais da estratégia de marketing. 76 Vendas e Marketing • Physical Evidence (Evidências Físicas): o ambiente no qual um serviço é prestado, assim como itens físicos, pode tornar palpável a promessa de que um serviço representa. Para finalizar, a teoria dos 4 P’s pode ser complementada pelos 4 C’s: Quadro 8 – Os 4 P’s versus os 4 C’s 4 P’s 4 C’s Produto Consumidor, suas necessidades e desejos Preço Custo para o consumidor Praça Conveniência Promoção Comunicação Fonte: Moreira e colaboradores (2007, p. 50). O próximo capítulo terá enfoque nos elementos do Mix de Comunicação, suas características e importância dentro do Composto Mercadológico. Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE. Disponível em: <www.abap.com.br>. Acesso em: 04 jan. 2012. CHURCHILL, Gilbert Jr. Marketing – Criando valor para os clientes. São Paulo: Saraiva, 2000. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Técnicas de Vendas: como vender e obter bons resultados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. LIMEIRA, Tânia Maria Vidigal. Gestão de marketing. São Paulo: Saraiva, 2006. MOREIRA, Júlio César Tavares et al. Administração de Vendas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. OGILVY, David. Confissões de um publicitário. 2. ed. São Paulo: Bertrand Brasil, 2001. PINHO, J.B. O poder das marcas. São Paulo: Summus, 1996. CAPÍTULO 4 O Mix de Comunicação A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � Fundamentar os conceitos de cada ferramenta do mix de comunicação no contexto de marketing e vendas. � Possibilitar a aplicação das ferramentas promocionais para produtos e serviços. 79 O Mix de Comunicação Capítulo 4 Contextualização Estudaremos, neste capítulo, o quarto e último elemento do Composto Mercadológico: o P de Promoção. Conforme visto no capítulo anterior, traduziremos Promoção como Comunicação, envolvendo todas as estratégias e técnicas que visam a informar, persuadir e influenciar os consumidores na escolha de produtos e serviços. A função da comunicação é chamar a atenção, despertar o interesse, o desejo e levar à ação do consumo. Para chegarmos a tal objetivo, dispomos de variadas ferramentas de comunicação, que auxiliam as empresas na busca pela preferência do consumidor. A utilização de cada ferramenta ou a combinação de algumas delas varia de acordo com o mercado e com o objetivo e necessidade da empresa. Não existe fórmula mágica. Os profissionais de marketing devem estar atentos e conhecer muito bem cada um dos elementos do mix de comunicação, bem como suas funções, para, então, avaliar quais delas utilizar e de que forma. Para obter melhores resultados, o profissional de marketing pode, ainda, aliar o trabalho de uma agência especializada em comunicação, que auxiliará de forma técnica na busca pelas melhores soluções para cada caso. A seguir, estudaremos cada uma das ferramentas do mix de comunicação: • Propaganda. • Promoção de Vendas. • Relações Públicas/Assessoria de Imprensa. • Venda Pessoal. • Marketing Direto. • Merchandising. Quadro 9 – Ferramentas de comunicação FERRAMENTA O QUE É CARACTERÍSTICAS EXEMPLOS PROPAGANDA Forma paga de apre- sentação impessoal de ideias, produtos ou serviços, efetuada por um patrocinador identificado. Caráter público Universalidade Expressividade Impessoalidade Anúncios em mídias como jornal, revista, televisão, rádio, outdo- or, internet, cinema, painéis, ônibus (busdoor), entre outras. CONTINUAÇÃO A função da comunicação é chamar a atenção, despertar o interesse, o desejo e levar à ação do consumo. A utilização de cada ferramenta ou a combinação de algumas delas varia de acordo com o mercado e com o objetivo e necessidade da empresa. Não existe fórmula mágica. 80 Vendas e Marketing PROMOÇÃO DE VENDAS Incentivos de curto prazo para encorajar a compra de um produto ou serviço. Incentivo Convite Curto prazo Concursos, brindes, amostras, feiras, con- venções, exposições, cupons, descontos, entretenimentos, pro- moções de troca. RELAÇÕES PÚBLICAS Comunicação e rela- cionamento de uma empresa com suas várias audiências (clientes, acionistas, funcionários, gover- no, comunidade). Alta credibilidade Relacionamento Kits e coletivas para imprensa, seminários, relatórios anuais, doações, relações com a comunidade, lobby, revistas e jornais internos da empresa, eventos. VENDA PESSOAL Venda efetuada por meio de uma pessoa. Confronto pessoal Relacionamento Resposta rápida Apresentações de venda, convenções de venda, treinamento, programas de incen- tivo, participação em feiras e exposições. MARKETING DIRETO Ação promocional ligada a mídias que interagem diretamen- te com o consumi- dor, normalmente solicitando deles uma resposta direta. Individualização Personalização Atualização Mala direta, catálo- gos, lista de clientes (mailing), telemarke- ting, compra eletrônica, compra por televisão. MERCHAN- DISING Ação promocional ligada à presença física do produto no ponto de venda. Ter- mo também utilizado para aparições de produtos dentro de programas televisi- vos, como filmes, novelas, programas de auditório, etc. Indução Convencimento Associação Materiais de ponto de venda, aparições de produtos dentro de programas televisivos. Fonte: Adaptado de Moreira e colaboradores (2007, p. 47-48). 81 O Mix de Comunicação Capítulo 4 Propaganda Segundo a Associação Americana de Marketing (AMA, 2012), propaganda é qualquer forma paga de apresentação não pessoal de ideias, produtos ou serviços, levada a efeito por um patrocinador. Visto este conceito, podemos concluir que as principais características da propaganda sãoa impessoalidade e a necessidade de se ter um anunciante que pague por determinado espaço, normalmente na mídia. No Brasil, existe grande confusão entre os termos propaganda e publicidade. Para esclarecer, considera-se como propaganda tudo aquilo que for pago pelo anunciante. Já a publicidade refere-se à divulgação não paga, fruto do trabalho de assessoria de imprensa (abordaremos o tema a seguir, no tópico Relações Públicas). A propaganda é uma ferramenta fundamental no mix de comunicação. São suas principais funções: • Levar um produto ou serviço ao conhecimento do público. • Aumentar o nível de aceitação do produto/serviço. • Ajudar na construção e posicionamento de marcas. • Gerar imagem positiva. • Agregar valor. • Contribuir na lealdade do consumidor. • Auxiliar no processo de diferenciação dos produtos/serviços e marcas. Zyman (2002), ex-Diretor de Marketing da Coca-Cola, define muito bem a propaganda ao dizer que ela não é somente uma forma de arte, como muitos pensam, mas que se trata de vender mais coisas, com mais frequência, a mais pessoas, por mais dinheiro. Ou seja, a propaganda estimula a venda, amplia o mercado e agrega valor aos produtos, às marcas e às empresas. Existem dois tipos fundamentais de propaganda: a institucional e a promocional. A institucional tem como objetivo divulgar a imagem da empresa, estimulando a venda de forma indireta. Como exemplo, podemos citar as propagandas governamentais, do terceiro setor, e de empresas privadas que queiram divulgar a sua marca, sem estímulo Existem dois tipos fundamentais de propaganda: a institucional e a promocional. No Brasil, existe grande confusão entre os termos propaganda e publicidade. Para esclarecer, considera-se como propaganda tudo aquilo que for pago pelo anunciante. Já a publicidade refere- se à divulgação não paga, fruto do trabalho de assessoria de imprensa. 82 Vendas e Marketing direto a vendas. Já a propaganda promocional, como o próprio nome remete, visa à venda direta. Vejamos a seguir uma imagem de cada tipo de propaganda. Figura 14 - Anúncio Institucional Unimed Fonte: Os Autores. Figura 15 - Anúncio Promocional L’oreal Fonte: Os Autores. No primeiro anúncio, podemos verificar que o anunciante (no caso, a Unimed) não está vendendo planos de saúde, mas comunicando sua preocupação com a questão do álcool associado ao trânsito. Portanto, trata-se de uma propaganda institucional. Já o anúncio da L’oreal tem como objetivo promover a venda dos produtos Elséve, associando-os a uma personalidade global. Na propaganda, é fundamental associarmos um meio adequado (TV, rádio, jornal, revista, internet, etc.) a uma mensagem adequada, utilizando variados recursos criativos. Somente profissionais técnicos e capacitados poderão auxiliar as empresas na escolha dos meios mais eficientes e formular a mensagem (conteúdo) adequada. Meio e mensagem são peças fundamentais para acertar em cheio no mercado- alvo que a empresa deseja atingir. Veja um bom exemplo da associação do meio (no caso, o taxidoor) com a mensagem do anunciante Philips. Na propaganda, é fundamental associarmos um meio adequado (TV, rádio, jornal, revista, internet, etc.) a uma mensagem adequada, utilizando variados recursos criativos. 83 O Mix de Comunicação Capítulo 4 Figura 16 - Taxidoor da Philips Fonte: Os Autores. Hoje, com a infinidade de possibilidades que as mídias nos permitem e com a diversidade dos públicos a serem atingidos, é necessário planejar muito bem de que forma atingir nossos objetivos de marketing e vendas por meio dessa ferramenta da comunicação. A propaganda necessita de bons investimentos, por isso a melhor economia é sempre buscar ajuda de agências de comunicação especializadas para garantir as melhores negociações e investimentos nessa área. O que justifica os investimentos em propaganda é o faturamento que ela proporciona. Conforme afirma Las Casas (2006, p. 250), “[...] se um produto não vende sem propaganda, não vende também com propaganda. Ele precisa neste sentido satisfazer a um desejo ou a uma necessidade.” Com um bom produto que atenda às exigências do mercado, a empresa poderá ter as suas vendas aceleradas através da utilização dessa importante ferramenta mercadológica. Mas, em primeiro lugar, a empresa deve preocupar-se em oferecer um bom produto, a um preço adequado e com a distribuição eficiente. A Propaganda que funciona de Sérgio Zyman, editora Campus. Em 2003, a Cerveja Schincariol utilizou a estratégia de reposicionamento para relançar a sua cerveja pilsen, a Nova Schin. Investindo maciçamente em comunicação, a empresa contratou a agência de propaganda Fischer América, que foi responsável pela criação da campanha com o slogan “Experimenta”. A comunicação foi extremamente eficaz e o “Experimenta” caiu no gosto do público. 84 Vendas e Marketing Com uma campanha publicitária forte, a empresa utilizou TV, rádio, jornais, revistas, outdoors e diversas ações promocionais. Resultado: em dois meses, a Schincariol conquistou 4 pontos percentuais em sua participação de mercado. Para se ter uma ideia, cada ponto percentual corresponde a aproximadamente R$ 80 milhões. Além de lucrar, a Schincariol ainda superou fortes concorrentes, como a Kaiser e a Antarctica. Figura 17 – Anúncio da Nova Schin Fonte: Revista Exame (nov.2003, p. 44). Disponível em: <www. revistaepoca.globo.com>. Acesso em: 04 jan. 2012. Promoção de Vendas Outro importante recurso utilizado pelas empresas para comunicar-se com seus mercados é a promoção de vendas. Existem várias definições para o termo, mas devido à abrangência do assunto, vamos citar a definição utilizada pela Associação Americana de Marketing (AMA). A Promoção de Vendas abrange as atividades que suplementam as vendas pessoais a e propaganda, coordenando-as e ajudando a torná-las efetivas, tais como o uso de amostras, exposições, demonstrações e outros esforços. Conforme nos mostra a definição, a tarefa da promoção de vendas é bastante diversificada e serve para complementar os esforços de propaganda e venda pessoal. O seu principal objetivo é promover a venda de produtos/ 85 O Mix de Comunicação Capítulo 4 serviços de forma acelerada, em um curto tempo. Diferentemente da ferramenta de propaganda, vista anteriormente, a promoção de vendas reflete quase que instantaneamente no faturamento da empresa, fato este que justifica os aumentos em investimentos nessa área por parte de inúmeras empresas. Vale ressaltar que a promoção de vendas não substitui a propaganda. A propaganda funciona em médio e longo prazo e auxilia na construção e diferenciação das marcas, produtos e serviços. Já a promoção de vendas deve ser utilizada com planejamento e cautela, de forma complementar à propaganda, para que o consumidor não fique viciado. Outra importante função da promoção de vendas é a construção de um banco de dados próprio da empresa, pois normalmente, ao participarem de alguma promoção, os clientes devem primeiramente preencher um formulário com seus dados para contato. Las Casas (2006) cita algumas das atividades englobadas pela área de Promoção de Vendas, conforme nos mostra o quadro a seguir. Quadro 10 – Alguns exemplos de promoção Exposições e feiras Permitem o estabelecimento de novos contatos e divulgação através de material promocional, como folhetos e outros mate- riais da empresa. Amostras Favorecem o início ou aumento do consumo do produto, pois favorecem a experimentação. Prêmios e vale-brindes Estimulam o consumo, tornando os produtos mais atrativos pelos brindes ou prêmios oferecidos. Os prêmios podem ser distribuídos por sorteio ou através dealgum tipo de promoção especial (junte e ganhe; achou, ganhou). Cupons Proporcionam descontos na compra de certos produtos que a empresa deseja promover. Podem ser distribuídos através de produtos ou anúncios. Concursos e jogos São regulamentados no Brasil pelo Ministério da Fazenda. Envolvem qualquer promoção associada à compra do produto. Exemplo: sorteio de carros no Natal dos shoppings. Desfiles de moda, exposições e shows Proporcionam experiência e interatividade da empresa/marca com o público. Eventos especiais/datas comemorativas Dia dos Pais, Mães, Namorados, semana de descontos, aniver- sário da empresa são algumas das ocasiões que possibilitam promoções específicas. Fonte: Las Casas (2006). A tarefa da promoção de vendas é bastante diversificada e serve para complementar os esforços de propaganda e venda pessoal. 86 Vendas e Marketing A maior parte dos exemplos de promoção citada está direcionada ao consumidor final. No entanto, a promoção de vendas pode direcionar-se também ao público interno ou aos vendedores de uma empresa. Por exemplo: o vendedor que atingir a meta pode ganhar um celular ou, ainda, a equipe de vendas que obtiver o melhor faturamento ganha uma viagem. Todo e qualquer tipo de promoção deve ser bem planejando e avaliado, no sentido de proporcionar ganhos para ambas as partes: empresa e cliente. É necessário estar de olho na regulamentação de promoção de vendas para evitar problemas com aspectos legais, caso a promoção esteja associada à compra do produto. Saiba mais sobre a regulamentação de promoção de vendas através da Lei no 5.768/71. Figura 18 - Ação promocional da Red Bull com distribuição de folhetos e amostras nas baladas. Fonte: Os Autores. Figura 19 - Ação promocional dos bichinhos da Parmalat. Fonte: Os Autores. 87 O Mix de Comunicação Capítulo 4 Figura 20 - Ação promocional Portas Abertas Renault. Fonte: Os Autores. Relações Públicas Uma empresa normalmente se relaciona com diversos públicos: público interno, imprensa, clientes, fornecedores, comunidade, órgãos governamentais, entre outros. A atividade de relações públicas, como o próprio nome diz, faz menção às relações com todos os públicos de interesse de uma empresa. O objetivo desta ferramenta é relacionar-se com os públicos de modo a obter uma imagem favorável da empresa perante eles. “Por Relações Públicas (RP) entende-se uma variedade de programas destinados a promover ou proteger a imagem de uma empresa ou de seus produtos.” (Kotler, 2006, p. 596). A atividade de Relações Públicas inclui também o trabalho de assessoria de imprensa para gerar publicidade (mídia não paga) para a empresa. Um profissional de RP ou assessor de imprensa é a pessoa responsável pelo contato com a imprensa, objetivando conquistar espaço para a divulgação de produtos, serviços, ideias, pessoas ou organizações. Vejamos a seguir algumas das funções da ferramenta de Relações Públicas, de acordo com Kotler e Keller (2006): A atividade de Relações Públicas inclui também o trabalho de assessoria de imprensa para gerar publicidade (mídia não paga) para a empresa. 88 Vendas e Marketing • Relações com a imprensa. • Apoio no lançamento e reposicionamento de produtos. • Captação do interesse por produtos. • Comunicação corporativa e social. • Lobby e aconselhamento. • Influência sobre grupos-alvo específicos. • Defesa de produtos que enfrentam problemas críticos. • Apoio e gerenciamento de crises institucionais. • Construção de uma imagem corporativa que se reflita favoravelmente nos produtos. As principais ferramentas de RP são: publicações, eventos, notícias, apresentações, atividades de prestação de serviços de interesse público e identidade de mídia. Atualmente, muitas empresas utilizam-se da ferramenta de relações públicas para dar apoio aos seus departamentos de marketing e vendas na promoção de produtos ou na formação da imagem da empresa. Kotler e Keller (2006) afirmam que “Trata-se de uma atividade que pode afetar a conscientização do público gastando menos que a propaganda e, frequentemente, com muito mais credibilidade.” Cabe ao profissional de marketing saber combinar a atividade de RP com os demais elementos do mix de comunicação para obter maior eficiência e credibilidade na sua comunicação junto ao mercado. Grande parte do sucesso das Havaianas se deve ao excelente trabalho realizado pela área de Relações Públicas. Entre as estratégias adotadas para agregar valor à marca, estão o patrocínio de diversos eventos de moda e o trabalho de assessoria de imprensa junto aos formadores de opinião e à imprensa. Nos anúncios para as mídias, as campanhas mostravam características brasileiras com artistas famosos calçando suas Havaianas. Com cenas irreverentes, os comerciais ajudaram a marca, que passou a ser querida pelas pessoas, tornando-a também referência de despojamento e simplicidade, ideais para serem utilizados em qualquer ocasião. Através deste exemplo, podemos notar a interação e eficácia da utilização das ferramentas de Propaganda e Relações Públicas. 89 O Mix de Comunicação Capítulo 4 Venda Pessoal Las Casas (2006, p. 250) define a venda pessoal como “[...] a comunicação direta da empresa com seus clientes através de vendedores.” O autor defende que a venda pessoal é uma das mais eficientes, originais e antigas ferramentas de comunicação de marketing. Por ser pessoal, esta forma de comunicação apresenta muitas vantagens, já que o vendedor pode adaptar a mensagem ou apresentação de vendas de acordo com a situação. Na venda pessoal, as objeções podem ser respondidas de imediato, possibilitando o feedback por parte do cliente. A interação do cliente com o vendedor possibilita troca de informações e opiniões e, ao analisar as reações do cliente, o vendedor pode direcionar o discurso com o objetivo de fechar a venda. Apesar das vantagens, a venda pessoal demanda recursos apropriados, já que exige treinamento e aprimoramento constantes. Além disso, por tratar-se de prestação de serviços, é mais difícil manter e controlar o padrão de qualidade, pois os contatos dependem exclusivamente de pessoas. Las Casas (2006) pontua que para manter uma uniformização e organização da venda pessoal, é necessário realizar um bom trabalho de administração de vendas, incluindo 4 etapas básicas: planejamento, organização, direção e controle. A importância da força de vendas no mix de comunicação de marketing é inquestionável. Por isso, as empresas buscam continuamente melhorias em termos de treinamento, supervisão, motivação e remuneração em busca do aumento de produtividade. Conforme Kotler e Keller (2006, p. 618), “[...] os vendedores atuam como elo pessoal entre a empresa e os clientes.” Para muitos, o profissional de vendas é a própria empresa, pois é ele quem tem a função de informar e conquistar o cliente. Kotler e Keller (2006) indicam que as empresas precisam planejar cuidadosamente alguns pontos ao formar sua força de vendas, com especial atenção ao desenvolvimento de objetivos e estratégias, estrutura, tamanho e remuneração da equipe. A venda pessoal é uma das mais eficientes, originais e antigas ferramentas de comunicação de marketing. 90 Vendas e Marketing Whirpool Para aprimorar o conhecimento dos vendedores sobre seus eletrodomésticos, a Whirpool alugou uma casa de campo com oito quartos perto de sua sede em Michigan e a equipou com lava- louças, microondas, lavadoras, secadoras e geladeiras das marcas da empresa. Os novos vendedores foram enviados para passar um tempo na casa, cozinhando, lavando roupa e executando tarefas domésticas. Ao final do treinamento, osvendedores sabiam muito mais dos produtos da Whirpool e se sentiam mais confiantes para realizar as vendas. Marketing Direto Conceito técnico: Segundo Kotler e Keller (2006, p. 606), “Marketing direto é o uso de canais diretos para chegar ao consumidor e oferecer produtos e serviços sem intermediários de marketing.” Como exemplos de marketing direto, podemos citar a mala direta, o telemarketing, a TV interativa, os sites, os catálogos de venda direta, as mensagens via celular e outros dispositivos móveis. As empresas utilizam esta ferramenta para construir relacionamento e um canal direto com o cliente, complementando, assim, as outras formas de comunicação. Algumas das ações que podem ser realizadas através do marketing direto incluem o envio de cartões de aniversário aos clientes, e-mails ou malas diretas com informações e promoções da empresa, entre outras. O marketing direto tem conquistado rapidamente a preferência dos administradores pela sua possibilidade de selecionar o público- alvo, com custos relativamente baixos, permitindo a personalização das mensagens. As vendas através deste meio também têm crescido rapidamente. Esta ferramenta, planejada em conjunto com os demais elementos do mix de comunicação, proporciona reforço e direção aos investimentos de marketing das empresas. Na sua forma mais inovadora, o marketing direto busca apoio nos canais interativos, como a internet e o celular, possibilitando maior Na sua forma mais inovadora, o marketing direto busca apoio nos canais interativos, como a internet e o celular, possibilitando maior interatividade com os clientes e individualização das mensagens. 91 O Mix de Comunicação Capítulo 4 interatividade com os clientes e individualização das mensagens. Através destes canais, a empresa pode interagir e dialogar com grupos muito maiores do que no passado. Para os consumidores, a ferramenta traz comodidade e ganho de tempo, já que o cliente define o que olhar e quando. É uma via de duas mãos que, quando bem utilizada, pode proporcionar ganhos não somente em vendas, como em aprendizado com o cliente sobre os produtos, os serviços e a empresa. Atualmente, a comunicação de marketing está cada vez mais sendo vista como um diálogo interativo entre a empresa e seus clientes. Vender para os clientes requer um trabalho árduo e inteligente. As empresas devem se perguntar não apenas como podemos chegar até nossos clientes, mas também como nossos clientes podem chegar até nós. Graças aos avanços tecnológicos, as pessoas podem se comunicar pela mídia tradicional (jornais, revistas, rádio, telefone, televisão, outdoors), assim como por computadores, celulares, pagers e dispositivos eletrônicos com acesso sem fio. Ao reduzir o custo das comunicações, essas novas tecnologias têm estimulado um número crescente de empresas a trocar a comunicação de massa por uma comunicação mais direcionada e um diálogo mais individualizado. (KOTLER; KELLER, 2006, p. 606). Para o lançamento do Vectra GT Remix, em 2009, a Chevrolet lançou uma campanha de comunicação, assinada pela agência McCann Erickson. Adrenalina, velocidade e música foram os componentes utilizados na criação da campanha que veiculou em rádio, revista e internet. Os DJs Mau Mau, Propulse e The Twelves foram convidados a fazer um test drive do carro em Interlagos, maior pista de provas da América Latina. No trajeto, não faltaram música, adrenalina e velocidade. Depois de testar o veículo, eles criaram versões da música Take on me, sucesso do grupo A-Ha. A experiência dos DJs foi registrada em um site e virou um game. A página on-line mostra o Vectra GT em 360º, abriga as três versões da música e o jogo virtual 3D, que simula o test drive. A campanha é integrada com um anúncio de revista que se transforma em volante ao ser utilizado no jogo virtual. Para jogar é simples: ao acessar o site da campanha, o visitante aciona a webcam e mira o “volante-anúncio” nela. Caso não tenha webcam, basta usar as teclas do computador. O internauta pode ainda fazer o download das músicas remixadas por Mau Mau, Propulse e The Twelves. Este é um exemplo bem sucedido da integração de uma mídia tradicional (propaganda em revista) com ação de marketing direto na internet. 92 Vendas e Marketing Figura 21 - Anúncio de revista do lançamento do Vectra GT Remix. Ação integrada com a internet. Fonte: Disponível em: <www.ccsp.com.br>. Acesso em: 04 jan. 2012. Merchandising A Associação Americana de Marketing (AMA, 2012) define Merchandising como uma operação de planejamento necessária para se colocar no mercado o produto certo, no lugar certo, no tempo certo, em quantidades certas e a preço certo. “Se marketing significa ação no mercado, o termo merchandising pode ser traduzido como ação na mercadoria”, afirma Las Casas (2006, p. 257). O merchandising está ligado ao varejo, pois trata da melhor exposição dos produtos no ponto de venda. De forma mais ampla, para que um produto tenha sucesso em vendas, além da correta exposição, ele deve ter o preço e distribuição adequados. São operações de merchandising: Se marketing significa ação no mercado, o termo merchandising pode ser traduzido como ação na mercadoria, afirma Las Casas (2006, p. 257). 93 O Mix de Comunicação Capítulo 4 Quadro 11 – Operações de merchandising Exposição e apresentação adequadas dos produtos. Verificação dos níveis de estoques. Verificação dos preços. Verificação da data de validade dos produtos. Treinamento adequado nos locais de venda. Comunicação adequada nos locais de venda. Atenção de vendas nos locais. Verificação do estado do material no ponto de venda. Amostragem e demonstração de produtos no ponto de venda. Fonte: Caldeira da Silva (1995). Esta ferramenta de comunicação de marketing proporciona visibilidade e lembrança do produto no ponto de venda. Sua importância está relacionada ao fato de que tomamos grande parte das decisões de compra nos locais de venda. De nada adianta uma boa propaganda se, ao chegarmos ao local de venda, não encontramos algo que nos lembre ou remeta ao produto, fazendo a associação com a comunicação já vista. Figura 22 - Exemplo de material de ponto de venda Fonte: Os Autores. 94 Vendas e Marketing Figura 23 - Exemplos de materiais de ponto de venda Fonte: Os Autores. O termo merchandising também foi adaptado no Brasil para inserções de produtos dentro de programas televisivos, como novelas, filmes, programas de auditório, entre outros. Certamente você já foi impactado por algum produto aparecendo na novela, inclusive com interação dos atores. Trata-se de merchandising na TV, também chamado de insert ou plug. Este tipo de inserção tem algumas vantagens em relação à propaganda convencional, já que o espectador tende a não mudar de canal no meio do programa. Os inserts podem ser programados em termos de duração e roteiro e seus custos variam, de acordo com o programa e a emissora. Figura 24 - Cena de merchandising do panetone Bauducco em novela global. Fonte: Os Autores. O termo merchandising também foi adaptado no Brasil para inserções de produtos dentro de programas televisivos, como novelas, filmes, programas de auditório, entre outros. 95 O Mix de Comunicação Capítulo 4 Atividade de Estudos: 1) Estudamos os elementos do Mix de Comunicação e como cada um contribui para a área de marketing e vendas. Pesquise o lançamento de algum produto e descubra quais ferramentas de comunicação foram utilizadas. Cite cada uma delas, enumerando a sua importância no lançamento do produto. • Nome, Marca e Produto lançado: _______________________ •Ferramentas de comunicação utilizadas x importância de cada uma no processo. ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ ____________________________________________________ 96 Vendas e Marketing Algumas Considerações Este último capítulo teve como objetivo abordar os diferentes elementos do mix de comunicação, suas funções, diferenças e complementações. Vimos que cada ferramenta – Propaganda, Relações Públicas, Promoção de Vendas, Venda Pessoal, Marketing Direto e Merchandising – tem a sua importância no que se refere ao papel de divulgação de produtos e serviços, objetivando a venda. Dessa forma, cada um dos 4 P’s do Composto Mercadológico se complementa de forma dinâmica e integrada. Cabe aos profissionais de vendas e marketing tirarem o melhor proveito de cada elemento do mix, estudando a fundo as necessidades e os desejos de seu mercado, oferecendo o melhor produto pelo preço adequado, com a distribuição conveniente e com uma comunicação eficaz. Esperamos que você tenha feito bom proveito dos conteúdos e exemplos estudados. Desejamos que possa aplicá-los com muito sucesso em sua vida profissional. Referências ASSOCIAÇÃO AMERICANA DE MARKETING – AMA. Disponível em: <http:// www.marketingpower.com/Pages/default.aspx>. Acesso em: 04 jan. 2012. A Reinvenção da propaganda. Exame, ano 37, n. 24, p. 44, nov. 2003. CALDEIRA DA SILVA, Joaquim. Merchandising no varejo de consumo. São Paulo: Atlas, 1995. KOTLER, Philip; KELLER, Kevin. Administração de Marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. KOTLER, Philip. Administração de Marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. LAS CASAS, Alexandre Luzzi. Técnicas de Vendas: como vender e obter bons resultados. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. MOREIRA, Júlio César Tavares et al. Administração de Vendas. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2007. ZYMAN, Sérgio. A Propaganda que funciona. São Paulo: Campus: 2002.