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Objetivos: Revisar a classificação das bactérias (grupos e formas); Compreender a fisiopatologia das valvopatias e suas consequências; Estudar a fisiopatologia da Febre Reumática e sua etiologia; Entender as manifestações clínicas da febre reumática (sinais e sintomas); Pesquisar a epidemiologia da Febre Reumática; Discutir os exames que fecham o diagnóstico da Febre reumática. Referências: Diretrizes Brasileiras para diagnostico, tratamento e prevenção da Febre Reumática (2009), Diretrizes Brasileiras de Valvopatias (2011 e 2020), Febre reumática aguda: manifestações clínicas e diagnóstico (2022), Febre reumática aguda: epidemiologia e patogênese, Porth – Fisiopatologia 10ºed (CAP. 32), Robbins 9º ed(CAP.12). Classificação das bactérias Reino monera; Seres procariontes unicelulares; Sem carioteca e sem núcleo bem definido; Apresenta nucleoide – material genético com DNA circular, desnudo (sem histonas) e cromossomo único; Apresenta plasmídeos: fragmento de DNA excromossomial circular e desnudo; Sem sistemas de endomembranas; Ribossomo como única organela; Parede celular de peptideoglicanos. Morfollogia das bactérias Valvopatias APG 04 APG 09 As valvas cardíacas permitem que o coração realize sua função de bombeamento do sangue para o organismo; Promovem o fluxo unidirecional do sangue; São compostas por finos folhetos de tecido fibroso resistente e flexível, recobertos por endotélio e unidas por anéis fibrosos valvares; Os folhetos das valvas podem estar lesionados ou se tornar um local de processo inflamatório e isso pode deformar sua linha de fechamento; A reparação dos folhetos está associada a um aumento no conteúdo de colágeno e a formação de cicatriz, que torna os folhetos mais curtos e rígidos. Existem patologias que podem afetar essas válvulas: insuficiência valvar (maior dificuldade de se fechar; estão mais frouxas; defeitos das estruturas de suporte como a musculatura papilar), estenose (valvas mais resistentes a abertura, conferindo uma obstrução ao fluxo sanguíneo); dupla lesão (insuficiência + estenose); Obs: O prolapso é uma deficiência anatômica e não funcional; Podem ser congênitas e adquiridas/ degenerativas (a valvopatia congênita mais comum é a valva aórtica bicúspide, que na maioria não provoca nem estenose nem insuficiência ao longo da vida, mas essa condição confere uma maior predisposição a calcificações que pode levara um quadro de estenose); Ainda que qualquer uma das valvas possa estar sujeita a um distúrbio, as mais afetadas são a mitral e a aórtica (grandes pressões do lado esquerdo); Os efeitos das valvopatias dependem de vários fatores: valva acometida, grau de acometimento, velocidade de instalação (agudo ou crônico), atividade dos mecanismos compensatórios para contrapor o defeito valvar; Por exemplo, a destruição súbita da cúspide de uma valva aórtica por infecção (endocardite infecciosa; veja adiante) pode causar regurgitação aguda, maciça e rapidamente fatal. Por outro lado, a estenose mitral reumática normalmente se desenvolve de modo indolente ao longo dos anos, e seus efeitos clínicos podem ser bem tolerados por períodos prolongados; Geralmente, a estenose valvar leva a hipertrofia cardíaca por sobrecarga de pressão, ao passo que a insuficiência da valva mitral ou aórtica leva a sobrecarga de volume; ambas as situações podem culminar em insuficiência cardíaca. Além disso, a ejeção de sangue pelas valvas estenóticas estreitas pode produzir “jatos” de alta velocidade que lesam o endocárdio no local que eles atingem. OBS: A estenose valvar possui relativamente poucas causas; ela é quase sempre uma consequência da lesão remota ou crônica das cúspides valvares. Por outro lado, a insuficiência pode resultar de doença intrínseca das cúspides valvares, ou da lesão de estruturas de suporte. As valvopatias degenerativas são associadas a idade e podem ocorrer de duas formas: calcificações ou alterações na MEC; As calcificações podem ser nas cúspides (mais frequente na valva aórtica), quanto nas anulares (mais frequente na valva mitral); A forma mais comum de doença valvar degenerativa é a calcificação aórtica isolada do idoso (causa estenose aórtica; não é comum fusão de cúspides) A alteração da MEC é representada por usa degeneração mixoide, com aumento de proteoglicanos e diminuição do colágeno e elastina da valva; A degeneração da MEC é frequentemente encontrada no prolapso da valva mitral (as cúspides apresentam um tamanho exagerado, podendo levar a um fechamento inadequado e regurgitação do sangue) esse quadro está associado com defeitos da produção ou remodelamento do tecido conjuntivo como ocorre na síndrome de Marfan. Distúrbios da valva aorta Estenose aórtica por calcificação Dificuldade de abrir; Uma das causas principais é o envelhecimento (calcificação associada ao “uso e desgaste”) associado a fatores de risco como hipertensão e dislipidemia ou valvas bicúspides congênitas; A lesão crônica e progressiva leva a degeneração valvar e provoca a deposição de hidroxiapatita (mesmo sal de cálcio que é encontrado no osso); As valvas anormais apresentam células semelhantes a osteoblastos que sintetizam proteínas de matriz óssea e promovem a deposição de sais de cálcio. Outra causa é a febre reumática que pode provocar fusão das bordas entre os folhetos da valva, deixando uma abertura central em “boca de peixe”; Aspectos clínicos Hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo; Isquemia do miocárdio hipertrofiado; Angina pectoris pode ocorrer; Pode ocorrer ICC pois as funções sistólicas e diastólicas podem estar descompensadas. Diagnóstico Geralmente auscultação de um sopro alto da ejeção sistólica; Angina, sincope (redução da circulação cerebral durante o esforço, quando a PA declina em consequência da vasodilatação na presença de um DC invariável) e insuficiência cardíaca; Dispneia ao esforço; ECG aponta sinais de sobrecarga de VE Insuficiência da valva aórtica Fechamento incompleto da válvula; Essa condição pode ter causa primária ou ser provocado por uma doença da aorta; Pode ser causada por defeitos congênitos, febre reumática e endocardite infecciosa; Como resultado o VE precisa aumentar o volume sistólico para incluir tanto o sangue que entra dos pulmões como aquele que extravasa e retorna pela valva regurgitante; Quando a acometimento da valva aórtica, quase sempre a valva mitral também apresentará problemas. Aspectos clínicos Esse defeito pode resultar de condições que causam cicatrização dos folhetos da valva ou de um alargamento do orifício valvar que afasta os folhetos; Causas principais: FR, Dilatação da aorta que pode ser resultado de HAS, aneurisma, etc. Leva a hipertrofia ventricular. Manifestações clínicas e diagnostico Dispneia aos esforços, ortopneia, dispneia paroxística noturna; Queda anormal da PD diminui a perfusão coronariana; Desconfortável sensação de percepção dos batimentos cardíacos, em particular quando se deitam (grave); Sons de Korotkoff podem persistir até a pressão intra-arterial zero; Pulsasoes carotídeas evidentes (grande pressão de pulso); Pulsação no leito ungueal; Pulsos periféricos latejantes. Distúrbios da valva mitral Estenose mitral Espessamento e imobilidade dos folhetos valvares decorrente principalmente de sequela reumática; Abertura incompleta da valva mitral durante a diástole, com distensão do átrio esquerdo e comprometimento do enchimento do VE; É um distúrbio continuo progressivo e vitalício que apresenta evolução lenta e estável nos primeiros anos, seguida de aceleração progressiva nos últimos anos. Os principais achadossão: espessamento dos folhetos valvares, áreas de calcificação, fusão comissural e encurtamento das cordas tendíneas. Patogênese Substituição do tecido valvar por um tecido fibroso, bem como por rigidez e fusão do aparelho valvar; Tipicamente as cúspides de fundem nas bordas e o envolvimento das cordas tendíneas causa encurtamento, o que traciona as estruturas valvares mais profundamente para dentro; Aumento da resistência da valva átrio esquerdo dilata aumento da pressão atrial; Esse aumento de PA atrial é transmitido para o sistema venoso pulmonar causando congestão pulmonar, HP e o desenvolvimento progressivo de sintomas. Manifestações clinicas Dependem da gravidade da obstrução; Estão relacionados com a elevação da PAE e congestão pulmonar; Dispneia paroxística noturna e ortopneia; Palpitações (taquicardia compensatória), dor torácica (tempo de diástole menor coronárias), fraqueza (astenia); Sopor diastólico (depois da segunda bulha) Diagnóstico ECG pode revelar sobrecarga atrial esquerda; Em presença de HP, pode haver desvio do eixo cardíaco para a direita; Radiografia de tórax mostra aumento do aumento do átrio esquerdo, dilatação da artéria pulmonar; Pode apresentar linhas B de Kerley; O teste ergométrico pode ser útil na avaliação da capacidade funcional em indivíduos com poucos sintomas. Insuficiência da valva mitral Fechamento incompleto da mesma; O volume sistólico ventricular esquerdo fica dividido entre: volume sistólico anterógrado (em direção a aorta) e o volume sistólico regurgitante (em direção ao átrio esquerdo). Pode ser classificada em primária (resultante de uma deformidade estrutural da valva) ou secundária (relacionada a outra doença cardíaca); Dentre as causas primárias, destacam-se o prolapso valvar mitral, a endocardite infecciosa, a Febre Reumática (FR), traumas e as deformidades congênitas. As etiologias secundárias estão relacionadas à isquemia miocárdica, cardiomiopatia hipertrófica e disfunção ventricular esquerda do tipo sistólica. Etiologia e patogênese Pode resultar de muitos processos como: CR, ruptura das cordas tendineas ou dos músculos papilares subsequentes ao infarto e endocardite (Causas agudas); Causas crônicas: FR e prolapso da v. mitral Na regurgitação mitral aguda a sobrecarga aguda do volume aumenta a pré carga ventricular esquerda, possibilitando um aumento modesto no volume sistólico ventricular esquerda. Contudo, o volume anterógrado está reduzido e o volume regurgitante causa uma rápida elevação a PAE, edema pulmonar e diminuição do DC. Manifestações clínicas Muitas pessoas permanecem assintomáticas; O grau de aumento ventricular esquerdo reflete a gravidade da regurgitação; Os sintomas típicos são aqueles de insuficiência do VE: dispneia aos esforços, Dispineia paroxística e ortopineia. Sopro olossistólico (Tunnnx –Tá) Diagnóstico ECG pode apresentar sobrecarga das câmaras esquerdas; Na radiografia podem estar presentes o aumento das câmaras esquerdas e sinais de congestão pulmonar. Prolapso da valva mitral É um traço autossômico; Os achados patológicos incluem a degeneração dos folhetos da valva mitral, tornando-os aumentados e frouxos de modo a prolapsarem A maior parte das pessoas são assintomáticas (Uma minoria apresenta dor torácica semelhante angina, dispneia, fadiga, ansiedade); A dor torácica costuma ser prolongada e não associada a esforço e mal definida; A ansiedade e as palpitações podem resultar da função anormal do sistema nervoso que comumente acompanha o sisturbio. Febre reumática Aguda, inflamatória e multissistêmica; Está relacionada com a faringoamgdalite que é causada pelo Streptococo pyogenes; Estreptococo beta hemolítico do grupo A; Propensão genética; Resposta imune tardia. Fisiopatologia Na estrutura do S. pyogenes existe uma proteinca chamada de Porteina M que fica na membrana, ajuda na fixação nas células epiteliais faríngeas; Apresenta epitopos reumatogênicos (Sequência de bases nitrogenadas) que podem causar uma reação do sistema imunológico; Esses epitopos (semelhança química) são encontrados em várias partes do nosso corpo: articulações, pele, coração e cérebro. (Mimetismo). Sequência de eventos 1. Invasão e adesão na célula epitelial 2. Processamento dos antígenos e apresentaão (Celulas B e T); 3. Autoimunidade (o anticorpo que vai atacar a bactéria tambpem vai atacar os próprios órgãos); 4. Manifestaçãoes no coração, no cérebro, na pele, articulações. Tipos de resposta Resposta celular (Linfócitos T) cardite grave e nódulos subcutâneos Humoral (Linfocitos B ) Cardite leve, coreia, artrite e eritema marginatum; Epidemiologia Crianças e adolescentes (5 – 15 anos) Países em desenvolvimento (superlotação familiar); Baixas condições sanitárias Sem acesso à saúde 1 causa de cardiopatia adquirida em < 40 anos no BR; A incidência da FR varia de acordo com o pais e, dentro do mesmos pais, varia de acordo com a região. Diagnóstico Mnemônico: CANECA FEIA Evidência da infecção: cultura da orofaringe – teste rápido, teste sorológico (ALSO) Quadro clínico Artrite mais comum Coreia de Sydenham (Pode ser isolada – mais tardia) Eritema marginado e nódulos subcutâneos – raros Cardidte (Grave). Artrite (60 -80%) Relacionada com resposta humoral (anticorpos irão atacar as articulações); Dor mais flogismo; Grandes articulações; Sem sequelas Migratória: Coreia (10 – 20%) Movimentos involuntário; Células B irão agir nos receptores D1 e D2 (autoimunes Maior liberação de dopamina (Mais movimentos involuntários); Sexo feminino, face, língua Variações rápidas de humor Manifestação tardia, pode ocorrer isolada Eritema Células B vão agir na pele; Lesão na epiderme; Borda destacada; Fugazes, poupa a face; Não coça e nem dói Manifestação nódulo subcutânea Células T invadem o subcutâneo Proliferação da camada subcutânea Pele normal, indolores Múltiplos e móveis Relação com cardite grave O nódulo de aschooff apresenta linfócito T, macrófagos ativados (células de anitschkow – são patogneumónicas de FR), plasmáticos. Cardite Linfócitos T atacam principalmente a região valvar Pancardite; Segunda manifestação mais frequente Lesão aguda: insuficiência mitral; Lesão crônica: estenose mitral; Única que deixa sequelas.
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