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Refluxo gastroesofagico

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Thaís Oliveira - @dicas.demed
Refluxo gastroesofágico 
O esôfago é um tubo que liga a orofaringe ao 
estômago e está localizado por trás da traqueia e 
da laringe, estendendo até o mediastino e 
cruzando o diafragma no nível da vértebra 11. 
Funciona como um local de passagem de 
alimentos e líquidos que são provenientes da 
faringe, para o estômago. 
As paredes do esôfago são formadas de mucosa 
e submucosa, muscular externa e adventícia. 
Na camada mucosa interna, contém epitélio 
estratificado não queratinizado, e na junção 
esofagogástrica, o epitélio se transforma em 
epitélio colunar simples do estômago. 
A camada muscular externa consiste em 
músculos esqueléticos no terço superior do 
esôfago, uma mistura de músculo liso e 
esquelético no terço intermediario e apenas 
músculo liso no terço distal. 
A camada adventícia fibrosa do esôfago é 
formada apenas de tecido conjuntivo. 
Morfofisiologia do esôfago 
Em cada extremidade do esofago, possui um 
esfíncter (superior e inferior). 
● Esfíncter esofágico superior ou faringoesofágico: consiste 
em uma camada circular de músculo estriado, 
conhecido como músculo cricofaríngeo. 
● Esfíncter esofágico inferior ou gastresofágico: consiste 
em uma área de aproximadamente 3cm, situado 
acima da junção com o esôfago. Esse esfíncter é 
fisiológico, funcionando como uma válvula 
constituída de músculo liso circular que auxilia na 
contração tônica. Além disso, passa por um 
orifício ou hiato no diafragma, no ponto em que se 
um ao estômago. 
 Epidemiologia 
Refluxo gastroesofágico no adulto 
A prevalência esitmada da DRGE baseia-se 
apenas na presença de sintomas clássicos. Existe 
uma quantidade cres cente de informação sobre 
manifestações extraesofágicas da DRGE, com 
evidências de que a DRGE pode ser mais comum 
do que estimado atualmente. 
Dados epidemiológicos baseados na presença 
de pirose como indicador da DRGE revelam que
1 5 a 44% dos adultos norte-americanos têm este 
sintoma pelo menos uma vez por mês, e 14 a 
17,8%, diariamente. 
No Brasil, foi realizado um estudo 
populacional que avaliou a frequência de pirose, 
entrevistando quase 14.000 pessoas em 22 
cidades, que conclui que 12% da população 
urbana tem a DRGE.
 Etiologia 
● Anomalias congênitas: as mais comuns são a 
artéria esofágica (AE) e fístula traqueoesofágica 
(FTE), que afetam cerca de 1 em 45.000 recém-
nascidos. Geralmente o tratamento é cirúrgico. 
● Disfagia: pode gerar estreitamento do esôfago, 
incapacidade de produzir saliva, fraqueza das 
estruturas musculares que empurram o bolo 
alimentar para o estômago ou interrupções 
neurais que coordenam o mecanismo da 
deglutição. 
● Divertículo esofágico: é uma herniação causada 
por enfraquecimento da camada muscular que 
tende a reter alimento. 
● Lacerações (síndrome de Mallory-Weiss): são 
lacerações na junção esofagogástrica, que 
geralmente se estendem até os seguimentos 
distais. É mais encontrado em pacientes 
alcoólicos crônicos, onde há um relaxamento 
inadequado do esfíncter esofágico quando o 
paciente vomita, gerando estiramento e 
lacerações na junção esofágica no momento da 
expulsão violenta do conteúdo gástrico. Essas 
lacerações podem afetar apenas a mucosa ou até 
mesmo penetrar na parede do esôfago. 
● Hérnia de hiato: é uma protusão ou herniação do 
estômago atraves do hiato esofágico do 
diafragma. Existem dois padroes, o axial (por 
deslizamento) e não axial. 
I
Thaís Oliveira - @dicas.demed
 Fisiopatologia
O refluxo gastroesofágico é quando ocorre o 
movimento retrogrado do conteúdo gástrico do 
estômago para dentro do esôfago, levando a 
alguns sintomas. Então, o refluxo ocorre quando 
há falha em uma destas barreiras: 
● Barreira antirrefluxo: o esfíncter esofágico 
inferior regula a passagem de alimentos entre o 
esôfago e o estômago. Os movimentos intrínsecos 
funcionam para manter a função antirrefluxo do 
esfíncter esofágico externo. 
Os músculos circulares que circundam o 
esôfago, forma o mecanismo extrínseco e os 
músculos oblíquos que estão abaixo do esfíncter 
inferior, auxiliam na função antirrefluxo. 
Quando ocorre o relaxamento do esfíncter 
esofágico inferior, é um reflexo do tronco 
encefálico mediado pelo nervo vago em respostas 
a alguns estimulo eferentes.
Esse relaxamento é mais comum após as 
refeições, e as refeições ricas em gordura 
também aumentam a frequência desse 
relaxamento. 
● Mecanismos de depuração intralumial: o clareamento 
do material refluxado presente na luz do esôfago 
ocorre por uma combinação de mecanismos 
mecânicos e químicos. 
A alteração do peristáltico pode ser primária, 
em casos de distúrbios motores do esôfago, como 
segundaria, através de doença no tecido 
conjuntivo. 
Os líquidos ácidos do estômago possui o pH <4. 
Geralmente, o refluxo é neutralizado e eliminado 
pela peristalse esofágica e pelo bicarbonato da 
saliva. 
A hérnia por deslizamento é caracterizada por 
uma protusão do estômago acima do diafragma 
com formato de sino, sendo comum. Porém, se 
houver uma esofagite erosiva grave por conta de 
um refluxo gastroesofágico e hérnia de hiato mais 
volumosa, a lesão pode adiar a neutralização do 
ácido esofágico e contribuir para uma esofagite 
mais grave. 
Já a hérnia de hiato paraesofagicas (não 
axial), entra no tórax por um orifício alargado e 
em seguida dilata de forma progressiva, Nos casos 
mais graves, gera uma herniação para dentro do 
tórax que exigem o tratamento cirúrgico. 
Quando ocorre a diminuição da saliva, pode 
intriguista para a neutralização mais lenta do 
refluxo ácido do estômago. 
 Manifestações clínicas 
Pirose e regurgitação são os sintomas mais 
característicos da doença do refluxo 
gastroesofágico. 
A pirose é definida como queimação a área 
retroesternal e a regurgitação é a percepção do 
conteúdo gástrico refluindo para a boca ou a 
hipofaringe. 
Geralmente, esses sintomas ocorrem após as 
refeições (começando de 30 a 60 min depois), 
piorando quando o individuo deita ou inclina o 
corpo abaixo da cintura, aliviando na posição 
sentado. 
Outras queixas são eructações (arrotos) e dor 
torácica. Em geral, essa dor é localizada na 
região epigástrica ou retroesternal, podendo 
irradiar para a garganta, ombro ou dorso. 
Pode gerar sintomas como asma, tosse 
crônica e laringite, podem estar associados mas 
não são específicos. 
 Complicações 
● Esofagite erosiva: é uma lesão da mucosa do 
esôfago , possuindo hiperemia e inflamação. 
A sua visualização endoscópica sela o 
diagnóstico de doença por refluxo 
gastroesofágico. 
● Estenose péptica: são causadas por uma 
combinação de fibrose tecidual, espasmo e 
edema, gerando estreitamento do esôfago e 
disfagia quando a constrição do lúmen 
esofágico é significativa. 
l
Thaís Oliveira - @dicas.demed
● Esôfago de Barrett: é uma alteração anormal em 
que o epitélio colunar associado a uma metaplasia, 
substitui o epitélio escamoso normal que reveste o 
esôfago distal. Essa complicação pode estar 
associada ao aumento do risco em desenvolver 
adenocarcinoma do esôfago. 
O diagnóstico é baseado no relato de sintomas 
de refluxo e nos exames diagnósticos opcionais, 
como o teste de supressão da acidez, esofagoscopia 
e monitoramento ambulatorial do pH esofágico. 
● teste de supressão da acidez: administrar inibidor da 
bomba de prótons (IBP) por 7 a 14 dias para 
determinar se os sintomas são aliviados. 
● Esofagoscopia: introduz um endoscópio de fibra 
óptica flexível no esôfago com a finalidade de 
examinar o lúmen do sistema digestório superior. 
Se necessário, esse exame possibilita fazer biópsia. 
● Monitoramento do pH: introduz um tubo no nariz 
até o esôfago, um tubo fino com eletrodo, que são 
registrados dados em uma pequena caixa fixada 
por um cinto em torno da cintura e depois 
analisado por um computador, Esse esquipamento 
torna possível anotar as alterações de posição, 
pirose ou dor, e depois serão correlacionadas com 
os episódios de refluxo ácido. 
 Diagnóstico 
Tratamento não medicamentosoÉ necessário educar os pacientes a respeito 
dos fatores que podem precipitar episódios de 
refluxo, porém não são recomendações seguidas 
por conta da qualidade de vida. 
Devem ser feitas refeições pouco volumosas, 
com alto conteúdo de proteína e baixo conteúdo 
de gorduras, para evitar a distensão gástrica e 
contribuir para manter a pressão do esfíncter 
esofágico inferior. Se alimentar até 3 horas antes 
de deitar, especialmente na posição em decúbito.
Evitar o tabagismo, já que este tem influencia 
negativa devido a diminuição da pressão do 
esfíncter esofágico inferior, diminuindo o volume 
Tratamento 
e a secreção de bicarbonato salivar, 
aumentando o risco de adenocarcinoma no 
esôfago distal e cárdia. 
Em obesos, a perda de peso deve ser 
estimulado, já que a obesidade é fator de risco 
para o desenvolvimento. 
Tratamento medicamentoso 
● Antagonista de receptor H2 da histamina: atuam nos 
receptores H2 do estômago, mas não possui 
efeitos no H1. São antagonistas da histamina e 
reversíveis. 
Farmacocinética: após a administração, os 
antagonistas de H2 se distribuem pelo organismo 
(incluindo o leite materno e por meio da 
placenta) e são excretado principalmente pela 
urina. Exemplos: cimetidina, ranitidina e 
famotidina. 
Efeitos adversos: cimetidina possui efeitos 
endócrinos, como ginecomastia e galactorreia 
(ejeção contínua do leite). Já os demais 
medicamentos não possuem efeitos. No SNC, pode 
gerar confusão e alterações mentais. 
● Inibidores da bomba de prótons (IBPs): são fármacos 
para proteger da degradação prematura pelo 
suco gástrico. O revestimento é removido no meio 
alcalino do duodeno, e o pró-fármaco, que é uma 
base mais fraca, é absorvido é transportado a 
célula parietal, sendo convertido no fármaco 
ativo e forma uma ligação covalente com uma 
enzima parietal. 
São necessárias 18h para ressintetizar essa 
enzima e a secreção ácida é interrompida 
durante esse período. 
Exemplo: omeprazol, pantoprazol, 
esomeprazol, lansoprazol, dexlansoprazol e 
rabeprazol. 
Efeitos adversos: aumento do risco de fraturas, 
carência de vitamina B12 e prejudica a absorção 
de cálcio. 
● ProstaglandinaS: a prostaglandina E2 é 
produzida pela mucosa gástrica e inibe a 
secreção de ácido e estimula a secreção de muco 
e bicarbonato. A deficiência desta pode estar 
envolvida em úlceras pépticas. 
● Antiácidos: são bases fracas que reagem com o 
ácido gástrico formado agua e um sal, para 
diminuir a acidez gástrica. 
Estes variam na capacidade de eutralizar o 
ácido, sendo usados nas combinações de sais de 
alumínio e magnésio. 
Efeito adverso: diarreia 
l
Thaís Oliveira - @dicas.demed
O refluxo gastroesofágico ocorre mais de dois 
terços de recém-nascidos/lactentes.
É considerado um processo fisiológico normal 
que ocorrem varias vezes ao dia em lactentes, 
crianças e adultos. 
Em cerca de 50% dos recém-nascidos até os 3 
meses de idade, ocorre no mínimo um episódio 
de regurgitação por dia. Com 8 meses, o refluxo 
se torna menos frequente e desaparece aos 2 
anos de idade, a medida em que a criança 
avança e consegue manter uma postura mais 
ereta. 
Porém, é uma das condições mais comuns em 
crianças com paralisia cerebral, síndrome de 
down, fibrose cística e outras doenças 
neurológicas. 
O refluxo em crianças de forma patológica 
pode ser classificado em três grupos: esofagite, 
regurgitação com desnutrição e problemas 
respiratórios. 
As manifestações variam de acordo com a 
idade.
● Pré-adolescentes: pirose, epigastralgia, dor 
abdominal, regurgitação e vômitos eminentes. 
● Lactentes e crianças com 1 a 3 anos: é mais comum a 
regurgitação e os distúrbios alimentares. É 
importante uma investigação diagnostica 
adicional se houver vômitos recorrentes 
acompanhados por retardo de ganho de peso, 
choro excessivo, irritabilidade, transtorno do 
sono, dificuldade de se alimentar ou distúrbios 
respiratórios. 
Em crianças com refluxo mais grave, a 
inclinação da cabeça para um dos lados e 
arqueamento do dorso podem ocorrer. Esse 
posicionamento da cabeça pode representar 
tentativa de proteger as vias respiratórias ou 
reduzir o refluxo associado a dor. 
O refluxo pode causar laringoespasmo, apneia 
e bradicardia. 
Outro fator importante, é que as crianças 
asmáticas possuem cerca de 50% de ter doença 
do refluxo gastroesofágico como o fator 
desencadeante, são aquelas que possuem 
dependência a corticoide, asma refratária e 
agravamento noturno dos sintomas.
O diagnostico pode ser atraves das 
observações clínicas dos pais e do pediatra, não 
sendo necessário solicitar exames 
complementares. 
Refluxo gastroesofágico na criança 
Manifestações clínicas 
Diagnóstico 
O diagnostico pode ser confirmado por exames 
de dosagem do pH esofágico, esofagografia 
radioscópica contrastada e cintigrafia nuclear. 
● Dani R. Gastroenterologia essencial. 2. ed. 
Rio de Janeiro (RJ): Editora Guanabara 
Koogan, 2001.
● PORTH, C.M.; MATFIN, G. Fisiopatologia. 9ª 
ed. Guanabara Koogan, 2015.
● Tratado de Gastroenterologia - Da 
Graduação à Pós-graduação, Schilioma Zaterka, 
Jayme Natan Eisig, eds. 2ª ed, São Paulo: 
Editora Atheneu, 2016.
● WHALEN, K.; FINKEL, R.; PANAVELIL, T. 
A. Farmacologia ilustrada. 6. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2016.
referências bibliográficas 
l

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