Buscar

AULA 3 SLIDES

Prévia do material em texto

1
Profª Tharsila Maynardes Dallabona Fariniuk
Planejamento e 
Sustentabilidade Urbana
Aula 3
Lei n. 12.587 de 2012
Conjunto de elementos, sistemas e 
infraestruturas que permitem que as pessoas 
se desloquem nas cidades
Fluxos de deslocamento, motorizados ou não 
motorizados (todos os modais)
O transporte não é um fim em si, mas um 
meio de se deslocar até determinado ponto
Mobilidade urbana Modais de transporte mais utilizados nas cidades brasileiras
Rodoviário: 
automóveis e 
motocicletas
Rodoviário: 
ônibus Metrô/VLT
Cicloviário: 
bicicletas
Patinetes e 
similares
A pé/ 
caminhada
Imagens da Shutterstock: LCV; Bjoern Wylezich; Ned Snowman; OlegRi; r.classen; OlegRi. 
Fatores de exigência da 
política de mobilidade urbana
Fonte: Elaborado por Fariniuk (2021) com base em Ministério das Cidades (2005).
Crescimento urbano 
desordenado
Demanda de mais 
deslocamentos e 
também mais longos
Transporte público 
coletivo em menor 
frequência
Tarifas mais caras e 
queda na qualidade 
do transporte 
público
Mais dependência 
de automóveis
Aumento do tráfego, 
congestionamentos
Necessidade de 
mais espaço, mais 
vias para tráfego
Funciona como uma complementação das 
determinações do Estatuto da Cidade
Compromisso de incentivar o transporte 
coletivo e não motorizado nos municípios, em 
detrimento do uso exacerbado de automóveis
PNMU – Lei n. 12.587 de 2012
1 2
3 4
5 6
2
Objetivos da PNMU – Lei n. 12.587 de 2012
Fonte: Elaborado por Fariniuk com base em Lei n. 12.587 de 2012 (Brasil,2012).
Garantir acesso aos serviços e equipamentos básicos
Melhorar a acessibilidade e mobilidade urbana
Desenvolvimento sustentável: mitigar prejuízos ambientais e 
socioeconômicos dos deslocamentos urbanos
Consolidar a gestão democrática urbana
Redução das desigualdades e promoção da inclusão social
Em municípios com mais de 20 mil habitantes
Em municípios que fazem parte de regiões 
metropolitanas e aglomerações urbanas com 
população superior a 1 milhão de habitantes – e 
nesse caso é preciso também apresentar um 
plano de integração do transporte coletivo
Em municípios que integram áreas de interesse 
turístico e cidades litorâneas
Obrigatoriedade do Plano de Mobilidade 
Urbana:
1. Ausência de determinação sobre a forma 
jurídica que os planos municipais irão tomar 
(há liberdade para funcionarem como 
decretos, leis ordinários ou material de 
divulgação/visualização, simplesmente) 
2. Ausência de critérios de avaliação padrão 
para os Planos de Mobilidade apresentados a 
partir de 2015
(Rubim; Leitão, 2012)
Fragilidades da legislação 3. Ausência de determinações de 
acompanhamento das implantações dos 
planos municipais, que podem tornar-se 
meramente documentos formatados com 
diretrizes
4. Ausência de rigidez do acompanhamento 
do governo federal, como agente 
regulamentador das funções municipais
(Rubim; Leitão, 2012)
Princípios da mobilidade urbana
I - Acessibilidade universal
II - Desenvolvimento sustentável das 
cidades, nas dimensões socioeconômicas e 
ambientais
III - Equidade no acesso dos cidadãos ao 
transporte público coletivo
Princípios definidos no Art. 5º da PNMU
7 8
9 10
11 12
3
IV - Eficiência, eficácia e efetividade na 
prestação dos serviços de transporte urbano
V - Gestão democrática e controle social do 
planejamento e avaliação da Política Nacional 
de Mobilidade Urbana
VI - Segurança nos deslocamentos das 
pessoas
VII - Justa distribuição dos benefícios e ônus 
decorrentes do uso dos diferentes modos e 
serviços
VIII - Equidade no uso do espaço público de 
circulação, vias e logradouros e
IX - Eficiência, eficácia e efetividade na 
circulação urbana
(Brasil, 2012)
Inclusão social
Racionalidade de investimentos públicos
Redução de tráfego/congestionamentos
Redução da 
poluição
Redução de 
acidentes
A mobilidade urbana deve buscar: 
Solveig Been/shutterstock
Estatuto da Cidade (2001)
Lei de Parcelamento do Solo Urbano (Lei n. 6.766 
de 1979)
Política Nacional sobre Mudanças do Clima (Lei 
n. 12.187 de 2009)
PNMU (Lei n. 12.587 de 2012)
Instrumentos jurídicos para a PNMU
Fonte: elaborado por Fariniuk (2021) com base em Marrara (2015)
Fatores de redução da mobilidade urbana no 
Brasil 
1. Ausência de processos 
democráticos para 
diagnóstico das cidades
Essa determinação é considerada 
tardia no Brasil considerando o 
processo de urbanização do país (veio 
apenas em 2001 com o Estatuto da 
Cidade).
2. Falta de investimento 
em transporte público de 
qualidade
Leva à população a optar por meios 
individuais motorizados.
3. Descrença da 
população no transporte 
público de qualidade
Aumento do número de veículos para 
transporte privativo (especialmente 
carros e motocicletas)
No Brasil, há mais de 45 milhões de pessoas 
com algum tipo de deficiência (motora, 
auditiva, visual, cognitiva etc.)
O princípio da acessibilidade é orientado pela 
Lei n. 10.098 de 2000 (Brasil, 2000) e é o 
primeiro item dos princípios do PNMU
Promoção da acessibilidade universal
13 14
15 16
17 18
4
A acessibilidade não diz respeito apenas a 
esse âmbito, mas também ao acesso às 
estruturas em consideração às redes 
disponíveis, tarifas, qualidade do 
transporte público etc.
Componentes da acessibilidade urbana
Fonte: elaborado por Fariniuk(2021) com base em Melo e Portugal (2017).
MACROACESSIBILIDADE
• Redes nas Regiões 
Metropolitanas
• Redes de transporte integradas
• Integração Multimodal
• Distribuição espacial de massas
MESOACESSIBILIDADE
• Em regiões administrativas 
ou bairros
• Meios motorizados
MICROACESSIBILIDADE
• Escala local
• Meios não motorizados
• Suscetível às particularidades do 
desenho urbano
Acessibilidade
Uso do Solo
Trabalho
Lazer
Estudos
Comércio e Serviços
Transporte
Motorizado
Não motorizado
“Nesse contexto está em curso a mudança de 
paradigma, no qual a mobilidade passa a ser 
vista também por seus aspectos qualitativos, em 
que se priorizam os modos de transporte mais 
amigáveis ao meio ambiente e mais produtivos 
socialmente, segundo uma concepção integrada. 
Essa transformação cria o espaço necessário 
para que a acessibilidade — amparada em 
diretrizes de integração, equidade e autonomia, 
e orientada à mobilidade sustentável — possa ser 
utilizada como ferramental estratégico. (...)
Uma reflexão: 
(...) Ou seja, configurando-se 
adequadamente as condições de 
acessibilidade, a partir da combinação entre 
elementos dos transportes e do uso do solo, 
é possível alterar o padrão de deslocamentos 
existentes para que se alcance uma 
mobilidade comprometida com a 
sustentabilidade” 
(Melo; Portugal, 2017, s/p., grifo nosso.)
Mobilidade e desenvolvimento 
urbano
A capacidade 
de circulação 
urbana é algo 
fundamental para 
o desempenho das 
atividades que 
permitam o 
desenvolvimento 
saudável dos 
cidadãos
O desenvolvimento urbano permitido pela 
mobilidade
Marish/shutterstock
19 20
21 22
23 24
5
“As cidades que implementam políticas 
sustentáveis de mobilidade oferecem um 
maior dinamismo das funções urbanas, numa 
maior e melhor circulação de pessoas, bens e 
mercadorias, que se traduzem na valorização 
do espaço público, na sustentabilidade e no 
desenvolvimento econômico e social” (Ministério das 
Cidades, 2005, p. 11)
Fonte: Elaborado por Fariniuk com base em Melo e Portugal (2017).
Pilares do desenvolvimento urbano a partir 
da mobilidade
1 Planejamento
Em prol do 
interesse público
Considerando 
expansão 
territorial
Considerando as 
características 
demográficas 
2 Gestão 
Democrática
Participação 
Social
Cidadãos como 
protagonistas
3 Justiça Social
Acesso a redes e 
infraestrutura;
Desenho urbano e 
acessibilidade 
para serviços e 
mobiliários 
urbanos.
Compatibilização do Plano de Mobilidade 
Urbana com outros planos da cidade, a 
exemplo do Plano Diretor do Plano de 
Transportes
Oferecer estrutura adequada para a 
priorização do transporte coletivo e/ou não 
motorizado (por exemplo, por meio de 
adequações viárias)
Desafios para a articulação depolíticas
Consolidação e regularização dos espaços 
urbanos já ocupados – dessa forma pode-se 
aproveitar ao máximo a infraestrutura já 
instalada e a longo prazo isso pode contribuir 
para que regiões periféricas sofram a pressão 
de novas ocupações e um adensamento que 
não necessariamente está previsto (Ministério das 
Cidades, 2005)
Planejar a ampliação do tecido urbano –
orientado pelos interesses da gestão e da 
cidade para a expansão
Controle sobre a implantação de novos focos 
de impacto ao ambiente urbano, tais como 
novos empreendimentos públicos e privados
Desafios para a articulação de políticas Oferecer um espaço público de qualidade, 
que priorize o pedestre e minimize os 
conflitos da circulação a pé com outros 
modais de transporte
Garantir o desenvolvimento institucional e a 
capacitação contínua dos agentes que estão 
direta ou indiretamente relacionados à 
mobilidade urbana
(Ministério das Cidades, 2005)
25 26
27 28
29 30
6
Mobilidade urbana sustentável
Mobilidade que equilibra as demandas 
urbanas com a proteção do meio ambiente, 
considerando essas duas grandezas sob a 
ótima social, econômica e ambiental (Carvalho, 2016)
O que é mobilidade urbana sustentável?
Fonte: elaborado por Fariniuk (2021) com base em Carvalho (2016).
O que é mobilidade urbana sustentável?
Sustentabilidade 
Ambiental
• Combustíveis e 
tecnologias limpas
• Estrutura adequada 
do transporte em 
relação a áreas de 
proteção
• Integração de 
sistemas e 
transportes
Sustentabilidade 
Social 
• Inclusão social e 
acessibilidade aos 
modais
• Tarifas inclusivas e 
compatíveis à renda 
da população
• Acessibilidade 
Universal no 
transporte público
• Equidade no uso do 
espaço urbano
Sustentabilidade 
Econômica
• Balanceamento 
oferta/demanda
• Cobertura de custos
• Investimento 
permanente na rede e 
expansões
• Melhorias e 
incrementos 
contínuos
• Medidas viáveis de 
financiamento
Relação espaço ocupado x quantidade de 
pessoas em deslocamento
Fonte: Elaborado por Fariniuk com base em Guia Global do Desenho de Ruas 
(G
LO
B
A
L D
ES
IG
N
 C
IT
IES
 IN
IT
IA
T
IV
E
, 2
0
1
6
)
224,5 2 50
Quantidade 
de 
veículos/unidades
4 a 25 pessoas 22 pessoas 100 pessoas 50 pessoasQuantidade 
de 
pessoas 
ocupando 
esse 
espaço
Eficiência dos modais de transporte: 
Distância em km percorrida com 1Kwh de energia
Fonte: Aelaborado por por Fariniuk (2021) com base em Mobilize (2021a)
0
5
10
15
20
25
30
35
Bicicleta A pé Automóvel Automóvel elétrico
🔌🏃
Indicadores de avaliação da mobilidade 
urbana sustentável
Uso e ocupação do solo Transporte
Eixo 1)
Meio 
Ambiente
% de vias “calmas” – Traffic Calming % de veículos usando fonte de energia limpa
% de intersecções com faixas de pedestres 
e com passeio Horas de congestionamento nos corredores de transporte
% população com acesso a áreas verdes/de 
lazer em um raio de 500m. Nº de acidentes com pedestres e ciclistas (por 1000 habitantes)
Eixo 2) 
Sociedade
% população se deslocando menos 500m 
para encontrar um terminal. Oferta e frequência de terminais
% população se deslocando menos de 
500m para acesso a serviços Oferta de transporte para pessoas com mobilidade reduzida.
Diversidade de uso comercial, serviços e 
misto nas quadras.
Tempo médio de viagem do terminal para núcleo central da 
cidade.
Extensão de ciclovias Demanda por viagens de automóveis na região.
Distância média de caminhada a 
equipamentos de educação
Relação tempo médio de viagem no transporte coletivo x no 
transporte por automóvel particular
Eixo 3)
Economia
Relação renda média da população x custo 
mensal do transporte público.
Custo médio de viagem do terminal para núcleo central da 
cidade.
Locais de carga e descarga % de veículos de carga usando fonte de energia limpa
Nº de viagens e de veículos per capita. 
Fonte: Proposta de Campos e Ramos (2005)
31 32
33 34
35 36
7
Boas práticas em mobilidade 
urbana
Fonte: Elaborado por Fariniuk (2021) com base em Who (2009) citado por Gasques e Montaño (2020). 
Estratégias para o incremento da 
mobilidade urbana
Visão de 
equidade
• A mobilidade 
de qualidade 
deve ser 
fornecida a 
todos os 
habitantes, 
independente 
da posse de 
veículo 
particular
• A mobilidade 
de qualidade 
deve ser 
fornecida a 
todos os 
habitantes, 
independente 
da posse de 
veículo 
particular
Integração dos 
modais
• Integração nas 
áreas urbanas 
e também de 
alta 
capacidade de 
volume para 
áreas com 
grandes 
demandas
• Integração nas 
áreas urbanas 
e também de 
alta 
capacidade de 
volume para 
áreas com 
grandes 
demandas
Priorização de 
modais não 
poluentes
• Medidas 
econômicas e 
estruturais 
(físicas) de 
incentivo à 
utilização 
desses modais
• Medidas 
econômicas e 
estruturais 
(físicas) de 
incentivo à 
utilização 
desses modais
Separação entre 
sistemas de 
transporte
• Redes de 
pedestres e 
ciclistas 
separadas
• Corredores de 
transporte 
exclusivo, 
conforme 
características 
locais
• Redes de 
pedestres e 
ciclistas 
separadas
• Corredores de 
transporte 
exclusivo, 
conforme 
características 
locais
Fonte: elaborado por Fariniuk (2021) com base em Who (2009) citado por Gasques e Montaño (2020). 
Estratégias para o incremento da 
mobilidade urbana
Uso do solo 
integrado
• Planejar centros de 
habitação, trabalho 
e lazer no entorno 
das estruturas de 
transporte público
• Planejar centros de 
habitação, trabalho 
e lazer no entorno 
das estruturas de 
transporte público
Padrão de qualidade 
nos veículos do 
transporte público
• Utilização de 
tecnologias e 
combustíveis mais 
sustentáveis e 
adaptações 
incrementais nos 
veículos mais 
antigos 
• Utilização de 
tecnologias e 
combustíveis mais 
sustentáveis e 
adaptações 
incrementais nos 
veículos mais 
antigos 
Medidas econômicas
• Propostas para 
cobrança de 
estacionamento, 
taxas de 
congestionamento 
ou sazonais e 
gestão de tarifas 
para reverter 
recursos no 
aprimoramento do 
sistema
• Propostas para 
cobrança de 
estacionamento, 
taxas de 
congestionamento 
ou sazonais e 
gestão de tarifas 
para reverter 
recursos no 
aprimoramento do 
sistema
Fonte: Elaborado por Fariniuk (2021) com base em Cupolillo e colaboradores (2007)
Medidas para moderação de tráfego –
Traffic Calming
Medida Descrição Exemplo
Deflexões verticais Alteração no perfil da via Lombadas, travessias elevadas, etc.
Deflexões 
horizontais
Alteração no 
alinhamento/traçado da via
Estreitamentos, ilhas, 
rotatórias, etc.
Gestão da 
circulação na via
Harmonia entre os diversos 
usuários e modais
Barreiras, estacionamentos, 
carga e descarga etc.
Sinalização Regulamentação, advertência e informação
Sinais verticais, horizontais, 
semafóricos e inteligentes
Urbanismo Estratégias de percepção da via
Paisagismo, mobiliário urbano, 
iluminação, etc.
Fiscalização Controle pontual de trechos Radares e agentes
Pavimentação Cores, texturas e materiais Tipos de asfalto, sonorizadores, ondulações etc.
Buscar a otimização e integração de ações entre 
os níveis hierárquicos da administração e do 
Poder Executivo (federal, estadual e municipal)
Fortalecimento institucional: legitimação da 
gestão local para a mobilidade
Garantir a gestão democrática e participativa, 
por meio da criação de mais e mais estratégias 
de inclusão social no processo de tomada de 
decisão (em observação aos preceitos do 
Estatuto da Cidade)
Desafios para a gestão pública Buscar maior integração entre as políticas de 
mobilidade e demais políticas urbanas: uso 
do solo urbano, políticas habitacionais, 
ambientais e de circulação
Garantir condições favoráveis ao 
estabelecimento de parcerias entre o setor 
público e a iniciativa privada, no sentido de 
buscar novas estratégias e possibilidades de 
alocação de recursos
37 38
39 40
41 42
8
Construir indicadores adequados de 
mobilidade urbana, a fim de facilitar a 
mensuração e o diagnóstico dos sistemas
Aprimorar os processos de comunicação 
entre gestão e sociedade
“Não existem soluçõesmágicas para problemas 
complexos. [...] As soluções são conhecidas e 
variadas, algumas mais simples que outras, e 
envolvem a realização de um planejamento que 
englobe e considere todos os atores da 
mobilidade e priorize os transportes não 
motorizados e coletivos, feito de forma 
participativa e capaz de transformar 
efetivamente a forma como as pessoas se 
deslocam pela cidade. (...)
Uma reflexão para encerrar: 
Se não nos falta tecnologia, certo é que falta 
aos gestores brasileiros força política para 
entender que, de fato, devolver à cidade o 
seu direito de circulação e aos cidadãos o seu 
direito à cidade, sequestrado que foi pelo uso 
do automóvel, pode sim trazer conflitos e 
desgastes políticos” (Rubim; Leitão, 2012, s./p., grifo nosso)
43 44
45

Continue navegando

Outros materiais