Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 PSICÓLOGO ESCOLAR E ÉTICA PROFISSIONAL 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA ................................................................................. 1 DEFINIÇÃO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E DO FAZER DO PSICÓLOGO ESCOLAR .......................................................................................................... 5 FOCO 1 - AS IMPLICAÇÕES DO FAZER PEDAGÓGICO: ............... 12 FOCO 2 - O ENVOLVIMENTO DE PAIS E EDUCADORES NO PROCESSO DE FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES: ........................................................................................ 14 FOCO 3 - O ESCLARECIMENTO DAS DIMENSÕES PSICOLÓGICAS IMPLICADAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM. .............. 15 FOCO 4 - OS SISTEMAS DE INTERAÇÕES EXISTENTES NO INTERIOR DA ESCOLA ............................................................................... 16 ÉTICA NA VISÃO FILOSÓFICA ............................................................ 17 APRESENTAÇÃO .............................................................................. 24 DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO ............................ 26 REFERÊNCIAS ..................................................................................... 35 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 INTRODUÇÃO Em termos gerais, a Educação pode ser compreendida como prática social humanizadora, cujo propósito principal é a transmissão da cultura produzida ao longo da história pela humanidade, tendo a responsabilidade de auxiliar o homem na sua humanização, ou seja, na incorporação do mundo histórico-social no qual está inserido (ANTUNES, 2008). O processo educacional no contexto escolar, especificamente, possui as funções de auxiliar o sujeito na construção de sua cidadania, criar condições para que ele possa desenvolver as suas potencialidades, e prepará-lo para o trabalho (DEL PRETTE, 2002). A Psicologia, ciência cujo objeto de interesse e estudo é a subjetividade humana, produzida a partir de aspectos individuais, experienciais e culturais (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1999), em muito tem a contribuir para a educação, sobretudo a que ocorre na escola. Isso porque pode auxiliar em questões relacionadas à aprendizagem e ao desenvolvimento das crianças e adolescentes, bem como em aspectos referentes ao bem-estar subjetivo de todos os atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem. 4 O termo Psicologia Escolar e Educacional se refere à articulação entre uma subárea do conhecimento psicológico, a Psicologia Educacional, a um campo de prática social específico de atuação – a escola – do profissional dessa subárea, a Psicologia Escolar (ANTUNES, 2008). A PEE se desenvolveu da convicção de que a adequada utilização e aplicação dos saberes e princípios psicológicos no âmbito educacional poderia favorecer o ensino pedagógico (COLL, 2004). A atuação do psicólogo em contextos educativos escolares no Brasil pode ser observada e contextualizada historicamente a partir de três modelos: o psicométrico, o clínico, e o crítico. O primeiro foi marcado pelo forte uso de instrumentos psicológicos para selecionar e classificar as crianças em normais ou anormais (LIMA, 2005), visando separar os aptos dos não aptos para a aprendizagem (GUZZO et al., 2010). Por sua vez, o segundo se propôs a realizar psicodiagnósticos e tratar as denominadas crianças-problema, que possuíam dificuldades de aprendizagem (LIMA, 2005), baseando-se em uma perspectiva clínica e terapêutica, centrando-se em sua dimensão individual (ANTUNES, 2008). Quanto ao modelo crítico, trata-se de um movimento de análise crítica da prática desse profissional que surgiu a partir da década de 1980, despertando a atenção dos profissionais para a necessidade de considerar o contexto envolvido no processo da educação escolar. Assim, as dificuldades dos alunos em relação à aprendizagem passaram a ser vistas como socialmente constituídas e analisadas conforme os fatores envolvidos em sua produção, tais como os históricos, econômicos, políticos, sociais, pedagógicos e familiares (LIMA, 2005). Logo, o psicólogo escolar e educacional deve basear seu trabalho em concepções integradoras e relacionais (OLIVEIRA; MARINHO-ARAUJO, 2009), levando em conta as influências externas na aprendizagem escolar, das quais se destacam os fatores inter-relacionais presentes na sala de aula e também na família, visto que esta é um elemento primordial no desenvolvimento da personalidade da criança (VALLE, 2003). Ademais, esse profissional também deve fundamentar sua prática em uma perspectiva preventiva no sentido de proporcionar a reflexão e a 5 conscientização de responsabilidades dos envolvidos no processo de escolarização, tais como os familiares dos alunos, buscando remover bloqueios que se interpõem à apropriação do saber por parte deles (MARINHOARAUJO; ALMEIDA, 2010). Assim, por exemplo, deve elaborar e conduzir, dentre outras medidas, “programas junto a pais (...) na promoção de condições de aprendizagem e de desenvolvimento integral do aluno” (DEL PRETTE, 2002, p. 29). DEFINIÇÃO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E DO FAZER DO PSICÓLOGO ESCOLAR O psicólogo escolar desenvolve, apoia e promove a utilização de instrumental adequado para o melhor aproveitamento acadêmico do aluno a fim de que este se torne um cidadão que contribua produtivamente para a sociedade. A Psicologia Escolar tem como referência conhecimentos científicos sobre desenvolvimento emocional, cognitivo e social, utilizando-os para compreender os processos e estilos de aprendizagem e direcionar a equipe educativa na busca de um constante aperfeiçoamento do processo ensino/aprendizagem. Sua participação na equipe multidisciplinar é fundamental para respaldá-la com conhecimentos e experiências científicas atualizadas na tomada de decisões de base, como a distribuição apropriada de conteúdos programáticos (de acordo com as fases de desenvolvimento humano), seleção de estratégias de manejo de turma, apoio ao professor no trabalho com a heterogeneidade presente na sala de aula, desenvolvimento de técnicas inclusivas para alunos com dificuldades de aprendizagem e/ou comportamentais, programas de desenvolvimento de habilidades sociais e outras questões relevantes no dia-a- dia da sala de aula, nas quais os fatores psicológicos tenham papel preponderante. Para isto o psicólogo escolar desenvolve atividades direcionadas com alunos, professores e funcionários e atua em parceria com a coordenação da 6 escola, familiares e profissionais que acompanham os alunos fora do ambiente escolar. A partir de uma visão sistêmica, age em duas frentes: a preventiva e a que requer ajustes ou mudanças. Desta forma,contribui para o desenvolvimento cognitivo, humano e social de toda a comunidade escolar. O conceito de Psicologia Escolar/Educacional abrange a intersecção entre a Psicologia na Escola e a Psicologia da Educação. Embora haja variações sobre as definições e as reais atribuições entre Psicologia Escolar e Educacional, atribui-se à primeira o status de aplicada (visando a atuação prática) e à segunda, o de acadêmica (visando a pesquisa). Como ambas se complementam e se apoiam esta dicotomia parece ser apenas acadêmica. S Hoje, o objetivo da Psicologia Escolar/Educacional é ser um esteio para o desenvolvimento global do estudante. Através de ações com diretores, professores, orientadores, pais e os próprios alunos, o trabalho se dirige à prevenção. Avaliação, diagnóstico, acompanhamento e orientação psicológica são aplicados dentro de um contexto institucional e não mais exclusivamente voltados ao aluno individualmente. Para casos que requeiram, realizam-se encaminhamentos clínicos. Ao psicólogo escolar/educacional cabe integrar a teia de relações e fazer parte da equipe multiprofissional, que envolve o processo ensino/aprendizagem levando em conta o desenvolvimento global do estudante e da comunidade educativa. 7 Os espaços e práticas da Psicologia Escolar/Educacional incluem, além das escolas, outras instituições com propostas educacionais, tais como: clínicas especializadas, consultorias a órgãos que necessitam de compreensão sobre os processos de aprendizagem (Sebrae, Sesi, etc.); equipes de assessorias com projetos para escolas; serviços públicos de saúde e educação; trabalhos de extensão universitária e projetos de pesquisa em empresas e ONGs, promovendo a educação permanente e a educação no (e pelo) trabalho. O mais importante não é o local de trabalho e sim os pressupostos e finalidades do profissional da educação. FOCOS DE INTERVENÇÃO EM PSICOLOGIA ESCOLAR O papel do psicólogo no âmbito escolar se norteia pela perspectiva de procurar relacionar os conhecimentos específicos da Psicologia com os conhecimentos educativos. Trata-se, pois, de um trabalho de reflexão sobre a prática, a partir da teoria. Os profissionais precisam dispor de conhecimentos dos temas tratados pela educação, da problemática do contexto escolar e das 8 teorias pertinentes ao assunto a fim de explicitarem e fundamentarem adequadamente suas práticas. Uma grande tarefa que o psicólogo pode desenvolver nas instituições educacionais é participar da formação dos educadores, contribuindo para que eles estejam cada vez mais fortalecidos e instrumentalizados para uma atuação de qualidade junto aos alunos, entre si e com o corpo de funcionários das escolas. Listamos, a seguir, algumas das atuações que o psicólogo pode desenvolver junto aos educadores segundo Souza (2002); Ajudar o educador a refletir sobre sua infância, para assim compreender melhor a infância de seus alunos; Ajudar o educador a refletir sobre sua família para compreender melhor a dinâmica familiar dos alunos; Auxiliar o educador no convívio das relações grupais, nas relações de equipe e no trabalho de constituição de grupos; Auxiliar o educador a conhecer e refletir sobre o processo de desenvolvimento humano e os processos de ensino-aprendizagem e as teorias a respeito; Refletir sobre as questões éticas e políticas relacionadas à educação e ao cenário escolar; Conduzir intervenções no cenário escolar, com respeito à figura do educador, dialogando com ele, colaborando em suas necessidades de reflexão e de construção do conhecimento, sem imposições, direcionamentos ou controle. Outras tarefas concernentes ao psicólogo no âmbito escolar são ainda apontadas por Sousa (2002) como complementando a rede de atuação do psicólogo, como apresentamos a seguir: Desenvolver trabalhos de Orientação Profissional e Vocacional com os alunos; Desenvolver ações preventivas ao uso de drogas; 9 Desenvolver ações sobre temas como sexualidade, ética, agressividade junto com o corpo docente; Desenvolver ações sobre desenvolvimento humano, prevenção ao uso de drogas, sexualidade, agressividade, ética junto com o corpo docente direcionadas ao esclarecimento da comunidade; Dialogar junto com o corpo docente, com os pais sobre o desenvolvimento acadêmico dos alunos, metodologia e objetivos da escola bem como sobre dificuldades dos alunos; Participar, junto com toda a equipe da escola, da construção do seu projeto político-pedagógico; Desenvolver trabalho de relações grupais para que a equipe da escola possa melhorar cada vez mais suas relações interpessoais; Entretanto, é bem conhecido o fato de que a maioria das escolas, sejam públicas ou privadas, não inclui ainda o psicólogo em suas equipes e que possui professores despreparados para acolher um trabalho desta natureza e sem direcionamento para desenvolver seus trabalhos em sala de aula. A presença do psicólogo na Escola pode contribuir bastante para o melhor desempenho dos aprendentes, pois suas dificuldades de aprendizado ou de comportamento poderão ser detectadas, acompanhadas e, caso necessário, poderão ser encaminhados para atendimento terapêutico fora da Escola, em Instituições especializadas. Os psicólogos educacionais desenvolvem seu trabalho em conjunto com os educadores de forma a tornar o processo de aprendizagem mais efetivo e significativo para o educando, principalmente no que diz respeito à motivação e as dificuldades de aprendizagem, focam sua atenção nas necessidades da criança na escola, no desenvolvimento das capacidades e nas dificuldades de aprendizagem, como no caso da desordem por déficit de atenção, hiperatividade, problemas emocionais, problemas comportamentais etc. Os psicólogos educacionais apoiam-se em diversas teorias de ensino e da aprendizagem como: Cognitivismo, Construtivismo, Cognitivismo Social, Teorias Motivacionais, Teorias do Desenvolvimento, Behaviorismo, Teoria sócio 10 histórica. Entre os teóricos mais referidos na área pode-se citar Piaget, Vygotsky, Rogers, Maslow, Skinner, Bruner e Bandura. O Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar como a inteligência humana se desenvolve como resultado das ações mútuas que transcorrem entre o indivíduo e o meio. Jean Piaget (1896-1980) defendeu uma abordagem interdisciplinar e fundou a Epistemologia Genética que seria uma teoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do pensamento humano. Através de minuciosa observação de seus filhos e de outras crianças, Piaget criou a teoria cognitiva onde propõe a existência de quatro estágios de desenvolvimento cognitivo do ser humano: o sensório-motor, o pré-operacional (ou pré-operatório), o operatório-concreto e o operatório- formal. Para Piaget, as crianças só poderiam aprender quando atingiam o estado de maturação necessário a cada fase de aprendizagem, quando estivessem prontas para assimilar. Aos professores, caberia aperfeiçoar o processo de descoberta dos alunos. Seus estudos o levaram a afirmar que a capacidade cognitiva humana nasce e se desenvolve, não vem pronta, opondo-se assim ao behaviorismo e a Gestalt, defendendo o ponto de vista de que o conhecimento origina-se da interação sujeito-objeto e assim inspirou toda uma corrente educacional hoje denominada de construtivismo que se opõe ao ensino autoritário, tradicional, herdado do século XIX. No Brasil, essas ideias influenciaram o movimento chamado de Escola Nova, ativa, que se contrapôs ao ensino tradicional onde o professor discorre, dita e o aluno copia e repete. Outra grande corrente que vem influenciando a Educação e a Psicologia contemporâneas, é o sócio-interacionismo ou abordagem sócio histórica desenvolvida a partir dos estudos sobre a linguagem, a mente, a aprendizagem de Lev Vygotsky(1896-1934). O seu interesse pela Psicologia nascente, levou-o a estudar, entre muitos outros assuntos, as teorias da Gestalt, da Psicanálise e do Behaviorismo, além das ideias de Jean Piaget. Influenciado pelas ideias socialistas e pela conjuntura da Revolução Russa de 1917, inspirado nos teóricos do marxismo e do leninismo, Vygotsky propôs a reorganização da Psicologia, a partir das 11 proposições teóricas do materialismo histórico e dialético, concebendo o que ele denominou de psicologia cultural e histórica. Sua ideia central é a de que o desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações sociais e das condições de vida. Para ele, os signos, a linguagem simbólica, os instrumentos de trabalho estabelecem uma relação de mediação entre o homem e a realidade. Para este autor quando aprendemos a linguagem do nosso meio sociocultural, transformamos radicalmente os rumos do nosso próprio desenvolvimento. Vygotsky enfatizava a dimensão social, interpessoal na construção do sujeito psicológico. Um dos seus conceitos mais divulgados é o de zona de desenvolvimento proximal que muito tem influenciado os estudos do processo de ensino- aprendizagem contemporâneos. Este conceito se refere à diferença entre o que a criança consegue realizar sozinha e aquilo que, embora não consiga realizar ainda sozinha, é capaz de aprender e fazer com a ajuda de uma pessoa mais experiente (adulto, criança mais velha ou com maior facilidade de aprendizagem). A zona de desenvolvimento proximal seria, pois, tudo o que a criança pode adquirir em termos intelectuais quando lhe é dado o suporte educacional devido. A aprendizagem relaciona-se ao desenvolvimento, desde o nascimento, sendo a chave para o desenvolvimento do ser. Haveria estreita relação entre quem aprende e quem ensina, como participantes de um mesmo processo, mediado pela cultura, pela interação com signos, símbolos culturais e objetos. A prática profissional do psicólogo, dialogando com a abordagem sócio histórica, seria fundada na intervenção no processo psicológico, atuando-se com vistas a transformação do processo de leitura do mundo que as pessoas fazem, recriando sentidos e refazendo projetos de vida, transformando igualmente as possibilidades de intervenção no mundo. Atualmente o Psicólogo Escolar é um profissional muito requisitado por educadores, equipe escolar e famílias, porém, é ainda compreendido, na maioria das vezes, como “aquele que pode tratar os alunos problemas e devolvê-los à sala de aula bem ajustados”. Essa visão caracteriza e fundamenta a intervenção clínica, uma prática que precisa ser abolida das Escolas, e revela a necessidade 12 do estabelecimento de matrizes teóricas que fundamentem a prática deste profissional tão requisitado e tão pouco compreendido. Entre as tarefas descritas pelo CFP na resolução nº 014/00 destaco as seguintes possibilidades de atuação do psicólogo escolar: a) aplicar conhecimentos psicológicos na escola, concernentes ao processo ensino-aprendizagem, em análises e intervenções psicopedagógicas; referentes ao desenvolvimento humano, às relações interpessoais e à integração família/comunidade- escola, para promover o desenvolvimento integral do ser; b) analisar as relações entre os diversos segmentos do sistema de ensino e sua repercussão no processo de ensino para auxiliar na elaboração de procedimentos educacionais capazes de atender às necessidades individuais. A partir das possibilidades acima descritas, alguns focos de intervenção na escola revelam-se como fundamentais e precisam estar embasados em conhecimentos da psicologia científica, tal qual propagada no curso de Psicologia. FOCO 1 - AS IMPLICAÇÕES DO FAZER PEDAGÓGICO: Todo fazer pedagógico precisa estar embasado em teorias do desenvolvimento e da aprendizagem, sendo que a prática do educador precisa estar coerente com tais teorias. Isso implica em material e atividades adequadas, clima de sala de aula, papel do professor e do aluno e concepção de ensino. Assim, o psicólogo escolar precisa estar atualizado quanto às teorias do desenvolvimento e da aprendizagem, especialmente com aquelas que embasam o corpo teórico da escola em que trabalha, focalizando os processos cognitivos. Conhecimento necessário: Teorias do desenvolvimento e aprendizagem - inatismo, ambientalismo, construtivismo e psicologia histórico-cultural (Santos, 1997; Zanella, 2001; Davis & Oliveira, 1994). 13 POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO • Uma reunião inicial com a equipe pedagógica (orientadores e supervisores e direção, assim como professores) é mais que necessária. Faz-se importante deixar claro qual visão de sujeito o psicólogo tem (Andrada, 2005), o que pensa acerca da aprendizagem e quais estratégias diferenciadas tem a oferecer além do esperado atendimento individual na sala do psicólogo. • Faz-se necessário conhecer o Projeto Político Pedagógico da Escola e participar da sua atualização. • Trabalhar junto à equipe pedagógica em espaços semanais ou quinzenais de diálogo com os professores (intervenção mediada) a fim de juntos criar novos significados as situações cotidianas de sala de aula, eliminando a possibilidade de estigmatizar os alunos com dificuldade de aprendizagem (Curonici & MacCulloch, 1999). • Criar espaços de discussão acerca das teorias de aprendizagem em Paradas Pedagógicas, sempre vislumbrando o Projeto Político Pedagógico (PPP) da escola e a prática pedagógica. 14 FOCO 2 - O ENVOLVIMENTO DE PAIS E EDUCADORES NO PROCESSO DE FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS E ADOLESCENTES: Quando pensamos em processo de formação dos alunos não podemos excluir a participação ativa das famílias e, certamente, dos educadores. Envolver a família, corresponsável no processo de educação de seus filhos e filhas, a fim de que se possa colher dados acerca do outro sistema direto em que participa o aluno é mais que necessário (Andrada, 2003). Conhecimento necessário: história das famílias no Brasil (Costa, 1983); teorias sobre a dinâmica familiar e teorias sobre o desenvolvimento das famílias (Carter & Mcgoldrick, 1995). POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO • Em entrevista com a família levantar dados acerca das seguintes questões: autonomia X dependência; limites; autoritarismo X autoridade; relacionamento cognitivo e emocional na família, com o objetivo de resignificar os relacionamentos intrafamiliar (Papp, 1992; Minuchin, 1982). • Junto com a família, em encontros sistematizados, refletir sobre a função da dificuldade de aprendizagem neste momento do ciclo de vida familiar (Carter & Mcgoldrick, 1995), criando estratégias com pais e cuidadores que possibilitem o sucesso escolar da criança. • Confrontar família e professor quando necessário, criando um espaço de dialogo franco acerca das dificuldades de todos, não só do aluno, diluindo no s sistemas a “culpa” pelo fracasso escolar. Assim, outra armadilha é enfraquecida: “a culpa sempre é da família”. • Unir pais e professores no processo educacional das crianças em estratégias cognitivas que contem com a participação de ambas as partes. 15 • O Psicólogo Escolar, questionador, curioso e acima de tudo assumindo uma posição investigativa, pode criar junto à equipe uma estratégia de intervenção colaborativa, na qual todos têm influência sobre o aluno, assim como sofrem influência mutuamente (Andrada, 2005; Curonici & McCulloch, 1999). FOCO 3 - O ESCLARECIMENTO DAS DIMENSÕES PSICOLÓGICAS IMPLICADAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM. O processo de ensino e aprendizagem implica em várias áreas do conhecimento humano, sendo que nenhuma área se sobrepõe a outra. A educação é um fenômeno muito complexo para ser vislumbrada somente pela pedagogia, ou pela psicologia, ou medicina. Dessa forma, é preciso reconhecer que a dificuldadede aprendizagem tem origem, causas e desenvolvimento múltiplos o que exige do profissional pesquisa em áreas distintas do conhecimento (Polity, 2001; Fernandez, 1990). Faz-se necessário um trabalho 16 que considere todas as dimensões implicadas, dentre as quais a psicologia se faz presente. Conhecimento necessário: Processos cognitivos; teorias sobre memória, atenção, concentração, apropriação do conhecimento e linguagem (Antunes, 1998; Rezende, Tronca & Tronca, 2004; Antunes, 2002). Problemas de aprendizagem: hiperatividade, déficit de atenção, dislexia, dislalia, disgrafia, entre outros (Ciasca, 2003; Neves & Almeida, 2003). POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO • Diagnóstico e encaminhamento das crianças com suspeita de dificuldades de aprendizagem para especialistas da área. • Acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos com dificuldades de aprendizagem. • Criação de estratégias psicopedagógicas junto à equipe escolar e professores envolvidos. • Ouvir os professores, suas demandas e fazê-los participar em alguns dos atendimentos com as crianças, repensando novas práticas e novos olhares sobre o aluno que chama de “problema”. • Participar das reuniões e conselhos de classe, nas quais o psicólogo poderá estabelecer novas maneiras de perceber o processo educacional dos alunos, evitando rótulos, diagnósticos imprecisos e hipóteses únicas e fechadas. FOCO 4 - OS SISTEMAS DE INTERAÇÕES EXISTENTES NO INTERIOR DA ESCOLA Os problemas de aprendizagem podem ser fruto de falhas nas inter- relações do sistema direto do qual a criança participa. A criança precisa ser compreendida dentro de seu sistema social de interação, como parte inseparável 17 do seu sistema social, o qual inclui família, escola, entre outros. Dentro da escola, faz-se necessário procurar entender os problemas que a criança está apresentando relacionando-os aos diferentes sujeitos envolvidos, com o objetivo de planejar as intervenções necessárias (Del Prette, 2001; Souza, 1997). Conhecimento necessário: Teoria sistêmica (Vasconcellos, 2002; Moraes, 1997); teoria de grupos, papéis e atitudes sociais (Gayotto, 1992; Osório, 2003; Yozo, 2001). POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO Criar espaços para escutar as demandas dos sujeitos da escola e pensar maneiras de lidar com situações que são cotidianas. Faz-se necessário circular pelos corredores, estar atento aos movimentos dos sujeitos. • Criar formas de reflexão em conjunto com todos os sujeitos (alunos, professores e especialistas) para que se possa trabalhar com suas relações e paradigmas (Andrada, 2003). • Faz-se necessário ouvir os alunos, o que pensam sobre sua escola e sua turma. Isso pode ser feito através de desenhos, entrevistas, ou mesmo que escrevam o que pensam, sentem, como percebem sua turma e sua escola. ÉTICA NA VISÃO FILOSÓFICA A ética vem sendo discutida em vários conceitos que, por sinal, acabam sendo muito complexos, pois cada indivíduo traz consigo construções que irão definir sua moral. Os filósofos gregos aprofundaram seus estudos sobre o assunto e cada pensador definiu de maneira diferente o que seria ética (VAZ, 2014). Platão propõe uma ética transcendente, dado que o fundamento de sua proposta ética não é a realidade empírica do mundo, nem mesmo as condutas 18 humanas ou as relações humanas, mas sim o mundo inteligível. O filósofo centra suas indagações na ideia perfeita, boa e justa que organiza a sociedade e dirige a conduta humana. As ideias formam a realidade platônica e são os modelos segundo os quais os homens têm seus valores, leis, moral. Conforme o conhecimento das ideias, das essências, o homem obtém os princípios éticos que governam o mundo social (VAZ, 2014). O uso reto da razão é entendido como o meio de alcançar os valores verdadeiros que devem ser seguidos pelos homens. No mito da caverna, o filósofo expõe a condição de ignorância na qual se encontra o homem ao lidar com o conhecimento das aparências. Somente pelo conhecimento racional o homem pode elevar-se até as Ideias, até o Ser e conhecer a verdade das coisas. Isto se dá através do método dialético, o qual elimina as aparências e encontra as essências, a verdade, no conhecimento das coisas. Este método filosófico tem por finalidade libertar os homens da ignorância e levá-los ao conhecimento de ideia em ideia, até alcançar o conhecimento da Ideia Suprema: o Bem. As outras ideias participam desta e deve sua existência a esta (VAZ, 2014). A alma humana – de suma relevância para a ética platônica - é tripartite, isto é, forma- se pela inteligência, pela irascibilidade e pela concupiscência. Tal como as partes da cidade ideal, cada uma das partes da alma possui suas funções específicas que não podem ser exercidas por nenhuma das outras partes. Cada uma das partes da cidade e, por analogia, cada uma das partes da alma, possui uma função própria a qual pode ser executada com excelência ou não, e, ao executá-la com excelência, sua virtude própria é exercida. A ética aristotélica, em oposição à ética de seu mestre, é imanente, tendo suas bases na realidade empírica do mundo, no questionamento acerca das condutas humanas e na organização social. As exigências com relação à vida na polis e a realidade do homem, formam o conteúdo das ideias e são ambas as responsáveis pela escolha dos valores, pela moralidade e pelas leis, pela definição das condutas dos homens. Sua teoria ética era realista, empirista em contrapartida à visão idealista e racionalista de Platão (VAZ, 2014). De acordo com essa ética, ela inicia-se com o estabelecimento da noção de felicidade. Neste sentido, pode ser considerada eudemonista por buscar o 19 que é o bem agir em escala humana, o agir segundo a virtude – diferentemente de Platão, que buscava a essência das ideias de felicidade e da ideia do Bem sem relacioná-las diretamente à prática. A felicidade é definida como uma certa atividade da alma que vai de acordo com uma perfeita virtude. Partindo dessa definição, faz-se necessário um estudo sobre o que é uma virtude perfeita e, assim, faz-se necessário, também, o estudo da natureza da virtude moral (VAZ, 2014). Aristóteles acreditava que o governo tem várias formas nas quais foram permitidas que os homens na sociedade tivessem uma vida melhor. Para ele, “o homem é um animal político”, ou seja, o homem só realiza sua natureza quando envolvido na vida da polis. A política constitui, ao lado da ética, dentro do sistema aristotélico, o “saber prático”, pois o objetivo de ambas não é o conhecimento de uma realidade – como no caso da física, astronomia, ciências biológicas e psicologia, que constituem o “saber teórico”. Segundo esse filósofo, ética e política não poderiam ser pensadas separadamente, pois enquanto a ética busca o bem-estar individual, a política busca o bem comum (SANTOS, 2018). De acordo com o filósofo, a felicidade não é prazer físico, mas harmonizar a mente com a virtude. O melhor para a maioria é a virtude. As partes intelectuais e emocionais da mente criam tipos intelectuais e morais da virtude. Esta virtude é expressa a partir da mente através da ação voluntária (AZEVEDO, 2017). Contudo, ele propõe escolher a “áurea” entre muita emoção e muita ação. Coragem é virtuosa quando se equilibra entre a covardia e temeridade, extravagância e indiferença. Justiça ocorre quando cada pessoa recebe o que merece. Qualquer desvio da média é injustiça (AZEVEDO, 2017). Com isso ele afirma que uma vida de felicidade última e realização é uma vida de contemplação solitária. No entanto, ele sugere que este estado de ser, 20 não pode ser realizado por meros mortais. Argumenta que a maior felicidade pode ser alcançada seguindo os valores morais para viver uma vida agitada na política e esplendor público (AZEVEDO, 2017). Contrapondo a esses doisfilósofos, Kant traz uma ética mais voltada para moral, salientando que a visão de que ações corretas são aquelas ações que não são instigadas por impulsos ou desejos, mas pela razão prática. A ação é considerada correta se for empreendida por uma questão de cumprir o seu dever, e cumprir o dever significa agir de acordo com certas leis morais ou “imperativos” (AZEVEDO, 2017). Para nos ajudar a identificar aquelas leis que são moralmente obrigatórias, Kant forneceu-nos o cálculo final: o imperativo categórico que afirma: “Aja apenas de acordo com a máxima que você pode querer que se torne uma lei universal”. Para o imperativo categórico, Kant oferece um aditamento que se refere especificamente à vontade humana; “Assim, aja para que você use a humanidade, seja em sua própria pessoa ou na pessoa de outro, sempre como um fim, não apenas como um meio” (AZEVEDO, 2017). A busca por explicar o que seria ética nos leva a compreensão que, de certa forma, todos acreditavam que o sentido final da mesma era buscar uma situação em que a felicidade fosse o final de toda essa busca. Diante disso, o fazer ético do profissional de psicologia nos leva a compreender que o profissional está sempre buscando a melhoria do indivíduo, respeitando-o e encaminhando para uma melhor condição de vida dentro daquilo que acredita, juntamente com indivíduo ser o melhor para si. Para tanto se faz necessária uma postura ética, não só como profissional, mas também como pessoa, afinal não se pode desvincular uma coisa da outra, e, de acordo com CHAUI (2000) não se pode ter fins éticos se os meios não forem éticos. Ética é um assunto que perpassa por gerações, culturas etc., e, cada passagem é sinônimo de modificações nos seus conceitos. Diante disso entende-se necessário contextualizar a história da ética, bem como os conceitos de alguns filósofos gregos até chegar nos dias atuais. Primeiramente, para entendermos sobre a ética, devemos iniciar pelo conceito filosófico. É necessário entender que é a área que investiga o comportamento humano em suas relações 21 entre si, considerando conceitos utilizados para avaliá-las como: valor, virtude, justiça, moral, bem, normas morais, dever, liberdade e responsabilidade. Promove também reflexões sobre a busca humana pelas melhores formas de agir, viver e conviver. De forma mais específica, segundo Cotrim (2004, p. 264). Como teoria filosófica, a ética se caracteriza como estudo das ações individuais dos homens, cuja finalidade consiste em elaborar uma orientação normativa para as ações humanas que seja estabelecida como bem. Com o filósofo grego Aristóteles a ética passou a ser a “ciência do moral”, ou seja, do caráter e das disposições do espírito. É destacado que a ética é um conjunto de argumentos que são utilizados pelos indivíduos para justificar suas ações, solucionando com diferentes problemas em que há o conflito de interesses com bases em argumentos universais (SANTOS 2013). A sociedade nos impõe padrões e para podermos conviver harmonicamente é necessário que sigamos alguns paradigmas atuais. Dependendo de nossas decisões e ações traremos conosco o questionamento acerca do que seria ético ou não para nós e para outro, partindo do pressuposto que não existe ética sem o contato com o outro. Em outras palavras, para sermos éticos não só temos que estarmos satisfeitos com nossas decisões, mas também fazermos uma reflexão de que forma essas decisões foram prejudiciais ou não ao outro, onde através disso chegaremos a uma moral. O aspecto ético, fundamental no fazer profissional, deve ser considerado em sua relação com a psicologia em um contexto de atualidade. De acordo com Silva (2008), a globalização e consequente evolução científica e tecnológica, associadas à restrição de acesso de alguns grupos a estas possibilidades, favorece o estabelecimento de um cenário social de desigualdade que fomenta violência e miséria. Nesta relação: 22 Para Silva (2008), a Psicologia Social estuda como é produzida a experiência subjetiva e, de acordo com as constantes mudanças neste objeto de estudo, as áreas de estudo devem se atentar para isto e buscar adequações que condizem com a função política que também lhes cabe. Estas adequações podem refletir numa atuação profissional embasada em relações de criação ou de alienação. Na busca da Psicologia social por novas estratégias de conhecimento condizentes à contemporaneidade, traz-se uma nova roupagem para essa figura, não como um parâmetro de estabelecimento de verdade, mas como busca de entendimento dos modos de captura da subjetividade e das principais formas de subjetivação vigentes. Seu enfoque está em desconstruir dicotomias e reconstruir o entendimento a respeito dos objetos de estudo (SILVA, 2008). Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste sentido, é possível citar: ética médica, ética profissional, ética empresarial, ética educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na política, etc. Como toda profissão regulamentada, a psicologia também dispõe de um código que, de certa forma, regulamenta o fazer ético do profissional. Para trazer a importância da ética no exercício da psicologia faz-se necessário salientar que o indivíduo, em todos os seus contextos, é a principal ferramenta de estudo da psicologia. Sendo assim, o respeito a tal ferramenta, tão importante para desenvolver um bom trabalho, é de suma importância. Logo nos seus primeiros três princípios fundamentais, o Código de Ética relata que: 23 Diante desses preceitos, é importante salientar que ser ético vai muito além do que está escrito num código. O profissional trará consigo construções e experiências próprias que não podem ser separados do seu fazer profissional, pois é através de suas decisões e reflexões que ele embasará seu trabalho de uma forma imparcial, dando prioridade ao indivíduo como todo. 24 CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO APRESENTAÇÃO Toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender demandas sociais, norteado por elevados padrões técnicos e pela existência de normas éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus pares e com a sociedade como um todo. Um Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões esperados quanto às práticas referendadas pela respectiva categoria profissional e pela sociedade, procura fomentar a autorreflexão exigida de cada indivíduo acerca da sua práxis, de modo a responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas consequências no exercício profissional. A missão primordial de um código de ética profissional não é de normatizar a natureza técnica do trabalho, e, sim, a de assegurar, dentro de valores relevantes para a sociedade e para as práticas desenvolvidas, um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social daquela categoria. Códigos de Ética expressam sempre uma concepção de homem e de sociedade que determina a direção das relações entre os indivíduos. Traduzem-se em princípios e normas que devem se pautar pelo respeito ao sujeito humano e seus direitos fundamentais. Por constituir a expressão de valores universais, tais como os constantes na Declaração Universal dos Direitos Humanos; socioculturais, que refletem a realidade do país; e de valores que estruturam uma profissão, um código de ética não pode ser visto como um conjunto fixo de normas e imutável no tempo. As sociedades mudam, as profissões transformam-se e isso exige, também, uma reflexão contínua sobre o próprio código de ética que nos orienta. A formulação deste Código de Ética, o terceiro da profissão de psicólogo no Brasil, responde ao contexto organizativo dos psicólogos, ao momento do país e ao estágio de desenvolvimentoda Psicologia enquanto campo científico e profissional. Este Código de Ética dos Psicólogos é reflexo da necessidade, sentida pela categoria e suas entidades representativas, de atender à evolução do contexto institucional legal do país, marcadamente a partir da promulgação 25 da denominada Constituição Cidadã, em 1988, e das legislações dela decorrentes. Consoante com a conjuntura democrática vigente, o presente Código foi construído a partir de múltiplos espaços de discussão sobre a ética da profissão, suas responsabilidades e compromissos com a promoção da cidadania. O processo ocorreu ao longo de três anos, em todo o país, com a participação direta dos psicólogos e aberto à sociedade. Este Código de Ética pautou-se pelo princípio geral de aproximar-se mais de um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas a serem seguidas pelo psicólogo. Para tanto, na sua construção buscou-se: a. Valorizar os princípios fundamentais como grandes eixos que devem orientar a relação do psicólogo com a sociedade, a profissão, as entidades profissionais e a ciência, pois esses eixos atravessam todas as práticas e estas demandam uma contínua reflexão sobre o contexto social e institucional. b. Abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e interseções relativos aos direitos individuais e coletivos, questão crucial para as relações que estabelece com a sociedade, os colegas de profissão e os usuários ou beneficiários dos seus serviços. c. Contemplar a diversidade que configura o exercício da profissão e a crescente inserção do psicólogo em contextos institucionais e em equipes multiprofissionais. d. Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo e não em suas práticas particulares, uma vez que os principais dilemas éticos não se restringem a práticas específicas e surgem em quaisquer contextos de atuação. Ao aprovar e divulgar o Código de Ética Profissional do Psicólogo, a expectativa é de que ele seja um instrumento capaz de delinear para a sociedade as responsabilidades e deveres do psicólogo, oferecer diretrizes para a sua formação e balizar os julgamentos das suas ações, contribuindo para o fortalecimento e ampliação do significado social da profissão. 26 PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos Direitos Humanos. II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural. IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática. V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso da população às informações, ao conhecimento da ciência psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão. VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja sendo aviltada. VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância com os demais princípios deste Código. DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO Art. 1º - São deveres fundamentais dos psicólogos: a. Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este Código; 27 b. Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente; c. Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação profissional; d. Prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública ou de emergência, sem visar benefício pessoal; e. Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os direitos do usuário ou beneficiário de serviços de Psicologia; f. Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu objetivo profissional; g. Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação de serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário; h. Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, a partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho; i. Zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo, guarda e forma de divulgação do material privativo do psicólogo sejam feitas conforme os princípios deste Código; j. Ter, para com o trabalho dos psicólogos e de outros profissionais, respeito, consideração e solidariedade, e, quando solicitado, colaborar com estes, salvo impedimento por motivo relevante; k. Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os 28 assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações necessárias à continuidade do trabalho; l. Levar ao conhecimento das instâncias competentes o exercício ilegal ou irregular da profissão, transgressões a princípios e diretrizes deste Código ou da legislação profissional. Art. 2º - Ao psicólogo é vedado: a. Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou opressão; b. Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, quando do exercício de suas funções profissionais; c. Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de práticas psicológicas como instrumentos de castigo, tortura ou qualquer forma de violência; d. Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou favoreçam o exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de qualquer outra atividade profissional; e. Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou contravenções penais praticados por psicólogos na prestação de serviços profissionais; f. Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de atendimento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão; g. Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico- científica; h. Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas; 29 i. Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços; j. Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente nos objetivos do serviço prestado; k. Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos resultados da avaliação; l. Desviar para serviço particular ou de outra instituição, visando benefício próprio, pessoas ou organizações atendidas por instituição com a qual mantenha qualquer tipo de vínculo profissional; m. Prestar serviços profissionais a organizações concorrentes de modo que possamresultar em prejuízo para as partes envolvidas, decorrentes de informações privilegiadas; n. Prolongar, desnecessariamente, a prestação de serviços profissionais; o. Pleitear ou receber comissões, empréstimos, doações ou vantagens outras de qualquer espécie, além dos honorários contratados, assim como intermediar transações financeiras; p. Receber, pagar remuneração ou porcentagem por encaminhamento de serviços; q. Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar resultados de serviços psicológicos em meios de comunicação, de forma a expor pessoas, grupos ou organizações. Art. 3º - O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma organização, considerará a missão, a filosofia, as políticas, as normas e as práticas nela vigentes e sua compatibilidade com os princípios e regras deste Código. 30 Parágrafo único: Existindo incompatibilidade, cabe ao psicólogo recusar-se a prestar serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente. Art. 4º - Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho, o psicólogo: a. Levará em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as condições do usuário ou beneficiário; b. Estipulará o valor de acordo com as características da atividade e o comunicará ao usuário ou beneficiário antes do início do trabalho a ser realizado; c. Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente do valor acordado. Art. 5º - O psicólogo, quando participar de greves ou paralisações, garantirá que: a. As atividades de emergência não sejam interrompidas; b. Haja prévia comunicação da paralisação aos usuários ou beneficiários dos serviços atingidos pela mesma. Art. 6º - O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos: a. Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados demandas que extrapolem seu campo de atuação; b. Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, de preservar o sigilo. Art. 7º - O psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que estejam sendo efetuados por outro profissional, nas seguintes situações: a. A pedido do profissional responsável pelo serviço; b. Em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do serviço, quando dará imediata ciência ao profissional; c. Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da interrupção voluntária e definitiva do serviço; 31 d. Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer parte da metodologia adotada. Art. 8º - Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente ou interdito, o psicólogo deverá obter autorização de ao menos um de seus responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente; 1. §1° - No caso de não se apresentar um responsável legal, o atendimento deverá ser efetuado e comunicado às autoridades competentes; 2. §2° - O psicólogo responsabilizar-se-á pelos encaminhamentos que se fizerem necessários para garantir a proteção integral do atendido. Art. 9º - É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou organizações, a que tenha acesso no exercício profissional. Art. 10 - Nas situações em que se configure conflito entre as exigências decorrentes do disposto no Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamentais deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor prejuízo. Parágrafo Único - Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo, o psicólogo deverá restringir-se a prestar as informações estritamente necessárias. Art. 11 - Quando requisitado a depor em juízo, o psicólogo poderá prestar informações, considerando o previsto neste Código. Art. 12 - Nos documentos que embasam as atividades em equipe multiprofissional, o psicólogo registrará apenas as informações necessárias para o cumprimento dos objetivos do trabalho. Art. 13 - No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem medidas em seu benefício. Art. 14 - A utilização de quaisquer meios de registro e observação da prática psicológica obedecerá às normas deste Código e a legislação profissional vigente, devendo o usuário ou beneficiário, desde o início, ser informado. 32 Art. 15 - Em caso de interrupção do trabalho do psicólogo, por quaisquer motivos, ele deverá zelar pelo destino dos seus arquivos confidenciais. 1. § 1° - Em caso de demissão ou exoneração, o psicólogo deverá repassar todo o material ao psicólogo que vier a substituí-lo, ou lacrá-lo para posterior utilização pelo psicólogo substituto. 2. § 2° - Em caso de extinção do serviço de Psicologia, o psicólogo responsável informará ao Conselho Regional de Psicologia, que providenciará a destinação dos arquivos confidenciais. Art. 16 - O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades voltadas para a produção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias: a. Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela divulgação dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, grupos, organizações e comunidades envolvidas; b. Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos, mediante consentimento livre e esclarecido, salvo nas situações previstas em legislação específica e respeitando os princípios deste Código; c. Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo interesse manifesto destes; d. Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos resultados das pesquisas ou estudos, após seu encerramento, sempre que assim o desejarem. Art. 17 - Caberá aos psicólogos docentes ou supervisores esclarecer, informar, orientar e exigir dos estudantes a observância dos princípios e normas contidas neste Código. Art. 18 - O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a leigos instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o exercício ilegal da profissão. Art. 19 - O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comunicação, zelará para que as informações prestadas disseminem o conhecimento a respeito das atribuições, da base científica e do papel social da profissão. 33 Art. 20 - O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer meios, individual ou coletivamente: a. Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro; b. Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que possua; c. Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a técnicas e práticas que estejam reconhecidas ou regulamentadas pela profissão; d. Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda; e. Não fará previsão taxativa de resultados; f. Não fará auto-promoção em detrimento de outros profissionais; g. Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras categorias profissionais; h. Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 21 - As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração disciplinar com a aplicação das seguintes penalidades, na forma dos dispositivos legais ou regimentais: a. Advertência; b. Multa; c. Censura pública; d. Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia; 34 e. cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia. Art. 22 - As dúvidas na observância deste Código e os casos omissos serão resolvidos pelos Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do Conselho Federal de Psicologia.Art. 23 - Competirá ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudência quanto aos casos omissos e fazê-la incorporar a este Código. Art. 24 - O presente Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de Psicologia, por iniciativa própria ou da categoria, ouvidos os Conselhos Regionais de Psicologia. Art. 25 - Este Código entra em vigor em 27 de agosto de 2005. 35 REFERÊNCIAS Andaló, C.; Arruda S. O Papel Do Psicólogo Escolar. In: Revista Psicologia: Ciência E Profissão. Versão Impressa Issn 1414-9893.Psic. Cienc. Prof.V.4,No.1, Brasilia, 1984. Bock, A. Et Al. Psicologia Sócio-Histórica. São Paulo: Cortez, 2001. Martinez, A. M. O Que Pode Fazer O Psicólogo Na Escola. Artigo In: Revista Em Aberto. 2010. Brasília, V.23, No. 83, P. 39-56. Patto, H. S. Introdução À Psicologia Escolar. São Paulo: Queiroz Editora, 1981, Apud Revista Psicologia: Ciência E Profissão, Op.Cit. Pereira, F.M. Neto, A.P. O Psicologo No Brasil - Notas Sobre Seu Processo De Profissionalizacao. In: Psicologia Em Estudo. Souza, R. Et Al. (Orgs.) O Psicólogo E A Educação – Uma Relação Possível. In: A Praxis Na Formação De Educadores Infantis. Rio De Janeiro: Editora Dp8a, 2002. Antunes, M. A. M. A Psicologia No Brasil: Leitura Histórica De Sua Constituição. São Paulo, Educ E Ed. Unimarco, 2003. Massimi, M. As Origens Da Psicologia Brasileira Em Obras Do Período Colonial, In: História Da Psicologia. São Paulo, Educ, Série Cadernos Puc-Sp, N. 23, 1987, Pp. 95-117. Meira, M. E. M.; Antunes, M. A. M. Psicologia Escolar: Teorias Críticas. São Paulo, Casa Do Psicólogo, 2003. Almeida, M. Ideologia E Controle. Dissertação De Mestradoapresentada À Universidade Federal Desão Carlos (Não Publicada). São Carlos, 1980. Alves, G. L. Da Histórica À História Da Educação. Dissertaçãoe Mestrado Apresentada À Universidadefederal De São Carlos (Não Publicada).São Carlos, 1981. Andaló, C. S.A. O Papel Do Psicólogo Escolar. Psicologia: Ciênciae Profissão, 4(1): 43-46,1984.4. Barriguelli, José C. Política Educacional Do Governo. Educação Emquestão. 112 (211): 26-37. Bastos, A. V. B. Áreas De Atuação: Em Questão O Nosso Modelo De Profissional, In. Cep (Org.) Quem É Opsicólogo Brasileiro? São Paulo, Edicon,1988, P.1563-193. Botomé, S. P. A Quem Nós, Psicólogos, Servimos De Fato? Psicologia,5(1): 1-15, Mar. 1979.7. Campos, Regina H.F A Função Social Do Psicólogo. Educação E Sociedade,16: 744-84, Dez. 1983. Carvalho, Ana M. A. Atuação Psicológica: Uma Análise Das Atividades Desempenhadas Pelos Psicólogos. In:Cep (Org.) Quem É O Psicólogo Brasileiro. São Paulo, Edicon, 1988, P. 217-235. Abib, J. A. D. (2009). Epistemologia Pluralizada E História Da Psicologia. Scientle & Studia, 7(2), 195-208. Andrade, Ângela Nobre; Morato, Henriette Tognetti Penha. Para Uma Dimensão Ética Da Prática Psicológica Em Instituições. Estudos De Psicologia, Espírito Santo, 9(2), 345-353. 2004. Aristoteles. Os Pensadores: Ética A Nicomâco. 4ª. Ed. São Paulo: Nova Cultural, 1991. 5-15 P. V. 02. 36 Azevedo, Tiago. Diferenças Entre A Ética De Aristóteles E A Ética De Kant . 1. 2017. Disponível Em: <Https://Psicoativo.Com/2017/09/Diferencas-Etica- Aristoteles-Etica- Kant.Html>. Benevides, Regina. A Psicologia E O Sistema Único De Saúde: Quais Interfaces? Psicologia & Sociedade. V. 17, N. 2, P. 21-25, Mai. – Ago. 2005. Conselho Federal De Paicologia. Código De Ética Profissional Do Psicólogo, Brasília, 2005. Cotrim, Gilberto. Fundamentos Da Filosofia: História E Grandes Temas. São Paulo. Saraiva, 2006. Chaui, Marilena. Convite A Filosofia. São Paulo: Ática, 2000, P.429-449. Dechichi, Raphael. Ética E Moral: Dois Conceitos De Uma Mesma Realidade. 1. 2015. Disponível Em: <Https://Www.Linkedin.Com/Pulse/%C3%A9tica-E-Moral-Dois-Conceitos-De- Uma-Mesma-Realidade-Dechichi/>. Acesso Em: 23 Nov. 2018. Farr, R. M. (2010). As Raízes Da Psicologia Social Moderna. Petrópolis: Vozes. Fortes, Paulo Antônio De Carvalho. Ética, Direito Dos Usuários E Políticas De Humanização Da Atenção À Saúde. Saúde E Sociedade. V. 13, N. 3, P. 30- 35, Set-Dez 2004. Jacques, M. G. C., Strey, M. N., Bernardes, N. M. G., Guareschi, P. A., Carlos, S. A., & Fonseca, T. M. G. (1998). Psicologia Social Contemporânea (3ª Ed.) Petrópolis: Vozes. Lane, S., & Codo, W. (1984). Psicologia Social: O Homem Em Movimento. São Paulo: Brasiliense Lane, S. T. M. (1991). A Psicologia Social E Uma Nova Concepção Do Homem Para A Psicologia. In: S. T. M. Lane & W. Codo (Org.), Psicologia Social: O Homem Em Movimento (Pp 10 A 19). São Paulo: Brasiliense Santos, Wigivan Junior Pereira Dos. Ética . 1. 2018. Disponível Em <Https://Alunosonline.Uol.Com.Br/Filosofia/Etica.Html>. Silva, Rosane Neves. Ética E Paradigmas: Desafios Da Psicologia Social Contemporânea. In: Ploner, Katia Simone, Et Al (Org.), Ética E Paradigmas Na Psicologia Social. Rio De Janeiro: Scielo Books, 2008. 39-45. Vaz, Michelle. Ética De Platão E Aristóteles: Diferenças E Semelhanças. 2014. Antunes, M. A. M. Psicologia Escolar E Educacional: História, Compromissos E Perspectivas. Revista Semestral Da Associação Brasileira De Psicologia Escolar E Educacional (Abrapee) [Online], Campinas, V. 12, N. 2, P. 469-475, Dez. 2008. Bock, A. M. B.; Furtado, O.; Teixeira, M. De L. T. Psicologias: Uma Introdução Ao Estudo De Psicologia. São Paulo: Saraiva, 1999. Coll, C. Concepções E Tendências Atuais Em Psicologia Da Educação. In: Coll, C.; Marchesi, Á.; Palácios, J. (Orgs.). Desenvolvimento Psicológico E Educação: Psicologia Da Educação Escolar. V. 2. 2. Ed. Porto Alegre: Artmed, 2004, P. 19-42. Del Prette, Z. A. P. Psicologia, Educação E Ldb: Novos Desafios Para Velhas Questões? In: Guzzo, R. S. L. (Org.). Psicologia Escolar, Ldb E Educação Hoje. 2. Ed. Campinas: Editora Alínea, 2002, P. 11-34. Guzzo, R. S. L. Et Al. Psicologia E Educação No Brasil: Uma Visão Da História E Possibilidades Nessa Relação. Psicologia: Teoria E Pesquisa [Online], Brasília, V. 26, N. Especial, P. 131-141, 2010. 37 Lima, A. O. M. N. De. Breve Histórico Da Psicologia Escolar No Brasil. Psicologia Argumento [Online], Curitiba, V. 23, N. 42 P. 17-23, Jul./Set. 2005. Marinho-Araujo, C. M.; Almeida, S. F. C. De. Intervenção Institucional: Possibilidades De Prevenção Em Psicologia Escolar. In: _____. Psicologia Escolar: Construção E Consolidação Da Identidade Profissional. 3. Ed. Campinas: Editora Alínea, 2010, P. 85-98. Oliveira, C. B. E. De; Marinho-Araujo, C. M. Psicologia Escolar: Cenários Atuais. Estudos E Pesquisas Em Psicologia, Uerj [Online], V. 9, N. 3, P. 648-663, 2009. Tanamachi, E. R.; Meira, M. E. M. A Atuação Do Psicólogo Como Expressão Do Pensamento Crítico Em Psicologia E Educação. In: Meira, M. E. M.; Antunes, M. A. M. Psicologia Escolar: Práticas Críticas. São Paulo: Casa Do Psicólogo, 2003. Valle, L. E. L. R. Do. Psicologia Escolar: Um Duplo Desafio. Psicol. Cienc. Prof. [Online], V. 23, N. 1, P. 22-29, 2003. Andrada, E.G.C. (2003). Família, Escola E A Dificuldade De Aprendizagem: Intervindo Sistemicamente. Em: Psicologia Escolar E Educacional, Associação Brasileira De Psicologia Escolar E Educacional, V.7, N.2, Jul-Dez, Antunes, C. (2002). A Memória: Como Os Estudos Sobre O Funcionamento Da Mente Nos Ajudam A Melhorá-La: Fascículo 9, Petrópolis, RJ: Vozes. Antunes, C. (1998). As Inteligências Múltiplas E Seus Estímulos. Campinas, SP: Papirus. Carter, B., & Mcgoldrick,M. (1995). As Mudanças Do Ciclo De Vida Familiar. POA: Artes Médicas. Ciasca, S.M. (Org.) (2003). Distúrbios De Aprendizagem: Proposta De Avaliação Interdisciplinar. SP: Casa Do Psicólogo Costa, J.F. (1983). Ordem Médica E Norma Familiar. 2ed, GraalCuronici, C., & Mcculloch, P. (1999). Psicólogos E Professores: Uma Visão Sistêmica Acerca Dos Problemas Escolares. SP: EDUSC. Davis, C; Oliveira,Z. (1994). Psicologia Na Educação, 2ed.; SP: Cortez. Del Prette, Z.A.P. (Org.) (2001). Psicologia Escolar E Educacional, Saúde E Qualidade De Vida. SP: Editora Alínea. Fernández, A. (1990). A Inteligência Aprisionada. 2.ª Ed, Porto Alegre: Artes Médicas. Gayotto, M.L.C.(Org) (1992). Creches: Desafios E Contradições Da Criação Coletiva Da Criança Pequena. São Paulo: Ícone. Minuchin, S. (1982). Famílias, Funcionamento E Tratamento. POA: Artes Médicas. Moraes, M. C. (1997). O Paradigma Educacional Emergente. Campinas, SP: Papirus. Neves, M.M.B.J; Almeida, A.F.C. (2003). A Atuação Da Psicologia Escolar No Atendimento Aos Alunos Com Queixas Escolares. Em: Almeida, S.F.C. (Org) Psicologia Escolar: Ética E Competências Na Formação E Atuação Profissional. SP: Ed. AlíneaOsório, .L.C. (2003). Psicologia Grupal. Porto Alegre: Papp, P. (1992). O Processo De Mudança. Porto Alegre: Artes Médicas. Polity, E. (2001). Dificuldade De Aprendizagem E Família: Construindo Novas Narrativas. São Paulo; Vetor. 38 Rezende, E.S., & Tronca, F.Z.; Tronca, G.A. (2004). A Ciência Psicopedagógica: Pressupostos Fundamentais Para O Trabalho Transdisciplinar. Tubarão: Ed. UNISUL. Santos, M.A. (1997). Psicologia Escolar No Brasil: Fazeres E Saberes. Dissertação De Mestrado, Programa De Pósgraduação Em Educação. UFSC/SC. Souza, M.P.R. (1997). Psicologia Escolar: Em Busca De Novos Rumos 3ed. São Paulo: Casa Do Psicólogo. Vasconcellos, M. J. E. (2002). Pensamento Sistêmico: O Novo Paradigma Da Ciência. Campinas, SP: Papirus. Yozo, R.Y.K. (1996). 100 Jogos Para Grupos: Uma Abordagem Psicodramático Para Empresas, Escolas E Clínicas. 5ed, SP: Ágora. Zanella, A.V., & Vygotsky, L. (2001). Contribuições À Psicologia E O Conceito De Zona De Desenvolvimento Proximal. Itajaí: Univali.
Compartilhar