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08 - Neuroses e Psicoses Modulo 1

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Página de Psicanálise
 
A neurose a psicose e onde se dá o seu conflito. 
 Freud descreve em sua obra os numerosos relacionamentos 
dependentes do ego. Sua posição intermediária entre o mundo externo 
e o id e seus esforços para comprazer a todos os "seus senhores" ao 
mesmo tempo. 
Nesse esforço para atender ao “mundo externo”, ao id e ao superego, 
surgem tensões e conflitos. Assim, a neurose é o resultado de um 
conflito entre o ego e o id, ao passo que a psicose é o desfecho 
análogo de um distúrbio semelhante nas relações entre o ego e o 
mundo externo. 
Freud explica que todas as neuroses transferenciais se originam de 
recusar-se o ego a aceitar um poderoso impulso pulsional do id, ao 
ajudá-lo a encontrar um escoador ou motor, ou de o ego proibir 
àquele impulso o objeto que visa. Em tal caso, o ego se defende contra 
o impulso pulsional mediante o mecanismo do recalque. O material 
reprimido luta contra esse destino. Cria para si próprio, ao logo de 
caminhos sobre os quais o ego não tem poder, uma representação 
substitutiva (que se impõe ao ego mediante uma conciliação) – o 
sintoma. O ego descobre a sua unidade ameaçada e prejudicada por 
esse intruso e continua a lutar contra o sintoma. Tudo isso produz o 
quadro de uma neurose. O ego entrou em conflito com o id, a 
serviço do superego e da realidade, e esse é o estado de coisas 
em toda neurose de transferência. 
Na amência de Meynert – uma confusão alucinatória aguda que 
constitui talvez a forma mais extrema e notável de psicose – o mundo 
exterior não é percebido de modo algum ou a percepção dele não 
possui qualquer efeito. Normalmente o mundo externo governa o ego 
por duas maneiras: em primeiro lugar, através de percepções atuais e 
presentes sempre renováveis; e, em segundo lugar, mediante o 
armazenamento de lembranças de percepções anteriores, as quais, 
sob a forma de um “mundo interno”, são uma possessão do ego e 
parte constituinte dele. 
Na amência, não apenas é recusada a aceitação de novas percepções; 
também o mundo interno, que, como copia do mundo externo, até 
agora o representou , perde sua significação (sua catexia). O ego cria 
automaticamente um novo mundo externo e interno, e não pode haver 
dúvida quanto a dois fatos: que esse novo mundo é constituído de 
acordo com os impulsos desejosos do id e que o motivo dessa 
dissociação do mundo externo é alguma frustração muito séria de um 
desejo, por parte da realidade – frustração que parece intolerável. A 
estreita afinidade dessa psicose com os sonhos normais é inequívoca. 
Uma precondição de sonhar, além do mais, é o estado de sono, e uma 
das características do sono é o completo afastamento da percepção e 
do mundo externo. 
Sabemos que outras formas de psicose, as esquizofrenias, inclinam-se 
a acabar em uma hebetude afetiva – isto é, em uma perda de toda 
participação no mundo externo. Com referência à gênese dos delírios, 
inúmeros analistas nos ensinam que o delírio se encontra aplicado 
como um remendo no lugar em que originalmente uma fenda apareceu 
na relação com o mundo externo. 
Assim, as neuroses de transferências correspondem a um conflito entre 
o ego e o id; as neuroses narcísicas, a um conflito entre o ego e o 
superego, e as psicoses, a um conflito entre o ego e o mundo externo. 
 
 
A perversão. 
Perversão - "Desvio em relação ao ato sexual "normal", definido este 
como coito que visa a obtenção do orgasmo por penetração genital, 
com uma pessoa do sexo oposto (hoje a psicologia tem outra 
concepção com relaçao a este assunto).
Diz-se que existe perversão quando o orgasmo é obtido com outros 
objetos sexuais (homossexualidade, pedofilia, bestialidade, etc.) ou por 
outras zonas corporais (coito anal, por exemplo) e quando o orgasmo é 
subordinado de forma imperiosa a certas condições extrínsecas 
(fetichismo, sadomasoquismo); estas podem proporcionar por si sós o 
prazer sexual. 
De forma mais englobante, designa-se por perversão o conjunto de 
comportamento psicossexual que acompanha tais atipias na obtenção 
do prazer sexual". 
No texto FETICHISMO Freud narra que teve a oportunidade de estudar 
analiticamente certo número de homens cuja escolha objetal era 
dominada por um fetiche. Não obstante seja reconhecido pelos seus 
adeptos como anormalidade, raramente é sentido por eles como 
sintoma de uma doença que se faça acompanhar por sofrimento. Via 
de regra, mostram-se inteiramente satisfeitos com ele, ou até mesmo 
louvam o modo pelo qual lhes facilita a vida erótica. Via de regra, 
portanto, o fetiche aparece na análise como uma descoberta 
subsidiária. 
Um exemplo extraordinário de uma escolha de um fetiche é o caso de 
um jovem alemão, criando na Inglaterra, e que ao retornar à 
Alemanha, já havia praticamente esquecido o idioma materno, o 
alemão. Ela havia “escolhido” certo “brilho da nariz” a uma precondição 
fetichista. O fetiche , originado na sua primeira infância, tinha que ser 
entendido em inglês e não em alemão. O brilho do nariz, em alemão, 
“Glanz auf der Nase” era na realidade “vislumbre (glance) do nariz”. O 
nariz constituía assim o fetiche, que incidentalmente, ele dotara, à sua 
vontade de um brilho luminoso que não era perceptível a outros. 
Assim, o fetiche é um substituto do pênis. Mas não um substituto de 
qualquer pênis, mas de um pênis específico. É um substituto do pênis 
da mulher, da mãe, que o menininho outrora acreditou e que não 
deseja abandonar. Isso ocorre por que se a mãe havia sido castrada, 
havia perdido o pênis, ele mesmo, o menino, corria o risco de perder 
seu próprio pênis. A que ele se recusa a aceitar. 
Qualquer objeto pode tomar este lugar ....... sapatos, roupas íntimas, 
pé, veludo (que lembra os pelos pubianos da mãe), etc. 
Em resumo: 
NEUROSE – Recalque – (Verdrängung). Conflito "Ego x Id". 
Sintomas: Histeria, Neurose Obsessiva, Fobias. – "Não sabe porque 
está acontecendo".
PSICOSE – Rejeição – (Verwergung). Conflito "Ego x Mundo 
Externo". Delírios e Alucinações: Paranóia, Esquizofrenias, PMD, 
Hipocondrias, Autismo. "Tem certeza absoluta por que está 
acontecendo".
PERVERSÃO – Recusa – (Verleugnung). Fetiche: Principio do gozo 
(Pedofilia, Voyerismo, Exibicionismo).
 
 A perda da realidade na neurose e na psicose. 
As características que diferenciam uma neurose de uma psicose, é o 
fato de numa neurose o ego, em sua dependência da realidade, 
suprimir um fragmento do Id (da vida pulsional), ao passo que, em 
uma psicose, esse mesmo ego, a serviço do Id, afasta um fragmento 
da realidade. Assim, numa neurose o fator decisivo seria a 
predominância da influência da realidade, enquanto numa psicose esse 
fator seria a predominância do Id. Na psicose a perda de realidade 
estaria necessariamente presente, ao passo que na neurose, segundo 
parece, essa perda seria evitada. 
De qualquer maneira, temos que admitir que a neurose também 
perturba a relação do paciente com a realidade, na medida que ela, a 
neurose, o afasta de alguma maneira do contato com a realidade. E 
nos casos mais graves, significa concretamente uma fuga da vida real. 
A contradição, pois, existe apenas enquanto mantemos os olhos 
fixados na situação no começo da neurose, quando o ego, a serviço da 
realidade, se dispõe ao recalque de um impulso pulsional. Porém isso 
não é ainda a própria neurose. Ela consiste antes nos processos que 
fornecem uma compensação à parte do Id danificada – isto é, na 
reação contra o recalque e no fracasso do recalque. O afrouxamento 
da relação com a realidade é uma conseqüência desse segundo passo 
na formação de uma neurose, e não deveria surpreender-nos que um 
exame pormenorizado demonstre que a perda da realidade afeta 
exatamente aquele fragmento de realidade, cujas exigências 
resultaram na repressão pulsional ocorrida. 
No caso da psicose, ocorre algo análogo ao processo da neurose, 
embora, é claro, em distintas instâncias da mente. Assim, poderíamos 
esperar que também na psicose duas etapas pudessem ser discernidas,das quais a primeira arrastaria o ego para longe, dessa vez para longe 
da realidade, enquanto a segunda tentaria reparar o dano causado e 
restabelecer as relações do indivíduo com a realidade, às expensas do 
Id. E isso se faz pela criação de uma nova realidade que não levanta 
mais as mesmas objeções que a antiga, que foi abandonada. O 
segundo passo, portanto, na neurose como na psicose, é apoiado pelas 
mesmas tendências. Em ambos os casos serve ao desejo de poder do 
Id, que não se deixará ditar pela realidade. Tanto a neurose como a 
psicose são, pois, expressão de uma rebelião por parte do Id contra o 
mundo externo, de sua indisposição – ou, caso preferirem, de sua 
incapacidade – a adaptar-se às exigências da realidade. A neurose e a 
psicose diferem uma da outra muito mais em sua primeira reação 
introdutória do que na tentativa de reparação que a segue. 
Na neurose, um fragmento da realidade é evitado por uma espécie de 
fuga, ao passo que na psicose, a fuga inicial é sucedida por uma fase 
ativa de remodelamento; na neurose, a obediência inicial é sucedida 
por uma tentativa adiada de fuga. Ou ainda: A neurose não repudia 
a realidade, apenas a ignora; A psicose a repudia e tenta 
substituí-la. 
Existe portanto outra analogia entre uma neurose e uma psicose no 
fato de em ambas a tarefa empreendida na segunda etapa ser 
parcialmente malsucedida, de vez que o instinto reprimido é incapaz de 
conseguir um substituto completo (na neurose) e a representação da 
realidade não pode ser remodelada em formas satisfatórias (não pelo 
menos em todo tipo de doença mental). 
Na psicose, ela incide inteiramente sobre a primeira etapa, que é 
patológica em si mesma e só pode conduzir à enfermidade. Na 
neurose, ela recai na segunda, sobre o fracasso do recalque. 
Em suma, depende se o ego rendeu-se à sua lealdade perante o 
mundo real ou à sua dependência do Id. 
Isso é possibilitado pela existência de um mundo de fantasia, de um 
domínio que ficou separado do mundo externo real na época da 
introdução do princípio da realidade. 
É deste mundo de fantasia que a neurose haure o material para suas 
novas construções de desejos e geralmente A PERDA DA REALIDADE 
NA NEUROSE E NA PSICOSE encontra esse material pelo caminho da 
regressão a um passado real satisfatório. 
Dificilmente se pode duvidar que o mundo de fantasia desempenhe o 
mesmo papel na psicose, e de que aí também ele seja o depósito do 
qual derivam os materiais ou o padrão para construir a nova realidade. 
Vemos assim, que tanto na neurose como na psicose interessa a 
questão não apenas relativa a uma perda da realidade, mas também a 
um substituto para a realidade. 
Como disse certa feita um professor da Faculdade de Psicologia: O 
psicótico sabe que 2 + 2 é igual a 5 e vive tranqüilo com essa verdade. 
O neurótico sabe que 2 + 2 é igual a 4, mas não concorda com isso de 
jeito nehum e vive sofrendo por isso.
A 1ª e 2ª Tópicas. 
TÓPICA – Teoria ou ponto de vista que supõe uma diferenciação do 
aparelho psíquico em certo número de sistemas dotados de 
características ou funções diferentes e dispostos numa certa ordem uns 
com relação a outros, o que permite considerá-los metaforicamente 
como lugares psíquicos de que podemos fornecer uma representação 
figurada espacialmente. 
Fala-se correntemente de duas tópicas freudianas, sendo a primeira 
aquela em a disposição principal é feita entre Inconsciente, Pré-
consciente e Consciente, e a segunda a que distingue três 
instâncias: o Id, o Ego e o Superego. 
Inconsciente – (das Unbewusst, unbewusst) - O adjetivo 
inconsciente é por vezes usado para exprimir o conjunto dos 
conteúdos não presentes no campo efetivo da consciência, isto num 
sentido descritivo e não tópico, quer dizer sem se fazer discriminação 
entre os conteúdos dos sistemas pré-consciente e inconsciente. 
No sentido tópico, inconsciente designa um dos sistemas definidos por 
Freud no quadro da sua primeira teoria do aparelho psíquico. É 
constituído por conteúdos recalcados aos quais foi recusado o acesso 
ao sistema pré-consciente-consciente pela ação do recalque. 
Podemos resumir do seguinte modo as características essenciais do 
inconsciente como sistema (ou Ics): 
a) Os seus conteúdos são representantes das pulsões. 
b) Estes conteúdos são regidos pelos mecanismos específicos do 
processo primário, principalmente condensação e deslocamento. 
c) Fortemente investidos pela energia pulsional, procuram retornar à 
consciência e à ação (retorno do recalcado); mas só podem ter acesso 
ao sistema Pcs-Cs nas formações de compromisso, depois de terem 
sido submetidos às deformações da censura. 
d) São, mais especialmente, desejos da infância que conhecem uma 
fixação no inconsciente. 
No quadro da 2ª Tópica freudiana, o termo inconsciente é usado 
sobretudo na sua forma adjetiva; efetivamente, inconsciente deixa de 
ser o que é próprio de uma instância especial, visto que qualifica o id, 
e, em parte, o ego e o superego. Mas convém notar: 
a) As características atribuídas ao sistema Ics na primeira 
tópica são de um modo geral atribuídas ao Id na Segunda. 
b) A diferença entre pré-consciente e o inconsciente, embora já não 
esteja baseada numa distinção intersistêmica, persiste como distinção 
intra-sistêmica (o ego e o superego são em parte pré-conscientes e em 
parte inconscientes). 
Pré-consciente – (das Vorbewuste, vorbewusst) – Como 
substantivo, designa um sistema do aparelho psíquico nitidamente 
distinto do sistema inconsciente (Ics); como adjetivo, qualifica as 
operações e conteúdos desse sistema pré-consciente (Pcs). Estes não 
estão presentes no campo atual da consciência e, portanto, são 
inconscientes no sentido descritivo, mas distinguem-se dos conteúdos 
do sistema inconsciente na medida em que permanecem de direito 
acessíveis à consciência (conhecimento e recordações não atualizados, 
por exemplo). 
Do ponto de vista metapsicológico, o sistema pré-consciente rege-se 
pelo processo secundário. Está separado do sistema inconsciente pela 
censura, que não permite que os conteúdos e os processos 
inconscientes passem para o Pcs sem sofrerem transformações. 
No quadro da 2ª Tópica freudiana, o termo pré-consciente é sobretudo 
utilizado como adjetivo, para qualificar o que escapa à consciência 
atual sem ser inconsciente no sentido estrito. Do ponto de vista 
sistemático, qualifica conteúdos e processos ligados ao ego quanto ao 
essencial, e também ao superego. 
Consciente – (Bewusst) – No sentido descritivo: qualidade 
momentânea que caracteriza as percepções externas e internas no 
conjunto dos fenômenos psíquicos. 
Segundo a teoria metapissicológica de Freud, o consciente seria função 
de um sistema, o sistema percepção-consciente (Pc-Cs).
Do ponto de vista tópico, o sistema percepção-consciente está situado 
na periferia do aparelho psíquico, recebendo ao mesmo tempo as 
informações do mundo exterior e as provenientes do interior, isto é, as 
sensações que se inscrevem na série desprazer-prazer e as 
revivescências mnimésicas. Muitas vezes Freud ligo a função 
percepção-c0nsciente ao sistema pré-consciente, então designado 
como sistema pré-c90nsciente-consciente (Pcs-Cs). 
Id – (Es ou Isso) – Uma das três instâncias diferenciadas por Freud 
na sua Segunda teoria do aparelho psíquico. O Id constitui o pólo 
pulsional da personalidade. Os seus conteúdos, expressão psíquica das 
pulsões, são inconscientes, por um lado hereditárias e inatos, e por 
outro, recalcados e adquiridos.
Do ponto de vista econômico, o Id é, para Freud, o reservatório inicial 
da energia psíquica; do ponto de vista dinâmico, entra em conflito 
como o ego e o superego que, do ponto de vista genético, são as suas 
diferenciações. (Das ich – o ego – e Das Es – o Id). 
Ego – ou Eu – (Ich) – Instância que Freud na sua Segunda teoria do 
aparelho psíquico, distingue do Id e do Superego. 
Do ponto de vista tópico, o ego está numa relaçãode dependência 
tanto para com as reivindicações do Id, como para com os imperativos 
do superego e exigências da realidade. Embora se situe como 
mediador, encarregado dos interesses da totalidade da pessoa, a sua 
autonomia é apenas relativa. 
Do ponto de vista dinâmico, o ego representa eminentemente, no 
conflito neurótico, o pólo defensivo da personalidade; põe em jogo uma 
série de mecanismos de defesa, estes motivados pela percepção de um 
afeto desagradável (sinal de angústia). 
Do ponto de vista econômico, o ego surge como um fator de legação 
dos processos psíquicos; mas, nas operações defensivistas, as 
tentativas de legação da energia pulsional são contaminadas pelas 
características que especificam o processo primário: assumem um 
aspecto compulsivo, repetitivo, desreal. 
A teoria Psicanalítica procura explicar a gênese do ego em dois 
registros relativamente heterogêneos, quer vendo nele um aparelho 
adaptativo, diferenciado a partir do Id em contato com a realidade 
exterior, quer definindo-o como o produto de identificações que levam 
à formação no seio da pessoa de um objeto de amor investido pelo id. 
Relativamente à primeira teoria do aparelho psíquico, o ego é mais 
vasto do que o sistema pré-consciente-consciente, na medida em que 
as suas operações defensivas são em grande parte inconscientes. 
Do ponto de vista histórico, o conceito tópico dos ego é o resultado de 
uma noção constantemente presente em Freud desde as origens do 
seu pensamento. 
Superego – Supereu – (Über-Ich) – Uma das instâncias da 
personalidade tal como Freud a descreveu no quadro da sua Segunda 
teoria do aparelho psíquico: o seu papel é assimilável ao de um juiz ou 
de um censor relativamente ao ego. Freud vê na consciência moral, na 
auto-observação, na formação de ideais, funções do superego. 
Classicamente, o superego é definido como o herdeiro do complexo de 
Édipo; constitui-se por interiorização das exigências e das interdições 
parentais. 
Certos psicanalistas recuam para mais cedo a formação do superego, 
vendo esta instância em ação desde as fases pré-edipianas (Melanie 
Klein) ou pelo menos procurando comportamentos e mecanismos 
psicológicos muito precoces que seriam precursores do superego 
(Glover, Spitz, por exemplo).
Como árbitro moral internalizado o Superego se desenvolve em função 
do sistema de recompensas e punições colocado pelos pais. Para obter 
recompensas e evitar punições a criança aprende a conduzir-0se de 
acordo com as normas ditadas pelos pais. 
O Superego tem como que dois subsistemas: a “consciência” – onde 
estão as punições e o “ideal do ego” onde estão as ações merecedoras 
de aprovação. 
O mecanismo de internalização chama-se INTROJEÇÃO. 
O Id – é o sistema original da personalidade psíquica; é a matriz a 
partir da qual o ego e o superego se diferenciam. O Id é formado pelos 
aspectos psicológicos herdados e presentes no nascimento, inclusive as 
pulsões. É o reservatório da energia que põe em funcionamento os 
outros sistemas. Está em relação estreita com os processos corporais, 
dos quais retira sua própria energia. Freud chamada o Id de “a 
verdadeira personalidade psíquica”, por que ele representa o modo 
inteiro da experiência subjetiva e não tem conhecimento da realidade 
objetiva. 
- O Id não tolera aumentos de energia ...... Vide Princípio do Prazer .. 
Para isso ele dispõe de: 
- Ação reflexa; 
- Processo Primário (formação de imagens, por exemplo de comida 
para uma pulsão de fome). 
- Realização do desejo. 
 As alucinações e visões dos psicóticos, são também exemplos do 
processo primário. 
 Como uma pessoa não pode viver de imagens, inicia-se o 
desenvolvimento do “Processo Secundário”. 
 Quando isso acontece inicia-se a formação do segundo sistema da 
personalidade psíquica: o Ego. 
O Ego – O Ego existe porque as necessidades do organismo requerem 
transações apropriadas com o mundo objetivo da realidade. Assim uma 
pessoa faminta precisa aprender a diferenciar uma imagem mental do 
alimento, do alimento mesmo. A diferença básica entre o Id e o Ego, é 
que o Id só conhece o realidade subjetiva da mente, enquanto que o 
Ego faz a distinção entre as coisas da mente e as do mundo exterior. 
O Ego conhece o “Principio da Realidade”, e opera por meio do 
“Processo Secundário”. 
O principio da realidade suspende temporariamente o principio do 
prazer, porque este é satisfeito quando o objeto é encontrado e assim 
a tensão foi reduzida. O principio de realidade verifica se uma 
experiência é real ou falsa, isto é, se tem existência externa ou não, ao 
passo que o principio do prazer interessa-se apenas em saber se uma 
experiência é desagradável ou agradável. 
Pelo ‘Processo Secundário” o Ego formula um plano para a satisfação 
da necessidade e depois o testa geralmente por uma espécie de ação, 
para ver se funciona ou não. 
O Ego é o executivo da personalidade psíquica porque controla os 
portas de entrada para a ação, seleciona os aspectos do meio aos quais 
reagirá e decide quais são as pulsões a serem satisfeitas e de que 
modo. No desempenho dessas altas funções executivas o Ego tem que 
procurar integrar as exigências muitas vezes antagônicas do Id, do 
superego e do Meio Externo. Esta é uma tarefa difícil que pesa sobre o 
Ego. 
Devemos levar em consideração entretanto, que o ego é a parte 
organizada do Id, que existe para realizar os desejos do Id e não para 
frustrá-los e que toda a sua força se origina do Id. Ele não tem 
existência á parte do Id, nunca se torna completamente independente 
dele. Seu papel principal é o de intermediário entre as exigências 
pulsinonais do organismo e as condições do ambiente. Seus objetivos 
constituem em manter a vida do indivíduo e garantir a reprodução da 
espécie. 
O Superego – O terceiro e último sistema da personalidade a 
desenvolver-se é o superego. Ele e o representante interno dos valores 
e idéias tradicionais da Sociedade, transmitidos pelos pais e reforçados 
pelo sistema de recompensas e castigos impostas à criança. O 
superego é a arma moral da personalidade psíquica; representa mais o 
ideal que o real e luta mais para a perfeição que para o prazer. Sua 
preocupação principal é decidir se alguma coisa é certa ou errada, de 
modo que o indivíduo possa agir em harmonia com os padrões 
autorizados pelos agentes da sociedade. 
Como árbitro moral internalizado o Superego se desenvolve em função 
do sistema de recompensas e punições colocado pelos pais. Para obter 
recompensas e evitar punições a criança aprende a conduzir-0se de 
acordo com as normas ditadas pelos pais. 
O Superego tem como que dois subsistemas: a “consciência” – onde 
estão as punições e o “ideal do ego” onde estão as ações merecedoras 
de aprovação. 
O mecanismo de internalização chama-se INTROJEÇÃO. 
PULSÃO – é uma representação psicológica inata de uma fonte 
somática de excitação. A representação psicológica chama-se desejo, 
e a excitação corpórea chama-se necessidade. 
 
“O ego serve a três senhores”. 
O Ego é o executivo da personalidade psíquica porque controla os 
portas de entrada para a ação, seleciona os aspectos do meio aos quais 
reagirá e decide quais são as pulsões a serem satisfeitas e de que 
modo. No desempenho dessas altas funções executivas o Ego tem que 
procurar integrar as exigências muitas vezes antagônicas do Id, do 
superego e do Meio Externo. Esta é uma tarefa difícil que pesa sobre o 
Ego. 
 “O Superego é o herdeiro do complexo de Édipo”. 
É por que podemos assegurar que a instalação do Superego pode ser 
classificada como exemplo bem-sucedido de identificação com a 
instancia parental. O fato que fala decisivamente a favor desse ponto 
de vista é que essa nova criação de uma instância superior dentro do 
Ego está muito intimamente ligada ao destino do complexo de Édipo, 
de modo que o superego surge como o herdeiro desse vinculação 
afetiva tão importante para a infância. Abandonando o complexo de 
Édipo, uma criança deve renunciaràs intensas catexias objetais que 
depositou em seus pais e é como compensação por essa perda de 
objetos que excite uma intensificação tão grande das identificações 
com seus pais, as quais provavelmente há muito estiveram presentes 
em seu Ego. 
Uma investigação atenta mostra que o superego é tolhido em sua força 
e crescimento se a superação do complexo de Édipo tem êxito apenas 
parcial. No decurso do desenvolvimento, o superego também assimila 
as influências que tomaram lugar dos pais – educadores e professores, 
pessoas escolhidas como modelos ideais. Normalmente o Superego se 
afasta mais e mais das figuras parentais originais; torna-se digamos 
assim mais impessoal. E não se deve esquecer que uma criança tem 
conceitos diferentes sobre seus pais, em diferentes períodos de sua 
vida. À época que o complexo de Édipo da lugar ao superego, eles são 
algo de muito extraordinário; depois, porém, perdem muito desse 
atributo. 
 
O Funcionamento da 2ª Tópica, ou seja, a dinâmica entre 
o Ego, o Id e o Superego. 
Id – (Es ou Isso) – Uma das três instâncias diferenciadas por Freud 
na sua Segunda teoria do aparelho psíquico. O Id constitui o pólo 
pulsional da personalidade. Os seus conteúdos, expressão psíquica das 
pulsões, são inconscientes, por um lado hereditárias e inatos, e por 
outro, recalcados e adquiridos.
Do ponto de vista econômico, o Id é, para Freud, o reservatório inicial 
da energia psíquica; do ponto de vista dinâmico, entra em conflito 
como o ego e o superego que, do ponto de vista genético, são as suas 
diferenciações. (Das ich – o ego – e Das Es – o Id). 
Ego – ou Eu – (Ich) – Instância que Freud na sua Segunda teoria do 
aparelho psíquico, distingue do Id e do Superego. 
Do ponto de vista tópico, o ego está numa relação de dependência 
tanto para com as reivindicações do Id, como para com os imperativos 
do superego e exigências da realidade. Embora se situe como 
mediador, encarregado dos interesses da totalidade da pessoa, a sua 
autonomia é apenas relativa. 
Do ponto de vista dinâmico, o ego representa eminentemente, no 
conflito neurótico, o pólo defensivo da personalidade; põe em jogo uma 
série de mecanismos de defesa, estes motivados pela percepção de um 
afeto desagradável (sinal de angústia). 
Do ponto de vista econômico, o ego surge como um fator de legação 
dos processos psíquicos; mas, nas operações defensivistas, as 
tentativas de legação da energia pulsional são contaminadas pelas 
características que especificam o processo primário: assumem um 
aspecto compulsivo, repetitivo, desreal. 
A teoria Psicanalítica procura explicar a gênese do ego em dois 
registros relativamente heterogêneos, quer vendo nele um aparelho 
adaptativo, diferenciado a partir do Id em contato com a realidade 
exterior, quer definindo-o como o produto de identificações que levam 
à formação no seio da pessoa de um objeto de amor investido pelo id. 
Relativamente à primeira teoria do aparelho psíquico, o ego é mais 
vasto do que o sistema pré-consciente-consciente, na medida em que 
as suas operações defensivas são em grande parte inconscientes.
Do ponto de vista histórico, o conceito tópico dos ego é o resultado de 
uma noção constantemente presente em Freud desde as origens do 
seu pensamento. 
Superego – Supereu – (Über-Ich) – Uma das instâncias da 
personalidade tal como Freud a descreveu no quadro da sua Segunda 
teoria do aparelho psíquico: o seu papel é assimilável ao de um juiz ou 
de um censor relativamente ao ego. Freud vê na consciência moral, na 
auto-observação, na formação de ideais, funções do superego. 
Classicamente, o superego é definido como o herdeiro do complexo de 
Édipo; constitui-se por interiorização das exigências e das interdições 
parentais. 
Certos psicanalistas recuam para mais cedo a formação do superego, 
vendo esta instância em ação desde as fases pré-edipianas (Melanie 
Klein) ou pelo menos procurando comportamentos e mecanismos 
psicológicos muito precoces que seriam precursores do superego 
(Glover, Spitz, por exemplo). 
 A constituição do Ego, do Superego, etc. ... 
O Id – é o sistema original da personalidade psíquica; é a matriz a 
partir da qual o ego e o superego se diferenciam. O Id é formado pelos 
aspectos psicológicos herdados e presentes no nascimento, inclusive as 
pulsões. É o reservatório da energia que põe em funcionamento os 
outros sistemas. Está em relação estreita com os processos corporais, 
dos quais retira sua própria energia. Freud chamada o Id de “a 
verdadeira personalidade psíquica”, por que ele representa o modo 
inteiro da experiência subjetiva e não tem conhecimento da realidade 
objetiva. 
- O Id não tolera aumentos de energia ...... Vide Princípio do Prazer .. 
Para isso ele dispõe de: 
- Ação reflexa; 
- Processo Primário (formação de imagens, por exemplo de comida 
para uma pulsão de fome). 
- Realização do desejo. 
As alucinações e visões dos psicóticos, são também exemplos do 
processo primário. 
Como uma pessoa não pode viver de imagens, inicia-se o 
desenvolvimento do “Processo Secundário”. 
Quando isso acontece inicia-se a formação do segundo sistema da 
personalidade psíquica: o Ego. 
O Ego – O Ego existe porque as necessidades do organismo requerem 
transações apropriadas com o mundo objetivo da realidade. Assim uma 
pessoa faminta precisa aprender a diferenciar uma imagem mental do 
alimento, do alimento mesmo. A diferença básica entre o Id e o Ego, é 
que o Id só conhece o realidade subjetiva da mente, enquanto que o 
Ego faz a distinção entre as coisas da mente e as do mundo exterior. 
O Ego conhece o “Principio da Realidade”, e opera por meio do 
“Processo Secundário”. 
O principio da realidade suspende temporariamente o principio do 
prazer, porque este é satisfeito quando o objeto é encontrado e assim 
a tensão foi reduzida. O principio de realidade verifica se uma 
experiência é real ou falsa, isto é, se tem existência externa ou não, ao 
passo que o principio do prazer interessa-se apenas em saber se uma 
experiência é desagradável ou agradável. 
Pelo ‘Processo Secundário” o Ego formula um plano para a satisfação 
da necessidade e depois o testa geralmente por uma espécie de ação, 
para ver se funciona ou não. 
O Ego é o executivo da personalidade psíquica porque controla os 
portas de entrada para a ação, seleciona os aspectos do meio aos quais 
reagirá e decide quais são as pulsões a serem satisfeitas e de que 
modo. No desempenho dessas altas funções executivas o Ego tem que 
procurar integrar as exigências muitas vezes antagônicas do Id, do 
superego e do Meio Externo. Esta é uma tarefa difícil que pesa sobre o 
Ego. 
Devemos levar em consideração entretanto, que o ego é a parte 
organizada do Id, que existe para realizar os desejos do Id e não para 
frustrá-los e que toda a sua força se origina do Id. Ele não tem 
existência á parte do Id, nunca se torna completamente independente 
dele. Seu papel principal é o de intermediário entre as exigências 
pulsinonais do organismo e as condições do ambiente. Seus objetivos 
constituem em manter a vida do indivíduo e garantir a reprodução da 
espécie. 
O Superego – O terceiro e último sistema da personalidade a 
desenvolver-se é o superego. Ele e o representante interno dos valores 
e idéias tradicionais da Sociedade, transmitidos pelos pais e reforçados 
pelo sistema de recompensas e castigos impostas à criança. O 
superego é a arma moral da personalidade psíquica; representa mais o 
ideal que o real e luta mais para a perfeição que para o prazer. Sua 
preocupação principal é decidir se alguma coisa é certa ou errada, de 
modo que o indivíduo possa agir em harmonia com os padrões 
autorizados pelos agentes da sociedade. 
 
(Material extraído das Obras Completas de Freud, da Editora Imago, do 
Vocabulário da Psicanálise, de Laplanche e Pontalis, Editora Martins 
Fontes e de Teorias da Personalidade de Calvin S. Hall, Gardner 
Lindzey e John B. Campbell, Editora Artmed).
 
 
Estruturada Personalidade de Jung. 
 
A personalidade total ou psique, como é chamada por Jung, consiste de 
vários sistemas isolados, mas que atuam uns sobre os outros. Os 
principais são o ego, o inconsciente individual e seus complexos, o 
inconsciente coletivo e seus arquétipos, a persona, a anima ou 
animus, e a sombra. A estes sistemas interdependentes acrescentou 
as atitudes de introversão e extroversão, e as funções do 
pensamento, do sentimento, da sensação e da intuição. 
Finalmente, há o self, que é personalidade plenamente desenvolvida e 
unificada. 
 
O Inconsciente Individual.
O Incs. Individual é uma região adjacente ao ego. Consiste de 
experiências que foram reprimidas, suprimidas, esquecidas ou 
ignoradas, e de experiências inicialmente muito fracas para 
impressionar conscientemente o indivíduo. Os conteúdos do 
inconsciente individual, assim à semelhança do material pré-consciente 
de Freud, são acessíveis à consciência, e há muitas permutas entre o 
inconsciente individual e o ego. 
 
Complexos.
O complexo é um grupo organizado ou constelação de sentimentos, 
pensamentos, percepções e memórias que existem no inconsciente 
individual. Ele tem um núcleo que age como uma espécie de magneto, 
atraindo ou fazendo girar em tono de si várias experiências. 
Por exemplo, o complexo maternal. O núcleo procede, em parte, das 
experiências raciais com mães e, em parte, da experiência da criança 
com sua mãe. Idéias, sentimentos e memórias relacionadas à mãe são 
atraídas para o núcleo e formam um complexo. Quanto mais possante 
for a força que emana do núcleo, mais experiências atrairá para si. 
Assim, alguém cuja personalidade é dominada por pensamentos acerca 
de mãe é tido como tendo um forte complexo relacionado com a figura 
materna ... 
Um complexo pode comportar-se como uma personalidade autônoma, 
que tem vida mental e dinamismo próprio. Pode apoderar-se do 
controle da personalidade, utilizar a psique para seus próprios fins, 
como Tolstoi, do qual se diz ter sido dominado pela idéia da 
simplificação, e Hitler pela ambição do poder. 
O núcleo e muitos dos elementos a ele associados são sempre 
inconscientes, mas qualquer das associações e mesmo o próprio núcleo 
podem tornar-se conscientes, o que ocorre muitas vezes. 
 
O Inconsciente Coletivo. 
O conceito de inconsciente coletivo, ou transpessoal, é um dos 
mais originais e controvertidos aspectos da teoria da 
personalidade de Jung. É o mais poderoso e influente sistema 
da psique e, em casos patológicos, eclipsa o ego e o 
inconsciente individual. 
O inconsciente coletivo parece ser o depósito de traços de 
memória herdados do passado ancestral do homem, um 
passado que inclui não somente a história racial do homem e de 
uma espécie separada, mas também seus ancestrais pré-
humanos e animais. O inconsciente coletivo é o resíduo psíquico 
do desenvolvimento evolutivo do homem, um resíduo que se 
acumulou em conseqüência de experiências repetidas durante 
várias gerações. É quase inteiramente destacado de qualquer 
coisa individual e é, aparentemente, universal. Todos os seres 
humanos têm, mais ou menos, o mesmo inconsciente coletivo. 
Jung atribui a universalidade do inconsciente coletivo à 
semelhança da estrutura do cérebro em todas as raças 
humanas, semelhança esta que é devida, por sua vez, à 
evolução humana. 
Memórias ou representações sociais não são herdadas como tais; o que 
herdamos é a possibilidade de reviver experiências das gerações 
passadas. São predisposições que nos põe em situação de reagir para 
com o mundo de um modo seletivo. Essas predisposições são 
projetadas no mundo. Por exemplo, já que os seres humanos 
sempre tiveram mães, cada criança nasce com a predisposição 
para perceber a mãe e reagir frente a ela. O conhecimento da 
mãe, adquirido individualmente, é a realização de uma 
potencialidade herdada, que foi construída no cérebro humano 
pelas experiências passadas da raça. 
Assim como o homem nasce com a capacidade de ver o mundo em três 
dimensões e desenvolve esta capacidade através da experiência e de 
treino, de igual modo nasce com muitas predisposições para pensar, 
sentir e perceber de acordo com padrões e conteúdos definidos, que se 
caracterizam, através de experiências individuais. Assim, temos 
predisposições para sentirmos medo do escuro e de cobras, porque no 
passado os primitivos encontraram muitos perigos no escuro e foram 
vítimas de cobras venenosas. 
O inconsciente coletivo é o alicerce racial herdado de toda a estrutura 
da personalidade. Sobre ele estão erigidos o ego, o inconsciente 
individual e todas as outras aquisições individuais. 
Assim, a forma do mundo, no qual nascemos, já é inata como 
imagem virtual. Essa imagem virtual torna-se uma idéia, ou 
percepção concreta, por sua identificação com objetos no 
mundo que a ela correspondem. Nossa experiência do mundo está 
moldada em larga escala, pelo inconsciente coletivo, embora não 
completamente, pois, se assim fosse, não poderia haver variação e 
desenvolvimento. 
As duas regiões inconscientes da mente, a individual e a coletiva, 
podem ser de grande auxílio para o homem. Ele (o inconsciente) 
contém possibilidades que são impedidas de penetrar na mente 
consciente, porque tem à sua disposição todos os conteúdos 
subliminais, todas aquelas coisas que foram esquecidas ou 
desprezadas, como também a sabedoria e a experiência de séculos 
incontáveis, que repousam em sues órgãos arquetípicos. De outro lado, 
a sabedoria do inconsciente é ignorada pelo ego, o inconsciente pode 
romper o processo racional consciente, apoderar-se fortemente dele, 
distorcendo-o. Sintomas, fobias, ilusões e outras manifestações 
irracionais resultam de processos inconscientes negligenciados. 
 
A Persona. 
Os componentes estruturais do inconsciente coletivo 
são chamados por vários nomes: arquétipos, 
dominantes, imagens primordiais, imagos, imagens 
mitológicas e padrões comportamento. Um arquétipo é 
uma forma de pensamento universal (idéia) que 
contém uma grande parte de emoção. Essa forma de 
pensamento cria imagens ou visões que 
correspondem, na vida normal de vigília, a alguns 
aspectos da situação consciente. Por exemplo o 
arquétipo de mãe produz uma imagem materna, que 
está identificada com a mãe atual. Em outras palavras, 
o bebê herda uma concepção pré-formada de uma mãe 
genérica, que determina em parte como perceberá sua 
mãe. 
Assim, a experiência do bebê é o produto conjugado, de uma 
lado, de uma predisposição interna para perceber o mundo 
de uma certo modo e, de outro, da natureza real desse 
mundo. Os dois determinantes completam-se porque o 
próprio arquétipo é um produto de experiências da raça com 
o mundo, e estas experiências, em grande parte, são as 
mesmas para qualquer indivíduo, vivendo em qualquer época 
e em qualquer parte. Isto significa que a natureza das mães 
– o que elas fazem – permaneceu quase a mesma através da 
história da raça e, portanto, o arquétipo mãe que o bebê 
herda coincide com a mãe real. 
Persona – A persona é a máscara usada pelo indivíduo 
em resposta às solicitações da convenção e da 
tradição sociais e às suas próprias necessidades 
arquetípicas internas. É o papel que a sociedade lhe 
atribui, a parte que a sociedade espera que ele 
presente na vida. O propósito da máscara é produzir 
uma impressão definida nos outros e, muitas vezes, 
embora não obrigatoriamente, dissimula a natureza real 
do indivíduo. A persona é a personalidade pública, aqueles 
aspectos que ostentamos ao mundo ou que a opinião pública 
fixa por trás da fachada social. 
Se o ego se identifica com a persona, como 
freqüentemente o faz, o indivíduo torna-se mais 
consciente da parte que está representando do que de 
seus sentimentosgenuínos. Torna-se alienado de si 
mesmo e toda a sua personalidade toma um aspecto 
superficial ou bidimensional. Ele torna-se a mera 
aparência de um homem, um reflexo da sociedade, em 
vez de um ser humano autônomo. 
O núcleo do qual se desenvolve a persona é um 
arquétipo. Como todos os outros, origina-se de 
experiência da raça; nesse caso, as experiências 
consistem de interações sociais, nas quais a 
afirmação de um o papel social serviu ao homem para 
um fim através de sua história com animal social. 
 
 A importância do SELF. 
 
O Self – Em seus primeiros escritos, Jung considerou o self 
como equivalente à psique ou personalidade total. 
Entretanto, quando ele começou a explorar os fundamentos 
raciais da personalidade e descobriu os arquétipos, 
encontrou um que representava luta do homem pela 
unidade. Esse arquétipo expressa-se através de vários 
símbolos, sendo o principal deles a mandala, ou circulo 
mágico. Em seu livro Psychology and Alchemy, Jung 
desenvolve uma psicologia da totalidade baseada no símbolo 
da mandala. O principal conceito dessa psicologia de unidade 
total é o self. 
O self é o ponto central da personalidade, em torno do qual 
todos os outros sistemas se organizam, formando 
constelações. Ele sustenta a união desses sistemas, e 
fornece unidade, equilíbrio e estabilidade à personalidade. 
Se imaginarmos a mente consciente tendo o ego como centro, opondo-
se ao inconsciente, e se nós agora acrescentarmos à nossa imagem 
mental o processo de assimilar o inconsciente, podemos julgar esse 
assimilação como um tipo de aproximação entre consciente 
inconsciente, onde o centro total da personalidade não mais coincide 
com o ego, mas com um ponto a meio caminho entre consciente e 
inconsciente. Esse será um novo equilíbrio, um novo centro da 
personalidade total, um centro virtual, que, tomando em conta sua 
posição focal entre consciente e inconsciente, assegura para a 
personalidade um alicerce novo e mais sólido. 
O self é o alvo da vida, um alvo pelo qual as pessoas sempre lutam, 
mas raramente o atingem. Como todos os arquétipos, motivam 
comportamento do homem, e fazem com que ele procure a 
integração, especialmente pelos caminhos fornecidos pela 
religião. As verdadeiras experiências religiosas são as que 
mais se aproximam da natureza do self, e as figuras do 
Cristo e Buda são as mais altas expressões do arquétipo do 
self. Não é surpreendente constatar que Jung descobriu o 
self em seus estudos e observações acerca das religiões 
orientais, nas quais o esforço pela unidade e identidade com 
o mundo, através das várias práticas ritualísticas, como a 
ioga, é mais adiantado do que nas religiões ocidentais. 
Antes de o self emergir, é necessário que os vários componentes da 
personalidade se desenvolvam plenamente. Por essa razão, o arquétipo 
do self não se torna evidente até que o indivíduo tenha atingido a idade 
madura. Nessa época, ele começa a fazer um sério esforço para mudar 
o centro da personalidade, de ego consciente para aquele que está a 
meio caminho entre o consciente e o inconsciente. Essa região a meio 
caminho entre o consciente e o inconsciente é o domínio do self. 
O conceito de self é, provavelmente, a mais importante 
descoberta psicológica de Jung, e representa a culminância 
de seus estudos intensivos dos arquétipos. 
 
Anima, Animus e Sombra. 
É geralmente aceito que o homem é essencialmente bissexual. No 
plano fisiológico, o macho e a fêmea produzem ambos os hormônios 
sexuais masculinos e femininos. No plano psicológico, encontram-se 
em ambos os sexos características masculinas e femininas. A 
homossexualidade é apenas uma das condições, talvez a mais óbvia de 
todas, que deu origem à concepção da bissexualidade humana. 
Jung atribui a arquétipos o lado feminino da personalidade do homem e 
o lado masculino da personalidade da mulher. O arquétipo feminino no 
homem é chamado anima, o arquétipo masculino na mulher, animus. 
Esses arquétipos, embora possam ser condicionados pelos 
cromossomos e glândulas sexuais, são o produto de experiências 
raciais do homem com a mulher, e da mulher com o homem. Em 
outras palavras, vivendo com mulheres, através do tempo o homem 
adquiriu características femininas; vivendo com o homem, a mulher 
tornou-se masculinizada. 
Os arquétipos, além de levar um sexo a revelar características do sexo 
oposto, atuam como imagens coletivas que ajudam cada sexo a 
compreender os membros do sexo oposto. O homem apreende a 
natureza da mulher em virtude de sua anima, e a mulher, a natureza 
masculina em virtude de seu animus. Mas a anima e o animus podem 
também induzir a incompreensão e discórdias, se a imagem idealizada 
de mulher com uma mulher real, mas, se não levar em conta as 
discrepâncias entre o ideal e o real, pode sofrer um amargo 
desapontamento quando perceber que as duas não são idênticas. Deve 
haver um compromisso entre as necessidades do inconsciente coletivo 
e as realidades do mundo externo, a fim de que o indivíduo se ajuste 
razoavelmente bem. 
A Sombra – O arquétipo da sombra é formado pelos instintos 
animais que o homem herdou em sua evolução através das formas 
mais primitivas de vida. Conseqüentemente, a sombra, em primeiro 
lugar, caracteriza o lado animal da natureza humana. Como arquétipo, 
a sombra é responsável pela concepção do homem acerca do pecado 
original; quando é projetada externamente, torna-se o diabo ou um 
inimigo. 
O arquétipo sombra é também responsável pelo aparecimento, na 
consciência e no comportamento, de pensamentos, sentimentos e 
ações desagradáveis e socialmente reprováveis. Estes podem ser 
ocultos do público pela persona ou reprimidos no inconsciente 
individual. Portanto, o lado obscuro da personalidade, que deve sua 
origem a um arquétipo, penetra nos aspectos particulares do ego, bem como, 
em grande parte, nos conteúdos do inconsciente individual. um arquétipo, 
penetra nos aspectos particulares do ego, bem como, em grande parte, nos 
conteúdos do inconsciente individual. 
A sombra, com seus instintos animais vitais e impetuosos, dá à 
personalidade uma forma ampla ou uma qualidade tridimensional. Ela 
ajuda a aperfeiçoar a pessoa. 
 
Causalidade e Teleologia. 
A idéia de um alvo que guia o destino do homem é, essencialmente, 
uma explanação teleológica ou finalista. O ponto de vista teleológico 
explica o presente em termos de futuro. De acordo com esse ponto de 
vista, a personalidade é compreendida em termos do seu destino, e 
não de sua origem. De outro lado, o presente pode ser explicado pelo 
passado. Este é o ponto de vista da causalidade, que assegura que os 
acontecimentos presentes são a conseqüência ou efeito de condições 
ou causas antecedentes. Olhamos o passado do homem com o fito de 
avaliar seu comportamento presente. 
Assim, o presente não é apenas determinado pelo passado 
(causalidade), mas também pelo futuro (teleologia). No seu esforço 
de compreensão, o psicólogo tem que ter duas faces. 
Com uma, olha o passado e com outra, o futuro do homem. As duas 
perspectivas combinadas dão um quadro completo do homem. De uma 
lado, ela (a mente) oferece um quadro do patrimônio do passado e, de 
outro, um quadro do conhecimento criador de tudo o que está para vir, 
na medida em que a psique cria seu próprio futuro. 
 
Progressão e Regressão; Sublimação e Recalque e 
Função Transcendente. 
 
Progressão e Regressão – O desenvolvimento pode seguir um 
movimento progressivo ou regressivo. Por progressão Jung quer dizer 
que o ego consciente está se ajustando satisfatoriamente às exigências 
do mundo externo e às necessidades do inconsciente. No progressão 
normal, forças opostas estão unidas em um fluxo coordenado e 
harmonioso de processos psíquicos. 
Quando o movimento de avanço é interrompido por uma circunstância 
frustradora, a libidoé impedida de ser investida em valores 
extrovertidos ou orientados para o meio externo. Como conseqüência, 
a libido regressa ao inconsciente e é investida em valores introvertidos. 
Assim, valores objetivos do ego são transformados em valores 
subjetivos. A regressão é a antítese da progressão. 
Entretanto, Jung acredita que um deslocamento regressivo de energia 
não tem, necessariamente, um mau efeito permanente sobre o 
ajustamento. Na verdade, pode até ajudar o ego a achar um modo de 
contornar o obstáculo. Isso é possível porque o inconsciente, tanto o 
individual quanto o coletivo, contém o conhecimento e a sabedoria do 
passado individual e racial que havia sido reprimido ou ignorado. 
Realizando uma regressão, o ego pode descobrir conhecimentos úteis 
no inconsciente, que o habilitarão a superar a frustração. O homem 
deve dar atenção particular aos seus sonhos, pois revelam material 
inconsciente. Na psicologia Junguiana, o sonho é considerado como um 
sinal a apontar o caminho para a compensação por uma condição 
frustrada. 
A interação entre progressão e regressão no desenvolvimento pode se 
compreendia através do seguinte exemplo. Um jovem, que se libertou 
da dependência familiar, encontrou-se diante de um obstáculo 
insuperável. Voltou-se para os pais á procura de conselho e 
encorajamento. Esse retorno pode não ser físico, mas sua libido pode 
regredir ao inconsciente e reativar ali as imagens dos pais. Essas 
imagens podem proporcionar-lhe o conhecimento e o encorajamento 
de que necessita para superar a frustração. 
Sublimação e Recalque – A energia psíquica é deslocável. Isto 
significa que pode ser transferida de um processo num sistema 
particular a outro processo no mesmo ou num diferente sistema. Essa 
transferência é feita de acordo com os princípios dinâmicos básicos de 
equivalência e entropia. Se o deslocamento é governado pelo processo 
de individuação e pela função transcendente, ele é chamado 
sublimação. A sublimação descreve o deslocamento de energia dos 
processos mais primitivos, instintivos e menos diferenciados para 
processos cultural e espiritualmente mais elevados. Por exemplo, 
quando a energia é retirada do impulso sexual e investida em valores 
religiosos, diz-se que a energia foi sublimada. Sua forma foi mudada 
no sentido de que um novo tipo de trabalho está sendo realizado; 
nessa caso, o trabalho religioso substituiu o trabalho sexual. 
Quando a descarga de energia, através de canais pulsinonais ou 
sublimados, é bloqueada, diz-se que foi reprimida (recalcada). A 
energia recalcada não pode desaparecer logo; tem de ir para algum 
lugar, de acordo com o principio de conservação da energia. 
Conseqüentemente, passa a residir no inconsciente. Acrescentando-se 
energia ao material inconsciente, o inconsciente pode tornar-se mais 
carregado do que o ego consciente. Quando isso acontece, a energia 
do inconsciente tenderá a fluir para o ego, de acordo com o principio 
da entropia, e a romper o processo racional. Em outras palavras, o 
processo inconsciente, intensamente carregado de energia, tentará 
quebrar a repressão e, se for bem sucedido, o indivíduo se comportará 
de modo irracional e impulsivo. 
A sublimação e a repressão são opostas quanto ao caráter. A 
sublimação é progressiva, a repressão é regressiva. A sublimação faz 
com que a psique se mova para diante, a repressão faz com que se 
mova para trás. A sublimação serve à racionalidade, a repressão 
produz a irracionalidade. A sublimação é integradora, a repressão é 
desintegradora. A repressão é regressiva, adverte Jung, e, portanto, 
ela deve habilitar o indivíduo a encontrar respostas para sues 
problemas em seu inconsciente e, assim, continuar . 
Função Transcendente – Quando a diversidade tiver sido alcançada 
pela ação do processo da individuação, os sistemas diferenciados serão 
integrados pela função transcendente. 
Essa função é dotada da capacidade de unir todas tendências opostas 
dos diversos sistemas e de trabalhar para a meta ideal de totalidade 
perfeita (individualidade). O alvo da função transcendente é a 
revelação do homem essencial e “a realização, em todos os seus 
aspectos, da personalidade originariamente oculta no plasma germinal 
do embrião; a produção e o desdobramento da totalidade potencial 
original”. 
Outras forças na personalidade, sobretudo o recalque, podem opor-se 
à ação da função transcendente; porém, a despeito de qualquer 
oposição, o impulso de desenvolvimento unificador e empreendedor 
ocorrerá, ou no nível consciente, ou no inconsciente. A expressão 
inconsciente de um desejo de integração encontrada em sonhos, mitos 
e outras representações simbólicas. Um dos símbolos que está sempre 
aflorando em mitos, sonhos arquitetura, religião e artes é o símbolo da 
mandala. A mandala é uma palavra sânscrita que significa circulo. Jung 
fez estudos exaustivos da mandala, pois é o perfeito emblema da 
unidade e da totalidade nas religiões orientais e ocidentais. 
 
Individuação. 
Processo de Individuação – A tendência da personalidade no 
sentido de uma unidade estável constitui um aspecto central da 
psicologia de Jung. O desenvolvimento é um desdobramento da 
totalidade indiferenciada original com a qual o homem nasce. O 
objetivo final desse desdobramento é a realização da 
individualidade. 
Para atingir esse objetivo, é necessário que os vários sistemas da 
personalidade se tornem completamente diferenciados e plenamente 
desenvolvidos. Se algum aspecto da personalidade é negligenciado, os 
sistemas mal desenvolvidos e negligenciados agirão como centros de 
resistência, que procurarão captar a energia dos sistemas mais 
desenvolvidos. 
Se forem desenvolvidas demasiadas resistências, o indivíduo se 
tornará neurótico. Isto pode acontecer quando os arquétipos não se 
expressam através do ego consciente, ou quando os envoltórios da 
persona se tornam tão espessos que sufocam o resto da personalidade. 
Um homem que não providencie alguma saída para seus impulsos 
femininos ou uma mulher que abafe suas inclinações masculinas estão 
armazenando perturbações, porque a anima ou o animus, sob estas 
condições, tenderão a encontrar meios indiretos e irracionais de se 
expressarem. 
Para ter-se uma personalidade saudável e integrada, deve-se permitir 
a cada sistema que alcance o grau mais intenso de diferenciação e 
desenvolvimento. O processo pelo qual isto se realiza chama-se 
processo de individuação. 
 
Algumas discordâncias entre FREUD e JUNG. 
 
Jung: 
1. Sonhos – interpretação em série. 
2. Libido – energia da vida. 
3. Incs, Coletivo. 
4. Teleologia e Causalidade. 
5. Self, Individuação, Equilíbrio. 
6. Instinto Simbólico – ARQUÉTIPOS. 
 
Freud: 
 
1. Sonhos – interpretação, um de cada vez. 
2. Libido sexual. 
3. Incs. dif. (Pré.Cs + Cs) = Ego 
4. Causa. 
5. Mal-Estar (“Principio do Prazer”). 
6. Simbólico. 
 
(Material extraído de Teorias da Personalidade, de Calvin S. Hall, 
Gardner Lindzey e John B. Campbell, Editora Artmed).