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Plano de Aula: Teoria e Prática da Argumentação Jurídica
TEORIA E PRÁTICA DA ARGUMENTAÇÃO JURÍDICA  SEMANA 3     Demonstração e
argumentação
 
Objetivos
- Estabelecer a diferença entre demonstração e argumentação.
- Relacionar demonstração e os tipos de prova admitidos em
Direito.
- Compreender a contribuição da demonstração para a argumentação
jurídica.
Estrutura do Conteúdo
1. Procedimento demonstrativo
1.1. Características
1.2. Meios de prova e argumentatividade
2. Argumentação
2.1. Características
2.2. Relação entre demonstração e argumentação
 
Aplicação Prática Teórica
Fetzner[1] reconhece que a
demonstração pode auxiliar a argumentação a alcançar seus objetivos. Segundo os
autores, a demonstração caracteriza-se por ser um “meio de prova, fundado na
proposta de uma racionalidade matemática”, a qual é operacionalizada pela
lógica formal – silogismo.
Há provas testemunhais, documentais, periciais, etc.
A demonstração caracteriza-se por meio de prova que auxilia na
construção dos argumentos.
A título de exemplo, reconheçamos que, para desenvolver uma
argumentação que convença o magistrado da procedência do pedido de
alimentos, é necessário demonstrar que realmente o requerido tem essa obrigação
de alimentar o requerente, ou seja, é fundamental que a parte autora demonstre
a paternidade para o juiz, sem a qual não tem qualquer serventia o fundamento
jurídico selecionado.
Quais os meios de prova admitidos pelo Direito no tocante à
comprovação (demonstração) da paternidade?
 
Questão
Observe as quatro fontes abaixo que apresentam informações sobre
os meios de prova admitidos em direito para a comprovação da paternidade.
 
1) Art. 1.605 do Código Civil: na falta, ou defeito, do
termo de nascimento (certidão), poderá provar-se a filiação por qualquer modo
admissível em direito: I - quando houver começo de prova por escrito, proveniente
dos pais, conjunta ou separadamente; II - quando existirem veementes presunções
resultantes de fatos já certos.
 
2) STJ Súmula nº 301 (18/10/2004)
Ação Investigatória - Recusa do Suposto Pai - Exame de DNA -
Presunção Juris Tantum
de Paternidade. Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a
submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris
tantum de paternidade.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3) Jurisprudência (Ação de investigação de paternidade.
Processo número...)
CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO INVESTIGATÓRIA DE PATERNIDADE.
DESISTÊNCIA DA PRÓPRIA MENOR, POR SUA TUTORA. DESCABIMENTO. DIREITO
INDISPONÍVEL. APURAÇÃO DA VERDADE REAL. EXAME DNA POSITIVO. CONFORMAÇÃO DO PAI
INVESTIGADO.
I. O direito ao reconhecimento da paternidade é indisponível, pelo
que não é possível à tutora da menor desistir da ação já em curso, ao argumento
de que a adoção que se propunha ela própria fazer era mais vantajosa à
tutelada, e que, a todo tempo, seria possível à autora novamente intentar igual
pedido, por imprescritível.
II. Caso, ademais, em que já houvera, inclusive, a realização de
teste de DNA, com a confirmação da paternidade investigada, sendo interesse da
menor e do Estado a apuração da verdade real.
III. Corretos, pois, a sentença e o acórdão estadual que,
rejeitando o pedido de desistência, julgaram procedente a ação investigatória.
IV. Recurso especial não conhecido.
4) Leia o artigo adiante:
A edição do Diário Oficial da União de 30/7/2009 traz a íntegra
atualizada da Lei 8.560/02, que regula a investigação de paternidade de filhos
nascidos fora do casamento. A nova norma estabelece a presunção de paternidade
no caso de recusa do suposto pai em submeter-se ao exame de código genético
(mais conhecido como exame de DNA) em processo investigatório aberto para essa
finalidade. Atualmente, a Justiça brasileira já tem reconhecido a presunção de
paternidade nesses casos.
Agora, com a lei, a recusa do réu em se submeter ao exame de
código genético (DNA) gerará a presunção de paternidade. Entretanto, a
presunção de paternidade deverá ser apreciada em conjunto com o contexto mais
amplo de provas, como elementos que demonstrem a existência de relacionamento
entre a mãe e o suposto pai. Não se poderá presumir a paternidade se houver
provas suficientes que demonstrem a falta de fundamento da ação.
Os precedentes
A paternidade presumida já é entendimento pacificado no Superior
Tribunal de Justiça desde 2004. Existe até uma súmula sobre o tema, a 301,
publicada em novembro daquele ano.
O entendimento começou a ser consolidado em 1998. Com base no voto
do ministro Ruy Rosado, a 4ª Turma decidiu que a recusa do investigado em
submeter-se ao exame de DNA — no caso concreto, marcado por 10 vezes, ao longo
de quatro anos — aliada à comprovação de relacionamento sexual entre o
investigado e a mãe do menor gera a presunção de veracidade das alegações do
processo (REsp. 13.536-1).
Em outro caso, o ministro Bueno de Souza levou em conta o fato de
o suposto pai ter se recusado, por três vezes, a fazer o exame. “A injustificável
recusa do investigado em submeter-se ao exame de DNA induz presunção que milita
contra a sua resignação”, afirmou (REsp.
55.958).
A 3ª Turma também consolidou essa posição ao decidir que, “ante o
princípio da garantia da paternidade responsável, revela-se imprescindível, no
caso, a realização do exame de DNA, sendo que a recusa do réu de submeter-se a
tal exame gera a presunção da paternidade”, conforme acórdão da relatoria da
ministra Nancy Andrighi (REsp. 25.626-1).
Vários e antigos são os julgamentos que solidificaram essa posição
até que o tribunal decidisse sumular a questão, agilizando,
dessa forma, a análise dos processos com esse intuito nas duas turmas da 2ª
Seção, especializada em Direito Privado. Com informações da Assessoria de
Imprensa do Superior Tribunal de Justiça.
Sugerimos ler a íntegra da Lei n. 8.560/02.
(http://www.conjur.com.br/2009-jul-30/leia-integra-lei-investigacao-paternidade)
Com o conteúdo ministrado na aula foi possível compreender que a
demonstração está a serviço da argumentação. Após a leitura das fontes acima
indicadas, verificou-se que a prova demonstrativa (DNA) pode ser eventualmente
dispensada, se houver fundamentadas razões para isso.
Vamos fazer um exercício de raciocínio? Indique outras situações
jurídicas em que a prova demonstrativa é a mais adequada para construir a
argumentação jurídica, mas a impossibilidade de sua produção autoriza o uso de
outras provas, flexibilizando o rigor jurídico em nome
da busca da verdade.
 
[1] FETZNER, Néli
Luiza Cavalieri (Org. e Aut.); TAVARES, Nelson;
VALVERDE, Alda. Lições de Argumentação Jurídica: da teoria à prática.
Rio de Janeiro: Forense, 2010, capítulo 2.3.

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