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CORPO ESTRANHO NA INFANCIA

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Scv 
 
Introdução 
A ingestão de corpo estranho é frequente em pediatria. 
A conduta depende principalmente do tamanho e da 
característica do objeto ingerido e de sua localização no trato 
gastrointestinal. 
Os principais riscos da ingestão são obstrução e perfuração 
do trato gastrointestinal. 
A endoscopia é o tratamento de escolha em algumas 
situações. 
A American Association of Poison Control Centers 
documentou, em 2000, que 75% das 116.000 ingestões de 
corpo estranho em crianças ocorreram em menores de 5 
anos. Diferentemente dos adultos, 98% dos casos são 
acidentais e ocorrem com objetos encontrados no domicílio, 
como moedas, brinquedos, joias, ímãs e baterias. 
Aspectos Clínicos 
Os achados clínicos da ingestão de corpo estranho são bem 
variados. Dependem da idade da criança, da natureza do 
objeto, da região anatômica envolvida e do tempo transcorrido 
desde a ingestão. 
Cerca de 40% das ingestões de corpo estranho não são 
testemunhadas, e em 50% dos casos não aparecem sintomas. 
Objetos que ultrapassam o esôfago geralmente não causam 
sintomas, mas pode causar perfuração, erosão ou obstrução 
na evolução. Objetos com mais de 2,5 cm ou pontiagudos 
impactam com mais facilidade. 
É preciso ter muita atenção com dois tipos de objetos: ímãs 
e baterias. 
• A ingestão de dois ímãs aumenta o risco de perfuração 
ou fístula. 
• As baterias (principalmente as de lítio), quando em contato 
íntimo com as paredes de vísceras, promovem a 
alcalinização súbita do local (pH de até 13), com risco de 
perfuração. 
Pacientes com objetos impactados no esôfago podem ser 
assintomáticos ou apresentar os seguintes sintomas: 
• saliva com sangue; 
• tosse; 
• salivação; 
• disfagia/odinofagia; 
• parada no crescimento; 
• recusa alimentar; 
• desconforto em garganta; 
• engasgo; 
 
 
• irritabilidade; 
• dor cervical ou torácica; 
• pneumonias aspirativas; 
• desconforto respiratório, taquipneia ou dispneia; 
• estridor; 
• sibilância; 
• vômitos. 
Os locais mais comuns de obstrução são: área cricofaríngea, 
terço médio do esôfago, esfíncter esofágico inferior, piloro e 
válvula ileocecal. 
Os sintomas correlacionados a obstrução, erosão ou 
perfuração em estômago ou intestino são dor abdominal, 
náuseas, vômitos, febre, hematoquezia ou melena. Nas 
radiografias, é possível observar pneumoperitônio e 
distribuição inadequada de gases ou distensão de alças com 
nível líquido 
É importante lembrar também que o tempo médio de trânsito 
de um corpo estranho é de 3,6 dias, e o tempo de ingestão 
de um objeto pontiagudo até a perfuração é de 10, 14 dias. 
Portanto, se o objeto permanecer no indivíduo por mais de 3 
dias, pode-se considerar a remoção. 
Diagnóstico 
Radiografia 
Radiografias anteroposterior e de perfil do pescoço, tórax e 
abdome são indicadas em todos os pacientes com suspeita 
de ingestão de corpo estranho. Felizmente, a maioria dos 
corpos estranhos é radiopaca e o diagnóstico não é difícil. 
Endoscopia digestiva 
A endoscopia digestiva como método diagnóstico fica 
reservada para os pacientes sintomáticos em que o corpo 
estranho não foi identificado. 
Em raras situações, pode-se considerar a realização de 
exames contrastados, tomografia computadorizada (TC), 
ultrassonografia e ressonância magnética (RM) para 
identificação do corpo estranho. 
Tempos para indicação de endoscopia 
Endoscopia de emergência 
• Obstrução esofágica; 
• baterias no esôfago; 
• objetos pontiagudos ou afiados no esôfago. 
 
Endoscopia de urgência 
Corpo Estranho na Infância 
• Corpo estranho não pontiagudo ou afiado no 
esôfago; 
• alimento impactado em esôfago sem obstrução total; 
• objetos pontiagudos e afiados no estômago ou no 
duodeno; 
• objetos de 6 cm no duodeno proximal ou antes; 
• ímãs com alcance endoscópico. 
Endoscopia não urgente 
• Moedas no esôfago podem ser observadas por 12 a 
24 horas antes de se indicar endoscopia digestiva alta 
no paciente assintomático; 
• objetos no estômago com mais de 2,5 cm; 
• baterias que estão no estômago em paciente 
assintomático 
podem ser observadas por 48 horas. Aquelas que 
permanecerem no estômago por mais de 48 horas 
devem ser retiradas. 
 
A conduta da ingestão de corpo estranho pode ser feito de 
acordo com os fluxogramas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referência: 
Pediatria, Sociedade Brasileira D. Tratado de Pediatria, 
Volume 1. Disponível em: Minha Biblioteca, (4th edição). 
Editora Manole, 2017.

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