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PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO patologia médica histopatologia do fígado: hepatites e cirrose 1.200 - 1600g, dividido em lobos direito e esquerdo; Suprimento de sangue duplo: veia porta (2/3) e artéria hepática (1/3); O sangue sai do fígado pelas veias hepáticas esquerda e direita para a vela cava inferior; Árvore biliar intra-hepática: classificada em grandes dutos biliares intra-hepáticos e pequenos dutos biliares; Linfonodos regionais; Arquitetura fígado Componente estrutural: Hepatócito - são células de formato poliédrico, e citoplasma acidófilo; Unidades morfológicas chamadas lóbulos hepáticos. Os lóbulos ficam separados por tecido conjuntivo e vasos; 09/09 PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO Espaços-porta: composto por uma vênula e uma arteriola (ramos da veia porta e da artéria hepática), um ducto biliar, vasos linfáticos e nervos. Este conjunto é cercado por uma capa de tecido conjuntivo, contínua com a cápsula de Glisson, que recebe o nome de placa limitante. Sinusóides: capilares que ocupam o espaço entre as acas de hepatocitos: o Paredes são revestidas de células endoteliais típicas e macrófagos que, no fígado, recebem o nome de células de Kupffer; o Desembocam na veia localizada no centro do lóbulo a qual é o ramo inicial da veia hepática. Células estreladas perissinusoidais (células de Ito), que ocupam o espaço de Disse. Apesar de funcionarem normalmente como células de reserva de vitamina A, durante o desenvolvimento da fibrose elas são ativadas e transformadas em miofibroblastos (principal fonte de colágeno na cirrose). História natural das Hepatopatias Enorme reserva funcional, e a regeneração sempre ocorre, com exceção da mais fulminante das doenças hepáticas. A reserva funcional e a capacidade regenerativa do fígado mascaram o impacto clínico da lesão hepática inicial: com a progressão da doença difusa ou a interrupção do fluxo sanguíneo ou biliar, as consequências da função hepática tornam-se graves; Indicações biópsia hepática Estabelecer o diagnóstico hepatite crônica: o Confirmar o diagnóstico; o Correlacionar dados clínicos e sorológicos para definição de etiologia; PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO Avaliar gravidade da hepatite crônica: o A biópsia é o padrão ouro para determinar o grau e o estágio; o Identificar a intensidade de danos hepáticos; Avaliar doenças que causam depósitos hepáticos: ex.:hemocromatose; Avaliar a natureza de cistos e nódulos hepáticos; Realizar monitorização de tratamento. Hepatite Termo aplicado a grande número de doenças diferentes e formas distintas de lesão do fígado. Definição: Lesão do fígado associada ao afluxo de células inflamatórias e, quando crônica, associada à cicatriz; ATENÇÃO! Infiltrado mononuclear predomina em todas as fases da maioria das doenças hepáticas porque todas elas envolvem o comprometimento de resposta imune mediada por células T. Distinção hepatite aguda e crônica: Baseada no padrão de lesão celular e na gravidade da inflamação, com a hepatite aguda frequentemente apresentando menos inflamação e mais morte de hepatocitos do que a hepatite crônica. Hepatite Aguda Normalmente não biopsiada: A maioria dos pacientes é assintomática ou subclínica e permanece sem diagnóstico; Etiologia: o Vírus hepatotrópicos: A, B, C, D, E; o Outros vírus: febre amarela, CMV, dengue, EBV; o Bactérias, fungos, protozoários, etc.: tuberculose, malária, leptospirose, amebíase; o Drogas, tóxicos. Aspectos Microscópicos o Degeneração (balonizante) dos hepatocitos: - Citoplasma abundante e claro por entrada de água, devido distúrbios metabólicos da célula, especialmente da bomba de sódio da membrana plasmática, por efeito direto do vírus ou de ataque de células imunes. o Necrose de hepatocitos; o Regeneração dos hepatocitos; o Alterações reativas de células de Kupffer; o Inflamação portal é mínima; VEIA PORTA SINUSOIDES VEIA CENTRAL INFILTRADO MONONUCLEAR PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO Hepatite crônica Inflamação e lesão persistente e progressiva dos hepatocitos; Histologicamente caracterizada por inflamação crônica de base portal; hepático crônico grave é a fibrose; A principal característica do dano Enzimas hepáticas elevadas por > 6 meses de duração; Os hepatocitos são lesados por infecção viral, drogas, células inflamatórias desreguladas ou acúmulo anormal de metabólitos, levando à ativação de células estreladas hepáticas, que produzem aumento da matriz extracelular resultando em fibrose. Vírus: B, C e D Autoimunidade Outras causas: Drogas Doenças metabólicas: Deficiência de a1 anti-tripsina Doença de Wilson Morfologia o Fibrose = Necessário para diagnóstico patológico de hepatite crônica; o Inflamação portal = Infiltração mononuclear dos tratos portais (principalmente TCD4+ com alguns linfocitos plasmócitos); o Hepatite de interface - Apoptose de hepatocitos e inflamação na interface do trato portal e lóbulo; - Infiltrado mononuclear (principalmente linfocitos T CD8+); PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO o Hepatite lobular - Infiltrado mononuclear do parênquima hepático (lóbulos); - Hepatocitos apoptóticos/necróticos. Marcadores teciduais Hepatite crônica pelo VHB HBsAg Glicoproteína do envelope, superfície; o Hepatocitos de vidro fosco (citoplasma eosinofilico finamente granular que consiste em esférulas e túbulos de HBsAg) com degeneração balonizante central; HBCAg proteína central do nucleocapsídeo, não é detectado livre no soro; HBeAg proteína secretada, não estrutural; Marcadores teciduais Hepatite crônica pelo VHC Agregados linfoides; Esteatose; Agressão ao epitélio ductal. Preto = era pra ser o espaço porta, mas a fibrose (vermelho) o desconfigurou. A seta indica morte celular e o circulado é a célula ainda em estado normal. Aspecto de vidro fosco = HBV PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO Evolução do processo Septos fibrosos: lesão estrutural fundamental do lóbulo. - Progressivamente unem estruturas vasculares entre si, agravando a alteração da microcirculação; - Ligam um espaço portal a outro ou um espaço portal a uma veia centrolobular; - Placa limitante: interface entre o pseudolóbulo e o tecido fibroso circunjacente. Na hepatite crônica é característica a agressão à placa limitante por infiltrado inflamatório proveniente dos septos. Progressivamente desorganiza a arquitetura lobular do fígado e, após meses a anos, resulta em cirrose; Fibrose contém o colágeno 1. Deposição de colageno - fibrose leve 2. Septo fibroso - forma amaranhados = compromete circulação- fibrose acentuada 3. Septo veia central Marca de azul onde tem colágeno PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO sistema metavir (1996) Escalas para avaliar o fígado. Sistema de graduação que mede a atividade necro inflamatória numa escala de 0 até 3 e a fibrose numa escala de O até 4. Total 7 pontos. CIRROSE MACRONODULAR I - ALTERAÇÕES ESTRUTURAIS: 4- cirrose, plenamente identificada à biópsia ou predomínio de áreas nodulares em relação à lobulos remanescentes. II-INFILTRADO PORTAL/SEPTAL: 2 - aumento moderado do número de linfocitos portais; III- ATIVIDADE PERIPORTAL/PERI-SEPTAL: 2- necrose em saca-bocados discreta (pequenas áreas em poucos espaços porta); IV - ATIVIDADE PARENQUIMATOSA: 1 - alterações discretas dehepatocitos, incluindo tumefação ou retração acidofílica, eventualmente acompanhada de infiltrado linfo histiocitário, e raros focos de necrose; V - MARCADORES ETIOLÓGICOS: presença de esteatose macrogoticular grau 2 (v.nota) Nota: O quadro histológico pode corresponder a esteato-hepatite em fase de cirrose. Recomenda-se correlação com dados clínicos para conclusão diagnóstica PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO ROTEIRO O fígado fica localizado no cruzamento entre o trato digestório e o restante do corpo. FUNÇÃO: o Manter a homeostasia metabólica do corpo. - Processamento de aminoácidos, carboidratos, lipídios e vitaminas da dieta; - Síntese de muitas proteínas plasmáticas; - Detoxificação e excreção para a bile de produtos de eliminação endógenos e xenobióticos. O fígado é vulnerável a ampla variedade de insultos metabólicos, tóxicos, microbianos e circulatórios. O fígado está estrategicamente situado no sistema circulatório recebendo um suprimento sanguíneo duplo: cerca de 20% do seu fluxo provém da artéria hepática, enquanto o restante provém da veia porta. Esta particularidade permite ao fígado controlar as substâncias que são absorvidas em todo o intestino. Os hepatocitos são as células mais importantes do fígado constituindo cerca de 2/3 da sua massa. São células polarizadas que apresentam seis ou mais superfícies, ou faces, que se relacionam com o canalículo biliar, com a membrana de hepatocitos vizinhos e com o sinusóide, sendo que nesse caso existe um espaço entre estas duas estruturas, que é denominado espaço perissinusoidal ou espaço de Disse. Quatro tipos celulares estão regularmente relacionados aos sinusoides e no espaço de Disse: As células endoteliais dos sinusóides; Os macrófagos- células de Kupffer; As células estreladas armazenadoras de lipídio, também conhecidas como células de Ito; Os linfocitos, do tipo "natural killer" (NK cells) também conhecidos como "pit cell", células que estão aderidas à margem luminal dos sinusóides e que correspondem a uma população de linfocitos específica do fígado. 1. Cite quais são as indicações para realização de biópsia hepática. 2. Observe a representação esquemática de parte do lóbulo hepático e do espaço porta e conforme indicação das setas complete os elementos solicitados. 3. Em grupo analise o caso clínico abaixo e responda as questões: CASO A unidade básica do município X implantou a triagem sorológica para Hepatite, e passou a receber doadores de sangue com sorologia reagente, encaminhados pelo banco de sangue do Hospital Regional. Um dos casos encaminhados do banco de sangue foi M.A. 46 anos que apresentava anti HCV reagente. PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO Na investigação Clínica não foram constatados sinais ou sintomas sugestivos de hepatite. Negava antecedentes de icterícia, alcoolismo, uso de drogas injetáveis. Relata antecedente de transfusão de sangue em cirurgia realizada antes de 1993. Foi solicitada repetição do marcador anti-HCV, que teve novamente resultado reagente. Os exames complementares revelaram: AST: 99U/L; ALT: 165U/L; Gama-GT: 334U/L; atividade de protombina, colesterol, triglicerídeos, eritrograma, plaquetas sem alterações. A dosagem da carga viral por HCV-RNA Quantitativo foi 536.000UI/MI. Paciente foi submetido à biópsia hepática guiada por US Abdominal, evidenciando Hepatite Crônica Grau 1, estádio II (F=2 - Sistema de METAVIR). A dosagem da carga viral por HCV-RNA Quantitativo foi 536.000UI/MI. A) Quais são as principais alterações morfológicas encontradas na hepatite crônica? B) Explique o que é o sistema de METAVIR. C) A biópsia é suficiente para definir o quadro etiológico da hepatite? Quais exames são fundamentais para o diagnóstico? 4. Laboratório de Anatomopatologia recebeu um material para biópsia descrito na solicitação médica abaixo: Dando prosseguimento a análise do material foi relatado na Macroscopia: "Recebido em um frasco com formol, múltiplos fragmentos irregulares de tecido castanho-claro com áreas castanho-escuro. Medidas em conjunto: 4,5 x 3,5 x 2,0 cm Superfície: lisa e brilhante Superfície de corte: características macroscópicas foram mantidas." Agora, analise as lâminas e aponte os achados presentes na microscopia: Infiltrado inflamatório em espaço portal: ( ) Ausente ( ) Presente Constituição do infiltrado: ( ) Mononuclear ( ) Polimorfonuclear Esteatose: ( ) Ausente ( ) Presente Fibrose: ( ) Ausente ( ) Presente Citoplasma dos hepatocitos em vidro-fosco: ( ) Ausente ( ) Presente PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO RESPOSTAS 1. Estabelecer o diagnóstico hepatite crônica: confirmar o diagnóstico e correlacionar dados clínicos e sorológicos para definição de etiologia; Avaliar gravidade da hepatite crônica (a biópsia é o padrão ouro para determinar o grau e o estágio): identificar a intensidade de danos hepáticos; Avaliar doenças que causam depósitos hepáticos: ex.:hemocromatose; Avaliar a natureza de cistos e nódulos hepáticos; Realizar monitorização de tratamento. 2. 3. a) Fibrose = Necessário para diagnóstico patológico de hepatite crônica; Inflamação portal = Infiltração mononuclear dos tratos portais (principalmente TCD4+ com alguns linfocitos plasmócitos); Hepatite de interface =Apoptose de hepatocitos e inflamação na interface do trato portal e lóbulo; Infiltrado mononuclear (principalmente linfocitos T CD8+); Hepatite lobular = Infiltrado mononuclear do parênquima hepático (lóbulos); Hepatocitos apoptóticos/necróticos. b) Escalas para avaliar o fígado. Sistema de graduação que mede a atividade necro inflamatória numa escala de 0 até 3 e a fibrose numa escala de O até 4. Total 7 pontos. c) Não. Utiliza-se os marcadores sorológicos virais, os principais são: anti-HCV e HCV-RNA. 4. A) Infiltrado inflamatório em espaço portal: presente B) Constituição do infiltrado: Mononuclear C) Esteatose: Presente D) Fibrose: Presente E) Citoplasma dos hepatocitos em vidro-fosco: Ausente → não sugere HBV. PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO patologia clínica marcadores hepáticos Formado por um único tipo celular - o Hepatocito. Desempenha papel central e variado. o Fonte de glicose sérica glicogênio armazenado. o Fonte de lipoproteínas plasmáticas. o Única fonte de albumina e outras proteínas. o Eliminação de substâncias tóxicas e medicamentos. Metabolismo da Bilirrubina. o Captação, conjugação e excreção. Lesão o AST ou TGO (aspartato aminotransferase). o ALT ou TGP alanina aminotransferase). o GGT (gamaglutamil transferase). o FAL (fosfatase alcalina). Função o Albumina. o Fatores de coagulação. o Bilirrubinas. o 5 -nucleotidase. o Amônia/Ureia. Em geral o curso clínico das hepatites virais é característico e se desenrola em 3 fases subsequências: 1. Prodrômica o Primeiros sintomas de uma hepatite viral aguda são inespecíficos mal-estar, anorexia, astenia, náuseas, vômitos, tosse, coriza, cefaleia - semelhante ao o "quadro gripal" o Febre baixa quando presente - diagnóstico diferencial = dengue e infeccões bacterianas 2. Ictérica o Icterícia associado ou não com colúria, hipocalia fecal e prurido. o Essa fase pode não acontecer - só descobre depois da doença ter cronificado. 3. Convalescência o Melhora dos sintomas o Melhora dos sinais desenvolvidos durante a fase ictérica o Marca o fim do quadro agudo A duração dos sinais e sintomas clínicos que compõem as 3 fases por definição não pode passar dos 6 meses - investigar o desenvolvimento da hepatite crônica. o Fase que costuma durar algumas semanas: - Término marca o fim do quadro agudo; - Paciente está curado; - Ou evoluirá para cronicidade. 14/09 PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHOSILVA EPITÁCIO Hepatite A Hepatite B HBV o Vírus de DNA. o Envoltório lipídico - antígeno de superfície – HbsAg. o Núcleo central denso - proteína interna - antígeno –HbcAg. o HBeAg secretado pelos hepatocitos infectados HBXAg-molécula que estimula a transcrição de genes até de outros vírus – HIV. PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO Diagnostico HBsAg-positivo: o Indica presença do HVB no organismo em atividade - infecção ativa. o Sendo compatível com: - Hepatite B aguda. - Hepatite B crônica. - Estado de portador assintomático do vírus. HBsAg-negativo: o Torna bastante improvável - mas não exclui a possibilidade de Hepatite B. o Final da fase ictérica - HBsAg circulando em níveis indetectáveis ou ausentes - Falso-positivo-janela imunológica. - Quantidade inferior a sensibilidade do método. HBsAg positivo/negativo com anti-HBc IgM-positivo: o HBsAg positivo-anti-HBc IgM positivo - hepatite aguda. o HBsAg negativo- anti-HBc IgM positivo - janela imunológica para o HBsAg. o Resumindo o encontro de anti-HBc IgM positivo - fecha o diagnóstico de hepatite aguda quaisquer sejam os resultados dos outros marcadores. HBsAg positivo / anti-HBc IgM negativo - anti-HBc IgG positivo: o HBsAg-presença do vírus. o IgG-possibilidade de HVB crônica. HBsAg negativo/anti-HBc IgM negativo - anti-HBc IgG positivo: o HBsAg está realmente ausente e a presença do IgG - curada - cicatriz imunológica. o Deve-se avaliar o anti-HBs-determina a evolução. - Presente - paciente teve sim um episódio de hepatite no passado, mas curou completamente e adquiriu imunidade. - Ausente paciente com hepatite B crônica ou curada há muito tempo - pesquisa do DNA viral. HBsAg negativo/anti-HBc IgM negativo - anti-HBc IgG negativo / anti-HBs positivo. o Imunização prévia vacinal. o Nunca teve a infecção - nem contato com vírus. Determinação do DNA. o Técnica de PCR método mais sensível para replicação. o Correlacionam bem com a carga viral. - Avaliação da terapêutica. - Diagnóstico difícil. - Triagem para transplante hepático. - Hepatite fulminante - HBsAg indetectável. PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO ROTEIRO Devido às inúmeras e relevantes funções que o fígado desempenha de forma direta e indireta no organismo, foram desenvolvidas várias técnicas para mensuraro desempenho, bem como apontar possíveis lesões neste órgão. Os exames laboratoriais hepáticos devem ser divididos em testes que mensuram lesão nos hepatocitos e alteração da função hepática. As lesões nos hepatocitos são detectadas através da mensuração de enzimas séricas liberadas do rompimento celular hepático, fornecendo informações da extensão, magnitude e curso da lesão. A avaliação da função do fígado é feita através da mensuração de metabolitos hepáticos séricos de forma direta ou indireta, que são normalmente produzidos e ou excretados pelo órgão. As hepatites virais agudas e crônicas são doenças provocadas por diferentes agentes etiológicos, apresentando características epidemiológicas, clínicas e laboratoriais semelhantes, porém com importantes particularidades. As hepatites virais são causadas por cinco vírus: o vírus da hepatite A, o vírus da hepatite B, o vírus da hepatite C, o vírus da hepatite De o vírus da hepatite E. Estação 01 - Marcadores de lesão e função hepática Após avaliarem os resultados apresentados respondam: PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO 1. Dentre os marcadores apresentados quais servem para avaliar lesão e quais servem para avaliar a função hepática? 2. Qual possível diagnóstico o paciente teria com os resultados apresentados? 3. Quais o possível resultado apresentaria um paciente com essa história clínica: Homem de 54 anos, apresentando equimoses espontâneas há cerca de 5 meses, epistaxes volumosas há 2 dias. Antecedente de etilismo (2 garrafas de aguardente/dia, há 30 anos). Esplenomegalia e aranhas vasculares ao exame físico. Estação 02 - Marcadores sorológicos das hepatites virais Avaliem as situações clínicas e os resultados laboratoriais e respondam: Situação clínica 01: Um homem de 35 anos procura assistência médica queixando-se de anorexia, náuseas e vômitos há 5 dias. Apresenta temperatura axilar de 37,5°C e desconforto no hipocôndrio direito. História pregressa: consumo de ostras cruas durante viagem recente a Florianópolis (há 4 semanas), durante a qual refere ter ingerido 1 garrafa de cerveja/dia durante todos os dias em que esteve lá. Além disso, há 3 dias, por cefaleia latejante usou paracetamol de 500 mg a cada 12 horas durante 2 dias. Fez os seguintes exames laboratoriais: bilirrubina total: 4,8 mg/dL (normal até 1,2 mg/dL), ALT = 950 UI/L (38 U/L), AST = 700 UI/L (41 UI/L), FA = 480 U/L (250 U/L), creatinina = 0,8 mg/dL (até 1,2 mg/dL). Diagnóstico mais provável é de hepatite: a) Hepatite A b) Alcoólica associada à lesão hepática induzida por paracetamol c) Medicamentosa d) Alcoólica Justifique sua resposta: Situação clínica 02: Paciente de 05 anos chega ao pronto socorro do hospital com queixa de icterícia há 5 dias, precedido de prurido intenso + acolia fecal + colúria e febre (38°C). Exames laboratoriais: ALT 520 UI/L, AST 340 UI/L, FAL 900 UI/L, GGT 350 UI/L, BT 13,4 mg/dL BD 8,7 mg/dL. PRÁTICA 5 SOI – JULLIANE RAMALHO SILVA EPITÁCIO Pensando em realizar o diagnóstico de Hepatite A quais exames laboratoriais devem ser solicitados? E como esperaríamos que fosse o resultado do paciente nas seguintes situações: a. Paciente com hepatite A aguda. b. Paciente nunca entrou em contato com o vírus da hepatite A. c. Paciente não está infectado pelo vírus da hepatite A, porém já entrou em contato com esse vírus a 3 anos atrás. Situação clínica 03: Paciente: A.R.S., feminino, 56 anos, viúva, do lar, natural de Vitória da Conquista e procedente de Belo Horizonte. Há 01 ano, a paciente apresentou episódio de icterícia, com desaparecimento natural e espontâneo. Atualmente é assintomática, mas tem níveis de transaminases sanguíneas persistentemente elevados. É diabética e hipertensa, fazendo uso regular de medicamentos para controle. Exames: AST: 102 U/I (5-50 U/I) ALT: 142 U/I (2-40 U/I) GGT: 176 U/I (0-30 U/1) FAL: 192 UI/1 (7-45,1 UI/I) Bilirrubina total (B.T.): 1,8 mg% (0,2-1,0 mg %) Bilirrubina direta (B.D.): 1,2 mg% (0,1-0,4 mg %) Bilirrubina indireta (B.I.): 0,6 mg% (0,1-0,6 mg%). SOROLOGIA: HbsAg: positivo HbeAg: positivo Anti-Hbe: negativo Baseado no quadro clínico e nos exames de laboratório, explique o provável diagnóstico do paciente. Situação clínica 04: Paciente faz exames periódicos admissionais para o novo emprego, seus resultados para hepatite B são o seguinte: HBsAg: negativo; Anti-HBs: positivo; Anti-HBc total: negativo; Anti-HBe: negativo e HBeAg: negativo Ao observar tais resultados assinale a opção correta e justifique: a. Este paciente foi vacinado para o vírus da hepatite B. b. Este paciente teve hepatite B, mas agora está curado. c. Este paciente é portador crônico assintomático. d. Este paciente pode estar com hepatite B aguda. RESPOSTAS Estação 01 Estação 02 Respostas na revisão de Mauro.
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