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1 
 
 
PESQUISA E INTERVENÇÃO PSICOEDUCACIONAL 
1 
 
 
 
Sumário 
 
NOSSA HISTÓRIA .................................................................................. 2 
INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 
CONTEXTUALIZANDO A INTERVENÇÃO EDUCACIONAL .................. 4 
CONCEITUANDO A INTERVENÇÃO PSICOEDUCACIONAL ................ 6 
ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO PARA A REVERSÃO DOS QUADROS 
INSATISFATÓRIOS ......................................................................................... 10 
PSICÓLOGO E AÇÕES PREVENTIVAS .............................................. 13 
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 22 
 
 
 
2 
 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
A intervenção psicoeducacional é importante para dar suporte e apoio, 
principalmente, familiares e profissionais afins, visto que estes também poderiam 
se beneficiar com a psicoeducação. 
 
A psicoeducação é uma intervenção psicoterapêutica a qual tem como 
objetivo enfocar mais as satisfações e ambições relacionadas aos objetivos. 
almejados pelo paciente do que uma técnica voltada para curar determinada 
doença A Psicoeducação é uma intervenção terapêutica por meio de 
informações sistemáticas, estruturadas e didáticas sobre o transtorno e seu 
tratamento, que também inclui aspectos emocionais no sentido de capacitar os 
pacientes, bem como seus familiares, a enfrentar as situações e questões 
práticas colocadas pelo transtorno. 
A abordagem psicoeducacional é mais que promover a ampliação do 
conhecimento de um paciente e de sua família, acerca do que é uma doença e 
seu tratamento; é ajudá-los a compreenderem, e dar sentido à experiência vivida, 
e engajá-los no uso dessa compreensão em seus cotidianos, valorizando a vida 
e preocupando-se com ela. 
Portanto, a psicoeducação é um modelo complexo, visto que envolve 
diferentes teorias e técnicas tanto psicológicas quanto pedagógicas voltadas ao 
4 
 
 
âmbito social, comportamental e cognitivo do indivíduo, possibilitando uma 
compreensão multiperspectival a qual envolve o adoecimento. Como visto, a 
psicoeducação pode ser empregada em diferentes locais e problemáticas, sendo 
seu uso de significativa importância, pois tem como objetivo realizar prevenção, 
promoção e educação em saúde. 
 
CONTEXTUALIZANDO A INTERVENÇÃO EDUCACIONAL 
 
Segundo o dicionário, entende-se por intervenção a “ação de intervir; 
mediação; intercessão”. Assim, não podemos citar apenas um tipo de ocorrência 
mediante ao amplo campo que abrange e muito menos definir que ela ocorre 
especificamente em um único local. O processo interventivo está presente em 
ambientes variados e envolve atores diversos, como a família, amigos, a 
sociedade em que vivemos, a escola em que estudamos, entre outros. É comum 
associarmos o ato educacional à escola, pois a mesma assumiu um caráter de 
ensino formal, o que não tira dos demais atores o papel de educar. O próprio ato 
educacional é definido como um tipo de intervenção. Assim, o ambiente escolar 
está impregnado de atividades interventivas que serão nosso objeto de estudo 
neste trabalho. 
Nossa análise se iniciará através das definições breves dos tipos de 
influência que a escola exerce sobre seus alunos. São elas: influências diretas e 
indiretas. Para Martín (2004) a articulação adequada entre professores, alunos 
e o projeto educacional da escola, são de suma importância. Todos os agentes 
devem estar envolvidos no processo de aprendizagem para que este projeto 
possa ser coerente, ajustado e viável. As influências indiretas como o próprio 
termo já diz, estão relacionadas a decisões que atingem os alunos indiretamente, 
ou seja, são critérios de organização do tempo, do espaço, da estrutura e do 
currículo, entre outros, que exercem impacto sobre os alunos. É uma influencia 
mediada através da instituição e na maneira como o professor interage com seu 
aluno. A influência direta não depende da intervenção do ensino dos professores 
em suas respectivas áreas curriculares, são produzidas através do sentimento 
5 
 
 
de pertença a um grupo socialmente amplo e diverso que realiza outras 
atividades com repercussão educacional. (MARTÍN, 2004) 
 
Não só a instituição escolar exerce influência sobre o ato educacional, o 
professor encontra-se diretamente ligado aos processos neste ambiente. Esta 
participação ganha ênfase na construção de um processo interventivo de 
qualidade e está intrinsicamente ligada a importância da mediação eficaz. Ide 
(2006) em seu artigo sobre o fracasso escolar vem nos dizer que se quisermos 
reverter os quadros de fracasso, dois aspectos devem ser considerados, a 
presença de um mediador e recursos e instrumentos pedagógicos adequados 
ao aluno. O fracasso escolar costuma ser relacionado diretamente ao aluno, já 
para a autora: “o “fracasso”, o “distúrbio”, a “dificuldade de aprendizagem”, são 
quase sempre, fracassos, distúrbios e dificuldades da mediação”. Em um 
contexto em que a aprendizagem é vista como uma construção e não mais um 
simples registro, cabe ao mediador, conhecer as capacidades de seus alunos e 
elaborar atividades a partir dessas informações, desenvolver com a criança um 
clima de respeito mútuo, considerando os interesses do aluno e trabalhando a 
partir da atividade espontânea. Além disso, deve organizar um programa 
diversificado de recursos, que envolva jogos e brincadeiras. (IDE, 2006). 
Em síntese, podemos dizer que as intervenções que ocorrem no ambiente 
escolar devem incorporar o sentimento de pertença de todos os envolvidos, 
alunos, professores e equipe pedagógica. Estes por sua vez, devem estar 
6 
 
 
atentos ao projeto institucional e suas influências, desmistificando o caráter 
clínico das dificuldades encontradas, pois como diz Colello, o que se deve ter é 
uma visão da intervenção educativa como ato pedagógico: 
 
CONCEITUANDO A INTERVENÇÃO PSICOEDUCACIONAL 
 
A abordagem psicoeducacional é humanística e tem como objetivo mudar 
os padrões de comportamento, valores, as interpretações dos acontecimentos e 
a própria perspectiva de vida de indivíduos que não conseguem se adaptar bem 
aos ambientes que pertencem, como casa, escola e trabalho. Comportamentos 
adequados seriam alternativas acertadas de interação com o meio e a não 
adaptação uma tentativa frustrada de lidar com as demandas desse ambiente. 
Assim, o ideal seria buscar meios de compreender a si mesmo e adotar 
alternativas diferenciadas neste processo adaptativo. (BÄUML, 2006) 
Fazendo uma pesquisa acerca do surgimento dos ideais da intervenção 
psicoeducacional encontramos suas raízes nos escritos humanitários de meados 
de 1800. Tudo isso graças a nomes como Pestalozzi,Itard e Howe dentre outros. 
Apesar destas primeiras abordagens foi no início de 1900, com o movimento 
denominado “mental higiene”, que houve o fortalecimento desta abordagem 
humanista. Inicialmente esta abordagem estava direcionada ao tratamento de 
pessoas com distúrbios psicológicos e comportamentais. Freud em seus 
primeiros escritos forneceu suportes fundamentais para a orientação 
psicoeducacional. Estas bases estão ligadas ao reconhecimento da importância 
das experiências infantis no desenvolvimento psicológico, a influência da 
motivação, que não era tão reconhecida, e sua atenção em ouvir o que os 
próprios indivíduos tenham para dizer, considerando esta contribuição para a 
abordagem psicoeducativa que temos hoje. 
7 
 
 
Além disso, um dos pilares fundamentais dessa abordagem, está 
relacionado ao reconhecimento da importância das relações de confiança para 
que se tenha uma boa saúde mental. Podemos também ressaltar as 
contribuições de seus seguidores para a compreensão da natureza humana. 
Agosto Aichorn, Stack H. Sullivan, Karen Horney, e Carl Jung criaram o ponto de 
vista da “psicodinâmica” que se concentrava na análise e tratamento psiquiátrico. 
Mas foi Erik Erikson, considerado pelo autor sucessor de Freud e Alfred Alder 
que causaram os maiores impactos sobre o modelo psicoeducacional. Este 
último, acreditava que o comportamento humano é fortemente influenciado pelas 
relações entre os indivíduos. Já Erik Erikson foi o responsável por desenvolver 
uma das teorias dos “estágios do desenvolvimento” que trouxe à tona a infância 
e a adolescência dentro do maior ciclo da vida. Erikson nos diz que, dependendo 
das experiências vividas nessas fases, essa influência pode agir sobre a 
personalidade da pessoa e sobre sua visão de mundo. (BÄUML, 2006) 
Outros estudiosos causaram impactos sobre a teoria e a prática 
educacional através de suas pesquisas. Jean Piaget (1896-1980) contribuiu 
através de sua teoria do estágio de desenvolvimento na qual defende que as 
crianças formam suas habilidades sociais e cognitivas testando suas hipóteses 
acerca de como o mundo funciona e, além disso, de como ela mesmo funciona. 
Fritz Redl e Davi Wineman, em meados das décadas de 40 e 60, época em que 
a imigração ocorria em grande escala, desenvolveram em resposta às questões 
sobre delinquência juvenil, uma forma de ajudar as crianças a lidar com os 
acontecimentos negativos que tinham comprometido seu crescimento 
emocional. Através da intervenção, trabalhavam com jovens considerados 
problemáticos e que, às vezes, nem queriam ser ajudados. Estes pesquisadores 
viam uma situação de crise como oportunidade para o individuo aprender lições 
de vida e compreender a si próprio e autorregular seu comportamento, 
abordagem que naquela época, ao contrário de hoje era considerada 
controversa. (BÄUML, 2006) 
A liderança moderna da psicoeducação se vincula ao Dr. Fritz Redl, mas 
seus trabalhos originais têm sido segundo o autor, reformulados por uma série 
de pesquisadores como Dr. William Morse que junto com Redl desenvolveu 
estratégias de tratamentos a serem aplicadas nas escolas. Posteriormente foi 
8 
 
 
coautor do livro “Conflito na sala de aula” de seu aluno Nicholas Long. Long por 
sua vez desenvolveu um modelo que busca explicar por que os professores 
estão em constante batalha com seus alunos, onde considera que “o ciclo de 
conflito” entre os indivíduos, que são divergências de opinião, podem gerar 
resultados produtivos. 
O Dr. Larry Brendtro, desenvolveu um procedimento de grupo que gira em 
torno do desenvolvimento de uma cultura positiva de pares, junto com seus 
colegas Martin Brokenleg e Steven VanBockern combinaram a ênfase do grupo 
com um modelo baseado em valores nativos americanos. Este modelo foi 
desenvolvido a fim de promover o sentimento de pertença, um senso de domínio 
na vida, independência funcional e generosidade para com os outros. Outra 
contribuição veio da Dra. Mary Margaret Madeira, que formulou o 
"Developmental Therapy" com o intuito de ajudar crianças e adolescentes com 
distúrbios emocionais e comportamentais. Ela acredita que, as alterações 
psicológicas e comportamentais de caráter positivo são promovidas através do 
aproveitando dos processos que ocorrem naturalmente no decorrer do 
desenvolvimento humano, além de enfatizar os fatores ambientais como 
responsáveis por afetar o desenvolvimento das crianças. ( BÄUML, 2006) 
Para finalizarmos temos as contribuições dos Drs. Tom Mclntyre, Richard 
Allen e Curwin Mendler, que através de suas experiências também influenciaram 
na construção do pensamento interventivo. Mclntyre trouxe à tona as populações 
antes não abordadas, como jovens de culturas diversas, com opções sexuais 
diferenciadas e com transtorno de identidade e de gênero. Foi responsável 
também por criar o processo de aconselhamento para professores. Atualmente 
suas posições têm influenciado os procedimentos psicoeducacionais em todo o 
mundo. 
Richard Allen e Curwin Mendler desenvolveram um programa que envolve 
técnicas e estratégias eficazes, onde a ênfase está na relação professor aluno, 
que deve ocorrer mutuamente de forma respeitosa. Todas estas contribuições 
estão relacionadas a combinação entre psicologia e educação, com o objetivo 
geral de investigar como o individuo se vê, sua percepção de realidade e seus 
sentimentos, considerando suas práticas e a influencia emocional e psicológica 
9 
 
 
nos resultados, para assim pensar em ações que favoreçam seu 
desenvolvimento, como cita o artigo. (BÄUML, 2006) 
No que diz respeito à avaliação psicoeducacional comportamental, mais 
conhecida como avaliação ecológica, podemos dizer que é muito abrangente, 
pois considera todos os aspectos que podem influenciar o comportamento 
humano. Esta perspectiva considera não só o ambiente, mas o comportamento 
dos indivíduos nos diversos contextos sociais em que vivem e observa como o 
aluno se comporta nesses ambientes e situações, e como estes influenciam suas 
ações. O modelo psicoeducacional olha o aluno para além das demandas 
adequadas que a vida exige. Assim, psicoeducadores conseguem alcançar de 
forma eficaz um bom funcionamento afetivo e emocional no comportamento 
desses alunos. O comportamento não é visto como mera resposta a um 
estímulo, mas como uma forma de comunicação entre emoções e pensamentos, 
difere-se então, dos modelos encontrados nas escolas e clínicas que tendem a 
concentrar-se nos pontos fracos do comportamento do aluno. (BÄUML, 2006) 
Assim, os pontos fortes também devem ser considerados e trabalhados a 
fim de serem utilizados na reconstrução do comportamento. Podem ser criadas 
alternativas para que haja mudanças positivas, gerando no indivíduo a 
possibilidade de compreender a si mesmo e aos outros, além disso, autonomia 
para guiar sua autoregulação. Em suma, podemos definir a intervenção 
psicoeducacional como plano implementado de acordo com as necessidades 
dos alunos em um momento de crise particular de sua vida, onde as abordagens 
individualizadas são necessárias e devem ocorrer através de procedimentos 
flexíveis e persistentes. Não podemos aqui deixar de relembrar a importância do 
educador neste contexto onde irá exercer o papel de mediador destas relações. 
 
 
 
 
10 
 
 
ESTRATÉGIAS DE ATUAÇÃO PARA A REVERSÃO DOS 
QUADROS INSATISFATÓRIOS 
 
Sabemos que o ambiente escolar é altamente diverso e que cada vez 
mais necessita adaptar-se a este quadro para alcançar o ideal da 
individualização do ensino, ou seja, o maior grau possível de ajuste entre os 
interesses e as motivações dos alunos. Com este intuito várias formulações 
foram desenvolvidas a fim de criar estratégias para alcançar este objetivo. No 
caso desta pesquisa, iremos seguir a linha de pensamento de Cronbac (1967) e 
Glaser (1977), traduzidas através das palavras de Coll (2004), onde meio a esta 
diversidade depropostas, destaca cinco estratégias gerais. São elas: estratégia 
seletiva, de adaptação de objetivos, temporal, de neutralização ou compensação 
das diferenças individuais e de adaptação às novas formas e métodos de ensino. 
(COLL, 2004) 
A estratégia seletiva está baseada na ideia de que o aluno deve progredir 
na educação escolar até onde suas aptidões ou suas capacidades de 
aprendizagem lhe permita. Esta visão leva em conta que os objetivos e 
conteúdos devem ser abordados de forma igual para todos os alunos, porém a 
aprendizagem não ocorre de forma igual em todos os casos e em um 
determinado ponto o aluno começa a apresentar suas limitações. Estes alunos 
são geralmente rotulados e excluídos, considerados incapazes de aprender, esta 
visão foi e, ainda hoje continua sendo, a resposta dos sistemas educacionais à 
diversidade dos alunos. Apesar disso, esta visão perdeu um pouco de sua força 
com a democratização do ensino obrigatório, que não permite que se façam 
seleções de alunos, onde a educação é para todos. Porém a ideia de separá-los 
dos demais, que por sua vez possuem todas as capacidades de aprendizagem, 
ainda está presente em vários setores sociais e na cabeça de vários profissionais 
da educação. (COLL 2004). 
11 
 
 
 
Em um segundo plano o autor aborda a estratégia de adaptação de 
objetivos, que compartilha com a estratégia acima citada, de que não são todos 
os alunos que reúnem as capacidades necessárias para se alcançar 
determinados níveis de aprendizagem. Como forma compensatória, propõe 
objetivos conteúdos diferenciados para atingir estas capacidades diversas. Estas 
alternativas podem gerar sobre este aluno uma influência negativa se partirmos 
do pressuposto de que a partir da capacidade atual de aprendizagem dele, ele 
só poderá seguir por um caminho formativo, caminho este na maioria das vezes 
imposto. A aplicabilidade desta estratégia deveria então seguir uma linha que 
conseguisse abranger a diversificação de vias produtivas o menos tardiamente 
possível e que esta escolha ou imposição pudesse se apoiar em um sistema 
adequado de orientação, dando a este aluno a garantia de escolha do caminho 
a trilhar de acordo com sua preferência. 
A terceira estratégia seria denominada temporal, que se baseia em dois 
pressupostos. O primeiro é o de que a diferença básica entre os alunos está no 
ritmo em que ele aprende os conteúdos escolares e o que diz respeito às 
aprendizagens consideradas imprescindíveis. Assim, todos os alunos devem 
permanecer na escola até alcançarem todas as aprendizagens consideradas 
básicas e fundamentais. O ponto negativo que podemos ressaltar nesta 
abordagem diz respeito às reprovações que obrigam o aluno a rever o conteúdo 
que já viu anteriormente e que de alguma forma não conseguiu assimilar. Esta 
“revisão” na maioria das vezes ocorre do mesmo modo da anterior, 
desconsiderando que o aluno pode não ter assimilado devido a forma com que 
se ensina. Esta concepção de tempo dedicado a aprendizagem apresenta seu 
12 
 
 
caráter relevante mas não é suficiente para explicar os índices de rendimento 
dos alunos, o que importa é como alunos e professores utilizam este tempo. 
 
A penúltima estratégia abordada pelo autor é a da neutralização ou 
compensação que está vinculada à estratégia temporal e que é aplicada de 
maneira específica a determinados grupos de alunos que por características 
individuais, como deficiências psíquicas, sensórias, motoras, ou pelas 
características de seu ambiente social e cultural tem suas possibilidades de 
aprendizagem diminuídas. Esforços devem ser empregados para que estes 
aspectos possam ser compensados através de tratamentos educacionais 
específicos, anteriores ao inicio da aprendizagem ou que a complemente para 
que todos os alunos possam caminhar juntos. 
Programas compensatórios, atividades ou aulas de recuperação nas 
quais estes alunos com dificuldades participam durante o horário escolar, ou não, 
são exemplos da aplicabilidade desta estratégia. Esta visão tem sua importância 
na medida em que aborda as diferenças individuais e seus impactos. Além 
disso, diz que este não é um processo permanente, mas sim mediado por 
experiências educacionais e emocionais, onde o ensino deve adequar-se ao 
aluno e não vice-versa. Suas limitações são notadas na medida em que se limita 
a determinados grupos de alunos e por se caracterizar como um trabalho 
paralelo ou complementar ao que é realizado com os demais alunos. (COLL, 
2004 p.231) 
13 
 
 
Em quinto e último lugar, encontramos a proposta de estratégia de 
adaptação dos métodos de ensino. Esta por sua vez opõe-se a estratégia de 
neutralização quando suscita a ideia de estender a adaptação do ensino a todos 
os alunos e atividades escolares. Considerando sempre as características 
individuais dos alunos, busca um ajuste maior entre o ensino e as características 
dos alunos, com a finalidade de que a ação educacional ocorra sem exceções e 
sem restrições. Esta concepção é à base do “ensino adaptativo” que liga as 
características individuais e as propostas educacionais a procedimentos 
estáticos. Na visão pedagógica esta estratégia opera em dois níveis, o do 
planejamento e da aplicação na sala de aula, esta é considerada a concepção 
mais abrangente, pois engloba os desafios que a diversidade dos processos 
escolares demanda. (COLL 2004, p.232) 
Na escola encontramos todas as representações das estratégias acima 
descritas. Ainda com pouco contingente a abrangência da estratégia de 
adaptação, que se ocorresse de forma eficaz não necessitaria de intervenções 
fora de sala de aula. A realidade é que o professor na maioria das vezes não 
consegue lidar com dificuldades de seus alunos e dar atenção individualizada a 
cada um deles e, ao mesmo tempo, dar continuidade a seu plano “normal” de 
aula. Neste ponto, surgem as intervenções extra classe, o reforço que pode partir 
de uma iniciativa do próprio professor, ou um atendimento solicitado a equipe 
pedagógica da escola através da orientação educacional ou ainda, o da sala de 
recursos de acordo com a especificidade do caso. 
PSICÓLOGO E AÇÕES PREVENTIVAS 
 
Iniciaremos esta seção pela apresentação dos conceitos de prevenção e 
promoção da saúde, enquanto conceitos essenciais à prática do psicólogo 
escolar e pertinentes à realidade educacional. A prevenção está relacionada 
ao controle dos fatores de risco que antecedem os problemas e, de modo geral, 
atua visando impedir a progressão do processo em direção aos problemas de 
saúde (BRESSAN et al., 2014). 
Júnior e Guzzo (2005) destacam que o estudo da prevenção não é 
possível sem o estudo dos fatores de risco e dos fatores de proteção, 
14 
 
 
considerado o impacto destes no desenvolvimento do indivíduo. Esses fatores 
se caracterizam como: 
• Fatores de risco: são variáveis que tornam as pessoas ou grupos 
mais vulneráveis ao desenvolvimento de problemas psicológicos (JÚNIOR; 
GUZZO, 2005). Incluem as ameaças à saúde, aumentam as chances ou piora 
de um problema (por exemplo, um conflito familiar pode relacionar-se com 
problemas de conduta na criança) (BRESSAN et al., 2014). 
 • Fatores de proteção: têm o potencial de modificar ou reduzir os 
fatores de risco (JÚNIOR; GUZZO, 2005), ao fortalecer aspectos saudáveis do 
indivíduo (por exemplo, os fatores ambientais e competências pessoais) 
(BRESSAN et al., 2014). 
Em síntese, as intervenções preventivas focam os fatores de risco ao 
antecipar os problemas psicológicos e as estratégias de promoção do bem-estar 
priorizam os fatores de proteção (JÚNIOR; GUZZO, 2005). 
Desse modo, são propostas ações preventivas a partir da seguinte 
classificação: 
• Prevenção primária: ações voltadas a grupos amplos que ainda 
não apresentam dificuldades, ou seja, ações que propõem reduzir fatores de 
risco que podem deixar a pessoal vulnerável (por exemplo, a realização de 
campanhascontra bullying ou conscientização contra o abuso infantil). 
• Prevenção secundária: ações voltadas para a população ou 
subgrupos que já exibem sinais precoces de problemas psicológicos, propondo 
intervenções preventivas que inibam/interrompam problemas emergentes 
nesses grupos. 
• Prevenção terciária: ações que visam minimizar os efeitos, bem 
como reduzir as consequências de um problema já instalado (RODRIGUES et 
al., 2008; BRESSAN et al., 2014). 
Outra vertente mais recente classifica a prevenção de acordo com o 
público para o qual as intervenções se destinam. Tal classificação se sobrepõe 
à ideia de prevenção primária, secundária e terciária, apresentando outras como: 
15 
 
 
• Universal: beneficia um grande grupo ou pessoas, sem diferenciar 
o risco que os indivíduos estejam expostos (por exemplo as ações que estimulam 
a prática de exercícios físicos, aprendizado acadêmico, relações sociais, lazer 
etc.), ou seja, definem-se enquanto intervenções que aumentam o conhecimento 
da população. 
• Seletiva: voltada para grupos de pessoas com risco biológico, 
psicológico e social de desenvolver problemas. 
• Indicada: destina-se a grupo que já foi identificado como tendo alto 
risco de desenvolver problemas ou que já tenham instalados sintomas iniciais 
(BRESSAN et al., 2014). 
No entanto, Júnior e Guzzo (2005) apontam algumas críticas à ideia de 
prevenção, por essa se caracterizar em ações individualistas e ainda baseadas 
no modelo de doença, visto que as ações preventivas não incorporam o indivíduo 
como ativo, pois não envolvem o público-alvo nas manifestações e soluções para 
o problema que se pretende prevenir. 
Nessa perspectiva, vale a reflexão de que o caminho mais coerente para 
as propostas contemporâneas, na Educação ou Saúde, seja pensar em 
intervenções com o indivíduo e não para o indivíduo, aproximando-o dos 
problemas psicossociais e sistemas que existem. Júnior e Guzzo (2005) 
destacam ainda que sem ação política e mudança social, a intervenção 
preventiva continua reforçando e mantendo a prática remediativa e individualista, 
que não condiz com a noção de educação emancipadora. 
No entanto, devemos considerar que a abertura para a atuação do 
psicólogo escolar sob a ótica da prevenção e/ou promoção da saúde irá 
depender de condições estruturais e funcionais da própria instituição escolar 
(RODRIGUES et al., 2008). 
16 
 
 
 
Nesse sentido, as práticas promotoras de saúde contemplam e melhor 
respondem as críticas à prevenção, pois requerem ações integradas com a 
proposta pedagógica da escola (LIMBERGER; MELLA; DE OLIVEIRA DUARTE, 
2014; MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002) e, por sua vez, visam ações que 
estimulam a potencialidade de uma pessoa ou grupos em busca de 
fortalecimento de aspectos saudáveis (BRESSAN et al., 2014). Em síntese, as 
estratégias promotoras de saúde remetem ao cultivo de aspectos pessoais e 
ambientais potencialmente positivos. 
De acordo com informes técnicos do Ministério da Saúde (2002) sobre a 
promoção da saúde em contexto escolar, para promover saúde não é suficiente 
informar, pois a promoção se faz na relação dialógica, na comunicação, no 
envolvimento dos indivíduos na ação educativa, formativa e criativa. Em 
consonância com ideias de Rodrigues et al. (2008): 
 
 
17 
 
 
Tais propostas e estratégias promotoras de saúde devem ser desenvolvidas 
e mediadas pelo psicólogo escolar, enfatizando o acesso à educação, conforme 
apresentado pelo Ministério da Saúde (2002): 
 
Após conceitualização dos termos prevenção e promoção da saúde, 
dentro de uma perspectiva integral voltada para o fortalecimento de aspectos 
saudáveis e capacidades do indivíduo, apresentaremos algumas propostas já 
implementadas em contexto escolar. 
As prevenções psicoeducacionais poderão ser subsidiadas pelo psicólogo 
escolar mediante articulação/promoção de situações didáticas de apoio à 
aprendizagem do aluno e da avaliação com foco na construção de habilidades e 
competências. O psicólogo escolar poderá ainda potencializar uma atuação de 
combate às dificuldades de aprendizagem e outras manifestações do fracasso 
escolar, tais como problemas emocionais e de comportamento (MARINHO-
ARAÚJO; ALMEIDA, 2014). Em síntese, a contribuição preventiva do psicólogo 
escolar deverá enfatizar o desenvolvimento de competências, a construção 
coletiva de soluções apropriadas à escola e a construção de um clima de 
confiança e respeito mútuo. 
A princípio, é fundamental compreendermos que as problemáticas da 
sexualidade, violência e drogas não devem ser tratadas como questões 
individuais, mas, sim, compreendidas por meio de uma perspectiva sistêmica. 
Desse modo, cabe ao psicólogo escolar e aos educadores considerarem a 
complexidade que envolve os temas, ampliando a atuação no que diz respeito à 
formulação de programas de prevenção e promoção da saúde com maior 
consistência e eficácia para a vida dos estudantes. 
 
 
18 
 
 
Limberger, Mella e de Oliveira Duarte (2014) destacam que programas de 
promoção de habilidades de vida (que incluem autoconhecimento, empatia, 
comunicação assertiva, manejo de emoções e sentimentos, manejo de tensões 
e estresse, pensamento crítico, tomada de decisão e relações interpessoais) 
podem constituir um importante campo de intervenção do psicólogo escolar. 
Tal proposta, devido à amplitude e abrangência de habilidades contempladas, 
possibilita a percepção de diferentes visões que os alunos têm sobre conflitos 
que ocorrem na escola e da própria violência decorrente da dificuldade em lidar 
e manejar esses conflitos no cotidiano (LIMBERGER; MELLA; DE OLIVEIRA 
DUARTE, 2014). 
Os autores indicam que dinâmicas, grupos de reflexão, contação de 
histórias e outras atividades geram as possibilidades de trocas de experiências 
entre os alunos e reflexão sobre os conflitos, impactando a adoção de novas 
práticas e atitudes, visando, assim, a promoção da saúde e prevenção da 
violência. 
Paiva (2008) acrescenta que os programas de prevenção, como o de 
habilidades de vida, também são eficazes quanto à prevenção do consumo de 
substâncias psicoativas. As habilidades desenvolvidas pelo programa se 
configuram como protetoras ao favorecerem o aumento do bem-estar 
psicológico, contribuir para a redução das expectativas positivas do jovem em 
relação às drogas e, ainda, auxiliar no aumento da comunicação assertiva 
(PAIVA, 2008). 
Freire e Aires (2012) destacam o bullying como uma violência escolar, 
fenômeno que merece atenção e intervenção do psicólogo escolar, por meio 
de mediação para o enfrentamento e estabelecimento de formas preventivas de 
situações de violência. Assim, o psicólogo é o profissional apto para realizar um 
trabalho de prevenção e enfrentamento da violência escolar, auxiliando a escola 
a construir espaços e relações mais saudáveis. Para tanto, deve atuar com os 
alunos e demais atores para que resolvam seus próprios conflitos, seja na 
construção de normas e regras institucionais (dar suporte aos professores e 
gestão). O envolvimento pressupõe maior engajamento e compromisso em 
relação às regras, relações de respeito não só às regras, como às pessoas, por 
valorizar a opinião do aluno e incluí-lo. 
19 
 
 
Nessa perspectiva de desenvolvimento de habilidades positivas do aluno, 
destacam-se as propostas de promoção de autoeficácia acadêmica em sala de 
aula, a fim de melhorar o processo de ensino- aprendizagem. 
De acordo com Bandura (1994) a autoeficácia está relacionada com as 
crenças da pessoa em suas capacidades de exercer controle sobre seu próprio 
funcionamento e sobre eventos que afetam suas vidas. Tal crença afeta as 
escolhas de vida, o nível de motivação, a qualidade do funcionamento, a 
resiliência, a adversidade, a vulnerabilidade do estresse e a depressão. Crenças 
de autoeficácia determinam como as pessoas sentem, pensam, motivam-se e 
comportam-se. Dessemodo, um forte senso de eficácia reforça a realização 
humana e o bem-estar pessoal (BANDURA, 1994). 
A teoria social cognitiva de Bandura ressalta que a autoeficácia pode ser 
desenvolvida e exercitada ao longo da vida, contando com contextos importantes 
para tal desenvolvimento: a família, os pares e, sobretudo, a escola (BANDURA, 
1994). Em síntese, o autor considera a escola como local primário para o cultivo 
e validação social de competências cognitivas, em que, além da educação 
formal, está a modelagem de habilidades cognitivas por pares, a comparação 
social de desempenho com outros estudantes, o reforço motivacional com metas 
e incentivos positivos, as interpretações dos professores sobre sucessos e 
fracassos (os quais podem refletir favoráveis ou não na sua habilidade afetando 
os julgamentos das crianças sobre sua eficácia intelectual). No entanto, tal 
investimento por parte do professor depende de sua própria crença de 
autoeficácia. 
Bzuneck (2001) ainda complementa que a autoeficácia implica outros 
tipos de expectativas, como a motivação. Para tanto, os professores devem 
trabalhar com tarefas que representem objetivos ou metas a serem cumpridas 
(próximas, específicas e com nível adequado de dificuldade) e evitar práticas 
que gerem a comparação social. 
Medeiros et al. (2003), ao avaliarem o desempenho acadêmico de 
crianças a partir da percepção de senso de autoeficácia, acrescentam a 
necessidade de um guia social durante a fase inicial de aprendizagem. Sendo 
fundamental oferecer às crianças ferramentas que lhes permitam, além da 
20 
 
 
aquisição de habilidades, desenvolverem crenças mais positivas em relação às 
suas próprias capacidades de realização, se faz necessário manter crenças 
motivacionais mesmo quando a realização é baixa, considerando a influência 
dessas crenças na produção e interação dos alunos. 
Carlotto (2014), em um estudo sobre a experiência de intervenção 
psicossocial para prevenção da síndrome de burnout em professores por meio de 
estratégias saudáveis de enfrentamento de situações de estresse ocupacional, 
manejo de problemas e emoções, descreve a importância da intervenção atingir 
o nível individual, grupal e organizacional. 
A intervenção psicossocial preventiva para a síndrome de burnout ocorre 
por um modelo democrático e participativo voltado para produção e reflexão do 
conhecimento dos participantes a respeito de si mesmo e de seu contexto. 
Carlotto (2014) propõe a prevenção da síndrome de burnout alinhada à 
concepção promotora de saúde, na qual o docente é capacitado a cuidar de si e 
agir em grupo na defesa de sua qualidade de vida. De fato, é necessário 
perceber a escola como espaço de humanização e promoção de saúde com 
práticas educativas que possibilitem transformações individuais e sociais. 
No entanto, Costa, Barbosa e Carraro (2014) ressaltam que os 
professores, ao não saberem lidar com a dura realidade de seus alunos, sentem-
se incapazes de promover a transformação dessa realidade por meio da 
educação e, por vezes, ignoram, calam-se, resultando em aumento do 
absenteísmo no trabalho, adoecimento, casos de estresse e abandono de 
emprego. 
Nessa perspectiva, surge o psicólogo escolar como mediador dos 
conflitos na escola, que, a partir dos conhecimentos da psicologia, poderá 
promover relações mais saudáveis e auxiliar o professor a transformar angustias 
e frustrações em compreensão e mudanças em sua prática (COSTA; BARBOSA; 
CARRARO, 2014). As autoras destacam a contribuição do psicólogo para 
amenizar o sofrimento dos docentes e, sobretudo, como medida preventiva 
diante dos quadros de apatia, repulsa à profissão, mediante ações insuficientes 
para a melhoria do trabalho. 
21 
 
 
A possibilidade de criar um espaço para discutir saúde e qualidade de vida 
permite reduzir sentimentos de isolamento, gerar rede de suporte social, 
envolvendo empatia e cooperação para o enfrentamento de situações 
estressantes no contexto de trabalho. Por meio de discussões em grupo, 
propõem-se possíveis soluções, reflexões e ações geradas em busca de 
alternativas para possíveis modificações (CARLOTTO, 2014). 
A síndrome de burnout em professores atinge o ambiente educacional 
como um todo e impede o sucesso acadêmico. Assim, a inserção do psicólogo 
escolar traz benefícios não só para o professor, mas para toda comunidade 
escolar, ao ganhar em nível educacional e aprendizagem (COSTA; BARBOSA; 
CARRARO, 2014). Embora sejam apresentadas ações individuais, é necessário 
considerar que o burnout tem suas raízes na organização do trabalho. Portanto, 
a prevenção da síndrome de burnout na escola deve envolver uma ação conjunta 
entre professores, alunos, instituição escolar e sociedade, ou seja, uma 
integração entre a equipe para que o ambiente educacional seja beneficiado. 
 
 
22 
 
 
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