Prévia do material em texto
Página de Psicanálise A neurose a psicose e onde se dá o seu conflito. Freud descreve em sua obra os numerosos relacionamentos dependentes do ego. Sua posição intermediária entre o mundo externo e o id e seus esforços para comprazer a todos os "seus senhores" ao mesmo tempo. Nesse esforço para atender ao “mundo externo”, ao id e ao superego, surgem tensões e conflitos. Assim, a neurose é o resultado de um conflito entre o ego e o id, ao passo que a psicose é o desfecho análogo de um distúrbio semelhante nas relações entre o ego e o mundo externo. Freud explica que todas as neuroses transferenciais se originam de recusar-se o ego a aceitar um poderoso impulso pulsional do id, ao ajudá-lo a encontrar um escoador ou motor, ou de o ego proibir àquele impulso o objeto que visa. Em tal caso, o ego se defende contra o impulso pulsional mediante o mecanismo do recalque. O material reprimido luta contra esse destino. Cria para si próprio, ao logo de caminhos sobre os quais o ego não tem poder, uma representação substitutiva (que se impõe ao ego mediante uma conciliação) – o sintoma. O ego descobre a sua unidade ameaçada e prejudicada por esse intruso e continua a lutar contra o sintoma. Tudo isso produz o quadro de uma neurose. O ego entrou em conflito com o id, a serviço do superego e da realidade, e esse é o estado de coisas em toda neurose de transferência. Na amência de Meynert – uma confusão alucinatória aguda que constitui talvez a forma mais extrema e notável de psicose – o mundo exterior não é percebido de modo algum ou a percepção dele não possui qualquer efeito. Normalmente o mundo externo governa o ego por duas maneiras: em primeiro lugar, através de percepções atuais e presentes sempre renováveis; e, em segundo lugar, mediante o armazenamento de lembranças de percepções anteriores, as quais, sob a forma de um “mundo interno”, são uma possessão do ego e parte constituinte dele. Na amência, não apenas é recusada a aceitação de novas percepções; também o mundo interno, que, como copia do mundo externo, até agora o representou , perde sua significação (sua catexia). O ego cria automaticamente um novo mundo externo e interno, e não pode haver dúvida quanto a dois fatos: que esse novo mundo é constituído de acordo com os impulsos desejosos do id e que o motivo dessa dissociação do mundo externo é alguma frustração muito séria de um desejo, por parte da realidade – frustração que parece intolerável. A estreita afinidade dessa psicose com os sonhos normais é inequívoca. Uma precondição de sonhar, além do mais, é o estado de sono, e uma das características do sono é o completo afastamento da percepção e do mundo externo. Sabemos que outras formas de psicose, as esquizofrenias, inclinam-se a acabar em uma hebetude afetiva – isto é, em uma perda de toda participação no mundo externo. Com referência à gênese dos delírios, inúmeros analistas nos ensinam que o delírio se encontra aplicado como um remendo no lugar em que originalmente uma fenda apareceu na relação com o mundo externo. Assim, as neuroses de transferências correspondem a um conflito entre o ego e o id; as neuroses narcísicas, a um conflito entre o ego e o superego, e as psicoses, a um conflito entre o ego e o mundo externo. A perversão. Perversão - "Desvio em relação ao ato sexual "normal", definido este como coito que visa a obtenção do orgasmo por penetração genital, com uma pessoa do sexo oposto (hoje a psicologia tem outra concepção com relaçao a este assunto). Diz-se que existe perversão quando o orgasmo é obtido com outros objetos sexuais (homossexualidade, pedofilia, bestialidade, etc.) ou por outras zonas corporais (coito anal, por exemplo) e quando o orgasmo é subordinado de forma imperiosa a certas condições extrínsecas (fetichismo, sadomasoquismo); estas podem proporcionar por si sós o prazer sexual. De forma mais englobante, designa-se por perversão o conjunto de comportamento psicossexual que acompanha tais atipias na obtenção do prazer sexual". No texto FETICHISMO Freud narra que teve a oportunidade de estudar analiticamente certo número de homens cuja escolha objetal era dominada por um fetiche. Não obstante seja reconhecido pelos seus adeptos como anormalidade, raramente é sentido por eles como sintoma de uma doença que se faça acompanhar por sofrimento. Via de regra, mostram-se inteiramente satisfeitos com ele, ou até mesmo louvam o modo pelo qual lhes facilita a vida erótica. Via de regra, portanto, o fetiche aparece na análise como uma descoberta subsidiária. Um exemplo extraordinário de uma escolha de um fetiche é o caso de um jovem alemão, criando na Inglaterra, e que ao retornar à Alemanha, já havia praticamente esquecido o idioma materno, o alemão. Ela havia “escolhido” certo “brilho da nariz” a uma precondição fetichista. O fetiche , originado na sua primeira infância, tinha que ser entendido em inglês e não em alemão. O brilho do nariz, em alemão, “Glanz auf der Nase” era na realidade “vislumbre (glance) do nariz”. O nariz constituía assim o fetiche, que incidentalmente, ele dotara, à sua vontade de um brilho luminoso que não era perceptível a outros. Assim, o fetiche é um substituto do pênis. Mas não um substituto de qualquer pênis, mas de um pênis específico. É um substituto do pênis da mulher, da mãe, que o menininho outrora acreditou e que não deseja abandonar. Isso ocorre por que se a mãe havia sido castrada, havia perdido o pênis, ele mesmo, o menino, corria o risco de perder seu próprio pênis. A que ele se recusa a aceitar. Qualquer objeto pode tomar este lugar ....... sapatos, roupas íntimas, pé, veludo (que lembra os pelos pubianos da mãe), etc. Em resumo: NEUROSE – Recalque – (Verdrängung). Conflito "Ego x Id". Sintomas: Histeria, Neurose Obsessiva, Fobias. – "Não sabe porque está acontecendo". PSICOSE – Rejeição – (Verwergung). Conflito "Ego x Mundo Externo". Delírios e Alucinações: Paranóia, Esquizofrenias, PMD, Hipocondrias, Autismo. "Tem certeza absoluta por que está acontecendo". PERVERSÃO – Recusa – (Verleugnung). Fetiche: Principio do gozo (Pedofilia, Voyerismo, Exibicionismo). A perda da realidade na neurose e na psicose. As características que diferenciam uma neurose de uma psicose, é o fato de numa neurose o ego, em sua dependência da realidade, suprimir um fragmento do Id (da vida pulsional), ao passo que, em uma psicose, esse mesmo ego, a serviço do Id, afasta um fragmento da realidade. Assim, numa neurose o fator decisivo seria a predominância da influência da realidade, enquanto numa psicose esse fator seria a predominância do Id. Na psicose a perda de realidade estaria necessariamente presente, ao passo que na neurose, segundo parece, essa perda seria evitada. De qualquer maneira, temos que admitir que a neurose também perturba a relação do paciente com a realidade, na medida que ela, a neurose, o afasta de alguma maneira do contato com a realidade. E nos casos mais graves, significa concretamente uma fuga da vida real. A contradição, pois, existe apenas enquanto mantemos os olhos fixados na situação no começo da neurose, quando o ego, a serviço da realidade, se dispõe ao recalque de um impulso pulsional. Porém isso não é ainda a própria neurose. Ela consiste antes nos processos que fornecem uma compensação à parte do Id danificada – isto é, na reação contra o recalque e no fracasso do recalque. O afrouxamento da relação com a realidade é uma conseqüência desse segundo passo na formação de uma neurose, e não deveria surpreender-nos que um exame pormenorizado demonstre que a perda da realidade afeta exatamente aquele fragmento de realidade, cujas exigências resultaram na repressão pulsional ocorrida. No caso da psicose, ocorre algo análogo ao processo da neurose, embora, é claro, em distintas instâncias da mente. Assim, poderíamos esperar que também na psicose duas etapas pudessem ser discernidas,das quais a primeira arrastaria o ego para longe, dessa vez para longe da realidade, enquanto a segunda tentaria reparar o dano causado e restabelecer as relações do indivíduo com a realidade, às expensas do Id. E isso se faz pela criação de uma nova realidade que não levanta mais as mesmas objeções que a antiga, que foi abandonada. O segundo passo, portanto, na neurose como na psicose, é apoiado pelas mesmas tendências. Em ambos os casos serve ao desejo de poder do Id, que não se deixará ditar pela realidade. Tanto a neurose como a psicose são, pois, expressão de uma rebelião por parte do Id contra o mundo externo, de sua indisposição – ou, caso preferirem, de sua incapacidade – a adaptar-se às exigências da realidade. A neurose e a psicose diferem uma da outra muito mais em sua primeira reação introdutória do que na tentativa de reparação que a segue. Na neurose, um fragmento da realidade é evitado por uma espécie de fuga, ao passo que na psicose, a fuga inicial é sucedida por uma fase ativa de remodelamento; na neurose, a obediência inicial é sucedida por uma tentativa adiada de fuga. Ou ainda: A neurose não repudia a realidade, apenas a ignora; A psicose a repudia e tenta substituí-la. Existe portanto outra analogia entre uma neurose e uma psicose no fato de em ambas a tarefa empreendida na segunda etapa ser parcialmente malsucedida, de vez que o instinto reprimido é incapaz de conseguir um substituto completo (na neurose) e a representação da realidade não pode ser remodelada em formas satisfatórias (não pelo menos em todo tipo de doença mental). Na psicose, ela incide inteiramente sobre a primeira etapa, que é patológica em si mesma e só pode conduzir à enfermidade. Na neurose, ela recai na segunda, sobre o fracasso do recalque. Em suma, depende se o ego rendeu-se à sua lealdade perante o mundo real ou à sua dependência do Id. Isso é possibilitado pela existência de um mundo de fantasia, de um domínio que ficou separado do mundo externo real na época da introdução do princípio da realidade. É deste mundo de fantasia que a neurose haure o material para suas novas construções de desejos e geralmente A PERDA DA REALIDADE NA NEUROSE E NA PSICOSE encontra esse material pelo caminho da regressão a um passado real satisfatório. Dificilmente se pode duvidar que o mundo de fantasia desempenhe o mesmo papel na psicose, e de que aí também ele seja o depósito do qual derivam os materiais ou o padrão para construir a nova realidade. Vemos assim, que tanto na neurose como na psicose interessa a questão não apenas relativa a uma perda da realidade, mas também a um substituto para a realidade. Como disse certa feita um professor da Faculdade de Psicologia: O psicótico sabe que 2 + 2 é igual a 5 e vive tranqüilo com essa verdade. O neurótico sabe que 2 + 2 é igual a 4, mas não concorda com isso de jeito nehum e vive sofrendo por isso. A 1ª e 2ª Tópicas. TÓPICA – Teoria ou ponto de vista que supõe uma diferenciação do aparelho psíquico em certo número de sistemas dotados de características ou funções diferentes e dispostos numa certa ordem uns com relação a outros, o que permite considerá-los metaforicamente como lugares psíquicos de que podemos fornecer uma representação figurada espacialmente. Fala-se correntemente de duas tópicas freudianas, sendo a primeira aquela em a disposição principal é feita entre Inconsciente, Pré- consciente e Consciente, e a segunda a que distingue três instâncias: o Id, o Ego e o Superego. Inconsciente – (das Unbewusst, unbewusst) - O adjetivo inconsciente é por vezes usado para exprimir o conjunto dos conteúdos não presentes no campo efetivo da consciência, isto num sentido descritivo e não tópico, quer dizer sem se fazer discriminação entre os conteúdos dos sistemas pré-consciente e inconsciente. No sentido tópico, inconsciente designa um dos sistemas definidos por Freud no quadro da sua primeira teoria do aparelho psíquico. É constituído por conteúdos recalcados aos quais foi recusado o acesso ao sistema pré-consciente-consciente pela ação do recalque. Podemos resumir do seguinte modo as características essenciais do inconsciente como sistema (ou Ics): a) Os seus conteúdos são representantes das pulsões. b) Estes conteúdos são regidos pelos mecanismos específicos do processo primário, principalmente condensação e deslocamento. c) Fortemente investidos pela energia pulsional, procuram retornar à consciência e à ação (retorno do recalcado); mas só podem ter acesso ao sistema Pcs-Cs nas formações de compromisso, depois de terem sido submetidos às deformações da censura. d) São, mais especialmente, desejos da infância que conhecem uma fixação no inconsciente. No quadro da 2ª Tópica freudiana, o termo inconsciente é usado sobretudo na sua forma adjetiva; efetivamente, inconsciente deixa de ser o que é próprio de uma instância especial, visto que qualifica o id, e, em parte, o ego e o superego. Mas convém notar: a) As características atribuídas ao sistema Ics na primeira tópica são de um modo geral atribuídas ao Id na Segunda. b) A diferença entre pré-consciente e o inconsciente, embora já não esteja baseada numa distinção intersistêmica, persiste como distinção intra-sistêmica (o ego e o superego são em parte pré-conscientes e em parte inconscientes). Pré-consciente – (das Vorbewuste, vorbewusst) – Como substantivo, designa um sistema do aparelho psíquico nitidamente distinto do sistema inconsciente (Ics); como adjetivo, qualifica as operações e conteúdos desse sistema pré-consciente (Pcs). Estes não estão presentes no campo atual da consciência e, portanto, são inconscientes no sentido descritivo, mas distinguem-se dos conteúdos do sistema inconsciente na medida em que permanecem de direito acessíveis à consciência (conhecimento e recordações não atualizados, por exemplo). Do ponto de vista metapsicológico, o sistema pré-consciente rege-se pelo processo secundário. Está separado do sistema inconsciente pela censura, que não permite que os conteúdos e os processos inconscientes passem para o Pcs sem sofrerem transformações. No quadro da 2ª Tópica freudiana, o termo pré-consciente é sobretudo utilizado como adjetivo, para qualificar o que escapa à consciência atual sem ser inconsciente no sentido estrito. Do ponto de vista sistemático, qualifica conteúdos e processos ligados ao ego quanto ao essencial, e também ao superego. Consciente – (Bewusst) – No sentido descritivo: qualidade momentânea que caracteriza as percepções externas e internas no conjunto dos fenômenos psíquicos. Segundo a teoria metapissicológica de Freud, o consciente seria função de um sistema, o sistema percepção-consciente (Pc-Cs). Do ponto de vista tópico, o sistema percepção-consciente está situado na periferia do aparelho psíquico, recebendo ao mesmo tempo as informações do mundo exterior e as provenientes do interior, isto é, as sensações que se inscrevem na série desprazer-prazer e as revivescências mnimésicas. Muitas vezes Freud ligo a função percepção-c0nsciente ao sistema pré-consciente, então designado como sistema pré-c90nsciente-consciente (Pcs-Cs). Id – (Es ou Isso) – Uma das três instâncias diferenciadas por Freud na sua Segunda teoria do aparelho psíquico. O Id constitui o pólo pulsional da personalidade. Os seus conteúdos, expressão psíquica das pulsões, são inconscientes, por um lado hereditárias e inatos, e por outro, recalcados e adquiridos. Do ponto de vista econômico, o Id é, para Freud, o reservatório inicial da energia psíquica; do ponto de vista dinâmico, entra em conflito como o ego e o superego que, do ponto de vista genético, são as suas diferenciações. (Das ich – o ego – e Das Es – o Id). Ego – ou Eu – (Ich) – Instância que Freud na sua Segunda teoria do aparelho psíquico, distingue do Id e do Superego. Do ponto de vista tópico, o ego está numa relaçãode dependência tanto para com as reivindicações do Id, como para com os imperativos do superego e exigências da realidade. Embora se situe como mediador, encarregado dos interesses da totalidade da pessoa, a sua autonomia é apenas relativa. Do ponto de vista dinâmico, o ego representa eminentemente, no conflito neurótico, o pólo defensivo da personalidade; põe em jogo uma série de mecanismos de defesa, estes motivados pela percepção de um afeto desagradável (sinal de angústia). Do ponto de vista econômico, o ego surge como um fator de legação dos processos psíquicos; mas, nas operações defensivistas, as tentativas de legação da energia pulsional são contaminadas pelas características que especificam o processo primário: assumem um aspecto compulsivo, repetitivo, desreal. A teoria Psicanalítica procura explicar a gênese do ego em dois registros relativamente heterogêneos, quer vendo nele um aparelho adaptativo, diferenciado a partir do Id em contato com a realidade exterior, quer definindo-o como o produto de identificações que levam à formação no seio da pessoa de um objeto de amor investido pelo id. Relativamente à primeira teoria do aparelho psíquico, o ego é mais vasto do que o sistema pré-consciente-consciente, na medida em que as suas operações defensivas são em grande parte inconscientes. Do ponto de vista histórico, o conceito tópico dos ego é o resultado de uma noção constantemente presente em Freud desde as origens do seu pensamento. Superego – Supereu – (Über-Ich) – Uma das instâncias da personalidade tal como Freud a descreveu no quadro da sua Segunda teoria do aparelho psíquico: o seu papel é assimilável ao de um juiz ou de um censor relativamente ao ego. Freud vê na consciência moral, na auto-observação, na formação de ideais, funções do superego. Classicamente, o superego é definido como o herdeiro do complexo de Édipo; constitui-se por interiorização das exigências e das interdições parentais. Certos psicanalistas recuam para mais cedo a formação do superego, vendo esta instância em ação desde as fases pré-edipianas (Melanie Klein) ou pelo menos procurando comportamentos e mecanismos psicológicos muito precoces que seriam precursores do superego (Glover, Spitz, por exemplo). Como árbitro moral internalizado o Superego se desenvolve em função do sistema de recompensas e punições colocado pelos pais. Para obter recompensas e evitar punições a criança aprende a conduzir-0se de acordo com as normas ditadas pelos pais. O Superego tem como que dois subsistemas: a “consciência” – onde estão as punições e o “ideal do ego” onde estão as ações merecedoras de aprovação. O mecanismo de internalização chama-se INTROJEÇÃO. O Id – é o sistema original da personalidade psíquica; é a matriz a partir da qual o ego e o superego se diferenciam. O Id é formado pelos aspectos psicológicos herdados e presentes no nascimento, inclusive as pulsões. É o reservatório da energia que põe em funcionamento os outros sistemas. Está em relação estreita com os processos corporais, dos quais retira sua própria energia. Freud chamada o Id de “a verdadeira personalidade psíquica”, por que ele representa o modo inteiro da experiência subjetiva e não tem conhecimento da realidade objetiva. - O Id não tolera aumentos de energia ...... Vide Princípio do Prazer .. Para isso ele dispõe de: - Ação reflexa; - Processo Primário (formação de imagens, por exemplo de comida para uma pulsão de fome). - Realização do desejo. As alucinações e visões dos psicóticos, são também exemplos do processo primário. Como uma pessoa não pode viver de imagens, inicia-se o desenvolvimento do “Processo Secundário”. Quando isso acontece inicia-se a formação do segundo sistema da personalidade psíquica: o Ego. O Ego – O Ego existe porque as necessidades do organismo requerem transações apropriadas com o mundo objetivo da realidade. Assim uma pessoa faminta precisa aprender a diferenciar uma imagem mental do alimento, do alimento mesmo. A diferença básica entre o Id e o Ego, é que o Id só conhece o realidade subjetiva da mente, enquanto que o Ego faz a distinção entre as coisas da mente e as do mundo exterior. O Ego conhece o “Principio da Realidade”, e opera por meio do “Processo Secundário”. O principio da realidade suspende temporariamente o principio do prazer, porque este é satisfeito quando o objeto é encontrado e assim a tensão foi reduzida. O principio de realidade verifica se uma experiência é real ou falsa, isto é, se tem existência externa ou não, ao passo que o principio do prazer interessa-se apenas em saber se uma experiência é desagradável ou agradável. Pelo ‘Processo Secundário” o Ego formula um plano para a satisfação da necessidade e depois o testa geralmente por uma espécie de ação, para ver se funciona ou não. O Ego é o executivo da personalidade psíquica porque controla os portas de entrada para a ação, seleciona os aspectos do meio aos quais reagirá e decide quais são as pulsões a serem satisfeitas e de que modo. No desempenho dessas altas funções executivas o Ego tem que procurar integrar as exigências muitas vezes antagônicas do Id, do superego e do Meio Externo. Esta é uma tarefa difícil que pesa sobre o Ego. Devemos levar em consideração entretanto, que o ego é a parte organizada do Id, que existe para realizar os desejos do Id e não para frustrá-los e que toda a sua força se origina do Id. Ele não tem existência á parte do Id, nunca se torna completamente independente dele. Seu papel principal é o de intermediário entre as exigências pulsinonais do organismo e as condições do ambiente. Seus objetivos constituem em manter a vida do indivíduo e garantir a reprodução da espécie. O Superego – O terceiro e último sistema da personalidade a desenvolver-se é o superego. Ele e o representante interno dos valores e idéias tradicionais da Sociedade, transmitidos pelos pais e reforçados pelo sistema de recompensas e castigos impostas à criança. O superego é a arma moral da personalidade psíquica; representa mais o ideal que o real e luta mais para a perfeição que para o prazer. Sua preocupação principal é decidir se alguma coisa é certa ou errada, de modo que o indivíduo possa agir em harmonia com os padrões autorizados pelos agentes da sociedade. Como árbitro moral internalizado o Superego se desenvolve em função do sistema de recompensas e punições colocado pelos pais. Para obter recompensas e evitar punições a criança aprende a conduzir-0se de acordo com as normas ditadas pelos pais. O Superego tem como que dois subsistemas: a “consciência” – onde estão as punições e o “ideal do ego” onde estão as ações merecedoras de aprovação. O mecanismo de internalização chama-se INTROJEÇÃO. PULSÃO – é uma representação psicológica inata de uma fonte somática de excitação. A representação psicológica chama-se desejo, e a excitação corpórea chama-se necessidade. “O ego serve a três senhores”. O Ego é o executivo da personalidade psíquica porque controla os portas de entrada para a ação, seleciona os aspectos do meio aos quais reagirá e decide quais são as pulsões a serem satisfeitas e de que modo. No desempenho dessas altas funções executivas o Ego tem que procurar integrar as exigências muitas vezes antagônicas do Id, do superego e do Meio Externo. Esta é uma tarefa difícil que pesa sobre o Ego. “O Superego é o herdeiro do complexo de Édipo”. É por que podemos assegurar que a instalação do Superego pode ser classificada como exemplo bem-sucedido de identificação com a instancia parental. O fato que fala decisivamente a favor desse ponto de vista é que essa nova criação de uma instância superior dentro do Ego está muito intimamente ligada ao destino do complexo de Édipo, de modo que o superego surge como o herdeiro desse vinculação afetiva tão importante para a infância. Abandonando o complexo de Édipo, uma criança deve renunciaràs intensas catexias objetais que depositou em seus pais e é como compensação por essa perda de objetos que excite uma intensificação tão grande das identificações com seus pais, as quais provavelmente há muito estiveram presentes em seu Ego. Uma investigação atenta mostra que o superego é tolhido em sua força e crescimento se a superação do complexo de Édipo tem êxito apenas parcial. No decurso do desenvolvimento, o superego também assimila as influências que tomaram lugar dos pais – educadores e professores, pessoas escolhidas como modelos ideais. Normalmente o Superego se afasta mais e mais das figuras parentais originais; torna-se digamos assim mais impessoal. E não se deve esquecer que uma criança tem conceitos diferentes sobre seus pais, em diferentes períodos de sua vida. À época que o complexo de Édipo da lugar ao superego, eles são algo de muito extraordinário; depois, porém, perdem muito desse atributo. O Funcionamento da 2ª Tópica, ou seja, a dinâmica entre o Ego, o Id e o Superego. Id – (Es ou Isso) – Uma das três instâncias diferenciadas por Freud na sua Segunda teoria do aparelho psíquico. O Id constitui o pólo pulsional da personalidade. Os seus conteúdos, expressão psíquica das pulsões, são inconscientes, por um lado hereditárias e inatos, e por outro, recalcados e adquiridos. Do ponto de vista econômico, o Id é, para Freud, o reservatório inicial da energia psíquica; do ponto de vista dinâmico, entra em conflito como o ego e o superego que, do ponto de vista genético, são as suas diferenciações. (Das ich – o ego – e Das Es – o Id). Ego – ou Eu – (Ich) – Instância que Freud na sua Segunda teoria do aparelho psíquico, distingue do Id e do Superego. Do ponto de vista tópico, o ego está numa relação de dependência tanto para com as reivindicações do Id, como para com os imperativos do superego e exigências da realidade. Embora se situe como mediador, encarregado dos interesses da totalidade da pessoa, a sua autonomia é apenas relativa. Do ponto de vista dinâmico, o ego representa eminentemente, no conflito neurótico, o pólo defensivo da personalidade; põe em jogo uma série de mecanismos de defesa, estes motivados pela percepção de um afeto desagradável (sinal de angústia). Do ponto de vista econômico, o ego surge como um fator de legação dos processos psíquicos; mas, nas operações defensivistas, as tentativas de legação da energia pulsional são contaminadas pelas características que especificam o processo primário: assumem um aspecto compulsivo, repetitivo, desreal. A teoria Psicanalítica procura explicar a gênese do ego em dois registros relativamente heterogêneos, quer vendo nele um aparelho adaptativo, diferenciado a partir do Id em contato com a realidade exterior, quer definindo-o como o produto de identificações que levam à formação no seio da pessoa de um objeto de amor investido pelo id. Relativamente à primeira teoria do aparelho psíquico, o ego é mais vasto do que o sistema pré-consciente-consciente, na medida em que as suas operações defensivas são em grande parte inconscientes. Do ponto de vista histórico, o conceito tópico dos ego é o resultado de uma noção constantemente presente em Freud desde as origens do seu pensamento. Superego – Supereu – (Über-Ich) – Uma das instâncias da personalidade tal como Freud a descreveu no quadro da sua Segunda teoria do aparelho psíquico: o seu papel é assimilável ao de um juiz ou de um censor relativamente ao ego. Freud vê na consciência moral, na auto-observação, na formação de ideais, funções do superego. Classicamente, o superego é definido como o herdeiro do complexo de Édipo; constitui-se por interiorização das exigências e das interdições parentais. Certos psicanalistas recuam para mais cedo a formação do superego, vendo esta instância em ação desde as fases pré-edipianas (Melanie Klein) ou pelo menos procurando comportamentos e mecanismos psicológicos muito precoces que seriam precursores do superego (Glover, Spitz, por exemplo). A constituição do Ego, do Superego, etc. ... O Id – é o sistema original da personalidade psíquica; é a matriz a partir da qual o ego e o superego se diferenciam. O Id é formado pelos aspectos psicológicos herdados e presentes no nascimento, inclusive as pulsões. É o reservatório da energia que põe em funcionamento os outros sistemas. Está em relação estreita com os processos corporais, dos quais retira sua própria energia. Freud chamada o Id de “a verdadeira personalidade psíquica”, por que ele representa o modo inteiro da experiência subjetiva e não tem conhecimento da realidade objetiva. - O Id não tolera aumentos de energia ...... Vide Princípio do Prazer .. Para isso ele dispõe de: - Ação reflexa; - Processo Primário (formação de imagens, por exemplo de comida para uma pulsão de fome). - Realização do desejo. As alucinações e visões dos psicóticos, são também exemplos do processo primário. Como uma pessoa não pode viver de imagens, inicia-se o desenvolvimento do “Processo Secundário”. Quando isso acontece inicia-se a formação do segundo sistema da personalidade psíquica: o Ego. O Ego – O Ego existe porque as necessidades do organismo requerem transações apropriadas com o mundo objetivo da realidade. Assim uma pessoa faminta precisa aprender a diferenciar uma imagem mental do alimento, do alimento mesmo. A diferença básica entre o Id e o Ego, é que o Id só conhece o realidade subjetiva da mente, enquanto que o Ego faz a distinção entre as coisas da mente e as do mundo exterior. O Ego conhece o “Principio da Realidade”, e opera por meio do “Processo Secundário”. O principio da realidade suspende temporariamente o principio do prazer, porque este é satisfeito quando o objeto é encontrado e assim a tensão foi reduzida. O principio de realidade verifica se uma experiência é real ou falsa, isto é, se tem existência externa ou não, ao passo que o principio do prazer interessa-se apenas em saber se uma experiência é desagradável ou agradável. Pelo ‘Processo Secundário” o Ego formula um plano para a satisfação da necessidade e depois o testa geralmente por uma espécie de ação, para ver se funciona ou não. O Ego é o executivo da personalidade psíquica porque controla os portas de entrada para a ação, seleciona os aspectos do meio aos quais reagirá e decide quais são as pulsões a serem satisfeitas e de que modo. No desempenho dessas altas funções executivas o Ego tem que procurar integrar as exigências muitas vezes antagônicas do Id, do superego e do Meio Externo. Esta é uma tarefa difícil que pesa sobre o Ego. Devemos levar em consideração entretanto, que o ego é a parte organizada do Id, que existe para realizar os desejos do Id e não para frustrá-los e que toda a sua força se origina do Id. Ele não tem existência á parte do Id, nunca se torna completamente independente dele. Seu papel principal é o de intermediário entre as exigências pulsinonais do organismo e as condições do ambiente. Seus objetivos constituem em manter a vida do indivíduo e garantir a reprodução da espécie. O Superego – O terceiro e último sistema da personalidade a desenvolver-se é o superego. Ele e o representante interno dos valores e idéias tradicionais da Sociedade, transmitidos pelos pais e reforçados pelo sistema de recompensas e castigos impostas à criança. O superego é a arma moral da personalidade psíquica; representa mais o ideal que o real e luta mais para a perfeição que para o prazer. Sua preocupação principal é decidir se alguma coisa é certa ou errada, de modo que o indivíduo possa agir em harmonia com os padrões autorizados pelos agentes da sociedade. (Material extraído das Obras Completas de Freud, da Editora Imago, do Vocabulário da Psicanálise, de Laplanche e Pontalis, Editora Martins Fontes e de Teorias da Personalidade de Calvin S. Hall, Gardner Lindzey e John B. Campbell, Editora Artmed). Estruturada Personalidade de Jung. A personalidade total ou psique, como é chamada por Jung, consiste de vários sistemas isolados, mas que atuam uns sobre os outros. Os principais são o ego, o inconsciente individual e seus complexos, o inconsciente coletivo e seus arquétipos, a persona, a anima ou animus, e a sombra. A estes sistemas interdependentes acrescentou as atitudes de introversão e extroversão, e as funções do pensamento, do sentimento, da sensação e da intuição. Finalmente, há o self, que é personalidade plenamente desenvolvida e unificada. O Inconsciente Individual. O Incs. Individual é uma região adjacente ao ego. Consiste de experiências que foram reprimidas, suprimidas, esquecidas ou ignoradas, e de experiências inicialmente muito fracas para impressionar conscientemente o indivíduo. Os conteúdos do inconsciente individual, assim à semelhança do material pré-consciente de Freud, são acessíveis à consciência, e há muitas permutas entre o inconsciente individual e o ego. Complexos. O complexo é um grupo organizado ou constelação de sentimentos, pensamentos, percepções e memórias que existem no inconsciente individual. Ele tem um núcleo que age como uma espécie de magneto, atraindo ou fazendo girar em tono de si várias experiências. Por exemplo, o complexo maternal. O núcleo procede, em parte, das experiências raciais com mães e, em parte, da experiência da criança com sua mãe. Idéias, sentimentos e memórias relacionadas à mãe são atraídas para o núcleo e formam um complexo. Quanto mais possante for a força que emana do núcleo, mais experiências atrairá para si. Assim, alguém cuja personalidade é dominada por pensamentos acerca de mãe é tido como tendo um forte complexo relacionado com a figura materna ... Um complexo pode comportar-se como uma personalidade autônoma, que tem vida mental e dinamismo próprio. Pode apoderar-se do controle da personalidade, utilizar a psique para seus próprios fins, como Tolstoi, do qual se diz ter sido dominado pela idéia da simplificação, e Hitler pela ambição do poder. O núcleo e muitos dos elementos a ele associados são sempre inconscientes, mas qualquer das associações e mesmo o próprio núcleo podem tornar-se conscientes, o que ocorre muitas vezes. O Inconsciente Coletivo. O conceito de inconsciente coletivo, ou transpessoal, é um dos mais originais e controvertidos aspectos da teoria da personalidade de Jung. É o mais poderoso e influente sistema da psique e, em casos patológicos, eclipsa o ego e o inconsciente individual. O inconsciente coletivo parece ser o depósito de traços de memória herdados do passado ancestral do homem, um passado que inclui não somente a história racial do homem e de uma espécie separada, mas também seus ancestrais pré- humanos e animais. O inconsciente coletivo é o resíduo psíquico do desenvolvimento evolutivo do homem, um resíduo que se acumulou em conseqüência de experiências repetidas durante várias gerações. É quase inteiramente destacado de qualquer coisa individual e é, aparentemente, universal. Todos os seres humanos têm, mais ou menos, o mesmo inconsciente coletivo. Jung atribui a universalidade do inconsciente coletivo à semelhança da estrutura do cérebro em todas as raças humanas, semelhança esta que é devida, por sua vez, à evolução humana. Memórias ou representações sociais não são herdadas como tais; o que herdamos é a possibilidade de reviver experiências das gerações passadas. São predisposições que nos põe em situação de reagir para com o mundo de um modo seletivo. Essas predisposições são projetadas no mundo. Por exemplo, já que os seres humanos sempre tiveram mães, cada criança nasce com a predisposição para perceber a mãe e reagir frente a ela. O conhecimento da mãe, adquirido individualmente, é a realização de uma potencialidade herdada, que foi construída no cérebro humano pelas experiências passadas da raça. Assim como o homem nasce com a capacidade de ver o mundo em três dimensões e desenvolve esta capacidade através da experiência e de treino, de igual modo nasce com muitas predisposições para pensar, sentir e perceber de acordo com padrões e conteúdos definidos, que se caracterizam, através de experiências individuais. Assim, temos predisposições para sentirmos medo do escuro e de cobras, porque no passado os primitivos encontraram muitos perigos no escuro e foram vítimas de cobras venenosas. O inconsciente coletivo é o alicerce racial herdado de toda a estrutura da personalidade. Sobre ele estão erigidos o ego, o inconsciente individual e todas as outras aquisições individuais. Assim, a forma do mundo, no qual nascemos, já é inata como imagem virtual. Essa imagem virtual torna-se uma idéia, ou percepção concreta, por sua identificação com objetos no mundo que a ela correspondem. Nossa experiência do mundo está moldada em larga escala, pelo inconsciente coletivo, embora não completamente, pois, se assim fosse, não poderia haver variação e desenvolvimento. As duas regiões inconscientes da mente, a individual e a coletiva, podem ser de grande auxílio para o homem. Ele (o inconsciente) contém possibilidades que são impedidas de penetrar na mente consciente, porque tem à sua disposição todos os conteúdos subliminais, todas aquelas coisas que foram esquecidas ou desprezadas, como também a sabedoria e a experiência de séculos incontáveis, que repousam em sues órgãos arquetípicos. De outro lado, a sabedoria do inconsciente é ignorada pelo ego, o inconsciente pode romper o processo racional consciente, apoderar-se fortemente dele, distorcendo-o. Sintomas, fobias, ilusões e outras manifestações irracionais resultam de processos inconscientes negligenciados. A Persona. Os componentes estruturais do inconsciente coletivo são chamados por vários nomes: arquétipos, dominantes, imagens primordiais, imagos, imagens mitológicas e padrões comportamento. Um arquétipo é uma forma de pensamento universal (idéia) que contém uma grande parte de emoção. Essa forma de pensamento cria imagens ou visões que correspondem, na vida normal de vigília, a alguns aspectos da situação consciente. Por exemplo o arquétipo de mãe produz uma imagem materna, que está identificada com a mãe atual. Em outras palavras, o bebê herda uma concepção pré-formada de uma mãe genérica, que determina em parte como perceberá sua mãe. Assim, a experiência do bebê é o produto conjugado, de uma lado, de uma predisposição interna para perceber o mundo de uma certo modo e, de outro, da natureza real desse mundo. Os dois determinantes completam-se porque o próprio arquétipo é um produto de experiências da raça com o mundo, e estas experiências, em grande parte, são as mesmas para qualquer indivíduo, vivendo em qualquer época e em qualquer parte. Isto significa que a natureza das mães – o que elas fazem – permaneceu quase a mesma através da história da raça e, portanto, o arquétipo mãe que o bebê herda coincide com a mãe real. Persona – A persona é a máscara usada pelo indivíduo em resposta às solicitações da convenção e da tradição sociais e às suas próprias necessidades arquetípicas internas. É o papel que a sociedade lhe atribui, a parte que a sociedade espera que ele presente na vida. O propósito da máscara é produzir uma impressão definida nos outros e, muitas vezes, embora não obrigatoriamente, dissimula a natureza real do indivíduo. A persona é a personalidade pública, aqueles aspectos que ostentamos ao mundo ou que a opinião pública fixa por trás da fachada social. Se o ego se identifica com a persona, como freqüentemente o faz, o indivíduo torna-se mais consciente da parte que está representando do que de seus sentimentosgenuínos. Torna-se alienado de si mesmo e toda a sua personalidade toma um aspecto superficial ou bidimensional. Ele torna-se a mera aparência de um homem, um reflexo da sociedade, em vez de um ser humano autônomo. O núcleo do qual se desenvolve a persona é um arquétipo. Como todos os outros, origina-se de experiência da raça; nesse caso, as experiências consistem de interações sociais, nas quais a afirmação de um o papel social serviu ao homem para um fim através de sua história com animal social. A importância do SELF. O Self – Em seus primeiros escritos, Jung considerou o self como equivalente à psique ou personalidade total. Entretanto, quando ele começou a explorar os fundamentos raciais da personalidade e descobriu os arquétipos, encontrou um que representava luta do homem pela unidade. Esse arquétipo expressa-se através de vários símbolos, sendo o principal deles a mandala, ou circulo mágico. Em seu livro Psychology and Alchemy, Jung desenvolve uma psicologia da totalidade baseada no símbolo da mandala. O principal conceito dessa psicologia de unidade total é o self. O self é o ponto central da personalidade, em torno do qual todos os outros sistemas se organizam, formando constelações. Ele sustenta a união desses sistemas, e fornece unidade, equilíbrio e estabilidade à personalidade. Se imaginarmos a mente consciente tendo o ego como centro, opondo- se ao inconsciente, e se nós agora acrescentarmos à nossa imagem mental o processo de assimilar o inconsciente, podemos julgar esse assimilação como um tipo de aproximação entre consciente inconsciente, onde o centro total da personalidade não mais coincide com o ego, mas com um ponto a meio caminho entre consciente e inconsciente. Esse será um novo equilíbrio, um novo centro da personalidade total, um centro virtual, que, tomando em conta sua posição focal entre consciente e inconsciente, assegura para a personalidade um alicerce novo e mais sólido. O self é o alvo da vida, um alvo pelo qual as pessoas sempre lutam, mas raramente o atingem. Como todos os arquétipos, motivam comportamento do homem, e fazem com que ele procure a integração, especialmente pelos caminhos fornecidos pela religião. As verdadeiras experiências religiosas são as que mais se aproximam da natureza do self, e as figuras do Cristo e Buda são as mais altas expressões do arquétipo do self. Não é surpreendente constatar que Jung descobriu o self em seus estudos e observações acerca das religiões orientais, nas quais o esforço pela unidade e identidade com o mundo, através das várias práticas ritualísticas, como a ioga, é mais adiantado do que nas religiões ocidentais. Antes de o self emergir, é necessário que os vários componentes da personalidade se desenvolvam plenamente. Por essa razão, o arquétipo do self não se torna evidente até que o indivíduo tenha atingido a idade madura. Nessa época, ele começa a fazer um sério esforço para mudar o centro da personalidade, de ego consciente para aquele que está a meio caminho entre o consciente e o inconsciente. Essa região a meio caminho entre o consciente e o inconsciente é o domínio do self. O conceito de self é, provavelmente, a mais importante descoberta psicológica de Jung, e representa a culminância de seus estudos intensivos dos arquétipos. Anima, Animus e Sombra. É geralmente aceito que o homem é essencialmente bissexual. No plano fisiológico, o macho e a fêmea produzem ambos os hormônios sexuais masculinos e femininos. No plano psicológico, encontram-se em ambos os sexos características masculinas e femininas. A homossexualidade é apenas uma das condições, talvez a mais óbvia de todas, que deu origem à concepção da bissexualidade humana. Jung atribui a arquétipos o lado feminino da personalidade do homem e o lado masculino da personalidade da mulher. O arquétipo feminino no homem é chamado anima, o arquétipo masculino na mulher, animus. Esses arquétipos, embora possam ser condicionados pelos cromossomos e glândulas sexuais, são o produto de experiências raciais do homem com a mulher, e da mulher com o homem. Em outras palavras, vivendo com mulheres, através do tempo o homem adquiriu características femininas; vivendo com o homem, a mulher tornou-se masculinizada. Os arquétipos, além de levar um sexo a revelar características do sexo oposto, atuam como imagens coletivas que ajudam cada sexo a compreender os membros do sexo oposto. O homem apreende a natureza da mulher em virtude de sua anima, e a mulher, a natureza masculina em virtude de seu animus. Mas a anima e o animus podem também induzir a incompreensão e discórdias, se a imagem idealizada de mulher com uma mulher real, mas, se não levar em conta as discrepâncias entre o ideal e o real, pode sofrer um amargo desapontamento quando perceber que as duas não são idênticas. Deve haver um compromisso entre as necessidades do inconsciente coletivo e as realidades do mundo externo, a fim de que o indivíduo se ajuste razoavelmente bem. A Sombra – O arquétipo da sombra é formado pelos instintos animais que o homem herdou em sua evolução através das formas mais primitivas de vida. Conseqüentemente, a sombra, em primeiro lugar, caracteriza o lado animal da natureza humana. Como arquétipo, a sombra é responsável pela concepção do homem acerca do pecado original; quando é projetada externamente, torna-se o diabo ou um inimigo. O arquétipo sombra é também responsável pelo aparecimento, na consciência e no comportamento, de pensamentos, sentimentos e ações desagradáveis e socialmente reprováveis. Estes podem ser ocultos do público pela persona ou reprimidos no inconsciente individual. Portanto, o lado obscuro da personalidade, que deve sua origem a um arquétipo, penetra nos aspectos particulares do ego, bem como, em grande parte, nos conteúdos do inconsciente individual. um arquétipo, penetra nos aspectos particulares do ego, bem como, em grande parte, nos conteúdos do inconsciente individual. A sombra, com seus instintos animais vitais e impetuosos, dá à personalidade uma forma ampla ou uma qualidade tridimensional. Ela ajuda a aperfeiçoar a pessoa. Causalidade e Teleologia. A idéia de um alvo que guia o destino do homem é, essencialmente, uma explanação teleológica ou finalista. O ponto de vista teleológico explica o presente em termos de futuro. De acordo com esse ponto de vista, a personalidade é compreendida em termos do seu destino, e não de sua origem. De outro lado, o presente pode ser explicado pelo passado. Este é o ponto de vista da causalidade, que assegura que os acontecimentos presentes são a conseqüência ou efeito de condições ou causas antecedentes. Olhamos o passado do homem com o fito de avaliar seu comportamento presente. Assim, o presente não é apenas determinado pelo passado (causalidade), mas também pelo futuro (teleologia). No seu esforço de compreensão, o psicólogo tem que ter duas faces. Com uma, olha o passado e com outra, o futuro do homem. As duas perspectivas combinadas dão um quadro completo do homem. De uma lado, ela (a mente) oferece um quadro do patrimônio do passado e, de outro, um quadro do conhecimento criador de tudo o que está para vir, na medida em que a psique cria seu próprio futuro. Progressão e Regressão; Sublimação e Recalque e Função Transcendente. Progressão e Regressão – O desenvolvimento pode seguir um movimento progressivo ou regressivo. Por progressão Jung quer dizer que o ego consciente está se ajustando satisfatoriamente às exigências do mundo externo e às necessidades do inconsciente. No progressão normal, forças opostas estão unidas em um fluxo coordenado e harmonioso de processos psíquicos. Quando o movimento de avanço é interrompido por uma circunstância frustradora, a libidoé impedida de ser investida em valores extrovertidos ou orientados para o meio externo. Como conseqüência, a libido regressa ao inconsciente e é investida em valores introvertidos. Assim, valores objetivos do ego são transformados em valores subjetivos. A regressão é a antítese da progressão. Entretanto, Jung acredita que um deslocamento regressivo de energia não tem, necessariamente, um mau efeito permanente sobre o ajustamento. Na verdade, pode até ajudar o ego a achar um modo de contornar o obstáculo. Isso é possível porque o inconsciente, tanto o individual quanto o coletivo, contém o conhecimento e a sabedoria do passado individual e racial que havia sido reprimido ou ignorado. Realizando uma regressão, o ego pode descobrir conhecimentos úteis no inconsciente, que o habilitarão a superar a frustração. O homem deve dar atenção particular aos seus sonhos, pois revelam material inconsciente. Na psicologia Junguiana, o sonho é considerado como um sinal a apontar o caminho para a compensação por uma condição frustrada. A interação entre progressão e regressão no desenvolvimento pode se compreendia através do seguinte exemplo. Um jovem, que se libertou da dependência familiar, encontrou-se diante de um obstáculo insuperável. Voltou-se para os pais á procura de conselho e encorajamento. Esse retorno pode não ser físico, mas sua libido pode regredir ao inconsciente e reativar ali as imagens dos pais. Essas imagens podem proporcionar-lhe o conhecimento e o encorajamento de que necessita para superar a frustração. Sublimação e Recalque – A energia psíquica é deslocável. Isto significa que pode ser transferida de um processo num sistema particular a outro processo no mesmo ou num diferente sistema. Essa transferência é feita de acordo com os princípios dinâmicos básicos de equivalência e entropia. Se o deslocamento é governado pelo processo de individuação e pela função transcendente, ele é chamado sublimação. A sublimação descreve o deslocamento de energia dos processos mais primitivos, instintivos e menos diferenciados para processos cultural e espiritualmente mais elevados. Por exemplo, quando a energia é retirada do impulso sexual e investida em valores religiosos, diz-se que a energia foi sublimada. Sua forma foi mudada no sentido de que um novo tipo de trabalho está sendo realizado; nessa caso, o trabalho religioso substituiu o trabalho sexual. Quando a descarga de energia, através de canais pulsinonais ou sublimados, é bloqueada, diz-se que foi reprimida (recalcada). A energia recalcada não pode desaparecer logo; tem de ir para algum lugar, de acordo com o principio de conservação da energia. Conseqüentemente, passa a residir no inconsciente. Acrescentando-se energia ao material inconsciente, o inconsciente pode tornar-se mais carregado do que o ego consciente. Quando isso acontece, a energia do inconsciente tenderá a fluir para o ego, de acordo com o principio da entropia, e a romper o processo racional. Em outras palavras, o processo inconsciente, intensamente carregado de energia, tentará quebrar a repressão e, se for bem sucedido, o indivíduo se comportará de modo irracional e impulsivo. A sublimação e a repressão são opostas quanto ao caráter. A sublimação é progressiva, a repressão é regressiva. A sublimação faz com que a psique se mova para diante, a repressão faz com que se mova para trás. A sublimação serve à racionalidade, a repressão produz a irracionalidade. A sublimação é integradora, a repressão é desintegradora. A repressão é regressiva, adverte Jung, e, portanto, ela deve habilitar o indivíduo a encontrar respostas para sues problemas em seu inconsciente e, assim, continuar . Função Transcendente – Quando a diversidade tiver sido alcançada pela ação do processo da individuação, os sistemas diferenciados serão integrados pela função transcendente. Essa função é dotada da capacidade de unir todas tendências opostas dos diversos sistemas e de trabalhar para a meta ideal de totalidade perfeita (individualidade). O alvo da função transcendente é a revelação do homem essencial e “a realização, em todos os seus aspectos, da personalidade originariamente oculta no plasma germinal do embrião; a produção e o desdobramento da totalidade potencial original”. Outras forças na personalidade, sobretudo o recalque, podem opor-se à ação da função transcendente; porém, a despeito de qualquer oposição, o impulso de desenvolvimento unificador e empreendedor ocorrerá, ou no nível consciente, ou no inconsciente. A expressão inconsciente de um desejo de integração encontrada em sonhos, mitos e outras representações simbólicas. Um dos símbolos que está sempre aflorando em mitos, sonhos arquitetura, religião e artes é o símbolo da mandala. A mandala é uma palavra sânscrita que significa circulo. Jung fez estudos exaustivos da mandala, pois é o perfeito emblema da unidade e da totalidade nas religiões orientais e ocidentais. Individuação. Processo de Individuação – A tendência da personalidade no sentido de uma unidade estável constitui um aspecto central da psicologia de Jung. O desenvolvimento é um desdobramento da totalidade indiferenciada original com a qual o homem nasce. O objetivo final desse desdobramento é a realização da individualidade. Para atingir esse objetivo, é necessário que os vários sistemas da personalidade se tornem completamente diferenciados e plenamente desenvolvidos. Se algum aspecto da personalidade é negligenciado, os sistemas mal desenvolvidos e negligenciados agirão como centros de resistência, que procurarão captar a energia dos sistemas mais desenvolvidos. Se forem desenvolvidas demasiadas resistências, o indivíduo se tornará neurótico. Isto pode acontecer quando os arquétipos não se expressam através do ego consciente, ou quando os envoltórios da persona se tornam tão espessos que sufocam o resto da personalidade. Um homem que não providencie alguma saída para seus impulsos femininos ou uma mulher que abafe suas inclinações masculinas estão armazenando perturbações, porque a anima ou o animus, sob estas condições, tenderão a encontrar meios indiretos e irracionais de se expressarem. Para ter-se uma personalidade saudável e integrada, deve-se permitir a cada sistema que alcance o grau mais intenso de diferenciação e desenvolvimento. O processo pelo qual isto se realiza chama-se processo de individuação. Algumas discordâncias entre FREUD e JUNG. Jung: 1. Sonhos – interpretação em série. 2. Libido – energia da vida. 3. Incs, Coletivo. 4. Teleologia e Causalidade. 5. Self, Individuação, Equilíbrio. 6. Instinto Simbólico – ARQUÉTIPOS. Freud: 1. Sonhos – interpretação, um de cada vez. 2. Libido sexual. 3. Incs. dif. (Pré.Cs + Cs) = Ego 4. Causa. 5. Mal-Estar (“Principio do Prazer”). 6. Simbólico. (Material extraído de Teorias da Personalidade, de Calvin S. Hall, Gardner Lindzey e John B. Campbell, Editora Artmed).