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1 GESTÃO FINANCEIRA, CUSTOS E PRECIFICAÇÃO 1 Sumário GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS ..................................... 3 Introdução ........................................................................................................ 3 Mercado Competitivo ....................................................................................... 5 Maneiras de como se destacar no mercado competitivo ................................. 8 Gestão de Custos .......................................................................................... 10 Formação de Preços ..................................................................................... 13 O que é gestão de custos e formação de preços? ..................................... 15 O que são os custos fixos? ........................................................................ 15 Alguns exemplos de custos fixos de uma empresa: ............................... 16 O que são os custos variáveis? ................................................................. 16 Alguns exemplos de custos variáveis de uma empresa: ........................ 16 Formação de Preço Baseado no Custo ......................................................... 17 Formação de Preço com Base na Concorrência ........................................... 18 Como Precificar Baseado no Mercado ....................................................... 18 Problemas ao Formar seu Preço com Base na Concorrência ....................... 20 Formação de Preço Baseado no Consumidor ............................................... 21 Benefícios da gestão de custos e formação de preços ................................. 22 4 ferramentas de gestão de custos e formação de preços ........................ 23 Planejamento Orçamentário ................................................................... 24 O que exatamente é um planejamento orçamentário? ........................... 25 Qual a importância desse planejamento? .............................................. 25 Fluxo de Caixa ........................................................................................... 27 O que poderá lhe garantir o sucesso na gestão de fluxo de caixa? ....... 27 Markup ....................................................................................................... 29 Margem de Contribuição ............................................................................ 30 Referência ..................................................................................................... 33 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DE PREÇOS Introdução O ambiente competitivo no mundo dos negócios, faz com que as empresas demandem cada vez mais informações que possibilitem aos gestores tomarem decisões no sentido de alavancar suas vendas, otimizar seus custos e consequentemente, aumentar seus lucros, dando-lhes vantagens competitivas em relação a seus concorrentes. Moreira, Oliveira, Furlan, Brito e Gaio (2015) comentam que as empresas, de um modo geral, necessitam de ferramentas que as auxiliem a se manterem de maneira vantajosa em relação aos seus concorrentes, ou seja, as empresas devem ficar atentas e procurar adotar medidas estratégicas para otimizar os seus custos e aumentar a sua rentabilidade em relação as outras empresas, que fazem parte desse mercado competitivo, pois, cada vez mais a competividade exige das empresas e dos seus gestores a busca de novas soluções. Neste contexto, a busca e a adoção de alternativas para se ter maior conhecimento e controle de custos, bem como a melhor formação do preço de 4 produtos oferecidos no mercado, são alguns dos fatores que ajudam e possibilitam empresas a aumentarem sua competividade (Lizote, Verdinelli, Nascimento, Vieira & Filipin, 2015). Assim, em virtude da importância e representatividade que estas ferramentas têm para a administração, torna-se cada vez mais importante que seus administradores valorizem ainda mais às questões relacionadas aos custos e formação de preços dos produtos e serviços ofertados. Sendo assim, uma ferramenta que possibilitará a geração de informações para o auxílio dos gestores é a contabilidade de custos, que entra nesse cenário visando proporcionar uma melhor tomada de decisão com relação a formação dos preços de forma mais adequada, pois o preço é um dos fatores que requer atenção especial, uma vez que influencia diretamente no sucesso do empreendimento (Martins, 2010). Além disso, Pereira (2002), comenta que neste contexto de elevada competição, os clientes passaram a ser mais exigentes em relação à qualidade dos produtos e/ou serviços. O autor afirma ainda que a formação de preço mais adequada é vista como uma importante estratégia para o desempenho das empresas. Em suma, partindo destas considerações, fica evidente o quanto é preciso ter preços bem formulados e atraentes para conquistar novos consumidores e evitar resultados negativos nas vendas dos produtos e serviços, evitando assim, a descontinuidade precoce da empresa no mercado consumidor. Além disso, a pesquisa propõe também comparar se essas estratégias estão de acordo com dizeres teóricos da contabilidade de custos, assim como das estratégias de marketing, além de descrever as estratégias utilizadas pelas empresas na formação do preço de venda. 5 Mercado Competitivo O mercado cada vez mais competitivo e as constantes mudanças no que diz respeito a lucratividade, tem estimulado empresas a se tornarem cada vez mais competitivas, a fim de sobreviverem e se adaptarem com empresas do mesmo segmento a este novo cenário, fato este que tem gerado nas empresas uma necessidade de utilização de estratégias inovadoras na busca por ações que possibilitem uma maior competividade (Moreira et al. 2015; Wernke, 2012). Para Braga e Merlo (2007), isso tem estimulado as empresas a buscarem soluções inovadoras que ajudem a melhorar o desenvolvimento de suas atividades. Características como a busca pela eficiência, maior entendimento da relação com o consumidor e melhor gerenciamento dos custos e preços dos produtos, são recursos de grande relevância para empresas que estão submetidas a uma crescente concorrência. Essa busca por soluções vem provocando mudanças no mercado, mudanças que segundo Sousa e Beuren (2005), obrigam os gestores a terem uma visão mais ampla, no que diz respeito a seus custos e preços, procurando adaptar-se à sua estrutura e ao mercado. Esse entendimento é necessário na conquista de melhores desempenhos tanto na produção, quanto na agregação de valor. 6 Pensando nisso, é necessário fazer uso de ferramentas que possibilitem obter informações para a tomada de decisão,logo fazer uso da contabilidade de custos é um diferencial a mais para o auxílio dos gestores na hora de tomar decisão com relação a formação de preço, uma vez que a contabilidade de custos é uma ferramenta que proporciona informações de grande relevância (Perez, Oliveira & Costa, 2006). De acordo Silva e Mendonça (2011), as informações de custos representam uma importante ferramenta para os gestores enfrentarem os problemas relacionados a mensuração, avaliação e controle dos seus gastos, e também no que diz respeito ao seu planejamento na busca de resultados mais realistas. Segundo Callado, Callado e Silva (2011) a contabilidade de custos é uma ferramenta gerencial essencial para a tomada de decisões, coletando e fornecendo informações úteis, com o objetivo de se tornar um elemento diferencial entre alternativas, esse processo de fornecimento de informações permite ao gestor possuir um entendimento mais amplo sobre os objetivos do negócio. Além do exposto, Contador (2010), aponta que possuir um maior entendimento sobre o objetivo do negócio, é entender que a empresa precisa estar suprida de conhecimento previamente acumulado para que ela possa agir com antecedência, identificando as oportunidades e os riscos para que possa adotar medidas antes de seus concorrentes. Pois, identificar tais oportunidades e riscos permite desenvolver mais rapidamente novas estratégias para o benefício da empresa, já que de acordo com Bronzeri e Bulgacov (2014) as estratégias não são estáticas e devem acompanhar as constantes mudanças, visando melhorar a vantagem competitiva da organização. Assim, visando o desenvolvimento de tais estratégias é preciso que a empresa faça a implantação e a utilização de um sistema de custos que possibilite conseguir informações acerca dos valores gastos no processo de desenvolvimento do produto, possibilitando que sejam realizadas as devidas decisões gerenciais, buscando sempre a maior eficiência dos processos, operacionalizando com o mínimo de custos possíveis em suas atividades (Silva et al. 2008). Neste sentido, para a implantação de um sistema de custos, Perez, Oliveira e Costa (2006), afirmam que é preciso que a empresa siga um roteiro, que se constitui 7 dos seguintes passos: conhecimento da empresa de modo geral, conhecimento dos seus produtos e do sistema de produção, definição dos centros de custos, conhecimento dos componentes do custo de produção, identificação dos custos diretos e indiretos, identificação dos custos mais importantes, definição dos critérios de rateio e direcionadores de custos, definição dos apontamentos da produção, definição do controle dos estoques e método de avaliação, definição dos formulários do sistema, definição da contabilização dos sistemas e definição dos relatórios de controle gerencial. Além disso, Leone (2000), comenta que esses relatórios devem conter basicamente o título, o período compreendido das operações, o conteúdo, a periodicidade e a sua destinação. O mesmo destaca que esses elementos quando apresentados de forma correta tornam os relatórios mais confiáveis. Ressalta-se ainda que Perez, Oliveira e Costa (2006), afirmam que um bom relatório de custos deverá ser simples e conciso, de preparação rápida, ser entrosado com outros relatórios, fornecer dados comparativos e salientar fatos relevantes. No entanto com relação a sua produção Leone (2000), ressalva que é muito comum na prática se verificar a produção de relatórios inúteis, ocasionados pela falta de atenção durante seu processo de elaboração bem como do seu processo de implantação. As características dos mercados competitivos são as seguintes: Existem muitos vendedores e compradores no mercado. Todo detém apenas uma pequena parcela do mercado. Os bens ofertados possuem baixo grau de diferenciação. Não há barreiras de entrada no mercado. 8 Maneiras de como se destacar no mercado competitivo Um mercado competitivo e cheio indica que existe demanda de clientes, e quem sabe, lucratividade. Se você focar em encontrar como se diferenciar da concorrência, vai conseguir espaço e clientes mesmo que a sua concorrência seja grande e, em alguns casos, até em um mercado saturado. Se você está pensando em começar um negócio, não desanime se outras empresas já estiverem oferecendo um serviço semelhante ao seu para seus clientes. Você ainda pode pesquisar em como pode se destacar em seu mercado, mas não deixe que a competitividade do seu mercado fique em seu caminho. Certamente você pode vencer a competitividade se seguir as nossas dicas de como se destacar em mercados competitivos. Identifique um vazio em seu mercado e preencha. Muitos empreendedores de primeira viagem cometem o erro de pensar que sempre precisam trilhar um caminho novo para serem bem-sucedidos. Mas existem outras maneiras de como se manter no mercado competitivo. Obviamente, todo mercado precisa de pioneiros, mas uma empresa não tem necessariamente que ser uma revolucionária para que consiga fazer sucesso. Ao invés de lutar para conseguir uma nova ideia, dê uma olhada em seu mercado e encontre um vazio a ser preenchido. 9 Crie uma cultura centrada no cliente. Quando o treinador Chris Stevenson quis abrir um centro fitness no sul da Califórnia, muitos questionaram a sua decisão. Ali estava ele, no coração da recessão, empreendendo em uma área que já estava com o mercado saturado com várias academias de luxo e 2 grandes academias competindo pelos mesmos clientes dos mesmos bairros. Falar com seu cliente de maneira 1-a-1 é a melhor maneira de realmente para se destacar em um mercado altamente competitivo, e começar a entender as necessidades do cliente – e principalmente, como sua empresa está trabalhando nessas necessidades. Não brigue pelo preço. Estar ansioso para atrair clientes faz com que muitas empresas sintam que a única maneira de darem certo em seus negócios é através de um preço atraente. Muitos empreendedores caem nessa armadilha e acabam baixando os preços para níveis insustentáveis. Essa é a maneira errada de como se destacar no mercado competitivo. Com essa estratégia, o negócio cresce, os clientes ficam felizes, novos clientes começam a fazer negócios com a sua empresa, mas você continua perdendo dinheiro a cada nova venda. Isso acontece com muitas pequenas empresas em mercados altamente competitivos que estão desesperadas em descobrir um modo de como ganhar da concorrência. Elas correm o mais rápido que podem, mas ainda não estão gerando o dinheiro necessário para manter o negócio funcionando. Por isso, tudo que você deve fazer é parar de competir por preço e começar a competir em serviço. Em um mercado competitivo, alguém sempre vai ser capaz de vender por um preço mais baixo do que o seu. Por isso, você precisa encontrar uma nova maneira de se destacar. 10 Muitas vezes, tudo que você precisa fazer é oferecer um serviço personalizado, essa é uma excelente maneira de como se diferenciar dos concorrentes. E nesse processo, você volta a aumentar o seu preço para apoiar seus níveis de serviço mais altos. A chave para parar de competir pelo preço é definir quem é a sua empresa e o que você faz de diferente para, em seguida, se concentrar em como ser o melhor possível em sua área de atuação. Gestão de Custos A gestão de custos é uma importante ferramenta quando se pensa na tomada de decisões, uma vez que ela possibilita uma melhor visualização dos gastos, ao identificar as atividades envolvidas no processo de produção de um produto ou a prestação de um serviço, exercendo uma ação efetiva no controle dos custos. Para exercer essa ação algumas outras ferramentas são necessárias para esse propósito 11 entre elas, podem ser citados os métodos de custeio, os quais permitem a correta alocação dos custos incorridospela empresa (Lizote et al. 2015). Ressalta-se que antes de utilizar os métodos de custeio apresentados pela literatura é importante conhecer o conceito de custos e suas classificações, o que será também ajudará a entender o processo produtivo das empresas Mariana Pescados e M & R Pescados, focos deste estudo. Custos, segundo Nascimento (2001) é o somatório dos bens e serviços consumidos ou utilizados na produção de novos bens ou serviços, traduzidos em unidades monetárias. Cardoso (2011), discorre que esses custos podem ser divididos em diretos e indiretos quando relativos ao produto. No que diz respeito aos custos diretos, estes podem ser identificados e quantificados ao produto ou serviço prestado, os mesmos, por possuírem essas características não carecem da utilização de critérios de rateios para que possam ser alocados aos produtos ou serviços, esses custos compõem-se de mão de obra e materiais (Perez, Oliveira & Costa, 2006). Assim, com relação à mão de obra Martins (2010), afirma ser aquela relacionada aos profissionais que trabalham diretamente no processo de elaboração do produto, desde que se consiga fazer a mensuração do tempo consumido e a identificação de quem executou este trabalho, sem utilizar para isso qualquer tipo de rateio ou apropriação indireta. Já com relação aos materiais diretos Bruni e Famá (2012), afirmam que estes seriam compostos pelas matérias primas, embalagens e demais materiais usados para o processo de fabricação do produto, podendo ser os mesmos alocados diretamente. Quanto aos custos indiretos, observa-se que são os custos que não podem ser identificados perfeitamente nos produtos elaborados ou serviços prestados, os mesmos não podem ser apropriados de forma direta, eles necessitam da utilização de algum critério de rateio para que possam ser alocados aos produtos ou serviços (Perez, Oliveira & Costa, 2006). Cardoso (2011) afirma que quando os custos estiverem relacionados ao volume de atividades da empresa num certo período de tempo, estes podem ser classificados em fixos e variáveis. 12 Ressaltasse que os custos fixos são referentes aos custos que não variam, qualquer que seja o volume de produção apresentado pela empresa, tais custos existem mesmo não ocorrendo produção (Bruni & Famá, 2012). Já os custos variáveis são os que têm o valor total alterado diretamente em função das atividades da empresa (Bruni & Famá, 2012). Dessa forma os valores dos custos variáveis crescem na proporção em que o volume de atividade da empresa aumenta (Perez, Oliveira & Costa, 2006). A aplicação desses conceitos será útil à medida que uma empresa define qual método de custeio utilizar em seu processo de tomada de decisão. No presente estudo são explorados três métodos de custeis: custeio por absorção, custeio variável ou direto e custeio baseado em atividades (Machado & Silva,2013; Abbas, Gonçalves & Leoncine,2012; Martins, 2010; D. P.G, Braga, A. X. V, Braga & Souza, 2010, Perez, Oliveira & Costa, 2006). Martins (2010) discorre que o método de custeio por absorção é aquele em que são apropriados todos os custos de produção aos bens produzidos, quer sejam eles fixos ou variáveis, diretos e indiretos. Segundo Machado e Silva (2013), o método tem como sua principal finalidade de utilização a mensuração dos estoques utilizados como parâmetro para a formação de preços. No método de custeio variável são apropriados aos produtos somente os custos variáveis e/ou diretos, já os custos fixos são integrados ao resultado do período (D. P.G, Braga, A. X. V, Braga & Souza, 2010). Os referidos autores afirmam que o uso de tal método surgiu da necessidade da busca por soluções aos problemas ocasionados pela grande dificuldade de se apropriar os custos fixos indiretos aos produtos. De acordo com Abbas, Gonçalves e Leoncine (2012), com a utilização deste método é possível obter a margem de contribuição, a qual, Perez, Oliveira e Costa (2006), relatam que é a diferença resultante do confronto entre o preço de venda com a soma dos custos e despesas variáveis de cada produto, entendendo-se assim como margem de contribuição a parte que ultrapassa a soma destes custos e despesas variáveis e que possibilitará a absorção dos custos fixos, e ainda gerar o lucro. O método de custeio baseado em atividades se constitui em uma técnica de controle e alocação de custos que procura identificar os processos e as atividades existentes nos setores produtivos, auxiliares ou administrativos de uma organização, 13 seja qual for sua finalidade, o mesmo procura ainda identificar, analisar e controlar os custos envolvidos nesses processos e atividades, bem como atribuir os custos aos produtos tendo como referência a utilização dos direcionadores de custos (Perez, Oliveira & Costa, 2006). Esta metodologia procura reduzir as distorções provocadas pelo rateio realizado de maneira arbitrada dos custos indiretos (Martins, 2010). Formação de Preços De acordo com Wernke (2012), o ambiente de mercado encontra-se caracterizado por uma acirrada concorrência que faz com que ocorra uma redução nas margens de lucro obtidas. Em função disso, a precificação passa a ser uma das estratégias a ser adotada para a sobrevivência das empresas, independente do seu porte ou ramo de atuação, pois cada vez mais os consumidores usam o fator preço como requisito para suas compras. Assim, a adequada formação de preços é um dos fatores de grande importância, com relação ao planejamento da empresa para obter sucesso na busca de novos mercados, uma vez que os consumidores buscam produtos e serviços com qualidade e, preços mais acessíveis. No entanto, a formação de preços mais acessíveis tem que levar em consideração todos os custos e despesas, além é claro de uma margem de lucro sobre o investimento realizado (Callado et al. 2007). Para Martins (2010), administrar o preço de venda requer alguns cuidados como, por exemplo: o conhecimento sobre o custo do produto, informação que é necessária, mas que de forma isolada não é suficiente, pois além dessa informação é necessário saber também o preço dos 14 produtos dos concorrentes, dos produtos substitutos, além é claro do tipo de mercado, do qual a empresa faz parte. Jung e Dall’agnol (2016), afirmam que precificar compreende entender os preços que se pretende cobrar e os custos que se tem para isso, buscando primar pelo equilíbrio dos elementos que compõe o preço, dando uma maior atenção aos custos, visto que os mesmos possuem uma grande importância no que diz respeito a competitividade e rentabilidade da empresa. Em consonância com as ideias do autor, destaca-se que a gestão do preço e a gestão de custos não podem ser tratadas de maneira isolada, dado a estreita relação que existe entre elas (Machado & Souza, 2006). De acordo com esses autores, os preços de venda também devem considerar os fatores externos ao ambiente da empresa, já que para se formar preços com base no custo, torna-se necessário ter um parâmetro inicial ou padrão de referência para análise comparativa com o preço praticado pelo mercado, a fim de evitar que o preço calculado sobre os custos possa ser invalidado por tal mercado. Nesse sentido, Bruni e Famá (2012), comentam que os principais objetivos da formação de preço são: proporcionar um maior lucro possível a longo prazo, visto que toda empresa deve buscar sua continuidade ao longo do tempo; maximizar de forma lucrativa a participação de mercado; maximizar a capacidade produtiva procurando controlar a ociosidade e o desperdício; e maximizar o capital investido para perpetuar os negócios de modo autossustentado. Partindo desse pensamento, pode-se dizer que as empresas precisam ficar atentas e ter em mente que a formação de preços e o estabelecimento de um grau de rentabilidade desejado, precisam ser trabalhados com o maiorcuidado possível. Callado et al. (2007), por sua vez, relata que os custos e os preços dos concorrentes influenciam diretamente nos resultados esperados pela empresa, uma vez que os custos afetam a questão da demanda e oferta do produto, pois quanto menor for o custo do produto em relação ao preço pretendido pela empresa, maiores serão as possibilidades de venda, pois uma empresa que possui produtos com baixos custos tem maiores chances de apresentar um produto com preços mais atraentes. Já os concorrentes, quando podem dispor de produtos similares e com preços mais baixos, o que pode ocasionar uma diminuição da demanda, podendo levar a empresa 15 a ter que reduzir seus preços. Um outro fator apontado são os clientes, pois estes exercem uma certa influência sobre a formação dos preços, uma vez que passam a fazer uma análise sobre os valores dos produtos e o retorno que eles terão ao adquiri- los. Sendo assim, Nonaka, Souza e Pavione (2015), comentam que é importante que a entidade saiba definir entre os métodos de precificação qual é o mais indicado a sua estrutura, já que a adequada formação de preço é uma questão fundamental para a sobrevivência e desenvolvimento da mesma. Pois para o processo de formação de preços, diversos métodos podem ser utilizados pelas empresas, entre os quais estão o baseado nos custos, na concorrência e no mercado consumidor (Bruni & Famá, 2012; Canaver et al. 2012). O que é gestão de custos e formação de preços? Antes de definirmos o que é gestão de custos e formação de preços, é interessante entendermos que os custos de uma empresa se dividem, basicamente, entre fixos e variáveis. O que são os custos fixos? Os custos fixos são aqueles que independem do faturamento da empresa e da escala de produção. 16 Alguns exemplos de custos fixos de uma empresa: Contas de água, internet, telefone. Aluguel do espaço. Salários de funcionários da área administrativa. Alguns impostos específicos. Isto é: são aqueles custos que não sobem caso a produção ou a entrega de serviços da empresa aumentem. O que são os custos variáveis? Já os custos variáveis se referem aos gastos que estão diretamente ligados à produção e à comercialização produtos ou serviços e se alteram em função do volume de faturamento da empresa. Alguns exemplos de custos variáveis de uma empresa: Comissões dos vendedores. Matéria-prima. Campanhas de marketing. Manutenção de equipamentos e do espaço. Alguns impostos específicos. A gestão de custos, então, se refere à identificação e ao controle desses gastos, sejam eles fixos ou variáveis A intenção da gestão de custos é evitar que a empresa gaste mais que o necessário, mantendo, assim, a saúde financeira do negócio. 17 Formação de Preço Baseado no Custo O preço de um produto ou serviço possui alguns métodos para ser formulado, segundo Nonaka, Souza e Pavione (2015), um dos métodos mais utilizados no processo de formação de preços é o baseado em custos, em virtude de sua praticidade e simplicidade, uma vez que por essa forma, calcula-se quanto pretende- se ganhar com base no custo de aquisição do produto. Dessa forma, para se calcular o preço por esse método, o custo do bem ou serviço é a referência a ser usada como base, sobre o qual é acrescentado uma margem chamada mark-up, que tem que ser estimada visando cobrir os gastos não incluídos no custo, os tributos e as comissões sobre o preço e o lucro pretendido pelos administradores (Martins, 2010). Com relação ao mark-up este consiste na aplicação de um índice percentual aplicado sobre os gastos de certo produto, no seu processo de cálculo podem ser acrescentados todos os itens que a gestão deseja cobrar no preço de venda do produto (Wernke, 2012; Santos, Leal & Miranda, 2014). Ainda com relação ao método de formação de preços baseados em custos Bruni e Famá (2012), afirmam que este método procura agregar valor aos custos, para isso calcula-se os custos dos produtos, sendo que, depois de apurado os custos, adiciona-se uma margem de lucro desejada, compondo assim, o preço de venda. Nesse sentido, para fortalecer esse método os autores apresentam diversas razões que poderiam ser usadas como justificativa para a utilização do método de definição de preço, com base nos custos, entre tais justificativas estão a simplicidade, segurança e justiça. 18 No entanto Martins (2010), ressalta ainda que esse método seja muito utilizado, o mesmo apresenta algumas falhas, como por exemplo não observar mesmo que de forma inicial as condições de mercado, assim como fixar de maneira arbitrária o percentual para a compensação das despesas fixas. Formação de Preço com Base na Concorrência No método de preço baseado na concorrência, as empresas procuraram obter informações dos preços que são praticados no mercado pelos seus concorrentes, a fim de considerar essas informações para formular os seus preços. (Cogan, 1999). Para Macedo e Rosadas (2006), levar em conta os preços que são praticados pelos concorrentes é uma das características mais importantes da estratégia de formação de preços a ser considerada. Porém essa estratégia tem algumas limitações, já que não considera as informações sobre os custos, deixando dessa forma em aberto as interrogações sobre a possibilidade de geração de lucro num dado preço, já que se os seus custos forem mais altos que os das empresas concorrentes, talvez ela não consiga fixar um preço abaixo ou igual ao da concorrência e consiga sobreviver. Como Precificar Baseado no Mercado Esse é o tipo de precificação quase que exclusivamente baseado nas informações de inteligência competitiva, mas para tudo fazer sentido, vamos antes lembrar a estrutura geral de uma precificação bem feita: 19 Levantamento de Custos. Análise de Ponto de Equilíbrio. Definição do Modelo de Negócio. Análise da Concorrência. Posicionamento e Estratégia. Ao precificar de acordo com o mercado, você praticamente vai ignorar completamente os 3 primeiros pontos, pois eles são muito simples ou irrelevantes e focar profundamente no ponto 4, levando em consideração o ponto 5. Em outras palavras: Seu custo é padronizado, pois normalmente você está revendendo. Lembrando que isso é muito comum em comércio varejista, embora também possa ser visto em serviços on-line, como venda de passagem área. Seu ponto de equilíbrio flutua muito, pois seu preço também varia com as mudanças do mercado. Tipicamente, esse modelo só funciona com o varejo mais tradicional, não é comum em novos modelos de negócios. Acompanhar a concorrência é o fator crítico de sucesso. Ajustes podem ser feitos de acordo com posicionamento, mas o que vai ditar realmente é o mercado. Normalmente, empresas que trabalham com esse tipo de precificação com base no mercado, trabalham com muitos SKU’s e também com uma complexidade de operação considerável 20 Problemas ao Formar seu Preço com Base na Concorrência Normalmente, empresas que trabalham com esse tipo de precificação com base no mercado, trabalham com muitos SKU’s e também com uma complexidade de operação considerável. Por isso, é importante ficar atento para não cair em alguns erros: Não travar o valor mínimo: Quando o preço é feito automaticamente ou dinâmica, mesmo que manual, você deve definir o preço mínimo aceitável para não ter prejuízo. Isso evita que erros ou manipulações da concorrência lhe afetem. Não ajustar de acordo com seu posicionamento: Apesar do mais importante ser o preço de mercado, não se deve descartar seu posicionamento. Ou seja, se você é visto como uma empresa premium, você deve sempre buscar vender 20% acima da concorrência, não pode simplesmente copiar. Deixar de buscar diferencial: Pode ser tentadorficar tirando pedidos sem buscar diferenciação. Mas, como falamos no post de precificação por valor, é essencial continuar inovando para conseguir margens maiores. Apenas seguir ao invés de ser seguido. Outro fator que deve ser evitado é pautar todas as suas decisões em torno da concorrência. Se fizer isso, você vai acabar sendo levado para caminhos que não funcionam para você e ignorando completamente sua estratégia de crescimento particular. Manter processos ineficientes. O fator crítico de sucesso dessa precificação é se informar rapidamente e de maneira confiável sobre o mercado. Por isso, se o seu processo está ruim, ele deve ser mudado imediatamente, pois seu resultado será afetado sempre que você ficar atrás da concorrência. A formação de preço com base em mercado tem como objetivo manter produtos que são idênticos em um mesmo patamar de preço e, de maneira dinâmica, 21 aumentar a competitividade do negócio. No entanto, ela traz desafios operacionais significativos e deve ser utilizada com seriedade. Caso você queira aprofundar suas análises de preço, não deixe de testar nossas planilhas para precificação. Formação de Preço Baseado no Consumidor Segundo Bruni e Famá (2012), por esse método procura-se estabelecer os preços dos produtos baseando-se no valor percebido pelo consumidor e não nos custos do vendedor. Por esse método o consumidor é quem influencia no processo de formação do preço, visto que o mesmo, é quem decide o preço que está disposto a pagar pelos produtos que são ofertados pelas empresas (Silva & Mendonça, 2011; Perez, Oliveira & Costa, 2006). Para A.L.C. Callado, M. R. Machado, A. A. C. Callado, M. A. V. Machado e Almeida (2007), esse método requer um certo conhecimento mais aprofundado do mercado consumidor pela empresa já que ele vai possibilitar tomar a decisão se o preço do produto vai ser mais alto, atraindo um grupo de pessoas com renda mais elevada, ou a um preço mais baixo, procurando atender classes mais pobres financeiramente. De acordo com Jung e Dall’Agnol (2016), saber como o consumidor se comporta em relação ao preço e o valor percebido possibilita obter informações para uma melhor formulação do preço final, permitindo modificações quando necessárias, com a intenção de fazer com que o produto ou serviço tenha seu preço mais aceito pelo consumidor. Após esta breve apresentação sobre assuntos relacionados ao tema, serão apresentados alguns estudos anteriores para uma melhor compreensão a respeito do assunto abordado, entre tais estudos podem ser citados D. P. G. Braga, A. X. V, Braga e Souza (2010); Malaquias, Castro e Teixeira (2011); Canaver, Lunkes, Schnorrenberger e Gasparetto (2012); Machado e Silva (2013); Santos, Leal e Miranda (2014). 22 Benefícios da gestão de custos e formação de preços As empresas que sabem como fazer uma boa gestão de custos conseguem experimentar uma série de vantagens. Dentre os principais benefícios da gestão de custos, podemos citar o maior controle sobre as saídas e a identificação de gargalos. Além disso, a empresa passa a investir com mais assertividade, pois os gestores terão acesso a informações importantes sobre o desempenho financeiro do negócio. Ao entender quais são os principais desembolsos da empresa e os impactos que cada um deles representa, é possível realizar cortes de gastos e alocação de recursos com maior eficiência. A correta gestão de custos pode trazer benefícios para empresas de qualquer tipo ou porte, como a melhoria na qualidade dos processos e na produtividade das equipes. A precificação também é impactada de maneira positiva com uma eficiente gestão de custos. Isso porque, conforme já mencionamos, o preço cobrado é resultado de todos os investimentos que a empresa fez para colocar suas soluções à venda, considerando também o percentual de lucro que ela quer ter. 23 Sem uma gestão de custos bem estabelecida, pode acontecer de a empresa cobrar preços muito altos ou muito baixos que, de um jeito ou de outro, influenciam a decisão de compra de seus clientes e exercem impacto no faturamento. Com a precificação ideal dos produtos e serviços, ampliam-se a competitividade. Portanto, os principais benefícios da gestão de custos são: Maior controle sobre as saídas e a identificação de gargalos. Acesso a informações sobre o desempenho financeiro do negócio. Realizar cortes de gastos e alocação de recursos com maior eficiência. Melhoria na qualidade dos processos e na produtividade das equipes. Ampliação da competitividade e dos lucros. 4 ferramentas de gestão de custos e formação de preços Existem algumas ferramentas que podem te ajudar a como fazer uma boa gestão de custos e formação de preços na sua empresa. Conheça um pouco sobre cada uma delas e como usar em seu negócio. 24 Planejamento Orçamentário O Planejamento Orçamentário é uma ferramenta muito útil para o gerenciamento de custos e para a correta precificação de produtos e serviços. Trata-se de um documento que mostra quanto de dinheiro deverá ser destinado para cada tipo de custo. Além disso, ele mapeia as principais obrigações financeiras da empresa e dá direcionamento para as decisões dos gestores. O PO é uma forma de você antecipar as despesas que você vai ter, por exemplo, com produção, pessoal, operacional e investimentos. Uma boa maneira de fazer isso é analisando esses processos para se certificar de seus verdadeiros custos. O planejamento orçamentário consiste nas variadas estratégias de controle do orçamento, que se diferenciam pelos seus objetivos, sua aplicabilidade e aspectos como limitação, flexibilidade, período de projeção, etc. Os tipos de planejamento orçamentário são: Estático. Flexível. Incremental. Matricial. Contínuo. Beyond budgeting. 25 Ajustado. Base zero. O que exatamente é um planejamento orçamentário? Primeiramente, é preciso entender o contexto em que esse elemento está inserido em uma gestão orçamentária. Esse último termo, por sua vez, é o estudo sobre o planejamento e o monitoramento sistemático dos resultados financeiros de uma empresa. Sua composição se dá por 4 fases distintas: O planejamento orçamentário. As simulações de cenários. O acompanhamento orçamentário. As revisões orçamentárias. O planejamento orçamentário se resume à projeção das receitas, despesas, dos custos e investimentos estimados pela sua empresa nos próximos meses ou anos. Basicamente, os gestores tentam visualizar situações futuras da empresa, preparando-a para o que está por vir. É importante saber que a atividade não consiste em adivinhações: todas as conclusões são precisas e têm como base dados coletados em diferentes fontes, como do histórico do orçamento da empresa. Qual a importância desse planejamento? O planejamento orçamentário é fundamental para manter qualquer negócio saudável. É a parte do planejamento estratégico que mostra a visão da empresa em números. Para entender a importância desse plano, você deve saber que não adianta investir em marketing, ter a melhor equipe de colaboradores, apostar no desenvolvimento da marca e na fidelização dos clientes se ao final do período não houver lucro. 26 E para ter esse controle, a empresa deve elaborar anualmente o planejamento orçamentário. Esse instrumento funciona como um termômetro, pois mostra se a empresa está gerando lucros para seus sócios. E também pode ser entendido como uma bússola, pois norteia as decisões sobre investimentos e alavancagem de capital na organização. Dessa forma, o plano orçamentário busca antecipar o futuro, e para isso, utiliza informações fidedignas da empresa para que as previsões sejam assertivas. O que faz esse planejamentoser tão relevante é a capacidade que ele tem de oferecer dados e informações de apoio à tomada de decisão. Sem ele, a gestão de uma empresa atua no escuro, sem saber qual caminho deve seguir. Bem, agora que você entendeu o que é e qual a importância do planejamento financeiro, vamos explicar como fazer planejamento orçamentário. 27 Fluxo de Caixa O Fluxo de Caixa é também uma excelente ferramenta para gestão custos e formação de preços. Com ele, é possível monitorar todas as entradas e saídas que ocorrem no caixa da sua empresa. Ao acompanhar essas movimentações, é possível identificar incongruências e avaliar a saúde de financeira da empresa, bem como sua capacidade de honrar suas obrigações. O Fluxo de Caixa permite também fazer projeções de gastos, evitando que o gestor seja pego de surpresa lá na frente. O que poderá lhe garantir o sucesso na gestão de fluxo de caixa? Não existem malefícios na gestão de fluxo de caixa. O acompanhamento contínuo e uso correto dessa ferramenta, permite a realização de uma gestão com análise dos dados, possibilitando o desenvolvimento de gráficos, relatórios e projeções. 28 Mas para isso, é preciso escolher o modelo correto para as necessidades da empresa. Existem diversos tipos de fluxo de caixa, um para cada área do negócio, além de inúmeros softwares e modelos de planilhas que possibilitam um acompanhamento eficiente e resultados eficazes. Agora que você já sanou as suas dúvidas a respeito dos benefícios, precisa conhecer um pouco mais os tipos de fluxo de caixa, para facilitar a utilização do mesmo em sua empresa. São diversas as áreas onde o fluxo de caixa pode ser utilizado, e inúmeros os tipos. Com isso, os empreendedores passaram a utilizá-lo no desenvolvimento e organização de planejamentos, direção, controle e projeção de investimentos. Não apenas com enfoque financeiro, o fluxo de caixa precisa ser utilizado, com efetividade e comprometimento, em todos os setores empresariais. Por isso, listamos as 4 principais áreas de aplicação dessa ferramenta, para que você possa conhecer e aplicar na sua empresa. São elas: Fluxo de Caixa para Área de Produção. O acompanhamento da produção precisa ser realizado com precisão e cautela. O fluxo de caixa para área de produção deve ser utilizado para promover alterações nos prazos de fabricação dos produtos, determinando as novas alterações nas necessidades de caixa. Fluxo de Caixa para Decisões de Compras. O fluxo de caixa para decisão de compra deve ser utilizado como uma ferramenta eficaz nas tomadas de decisão. Com ele é possível medir a existência de saldos disponíveis de caixa, estabelecendo uma sincronização dos fluxos de caixa, avaliando os prazos concedidos para pagamento das compras, com os de recebimento das vendas. Fluxo de Caixa para Políticas de Cobrança. O fluxo de caixa para política de cobrança permite disponibilizar recursos financeiros mais rapidamente à disposição da empresa, constituindo um importante reforço de caixa, tornando o processo mais ágil e eficaz. Fluxo de Caixa para a Área de Vendas. Avaliação e controle de todas as decisões da área comercial, por meio do fluxo de caixa da área de vendas, é possível realizar as tomadas de decisão por meio da 29 prévia, das implicações do mesmo, nos resultados de caixa (prazo de cobrança, despesas com publicidade e propaganda, etc); Além das áreas de aplicação você precisa conhecer os diversos tipos de fluxo de caixa. Pode não parecer, mas cada um deles é responsável por mensurar alguma área financeira especifica da organização. Markup O Markup é uma ferramenta muito utilizada por gestores na hora de definir os preços de seus produtos e serviços. Trata-se de um índice multiplicador, o qual é aplicado sobre o custo daquilo que se pretende comercializar para, então, precificá- lo. Para encontrar esse índice multiplicador, é preciso fazer um cálculo que envolve a margem de lucro e o custo unitário do produto ou serviço. Essa matemática deve considerar todas as despesas fixas e variáveis e o percentual de lucro desejado. A fórmula é a seguinte: 100 / [100 – (DV + DF + LP)] DF = Despesas Fixas DV = Despesas Variáveis LP = Lucro Presumido Exemplo: Suponhamos que você tenha um e-commerce de calçados esportivos. O custo de aquisição do novo modelo de tênis da marca “X” é de R$ 50,00. As despesas fixas somam 7% desse valor unitário, enquanto as despesas variáveis somam 12%. O lucro que você busca alcançar com a venda de cada par desse novo modelo de tênis é de 30%. Logo: 30 100 / [100 – (DV + DF + LP)] 100 / [100 – (12 + 7 + 30)] = 100 / (100 – 49 )= 100 / 51 = 1,96 O índice Markup de 1,96 deve ser multiplicado pelo Custo de Mercadoria Vendida, que é de R$ 50,00. Então: R$ 50 x 1,96 = R$ 98,00 Isso significa que, considerando todos os custos da sua mercadoria e o lucro que você deseja alcançar com a venda desse produto, o valor dele na prateleira deverá ser de, pelo menos, R$ 98,00. Margem de Contribuição Por fim, um dos métodos de formação de preço mais utilizados e que não poderia ficar de fora é a Margem de Contribuição. Aqui, o cálculo busca descobrir a contribuição que o lucro obtido da venda de cada produto representa na hora de arcar com todos os custos ainda gerar lucro para a empresa. A fórmula é a seguinte: 31 MC = Valor das Vendas – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis) Exemplo: Ainda seguindo o exemplo do e-commerce de calçados esportivos, suponhamos que você queira vender, nos próximos 30 dias, 250 unidades do novo modelo da marca “X” a R$ 100,00 cada par. Os custos variáveis de cada par somam R$ 50,00 e as despesas variáveis somam R$ 30,00. Logo, temos: Valor das Vendas = 250 unidades x R$ 100,00 = R$ 25.000,00 Custos Variáveis = 250 unidades x R$ 50,00 = R$ 12.500,00 Despesas Variáveis = 250 unidades x R$ 30,00 = R$ 7.500,00 Utilizando a fórmula, calculamos: MC = Valor das Vendas – (Custos Variáveis + Despesas Variáveis) MC = 25.000 – (12.500 + 7.500) MC = 25.000 – 20.000 MC = R$ 5.000,00 Ou seja, a venda dos 250 tênis vai gerar uma Margem de Contribuição no valor de R$ 5.000,00. Para chegar a um valor percentual, basta dividir esse resultado pelo Valor das Vendas (25.000) e depois multiplicar por 100. O resultado será 20%. Isso significa que para que o par do novo modelo de tênis dê lucro, o custo fixo não pode ser superior a R$ 20,00. Para chegar a esse número, divida a margem de contribuição total pelo número de tênis vendidos, veja: R$ 5.000 / 250 = R$ 20,00 A diferença entre a Margem de Contribuição da venda de todos os tênis e o custo fixo representará o lucro total da venda dos 250 tênis. Com base no resultado desse demonstrativo de formação de preços, você terá uma ideia de quantas unidades mínimas você precisará vender. 32 Se a Margem de Contribuição não for boa o suficiente, pode acontecer de a sua empresa ter prejuízos mesmo vendendo muitas unidades. A gestão de custos e formação de preços andam sempre lado a lado e são essenciais para a saúde financeira e sustentabilidade de qualquer negócio, seja ele de pequeno, médio ou grande porte. Portanto, mesmo PMEs devem se dedicar a essa prática, que não é exclusiva das grandes corporações. Assim, todas as empresas que se dedicam a esses aspectos tendem a apresentar resultados mais satisfatórios, além de se manterem competitivas no mercado de atuação. 33 Referência Abbas, K., Gonçalves, M. N., & Leoncine, M. (2012). Os métodos de custeio: vantagens, desvantagens e sua aplicabilidade nos diversos tipos de organizações apresentadas pela literatura. Revista ConTexto, 12 (22), 145-159. Araújo, G. R. F., & Silva,J. M. P. 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