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Plano de Aula - DirEmpres Cont - UFAL - 2012.1-II

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1/5
Universidade Federal de Alagoas – UFAL 
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade – FEAC 
Curso de Graduação em Ciências Contábeis 
 
PLANO DE AULA Prof: Fernando Falcão 
 
Direito Empresarial 
 
Nota Explicativa: Esse material de estudo foi elaborado com a finalidade de auxiliar o aluno no acompanhamento das aulas, não servindo, portanto, como substitutivo para a doutrina comercial. Várias paráfrases utilizadas no desenvolvi-mento do presente material têm como base as obras de GLADSTON MAMEDE, RUBENS REQUIÃO, ANDRÉ LUIZ SANTA CRUZ RAMOS, FÁBIO ULHOA COELHO e AMADOR PAES DE ALMEIDA. 
 
 CARACTERIZAÇÃO DO EMPRESÁRIO 
 1) Comerciante (espécie) X Empresário (gênero) 
 Comerciante ou Mercador: “Pessoa que adquire produtos do fornecedor e os vende ao con-sumidor, auferindo lucro, trocando-os sempre por dinheiro”. Podia se apresentar como sin-gular (firma individual) ou coletivo (sociedades). Hoje, com o advento da Teoria da Empre-sa, o empresário singular é identificado como “empresário individual”, enquanto as socie-dades deixam de ser “comerciais” para ser “empresárias”. 
 Empresário: “Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômi-ca organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços” (caput, do art. 966 do CC). Sua atividade consiste em articular os fatores de produção: aporte de capital, con-tratação de mão-de-obra, compra de insumo e desenvolvimento ou aquisição de tecnologia. 
 Profissionalismo: habitualidade, pessoalidade (contratação de prepostos), monopólio das informações dos produtos. 
 Obs: Já vimos que para que seja considerada empresária a pessoa natural ou jurídica deve contratar mão-de-obra (empregados regidos pela CLT, prestadores de serviços, autônomos, representantes comerciais etc.). Porém, o CC faz referência expressa à atuação de dois pre-postos do empregador: o gerente (art. 1.172) e o contabilista (art. 1.182). Enquanto o pri-meiro é facultativo, o segundo é obrigatório, salvo se não existir algum na localidade. 
 Atividade: Sinônimo de empresa. 
 Econômica: Sempre busca gerar lucro para quem a explora: Lucro como finalidade X Lucro como meio. 
 Organizada: Articulação dos quatro fatores de produção. 
 Produção de bens ou serviços 
 Circulação de bens ou serviços 
 
 IMPORTÂNCIA DA CARACTERIZAÇÃO DO EMPRESÁRIO 
 
 2/5
A sistemática da identificação do empresário (critério da empresarialidade) diz respeito à classificação das disciplinas jurídicas a ele aplicáveis. Pessoas não empresárias praticam atividades econômicas civis (compra e venda, empréstimo, locação etc.), enquanto empre-sários praticam atividades econômicas de natureza comercial. 
 Atividade econômica civil X Atividade econômica empresarial. Proteção ao comerciante: direito de pedir recuperação de empresa e falência, renovação compulsória do prazo do contrato locatício etc. 
 Atividade econômica civil (regida pelo regime jurídico civil). São elas: 
 A) As exploradas por aqueles que não se enquadram na definição legal de empresários. Ex: o webdesigner. Presta serviços de criação de sites na internet com habitualidade, tem intuito de lucro, mas não organiza uma empresa (atividade), pois não contrata empregado. 
 B) Profissionais intelectuais. Definição expressa do parágrafo único, do art. 966 do Código Civil. 
 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natu-
reza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, 
salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. 
 Estes profissionais, mesmo que contratem o auxílio de empregados, não são considerados empresários, sujeitando-se, portanto, às regras de direito civil. Ex: profissionais liberais, como médicos, advogados, dentistas, arquitetos etc; escritores e artistas de todos os gêne-ros, como plásticos, músicos, atores etc. 
 Exceção legal: “[...] salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa”. E-xemplo médico (procurado por sua própria competência) X hospital (individualidade do médico perdida na organização empresarial). 
 C) Empresários rurais não registrados na Junta Comercial. 
 Tratamento diferenciado pelo Código Civil (art. 971). 
 Dicotomia das atividades rurais no Brasil - agronegócio X agricultura familiar -, sendo que, no primeiro, tem-se o emprego de tecnologia de ponta e contratação de mão-de-obra em grandes áreas de cultivo. Já na Segunda, têm-se basicamente os integrantes de uma mesma família cultivando precariamente uma pequena área rural. 
 Somente será considerado empresário aquele que explore atividade rural e requeira o seu registro na Junta de Comércio. 
 D) As cooperativas. 
 Exceção legal prevista no parágrafo único, do art. 982 do CC. 
 
 3/5
Mesmo desempenhando atividades idênticas à dos empresários (profissionalismo, ativida-de economicamente organizada e produção ou circulação de bens ou serviços), por disposi-ção de lei não estarão sujeitas ao regime de direito comercial. 
 
 TIPOS DE EMPRESÁRIO 
 O empresário pode ser INDIVIDUAL ou COLETIVO. 
 a) Individual – Antes conhecido como firma individual, nada mais é do que a pessoa natu-ral que exerce, em nome próprio, sem a presença de qualquer modelo societário, atividade de natureza empresarial. 
 Em regra, não explorava atividade economicamente importante, vez que grandes empreen-dimentos demandam muito capital, sendo grande o risco de insucesso. 
 Normalmente eram destinadas à realização de negócios rudimentares e marginais, às vezes até ambulantes (ex: sacoleiros, doceiros, fruteiros, pasteleiros etc.) 
 Nome empresarial da espécie “firma individual”, emprestando-se o seu nome civil. Ex: Pe-dro Melo Comércio de Frutas. 
 Responsabilidade patrimonial ilimitada (art. 591 do CPC) 
 Se casado, para que houvesse a alienação de bem imóvel que integrasse o fundo de comér-cio, fazia-se necessária a outorga uxória ou marital. 
 Tinha inscrição no CNPJ somente para fins tributários. 
 Com o advento da Lei n.º 12.441/2011, acrescentou-se o art. 980-A ao Código Civil, criando-se a figura da Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), atendendo a uma antiga reivindicação dos doutrinadores e da própria classe empresarial que não se satisfa-zia com a falta de limitação de responsabilidade do empresário individual. 
 
Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída 
por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integra-
lizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente 
no País. 
§ 1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRE-
LI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabili-
dade limitada. 
§ 2º A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limi-
tada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. 
§ 3º A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar 
da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, in-
dependentemente das razões que motivaram tal concentração. 
[...] 
 
 4/5
 Importante salientar que, ao contrário do empresário individual “comum”, que não tinha qualquer limitação de responsabilidade pelas obrigações negociais, uma vez que explorava a atividade econômica em seu próprio nome, a EIRELI é uma nova espécie de pessoa jurídi-ca de direito privado. Portanto, em face da autonomia jurídica e patrimonial de que gozam as pessoas jurídicas, não há que se confundir a responsabilidade do titular da EIRELI com a responsabilidade da pessoa jurídica que constituiu: 
 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado: 
[...] 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
 Requisito para ser um empresário individual de responsabilidade limitada: pleno gozo de sua capacidade civil. 
 Não podem serempresários individuais: 
 
 Menores de 18 anos não emancipados (outorga dos pais, casamento, nomeação para cargo público efetivo, estabelecimento por economia própria ou colação de grau em curso superior); 
 
 Ébrios habituais; 
 
 Viciados em substâncias tóxicas; 
 
 Deficientes mentais; 
 
 Excepcionais; 
 
 Pródigos; e 
 
 Silvícolas 
 b) Coletivo – Tem natureza de pessoa jurídica de direito privado, mesmo que se trate de empresa pública ou de sociedade de economia mista (§ 1º, do art. 173 da CF/88). Deve constituir-se de duas ou mais pessoas (naturais ou jurídicas) que celebram contrato de so-ciedade. São as chamadas sociedades empresárias. 
 Sociedade Empresária: “Entidade resultante de um acordo de duas ou mais pessoas, que se comprometem a reunir capitais e trabalho para a realização de operações com fim lucrati-vo” (in Comentários ao Novo Código Civil, ATTILA DE SOUZA LEÃO ANDRADE JR., Forense, 2002, p. 93). Quando criada, adquire personalidade jurídica, podendo ser sujeito de direito, ganhando autonomia e se separando das pessoas que a constituíram. Não se deve confundir firma com empresa nem com estabelecimento empresarial. Função social da empresa. 
 Obs: Deve-se ressaltar que os sócios da sociedade empresária não são empresários (nor-malmente são investidores ou empreendedores), pois, como visto, quem exerce a atividade empresária é a própria sociedade, pessoa jurídica com existência própria no plano jurídico. 
 
 5/5
Unipessoalidade: Em regra, existe vedação à existência da sociedade unipessoal, ou seja, aquela composta por vontade de uma única pessoa. Alemanha já admite. Excesso injustifi-cável que acarreta na criação do “sócio de palha”. As exceções são as seguintes: 
 
 Temporária – com base na “Teoria da Preservação da Empresa”, pode a sociedade subsistir com um sócio por determinado período. Nas sociedades anônimas está prevista na alínea “d”, do inciso I, do art. 206 da Lei n.° 6.404/76, onde o prazo para a reconstituição da pluralidade de sócios é de uma AGO a outra. Já nas limitadas, o prazo é de 180 dias, conforme disposto no inciso IV, do art. 1.033 do CC. 
 
 Permanente – subsidiária integral (v.g. Petrobrás), prevista no art. 251 da Lei n.° 6.404/76, ou algumas empresas públicas, quando o capital público for dividido em quotas ou ações cuja propriedade seja de um ente público. 
 
 PROIBIÇÕES DE EXERCER EMPRESA 
 Não há que se confundir a capacidade civil com proibição de exercer empresa. Nesta última, mesmo que a pessoa seja civilmente capaz para a prática de atos e negócios jurídicos, por razões outras não poderá obter registro de empresário na Junta Comercial, sendo-lhe veda-do o exercício profissional. 
 A incapacidade para o exercício de empresa é estabelecida para proteger a própria pessoa do incapaz dos riscos próprios da atividade empresarial. Já a proibição do exercício de em-presa visa resguardar o interesse público e as pessoas que se relacionam com o empresário. 
 Exemplos de proibição: 
 
 Falido não reabilitado (se a falência não foi fraudulenta, basta a declaração judici-al de extinção das obrigações; porém, se ocorreu condenação por crime falimentar, além da declaração de extinção das obrigações, deve-se obter também a reabilitação penal). 
 
 Aqueles que foram condenados por crime cuja pena vede o acesso à atividade empresarial (ex: inciso II, do art. 35 da Lei 8.934/94). Concedida a reabilitação penal, cessa a proibição. 
 
 Leiloeiro; 
 
 Funcionários públicos (entendeu a doutrina que se deve evitar que essas pessoas se ocupem com assuntos alheios aos interesses da administração pública). 
 
 Estrangeiros ou sociedades não sediadas no Brasil, em alguns casos previstos em lei (ex: empresas de assistência à saúde).

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