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HERMENEUTICA BIBLICA - AULA 8- Hermenêutica e AT livros poéticos e sapienciais


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Hermenêutica bíblica
Aula 8: Hermenêutica e AT — livros poéticos e sapienciais
Apresentação
Nossa jornada continua: a cada aula, nos aprofundamos na demonstração e na análise da importância da
hermenêutica bíblica como arte de interpretação e aplicação da mensagem da Bíblia. Nesta aula,
contemplaremos as chamadas literaturas sapiencial e poética; a�nal, o Texto Sagrado está repleto de relatos
de ações cotidianas que simbolizam tanto a sabedoria popular quanto a erudita.
Ao observarmos os livros poéticos e sapienciais do Antigo Testamento, mergulharemos na beleza de uma
escrita que marca a forma com a qual o povo de Israel expressava a vida: espiritualidade, cultura e
costumes.
Objetivos
Examinar o contexto histórico dos livros poéticos e sapienciais;
Identi�car o gênero literário da linguagem bíblica de ambos;
Descrever a beleza das literaturas poética e sapiencial.
Primeiras palavras
A Bíblia nos oferece um grande leque de literaturas. Há nela muitos gêneros que, ao longo de seus livros, ajudam
a contar, com uma riqueza de detalhes impressionante, a história da salvação. Assim como o Texto Sagrado não
se constitui de um só livro, e sim de uma coleção deles, sua literatura também não é apenas uma – mas várias.
Cada escritor tinha a sua forma de expressar a mensagem divina: esse tipo de escriba era conhecido como
hagiógrafo.
Todos os escritores narram a literatura de Deus, e não uma que lhes seja própria, mas Ele permitiu que cada um
imprimisse sua identidade nas narrativas bíblicas. Dessa forma, os hagiógrafos puderam redigir a mensagem
divina com marcas diversas, variando de acordo com:
Cultura História de vida Jeito de ser
Demais
características
pessoais
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 (Fonte: Billion Photos / Shutterstock)
Atenção
Independentemente de contexto ou gênero literário, a narrativa bíblica sempre será a mensagem de Deus ao seu
povo a despeito de ela tratar de uma situação geral ou especí�ca.
Ao ler um texto bíblico, precisamos levar em conta os seguintes fatores:
1 Circunstâncias históricas em que foi escrito.
2 Lugares e ambientes que são cenários dos relatos.
3 Povo para o qual está sendo dirigido.
4 Cultura do hagiógrafo.
Eles nos farão ter uma compreensão �dedigna da mensagem de Deus sem sermos in�uenciados por
interpretações equivocadas.
"Em narrativas a cargo de um narrador con�ável em terceira
pessoa, como é o caso da Bíblia, há uma escala ascendente
(quanto à explicitação e à certeza) de meios para a
comunicação de informações sobre as motivações, as
atitudes e o caráter moral dos personagens. Sua índole pode
ser revelada pelo relato de ações, da aparência, dos gestos,
da postura e da roupa que usam; por intermédio dos
comentários de outros personagens; pelo discurso direto,
pelo monólogo narrado ou pelo monólogo interior; ou ainda
pelas a�rmações do narrador sobre o modo de ser e as
intenções dos personagens, que podem ser feitas de maneira
categórica ou motivada pelo contexto."
- ALTER, 2007, p. 177
Con�rmamos, mais uma vez, a
necessidade da hermenêutica no estudo
bíblico.
Os relatos da Bíblia, mesmo aqueles mais intensos, trazem muitas mensagens nas entrelinhas. Nem sempre o
hagiógrafo terá expressado no texto de maneira exata tudo aquilo que rodeava a realidade do fato narrado.
Umberto Eco nos ajuda a compreender que:
"qualquer narrativa de �cção [e a bíblica também,
acrescento] é necessariamente e fatalmente rápida porque,
ao construir um mundo que inclui uma multiplicidade de
acontecimentos e de personagens, [o narrador] não pode
dizer tudo sobre esse mundo. Alude a ele e pede ao leitor
que preencha toda uma série de lacunas. [...] Que problema
seria se um texto tivesse de dizer tudo que o receptor deve
compreender – não terminaria nunca."
- ECO, 2001, p. 9, destaques meus
Como apontamos, a narrativa do texto bíblico traz as in�uências dos vários contextos históricos e culturais que
de�nem seu gênero e estilo literário. De braços dados com a exegese, os analistas do texto bíblico buscam, no
contexto atual, lançar mão de todos os recursos disponíveis pelas ciências para elucidar determinadas questões
da literatura bíblica sem diluir sua essência enquanto mensagem de fé.
Exemplo
Teologia, Arqueologia, História, Antropologia, Filoso�a e Filologia .1
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0123/aula8.html
 Mapa da Palestina bíblica. (Fonte: Maps of the world)
Livros poéticos e sapienciais
Vamos saber um pouco mais sobre estes dois livros do Antigo Testamento? Eles englobam os seguintes textos
bíblicos:
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Jó Provérbios
Salmos
Eclesiastes
(também conhecido como Qohélet)
Sabedoria de Salomão
Cântico dos Cânticos
(também conhecido pelos protestantes
como Cantares)
Eclesiástico
(também conhecido como Ben Sirac)
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
Alguns teólogos ressaltam que, na Bíblia hebraica,
Jó, Salmos e Cântico dos Cânticos formam o bloco
dos livros poéticos.
Língua e linguagem
Os livros sapienciais também são conhecidos pela tradição católica como didáticos. A de�nição sapienciais se
justi�ca por eles serem textos que funcionam como um verdadeiro depósito da sabedoria da história do povo,
transmitindo-a por meio de poesias: “Sê sábio, �lho meu, e alegra o meu coração, para que tenha alguma coisa
que responder àquele que se escarnecer de mim”. (Provérbios 27,11)
Já os demais livros da Bíblia transmitem o seu
conteúdo em forma de prosa – e não de poesia
.
2
3
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0123/aula8.html
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/go0123/aula8.html
É importantíssimo lembrar que a de�nição hebraica (a língua da Bíblia) de poesia tem diferenças relevantes
em relação à da língua portuguesa. Por isso, a poesia bíblica é envolvida pelo paralelismo de ideias e verdades
em vez da rima e do ritmo.
"A poesia hebraica teve grande popularidade em todo o
antigo Oriente próximo. Numerosos exemplos desse gênero
literário chegaram até nós de Canaã (cujos músicos e
cantores tinham fama internacional), bem como do Egito e da
Mesopotâmia. É evidente a contribuição que, nesse sentido,
Israel deu ao mundo cultural do seu tempo. Na poesia
hebraica, não existe a rima, e é [mais] exato falar em ritmo do
que em métrica nela. Sua característica mais importante é a
repetição de ideias denominada paralelismo. Uma ideia é
a�rmada e, logo em seguida, é novamente expressa com
palavras diferentes, sendo que os conceitos das duas linhas
se equivalem de forma aproximada."
- BRANDET, 2017, p. 2
Como pudemos constatar, para termos uma compreensão mais precisa dos textos bíblicos, teremos de –
sempre que for possível, obviamente – consultar os originais. Dessa forma, é importantíssima a valorização que
devemos dar às quatro línguas bíblicas:
Hebraico A original.
Aramaico Língua com pouquíssimos textos bíblicos: Gn 31,47; Jr 10,11; Dn 2,4; 7,28; e
Esdras 4,8–6,18, 7,12-26.
Grego Idioma dos primeiros cristãos. O Novo Testamento inteiro tem a língua
grega como original.
Latim Para o qual os originais foram traduzidos, ampliando a divulgação do Texto
Sagrado.
Alguns estudiosos das Sagradas Escrituras defendem que o Livro de Tobias e o Evangelho de São Mateus foram
escritos originalmente em aramaico, mas parte da academia da área de Teologia refuta essa teoria, defendendo
que o grego é a sua língua original, assim como lhe atribuem a originalidade dos seguintes textos bíblicos:
Judite I e II
Macabeus
Sabedoria
Eclesiástico Baruque
todos deuterocanônicos*
Parte dos livros de
Ester e Daniel
* Quando um livro não consta na versão protestante da Bíblia, e sim na católica.
Sabedoria
Agora que relembramos a importância das línguas bíblicas e revisitamos os conceitos de prosa e de poesia,
podemos identi�car com mais clareza o gênero literário dos livros cujo pano de fundo é a sabedoria. Eles, por
isso, são conhecidos como sapienciais.
"Nessa busca, o sábio descobre que Deus, Criador eSenhor
de tudo, está presente na origem e no término de tudo. O
pensamento sapiencial se teologiza, enquadrando-se em
uma corrente de otimismo que admite a ordem e o equilíbrio
perfeitos não apenas na natureza, mas também na
comunidade humana. [...] Essa visão otimista e abertamente
religiosa fundamenta-se na admissão sem titubeios da
doutrina da retribuição temporal e histórica: Deus premia
sempre os bons com o êxito e a vitória; aos maus, dá sua
merecida derrota, não obstante as aparências contraditórias
da realidade."
- LÍNDEZ, 1999, p. 134
Com muitas metáforas e poesia, seus livros apresentam a sabedoria do povo de Israel. Muitas de suas
passagens são dedicadas apenas à apresentação dela, que é revelada na espiritualidade por meio de cânticos,
lamentos e orações. O sábio é aquele que aplica bem o conhecimento na própria vida. Para House, “a literatura
sapiencial do Antigo Testamento procura, entre outras coisas, encontrar ordem, propósito e sentido na vida”.
(HOUSE, 2005, p. 601) De forma didática, os sapienciais, em suas curtas doses de ensinamentos, nos ajudam a
viver melhor. Jó a�rma:
"Com Deus está a sabedoria e a força; Ele tem conselho e
entendimento."
- Jó 12:13
Para podermos re�etir acerca dos livros sapienciais e poéticos, não podemos perder de vista a sabedoria à qual
eles se referem:
"A sabedoria oferece proteção, como o faz o dinheiro, mas a
vantagem do conhecimento é esta: a sabedoria preserva a
vida de quem a possui."
- Eclesiastes 7:12
Não se trata de uma re�exão oriunda
somente da cognição.
Ela também advém da sabedoria da experiência do amor de Deus na vida do povo eleito. Ao longo da história da
salvação, Ele revelou-a não somente pela boca dos doutos, mas também dos simples. Trata-se de ensinamentos
para a alcançar.
"O conhecimento não basta; o sábio deve ter também a
capacidade de compreender, de ouvir, de falar. O
comportamento não pode mais ser individual, mas deve
conformar-se às exigências de leis que o ultrapassam. A
sabedoria é uma arte de “viver com”, e o que os pais desejam
é transmitir sua sabedoria aos �lhos."
- CHARPENTIER, 1983, p. 16
Por muito tempo, a autoria dos livros sapienciais foi atribuída totalmente ao rei Salomão, que era conhecido
como o rei da sabedoria:
"Deus deu a Salomão sabedoria, discernimento
extraordinário e uma abrangência de conhecimento tão
imensurável quanto a areia do mar."
- I Reis 4, 29
Com o desenvolvimento das pesquisas bíblicas pelas vias da exegese e da hermenêutica, é possível
compreender que Salomão, embora certamente inspire enormemente sua sapiência, não é o autor exclusivo
desses livros. Os sapienciais são o fruto da sabedoria do povo judaico, e sua vida cotidiana está narrada neles
em forma de poesia:
"Sim, a Sabedoria é um espírito que ama os homens, mas
não deixará sem castigo o blasfemador pelo crime de seus
lábios, porque Deus lhe sonda os rins, penetra até o fundo
de seu coração, e ouve as suas palavras."
- Sabedoria 1,6
Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online
 Salomão em seu trono Ingobertus, na Basílica de São Paulo Extramuros, em
Roma. (Fonte: Wikimedia)
Divisões entre as Bíblias
As de�nições e divisões dos livros bíblicos apresentam algumas diferenças entre a suas versões católica e
protestante.
Comentário
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É o caso dos deuterocanônicos do Antigo Testamento: Tobias, Judite, I Macabeus e II Macabeus, Sabedoria de
Salomão, Eclesiástico (também chamado Sirácide ou Ben Sirá) e Baruque não fazem parte da Bíblia protestante.
Por conta disso, há algumas diferenças de de�nição em relação aos livros poéticos e sapienciais.
Na Bíblia Protestante, todos os
sapienciais são de�nidos como poéticos.
 A Bíblia traduzida em vernáculo por Martinho Lutero. A suprema autoridade da Escritura é um princípio
fundamental do Protestantismo. (Fonte: Wikimedia)
Saiba mais
Entenda os livros poéticos fundamentados pela interpretação protestante.
Os sete livros sapienciais
Clique nos botões para ver as informações.
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Em hebraico, ִאיֹוב, Iyov. É um livro de relato dramático – pois trata do sofrimento dos bons – do século V a.C.
Seus 42 capítulos são dedicados à re�exão do sofrimento humano. Muitos estudiosos atribuíram a sua
autoria a:
Moisés (por volta de 1440 a.C.);
Salomão (cerca de 950 a.C.).
Mesmo sofrendo, o homem deve con�ar sempre em Deus, pois do sofrimento ele irá retirar o bem. Não
adianta tentar afastá-lo de qualquer forma, pois ele acontece. Na experiência da dor, faz-se a experiência da
�delidade a Deus.
A aceitação da humilhação do sofrimento salva o homem pela fé. O maligno fez tudo para afastar Deus de
Jó, mas ele se manteve �rme nela. O Criador permitiu que o mal se aproximasse dele, já que Jó:
Perdeu todos os seus bens;
Foi roubado por aqueles que o cercavam;
Foi privado das pessoas que amava.
Ainda assim, ele nunca esbravejou contra Deus. Jó contraiu lepra, indo ao fundo do poço. Sua esposa não
suportou a situação e perdeu a fé. Ainda assim, ele continuava bendizendo o nome do Senhor.
Por que os justos sofrem? Jó faz essa indagação a Deus quando perde tudo. Elifaz, Bildade e Zofar
aparecem para confortá-lo. Mesmo na dor, na doença e no sofrimento, ele se manteve �el. Deus devolveu
para Jó em dobro tudo o que ele havia perdido, restaurando a sua vida: “Havia um homem na terra de Uz,
cujo nome era Jó; e era este homem íntegro, reto e temente a Deus e desviava-se do mal”. (Jó 1:1)
Jó 
Do grego Ψαλμός, os Salmos – escritos em hebraico ao longo de muitos séculos e depois traduzidos para o
grego e o latim – foram transcritos para a língua latina como música, pois eram utilizados nos templos
como um hinário. A maioria deles é de autoria de Davi e de pessoas próximas que escreveram por ele:
Rei Davi: 73 salmos;
Autoria anônima: 51;
Família de Asafe: 12 (50 e 73-83);
Filhos de Corá: 9 (42, 44-49, 84-85 e 87-88);
Rei Salomão: 2 (72 e 127);
Hemã: 1 (salmo 88);
Etã: 1 (89);
Moisés: 1 (90).
Trata-se de um livro apreciado pelas três religiões: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Considerado
como um bálsamo que renova a fé, ele é o primeiro livro a falar, de forma explícita, sobre a vinda do
Messias.
Escritos em situações de muitos sofrimentos sociais, os Salmos são recitações de:
Lamentos;
Orações;
Angústias;
Arrependimentos;
Louvores.
Há Salmos para todas as condições humanas, como arrependimento, dor, falta de fé, con�itos interiores,
orações, lamentos e louvores: “Dirão os meus lábios palavras de sabedoria, e o meu coração meditará
pensamentos profundos”. (Salmos 48, 4).
Salmos 
 (Fonte: VHNRTS)
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Do hebraico Kohelet (ou Qohelet), que pode ser traduzido como aquele que reúne ou pregador. Há indícios
de que seus 12 capítulos foram escritos no �nal do reinado de Salomão, por volta de 935 a.C. Muitos
estudiosos acreditam ter sido redigido pelo próprio rei, mas não há uma de�nição precisa quanto à sua
autoria. Apesar de alguns versículos o colocarem como autor, é grande a possibilidade de outras pessoas
terem escrito outros trechos de Eclesiastes após a sua morte.
É um livro dedicado à re�exão sobre o sentido da vida, questionando as muitas futilidades que nos afastam
do que é essencial. As coisas do mundo afugentam o homem de Deus e não trazem felicidade, mas
decepções e tristezas. Somos convocados a pensar em que colocamos nossa con�ança e o que fazemos
com nossos dias de existência. Eclesiastes apresenta conselhos sobre comportamentos diários, ensinando
o amor de Deus, a certeza da morte, a beleza da vida, a busca da justiça e a importância de se re�etir a
efemeridade do tempo. Somente quem estiver com Deus poderá obter a verdadeira felicidade: “Considerei
todas as obras que �zeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e
eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol”. (Eclesiastes 2,11)
Eclesiastes 
 Página de Eclesiastes na Bíblia de Cervera (séculoXIII), na
Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa. (Fonte:
Wikimedia)
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Em hebraico, escreve-se ִׁשיר ַהִּׁשיִרים, Šīr HašŠīrīm; em grego, ᾎσμα ᾈσμάτων, Âisma Aismátō. Ele é de�nido no
superlativo: o Cântico dos Cânticos - também conhecido como Cânticos de Salomão ou Cântico superlativo
e pelos protestantes simplesmente como Cantares – coloca-se como o mais belo entre todos eles. Trata-se
de um epitalâmio, ou seja, um hino (ou cântico) que celebra as núpcias, um casamento.
Embora sua narrativa lírica também seja atribuída ao rei Salomão, não é possível a�rmar quem escreveu
esta obra nem em que tempo ela foi escrita. Algumas evidências, como os escritos em aramaico e certas
pistas morfológicas, levam-nos a situá-la como posterior ao seu reinado.
Ele possui as seguintes interpretações para estas duas religiões:
Judaísmo: Interpreta-o como uma metáfora da íntima relação entre Javé e Israel. Uma história de amor
de Deus pelo seu povo em que a poesia se destaca. É a inspiração do autor que manifesta seu amor
pelo Criador como um jovem o manifesta por sua namorada. O diálogo com Deus é sempre um eivado
de amor, �delidade e admiração;
Cristianismo: Considera-o um poema que traduz metaforicamente o amor de Cristo por sua noiva, a
Igreja Cristã.
Não há um acordo de�nido sobre a estrutura dos seus textos a ligar começo, meio e �m. Embora
organizado em oito capítulos, é impossível delimitar uma estrutura rígida para a distribuição temática de
suas poesias por causa da presença intensa de alegorias do tipo: “Eis que o inverno passou: cessaram e
desapareceram as chuvas. 12.Apareceram as �ores na nossa terra, voltou o tempo das canções. Em nossas
terras já se ouve a voz da rola”. (Cântico dos Cânticos 2, 11-12)
Cântico dos Cânticos 
 Página inicial do Cântico dos Cânticos. O texto é o
primeiro versículo em latim ("Osculetur me osculo oris sui!"),
que significa “Beije-me ele com os beijos de sua boca!”.
(Cantares 1:2) Manuscrito iluminado da Biblioteca Estatal de
Bamberg, na Alemanha. (Fonte: Wikimedia)
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Os Provérbios são compostos por 31 capítulos de frases curtas que apresentam ensinamentos para várias
situações, reverberando vivências, comportamentos e situações humanas. Escrito em um longo período
compreendido entre os séculos X e V a.C., é um dos livros utilizados pelos cristãos para a catequese de um
adulto.
A religião aparece neste livro como o pano de fundo para a vida moral. Há algumas evidências de que
Salomão tenha sido o seu autor, já que ele era considerado um rei sábio, embora haja evidências de que
anônimos também tenham escrito muitas passagens.
Seus 3 mil provérbios apresentam muitos temas, como fé, relação com Deus, vida e mundo. Todos
envolvem conselhos, advertências, elogios e ensinamentos para a nossa vida cotidiana, evocando a arte do
bem viver. É preciso levar em conta a realidade para qual um provérbio foi escrito. Muitos devem ser
adaptados à realidade atual, mas todos têm uma mensagem de sabedoria que podemos aplicar à vida
cotidiana.
Não é um livro que exige uma leitura contínua a cada capítulo, pois ele se trata de um grande celeiro de
breves ensinamentos que podem ser escolhidos para qualquer situação: “Melhor é um pedaço de pão seco
com paz e tranquilidade do que uma casa onde há banquetes e muitas brigas”. (Provérbios 17, 1)
Provérbios 
Escritos em grego no �nal do século I a.C., seus 19 capítulos expressam a sabedoria do povo de Alexandria,
cidade fundada por Alexandre, o Grande. Muitos atribuem sua autoria a Salomão, mas há evidências
históricas de que tenha sido escrito por um anônimo judeu que viveu em um tempo diferente ao daquele rei.
Por morar em uma cidade grega, o povo judeu precisava abrir mão de sua identidade. Isso o fazia gritar por
justiça. Havia uma grande migração dos israelitas para o Egito. O enredo deste livro mostra a sabedoria
como uma condição que leva à justiça.
O povo judeu de Alexandria estava oprimido pelos poderosos gregos e clamavam por justiça. Sua narrativa
apresenta com clareza um povo que conhece o poder de Deus na história, pedindo a intervenção dEle
naquele momento histórico. A tentativa de diálogo do Judaísmo com a cultura grega está presente no livro,
sendo perceptível o desejo de colocá-Lo acima de qualquer realidade terrena, inclusive do poder grego:
“Vestirá a justiça como couraça e usará como capacete um julgamento que não se pode subornar”.
(Sabedoria 5,18)
Sabedoria 
Seu nome deriva do latim Ecclesiasticus liber, que signi�ca o livro da igreja. A autoria de seus 51 capítulos
escritos originalmente em hebraico é atribuída a Jesus Ben Sirac (Ben Sirá ou, em grego, Sirácida), que viveu
em Jerusalém no início do século II a.C. Em português, seu nome pode ser traduzido como Jesus, o �lho de
Sira. Por isso, este livro também é conhecido como Sirácide. Ele passou a ser chamado de Eclesiástico por
ser utilizado em templos cristãos na catequese dos adultos.
Vários de seus fragmentos �caram perdidos ao longo da história, mas o neto do autor havia guardado uma
tradução em grego. O Judaísmo o considera um livro de valor histórico. Ele foi redigido na época forte do
Helenismo, incutindo na cultura o sincretismo religioso por causa da grande migração. Isso provocou uma
grande confusão ao colocar a adoração às forças da natureza e o culto do homem no lugar da religião.
Eclesiástico foi uma reação a essa realidade, combatendo o que estava contra a sua fé. Ele preserva as
raízes judaicas e alerta para os grandes perigos impostos por um Helenismo responsável pela retirada de
Deus do centro da história da humanidade. Por isso, o livro valoriza a obra de Deus na criação e na história:
“Conhece a justiça e os juízos de Deus; permanece �rme no estado em que ele te colocou, e na oração
constante ao Altíssimo”. (Eclesiástico, 17, 24)
Eclesiástico 
Atividade
São Livros poéticos-sapienciais do Antigo Testamento, inclusive os da Bíblia católica:
a) Jó, Provérbios, Salmos, Eclesiastes (Qohélet), Sabedoria de Salomão, Cântico dos Cânticos (Cantares) e Eclesiástico (Ben
Sirac).
b) Judith, Jó, Salmos, Eclesiastes (Qohélet), Sabedoria de Salomão, Isaias e Eclesiástico (Ben Sirac).
c) Jeremias, Provérbios, Ester, Eclesiastes (Qohélet), Sabedoria de Salomão, Cântico dos Cânticos (Cantares) e Eclesiástico
(Ben Sirac).
d) Jó, Apocalipse, Salmos, Hebreus, Sabedoria de Salomão, Cântico dos Cânticos (Cantares) e Eclesiástico (Ben Sirac).
e) Atos dos Apóstolos, Provérbios, Apocalipse, Eclesiastes (Qohélet), Sabedoria de Salomão, Cântico dos Cânticos
(Cantares) e Eclesiástico (Ben Sirac).
2.Leia com atenção o texto. Há uma única palavra que completa com coerência e lógica do conhecimento as
suas lacunas.
Os livros sapienciais-poéticos apresentam a __________________ e a espiritualidade de Israel. Em Israel,
________________ não é cultura conseguida com acúmulo de conhecimentos, mas o bom senso e o discernimento
das situações adquiridos por meio da meditação e da re�exão sobre a vida. Trata-se da __________________ em
sentido prático, tendo por objetivo a sobrevivência humana e seu bem-estar. É um conhecimento que vem da
experiência existencial sobre o que rege a vida e o universo. Tem ________________ quem tem habilidade para viver
bem sabendo enfrentar os desa�os advindos da criação, da vida social e, principalmente, que sabe ajustar-se à
vontade de Deus.
A única palavra que completa todas as lacunas acima é:
a) Oração
b) Religião
c) Sabedoria
d) Revelação
e) Cultura
3. Por muito tempo, a autoria dos livros sapienciais foi atribuída inteiramente a um rei considerado sábio. Com o
desenvolvimento das pesquisas bíblicas pelas vias da exegese e da hermenêutica, é possível compreender que,
com certeza, este rei, embora tenha inspirado bastante a sua sapiência, não é o único autor dos livros. Eles
possuem outros autores – muitos deles, anônimos. Que rei é este?
a) Davi
b) Salomão
c) Saul
d) Jeroboão II
e) Roboão
Notas
Filologia 1
Do gregoantigo Φιλολογία, a Filologia é amor ao estudo e à instrução. Ela estuda as fontes históricas escritas da
literatura, das linguísticas, da história e das demais ciências que guardam as fontes escritas.
Prosa 2
Sem rima, ritmo, estrutura poética ou musicalidade. O texto é direto, objetivo e organizado em norma. A prosa
apresenta análise, narração e linguagem contínua. O conto, a crônica, a novela, o romance e o texto jornalístico
são exemplos dela.
Poesia 3
A poética predomina. Seu gênero literário é o lírico. O texto é estruturado e harmonizado pela combinação de
palavras e signi�cados. A estética da língua é valorizada, adornando o texto graças ao uso de diferentes
dispositivos fonéticos, sintáticos e semânticos. A poesia é considerada uma das sete artes tradicionais.
Referências
ALTER, R. A arte da narrativa bíblica. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
BÍBLIA CATÓLICA. Bíblia católica. Disponível em: https ://www .bibliacatolica .com .br/. Acesso em: 8 jul. 2019.
BÍBLIA ONLINE. Bíblia online. Disponível em: https ://www .bibliaonline .com .br/. Acesso em: 8 jul. 2019.
BRANDET, J. M. Breve análise linguística do Antigo Testamento. 2017. Disponível em: https ://bibelnifokus .�les
.wordpress .com /2017 /10 /breve -anc3a1lise -linguc3adstica -do -antigo -testamento .pdf. Acesso em: 8 jul.
2019.
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javascript:void(0);
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CHARPENTIER, E. (Org.). As raízes da sabedoria. São Paulo: Paulinas, 1983.
CROSSPAINT. Salmos, Provérbios, a vida de Jó: os livros poéticos - como ler, estudar e entender a Bíblia.
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