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Desenvolvimento e 
Aprendizagem na Infância
A Biografia de Piaget
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Reni Rutkowski Silva
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
5
Un
id
ad
e
A Biografia de Piaget
O objetivo desta unidade é contextualizar primeiro a história de vida de Jean Piaget, 
para a seguir, mostrar como acontece o desenvolvimento infantil e suas etapas.
Ao longo da história do desenvolvimento humano, vários pensadores focaram suas 
preocupações nos aspectos relativos à “psique” e aos processos envolvidos nestes, ou melhor, 
buscaram compreender a forma como o homem aprende, as características próprias dessa 
aprendizagem e seus desdobramentos. Esses processos foram explicados à luz das influências 
psicogenéticas tendo como principais representantes Jean Piaget; Lev Semenovich Vygotsky 
e Henri Wallon.
A compreensão dessas teorias é de suma importância para atuação do professor de educação 
infantil e ensino fundamental, pois fornece elementos para compreensão de como a criança 
desenvolve seus processos cognitivos e de aprendizagem. Tal compreensão possibilita ao 
professor olhar a criança como criança e não como um adulto em miniatura, na medida, em 
que esta apresenta características muito peculiares em cada etapa de seu desenvolvimento.
A partir de agora convido você a trilhar o caminho do conhecimento e compreensão do 
mundo da criança, o qual envolve o desenvolvimento da inteligência e aprendizagem infantil. 
Iniciaremos com Piaget, em seguida, passaremos a Vygotsky e finalizaremos com Wallon.
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• Introdução
• Origem da Teoria
Fonte: T
hinkstock/G
etty Im
ages
6
Unidade: A Biografia de Piaget
Leia com atenção as seguintes perguntas:
- Piaget começa a construir sua teoria a partir da sua experiência e desenvolvimento de sua vida?
- Para Piaget a criança é um ser em constante transformação? 
- A biografia de Piaget determina os aspectos essenciais de sua obra?
Se sua resposta foi afirmativa para todas as perguntas significa que você está no caminho 
certo para compreender Piaget e iniciar uma fantástica viagem no universo do desenvolvimento 
da Inteligência e Aprendizagem.
Referência
PIAGET,J. Um biólogo que pôs a aprendizagem no microscópio. Grandes Pensadores. Nova 
Escola Especial. São Paulo, Julho 2008,p:90.w
Contextualização
7
Jean Piaget foi, inegavelmente, uma das figuras que mais exerceu influência no campo da 
educação. A concepção proposta por ele surge em função de alguns questionamentos:
- Como o homem aprende?
- Qual é a fonte do conhecimento?
- Como se chega ao conhecimento?
- Quais são as características da aprendizagem?
- Quais devem ser os objetivos do ensino?
- Como se configuram as relações entre educador e educando?
As respostas para as questões acimas são várias, mas entre elas encontramos uma que 
define como fonte do conhecimento a interação entre, o sujeito que conhece e o objeto de 
conhecimento. Assim sendo, o conhecimento é construído pela interação entre, sujeito que 
busca conhecer um dado objeto.
Os questionamentos propostos e a busca de respostas são encontrados em Jean Piaget, um 
epistemólogo suíço, que contribuiu de maneira significativa no esclarecimento da gênese do 
conhecimento humano.
O delineamento das ideias do autor passará inicialmente pelos dados biográficos, a seguir 
para origem da teoria e conceitos principais, finalizando com as etapas de desenvolvimento 
cognitivo e suas implicações educacionais.
Dados Biográficos 
Jean Piaget
Epistemólogo Suiça
Nascido naFoi um brilhante
Cientista do
conhecimento
Que quer dizer
Viveu de
1896-1980
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
Introdução
8
Unidade: A Biografia de Piaget
Jean Piaget nasceu na Suiça na cidade de Neuchâtel, em 1896. Ele foi um menino prodígio, 
pois aos 10 anos interessado em estudar sobre um pardal albino acaba desenvolvendo e 
publicando seu primeiro artigo científico. 
Desde muito cedo se mostrou interessado em diferentes áreas do conhecimento como 
filosofia, religião e ciência. Foi na área da ciência da biologia, aos 23 anos que se formou na 
Universidade de Neuchâtel.
Após se formar, em 1918, muda-se para Zurique com o objetivo de estudar Psicologia e 
no ano de 1919, passa a trabalhar em Paris com Binet, o qual trabalhava na construção dos 
primeiros testes de inteligência.
Suas publicações de livro se iniciam em 1923 com o lançamento do livro “Linguagem e 
Pensamento da Criança”, que é o primeiro de mais de 50 livros publicados. Já nos anos 30 
escreve vários trabalhos sobre o desenvolvimento infantil, baseando-se na observação de seus 
filhos, os quais foram fontes preciosas para o desenvolvimento de suas ideias. E ainda, ocupou 
vários cargos de importância, entre os quais, nas universidades de seu país, assumiu a direção 
do Instituto Jean-Jacques Rousseau ao lado de um de seus mestres Édouard Claparède.
Piaget faleceu em 1980 e até o final de sua vida trabalhou e foi honrado com diversos títulos 
de universidades europeias e norte-americanas. 
Origem da Teoria
A base inicial da teoria de Piaget está apoiada nas concepções de Ontogênese e Filogênese. 
A ontogênese estuda a origem e desenvolvimento das espécies, desde o embrião até atingir 
sua forma plena, as quais passam por diferentes estágios de desenvolvimento. Já filogênese 
estuda como os grupos de organismos evoluíram, ou seja, as relações ancestrais entre espécies. 
(dicionarioportugues.org/pt/ontogene-1).
As concepções apresentadas encaminham para ideia de que o homem é fruto de um processo 
evolutivo, e como tal, não nasce pronto, mas o apresenta de forma dinâmica e transformadora.
Neste caminho de primeiro buscar a origem, e em seguida, como o ser se desenvolve é que 
Piaget encontra a relação entre os estágios de desenvolvimento do embrião até atingir sua forma 
plena, com os estágios de desenvolvimento para aquisição do conhecimento e, por conseguinte, 
desenvolvimento da inteligência. Em suma, Piaget, segundo Davis e Oliveira (2010), “dedicou-
se a investigar cientificamente como se forma o conhecimento” e essa preocupação de buscar 
a origem do conhecimento, o apresenta como quem teorizou o conceito de Epistemologia 
Genética, na qual o conhecimento não é algo inato dentro do sujeito, mas sim fruto da interação 
do indivíduo com seu meio ambiente o que reafirma sua perspectiva e visão interacionista de 
desenvolvimento. Fonte: www.significados.com.br/epistemologia/
A visão interacionista de desenvolvimento remonta a ideia já apresentada que há um sujeito 
que quer conhecer e a relação com o objeto a ser conhecido, mas tal relação demonstra que 
a transmissão de conhecimento é limitada, na medida em que, o conhecimento se apresenta 
9
por meio de descobertas e interesses da própria criança e não se pode fazer a criança 
aprender o que ainda não está pronta para conhecer. Assim sendo, revela que o aprendizado é 
construído pela criança, o que atribuí a esta Teoria o status de Corrente Construtivista, na qual 
o desenvolvimento é um processo contínuo de trocas entre o sujeito e o meio ambiente.
As concepções de Piaget fazem parte das ciências humanas que, segundo Lima (1980), “ 
englobam a biologia, psicologia e sociologia e que a evolução dos seres vivos, o comportamento 
humano e a história do homem são processos dialéticos” os quais são resultantes da interação 
entre organismo e o meio, pois nada é inato tudo está em construção.
A partir da citação de Lima (1980), observamos que três áreas estão englobadas nas 
concepções de Piaget e não poderíamos deixar de fazer menção à área da psicologia, haja vista, 
que o desenvolvimento humano e aprendizagem infantil englobam também aspectos relativos 
ao comportamento afetivo.
Discorrer sobre comportamento afetivo, necessariamente, significa delinear algumas ideias 
centrais da teoria Psicanalítica de Sigmund Freud, o qual deu ênfase aos aspectos inconscientes 
do sujeito, enquanto Piaget deu ênfase aos aspectos cognitivos. 
Importanteressaltar, que apesar de ênfases diferentes dos dois teóricos, não há contradições, 
mas há sim complementariedade, pois Piaget buscou entender a relação que existe entre um 
sujeito que busca conhecer e por outro um objeto a ser conhecido, esta premissa aponta que o 
olhar de Piaget se deteve no sujeito e a busca do conhecimento. Já Freud buscou compreender 
a relação entre sujeito e o objeto a ser conhecido.
SIGMUND FREUD (1856-1939)
Dados Biográficos
Sisgismund Freud nasceu em 6 de maio de 1856, na cidade 
de Freiberg, no nordeste da Moravia, próxima a Ostrau hoje 
Pribor, na República Theca Império Austro-húngaro e recebe 
o nome de Schlomo, conforme costume judaico. Aos 22 anos, 
escolhe uma forma mais concisa de seu nome: Sigmund.
Segundo Rappaport (1986), o pai de Freud sofre uma crise 
financeira que o arruína, nessa fase Freud tinha 3 anos. Em 
função do revés financeiro, a família muda-se para Viena. Aos 
17 anos, forma-se no curso secundário com mérito acadêmico 
e se vê obrigado escolher uma carreira, inicialmente, decide-se 
por Direito, mas logo muda de ideia e volta-se para o estudo 
das ciências biológicas. Já no curso universitário, encontra 
muitas dificuldades, pois ainda apresentava dúvidas sobre sua 
carreira profissional. As dúvidas persistem por longo 6 anos e 
acaba trocando biologia por medicina. Em 1885, recebe uma bolsa de estudos por intermédio 
de seu professor Brucke e muda-se para Paris e começa a trabalhar em Salpêtrière onde entra 
em contato com Charcot. Estudando com Charcot, volta-se para manifestações da histeria: 
hipnose e os efeitos da sugestão.
Fonte: Wikimedia Commons
10
Unidade: A Biografia de Piaget
Freud permanece em Paris por um ano e, em seguida, volta para Viena e apresenta suas ideias 
teóricas iniciais em uma conferência, mas a comunidade acadêmica recebe com ressalvas suas ideias.
Aos 30 anos (1886), casa-se com Martha Bernays, com a qual teve uma vida conjugal estável e 
teve 6 filhos: Mathilde; Jean Martin; Oliver Ernst, Sofhie e a última Ana, a qual segue seus passos.
Até 1891, morou com a família na Theresienstrasse. Depois residiu no famoso endereço da 
Bergasse, distrito de Viena, mas em 1938 é obrigado a mudar-se para Londres refugiando-se do 
regime nazista. Em Londres, em 1939, falece aos 73 anos.
Discorrendo brevemente sobre Freud, que estudou quais são os mecanismos motivacionais 
inconscientes que levam o sujeito a fazer escolhas objetais, ou melhor, as relações afetivas 
entre sujeito e objeto, é preciso esclarecer que essas relações são estabelecidas ao longo do 
desenvolvimento humano em suas diferentes idades.
A teoria de Freud apresenta dois aspectos importantes do desenvolvimento infantil: um é 
sobre a formação da personalidade e o outro sobre o desenvolvimento da sexualidade, os quais 
se encontram intimamente ligados. 
Para iniciarmos sobre a Formação da Personalidade, precisamos apresentar o conceito de 
Libido, que é primordial para entender essa teoria. Freud denomina a Libido como fonte de 
Energia Psíquica, ou seja, ela é a mola propulsora do desenvolvimento, pois empresta energia, 
força e direção para o sujeito encontrar o objeto. A Libido é definida como uma energia somática, 
localizada na região do corpo onde nasce a excitação. Além disso, essa energia tem sempre 
como objetivo a busca, ou melhor, existe sempre um “impulso”, uma direção, que será sempre 
buscar o objeto de sua satisfação. Assim sendo, a Libido sempre é guiada pelo Princípio do 
Prazer, sempre evitando situações de Desprazer. Em suma, essa busca contínua pelo Prazer 
mostra que há princípios norteadores de nossas ações, e estes são: o princípio do prazer que 
para evitar o desprazer favorece o desenvolvimento do “princípio realidade”. 
Resumindo, somos levados a duas situações, uma é o viver, outra, o desenvolver. Mas, essas 
duas situações não são vivenciadas de forma harmoniosa, pois o objetivo sempre é o equilíbrio, o 
qual dependerá da forma como o sujeito resolve os seus conflitos ao longo de sua vida, ou melhor, 
ao longo das diferentes etapas de vida que são marcadas pelas diferentes idades do sujeito. 
As diferentes idades vão apresentando diferentes estruturas da personalidade. A primeira 
estrutura é o Id que é definido como reservatório de impulsos primitivos e que se caracteriza 
pela busca de gratificação imediata de suas necessidades e desejos. Essa estrutura se manifesta 
basicamente no início da vida, por exemplo, um bebê não consegue ter tolerância às frustações. 
A segunda estrutura é o Ego, que está relacionado ao início do processo de consciência, ou 
seja, o lado da razão. Essa estrutura começa a surgir após o primeiro ano de vida da criança, 
pois os primeiros conflitos começam a surgir, na medida, em que há impulsos do Id exigindo 
ser atendidos e o Ego busca atender a estes por caminhos possíveis e aceitáveis socialmente, 
caracterizando que a criança começa aprender o que pode e o que não pode fazer, ou ainda, 
a Razão está presente. Há uma “briga eterna entre Id e Ego” o Id quer agora e o Ego tenta 
conciliar e resolver estas imposições do Id.
A última estrutura da personalidade é o Superego, que aparece no início do processo de 
escolarização. Essa estrutura está relacionada ao aparecimento da Moral, pois a criança começa a 
introjetar os padrões vigentes na sociedade, ou melhor, o que é aceitável socialmente e rejeitado 
socialmente, aprende o que é errado e aprende o que é certo.
11
Passaremos a apresentar a Teoria de desenvolvimento da Sexualidade, a qual é 
caracterizada por busca de satisfação dos desejos sexuais, ou melhor, a busca pelo prazer físico. 
O princípio do Prazer acompanha o sujeito desde o início de sua vida e cada um tem modos 
peculiares e únicos de viver e sentir esse processo de desenvolvimento. No entanto, existe uma 
semelhança entre os sujeitos, que diz respeito às sequências de etapas de desenvolvimento, ou 
seja, há etapas específicas para cada idade que o sujeito se encontra e essas são semelhantes, 
no que diz respeito, a qual parte do corpo está sendo mobilizada sua zona erógena.
Encontramos situadas no corpo cinco zonas erógenas:
1- Fase Oral – (0 até 1 ano e meio), a Libido tem como principal característica todo e 
qualquer prazer experimentado oralmente, ou seja, o mundo é percebido pela boca. Além 
disso, há manifestações iniciais das estruturas do EGO, do qual faz parte a Consciência. A 
Consciência nos equipa para trabalhar com a realidade, e ainda, devemos ressaltar que em 
termos educacionais, significa a possibilidade de incorporar ativamente os conhecimentos.
2- Fase Anal – (após 1 ano e meio a 3 anos), a Libido está situada na região anal. A principal 
característica é que todo e qualquer prazer é experimentado de forma anal, ou seja, o mundo 
é percebido e sentido pela via anal. Aqui, a noção de produto é adquirida, pois o primeiro 
produto que a criança percebe como seu é o cocô. O ambiente tem papel relevante, pois a 
forma como esse “produto” é recebido irá favorecer ou não o desenvolvimento de: segurança, 
frustação, aceitação, autonomia e outros.
3- Fase Fálica – ( após 3 anos a 5 anos), a Libido está situada na região genital. A principal 
característica é que todo e qualquer prazer são experimentados pelos órgãos sexuais/genitais. 
Nesta fase, é que o Complexo Edipiano aparece, pois há o início das fantasias e pensamentos 
sexuais, isto não significa o ato em si, mas a fantasia sobre este. Este complexo é manifestado 
no menino projetando na figura materna a fantasia de estar no “lugar do pai”, já na menina 
é o inverso, a fantasia é projetada na figura paterna e fantasia de estar no “lugar da mãe”. A 
partir da forma de como são trabalhadas essas manifestações, teremos ou não a resolução desse 
complexo, que dependerá o início da terceira estrutura de personalidade o Superego, do qual 
depende nossa atuação moral na sociedade, além de mobilizar a curiosidade.
4- Fase de Latência – (após 5 anos até 12 anos), a Libido não possui nenhuma fixaçãoo que caracteriza uma fase de tranquilidade, pois as questões relativas ao prazer ficam em 
estado de latência, ou seja, não há nenhuma zona erógena evidenciada. A adaptação social e 
desenvolvimento cognitivo são importantes características que devem ser trabalhadas.
5- Fase Genital – (após 12 anos até o final da adolescência) a Libido irá se manifestar e a principal 
característica são as questões relativas à preocupação e busca de um parceiro para satisfação do 
prazer relacionado à prática sexual. A Identificação Social é a essência desta fase, na qual o sujeito 
aprende o amor referenciado na troca, na felicidade mútua do Eu e do Outro. A Identidade é 
elaborada e demonstra que todas as outras fases foram resolvidas e a Personalidade já está formada.
12
Unidade: A Biografia de Piaget
O desenvolvimento da sexualidade é acompanhado por sentimentos, emoções e manifestações 
afetivas que são determinadas pelo nível de atendimento das necessidades básicas de cada 
fase, isto significa que para cada fase há exigências mínimas, sem as quais pode elevar o nível 
de frustação do sujeito, levando-o a se fixar em dada fase, impedindo seu processo natural de 
desenvolvimento.
- Você já deve ter dito ou pensado: Se eu não tivesse sido repreendida daquela 
forma pelo meu pai ou mãe hoje eu não estaria me sentido assim...
- Quem não viveu frustações profundas, as quais os acompanham até os dias de 
hoje. A época de Natal é um bom exemplo, pois muitos pais e mães se impõem, 
sem ter condições financeiras, presentear seus filhos com todos os brinquedos 
solicitados por eles. Vejam! Mesmo não podendo, eles precisam fazer isto, alegando 
que não querem que seus filhos vivenciem o que eles passaram na sua infância, 
ou seja, a “falta de brinquedos”. Mas o que realmente está em pauta não é a falta 
do brinquedo, mas a experiência da falta do afeto. 
O exemplo demonstra que a forma como o sujeito vivencia o mundo e o faz por meio de suas 
relações objetais é que determinará a adequação ou não de sua adaptação e desenvolvimento. 
Caminhamos com Freud para complementar as ideias de Piaget. Em Freud, entendemos o 
desenvolvimento afetivo e em Piaget, o desenvolvimento da inteligência e pensamento, ou seja, 
o sujeito de Piaget que quer conhecer está intimamente relacionado com o objeto que quer 
ser conhecido, objeto este buscado e compreendido por Freud que apresenta em sua teoria o 
desenvolvimento da Personalidade e o desenvolvimento da Sexualidade.
Interessante notar que Piaget ao construir sua teoria, assim como Freud, a dividiu em fases 
que correspondem à idade que a criança está vivendo. Embora as teorias tratem de temas 
diferentes, se unem em alguns aspectos o que demonstra que apesar dos diferentes olhares 
sobre o sujeito, todos de certa forma, auxiliam e contribuem para a sua Construção.
A ciência psicológica apresentada por Freud contribuiu de forma importante e imprescindível 
para entender o desenvolvimento da criança de Piaget. 
Ao traçarmos essa trajetória de Freud, encontramos algumas reflexões que chegam até Piaget, 
pois a dimensão psicológica está imbricada com as questões do conhecimento e aprendizagem, 
as quais são apontadas por Lanjonquiere(2002). Iniciaremos por Freud, que discute o desejo de 
saber, o qual faz parte da vida do sujeito e é compelido pelo Complexo Edipiano, na medida, 
em que a criança na Fase Edipiana vive certas angústias relacionadas ao amor nutrido por um 
dos pais (menina pelo pai e menino pela mãe). A forma de resolução deste conflito é buscar o 
Conhecimento como forma de superação e aqui estaria a base do conhecimento que é o ponto 
chave da teoria de Piaget.
E ainda, o processo de conhecimento está relacionado intimamente com o processo de 
aprendizagem, o qual inclui variações, ora acertos, ora erros e a criança ao se defrontar com essas 
variações necessita tolerar frustações. Para clarear esta questão, precisamos retomar a ideia de 
Piaget sobre a Equilibração Majorante e seus mecanismos compostos por assimilação 
13
que significa incorporar elementos novos a estruturas já existentes e acomodação 
que significa modificar esquemas de assimilação. Esses mecanismos mobilizam o 
processo de Equilibração, o qual é alcançado por meio da construção do conhecimento. Tal 
caminho sempre se apresenta de forma Conflitiva, ou melhor, situações ou provocações levam 
a “Conflitos Cognitivos”. Atentem para outra situação que diz respeito à Aprendizagem, a 
qual é gerada pelos Conflitos Cognitivos.
As situações acima apresentadas nos levam às seguintes ideias de Freud relacionadas com 
Piaget, que são: Os conflitos Cognitivos se apresentam quando o Sujeito quer Conhecer o 
objeto, mas para isso ele precisa superar os conflitos, ou melhor, ele necessita segundo Freud 
superar o conflito entre as Pulsões do ID e do EGO. Esse conflito entre essas Pulsões quando 
superadas apresentam um Sujeito que Conhece o objeto desejado, o que caracteriza a aquisição 
do Conhecimento, por meio inicialmente, de uma contradição psicológica. Piaget parte da 
mesma premissa de Freud, ou seja, o Conhecimento é construído vias contradições que 
provocam perturbações que impulsionam o “Sistema Cognitivo”.
Os desequilíbrios que Piaget se refere são causados pelo que Freud como resistência aos 
objetos exteriores, os quais são obstáculos inerentes da vida. Em geral, o sujeito busca sempre 
superar os obstáculos, mas nem sempre isto é possível, e a não superação compele ao ERRO. Em 
geral, o Erro determina a qualidade e permanência dos erros, o que apontará as características 
de cada sujeito e suas aprendizagens.
Dando continuidade às ideias, encontramos a Definição de Inteligência: A Inteligência 
é um conjunto de operações estruturadas que carregam consigo o poder de sua própria 
autoconservação, e esta é acionada quando há o indício de comprometimento de seu 
sistema, imediatamente, este poder se coloca em movimento, desta forma, ocorre o que 
Freud designa como Compensação.
Para Piaget, aprender é tomar Consciência por meio de Equilibração Majorante. Há 
dois tipos de consciência: 
- uma é denominada consciência elementar, que está ligada a um dado imediato, ou seja, 
o que vejo do objeto;
- a outra é denominada tomada de consciência, que significa uma reconstrução de conceitos 
por mei o da lógica que surge frente à ação.
Os dois tipos de consciência estão também ligados às concepções freudianas, ou seja, a 
Consciência surge no final do Período Sensório Motor de Piaget quando há resquícios do 
aparecimento do EGO. 
Em síntese, o Sujeito de Piaget é também o Sujeito de Freud, e assim sendo, O Sujeito não 
é só desejo (Freud), ou só conhecimento (Piaget), ele é a soma do todo para sua Integração.
Essas correlações que buscamos mostrar entre Piaget e Freud demonstra que o Sujeito de 
Piaget não é só conhecimento, mas também um Sujeito que sente, ou melhor, O Sujeito é a 
soma de vários olhares e proposições.
Entre as proposições, vocês podem estar se perguntando onde encontramos a ciência 
sociológica na teoria de Piaget? A resposta à pergunta está no próprio Piaget quando aponta que 
o Sujeito é Construído por intermédio da relação sujeito e objeto, ou melhor, a interação social 
14
Unidade: A Biografia de Piaget
entre o organismo e o meio e que paulatinamente vai adaptando, delineando e transformando 
o sujeito que quer conhecer e também os objetos a serem conhecidos. Em suma, na medida 
em que vivemos, há desenvolvimento, ocorrem mudanças de olhares, mudanças de percepção, 
mudanças afetivas, mudanças cognitivas, mudanças nas estruturas de pensamento e também 
nas estruturas e níveis de inteligência.
Efetivamente, na concepção de Piaget há um lugar para interação social que segundo La 
Taille(1992), “Piaget escreve: O homem normal não é social da mesma maneira aos seis meses 
ou aos vinte anos de idade, e, por conseguinte, sua individualidade não pode ser da mesma 
qualidade nesses dois diferentes níveis”. 
A afirmação denota que a criança não nasce um sersocial, mas paulatinamente, vai se 
construindo como tal, por meio das relações sociais e trocas que se configuram nessas relações. 
Segundo Davis C. (2010), “As interações sociais recebem influência de fatores externos e internos, 
os quais se inter-relacionam de forma contínua, formando uma complexa combinação de influências”.
Agora, podemos ressaltar a importância da ciência biológica na obra de Piaget, o qual 
principia suas reflexões instigadas pela teoria revolucionária de um naturalista inglês Charles 
Darwin (1809-1882) que tratou da origem das espécies. A influência de Darwin encaminhou 
algumas ideias importantes para Piaget, como segue:
- A vida das espécies tem um padrão organizado de desenvolvimento;
- A inteligência tem uma base biológica.
O desenvolvimento da inteligência se forma por esquemas que apresentam condições 
de evolução, os quais partem progressivamente de esquemas simples para esquemas mais 
complexos. Essas condições nos levam a refletir sobre a ampla possibilidade que o homem 
tem de crescer e se transformar ao longo de sua vida, e ainda, a cada etapa vivida o homem 
se reconstrói, ou seja, SER é um estado permanente de CONSTRUÇÃO. A imagem a seguir 
resume as ideias centrais de Darwin as quais guiaram Piaget: ADAPTAÇÃO E MUDANÇA. 
As ideias de Darwin seguidas por 
Piaget nos mostram que o processo 
de crescimento depende de nossas 
possibilidades de nos adaptar ao novo 
que nos leva a transformações. 
O princípio do desenvolvimento 
da criança é regido pelo conceito de 
Equilíbrio, ou também chamado de 
Equilibração Majorante, o qual a auxilia 
na progressão da organização interna 
e adaptação ao meio. Esse conceito 
encontra-se atrelado à ideia que todo ser 
sempre busca um estado de equilíbrio, 
o qual auxilia na adaptação do sujeito 
ao meio, ou seja, qualquer situação 
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
15
que traga inseguranças e perturbações, o sujeito irá buscar formas de superá-las para que 
seu equilíbrio possa ser retomado. No entanto, é necessário ressaltar que viver é um processo 
contínuo de desequilíbrios e equilibrações, sendo que o desenvolvimento cognitivo também se 
encontra submetido a esta lógica. No entanto, quando há superação dos desequilíbrios novas 
possibilidades se apresentam e geram uma harmonização entre o sujeito e o meio.
O processo de Equilíbrio/Equilibração é contínuo da vida e está intimamente relacionado 
a dois mecanismos, os quais são mobilizados quando se faz necessário trazer um novo estado 
de equilíbrio. Eles são denominados assimilação e acomodação. A assimilação se apresenta 
como ações que o sujeito desenvolve no sentido de buscar significados para situações novas 
a partir de experiências anteriores, ou ainda, incorporar novas situações ou objetos do mundo 
exterior aos esquemas mentais já existentes. A acomodação é outro mecanismo que faz o 
sujeito se modificar frente ao novo para se adaptar às novas exigências que se apresentam pelo 
ambiente. Os dois mecanismos são diferentes, mas em dada situação eles podem ocorrer de 
forma concomitante. Por exemplo: a criança utiliza sua boneca de diferentes formas: a boneca 
como sua amiga, a boneca como meio para bater em alguém, a boneca pode ser jogada para 
cima como uma bola e assim agindo mostra que a boneca adquire diferentes significados 
dependendo do momento e forma que a criança olha para um dado objeto. A imagem a seguir 
ilustra os mecanismos citados.
Adaptação
Ajuste cognitivo a
alteração ambiental
Assimilação
Observações de novas
informações e
incorporação das
mesmas às estruturas
cognitivas já existentes
Acomodação
Ajuste das reações
atuais do indivíduo para
atender às exigências
especí�cas de um
objeto ou ação
Fonte:Adaptado de educacaofisicanaveia.com.br
Você é do tipo de pessoa que frente ao novo recua ou busca soluções?
Se a sua alternativa foi recua significa que buscou informações em experiências anteriores e 
para tal se utilizou de assimilação. Mas, se não fizesse esse caminho provavelmente encontraria 
dificuldades de encontrar soluções, pois estar no mundo é continuamente incorporar o novo 
(assimilação) para se ajustar as exigências do meio (assimilação).
Importante ressaltar que os mecanismos apresentados podem aparecer também nos adultos. 
Por exemplo: o significado que um automóvel pode ter para cada uma das pessoas que se 
utilizam dele, ou seja, para alguns, o automóvel pode se apresentar como um objeto que o 
conduz para diferentes lugares, mas também pode se tornar em dado momento um objeto 
de ostentação social, como também uma “arma” quando utilizado no excesso de velocidade. 
Portanto, os adultos também caminham com diferentes significados em diferentes situações, 
16
Unidade: A Biografia de Piaget
mas diferentemente da criança, os significados aqui são utilizados de formas inadequadas, haja 
vista, que esperamos coerência e sensatez de pessoas adultas.
Agora que sabemos que o desenvolvimento é um processo de equilibrações contínuas e que 
se utiliza dos mecanismos de assimilação e acomodação para manterem seu estado de repouso, 
necessitamos compreender que o desenvolvimento é caracterizado por diferentes etapas; 
períodos; fases ou também chamados estádio ou estágios. Essas diferentes nomenclaturas estão 
relacionadas com diferentes pontos de vista dos estudiosos de Piaget.
Fonte: Thinkstock/Getty Images
Como já apontamos, o desenvolvimento é um processo dinâmico e contínuo e é mais intenso 
na criança, na medida, em que estamos frente a um ser em formação. A criança se desenvolve 
em etapas, as quais, em geral são determinadas pelo momento etário de cada uma, não 
significando que necessariamente, cada criança irá viver exatamente igual às outras, ou seja, 
cada sujeito se apresenta com peculiaridades próprias e únicas que são guiadas por etapas que 
variam conforme a idade da criança.
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Material Complementar
Para ampliar ainda mais o seu conhecimento sobre o assunto da unidade, consulte o material 
a seguir: 
Para ler: Piaget muda o Paradigma das Ciências do Homem, escrito por Lauro de 
Oliveira Lima- Título: Piaget para Principiantes. O material apresenta a formação 
de noções de Força (Estudos sobre Epistemologia Genética).
Para assistir: Charles Darwin- A voz da Evolução. Disponível em: http://youtu.
be/pnNCFrWsivM 
Charles Darwin inspirou as principais ideias de Piaget sobre as etapas de 
desenvolvimento.
http://youtu.be/pnNCFrWsivM
http://youtu.be/pnNCFrWsivM
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Unidade: A Biografia de Piaget
Referências
BOCK, A. M. B, FURTADO, O. e TEIXEIRA, M. L. T. Psicologia do desenvolvimento. In: BOCK, 
FURTADO E TEIXEIRA. A psicologia do desenvolvimento. São Paulo: Saraiva, 2001.
DAVIS, C. e OLIVEIRA, Z. A concepção interacionista: Piaget e Vygotsky. In. DAVIS, C. E 
OLIVEIRA, Z. Psicologia na Educação. 3.ed. São Paulo: Cortez, 2010,p:42-46
KAIL, Robert V. A perspectiva psicodinâmica. In. Kail, Robert V. A criança. Tradução Claudia 
Sant Ana- São Paulo: Prentice Hall, 2004.
KAMIL, C.; DEVRIES, R. Jogos em grupo na educação infantil: Implicações da teoria de 
Piaget. São Paulo: Trajetória Cultural, 1991.
LAJONQUIÈRE, L.De Piaget a Freud: Para Repensar as aprendizagens a (Psico) 
pedagogia entre conhecimento e Saber. São Paulo: Vozes,1973.
LA TAILLE,Yves; OLIVEIRA,M.K e DANTAS,H.O lugar da interação social na concepção de 
Jean Piaget. In. LA TAILLE.Yves, OLIVEIRA,M e DANTAS, H. Piaget, Vygotsky,Wallon: 
teorias psicogenéticas em discussão- São Paulo: Summus, 1992, p:11-21..
 
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