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Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção, patologias Apresentação O gesso é um dos materiais mais antigos já utilizados pelo homem, sendo inicialmente empregado em obras de arte e decoração, e encontrado em ruínas do IX milênio a.C. na Turquia, bem como na pirâmide de Kéops (2800 a.C.). Na Europa, o uso do gesso na construção civil começou a se popularizar a partir do século XVIII, quando também passou a ser utilizado para a correção química de solos. Avançando mais no seu conhecimento, o primeiro estudo científico sobre o comportamento físico e químico do gesso ocorreu com Lavoisier, em 1768, sendo que em 1885 o seu emprego na construção civil foi amplamente estimulado pela descoberta de sua capacidade retardadora do tempo de pega dos cimentos. A produção de gesso é liderada por países como Estados Unidos, Irã, Canadá, Tailândia, Espanha e China. O Brasil tem uma das maiores reservas mundiais, mas contribui com uma pequena parcela da produção mundial, indicando, assim, um grande campo de exploração e beneficiamento nacional para esse produto. Dentro do Brasil, o estado de Pernambuco tem uma das reservas mais abundantes de gesso, ou gipsita, como veremos adiante. Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá sobre as características do gesso, conhecendo toda a cadeia de beneficiamento desse material, desde os locais com maior potencial de extração da matéria-prima chegando até a fabricação e conformação do produto final. Além disso, conhecerá os principais tipos de gessos, compreendendo suas diferenças, assim como suas características e aplicações. Por fim, serão apresentadas as boas práticas para a utilização do gesso, tanto na estocagem quanto na sua aplicação, buscando evitar a ocorrência de manifestações patológicas. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar o local da principal jazida brasileira de gipsita e o processo de fabricação do gesso.• Comparar o gesso de pega rápida (de estucador) aos demais tipos de gesso. • Enumerar as boas práticas de estocagem e uso do material, visando eliminar ou diminuir possíveis patologias. • Desafio Os forros em gesso podem ser utilizados como material de acabamento de edificações, sendo uma alternativa viável. Os procedimentos são normatizados pela NBR 12775/2018 — Placas lisas de gesso para forro. Essa técnica propicia diversas vantagens, como a agilidade na execução dos acabamentos. Considerando que será instalado um forro em gesso comum nessa estrutura de lajes nervuradas em concreto armado, quais cuidados deverão ser adotados? Explique a sua decisão com base nos seguintes pontos: 1. Procedimentos estabelecidos na NBR 12775/2018. 2. Possibilidade de utilização da estrutura em concreto armado para instalação da infraestrutura do forro em gesso. Infográfico A aplicação de gesso como camada de revestimento interno é uma opção que pode ser adotada para o acabamento de paredes em alvenaria. A forma convencional de aplicação é a manual e, como qualquer outro material, sua execução deve seguir alguns procedimentos básicos, de modo a otimizar a utilização do material, bem como evitar o surgimento de manifestações patológicas devido a erros na aplicação. Neste Infográfico, você vai ver mais sobre esse processo. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/9a9d9bce-ca75-4956-9d89-5168466b97db/2ed9e02c-db42-41e0-8b12-c8c530499dcd.jpg Conteúdo do livro O gesso encontra-se abundantemente na natureza, como em terrenos sedimentares, na forma de anidrita ou pedra de gesso, composto basicamente de sulfatos e cálcio. Sua obtenção inicia-se na jazida, com a extração do material, até a entrada nos processos industriais, com a utilização, em geral, de equipamentos de moagem e calcinação. Assim, compreender as características e as boas práticas na utilização do gesso como material da construção civil resultará no melhor aproveitamento desse recurso mineral, aprimorando os processos construtivos, com manutenções corretivas menos frequentes e agregando valor às edificações. No capítulo Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção, patologias, da obra Materiais de construção, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai compreender melhor as características, as boas práticas de utilização, assim como outras informações essenciais para o melhor aproveitamento desse material. Boa leitura. MATERIAIS DE CONTRUÇÃO Hudson Goto Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar o local da principal jazida brasileira de gipsita e o processo de fabricação do gesso. � Comparar o gesso de pega rápida (de estucador) aos demais tipos de gesso. � Enumerar as boas práticas de estocagem e uso do material, com o objetivo de eliminar ou diminuir possíveis patologias. Introdução Neste capítulo, você estudará os conceitos referentes ao gesso: desde os locais de maior potencial para a extração da matéria-prima até o seu processo de fabricação e a obtenção do produto final. Também conhecerá os principais tipos de gessos, entendendo as diferenças entre eles e suas respectivas características e aplicações. E, de maneira prática, observará as boas práticas referentes à estocagem e à utilização do material, evitando o surgimento de manifestações patológicas. De forma geral, pode-se dizer que o gesso compreende um dos mais antigos materiais de construção fabricados pelo homem, muito em vir- tude da facilidade de obtê-lo, já que pode ser encontrado na natureza em jazidas minerais. Tomados os devidos cuidados, principalmente quanto à exposição à água (umidade), é possível empregar o gesso como material da construção civil em diversas etapas (por exemplo, em revestimentos) ou como parte de outros materiais compostos. Assim, compreender as características fundamentais e a forma de utilização do gesso como material da construção civil resultará no melhor aproveitamento desse recurso mineral, otimizando os processos produ- tivos, evitando retrabalhos e agregando valor às edificações. Processo de fabricação do gesso O sulfato de cálcio pode ser encontrado na natureza, principalmente nas formas de anidrita (CaSO4) e gipsita (CaSO4 · 2H2O) — a última de maior valor comercial para a construção civil —, obtidas em depósitos evaporíticos originados de antigos oceanos. A formação desses depósitos é explicada pela ocorrência de precipitações, seguidas de evaporações e, posteriormente, pela concentração de sais (JORGENSEN, 1994 apud BALTAR et al., 2004). No Brasil, as reservas mais abundantes de gipsita são encontradas em Pernambuco, na região do Sertão do Araripe, abrangendo os municípios de Araripina, Bodocó, Ipubi, Ouricuri e Trindade, responsáveis por 95% da pro- dução brasileira. Consideram-se as jazidas do Araripe aquelas com o minério de melhor qualidade do mundo, além de apresentarem excelentes condições de mineração (relação estéril/minério e geomorfologia da jazida) (Figura 1) (SILVA et al., 2017). Figura 1. Localização do polo gesseiro do Araripe, no extremo oeste de Pernambuco. Fonte: Ribeiro (2006). Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias2 Segundo Ribeiro (2006), em 1960, Pernambuco chegou à posição de maior produtor de gipsita do país, posição mantida até os dias atuais, o que ratifica o fato de que essas minas oferecem as melhores condições de exploração, com menor preço por tonelada extraída e grande pureza no seu minério, tornando o gesso mais acessível ao mercado consumidor. Em relação ao beneficiamento ou processo de fabricação da gipsita para a produção do gesso, as seguintes operações podem ser relacionadas: (1) extração; (2) cominuição; (3) calcinação; (4) pulverização; e (5) embalagem (RIBEIRO, 2006). A extração da gipsitaé efetuada por equipamentos convencionais de mineração, como perfuratrizes, pás mecânicas, tratores, etc. Realiza-se o desmonte do minério com explosivos convencionais, em explosões controladas, o que resulta em uma grande variedade de blocos (Figura 2). Figura 2. Desmonte e extração de gipsita. Fonte: Baltar et al. (2004) e Ribeiro (2006). Após a extração, tem-se a etapa de cominuição ou fragmentação, na qual os blocos são britados e rebritados, normalmente em britadores de mandí- bula e moinhos de martelo. A britagem pode, ainda, ser realizada em dois estágios em circuito fechado com peneiras vibratórias a seco. O produto final da cominuição deve apresentar uma distribuição granulométrica uniforme, possibilitando um processo posterior de calcinação (desidratação) por igual em todas as partículas de gipsita. O minério é reduzido a tamanhos menores que 20 mm de diâmetro (Figura 3). 3Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias Figura 3. Cominuição da gipsita em britador de mandíbula. Fonte: Ribeiro (2006). A calcinação consiste na etapa que transforma a gipsita em gesso, podendo ser realizada em fornos simples ou industriais. Trata-se da etapa mais impor- tante do processo produtivo que resulta no gesso, pois as condições termodi- nâmicas e cinéticas devem ser bem definidas para que obter os diferentes tipos de produtos desejados. Para grandes volumes de gipsita, a calcinação pode ser efetuada sob agitação, conferindo maior homogeneidade da temperatura e velocidade das reações de desidratação (Figura 4). Figura 4. Calcinação da gipsita. Fonte: Ribeiro (2006). Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias4 Bauer (1994) cita ainda os fornos de marmita e fornos rotativos para os processos de calcinação. No processo de marmita, a gipsita cominuída é aquecida dentro de um grande recipiente com capacidade variável entre 10 e 20 toneladas, agitado e aquecido por fogo indireto. Mais moderno que o forno de marmita, o forno rotativo dispensa o agitador interno, apresentando câmaras de calcinação circular, com contato indireto entre gases quentes e material no forno. Finalizada a calcinação, têm-se as etapas finais de pulverização e em- balagem. O pó fino do gesso é obtido por meio da passagem do material calcinado em moinhos especiais, combinados com crivos que garantem uma granulometria adequada para a sua utilização. O material moído é separado em diferentes distribuições granulométricas, classificado de acordo com o seu tempo de pega e posteriormente embalado em sacos de papel multifolhados, de acordo com a NBR 13207:2017 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NOR- MAS TÉCNICAS, 2017c). O gesso pode ser adquirido em pasta ou pó, e as embalagens comerciais vendidas em sacos de 20 ou 40 kg. Tipos de gesso Na natureza, a gipsita é encontrada como sulfato de cálcio di-hidratado (CaSO4 · 2H2O), normalmente associada a impurezas, como os óxidos metálicos (sílica, alumina, óxido de ferro, carbonatos de cálcio e magnésio), que podem variar desde uma proporção muito pequena até o limite máximo de cerca de 6% (BAUER, 1994). Sua composição estequiométrica média é de 32,5% de óxido de cálcio (CaO), 46,6% de trióxido de enxofre (SO3) e 20,9% de água (H2O) (SILVA et al., 2017). Durante o processo de calcinação (desidratação), a gipsita se decompõe, formando um hemidrato (gesso), segundo a reação (RIBEIRO, 2006): CaSO4 ∙ 2H2O → CaSO4 ∙ 1/2H2O De modo geral, define-se o gesso como o termo genérico de uma família de aglomerantes aéreos simples, constituído, portanto, de sulfatos de cálcio, mais ou menos hidratados (BAUER, 1994; YAZIGI, 2009). Os hemi-hidratos e os sulfatos anidro solúveis, quando misturados nova- mente com a água, em temperatura ambiente, reconstituem rapidamente o sulfato de cálcio di-hidratado original. Esse processo é denominado pega do gesso, o qual também definirá os diferentes tipos de gesso. 5Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias A pega do gesso se dá com a produção de uma fina malha cristalizada (em escamas), de finos cristais de sulfato hidratado. Uma vez iniciada a pega, o gesso, em uma reação com elevação de temperatura (exotérmica), e como os outros aglomerantes, continua a endurecer e ganhar resistência, em um processo que pode durar semanas. A velocidade de endurecimento da massa depende de alguns fatores, como (BAUER, 1994; YAZIGI, 2009): � temperatura e tempo de calcinação; � finura; � quantidade de água de amassamento; � presença de impurezas ou aditivos. Em virtude da maior superfície específica para as reações de hidratação, os gessos de elevada finura apresentam pega mais rápida e atingem maiores resistências. A quantidade de água de amassamento também influencia ne- gativamente o fenômeno de pega e endurecimento, tanto por insuficiência quanto por excesso. A quantidade ótima de água necessária à hidratação é de cerca de 18,6%. Em relação à duração, os tempos de pega podem ser assim descritos (YAZIGI, 2009): � início: de 3 min 45 s a 16 min 40 s; � fim: de 5 min 25 s a 24 min 45 s. Bauer (1994) afirma que se pode reduzir o tempo de pega com o emprego de aditivos, como retardadores, cola, serragem fina de madeira, sangue e outros produtos de matadouro em proporção de 0,1 a 0,5%. Esses produtos retardam a hidratação por interferência mecânica, formando membranas protetoras intergranulares. Contudo, substâncias como o sal de cozinha ou o mesmo o gesso hidratado são aceleradoras de pega. A cal hidratada, misturada em até 15%, melhora as qualidades de plasticidade da pasta. Segundo Ribeiro (2006), há dois tipos de gesso hemi-hidratados — alfa e beta —, formados de acordo com o processo de calcinação adotado. Quando a calcinação é efetuada a seco, sob pressão atmosférica ou baixa pressão, obtém-se o hemidrato beta (β); quando sob pressão de vapor de água saturante, obtém-se o hemidrato alfa (α). O hemidrato α tem menor tempo de pega, maior resistência mecânica e custo mais elevado, por isso sua maior utilização é como gesso hospitalar. Já o hemidrato β, que apresenta custo de produção mais baixo, é mais utilizado como gesso na construção civil. Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias6 Os hemidratos β são produtos diferenciados por seu tempo de pega, propor- cionando o tempo necessário para que o gesso, ao ser misturado com a água, complete o seu ciclo de endurecimento. É possível ajustar o tempo de pega desses produtos por meio do processo de calcinação (BALTAR et al., 2004). Segundo a temperatura de calcinação, diferentes tipos de gesso podem ser obtidos a partir da gipsita, como pedra de gesso ou gesso bruto (Figura 5) (COUTINHO, 2006). � 130°C a 160°C — o composto perde 0,5 molécula de água, formando o gesso de Paris, gesso para estuque ou gesso calcinado (hemi-hidratado) (CaSO4 ∙ 2H2O → CaSO4 ∙ 1/2H2O). Esse composto é mais solúvel na água do que a gipsita ou o gesso bruto inicial; � 170°C a 280°C — forma-se a anidrita solúvel (CaSO4) de pega rápida (gesso rápido) que, na presença de água, forma CaSO4 · 1/2H2O; � 400°C a 600°C — forma-se a anidrita insolúvel, que não reage com a água, não ganhando pega; � 1.100°C (aproximadamente) — forma-se o gesso para pavimentos, uma anidrita de pega lenta. Figura 5. Diferentes tipos de gesso (produtos) obtidos de acordo com a variação das temperaturas de calcinação (°C). Fonte: Adaptada de Coutinho (2006). 1600 1400 1200 1000 800 600 400 200 0 Gipsita CaSO4 · 2H2O Pedra de gesso ou gesso bruto CaSO4 · 1/2H2O Hemidrato Gesso de Paris, para estuque ou calcinado Uso na Construção Civil Temperatura de calcinação 130 a 170º CaSO4 Anidrita solúvel (gesso rápido) 170 a 280º Anidrita insolúvel (sem pega) 400 a 600º Gesso para pavimentos (pega lenta, + resistente) 1100º 7Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias Quando em sua forma pura, o gesso de estuque atinge a pega rapidamente, entre 2 e 5 minutos, tornando-se quaseinútil como material de construção, endurecendo antes que possa ser trabalhado. Porém, impurezas naturais na gipsita original reduzem a velocidade de endurecimento. A anidrita solúvel (CaSO4) pode conter água de cristalização, embora em baixo teor. Essa fase é solúvel, como o hemidrato, porém instável, transfor- mando-se em hemidrato com a umidade do ar, ratificando a sua capacidade de pega rápida (RIBEIRO, 2006). A anidrita insolúvel, não sendo suscetível à nova hidratação rápida (pra- ticamente inerte), tem a função de participar do composto como material de enchimento, como a areia nas argamassas (BAUER, 1994). Ela também não tem muito valor industrial, por sua estrutura estável e não suscetibilidade à decomposição térmica (RIBEIRO, 2006). Os gessos para pavimentos utilizam pouca água de mistura e, depois de endurecidos, apresentam maior resistência e dureza, menor porosidade e sensibilidade à água do que o gesso de Paris (estuque). São pouco empregados, porque sua produção requer temperaturas elevadas para calcinação. Embora a pega demore cerca de 5 horas, é possível reduzi-la para cerca de 30 minutos com o emprego de aceleradores, como o sulfato de alumínio (COUTINHO, 2006). Em geral, os materiais calcinados em temperaturas mais elevadas ou durante tempos mais longos geram materiais de pega mais lenta, ainda que de maior resistência (YAZIGI, 2009). Classificados como gessos tipo beta, pode-se citar os de fundição e os de revestimento manual, ambos produzidos no Brasil sem aditivos químicos (BALTAR et al., 2004). Os gessos de fundição (110° a 150°C) são utilizados para a produção de pré-moldados de gesso (por exemplo, as placas para execução de forros sus- pensos e blocos para divisórias, largamente empregados na construção civil), bem como de elementos decorativos, como estatuetas e imagens. Já o gesso de revestimento (300° a 600°C) é usado em paredes e tetos, com aplicação manual, como substituto de rebocos e/ou massas para acabamentos. Trata-se de um material que deve atingir um grau de calcinação maior que o gesso de fundição. A maior desidratação da gipsita reduz a velocidade de nova hidratação do gesso, aumentando o seu tempo de pega. Segundo Yazigi (2009), o gesso para revestimento não deve ter menos de 60% de gesso calci- nado, sendo fornecido na forma de pó branco, com elevada finura e densidade aparente variando entre 0,7 e 1,0. No Quadro 1, são apresentadas as exigências físicas para os gessos finos e grossos para revestimento, bem como para os finos e grossos para fundição, Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias8 conforme a NBR 13207:2017 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2017c). Fonte: Adaptado de Associação Brasileira de Normas Técnicas (2017a, 2017b). Classificação do gesso Tempo de pega (minutos) (NBR 12128:2017) Módulo de finura Início Fim (NBR 12127:2017) Gesso fino para revestimento > 10 > 45 < 1,10 Gesso grosso para revestimento > 10 > 45 > 1,10 Gesso fino para fundição 4 a 10 20 a 45 < 1,10 Gesso grosso para fundição 4 a 10 20 a 45 > 1,10 Quadro 1. Exigências físicas do gesso para construção civil Adicionalmente, Baltar et al. (2004) apontaram que empresas do Polo Gesseiro do Araripe (PE) produzem outros tipos de gessos a partir dos gessos de fundição e revestimento que, de acordo com o caso, podem conter aditivos (agregados, produtos químicos, corantes, etc.), como: � gesso cola — para rejunte de pré-moldados em gesso; � gesso de revestimento projetado — para aplicação mecanizada de revestimento de parede; � gesso com pega retardada — para aplicação de revestimento manual; � gesso contrapiso autonivelante; � gesso cerâmico — para fabricação de moldes para a indústria cerâmica; � gesso giz — utilizado nas salas de aulas em escolas, entre outros. Outro tipo de gesso de acabamento é o cimento Keene, produzido por calcinação dupla de gipsita muito pura. Após a primeira calcinação, em tem- peratura elevada, o sulfato-anidro produzido é imerso em uma solução de 10% 9Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias de alúmen, calcinado novamente e pulverizado em moinho de bola (BAUER, 1994). Para Bauer (1994), a natureza dos compostos desidratados, dos corpos inertes e até mesmo da textura do produto, bem como a proporção de impurezas naturais, a condição de pega e, consequentemente, o seu emprego, podem apresentar aspectos variados, resultando em diferentes tipos de classificações dentro de uma mesma família de aglomerantes. Nos países onde esse material é muito utilizado, sua classificação segue critérios que se baseiam na proporção de sulfato semi-hidratado, na finura, na proporção retida em determinadas peneiras e, também, nos tempos de início e fim de pega. O sistema de revestimento com gesso projetado é aplicável apenas em áreas internas de edificações, isto é, nos ambientes secos. No caso de revestimento de gesso sobre estruturas de concreto armado (lajes, vigas e pilares), deve-se prever a preparação da superfície com a aplicação de “chapisco rolado”, a fim de eliminar a possibilidade de descolamento do gesso de revestimento em razão do desmoldante utilizado nas fôrmas usadas na concretagem. O desmoldante precisa ser removido da superfície do concreto antes da aplicação do revestimento de gesso projetado. Outro cuidado consiste em evitar a projeção com espessuras superiores a 2 cm. Se a superfície da base apresentar irregularidades superiores a 2 cm, a projeção deve ser realizada por meio de camadas, respeitando o tempo de cura de cada camada (SILVA, 2011). Boas práticas de armazenamento e utilização Segundo a NBR 13207:2017, o gesso deve ser entregue em sacos de papel com várias folhas, suficientemente fortes para evitar rupturas durante o manuseio, com a condição de que possam ser fechados logo após o enchimento. Os sacos devem conter massa líquida de 40 kg de gesso e estar perfeitos na ocasião da inspeção e do recebimento (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2017c). Adicionalmente, o gesso pode ser adquirido no mercado sob a forma de pasta (SOBRINHO, 2018). Esses sacos de gesso devem ser armazenados em locais secos e protegidos, de modo a preservar a qualidade do produto, facilitando eventuais inspeções e a identificação de cada lote. As pilhas precisam ser colocadas sobre estra- Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias10 dos, não contendo mais de 20 sacos superpostos (Figura 6) (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2017c). Figura 6. Exemplo de ambiente dimensionado para a estocagem de gesso em sacos. Fonte: Armazenar... (2015, documento on-line). 30 m Estrado de madeira 30 cm Em virtude de sua capacidade de hidratação, não se deve deixar o gesso a céu aberto, ao ar livre, pois, se a umidade relativa exceder o valor de 70%, o hemidrato se converterá em di-hidrato e os cristais passarão a ter comporta- mento de aceleradores de pega quando da adição da água à mistura, reduzindo bastante o tempo de pega (RIBEIRO, 2006). Caso o gesso seja armazenado por um período longo, em áreas de alta umidade relativa, haverá mudanças adicionais, conduzindo a um maior tempo de pega, visto que, nesse caso, os cristais de di-hidrato cercarão o hemidrato, dificultando o acesso da água da mistura ao hidrato para que as reações ocorram (RIBEIRO, 2006). Com o objetivo de garantir a aplicação de materiais adequados, evitando manifestações patológicas posteriores, pode-se inspecionar o material recebido em obra. A NBR 13207:2017 estabelece a retirada de uma amostra composta de dois exemplares com aproximadamente 10 kg cada, devidamente pré- -homogeneizados, a partir de cada lote. Considera-se lote a quantidade máxima de 12 t de gesso proveniente de um mesmo produtor, entregue na mesma data 11Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias e mantido nas mesmas condições de armazenamento. Deve-se rejeitar gessos entregues em sacos rasgados, molhados ou avariadosdurante o transporte (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2017c). O gesso é principalmente utilizado como revestimento de paredes, apli- cado, de preferência, em paredes internas, o que dispensa a execução de chapiscos, emboços ou reboco (YAZIGI, 2009). Para esse tipo de utilização, a NBR 13867:1997 estabelece condições exigíveis quanto a materiais, preparo, aplicação e acabamento de revestimentos internos de paredes e tetos com pastas de gesso (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1997). Assim, para evitar eventuais fissuras, desplacamentos ou infiltrações posteriores nos revestimentos em gesso, pode-se estabelecer as seguintes recomendações (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1997; YAZIGI, 2009): � evitar a aplicação da pasta de gesso sobre superfícies muito lisas e de baixa absorção, efetuando-se a sua escarificação com aplicação de argamassa de chapisco de alta aderência ou a utilização de emulsões adesivas; � cobrir superfícies impróprias como base para o revestimento, como madeiras, ferros e outros, com materiais-suporte de revestimento (por exemplo, telas e cravação de pinos de materiais não oxidáveis); � aplicar argamassa de chapisco quando a superfície a ser revestida apesentar algum material que oxide na presença de sulfato de cálcio (por exemplo, ferro), a fim de encobrir totalmente esse material; � a superfície de aplicação deverá estar plana, sem saliências ou desali- nhamento de argamassa de assentamento ou outros; � a espessura média do revestimento em gesso pode ser de até 5 mm: espessuras maiores tornam-se antieconômicas, tendendo ao surgimento de trincas e fissuras; � não devem existir pontos de umidade na superfície; � evitar a aplicação em paredes externas, para que não se deteriore pela solubilização do material na água. Para evitar a perda de material durante a execução das atividades, deve-se preparar a pasta de gesso em quantidades suficientes para ser aplicada antes do início da pega, pois, no momento em que a pasta atingir o estado endurecido, não se tornará trabalhável novamente com a adição de água (RIBEIRO, 2006). De modo geral, Yazigi (2009) faz as seguintes observações quanto à apli- cação de pastas de gesso como revestimento de paredes e tetos: Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias12 � o revestimento em gesso pode ser aplicado em uma única camada ou em duas; � pode-se efetuar o alisamento final da superfície do revestimento com desempenadeira ou, quando o material já adquiriu dureza suficiente, com raspagem e lixamento; � na face inferior das lajes de concreto, executar uma demão de pintura com solução de aditivo adesivo e água antes da aplicação da pasta de gesso, em traço 1:2 até 1:4, visando a garantir a aderência da pasta de gesso à superfície lisa (sem chapisco) do concreto; � peitoris, marcos e/ou contramarcos devem estar instalados (chumbados); � as instalações hidráulicas embutidas na alvenaria devem ser devida- mente testadas; � as caixas de luz deverão estar assentadas, salientes em 2 mm da face das paredes; � conferir prumo e alinhamento plano das paredes e dos esquadros das paredes. Previamente à aplicação da pasta de gesso, deve-se efetuar o preparo do substrato: remove-se qualquer tipo de sujeira ou incrustações, como óleos, desmoldantes e eflorescências, e retiram-se pregos, arames, pedaços de madeira e outros materiais estranhos (YAZIGI, 2009). Quando de um tipo de acabamento desempenado, pode-se adotar alguns procedimentos, como (YAZIGI, 2009): � polvilhar o gesso em pó sobre a água, distribuindo-o em toda a extensão; � após 15 minutos (período de embebição), homogeneizar a pasta. Nunca remisturar a pasta; � os trabalhos devem ser iniciados pelo teto. Na sequência, aplicar o revestimento em cada plano da parede na sua metade superior; � fazer o deslizamento de baixo para cima nas paredes e em movimento de vai e vem nos tetos; � cada faixa deve sobrepor a anterior em um pequeno trecho, e a espessura da camada precisa estar entre 1 e 3 mm. Pode-se aplicar a pasta em até 4 camadas; � como revestimento endurecido, aplicar com colher de pedreiro e desem- penadeira de aço a pasta nos vazios e nas imperfeições da superfície, eliminando ondulações e rebarbas; 13Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias � efetuar o acabamento da superfície com a aplicação de uma camada de 1 a 10 mm de espessura de pasta fluida, utilizando desempenadeira de aço, aplicando-a com certa pressão. Os acabamentos do tipo sarrafeado demandam uma superfície muito mais plana em relação ao revestimento desempenado, porém os procedimentos de execução de ambos se assemelham. De modo geral, pode-se citar algumas vantagens na aplicação do gesso em comparação aos revestimentos argamassados de cimento: � elevada aderência ao substrato; � cura rápida (8 a 10 dias, sendo o ideal 15 dias); � facilidade na execução de acabamentos decorativos por sua cor branca; � dispensa a massa corrida quando de uma superfície lisa e branca; � revestimento de baixa condutividade térmica, indicado para proteção contra o fogo; � maior produtividade global (quando em monocamada); � antecipação da pintura; � sem chapisco (ou com chapisco fino), direto sobre blocos. Igualmente, algumas desvantagens podem ser relacionadas ao gesso para construção civil: � quando houver umidade, podem ocorrer reações químicas com o ci- mento Portland; � sensível a bolor em prédios com má iluminação e ventilação; � problemas de estanqueidade à água em revestimentos internos de pa- redes de fachada; � causa corrosão do aço quando em contato; � necessita de substratos com boa regularidade superficial e precisão geométrica; � auxilia pouco no comportamento estrutural da elevação; � maior suscetibilidade a deformações dos substratos; � maior fragilidade a choques; � baixíssima resistência à tração; � pouco isolamento acústico. Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias14 ARMAZENAR corretamente o gesso. Gesso Padrão, Araripina, 9 fev. 2015. Disponível em: <http://www.gessopadrao.com.br/como-armazenar-corretamente-o-gesso/>. Acesso em: 18 out. 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12127: Gesso para construção civil: determinação das propriedades físicas do pó. Rio de Janeiro, 2017a. 6 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12128: Gesso para construção civil: determinação das propriedades físicas da pasta de gesso. Rio de Janeiro, 2017b. 5 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13207: Gesso para construção civil: requisitos. Rio de Janeiro, 2017c. 3 p. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13867: Revestimento interno de paredes e tetos com pasta de gesso: materiais, preparo, aplicação e acabamento. Rio de Janeiro, 1997. 2 p. BALTAR, C. A. M.; BASTOS, F. F.; LUZ, A. B. Diagnóstico do pólo gesseiro de Pernambuco (Brasil) com ênfase na produção de gipsita para fabricação de cimento. In: JORNADAS IBEROAMERICANAS DE MATERIALES DE CONSTRUCCIÓN, 4., 2004, Tegucigalpa. Anais... Tegucigalpa: Universidad Tecnológica Centroamericana, 2004. Disponível em: <http:// maxgesso.com.br/download/Gipsita%20ufpe.PDF>. Acesso em: 18 out. 2018. BAUER, L. A. F. Materiais de construção: volume 2. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1994. 544 p. COUTINHO, J. S. Materiais de construção 2: 1ª. parte: ligantes e caldas. Porto: Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 2006. 152 p. (Notas de aula). Disponível em: <https://paginas.fe.up.pt/~jcouti/ligantes2006.pdf>. Acesso em: 18 out. 2018. RIBEIRO, A. S. Produção de gesso reciclado a partir de resíduos oriundos da construção civil. 2006. 105 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Urbana)– Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa, 2006. Disponível em: <https://repositorio.ufpb.br/jspui/handle/ tede/5554>. Acesso em: 18 out. 2018. SILVA, F. B. Revestimento de gesso projetado: Método de revestimento com gesso aditivado para aplicação sobrealvenaria. Téchne, São Paulo, n. 178, dez. 2011. Dispo- nível em: <http://techne17.pini.com.br/engenharia-civil/178/revestimento-de-gesso- projetado-287911-1.aspx>. Acesso em: 18 out. 2018. SILVA, K. K. M. et al. Caracterização química e mineralógica dos resíduos da mineração de gipsita no semiárido pernambucano. Holos, Natal, ano 31, v. 6, p. 194-200, 2017. Disponível em: <http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/6456>. Acesso em: 18 out. 2018. SOBRINHO, C. W. A. P. A utilização de pasta de gesso como revestimento interno de paredes e tetos: vantagens e desvantagens. Policonsult, Recife, 31 mar. 2006. Disponível 15Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias em: <http://www.trevogesso.com.br/biblioteca/publicacoes-tecnicas/PASTA-DE- GESSO-COMO-REVESTIMENTO-INTERNO-DE-PAREDES-E-TETOS.pdf>. Acesso em: 18 out. 2018. YAZIGI, W. A técnica de edificar. 10. ed. São Paulo: Pini, 2010. 769 p. Leituras recomendadas EDITORA PINI. Construção passo-a-passo. São Paulo, 2016. 5 v. FRANÇA, U. E. D. Simulação do processo da calcinação de gipsita em forno rotativo com aquecimento indireto. 2016. 96 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Mecânica)– Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2016. Disponível em: <https://repositorio. ufpe.br/handle/123456789/18555>. Acesso em: 18 out. 2018. RIBEIRO, A.S. Estudo e otimização do processo de produção de gesso reciclado a partir de resíduos da construção civil. 2011. 312 f. Tese (Doutorado em Engenharia Química)– Uni- versidade Federal de Pernambuco, Recife, 2011. Disponível em: <https://repositorio. ufpe.br/handle/123456789/6087>. Acesso em: 18 out. 2018. Gesso: fabricação, recebimento, uso na construção e patologias16 Conteúdo: Dica do professor O gesso projetado é um sistema de revestimento à base de pasta de gesso aplicado por projeção mecanizada, sobre alvenarias de blocos cerâmicos e de concreto, pilares, vigas e lajes de concreto armado, em áreas internas de edifícios. Tal como outros métodos, o gesso projetado também demanda algumas sequências de atividades, visando a sua boa execução e durabilidade. Veja a seguir. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/dba605ea768caa9be0a5c50362155d53 Exercícios 1) A fabricação do gesso é composta por diversas etapas, entre elas podem ser citadas a cominuição e a calcinação, as quais efetuam a fragmentação e a desidratação dos blocos de gipsita, respectivamente. De acordo com a distribuição granulométrica apresentada na figura a seguir, obtida após o processo de cominuição, e a eficiência da calcinação para a produção do gesso, assinale a alternativa correta. A) A calcinação apresentará melhores resultados para o material (I), pois apresenta distribuição granulométrica irregular, favorecendo a desidratação dos grãos de maior diâmetro. B) A calcinação apresentará melhores resultados para o material (II), pois apresenta distribuição granulométrica mais uniforme, favorecendo a desidratação uniforme dos grãos. C) A calcinação apresentará melhores resultados para o material (III), pois apresenta distribuição granulométrica irregular, favorecendo a desidratação dos grãos de maior diâmetro. D) A calcinação apresentará melhores resultados para o material (I), pois apresenta distribuição granulométrica uniforme, favorecendo a desidratação dos grãos de menor diâmetro. E) A calcinação apresentará melhores resultados para o material (II), pois apresenta distribuição granulométrica irregular, favorecendo a desidratação uniforme dos grãos. 2) O gesso é um composto que, em contato com a água, passa por reações químicas que dão início ao seu processo de endurecimento, denominado de pega do gesso. Sobre esse processo, assinale a alternativa correta. A) É caracterizada por uma reação exotérmica, que pode ter sua velocidade aumentada com o aumento do tamanho dos grãos e com a presença de aditivos, como a cola. B) É caracterizada por uma reação à temperatura ambiente, que pode ter sua velocidade diminuída com o aumento da finura dos grãos e com a presença de aditivos, como a cola. C) É caracterizada por uma reação à temperatura ambiente, que pode ter sua velocidade aumentada com o aumento da finura dos grãos e diminuída com a presença de aditivos, como a cola. D) É caracterizada por uma reação exotérmica, que pode ter sua velocidade aumentada com o aumento da finura dos grãos e diminuída com a presença de aditivos, como a cola. E) É caracterizada por uma reação exotérmica, que pode ter sua velocidade diminuída com o aumento da finura dos grãos e com a presença de aditivos, como a cola. O gesso em pasta pode ser utilizado como material de revestimento de alvenarias em substituição ao emboço ou reboco, obtendo-se ganhos de produtividade durante o processo construtivo, devendo-se tomar os devidos cuidados quanto à área de aplicação. Diante disto, referente à aplicação de gesso sobre as paredes de alvenaria apresentadas na figura a seguir, assinale a alternativa correta. 3) A) O gesso pode ser aplicado sobre a superfície seca e limpa em (II), sendo que em (I) deve-se aplicar chapisco sobre a estrutura metálica, evitando reações de oxidação com o ferro. B) O gesso pode ser aplicado sobre a superfície seca e limpa em (I), sendo que em (II) deve-se aplicar uma camada de chapisco, impermeabilizando a superfície contra umidade. C) O gesso pode ser aplicado sobre a superfície seca e limpa em (II), sendo que em (I) deve-se aplicar duas camadas de gesso, impermeabilizando a superfície contra umidade. D) O gesso pode ser aplicado somente sobre a superfície seca e limpa em (II), sendo que em (I) não se deve executar revestimento em gesso, devido às reações de oxidação com o ferro. E) O gesso pode ser aplicado somente sobre a superfície seca e limpa em (I), sendo que em (II) não se deve executar revestimento em gesso, devido à maior aspereza da superfície. 4) A calcinação é uma das principais etapas da fabricação do gesso, influenciando significativamente nas suas propriedades físicas e mecânicas. Sobre a influência da calcinação no produto final, assinale a alternativa correta. A) Quanto menor o tempo e maior a temperatura de calcinação, mais lento é o tempo de pega. B) Quanto menor o tempo e a temperatura de calcinação, mais lento é o tempo de pega. C) Quanto maior o tempo e a temperatura de calcinação, mais lento é o tempo de pega. D) Independentemente do tempo, quanto maior for temperatura de calcinação, mais lento é o tempo de pega. E) Independentemente do tempo, quanto menor for temperatura de calcinação, mais lento é o tempo de pega. 5) O armazenamento do gesso no canteiro de obras é importante para garantir a sua adequada conservação para posterior utilização. Sendo assim, assinale a alternativa correta. A) O menor tempo de exposição do material à baixa umidade relativa do ar, modifica suas condições, acelerando o seu tempo de pega. B) O maior tempo de exposição com a umidade relativa do ar modifica suas condições, acelerando o seu tempo de pega. C) Independente do tempo de exposição, o contato do material com a umidade relativa do ar modifica suas condições, retardando o seu tempo de pega D) Dependendo do tempo de exposição, o contato do material com a umidade relativa do ar modifica as condições do material, acelerando ou retardando o seu tempo de pega. E) O contato do material com a umidade relativa do ar não modifica suas condições ou seu tempo de pega, sendo apropriado para utilização, devendo-se corrigir o teor de água da mistura. Na prática A execução de paredes internas de alvenaria é adotada em diversas construções, como, por exemplo, nos edifícios residenciais. Porém, uma alternativa pode ser as paredes em gesso acartonado, resultando em aumento da produtividade, redução de perdas e custos durante a etapa de obra. Neste Na Prática, você vai vercomo é o processo de trabalho com o gesso acartonado. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Avaliação da viabilidade da projeção de gesso Este artigo teve como objetivo estudar a técnica de aplicação de gesso projetado, por meio de um equipamento específico. A partir dos resultados observou-se que a utilização do gesso como material aglomerante para o preparo de pasta ou argamassa projetado, em substituição ao revestimento usual com argamassa mista de cimento e seus componentes, como agregados miúdos (areia, brita e arenoso), é de grande valia, pois possibilita uma grande chance de melhores resultados na conclusão da obra. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://files.souzaegoveia.webnode.com.br/200000043-74c9675c2d/Beneficios%20de%20um%20revestimento%20em%20Gesso%20Projetado.pdf
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