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Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII Cognitiva Anatomia ESTUDO DA PELVE FEMININA sustentação do peso da parte superior do corpo nas posições sentada e em pé, assim como fixação da musculatura de locomoção e postura. Além disso, serve para contenção e proteção das vísceras pélvicas ❖ Ossos ilíacos – fusão de 3 ossos: ílio, ísquio e púbis. *Acetábulo: depressão circular na face lateral externa, é o ponto de articulação. ❖ Sacro – entre os ossos ilíacos, articula com eles pela articulação sacroilíaca. Junto a vértebra L5 forma o ângulo sacrovertebral, seu vértice é o promontório sacral. ❖ Cóccix – fusão de 4 vértebras rudimentares, se une ao sacro pela articulação sacrococcígea (que apresenta grande mobilidade durante o parto). limitada lateralmente pelas fossas ilíacas e posteriormente pela coluna vertebral. tb chamada de escavação, é dividida nos estreitos superior, médio e inferior. arredondada – mais favorável ao parto. Mais comum entre mulheres. forma de coração. Mais comum entre homens. forma alongada. forma achatada. Gestação e pré-natal ALTERAÇÕES GESTACIONAIS a mulher perde cerca de 400-500ml no parto normal, e cerca de um litro na cesárea. Após a dequitação, as artérias que nutriam a placenta precisam ser fechadas, e isso ocorre por meio das contrações uterinas pós-parto e a deposição de fibrina – miotamponamento ❖ Aumento do volume sanguíneo (prepara-se para a perda sanguínea no parto) ❖ Aumento DC em 40% ❖ Aumento FC em 20-30% ❖ Discreta elevação PA (liberação de óxido nítrico) ❖ Diminuição RVP (relaxamento camada muscular das arteríolas) na pré-eclâmpsia, a camada muscular da artéria uterina e das arteríolas espiraladas não perdem o tônus, logo, a RVP não diminui e a P.A. sobe. aumento de hemácias com anemia dilucional (volume plasmático aumenta pela retenção líquida, mas o número de hemácias não aumenta na mesma proporção), aumento de leucócitos, diminuição de albumina, aumento dos fatores Conjugata vera anatômica Conjugata vera obstétrica Diâmetro transverso máximo Diâmetro transverso médio Primeiro oblíquo Segundo oblíquo Sacro médio púbico Diâmetro bi- isquiático - Diâmetro cóccix- subpúbico Diâmetro sagital posterior Diâmetro bituberoso - Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII de coagulação. tendência à trombose (aumento de volume do útero dificulta o retorno venoso) aumento da ventilação e volume corrente, diminuição da capacidade funcional residual. lentificação do esvaziamento gástrico, mobilização de alças durante gestação, diminuição da motilidade intestinal, refluxo gastresofágico, maior constipação. aumento do fluxo e filtração glomerular, dilatação fisiológica dos cálices/pelve/ureteres, hidronefrose fisiológica, maior risco de ITU (útero cresce e comprime a bexiga). aumento da hipófise em 30-50%, eclâmpsia pode simular TCE (convulsão, hipertensão, hiperreflexia, proteinúria e edema periférico) elevação do diafragma, deslocamento do intestino, aumento do volume uterino, altura uterina (pélvico – 12 sem / umbigo – 20 sem / rebordo costal – 34 sem), desenvolvimento ductal mamário até o 6º mês, desenvolvimento acinar mamário entre 7-9º mês e produção de 600ml/dia de leite. CÁLCULO DPP adicionar à data de início da última menstruação 7 dias e mais 9 meses (ou menos 3 meses, quando se faz o cálculo retrógrado). ❖ DUM + 9 meses + 7 dias = DPP ❖ DUM – 3 meses + 7 dias = DPP CONSULTA PRÉ-NATAL Para o pré-natal de risco habitual, preconizam-se no mínimo 6 consultas, sendo: 1 consulta no 1º trimestre; 2 consultas no 2º trimestre; 3 consultas no 3º trimestre. Recomenda-se que o intervalo entre as consultas seja de 4 semanas até a gestação completar 36 semanas e, a partir deste período, que os intervalos sejam de 15 dias. identificação, gestação atual (DUM, DPP, sinais e sintomas da gestação, hábitos atuais, medicamentos), antecedentes obstétricos (gestações anteriores e se houve problemas, nº de gestações/partos/abortamentos/filhos vivos, intervalo entre gestações, se os filhos foram pré, a ou pós termo, se filhos nascidos tinham baixo peso ou acima de 4kg, se houve natimortos ou mortes neonatais tardias, identificar intercorrências e se houve complicações nos puerpérios anteriores), antecedentes ginecológicos (AC, FIV, ISTs, cirurgias ginecológicas, patologias mamárias, citologia oncológica), história pregressa pessoal (pesquisar doenças crônicas e agudas passadas) e antecedentes familiares. peso e estado nutricional; estatura; frequência cardíaca materna; temperatura axilar; pressão arterial – PA; inspeção da pele e mucosas; palpação da tireoide; ausculta cardiopulmonar; exame do abdome; palpação dos gânglios inguinais; exame dos membros inferiores; pesquisa de edema – face, tronco e membros. exame das mamas; medida da altura uterina; ausculta dos batimentos cardio fetais; inspeção dos genitais externos; exame especular (inspeção das paredes vaginais, conteúdo vaginal e colo uterino, coleta de material para citologia oncótica – caso a última tenha sido há mais de 1 ano); Teste de Schiller; toque vaginal e outros exames necessários. grupo sanguíneo e fator rh; coombs indireto (se necessário); hemograma; glicemia jejum; VDRL; toxoplasmose; urina rotina; urocultura; colpocitologia oncótica; teste anti-HIV (após aconselhamento e consentimento); HBsAg. revisão da ficha perinatal e anamnese atual, cálculo e anotação da idade gestacional, controle do calendário de vacinação, interpretação de exames laboratoriais e solicitação de outros (se necessário), realização de ações e práticas educativas, registro dos dados no cartão da gestante e prontuário. determinação do peso; calcular o ganho de peso – anotar no gráfico e observar o sentido da curva para avaliação do estado nutricional; medida da pressão arterial; inspeção da pele e das mucosas; inspeção das mamas; palpação obstétrica e medida da altura uterina – anotar no gráfico e observar o sentido da curva para avaliação do crescimento fetal; ausculta dos batimentos cardiofetais; pesquisa de edemas; toque vaginal, exame especular e outros, se necessário. ECOGRAFIA O ultrassom é um exame na avaliação da anatomia fetal. Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII morfológico do primeiro trimestre. Objetivos dessa usg: ❖ Idade gestacional – CCN de até 10 sem gera idade gestacional mais precisa; ❖ 1º estudo de morfologia fetal; ❖ Marcadores de aneuploidias e malformações; ❖ Sexo fetal Acesso via abdominal ou vaginal. – reflete insuficiência do átrio, malformação cardíaca ou cromossomopatias. Pode ser baixo ou alto risco, mas quanto maior o edema na nuca, maior o risco. (edema nuca > 2mm = risco alto) tem como objetivos o diagnóstico e tratamento precoces, determinação do cariótipo fetal, preparo do casal para o nascimento da criança “especial”, determina melhor via e local de parto, preparo de equipe multidisciplinar. ❖ Osso nasal isolado = 73% ❖ Osso nasal + TN = 90% ❖ Osso nasal + TN + bioquímica = 97% Uso de doppler no 1º trim – rastreamento e risco de pré-eclâmpsia. morfológico do segundo trimestre Objetivos dessa usg: ❖ 2º estudo de morfologia fetal; ❖ Morfologia dos anexos; ❖ Marcadores de cromossomopatias; ❖ Doppler das artérias uterinas; ❖ Avaliação do colo do útero. Se apresentar alguma alteração, deve ser realizado estudo morfológico genético. ultrassonografia obstétrica com doppler colorido. USG do crescimento. Uso de doppler colorido para verificar se o bebê está em sofrimento. Avalia-se artéria umbilical e artéria cerebral média (para verificar se há hipóxia). Se paciente for hipertensa, avaliar doppler de artéria oftálmica. Se houver picos de velocidade é sinal de pré-eclâmpsia. GENÉTICA– DIAGNÓSTICO PRÉ-NATAL idade materna elevada (35+), (identificação de defeitos anatômicos no feto, visto em usg – muitas dessas má formações congênitas estão ligadas à cromossomopatias, portanto, é mandatória a realização do estudo cromossômico do feto), (se já existe o conhecimento de que um dos pais é portador de uma anomalia cromossômica – pode ocorrer abortamento de repetição ou alteração no feto), criança prévia com doença genética (risco aumentado de cromossomopatias fetal). se, em caso de abortamento de repetição, não conseguir exame cromossômico do feto, deve-se solicitar dos pais para verificar translocação cromossômica. criança prévia com alteração cromossômica, criança anterior falecida com malformações múltiplas sem diagnóstico, anomalia cromossômica em parentes de 1º e 2º grau, história de infertilidade prévia do casal, perdas fetais recorrentes. ultrassonografia, punção de vilosidades coriônicas (citogenética), amniocentese (citogenética), cordocentese, (PGD – FIV, análise do DNA de célula do blastocisto), diagnóstico pré-natal não- invasivo (NIPT – utiliza o sangue materno, parte fetal circulante no plasma, pode-se realizar apenas dos 5 cromossomos mais comuns de se ter alteração ou com os 24 cromossomos, ou com 24 + microdeleções). alta precisão para detectar síndromes genéticas durante a gravidez. É realizado a partir da coleta de sangue materno (parte fetal circulante no plasma) e possui mínimo risco para à mãe ou o bebê. Qualquer grávida pode realizar a partir da 11ª semana de gestação. Pode-se realizar apenas dos 5 cromossomos mais comuns de se ter alteração (13, 18, 21, X e Y – síndrome de Patau, Edwards, Down, Turner, Klinefelter e XXX/XYY), com os 24 cromossomos, ou com 24 + microdeleções Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII até as 12 semanas, a bolsa amniótica não preenche ainda a luz do útero. O córion começou a diferenciar o córion frondoso, que irá constituir o local da placenta. É a região com maior índice mitótico e, portanto, a área de qual deve ser coletado o material. É realizado entre a 10ª e 12ª semana de gestação e pode ser feito por via transvaginal ou transabdominal. A via transabdominal tem algumas vantagens, como por exemplo, pode ser realizada em qualquer época após a 10ª semana de gestação, supõe-se que seja de menor risco e não precisa de bacterioscopia prévia. Tem risco semelhante ao da amniocentese (em causar perdas fetais) e sucesso de mais de 99% na análise cromossômica. realizada entre a 15ª e 17ª semana de gestação. Deve-se considerar a viabilidade fetal, idade gestacional, número de fetos, volume de líquido amniótico, normalidade das estruturas anatômicas fetais, posição do feto e da placenta. São realizadas cultura de células, análises cromossômicas e análises bioquímicas a partir do líquido amniótico coletado. Provoca incômodo, mas não dor, e pode causar cólicas. Realizar o procedimento em estágio mais precoce (10 e 14 semanas), resulta em aumento de 3 vezes o risco de aborto espontâneo. é realizado após a 17ª semana de gestação. É útil quando a informação diagnóstica não pode ser obtida por amniocentese, CVS, ultrassom ou os resultados desses testes foram inconclusivos. Coleta- se o sangue e mantem em tubo com anticoagulante EDTA. Mas tem o NIPT como alternativa. Cariótipo humano normal é 46, XX (mulher) ou XY (homem). ❖ 47, XX ou XY + 21. Síndrome de Down. Tem incidência de 1:540, sendo 90% dos casos não-disjunção materna. prega epicântica, hipotonia, hiperflexibilidade das articulações, baixa estatura com ossos curtos e largos e deficiência mental. ❖ 47, XX ou XY + 18. Síndrome de Edwards. Incidência de 1:6000 nascimentos. pavilhão auricular dismórfico, deficiência mental e crescimento, hipertonicidade, occipital proeminente. ❖ 47, XX ou XY + 13. Síndrome de Patau. Tem incidência de 1:12000, sendo que 88% dos casos, o bebê morre no primeiro mês de vida e apenas 5% sobrevivem até o 6º mês. deficiência mental, anoftalmia/microftalmia, lábio e/ou palato fendido e anomalias cardíacas. ❖ podem resultar na presença de um cromossomo marcador, que é um pequeno cromossomo e sua origem não pode ser identificada pela citogenética clássica. Tem incidência de 7:10000 RN. são mais compatíveis com a vida quando comparadas à aneuploidias autossômicas. ❖ 47, XXY (ou 48, XXXY / 49, XXXXY). Tem incidência entre 1:575 a 1:1000 RN do sexo masculino. Inativação do X, pequena quantidade de genes presentes no Y. estatura elevada, testículo pequeno, pênis pouco desenvolvido, ginecomastia, azoospermia. ❖ 47, XYY. Incidência de 1:800 a 1:1000 em RN do sexo masculino. ❖ 45, X. Tem incidência de 1:2000 a 1:5000 RN do sexo feminino. estatura baixa, pescoço curto e alado, ausência ou pouco desenvolvimento dos seios e pelos pubianos. ❖ 47, XXX. Incidência de 1:1000 em RN do sexo feminino. Possui fenótipo variado. (ou 48, XXXX / 49 XXXXX) ❖ Recíproca balanceada ❖ Robertsoniana perda de segmentos cromossômicos. ❖ simples quebra, sem reunião das extremidades. ❖ dupla quebra, perda de um segmento interno, seguida de soldadura. Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII repetição de um segmento cromossômico, causando aumento do número de genes ou outras sequências. Maioria é resultante de crossing over desigual entre cromátides homólogas durante meiose. ❖ fragmento não invertido em comparação à sua posição no cromossomo original. ❖ fragmento invertido em comparação à sua posição no cromossomo original. ❖ ou fertilidade – só é possível ser compatível se houver . refere-se ao uso de técnicas moleculares ou citogenéticas durante o processo de fertilização in vitro (FIV). diagnosticar a existência de anomalias genéticas nos embriões antes da implantação no útero materno, selecionar embriões livres das condições genéticas investigadas. podem ser realizados por meio de biópsia do glóbulo polar ou biópsia do embrião, realizada na mórula (3 dias após FIV) ou no blastocisto (4 ou 5 dias após FIV). investigação de anomalia genética específica presente em um ou ambos os genitores investigação de anomalias genéticas em geral. Nesse caso, os pais são tidos como geneticamente normais. Parto ESTÁTICA FETAL relação do feto com seu próprio eixo. ❖ Eixo anteroposterior – fletido e defletido ❖ Eixo laterolateral – sinclitismo (encaixamento do polo cefálico fetal “centralizado”) ou assinclitismo (flexão lateral da cabeça do feto) relação entre eixo longitudinal fetal e materno. ❖ Longitudinal – cefálica e pélvica (90%) ❖ Oblíquo ❖ Transversal (1%) relação entre o polo fetal e estreito superior da pelve materna. ❖ Cefálica – fletido ou defletido (em 3 graus) ❖ Pélvica – completa ou incompleta ❖ Transversa (córmica) TRABALHO DE PARTO presença de 3 critérios: , rítmicas e com duração de pelo menos 30s em intervalos de 10min, de intensidade suficientemente forte para causar dilatação do colo uterino; Outros sinais que podem acompanhar o TP (mas que não devem ser usados como critério diagnóstico, pois são variáveis): perda do tampão mucoso, discreto sangramento transvaginal e formação da bolsa das águas. FASES CLÍNICAS DO PARTO caracteriza-se pela descida do fundo do útero (2 a 4 cm) - decorrentes da adaptação Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII do polo fetal ao estreito superior da bacia, aumento de dores lombares, estiramento das articulações pélvicas, aumento das secreções glandulares cervicais com eliminação de muco, encurtamento do colo e contrações uterinas com menores intervalos e maior intensidade, que vão se tornando mais e mais frequentes até que se instala o trabalho de parto. Não há limite preciso entre o término do período premonitório e o início do trabalho de parto. Estabelece-seo trabalho de parto quando existe contrações uterinas ritmadas e que provoquem alterações progressivas no colo uterino começa com as que modificam o colo e terminam quando este encontra-se . inicia com a e termina com a . Ocorre juntamente com as contrações uterinas, a contração do diafragma e da musculatura abdominal que comprimem o útero de cima para baixo e de diante para trás. Sob efeito das contrações, o feto é propelido através do colo totalmente dilatado, alcança a vagina e passa a distender o diafragma vulvoperineal. Ao comprimir as paredes vaginais, o reto e a bexiga, provoca o aparecimento de contração da musculatura abdominal (prensa abdominal), via arco reflexo, que são os “puxos”. À medida que a apresentação desce, a vulva se entreabre, dilata-se e permite a expulsão fetal. Após o parto, o útero se retrai e seu fundo alcança a cicatriz umbilical. conta com três tempos fundamentais: é uma consequência da retração do útero, pois esta provoca uma redução acentuada da superfície interna do útero e pregueamento da zona de inserção placentária. Tem início ao nível da camada esponjosa (menos resistente) e, no ponto em que se iniciou o descolamento, há a formação do hematoma retroplacentário (que funcionará como cunha, ajudando na dequitação). 75% das vezes, ocorre segundo o Mecanismo de Baudelocque-Schultze (central), exteriorização primeiro da face fetal da placenta, e posteriormente, a saída do hematoma retroplacentário.. *apresenta sangramento após a dequitação Mas, em 25% dos casos, ocorre segundo o Mecanismo Baudelocque-Duncan (periférico), que é quando ocorre primeiro saída do hematoma retroplacentário e em seguida a saída da placenta. ocorre quando a placenta, empurrada pelas contrações uterinas, alcança a vagina, distendendo-a e desencadeando, novamente, o fenômeno do puxo, provocando sua expulsão ou desprendimento. também chamado de quarto período, é a primeira hora decorrida após a expulsão placentária. Nesse intervalo ocorre a ativação dos mecanismos de homeostasia para conter a hemorragia que sucede ao descolamento da placenta. É caracterizado por quatro fases: laqueadura viva dos vasos uterinos, determinada pela retração da musculatura uterina (primeira linha de defesa do organismo contra a hemorragia); formação de trombose nos grandes vasos do sítio placentário (segunda linha de defesa contra a hemorragia); quando ocorre o relaxamento da fibra muscular do útero; quando a fibra uterina adquire maior tono e se mantém assim até ocorrer a involução puerperal. MECANISMO DE PARTO São com o intuito de adequar seus maiores diâmetros aos maiores diâmetros do canal do parto. Estes movimentos são e . É dividido didaticamente em seis tempos: passagem da da apresentação pelo . Deve ocorrer de forma que as estruturas do bebê passem a . ocorre quando o bebê, impulsionado pela contratilidade uterina, , onde a resistência deste aumenta a flexão. acontece quando a apresentação que a força a realizar , orientando a sutura sagital no Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII sentido anteroposterior (maior diâmetro da pelve). Simultaneamente, as espáduas do feto se apresentam ao estreito superior se dá porque as contrações uterinas, exercendo pressão para baixo, forçam a descida, e a nuca fetal faz apoio na arcada púbica, enquanto a sua face distende o assoalho pélvico, que oferece menor resistência, e sofre deflexão, deslocando o coccige materno para trás (hipomóclio). Neste momento, ocorre o deslizamento do occipício sob a arcada púbica e o bregma, a fronte, o nariz e o mento surgem sobre o períneo. ocorre devido à rotação interna das espáduas que alcançando o assoalho pélvico, orientam o diâmetro biacromial no sentido anteroposterior, por ser este o maior diâmetro deste estreito. o ombro anterior coloca-se sob a arcada púbica onde faz apoio, e o ombro posterior distende o assoalho pélvico, deslocando o coccige materno, e se desprende após sofrer movimento de flexão lateral. Imediatamente, após o desprendimento do ombro posterior, o ombro anterior desliza sob a arcada púbica e, também, se desprende. O restante do corpo do feto não oferece resistência ao nascimento por ter diâmetros menores. PARTO VAGINAL Favorece uma e após o parto. Permite a , desde o primeiro minuto do seu nascimento, favorecendo a , através da amamentação instantânea. , pois, geralmente, a mulher não recebe medicamentos no parto normal. A mulher não precisa ser submetida a e não terá cicatrizes, na maioria das vezes. nos partos marcados com antecedência, com dia e hora para acontecer, a chance de a mãe ter alguma hemorragia é oito vezes maior que no parto normal, pois o útero pode não estar preparado para aquele momento. : por não necessitar de incisões, na maioria dos casos, evita potenciais infecções e hemorragias. A cesárea tem quatro vezes mais risco de morte materna e 10 vezes mais risco de morte neonatal. o tórax é comprimido, favorecendo a expulsão do líquido amniótico dos pulmões; acelera a maturidade pulmonar e previne problemas respiratórios; melhora o sistema neurológico; fortalece o sistema imunológico; o bebê nasce mais ativo e tem mais chances de se alimentar exclusivamente do leite materno sob livre demanda. Além disso, ao passar pelo canal vaginal, a flora bacteriana da mãe passa para o bebê, (microbiota). Essa microbiota da criança, formada a partir da passagem no canal de parto, , no futuro: em 20% o aparecimento de diabetes tipo I (melhoria do sistema metabólico); Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII em 16% o aparecimento de asma; e o aparecimento de alergias e doenças autoimunes (melhoria do sistema imunológico). o trabalho de parto é um processo físico e hormonal e serve para terminar o amadurecimento do bebê, principalmente seus sistemas respiratório, imunológico e nervoso. Nas cesáreas, pré-agendadas, há maior prevalência de bebês prematuros em virtude da indução do trabalho de parto realizada antes da total maturidade fetal. deve aplicada de para distocia de ombro e parto pélvico, partos a fórceps ou com extrator a vácuo, posições de occipúcio posterior e os casos em que a não realização de episiotomia resulte em ruptura perineal. A episiotomia pode ser , ou (perineotomia), sendo que a primeira foi praticamente abandonada por relacionar-se a maiores frequências de feixes musculares lesados e de sangramento. PARTO CESÁREO desacelerações tardias: a anormalidade cardiotocográfica que mais comumente aparece quando há hipoxemia e refletem melhor a queda da reserva fetal de oxigênio, durante o trabalho de parto; desacelerações variáveis graves: surgem como consequência da compressão do funículo, tendo como principal fator predisponente o oligoâmnio, cuja etiologia é, sobretudo a hipoxemia fetal oriunda de insuficiência placentária crônica; bradicardias prolongadas; descolamento prematuro da placenta; placenta prévia com sangramento intenso; traumas maternos (acidentes em geral); é típica de pano obstruído, cuja etiologia é, em sua maioria, a desproporção cefalopélvica. quando há morte materna sob vigilância médica, o feto pode ser salvo se a intervenção operatória ocorrer até 20 minutos após o óbito; êxito depende de idade gestacional, intervalo entre o óbito materno e a cesárea, natureza e rapidez da morte materna (a morte lenta piora o prognóstico neonatal); quando há prolapso de cordão, a conduta é propiciar o parto por via rápida nas apresentações cefálicas e nas pélvicas, e permitir o pano vaginal quando as condições forem as ideais para essa via de parto; caracterizada por distúrbios da contratilidade uterina, resultando na não progressão do parto. Malformações fetais; Apresentações anômalas: apresentaçãopélvica, apresentação córmica, apresentação cefálica defletida de 2° grau. nas apresentações cefálicas defletidas com mento posterior persistente (3° grau) e bregmáticas posteriores (1° grau), a cesárea também está indicada por evoluírem de forma morosa e com riscos aumentados de tocotraumatismo fetal. Macrossomia fetal; Gestações múltiplas; Placenta prévia. Fatores obstrutivos e tumores prévios Doenças maternas: cardiopatias, eclampsia e síndrome HELLP, doenças infecciosas; Cicatriz uterina prévia; Cesárea prévia. PARTO PREMATURO ❖ ❖ ❖ Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII ❖ ❖ o fator determinante é fumar durante a gestação, e não antes dela. ❖ ❖ a progesterona determina parte do estado de quiescência uterina, desfeito poucas semanas antes do TP. O aumento precoce da relação estrógeno/progesterona é considerado um dos principais fatores que determinam o aparecimento das contrações uterinas. O predomínio estrogênico promove a síntese de receptores de ocitocina, a formação de gap junctions no miométrio, a síntese de prostaglandinas, as alterações bioquímicas no tecido conjuntivo cervical e a degradação do colágeno. Tudo isso pode estar envolvido no estímulo ao TP. ❖ ❖ ❖ ❖ ❖ ❖ ❖ ❖ o fator de risco clínico mais importante para a prematuridade espontânea. O risco de repetição da prematuridade é pelo menos duas vezes maior do que na ausência desse antecedente. ❖ ❖ ❖ ❖ ❖ ❖ ❖ ❖ ❖ ocasionada por uma baixa reserva de glicogênio no fígado. ❖ leva a congestão pulmonar e diminuição do fluxo sanguíneo ao TGI e cérebro. ❖ pode levar a hipoxia. ❖ ❖ comum pela redução das reservas de ferro e de hemácias ao nascimento, bem como queda da eritropoiese. ❖ devido ao comprometimento da imunidade e níveis reduzidos de imunoglobulina. ❖ devido a uma deficiência de tecido adiposo. ❖ perda de água pela pele leva a uma desidratação ❖ inflamação dos intestinos que leva à necrose. ❖ devido a imaturidade dos reflexos de secreção, deglutição e motilidade intestinal. ❖ devido a uma imaturidade hepática, que leva à hiperbilirrubinemia. ❖ ocorre mais comumente hemorragia intraventricular, devido a um sangramento dos tecidos que revestem os ventrículos. ❖ , na dosagem de 200 mg/dia. Com isso, reduz-se a recorrência da prematuridade em cerca de dos casos (nível de evidência IA). ❖ é uma sutura para fechar o colo do útero. É empregada quando a mulher tem uma incompetência do colo e não consegue segurar o bebê. Normalmente o problema só é descoberto após a perda de uma ou duas gestações ❖ é utilizado para inibir as contrações uterinas. Porém, apenas adia o nascimento para alguns dias, sendo útil para a realização de intervenções que reduzem as complicações neonatais – como a Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII (promove redução significativa da mortalidade neonatal, acelera o desenvolvimento dos pneumócitos, deve ser utilizada entre 24 e 34 semanas). ❖ ❖ Puerpério PUERPÉRIO NORMAL O puerpério, ou período pós-parto, tem início após a dequitação e se estende até 6 semanas completas após o parto. Essa definição é baseada nos efeitos acarretados pela gestação em diversos órgãos maternos que, ao final desse período, já retornaram ao estado pré-gravídico. Nem todos os sistemas retornam à condição primitiva até o fim da 6ª semana, por isso, alguns autores postergam a data. INVOLUÇÃO UTERINA Imediatamente após a dequitação, o útero inicia o processo de involução. característica do miométrio que permite ao órgão . Pelo fato de o útero contraído comprimir os vasos sanguíneos, o útero puerperal tem aparência isquêmica, se comparado ao útero hiperemiado da gestante. A contração uterina também é responsável pela , reduzindo o fluxo sanguíneo e pós-parto. Além disso, vasos calibrosos obliteram-se (trombose), constituindo um para a prevenção da perda sanguínea. O fundo uterino tipicamente atinge a cicatriz umbilical 24 horas após o parto, alcançando a região entre a sínfise púbica e a cicatriz umbilical depois de 1 semana A involução uterina costuma ser mais rápida nas mulheres que amamentam e, habitualmente, no 12º dia após o parto, o fundo uterino localiza-se rente à borda superior da sínfise púbica HEMORRAGIA PÓS PARTO Segundo a federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (Figo), a hemorragia pós-parto pode ser (visão turva, vertigem, síncope) (hipotensão, taquicardia ou oligúria). A hemorragia pós-parto pode ser classificada em , a mais comum, quando ocorre nas primeiras ; ou , quando acontece as principais causas de hemorragia pós parto são (incapacidade do útero de contrair-se adequadamente), retenção de fragmentos placentários e lacerações do canal de parto. Como causa de hemorragia pós-parto primária, a atonia uterina está presente em cerca de 80% dos casos. segundo período do parto prolongado, parto instrumentado, sobredistensão uterina (macrossomia, gestação múltipla, polidrâmnio), uso de medicações (tocolíticos e anestésicos halogenados) e corioamnionite ❖ Lacerações do períneo, da vagina ou do colo uterino. ❖ Coagulopatia dilucional (placenta prévia) ou de consumo (descolamento prematuro de placenta - DPP, sepse, embolia amniótica). ❖ Retenção placentária ou acretismo placentário. ❖ Inversão uterina. ❖ Rotura uterina. ❖ Deiscência de cicatriz de histerotomia. Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII ❖ Laceração de histerotomia com acometimento de vasos uterinos. ❖ Hemostasia inadequada. deve ser imediato. Se o tratamento for postergado, ocorrerá , o que aumenta o risco de , levando a maior taxa de , aumento da morbidade por e aumento da incidência de óbito materno. ❖ Massagem uterina bimanual – Manobra de Hamilton. É geralmente eficaz no controle da hemorragia. ❖ Administração de drogas uterotônicas – ocitocina, metilergometrina, misoprostol, transfusão de cristaloides (prevenir hipotensão) e hemoderivados (de acordo com a necessidade). ❖ Reparo de lacerações ❖ Curetagem e/ou curetagem uterina ❖ Tamponamento uterino ❖ Embolização arterial ❖ Laparotomia ❖ Ligadura de artérias uterinas ❖ Sutura de B-Lynch e outras suturas compressivas ❖ Ligadura das artérias ilíacas ❖ Histerectomia Recém-nascido A TERMO A partir do nascimento até os 28 dias após o nascimento estabelece-se o , período este em que o RN passa por intensas mudanças adaptativas inerentes à esta fase, especialmente nas primeiras 24h de vida, também chamado de , na qual o RN realiza adaptações fisiológicas necessárias à transição da vida fetal à vida extrauterina. As alterações mais importantes e intensas ocorrem imediatamente após o nascimento até a segunda semana de vida, prosseguindo em um ritmo mais lento nos meses seguintes. mobilidade incoordenada que cessa com o sono. Chora ativamente. a atividade do RN lembra a posição fetal intrauterina. peso (2900 a 3500g, sendo que até o 10º dia perde 5-10% do peso de nascimento e ganho de 30g por dia nos 3 primeiros meses), comprimento (47-52cm), perímetro cefálico (PC = 34-35cm) e perímetro torácico (PT = 1-2cm menor que PC). FR de 40 a 60 irpm, irregular. Respiração abdominal. Taquipneia fisiológica. FC de 120 a 160 bpm. Pulso apical. Circulação periférica lenta. Distúrbios circulatórios fisiológicos adaptativos. pouco tecido subcutâneo = pobre isolamento térmico. Não produz calor por tremor, produz calor por consumo de O2 e aumento do metabolismo. Gordura marrom (localizada entre as escápulas, ao redor do pescoço, nas axilas e atrás do esterno) é fonte adicional de calor. pronto desde o nascimento, com capacidade de 30 a 50ml. Musculatura pouco desenvolvida. Digestão gástricaentre 1h45 a 2h (leite materno). Fezes: mecônio nas primeiras 24h. a forma mais comum é a ovoide; pode-se constatar a presença de Bossa Serossanguinolenta, que se apresenta como uma bolsa de secreção serosa que se forma sob o couro cabeludo do feto, em consequência do atrito com estruturas materna durante o parto. permitindo o crescimento acentuado do cérebro no período fetal até a pós-natal. assimetria devido à posição defeituosa na vida fetal ou como resultado de manobras obstétricas. Olhos permanecem fechados a maior parte do tempo nos primeiros dias. (produto de secreção da pele durante a vida intrauterina, recobre e protege a pele Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII contra a maceração pelo líquido amniótico. Favorece o deslizamento do corpo na hora do parto e mantém a temperatura corporal da criança após o nascimento). Quando nasce, apresenta uma cor fracamente avermelhada (Eritrodermia Neonatal) - essa coloração se dá devido ao número excessivo de glóbulos vermelhos na circulação e tende a diminuir esta coloração, devido à má circulação periférica em consequência da diminuição do retorno venoso. Descamação fisiológica. Lanugem (pelugem fina e longa que aparece com frequência em RN à termo e mais ainda em prematuros é encontrada no dorso, face e orelhas) simétrico, e de forma cilíndrica, largo na sua base, com as costelas em posição próxima à horizontalidade. saliente e globoso. A parte superior é maior que a inferior (hepatoesplenomegalia fisiológica). A porção do cordão umbilical é geralmente de aspecto branco-gelatinosa. curtos em comparação ao tronco e fletidos sobre o tórax e as pernas são ligeiramente curvas e fletidas sobre o abdômen. o bebê nasce com certos reflexos que devem ser avaliados como evidência do desenvolvimento normal. Sua presença ou ausência e o período em que aparecem ou desaparecem são indicativos de progresso. PRÉ-TERMO de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) um bebê prematuro, que também pode ser chamado de pré-termo, é aquele que nasce antes de 37 semanas de gestação completas. nascido antes de 28 semanas de gestação; nascido entre 28 e 32 semanas de gestação; nascido entre 32 e 37 semanas de gestação. Quanto mais prematuro o bebê, maiores são os riscos para sua saúde, pois seus órgãos e sistemas ainda não estão completamente desenvolvidos. ❖ Cabeça proporcionalmente maior que o corpo; ❖ Tecido subcutâneo escasso por ter pouca gordura corporal; ❖ Pele fina, brilhante e rosada. Em alguns casos, pode ser coberta por uma penugem fina, chamada de lanugo; ❖ Músculos mais fracos e movimentos físicos reduzidos; ❖ Orelhas finas e pouco encurvadas; ❖ Respiração mais rápida e irregular; ❖ Veias visíveis; ❖ Os bebês prematuros têm dificuldade em manter o calor do corpo, além de estarem sujeitos a outras complicações, como as respiratórias, e reflexos de sucção e deglutição deficientes, que trazem dificuldades para a alimentação.; ❖ Além disso, alguns bebês podem apresentar retinopatia (doença visual causada pela prematuridade e uma das principais causas de cegueira na infância); além de problemas neurológicos e autismo. ÍNDICE DE APGAR Consiste na avaliação de 5 sinais no primeiro, no quinto e no décimo minuto após o nascimento, atribuindo-se a cada um dos sinais uma pontuação de 0 a 2. Os sinais avaliados são a , a , o , a e a O boletim de no decorrer do procedimento. No entanto, sua aplicação . Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII ASSISTÊNCIA AO RN NA SALA DE PARTO Primeiramente, é importante que está ali, ver o prontuário, caderneta de saúde, rever uma anamnese completa – se é a termo, se houve gestações anteriores, algum aborto. Deve-se analisar, também, como está sendo o – quantas horas, se teve alguma intercorrência etc. Muito importante – a temperatura da sala é fundamental, entre 23,5º a 26ºC. O berço de calor radiante deve já estar ligado, com os campos e compressas já a postos (pois devem estar aquecidos para receber o RN). O bebê deve ser mantido a uma temperatura de 36º a 36,5ºC (em temp. axilar). Manter o cordão umbilical de 1-3 min, se o bebê nascer sem complicações e ativo, enquanto fica em contato direto com a mãe. Durante esse contato materno, cobrir o concepto com campo aquecido. *Avisar à mãe antes de pegar o bebê. Quando leva o RN ao berço, deve-se limpar ele (sem atritos e fricção), realizar a prevenção à gonococcia – e se for menina, utiliza-se também nas genitálias. Também é o momento em que é realizado as medidas do comprimento, perímetro cefálico, torácico e abdominal (com fita métrica), além do peso. *medidas de perímetro são importantes para comparação futura caso haja alguma distensão. colocar o bebê em contato pele a pele e junto ao peito da mãe (mesmo que não pegue, já ajuda no mecanismo da ocitocina e secreção/ejeção do leite) para que haja o início do vínculo mãe-bebê, Se o bebê é < 34sem ou que há algum risco ou possibilidade de asfixia, deve-se estar de maior prontidão, devido ao “Golden minute” – o RN deve estar respirando em até 1 minuto – e, para isso, todos os procedimentos devem ser feitos em até 30 segundos. ver se há vitalidade e tônus. Clampear o cordão e prover calor. Manter a cabeça em leve extensão para permeabilizar as vias aéreas. Avaliação de vitalidade: Gestação à termo? Ausência de mecônio? Respirando ou chorando? Tônus muscular bom? se a resposta for sim para todas as perguntas, RN está com boa vitalidade. Se estiver < 100 bpm, realizar ventilação por pressão positiva (com máscara adequada). Enquanto realiza-se a ventilação, outro profissional deve auscultar o pulmão para verificar que está ventilando corretamente. Se chegar > 100 bpm, pode parar a ventilação. Se permanecer < 100 bpm, outro profissional deve iniciar a realizar massagem cardíaca. Se ficar < 60 bpm, utiliza-se medicações. Em casos mais extremos, pensa-se na possibilidade de utilizar um expansor de volumes. RESPIRAÇÃO FETAL X NEONATAL do ponto de vista histológico, o pulmão durante o estágio pseudoglandular possui aparência de glândulas exócrinas. Com 16 semanas, todos os principais componentes dos pulmões estão formados, exceto aqueles envolvidos com as trocas gasosas. A respiração não é possível; portanto, o estágio canalicular sobrepõe-se ao estágio pseudoglandular, pois o desenvolvimento do segmento cranial dos pulmões amadurece mais rápido do que o segmento caudal. Durante o estágio canalicular, a luz dos brônquios e dos bronquíolos terminais tornam-se maiores e o tecido pulmonar torna-se altamente vascularizado. Por volta da 24a semana, cada bronquíolo terminal forma dois ou mais bronquíolos respiratórios, que irão se dividir em três a seis passagens: os ductos alveolares primitivos. (26 semanas), pois alguns sacos terminais de parede delgada (alvéolos primitivos) se desenvolvem no final dos bronquíolos respiratórios e o tecido pulmonar está bem vascularizado. durante o estágio o de saco terminal, muitos mais sacos terminais (alvéolos primitivos) se desenvolvem e seus epitélios tornam-se muito finos. Os capilares tornam-se protuberantes nesses sacos. O Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII íntimo contato entre o epitélio e as células endoteliais estabelece a barreira hematoaérea, que permite uma troca adequada de gases, necessária para a sobrevivência do feto caso este nasça prematuramente. Na 26a semana, os sacos terminais são revestidos principalmente por células epiteliais pavimentosas de origem endodérmica, os pneumócitos tipo I, através dos quais a troca gasosa ocorre Dispersas entre as células epiteliais pavimentosas, estão células epiteliais secretoras arredondadas, os pneumócitos tipo II, que secretam o surfactante pulmonar, uma misturacomplexa de fosfolipídios e proteínas. O surfactante se forma como uma película monomolecular na parede interna dos sacos alveolares e neutraliza as forças de tensão superficial na interface ar-alvéolo. Este facilita a expansão dos sacos terminais por prevenirem a atelectasia (colapso dos sacos durante a expiração). A produção do surfactante aumenta durante os estágios terminais da gestação, particularmente durante as últimas 2 semanas. A produção de surfactante começa entre a 20a e a 22a semana, mas o surfactante está presente apenas em pequenas quantidades em bebês prematuros, não estando presente em níveis adequados até o final do período fetal. Por volta da 26a à 28a semana, o feto frequentemente pesa cerca de 1.000 g e estão presentes sacos alveolares e surfactante suficientes para permitir a sobrevivência de bebês nascidos prematuramente. Antes disso, os pulmões são, geralmente, incapazes de prover trocas gasosas adequadas, em parte, porque a área de superfície alveolar é insuficiente e a vascularização é pouco desenvolvida. A sobrevivência desses bebês tem aumentado pelo uso de corticosteroides (esteroides produzidos pelo córtex da adrenal) pré-natal, que induzem a produção de surfactante e também com a terapia pós-natal de reposição de surfactante. exatamente quando o estágio de saco terminal acaba e se inicia o estágio alveolar depende da definição do termo alvéolos. Os sacos terminais análogos aos alvéolos estão presentes na 32ª semana. O epitélio de revestimento desses sacos atenua-se para uma fina camada epitelial pavimentosa. Os pneumócitos tipo I tornam-se tão delgados que os capilares adjacentes se projetam para os sacos alveolares. Ao final do período fetal (38 semanas), os pulmões são capazes de realizar a respiração, pois a membrana alveolocapilar (barreira de difusão pulmonar ou membrana respiratória) é delgada o suficiente para realizar as trocas gasosas. Embora os pulmões não comecem a realizar essa função vital até o nascimento, estes são e, portanto, . No início do estágio alveolar (32 semanas), cada bronquíolo respiratório termina em um aglomerado de sacos alveolares de paredes delgadas, separados um dos outros por tecido conjuntivo frouxo. Esses sacos representam os futuros ductos alveolares. A transição da dependência da placenta na troca gasosa para a troca gasosa autônoma requer as seguintes : Produção de surfactante nos sacos alveolares. Transformação dos pulmões de órgãos secretores para órgãos capazes de realizar as trocas gasosas. Estabelecimento das circulações sistêmicas e pulmonar em paralelo. Aproximadamente 95% dos alvéolos maduros desenvolvem- se no período pós-natal. Antes do nascimento, os alvéolos primordiais aparecem como pequenas projeções nas paredes dos bronquíolos respiratórios e dos sacos alveolares, dilatações terminais dos ductos alveolares. Após o nascimento, os alvéolos primitivos se ampliam conforme a expansão dos pulmões, mas o maior aumento no tamanho dos pulmões resulta do aumento no número de bronquíolos Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII respiratórios e alvéolos primitivos, mais do que um aumento no tamanho dos alvéolos O desenvolvimento alveolar está, em grande parte, completo aos 3 anos de idade, mas novos alvéolos são acrescentados até aproximadamente 8 anos de idade. Ao contrário dos alvéolos maduros, os alvéolos imaturos possuem o potencial para formar alvéolos primitivos adicionais. Conforme esses alvéolos aumentam em tamanho, eles se tornam alvéolos maduros. O principal mecanismo para o aumento do número de alvéolos é a formação de septos secundários de tecido conjuntivo que subdividem os alvéolos primitivos existentes. O desenvolvimento dos pulmões durante os primeiros meses após o nascimento é caracterizado pelo aumento exponencial na superfície da barreira hematoaérea através da multiplicação dos alvéolos e capilares. Os movimentos respiratórios fetais (MRFs), que podem ser detectados pela ultrassonografia em tempo real, ocorrem antes do nascimento, exercendo força suficiente para causar a aspiração de algum líquido amniótico pelos pulmões. Os MRFs ocorrem intermitentemente (aproximadamente 30% durante o rápido movimento dos olhos no sono) e são essenciais ao desenvolvimento normal dos pulmões. No nascimento, o feto já possui a vantagem de vários meses de exercícios respiratórios. Os MRFs, que aumentam à medida que o parto se aproxima, provavelmente condicionam os músculos respiratórios Além disso, esses movimentos estimulam o pulmão a se desenvolver, possivelmente pela criação de um gradiente de pressão entre os pulmões e o líquido amniótico. Ao nascimento, os pulmões estão aproximadamente com a metade de seu volume preenchido com líquido derivado da cavidade amniótica, pulmões e das glândulas traqueais. A aeração dos pulmões ao nascimento não é tanto devido à dilatação dos órgãos colapsados vazios, mas, sim, da rápida substituição do líquido intra-alveolar pelo ar. Através da boca e do nariz por pressão no tórax fetal durante o parto vaginal. Pelos capilares, artérias e veias pulmonares. Pelos vasos linfáticos No feto próximo ao termo, os vasos linfáticos pulmonares são relativamente maiores e mais numerosos do que em adultos. CIRCULAÇÃO FETAL X NEONATAL O sistema cardiovascular fetal é designado para servir as necessidades pré-natais e A boa respiração no período neonatal (1 a 28 dias) é dependente de alterações circulatórias normais que ocorrem no nascimento, que resulta na oxigenação do sangue nos pulmões quando o sangue fetal interrompe seu fluxo através da placenta. Na vida pré-natal, os pulmões não fornecem troca gasosa e os vasos pulmonares estão vasoconstritos (estreitados). As três estruturas vasculares mais importantes na transição da circulação são o , o e o o sangue altamente oxigenado e rico em nutrientes retorna da placenta sob alta pressão para a veia umbilical. Ao aproximar-se do fígado, aproximadamente metade do sangue passa diretamente para o ducto venoso, um vaso fetal que conecta a veia umbilical à VCI; consequentemente, esse sangue não passa pelo fígado. A outra metade do sangue na veia umbilical flui para os sinusoides do fígado e entra na VCI através das veias hepáticas O fluxo sanguíneo através do ducto venoso é regulado por um mecanismo esfincteriano próximo à veia umbilical. Quando o esfíncter contrai, mais sangue é desviado para a veia porta e sinusoides hepáticos, e menos para o ducto venoso. Geralmente se aceita que há um esfíncter fisiológico que previne a sobrecarga do coração quando o fluxo venoso na veia umbilical está elevado (p. ex., durante as contrações uterinas). Devido à VCI também conter sangue pobremente oxigenado a partir dos membros inferiores, abdome e pelve, o sangue entrando no átrio direito não está tão bem oxigenado quanto o sangue na veia umbilical; porém, ele ainda possui um alto teor de oxigênio. A maioria do sangue da VCI é direcionada pela crista dividens (margem inferior do septum secundum) Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII através do forame oval para o átrio esquerdo. Aqui ele se mistura com uma quantidade relativamente pequena de sangue pobremente oxigenado, retornando dos pulmões através das veias pulmonares. Os pulmões do feto usam o oxigênio do sangue em vez de devolvê-lo. Então, a partir do átrio esquerdo, o sangue passa para o ventrículo esquerdo e sai através da aorta ascendente. As artérias do coração, pescoço, cabeça e membros superiores recebem sangue bem oxigenado da aorta ascendente. O fígado também recebe sangue bem oxigenado da veia umbilical Uma pequena quantidade de sangue bem oxigenado da VCI no átrio direito, que não entra no forame oval, se mistura com o sangue pouco oxigenado da VCS e do seio coronário, e passa para o ventrículodireito. Esse sangue, que possui um teor médio de oxigênio, sai através do tronco pulmonar. Aproximadamente 10% desse fluxo sanguíneo vão para os pulmões; a maioria do sangue passa através do ducto arterioso para a aorta ascendente do feto e retorna à placenta através das artérias umbilicais. O ducto arterioso protege os pulmões da sobrecarga circulatória e permite que o ventrículo direito se fortaleça na preparação para o funcionamento em plena capacidade no nascimento. Devido à alta resistência vascular pulmonar na vida fetal, o fluxo sanguíneo é baixo. Aproximadamente 10% do sangue da aorta ascendente entra na aorta descendente; 65% do sangue na aorta descendente passa para as artérias umbilicais e retornam para a placenta para reoxigenação. Os 35% de sangue restantes na aorta descendente abastecem as vísceras e a parte inferior do corpo. importantes ajustes circulatórios ocorrem no nascimento, quando a circulação do sangue fetal através da placenta é interrompida e os pulmões do neonato se expandem e começam a funcionar. Assim que o bebê nasce, o forame oval, o ducto arterioso e vasos umbilicais não são mais necessários. O esfíncter no ducto venoso se contrai; assim; todo sangue que entra no fígado passa através dos sinusoides hepáticos. A oclusão da circulação placentária causa uma diminuição imediata na pressão sanguínea na VCI e no átrio direito A aeração dos pulmões no nascimento está associada: À redução dramática na resistência vascular pulmonar À elevação acentuada no fluxo sanguíneo pulmonar. Ao adelgaçamento progressivo das paredes das artérias pulmonares. O adelgaçamento das paredes arteriais resulta principalmente do alongamento dos pulmões no nascimento. Devido ao elevado fluxo sanguíneo pulmonar e à perda do fluxo da veia umbilical, a pressão no átrio esquerdo é maior que àquela do átrio direito. A elevada pressão no átrio esquerdo fecha funcionalmente o forame oval, pressionando a valva do forame contra o septum secundum. A saída do ventrículo direito agora flui para o tronco pulmonar. Devido à resistência vascular pulmonar ser menor que à resistência vascular sistêmica, o fluxo sanguíneo no ducto arterioso inverte, passando da aorta descendente para o tronco pulmonar. A parede ventricular direita é mais espessa que a parede ventricular esquerda em fetos e neonatos, pois o ventrículo direito trabalha mais no útero. Ao final do primeiro mês, a parede ventricular esquerda está mais espessa que a parede ventricular direita, pois o ventrículo esquerdo está trabalhando mais agora. A parede ventricular direita se torna mais fina devido à atrofia associada à carga de trabalho mais leve. O ducto arterioso se fecha ao nascimento, porém uma pequena quantidade de sangue pode continuar a ser desviada através do ducto arterioso da aorta para o tronco pulmonar por 24 a 48 horas em um neonato a termo. Ao final das 24 horas, 20% dos ductos estão funcionalmente fechados; em 48 horas, cerca de 80% estão fechados; e em 96 horas, 100% estão fechados. Em neonatos prematuros e naqueles com hipóxia persistente (oxigênio reduzido), o ducto arterioso pode permanecer aberto por mais tempo. Em neonatos a termo, o oxigênio é o fator mais importante no controle do fechamento do ducto arterioso; o oxigênio parece ser mediado pela Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII bradicinina, uma substância liberada dos pulmões durante a inflação inicial A bradicinina possui efeitos contráteis potentes na musculatura lisa. A ação dessa substância parece ser dependente de um elevado teor de oxigênio no sangue da aorta, resultado da aeração dos pulmões ao nascimento. Os efeitos do oxigênio na musculatura lisa do ducto podem ser diretos ou mediados por seus efeitos na secreção de prostaglandina E2. O TGF-β provavelmente está envolvido no fechamento anatômico do ducto arterioso após o nascimento Durante a vida fetal, a obstrução do ducto arterioso é controlada pelo baixo teor de oxigênio no sangue passando através dele e por prostaglandinas produzidas endogenamente que atuam na musculatura lisa da parede do ducto arterioso. As prostaglandinas causam o relaxamento do ducto arterioso. A hipóxia e outras influências mal definidas causam a produção local de prostaglandina E2 e prostaciclina I2, que mantêm o ducto arterioso aberto. Inibidores da síntese de prostaglandina, tais como a indometacina, podem causar a constrição de um ducto arterioso persistente em neonatos prematuros As artérias umbilicais se comprimem no nascimento, prevenindo a perda de sangue do neonato. Devido ao cordão umbilical não estar apertado por um minuto ou mais, o fluxo sanguíneo através da veia umbilical continua transferindo sangue bem oxigenado fetal da placenta para o neonato. Durante a fase de transição, pode haver um fluxo da direita para a esquerda através do forame oval. O fechamento dos vasos fetais e do forame oval é, inicialmente, uma mudança funcional. Posteriormente, o fechamento anatômico resulta da proliferação de tecidos fibrosos DIGESTÃO FETAL X NEONATAL A placenta filtra do sangue materno os nutrientes necessários, que entram na circulação fetal em forma imediatamente utilizável. Devido a este mecanismo, o feto não precisa ingerir, digerir ou absorver alimentos, nem de sistema excretor. As excretas passam à circulação materna. çõ Nas últimas fases da gestação, o feto apresenta movimentos de deglutição e ingere líquido amniótico, sem significado nutricional (importantes para o desenvolvimento anatômico e funcional do TGI fetal). Da mesma forma, o feto produz e elimina urina, que passa ao líquido amniótico, embora os rins estejam em desenvolvimento e não exerçam papel vital. A situação se altera radicalmente ao nascer, quando o bebê passa a se alimentar, digerir e absorver nutrientes e ter rins funcionantes, que excretam metabólitos e mantêm a homeostasia de água e eletrólitos. Entretanto, como o sistema digestivo e excretor não estão completamente maduros, a margem de tolerância para água e solutos específicos é muito restrita comparada à de bebês maiores e crianças. Dada a incapacidade dos rins em concentrar urina ao nascer e por vários meses depois, RN e lactentes necessitam de mais água do que crianças mais velhas para excretar carga comparável de soluto. Os reflexos de sucção e extrusão, presentes ao nascimento e atuantes nos primeiros meses de vida, condicionam o bebê à nutrição líquida. Outros alimentos oferecidos nessa fase são geralmente regurgitados. Práticas adequadas de alimentação nos primeiros anos de vida são condicionadas também pelo grau de maturidade funcional, quanto ao tipo de alimento, mecanismo de excreção e defesa contra infecções. O desenvolvimento do TGI, que se inicia no período intrauterino precoce, engloba não apenas o aprimoramento dos mecanismos de digestão e absorção de nutrientes, como a maturação do sistema nervoso e imunológico associados ao intestino. Características genéticas do indivíduo, fatores intrauterinos (circulação placentária, líquido amniótico e fatores de crescimento produzidos pelos tecidos fetais) e estímulos do ambiente e da nutrição nos primeiros anos de vida. Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII ❖ Imaturidade estrutural das criptas e microvilos ❖ Secreção de algumas enzimas é limitada ❖ Maior permeabilidade da membrana mucosa ❖ Acidez gástrica reduzida ❖ Maior risco de infecções (diarreia, enterocolite necrosante) e alergias (penetração de macromoléculas). Algumas dessas mudanças (adequação das enzimas digestivas e permeabilidade da mucosa intestinal) são concluídas ao longo do 1° ano de vida, enquanto outras, p.ex. motilidade GI, requerem um período maior de desenvolvimento (essa função assume o padrão adulto apenas ao longo da 1ª década de vida). O sistema imunológicointestinal em desenvolvimento precisa rapidamente se tornar competente, a fim de estar apto a se defender contra patógenos invasores e, ao mesmo tempo, ser tolerante às estruturas próprias e à imensa variedade de antígenos alimentares e ambientais inofensivos. A nutrição pode prover fatores com atuação direta sobre a maturação e modulação do sistema imune Assim como fatores que podem influenciar a composição da microbiota intestinal: afetará o desenvolvimento e a regulação do sistema imune. EXCREÇÃO FETAL X NEONATAL mecônio (fezes das primeiras 24hs, cor escura, pegajosa, com céls epidérmicas e epiteliais, lipídios e seus derivados, mucopolissacarídeos, bilirrubina…) Após 3 a 4 dias: fezes mais claras ocasionalmente esverdeadas 4 a 10 dias: variável com o tipo de alimentação semelhante ao adulto 10 a 40% dos RN Início: 2ª semana de vida; Desaparecimento: 3 a 4 meses; Suspeitas: Causas orgânicas e psicossociais Causas prováveis das cólicas no RN: imaturidade do TGI e do SN, hipermotilidade intestinal, hipersensibilidade e intolerância a constituintes da dieta (lactose, proteína do leite de vaca…), excesso de gás, dieta materna, resposta adaptativa ao ambiente, temperamento da criança, problemas na interação mãe/filho, estresse familiar, depressão e ansiedade materna as funções reguladoras e excretoras renais são mínimas antes do nascimento, pois a manutenção da homeostasia fetal é exercida pela placenta. As excreções metabólicas são praticamente inexistentes, uma vez que o metabolismo fetal é fundamentalmente anabólico e qualquer excreta passa da circulação placentária para a materna. Ao nascer, os rins executam as funções de forma limitada, atendendo às necessidades do RN normal, cujo metabolismo permanece predominantemente anabólico se alimentado com alimento equilibrado, totalmente utilizável, com pouco resíduo, como leite materno. ❖ Baixa velocidade de filtração glomerular ❖ Pequena capacidade de concentração; ❖ Muito eficientes como mecanismo conservador de água, evitando desidratação ❖ Não têm dificuldade em eliminar os resíduos metabólicos do bebê amamentado. mais susceptíveis de desenvolver acidose. O sistema pode falhar se a ingestão de água for muito pequena ou a de soluto muito elevada. Como o infante humano tem necessidades nutricionais muito distintas das do bezerro, leite de vaca não diluído pode causar hiperosmolaridade hiper-natrêmica no bebê jovem (evoluir para letargia, convulsões e até lesões do SNC). Subsequentemente, os rins amadurecem muito rápido nos primeiros meses de vida e são capazes de se adaptarem a variações significativas na dieta. Modificações progressivas na ingestão alimentar, com aumento de ureia e outros solutos estimulam os rins a funcionarem em níveis mais elevados. O sistema renal imaturo se sobrecarrega facilmente em situações de estresse - doenças, desidratação ou alterações alimentares drásticas, como altas doses de sódio (minerais) ou soluto (proteínas), que aumentam a necessidade de suplementação de água. No 2º semestre de vida, a diferenciação morfológica e funcional dos rins, traduzida por uma melhoria progressiva da função renal e consequente aumento da filtração glomerular (60-80% o valor do adulto) faz Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII com que as limitações em relação à função renal estejam praticamente ultrapassadas. Após 4 a 6 meses: aceitação do sal – maturidade funcional dos rins e aumento da necessidade de eletrólitos. Amamentação ANATOMIA MAMAS A localizadas na tela subcutânea, sobre os músculos peitorais. São glândulas sudoríparas modificadas, portanto, não tem cápsula nem bainha. São firmemente ligadas à derme pelos . Essas condensações de tecido conjuntivo fibroso, mais desenvolvidas na parte superior da glândula, ajudam a sustentar os e . uma parte menor da glândula mamária que pode se estender ao longo da margem inferolateral do músculo peitoral maior em direção à fossa axilar. Pode aumentar durante o ciclo menstrual. é constituído por 15-20 (originados, como brotos, dos ). Assim, cada lobo é drenado por um ducto lactífero, esses ductos convergem e têm aberturas independentes. parte dilatada de cada ducto, localizado profundamente a aréola, na qual uma gotícula de leite se acumula ou permanece na lactante. Quando o bebê começa a mamar, a compressão da aréola e do seio lactífero expele as gotículas acumuladas, estimulando o neonato a continuar mamando, enquanto ocorre o , que é mediado por hormônios. Assim, o leite é secretado na boca do bebê, não sugado por ele. é a parte mais proeminente – proeminência cônica ou cilíndrica – da mama (mamilo), e a é a área cutânea pigmentada que a circunda. As contêm muitas – que aumentam durante a gravidez – e secretam uma substância oleosa, que atua como lubrificante protetor para aréola e papila, que estão particularmente sujeitas a fissuras e irritações no início da amamentação. As não têm gordura, pelos nem glândulas sudoríparas. Suas extremidades são fissuradas, onde abrem-se os ductos lactíferos. São formadas por fibras musculares lisas circulantes, que comprimem os ductos lactíferos durante a lactação e causam a ereção das papilas em resposta à estimulação FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO .Embora o e a sejam essenciais ao desenvolvimento físico das mamas durante a gravidez, eles . Já o hormônio prolactina, faz o efeito oposto – promovendo a secreção de leite. a , e sua concentração no sangue da mãe aumenta uniformemente a partir da 5ª semana de gestação até o nascimento do bebê, quando já aumentou de 10 a 20 vezes o nível normal não-gravídico. Além disso, a placenta secreta grande quantidade de , que apoia a prolactina da hipófise materna durante a gravidez. Devido aos efeitos supressivos do estrogênio e progesterona, quase não é secretado líquido até após o nascimento do bebê, quando há uma perda súbita de secreção tanto de estrogênio, quanto de progesterona da placenta, permitindo o em seu papel natural de promotor da lactação. O líquido secretado nos primeiros dias após o parto é denominado e contém, essencialmente, as mesmas concentrações de proteínas e lactose do leite, mas quase nenhuma gordura. No período de 1 a 7 dias pós-parto, as mamas começam a secretar quantidades copiosas de leite, em vez de colostro. Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII A secreção de leite requer, também, uma adequada dos outros hormônios maternos (principalmente GH, cortisol, paratormônio e insulina), uma vez que são necessários para fornecer aminoácidos, ácidos graxos, glicose e cálcio – que são fundamentais para a formação do leite. Depois do nascimento do bebê, o nível basal de secreção de prolactina retorna aos níveis não- gravídicos. Entretanto, cada vez que a mãe amamenta o bebê, , que dura aproximadamente uma hora. Essa prolactina atua nas mamas maternas para manter as glândulas mamárias secretando leite nos alvéolos para os períodos de amamentação subsequentes. é produzido pelo hipotálamo, que tem papel essencial no controle da secreção de prolactina. Embora o hipotálamo essencialmente estimule a produção de outros hormônios, ele inibe a produção de prolactina. na maioria das nutrizes, o ciclo ovariano e a ovulação não retorna até poucas semanas depois do desmame. A razão disso é que, provavelmente, os mesmos sinais neurais das mamas para o hipotálamo que provocam a secreção de prolactina . O que (hormônio luteinizante e hormônio folículo- estimulante). *obs: mas em algumas mulheres (principalmente aquelas que amamentam apenas parte do tempo), a hipófise começa a secretar hormônios gonadotrópicos suficientes para reestabelecer o ciclo sexual mensal, mesmo que a amamentação continue. embora o leite seja secretado de maneira contínua nos alvéolosdas mamas, ele e, portanto, . Na verdade, – e essa ejeção é causada por um reflexo neurogênico e hormonal combinado, que envolve o hormônio hipofisário posterior . Quando o bebê suga, ele não recebe leite nenhum por aproximadamente 30 segundos, pq primeiramente é necessário que os impulsos neuronais sejam transmitidos dos mamilos para a medula espinal da mãe, e, então, para seu hipotálamo, onde desencadeiam sinais neurais que , assim como causam secreção de prolactina. A ocitocina é transportada no sangue para as mamas, onde faz com que as células mioepiteliais se contraiam, transportando, assim, o leite para o ducto. Em seguida, a sucção do bebê fica efetiva em remover o leite. *dentro de 30-60seg o leite começa a fluir. O ato de sugar uma mama faz com que o leite flua em ambas as mamas. Quando a mãe pensa no bebê ou o escuta chorar, muitas vezes, proporciona um sinal emocional suficiente para o hipotálamo provocar a ejeção de leite. ALEITAMENTO MATERNO Ministério da Saúde e OMS recomendam e amamentação continuada até os 2 anos de idade ou mais. A OMS estima que a cada por meio da prática da amamentação. Crianças em amamentação exclusiva adoecem 2,5x menos que crianças que tomam leite artificial. ❖ Proporciona uma nutrição superior e um ótimo crescimento; ❖ Fornece água adequada para hidratação; ❖ Favorece o vínculo afetivo e o desenvolvimento; ❖ Protege contra infeções e alergias; A proteção contra infecções ocorre a partir da infecção da mãe – as suas células brancas produzem anticorpos para protegê-la, alguns leucócitos vão ao seio e produzem anticorpos ali e, então, os anticorpos contra a infecção são secretados no leite para proteger o bebê. ❖ Proteção contra diabetes e câncer na infância; ❖ Melhor resposta à vacinação; ❖ Recuperação mais rápida nas doenças; ❖ Menos problemas ortodônticos e fonoaudiológicos – são associados ao uso da mamadeira; ❖ Melhor desempenho em testes de QI. ❖ Ajuda o útero a recuperar seu tamanho normal, reduzindo o risco de hemorragia pós- parto; Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII ❖ Aumenta as reservas de ferro; ❖ Reduz o risco de câncer de mama e de ovário; ❖ Ajuda a retardar uma nova gravidez – se for exclusivo e constante; ❖ Torna conveniente as viagens e mamadas noturnas; ❖ A depressão pós-parto é reduzida; ❖ É mais prático, menos trabalhoso – uma vez que o leite já está pronto, não precisa de preparo; ❖ O leite não estraga e não é preciso se preocupar com a falta de estoque; ❖ É mais econômico. ❖ Melhor saúde e nutrição resultam em melhor ambiente psicossocial e bem-estar; ❖ Menos gastos com cuidados médicos – a economia pode ser revertida em outros benefícios. COMPOSIÇÃO LEITE MATERNO o que faz com que não haja alergia à proteína do leite materno. Pode haver uma intolerância ao açúcar, principalmente à lactose, mas geralmente a quantidade de lactase produzida pelo bebê é o suficiente para digerir apenas o leite materno, sendo mais comum em alimentação complementar. Contém gordura, água, açúcar, vitaminas, ferro, proteínas, enzinas, sais e anticorpos. Em geral, o leite materno mantém uma conformidade, sendo semelhante entre diferentes lactantes, mas uma alimentação desbalanceada pode afetar a qualidade do leite. Assim como o uso de medicações e drogas. ❖ Aparece por volta do 7º mês de gestação. ❖ É espesso, pegajoso e amarelo claro. ❖ É completo como primeiro alimento do bebê. ❖ Cerca de 30ml/mamada – que é a capacidade gástrica do bebê. , rico em leucócitos e imunoglobulinas, principalmente nos 4 primeiros dias. Pode ser referido como colostroterapia (principalmente em prematuros), uma vez que seu uso garante a pincelagem do trato gastrointestinal com lactobacilos, evitando doenças – como enterocolite necrosante. Garante uma proteção para o RN. É mais rico em lactose, proteínas e contém menos gorduras que o leite maduro. rico em anticorpos, muitos leucócitos, ação laxante, fatores de crescimento e rico em vitamina A. protege contra infecções e alergias/intolerâncias, expulsa o mecônio e ajuda a prevenir icterícia, acelera a maturação intestinal, reduz a gravidade de algumas infecções (como sarampo e diarreia) e previne doenças oculares causadas por deficiência de vitamina A. lactoferrina, imunoglobulina A (principalmente, mas tb possui IgG, IgE) e fator bífidus. o leite materno prematuro contém mais proteína, IgA e lactoferrina (que são fatores de proteção para o bebê pré-termo). ❖ Modifica-se conforme o período do dia; ❖ – o leite posterior é mais rico em gordura do que o anterior – que possui mais água. Por isso, é importante esvaziar a mama, para que o bebê garanta maior ingestão calórica e atinja a saciedade. ❖ Modifica-se conforme as necessidades do bebê; ❖ Modifica-se conforme as doenças que a mãe já teve contato – imunoglobulinas ofertadas à criança. O leite anterior é mais acinzentado, contém mais líquido. Já o posterior, é mais branco, por conter maior quantidade de lipídeos. ❖ O teor é perfeito para o crescimento e desenvolvimento do bebê. – cerca de 0,9% do leite, levando em torno de 180 dias para dobrar o peso ao nascer. ❖ É facilmente digerida e bem absorvida pelo organismo do bebê – possui apenas cerca de 35% de caseína, enquanto o leite de vaca possui 80% (o que o torna de difícil digestão). ❖ A quantidade de proteína do leite não é afetada pela dieta da mãe. ❖ É a principal fonte de energia para o bebê. Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII ❖ O leite materno contém enzimas que digerem a gordura e a transformam em energia (caloria) para o bebê. ❖ Contém substâncias essenciais (ácidos graxos e lipase) para o desenvolvimento cerebral – facilitam a mielinização de forma adequada. ❖ A quantidade de gordura do leite pode ser afetada pela dieta da mãe – é o componente mais variável no leite materno, sendo disponibilizado em picos (sendo maior no fim da manhã e a tarde e no leite posterior). ❖ Fornece 40% das necessidades de energia. ❖ Facilita a absorção de cálcio e ferro – cerca de 50% de absorção de ferro no leite humano (50-70ug/100ml) ❖ Promove a colonização intestinal com lactobacilus bifidus. principalmente vitamina A, C e – em menor quantidade – B. cerca de 2 copos de leite materno fornecem mais de 90% das necessidades diárias de vitamina C, assim como importante porcentagem das necessidades de vitamina A, proteínas e calorias. Crianças CALENDÁRIO VACINAL ❖ dose única. Previne as formas graves de tuberculose. ❖ dose única. ❖ 1ª dose. Previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, meningite e infecções por Hib. ❖ 1ª dose. Previne a poliomielite (paralisia infantil). ❖ 1ª dose. Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo. ❖ 1ª dose. Previne diarreia por rotavírus. ❖ 1ª dose. Previne meningite e meningococcemia (infecção generalizada). ❖ 2ª dose. Previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, meningite e infecções por Hib. ❖ 2ª dose. Previne a poliomielite (paralisia infantil). ❖ 2ª dose. Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo. ❖ 2ª dose. Previne diarreia por rotavírus. ❖ 2ª dose. Previne meningite e meningococcemia (infecção generalizada). ❖ 3ª dose. Previne difteria, tétano, coqueluche, hepatite B, meningite e infecções por Hib. ❖ 3ª dose. Previne a poliomielite (paralisia infantil). ❖ 1ª dose. ❖ 1ª dose. Previne sarampo, caxumba e rubéola. ❖ dose de reforço. Previne meningite e meningococcemia (infecção generalizada). ❖ dose de reforço. Previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo. ❖ dose de reforço. Previne difteria, tétano e coqueluche. ❖ dose de reforço. Previne a poliomielite (paralisia infantil).❖ dose única. ❖ dose única. Previne sarampo, caxumba, rubéola e varicela. Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII CRESCIMENTO O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui um dos indicadores de saúde da criança. Todo ser humano nasce com um que poderá ou não ser alcançado, dependendo das condições de vida a que esteja exposto desde a concepção até a idade adulta. por e entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando ou restringindo tal processo. Deve-se valorizar também o crescimento intrauterino, pois diversos estudos atestam que alterações no crescimento fetal e infantil podem ter efeitos permanentes na saúde do adulto. nos primeiros dias de vida há perda de 10% do peso ao nascer. Mas aos 15 dias recupera peso de nascimento e manifesta reflexos primitivos. Ganho de peso por trimestre: ❖ 1° trimestre: 700 g/ mês (25 g/ dia); ❖ 2° trimestre: 600 g/ mês (20 g/ dia); ❖ 3° trimestre: 500 g/ mês (15 g/ dia); ❖ 4º trimestre: 400 g/ mês (10 g/ dia); 2 anos: quadruplica o peso de nascimento, aumentando cerca de 2,5 kg. Técnica de pesagem: criança deitada ou sentada, sem roupas. ❖ Nascimento: 50 cm. ❖ 1º semestre: aumenta 15 cm. ❖ 2º semestre: aumenta 10 cm. ❖ Durante o 2° ano: aumenta 12 cm. Técnica de mensuração: criança deitada (cabeça na base fixa e calcanhar na base móvel). a ❖ Nascimento: 35 cm. ❖ 1° ano: aumenta em média 12 cm ❖ 2 cm/ mês durante o 1° trimestre; ❖ 1cm/ mês durante o 2° trimestre; e ❖ 0,5 cm/ mês durante o 2° semestre. ❖ 2° ano: aumenta em torno de 2 cm. Valores menores ou maiores do que os limites normais, e maior ou menor aumento detectado por medidas seriadas são indicativos de situações de risco, passíveis de investigação diagnóstica. Cerca de 80 a 85% do crescimento do PC se faz até 4 a 5 anos de idade e 35% até os 6 anos. ❖ Pré-escolar (2 a 5 anos): 2 kg/ ano; ❖ Escolar (6 a 12 anos): 3,5 kg/ ano; Técnica de pesagem: criança em pé, com menor número de roupas possível. ❖ Aos 4 anos: atinge 1 metro. ❖ Pré-escolar: 6-8 cm/ ano. ❖ Escolar: 6 cm/ ano. ❖ Até a puberdade: 5-6 cm/ ano. Técnica: criança em pé, braços distendidos, pés paralelos, linha de visão paralela ao chão. ❖ Poucas alterações corporais: alongamento e preenchimento. ❖ Maior organização do sistema sensório-motor. ❖ Crescimento dos membros > tronco. ❖ Meninos: pernas e braços mais alongados. ❖ Meninas: quadril maior e coxas grossas. 11 anos para meninas e 13 anos para meninos. O crescimento não ocorre desordenadamente, de forma aleatória. Ele está sob a influência de alguns determinantes, que podem aumentar, restringir, anular algumas fases desse desenvolvimento (biológico e psicológico). Esses determinantes podem ser sociais, econômicos e culturais. Sendo que a dimensão biológica e psicológica é interligada a todo instante. afetando o desenvolvimento físico (crescimento) e consequentemente o desenvolvimento psíquico (neuropsicomotor). Para avaliar o desenvolvimento, é preciso coletar dados e analisá-los. Os dados essenciais são: ❖ Peso e estatura, para avaliar crescimento. ❖ Atividades, para analisar o desenvolvimento psicossociológico. ❖ A análise inclui a comparação com referências (tabelas, gráficos, esquemas), daí a conclusão sobre o desenvolvimento. Alguns destes dados Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII devem estar obrigatoriamente no cartão da criança, sendo que o cartão inclui: curva de crescimento e ficha de acompanhamento do desenvolvimento. Compreende-se por fatores extrínsecos, aqueles ambientais. Os essenciais são: ❖ incluirá ingesta adequada de calorias, proteínas, água, lipídios, sais minerais e vitaminas, definidos como componentes essenciais para um crescimento satisfatório. ❖ englobará, condições geográficas e físicas, condições socioeconômicas, urbanização, interação mãe-filho e atividades físicas. teremos a e o . No genótipo do zigoto encontraremos a determinação do plano para desenvolvimento psíquico e crescimento futuramente. Determinando mais adiante o fenótipo (genótipo mais ambiente). Alguns desses hormônios agem diretamente sobre o próprio encéfalo e diencéfalo, alterando sua atividade e obviamente influenciando no crescimento e desenvolvimento (psíquico) do indivíduo. ❖ Promove o crescimento de diversos tecidos do organismo ❖ Promove a deposição de proteínas nos tecidos ❖ Aumenta a utilização de gorduras como fonte de energia ❖ Reduz a utilização dos carboidratos ❖ Estimula o crescimento das cartilagens e dos ossos DESENVOLVIMENTO ❖ O no primeiro ano de vida e aumenta mais 15% durante o segundo ano. O volume total do cérebro no lactente com 1 mês de vida é aproximadamente 36% do volume de adulto, mas com 1 ano de idade é de cerca de 72% (83% aos 2 anos) ❖ Uma (fonologia, segmentação de palavras) ocorre durante a infância. O processamento da fala em pessoas mais velhas requer redes neuronais precisas e definidas; o cérebro infantil apresenta uma organização estrutural e funcional semelhante à dos adultos, sugerindo que o processamento neurológico estrutural da fala possa orientar os bebês a descobrir as propriedades de sua língua nativa ❖ A entre o sétimo e oitavo mês da gestação e continua até a adolescência e juventude. no lactente nascido a termo, no momento de nascimento a mielinização está presente no tronco cerebral dorsal, pedúnculos cerebelares e perna posterior da cápsula interna. ❖ Os braços ficam pendentes ao lado do corpo. ❖ Os movimentos dos membros consistem basicamente em contrações descontroladas, com abertura e fechamento das mãos aparentemente sem propósito ❖ O sorriso ocorre involuntariamente. ❖ O olhar, os giros da cabeça e a sucção são mais bem controlados e podem, portanto, ser utilizados para demonstrar a percepção e a cognição infantis. ❖ A preferência da criança em se voltar para a voz da mãe é uma evidência da memória de reconhecimento. ❖ Inicialmente, o sono e a vigília estão uniformemente distribuídos ao longo de 1 dia de 24 h ❖ O aprendizado também ocorre; bebês cujos pais são consistentemente mais interativos e estimuladores durante o dia aprendem a concentrar seu sono durante a noite. ❖ Os bebês podem diferenciar entre padrões, cores e consoantes. ❖ Podem reconhecer expressões faciais (sorrisos) como semelhantes, mesmo quando esses aparecem em rostos diferentes. ❖ Podem também combinar propriedades abstratas dos estímulos, como contorno, intensidade ou padrão temporal, por meio de modalidades sensoriais Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII ❖ Lactentes aos 2 meses de idade podem discriminar padrões rítmicos na língua nativa versus língua não nativa ❖ Os cuidados pelos pais e cuidadores fornecem estímulos visuais, táteis, olfativos e auditivos; todos auxiliam o desenvolvimento da cognição ❖ A disponibilidade consistente de um adulto de confiança para atender às urgências do bebê cria as condições para uma fixação segura ❖ A confiança básica versus a desconfiança, o primeiro dos estágios psicossociais de Erikson, depende de vínculo e ligação recíprocos com a mãe. ❖ O choro ocorre em resposta a estímulos que podem ser óbvios (uma fralda suja), mas são muitas vezes obscuros ❖ Os bebês com menos de 1 ano de idade que são constantemente colocados no colo e acalmados em resposta a um choro de socorro demonstram comportamento menos agressivo aos 2 anos ❖ Estudos transculturais demonstram que nas sociedades em que as crianças ficam perto da mãe, os bebês choram menos que nas em que eles ficam apenas periodicamente junto com as mães ❖ Choro: 6 semanas de vida - pico (3h/dia); 3 meses - 1 hora/dia❖ Choro excessivo (mais de 3 horas/dia, mais de 3 dias/semana com duração superior a 1 semana) e choro/inquietação mais frequente persistindo mais que 3 a 5 meses pode estar associada a abuso de crianças, problemas de comportamento com criança mais velha (ansiedade, agressividade, hiperatividade), diminuição da duração da amamentação e depressão pós-parto (incerto se é a causa ou o efeito). ❖ Bebês apresentam vários sinais para exteriorizar suas necessidades e para obter a atenção de um cuidador. Esses comportamentos aumentam progressivamente em intensidade em muitos bebês, e vão desde mudanças na respiração e na cor passando por pistas posturais e de movimento, até vocalizações calmas são pistas pré- choro, se não atendida > choro. ❖ O desaparecimento do reflexo tônico assimétrico do pescoço libera os lactentes para começar a examinar objetos na linha média e manipulá-los com as duas mãos ❖ A redução do reflexo da garra inicial possibilita que o bebê segure e solte objetos voluntariamente. ❖ A qualidade dos movimentos espontâneos também muda, de movimentos contorcidos maiores para movimentos circulares menores, que têm sido descritos como “irrequietos.” ❖ O aumento do controle de flexão do tronco possibilita o rolamento intencional. ❖ Como podem manter a cabeça firme enquanto sentadas, o lactentes podem olhar através dos objetos em vez de apenas olhar para esses, abrindo uma nova gama visual. ❖ Podem começar a se alimentar com uma colher. ❖ Ao mesmo tempo, a maturação do sistema visual possibilita uma percepção maior da profundidade ❖ Regulação estável e regular dos ciclos de sono- vigília: as necessidades totais de sono são aproximadamente de 14 a 16 h/24 h, com cerca de 9 a 10 horas concentradas à noite e 2 cochilos/dia. ❖ Durante a alimentação, os bebês não se concentram exclusivamente na mãe, mas se distraem. Nos braços da mãe, o lactente pode, literalmente, virar-se, preferindo estar virado para fora. ❖ Os bebês dessa idade também exploram seus próprios corpos, olhando fixamente para suas mãos, vocalizando, soprando bolhas, tocando suas orelhas, bochechas e genitais. Essas explorações representam uma fase inicial da compreensão da causa e efeito já que os lactentes aprendem que os movimentos musculares voluntários resultam sensações táteis e visuais previsíveis além de desempenharem um papel no surgimento de um senso de “eu”, separado da mãe. É o primeiro estágio de desenvolvimento de personalidade Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII ❖ A satisfação da necessidade pela mãe ou por outro adulto amoroso continua a processo de vínculo mãe-bebê. ❖ As emoções primárias de raiva, alegria, interesse, medo, nojo e surpresa aparecem em contextos apropriados na forma de expressões faciais distintas ❖ Quando frente a frente, o lactente e um adulto de confiança podem combinar expressões afetivas (sorriso ou surpresa) cerca de 30% do tempo. ❖ Jogos de iniciação (cantar, jogos de mão) aumentam o desenvolvimento social ❖ O comportamento frente a frente revela a capacidade do bebê de compartilhar estados emocionais, o primeiro passo no desenvolvimento da comunicação ❖ Os pediatras compartilham o prazer, enquanto os bebês balbuciam, fazem contato visual e se movem ritmicamente. Os bebês que não apresentam essa linguagem e movimentos recíprocos estão em risco para transtornos do espectro autista ❖ Os pais devem ter a certeza de que suas respostas às necessidades emocionais de um lactente não tornam seu filho mimado. ❖ Vacinar e coletar sangue enquanto a criança está sentada no colo dos pais ou amamentando no peito aumenta a tolerância à dor ❖ A capacidade de se sentar sem apoio (6-7 meses) e de girar ao sentar-se (cerca de 9-10 meses) proporciona um aumento de oportunidades para manipular vários objetos ao mesmo tempo e de experimentar com novas combinações de objetos. ❖ Essas descobertas são auxiliadas pelo surgimento dos movimentos de garra entre o polegar e o dedo (8-9 meses) e de pinça pura aos 12 meses ❖ Muitos bebês começam a engatinhar e puxar para ficar em pé por volta dos 8 meses ❖ Algumas ficam em pé com 1 ano de idade ❖ As conquistas motoras se relacionam com o aumento da mielinização e com o crescimento cerebelar. ❖ O bebê de 6 meses de idade descobriu suas mãos e logo aprenderá a manipular objetos. No início, tudo é levado à boca. ❖ A complexidade da brincadeira de um bebê, quantos esquemas diferentes são exercidos, é um indicador útil do desenvolvimento cognitivo nessa idade ❖ O prazer, a persistência e a energia com a qual os lactentes enfrentam esses desafios sugerem a existência de um impulso intrínseco ou uma motivação para o domínio de habilidades. ❖ O comportamento para o domínio de habilidades motoras ocorre quando os bebês se sentem seguros; aqueles com relacionamentos menos seguros demonstram limitações na experimentação e menor competência ❖ Um marco importante é a conquista aos 9 meses da permanência do objeto (constância), o entendimento de que os objetos continuam a existir, mesmo quando não são vistos. Dos 4 aos 7 meses de vida, os bebês olham para baixo à procura de uma bola que caiu, mas rapidamente desistem se não a encontrarem. Com a constância do objeto, os lactentes persistem na busca ❖ Brincar de esconder traz prazer ilimitado na medida em que o bebê magicamente traz de volta o outro jogador ❖ Bebês olham para trás e para a frente entre um estranho que se aproxima e um dos pais, e pode agarrar-se ou chorar ansiosamente, demonstrando ansiedade em relação ao estranho. Separações muitas vezes tornam-se mais difíceis ❖ Os bebês que dormem durante a noite por meses começam a despertar regularmente e chorar, como se lembrassem de que os pais estão no quarto ao lado ❖ Ganho de peso nessa idade muitas vezes reflete uma luta entre a independência emergente de um lactente e do controle dos pais para a situação alimentar > usar 2 colheres (uma p/pai ou mãe e outra p/bebê) ❖ Birras fazem sua primeira aparição à medida que os impulsos por autonomia e domínio Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII entram em conflito com o controle dos pais e as habilidades ainda limitadas dos bebês. ❖ Lactentes com 7 meses de idade são adeptos da comunicação não verbal, expressando uma variedade de emoções e de resposta com tons vocais e expressões faciais ❖ Aos 9 meses de idade, os bebês se tornam conscientes de que as emoções podem ser compartilhadas entre as pessoas; eles entregam seus brinquedos a seus pais como maneira de compartilhar seus sentimentos felizes ❖ Entre 8 e 10 meses de idade, o balbuciar assume uma nova complexidade, com sons multissilábicos (“ba-da-ma”); ❖ Bebês podem discriminar entre idiomas ❖ A interação social (adultos atentos revezando a vocalização com a criança) influencia profundamente a aquisição e a produção de novos sons ❖ A primeira palavra verdadeira (i.e., um som utilizado de modo consistente para se referir a um objeto ou uma pessoa específica) aparece junto com a descoberta pela criança da permanência do objeto ❖ Livros de imagens oferecem um contexto ideal para a aquisição da linguagem verbal. ❖ Com o uso de um livro conhecido como foco compartilhado de atenção, pai/mãe e filho se envolvem em ciclos repetidos de apontar e dar nomes, com elaboração e reforços pelo pai/mãe ❖ A criança pequena que começou a andar continua a experimentar um considerável crescimento do cérebro e mielinização no 2° ano ❖ As crianças pequenas têm pernas relativamente curtas e tronco curto, com uma lordose lombar exagerada e abdome abaulado. ❖ A maioria das crianças começa a andar independentemente por volta dos 12-15 meses de idade o Começar a caminhar precocemente não está associado a um desenvolvimento avançado em outros domínios ❖ Bebês inicialmentecaminham balançando-se com uma marcha de base ampla com os joelhos dobrados e os braços flexionados na altura do cotovelo > Aparência de genuvaro (pernas arqueadas) ❖ Após vários meses de prática, o centro de gravidade desvia-se para trás e o tronco se estabiliza, enquanto os joelhos estendem-se e os braços balançam-se ao lado do corpo para manter o equilíbrio. Os pés são mantidos em melhor alinhamento e a criança é capaz de parar, girar e se inclinar sem tropeçar. ❖ A exploração do ambiente aumenta em paralelo com a melhora na destreza (apanhar, agarrar, liberar) e na mobilidade. ❖ As crianças pequenas manipulam os objetos de maneiras novas para criar efeitos interessantes, como empilhar blocos ou colocar coisas dentro da unidade de DVD de um computador ❖ A imitação dos pais e de irmãos mais velhos ou de outras crianças é um modo importante de aprendizado. ❖ O jogo de faz de conta (simbólico) centraliza- se no próprio corpo da criança (fingir que está bebendo em um copo vazio) ❖ Próximo ao marco de desenvolvimento da marcha inicial, os bebês podem estar mais irritados. Uma vez iniciado o andar, o seu humor predominante muda de maneira acentuada ❖ As crianças pequenas e exploradoras orbitam em torno dos seus pais, movimentando-se para longe deles e, em seguida, retornando para um toque tranquilizador antes de se mover novamente ❖ Todas as crianças experimentarão um tipo de pirraça, refletindo sua incapacidade em esperar pela gratificação, suprimir ou desviar a raiva para outros objetos ou comunicar verbalmente seus estados emocionais. ❖ Todas as crianças experimentarão um tipo de pirraça, refletindo sua incapacidade em esperar pela gratificação, suprimir ou desviar a raiva para outros objetos ou comunicar verbalmente seus estados emocionais. ❖ No período em que pronunciam suas primeiras palavras, por volta dos 12 meses de idade, as crianças já respondem apropriadamente a várias declarações simples como “não”, “tchau” e “me dá” Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII ❖ Por volta dos 15 meses, a criança comumente aponta para as principais partes do seu corpo e usa 4 a 6 palavras espontânea e corretamente. ❖ A comunicação da maioria dos desejos e ideias continua a ser não verbal. melhorias no equilíbrio e na agilidade e na emergência da corrida e da subida de escadas. ❖ Com aproximadamente 18 meses de idade, várias alterações cognitivas coalescem, marcando a conclusão do período sensório- motor ❖ A permanência do objeto está firmemente estabelecida; as crianças pequenas antecipam aonde um objeto chegará, mesmo quando o objeto não estava visível ao ser movido. ❖ A causa e o efeito são mais bem compreendidos, e as crianças pequenas demonstram flexibilidade na solução de problemas (p. ex., usando uma varinha para atingir um brinquedo que está fora do alcance, ou descobrindo como dar corda em um brinquedo mecânico) ❖ A transformação simbólica em jogo não está mais ligada ao próprio corpo da criança pequena, de modo que uma boneca pode ser “alimentada” utilizando um prato vazio. ❖ A relativa independência dos seis meses anteriores frequentemente dá lugar a um maior apego por volta dos 18 meses. Esse estágio, frequentemente descrito como “restabelecimento de laços”, pode ser uma reação à crescente percepção da possibilidade de uma separação. A ansiedade de separação se manifestará no momento de dormir. Muitas crianças usam um cobertor ou um brinquedo de pelúcia como um objeto de transição, que funciona como a presença simbólica da mãe/pai ausentes. ❖ Apesar do apego à mãe/ao pai, o uso do “não” pela criança é um modo de declarar sua independência. ❖ Emerge uma linguagem eficaz, os conflitos se tornam menos frequentes. ❖ A percepção de autoconsciência e os padrões internalizados de comportamento aparecem primeiramente nessa idade. As crianças que estão começando a andar ao olhar, pela primeira vez, em um espelho tentarão tocar sua própria face, em vez da imagem no espelho se notarem algo estranho com seu nariz. ❖ Elas começam a reconhecer quando os brinquedos estão quebrados e podem entregá-los aos pais para que os consertem. ❖ A linguagem torna-se um meio de controle dos impulsos, do raciocínio precoce e da conexão entre ideias. Quando tentadas a tocar algum objeto proibido, podem dizer a si mesmos “não, não”. ❖ Após a percepção de que as palavras podem dar significado a coisas, o vocabulário de uma criança salta de 10 a 15 palavras aos 18 meses para entre 50 e 100 aos 2 anos ❖ Após adquirir um vocabulário de aproximadamente 50 palavras, as crianças pequenas começam a combiná-las para construir pequenas sentenças, o começo da gramática ❖ Compreendem ordens em duas etapas (ex: me dê a bola e depois pegue seus sapatos) ❖ A urgência da linguagem verbal marca o final do período sensório-motor ❖ O crescimento dos órgãos sexuais é proporcional ao crescimento somático. ❖ A criança em fase pré-escolar tem genuvalgo (joelhos aproximados na linha média) e pés planos leves ❖ O dorso se afila e os membros inferiores alongam ❖ A energia física atinge seu pico e a necessidade de sono diminui para 11 h a 13 h/24 h, deixando a criança, por fim, de fazer sua sesta ❖ A maioria das crianças caminha com a marcha madura e corre de maneira firme antes do fim de seu terceiro ano ❖ Além desse nível básico, há grande variação nas habilidades já que a gama de atividades motoras se expande para incluir arremessos, Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII captura e chute de bolas; andar de bicicleta; escalar estruturas de áreas de recreação; dançar; e outros padrões complexos de comportamento ❖ Os controles intestinal e vesical surgem durante esse período, com o “amadurecimento” para ir ao banheiro com grande variação individual e cultural. A enurese é normal até a idade de 4 anos em meninas e 5 anos em meninos ❖ A recusa em defecar no vaso sanitário ou no penico é relativamente comum e pode levar à constipação na criança e frustração nos pais. ❖ Crianças em fase pré-escolar comandam significativas habilidades computacionais e compreendem padrões estatísticos que lhes possibilitam aprender sobre linguagem e nexo causal. ❖ O desenvolvimento da linguagem ocorre mais rapidamente entre 2 e 5 anos de idade. O vocabulário aumenta de 50 a 100 palavras para mais de 2 mil. ❖ A estrutura da frase avança de frases telegráficas (“Bebê chora”) para frases incorporando todos os principais componentes gramaticais ❖ Por volta dos 21 aos 24 meses, a maioria das crianças usa possessivos, progressivos (gerúndio), perguntas e negações ❖ Aos 4 anos de idade, as crianças, em sua maioria, podem contar até quatro e usa os verbos no passado; aos 5 anos, usam o tempo verbal futuro ❖ Não utilizam discursos figurativos ❖ A aquisição da linguagem depende criticamente dos estímulos ambientais. Os principais determinantes incluem a quantidade e a variedade do discurso dirigido para crianças e a frequência com que os adultos fazem perguntas e incentivam a verbalização ❖ As crianças não imitam simplesmente o discurso adulto; elas abstraem as regras complexas de gramática de acordo com o ambiente da linguagem, criando hipóteses implícitas. A evidência para a existência de tais regras implícitas vem da análise dos erros gramaticais, como a supergeneralização do uso do “s” para construir o plural e do “i” nas conjugações verbais no passado (“eu fazi”). ❖ A linguagem está ligada tanto ao desenvolvimento cognitivo como ao emocional. Atrasos de linguagem podem ser os primeiros indícios de que uma criança tenha uma deficiência intelectual, um transtorno do espectro autista, ou de que tenha sido maltratada ❖ O período pré-escolar corresponde à fase pré- operacional (pré-lógica) de Piaget, caracterizada por pensamento mágico, egocentrismoe pelo pensamento dominado pela percepção, não abstração ❖ Uma criança pode acreditar que as pessoas podem fazer chover porque transportam guarda-chuvas ❖ Egocentrismo diz respeito à incapacidade de uma criança levar em consideração o ponto de vista de outro e não conota egoísmo. Uma criança pode tentar confortar um adulto que está chateado, levando até o adulto seu animal de pelúcia favorito. ❖ A imitação, central para a experiência de aprendizagem de crianças em fase pré-escolar, agora é reconhecida como um ato complexo, dadas as diferenças no tamanho dos atores (do adulto e da criança), dos diversos níveis de destreza, e mesmo de resultados distintos. ❖ Aos 3 anos de idade, as crianças auto identificam seu sexo e estão ativamente buscando a compreensão do significado de identificação do gênero. Observa-se uma progressão do desenvolvimento da rigidez (meninos e meninas têm papéis estritos de gênero) no início da fase pré-escolar para uma compreensão mais realista e flexível (meninos e meninas podem ter uma variedade de interesses). brincar envolve o aprendizado, a atividade física, a socialização com os colegas e a prática de papeis de adultos. Aumenta em complexidade e imaginação, da simples imitação de experiências comuns, como fazer compras e pôr o bebê na cama (2 ou 3 anos de idade), passando por cenários mais amplos que envolvem eventos singulares, como ir ao zoológico ou viajar (3 ou 4 anos de idade), até a criação de cenários que foram apenas imaginados, como ir à lua (4 ou 5 anos de idade). Aos 3 anos de idade, a brincadeira cooperativa é vista em atividades como a construção de uma torre de blocos; mais tarde, uma atividade com papéis mais estruturados, como ao brincar de casinha. Brincar também permite a Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII resolução de conflitos e ansiedades, e as saídas criativas. As crianças podem liberar a raiva de maneira segura (espancar um boneco), ter superpoderes (e brincar de dinossauro ou superheróis) e conseguir coisas que lhes são negadas na realidade (um amigo imaginário ou animais de pelúcia). ❖ Os desafios emocionais enfrentados pelas crianças em fase pré-escolar incluem aceitação de limites, manutenção do senso de autocuidados, controle da agressividade e dos impulsos sexuais, e interação com um círculo crescente de adultos e colegas ❖ Aos 2 anos de idade, os limites comportamentais são predominantemente externos; aos 5 anos de idade, esses controles devem estar internalizados, se a criança precisar frequentar uma sala de aula típica ❖ As crianças aprendem quais comportamentos são aceitáveis e quanto poder exercem perante adultos importantes, testando seus limites. Essa prática de testes aumenta quando esses chamam a atenção, apesar de a atenção geralmente ser negativa, e quando os limites são incoerentes. ❖ As crianças pequenas não podem controlar muitos aspectos de suas vidas, incluindo para onde vão, quanto tempo permanecem e o que podem levar para casa em uma loja. Também tendem a perder o controle interno, isto é, a ter acessos de raiva. Medo, cansaço excessivo, expectativas incompatíveis ou desconforto físico também podem evocar um temperamento agressivo. Esse temperamento normalmente aparece ao fim do primeiro ano de vida e atinge seu pico entre 2 e 4 anos de idade ❖ Crianças em fase pré-escolar normalmente experimentam sentimentos complicados direcionados a seus pais, que podem incluir forte apego e possessividade em relação ao progenitor do sexo oposto, inveja e ressentimento para com o outro progenitor, e receio de que esses sentimentos negativos possam levar ao abandono. A resolução dessa crise (um processo que se estende ao longo de anos) envolve a decisão tácita de uma criança se identificar com os pais, em vez de competir com eles. Brincar e conversar são ações que fomentam o desenvolvimento dos controles emocionais, permitindo que as crianças expressem suas emoções e entendam seu papel. ❖ A curiosidade sobre a genitália e sobre os órgãos sexuais adultos é normal, assim como é a masturbação. A masturbação excessiva que interfira na atividade normal, a simulação de uma relação sexual, o extremo pudor ou a simulação de um comportamento sedutor de um adulto sugere a possibilidade de abuso sexual ou exposição imprópria ❖ O pensamento moral é limitado pelo nível cognitivo de uma criança e por suas habilidades de linguagem, mas se desenvolve à medida que a criança progride em sua identificação com os pais. Começando antes do segundo aniversário, o senso da criança sobre o certo e errado deriva do desejo de ganhar a aprovação dos pais e evitar consequências negativas. Ao longo do tempo, conforme a criança internaliza as admoestações dos pais, as palavras são substituídas por comportamentos agressivos. Finalmente, a criança aceita a responsabilidade pessoal. ❖ Pela incapacidade de a criança se concentrar em mais de uma situação por vez, a equidade é entendida como igualdade de tratamento, independentemente da circunstância. Uma criança de 4 anos vai reconhecer a importância de se revezar, mas vai se queixar se não tiver tempo suficiente a fase escolar é o período em que as crianças cada vez mais se separam dos pais e procuram a aceitação por parte dos professores, outros adultos e colegas. As crianças começam a se sentir sob pressão para se adequar ao estilo e aos ideais do grupo de pares. ❖ A perda de dentes decíduos (dentes primários) é um sinal mais marcante de maturação, começando por volta de 6 anos de idade. A substituição por dentes adultos (dentes Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII secundários) ocorre a uma taxa de cerca de 4 por ano, de modo que por volta dos 9 anos, as crianças terão 8 incisivos permanentes e 4 molares permanentes. A erupção de pré- molares ocorre entre 11 e 12 anos de idade ❖ A força muscular, coordenação e resistência aumentam progressivamente, tal como a capacidade de executar movimentos complexos, como a dança ou arremesso em cestas ❖ Os hábitos sedentários nessa idade estão associados ao aumento do risco de vida para obesidade, doença cardiovascular, desempenho escolar e baixa autoestima ❖ As percepções da imagem corporal se desenvolvem precocemente durante este período; as crianças entre 5 e 6 anos de idade expressam insatisfação com sua imagem corporal; na faixa etária entre 8 e 9 anos muitas delas relatam a tentativa de fazer dieta, muitas vezes usando programas mal orientados. A perda de controle (compulsão) para comer ocorre entre cerca de 6% das crianças dessa idade ❖ Antes da puberdade, a sensibilidade do hipotálamo e da pituitária se altera, conduzindo à síntese aumentada de gonadotrofinas. ❖ O interesse em diferenças de gênero e no comportamento sexual aumenta progressivamente até a puberdade. ❖ Embora esse seja um período em que os impulsos sexuais são limitados, a masturbação é comum e as crianças podem estar interessadas nas diferenças entre os sexos ❖ No lugar da percepção mágica, egocêntrica e ligada à cognição, as crianças em idade escolar cada vez mais aplicam regras baseadas em fenômenos observáveis, fatores em múltiplas dimensões e pontos de vista e interpretam suas percepções usando as leis físicas ❖ No contexto das interações sociais com irmãos, as crianças jovens muitas vezes demonstram capacidade de compreender os pontos de vista alternativos muito antes de mostrarem essa capacidade em seu pensamento sobre o mundo físico ❖ O conceito de “aptidão escolar” evoluiu ❖ O domínio do currículo elementar exige que muitos processos cognitivos, de linguagem e perceptivos trabalhem de maneira eficiente, e espera-se que as crianças atendam a muitas entradas ao mesmo tempo. ❖ As habilidades cognitivas interagem com uma grande variedade de atitudes e fatores emocionaispara determinar o desempenho em sala de aula. Esses fatores incluem recompensas externas (dedicação para agradar adultos e aprovação de seus pares) e internas (competitividade, vontade de trabalhar para uma recompensa posterior, crença em sua própria habilidade e capacidade de se arriscar a tentar quando o sucesso não é garantido). ❖ Nesse período, a energia é direcionada para a criatividade e a produtividade. ❖ O aumento da independência é marcado pela primeira festa do pijama na casa de um amigo e pela primeira vez no acampamento durante a noite ❖ Os pais devem exigir empenho nas atividades escolares e extracurriculares, comemorar sucessos e oferecer a aceitação incondicional quando ocorrerem fracassos. ❖ As tarefas regulares, associadas a um subsídio, proporcionam uma oportunidade de as crianças contribuírem para o funcionamento familiar e aprenderem o valor do dinheiro ❖ As crianças estão conscientes das diferenças raciais e estão começando a formar opiniões sobre os grupos raciais que afetam seus relacionamentos ❖ Algumas crianças se enquadram facilmente às regras entre colegas e desfrutam o sucesso social fácil. As que adotam estilos individualistas ou têm diferenças visíveis podem sofrer mais provocações. ❖ Os atributos conferidos por seus colegas, como engraçado, estúpido, mau ou gordo, podem tornar-se incorporados a sua autoimagem e afetar sua personalidade, bem como seu desempenho escolar ❖ As interações com colegas sem supervisão de um adulto apelam para o aumento de resolução de conflitos ou habilidades pugilistas. ❖ Um equilíbrio entre a fantasia e uma capacidade adequada para negociar os desafios do mundo real indica um desenvolvimento emocional saudável Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII ❖ Embora com 6 anos de idade a maioria das crianças tenha uma consciência (regras internalizadas da sociedade), elas variam muito em seu nível de desenvolvimento moral. ❖ Para as mais jovens, muitas ainda registram a noção de que as regras são estabelecidas e executadas por uma figura de autoridade (pais ou professor) e a tomada de decisão é guiada por auto interesse (para evitar a negativa e a recepção das consequências positivas). ❖ À medida que crescem, a maioria vai reconhecer não apenas suas próprias necessidades e desejos, mas também as de outros, embora as consequências pessoais ainda sejam o principal condutor do comportamento. ❖ Entre 10 e 11 anos de idade, a combinação de pressão dos pares, desejo de agradar as figuras de autoridade, bem como compreensão de reciprocidade (tratar os outros como você gostaria de ser tratado) molda o comportamento da criança. Adolescentes PUBERDADE A adolescência compreende um complexo processo de maturação que transforma a criança em adulto. A puberdade reúne os fenômenos biológicos da adolescência, possibilitando o completo crescimento somático e a maturação hormonal que asseguram a capacidade de reprodução e de preservação da espécie. resultante do aumento da secreção dos andrógenos suprarrenais (entre 6 e 8 anos de idade óssea) e que parece ser independente da ativação do eixo hipofisário-gônadas. Ativação ou desinibição de neurônios hipotalâmicos secretores de hormônio liberador de gonadotrofinas (LHRH), com consequente liberação dos hormônios luteinizante (LH) e folículo-estimulante (FSH) pela glândula hipófise. aumento dos esteroides sexuais produzidos pelos testículos e ovários SISTEMA HORMONAL MASCULINO Os testículos secretam muitos hormônios sexuais masculinos, chamados, coletivamente, androgênios, incluindo a testosterona, di-hidrotestosterona e androstenediona. ❖ ❖ Mesmo durante a vida fetal, os testículos são estimulados pela gonadotropina coriônica, proveniente da placenta, a produzir quantidades moderadas de testosterona por todo o período de desenvolvimento fetal e por 10 semanas ou mais, após o nascimento; depois disso, praticamente não é produzida testosterona durante a infância, até cerca das idades de 10 a 13 anos. Então, a produção de testosterona aumenta rapidamente, sob estímulo dos hormônios gonadotrópicos da hipófise anterior, no início da puberdade, permanecendo assim pela maior parte do resto da vida, diminuindo rapidamente após os 50 anos e caindo para 20%-50% dos valores máximos aos 80 anos ❖ a proteína SRY inicia uma cascata de ativações genéticas que faz com que as células do tubérculo (crista) genital se diferenciem em células que secretam testosterona e, por fim, formam os testículos, enquanto o cromossomo feminino faz com que a crista se diferencie em células que secretam estrogênios. a testosterona secretada inicialmente pelas cristas genitais e, posteriormente, pelos testículos fetais é responsável pelo desenvolvimento das características do corpo masculino, incluindo a formação do pênis e do saco escrotal, em vez do clitóris e da vagina ❖ após a puberdade, quantidades crescentes de secreção de testosterona fazem com que o pênis, o saco escrotal e os testículos aumentem de tamanho, em aproximadamente oito vezes antes dos 20 Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII anos de idade. Além disso, a testosterona causa o desenvolvimento das características sexuais secundárias masculinas, começando na puberdade e terminando na maturidade ❖ a testosterona induz o crescimento de pelos (1) no púbis; (2) para cima ao longo da linha alba do abdome, algumas vezes até o umbigo ou acima; (3) na face; (4) geralmente no tórax; e (5), menos frequentemente, em outras regiões do corpo, como as costas ❖ a testosterona secretada pelos testículos ou injetada no corpo produz hipertrofia da mucosa laríngea e alargamento da laringe. ❖ A testosterona aumenta a espessura da pele de todo o corpo e a rigidez dos tecidos subcutâneos. A testosterona aumenta também a secreção de algumas, ou talvez de todas, glândulas sebáceas do corpo ❖ uma das características masculinas mais importantes é o desenvolvimento da musculatura após a puberdade, com aumento de cerca de 50% da massa muscular em relação às meninas. Esse aumento da massa muscular está associado à elevação da quantidade de proteína também em regiões não musculares do corpo ❖ após o grande aumento da testosterona circulante que ocorre na puberdade (ou após a injeção prolongada de testosterona), os ossos crescem consideravelmente mais espessos e depositam grandes quantidades adicionais de sais de cálcio. Assim, a testosterona aumenta a quantidade total de matriz óssea e promove a retenção do cálcio Devido ao fato de a testosterona aumentar o tamanho e a força dos ossos, ela é, às vezes, usada em homens idosos para o tratamento da osteoporose Entretanto, a testosterona também faz com que as epífises dos ossos longos se unam à parte longa dos ossos em idade precoce. Assim, apesar da rapidez do crescimento, essa união precoce das epífises impede a pessoa de crescer até a altura que ela teria, caso a testosterona não tivesse sido secretada SISTEMA HORMONAL FEMININO Consiste em três hierarquias de hormônio: 1. O hormônio de liberação hipotalâmica, chamado hormônio liberador de gonadotropina (GnRH). 2. Os hormônios sexuais hipofisários anteriores, o hormônio foliculoestimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), ambos secretados em resposta à liberação de GnRH do hipotálamo 3. Os hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona, que são secretados pelos ovários, em resposta aos dois hormônios sexuais femininos da hipófise anterior. os promovem, essencialmente, a proliferação e o crescimento de células específicas no corpo, responsáveis pelo . As atuam, basicamente, ❖ durante a infância, os estrogênios são secretados apenas em quantidades mínimas, mas, na puberdade, a quantidade secretada na mulher sob a influência dos hormônios gonadotrópicoshipofisários aumenta em 20 vezes ou mais. Nessa época, os órgãos sexuais femininos se alteram dos de criança para os de adulto. Os ovários, as trompas de Falópio, o útero e a vagina aumentam de tamanho várias vezes. A genitália externa aumenta, com depósito de gordura no monte pubiano e nos grandes lábios, além de aumento dos pequenos lábios o os estrogênios alteram o epitélio vaginal do tipo cuboide para o tipo estratificado, considerado mais resistente a traumas e infecções do que o epitélio das células cuboides pré-púberes. Durante os primeiros anos da puberdade, o tamanho do útero aumenta de Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII duas a três vezes, porém mais importante do que o aumento no tamanho do útero. Eles causam proliferação acentuada do estroma endometrial e grande desenvolvimento das glândulas endometriais, que posteriormente ajudarão no fornecimento de nutrição ao óvulo implantado. ❖ os estrogênios fazem com que os tecidos glandulares desse revestimento proliferem; e, o mais importante, aumentam o número de células epiteliais ciliadas que revestem as trompas de Falópio ❖ os estrogênios causam (1) desenvolvimento dos tecidos estromais das mamas; (2) crescimento de um vasto sistema de ductos; e (3) depósito de gordura nas mamas Os lóbulos e alvéolos das mamas se desenvolvem até certo ponto sob a influência apenas dos estrogênios, mas é a progesterona e a prolactina que determinam o crescimento e a função final dessas estruturas ❖ os estrogênios inibem a atividade osteoclástica nos ossos e, portanto, estimulam o crescimento ósseo. Pelo menos parte desse efeito é devido à estimulação de osteoprotegerina, também chamada fator inibidor da osteoclastogênese, citocina que inibe a reabsorção óssea. Na puberdade, quando a mulher entra em seus anos reprodutivos, seu crescimento em altura torna-se rápido durante muitos anos Entretanto, os estrogênios têm outro efeito potente no crescimento esquelético: causam a união das epífises com a haste dos ossos longos. ❖ os estrogênios causam leve aumento de proteína corporal total, evidenciado por um ligeiro equilíbrio nitrogenado positivo, quando estrogênios são administrados ❖ causam também depósito de quantidades maiores de gordura nos tecidos subcutâneos. Por conseguinte, a porcentagem de gordura corporal no corpo da mulher é consideravelmente maior do que no corpo do homem, que contém mais proteína. Além do depósito de gordura nas mamas e nos tecidos subcutâneos, os estrogênios causam depósito de gordura nos glúteos e nas coxas, o que é característico da aparência feminina ❖ os pelos efetivamente se desenvolvem na região pubiana e nas axilas, após a puberdade. Os androgênios, formados em quantidades crescentes pelas glândulas adrenais femininas, após a puberdade, são os principais responsáveis por esse desenvolvimento de pelo. ❖ os estrogênios fazem com que a pele desenvolva textura macia e normalmente lisa. Além disso, os estrogênios fazem com que a pele se torne mais vascularizada, o que, muitas vezes, está associado à pele mais quente, promovendo também maior sangramento nos cortes superficiais do que se observa nos homens. ❖ uma função importante da progesterona é promover alterações secretoras no endométrio uterino, durante a última metade do ciclo sexual feminino mensal, preparando o útero para a implantação do óvulo fertilizado. Diminui a frequência e a intensidade das contrações uterinas, ajudando, assim, a impedir a expulsão do óvulo implantado. ❖ aumento da secreção pelo revestimento mucoso das trompas de Falópio > necessárias para nutrir o óvulo fertilizado e em divisão ❖ a progesterona promove o desenvolvimento dos lóbulos e alvéolos das mamas, fazendo com que as células alveolares Nascimento, Crescimento e Desenvolvimento | Fernanda Ribeiro – MedUesb XVII proliferem, aumentem e adquiram natureza secretora. O leite só é secretado depois que a mama preparada é adicionalmente estimulada pela prolactina da hipófise anterior. CRITÉRIOS DE TANNER ❖ Mamas – M1 a M5 ❖ Pelos – P1 a P5 ❖ Genitais – G1 a G5 ❖ Pelos – P1 a P5.