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SISTEMA LINFÁTICO Este material possui direitos autorais. Sua publicação e compartilhamento não estão autorizados pelo autor. Prof. Marcelo Gomes Granja, Ph.D. Anatomia Sistêmica Animal Situação - Problema Um animal apresenta infecção de um dos dentes molares na arcada inferior direita, acompanhada de inchaço e dor na região submandibular direita. Qual a relação entre a infecção dentária e o aumento de volume submandibular? https://ibvet.com.br/wp3/tag/equino/ Introdução O sistema linfático, é uma via acessória da circulação sangüínea, permitindo que os líquidos dos espaços intersticiais possam fluir para o sangue sob a forma de linfa (do latim - água nascente/pura). Os vasos linfáticos podem transportar proteínas e mesmo partículas grandes que não poderiam ser removidas dos espaços teciduais pelos capilares sangüíneos. A linfa tem uma particularidade de grande importância prática, não coagula como o sangue, o que faz com que a lesão de seus vasos coletores maiores espoliem o indivíduo rapidamente. ✓ Defesa do organismo contra patógenos e moléculas estranhas (toxinas) SISTEMA LINFÁTICO Vírus, bactéria, fungo, protozoário ou neoplasia ✓Reconhecimento do estranho INATIVAÇÃO ou DESTRUIÇÃO ✓Constitui-se em vasos linfáticos, tecidos e órgãos linfóides com células imunocompetentes: Estrutura dos vasos linfáticos Os vasos recolhem a linfa dos capilares linfáticos e a levam aos vasos linfáticos maiores, que finalmente a vertem no sistema circulatório sanguíneo, geralmente passam através dos tecidos com uma veia e a artéria correspondente. Todavia, os vasos linfáticos não mostram tanta tendência a se unirem para formar vasos maiores, como acontece com as veias. Assim, é possível encontrar vários vasos linfáticos associados à uma veia e sua artéria acompanhante. Os linfáticos, à medida que passam através dos tecidos podem unir-se entre si, mas também podem novamente ramificar-se e assim permanecer numerosos. O fluxo da linfa é impulsionado por vários fatores, um deles é a contração da musculatura lisa da parede dos vasos linfáticos. O maior ducto linfático do corpo, é o ducto torácico, a parede do ducto tem uma maior riqueza em fibras musculares lisas que a de grandes veias A linfa mantém seu fluxo em direção cranial, para desembocar nos ângulos venosos entre as veias jugular interna e subclávia de cada lado, na transição linfático-venosa, O capilar linfático não tem células musculares lisas, mas as células endoteliais, contém fibras mioendoteliais que contraem o capilar linfático várias vezes por minuto. Além desse mecanismo, a linfa ainda é impulsionada pelos seguintes fatores: a) contração de músculos esqueléticos; b) movimentos passivos do corpo; c) pulsações de artérias; d) compressão externa dos tecidos e) na região cervical, pela gravidade (com o indivíduo em posição ortostática). Mas o que é a linfa? Liquido que circula no sistema linfático. Possui uma composição semelhante à do plasma sanguíneo, entretanto, com menor quantidade de proteínas. A circulação da linfa no sistema linfático obedece à diferença existente entre a pressão tissular e a pressão venosa, à massagem exercida pelos músculos ao se contraírem e à atividade contrátil dos próprios vasos linfáticos. A linfa que passou através do gânglio linfático contém linfócitos; este fato, juntamente com a ausência de eritrócitos na luz dos linfáticos, pode contribuir para a diferenciação entre linfáticos e veias, em cortes. A linfa é trazida ao bordo convexo de um gânglio por um conjunto de vasos aferentes, e deixa-o pelo bordo côncavo, ou hilo do gânglio, através de um conjunto de vasos eferentes; estes são tributários dos vasos terminais existentes no sistema linfático. Permeabilidade dos capilares linfáticos As células endoteliais dos capilares linfáticos, estão unidas entre as células dos tecidos adjacentes. Contudo não há conexões entre as células endoteliais, que apenas se sobrepõe umas as outras. Esse arranjo celular, permite a formação de válvulas pendentes (abertas para o interior do capilar), de forma que qualquer refluxo, tende a fechá-las, impedindo o retorno da linfa para os espaços intersticiais. Válvulas dos vasos linfáticos Topografia do sistema Linfático A linfa é recolhida por capilares próprios, mais irregulares que os sangüíneos. Esses capilares são tubos endoteliais que vão se anastomosando cada vez mais, até formar coletores linfáticos maiores. Durante seu trajeto em direção ao sistema venoso central, os coletores linfáticos apresentam linfonodos interpostos, estes linfonodos, em forma e quantidade variável, podem estar presentes em grupos ou isolados. Dentre os grupos, os principais são os cervicais, os axilares e os inguinais Órgãos Linfóides TECIDOS LINFÓIDES PRIMÁRIOS São os tecidos responsáveis pela produção e/ou maturação das células do Sistema Imune. É um tecido líquido-gelatinoso que ocupa o interior dos ossos, sendo conhecido popularmente por “tutano”. A medula óssea desempenha um papel fundamental no desenvolvimento das células sanguíneas, pois é lá que são produzidos os leucócitos (glóbulos brancos), as hemácias (glóbulos vermelhos) e as plaquetas. O timo é uma glândula linfóide primária especializada do sistema imunológico. Dentro do timo, os linfócitos T amadurecem. TECIDOS LINFÓIDES SECUNDÁRIOS São os tecidos onde ocorre a apresentação de antígenos aos linfócitos e conseqüente ativação destas células. As células que constituem o gânglio são: células reticulares e as linfoides. • Reticulares: com a função de fagocitose e pinocitose. • Linfoide: contém a memória imunológica, essencial em reações imunológicas. São tão especializadas que podem reagir diretamente ou por meio de anticorpos. Além de um órgão de maturação e ativação de linfócitos é responsável pela degradação das hemácias velhas. A hemoglobina é degradada nas suas porções heme e globina, e a fração globina, em aminoácidos que vão para o sangue. Da porção heme, o ferro é levado à medula óssea pela transferrina e utilizado para formar novas hemácias, enquanto o restante é transformado em bilirrubina, que também vai para a corrente sanguínea. TECIDOS LINFÓIDES ASSOCIADOS ÀS MUCOSAS São os tecidos ao longo das mucosas onde ocorre a apresentação de antígenos aos linfócitos e conseqüente ativação destas células. Tonsilas palatinas são estruturas presentes na orofaringe (percurso entre boca e faringe) constituídas por aglomerados de tecido linfoide ricas em glóbulos brancos. Ao contrário dos linfonodos, as tonsilas não ficam no trajeto de vasos linfáticos. Produzem linfócitos, muitos dos quais penetram no epitélio e o atravessam, direcionados à boca e faringe. Placas de Peyer ou Conglomerados Linfonodulares Ileais são agregados de nódulos linfáticos que constituem um componente principal do tecido linfático associado ao intestino (GALT) e são particularmente grandes no Íleo, onde se encontram principalmente na parte do intestino oposta ao mesentério (borde anti- mesentérico intestinal) TECIDO LINFÓIDE ASSOCIADO AO TECIDO CUTÂNEO São as regiões da epiderme onde ocorre a captação de antígenos por pelas células dendríticas para posterior apresentação aos linfócitos. Os nodos linfáticos, no caso de infecção, contribuem para impedir que o processo infeccioso se dissemine ou provoque perturbações em outros pontos do organismo, retendo os restos de microrganismos e dendritos de células mortas nos nodos. Esses restos celulares são destruídos por células especializadas por meio da fagocitose. Bursa de Fabricius A Bursa de Fabricius é um órgão linfoide primário exclusivo das aves que realiza hematopoiese, além da maturação e diferenciação de células produtoras de anticorpos,os linfócitos B. Quando o processo de maturação é finalizado, esses linfócitos se deslocam para os órgãos linfoides secundários. https://pt.wikipedia.org/wiki/Hematopoiese https://pt.wikipedia.org/wiki/Linf%C3%B3cito_B Avaliando o aprendizado -1 O sistema linfático, além de contribuir para o retorno do líquido extravasado dos capilares sanguíneos, tem participação especial na imunidade, sendo importante conhecer os linfocentros palpáveis dos animais domésticos devido à sua aplicação na prática clínica. Assim, são considerados linfonodos palpáveis em cães a. submandibular, axilar, inguinal e poplíteo. b. submandibular, mesentérico, inguinal e poplíteo. c. mediastínico, retrofaríngeo, inguinal e poplíteo. d. submandibular, celíaco, inguinal e poplíteo. e. axilar, lombar, inguinal e poplíteo Avaliando o aprendizado -2 O sistema linfático, além de contribuir para o retorno do líquido extravasado dos capilares sanguíneos, tem participação especial na imunidade dos animais. Sobre o retorno linfático, pode-se afirmar que a. o tronco traqueal desagua na veia cava cranial e no ducto torácico. b. o ducto torácico recebe linfa do tronco traqueal e da cisterna do quilo. c. a cisterna do quilo recebe linfa da região cranial do corpo. d. o tronco traqueal recebe linfa da região caudal do corpo. e. o linfocentro axilar direito drena a linfa diretamente para o ducto torácico Aprenda + Leia o texto e assista aos vídeos: Sistema Imunitário e Imunidade no Porco - Características Anatómicas, publicado pelo Grupo Immunology Research Unitna Comunidade Profissional Suinícola e disponibilizado pelo Portal do Guia 333, em 2017. Disponível em: https://www.3tres3.com.pt/artigos/o-sistema-imunitario-e-a- imunidade-nos-porcos-anatomia_10556/ O Que é Linfonodo Reacional, disponibilizado pelo canal Dr Tireóide - Dr Jônatas Catunda, em 2018. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bS-R7WUWhTM/ https://www.3tres3.com.pt/artigos/o-sistema-imunitario-e-a-imunidade-nos-porcos-anatomia_10556/ https://www.youtube.com/watch?v=bS-R7WUWhTM/ Atividade Autônoma Aura - 1 O sistema linfático, além de contribuir para o retorno do líquido extravasado dos capilares sanguíneos, tem participação especial na imunidade, sendo importante conhecer os linfonodos palpáveis dos animais domésticos. Assinale a alternativa que NÃO apresenta corretamente a região drenada pelo linfonodo correspondente: a) Submandibular: região de cabeça e pescoço. b) Axilar: região de membros anteriores. c) Inguinal: região de pelve e membros posteriores. d) Poplíteo: região de membros anteriores. e) Mediastínico: região de tórax. Atividade Autônoma Aura - 2 Quando um animal fica doente, é comum que os linfonodos aumentem de tamanho, formando as popularmente conhecidas ínguas. Esse inchaço ocorre em virtude de: a) um aumento de linfa no interior dos linfonodos. b) um aumento da quantidade de hemácias no interior do linfonodo. c) uma multiplicação de linfócitos no interior do linfonodo. d) um aumento do número de microorganismos mortos no interior do linfonodo. e) uma multiplicação de microorganismos no interior do linfonodo.
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