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Módulo III - Curso LAF versão final

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CURSO DE LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
FEDERAL DE INFRAESTRUTURAS DE 
TRANSPORTE 
 
MÓDULO III 
OUTROS INSTRUMENTOS DECORRENTES DO RITO 
ORDINÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BR-365 - Ituiutaba-Monte Alegre de Minas/MG - 23/06/2018. Foto: Edsom Leite/MTPA 
 
 
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES – SUBSECRETARIA DE SUSTENTABILIDADE 
3.0 OUTROS INSTRUMENTOS DECORRENTES DO RITO ORDINÁRIO 
3.1 Audiência Pública 
A Audiência Pública referida na RESOLUÇÃO CONAMA nº 1/86, tem por finalidade expor 
aos interessados o conteúdo do produto em análise e do seu referido RIMA, dirimindo dúvidas 
e recolhendo dos presentes as críticas e sugestões a respeito. 
Via de regra, são aplicáveis aos processos de licenciamento ambiental em que o órgão 
competente determina a elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de 
Impacto de Meio Ambiente (EIA/Rima). O órgão ambiental publica um edital abrindo prazo para 
a solicitação da realização de audiências públicas após o recebimento definitivo do EIA/Rima, 
conforme critérios definidos pela Resolução CONAMA nº 09/1987 (MINFRA, 2022). 
A audiência promove a participação pública, prevista no processo de licenciamento 
ambiental, com os objetivos de: 
• Garantir a divulgação de informações sobre os projetos a serem licenciados, em 
especial quanto aos possíveis riscos à qualidade ambiental das áreas de influência 
dos empreendimentos e sobre as medidas mitigadoras e de controle ambiental 
destinadas a reduzir esses efeitos; 
• Captar as expectativas e inquietações das populações afetadas e permitir ao órgão 
licenciador recolher as manifestações e os interesses dos diferentes grupos sociais. 
 Ferrer (1998), estudando 35 audiências públicas promovidas pelo Conselho Estadual de 
Meio Ambiente (Consema) de São Paulo no período de 1988 a 1996, identificou ganhos 
propiciados por elas, concluindo que são de grande importância para a sociedade civil, por 
serem uma das poucas maneiras de obter informação sobre empreendimentos com potencial 
de causar impactos significativos ao meio ambiente e à população. Somado a isso, há estudos 
sobre projetos que foram barrados ou sofreram grandes modificações devido à intensa 
participação pública, na qual as audiências são centrais (Devlin; Yap, 2008; Ferrer, 1998; 
Rothman; Magno; Delesposte, 2011; Sánchez, 2013). 
 O Princípio 10 da Declaração do Rio - firmado durante a Conferência das Nações Unidas 
sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, afirma: “A 
melhor maneira de tratar questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, 
de todos os cidadãos interessados” (Nações Unidas, 1992). Já a Convenção de Aarhus, 
promovida pela Comissão Econômica para a Europa da ONU, firmada em 25 de junho de 1998, 
 
 
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES – SUBSECRETARIA DE SUSTENTABILIDADE 
avança no detalhamento do Princípio 10 e trata especificamente de participação pública em 
matéria ambiental, que tem três fundamentos: acesso à informação, participação no processo 
decisório e acesso à Justiça. O acesso à informação refere-se ao direito de ter fácil obtenção de 
documentos e informações ambientais de órgãos públicos, não necessitando que a pessoa tenha 
que comprovar um interesse legítimo (Sánchez, 2013a). 
Conforme a Resolução CONAMA nº 09/87, o órgão ambiental licenciador deve abrir 
prazo de 45 dias para a solicitação de audiência pública, a partir da data do recebimento do 
Rima. A definição da necessidade de audiência pública, no caso concreto, é feita: 
a) a critério do órgão ambiental; 
b) por solicitação de entidade civil; 
c) por solicitação do Ministério Público; ou 
d) por abaixo-assinado de pelo menos 50 cidadãos. 
No caso de haver solicitação na forma regimental e o órgão ambiental negar a 
realização, a licença prévia concedida será considerada nula. 
A Audiência Pública é realizada com a participação, basicamente, de quatro grupos de 
atores: 
 
Desta forma, segundo Ferreira; Sánchez (2016) as contribuições nas audiências públicas 
podem orientar a imposição de condicionantes para emissão das licenças ambientais e a 
Coordena a realização do 
evento e registra as 
questões relevantes 
suscitadas para fins 
decisórios subsequentes
Órgão 
licenciador Organiza sua realização, 
apresenta o 
empreendimento, responde 
aos questionamentos 
referentes à implantação 
pretendida e arca com os 
custos correspondentes
Empreendedor
Apresenta suas 
conclusões, responde 
tecnicamente pelo seu 
conteúdo e responde aos 
questionamentos 
referentes aos estudos 
realizados
Equipe 
responsável 
pela 
elaboração 
do RIMA
Apresenta suas dúvidas 
ou questionamentos
Público 
presente
Equipe 
responsável 
pela 
elaboração 
do EIA RIMA 
 
 
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES – SUBSECRETARIA DE SUSTENTABILIDADE 
solicitação de estudos complementares, tanto no sentido de mitigar impactos negativos quanto 
de garantir que os impactos positivos ocorram da forma esperada. 
 
3.2 Compensação Ambiental 
A Compensação Ambiental é obrigatória em processos de licenciamento ambiental de 
empreendimentos ou atividades que provoquem perda de biodiversidade e de recursos 
naturais, tais como perda de vegetação nativa, perda de habitat, corredores ecológicos e 
ecossistemas de interesse para a flora e a fauna, com fundamento no Estudo de Impacto 
Ambienta. (MMA, IBAMA, 2002) 
De acordo com Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de 
Unidades de Conservação (SNUC), os empreendimentos causadores de significativo impacto 
ambiental, fundamentado em ElA/Rima, deverão direcionar recursos para criação e/ou 
manutenção de Unidades de Conservação (UCs). Os montantes financeiros são definidos pelo 
órgão licenciador, tendo como base o grau de impacto do empreendimento. Ademais, o órgão 
ambiental licenciador é responsável por definir quais UCs serão contempladas com os recursos 
da compensação ambiental. 
 Conforme o Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002, para os fins de fixação da 
compensação ambiental, o órgão ambiental estabelecerá o Grau de lmpacto a partir de estudo 
prévio de impacto ambiental e respectivo relatório (ElA/Rima), ocasião em que considerará, 
exclusivamente, os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente. O valor da 
Compensação Ambiental será calculado pelo produto do Grau de lmpacto e do Valor de 
Referência, relativo ao somatório dos investimentos necessários para implantação do 
empreendimento, não incluídos os investimentos referentes aos planos, projetos e programas 
exigidos no procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos causados 
pelo empreendimento, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do 
empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios de 
seguros pessoais e reais. 
 Dessa forma, verifica-se que o percentual de 0,5% do somatório dos investimentos 
necessários para a implantação do empreendimento é o valor máximo do cálculo da 
Compensação Ambiental, aplicável exclusivamente para empreendimentos de significativo 
impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em 
ElA/Rima. 
 
 
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES – SUBSECRETARIA DE SUSTENTABILIDADE 
 O Cálculo de Compensação ambiental é descrito pela fórmula abaixo: 
 
CA= Valor da Compensação Ambiental; 
VR= somatório dos investimentos necessários para implantação do empreendimento, não 
incluídos os investimentos referentes aos planos, projetos e programas exigidos no 
procedimento de licenciamento ambiental para mitigação de impactos causados pelo 
empreendimento, bem como os encargos e custos incidentes sobre o financiamento do 
empreendimento, inclusive os relativos às garantias, e os custos com apólices e prêmios 
de seguros pessoais e reais; 
GI = Grau de Impacto nos ecossistemas, podendo atingir valores de 0 a 0,5% 
Com relaçãoà forma de pagamento da Compensação Ambiental, o empreendedor 
poderá realizar as ações definidas no termo de compromisso de forma direta ou realizar o 
depósito integral do valor fixado pelo órgão licenciador, o que o desonera das obrigações 
relacionadas à Compensação Ambiental. 
 
3.3 Referências Bibliográficas 
 
CONAMA, Resolução CONAMA nº 01/1986 
CONAMA, Resolução CONAMA nº 09/1987 
DEVLIN, J. F.; YAP, N. T. Contentious politics in environmental assessment: blocked projects 
and winning coalitions. Impact Assessment and Project Appraisal, Fargo, v. 26, p. 17-27, 2008. 
FERRER, J. T. V. Audiência pública no processo da avaliação do impacto ambiental no estado de 
São Paulo. In: FERRER, J. T. V. et al. (Org.). Casos de gestão ambiental. São Paulo: CETESB; SMA, 
1998. p. 110-137. 
Duarte, C. G.; Ferreira V. H.; Sánchez L. E. Analisando audiências públicas no licenciamento 
ambiental: quem são e o que dizem os participantes sobre projetos de usinas de cana-de-
açúcar. São Paulo, 2016 
MINFRA, Manual de Licenciamento Ambiental de Aeroportos, 2022 
NAÇÕES UNIDAS. Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento. Rio de Janeiro: 
ONU, 1992. Disponível em http://www.onu.org.br/rio20/img/2012/01/rio92.pdf >. Acesso em: 
29 julho 2022. 
ROTHMAN, F. D.; MAGNO, L.; DELESPOSTE, A. L. Na certeza que a luta continua: a histórica 
resistência às barragens na comunidade rural Casa Nova, município de Guaraciaba-MG. In: 
CA VR GI
 
 
MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES – SUBSECRETARIA DE SUSTENTABILIDADE 
ZHOURI, A. (Org.). As tensões do lugar: hidrelétricas, sujeitos e licenciamento ambiental. Belo 
Horizonte: UFMG, 2011. p. 239-271. 
SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo: Oficina de 
Textos, 2013a.B 
	3.0 OUTROS INSTRUMENTOS DECORRENTES DO RITO ORDINÁRIO
	3.1 Audiência Pública
	3.2 Compensação Ambiental
	3.3 Referências Bibliográficas

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