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UNIDADE II ESTÁGIO SUPERVISIONADO II - PEDAGOGIA 2 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD ___________________________________________________________________________ Alves Pessoa, Dayse Douglas, Anderson Estágio Supervisionado II - Pedagogia Recife: Grupo Ser Educacional, 2020. ___________________________________________________________________________ Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 3 Sumário o ENSiNo FuNDAmENTAL No CoNTEXTo DA EDuCAÇÃo BáSiCA ................. 6 oBSErVAÇÃo, rEGiSTro, PLANEJAmENTo E orGANiZAÇÃo Do TrABALHo DoCENTE NoS ANoS iNiCiAiS Do ENSiNo FuNDAmENTAL ...... 8 observar, registrar, Planejar e Agir ............................................................................................ 12 4 PArA iNíCio DE CoNVErSA Olá, querido(a) aluno(a)! Tudo bem? Certamente você já localizou a escola, já entregou os documentos necessários e está ansioso(a) para começar o estágio nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental. Antes de começar você deve ter disponibilizado para a escola em que realizará o estágio a Carta de Apresentação e também já deve ter entregue na escola o Termo de Compromisso do Estagiário. Esperamos que as orientações compartilhadas no guia da unidade I, neste guia e nas webconferências, lhe proporcionem uma experiência relevante com aprendizagens significativas. É importante destacar que você fará 30h/a de observação da prática docente, ou seja, seis observações de 5h/a cada. Você também pode adequar essa carga horária à sua disponibilidade desde que cumpra a carga horária total (30h/a) de observação e após esse momento, 30h/a de regência. A partir dessas observações, com foco na prática docente em sala de aula, você produzirá o seu Relatório Parcial da disciplina de Estágio Supervisionado II. Nesse relatório você irá fazer o registro de todos os itens solicitados, conforme as orientações presentes aqui e também seguindo o template disponibilizado no ambiente virtual de aprendizagem da disciplina. Bons estudos! DiCAS Lembre-se também que a cada ida à escola, o(a) professor(a) da turma observada deverá assinar a ficha da frequência individual do Estágio Supervisionado II e no seu relatório parcial essa ficha (com as referidas datas das observações e carga horária de 30h/a) deve ser digitalizada e inserida como anexo ao relatório, após as referências. Espera-se que ao desenvolver as atividades de observação da prática docente, você, caro(a) aluno(a), apresente uma postura proativa no ambiente escolar. Assim, é importante que você: • estabeleça uma relação colaborativa com o(s) professore(s) regente(s) e com os estudantes da turma observada; • atenda às solicitações do (a) professor(a) regente que estejam associadas às atividades escolares; • atenda às solicitações dos(as) educandos(as), em conformidade com as orientações definidas pelo (a) professor(a) regente; 5 • cumpra as datas acordadas e os horários do turno que irá realizar o estágio (conforme informado no termo de compromisso do estágio - TCE), lembrando que devem ser vivenciadas 05 h/a diárias, totalizando 30h/a de observação da prática docente no primeiro momento do estágio e mais 30h/a no segundo momento, destinado a regência, ambos na escola-campo; • tome como ponto inicial para as observações o roteiro que encontra-se disponível neste guia, registrando aspectos relevantes para a prática docente nos anos iniciais do Ensino Fundamental em um caderno, buscando elementos que ajudem na reflexão e produção do relatório parcial. Não limite- se apenas ao roteiro de observações desenvolva o olhar do(a) professor(a) pesquisador(a) e faça outros registros que considere significativo. Nesse contexto, este guia está organizado em duas partes: 1. O ENSINO FUNDAMENTAL NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA – nessa etapa do Ensino Fundamental com nove anos de duração, o foco será nos Anos Iniciais que contempla o ensino do 1º ao 5º ano, apresentando conforme a Base Nacional Comum Curricular – BNCC – orienta, a caracterização dessa fase e sua relação com a etapa anterior da Educação Infantil, destacando que nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental, a ação pedagógica deve ter como foco a alfabetização, a fim de garantir amplas oportunidades para que os(as) alunos(as) se apropriem do sistema de escrita alfabética de modo articulado ao desenvolvimento de outras habilidades de leitura e de escrita e ao seu envolvimento em práticas diversificadas de letramentos. 2. OBSERVAÇÃO, REGISTRO, PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL– nessa segunda parte do guia estão sistematizados alguns elementos que irão contribuir para sua vivência no Estágio Supervisionado II, principalmente no contexto da observação e coparticipação em sala de aula, na compreensão dos documentos que fundamentam e orientam a prática pedagógica e no registro/relato das observações e regências realizadas na escola campo do estágio. São propostos roteiros para nortear e aguçar o processo de observação e registro das práticas. PArA rEFLETir Não se esqueça de que o(a) professor(a) da turma que você irá observar é um ser humano como você, um profissional em constante processo de formação. Conforme Freire (1996) a concepção da ética como marca da natureza humana, “é algo absolutamente indispensável à convivência humana”. Então, busque observar, sem julgamentos, sem preconceitos. É importante atentar para o fato que os profissionais são formados em tempos diferentes e que muitas vezes eles não têm a oportunidade de participarem de formações continuadas. Assim, a sua presença e o seu conhecimento devem contribuir para fortalecer o processo pedagógico. Ciente que o seu olhar deve ser apurado, mas não o de dono da verdade, vamos começar! 6 o ENSiNo FuNDAmENTAL No CoNTEXTo DA EDuCAÇÃo BáSiCA Retomando um pouco as discussões iniciadas na unidade 1, no dia 06/02/2006 foi sancionada a Lei nº 11.274 que regulamentou o Ensino Fundamental de 9 anos. Nessa etapa do ensino, o objetivo é assegurar a todas as crianças um tempo maior de convívio escolar, maiores oportunidades de aprender e, com isso, uma aprendizagem com mais qualidade. As legislações pertinentes ao tema são: Lei Nº 11274/2006, PL 144/2005, Lei 11.114/2005, Parecer CNE/ CEB Nº 6/2005, Resolução CNE/CEB Nº 3/2005, Parecer CNE/CEB Nº 18/2005. O CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO - CÂMARA DE EDUCAÇÃO BÁSICA, através da RESOLUÇÃO Nº 3, DE 3 DE AGOSTO DE 2005, definiu as normas nacionais para a ampliação do Ensino Fundamental para nove anos. No seu artigo 2º explicita: Art.2º A organização do Ensino Fundamental de 9 (nove) anos e da Educação Infantil adotou a seguinte nomenclatura: Etapa de ensino - Educação Infantil-Creche: Faixa etária - até 3 anos de idade - Pré-escola: Faixa etária - 4 e 5 anos de idade (Lembrando que essa etapa foi a que vivenciamos na disciplina de Estágio Supervisionado I). Etapa de ensino - Ensino Fundamental de nove anos- até 14 anos de idade. Anos iniciais - Faixa etária de 6 a 10 anos de idade - duração 5 anos. Anos finais - Faixa etária de 11 a 14 anos de idade - duração 4 anos. No Estágio Supervisionado II, momento que estamos vivenciando, o nosso trabalho está voltado apenas para os anos iniciais do Ensino Fundamental como já informado acima. A Lei 11.274, de 6 de fevereiro de 2006, altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anospara o Ensino Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade, dessa forma, entendemos que a inserção dos estudantes nos anos iniciais do Ensino Fundamental ocorre num período em que esses estão vivenciando importantes modificações no seu desenvolvimento que repercutem em suas relações consigo mesmas, com os outros e com o mundo. Como destacam as Diretrizes Curriculares Nacionais – DCN, a maior desenvoltura e a maior autonomia nos movimentos e deslocamentos ampliam suas interações com o espaço; a relação com múltiplas linguagens, incluindo os usos sociais da escrita e da matemática, permite a participação no mundo letrado e a construção de novas aprendizagens, na escola e para além dela; a afirmação de sua identidade em relação ao coletivo no qual se inserem resulta em formas mais ativas de se relacionarem com esse coletivo e com as normas que regem as relações entre as pessoas dentro e fora da escola, pelo reconhecimento de suas potencialidades e pelo acolhimento e pela valorização das diferenças (BNCC, 2018). Assim, pensar o ensino para essas crianças significa considerar a vinculação entre essa fase dos anos iniciais do Ensino Fundamental e a Educação Infantil. Pontuar essa questão é de extrema necessidade porque a organização do tempo e do espaço nos anos iniciais parece romper com as vivências da Educação Infantil, situando a criança num universo que mais apresenta rupturas do que continuidade, o que traz para elas grandes dificuldades de adaptação. Conforme a BNCC (2018) a articulação entre as etapas precisa prever tanto a progressiva sistematização dessas experiências quanto o desenvolvimento, pelos(as) alunos(as), de novas formas de relação com o 7 mundo, novas possibilidades de ler e formular hipóteses sobre os fenômenos, de testá-las, de refutá-las, de elaborar conclusões, em uma atitude ativa na construção de conhecimentos. Assim, salientamos a importância de se atentar para as vivências lúdicas, tão comuns no cotidiano da Educação Infantil, que conduzem as crianças para significativos processos de aprendizagens, pois esta- belecem através de brinquedos e brincadeiras, entre outras possibilidades de ser, estar, ler e conhecer o mundo. Nos anos iniciais do Ensino Fundamental os estudantes constroem variadas competências que lhes possibilitam a ampliação das suas formas de perceber, apreender e representar o mundo, experiências que os fortalecem para a apreensão do sistema de escrita alfabética, dos signos matemáticos, bem como, se confrontam como uma gama de situações que estão permeados por variados conceitos e habilidades que serão construídos através da observação, análise, síntese, comparação, experimentação e argumentações. Nesse cenário, é preciso também considerar que cada um desses estudantes como sujeito cultural que traz para a escola sua história, memória, seu pertencimento a determinado grupo, sua identidade racial, de gênero, religiosa, socioeconômica cabendo a escola potencializar essas vivências no cotidiano escolar para que o estudante possa se sentir acolhido e valorizado. Para o favorecimento de um ambiente que estimule essas vivências o currículo escolar precisa se orga- nizar a partir das demandas das crianças, considerando seus anseios e curiosidades, para que com base nelas, se possibilite que cada criança amplie seu repertório cultural agregando novos conhecimentos oriundos das variadas áreas do conhecimento. LEiTurA ComPLEmENTAr Para saber mais sobre as atuais discussões sobre o ensino- aprendizagem do sistema de escrita alfabética – SEA – acesse a coleção “Alfabetização e Letramento”. A partir da leitura você poderá pensar nas questões que irá observar durante o estágio. O caderno está disponível no link: http://www.ceale.fae.ufmg.br/ pages/view/1-alfabetizacao-e-letramento.html Assim, de acordo com a BNCC (2018) ressalta-se que nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental a ação pedagógica deve ter como foco o processo de alfabetização, com ênfase na apropriação do sistema de escrita alfabética, oportunizando de forma articulada a alfabetização na perspectiva do letramento ao desenvolvimento e envolvimento de outras habilidades de diferentes componentes curriculares, processo que deve ser proposto num contexto interdisciplinar. http://www.ceale.fae.ufmg.br/pages/view/1-alfabetizacao-e-letramento.html http://www.ceale.fae.ufmg.br/pages/view/1-alfabetizacao-e-letramento.html 8 PArA rEFLETir É importante destacar que a atuação do(a) pedagogo(a) hoje amplia-se, o curso de Pedagogia, com todas suas contradições, tem preparado, no nível superior, um profissional para atuar na Educação Infantil, nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na modalidade da Educação Especial, na Educação de Jovens e Adultos, no Ensino Profissionalizante e ainda para desempenhar as tarefas de coordenação pedagógica, supervisão e administração escolar, contextos que você está tendo a opoturnidade de conhecer a partir das disciplinas já cursadas e com as vivências no Estágio Supervisionado I, II, III e IV. Essa atuação profissional se dá também fora da escola, em projetos e instituições educativas (ONGs, conselhos tutelares, postos de saúde, igrejas, penitenciárias, hospitais) ou em ações coletivas e culturais com jovens, meninos de rua, idosos, mulheres, negros, etc. Além desses campos, configuram-se outros para a atuação do pedagogo, como os da avaliação de sistemas, projetos e programas educacionais, comunicações de massa, informática, entre outros. oBSErVAÇÃo, rEGiSTro, PLANEJAmENTo E orGANiZAÇÃo Do TrABALHo DoCENTE NoS ANoS iNiCiAiS Do ENSiNo FuNDAmENTAL Iniciamos aqui um importante diálogo com você sobre o processo de observação e coparticipação em sala de aula, momento que você já teve a oportunidade de vivenciar na disciplina de Estágio Supervisionado I, voltado para a Educação Infantil. Nesse processo, é preciso assegurar que sua presença em sala de aula, junto com o(a) professor(a) da turma, se dê de forma mais natural possível, considerando o direito das crianças à expressão, mas também buscando que a dinâmica, a rotina da turma, não seja prejudicada. Para que isso aconteça é que planejamos nossa ação, desde o momento inicial de escolha da Escola Campo de Estágio, até as regências que serão vivenciadas por você. Para Barbosa & Kramer (2016), o planejamento é um recurso que explicita a intenção do(a) professor(a) na organização dos tempos e espaços cotidianos. Dessa forma, na perspectiva da prática docente em turmas dos anos iniciais do Ensino Fundamental, cabe ressaltar a importância da expressão por meio das diferentes linguagens, é importante garantir tempo: o tempo para falar, ouvir, brincar, ler histórias, desenhar, realizar atividades, produzir textos, estar dentro das salas, fora delas, comer, escutar as crianças, abrindo espaço para suas manifestações, promovendo portanto, conforme orienta a BNCC (2018) as experiências das crianças em seu contexto familiar, social e cultural, suas memórias, seu pertencimento a um grupo e sua interação com as mais diversas tecnologias de informação e comunicação, fontes que estimulam sua curiosidade e a formulação de perguntas. O estímulo ao pensamento criativo, lógico e crítico, por meio da construção e do fortalecimento da capacidade de fazer perguntas e de avaliar respostas, de argumentar, de interagir com diversas produções culturais, de fazer uso de tecnologias de informação e comunicação, possibilita aos alunos e alunas ampliar sua compreensão de si mesmos(as), do mundo natural e social, das relações dos seres humanos entre si e com a natureza. 9 Assim, nessa unidade, e particularmente nessa segunda parte, é o momento para compreendermos a importância de planejar práticas de observação, do estudo da documentação pedagógica, registros, planejamento e organização do trabalho cotidiano nas turmas do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental. Nosso desejo é que após o estudo desta unidade, você possa: • compreendera importância do Projeto Político Pedagógico – PPP, na construção da identidade da escola, na efetivação do currículo, das práticas inclusivas no contexto escolar e da participação coletiva da comunidade escolar; • compreender como a escola campo se organiza para o desenvolvimento do trabalho pedagógico considerando as atuais orientações para com a organização curricular e seus desdobramentos nas práticas de ensino-aprendizagem, considerando a heterogeneidade e a inclusão de estudantes com deficiência; • compreender a importância de observar e registrar as práticas vivenciadas em sala de aula, contemplando o olhar para os recursos didáticos existentes, principalmente os livros didáticos utilizados, entender a intencionalidade das práticas desenvolvidas em sala para o processo de ensino- aprendizagem e para as relações e interações cotidianas; • considerar o planejamento como um importante instrumento da ação pedagógica, recurso para organizar o cotidiano e também abrir espaço para as necessidades de aprendizagem específicas das crianças, considerando o processo de ensino-aprendizagem. Nesse sentido, essa unidade, principalmente esse tema, pode ser sistematizado em quatro momentos, que correspondem aos quatro importantes passos da nossa ação no acompanhamento da prática docente no Estágio Supervisionado II nos anos iniciais do Ensino Fundamental, são eles: observar, registrar, planejar e agir (momentos de observações e de regências). No entanto, já antecipamos que, na prática cotidiana, essas ações acontecem entrelaçadas umas nas outras, de forma dialógica, uma alimentando a outra constantemente. Observar, registrar, planejar e agir numa perspectiva de reflexão sistemática são ações que devem acompanhar o(a) professor(a) na sua prática, num processo de formação contínua. Ou seja, ao assumir uma postura reflexiva sobre a sua prática diária, como estagiário(a) inicialmente e em breve como professor(a), se aprende com a experiência, qualificando sua vida profissional. Dessa forma vamos iniciar nos detendo na observação e no registro do trabalho cotidiano e na documentação pedagógica, tendo como meta principal a compreensão da prática docente nos anos iniciais e o registro dessa prática que irá ser sistematizada no seu relatório parcial do Estágio Supervisionado II. Em seguida, na unidade III, o foco será exatamente na elaboração do planejamento que deve ser realizado em parceria com o(a) professor(a) da turma que você acompanhou e também deve ser pensado para atender as necessidades de aprendizagem dos estudantes da turma acompanhada, ao mesmo tempo vamos pensar e estar propondo ações positivas para a organização do trabalho coletivo de qualidade nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 10 PArA rEFLETir Você é observador(a)? Por que observar? O que envolve esse movimento de observação? Por que ele é importante na formação do(a) pedagogo(a)? Assim moro em meu sonho: como um peixe no mar. O que sou é o que vejo. Vejo e sou meu olhar. Cecília Meireles Temos nessa breve leitura poética de Cecília Meireles a reflexão que de certa forma traduz o que é observar, trazendo o olhar para o lugar do ser. Nesse sentido, sou o que vejo com meu olhar. E se pararmos para lembrar o início de nosso interesse pela docência, vamos encontrar muito do que observamos, porque tudo começa aí. Assim, o observar no estágio, implica em colocar “lentes” para o processo de ver, construir o olhar, captar e procurar entender. Essa observação é também ouvir, captar e procurar entender; escutar o que foi dito e o não dito, valorizar a narrativa, entender a história. Ver e ouvir são cruciais para que se possa compreender gestos, discursos e ações, para descobrirmos o que as crianças já sabem e como constroem significados para o mundo (KRAMER, 2013). Nesse movimento, você, pedagogo(a) em formação, irá aprender de novo a ver e ouvir se alicerçando na sensibilidade e na teoria e é também um exercício que se enraíza na trajetória vivida no cotidiano. Na sua sensibilidade do que já viveu e vive inclusive como estudante, na sua experiência. Mas também no conhecimento que você constrói sobre quem é o(a) professor(a), quem são as crianças daquela turma que você está observando e logo estará conduzindo uma prática de regência. Dessa forma, vamos ver alguns pontos importantes para que você possa ter uma uma experiência significativa e produtiva com o seu estágio. 1. A observação necessita de tempo para que se possa entender as modificações nos comportamentos, por isso são destinadas 30 h/a para que você possa conhecer um pouco a rotina com a turma escolhida. 2. Ao observar nos remetemos a uma importante característica, a de pesquisador(a)/observador(a) e nesse contexto, não se sabe antecipadamente o que se passa no cotidiano do espaço em que serão realizadas as observações. Além de não ser esperado(a) pelo grupo, muitas vezes desconhecemos as relações que marcam a estrutura daquele grupo, por isso engana-se quem pensa que tem controle da observação. 3. A observação implica envolvimento entre quem está observando e quem está sendo obsevardo(a), é uma perspectiva de coparticipação. Logo, para obter bons resultados é preciso que haja envolvimento com o grupo, ao mesmo tempo, é fundamental não ser confundido(a) como do grupo. 11 4. O papel do(a) estagiário(a) de pessoa de fora do grupo precisa sempre ser afirmado e reafirmado, desde o momento inicial do diálogo com o(a) professor(a) regente da turma, é preciso apresentar o seu plano de estágio, o que você precisa acompanhar nas 30 h/a como observador(a) e realizar em sala de aula com as 30h/a de regência. 5. Para que a observação se concretize faz-se necessário a parceria do(a) professor(a) regente da turma, deverá ser a pessoa que lhe aproxime do grupo, com quem você irá dialogar, tirar dúvidas, conversar ao longo da vivência do estágio. 6. Lembre-se que você, enquanto observa estará sempre sendo observado, por isso, cuide da sua imagem junto ao grupo que está sendo acompanhado por você e também não se esqueça que essa turma faz parte de um espaço maior de seu estágio, ou seja, a escola campo de estágio. 7. A observação exige o uso de todos os sentidos. Então, saiba ouvir, ver, tocar, saiba quando perguntar, quando calar, quando observar, quando participar das atividades. É delicadeza para está no lugar de observador(a). Não seja invasivo. 8. Logo no primeiro encontro com a turma que você irá acompanhar apresente ao(a) professor(a) regente como está organizada sua programação para a vivência das 60h/a em campo de estágio. A partir desse primeiro momento, organize uma rotina para a sua observação de acordo com o planejamento diário da turma, com os componentes curriculares que serão desenvovidos durante a semana. Programe-se com o(a) professor(a), seguindo as orientações compartilhadas nos guias de estudo. 9. Nos dias destinados ao estágio, procure chegar no horário, inclusive respeitando o turno informado no Termo de Compromisso do Estágio (TCE). Anote todos os aspectos observados em um caderno de campo que posteriormente será muito útil para a produção de seus registros do relatório parcial do estágio supervisionado II. Sempre que possível faça registro de imagens e lembre-se de solicitar a autorização desses registros, informando que não haverá a exposição da imagem dos rostos das crianças da mesma forma que será garantida a não identificação dos profissionais participantes das vivências registradas durante o estágio. 10. É possível que em algum momento você possa cometer algum equívoco, erro ou ação não adequada. Quando perceber que causou algum mal-estar, recue, peça desculpas, reflita. Lembre-se que a sua presença no espaço escolar é também para construir laços de amizade e profissionais. Contribua para o desenvolvimento do processo pedagógico da escola com os seus conhecimentos. VEJA o VíDEo! Antes de desenvolver a sua primeira observação, assista ao vídeo “Outros olhares sobreos Anos Iniciais do Ensino Fundamental” da série “Um salto para o Futuro”. Ele conta com a participação de três professores do Ensino Superior que discutem sobre os desafios para os anos iniciais do Ensino Fundamental. Acesse o link: https:// www.youtube.com/watch?v=DVLE9iUbi3E (Duração 50:39) https://www.youtube.com/watch?v=DVLE9iUbi3E https://www.youtube.com/watch?v=DVLE9iUbi3E 12 PALAVrAS Do ProFESSor Conforme orientações presentes no Guia de estudos da Unidade I, a escolha da escola campo de Estágio deve atender aos critérios estabelecidos pela nossa Instituição. Dessa forma, após essa escolha, e também já em posse do Termo de Compromisso do Estágio – TCE, você poderá iniciar o estágio e a partir das orientações desta Unidade, irá desenvolver as atividades iniciais, começando pela observação da prática docente nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Assim, é importante que você já tenha definido o ano de sua observação e posteriormente da sua regência, lembrando que estamos desenvolvendo o estágio nos anos iniciais do Ensino Fundamental ou seja, do 1º ao 5º ano. Essa escolha é importante e você tem autonomia para realizá-la. observar, registrar, Planejar e Agir Agora, chegou o momento de você conhecer os roteiros dos seis momentos de observações da prática docente nos anos iniciais do Ensino Fundamental e registrar tudo no seu diário de campo. Siga as orientaçõs e os roteiros, registrando com riquezas de detalhes cada situação. Não é necessário que você se prenda ao roteiro, ele é apenas norteador e jamais limitador dos seus registros. Procure sempre exemplificar as situações apresentadas. Nesse estágio, você tem um grande desafio que é acompanhar seis aulas. Mas para essas observações você precisa contemplar e seguir a seguinte orientação relacionada aos componentes curriculares: OBSERVAÇÃO/COPARTICIPAÇÃO 1 – Diálogo inicial sobre o Estágio Supervisionado II / Componente curricular: Língua Portuguesa OBSERVAÇÃO/COPARTICIPAÇÃO 2 – Componente curricular: Língua Portuguesa OBSERVAÇÃO/COPARTICIPAÇÃO 3 – Componente curricular: Matemática OBSERVAÇÃO/COPARTICIPAÇÃO 4 – Componente curricular: Matemática OBSERVAÇÃO/COPARTICIPAÇÃO 5 – Componentes curriculares: Arte; Educação Física. OBSERVAÇÃO/COPARTICIPAÇÃO 6 – Componentes curriculares: Ciências; Geografia e História. Dois componentes curriculares não estão sendo contemplados na dinâmica de observação/coparticipação. São eles: Língua Inglesa, por ser obrigatório apenas nos anos finais do Ensino Fundamental; e Ensino Religioso, estabelecida a oferta obrigatória nas escolas públicas mas com matrícula facultativa, de acordo com propostas de diferentes regiões do país. Dessa forma, você deve contemplar a observação de 10h/a para o componente curricular de Língua Portuguesa, 10h/a para o componente curricular Matemática, 05h/a para Artes ou Educação Física e mais 05h/a para Ciências, Geografia ou História, determinadas essas escolhas e datas de observação/coparticipação em acordo com o(a) professor(a) regente do ano/turma em que serão vivenciadas as 60 h/a do Estágio Supervisionado II. 13 I Observação/Coparticipação – Dialogando sobre o Estágio e Observação do componente curricular de Língua Portuguesa É importante iniciarmos com o esclarecimento sobre essa dinâmica de observações. Você ao chegar na escola campo do estágio, provavelmente já terá ideia de qual ano, dentre 1º ao 5º anos, irá realizar o estágio. Nesse sentido, nesse primeiro momento você irá buscar estabelecer contato com a gestão da escola, com a coordenação pedagógica, para ter as informações necessárias e desenvolvimento das atividades do estágio. Esse será o momento de buscar conhecer o Projeto Político Pedagógico – PPP – mesmo que não seja possível de imediato, ter acesso ao mesmo, é importante já informar que faz parte de suas atividades o estudo desse documento. Será o momento então de conhecer o(a) professor(a) regente da turma que acompanhará e apresentar o seu plano de estágio, ou seja, a organização para realizar as observações conforme distribuição da carga horária entre os componentes curriculares. Nesse momento inicial de diálogo você terá acesso ao planejamento docente, as atividades previstas, ao livro didático adotado e como está organizado o horário de aulas e juntamente com o(a) professor(a) regente irá organizar a sua agenda com os momentos que serão observados por você e que estejam contemplando o que estabelece as orientações da disciplina de Estágio Supervisionado II. É também nesse momento que você saberá qual componente curricular está sendo discutido nesse primeiro dia de sua observação e nesse caso, não é obrigatório e nem é nosso papel exigir que seja exatamente uma aula de Língua Portuguesa, mas sim, registrar conforme o planejamento vivenciado pelo(a) professor(a) a referida aula, e já assegurando a carga horária de um dos componentes curriculares que estão em sua programação do estágio. É fundamental que você também esteja atento(a) para o trabalho que é desenvolvido conforme a organização curricular da Escola, que pode ser baseado na Pedagogia de Projetos por exemplo, assim você irá desenvolver suas observações buscando explicitar em seus registros os componentes que estão integrados nas atividades e práticas desenvolvidas. Em cada momento das observações/coparticipação você deve sempre focar as questões abaixo descritas: Objetivos de ensino: Os objetivos de cada aula estão claramente definidos pelo(a) professor(a)? Eles estão bem explicitados no plano de aula do(a) professor(a) regente? São apresentados aos alunos(as)? Estão centrados no(a) aluno(a)ou no(a) professor(a)? Conteúdos de Ensino: Os conteúdos são propostos de maneira interdisciplinar? Há trabalhos com pro- jetos ou sequência didática? Estão articulados à cultura do(a) estudante? Consideram as realidades sociais dos discentes? Suprem as necessidades e interesses dos discentes? Ajudam os(as) educandos(as) a desenvolver suas habilidades cognitivas? Contém informações sequencialmente organizadas? Auxiliam a compreender e a propor mudanças na realidade? Métodos de ensino: Baseiam-se em que forma de exposição do conteúdo? Há interação na hora da explanação? A explicação parte da realidade do(a) estudante? Os(as) alunos(as) participam da exposição 14 do conteúdo ou apenas são expectadores? Há participação dos estudantes no processo? Que tipo de participação? O(a) professor(a) faz a verificação dos conhecimentos prévios dos(as) alunos(as)? Como? Como o(a) professor(a) exercita a construção dos saberes (memorização ou aprendizagem por via da solução de problemas pelo(a) próprio(a) estudante?)? O(a)professor(a) é facilitador(a) do processo? De que maneira ele(a) facilita ou dificulta? Ele(a) cria espaços de promoção da reflexão e análise crítica? Há atividades grupais que promovam a busca de soluções de maneira coletiva? Há atividades individuais? O(a) professor(a) estimula a leitura? Promove a educação ambiental? Promove o respeito à diversidade? Há crianças com deficiência? Como são desenvolvidas as atividades com essas crianças? Exemplifique situações que foram observadas. Relação professor(a)-aluno(a): Como a relação professor(a) e aluno(a) pode ser classificada? Como age o(a) professor(a) em caso de conflito? E com as crianças que apresentam dificuldade de aprendizagem? Como se dá o comportamento dos(as) alunos(as) durante a aula? Como o(a) professor(a) intervém quando o(a) aluno(a) manifesta suas dúvidas? O(a) professor(a) promove um clima de relacionamento pessoal autêntico? Como promove esse clima? Existe uma relação horizontal ou vertical professor(a)/aluno(a)? Como esta questão pode ser observada? O(a) professor(a) utiliza recursos metodológicos para que a aula ocorra num clima de tranquilidade e seja propiciadora de bom aprendizado? Recursos Materiais: Quais os instrumentos utilizados pelo(a) professor(a) para enriquecer a aula? Há li- vros didáticos, literários, textos, folhasde exercício, instrumentos audiovisuais (vídeos, computadores, projetores de slide, data show, gravadores, microsystem, etc.)? Por que usar tal/tais instrumentos? Os instrumentos facilitam e enriquecem o processo de aprendizagem? Avaliação: Quais os tipos de avaliação são utilizados pelo(a) professor(a) (diagnóstica, formativa, somativa)? Em quais momentos são realizadas as avaliações? Quais os instrumentos utilizados na avaliação? PALAVrAS Do ProFESSor A partir desse roteiro e das reflexões propostas no primeiro vídeo sobre a docência e também das webconferências e referenciais teóricos propostos no guia de estudos da unidade 1, você produzirá o seu relatório narrativo desta observação que poderá ser sistematizado em uma lauda. Lembre-se que é importante relatar fatos observados para justificar as situações apresentadas. II Observação/Coparticipação - A Língua Portuguesa nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental Na sua primeira observação o roteiro subsidiou um olhar para didática, e sua segunda observação sobre o ensino de Língua Portuguesa, considerando que esse componente curricular compõe juntamente com artes e Educação Física a área das linguagens nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, irá ajudar na sua compreensão sobre a rotina em sala de aula. Sabemos que ao longo dessa etapa a criança precisa ter oportunidade de conhecer, participar e desenvolver variadas habilidades e conhecimentos relacionados ao processo de alfabetização e letramento. 15 Num processo de continuidade com a experiência que tiveram na Educação Infantil, na sua casa e na so- ciedade a criança terá na escola a oportunidade de alfabetizar-se, apropriando tanto do sistema de escrita alfabético, quanto da utilização das práticas sociais da escrita. VEJA o VíDEo! Assim, para entender melhor como a organização desse trabalho deve ser feito na sala de aula, propomos que você assista ao vídeo “Alfabetização - apropriação do sistema alfabético - Parte 1”, onde o professor Artur Gomes de Morais da Universidade Federal de Pernambuco discute sobre as práticas de alfabetização e letramento. Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=Ne0ImYjWuf8 (Duração 13:13) Agora, vamos ver alguns dos aspectos que precisarão ser observados na prática docente relacionados ao componente de Língua Portuguesa: 1. O(a) professor(a) oportuniza a leitura de textos variados literários ou não? 2. Como são propostas as atividades de leitura? Descreva uma dessas atividades. 3. A maioria dos estudantes apresenta compreensão dos textos lidos? Há atividades de reconto dos textos lidos ou escutados? Como o(a) professor(a) age com os estudantes com dificuldade na leitura? Que ações são propostas para esses estudantes? 4. São comumente ofertados para as crianças momentos de leitura de forma autônoma ou acompa- nhados de textos literários e não literários de pequena, média ou grande extensão, com vocabulário que eles conheçam ou com novas palavras e imagens que fornecem informações adicionais, e que tratem de temas conhecidos ou novos assuntos? 5. Há atividades propostas pelo(a) professor(a) que fomentem a apreciação de poemas e jogos de palavras, e/ou outros recursos sonoros? 6. As crianças identificam e/ou produzem textos como cartazes, lista, cardápio, anúncios publicitá- rios, e-mail, campanhas, folhetos, que circulam no contexto escolar e na vida social? 7. São propostas atividades que envolvem a compreensão e/ou comparação de informações apresentadas em gráficos e/ou tabelas? 8. A reescrita é assumida como uma prática significativa para o desenvolvimento da produção tex- tual escrita? 9. As crianças comumente utilizam o dicionário? 10. Há a proposição de atividades que implicam na produção de textos para a comunidade mais am- pla, ou seja, externa a sala de aula? 11. O(a) professor(a) oportuniza variadas situações de utilização de variados gêneros orais, tais como: a conversa, a discussão, o debate, a entrevista e a exposição oral? https://www.youtube.com/watch?v=Ne0ImYjWuf8 16 12. Ao produzir textos, as crianças utilizam convenções gráficas, tais como: a orientação na folha do caderno, o alinhamento e segmentação e separação de sílabas no final das linhas? Conseguem orga- nizar e pontuar o texto, dividindo-o em parágrafos e usando a pontuação adequada? PrATiCANDo Anotou tudo bem direitinho? Agora sistematize seu relato dessa observação em até uma lauda. III e IV Observação/Coparticipação – A Matemática nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental Nos dois primeiros anos do Ensino Fundamental se organizam as atividades em torno da alfabetização em Língua Portuguesa e em Matemática, almejando-se que os estudantes ampliem sua percepção sobre a localização e a descrição do espaço, obtenham conhecimentos iniciais sobre probabilidade e também estatística. No que se refere ao eixo de Números e Operações, aspira-se que o estudante obtenha autossuficiência quanto ao pensamento numérico, bem como no eixo de Álgebra consiga ser capaz de identificar especi- ficações e normas para a composição de sequências, identificando também mudanças e relações, ações que estão relacionadas com a ideia de função. Já no 4º e 5º ano do Ensino Fundamental, espera-se que a partir de situações contextualizadas, o estu- dante aprimore o seu conhecimento relativo aos números naturais e a suas operações, bem como consiga construir a noção de aleatoriedade e da incerteza, através dos conhecimentos referentes a Estatística e Probabilidade, se aproprie do sistema de medidas, que se refere a questão de Grandezas e Medidas, assimile as características e propriedades das figuras planas e também das espaciais. Cientes dessas proposições, lhe convidamos assistir ao vídeo que expõe com mais clareza o papel da disciplina de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental. VEJA o VíDEo! Antes de iniciar a sua observação na disciplina de Matemática, veja o vídeo “As linguagens e a Matemática no ciclo de alfabetização”. Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=UeS4fVUzg34 (Duração 1:41:53) Vamos a nossa terceira observação. Mãos à obra!! https://www.youtube.com/watch?v=UeS4fVUzg34 17 De acordo com o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa – PNAIC, na Organização do Trabalho Pedagógico (MEC, 2014, p. 16-17) a sala de aula dos três primeiros anos do Ensino Fundamental deve apresentar alguns elementos que auxiliam no processo de alfabetização matemática. Assim observe, se você está em uma dessas salas, ou seja, no 1º, 2º ou 3º anos do Ensino Fundamental, se na sala de aula há textos com diferentes usos e representações numéricas, tabela numérica com números para a exploração de regularidades; mural que possibilite afixar as produções dos(as) alunos(as) e curiosidades matemáticas que os(as) alunos(as) desejem compartilhar; calendário para reconhecimento e contagem do tempo (dia, mês, ano); régua para a medição de altura dos(as) alunos(as); balança que possibilite identificar o peso; relógios para a medição do tempo; armários e/ou outros espaços para o armazenamento de materiais de uso contínuo, como jogos, materiais manipuláveis (ábacos, material dourado, sólidos geométricos, etc.), papéis variados e materiais confeccionados pelos alunos; observe também se os estudantes utilizam calculadoras. 1. Números: Como são propostas as atividades envolvendo as operações de adição, subtração, multiplicação e divisão? Há estímulo a reflexão e registro ou mera memorização? Os(as) professores(as) valorizam o processo ou o resultado? Há contextualização nos problemas apresentados? Descreva uma atividade envolvendo os números e operações. 2. Álgebra: Há atividades que estimulam o pensamente algébrico? São desenvolvidas questões que levem as crianças a refletir sobre a ideia de igualdade, para escrita de diferentes sentenças de adições ou de subtrações com números naturais? Quais atividades são mais percebidas? 3. Geometria: As atividades propostas ajudam as crianças a identificarem e descreveremos deslo- camentos e a localização das pessoas e também dos objetos? Os(as) estudantes reconhecem e associam as figuras geométricas planas e espaciais a objetos do cotidiano? 4. Grandezas e Medidas: Os estudantes medem, estimam e/ou comparam comprimentos fazendo uso de medidas convencionais ou não convencionais? Eles(as) leem e/ou registram as medidas e intervalos de tempo? As crianças participam, resolvem e/ou elaboram situações que englobam compra, venda, troco e outras formas de pagamento? 5. Probabilidade e estatística: As atividades propostas ajudam os estudantes a classificarem os eventos cotidianos em “prováveis”, “pouco prováveis”, “improváveis” ajudando-os a construir a noção de probabilidade? Os estudantes coletam dados em uma pesquisa? Eles(as) sistematizam esses dados? Há atividades de leitura, identificação e comparação de informações expostas em tabelas ou gráficos? PALAVrAS Do ProFESSor Mais uma vez é o momento de consolidar seus registros. As aulas que você observou tratou de qual ou quais eixos? Busque mais informações com o(a) professor(a), observe as atividades. Certamente, você conseguirá detalhar com mais ênfase apenas um dos eixos. Não tem problema! Organize esses dois relatos, cada um em até uma lauda e acrecente ao seu texto outras observações que irão compor o seu relatório parcial do estágio. 18 V Observação/Coparticipação – Artes e Educação Física nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental Vamos tratar agora de outros dois componentes possíveis para essa quinta observação. Esses componentes curriculares fazem parte da área das Linguagens - Artes e Educação Física. A Arte nos anos iniciais é composta pelas Artes Visuais, Dança, Música e Teatro. Muitas vezes, relegada a segundo plano, a disciplina não deve ser incorporada aos currículos apenas como atividade vivenciada em datas comemorativas ou como diversão, os estudantes têm direito ao conhecimento sistematizado que organizam essa disciplina. A Educação Física que tem a cultura corporal do movimento como elemento estruturante, nos anos ini- ciais se propõe a trabalhar com as brincadeiras e também os jogos, as danças, os esportes, as variadas ginásticas, bem como, as lutas. VEJA o VíDEo! Mais uma vez selecionamos um vídeo para que você assista antes de iniciar a sua observação. O vídeo trata da importância da disciplina Artes no currículo. O vídeo “Os benefícios da arte na educação” da Conexão Futura - Canal Futura com duração de 24 minutos e 30 segundos, aborda como o estimulo à expressão individual de cada estudante, através das diferentes linguagens artísticas, podem contribuir para o desenvolvimento de uma leitura mais clara de mundo. Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=KZLGHP8nFp0 (Duração 24:30) PArA rEFLETir A partir dos elementos apontados no vídeo, observe a rotina da turma considerando as seguintes questões: 1. Artes visuais: Os(as) estudantes têm a oportunidade e vivenciar atividades de exploração de diferentes práticas visuais? Eles(as) conversam sobre as suas produções visuais e a dos seus colegas? As crianças realizam leitura de produções artísticas? Quais os artistas? Há atividades que oportunizam que as crianças conheçam e interajam com museus, artistas, exposições? 2. Dança: São oportunizadas experiências para que os(as) estudantes construam o movimento dançando? Na dança, as crianças experimentam diversas formas de orientação no espaço? Os estudantes criam movimentos dançados? Há o fomento de brincadeiras, jogos e danças das matrizes africanas e indígenas? Vivenciam danças da cultura popular? 3. Música: As práticas estimuladas na sala de aula oportunizam que aos estudantes a utilização de variadas fontes, técnicas e materiais sonoros? Os estudantes apresentam as aprendizagens musicais aos colegas e a comunidade? https://www.youtube.com/watch?v=KZLGHP8nFp0 19 4. Teatro: Os estudantes veem, ouvem e contam histórias dramatizadas? Eles(as) brincam de faz de conta e imitação? Experimentam, mediados pelo(a) professor(a), os elementos do teatro? 5. Aulas de Educação Física: Os estudantes usufruem de múltiplos jogos e brincadeiras? Tem a oportunidade de conhecer e participar de diversos tipos de esportes? Observam as normas e as regras de cada modalidade esportiva? Os materiais presentes na escola possibilita que os estudantes vivenciem atividades da ginástica, como o salto, giros, acrobacias? As crianças vivenciam e ressignificam os diferentes tipos de lutas? PALAVrAS Do ProFESSor Hora do registro! Organize as suas observações de acordo com um dos dois componentes curriculars que você observou em sala e escreva um relato descritivo a partir do roteiro dado. O que foi observado caminha no sentido de assegurar uma prática dos componentes de Artes ou Educação Física ou apenas são dadas como mero arranjo no cotidiano escolar? Há professores(as) para essas disciplinas ou é o(a) professor(a) da turma que as oferta? Eles(as) estão preparados(as) para assumir essas disciplinas? Converse com eles(as) sobre isso e também registre no seu relatório. Você terá mais uma lauda de seu relatório parcial. VI Observação/Coparticipação – Ciências, Geografia e História nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental VEJA o VíDEo! O vídeo intitulado “Ensino de Ciências de 1º ao 5º ano” nos ajuda a refletir como os conteúdos de ciências podem ser apresentados às crianças na contemporaneidade de diferentes formas. (Duração 11:50) Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=eKKaAkHKs6I Nesse sexto momento no acompanhamento de uma turma dos anos inciais você terá a oportunidade de escolher entre três componentes curriculares, Ciências, Geografia e História. Logo, nessa sexta e última observação estamos trabalhando as áreas de Ciências da Natureza e Ciências Humanas. Assim, seguem os roteiros que você tem como referência inicial para obsevar e registrar os aspectos da prática docente. https://www.youtube.com/watch?v=eKKaAkHKs6I 20 Ao observar uma aula de Ciências, considere os seguintes aspectos: • O conteúdo trabalhado ajuda aos estudantes a realizarem uma leitura de mundo a partir dos conhecimentos das Ciências da Natureza? • As aulas contribuem para que os estudantes despertem o interesse, a curiosidade e o gosto pelo conhecimento científico? Exemplifique. • Os estudantes, a partir das aulas dadas, compreendem as relações entre ele, a sociedade e o ambiente? • A escola propõe ações concretas de Educação Ambiental? Quais? • São realizados experimentos? Há laboratórios? Atividade extraclasse para a vivência dos conteú- dos do componente de Ciências da Natureza? PALAVrAS Do ProFESSor A área das Ciências Humanas nos anos iniciais do Ensino Fundamental é composta pelas disciplinas de Geografia e História, cabendo-lhes proporcionar conhecimentos que auxiliem aos estudantes a apreensão das noções de espacialidade e temporalidade, questões referentes a diversidade e diferença cultural nos seus variados aspectos: diversidade religiosa, étnico-racial, gênero, abordando-as a partir da interculturalidade, ou seja, através do diálogo respeitoso entre as diferentes culturas, visando o acolhimento e valorização das diferenças. Nessa área consideramos que ainda há muito a avançar, pois variados grupos ainda são excluídos do processo educacional escolar. Assim, é preciso legitimá-los buscando a construção de uma sociedade mais justa e plural. VEJA o VíDEo! Para entender a questão da interculturalidade e a importância de construir práticas que considerem a diversidade e a diferença, assista ao vídeo “Escola democrática e diversidade”. Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=U5-l2upATj8 (Duração 14:51) Nesse último momento de observação/coparticipação, sendo os componentes de Geografia ou História observados, busque basear suas anotações conforme os aspectos pontuados no roteiro abaixo. 1. Os conteúdos são vivenciados de maneira a oportunizar que os(as) estudantes possam conhecer variadas identidades e formas deorganização da vida dos diferentes povos? Os conteúdos possibilitam que os(as) estudantes estabeleçam relações entre as suas identidades, formas de vida e formas de outros tempos e espaços? https://www.youtube.com/watch?v=U5-l2upATj8 21 2. Como as questões culturais são abordadas? Procure saber dos(as) professores(as) como a questão indígena, da cultura afro-brasileira é abordada. Reflita se a perspectiva assumida na escola corresponde a uma perspectiva multi/intercultural e de valorização das diferenças. Observe se as diferenças são tratadas no cotidiano ou apenas em datas festivas. Observe como a questão indígena é tratada: parte-se da imagem do índio estereotipado e genérico ou do índio na atualidade? 3. Como a questão da escravidão, da chegada dos portugueses ao Brasil é abordada? Há livros de literatura infantil que ajudam as crianças a compreender o processo histórico? O(a) professor(a) faz uso de filmes, visitas a museus, exposições para abordar os conhecimentos das Ciências Humanas? 4. Há projetos que fomentam os estudantes a conhecerem a história do seu bairro, cidade, país? Como eles se organizam? 5. Que ações você propõe ou destaca na sala de aula observada que fortalece ou pode fortalecer uma prática multi/intercultural. Parabéns! Acabou a etapa inicial do seu estágio, a observação. Então é momento de sentar e sistematizar em seu relatório parcial da disciplina de Estágio Supervisionado II as observações realizadas, organizando os registros conforme as orientaçõs e seguindo o template disponibilizado na disciplina. Lembre-se de retomar o seu caderno de campo e realizar os registros contemplando as anotações da observação e coparticipação. Conforme o template, organize a capa, sumário, introdução, os relatos de acordo com as orientações, bem como as referências que são necessárias para o desenvolvimento do seu relato. Acrescente a ficha de frequência digitalizada aos anexos e se houver outros, acrescente também. Poste seu relatório parcial em arquivo único no ambiente, preferencialmente em formato doc. docx. Capriche no seu relatório parcial! PArA rESumir Estamos encerrando o segundo guia da nossa disciplina “Estágio Supervisionado II – Anos Iniciais do Ensino Fundamental”. Vamos revisar alguns aspectos importantes que estudamos nessa unidade: • A carga horária da observação é de 30h/a. Você irá organizar seu plano de estágio de acordo com a sua disponibilidade, cumprindo essa carga horária, contemplando 10h/a de observações do componente curricular de Língua Portuguesa, 10h/a de observações do componente de Matemática, 05h/a do componente de Artes ou Educação Física, e 05h/a do componente de Ciências, Geografia ou História. • Para que o desenvolvimente do estágio ocorra conforme essa organização, é fundamental que você se planeje e agende as datas de observação juntamente ao(a) professor(a) regente da turma. • A observação da prática docente não deve ser passiva e você precisa interagir em sala, em acordo com o(a) professor(a) regente da turma, contribuindo nos momentos de atividades. • Você tem autonomia para a escolha do ano/turma, dentre o 1º ao 5º ano, para realizar as observações e posteriormente a etapa de regência. O turno também fica a seu critério e deve estar de acordo com o que foi informado no termo de compromisso do estágio – TCE. 22 • Após a realização das observações você precisa sistematizar todos os registros no relatório parcial, contemplando o que está sendo orientado nos guias de estudo da unidade 1 e 2. • A cada observação, você deverá preencher a frequência individual de estágio supervisionado e solicitar a assinatura do(a) professor(a) da sala de aula. A ficha de acompanhamento está no ambiente e também no guia da unidade 1. • No final das observações, você deverá solicitar o carimbo e a assinatura de alguém da equipe gestora da escola nas fichas de frequência individual de estágio supervisionado e postá-las no ambiente e também anexá-la digitalizada, ao final do relatório parcial. • Registre em seu caderno (um caderno específico para os registros) as informações observadas na sala de aula a partir do roteiro dado, mas sem se limitar a ele. • Antes de iniciar as observações, assista aos vídeos propostos. • Cada observação deve ser registrada individualmente, num total de seis, devem ter uma lauda cada uma delas e apresentar as reflexões propostas no roteiro, como também elementos conceituais, bem como exemplos de situações que contextualizem as suas observações. • Acrescente ao seu relatório parcial da disciplina, os elementos pré-textuais e textuais solicitados conforme o template disponibilizado no ambiente (capa e sumário, introdução) as suas considerações finais sobre as observações, as referências e anexos (se houverem outros além da ficha de frequência individual) e poste no ambiente. Sucesso!! Boas reflexões!! PALAVrAS FiNAiS Prezado(a) aluno(a), Quantas aprendizagens, hein? Já está pensando em como planejar e organizar as regências? Com que componente curricular você mais se identificou? Que tal começar a pensar em práticas interdisciplinares? Lembre-se que é muito importante contribuir para o espaço escolar em que você está fazendo realizando o estágio e que o(a) professor(a) é um profissional em constante processo de aprendizagem. Então, a grande questão é: como eu posso contribuir pedagogicamente para essa turma e com esse(a) professor(a)? Suas observações certamente irão lhe ajudar a encontrar a resposta. Boa produção do seu relatório parcial! 23 rEFErêNCiAS BiBLioGráFiCAS BARBOSA, Silvia Néli Falcão; KRAMER, Sônia. Observar, registrar, planejar e agir. In: Currículo e linguagem na educação infantil / Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica. - 1.ed. p. 51-65. Brasília: MEC /SEB, 2016. Coleção Leitura e escrita na educação infantil. BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino Fundamental. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2018. HAMZE, Amélia As Legislações do Ensino Fundamental de Nove Anos. Disponível em: https://educador.brasilescola.uol.com.br/politica-educacional/ensino- fundamental-de-nove-anos.htm. Acesso em: 29 de jan. 2020. KRAMER, Sonia. A educação como resposta responsável: apontamentos sobre o outro como prioridade. In: FREITAS, Maria Teresa de Assunção (Org.). Educação, arte e vida em Bakhtin. Belo Horizonte: Autêntica, 2013. p. 29-46. RINALDI, Carla. Diálogos com Reggio Emilia: escutar, investigar e aprender. São Paulo: Paz e Terra, 2012. WHYTE, William Foote. Sociedade de esquina: a estrutura social de uma área urbana pobre e degradada. Tradução de Maria Lucia de Oliveira. Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2005. https://educador.brasilescola.uol.com.br/politica-educacional/ensino-fundamental-de-nove-anos.htm https://educador.brasilescola.uol.com.br/politica-educacional/ensino-fundamental-de-nove-anos.htm _Hlk31344500 _Hlk31344908 _Hlk31350584 _Hlk31351046 _Hlk31351157 _Hlk31361851 _GoBack O ENSINO FUNDAMENTAL NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA 2 OBSERVAÇÃO, REGISTRO, PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL Observar, Registrar, Planejar e Agir
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