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GRAFOLOGIA EMOCIONAL EXPRESSIVA Estudo das palavras reflexas Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) _______________________________________________ Camargo, Paulo Sergio de Grafologia emocional expressiva: estudos das palavras reflexas. Paulo Sergio de Camargo – São Paulo: Ed. Autor, 2010 Bibliografia. ISBN 978-85-900271-9-5 1. Grafologia I. Título CDD – 155.282 _______________________________________________ Índice para catálogo sistemático: 1. Grafologia: Psicologia Individual 155.282 2. Grafologia emocional expressiva: estudos das palavras reflexas: Grafologia: Psicologia Individual 155.282 Compre livros em lugar de fotocopiar. Cada real que você utiliza por um livro recompensa seus autores e os convida a produzir mais sobre o tema; incentiva os editores a encomendar, traduzir e publicar outras obras sobre o assunto; e paga aos livreiros por estocar e levar até você livros para a sua informação e o seu entretenimento. Cada real que você dá pela fotocópia não autorizada de um livro financia um crime e ajuda a matar a produção intelectual. GRAFOLOGIA EMOCIONAL Expressiva PAULO SERGIO DE CAMARGO PSGGRIFFO, 2017 2ª Edição Revisada e Ampliada ISBN 978-85-910756-0-7 Impresso em São Paulo / Printed São Paulo grafonauta@terra.com.br INTRODUÇÃO Não se fala em Grafologia Emocional sem citar ou até mesmo fazer qualquer tipo de conclusão sem estudar a obra de Curt Honroth. Ele é referência para todos os grafólogos, em especial os de língua espanhola e alguns brasileiros. Honroth é pouco conhecido por grafólogos europeus e americanos, em parte porque não existe tradução e também porque o livro “Grafologia Emocional” não é editado há mais de 40 anos na Argentina. A obra de Honroth deriva essencialmente dos estudos do grafólogo Rafael Schermann no início do século passado. No Brasil o livro de Schermann publicado pela Ed. Record recebeu o sugestivo e inapropriado nome de “Os mistérios da caligrafia”. A foto com um mago na capa completa o quadro de horror para os grafólogos interessados no tema. Muitos grafólogos brasileiros por verdadeiro desconhecimento sempre repudiaram este livro, condenando-o sem avaliar a importância do verdadeiro conteúdo. Durante anos de pesquisa coletei mais de cinco mil amostras de palavras reflexas que não só confirmam a validade das observações de Honroth, mas abrem novas e interessantes possibilidades para o grafólogo. Os perfis grafológicos são aprimorados de maneira decisiva quando se encontram palavras reflexas ao longo do texto. Nos estudos observei que existem “ linhas reflexas” e “ parágrafos reflexos” . Embora não tenha encontrado esses termos, outros grafólogos podem ter citados anteriormente. Fiz algumas ilações entre as palavras “reflexas conexas entre si” , como veremos mais a diante podem estar interligadas ou afastadas, mas que guardam estreita relação causal. O grafólogo não deixa de observar as palavras reflexas com os dados pessoais do escritor. Relacionar estes traços com aquilo que conhecemos, assim como avaliar o conteúdo, é importante inferirmos com mais precisão. Creio, e a experiência tem demonstrado, que este processo de inferência para os estudantes de grafologia somente é conseguido com supervisão de grafólogos experientes. É muito difícil atingir o sucesso sem a orientação constante e baseada na experiência profissional do professor, além é claro com base de exemplos extremamente consistentes. Por fim, acrescentei estudos de palavras reflexas com alguns traços específicos, como os da escola italiana de Moretti. A grafologia emocional não se refere somente as palavras reflexas como tenho visto ao longo dos anos. Pensar desta forma seria limitar o termo, a grafologia emocional expressiva vai além disto, abrange todo o texto sem exceções, as teorias de grafologia clássica, o estudo do campo gráfico, o movimento etc., para finalmente chegar às palavras ou traço reflexo. Somente desta maneira vamos encontrar seu significado principal e as emoções contidas nelas. Avaliar o conjunto do texto é o âmago da grafologia. Em que pese ser muito difícil criar novos conceitos em termos de grafologia emocional; é por demais razoável atualizá-la, no espírito de evolução que sempre norteou grande parte dos grafólogos em todo o mundo – mas em especial os grafólogos brasileiros. Paulo Sergio de Camargo Sumário 1. Histórico | 09 2. O texto reflexo | 13 3. O parágrafo reflexo – Tamanho | 21 4. O parágrafo reflexo – Gêneros | 35 5. O parágrafo reflexo – Distribuição | 43 6. O parágrafo reflexo – Dimensão | 47 7. O parágrafo reflexo – Pressão | 39 8. O parágrafo reflexo – Forma | 61 9. O parágrafo reflexo – Velocidade | 71 10. O parágrafo reflexo – Inclinação | 77 11. O parágrafo reflexo – Direção das linhas | 83 12. Palavras reflexas | 89 13. Conteúdo das palavras | 95 14. Anomalias gráficas | 101 15. Curva do ânimo | 115 16. Gestos fugitivos e a curva do ânimo | 125 17. A barra do T e a curva do ânimo | 137 18. Interpretação grafopsicológica | 143 19. Lapsus calami | 169 20. Assinatura | 175 21. Imagem antecipadora | 181 22. Roteiro de estudo | 187 01. Histórico A grafologia emocional tem origens no trabalho de Rafael Schermann que nasceu em 1879, Cracow, então parte da Áustria Galícia. Desde os 12 anos desenvolveu as características que o tornaram famoso no mundo da grafologia e dos adivinhos. Tinha especial talento para analisar escritas, relatava características físicas e pessoais do escritor, bem como fazia previsões com espantosas doses de acertos. Durante a I Guerra Mundial serviu no exército da Áustria e em 1923 esteve no EUA onde participou de várias palestras e ajudou a polícia em inúmeros casos. De volta à Europa foi testado na Universidade de Praga pelo Dr. Oskar Fischer, professor da cadeira de Neurologia e Psiquiatria. Dr. Oskar afirmou que nos testes realizados com Schermann encontrou diversos fatores reunidos: grafológicos, fisiognomônicos, hipercinéticos e telepáticos. A espantosa precisão dos acertos não pode ser avaliada por meio de instrumentos científicos. Na Europa trabalhou em companhias de seguros, onde verificava a veracidade dos pedidos de ressarcimento por meios de seus “poderes”. Muitos destes casos são documentados no livro “The secrets of Handwriting”, traduzido no Brasil com o impreciso nome de “Os segredos da caligrafia”. Ed. Record. Infelizmente a capa com um mago e a chamada não fazem jus à importância da obra. Durante a II Guerra Mundial voltou para Cracow onde acabou sendo vítima dos Nazistas. Honroth amplia e sistematiza a obra de Schermann. Apesar de brilhante, o trabalho das palavras reflexas é praticamente desconhecido por grafólogos europeus e americanos. No Brasil a tradução do livro do livro recebeu teve a capa ligada ao esoterismo. Não por menos, a primeira solicitação que Xandró fez quando nos encontramos pela primeira vez no Brasil: - “Paulo, você poderia me conseguir o livro do Schermann em português. - Prezado Professor, este é um presente que trouxe para o senhor, sei do seu apreço pelos estudos das palavras emocionais. Então entreguei o livro a ele. A obra de Schermann ficou esquecida por algum tempo em todo o mundo, até que na década de 50; na Argentina, o grafólogo de origem alemã Curt Honroth a cria a escola de grafologia emocional , dando novo impulso a este tipo de estudo. Curt Honroth Nasceu em Hannover, Alemanha, no ano 1898. Faleceu na Argentina em 16 de junhode 1966, onde residia desde 1950. Foi Perito Químico e Chefedo Centro de Grafólogos e Criptógrafos da Alemanha. Dedicou-se exclusivamente a desenvolver uma nova escola, denominada Escola Emotiva , com suas leis da emoção na escrita. Desta forma, avançou e ultrapassou de maneira brilhante nas investigações iniciadas pelo grafólogo Rafael Schermann. Fez um paralelo entre el “lapsus calami” e o conhecido “lapsus linguae” de Freud. Demonstrou que o ato falho escritural integra junto aos atos falhos orais, um todo psicofísico. Na década de 50 publica em colaboração com o Dr. Ramón Ribera e Angel Zarza: “La escritura infantil” y “Grafología, Teoría y práctica”;”Test del Hongo (Fungust Test)”; “Trama punteada”; “Ritmología grafoescritural”; “ Sí y No en la Grafología clásica”. Infelizmente a obra de Honroth ficou praticamente restrita aos países de língua espanhola, no Brasil poucos autores se aplicaram devidamente a ela. Como atualmente a obra não é mais publicada por motivos de direitos autorais, os estudos estão praticamente confinados na Argentina. É interessante notar que Honroth na procura dar caráter científico aos próprios estudos, praticamente se esquece do simbolismo figurativo com que Schermann tratava sua obra. Utiliza os conceitos espaciais de Pulver. Se por uma parte o estudo do conteúdo simbólico na escrita têm linhas pouco definidas; por outra, quando utilizado de maneira correta traz grandes possibilidades para os grafólogos. Nesta segunda edição centrei os estudos em novas considerações sobre a obra de Honroth. Nas próximas o objetivo será ampliar os estudos do simbolismo espacial de Pulver com os de Moretti, especialmente no que diz respeito às teorias psicossomáticas do escritor. Contudo é um terreno mais pantanoso do que se imagina e todo cuidado é pouco. O livro Psicodinâmica do Espaço na Grafologia tem importantes considerações sobre o tema. Por fim nunca é demais avisar para que o grafólogo não faça deduções apressadas e incorretas e também não se esqueça das teorias da grafologia clássica. 02. O texto reflexo Nos estudos iniciais de grafologia sobre palavras reflexas nota-se com certa facilidade que ocorrem as mais diversas variações em determinada palavra que a diferencia das demais ao longo do texto. Nossos estudos chegam a palavra reflexa por meio da divisão do texto na seguinte forma: Texto reflexo Parágrafo reflexo Linhas reflexas Grupos de palavras reflexas Palavras reflexas Letras reflexas Traços reflexos Texto reflexo A primeira grande divisão feita é o texto reflexo. Evidente que o termo a priori é um exagero ou até mesmo redundância, pois se o texto revela a personalidade do autor, por si, todo texto é reflexo. Contudo, em termos grafologia emocional a definição de texto reflexo seria um pouco diferente. “Texto reflexo é aquele que pelas espantosas variações que ocorrem em todo o grafismo, por si só, demonstra; à primeira vista a desordem emocional, mental, afetiva e física pela qual a pessoa passa.” Os gêneros e espécies estão em discordâncias, os espaços são arrítmicos, as variações de pressão e as desigualdades se fazem presentes. As variações são visíveis do início ao fim. As letras apresentam vários tipos de formas e os traços torções, quebras, ruptura, tudo isso nos mais diversos graus. A escrita mostra com facilidade que o escritor está perturbado emocionalmente. O momento pelo qual passa é de extrema tensão e certamente o limite para a perda do controle é visível. As discordâncias são evidentes. Para ser configurado como texto reflexo são necessários no mínimo dois gêneros em franca evidência no grafismo analisado. O comprometimento gráfico do espaço, forma e movimento é total. As três imagens de acordo com Heiss são perturbadas. Sem isto, segundo minhas pesquisas e de acordo com a definição acima, não se configura texto reflexo. Texto reflexo. Mostra a situação pela qual a pessoa passa. Não existem somente componentes situacionais (variação das linhas, margens etc.). As variações de pressão são notadas ao longo do texto. A escritora metaboliza mal as verdadeiras emoções não sabe trabalhar de maneira adequada com as mesmas. O ajuste ao meio é deficiente. Sinais de depressão. Segundo Heiss a imagem é Perturbada quando se observam: Falta de uniformidade Existem indicações de contradições Exagerada ou artificial. O quadro na próxima página explica de maneira simplificada parte das teorias de Heiss. O livro “Psicodinâmica do Espaço na Grafologia” tem informações complementares sobre este tema importante para o grafólogo. Imagem do Espaço Perturbada Sugere pessoa com caráter ambivalente que não certeza nas próprias decisões. As emoções estão fora de controle. É suscetível a ser envolvido pelos demais e nem sempre tem a exata percepção disso. A escrita passa a impressão de ser desordenada, irregular, mas com variações. A harmonia e o equilíbrio são ausentes. Imagem da Forma Perturbada O escritor não tem o pleno desenvolvimento de ego, muitas vezes sente que a vida é um fardo. Normalmente não consegue satisfazer necessidades do ego e, portanto, pode ser autodestrutivo. Forte desejo de chamar a atenção de maneira negativa. Tensões canalizada de forma espúria. Relação entre as imagens Todavia que a Imagem do Movimento se refere aos impulsos imediatos e elementares; a Imagem do Espaço diz respeito ao comportamento orientado no meio ambiente; a Imagem da Forma “aparece como a síntese individual da forma da personalidade”. Imagens de Heiss -Perturbada Forma Espaço Movimento Impressão Geral Fixação ou desintegração do traçado. Formas voláteis, artificiais, demonstrativa. Maneirismos. Exagerada, ostentosa, rígida. Esquemática, distorcida, incompleta. Dissolvida. A página parece superlotada, ou vazia, ou alternada entre os dois. Espaço mal utilizados, desperdício. Escrita desleixada, negligente, confusa, caótica. Difícil visão do conjunto ou dos detalhes. Notória falta de precisão e organização. Truncado, rigidez. Falta de coordenação. Bloqueados, espasmódico. Andamento do movimento inseguro; atáxico. Flutuante, eruptivo, não ajustados, alterados, descontrolado, brusco, tempestuoso, acanhado. Elementos motores fragmentados ou dispersos. Indicadores Gráficos Exageros. Modelos de formulários. Forma esquemática. Rígida uniformidade. Geralmente ilegível. Falta de harmonia, desordenado, Espaço Perturbado, Super utilização do espaço, Distribuição arrítmica. Fortes irregularidades de Pressão arrítmica. Flutuações; Ductus interrompido, repentinos, impulsivos, únicos Tremores. Lapsos. Certo abandono. Ineficientes atalhos. Letras infladas, exageros nas proporções. Ganchos. Rígida monotonia. tamanho e largura, Tamanho exagerado. Extremas flutuações. Irregular na direção das linhas. Linhas entrelaçadas, Falta e/ irregularidades das margens. Desintegração movimento. Traço simples quebrado, improvisado ou sem controle. Características Psicológicas Gosto individual. Extravagantes desejos. Rejeição das responsabilidades. Insincero nos discursos. Falta de autodisciplina. Precisa de supervisão naquilo que realiza. Impossibilidade de encontrar seu lugar sem atritos, Medo de relações sociais. Incapacidade de compromissos, de gerir o próprio tempo. A falta de método. Trabalha além da capacidade. Pouca qualificação para atender as demandas. Indolência, desiste por antecedência. Oscilações emocionais, Desamparo, Incapacidade de processar os fracassos, Baixa auto estima, Solidão. Conflitos. Sentimento de isolamento. Incapacidade de se ajustarao meio. Distraídos e facilmente perturbado. Típico da agitação os adolescentes. Hipertensa. Nas escritas confusas e com excesso ou falta de tensão no traçado se observa com mais facilidade as emoções. Imagem do movimento e da forma perturbado. Qualquer texto é encarado, de maneira simbólica, como uma “teia de aranha”. Neste sentido todas as letras, palavras e espaços em branco possuem uma função e estão interconectados, muitas vezes de modo imperceptível. De acordo com este tipo de pensamento, uma palavra ou até mesmo uma letra está conectada a outra, não importa em que parte do texto se coloque. Quando o escritor coloca toda carga emocional em determinada palavra e a repete ao longo do texto várias vezes, isso por si, indica a situação pela qual passa e é analisada de maneira intensa pelo grafólogo. Não confunda a repetição simples, por falta de vocabulário, por aquela que tem conteúdo emocional; normalmente no primeiro caso a palavra não sofre nenhum tipo de variação. O segundo caso fala de variações nas palavras reflexas, como veremos mais adiante. Muitas vezes apenas um ou dois gêneros se exacerbam em toda a escrita, até mesmo de forma imperceptível; contudo demonstram claramente a situação pela qual passa o escritor, mesmo que seja momentânea; já que o texto reflexo revela situações quase que imediatas, embora isto não seja obrigatório. A escrita saltitante quando exagerada em todo o grafismo é um bom exemplo de texto reflexo, contudo somente quando existir outro gênero em destaque para apoiar isso. A exacerbação da pressão durante todo o grafismo, sem que existam variações, facilita o diagnóstico grafológico. Características gráficas do texto reflexo: Discordâncias de pressão, tamanho, velocidade etc. Sobressaltos Espaços arrítmicos Imagem da forma, espaço e movimento perturbadas Velocidade rápida e precipitada Traços filiformes Finais inacabados Variação de direção das linhas Exacerbação de um ou mais gêneros etc. Em determinados momentos o texto reflexo é apenas momentâneo, a pessoa passa por uma situação de alto nível de estresse, por exemplo. Interpretação psicológica do texto reflexo Emotividade ampliada. As variações de impulso ocorrem durante todo o processo, principalmente porque tenta controlar a impulsividade e ansiedade, mas nem sempre consegue. Qualquer estímulo que chegue até o escritor é acusado com intensidade. Cria ansiedades desnecessárias e até mesmo se frustra com facilidade quando não consegue atingir os objetivos programados. Toma decisões de imediato, muitas vezes sem avaliações profundas, de acordo com sentimentos. Reage imediatamente e por vezes de forma instintiva a qualquer tipo de estímulos que recebe, não tem facilidade em ser moderado, vai de encontro às pessoas e aos objetivos. Em certos momentos se deixa levar pelas necessidades pessoais, não avalia corretamente as intenções ou objetivos dos demais. Psiquicamente se distingue pela afetividade estar aflorada, tem forte desejo de se livrar da situação pela qual passa e sempre busca pessoas para trocar sentimentos e atenções. Contudo, muitas vezes, a afetividade é egocêntrica e interessada. Dificilmente consegue ser equilibrado e objetivo na valorização das pessoas, dos acontecimentos, tenha ou não participação neles, porque a medida é feita com base nos próprios sentimentos e também nas respostas que obtém. Variações nas atitudes, inclusive nos tônus. Pouca capacidade de manter a energia em trabalhos de longa duração com a eficiência. Instabilidade afetiva aliada a escassa adaptação e costumes sociais, quando o faz é pelos próprios interesses. Capital social escasso, trocas defeituosas no dar e no receber. Diversas variações nos gêneros. As imagens são perturbadas, tanto na forma, como no espaço e no movimento. A escritora perde a noção da direção das linhas, das margens e espaçamento entre as palavras. Cristofanelli diz que os espaços entre as palavras indicam a situação de isolamento e desorientação com o mundo circundante, de tormento pessoal e inibição. A imagem não chega a ser perturbada. A palavra “feliz” é facilmente notada pelas aspas. As aspas, pontos de exclamação, acentuação exageradas, são indicativos de emotividade ou controle, dependendo da forma como são colocadas. 03. O parágrafo reflexo - tamanho Depois de reconhecido se o texto é ou não reflexo, o parágrafo reflexo talvez seja a mais fácil das características a serem observadas no estudo da grafologia emocional expressiva. Mesmo o leigo percebe as diferenças, especialmente se os demais parágrafos estão estruturados ou se são diferentes dos demais. “Parágrafo reflexo é aquele diferente dos demais no texto. O caso mais visível ocorre quando apenas um dos parágrafos se destoa dos demais, mesmo em apenas um gênero grafológico.” De acordo com as teorias de Pulver: “O consciente escreve, o inconsciente dita”. Assim, no início do texto a vontade está em ação, o consciente domina o escritor. Os primeiros traços imprimem um ritmo próprio na escrita. Ao longo do texto o gesto grafoescritural se torna inconsciente. É sobre este prisma que os parágrafos são avaliados. Evidente que o escritor não deve realizar paradas longas no meio da redação ou continuar duas horas depois. Como exercício e técnica de coleta da amostra grafológica, o tempo precisa ser linear, fluído e sem interrupções. Não se faz a redação tomando café, conversando, vendo televisão etc. As condições são a melhores possíveis, tais como cadeiras, mesas, material escrevente etc. O candidato inicia e termina o processo sem interrupções. Quanto mais interrupções ocorrerem, mais a observação do conteúdo emocional será prejudicada. a cada parada o consciente volta a agir novamente. Observações sobre os parágrafos Ao longo dos anos a experiência tem mostrado que a divisão dos parágrafos é de suma importância neste tipo de estudo. O grafólogo realiza esta avaliação em conjunto com todos os demais gêneros e espécies. O primeiro parágrafo seria a apresentação das ideias, depois o desenvolvimento e finalmente o fechamento. PARÁGRAFOS 1º Parágrafo Introdução, apresentação das ideias. Entrada. Consciente. Posicionamento. Quero parecer assim. Início. Forma de contato inicial. Respeito Demais parágrafos Desenvolvimento, estruturação das ideias. Esclarecimentos. Como sou e estou. Inconsciente. Antes do último parágrafo Preparação para encerrar, apronto. Ajustes. Verificação final. Observações Último parágrafo Fechamento, finalização, síntese. Resumo, fim. Volta ao consciente. O tamanho dos parágrafos É importante a observação do tamanho físico dos parágrafos: maiores, iguais ou menores que os demais. Comparece com intensidade a quantidade de linhas e a dimensão letras, tanto a altura grafológica como a absoluta. Parágrafo único O escritor não divide o texto, escreve tudo em apenas um parágrafo, as frases se sucedem ao longo do campo gráfico sem qualquer tipo de separação entre elas. Pode até mesmo existir divisão entre as frases, contudo o texto é feito em somente em bloco único. Quanto menos conseguimos observar as divisões (ou mais a escrita parece um bloco único), mais intensa é a avaliação. Este tipo de parágrafo, na realidade um texto completo, tem duas causas específicas: Falta de habilidade e cultura gráfica. Resolve o estímulo em um impulso. No primeiro caso a pessoa não tem capacidade para gerenciar e desenvolver o tempo por partes. Disto resulta um texto sem qualquer tipo de divisões. A falta de cultura gráfica impede a pessoa de realizar parágrafos e separar frases. Muitas vezes a frase começa no mesmo local da margem esquerda, mas neste caso a linha desta margem é utilizada apenas como ponto de referência. Normalmente existem sinais de pouca cultura gráfica, a escrita é lenta,truncada, caligráfica, com soldas e interrupções constantes, o ritmo é contido, inibido, a fluidez é pouca. Predominam no escritor os estados de tensão ou relaxamento exagerados, existem inibições para responder de maneira adequada a qualquer tipo de estímulo. A dificuldade no fluir das relações interpessoais tende a ser complicada. Posicionamentos inconsistentes. No segundo caso o escritor quer responder os estímulos que recebe em apenas um impulso. Muitas vezes existe a necessidade da resposta imediata, assim o texto é indicativo de ansiedade, nervosismo e tensão. Quando tem qualquer tarefa pela frente, não planeja e nem se orienta de forma reflexiva, acha mais importante concluir sem qualquer tipo de interrupções o trabalho. O grafólogo observa ao longo do texto a capacidade de concluir as tarefas (direção das linhas) e qualidade das mesmas. Necessidade de responder de maneira imediata e intensa aos estímulos recebidos. Notam-se fortes sinais de inteligência (combinada), flexibilidade e agilidade. As margens são estruturadas. Na escrita ascendente a energia se amplia até o final dos trabalhos, não dá importância ao demais, deseja os resultados de forma intensa. Amplia os esforços na busca das metas e objetivos pessoais. Dificuldades para controlar as ambições, sendo que estas muitas vezes são desproporcionais às verdadeiras qualidades. Aparente empreendedorismo, pois não têm habilidades para planejar e dividir o tempo de ação. Com escrita retilínea e constante Capacidade para manter-se na ação por determinado tempo sem perder energias. Constância e regularidade de ritmo em todas as atividades. Assume responsabilidades e suporta problemas e níveis elevados de trabalho por longo tempo sem comprometer a qualidade de produção. Concentra os esforços para ter êxito profissional, deseja assumir responsabilidades que considera de acordo com as ambições e potencial que acha possuir. Todavia ainda precisa de maiores vivências no que diz respeito ao gerenciamento de tempo e divisão de tarefas. Com escrita descendente Normalmente apresenta sinais de cansaço quando realiza as tarefas. O impulso inicial diminui ao longo do tempo, pois não tem habilidades para controlar as energias. Ou seja, perde tônus para resolver as atividades; pois não tem a quantidade de energia necessária para tal. Com isso, é natural que a qualidade dos trabalhos fique comprometida. Pode até mesmo ter bom impulso para os resultados; embora – ao longo do tempo - apareçam sinais de cansaço. Precisa aprimorar o gerenciamento de tempo, assim gastar energias de modo correto. Controla as iniciativas de acordo com as circunstâncias do momento. Depressão. Primeiro parágrafo com área de contenção. Observe a margem direita das três primeiras linhas. Tentativa de conter os impulsos iniciais. Interpretação reforçada pela direção das linhas ascendentes e depois imbricadas. Conclusão sobre o parágrafo único De maneira geral este tipo de texto não tem boa interpretação no que diz respeito ao gerenciamento de tempo e divisão correta de tarefas. A pessoa não utiliza as energias de maneira pragmática e tende a render mais quando chefiada de modo constante. A capacidade organizacional se mostra deficiente no que tange ao planejamento, mas em muitos casos a operacionalidade se sobressai, pois, quer resultados, não importa a maneira com que termine as ações. Primeiro parágrafo curto Como foi descrito, indica a Introdução, apresentação das ideias, início. Posicionamento. Consciente, entrar em cena. Inteirar-se do assunto, fazer a apresentação inicial. Primeiro contato, cartão de visitas, como desejo aparecer aos demais. Divisão do tempo e espacial estruturada. Concebe o tempo (tamanho dos parágrafos) de acordo com o pensamento estruturado. Gerencia os espaços de forma correta. Pressão firme, legível, inclinada e proporcional: boa capacidade nos contatos iniciais. Procura os demais sem qualquer tipo de receios. Claro nas intenções e persistente na consecução dos objetivos (com escrita retilínea). Caminha para os resultados de forma rápida (movimento progressivo) e faz análises com presteza, tendo em vista obter melhores resultados em sua gestão. Acerta os pontos iniciais do contrato de imediato, para depois partir para os resultados. Executado em duas ou três linhas indica capacidade de síntese. O escritor é direto naquilo que deseja, sucinto nos posicionamentos, nas conversações e apresentações. Qualquer que seja o tamanho do parágrafo inicial, a principal dificuldade é quando o mesmo se inicia com escrita descendente. O impulso é pouco, tem medo das tarefas, dificuldades e desânimo para começar qualquer tipo de procedimento. Falta de ânimo e vontade. Cede sem mesmo avaliar com atenção as premissas. Escassa capacidade de enfrentar desafios e conflitos. Evidentemente que se trata de péssimo cartão de visitas. O grafólogo observa o primeiro parágrafo não somente em relação ao tamanho em si, mas também em todos os gêneros grafológicos e os compara com os demais. A pressão firme no parágrafo inicial indica que o escritor mostra energia e vontade nos primeiros contatos, deseja marcar presença, ser notado, especialmente se a primeira letra for maior que as demais (ou sobressaltada). Com escrita firme, ascendente e angulosa: necessidade de marcar posição, ser ouvido nos mais diversos tipos de exigências. Liderança impositiva. Intransigência inicial. Primeiro parágrafo longo Quanto maior for o primeiro parágrafo, mais tempo o escritor leva para realizar as análises, fazer as considerações iniciais. Como a introdução é longa, nem sempre deixa espaços para os demais. Desejo de ser notado. A prolixidade nas palavras e nos gestos (escrita grande). Nas avaliações demonstra autossuficiência e grande exigência de autonomia, busca de liberdade e espaço onde possa expressar ideias e iniciativas. Caso esteja restringido e constrangido tende a se agitar e ir de encontro ao que lhe faz frente. Atua de forma tensa e preocupada, principalmente porque coloca grande importância em tudo que realiza. Maior do que um terço do texto ou até o meio da página: a pessoa confunde a introdução, o entrar no assunto, a avaliação inicial com o próprio trabalho em si. Ou seja, avalia e ao mesmo tempo inicia a resolução dos problemas. Não separa os tempos, assim é fácil de confundir os demais e inclusive a si mesmo. Como ocupa demasiado tempo nos contatos iniciais, existe uma espécie de prévia defesa ao mostrar as opiniões (“não deixa os demais falarem”). Muitas vezes quer impor os pontos de vistas, assim se torna impositivo (com escrita angulosa e firme). O prolongamento do primeiro parágrafo se torna crítico quando o texto possui apenas dois parágrafos. Quanto menor o segundo parágrafo, maior a possibilidade de se constituir em parágrafo reflexo, inclusive somente pelo tamanho. O encerramento brusco indica o corte nas ideias, falta de amenidades para terminar aquilo que começou. Gerenciamento de tempo estruturado de maneira pessoal e individual que nem sempre se preocupa com as convenções ou com aquilo que pensam os demais. Discordâncias na inclinação no primeiro parágrafo O escritor é contraditório entre aquilo que escreveu inicialmente e o que realmente pensa. Com inclinação maior que o primeiro ou os demais: a prolixidade inicial é substituída pela rapidez em terminar aquilo que começou; esta interpretação é ampliada pela velocidade. Dividido em dois blocos O tempo que leva para avaliar e entrar (ou se inteirar) nas situações é idêntico com que as resolve. Ao mesmo tempo em que reconhece os estímulos com os quais vai trabalhar, inicia a atuação na resolução dos mesmos. Observe a velocidade e os demais gêneros do texto. Dois parágrafos, sendo o primeiro por demais curto Quanto menor for o primeiro parágrafo, menos o escritor não se concede tempo para refletir sobre as situações. Apesar de o primeiro parágrafo ser longo, existe boa estruturação do texto. Necessidade de marcar presença pelasideias. Energia que se amplia ao longo do tempo. O imediatismo se faz presente na personalidade. Não quer dizer que não tenha capacidade de reflexão, pois pode realizar isso depois. Contudo uma vez recebido os estímulos, reage com presteza. Escrita rápida, inclinada, ascendente: Força motriz que deixa de lado a moderação para resolver os problemas. Atua com facilidade e em movimento, se inteira dos fatos ao longo do trabalho. Na escrita com dois parágrafos, a comparação entre os gêneros é facilitada para o grafólogo. A discordância entre os dois é mais notória quando estão opostos (escrita invertida/inclinada, pequena/grande etc.). A emotividade na escrita saltitante é notada, contudo o grafólogo tem em mente que não se trata da língua de origem – disto resultam os retoques e a intensa vacilação. Desigualdades de inclinação. Barra dos tt ondulantes. Parágrafos centrais Os parágrafos centrais são considerados como o corpo da escrita, a espinha dorsal do pensamento. Esteticamente indicam o equilíbrio em relação ao todo. Não existe o número ideal de parágrafos entre o primeiro e último; contudo quanto mais estruturado, melhor o nível de pensamento e desenvolvimento social e psicomotor do escritor. Dois ou três parágrafos centrais, segundados pelos parágrafos iniciais e finais curtos: bom gerenciamento de tempo. Nos parágrafos centrais, na maioria das escritas, o inconsciente atua na plenitude, assim vemos algumas das mais importantes características do escritor, bem com as palavras reflexas de conteúdo mais profundo. Centrais pequenos, menores que o primeiro e último O escritor demora ou faz longas reflexões quando recebe um estímulo e depois gasta pouco tempo da resolução dos mesmos. A conclusão exige maiores gastos de energias. Como interpretação secundária: se preocupa mais com as aparências iniciais do que com a forma propriamente dita. Falta de conteúdo e superficialidade. Parágrafo central único e maior que os demais Divisão de tempo estruturada: começo/início/fim. Necessidade de uma ordem interna que torne possível realizar sem entrar em considerações ou outras divisões nas tarefas, embora aquilo que faça possa realmente ter profundidade ou não (depende da interpretação dos gêneros na escrita e no parágrafo). Procede de maneira organizada e com sentido de objetividade nas respostas aos estímulos recebidos. Não gosta de ser surpreendido no gerenciamento das atividades, por isso adota uma estrutura capaz de atingir resultados na maioria das situações que têm pela frente. O grafólogo toma cuidado nas avaliações. Fica evidente que a escrita foi “passada a limpo”. A estrutura dos parágrafos é mudada no “novo” texto. A escrita hiper- estruturada suprime a espontaneidade, o escritor quer mostrar a imagem de si que considera a ideal. “Texto passado a limpo”: intenção consciente. Ascendente com variações no espaço. Dois parágrafos, sendo o primeiro menor. Barras do tt altas. Alto nível de ambição. Parágrafo central único. O último parágrafo indica cansaço. Parágrafo central dividido em duas ou três partes O escritor divide as tarefas por partes. Se o terceiro parágrafo for maior indica bom nível de gerenciamento de tempo e profundidade, pois as energias são gastas após o “inteirar-se do assunto (primeiro parágrafo) e o iniciar a resolução das tarefas (segundo parágrafo). O terceiro parágrafo maior: indica que pode ou não mudar o rumo das ações feitas no segundo. Essa interpretação também é a mesma (guardadas as devidas proporções) do quarto parágrafo (encerra a estruturas para fazer o fechamento). Quando isto ocorre e o parágrafo final é feito com duas ou três linhas em texto estruturado, indica inteligência, percepção e organização tempo/espaço estruturadas. Teoricamente e de forma simbólica o texto com cinco parágrafos é interpretado como: manhã - almoço - tarde – jantar - noite Texto com boa divisão entre os parágrafos. O início é direto, sem rodeios, assim como a finalização. Contudo. o simbolismo do campo nem sempre se traduz em respostas diretas e significativas. O grafólogo precisa de tempo e vivências para tal. Qualidade dos parágrafos A qualidade da escrita nem sempre é um item avaliado de maneira objetiva. A escrita legível, estruturada, combinada, tríplice largura etc., são bons sinais qualitativos. A qualidade dos parágrafos é comparada a qualidade dos trabalhos que o escritor realizar ao longo do tempo. O grafólogo estuda ao longo de todo o texto estas variações (se existirem). É evidente a falta de qualidade do texto e dos parágrafos. Os sublinhados do cabeçalho indicam o nível de preocupação com o tema. Assinatura longe do texto: pouco comprometimento com aquilo que escreve. 04. O parágrafo reflexo - gêneros No capítulo anterior estudamos o parágrafo segundo o tamanho em relação aos demais. Neste observaremos de acordo com os gêneros e espécies. Assim como nas frases reflexas temos que levar em conta a posição do parágrafo no campo grafo escritural. Como relatamos e de acordo com Pulver, o primeiro parágrafo é o mais consciente de todos. É normal que o escritor “se solte” ao longo do texto e assim as tensões iniciais aparecem nas primeiras linhas. A primeira letra do texto é considerada como “traço de choque”, ou seja, o primeiro contato, como a pessoa se apresenta aos demais. Alguns autores consideram o texto como o início da redação; outros, o cabeçalho. Na realidade tente conjugar os dois, mas sempre coloque importância onde a pessoa inicia o texto. A letra inicial minúscula indica posicionamento humilde. Necessidade de não afrontar o interlocutor, por temor ou sentimentos de inferioridade. Insegurança em relação ao que vai escrever ou da posição do destinatário. Respeito aos demais. Capacidade para manter reserva nos contatos iniciais. Em termos simbólicos o avanço do texto é comparado à decolagem de um avião, na medida em que se desenvolve no espaço gráfico, o inconsciente começa a entrar em ação; todavia que o consciente esteja presente. Nem sempre considere o parágrafo final como um pouso, pois ainda falta a assinatura. Evidente que muitas vezes a pessoa não assina, nesse caso o grafólogo analisará com mais intensidade o último parágrafo. Não se esqueça de comparar todos os parágrafos entre si. Fica impossível colocar todas as combinações entre os mesmos e as interpretações. Como treino e tempo, o grafólogo, apoiado no estudo dos gêneros, certamente vai atingir o patamar de excelência. Tenha em mente que os parágrafos devem formar uma estrutura condizente com o corpo da escrita, qualquer um deles que saia deste propósito, se constitui em parágrafos reflexos. A estrutura vertical da escrita é observada e toda vez que isso não ocorrer, o grafólogo pesquisa com intensidade a possível causa. Os gêneros são estudados em conjunto com o conteúdo da escrita. Descendente, sinuosa. Letras maiúsculas no lugar de minúsculas: sentimentos de inferioridade. As repetições de determinadas palavras indicam as emoções do escritor. “Gosto” é repetido várias vezes e sempre em direção quase que retilínea, contudo bem mais ascendente que a direção geral do texto. Quanto maior a verticalidade do texto e das estruturas escritas maior a predominância do o raciocino sobre aquilo que já foi testado, do cognitivo sobre o afetivo. A afetividade existente é controlada e até mesmo neutralizada pelas funções intelectuais. Daí a importância das ideias; projetar, idealizar, abstrair, ao que pensar é melhor do que sentir. Existe a necessidade de compreender a utilidade prática e as aplicações concretas daquilo que se analisa. (J. Dubouchet) Os eixos da escrita: Vertical e Horizontal. A ideia de atribuir um significado aos eixos da escrita foi descrito por J. Dubouchet no livro “Essai de formalisation de la psychologie fondé sur l'annalogie des phénomènes psychiques et des phénomènes physiques”. Jeanne faz referências a G. Bachelar e seus conceitos de simbolismoe une os conceitos de grafologia e física. Explica as orientações cardinais por meio das forças verticais e horizontais e o desequilíbrio ou equilíbrio entre os mesmos. É evidente que isso raramente ocorre em escritas com a ausência de ritmo entre os dois eixos. Segundo o pintor Mondrian: “exprimem a unidade dos princípios universais do material e do espiritual”. A maneira que o escritor utiliza os eixos verticais e horizontais refletem de modo simbólico em que o mesmo está ligado. Por indicar as orientações, as aspirações, os interesses, os valores de quem escreve. Dubouchet cria um interessante conceito, o de “direções psíquicas”. Os estudos dos eixos se referem a estruturação simbólica do espaço; cuja a orientação está dentro de um sentido. A orientação Vertical sofre a ação da gravidade; é ela quem estimula de forma permanente o sistema nervoso. Dentro da representação espacial a elevação possui múltiplos significados; aspirações intelectuais, espirituais, ambição. A descendência evoca as profundezas a serem exploradas; a terra, as raízes biológicas; o movimento para baixo inclui as realizações concretas. Respondem ao instinto de conservação. O plano Horizontal é aquele que simboliza a superfície da terra, onde o homem se movimenta e progride de trás para frente. Dentro da civilização ocidental, o passado está situado à esquerda; sendo que nos caminhos para o amanhã, para futuro está para o lado direito; dentro de um leque de previsões e projetos. Avançar sobre este eixo abre um campo de ação exterior; aquele que nos permite encontrar com os outros. Eixo horizontal O eixo horizontal é definido por um plano de ordem terrestre, de funcionamento social, comunicativo e prático (senso de realidade, atitude de se adaptar as situações e aos problemas concretos da existência). A esquerda representa a origem, o passado com aquilo que recebemos de herança; o tempo utilizado, formados pelos elementos conhecidos. Em contrapartida o lado direto é o lugar para onde nos dirigimos, é o tempo futuro, constituídos pelos elementos desconhecidos; onde damos e recebemos. Signos de Horizontalidade na escrita (sinais que ampliam o sentido horizontal do eixo da escrita.) Ligações (primárias e secundárias); dilatação das curvas; das ovais, dos laços nas três zonas da escrita, alongamentos finais e iniciais e largura do traço. traços que aumentam ou facilitam a progressão no eixo horizontal: ligações dextrogiras; movimento fluído. aderência à linha de base, fortemente assentada sobre a linha. diminuição dos traços retos; tendência a baixa ou rebaixada, encurtamentos das hastes e das pernas das letras, filiforme. redução das dimensões, margem direita e esquerda pequenas. tensão entre moderada e frouxa, hipotensa. Características psicológicas do eixo Horizontal Procura aproximação nas relações com o outro; deseja a proximidade e tem medo da solidão, de permanecer isolado. Alto nível de importância aos sentimentos de filiação, da ligação com o meio social, aos amigos e ao trabalho em equipe. As motivações, os interesses se estruturam dentro dos valores coletivos, comunitários e participativos. Assim a responsabilidade é diluída dentro do grupo. Busca de segurança nas relações com os demais; necessidade de aprovação e de ser encorajado. Frequentemente procura participação fácil e ativa, pois existe o desejo de ser útil, de pegar; de tratar com os demais como de ser apoiado pelo grupo. Personalidade sensível ás pressões do meio que vive; certa dificuldade para resistir às solicitações. Busca de consenso e pensa de acordo com o entorno que vive. A tomada de conhecimento da realidade é precedida de uma percepção sensorial. A capacidade de experiência, de sentir, diante de reflexão. Inteligência mais concreta e prática do que abstrata e teórica; voltada para a realidade dos fatos e dados da experiência. Feeling para fácil adaptação instintiva, de iniciativas tomadas sobre o emprego e a busca de soluções possíveis, práticas e úteis. Pensamento e ação marcados pelo empirismo. Capacidade de ver e pensar em imagens diante de uma ideia ou conceito. Reações primárias imediata– quer realizar os primeiros movimentos. Dificuldade para diferenciar ou procrastinar os prazeres e as satisfações. Pouca tolerância às frustrações. Eixo Vertical Associada ao advento do homem, a verticalidade simboliza a evolução e o progresso. Os psicólogos recorrem à dimensão vertical para definir a valor da tomada de consciência. Essa tomada de consciência atesta a capacidade de condução e afirmação da individualidade própria. A verticalidade marca uma distância frente a frente de si mesmo. Assim a escrita vertical mostra capacidade de se diferenciar; de marcar posições, ser independente; afirmação de si e singularidade. Portanto o alto e baixo mostra a ligação do homem entre o espírito e a matéria; do “homem que pensa” e do “homem que sente”. Signos de Verticalidade na escrita Aumento dos traços retos, prolongamentos para alto e baixo; sobressaltos. Diminuição da dimensão e da ampliação da escrita no plano horizontal: escrita estreita; simplificações; traços finos, finais breves, descendente, acentuação verticalizada. Entraves na progressão dos gestos; ângulos, quebras; movimento retardado; justaposições, lapsos, suspensões, espaços em brancos importantes, que diminuem a superfície horizontal. Escrita espaçada; grandes margens à esquerda e a direita; intensificação do eixo vertical. Além disto, é liberado em um gesto de extensão (relaxamento); os plenos (descendentes) são executados com tensão, que faz parte de um esforço. Aumentando assim a tensão (escrita de firme à tensa), ampliando assim os gestos de adução. Características psicológicas do eixo Vertical Como existe a necessidade de priorizar os valores individuais o movimento interior faz com que a independência se acentue, para ganhar mais autonomia e ser responsável por si mesmo. Existe a disposição de marcar posição, de se distinguir dos demais; de cultivar a diferença e a singularidade nos contatos com o grupo. Ocorre a possibilidade de elitismos, alto nível de competitividade. As motivações e os interesses são inspirados primeiramente nas orientações individuais. Responsabilidade e autonomia, afirmação e iniciativa pessoal, independência da sociedade. Estilo de participação reflexivo, distanciado. A integração é mais ou menos controlada e reduzida, por medo da alienação da independência. É menos provável que goste de trabalhar em grupo - participar; não está razoavelmente preparado para integrar com eficácia os mais diversos tipos de equipes. Predominância do raciocino sobre aquilo que já foi testado; do cognitivo sobre o afetivo. A afetividade existente é controlada e até mesmo neutralizada pelas funções intelectuais. Daí a importância das ideias - projetar, idealizar, abstrair; pensar é melhor do que sentir. Necessidade de compreender a utilidade prática e as aplicações concretas daquilo que se analisa. Nos próximos capítulos veremos alguns tipos de parágrafos reflexos ligados aos gêneros e espécies. Conjugar as espécies é um trabalho no qual o grafólogo se aplica ao longo de toda carreira; aliás, esta é a via régia da grafologia. 05. O parágrafo reflexo – Distribuição O parágrafo reflexo no gênero distribuição se distingue dos demais nas seguintes espécies: Clara – Arejada - Confusa - Legível - Ilegível - Concentrada - Condensada - Espaçada Organizada – Desorganizada – Limpa - Suja - Invasiva Em termos espaciais é natural que existam variações entre arejada, clara, concentrada, especialmente no primeiro ou último parágrafo. Quando maior as diferenças entre as espécies da distribuição, mais intenso o parágrafo se torna. Evidente que muitas vezes o mesmo de difere dos demaisem uma ou várias espécies. No segundo caso, a definição de reflexo se torna mais fácil e as características psicológicas e o momento da pessoa são avaliados com mais facilidade. Vejamos alguns exemplos dos tipos de parágrafos diferentes dos demais: Parágrafo ilegível - confuso O primeiro parágrafo diferente dos demais pela falta legibilidade. Pouca habilidade para se expor nos contatos iniciais. Dissimulação, insegurança, incapacidade de ser compreendido. Rebeldia, desejo de ir contra as convenções sociais. Medo de expor de imediato as ideias. Falta de precisão. O escritor não deseja se mostrar, não tem coragem de aparecer. Com escrita grande: quer marcar presença, mas não deseja que o reconheçam. Inábil para realizar a triagem dos estímulos. Confusão mental, se enrolar as situações. Apreensão, insegurança, ansiedade e incapacidade para expor as ideias, mesmo as mais elementares. Visão pessoal e confusa dos fatos e acontecimentos, sem habilidade para avaliar e considerar o valor dos resultados. Falta de educação e de respeito aos ritos sociais nos contatos. O último parágrafo ilegível: pressa, agitação, perda de qualidade nos trabalhos de longa duração. Falta de habilidade para concluir o pensamento e as ações. As interpretações do primeiro parágrafo se juntam a essas. Invertida, descendente e com baixa legibilidade. Reserva e reticência aos contatos, ao mesmo tempo em que deseja impor a vontade (traços cortantes e acerados.) Parágrafo concentrado Os intervalos entre as letras, palavras e linhas são menores que os demais. A constrição é a principal interpretação, qualquer que no local que o parágrafo ocorra, meio, início ou fim. Saltitante, angulosa. Ângulos B de Moretti. Constrição, as tensões são demasiadas. O escritor não se concede tempo para relaxar. Cria conflitos no entorno que transita. Não muda de posição, mesmo que a intimamente a razão se faça presente. A constrição inicial: timidez ou medo nos primeiros contatos, introversão. Necessidade de contatos. Tentativa de concentrar as energias. A concentração dos movimentos evita, a priori, a dispersão de energias em todos os sentidos, físico e mental. Desconfiança dos demais, insegurança, o escritor precisa de apoio e contato das pessoas. Concentração mental. A concentração somente no final indica certa insegurança diante daquilo que escreveu, mas também pode mostrar falta de aproveitamento de tempo; já que não distribuiu todos os espaços igualmente. Isso ocorre principalmente no pé da página. Necessidade de dirigir a atenção para o centro vital da questão. Intensos contatos com o meio em que vive. Atenção, concentração de ideias e esforços para obter resultados favoráveis. Visão limitada e estreita dos fatos. Insegurança, egoísmo que pode ser levado até avareza. Pouca capacidade de triagem nas relações afetivas, amorosas e sociais. Medo de se expor aos demais. Circunspeção. As concentrações mais indicativas são aquelas na qual existem espaços entre o fim do texto, da assinatura e da página. A concentração não foi realizada tendo em vista o espaço e sim por uma constrição interior. Parágrafo espaçado Os espaços entre as letras e as palavras são maiores que o modelo caligráfico. O espaço na escrita sempre indica um momento de silêncio, de contato consigo mesmo, de isolamento. O isolamento pode indicar preparação para entrar em ação. Especialmente no primeiro parágrafo. Neste caso existe a prudência, liberdade, reserva, tranquilidade, independência, expansividade e claridade de espírito. Amplitude do campo de consciência, de ideias e sentimentos. Necessita isolar-se antes de iniciar as tarefas. Precaução nas ideias que transmite e nos contatos interpessoais (no início ou no final do texto). No meio do texto (especialmente se for o terceiro ou quarto parágrafo de cinco). Capacidade de reflexão maior daquilo que realiza. Conferência mental dos processos em andamento para não cometer erros durante a execução das tarefas. Prudência elaborada e até mesmo desconfiada. Falta de equilíbrio nas relações interpessoais. As variações de espaços: comportamento conflituoso. Tempo de reflexão variável. Ansiedade e angústia. Insegurança afetiva. Ilhas do ego e lapsus de coesão ao longo do texto. Parágrafo menor que os demais Quando a extensão horizontal do primeiro parágrafo é menor que as dos demais: Medo, reserva e desconfiança nos primeiros contatos. Falta de impulso e vontade de enfrentar desafios com prontidão. Timidez, respeito demasiado ao interlocutor. Pouca habilidade para colocar as ideias de modo incisivo nos primeiros momentos. No parágrafo final: medo, insegurança para concluir com intensidade aquilo que disse anteriormente, pressa e necessidade de se evadir das questões. Pulver diz que o intervalo entre as letras indica o juízo reflexivo e quando aumenta ou se desestrutura, não é a razão que divide e separa voluntariamente e sim a inibição psíquica que isola e cria lacunas criativas. 06. O parágrafo reflexo – Dimensão A dimensão mostra o sentimento de si e consequentemente as relações do escritor com o exterior. A expansão, contração ou as variações do “eu” em relação à sociedade. O primeiro parágrafo é de capital importância para observarmos como a pessoa se apresenta ao mundo. Evidente que deve ser comparado com os demais. Primeiro parágrafo menor que os demais No plano psíquico e temperamental, indica escassa capacidade do escrito para se adaptar às situações. Medo, insegurança, timidez. Em termos de perfis psicológicos é muito comum em adolescentes, confirmado pela escrita caligráfica, lenta, ligada etc. Simplicidade e modéstia. Abnegação e sentimento de inferioridade. Concentração de esforços nos momentos iniciais. Capacidade de reflexão. Precaução, senso de realidade desenvolvido. Facilidade em se concentrar para analisar as situações e depois partir para a ação com energia (outros parágrafos com dimensão maior). Economia de tônus para determinados fins. Quando examina qualquer fato ou situação, busca aprofundar-se em todos os aspectos para chegar à visão completa e mais objetiva possível. Discute e raciocina com insistência e dificilmente se rende às contestações e objeções dos demais (quando maior que outros parágrafos). Primeira letra do parágrafo minúscula ou do mesmo tamanho que as demais: sentimento de inferioridade. Retração, pouca capacidade de tomar iniciativas. Com Predomínio do movimento: A redução da capacidade expansiva se faz em favor da reflexão, da concentração, da previsão, da busca de novos fins, novos métodos e aplicações. (Vels) Predomínio da forma: A redução da capacidade expansiva está dirigida para obter maior objetividade, exatidão, ordem ou planificação de acordo com as mais diversas hierarquias de valores. A primeira letra é menor que as demais: sentimento de inferioridade, menos valia. A letra D assinala a compensação. O lapsus calami é revelado na palavra sacrifício – escrita como “sanguificio”. Último parágrafo menor que os demais Neste, como nos demais casos, observe antes se a diminuição da dimensão das letras não ocorre pela falta de espaços no final da folha. A interpretação é falta de planejamento de tempo. Concentração final de esforços, reflexão para realizar o fechamento das ações. Controle das energias, mas também cansaço e desgaste – confirmado pela escrita descendente. Parágrafo interior menor que os demais Reflexão e controle das energias para continuar as tarefas. Pausa para pensar com mais profundidade. Retraimento, contenção. Ajustes. Capacidade de crítica e observação, desenvolvimento da capacidade intuitiva e dedutiva juntamente com a focalização e atenção nos detalhes durante as tarefas. Cansaço no final dos trabalhos. Momento de introversão. Preponderância da vida interior sobre a exterior, atividade mais cerebral do que física, mais concentração do que expansão. (Saint-Morand) O tamanho do parágrafo tem íntima ligação com o tamanho das letras.Parágrafos pequenos com dimensão pequena: economia de energia, simplificação. Com escrita descendente ou imbricada descendente: desânimo, falta de energia e vontade. Em alguns casos é sinal de doenças. Depressão (?). Primeiro parágrafo com dimensão maior que os demais Necessidade de se mostrar, marcar presença. Tentativa de ocultar defeitos por meio da fala ou da postura. Desejo de causar grande impacto inicial. Acentuação do sentimento de si e da expansão da personalidade. Vitalidade e a confiança necessária para exteriorizar gostos, vontades e sentimentos. Qualquer estímulo que receba, dificilmente ficará retido, existe a possibilidade de reverberar, ampliar e passar para frente, até mesmo de forma impensada e inconsequente. Os movimentos extensos favorecem muito mais a imaginação do que a atenção. (Jamin) Visão panorâmica e dispersiva daquilo que realmente interessa; pouca capacidade de atenção aos detalhes. Falta de atenção ao essencial. Paixão, desordem e indisciplina. (com escrita desigual) Compensação e vaidade exagerada. Egocentrismo. Afetividade exigente e carente. (com escrita desproporcional) Narcisismo. Deseja falar muito mais do que ouvir. Algumas vezes é impossível estabelecer diálogos consistentes, pois sempre se coloca como centro das atenções. Precisa ser notado e elogiado para sentir-se bem no meio em que circula. (Grafologia Expressiva, Ágora) Existem associações com outras espécies que são contraditórias: grande-estreita, grande-invertida, grande-frouxa; resultado da dificuldade de se relacionar, apesar de muitas vezes ter consciência ou saber os motivos disso; o que resulta em ressentimentos e/ou compensações. Quando a primeira letra do parágrafo é o muito maior que as demais: sentimento de superioridade. Exageros de primeira ordem. Espaços entre as linhas grandes. Inclinada com finais caídos. Último parágrafo com dimensão maior que os demais Capacidade de ampliar as energias em trabalhos de longa duração. Tônus, vontade de se expor no final dos trabalhos. Gosto e prazer de realizar, saída de cena com impacto e grandeza. Anseios por deixar a marca pessoal. Compromisso com aquilo que escreve, mesmo que isso seja mentira ou verdade; acredita no que fala. Orgulho desmesurado, presunção naquilo que realiza. Exaltação e vaidade, sonha com projetos impossíveis. Megalomania. Necessidade de aplausos. Afetação e arrogância. Parágrafo com dimensão desigual em relação aos demais A variação do tamanho da escrita ocorre apenas em determinado parágrafo, nos outros o tamanho tende a ser o mesmo. Como a dimensão reflete o sentimento de si, as conclusões são fáceis de serem observadas. No primeiro parágrafo mostra emotividade, intranquilidade ao entrar em ambientes, especialmente os novos. Acusa os estímulos com intensidade, mas depois de recebidos tende a racionalizar e manter a constância, especialmente se a escrita é proporcional com pressão firme. Acusa de imediato as impressões, contudo tende a se estabilizar após isso. Espírito de alerta. Prontidão para agir diante de qualquer situação. Ansiedade e estresse. (com outros dados) Variações de tamanho na zona média. Letras coladas, encavaladas. No meio do texto: Necessidade de reajustes na maneira de atuar, avaliação inicial errônea sobre os estímulos que recebeu. No final: Insegurança a respeito daquilo que executou. Irritabilidade, suscetibilidade e instabilidade diante de quaisquer estímulos. Capacidade para mudar, transformar em movimento. Receptividade e sensibilidade as mais diversas variações do meio ambiente. Fica evidente que seria praticamente impossível colocar todas as combinações possíveis dos parágrafos em um livro, tanto para este gênero como para os demais. Volto a repetir: A via régia da grafologia moderna está na perfeita conjugação das espécies e na maneira como as mesmas se interagem. 07. O parágrafo reflexo – Pressão Baseado na premissa de Pulver “Pressão é a intensidade de energia psíquica" ou na de Torbidoni; que a pressão “Indica a potência da libido, a capacidade de realização e resistência de quem escreve. Na realidade a pressão tem uma relação importante com a constituição psicossomática do escritor”; diversas conclusões são tiradas de imediato quando se observa um parágrafo com a pressão diferente no texto. O gasto ou economia de energia é visto ao longo do texto, assim como a tensão que o escritor enfrenta os obstáculos. Abordaremos apenas algumas variações de pressão, as mais comuns, contudo não deixe de avaliar as demais, pois todas são importantes. Descendente, com pressão frouxa. Pouca capacidade para impor a vontade. Aceitar ordens e contesta muito pouco. Alto nível de preocupação e insegurança em relação as capacidades de realização. Tentativas de defesa do “eu” dispersas, sem que exista um direcionamento. Com isto as tensões e ansiedades de ampliam. Insegurança afetivas de grande monta. Ansiedade. Parágrafo com pressão profunda e/ou em relevo No início do texto: As marcas no papel são facilmente notadas. Está incisão deixa as bordas limpas, bem delimitadas, sem borrões, quebras ou serrilhados. A escrita penetra no papel sem “agredi-lo”. A profundidade é a terceira dimensão gráfica. (Pulver) Normalmente as interpretações da pressão profunda e relevo no início são positivas. Lembre-se que os próximos parágrafos nem sempre são diametralmente opostos ao primeiro e apenas diferentes, como por exemplo, a pressão com variações. Capacidade para fazer frente aos desafios nos contatos iniciais. Caso a pressão seja superficial – a aparência de vontade e energia se perde ao longo das atividades. Força e capacidade de realizar, dinamismo psíquico e físico. Segurança nos contatos e nas decisões. Resistência física e moral, capacidade de enfrentar obstáculos desconhecidos com persistência, determinação e arrojo. Existe o prazer físico em vencer a resistência do papel, assim como ver a vontade triunfar. Autenticidade de valores e atitudes. Profundidade moral, vitalidade; equilíbrio pessoal, psíquico e físico. Carisma, atração pessoal. Capacidade de realização e execução de tarefas complicadas. Boa saúde e motricidade. Forte memória visual. Realização confiável. Não se inquieta ou se transtorna diante de estímulos desconhecidos, ao contrário, quase sempre os responde com constância e precisão. Predisposição para desenvolver competências que comportem rigidez nas obrigações de mandar e exigir. Liderança – com outros traços. Sinal substancial de vontade e indica tendência ao mando, espírito de independência, imposição, autoritarismo e prepotência. (Torbidoni) O último parágrafo com pressão profunda maior que os demais: alto nível de comprometimento com aquilo que afirmou. Quando o tamanho (físico) é menor: simplificação e direcionamento das energias. Pulso firme na ação. Último parágrafo com pressão superficial. Descendente. Pouca energia para enfrentar desafios. Autoestima deficiente. (escrita pequena, descendente, frouxa. A palavra reflexão “desafios” é notada. Parágrafo com pressão superficial e/ou sem relevo, espasmódica etc. A pressão é apenas aparente, praticamente não existem sinais de profundidade no papel. As bordas mostram pequenas variações, alguns serrilhados, etc. Produto de uma personalidade aparente. (Vels) Desejos de conduta produtiva (a pessoa aparenta força criadora que não possui). Pulver. O primeiro parágrafo com pressão superficial indica falta de pulso para assumir atitudes firmes nos primeiros contatos. Falta de habilidade de relacionamento intrapessoal e interpessoal. Pouca necessidade para se mostrar aos demais e fazer valer suas considerações nos primeiros momentos. Insegurança e medo diante dos estímulos para preservar a tranquilidade, principalmente dos mais complexos e/ou múltiplos. Com outros sinais: insinceridade e fingimento, a verdadeira personalidade jamais aparece. Defesa prévia contra possíveis ataques, pouca tenacidade. A interpretação é mais desfavorável com a escrita éinvertida e descendente. Escassa resistência as pressões. Esgotamento físico e mental. Falta de coragem para enfrentar obstáculos. Incapacidade para trabalhar em ambientes que existam pressões, cede logo no início, visando preservar a estabilidade. Pressão variável. Descendente. Texto com várias palavras reflexas. As barras do tt mostram a desproporção entre a capacidade de realização dos objetivos. Alto nível de preocupação para mostrar aos demais que tem valor superior ao que realmente apresenta. As tensões interiores inibem e prejudicam o ritmo. Responde de forma preocupada e tensa a qualquer estímulo. Os obstáculos que encontra, muitas vezes são resultados das próprias inibições. Não tem capacidade para enfrentar exigências de ordem moral e social. Conflitos interiores. Timidez, desejos de se esconder do mundo e dos demais. Sensibilidade aguda para o "EU" e os demais. (Grafologia Expressiva – Ed. Ágora) No parágrafo final: Falta de capacidade para assumir as posições tomadas anteriormente, para responder aos estímulos. Perda de tônus. Senilidade precoce. Necessidade de receber atenções. Medo. Passividade e tentativa de anular ou esconder os sentimentos e emoções. Escassa vitalidade e criatividade. Desigualdades de pressão no parágrafo As desigualdades de relevo, de apoio, fusiforme etc.; são avaliadas. O relevo desigual no primeiro parágrafo mostra insegurança nos contatos. Acusa com tensão e ansiedade os estímulos, assim as preocupações são desmedidas e não sabe trabalhar de maneira adequada. Tensão psíquica e falta de afirmação. Utilização das energias de forma precária, falta de confiança na forma de atuar. Masculinidade e virilidade. (Klages) Responde aos estímulos sem qualquer tipo de padrão. Dificuldade para inserir-se em novos ambientes, principalmente os de trabalho. Emotivo, impressionável. Impulsividade repentina, exageros. Este signo prejudica a qualidade gráfica e, por sua natureza, é patológico. A impressionabilidade é o elemento que domina a vida psíquica, especialmente diante dos primeiros estímulos, na verdade, muitas vezes eles condicionam as atitudes e reações posteriores. Instintividade que tende a escapar o controle da razão. Diante de sensações prazerosas ou desagradáveis, experimenta uma turbação de notável intensidade que perturba a capacidade de equilíbrio e provoca uma reação imediata da mesma natureza das situações que a suscitam. ((Torbidoni) Variações de pressão e direção das linhas. Razoável sucesso na tentativa de controlar as energias e as tensões. Necessidade de mostrar aos demais algumas competências que não possui (tipográfica, invertida, variações de dimensão). O conteúdo do texto fala do futuro. Afirmação de si frente aos demais e ao mundo exterior. Energia vital canalizada, afetividade exigente. Dotado de fortes convicções, tem dificuldades para mudar. Tensão interior canalizada para objetivos definidos. (de acordo com os próximos parágrafos) Capacidade de resistência a qualquer tipo de estímulo. Determinação e decisão diante da vida e dos desafios que surgem em frente. Vontade para manter as posições assumidas. Escrita descendente: Amargura, melancolia. Indolência, abulia e falta de iniciativa. No parágrafo final. Incapacidade de sustentar as posições tomadas com tranquilidade e equilíbrio. Insegurança afetiva. Algumas vezes perde a calma e a serenidade quando as impressões são particularmente intensas. Deixa-se dominar pela ansiedade com facilidade. Desigualdades entre o primeiro e último parágrafo Indicam as mais diversas variações de tônus. Insegurança em relação às posições tomadas inicialmente. Falta de direcionamento nas avaliações dos estímulos iniciais. Deficiências no rendimento. Tentativas (frustradas) para improvisar de soluções e se adaptar rapidamente a pessoas e circunstâncias. Péssima utilização e/ou distribuição das energias ao longo dos trabalhos. Excitação, agressividade, descargas de energias de maneira instintiva, sem que existam motivos para tal. Nervosismo. Irritabilidade e impaciência. Descontrole da impulsividade ao longo das ações. (comparar com parágrafo inicial) Reações exageradas e repentinas aos estímulos, temperamento excitável, facilmente mudado. Passa-se do gesto brusco para o de ternura. Responde de modo aleatório a qualquer estímulo. Instabilidade de humor e incapacidade de realizar tarefas com o mesmo ritmo durante longo tempo. Parágrafo com retoques, ascendente. Ilude-se ao mostrar a imagem de si que não corresponde exatamente à realidade. Reações violentas e inesperadas. Controle de si aparente. Erotismo, sensualidade exacerbada. Resposta deficiente e exagerada a qualquer tipo de estímulo. Canalização deficiente das energias. Responde de modo diferente e dispersivo aos estímulos, principalmente os desconhecidos. Tentativa de ocultar o medo e a insegurança interior. (Knobloch) Primeiro parágrafo com escrita nítida Os contornos são precisos e limpos. A caneta executa o traçado sem “rebarbas”, os traços são bem delimitados e homogêneos. A nitidez provém da constância na direção de cada traço, o tremor alterará a continuidade da direção e a imprecisão da nitidez. (Jamin) A nitidez quase sempre é considerada uma qualidade, escrever deste modo exige precisão e firmeza de movimentos; está intimamente ligada com à limpeza, à claridade e ao relevo; poucas espécies possuem tão bom prognóstico. (Jamin) Para que as bordas dos traços fiquem nítidas são necessárias que as tensões do escritor estejam equilibradas. A atitude interior privilegia a inteligência, a concentração, a sensibilidade cerebral, o estado d’alma é equilibrado e constante. Nítida, organizada e bastante legível. Preocupação em ser leal, franca, direta e principalmente se distinguir dos demais exatamente por estas qualidades. Limpa, nítida, legível, inclinada etc. Segundo Peugeot, nos introvertidos, existe a habilidade voluntária de manter a distância do meio e preservar a independência. Esta interpretação se alia àquela em que a borda dos traços é uma delimitação e trata-se da maneira como nos protegemos, tomamos contato ou nos defendemos do mundo – indica seletividade. Resiste com mais facilidade às influências exteriores, pois não é tão permeável ao meio ambiente que vive, as opiniões são objetivas, lúcidas e mais disciplinadas. (Grafologia Expressiva) Quando os parágrafos iniciais se diferem dos demais pela nitidez, a avaliação é aprofundada. Indica: Precisão, claridade, boa proteção e ajuste ao meio ambiente em que vive. Vida interior e exterior equilibrada, sem conflitos que possam atingir os parceiros e familiares. A razão domina os instintos. Assume deveres, responsabilidades e obrigações para com os superiores e subordinados. Capacidade crítica acima da média, principalmente dos próprios atos. Contatos com o mundo são claros e sem traumas. Boa memória, lucidez mental e juízos. Pensamento claro que é capaz de recorrer aos métodos abstratos e procurar discernir de forma lógica o problema abordado. (Grafologia Expressiva) 08. O parágrafo reflexo - Forma A forma é a parte mais intencional da onda gráfica, especialmente no primeiro parágrafo onde o movimento escritural está calcado no consciente. Ao longo do tempo o inconsciente marca presença. O grafólogo observa com intensidade este gênero, especialmente as estruturas das formas: Formas flexíveis : Com tensão - alternância entre firmeza e adaptação Sem tensão - desleixo, negligência, abandono Escritas estruturadas mostram força de vontade, o excesso de estruturas produz a rigidez, falta de flexibilidade, disciplina, acatamento de ordens. A não estruturação das formas provém de uma falta de liberdade (Gaillat). Formas firmes - Com tensão (ângulos e arcadas): Defensividade, contração. - Sem tensão: Moleza, atitudesestereotipadas. Estas avaliações são feitas em qualquer parágrafo. A função primordial da forma é de Integração, ela mostra a maneira que o indivíduo assimila ou rechaça os ensinamentos que recebe e os elabora de acordo com as necessidades. Trata-se da adaptação ao real que se traduz em uma linha de conduta que nem sempre é aquela que a sociedade espera. Sem dúvidas é a representação de si, segundo a imagem de si, para a imagem do “eu” ideal. A evolução da forma é constatada da seguinte maneira: Aceitação ou submissão à sociedade - caligráfica, convencional. Equilíbrio precário, imaturidade - confusa, desordenada, infantil, imprecisa. Estilização - script, ornada, estilizada, bizarra, tipográfica, Persona. Personalizada - clara, simples sóbria, simplificada, espontânea, rítmica. Parágrafo caligráfico – especialmente o primeiro Submissão, pontualidade e rigor consigo. Educação formal aliada à necessidade de levar a vida com método, polidez, assiduidade e ponderação. Responde com constância aos estímulos que recebe. Disciplina intelectual, calma, apegos e fidelidade aos deveres sociais, seriedade. Desejo de ordem, claridade e precisão. Organização. Equilíbrio, serenidade e seriedade nos mais diversos atos. Valoriza e defende o tradicional, não vê necessidade de mudanças em curto prazo, acha que o já estabelecido é suficiente e no máximo quer vê-lo aperfeiçoado. Respeita as tradições e códigos de conduta. Apego à cultura e sabedoria acumulada ao longo das gerações. Convencionalismo, dificuldade de evolução. Falta de imaginação. A evolução pessoal parou no tempo, aprendeu-se o modelo escolar e não mais se mudou. Aceitação de ordens sem qualquer análise ou contestação. Falta de originalidade. Infantilidade, adepto às rotinas do cotidiano, evita de todas as maneiras mudanças, pois não gosta de surpresas. Monótono e primário nos juízos mais elementares. Falta de aptidão para tarefas que exijam grande criatividade e iniciativa. (Grafologia Expressiva) Redonda, caligráfica, invertida e lenta. Aceita ordens, evita conflitos. Submissão. Natureza compreensiva. Controle e insegurança. “olho de boi” nas letras ovais: necessidade de ocultar o “eu” verdadeiro. Parágrafo Redondo O primeiro parágrafo feito com escrita redonda indica bondade, conciliação, altruísmo. Caso os demais sejam angulosos é indicativo de mentira. A postura inicial cede lugar à agressividade. O grafólogo estuda com afinco a dicotomia ângulo x curva entre os parágrafos de acordo com as teorias de Moretti; ou seja, egoísmo x altruísmo. Responde sem afetações aos estímulos que chegam até ele. Discrição e simpatia no contado com o mundo circundante. Desenvolvimento perceptivo, calma e estabilidade, atenção passiva. Cordialidade e tolerância. Adaptação ao meio sem grandes esforços. Flexibilidade sem traumas. Adaptação instintiva com objetivo de se preservar de conflitos. Reações lentas e sem eficácia diante de qualquer tipo de estímulos. Fantasia e necessidade de ser influenciado. A curva no parágrafo final demonstra a ampliação do espírito de conciliação, deseja finalizar as ações sem conflitos. Parágrafo anguloso - Primeiro parágrafo: Qualquer que seja o caso é indicativo de contatos iniciais diretos, bruscos, sem rodeios nas atitudes. Ressentimento e suscetibilidade. Defesa prévia do próprio EU, reação aos contra-ataques, fácil irritabilidade, agressividade, escassa disposição para aceitar sugestões e observações dos demais. Vontade e, portanto, suas implicações mais significativas se encontram sob o temperamento. Aversão nos contatos com os que o rodeiam e principalmente com desconhecidos. Atitude de prontidão e pouca adaptação ao plano social. As letras tt em forma de triângulos. Vontade de adaptar os demais aos próprios desejos, caprichos ou necessidades. Contradiz e contesta, não se convence o que dizem os demais. Não confia nos demais por temor de ser passado para trás e reage prontamente quando se vê diminuído. A emotividade toma conta do escritor. (desproporcional, saltitante, sinuosa etc.) Obstinação inteligente. Predomínio da razão sobre o sentimento. Tenacidade aliada à coragem física e moral. Disciplina, direito, obstinação. Firmeza e decisão no modo de pensar e agir. Capacidade de mando em funções que exijam iniciativas. Adaptação combativa. As coisas se resolvem pelo pensamento, exclui-se o sentimento. Capacidade de enfrentar o mundo. Energia. Individualidade e rigidez. Liderança autocrática. Com escrita retilínea - Categórico nas mais elementares ações. Parágrafo final anguloso Os estímulos ficam mais do que o necessário, assim como as respostas são mais tensas do que o usual. Conflitos e tensões que levam a falta de adaptação devido aos conceitos rígidos com os quais não trabalha de maneira adequada. Sentimentos de inferioridade, obstinação e ciúmes. Reações agressivas às ideias contrárias. Qualquer observação é tomada como ofensa de cunho pessoal, está sempre “vestindo a carapuça”. Sensibilidade patológica. Reações violentas contra as mínimas críticas. Resposta defeituosa aos problemas relacionados com a vida social e sentimental. Espírito vingativo, inveja. Escrita que mescla ângulos comtraços filiformes no final. O início da palavra se diferencia do meio e do final. Palavras reflexas facilmente visíveis: justo, melhor, gosto etc. Fica ansioso e altamente emotivo diante dos altos objetivos de vida que traça para si. Preocupado em se mostra político e afetivo. Subjetivo. Parágrafo com escrita tipográfica Primeiro parágrafo. O principal objetivo do escritor é se mostrar “belo” diante dos demais. (Vels) Existe o desejo de passar a imagem que considera ideal; gosto por ser notado de forma diferente. Intenção de causar impacto pela diferenciação pessoal ou postura isenta. Bom gosto, originalidade e sentido estético desenvolvido. Capacidade de escolher o essencial para si e para os que o rodeiam. Necessidade de ser claro nas relações, preocupação com a forma, memória visual. Intuição. Vontade de fazer-se singular. Compensação fictícia de complexo de inferioridade; falta de autenticidade. Elevados sentimentos estéticos. Tipográfica, côncava. Concentrada. Necessidade de ter pessoas ao lado. Ansiedade por passar aos demais a imagem de si que considera a ideal. Nos parágrafos interiores Ocorre em uma frase ou até mesmo palavras. O escritor deseja esclarecer determinados pontos ou realçar de modo mais enfático a circunstância. Escrita mais desligada do que caligráfica. Existe a tentativa de ser claro em relação ao que escreve. Com isso a tensão aumenta, a velocidade diminui. No parágrafo final Vontade de esclarecer e ser preciso naquilo que escreveu anteriormente. Afastamento protocolar e/ou impessoal dos demais. Isenção e pouco comprometimento naquilo que escreveu. Bom direcionamento e capacidade de ampliar as energias no final das tarefas. O nível de ambição e realização se coaduna com a própria capacidade. Parágrafo inicial com escrita simples – simplificada Economia dos meios e energia. Integração rápida aos novos assuntos que são apresentados. (especialmente com tamanho físico do parágrafo curto – duas linhas) Triagem e respostas aos estímulos de maneira direta, sem complicações. Inteligência objetiva acostumada à busca da verdade com fins positivos. Capacidade de separar o essencial do acessório. Síntese, modéstia e humildade. Apego aos princípios morais e ausência de complicação. Domínio e fiscalização dos instintos. Sobriedade. Adaptação, sinceridade e economia. Concentração de esforços. Pragmatismo no uso das forças para responder aos estímulos. Atitude vital introvertida. Predomínio da razão sobre a imaginação. (Grafologia Expressiva) Parágrafo final com escrita simples – simplificada Conduta controlada, pensativa, inibida e séria, atitude analítica, atenção vigilante. Habilidade em expor e revelar somente o essencial das coisas. Precisão, concisão e seriedade. Sentido de ordeme bom gosto estético. Evita ser o centro da atenção no grupo em que participa. Atividade mental rápida e ecletismo. O escritor simplifica algumas letras enquanto em outras, tenta colocar alguns floreios. Todavia as barras dos t não deixam dúvidas sobre o nível de ambição. Vai ao encontro dos demais, busca relações sociais de modo intenso. Procura de aprovação de maneira agitada. Assimilação do conjunto e capacidade de síntese. Conduta moralmente clara. Simplicidade, nobreza de caráter, moral, severidade e distinção de modos. Austeridade. Redução da vida ao essencial. Falta de sentido das formas (Klages). Aridez interior. Escassa preocupação com aquilo que considera acessório. Reduz a “objetos” as preocupações e problemas dos demais, tratando-os como coisas que devem ser resolvidas por meio da fria lógica, sem perceber que existem sentimentos e valores envolvidos. Evidente que as interpretações são válidas para todos os parágrafos que se diferenciam dos demais. Compare-os. Parágrafo inicial com escrita complicada – ornada - artificial – extravagante Faz tudo para chamar a atenção, gosta de ser diferente. Vontade de seduzir, envolver. Quer agradar para conseguir os objetivos, já que não possui outras qualidades mais profundas ou específicas Tratamento complicado aos estímulos que recebe, pouca capacidade de triagem inicial. Senso estético. Sentimento de forma, capacidade de representação. Impulso plástico e imaginativo. Talento para organizar, impulso construtivo e sentido de beleza. Destreza manual. Galanteria. Valorização exagerada dos acessórios. Subjetividade egocêntrica. Artificialidade. Gostos mundanos. Desequilíbrios e dissimulações. Ostentação. Pretensioso, pedante e adepto às futilidades e coisas banais. Mitomania. Facilidade para aumentar os fatos, vaidade, exageros e falta de sentido estético. Juízos caprichosos e superficiais. Oposição às regras e costumes da sociedade. Parágrafo final com escrita complicada – ornada - artificial – extravagante Precisa chamar atenção daquilo que realizou, gosto por acrescentar sem que isto seja necessário. Narcisismo e exibicionismo. As respostas aos estímulos são confusas, desordenadas e carecem de sentido prático. Dispersão das energias. Desordem na imaginação. Exaltação, ostentação. Dotes criadores, independência e orgulho. Complicação de caráter. Sentimentos de inferioridade. Atividade anormal de uma ou mais tendência que põe em perigo o equilíbrio interior. (Jamin) 09. O parágrafo reflexo - Velocidade A velocidade demonstra o tempo de reação e a rapidez com que a pessoa responde aos estímulos e resolve os problemas. É fácil concluir, baseado nisso, as características inerentes às variações de acordo com o parágrafo que ocorre. Normalmente a inclinação sofre influência na mudança da velocidade. A velocidade varia em função das emoções, do humor e dos interesses de quem escreve, está ligada à disposição e agilidade de espírito. Funciona como indicativo de inteligência e atividade no trabalho com alto rendimento profissional. Parágrafo com escrita lenta Pulver diz que a lentidão, junto com outros sinais, é indicativa de insinceridade. Assim nos parágrafos iniciais assinala reticência e prevenção. Reflexão defensiva, escassa capacidade de tomar iniciativas nos primeiros momentos. Depois de recebido os estímulos, as respostas necessitam de tempo para triagem. Demais parágrafos com escrita rápida: depois de tomada a decisão a pessoa se lança com impulsividade para as atividades. Lembre-se que falamos de parágrafos reflexos e que os mesmos são diferentes dos demais. Prudência, formalismo. Assimilação lenta, mas com precisão. Responde aos estímulos com tranquilidade e calma, sem atropelos. Modéstia, resignação e passividade diante de críticas. Toma decisões somente após refletir o assunto sob todos os ângulos possíveis. Introspecção, meditação. Atividade mental tranquila, reflexiva e prudente, observação atenta e memória perceptiva. Nas tarefas, ordena, classifica, analisa da forma mais concreta e física, sem modificar ou transformar nada. Os raciocínios se fazem somente sobre o que existe e é possível. Desejos de perfeição. Constrição, freios. (Torbidoni) Pouca capacidade para ver com prontidão e clareza os problemas e situações que enfrenta. Tem necessidade de estímulos das pessoas para completar qualquer tipo de tarefa ou responder os próprios compromissos Incapacidade para prontas respostas ou de atuar em atividades que exijam constantes atividades. Inibição, resistência à interação. Imaturidade psicológica. (com escrita caligráfica) Escrita invertida: Medo de contatos com o mundo exterior. Descendente, pequena: Depressão, tristeza, debilidade de vontade. Caligráfica: Pouca flexibilidade, falta de originalidade. (Grafologia Expressiva) Lenta, caligráfica. Pouca flexibilidade para trabalhar com estímulos complexos. Respeito aos demais nos primeiros contatos. Preocupações interiores. Último parágrafo com escrita lenta A pessoa confere e/ou reflete atentamente sobre aquilo que realizou. Caso os parágrafos iniciais sejam rápidos: freio na prontidão nas reações intelectuais e psíquicas ao longo do tempo. Revalidação. Domínio do impulso inicial em prol da atitude controlada e analítica para reconhecer os dados, necessita intervir para adaptá-los às necessidades próprias e as dos demais. Lentidão nos parágrafos internos: o escritor precisa realizar ajustes ou avaliar as primeiras informações. No penúltimo parágrafo: reflexão antes do encerramento das atividades. Domínio do impulso inicial em prol da atitude controlada e analítica para reconhecer os dados. Tenta adapta às necessidades próprias e a dos demais, contudo nem sempre consegue. Pessimismo. Parágrafo inicial com escrita rápida Responde aos estímulos de forma rápida. Sob o ponto de vista de aptidões indica disposição par a atividades que requerem pronta concepção e execução, rapidez de reflexos, continuidade nas operações e pronta conclusão. Move-se rápido e continuamente para o alcance da finalidade a que ser propõe. (Torbidoni) Contudo, a variação nos próximos parágrafos vai determinar a qualidade das respostas iniciais, pois pode ser apenas “fogo de palha”; o impulso inicial se perde diante da escrita lenta, monótona etc. Capacidade de solucionar problemas em pleno movimento, adaptação prática às circunstâncias do momento. Imaginação ágil, rápida. Reflexos e coordenação. Iniciativa e agitação. Agilidade nas palavras e atos. Espírito empreendedor. Disposição mental, intelectual e física para a ação. Rápida, ascendente. Tensão inicial na quebra das primeiras palavras. Ansiedade ao descreve que “havia completado 18 anos” . Agitação interior, nível de ambição alto. Falta de controle das tensões internas; minimizadas quando atua em movimento. Tarefas repetitivas e monótonas ampliam (as tensões). Boa coordenação neuromuscular que permite responder aos estímulos exteriores. Responde aos estímulos segundo os impulsos, sem a devida avaliação. Incapacidade para refletir, mesmo que por poucos momentos, sobre qualquer assunto. Necessidade imperiosa de resolver tudo na hora. Impaciência, inquietação e instabilidade. Pouca capacidade de observação. Deixa de lado detalhes importantes. Ansiedade. Atrevimento, audácia, agitação nervosa. Parágrafo final com escrita rápida Agilidade ao concluir de pronto, negligência às particularidades. Pouca habilidade para trabalhar com o tempo. (ver espaços anteriores) Quando assume compromissos procura cumpri-los no mais breve espaço de tempo possível, mas sem omitir o essencial para completar o trabalho. (Torbidoni) Dentro dos parágrafos indica necessidade de acelerar aquilo que está avaliando para terminar em tempo hábil. Normalmente as variações nestes parágrafos, assinalam os mais diversos tipos de ajustesdo escritor. Parágrafo com desigualdades de velocidade Contém o ardor, instintos e necessidades conscientes, mediante um esforço de contenção consciente (Vels) – ou a ampliação dessas características, de acordo com o tipo de movimento escritural. R do pequeno rei. Sentimento de inferioridade. Mentira e dissimulação. Mecanismo de compensação. Necessidade de chamar a atenção por motivos de ordem afetiva ou para minimizar as frustrações por injustiças que sofreu (ou julga ter sofrido). Insegurança em relação ao próprio potencial. Ritmo de pensamento superior às próprias pernas (Vels). Insegurança, incerteza, falta de confiança nos contatos com os demais. Insegurança diante de estímulos complexos. Inquietude diante dos estímulos que recebe, falta de habilidade para tratar com os mesmos. 10. O parágrafo reflexo - Inclinação A inclinação é indicativa da necessidade que a pessoa tem de entrar em contato com os demais; como se relaciona com o semelhante e deseja ser tratada, dominada, influenciada ou repudiada. Revela o grau de vinculação afetiva extro/introvertida com os objetos e as pessoas. Parágrafo inicial inclinado A inclinação nas primeiras palavras e no parágrafo inicial mostra a atitude geral de contato com o meio. A validade desta interpretação se amplia quando o lado esquerdo for maior e o direto pequeno. A pessoa deseja ir ao encontro dos demais. A inclinação dos demais parágrafos é que vai determinar a interpretação completa da dinâmica. O parágrafo reflexo é sinalizado pelas diferenças com os demais, nos diversos gêneros. A contenção inicial é observada com clareza na inclinação da palavra hoje . Após o impulso vertical inicial as demais letras se tornam inclinadas. Contatos amenos e diretos (início direto, curvos), embora com desconfianças (finais regressivos). Sensibilidade imediata aos estímulos que recebe; vai ao encontro dos mesmos sem a devida triagem. Como os demais parágrafos são diferentes, normalmente existe a retração do impulso inicial. Audácia, mobilidade, atividade, dinamismo e sociabilidade. Vontade de chamar atenção e marcar presença, exibicionismo (com escrita grande, inflada. Sobressaltada). Extroversão. Influenciável. Falta de reflexão. Agressividade, ansiedade. Necessidade de ser influenciado (Brach). Impulsividade, paixão, espontaneidade, afetividade. Qualquer tipo de variação da inclinação nos parágrafos interiores: tentativa de ajuste ao meio, necessidade de ir ao encontro dos demais com maior intensidade. (se o primeiro for invertido ou vertical – caso seja muito inclinado, a diminuição da inclinação caracteriza a contenção do impulso.) Parágrafo final inclinado O grafólogo observa atentamente os parágrafos anteriores. É normal que no último o escritor tente escrever mais rápido e inclinado para terminar a redação; também é natural um pouco mais lento, pois deseja ser mais preciso no fechamento. Atividade sem freios. Afetividade, amabilidade, ternura e cordialidade. Equilíbrio entre a sensibilidade e a razão; entre o sentimento e a lógica. Agitação nos sentimentos e na estabilidade afetiva. Energia dispersa. Tentativa de se adaptar aos gostos e costumes sociais por interesses próprios. O traço da independência é exagerado. Dicotomia entre a abertura das ovais à direita e a inclinação invertida. Defesa do “eu”. Desconfianças nos contatos. Parágrafo inicial invertido Desconfiança ao receber qualquer tipo de estímulo. Movimento voltado ao passado no qual o escritor se apega para dar início as mais diversas atividades. Introversão. Defesa prévia, controle dos impulsos. Temeroso nos primeiros contatos, nas demonstrações de afetividade e ternura, não significa que não as possua. Renúncia em prol de terceiros (altruísmo). Atitudes reservadas e vigilantes em relação aos afetos daqueles com que convive. Bloqueios para desenvolver as demonstrações de ternura e sentimentos. Capacidade de abstração. Defensividade do capital social. Falta de espontaneidade, reserva, emotividade débil, medo e baixo interesse sexual. Pouca vontade de ser influenciado. (Grafologia Expressiva) Assim como no caso anterior, a variação de inclinação dentro dos parágrafos mostra o reajuste (ou mudanças) do escritor às posições iniciais. Normalmente quanto maior a contenção, mais a interpretação ganha intensidade. Especialmente caso a margem esquerda seja grande. Desigualdade de inclinação. A palavra reflexa filho (aumento da dimensão - ascendente) não é despercebida por olhos mais atentos. Dúvidas e preocupações do dos mais diversos tipos. Tentativas defeituosas de controle entre a intro/extroversão. Parágrafo final invertido Receio daquilo que escreveu. Defensividade e medo em relação ao tema tratado. Necessidade de conferir as ações, por temor ou insegurança. Falta de habilidade para levar com impulso as metas, tantos as próprias como as propostas pelos demais. Reflexão calculada e preocupada sobre tudo que realiza. Desejos de ser consequente. Parágrafo inicial vertical O eixo vertical é sinal da individualidade, a pessoa não toma partido ou demonstra sentimentos. Triagem dos estímulos com isenção. Estabilidade, regularidade, reserva e solidez. Análise imparcial antes de emitir julgamentos. Atitudes aristocráticas e firmeza de intenções. Reflexão, claridade de espírito, controle de desejos e sentimentos. Combinada, traços simplificados. Variações na inclinação das letras – habilidade de sintonizar o ambiente para atuar. Facilidade em adaptar-se a qualquer situação com arte e diplomacia. Capacidade de compreensão de terceiros e do mundo. Adaptação e possibilidade de ajustar as próprias necessidades com as dos demais. Reflete com atenção antes de decidir. Autossuficiência para com a vida e o mundo. Indiferença, isolamento e falso orgulho. Desconfiança e certa intransigência. Egocentrismo. Desejo de ocultar as emoções e sentimentos. Falta de vontade em tomar partido nas questões que lhe são apresentadas. (Com a zona superior é maior: isto ocorre âmbito das ideias). A interpretação no interior dos parágrafos, assim como nos demais casos, está condicionada aos outros parágrafos. Indica um freio ou reajuste para avaliar aquilo que realizou (primeiro parágrafo inclinado ou invertido). Parágrafo final vertical Firmeza para permanecer coerente com as relevâncias e considerações feitas. Predomínio de atitude serena e razoável. Controle da espontaneidade e emoções. Razão domina os sentimentos. Orgulho. Mediador. Habilidade para evitar influências exteriores e terminar com isenção as atividades. Vertical com desproporção entre a zona média e as demais. A tentativa de ser isento é respaldada pela necessidade de ser independente. As hastes indicam ansiedades difíceis de serem eliminadas. Parágrafo inicial oscilante A escrita é chamada de vibrante quando ocorrem pequenas oscilações na inclinação. Sensibilidade capaz de captar com precisão as mais diversas nuances ou mudanças que ocorrem, perspicácia em alto nível. As características tendem a exacerbar quando a desigualdade de inclinação ocorre nas palavras e durante todo o grafismo. (Grafologia Expressiva) Variação de ânimo e atitudes. Aptidão para amar e se fazer amado. Vontade controlada e prudência nos contatos com terceiros. Do mesmo modo que a escrita decrescente, indica experiência de vida. Capacidade de se adaptar às regras e costumes da sociedade. Sentimentos contraditórios. Emotividade exagerada. Luta para conter as próprias emoções (conflito entre o coração e a razão). (Michon) Nos parágrafos interiores a agitação toma conta do escritor após iniciar as tarefas. A interpretação se amplia quando o primeiro parágrafo é invertido. Parágrafo reflexo em várias modalidades. A contenção inicial (pequena, invertida, descendente) cede lugar à escrita inclinada, desproporcional e rápida. Após o escritor tenta voltar à situaçãoanterior. Variações de humor, ajuste defeituoso ao meio. Parágrafo final oscilante Conflitos internos. Insegurança, indecisão e temperamento variável. Incerteza nas tarefas e trabalhos que realiza com terceiros. Ambivalência afetiva. Angústia. Incapacidade de responder aos estímulos que recebe com constância. Dispersivo. A procura de aprovação o leva à insegurança. Emoções bruscas. Insegurança em relação ao que escreveu anteriormente. Falta de coragem para tomar decisões. Capital social em conflitos dos mais diversos tipos. 11. O parágrafo reflexo - Direção das linhas A direção das linhas indica as variações de humor do escritor. Trata-se da vontade em determinada direção. A linha de base na escrita é o eixo em que caminhamos pelo mundo; está diretamente ligada ao controle (e/ou falta) de nossas energias. Primeiro parágrafo retilíneo Firmeza, estabilidade, ordem e controle das tarefas. Recebe e responde aos estímulos sem excitações ou variações de humor. (especialmente com escrita vertical). Vontade de firmeza de caráter. Constância, perseverança e vontade. Integridade social e afetiva. Controle de si e do humor. Adaptação às necessidades da vida. Domínio das emoções. Parágrafo inicial retilíneo e menor que os demais. A contenção se mostra pela verticalidade. Precaução excessiva nos primeiros contatos que não é deixada de lado (verticalidade nos demais parágrafos). Procura isenção, não toma partido. Constância nos primeiros contatos, perseverança, linearidade de conduta em nos compromissos, tenacidade psíquica em perseguir um objetivo por sua finalidade, espírito de sacrifício. (Torbidoni) Maturidade mental. Convencionalismo e rotina. Necessidade de aceitar os fatos para evitar conflitos. Confiança e constância de sentimentos. Firmeza e resistência psíquica, não desanima diante às dificuldades e se empenha ao máximo para superar os obstáculos. Dificilmente se deixa levar pelo entusiasmo momentâneo, avalia com precisão os dados para atingir os objetivos planejados, mantém sempre os “pés no chão”. Nos parágrafos interiores assinala a necessidade de controlar o tônus sejam os demais ascendentes ou descendentes. No primeiro, controle da impulsividade, daquilo que realiza. No seguinte, tentativa de automotivação diante do cansaço ou desânimo anterior. Último parágrafo retilíneo Linear e coerente com os princípios, assume compromissos e faz todo o possível para se conservar a altura do que foi prometido, para não se desmerecer, sacrifica-se ao máximo. Termina os argumentos com o desejo de mostrar isenção. Parágrafo final com características de retilíneo. Traçado anguloso. Resiste às ideias e tentar impor a vontade aos demais. Decidido a perseguir com esforços as metas fixadas anteriormente. Reflexão final; não se deixa levar pelo entusiasmo - permanece na realidade. (especialmente se as anteriores forem por demais ascendentes). Decidido a perseguir com esforços as metas fixadas anteriormente. Reflexão final; não se deixa levar pelo entusiasmo - permanece na realidade. (especialmente se as anteriores forem por demais ascendentes). Primeiro parágrafo ascendente Entusiasmo inicial, responde de pronto aos estímulos; muitas vezes sem a devida triagem. (com escrita inclinada e grande as características se ampliam) Lança-se nos empreendimentos sem avaliar de modo correto os obstáculos e os riscos apresentados. Energia. Ardor e atividade constante, imaginação e fantasia. Boa saúde física. Ambição de superioridade e poder, necessidade de domínio espiritual e intelectual sobre os demais. Espírito empreendedor e entusiasta. Extroversão, excitação. Coragem e combatividade. Capacidade de pronta resposta; tônus à “flor da pele”. (Grafologia Expressiva) Precipitação e inquietação. Delírios de ordem moral, mania de grandeza, os pensamentos são incompatíveis com as reais possibilidades. Possibilidade de períodos de exaltação e depressão. Carece de reflexão preventiva. Caso o empreendimento falhe, a carga de responsabilidade cairá sobre os demais, pois dificilmente reconhece as próprias deficiências. (com parágrafo final descendente) Desequilíbrio psíquico. Exibicionismo e arrogância. Orgulho e ambição desmesurados. Cheio de fervor e euforia, assume compromissos e faz promessas (com sinceridade) sem valorizar a capacidade de mantê-los. (Torbidoni) Nos parágrafos interiores mostra um impulso maior após a avaliação inicial (retilíneo) ou a mudança de atitude (descendente). As variações de ânimo e atitudes ocorrem nos mais diversos parágrafos. Muito mais focado na intuição do que pela lógica dos fatos. Último parágrafo ascendente Confiança e comprometimento naquilo que realizou. Ânimo e vontade. Termina os trabalhos de longa duração com mais energia do que iniciou. Somente a última letra da palavra ou da linha sobe - “O consciente está contrariando o natural de forma contínua”. (Pulver) Disposição para trabalhos que requeiram decisão, entusiasmo e forte carga de energia interior, audácia e também despreocupação. Extremamente ascendente - Falta de noção da realidade, otimismo visionário, ambição desmedida. Impulsividade desenfreada. Energia mal utilizada. Atua com facilidade em trabalhos imprevistos e de curta duração. (Torbidoni) A diferença na direção das linhas é facilmente notada entre os dois parágrafos. Diversas variações de ânimo. Quer marcar presença. Primeiro parágrafo descendente Pouca capacidade de responder com prontidão aos estímulos iniciais. Decréscimo da capacidade de trabalho e falta de energia para enfrentar problemas de ordem moral, física e afetiva. Fácil de se impressionar. Debilidade de vontade. Doenças e esgotamento físico. Indolência, alcoolismo, drogadição. Estresse e fadiga. Depressão, debilidade mental, falta de ambição, angústia e ausência de combatividade. Tristeza e falta de confiança. Conflitos profundos, falta de motivação. Cansaço físico momentâneo por um excesso de trabalho. Mau humor passageiro. A assinatura descendente mostra pessimismo em relação a si, os sujeitos não têm objetivos. Autodestruição. Pressentimento de um fim próximo (Vels). Último parágrafo descendente Falta comprometimento com aquilo que realizou. Perda de tônus em trabalhos de longa duração. Egoísmo, decadência física e mental. Perda de tônus muscular, não é capaz de realizar trabalhos físicos e mentais por longo tempo. Incapacidade de manter-se na ação. Deixa que os outros o substituam em compromissos e responsabilidades. Pode, facilmente, ser vítima dos prepotentes e deixar se condicionar por seus gostos e decisões. Dificilmente chega a ser corajoso e arrojado, mesmo quando se necessita. Pouca aptidão para tarefas que requeiram fervor, entusiasmo, espírito de iniciativa, resistência e autonomia. Necessita de apoio e estímulos contínuos para agir. (Torbidoni) As dificuldades e os obstáculos debilitam facilmente qualquer tipo de resistência e o levam a ceder. Outros tipos de parágrafos Evidente que as combinações são inúmeras, o grafólogo se aplica a conjugação dos parágrafos e suas direções, como por exemplo: linhas côncavas e convexas; sinuosa, imbricadas ascendentes e descendentes, escalonada, em saltos e rabo de raposa. A escrita em leque é considerada como texto reflexo por si. Escrita reflexa. Não só pelas variações das espécies, mas principalmente pela troca de letras por números. A falta de legibilidade amplia nosso leque de interpretações. Reverbera qualquer tipo de estímulo que recebe. Instabilidade e dificuldade para se posicionar com firmeza. Primeiro parágrafo com variações na direção. Euforia ao se avaliar. Barra dos tt alta, alguns dos objetivos são maiores que o potencial. 12. Palavras Reflexas Não há como fugir de Honroth na definição de conceito de palavras reflexas (PR): Chamamos de PR aquelas que, por apresentar uma ou várias alterações locais, de ritmo, das estruturas, erros gramaticais, repetições e ou omissões de letras ou palavras;assim como qualquer errata ou tropeço que delatam uma emoção fugaz ou inconsciente do autor, originada pela associação que evocam nele (autor) a mesma palavra e cujo sentido emocional está em íntima relação com seus problemas circunstanciais ou dominantes (entendemos por ritmo o da fluidez motriz, da forma e da distribuição espacial). (Grafologia Emocional Objetiva. Ed. Troquel. Buenos Aires.) Julio Cavalli, grafólogo argentino, apresenta a seguinte definição: A Grafologia Emocional foi definida por Honroth como o estudo dos acidentes gráficos escriturais ou erratas devidas a alterações emocionais circunstanciais ou dominantes do sujeito. Cada indivíduo registra ao escrever o modo peculiar de expressão psicossomática e os microgestos que formam a personalidade. Características das palavras reflexas segundo Honroth: São PR os signos de admiração, sublinhados, retoques etc. As PR estão intimamente ligadas ao estado anímico do escritor. Expressam o inconsciente. A interpretação leva em conta a carga afetiva. O acidente escritural nem sempre se constitui uma PR. Texto reflexo. Primeira frase direta, sem rodeios. Existem várias palavras reflexas ao longo do texto. A PR “presidi” é retocada com pingos esmagados, demonstra alto nível de tensão em relação a isto. A margem direita é sinuosa: preocupações em relação ao futuro. As pesquisas demonstramque a divisão zonal onde estão as PR trazem inúmeras informações. Colocadas à direita e no meio em torno do meio no sentido vertical, indica que a problemática é anterior e está presente de maneira intensa no escritor. O início do parágrafo “Na Presidência da República farei” é imbricado descendente: maneira inconsciente não acredita que seria eleito presidente na eleição de 2002. Acidente escritural é qualquer anomalia gráfica no impulso do traço. Nem sempre é de ordem emotiva. Algumas vezes o frio, a interrupção da escrita para atender ao telefone são os responsáveis por isto. Novas considerações O termo “novas” talvez não seja o mais exato, pois em sua obra, mesmo de maneira indireta muitas vezes Honroth abre caminhos para diversas considerações. Em nossas pesquisas, agregamos: a) As palavras reflexas mais inconscientes são aquelas colocadas no interior do texto. No início do texto o consciente está presente, a escolha é mais visível, portanto a contradição ou a afirmação do que escreve também está mais presente. b) A palavra reflexa dentro de um parágrafo reflexo é avaliada com mais intensidade do que as PR dentro do texto. A PR dentro do parágrafo reflexo pode ter a mesma gênese do referido parágrafo ou se contrapor a ele: parágrafo ascendente x Pr descendente . Portanto, o significado é estudado de acordo com texto. c) Nas palavras repetidas de maneira constante (mais de quatro vezes), mesmo que tenham a gênese do texto, existe a possibilidade de serem reflexas. Neste caso são excluídos os vícios de linguagem. d) No final do texto, especialmente no último parágrafo ou frase, ou ainda entre as últimas palavras do texto, provavelmente se constitui em um “vazamento ”, confirmado se não existirem outras palavras reflexas ao longo do texto. e) Palavras reflexas por contrariedade Mesmo que as palavras não tenham diferenças grafoescriturais no texto e nas palavras que estão ao redor dela, observei a muitas vezes o escritor coloca palavras dispares de significado na mesma frase ou no parágrafo. Muitas vezes é certo que existem variações nos microgestos , mas o grafólogo não consegue realizar a diferenciação entre elas. Indicam o conflito que a pessoa vive. Normalmente são termos opostos. f) Existem palavras reflexas que são interconectadas ao longo do texto. Mesmo que apenas uma palavra seja a reflexa, ao longo do espaço o escritor, já refeito do choque ao executar pela primeira vez a PR, realiza a segunda sem qualquer tipo de alteração. Quando as palavras são as mesmas a visualização se torna fácil. Contudo muitas vezes o escritor tende a colocar palavras simulares ou que possuam a mesma gênese do texto; nestes casos as interpretações psicológicas das alterações gráficas se ampliam. g) PR reflexas invasoras. Neste caso estão incluídas as palavras que invadem o espaço das demais. O escritor não acusa a expressão da emotividade, sentimento ou estado emocional em determinada palavra; mas ela está gravada no inconsciente. Ao escrever uma palavra na próxima linha, está invade o espaço e corta a palavra. Outras vezes o escritor repousa a caneta em determinada palavra de forma inconsciente. Todavia muitas vezes isto é bastante difícil de ser detectado pelo grafólogo. h) Quanto menos perceptível a PR se apresenta, mais inconsciente é o processo. Portanto no texto ou na frase reflexa, embora inconsciente, o escritor é mais “visível” no meio que transita, expõe as características com mais intensidade. i) Caso o grafólogo encontre uma PR no texto bem definida, é quase certo que existem outras. É muito difícil a problemática situação aparecer se expressão ou ser representada em apenas uma parte do texto. A palavra engenharia se contrapõe à “educação física” – a queda no final mostra a resolução no conflito da escolha. O tamanho maior “física” indica o quanto a dúvida o afligiu. 13. Conteúdo das palavras Ografólogo é obrigado a pesquisar o significado de várias palavras para avaliar corretamente o conteúdo expressivo das palavras reflexas. Evidente que não se deseja aqui a “análise do conteúdo”; mas seria bom se aprofundar neste campo, a união com as PR atinge resultados surpreendentes. O conteúdo das PR é analisado sob o seguinte prisma: Palavras aleatórias que aparecem no texto. Palavras ligadas à profissão. Palavras inerentes a determinados grupos. Palavras de acordo com os sentimentos do autor. Mesclas dos itens anteriores. Palavras aleatórias que aparecem no texto Pesquise com profundidade o aparecimento de determinadas palavras que são avaliadas em termos grafológicos e em conjunto com o significado. O nível de vivências grafológicas deve ser grande para encontrar exatamente o porquê a PR aparece em determinado ponto do texto. Não é de todo difícil, pois com experiência e a conjugação dos gêneros, margens, parágrafos etc.; em muitos casos a conclusão é imediata, especialmente se conhecemos algo do escritor. Todavia tome cuidado para não criar “links” inexistentes. Como por exemplo, uma candidata que escreveu a palavra greve, dizendo que era contra; a palavra era descendente. Na verdade, a contradição não existia, poucos momentos antes da entrevista, passou no meio de uma greve de policiais. Palavras ligadas à profissão Apenas lendo o texto e sem que a pessoa se expresse, defino a profissão do candidato pelas palavras que escrevem. Termos ligados à área econômica, educacional, militar etc.; são facilmente visíveis. Mas cuidado para não se aventurar demais, o caráter multidisciplinar das profissões leva o engenheiro a ser chefe de RH, o médico a ser administrador hospital e assim por diante. Existem também palavras que são comuns a várias profissões e, portanto, nem sempre conseguimos precisão. Quando a PR no sentido grafológico se ajusta ao da profissão, fica mais fácil de ser avaliada. Palavras estranhas, novas, mesóclises etc.; indicam várias características pontuais. Palavras inerentes a determinados grupos. O fato de pertencer a determinado grupo também sinaliza características ligadas às palavras reflexas. Até mesmo em casos de termos específicos de determinadas regiões do Brasil. Um contador nascido no Ceará, muitas vezes vai utilizar termos gaúchos por ter vivido no RS. As vivências influem na maneira que se escreve e como as PR aparecem ao longo do texto. Cuidado para não cair no terrenoda especulação e invenção. Palavras de acordo com os sentimentos do autor O autor coloca palavras, verbos e adjetivos com certa intensidade. Está muito ligada à profissão e grupo, mas nem sempre. Existe o vendedor que encara a profissão como “uma guerra sem quartel; no qual é preciso conquistar novos clientes e vencer os concorrentes até o último tiro de fuzil”. Normalmente encontro textos de pessoas religiosas nos quais as palavras Deus, amor, etc. aparecem com grande frequência. Nas escritas de militares são comuns palavras ligadas à agressividade. Mas sempre as observe de acordo com as características grafológicas. Aqui a dicotomia curva/ângulo é bem avaliada. É possível, mas difícil que a frase do vendedor proativo seja frouxa, descendente etc. O próprio estado de espírito não permitiria escrever com tal intensidade, a menos que fosse cópia. Mesclas dos itens anteriores Existem mesclas dos vários tipos anteriores. Mas repito, não tente fazer disso adivinhação. Procure as PR de modo sistemático, de acordo com determinada linha de raciocínio. Pessoas que gostam de mandar, liderar, chefiar usam verbos impositivos, diretos. As que necessitam agregar, agradar convencer: palavras de conciliação. Contudo isto dito acima é apenas uma orientação e não lei fixa, pois a pessoa em certos momentos está simplesmente mentindo. É comum que as pessoas quando solicitadas a colocarem seus defeitos na redação escrevam palavras como “perfeccionista” e “por demais responsável” como tal. Texto reflexo. O conflito está estabelecido de maneira intensa. Observe as palavras homens, Senhor, preocupações, Corações, Cristo Jesus . Concluímos que se trata da problemática ligada ao campo religioso. Outros estudos Embora o estudo do psicólogo James E, Pennbaker não esteja ligado à grafologia e nem aos de palavras reflexas, devem ser estudados com especial atenção. As considerações do autor são facilmente assimiladas pelos grafólogos e levadas para o arcabouço grafológico emocional. As pesquisas de Pennbaker se iniciaram em 1997 na Universidade do Texas, em Austin, Estados Unidos. (Ver artigo na revista Mente e Cérebro, 202; novembro de 2009. Ed. Duetto) Por meio de programas de informática o pesquisador procura frases ou palavras que estão ligadas às emoções. Evidente que o método é controverso e existem inúmeros críticos. Para o Pennbaker pequenas palavras como “nós”, “um”, “todos” etc.; permitem inferências a respeito do autor. Os grafólogos americanos dão especial importância ao estudo do pronome I, eu em inglês. Nos estudos de PR notei diversas distinções entre o tamanho das palavras, é fácil concluir que as mais fáceis de serem observadas são aquelas com maior quantidade de letras. Contudo a carga inconsciente certamente é mais fugaz nas palavras com poucas letras e, por isso, mais importantes, por utilizar menor quantidade de espaço (teoricamente). Pennabaker estudou o discurso de vários terroristas e encontrou inúmeras palavras hostis. Diz o autor que a alta quantidade de pronomes “eu” indica egocentrismo. Em minhas pesquisas centrei especial atenção àqueles textos escritos que referem a si mesmo na terceira pessoa: “Joãozinho era um menino”. Normalmente ficam ligadas ao passado do qual tem dificuldades para se livrar. Os estudos de Pennbaker precisam de maiores avaliações para serem agregados de maneira científica e estatísticas à grafologia emocional expressiva. Trata-se de um caminho bastante promissor, todavia o grafólogo sempre se pauta pelas bases científicas, qualquer que seja o estudo. No início do texto existe uma palavra reflexa. Os sentimentos de inferioridade se notam no terceiro parágrafo (início com letra minúscula). Ampliando os horizontes da grafologia No livro O que é grafologia. (Ed. Brasiliense), relato o diário da adolescente de 16 anos que na década de 20 ganhou no meio de ano o material para fazer o enxoval e esperava terminar de bordar a primeira colcha no final do ano. Não existe mais essa menina nos dias de hoje. Os impactos das transformações na sociedade são enormes e rápidos; para compreender isto o grafólogo precisa estar inteirado destas transformações. Não se trata de fazer sociologia barata, ao contrário, estudar os movimentos que ocorrem na sociedade sem fazer julgamentos e analisar os impactos na escrita é obrigação de todos os grafólogos. Parece complicado, mas creio que não. Moretti no livro “La passione predominante. Grafologia differenziale”.; faz amplo estudo das características psicologia do ser humano. Embora escrito há mais de 50 anos, os estudos são de interesse do grafólogo. As doenças modernas, estresse, ansiedade, agorafobia, síndrome do pânico etc.; são estudadas não somente no sentido psicológico e sim grafológico. Muitas transformações sociais, como casamento de pessoas do mesmo sexo, outras que desejam viver sozinhas, adultos que moram com o pais etc.; toda esta dinâmica é acusada na escrita. O impacto visual é considerado, na década de 40 e 50 os telefones e carros eram pretos, a geladeiras brancas. Hoje na tela do computador o adolescente tem 16 milhões de cores e um novo vocabulário para se comunicar. O grafólogo que não compreende este impacto na escrita, certamente não irá realizar o perfil grafológico com precisão. Portanto, é natural, essencial e obrigatório que realizemos a revisão constante dos conceitos dos grandes mestres para adaptá-los aos dias atuais. 14. Anomalias gráficas Honroth descreve várias condicionantes do movimento escritural. Acredito que somente após alguns anos de experiência e com supervisão, o grafólogo fará a leitura da grafologia emocional expressiva de forma completa em todo o texto; muito embora isso seja feito com relativo sucesso desde os primeiros estudos. A experiência neste campo mostra que as mulheres são mais curiosas e aptas para desenvolver o tema. Segundo Honroth: Os transtornos de qualquer índole – psíquica ou muscular – trazem alterações na continuidade do traço. Titubeia a mente, titubeia a mão. Qualquer choque emotivo altera a modulação das letras, a arquitetura gráfica. Honroth faz um extenso estudo das anomalias gráficas em consequência do choque emotivo. Modernamente optei pelo estudo das deficiências de continuidade para começar a estudar este tema. Escrever é um ato que depende da contração harmoniosa dos músculos da mão, determinados pelo planejamento e programação prévios. Assim mesmo é necessária a imobilização dos ombros para o estabelecimento do tônus postural, que tem por finalidade corrigir o desequilíbrio criado pelo movimento. (Serratice e Habib) A ativação dos músculos agonistas que seguram o lápis e a ativação dos músculos antagonistas que moderam o gesto, permitem o ajuste grafoescritural constante. Qualquer interferência vai causar variações no traço. Variações de direção e inclinação. Introversão, mas ligada ao impulso de ir ao encontro dos demais. Desta forma: ansiedade e preocupações. A escrita é um movimento original e ao mesmo tempo pendente, topocinético e morfocinético. Pendente por causa dos ajustes musculares. Movimento topocinético porque a folha do papel é um objetivo espacial, topográfico que solicita um enfoque visual e motor. Movimento morfocinético porque a escrita é o resultado de uma representação detalhada no cérebro de todos os parâmetros que a determinam. Portanto as deficiências de continuidade têm origens motoras ou cognitivas (ou ambas). “Titubeia e mente, falha a escrita”. (Honroth) Deficiências de continuidade. (Grafologia Expressiva. Ed. Ágora.) Fragmentada As letras são formadas por dois ou mais traços separados, ou seja, quebrados. A descontinuidade ocorre na própria letra, o impulso de realização é cortado antes que uma letra se complete; revela a dificuldade que o escritor tem em completar ou responder a um estímulo com presteza. Trata- se de uma forma de inibição do traçado. A escrita totalmentefragmentada pressupõe problemas psicomotores dos mais variados tipos. Separação das letras ovais As ovais das letras “d” e “g” são separadas do traço seguinte. No primeiro caso, de acordo com Trillat, dissociação entre os elementos masculinos e femininos da psique. Nos adolescentes indica permanência de características infantis. Vulnerabilidade afetiva em várias intensidades. Alguns autores falam de conflito entre o anima e animus do escritor. No segundo, necessidade de separar a vida afetiva da social. Para Michon, necessidade de se levar por certos instintos parasitários. Na letra g, a pessoa deseja “separar” a vida sexual da afetiva, social. Especialmente se a pressão for pastosa, lenta e invertida. Desligada, combinada. Variações de inclinação ao longo do texto. A necessidade de sintonizar o meio ambiente para agir, cria os mais diversos tipos de tensões e ansiedades. Preocupações com o ser humano. Fragmentada. Exageros nas interrogações. Habilidade e dom gráfico. Cultura. Combinada com ligações desiguais. Controle pessoal ao mesmo tempo em que a emotividade está aflorada. Ligações desiguais Existem variações na continuidade das ligações ao longo do campo gráfico. A escrita pode começar ligada e terminar desligada ou vice-versa; ser ligada, agrupada e depois desligada, etc. Toda irregularidade revela emotividade. Estas variações ocorrem devido ao aumento ou diminuição da velocidade, pois em condições normais a velocidade tende a crescer de acordo com a seguinte ordem: fragmentada, desligada, agrupada, combinada-ligada, hiperligada. A avaliação leva em conta a rapidez do movimento gráfico. Pequenas irregularidades de continuidade matizam e enriquecem a personalidade; grandes, chegando até as discordâncias, mostram a falta de estrutura da personalidade. Vacilação. Contatos sociais defeituosos. Instabilidade e falta de firmeza. Insegurança. Processos intuitivo impreciso, defeituoso. Indecisão, contatos conflitantes com o mundo circundante. Inibição. Dispersão. Sensibilidade, criação e intuição. Capacidade de assimilar coisas e fatos de maneira precisa e rápida. Habilidade em realizar contatos com pessoas. Lapsus de coesão Termo criado por Augusto Vels, mas também reivindicado por outros grafólogos europeus, para definir exageros entre a interrupção de um traço final e o início de outro, os espaços deixados entre eles são bastante anormais. O grafólogo Jaime Tutusaus fala com razão que os lapsus de coesão deveriam ser estudados no Espaço; ao contrário da escola francesa que o trata como deficiência de continuidade. Tendemos mais para a primeira interpretação. A mudança amplia muito mais o significado. Trata-se da retração que prejudica o ritmo da escrita. A interpretação vai desde a simples timidez até a mais forte inibição. Nestes casos a espontaneidade fica reduzida. A escola francesa denomina este tipo de escrita com o Trouée. Emotividade contida. Detenção reflexiva. Prudência. Necessidade de variar planos ou projetos (desejos de aperfeiçoamento). Frequentes abstrações. Capacidade de produzir “insights”. Comportamento torpe e inseguro. Movimentos inconscientes inibitórios. Vergonha, timidez e complexo de inferioridade. Ansiedade e angústia. Medo de expor ideias quando chamado de surpresa. Retocada Em uma letra, ou partes das letras, são colocados certos traços. O retoque na assinatura é observado com bastante atenção. Retoques finais feitos com discernimento são signos incontestáveis de claridade, método e busca do melhor. (Jamin) Sob o ponto de vista psicanalítico o retoque é a correção de um “ato falho” segundo as teorias de Freud (conflitos entre o impulso subconsciente que quer manifestar-se no lugar da intenção consciente). O retoque executado na acentuação revela tensão psíquica em altas doses. Na PR o retoque mostra a preocupação com que o escritor tem em relação à palavra; é por demais importante para ele, por isto volta e retoca a letra. Quando toda a palavra é retocada, normalmente trata-se do ponto central em torno do qual a problemática da pessoa gira no momento. Eficácia, escrúpulos, precisão e rigor. Seriedade, prudência e atenção. Desejos de claridade. Capacidade de observação. Cortesia. Espírito de seleção. Os estímulos tendem a ficar mais do que o tempo necessário. “Ruminação mental” (Desurvire). Nervosismo. Falta de concentração. Vacilação, dúvidas. Caráter inseguro. Escrúpulos e sentimento de culpa. Irritação, depressão, ansiedade e desequilíbrio psíquico. Impaciência. A palavra papel demonstra a preocupação da atriz. Além de toda retocada é descendente. A palavra grande assinala o interesse, não só pelo tamanho grafológico, mas também pelo conteúdo – no caso a desproporção colabora com o caráter emotivo do momento. A verticalidade está presente na escrita. O traço para cima (se afastando do corpo, é sinal de representação). As barras dos tt ascendentes indicam a energia com que conduz as ações. As palavras reflexas colocadas no meio do texto e na margem direita (papel) assinalam a problemática imediata e que está presente, dominando o momento da escritora. Diferença entre retoque e correção Andrés Meyniel Royán, no livro “Tratado de Grafocrítica”, faz a distinção entre retoque e correção, sendo que o primeiro não produz necessariamente modificações no significado das palavras, por mais que se altere o significante. Embora a linha entre as correções e os retoques seja, de certo modo, tênue, o grafólogo avalia com intensidade pois se trata de provável PR. Ligação espacial Ligações espaciais ocorrem quando no traço de fuga (fínal da letra ou palavra) e o início da próxima letra ou palavra existe uma linha de conexão imaginária. Os americanos chamam de “airstrokes”. Grafólogos franceses de “liaisons dans l’espace”. O termo “traços aéreos” ou “traços no ar” possuem maior precisão em relação ao francês. Autonomia, ação direta, contato imediato com a vida e com o presente, sem revelar a causa ou objetivo específico. Traço fino e limpo: ação laborada de modo intelectual. No traço pastoso existe a carga de ansiedade que faz com que o escritor fique mais na imaginação do que na verdadeira intenção. O aumento da velocidade torna mais fino o traço de ligação. Honroth chama de ligações imateriais e a divide em dois tipos: Diretas - o movimento tende a ser simplificado, orientando-se por uma linha reta. Indiretas - o movimento é mais complicado e difícil de ser observado. Pontilhada e em bastão Mais difíceis de serem encontradas. Estão relacionadas ás patologias. As letras são formadas por pequenos traços ou pontos - normalmente evidenciam inteligência medíocre, fadiga, falta de tônus vital, ansiedade, deficiência de emotividade. Senilidade e decrepitude. Problemas respiratórios e circulatórios. Doenças nervosas e falta de coordenação motora. Caráter indeciso e vacilante. Sacudida As letras são ligadas por meio de gestos bruscos, mal estruturados, com desigualdades de forma, de direção e, sobretudo de tamanho. Os ângulos se sobrepõem às curvas, aparecem torções aleatórias etc. Não é um traço ocasional ou imprevisto, expressa estados inibidos permanentes, agitações nervosas e perturbações motoras. Desligada, descendente. As torções indicam dor, sofrimento, ansiedade. O conteúdo das palavras escritas acompanha o traço. Defensividade e atitudes evasivas. Finais regressivos. Números no lugar de letras. Não existe equilíbrio entre as pulsões e a realização. As tensões internas estão presentes de tal maneira que impedem que o indivíduo tenha fluidez nos contatos e relações. A emotividade está sempre presente, assim é natural que os conflitos ocorram constantemente e assim muitas vezes se alimentam por si. O grafismo sacudido nos dá a impressão que a pessoa está em constante choque com o campo gráfico, por assim dizer, com o mundo circundante e pior, internamente, em eterno conflito. Ocorre em pessoas com alto nível de estresse, casos de fadiga,doenças ou até mesmo senilidade. Estresse nos mais diversos níveis. Tensão, energia, mal canalizada. As letras são coladas ou se chocam entre si; os franceses a chamam de “Télescopée”, conceito similar ao “Adossata” da escola italiana. Torções, tremores, sacudidas e traços inacabados. Descendente. Concentração de esforços. Necessidade de simplificar. Suspensa No interior ou no final da palavra, parte da letra é suspensa, ou seja, sai da linha de base, o final da palavra é inacabado. Para Jamin é um modo de duas espécies reunidas, a inacabada e a inibida. Na maioria das vezes se trata de um signo negativo, contudo temos que avaliar o ambiente gráfico para conclusão final. Os finais suspensos em arcadas normalmente são negativos. Um dos mais notáveissignos negativos da escrita suspensa é a “unha de gato”, que ocorre principalmente na terceira pena da letra m. Variações de pressão, tamanha e velocidade. Gestos sóbrios com largos ao longo da escrita. Traços de mitomania. Barras dos t altas. Emotividade, necessidade de traçar altos objetivos. Quer independência em tudo que realiza. Pouca espontaneidade. Desconfiança instintiva. Pudor, prudência nos contatos afetivos, sociais e profissionais. Apreensão diante de novos estímulos ou desafios. Sentimentos delicados. Inibição nos contatos com o exterior. Mentira, dissimulação das intenções. Falta de escrúpulos. Medo, insegurança. Incapacidade de completar de modo adequado aquilo que iniciou. Inacabada A escrita inacabada se caracteriza pelo traçado incompleto das palavras, das letras, dos acentos, das barras etc. Diferenças entre a escrita suspensa e a inacabada : a primeira se manifesta pela brusca interrupção dos movimentos. A segunda o movimento não termina desta maneira, o gesto, por assim dizer, se dilui no traçado e ocorre em todo o campo gráfico. Algumas vezes as duas espécies aparecem juntas no mesmo grafismo, que quando é pequeno, lento, sem relevo etc., resulta em síndrome de inibição. A omissão dos pingos no i, falta do til, das barras dos t, deve ser considerado como traçado inacabado. A velocidade da escrita deve ser sempre levada em conta, pois muitas vezes ela se torna precipitada, cujos finais normalmente são inacabados e quase nunca suspensos. Os traços inacabados ocorrem no início da palavra, no meio e no fim, sendo que em cada caso as interpretações sofrem pequenas mudanças. Interpretação: Indecisão, ação sem direção. No início das palavras: Indeciso antes de iniciar as atividades. No meio das palavras: Inseguro durante o desenvolvimento das atividades. No final das palavras: Insegurança para saber se aquilo que realizou é certo ou não. As interpretações mais comuns: indecisão falta de precisão, pressa, visão superficial, pouca profundidade naquilo que realiza, mentira etc. Incapacidade para responder os estímulos de forma completa. Falta de qualidade no trabalho. Descendente, pontos cegos ao longo do texto. A nota musical é facilmente visualizada. Vaidade intelectual nem sempre demonstrada abertamente. Torções O traçado sofre os mais variados tipos de desvios ao longo da palavra. Dor, sofrimento, angústia, ansiedade. Adaptação conduzida de modo inconsistente. Ajuste de conduta realizado de modo espúrio. Tensão interior, falta de flexibilidade. A fluidez do ritmo é contida neste tipo de traçado. Energia canalizada de forma inadequada. Soldas Após terminar o traço de determinada letra, o escritor tira a caneta do papel e depois volta a colocar no mesmo ponto onde parou. Muitas vezes a escrita parece ligada; são chamadas de falsas ligações ou reenganchadas. Falta de agilidade, mentira, dissimulação. Lentidão, fadiga. Pouca coordenação dos movimentos. Hesitação. Necessidade de manter as ideias e apresentá-las de modo coerente. Falta de autenticidade. A primeira seta mostra o medo de “enfrentar” o futuro. A palavra “melhor” se distância e a “mundo” tem a dimensão menor. Todas mostram a ansiedade do jovem. Vontade: a maioria das barras dos tt é ascendente e voltada para direita – todavia o potencial nem sempre é igual ao que mostrar. Outros detalhes - Traços inúteis As letras trazem pequenos traços colocados de forma repetida. Em geral são gestos de correção e colocados de forma espontânea. Capacidade de reagir vivamente, vivacidade e controle simultâneos, inibição e imaginação. Entusiasmo, a barra ou traço serve como uma espécie de freio nos impulsos. Quando o traço acontece nas letras iniciais - controle de reações e impulsos, inibição voluntária. Soldas, tremores, variações de pressão. Retoques, traços sobrepostos. Falta de flexibilidade diante de estímulos complexos. Traços sobrepostos Após realizar o traço, o escritor volta sobre o mesmo de maneira idêntica, muitas vezes não se perceber isto. Esta volta ao mesmo local indica um freio, o controle naquilo que o escritor realiza, a necessidade de conferir, de voltar para trás, de desconfiança. Repressão da espontaneidade. Desejos de encobrir aquilo que fez, quer por medo, quer por insegurança. Mentira. Traços sobrepostos. Mescla de escrita tipográfica com caligráfica. Letras encavaladas. Palavra reflexa: “interesse ” – crescente. Letras encavaladas A letra seguinte em vez de ocupar seu espaço, é realizada em cima da letra anterior, passando por cima da mesma, encobrindo-a. Chamamos de letras encavaladas, termo criado para a língua portuguesa. Certamente inibem o ritmo da escrita. Estes traços muitas vezes aparecem na escrita confusa. Sentimento de culpa e autopunitivo. Gasta energia de forma inadequada, necessita esconder as inseguranças e medo encobrindo aquilo que fez ou disse anteriormente. Sinal de dissimulação e mentira. Todo traço que encobre o anterior, a priori, não é encarado como sinal grafológico de qualidade. Letras encavaladas. Traços confusos. Saltitante. Desconfiança, autoestima exagerada, defende-se de qualquer estímulo que recebe. Conflitos internos. Agitação psicomotora desordenada. 15. Curva do ânimo A originalidade da obra de Honroth está na maneira como desenvolve vários conceitos a respeito de considerações feitas anteriormente por grafólogos europeus. A curva do ânimo é um deles. Na realidade a combinação das perspectivas entre as palavras e a direção das linhas é de espantosa simplicidade, mas ainda pela eficácia com que é avaliada na escrita. É um conceito brilhante. Na curva de ânimo vemos os mais diversos conflitos. Segundo Honroth ela mostra traços da personalidade que o escritor não consegue exteriorizar. Curva do ânimo - Honroth Mudança de rota Reação com ânimo desalento constância de ânimo – manter em cena Entrar em cena desenlace sem ânimo recuperação Reação Mudança de rota O esquema de Honroth ampliado é fruto de observações que realizei durante anos de pesquisas. O entorno da palavra reflexa é de especial consideração quando realizamos este tipo de avaliação. Os espaços dizem muito sobre o entrar e sair de cena; assim como as zonas superiores e inferiores das palavras. O exemplo fácil de ser observado quando determinada palavra se constitui em “ilha do ego”. Os espaços ao redor da palavra não a torna de imediato PR; mas é evidente que existem grandes possibilidade de ser uma PR por isolamento espacial, mesmo que não sofra variações em relação às demais palavras no texto.Nas ilhas do ego o espaçamento é grande, mas levamos em conta os quatro quadrantes do espaço, em especial o anterior e o posterior que nem sempre são iguais. Curva do ânimo – Esquema ampliado Linha superior da escrita - entorno da palavra reflexa Mudança de rota 1 4 Reação 7 10 constância de ânimo – manter em cena 2 5 8 11 Reação Mudança de rota Espaço anterior 3 6 9 12 Espaço posterior Início PR Término PR Enriquecimentos Enriquecimentos Linha inferior da escrita - entorno da palavra reflexa A experiência nos mostra que a maioria das palavras reflexas é simples e não tem complicações exageradas. Nossas estatísticas mostram que mais de 70% das palavras têm origem na zona média e zona inferior, de forma mais específica nos campos 2 e 3 da figura na página anterior. No traço final esta percentagem se dilui, contudo parece existir potencial bem maior na zona média (11) e depois na inferior (12); mas ainda é preciso maiores informações e aprimoramento da metodologia. (considerando, tamanho, direção, pressão etc.) Exemplo Existem diversas controvérsias onde começa e termina a letra. Alguns autores consideram somente o corpo da letra; outros, o traço final. O grafólogo avalia os dois sentidos e chegar à gênese do traço para melhor compreensão grafológica. As duas elipses verticais mostram onde a palavra se inicia e termina. A PR que se inicia na zona inferior demonstra que os processos inconscientes estão presentes em maior intensidade. Por exemplo; o traço inicial da PR começa em 3 termina e 12, é provável que esteja arraigado no consciente do escritor da forma mais intensa possível; é difícil que o mesmo tenha percepção daquilo que está internalizado. No traço final executado na área 9, a problemática está voltada para o passado, pois o traço é regressivo. Os interesses inconscientes estão voltados para si, o instinto apropriado, que deseja reter, segurar é notado no traço. Finais curtos e inibidos mostram precaução, medo, insegurança, redução do impulso, especialmente se o espaço em branco para a próxima palavra for maior. Finais curtos com PR estreita – constrição d’alma, estreitamento da consciência. Final longo na direção horizontal – ver traço do subjetivismo. Traço para dentro da letra em linha reta (8) – autopunição, sentimento de culpa. Traço inicial na zona 6 – problemas ligados à esfera sexual. São centenas de combinações, os mais diversos tipos de traços são avaliados. Estudo dos espaços Espaço anterior a PR grande Reflexão antes de entrar em cena; medo, ansiedade, tensão, angústia, preocupação exagerada, necessidade de evitar a carga emocional que a PR carrega consigo. Tentativa de controlar os processos conscientes, o inconsciente sabe aquilo que tem pela frente e o evita. Ânsia por prever aquilo que vai realizar. Espaço anterior a PR pequeno Entrar em cena rapidamente, capacidade para enfrentar de a situação emocional revelada pela PR – principalmente se a PR for ascendente e animadora. Os processos inconscientes se afloram om intensidade maior intensidade, especialmente quando está sob pressão. A letra a indica a “ilha do ego”. A palavra “fria” que vem depois é escrita de forma ascendente. Gosto por impor as ideias de maneira desordenada e criar conflitos ao redor para ser notado. Ângulos B de Moretti nas letras ovais: ressentimentos profundos. Letra g em forma de triângulos, liderança por imposição. Despotismo doméstico (Singer). Vontade de acentuar o contraste e criticar de maneira intensa. Espaço posterior grande Tentativa de se afastar da carga emocional contida na PR. Reflexão interior, medo e insegurança de continuar. Prudência defensiva, distanciamento afetivo do objeto. (Honroth) Aversão. Repressão. Espaço posterior pequeno Vontade de continuar rapidamente para resolver ou ruminar os sentimentos contidos na carga emocional da PR. Escassa consciência daquilo que a PR possui, embora a mesma afete o escritor de inúmeras maneiras. Pouca reflexão interior, medo e insegurança de continuar. Pouca capacidade de previsão. É óbvio que o grafólogo necessita conjugar as distâncias que as palavras reflexas têm com as demais em volta da mesma. Espaço anterior a PR grande X Espaço posterior grande Isolamento, tentativa de confinar as emoções e a problemática da PR. Reflexão, necessidade de justificar interiormente a situação que vive. Espaço anterior grande X Espaço posterior pequeno Depois da reflexão inicial, do medo, da insegurança; uma vez trazida da realidade concreta (palavra escrita); o escritor precisa continuar ou descarregar os sentimentos apresentados. A tomada de consciência é mais evidente. (embora nem sempre perceptível em termos de autoconhecimento) Espaço anterior pequeno X Espaço posterior grande Por um lado, não existe a reflexão inicial, a carga da imagem antecipadora é rapidamente descarregada na PR. O escritor se afasta das emoções que a PR contém. Este distanciamento muitas vezes chega até a desagregação, especialmente quando o espaço posterior se torna um lapso de ligação. Descendente. Orgulho pela 7ª edição. Preocupação com a “realidade literária”. Refinamento de atitudes, conciliação e observação da vida por outros ângulos. Espaço anterior pequeno X Espaço posterior pequeno A reflexão é pouca, a imagem antecipadora que se faz presente de forma imediata conduz o escritor e assim os processos inconscientes estão presentes com maior intensidade. O escritor precisa da realidade para descarregar as tensões. Desproporcional. Com isto a falta de precisão naquilo que realiza se faz presente. Emotividade e impulsividade desordenadas. A bolha ao redor da palavra reflexa é demonstrativa do espaço ao redor da mesma, contudo não existem limitações neste espaço. Muito embora o branco possa dominar, não exclua a invasões de outras palavras: a PR ao ser escrita pode invadir a zona inferior e até outras zonas da linha de cima ou da linha inferior. Após ser escrita, a PR muitas vezes sofre invasões das palavras que são grafadas posteriormente, quase sempre na linha inferior. Tendência animadora e deslocamento linear Estabelecidos os espaços ao redor da palavra temos que no deter em uma das mais originais descobertas de Honroth. O ato de escreve se inicia de como ação consciente e na medida em que avança o espaço gráfico o inconsciente toma conta do gesto grafoescritural. No ato pensar-escrever existe tensão emocional que se libera ao longo do texto, todavia o desejo é escrever de modo mais fluído possível, desta forma as palavras reflexas, as vacilações, os lapsus calami, são todos produtos do inconsciente. Para Honroth Pa - palavra emocional com tendência animadora Pd - palavra emocional com tendência desanimadora Da – deslocamento ascendente Dd - deslocamento descendente Pa Da Pd Dd Nos dois casos ocorre a concordância no estado emocional. Por exemplo, a palavra alegria é ascendente no primeiro caso. A palavra tristeza é descendente. Pa - palavra emocional com tendência animadora Da – deslocamento ascendente. A “urgência” existe naturalmente.Pd Da Pa Dd Aqui existe a contradição entre os estados emocionais. O conflito já se estabeleceu. Quando se escreve tristeza a palavra é ascendente, e alegria é descendente. As reações são duvidosas. Pd - palavra emocional com tendência desanimadora Dd - deslocamento descendente. A direção da palavra final é agravada por ser em forma de cola de zorro. O retoque mostra a importância dada ao pai. PR – “sofrida”. A mesma gênese do exemplo anterior. No capítulo sobre a curva do ânimo , Honroth escreve que segundo sua tese: “... palavras reflexas delatam uma emoção fugaz e inconsciente do autor por associações que as mesmas palavras evocam...”. Como vimos o inconsciente se faz presente em várias intensidades e nem sempre temos facilidade de observar, mas o estudo dos espaços ao redor das palavras nos apresenta como ponto de partida para se aprofundar nesta questão. Legal: Pa - palavra emocional com tendência animadora Dd - deslocamento descendente Os sentimentos de insegurança. A palavra “sou” é retocada e “meu” é menor que as demais. 16. Gestos fugitivos e a curva do ânimo Nas minhas observações agreguei os conceitos de outros autores, especialmente os de Moretti sobre o gesto fugitivo. O “gesto fugitivo” para Moretti manifesta as atitudes mais características de quem escreve. Pois destas tomamos as pulsões psíquicas e somáticas instintivas mais naturais e genuínas que possuem estreita referência ao biótipo da pessoa, sendo por isto impermeável ao controle e a simulação. (Torbidoni) O “gesto fugitivo” se materializa frequentemente nos Traços (Ricci), que são encontrados não só nos finais das palavras, mas também no início das mesmas; inclusive nas barras dos tt, sobre os pontos no ii, nos acentos, nos sublinhados e parágrafos. (Torbidoni) Portanto, captar o “gesto fugitivo” significa encontra o fio condutor que nos leva a compreender as características dominantes da escrita que se examina, sem desatender as modificações que intervém no encontro entre aquelas características com os outros signos expressos em toda a escrita. Os Rizos (trad. Espanhol) são a expressão dos movimentos psíquicos irracionais de natureza passional; ampliam ou aumentam o significado de acordo com a posição nas zonas e no texto, com a pressão e velocidade. Alguns sinais são anulados pela velocidade. O gesto fugitivo permite ao grafólogo compreender as expressões exteriores da pessoa, reconhece as manifestações psíquicas e somáticas instintivas e inconscientes mais naturais e genuínas, que têm relação estreita com o biótipo da pessoa. Para Torbidoni e Zanin corresponde à situação particular do momento específico que vive, mas sempre levando em conta o conjunto do texto. Como o gesto fugitivo individualiza a pessoa, é importante reconhecer se o mesmo está presente não somente na PR, mas especialmente na curva do ânimo. Desta maneira certamente o grafólogo vai ampliar a interpretação grafológica da palavra reflexa. Com gesto fugitivo agregado às teorias de Honroth: Gfc - Gesto fugitivo concordante Gfd - Gesto fugitivo discordante 1º Caso Pa Da Gfc Pd Dd Gfc Quando ocorrem as três concordâncias ao mesmo tempo, o estado emocional é evidente e inconsciente. Por exemplo, a palavra mentira é ascendente e tem no final o traço de mitomania; neste caso a mentira expressa pelo escritor está presente de forma intensa. No caso da palavra verdade possuir traços de mitomania; existe aqui um grande conflito; a dúvida se amplia. Se antes tínhamos apenas duas variáveis, agora são três e a interpretação se eleva em um nível de maior complexidade. O grafólogo estuda, antes de tudo, as teorias morettianas dos traços (ricci) para agregar mais conhecimentos e possibilidades de interpretar com profundidade cada palavra. Evidente que nem sempre conseguimos de imediato identificar se a tendência da palavra é animadora ou não de acordo com as interpretações psicológicas de Moretti; contudo uma vez observando o gesto fugitivo e tendência das palavras. O grafólogo faz os mais diversos tipos de avaliações. Leva isto para o conjunto da frase, do parágrafo, do texto, conjuga com as margens outros sinais etc. Com tempo e dedicação a leitura do conteúdo emocional se torna um mundo extremamente fascinante. 2º Caso Aqui, qualquer que seja o traço fugitivo, obrigatoriamente existirá a discordância ou com a palavra ou com a direção (e significado) da mesma. Pd Da Pa Dd O grafólogo estuda profundamente qual o conflito que o escritor possui. As contradições estão arraigadas no inconsciente de maneira intensa e muitas vezes não existe a possibilidade de sair delas sem ajuda externa. Abaixo citamos os principais traços fugitivos da escola italiana. O estudo mais profundo está no livro Grafologia Expressiva. Traço da sobriedade - Ricci della Sobrietà É constituído por traços indispensáveis, poucos pronunciados, colocados no final da palavra. Gesto lacônico, visada jovial, riso moderado, andar espontâneo e simples, mas não negligente, indica sentido de dignidade, compostura interior e autocontrole. Os gestos se limitam ao essencial, as alegrias a um simples sorriso, a dor e as expressões de comoção são apenas perceptíveis. Muito comum em palavras reflexas, tendo em vista que o gesto inconsciente é lacônico e fugaz. Traço da dissimulação - Ricci del Nascodimento Quando o final da palavra é lançado para baixo da última letra e volta para a esquerda. O tamanho do gancho não tem importância, de maneira geral é breve. Reserva, reticência, oculta o próprio eu. Concilia as tarefas de diplomacia e administração, porque indica a capacidade de manter segredo e de não se mostrar abertamente aos demais. (Torbidoni) Traços de dissimulação. Contradição nas palavras e na direção. Esconde de forma cuidadosa os pensamentos e sentimentos. A atitude não está diretamente contra a verdade, mas prejudica a sinceridade, porque não diz o que pensa nem quando a justiça exige. Traço do Subjetivismo - Ricci del Soggettivismo Os traços finais de uma palavra são alargados na base em linha horizontal e executados com esmero e segurança. Pretensão, sentido de superioridade, falta de espontaneidade e de sinceridade. Imposição e prepotência. Chega a se ofender quando lhe fazem sugestões. Desejos de ser admirado e valorizado pelos demais. Traços da confusão. Mitomania. Subjetivismo. Ressentimento . Exageros na maneira de se valorizar, intensidade na procura de posições sociais. Traços invasivos. Letra p em forma de faca : necessidade de ser independente, mas de forma agressiva. Subjetivismo . Forma juízos sobre as pessoas, fatos ou coisas não segundo a realidade, senão os próprios sentimentos, comodidade e interesses. Traço da Afetação - Ricci dell’Ammanieramento A escrita apresenta traços artísticos no princípio, meio e fim da palavra. É essencial que esses traços não invadam o campo de outras palavras. Todo o texto é estudado e afetado. Hipocrisia, falta de sinceridade e lealdade, gesto bajulador e irônico com frequência. Na realidade, é precavido, preocupado somente em sustentar e afirmar os próprios interesses. (Torbidoni) Traços da confusão. Invasiva. Aparentemente acolhedor e serviçal, passa a impressão de desejar o encontro e a amizade, mas os sentimentos interiores não correspondem aos exteriores. Faz qualquer coisa para conseguir a simpatia das pessoas que lhe possam trazer benefícios, muitas vezes sendo desleal. Traços da insegurança material atenuados pela curva. Traço da fleugma - Ricci della Flemma No final da palavra existe um pequeno traço executado em forma de movimento preguiçoso e lento que retorna acima, tende a descer debaixoda base com um pequeno gancho final mais ou menos visível, ou bem se dirige abaixo por breve espaço em linha pouco reta ou curva. Expressa carência de fervor e entusiasmo, renúncia á luta e ao sacrifício, negligência. Chega a ser preguiçoso e indolente dificilmente assume qualquer tipo de responsabilidade. Acomodado e despreocupado, não tem capacidade de tomar iniciativas, quaisquer que sejam os estímulos a ele endereçados. Traço do desprezo - Ricci Descaro A escrita possui traços curvilíneos alargados excessivamente para o alto e para a esquerda, mas também pode voltar-se para dentro. Estes traços devem ser vistosos e executados de modo seguro. Excessiva de segurança em si mesmo, sentido de superioridade nas confrontações com os demais. Gosto por exteriorizações, pompas e prosopopeia nas atitudes. Grandioso e eloquente nas aspirações, irreflexivo nas decisões. Qualquer que seja o estímulo, mas em especial dos desconhecidos, o deixa excitado e inquieto. As atitudes são exteriorizadas segundo o que quer ser e parecer ante os demais, fruto de seus instintos e não de sua reflexão, pode parecer generoso e atento, mas sem ser intimamente. (Torbidoni) Traços de mitomania - Ricci della Mitomania Os traços, sobretudo nos finais das palavras são alargados para o alto em linha reta até ultrapassar a altura das letras, marcados e fechados com lançamento em baixo das letras da palavra seguinte, ou marcados e tirados em linha reta quase abaixo da mesma letra. O mais genuíno é o primeiro caso. No segundo tipo indica dissociação da personalidade e a do terceiro tipo a autossugestão. Evasão da realidade; no primeiro caso o lançamento para o alto é a expressão de um fantasiar por cima e fora das coisas. No segundo caso o lançamento é marcado e fechado por debaixo das letras das palavras seguinte indica carência no sentido das proporções e justa medida do que pensa e do que faz. No terceiro o lançamento marcado é feito em linha reta por baixo da mesma letra expressa fidelidade às próprias ideias e juízos, pretendendo sua aceitação por parte dos demais. (Torbidoni) Traços de mitomania. São visíveis os sinais de inteligência. Fixa-se em uma ideia, inventa fatos imaginários, faz interpretações subjetivas de fatos reais. A velocidade e a nitidez da escrita diminuem o impacto do traço. Campo de consciência muito restrito, porque os estímulos e as solicitações estão dirigidos para uma ideia ou imaginação impedindo de compreender profundamente as coisas que a circundam. Evasão da realidade. Traço da confusão - Ricci della Confusione A barra do T ou outros traços análogos vão da direita para a esquerda entrelaçando toda a palavra. A confusão se deriva do fato dos traços invadirem o campo reservado a outras letras. Mistura de ideias, sentimentos e gestos. Normalmente a pessoa é contraditória, tem memória frágil e confusa, incapaz de situar fatos e posições exatas, pode ser vivaz, ativo no compromisso e também muito expressivo, mas sempre com resultados escassos por causa da ofuscação mental e psíquica. Devido às tensões internas, potencializa, muitas vezes de forma negativa qualquer tipo de estímulo que chegue até ela. Falta de habilidade para realizar julgamentos precisos, faz juízos de tudo e de todos sem razão plausível ou precisão. Sempre preocupado, mas nem ele mesmo sabe o porquê. A sexualidade se manifesta de forma agressiva e violente, pois não sabe trocar estímulos e carinhos de forma adequada. Traços do ressentimento. Percepção errônea da independência. Desejos de parecer exuberante, gosto por relatar qualidades que realmente não possui. Traço da independência Normalmente ocorre na letra p, quando o traço vertical ultrapassa a zona média, invadindo a zona superior. A verticalidade do traço mostra capacidade de imposição, como avança a zona superior, entra na esfera das ideias. Este é um dos traços que está em franca evolução na sociedade brasileira, muito comum em jovens que estão se formando em universidade, em mulheres que procuram autonomia na forma de atuar. Em homens com mais de 40 anos, vemos a intensa preocupação de mandar, chefiar. A contrapartida deste traço revela sofrimento em posições subalternas, dificuldade de receber ordens de pessoas que considera menos qualificada para a função. Traço da insegurança material A escola italiana aborda este traço como “aferramento a vida”, a material, simbolicamente como um cordão umbilical. É comum em pessoas que tiveram carências afetivas ou até mesmo materiais na infância. Também é avaliado como insegurança, pois a pessoa pensa que pode perder tudo que possui e voltar ao estágio anterior. Este medo de privação leva a escola italiana a falar em hipocondria. Rancor, profunda raiva e ressentimento. Descontentamento consigo e com o mundo. Rumina as injustiças que pretensamente sofreu e deseja se vingar. Hostilidade, desconfiança, necessidade de contatos diretos com as pessoas, não confia em outros meios. Traço da brutalidade - Marchesan São notáveis os engrossamentos repentinos e violentos no final das letras que ultrapassam (no traço descendente) a linha de base. Também ocorrem no meio das palavras. A pressão se amplia no final muitas vezes de forma massiva. Anseia se impor para a conquistar bens materiais ou pessoas. Violência física direcionada às mulheres (maníacos) Quer superar todos os obstáculos para realizar as próprias aspirações e pode reagir com violência para obter a força tudo aquilo que necessita. Respostas inadequadas a fatores ou eventos estressantes por excesso de reação, manifesto por descargas coléricas desproporcionais em relação à causa desencadeante. Muitas das reações são por demais descontroladas e irracionais, desconectadas da razão. Grandiosidade, onipotência, quer que todos reconheçam o seu valor. (Livro Personalidades de Risco – Paulo Sergio de Camargo) Rizzos da Brutalidade Doentia Os finais, ao contrário do anterior, terminam em ponta de agulha (acerada). A interpretação psicológica é a mesma, todavia agravada pelos perigos dos desvios da sexualidade e do sentimento sádico. Afeta principalmente a inteligência e o sentimento. Cólera profunda e intensa que persegue ou pressionam o sujeito a manifestações manuais e exige um alívio violento. Histerismo. Explode por algo que não tem relação com a causa. Sadismo, violência multiplicada pela hipersensibilidade. Quando a pressão se manifesta por baixo das linhas, a agressividade se estende até a zona da materialidade e do fisiológico. Rizzos da Brutalidade Doentia Oculta Trata-se de um traço de encobrimento, todavia engrossado. Ocultação. São pessoas que explodem de maneira imprevisível ao acumular tensões. Mesclam ocultação com brutalidade. As características psicológicas são as mesmas do primeiro caso, porém agravadas pela inclinação para ocultar; assim ganhar de forma inesperada uma potência além do normal. Traços da Brutalidade Doentia oculta. Acusado de assédio. Normalmente segue os próprios instintos. Autoengano. Exaltação, culto a própria personalidade. Respostas agressivas às críticas, especialmente para superar o complexo de inferioridade. Agressividade verbal e até mesmo física. Cólera. 17. A letra T e a curva do ânimo A letra t é importante na observação de palavras reflexas, pois contém vários tipos de direção no traçado. O movimento da barra é livre, se desprende do corpo da letra, obrigando, pelo menos nos modelos caligráficos o escritor a realizar um gesto solto; portanto repletos de conotações e interpretações grafológicas. Pulver dizia que “o grafólogo é um tradutor de movimentos”. Para Jamin “o movimento revive para definir uma escrita”. Meu conceito: “o grafólogo é um previsor de movimentos”. Para se traçar a letra t, normalmente o escritor realiza de início dois gestos: Extensão – debaixo para cima Flexão – do alto para baixo O gesto inicial é o de relaxamento, subida, extensão e por isto afasta o traço do escritor. O gesto de flexão (tensão) aproxima o traço do corpo do escritor. A verticalidade (a priori) está presente nos dois gestos. O equilíbrio pessoal é visto na proporção dos gestos em si, mais ainda em relação à barra da forma, tamanho, pressão, posição, velocidade com que é traçada etc. A barra do T é um gesto de a Abdução – da esquerda para a direita; portanto de horizontalidade. No gesto de extensão existe o relaxamento dos músculos; nos de flexão, a contração. No primeiro caso existe a propulsão, no segundo a concentração. No movimento de flexão há diminuição do grau de articulação e nos de extensão o aumento do grau da articulação. No gesto de abdução existe a expansão, o movimento é progressivo, no de adução (direita para esquerda) o gesto é regressivo, de inibição. Antes de continuarmos o grafólogo precisa entender um pouco mais os movimentos: Movimentos expressivos no estrito sentido do termo São expressões diretas do movimento dentro do gesto gráfico; representa os elementos da motricidade individual. Trata-se da expressão cinética. Descrimina o princípio da necessidade; movimentos de impulsão de conteúdo expressivo. É dividido em movimentos análogos simples e análogos com determinados fins. Movimentos análogos simples; fazem analogia entre os processos motores e os processos psíquicos. Fazem correspondência entre o humor calmo e o repouso corporal; entre o ardor e o movimento animado. (C.Bose) Movimentos análogos com determinados fins; fazem analogia entre o movimento expressivo e a atividade com determinado fim. A expressão é a analogia para com uma atividade biológica útil. Busca de um objeto; atrativo, ou afastamento, fuga, recusa, rejeição. Movimentos descritivos, de representação. A tradução da palavra alemã “darstellend” para o francês “descriptifs” feita por Hégar não conseguiu traçar a verdadeira dimensão com que é empregada no original. Expressão de largo sentido. Os gestos aprendidos, adquiridos, especialmente na aquisição da linguagem; produtos de acordo com afinidades individuais, determinadas pelo senso pessoal de espaço. Margens direita, esquerda e posição da assinatura entre outros. São os movimentos voluntários automáticos. Movimentos análogos dirigidos para determinados fins Criação de determinadas formas por uma impressão. Essa impressão é aquela que o indivíduo tem afinidades; será imitada segundo um esquema da vontade e representação como expressão das características e tendências. Interrogar-se qual interesse específico serve a imitação se ela é voluntária e qual a característica pessoal desta intenção podemos descobrir. As mais diversas modalidades de expressão se mostram de modo muito mais preciso quando a escrita é espontânea. Sempre que o ritmo de movimento for dominante na escrita; teremos a expressão da personalidade no estrito sentido do termo. Para Pophal a altura do movimento é “expressiva” caso venha da amplitude do movimento espontâneo; será “descritiva” (ou impressiva) se em uma escrita grande a pressão for dominante e testemunha das afinidades do escritor com a grandeza, a pretensão. O grafólogo nota na barra do t a concordância ou discordância das palavras reflexas em relação à curva ânimo. Como é chamada de a letra da vontade, ela nos mostra o indicativo de ânimo, da vontade pessoal em relação ao social (texto). A pessoa pode ter grande nível de vontade, mas socialmente estar desamparada sem esperança e o contrário também. Existem várias exceções, mas creio que os esquemas estudados trazem importantes observações psicológicas, especialmente em termos de nível de ambição, potencial e capacidade de realização. Sem se esquecer de que tudo será conjugado com a análise completa do texto. A forma como é finalizado, se arpão, massiva ou acerada. A pressão, firme, fraca etc. Preste atenção especial à pressão paralela ou inversa. A interpretação dos golpes e látego e sabre é muito conhecida dos grafólogos; mas tenha em mente que possuir capacidade de liderança não que dizer que deseje ser líder, assim como ter potencial para liderar, mas não força física e mental. Em resumo: não tome decisões somente com a letra t; faça a conjugação com o texto e caso a palavra for reflexa ou lapsus calami. Modelo 01 Modelo 02 As variações das letras t são avaliadas com objetivo de observar a vontade do escritor. Fragmentada, com mudanças na inclinação das letras. Modelo 03 Barras do t acima das hastes. Quer mais do que realmente pode. Energia mal canalizada. Letras ilegíveis. Modelo 04 Barras dos t ascendentes, com boa proporção. Traços ligados. Clareza de ideias e ambições controladas . 18. Interpretação grafopsicológica Os estudos centram-se principalmente nos gêneros grafológicos. As palavras reflexas variam em uma ou mais espécies gráficas. As mais visíveis mudanças são na dimensão, inclinação, direção etc.; contudo ocorrem na pressão, velocidade, movimento etc. Honroth diz que as palavras ao redor da PR se diferem e isto realmente ocorre. Contudo penso que existam palavras reflexas desencadeantes ; ou seja, aquelas que iniciam de modo decisivo ou quase imperceptível uma série de novas palavras, frases e até mesmo parágrafos ou final de texto de acordo com espécies diferentes. Desta forma ela é um elo que desencadeou uma série de conteúdos emocionais no escritor. A Palavra reflexa desencadeante tem maior significado quando ocorre dentro da frase ou do parágrafo; pois os processos inconscientes estão presentes com mais intensidade. Isso é confirmado quanto mais rápido for a escrita. Todavia a palavra reflexa desencadeante também se inicia no começo do parágrafo ou da frase. Neste caso observe a mudança de linha, assim assinalamos se os processos inconscientes estão mais ou menos presentes. Quanto mais espécies mudarem após a PRd , é provável que o conflito esteja mais arraigado no escritor. É interessante notar que algumas vezes a P Rd nem sempre acompanha a nova espécie com que o escritor “começa” a nova parte da escrita. Esta palavra tem importância capital, pois muitas vezes resulta de um vazamento do qual o o escritor não tem qualquer tipo de controle e por isso mesmo tende a ser bastante inconsciente. Nela está embutida toda a problemática do indivíduo. Existe também a possibilidade desta palavra reflexa expressiva desencadear as mudanças após algumas palavras, frases ou até mesmo no parágrafo imediato. A onda de choque não chega de imediato ao pensamento do escritor e se reflete mais adiante. Principais interpretações psicológicas Dimensão O tamanho da palavra reflexa se difere das que estão ao redor nas mais diversas espécies do gênero dimensão. O aumento do tamanho é visível na palavra enviar e menor ao final do item cinco. Mentira, exagero. Tamanho é maior do que outras palavras Acentuação do sentimento de si, da importância naquilo que diz e na expansão da personalidade. Necessidade de se mostrar; marcar presença. Desejo de causar impacto. Vitalidade e a confiança necessária para exteriorizar gostos, vontades e sentimentos. Sobressalto. Gasto de energia maior e possivelmente com desperdício. Necessidade de ocultar deficiências por meio da exaltação contraditória. Tamanho é menor que outras palavras A redução do tamanho tem relação com a autoestima a consciência e o sentimento de si. Os pensamentos, os movimentos são concentrados. A diminuição do tamanho faz com que a pessoa se interiorize e concentre os esforços. Pulver afirma que o tamanho se trata da necessidade de expansão que se manifesta no espaço. Certa resistência em interagir de modo total com o meio ambiente. Freio e constrição no impulso. A palavra reflexa menor é motivo de retração, defesa, temor. O escritor tem escassacapacidade para se adaptar à situação descrita na palavra. Medo de enfrentar os demais. Modéstia, sutileza, precisão, sentimento do dever, introversão, preponderância da reflexão interior tendo em vista aquilo que escreveu. Concentração em detrimento da expansão. Timidez e insegurança. As palavras amor e carinho são menores que o texto e filiformes. A palavra momento é escrita como “mamento” . Como todo o texto é regressivo nos faz lembrar a volta ao passado, à infância, ao seio materno. Mulher com 23 anos, sem pais, criada pela avó. Dificuldades para comunicar-se com o mundo. Temores e receios de relacionar-se com o mundo que o rodeia. Inibição. Incapacidade de compreender, assimilar e produzir coisas com amplitude. Ansiedade e atonia. Melancolia, mediocridade e sentimentos de inferioridade. Liberdade restrita, temor, dúvidas, desalento e pessimismo. Dissimulação. Escrever o nome das pessoas menor/maior que as das palavras ao redor, revela os sentimentos de superioridade ou inferioridade do escritor em relação às mesmas. Isso também é levado em conta em relação ao próprio nome. Tamanho mais extenso do que outras palavras A escrita extensa assinala quase sempre um relaxamento natural, portanto a PR com esta característica tende a ser positiva, especialmente se for Pa; mesmo na direção ascendente (Da) ou retilínea. Liberação d’alma. Necessidade de contato com o mundo circundante. Expansão, aberto e radiante. Franqueza, naturalidade e confiança em si mesmo. Pensamento mais profundo do que reflexivo. Estado de ânimo satisfeito, bom estado físico. Capacidade de se expressar por meio de gestos expansivos e relaxados. Exteriorização espontânea. O escritor sabe como assimilar e incorporar partes do mundo, e neste sentido, conquistar. (Pulver) Precipitação, exibicionismo, imprudência; gostos por prazeres mundanos (com zona inferior grande). Impaciência e atitudes irrefletidas, certa extravagância. Confiança em si que algumas vezes se alia à imprudência. Tamanho mais estreito que outras palavras Constrição d’alma. (Klages) Atenção, ponderação, autodomínio, discrição, circunspeção; graças a elas a concentração de esforços permite obter os melhores resultados. Contração, desconfiança e certa rigidez mental. Introversão, atitude de cautela. Sentido de economia. Repressão da afetividade. Angústia. Egoísmo, interesse, mesquinhez e covardia. (Jamin) Receio de se aproximar do mundo e das pessoas. Avareza dentro de si. Timidez, reserva e egoísmo. Dissimulação. Falta de liberdade para demonstrar sentimentos. Freios nas necessidades de expansão e extroversão. Atitudes egocêntricas e regressivas. Inseguro e ansioso pela vontade em estabelecer contatos entre o eu e o outro, passando por cima dos ritos sociais. Apreensivo diante do desconhecido. A palavra Antônio se afasta da anterior, se estreita e perde mais legibilidade. Ricci del descaro. Ocultação das verdadeiras intenções. Letras encavaladas dentro da palavra Quando a letra seguinte em vez de ocupar seu espaço, é realizada em cima da letra anterior, passando por cima da mesma, encobrindo-a. Sentimento de culpa, autopunitivo. Tipo de traço inserido, dependendo do grafismo, dentro da escrita confusa. Gasta energia de forma inadequada, necessita esconder inseguranças e medos, encobrindo aquilo que fez ou disse anteriormente. Tentativa de ocultar as ansiedades e tensões dos mais diversos tipos. Dissimulação e mentira. Todo traço que encobre o anterior, a priori, é encarado como sinal grafológico de má qualidade. Inclinação Palavra mais inclinada Acentuação do impulso para o outro, para o objetivo; especialmente se o espaço posterior for pequeno. Busca de afeto, expressão de simpatia. (Honroth) Inclinação crescente – paixão, satisfação gratificadora do “Eu”. Ímpeto para a ação. (Honroth) Audácia, mobilidade, atividade, dinamismo e sociabilidade. Dramatização dos fatos. Irritabilidade, vontade de chamar a atenção, exibicionismo, extroversão, ou seja, o sair de si mesmo para o mundo. Falta de reflexão. Inclinação Moderada (em torno de 75 graus) Boa afetividade, amabilidade, ternura e cordialidade. Equilíbrio entre a sensibilidade e a razão; entre o sentimento e a lógica. Constância de sentimentos e estabilidade afetiva. Capacidade de manter contatos com o mundo sem agitação. Convencionalismo e adaptação as rotinas de trabalho. Cede para se preservar. Cortesia dentro dos parâmetros formais. A inclinação da primeira palavra “dezafios” é um pouco mais inclinada no final. Cede diante das pressões. Desânimo quando tem pela frente obstáculos de qualquer intensidade ou estímulos complexos. Palavra deitada ou tombada Fácil excitação, temperamento exagerado. Ciúmes, desejos de exclusividade nas relações. Hipersensibilidade, histeria, incapacidade de exercer controle de si mesmo. Caráter apaixonado aos extremos. Palavra vertical diferente das demais A acentuação repentina da verticalidade na escrita indica que a pessoa procura um eixo de isenção. Media os impulsos e mostra a individualidade de forma equilibrada. Firmeza para permanecer coerente com as relevâncias e considerações feitas. Estabilidade, regularidade, reserva e solidez. Imparcialidade. Razão domina os sentimentos. Orgulho. Mediador. Capacidade de evitar influências exteriores. Atitudes aristocráticas e firmeza de intenções. Reflexão, claridade de espírito, controle de desejos e sentimentos. Autossuficiência para com a vida e o mundo. Predomínio de atitude serena e razoável. Controle da espontaneidade e emoções. Indiferença e isolamento, falso orgulho. Desconfiança, egocentrismo, inflexibilidade e intransigência. Desejo de ocultar as emoções e sentimentos. Dissimulação. Desigualdades de inclinação e direção. Agitação interna e falta de controle das energias pessoais. Palavra reflexa invertida - diferente das demais Introversão. Temor em relação à problemática situacional da palavra. Aversão às demonstrações de afetividade e ternura. Atitudes reservadas e vigilantes em relação aos demais. Bloqueio ao desenvolver as demonstrações de ternura e sentimentos. Falta de espontaneidade, reserva, emotividade débil, medo e baixo interesse sexual. Defesa. Com formas sóbrias, angulosas: emotividade contida, rechaçada Inclinação desigual dentro da própria palavra O conflito em relação aos sentimentos expressos na palavra domina o escritor. Nos casos anteriores existia apenas uma contradição na inclinação, contudo o impulso da palavra reflexão é o mesmo, aqui durante o percurso do traçado, a vacilação se acentua. Angulosa, traços tombados. Palavras ilegíveis. Traços do ressentimento e do desprezo . Ângulos B. Ascendente e imbricada ascendente. Facilidade para exagerar nas críticas aos demais. Variação de ânimo e atitudes. Conflitos internos. Insegurança, indecisão e temperamento variável. Incerteza nas tarefas e trabalhos que realiza com terceiros. Ambivalência afetiva. Angústia. Incapacidade de responder aos estímulos que recebe com constância. Dispersivo. Emoções bruscas. Sentimentos contraditórios. Emotividade exagerada. Luta para conter as próprias emoções (conflito entre o coração e a razão). (Michon) Direção das linhas A direção das linhas é avaliada de acordo com a curva do ânimo. Muitas vezes o grafólogo confunde uma PR com a escrita imbricada descendente. A direção da palavra reflexa é sempre diferente das próximas a ela. Por isto conjugue as mais diversas espécies sempre com a palavra anterior e a posterior. Não vamos enumerar todas as possibilidades, tendo em vista o limite físico deste livro. Palavra reflexa saltitante Observe se a anterior é retilínea, ascendente, descendente, imbricada etc. A palavra cujas letras “saltam” dentro das linhas indica que a pessoa acusa os estímulos de imediato; sem qualquer tipo de triagem. Nervosismo na ação e no pensamento. Passional porque os impulsos são imediatos e a razão tem dificuldades para controlá-los. Fervor de sentimentos e reação instintiva aos estímulos que recebe. Faltade reflexão prévia. Fácil entusiasmo. Passa premissas para as conclusões sem prévia avaliação. Muito ativo, inclinado a criar e produzir, tem exuberância psíquica que manifesta por meio de intensa atividade. (Torbidoni) Colas de Zorro A direção das linhas em forma de rabo de raposa, nem sempre se constituem palavras reflexas. Mas quando se torna PR, normalmente o sentido tende a ser negativo. Especialmente pela posição que ocupa no texto. Repugnância do escritor em mudar de linha (Gille-Maisani). Adaptabilidade mundana e fácil. (Saint-Morand) Negligência e modos relaxados. (Jamin) Avareza, indolência, mau gosto. (Brosson, Periot) Agitação maníaca, hiperatividade, graforréia. (Streletski) Fatalismo. (Xandró) Discernimento falho. (E, Singer) Comportamento inoportuno, estado depressivo. (Crépy) Segue hiperlogicamente as próprias ideias sem deixar que os outros deem opiniões. (Marchesan) Mudança repentina de humor. Palavra reflexa ascendente Entusiasmo, bom humor e otimismo. Energia. Ardor e atividade constante, imaginação e fantasia. Boa saúde física. Ambição de superioridade e poder, necessidade de domínio espiritual e intelectual sobre os demais. Excitação. Pronta resposta, tônus à “flor da pele”. Nervosismo, precipitação e inquietação. Delírios de ordem moral, mania de grandeza, os pensamentos são incompatíveis com as reais possibilidades. Desequilíbrio psíquico. Exibicionismo e arrogância. Orgulho e ambição desmesurados. Extremamente ascendente - Falta de noção da realidade, otimismo visionário, ambição desmedida. Impulsividade desenfreada. Energia mal utilizada, presunção, excessiva segurança de si mesmo. Ambição desmedida que pode chegar ao patológico. Tende a exagerar, tanto nos conceitos como nas palavras e atitudes. (Torbidoni) A palavra “livro” é escalonada, o “salto” da palavra é quase instantâneo e por isto mesmo fortemente inconsciente. É fácil reconhecer a importância dos livros na vida do escritor. Palavra reflexa descendente Decréscimo da capacidade de trabalho e falta de energia para enfrentar problemas de ordem moral, física e afetiva. Impressionável e debilidade de vontade. Casos de doenças e esgotamento físico. Indolência, alcoolismo, drogadição, stress, fadiga. Depressão, debilidade mental, falta de ambição, angústia e ausência de combatividade. Falta de concentração. Tristeza e falta de confiança. Conflitos profundos, falta de motivação. Perda de tônus muscular. Medo de enfrentar desafios. Forma Simplificação x Ornamentação A PR ornada indica verbosidade, exageração, extravagância, falta de objetividade, ideias de grandeza. Megalomania. Sobrevalorização das partes menores que carecem de importância. Discussão por coisas ou fatos insignificantes aos quais tende a exagerar. Desejos de chamar a atenção, ou fazer-se de interessante perante os demais. A PR simplificada mostra a tentativa de responde aos estímulos de maneira direta, sem complicações, sem acrescentar nada, em um ambiente de confusa, rebuscado. Tentativa de precisão, prudência e respeito; mas como todo o texto é ornamentado, isto se torna difícil. A carga negativa da palavra reflexa é vista quando retoca várias vezes a palavra “collo”. Despedido, lutava na justiça há anos para a reintegração no cargo. A importância dada ao local onde trabalhava é feita pela letra tipográfica maior que as outras. O estado de ânimo é bastante tenso; a emotividade está exacerbada. Existem truncados, retoques, falsas ligações, duplo ângulo. Palavras Reflexas curvas em escritas angulosas O aparecimento de ângulos em escritas extremamente redondas é sinal do dinamismo que a pessoa imprime ao modo de atuar e pensar. Indica desejo de autorrealização. Curva é signo substancial da vontade, expressão de espontaneidade de sentimentos alheios aos contrastes, à inveja e ao ciúme. Ativação do sistema superior da personalidade em um contexto de sensibilidade altruística. (Palaferri) Indica alto nível de altruísmo. Abertura mental e aptidão intelectual para compreender e se aprofundar nos conceitos. Ressentimentos as observações injustas, mas disponível para perdoar e responder de modo equilibrado à verdade. Consciente e maleável, atitude psíquica frontalmente contra o ranço e o ódio. Portanto, está afeito à bondade, à profundidade de sentimentos, assim como à preocupação com o bem-estar daqueles com que convive. Disponibilidade para a compreensão, para a compaixão, respeito aos demais, tanto nos pensamentos como na maneira de agem. Aceita com equilíbrio as observações feitas, inclusive algumas que não sejam justificadas, pois tenta ver no ser humano os defeitos e qualidades em todas as capacidades que os mesmos possuem, inclusive quando fazem avaliações errôneas. Agitação interna, gastos de energias desproporcionais na realização das tarefas. Confusa, com variações de dimensão e direção das linhas. Sociabilidade e expansão de sentimentos. Alto nível de abertura mental e docilidade; não refuta de imediato as propostas e solicitações, pois é alheio ao pensamento preventivo e bastante propenso ao diálogo leal e sem arestas. Harmonia entre o nível de expansão e conservação da libido. Dificilmente é mesquinho mentalmente, quando com muitas curvas tende a ser por demais altruísta. Evita de todas as formas a prevenção contra quem quer que seja, mesmo que as experiências anteriores com estas pessoas não tenham sido gratificantes. No plano intelectual a atitude é aberta, existe forte necessidade para se aprofundar nos conceitos e naquilo que as pessoas pensam. Equilíbrio nas defesas inalienáveis do EU, pudor, delicadeza de sentimentos, compostura e bom trato. Calma e serenidade na recepção das solicitações e compostura nas reações. Quem é altruísta, sempre é maleável e propenso a colocar-se entre os demais ao estabelecer relações e desenvolver atividades comuns. Quando a curva existe em excesso e a pressão é deficiente, nota-se o escasso cuidado com a própria dignidade, pouco interesse em valorizar o espírito, moleza, negligência, à procura da comodidade e não se empenhar em situações críticas. Deseja de maneira intensa a inatividade. Procura sempre a comodidade, ao ajustamento instintivo e passivo às situações. Moleza e alto nível de sensualidade. Muitas vezes foge das confrontações, nestes casos a benevolência, a ambientação fácil, a maleabilidade e o espírito de adaptação estão a serviço da passividade, da aceitação e consequente anulação do ego, ainda que seja parcial, nos mais diversos graus. No plano intelectual indica negligência, inteligência reprodutiva e falta de iniciativa, assim como atividade rápida e dinâmica. Escassa vivacidade e prontidão, aceitação de ordem sem avaliar. Palavras Reflexas angulosas em escritas curvas Nota-se particularmente nas letras a e o minúsculas e as derivadas (d, g, b, c, p, q, h). Também é observada nas bordas das letras m, n, e, s, u, i, v. r, t, l, f. (Torbidoni) No conceito de ângulo (A – B – C) da escola de Moretti entram três signos grafológicos substanciais que correspondem às manifestações do egoísmo: ressentimento e susceptibilidade, tenacidade e teimosia e, sagacidade e astúcia. Ângulo A - Ressentimento e susceptibilidade O ângulo A está representado nos vértices inferiores agudos ou achatados e se nota particularmente nas letras a, o e as derivadas e nas que têm formação com bordas em sua base r, u, v, l, i, m, n, c etc. Sem dúvidas a maior possibilidade de ocorrer é a letra a, especialmente nas minúsculas. Tipográfica, angulosa. Traços regressivos. Atitudes amenas e/ou agressivas, mas sem qualquer tipo de padrão. O ângulo A é o signo grafológico da reação. No caso de serem ângulos achatados, trata-se da justa correção da curva, defesa ideal do “eu”, quando pontiagudos representam egoísmo e ressentimento. Embora o significado de fundo seja o ressentimento, ou seja, o controle da consciência de si próprio no confronto da instância extrovertida provocada no sujeito. As palavras reflexas com Ângulos A de formamoderada indicam sinais de ressentimento legítimo e suscetibilidade, defesa do próprio “eu”, reação controlada contra-ataques. Quando a intensidade se amplia, existe a fácil irritabilidade, agressividade, escassa disposição para aceitar sugestões e observações dos demais. Tendência a contradizer, a contestar e a não se convencer o que dizem os demais. Dificilmente tolera qualquer tentativa de colocar limites em sua dignidade, pois precisa se afirmar de maneira constante. O instinto sensual aparece quando entra em ação a afetividade com tintas de paixão que podem levar à violência. (especialmente com vogais abertas acima) A contração psíquica faz com que não confie nos demais por temor de ser passado para trás e reage prontamente quando se vê diminuído. O estado de insatisfação leva à emotividade, ansiedade e tensões, com as quais certamente não sabe trabalhar de maneira adequada. Especialmente se a palavra reflexa for desproporcional. Ângulo B - Tenacidade e teimosia Também assinala resistência e teimosia de acordo com o grau que se apresenta na escrita. É o signo da vontade a qual está intrinsecamente ligada à liberdade de ação. A liberdade aqui é um sinal de defesa, imposição e oposição. (Moretti) O ângulo B está estreitamente relacionado como o ângulo A, tanto no aspecto grafológico como no psicológico. Ocorre quando aparecem dois ou mais ângulos agudos nas letras a e o e suas derivadas (d, g, b, p, h). A letra que tem maior possibilidade deste signo é a letra o. Portanto é fácil de concluir que para existir o ângulo B, o ângulo A deve se fazer presente. Este ângulo é o controle do movimento expansivo do sentimento (coração e afetividade) que afetam a realidade (simbolizada pela linha de base da escrita). (Palaferri) O ângulo B é a continuidade deste controle na zona superior da letra (mundo do sentimento e da imaginação). O controle não teria nenhum valor sem que o ângulo A existisse. Daí o significado de tenacidade atribuído por Moretti a este signo: o sujeito fica preso a uma atitude, a de se manter. Tenacidade psíquica para impedir que invadam seu espaço físico e psicológico. Capacidade para defender o direito do “eu” baseado no princípio que não pode ceder e tem que responder as agressões dos demais, mas na justa e devida proporção. Este equilíbrio é rompido quando a quantidade de ângulos B se exacerba. Desta forma é o signo substancial da vontade que demonstra forte tenacidade e teimosia. É obvio que quando a pessoa se mostra resistente e persistente para atingir os objetivos e a escrita é rápida, limpa, combinada, espaçada etc., existe a teimosia, mas ela é deixada um pouco de lado. Cabe ao grafólogo estabelecer o limite entre as duas características, persistência e teimosia. Na teimosia os motivos de defesa e de resistência não são frutos da objetiva tomada de consciência, mas sim a determinação instintiva e prejudicial de considerar justo e válido somente aquilo que deseja, ou seja, vê apenas os interesses, sem valorizar adequadamente os dos demais. O sentimento persecutório se faz presente quando a quantidade deste signo é exagerada. A escrita mescla curvas com ângulos. A quarta palavra descendente se torna ilegível. A razão e a lógica cedem lugar à emoção, sendo que muitas vezes a primeira pode ser usada para justificar as emoções. Elza Cansanção pessoa defendeu durante toda a vida ideias com rara intensidade. Escassa maleabilidade e difícil ambientação, além de forte propriedade psíquica para raciocinar sobre determinados fins prefixados. Existe obstinação em repetir as próprias experiências, mesmo que sejam negativas. A flexibilidade é escassa, inclusive diante dos fatos e acontecimentos mais evidentes. No caso de a sensibilidade ser acentuada, a teimosia pode se acabar em falta de compensação psíquica, em alguns casos chega à fúria, especialmente quando os acontecimentos o impedirem de atingir os objetivos que se propõe. Ângulo C - Sagacidade e astúcia Diz respeito, sobretudo ao instinto físico. Como a agressividade é deixada de lado, o escritor enfrenta a vida com energia e “savoir-faire”. Frente aos obstáculos e discussões tende a adotar a atitude de conciliação, mas sem deixar de lado os pontos de vistas ou preceitos éticos, sendo que defende estes com notável habilidade. O ângulo C é o signo do “saber fazer”. (Moretti) A flexão e o traçado esparso são realizados de modo equilibrado e indica “savoir-faire”, mas também a capacidade de dissimular nas ocasiões que se faz preciso. Quando aparecem alguns ângulos esparsos, aqui ou acolá, indica ressentimento, contudo controlado e poucas vezes externado, isto é reservado somente para ocasiões especiais e nunca de forma corriqueira. Ângulo C . Espaçada, ligações na zona superior. Desigualdades de tamanho e inclinação. Isolamento para refletir, em que pese a emotividade. A fluidez no traçado é necessária para a eficácia e a desenvoltura da personalidade. Possibilidade de dissimulação ligada à diplomacia e tato, assim como a mentira por bons sentimentos ou pela oportunidade. Interdependente ao se programar para atingir determinados fins, mesmo que não sejam os próprios e sim os do grupo que participa. Em geral é equilibrado, considera as situações e o comportamento das circunstâncias, adapta-se ao ambiente no limite do tolerável. Para atingir os objetivos é capaz de sacrificar-se, mas o faz de modo a avisar os demais. Inteligência pragmática que atua e influencia corretamente as pessoas para trabalharem com entusiasmo visando a atingir aos objetivos. Busca constantemente o autodesenvolvimento, assim como envolve os subordinados e procura manter o foco nos resultados. Quando exagerados, a oportunidade se transforma em oportunismo e a avidez em hipocrisia, as atenções, as circunstâncias e as pessoas se transformam em meios para aproveitar-se da ingenuidade dos demais e utilizá-los para os próprios fins. O controle sobre a palavra chega à mentira oportuna e planificada, a amabilidade e afabilidade são simplesmente o modo de levar os demais às próprias conclusões. Palavra reflexa tipográfica Síntese, tentativa de esclarecer com precisão determinado assunto. Dissimulação. Vontade de fazer-se singular. Compensação do complexo de inferioridade. Necessidade de ser claro nas relações, preocupação com a forma, memória visual. A palavra “estava” tenta fixar o tempo. Vai se tornando tipográfica e maior. O impulso é frustrado pela descendência. Sinais de vacilação no início do texto. Pressão As palavras reflexas apresentam os mais variados tipos de diferenças. Algumas até mesmo são imperceptíveis, como a escrita toda em relevo e a somente a palavra reflexa com pressão paralela ou invertida. Isto não tem a mínima importância para olhos menos treinados. Lembre-se que o estudo das palavras reflexas está baseado no microgestos, portanto, por menores que sejam as alterações, elas são avaliadas. Contudo o traço espasmódico fugaz na palavra nem sempre a torna PR , é apenas produto da má utilização da caneta ou de ranhuras nas cadeiras. A palavra “ abraço” realça a intenção. A pressão sofre variações, especialmente no início da frase. Pastosa, com “colas de zorro” no final das linhas. A espécie que colabora com a interpretação é a direção ascendente. As variações de pressão mostram com o estímulo se atenua ou se dissipa. Mostra as mais diversas alterações na libido. O tônus muscular, a vontade, a psicomotricidade e a sexualidade do escritor. No livro Grafologia Expressiva você estuda todos os tipos de pressão e as correlações psicológicas. São notáveis as variações de pressão na escrita de Frida Khalo . Dor e sofrimento naquilo que realiza. As emoções estão afloradas, dificilmente serão dissipadas. Angústia existencial. Velocidade x Lentidão Revela o tempo de reação que o escritor resolve os estímulos que recebe; sejam eles desconhecidos, múltiplos, complexos etc. É certo que frente a estímulos complexos, grafismos caligráficos, monótonos etc., as variaçõesserão maiores. Honroth fala em Palavras Estímulos, contudo no Brasil este método é muito pouco utilizado, a redação não é ditada. A velocidade varia em função das emoções, do humor e dos interesses de quem escreve, está ligada a uma boa disposição e agilidade de espírito. Palavra reflexa lenta Prudência, assimilação lenta. Responde aos estímulos com tensão, preocupação. Constrição, freios. Falta de vontade para responder às críticas. Insegurança. Emotividade débil, natureza eminentemente passiva e reflexiva. Medo em tomar decisões. “Falta de pulso”. Inibição. Acomodação defeituosa. Falta de dinamismo e iniciativa. Inibição, resistência à interação. Imaturidade psicológica. Premeditação. Dificuldade para realizar qualquer atividade. Desigualdade de tamanho e pressão. Conteúdo emocional muito fácil de analisar e visualizar. A ascendência final da palavra “amigo” é o destaque. Palavra reflexa rápida Responde aos estímulos de forma rápida. Adaptação prática às circunstâncias do momento. Imaginação ágil, reflexos e coordenação. Iniciativa e agitação. Agilidade nas palavras e atos. Disposição mental, intelectual e física para a ação. Boa coordenação neuromuscular que permite responder aos estímulos exteriores. Desequilíbrio, oportunismo. Impaciência, inquietação e instabilidade. Pouca capacidade de observação. Ansiedade. Atrevimento, audácia, agitação nervosa. Tônus mal aproveitado. Falta de domínio de si e precipitação. Irritabilidade. Cólera. Reações desproporcionais às pequenas contrariedades. Excesso de confiança. Agitação. Necessidade de se livrar de algo. Palavra reflexa lançada Muitas vezes a palavra reflexa se nota pela barra do t lançada, com final voltado para nordeste de forma decisiva etc. Atividade acentuada, expansão e ímpeto. Responde aos estímulos de maneira pronta, ágil e rápida. Toma decisões de forma ágil e com presteza. Predomínio das paixões. Dispersivo com as energias. Cólera, explosões e agressividade. Imprudência, superficialidade, inquietação. Explosivo. Resumo As desigualdades de velocidade resultam: Velocidade diminuindo - Contenção de instintos, prudência, medo, vacilação, dúvidas, agitação. Velocidade aumentando - Arrojo, impulsividade analisada, nervosismo, imprudência. Riscos calculados. Variações de velocidade, dimensão e direção das linhas. As emoções estão presentes em altas doses, bem como a intensa tentativa de controle. Ligação - Forma As mais diversas variações nas ligações são estudadas. Indica como a pessoa se conecta ao mundo, a capacidade de se adaptar ao trabalho, à sociedade e à vida. Portanto a mudança na forma de ligação nas palavras reflexas mostra a variação de atitude em relação a estas características. Exemplos de adaptação (Pulver): Texto em guirlanda – adaptação espontânea - mudança para PR em ângulo - adaptação combativa. Texto filiforme - adaptação Evasiva - mudança para PR em arcos- adaptação construtiva. Guirlanda inicial que muda para o ângulo ou ângulo “aguirlandado”: conciliador que se apresenta inflexível até chegar à obstinação. (Honroth) Quando ocorre o inverso, o ângulo inicial se torna guirlanda final : firmeza primitiva na própria opinião que logo se torna flexível para fazer concessões. Guirlanda em arcada : mudança da diligência espontânea para a formalidade reservada. Guirlanda em filiforme e rápida : inquietude, impaciência ou pressa da pessoa que, com um movimento ondulatório pula os contornos gráficos supérfluos. Ângulo se transforma em arcada : dificuldade inicial de adaptação muda para a frieza reservada e em atitude distante. Ângulo inicial em filiforme : a capacidade de impor-se por vontade própria dá lugar à vontade ambiciosa, refinada e hábil. É considerado raro a mudança do traço filiforme em outra forma de ligação. Continuidade Ligada X desligada Revela o nível de perseverança, estabilidade e constância de nosso caráter, capacidade de concatenar ideias e conduta. Grandes rupturas na continuidade, principalmente nas letras podem indicar nervosismo e disfunções orgânicas. (Grafologia Expressiva) O grau de ligação inicial que se transforma logo a seguir em desconexão antes de chegar à meta, nos revela a continuidade do movimento motor inicial, que se congestiona e entorpece posteriormente. A continuidade está intimamente ligada a lógica, assim como a desligada é indicativo de intuição. Todavia existem escrita em que ocorrem os dois tipos de gêneros simultaneamente. O gênero “agrupada” seria o meio termo entre intuição e lógica, mas isto nem sempre é verdade. A palavra reflexa é “incapaz”. O espaço entre a letra n e p é bastante visível. Evidente que se constitui em mentira. Palavra reflexa ligada A ligação é um sinal de união de coesão entre as letras, quando bem executada, estabiliza a palavra, O escritor busca estabilidade, tem tenacidade, fidelidade e o desejo de não ser influenciado em relação à palavra reflexa. Caso o texto seja desligado, tentativa de substituir a intuição pela lógica. Palavra reflexa desligada Busca por processos intuitivos. Riqueza de ideias, iniciativa, independência de juízos, "intuição", "invenção", "precursor", engenhosidade, agudeza, prontidão. (Klages) Timidez. Indecisão, hesitação e ansiedade. Falta de senso lógico e sentido prático das coisas. Inibição, julgamentos e opiniões fragmentadas. Egoísmo, ciúmes e dispersão. Incapacidade de síntese, de expor ideias e apresentar a solução aos demais. Apatia, caprichos e avareza. Medo de unir-se as pessoas e ao mundo, de amar. Palavra reflexa combinada Agilidade e de atividade mental e assimilação profunda. Habilidade em traçar hipóteses tendo em vista o conteúdo emocional da PR. Fluidez de ideias e fácil elaboração de pensamento, costume de resumir e elaborar o pensamento com clareza. Percepção e inteligência crítica para avaliar pessoas ou acontecimentos. A palavra reflexa “satisfação” está de acordo com a intenção. Ascendente, ligação filiforme e combinada. O desânimo em relação está em concordância com a intenção do filho e da esposa em relação a viagem. Palavras descendentes. Notam-se que as ressalvas realmente existem – ascendente. 19. Lapsus calami Definição: Expressão latina usada para designar um erro involuntário de grafia, contudo o mesmo não ocorreu devido à falta de conhecimentos ortográfica. Quando alguém escreve “armasém” no lugar de armazém, comete um erro ortográficos; mas “arma´nem” é um lapsus calami. Honroth define o lapsus calami : “Quando as emoções, fugazes ou profundas de quem escreve, vivenciadas ou não visualizadas por certas palavras ou frases, se destaca dentro de um mesmo manuscrito, vindas de uma carga afetiva, de prazer ou não para o indivíduo, motivação com uma exteriorização chamativa.” Em suas divisões cita que lapsus calami propriamente dito diz respeito à capacidade expressiva do escritor em relação às mudanças de intensidade ou de volume na “voz escrita” e na “voz falada” . O lapsus calami propriamente dito detecta esses problemas inconscientes manifestados pela pessoa, é o caminho seguro para analisar as simpatias e antipatias, esperanças e temores mais profundos Lapsus calami enfático ou primário Trata-se da transformação ou modulação circunstancial e fugaz da escrita habitual, pela reação inconsciente, de tom superficial, que se exterioriza e visualiza em forma consciente sobre o papel, em sentido de dar ou negar maior volume acústico ao conteúdo de certas palavras ou frases, por maior regularidade e legibilidade escritural, relacionada primeiramente com o tamanho e largura propriamente ditas. (Honroth) Lapsus calami enfático ou primário de caráter específico e/ou repressivo É encontrado geralmente em palavras ou frases breves, projetadas no papel, pela maior claridadeque contrasta com o resto do quadro grafoescritural em questão, onde tais palavras ou frases isoladas foram executadas com mais cuidado, sendo, portanto mais legíveis, destacando-se simultaneamente pela maior regularidade de execução, sempre em relação com as palavras vizinhas Assim como ao falar, nosso tom de voz apresenta modulações, quando pronunciamos certas palavras claramente, dando a elas maior ênfase, nós fazemos ao observar um matiz enfático sobre o papel, escrevendo com mais atenção, concentração e cuidado ou regularizando para tal fim a morfologia das letras palavras ou frases respectivas. (Honroth) O grafólogo se orienta pela dimensão, largura, direção linear, a inclinação etc., para definir este tipo de lapsus. A observação é feita de acordo com a dimensão (grande/pequena), a largura (extensa/estreita) e a direção (ascendente/descendente). Lapsus calami emocional ou secundário A alteração é apenas circunstancial e decorrente de um choque emocional inconsciente e se revela na estrutura rítmica ou da continuidade do traço. Segundo Honroth existe maior irregularidade em relação aos demais elementos da escrita. O lapsus cálami secundário de caráter eufórico e/ou repressivo aparece em letras, palavras ou frases. Notam-se variações de ritmo, torções, truncado, retoques, traços quebrados, incoerências, omissões, palavras confusas, mudança de significado etc. Estas variações estão sempre conectadas as palavras no entorno da PE, o campo gráfico (bolha) pode ser mais ou menos expandido de acordo com a intensidade do lapsus calami . Retoques, torções, quebras. Traços enganchados. Insegurança. Desconfiança instintiva e/ou consciente dos demais. Também encontramos o lapsus calami enfático ou lapsus calami emocional dentro da mesma palavra. É indiscutível que existe um paralelo entre sentimento ou emoção vivenciada e sua expressão na escrita, isto é, entre o conteúdo emocional – carga afetiva - da palavra atribuída e a maneira peculiar como observamos, com a mímica expressiva, em sentido prazeroso ou não. Para a interpretação do lapsus calami emocional nos orientamos até as eventuais discrepâncias entre o verdadeiro sentir e pensar de quem escreve e a “pronúncia mental” mediante a linguagem escrita, visualizada inconscientemente sobre o papel. (Honroth) O autor cita vários exemplos e compara com tom de voz alto a escrita com tamanho maior, larga, linha ascendente etc. É fácil observar o paralelo entre o lapsus calami e o ato falho de Freud. Sem entrarmos em profundidade no assunto, este é um dos mais visíveis casos de palavras reflexas. O escritor distorce de forma inconsciente o significado da palavra e muda a interpretação. O leigo nem sempre é capaz de perceber as nuances, mas os grafólogos iniciantes na grafologia emocional tem especial prazer em procurar de forma intensiva (e quase sempre encontrar), palavras reflexas que mudam o significado do texto. Os exemplos são os mais variados e extensos possíveis. Ao tentar escrever a palavra “enfeite” , o inconsciente aparece de maneira decisiva – enfarto . Trata-se de um lapsus calami . Na seta mais abaixo se observa novamente outro lapsus; ao tentar escrever ‘impacto”, o subconsciente escreve infarto. Não existem dúvidas da troca da letra p pela f. A constante repetição da palavra (vai aparecer mais vezes no texto) também é facilmente notada. O PR que muda o significado (caso – casa) é um bom exemplo de vazamento no qual o escritor diz muitas coisas com as quais discorda de forma consciente, mas tem medo; sente-se inseguro e com pouca capacidade, habilidade de dizer abertamente aquilo que pensa. Na realidade o lapsus calami revela as discrepâncias entre aquilo pensamos e o que escrevemos, portanto demonstra de forma clara o conflito que o escritor vive. Essas discrepâncias mostram imagens, sentimentos, pensamento, recordações que o sujeito reprime como modo de defesa – recordamos que Freud nunca fala de mecanismos de defesas e sim modos de defesas. (M. Moreno –grafólogo espanhol) Freud em sua obra traçou paralelos entre o lapsus calami e o lapsus linguae. Outras vezes a situação é tão intensa que o escritor manifesta tanto verbalmente como por meio da escrita, tal é a intensidade do “problema” pelo qual passa. Evidente que o grafólogo não faz ilações demasiadas. Neste caso a palavra “cadaver” é bastante visível no texto. O cansaço é visto na direção imbricada descendente da assinatura; os números da data são caídos. Parágrafos curtos. A palavra “temos” no final de terceira linha é facilmente observada. O traço da feminilidade na letra p: traço que aparece quase que exclusivamente em mulheres (98% das amostras). 20. Assinatura A assinatura é a marca individual que identifica quem escreve em cheques, contratos, documentos, etc. Alguns grafólogos a chamam de "Cartão de Visitas Grafológico". A origem está na palavra latina "assignare" que significa afirmar, fazer verdadeiro o que está escrito antes. Existe uma regra básica: “O texto revela o comportamento social e a assinatura o íntimo." A assinatura funciona como um “vazamento”, termo usado na psiquiatria para designar as palavras ditas pelo paciente no final da sessão e que muitas vezes são mais reveladoras e de maior conteúdo que toda a sessão em si. Isto está de acordo com as teorias de Klages a respeito dos movimentos inconscientes, ou seja, os primeiros movimentos do texto muitas vezes podem ser conscientes e os finais na maioria das vezes inconscientes. Angulosa. Traços do ressentimento e insegurança material. Valorização do nome de família. Hábil para impor a vontade por meio de processos lógicos. Necessidade de ser claro nas relações. Autoestima. Lato sensu, toda assinatura seria reflexa, mas chamo de assinatura reflexa aquela que não está em conformidade com o texto e que nos passa importantes informações na avaliação do nome e sobrenome, bem como apresenta consigo símbolos que estão em íntima ligação com os sentimentos, momento e problemática do escritor. O estudo da assinatura e a comparação com o texto nos mais diversos gêneros e espécies é visto no livro “Grafologia Expressiva”. Dimensão Assinaturas grandes demonstram pessoas confiantes e de ego expandido, as pequenas revelam timidez, modéstia e certo autocontrole. Comparação do tamanho da assinatura com o texto A principal comparação deve ser feita entre a zona média do texto e a da assinatura. Assinatura maior que o texto A zona média da assinatura é maior que a zona média do texto. Orgulho e vontade de ser superior. Desejos de ser notado. O autor se acha mais importante do que os valores sociais. Em alguns casos pode indicar exageros na própria valorização. Culto à personalidade. Falta de equilíbrio entre o que o "EU" é e o que realmente pode. Imaginação exacerbada. Exagerado. Megalomaníaco. Assinatura menor que o texto A zona média da assinatura é menor que a zona média do texto. O ego do escritor (zona média da assinatura) está diminuído. Humildade, modéstia. Aceitação de ordens. Sentimento de inferioridade. Quando exagerado – complexo de inferioridade (outros dados devem confirmar este fato). Legibilidade Escrita legível é sinal de sinceridade, se aparece legível somente o sobrenome mostra orgulho da família e desejo de tratamento formal. Ênfase no primeiro nome: familiaridade, infância feliz e tratamento informal. Zona média menor que o texto. Os traços regressivos são visíveis. A letra M inicial tem a forma de um feto. O simbolismo, tanto nas assinaturas como no texto, é encarado com extrema cautela pelo grafólogo. A assinatura ilegível pode ser produto de doenças, rapidez, condições precárias para escrever etc. Tentativa de preservar a intimidade, seja por dissimulação, timidez, covardia, etc. Confusão mental, falta de habilidadepara ser livrar de certas situações. Em escritas de sentido negativo é indício de desonestidade. O texto e o primeiro nome da assinatura são totalmente legíveis. O sobrenome paterno é riscado. Os pais estão separados. Personalidade em evolução. Assinatura legível e texto ilegível Felicidade e alegria consigo mesmo, porém o mesmo não acontece no ambiente profissional, social e, àa vezes familiar. Insegurança e conflitos no ambiente profissional. Incapacidade de expor de maneira correta fatos ou acontecimentos. Assinatura e texto legíveis Vontade de ser compreendido. Necessidade de relações interpessoais francas, diretas e sem rodeios. Clareza de intenções. Lealdade. Mantém a mesma postura nas relações familiares e profissionais. Assinatura ilegível e texto legível Desejo de ocultar a intimidade pessoal sem revelar o que pensa, faz e gosta. Timidez, medo e insegurança. Normal em adolescentes. Primeiro nome legível Infância feliz, tratamento informal. Simplicidade e franqueza. Pelé em quatro tempos. No Maracanã ainda garoto. No auge. Após parar de jogar. A bola desaparece na terceira assinatura. “Eu sou= Pelé” é lido na quarta. Diferenças entre o nome e sobrenome O primeiro nome indica a infância, o passado a informalidade de nossas vidas e o sobrenome os valores familiares, o passado, tratamento formal. Sobrenome ilegível Aversão ao nome de família. Problemas com o passado. Mulheres que estão se separando, tendem a assinar assim; em recém-casadas vemos exatamente o contrário, o sobrenome é maior. Problemas familiares. Reserva. Princesa Diana. O traço abaixo da assinatura mostra importância pessoal. O laço na letra D: traço da geniosa, quer ter sempre a palavra final nas conversações, para tal use de atitudes e modos amenos. Napoleão em várias fases da vida. Da euforia até a depressão. Assinaturas de Nixon. Da posse até a cassação do mandato. 21. Imagem antecipadora Expressão é a manifestação da índole psíquica ou de uma vivência passageira em formas aparentes do corpo ou no movimento voluntário ou involuntário e instintivo do mesmo corpo. Inclui-se aqui a expressividade dos olhos, da mímica do rosto, da atitude, da marcha (dança, pantomima etc. (Wikipédia) Nos estudos de palavras reflexas é de suma importância conhecer os princípios de expressão de Klages. Para o autor todo movimento interior corresponde a um movimento corporal análogo ou que todo movimento expressivo é involuntariamente dirigido para um fim instintivo contido na vivência da vida interior. Klages faz a distinção entre os movimentos espontâneos dos que não o são. Os primeiros são aqueles que manifestam o impulso vital espontâneo, isento de qualquer tipo de determinação. Os outros são produtos da intenção voluntária e que foram mais ou menos impostos pela educação e moral e assim fruto de hábitos adquiridos ou impostos; portanto sem naturalidade. http://www.filoinfo.bem-vindo.net/filosofia/modules/lexico/entry.php?entryID=567 http://www.filoinfo.bem-vindo.net/filosofia/modules/lexico/entry.php?entryID=628 http://www.filoinfo.bem-vindo.net/filosofia/modules/lexico/entry.php?entryID=746 http://www.filoinfo.bem-vindo.net/filosofia/modules/lexico/entry.php?entryID=3443 Os movimentos espontâneos são expressivos e devidos aos frutos de hábitos são impressivos ; destinados a impressionar aos demais. Nestes se inserem os exageros com sublinhados, assinaturas enfeitadas, desproporcionais, primeira letra extravagante etc. Portanto estas formas não são expressivas no sentido da palavra e sim representativas. Toda atividade representativa é dirigida e conduzida na espera de impressionar (no sentido de “produzir uma impressão determinada ”) ao espectador, que, na falta de outro pode ser ele próprio. Klages utiliza a noção de imagem diretora individual (um ideal de forma que serve de guia à ação ou “Leitbild”) daquela que necessita e que está universalmente presente e geralmente inconsciente quando o ser humano atua, seja qual for a ação. Isto leva a W. Hegar a distinguir claramente a expressão (no sentido de emergência de um conjunto de indícios exteriores unidos ao estado atual do organismo biopsicológico) da representação . A primeira sendo independente de qualquer observação, inclusive a do “expressante”.... De fato, a maior parte dos movimentos expressivos também sãopercebidos, se tornando então impressivos , orientados para uma testemunha real ou imaginária; modificados pela espera do efeito que terão no outro; têm um significado – explicável ou não - e tomam pouco ou muito o papel de significante; sem ter necessariamente este estatuto (quando são supostos não ser mais que indícios, sintomas). Trata-se de dar ao outro uma impressão do que? De si; por suposto; “eu”, eu. (Bernard Auriol, [publicado na “Psychologie Médicale”, 1987,19, 9; 1543-1547] Para Klages , qualquer tipo de movimento humano realizado de maneira espontânea é inconsciente e condicionado pela imagem diretora(Leitbild). O escritor fica na expectativa inconsciente de colocar asideias no papel, de se exteriorizar para os demais, portanto muitas vezes antecipa o resultado. Esta antecipação não se faz somente na escrita e sim em qualquer movimento humano. Atores com pouca qualidade expressiva transmitem de antemão aquilo que vão realizar em cena, muitas vezes o espectador tem a clara noção do próximo movimento a ser feito. O movimento gráfico é influenciado de forma inconsciente pelo sentido espacial e individual do escritor. (Klages) Para o grafólogo nem sempre é fácil observar com precisão na escrita os movimentos expressivos dos demais. Contudo as palavras reflexas, especialmente as que estão dentro do texto normalmente tendem a ser inconsciente e por isto revelam diversas informações sobre o escritor. De acordo com Pulver :“a escritura consciente é um desenho inconsciente, signo e retrato de si mesmo”. Walter Hegar (1938) distingue vários indícios no traçado das imagens presentes na forma das letras, na distribuição espacial, etc. Existe a influência dos professores, pais, irmãos e pessoas que admiramos. Tanto neste sentido, como nos demais, a carga emocional da palavra reflexa aparece com intensidade e vai levar ao grafólogo a observar várias características do escritor, especialmente se analisamos o conteúdo das palavras reflexas com os significados dos gêneros grafológicos. Hegar insistiu muito na questão do fato que toda manifestação de si, ainda que seja extremamente artificial, encerra ao menos os indícios que permitem chegar a um conhecimento profundo da personagem. Mesmo o esforço adulterar, de falsificar; mostra-se com traços de conflito entre a imagem procurada e a necessidade imperiosa para as emoções de aparecer à luz. (Bernard Auriol) Klages diz que começamos a aprender a escrever por meio do movimento imitador voluntário consciente e o chama de Imagem Condutora Formal . (Tenho algumas dúvidas no que diz respeito ao termo “voluntário”, pois é certo que a criança tem pouca escolha a respeito de se deseja escrever ou não, muitas vezes é obrigada a escrever e reage de forma intensa a isto – neste caso a escrita se torna confusa, tensa etc. Existem crianças que com mais de quatro anos de estudo ainda não estão alfabetizadas. Contudo isto não é objeto de estudos no momento) Ao longo do tempo o gesto gráfico se internaliza e cada vez mais fica inconsciente, o escritor passa a “impor” sua individualidade na escrita, quanto mais cedo isto ocorre, mais se liberta do modelo escolar. Desta forma aparecem as estruturas pessoais na escrita; o movimento é modificador involuntário e inconsciente. (Aqui não existem dúvidas quanto ao termo involuntário, pois mesmo forçada a escrever, a criança individualiza escrita, talvez de forma mais intensa que outras) É evidente que muitas vezes os dois movimentos se entrelaçam. Em determinados momentos o educador exige que a criança que volte ao modelo ensinado quando a expressãoinconsciente já traça novas formas no papel. Disto resultam diversos tipos de conflitos do qual o escritor terá dificuldades para se libertar. Quando se submete às regras e conduz a escrita caligráfica até a velhice, a criatividade e a individualidade foram “dominadas” na infância. Klages dá a este processo inconsciente de expressão o nome de Imagem condutora individual. (ou imagem diretora(Leitbild) . Para o estudo das palavras reflexas, observe os dois movimentos: movimento imitador voluntário e consciente movimento modificador involuntário e inconsciente . Fica evidente que o segundo se reveste de maior importância, como cita Honroth em sua obra. Em escritas caligráficas, quanto mais as palavras reflexas se distanciam do modelo ensinado, mais visível (inclusive para o leigo) fica a importância daquilo que foi escrito. Ali o escritor mostra toda a carga que carrega no modelo caligráfico, em contrapartida à palavra diferenciada ou desestruturada que colocou no papel. Quanto mais diferente, mais inconsciente é aquilo que tenta se expressar no papel. Embora não possa afirmar de modo conclusivo, o escritor de uma forma ou de outra, tem percepção dos problemas, somente não consegue expor os mesmos de corretamente, disto resulta o “vazamento”. Avalie as diferenças nas palavras reflexas de acordo com as zonas média, superior e inferior. O grafólogo avalia se os processos estão mais no nível consciente (zona superior), ou inconsciente (inferior) ou do ego (média). A desproporção da palavra reflexa estudada diz o grau de emotividade que ela carrega. Para Klages “a tensão muscular corresponde a um estado de tensão psicológico ou intelectual” e “todo estado interior se exterioriza por um movimento em analogia com este estado”. A grafologia da fisiologia dos movimentos não é a explicação casual dos modos de movimento; mas a análise apoiada nos princípios da expressão. (Pophal) Pophal aperfeiçoa este axioma dividindo os movimentos em dois grupos principais: os movimentos expressivos no estrito sentido do termo e os movimentos descritivos ou representativos; em segundo plano. 22. Roteiro de estudo O grafólogo segue determinado roteiro para a descoberta das palavras reflexas ao longo do texto, pois muitas vezes os microgestos não são percebidos com facilidade na escrita. O roteiro abaixo é um bom caminho para este estudo: Parágrafos reflexos Frases reflexas Palavras reflexas Letras reflexas Depois da descoberta da(s) palavra(s) reflexa(s), o grafólogo realiza várias inferências: relaciona as palavras reflexas entre si, a posição em relação ao texto, o conteúdo específico, a carga simbólica etc. Diversas espécies gráficas ampliam a interpretação da palavra reflexa em relação ao texto – evidentemente se os mesmos traços não estão presentes ao longo do texto; por exemplo: ângulo A - ângulo B - ângulo C. Para maior aprofundamento relacione os seguintes dados. Idade, sexo Profissão, estado civil Escolaridade Está ou não empregado, etc. Evidente que a pessoa desempregada há tempos pode acusar várias palavras reflexas tendo em vista a situação pela qual está passando. Evidente que quanto mais conhecimentos da vida a pessoa tiver; maiores serão a possibilidades de acertos. O grafólogo não faz juízos de valores, contudo é muito fácil perceber que pessoas religiosas ou fanáticas tendem a colocar o nome de Deus, igreja, Jesus, salvação, fé, promessas etc. Como afirmei anteriormente, o conteúdo das palavras é importante para reconhecermos determinados estados de espíritos. Algumas vezes pela simples leitura de algumas palavras de cunho regional reconheço o estado que o candidato reside. Isto em termos de RH não tem muita importância, mas quando se fala em grafologia forense, em cartas anônimas, é altamente levado em conta. Tenha em mente que o estudo das PR não se restringe somente a elas, começamos pelo texto para chegar às palavras ou vice-versa. Após a descoberta da PR, somente o perfil grafólogo completo e realizado no modo clássico, vai chegar ao total entendimento do significado da PR. O estudo do simbolismo espacial não é deixado de lado. As zonas onde ocorrem os tremores, as torções também são analisadas. Enfim, todo o simbolismo espacial é avaliado com profundidade. A grafologia emocional expressiva não está focada somente nas palavras reflexas. Avalia o texto de maneira global para chegar até as palavras e letras reflexas. Este conteúdo emocional que o grafólogo vai captar ao longo dos estudos que realiza. Sucesso! BIBLIOGRAFIA RESUMIDA 1. XANDRÓ. M. - Grafologia Superior, Barcelona. Herder, 1986. 2. XANDRÓ. M. - Grafologia Elemental, Barcelona. Herder, 1989. 3. VELS, A. - La Selecion de Personal, Barcelona. Herder, 1982. 4. VELS, A. - Manual de Grafoanalisis, Barcelona. Salvadó, 1991. 5. VELS, A. - Escrita e Personalidade, SÃo Paulo. Pensamento, 1991. 5. VELS, A. - Diccionario de Grafologia, Barcelona. Herder, 1983. 6. VELS, A. - Grafologia Estructural y Dinámica, Barcelona. Salvadó, 1993. 7. VELS, A. – Grafologia de A a la Z, Barcelona, Herder, 2001. 8. PRÉNAT, M.- Th. - Graphométrie. Aproche de la Personnnalité Profonde, Paris. Masson, 1992. 9. 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Grafólogo com maior número de livros publicados de grafologia na América do Sul. Mais de 26 mil perfis grafológicos realizados para empresas nacionais e multinacionais. Cerca de 120 mil escritas pesquisadas. "O mais importante grafólogo brasileiro da atualidade". Mauricio Xandró - Abril 2007. Decano dos Grafólogos da Espanha. Cursos – Palestras - Perfis Grafológicos – Livros: grafonauta@terra.com.br Paulo Sergio de Camargo Grafologia - Linguagem não-verbal http://www.lingcorporal.com.br/ http://grafonautas.blogspot.com/ Material Exclusivo Grafologia Emocional Expressiva Estudo das palavras reflexas Proibida a reprodução total ou parcial COPIAR É CRIME http://www.lingcorporal.com.br/ http://grafonautas.blogspot.com/ Table of Contents 01. Histórico 02. O texto reflexo 03. O parágrafo reflexo - tamanho 04. O parágrafo reflexo - gêneros 05. O parágrafo reflexo – Distribuição 06. O parágrafo reflexo – Dimensão 07. O parágrafo reflexo – Pressão 08. O parágrafo reflexo - Forma 09. O parágrafo reflexo - Velocidade 10. O parágrafo reflexo - Inclinação 11. O parágrafo reflexo - Direção das linhas 12. Palavras Reflexas 13. Conteúdo das palavras 14. Anomalias gráficas 15. Curva do ânimo 16. Gestos fugitivos e a curva do ânimo 17. A letra T e a curva do ânimo 18. Interpretação grafopsicológica 19. Lapsus calami 20. Assinatura 21. Imagem antecipadora 22. Roteiro de estudo 01. Histórico 02. O texto reflexo 03. O parágrafo reflexo - tamanho 04. O parágrafo reflexo - gêneros 05. O parágrafo reflexo – Distribuição 06. O parágrafo reflexo – Dimensão 07. O parágrafo reflexo – Pressão 08. O parágrafo reflexo - Forma 09. O parágrafo reflexo - Velocidade 10. O parágrafo reflexo - Inclinação 11. O parágrafo reflexo - Direção das linhas 12. Palavras Reflexas 13. Conteúdo das palavras 14. Anomalias gráficas 15. Curva do ânimo 16. Gestos fugitivos e a curva do ânimo 17. A letra T e a curva do ânimo 18. Interpretação grafopsicológica 19. Lapsus calami 20. Assinatura 21. Imagem antecipadora 22. Roteiro de estudo