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PSICÓLOGO-ESCOLAR-E-ÉTICA-PROFISSIONAL-1

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1 
 
 
PSICÓLOGO ESCOLAR E ÉTICA PROFISSIONAL 
1 
 
 
Sumário 
NOSSA HISTÓRIA ................................................................................. 1 
DEFINIÇÃO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E DO FAZER DO PSICÓLOGO 
ESCOLAR .......................................................................................................... 5 
FOCO 1 - AS IMPLICAÇÕES DO FAZER PEDAGÓGICO: ............... 12 
FOCO 2 - O ENVOLVIMENTO DE PAIS E EDUCADORES NO 
PROCESSO DE FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES: ........................................................................................ 14 
FOCO 3 - O ESCLARECIMENTO DAS DIMENSÕES PSICOLÓGICAS 
IMPLICADAS NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM. .............. 15 
FOCO 4 - OS SISTEMAS DE INTERAÇÕES EXISTENTES NO 
INTERIOR DA ESCOLA ............................................................................... 16 
ÉTICA NA VISÃO FILOSÓFICA ............................................................ 17 
APRESENTAÇÃO .............................................................................. 24 
DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO ............................ 26 
REFERÊNCIAS ..................................................................................... 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de 
empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como 
entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua 
formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, 
científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o 
saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Em termos gerais, a Educação pode ser compreendida como prática 
social humanizadora, cujo propósito principal é a transmissão da cultura 
produzida ao longo da história pela humanidade, tendo a responsabilidade de 
auxiliar o homem na sua humanização, ou seja, na incorporação do mundo 
histórico-social no qual está inserido (ANTUNES, 2008). O processo educacional 
no contexto escolar, especificamente, possui as funções de auxiliar o sujeito na 
construção de sua cidadania, criar condições para que ele possa desenvolver as 
suas potencialidades, e prepará-lo para o trabalho (DEL PRETTE, 2002). 
 
A Psicologia, ciência cujo objeto de interesse e estudo é a subjetividade 
humana, produzida a partir de aspectos individuais, experienciais e culturais 
(BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 1999), em muito tem a contribuir para a 
educação, sobretudo a que ocorre na escola. Isso porque pode auxiliar em 
questões relacionadas à aprendizagem e ao desenvolvimento das crianças e 
adolescentes, bem como em aspectos referentes ao bem-estar subjetivo de 
todos os atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem. 
4 
 
 
O termo Psicologia Escolar e Educacional se refere à articulação entre 
uma subárea do conhecimento psicológico, a Psicologia Educacional, a um 
campo de prática social específico de atuação – a escola – do profissional dessa 
subárea, a Psicologia Escolar (ANTUNES, 2008). A PEE se desenvolveu da 
convicção de que a adequada utilização e aplicação dos saberes e princípios 
psicológicos no âmbito educacional poderia favorecer o ensino pedagógico 
(COLL, 2004). 
A atuação do psicólogo em contextos educativos escolares no Brasil pode 
ser observada e contextualizada historicamente a partir de três modelos: o 
psicométrico, o clínico, e o crítico. O primeiro foi marcado pelo forte uso de 
instrumentos psicológicos para selecionar e classificar as crianças em normais 
ou anormais (LIMA, 2005), visando separar os aptos dos não aptos para a 
aprendizagem (GUZZO et al., 2010). Por sua vez, o segundo se propôs a realizar 
psicodiagnósticos e tratar as denominadas crianças-problema, que possuíam 
dificuldades de aprendizagem (LIMA, 2005), baseando-se em uma perspectiva 
clínica e terapêutica, centrando-se em sua dimensão individual (ANTUNES, 
2008). 
Quanto ao modelo crítico, trata-se de um movimento de análise crítica da 
prática desse profissional que surgiu a partir da década de 1980, despertando a 
atenção dos profissionais para a necessidade de considerar o contexto envolvido 
no processo da educação escolar. Assim, as dificuldades dos alunos em relação 
à aprendizagem passaram a ser vistas como socialmente constituídas e 
analisadas conforme os fatores envolvidos em sua produção, tais como os 
históricos, econômicos, políticos, sociais, pedagógicos e familiares (LIMA, 2005). 
Logo, o psicólogo escolar e educacional deve basear seu trabalho em 
concepções integradoras e relacionais (OLIVEIRA; MARINHO-ARAUJO, 2009), 
levando em conta as influências externas na aprendizagem escolar, das quais 
se destacam os fatores inter-relacionais presentes na sala de aula e também na 
família, visto que esta é um elemento primordial no desenvolvimento da 
personalidade da criança (VALLE, 2003). 
Ademais, esse profissional também deve fundamentar sua prática em 
uma perspectiva preventiva no sentido de proporcionar a reflexão e a 
5 
 
 
conscientização de responsabilidades dos envolvidos no processo de 
escolarização, tais como os familiares dos alunos, buscando remover bloqueios 
que se interpõem à apropriação do saber por parte deles (MARINHOARAUJO; 
ALMEIDA, 2010). Assim, por exemplo, deve elaborar e conduzir, dentre outras 
medidas, “programas junto a pais (...) na promoção de condições de 
aprendizagem e de desenvolvimento integral do aluno” (DEL PRETTE, 2002, p. 
29). 
 
DEFINIÇÃO DA PSICOLOGIA ESCOLAR E DO 
FAZER DO PSICÓLOGO ESCOLAR 
 
O psicólogo escolar desenvolve, apoia e promove a utilização de 
instrumental adequado para o melhor aproveitamento acadêmico do aluno a fim 
de que este se torne um cidadão que contribua produtivamente para a 
sociedade. 
A Psicologia Escolar tem como referência conhecimentos científicos sobre 
desenvolvimento emocional, cognitivo e social, utilizando-os para compreender 
os processos e estilos de aprendizagem e direcionar a equipe educativa na 
busca de um constante aperfeiçoamento do processo ensino/aprendizagem. Sua 
participação na equipe multidisciplinar é fundamental para respaldá-la com 
conhecimentos e experiências científicas atualizadas na tomada de decisões de 
base, como a distribuição apropriada de conteúdos programáticos (de acordo 
com as fases de desenvolvimento humano), seleção de estratégias de manejo 
de turma, apoio ao professor no trabalho com a heterogeneidade presente na 
sala de aula, desenvolvimento de técnicas inclusivas para alunos com 
dificuldades de aprendizagem e/ou comportamentais, programas de 
desenvolvimento de habilidades sociais e outras questões relevantes no dia-a-
dia da sala de aula, nas quais os fatores psicológicos tenham papel 
preponderante. 
Para isto o psicólogo escolar desenvolve atividades direcionadas com 
alunos, professores e funcionários e atua em parceria com a coordenação da 
6 
 
 
escola, familiares e profissionais que acompanham os alunos fora do ambiente 
escolar. A partir de uma visão sistêmica, age em duas frentes: a preventiva e a 
que requer ajustes ou mudanças. Desta forma,contribui para o desenvolvimento 
cognitivo, humano e social de toda a comunidade escolar. 
O conceito de Psicologia Escolar/Educacional abrange a intersecção 
entre a Psicologia na Escola e a Psicologia da Educação. Embora haja variações 
sobre as definições e as reais atribuições entre Psicologia Escolar e Educacional, 
atribui-se à primeira o status de aplicada (visando a atuação prática) e à 
segunda, o de acadêmica (visando a pesquisa). Como ambas se complementam 
e se apoiam esta dicotomia parece ser apenas acadêmica. S 
Hoje, o objetivo da Psicologia Escolar/Educacional é ser um esteio para o 
desenvolvimento global do estudante. Através de ações com diretores, 
professores, orientadores, pais e os próprios alunos, o trabalho se dirige à 
prevenção. 
Avaliação, diagnóstico, acompanhamento e orientação psicológica são 
aplicados dentro de um contexto institucional e não mais exclusivamente 
voltados ao aluno individualmente. Para casos que requeiram, realizam-se 
encaminhamentos clínicos. 
Ao psicólogo escolar/educacional cabe integrar a teia de relações e fazer 
parte da equipe multiprofissional, que envolve o processo ensino/aprendizagem 
levando em conta o desenvolvimento global do estudante e da comunidade 
educativa. 
7 
 
 
 
Os espaços e práticas da Psicologia Escolar/Educacional incluem, além 
das escolas, outras instituições com propostas educacionais, tais como: clínicas 
especializadas, consultorias a órgãos que necessitam de compreensão sobre os 
processos de aprendizagem (Sebrae, Sesi, etc.); equipes de assessorias com 
projetos para escolas; serviços públicos de saúde e educação; trabalhos de 
extensão universitária e projetos de pesquisa em empresas e ONGs, 
promovendo a educação permanente e a educação no (e pelo) trabalho. O mais 
importante não é o local de trabalho e sim os pressupostos e finalidades do 
profissional da educação. 
 
FOCOS DE INTERVENÇÃO EM PSICOLOGIA 
ESCOLAR 
 
O papel do psicólogo no âmbito escolar se norteia pela perspectiva de 
procurar relacionar os conhecimentos específicos da Psicologia com os 
conhecimentos educativos. Trata-se, pois, de um trabalho de reflexão sobre a 
prática, a partir da teoria. Os profissionais precisam dispor de conhecimentos 
dos temas tratados pela educação, da problemática do contexto escolar e das 
8 
 
 
teorias pertinentes ao assunto a fim de explicitarem e fundamentarem 
adequadamente suas práticas. 
Uma grande tarefa que o psicólogo pode desenvolver nas instituições 
educacionais é participar da formação dos educadores, contribuindo para que 
eles estejam cada vez mais fortalecidos e instrumentalizados para uma atuação 
de qualidade junto aos alunos, entre si e com o corpo de funcionários das 
escolas. 
Listamos, a seguir, algumas das atuações que o psicólogo pode 
desenvolver junto aos educadores segundo Souza (2002); 
 Ajudar o educador a refletir sobre sua infância, para assim 
compreender melhor a infância de seus alunos; 
 Ajudar o educador a refletir sobre sua família para compreender 
melhor a dinâmica familiar dos alunos; 
 Auxiliar o educador no convívio das relações grupais, nas relações 
de equipe e no trabalho de constituição de grupos; 
 Auxiliar o educador a conhecer e refletir sobre o processo de 
desenvolvimento humano e os processos de ensino-aprendizagem e as teorias 
a respeito; 
 Refletir sobre as questões éticas e políticas relacionadas à 
educação e ao cenário escolar; 
 Conduzir intervenções no cenário escolar, com respeito à figura do 
educador, dialogando com ele, colaborando em suas necessidades de reflexão 
e de construção do conhecimento, sem imposições, direcionamentos ou 
controle. 
Outras tarefas concernentes ao psicólogo no âmbito escolar são ainda 
apontadas por Sousa (2002) como complementando a rede de atuação do 
psicólogo, como apresentamos a seguir: 
 Desenvolver trabalhos de Orientação Profissional e Vocacional 
com os alunos; 
 Desenvolver ações preventivas ao uso de drogas; 
9 
 
 
 Desenvolver ações sobre temas como sexualidade, ética, 
agressividade junto com o corpo docente; 
 Desenvolver ações sobre desenvolvimento humano, prevenção ao 
uso de drogas, sexualidade, agressividade, ética junto com o corpo docente 
direcionadas ao esclarecimento da comunidade; 
 Dialogar junto com o corpo docente, com os pais sobre o 
desenvolvimento acadêmico dos alunos, metodologia e objetivos da escola bem 
como sobre dificuldades dos alunos; 
 Participar, junto com toda a equipe da escola, da construção do seu 
projeto político-pedagógico; 
 Desenvolver trabalho de relações grupais para que a equipe da 
escola possa melhorar cada vez mais suas relações interpessoais; 
Entretanto, é bem conhecido o fato de que a maioria das escolas, sejam 
públicas ou privadas, não inclui ainda o psicólogo em suas equipes e que possui 
professores despreparados para acolher um trabalho desta natureza e sem 
direcionamento para desenvolver seus trabalhos em sala de aula. 
A presença do psicólogo na Escola pode contribuir bastante para o melhor 
desempenho dos aprendentes, pois suas dificuldades de aprendizado ou de 
comportamento poderão ser detectadas, acompanhadas e, caso necessário, 
poderão ser encaminhados para atendimento terapêutico fora da Escola, em 
Instituições especializadas. 
Os psicólogos educacionais desenvolvem seu trabalho em conjunto com 
os educadores de forma a tornar o processo de aprendizagem mais efetivo e 
significativo para o educando, principalmente no que diz respeito à motivação e 
as dificuldades de aprendizagem, focam sua atenção nas necessidades da 
criança na escola, no desenvolvimento das capacidades e nas dificuldades de 
aprendizagem, como no caso da desordem por déficit de atenção, 
hiperatividade, problemas emocionais, problemas comportamentais etc. 
Os psicólogos educacionais apoiam-se em diversas teorias de ensino e 
da aprendizagem como: Cognitivismo, Construtivismo, Cognitivismo Social, 
Teorias Motivacionais, Teorias do Desenvolvimento, Behaviorismo, Teoria sócio 
10 
 
 
histórica. Entre os teóricos mais referidos na área pode-se citar Piaget, Vygotsky, 
Rogers, Maslow, Skinner, Bruner e Bandura. 
O Construtivismo é uma das correntes teóricas empenhadas em explicar 
como a inteligência humana se desenvolve como resultado das ações mútuas 
que transcorrem entre o indivíduo e o meio. Jean Piaget (1896-1980) defendeu 
uma abordagem interdisciplinar e fundou a Epistemologia Genética que seria 
uma teoria do conhecimento com base no estudo da gênese psicológica do 
pensamento humano. Através de minuciosa observação de seus filhos e de 
outras crianças, Piaget criou a teoria cognitiva onde propõe a existência de 
quatro estágios de desenvolvimento cognitivo do ser humano: o sensório-motor, 
o pré-operacional (ou pré-operatório), o operatório-concreto e o operatório-
formal. 
Para Piaget, as crianças só poderiam aprender quando atingiam o estado 
de maturação necessário a cada fase de aprendizagem, quando estivessem 
prontas para assimilar. Aos professores, caberia aperfeiçoar o processo de 
descoberta dos alunos. Seus estudos o levaram a afirmar que a capacidade 
cognitiva humana nasce e se desenvolve, não vem pronta, opondo-se assim ao 
behaviorismo e a Gestalt, defendendo o ponto de vista de que o conhecimento 
origina-se da interação sujeito-objeto e assim inspirou toda uma corrente 
educacional hoje denominada de construtivismo que se opõe ao ensino 
autoritário, tradicional, herdado do século XIX. No Brasil, essas ideias 
influenciaram o movimento chamado de Escola Nova, ativa, que se contrapôs ao 
ensino tradicional onde o professor discorre, dita e o aluno copia e repete. 
Outra grande corrente que vem influenciando a Educação e a Psicologia 
contemporâneas, é o sócio-interacionismo ou abordagem sócio histórica 
desenvolvida a partir dos estudos sobre a linguagem, a mente, a aprendizagem 
de Lev Vygotsky(1896-1934). 
O seu interesse pela Psicologia nascente, levou-o a estudar, entre muitos 
outros assuntos, as teorias da Gestalt, da Psicanálise e do Behaviorismo, além 
das ideias de Jean Piaget. Influenciado pelas ideias socialistas e pela conjuntura 
da Revolução Russa de 1917, inspirado nos teóricos do marxismo e do 
leninismo, Vygotsky propôs a reorganização da Psicologia, a partir das 
11 
 
 
proposições teóricas do materialismo histórico e dialético, concebendo o que ele 
denominou de psicologia cultural e histórica. Sua ideia central é a de que o 
desenvolvimento intelectual das crianças ocorre em função das interações 
sociais e das condições de vida. Para ele, os signos, a linguagem simbólica, os 
instrumentos de trabalho estabelecem uma relação de mediação entre o homem 
e a realidade. Para este autor quando aprendemos a linguagem do nosso meio 
sociocultural, transformamos radicalmente os rumos do nosso próprio 
desenvolvimento. Vygotsky enfatizava a dimensão social, interpessoal na 
construção do sujeito psicológico. 
Um dos seus conceitos mais divulgados é o de zona de desenvolvimento 
proximal que muito tem influenciado os estudos do processo de ensino-
aprendizagem contemporâneos. Este conceito se refere à diferença entre o que 
a criança consegue realizar sozinha e aquilo que, embora não consiga realizar 
ainda sozinha, é capaz de aprender e fazer com a ajuda de uma pessoa mais 
experiente (adulto, criança mais velha ou com maior facilidade de 
aprendizagem). 
A zona de desenvolvimento proximal seria, pois, tudo o que a criança pode 
adquirir em termos intelectuais quando lhe é dado o suporte educacional devido. 
A aprendizagem relaciona-se ao desenvolvimento, desde o nascimento, sendo 
a chave para o desenvolvimento do ser. Haveria estreita relação entre quem 
aprende e quem ensina, como participantes de um mesmo processo, mediado 
pela cultura, pela interação com signos, símbolos culturais e objetos. 
A prática profissional do psicólogo, dialogando com a abordagem sócio 
histórica, seria fundada na intervenção no processo psicológico, atuando-se com 
vistas a transformação do processo de leitura do mundo que as pessoas fazem, 
recriando sentidos e refazendo projetos de vida, transformando igualmente as 
possibilidades de intervenção no mundo. 
Atualmente o Psicólogo Escolar é um profissional muito requisitado por 
educadores, equipe escolar e famílias, porém, é ainda compreendido, na maioria 
das vezes, como “aquele que pode tratar os alunos problemas e devolvê-los à 
sala de aula bem ajustados”. Essa visão caracteriza e fundamenta a intervenção 
clínica, uma prática que precisa ser abolida das Escolas, e revela a necessidade 
12 
 
 
do estabelecimento de matrizes teóricas que fundamentem a prática deste 
profissional tão requisitado e tão pouco compreendido. Entre as tarefas descritas 
pelo CFP na resolução nº 014/00 destaco as seguintes possibilidades de atuação 
do psicólogo escolar: 
a) aplicar conhecimentos psicológicos na escola, concernentes ao 
processo ensino-aprendizagem, em análises e intervenções psicopedagógicas; 
referentes ao desenvolvimento humano, às relações interpessoais e à integração 
família/comunidade- escola, para promover o desenvolvimento integral do ser; 
b) analisar as relações entre os diversos segmentos do sistema de ensino 
e sua repercussão no processo de ensino para auxiliar na elaboração de 
procedimentos educacionais capazes de atender às necessidades individuais. 
A partir das possibilidades acima descritas, alguns focos de intervenção 
na escola revelam-se como fundamentais e precisam estar embasados em 
conhecimentos da psicologia científica, tal qual propagada no curso de 
Psicologia. 
 
FOCO 1 - AS IMPLICAÇÕES DO FAZER PEDAGÓGICO: 
 
Todo fazer pedagógico precisa estar embasado em teorias do 
desenvolvimento e da aprendizagem, sendo que a prática do educador precisa 
estar coerente com tais teorias. Isso implica em material e atividades adequadas, 
clima de sala de aula, papel do professor e do aluno e concepção de ensino. 
Assim, o psicólogo escolar precisa estar atualizado quanto às teorias do 
desenvolvimento e da aprendizagem, especialmente com aquelas que embasam 
o corpo teórico da escola em que trabalha, focalizando os processos cognitivos. 
Conhecimento necessário: Teorias do desenvolvimento e aprendizagem - 
inatismo, ambientalismo, construtivismo e psicologia histórico-cultural (Santos, 
1997; Zanella, 2001; Davis & Oliveira, 1994). 
 
13 
 
 
POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO 
 
• Uma reunião inicial com a equipe pedagógica (orientadores e 
supervisores e direção, assim como professores) é mais que necessária. Faz-se 
importante deixar claro qual visão de sujeito o psicólogo tem (Andrada, 2005), o 
que pensa acerca da aprendizagem e quais estratégias diferenciadas tem a 
oferecer além do esperado atendimento individual na sala do psicólogo. 
• Faz-se necessário conhecer o Projeto Político Pedagógico da Escola e 
participar da sua atualização. 
• Trabalhar junto à equipe pedagógica em espaços semanais ou 
quinzenais de diálogo com os professores (intervenção mediada) a fim de juntos 
criar novos significados as situações cotidianas de sala de aula, eliminando a 
possibilidade de estigmatizar os alunos com dificuldade de aprendizagem 
(Curonici & MacCulloch, 1999). 
• Criar espaços de discussão acerca das teorias de aprendizagem em 
Paradas Pedagógicas, sempre vislumbrando o Projeto Político Pedagógico 
(PPP) da escola e a prática pedagógica. 
 
14 
 
 
FOCO 2 - O ENVOLVIMENTO DE PAIS E EDUCADORES NO 
PROCESSO DE FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO DAS CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES: 
 
Quando pensamos em processo de formação dos alunos não podemos 
excluir a participação ativa das famílias e, certamente, dos educadores. Envolver 
a família, corresponsável no processo de educação de seus filhos e filhas, a fim 
de que se possa colher dados acerca do outro sistema direto em que participa o 
aluno é mais que necessário (Andrada, 2003). 
Conhecimento necessário: história das famílias no Brasil (Costa, 1983); 
teorias sobre a dinâmica familiar e teorias sobre o desenvolvimento das famílias 
(Carter & Mcgoldrick, 1995). 
 
POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO 
 
• Em entrevista com a família levantar dados acerca das seguintes 
questões: autonomia X dependência; limites; autoritarismo X autoridade; 
relacionamento cognitivo e emocional na família, com o objetivo de resignificar 
os relacionamentos intrafamiliar (Papp, 1992; Minuchin, 1982). 
• Junto com a família, em encontros sistematizados, refletir sobre a função 
da dificuldade de aprendizagem neste momento do ciclo de vida familiar (Carter 
& Mcgoldrick, 1995), criando estratégias com pais e cuidadores que possibilitem 
o sucesso escolar da criança. 
• Confrontar família e professor quando necessário, criando um espaço 
de dialogo franco acerca das dificuldades de todos, não só do aluno, diluindo no 
s sistemas a “culpa” pelo fracasso escolar. Assim, outra armadilha é 
enfraquecida: “a culpa sempre é da família”. 
• Unir pais e professores no processo educacional das crianças em 
estratégias cognitivas que contem com a participação de ambas as partes. 
15 
 
 
• O Psicólogo Escolar, questionador, curioso e acima de tudo assumindo 
uma posição investigativa, pode criar junto à equipe uma estratégia de 
intervenção colaborativa, na qual todos têm influência sobre o aluno, assim como 
sofrem influência mutuamente (Andrada, 2005; Curonici & McCulloch, 1999). 
 
FOCO 3 - O ESCLARECIMENTO DAS DIMENSÕES 
PSICOLÓGICAS IMPLICADAS NO PROCESSO DE ENSINO E 
APRENDIZAGEM. 
 
O processo de ensino e aprendizagem implica em várias áreas do 
conhecimento humano, sendo que nenhuma área se sobrepõe a outra. A 
educação é um fenômeno muito complexo para ser vislumbrada somente pela 
pedagogia, ou pela psicologia, ou medicina. Dessa forma, é preciso reconhecer 
que a dificuldadede aprendizagem tem origem, causas e desenvolvimento 
múltiplos o que exige do profissional pesquisa em áreas distintas do 
conhecimento (Polity, 2001; Fernandez, 1990). Faz-se necessário um trabalho 
16 
 
 
que considere todas as dimensões implicadas, dentre as quais a psicologia se 
faz presente. 
Conhecimento necessário: Processos cognitivos; teorias sobre memória, 
atenção, concentração, apropriação do conhecimento e linguagem (Antunes, 
1998; Rezende, Tronca & Tronca, 2004; Antunes, 2002). 
Problemas de aprendizagem: hiperatividade, déficit de atenção, dislexia, 
dislalia, disgrafia, entre outros (Ciasca, 2003; Neves & Almeida, 2003). 
 
POSSIBILIDADES DE INTERVENÇÃO 
 
• Diagnóstico e encaminhamento das crianças com suspeita de 
dificuldades de aprendizagem para especialistas da área. 
• Acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos com 
dificuldades de aprendizagem. 
• Criação de estratégias psicopedagógicas junto à equipe escolar e 
professores envolvidos. 
• Ouvir os professores, suas demandas e fazê-los participar em alguns 
dos atendimentos com as crianças, repensando novas práticas e novos olhares 
sobre o aluno que chama de “problema”. 
• Participar das reuniões e conselhos de classe, nas quais o psicólogo 
poderá estabelecer novas maneiras de perceber o processo educacional dos 
alunos, evitando rótulos, diagnósticos imprecisos e hipóteses únicas e fechadas. 
 
FOCO 4 - OS SISTEMAS DE INTERAÇÕES EXISTENTES NO 
INTERIOR DA ESCOLA 
 
Os problemas de aprendizagem podem ser fruto de falhas nas inter-
relações do sistema direto do qual a criança participa. A criança precisa ser 
compreendida dentro de seu sistema social de interação, como parte inseparável 
17 
 
 
do seu sistema social, o qual inclui família, escola, entre outros. Dentro da 
escola, faz-se necessário procurar entender os problemas que a criança está 
apresentando relacionando-os aos diferentes sujeitos envolvidos, com o objetivo 
de planejar as intervenções necessárias (Del Prette, 2001; Souza, 1997). 
Conhecimento necessário: Teoria sistêmica (Vasconcellos, 2002; Moraes, 
1997); teoria de grupos, papéis e atitudes sociais (Gayotto, 1992; Osório, 2003; 
Yozo, 2001). 
 
POSSIBILIDADE DE INTERVENÇÃO 
 
Criar espaços para escutar as demandas dos sujeitos da escola e pensar 
maneiras de lidar com situações que são cotidianas. Faz-se necessário circular 
pelos corredores, estar atento aos movimentos dos sujeitos. 
• Criar formas de reflexão em conjunto com todos os sujeitos (alunos, 
professores e especialistas) para que se possa trabalhar com suas relações e 
paradigmas (Andrada, 2003). 
• Faz-se necessário ouvir os alunos, o que pensam sobre sua escola e 
sua turma. Isso pode ser feito através de desenhos, entrevistas, ou mesmo que 
escrevam o que pensam, sentem, como percebem sua turma e sua escola. 
 
ÉTICA NA VISÃO FILOSÓFICA 
 
A ética vem sendo discutida em vários conceitos que, por sinal, acabam 
sendo muito complexos, pois cada indivíduo traz consigo construções que irão 
definir sua moral. Os filósofos gregos aprofundaram seus estudos sobre o 
assunto e cada pensador definiu de maneira diferente o que seria ética (VAZ, 
2014). 
Platão propõe uma ética transcendente, dado que o fundamento de sua 
proposta ética não é a realidade empírica do mundo, nem mesmo as condutas 
18 
 
 
humanas ou as relações humanas, mas sim o mundo inteligível. O filósofo centra 
suas indagações na ideia perfeita, boa e justa que organiza a sociedade e dirige 
a conduta humana. As ideias formam a realidade platônica e são os modelos 
segundo os quais os homens têm seus valores, leis, moral. Conforme o 
conhecimento das ideias, das essências, o homem obtém os princípios éticos 
que governam o mundo social (VAZ, 2014). 
O uso reto da razão é entendido como o meio de alcançar os valores 
verdadeiros que devem ser seguidos pelos homens. No mito da caverna, o 
filósofo expõe a condição de ignorância na qual se encontra o homem ao lidar 
com o conhecimento das aparências. Somente pelo conhecimento racional o 
homem pode elevar-se até as Ideias, até o Ser e conhecer a verdade das coisas. 
Isto se dá através do método dialético, o qual elimina as aparências e encontra 
as essências, a verdade, no conhecimento das coisas. Este método filosófico 
tem por finalidade libertar os homens da ignorância e levá-los ao conhecimento 
de ideia em ideia, até alcançar o conhecimento da Ideia Suprema: o Bem. As 
outras ideias participam desta e deve sua existência a esta (VAZ, 2014). 
A alma humana – de suma relevância para a ética platônica - é tripartite, 
isto é, forma- se pela inteligência, pela irascibilidade e pela concupiscência. Tal 
como as partes da cidade ideal, cada uma das partes da alma possui suas 
funções específicas que não podem ser exercidas por nenhuma das outras 
partes. Cada uma das partes da cidade e, por analogia, cada uma das partes da 
alma, possui uma função própria a qual pode ser executada com excelência ou 
não, e, ao executá-la com excelência, sua virtude própria é exercida. 
A ética aristotélica, em oposição à ética de seu mestre, é imanente, tendo 
suas bases na realidade empírica do mundo, no questionamento acerca das 
condutas humanas e na organização social. As exigências com relação à vida 
na polis e a realidade do homem, formam o conteúdo das ideias e são ambas as 
responsáveis pela escolha dos valores, pela moralidade e pelas leis, pela 
definição das condutas dos homens. Sua teoria ética era realista, empirista em 
contrapartida à visão idealista e racionalista de Platão (VAZ, 2014). 
De acordo com essa ética, ela inicia-se com o estabelecimento da noção 
de felicidade. Neste sentido, pode ser considerada eudemonista por buscar o 
19 
 
 
que é o bem agir em escala humana, o agir segundo a virtude – diferentemente 
de Platão, que buscava a essência das ideias de felicidade e da ideia do Bem 
sem relacioná-las diretamente à prática. A felicidade é definida como uma certa 
atividade da alma que vai de acordo com uma perfeita virtude. Partindo dessa 
definição, faz-se necessário um estudo sobre o que é uma virtude perfeita e, 
assim, faz-se necessário, também, o estudo da natureza da virtude moral (VAZ, 
2014). 
Aristóteles acreditava que o governo tem várias formas nas quais foram 
permitidas que os homens na sociedade tivessem uma vida melhor. Para ele, “o 
homem é um animal político”, ou seja, o homem só realiza sua natureza quando 
envolvido na vida da polis. A política constitui, ao lado da ética, dentro do sistema 
aristotélico, o “saber prático”, pois o objetivo de ambas não é o conhecimento de 
uma realidade – como no caso da física, astronomia, ciências biológicas e 
psicologia, que constituem o “saber teórico”. Segundo esse filósofo, ética e 
política não poderiam ser pensadas separadamente, pois enquanto a ética busca 
o bem-estar individual, a política busca o bem comum (SANTOS, 2018). 
 
De acordo com o filósofo, a felicidade não é prazer físico, mas harmonizar 
a mente com a virtude. O melhor para a maioria é a virtude. As partes intelectuais 
e emocionais da mente criam tipos intelectuais e morais da virtude. Esta virtude 
é expressa a partir da mente através da ação voluntária (AZEVEDO, 2017). 
Contudo, ele propõe escolher a “áurea” entre muita emoção e muita ação. 
Coragem é virtuosa quando se equilibra entre a covardia e temeridade, 
extravagância e indiferença. Justiça ocorre quando cada pessoa recebe o que 
merece. Qualquer desvio da média é injustiça (AZEVEDO, 2017). 
Com isso ele afirma que uma vida de felicidade última e realização é uma 
vida de contemplação solitária. No entanto, ele sugere que este estado de ser, 
20 
 
 
não pode ser realizado por meros mortais. Argumenta que a maior felicidade 
pode ser alcançada seguindo os valores morais para viver uma vida agitada na 
política e esplendor público (AZEVEDO, 2017). 
Contrapondo a esses doisfilósofos, Kant traz uma ética mais voltada para 
moral, salientando que a visão de que ações corretas são aquelas ações que 
não são instigadas por impulsos ou desejos, mas pela razão prática. A ação é 
considerada correta se for empreendida por uma questão de cumprir o seu 
dever, e cumprir o dever significa agir de acordo com certas leis morais ou 
“imperativos” (AZEVEDO, 2017). 
Para nos ajudar a identificar aquelas leis que são moralmente 
obrigatórias, Kant forneceu-nos o cálculo final: o imperativo categórico que 
afirma: “Aja apenas de acordo com a máxima que você pode querer que se torne 
uma lei universal”. Para o imperativo categórico, Kant oferece um aditamento 
que se refere especificamente à vontade humana; “Assim, aja para que você use 
a humanidade, seja em sua própria pessoa ou na pessoa de outro, sempre como 
um fim, não apenas como um meio” (AZEVEDO, 2017). 
A busca por explicar o que seria ética nos leva a compreensão que, de 
certa forma, todos acreditavam que o sentido final da mesma era buscar uma 
situação em que a felicidade fosse o final de toda essa busca. Diante disso, o 
fazer ético do profissional de psicologia nos leva a compreender que o 
profissional está sempre buscando a melhoria do indivíduo, respeitando-o e 
encaminhando para uma melhor condição de vida dentro daquilo que acredita, 
juntamente com indivíduo ser o melhor para si. Para tanto se faz necessária uma 
postura ética, não só como profissional, mas também como pessoa, afinal não 
se pode desvincular uma coisa da outra, e, de acordo com CHAUI (2000) não se 
pode ter fins éticos se os meios não forem éticos. 
Ética é um assunto que perpassa por gerações, culturas etc., e, cada 
passagem é sinônimo de modificações nos seus conceitos. Diante disso 
entende-se necessário contextualizar a história da ética, bem como os conceitos 
de alguns filósofos gregos até chegar nos dias atuais. Primeiramente, para 
entendermos sobre a ética, devemos iniciar pelo conceito filosófico. É necessário 
entender que é a área que investiga o comportamento humano em suas relações 
21 
 
 
entre si, considerando conceitos utilizados para avaliá-las como: valor, virtude, 
justiça, moral, bem, normas morais, dever, liberdade e responsabilidade. 
Promove também reflexões sobre a busca humana pelas melhores formas de 
agir, viver e conviver. De forma mais específica, segundo Cotrim (2004, p. 264). 
Como teoria filosófica, a ética se caracteriza como estudo das ações 
individuais dos homens, cuja finalidade consiste em elaborar uma orientação 
normativa para as ações humanas que seja estabelecida como bem. Com o 
filósofo grego Aristóteles a ética passou a ser a “ciência do moral”, ou seja, do 
caráter e das disposições do espírito. É destacado que a ética é um conjunto de 
argumentos que são utilizados pelos indivíduos para justificar suas ações, 
solucionando com diferentes problemas em que há o conflito de interesses com 
bases em argumentos universais (SANTOS 2013). 
 
A sociedade nos impõe padrões e para podermos conviver 
harmonicamente é necessário que sigamos alguns paradigmas atuais. 
Dependendo de nossas decisões e ações traremos conosco o questionamento 
acerca do que seria ético ou não para nós e para outro, partindo do pressuposto 
que não existe ética sem o contato com o outro. Em outras palavras, para sermos 
éticos não só temos que estarmos satisfeitos com nossas decisões, mas também 
fazermos uma reflexão de que forma essas decisões foram prejudiciais ou não 
ao outro, onde através disso chegaremos a uma moral. 
O aspecto ético, fundamental no fazer profissional, deve ser considerado 
em sua relação com a psicologia em um contexto de atualidade. De acordo com 
Silva (2008), a globalização e consequente evolução científica e tecnológica, 
associadas à restrição de acesso de alguns grupos a estas possibilidades, 
favorece o estabelecimento de um cenário social de desigualdade que fomenta 
violência e miséria. Nesta relação: 
22 
 
 
 
Para Silva (2008), a Psicologia Social estuda como é produzida a 
experiência subjetiva e, de acordo com as constantes mudanças neste objeto de 
estudo, as áreas de estudo devem se atentar para isto e buscar adequações que 
condizem com a função política que também lhes cabe. Estas adequações 
podem refletir numa atuação profissional embasada em relações de criação ou 
de alienação. 
Na busca da Psicologia social por novas estratégias de conhecimento 
condizentes à contemporaneidade, traz-se uma nova roupagem para essa 
figura, não como um parâmetro de estabelecimento de verdade, mas como 
busca de entendimento dos modos de captura da subjetividade e das principais 
formas de subjetivação vigentes. Seu enfoque está em desconstruir dicotomias 
e reconstruir o entendimento a respeito dos objetos de estudo (SILVA, 2008). 
Além dos princípios gerais que norteiam o bom funcionamento social, 
existe também a ética de determinados grupos ou locais específicos. Neste 
sentido, é possível citar: ética médica, ética profissional, ética empresarial, ética 
educacional, ética nos esportes, ética jornalística, ética na política, etc. 
Como toda profissão regulamentada, a psicologia também dispõe de um 
código que, de certa forma, regulamenta o fazer ético do profissional. Para trazer 
a importância da ética no exercício da psicologia faz-se necessário salientar que 
o indivíduo, em todos os seus contextos, é a principal ferramenta de estudo da 
psicologia. Sendo assim, o respeito a tal ferramenta, tão importante para 
desenvolver um bom trabalho, é de suma importância. Logo nos seus primeiros 
três princípios fundamentais, o Código de Ética relata que: 
23 
 
 
 
Diante desses preceitos, é importante salientar que ser ético vai muito 
além do que está escrito num código. O profissional trará consigo construções e 
experiências próprias que não podem ser separados do seu fazer profissional, 
pois é através de suas decisões e reflexões que ele embasará seu trabalho de 
uma forma imparcial, dando prioridade ao indivíduo como todo. 
 
 
 
24 
 
 
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DO PSICÓLOGO 
APRESENTAÇÃO 
 
Toda profissão define-se a partir de um corpo de práticas que busca atender 
demandas sociais, norteado por elevados padrões técnicos e pela existência de 
normas éticas que garantam a adequada relação de cada profissional com seus 
pares e com a sociedade como um todo. 
Um Código de Ética profissional, ao estabelecer padrões esperados quanto às 
práticas referendadas pela respectiva categoria profissional e pela sociedade, 
procura fomentar a autorreflexão exigida de cada indivíduo acerca da sua 
práxis, de modo a responsabilizá-lo, pessoal e coletivamente, por ações e suas 
consequências no exercício profissional. A missão primordial de um código de 
ética profissional não é de normatizar a natureza técnica do trabalho, e, sim, a 
de assegurar, dentro de valores relevantes para a sociedade e para as práticas 
desenvolvidas, um padrão de conduta que fortaleça o reconhecimento social 
daquela categoria. 
Códigos de Ética expressam sempre uma concepção de homem e de sociedade 
que determina a direção das relações entre os indivíduos. Traduzem-se em 
princípios e normas que devem se pautar pelo respeito ao sujeito humano e 
seus direitos fundamentais. Por constituir a expressão de valores universais, 
tais como os constantes na Declaração Universal dos Direitos Humanos; 
socioculturais, que refletem a realidade do país; e de valores que estruturam 
uma profissão, um código de ética não pode ser visto como um conjunto fixo de 
normas e imutável no tempo. As sociedades mudam, as profissões 
transformam-se e isso exige, também, uma reflexão contínua sobre o próprio 
código de ética que nos orienta. 
A formulação deste Código de Ética, o terceiro da profissão de psicólogo no 
Brasil, responde ao contexto organizativo dos psicólogos, ao momento do país 
e ao estágio de desenvolvimentoda Psicologia enquanto campo científico e 
profissional. Este Código de Ética dos Psicólogos é reflexo da necessidade, 
sentida pela categoria e suas entidades representativas, de atender à evolução 
do contexto institucional legal do país, marcadamente a partir da promulgação 
25 
 
 
da denominada Constituição Cidadã, em 1988, e das legislações dela 
decorrentes. 
Consoante com a conjuntura democrática vigente, o presente Código foi 
construído a partir de múltiplos espaços de discussão sobre a ética da profissão, 
suas responsabilidades e compromissos com a promoção da cidadania. O 
processo ocorreu ao longo de três anos, em todo o país, com a participação 
direta dos psicólogos e aberto à sociedade. 
Este Código de Ética pautou-se pelo princípio geral de aproximar-se mais de 
um instrumento de reflexão do que de um conjunto de normas a serem seguidas 
pelo psicólogo. Para tanto, na sua construção buscou-se: 
a. Valorizar os princípios fundamentais como grandes eixos que devem orientar 
a relação do psicólogo com a sociedade, a profissão, as entidades profissionais 
e a ciência, pois esses eixos atravessam todas as práticas e estas demandam 
uma contínua reflexão sobre o contexto social e institucional. 
b. Abrir espaço para a discussão, pelo psicólogo, dos limites e interseções 
relativos aos direitos individuais e coletivos, questão crucial para as relações 
que estabelece com a sociedade, os colegas de profissão e os usuários ou 
beneficiários dos seus serviços. 
c. Contemplar a diversidade que configura o exercício da profissão e a crescente 
inserção do psicólogo em contextos institucionais e em equipes 
multiprofissionais. 
d. Estimular reflexões que considerem a profissão como um todo e não em suas 
práticas particulares, uma vez que os principais dilemas éticos não se 
restringem a práticas específicas e surgem em quaisquer contextos de atuação. 
Ao aprovar e divulgar o Código de Ética Profissional do Psicólogo, a expectativa 
é de que ele seja um instrumento capaz de delinear para a sociedade as 
responsabilidades e deveres do psicólogo, oferecer diretrizes para a sua 
formação e balizar os julgamentos das suas ações, contribuindo para o 
fortalecimento e ampliação do significado social da profissão. 
 
26 
 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS 
 
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no respeito e na promoção da 
liberdade, da dignidade, da igualdade e da integridade do ser 
humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal 
dos Direitos Humanos. 
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de 
vida das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação 
de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão. 
III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e 
historicamente a realidade política, econômica, social e cultural. 
IV. O psicólogo atuará com responsabilidade, por meio do contínuo 
aprimoramento profissional, contribuindo para o desenvolvimento da 
Psicologia como campo científico de conhecimento e de prática. 
V. O psicólogo contribuirá para promover a universalização do acesso 
da população às informações, ao conhecimento da ciência 
psicológica, aos serviços e aos padrões éticos da profissão. 
VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional seja efetuado 
com dignidade, rejeitando situações em que a Psicologia esteja 
sendo aviltada. 
VII. O psicólogo considerará as relações de poder nos contextos em que 
atua e os impactos dessas relações sobre as suas atividades 
profissionais, posicionando-se de forma crítica e em consonância 
com os demais princípios deste Código. 
DAS RESPONSABILIDADES DO PSICÓLOGO 
 
Art. 1º - São deveres fundamentais dos psicólogos: 
a. Conhecer, divulgar, cumprir e fazer cumprir este Código; 
27 
 
 
b. Assumir responsabilidades profissionais somente por atividades para 
as quais esteja capacitado pessoal, teórica e tecnicamente; 
c. Prestar serviços psicológicos de qualidade, em condições de 
trabalho dignas e apropriadas à natureza desses serviços, utilizando 
princípios, conhecimentos e técnicas reconhecidamente 
fundamentados na ciência psicológica, na ética e na legislação 
profissional; 
d. Prestar serviços profissionais em situações de calamidade pública 
ou de emergência, sem visar benefício pessoal; 
e. Estabelecer acordos de prestação de serviços que respeitem os 
direitos do usuário ou beneficiário de serviços de Psicologia; 
f. Fornecer, a quem de direito, na prestação de serviços psicológicos, 
informações concernentes ao trabalho a ser realizado e ao seu 
objetivo profissional; 
g. Informar, a quem de direito, os resultados decorrentes da prestação 
de serviços psicológicos, transmitindo somente o que for necessário 
para a tomada de decisões que afetem o usuário ou beneficiário; 
h. Orientar a quem de direito sobre os encaminhamentos apropriados, 
a partir da prestação de serviços psicológicos, e fornecer, sempre 
que solicitado, os documentos pertinentes ao bom termo do trabalho; 
i. Zelar para que a comercialização, aquisição, doação, empréstimo, 
guarda e forma de divulgação do material privativo do psicólogo 
sejam feitas conforme os princípios deste Código; 
j. Ter, para com o trabalho dos psicólogos e de outros profissionais, 
respeito, consideração e solidariedade, e, quando solicitado, 
colaborar com estes, salvo impedimento por motivo relevante; 
k. Sugerir serviços de outros psicólogos, sempre que, por motivos 
justificáveis, não puderem ser continuados pelo profissional que os 
28 
 
 
assumiu inicialmente, fornecendo ao seu substituto as informações 
necessárias à continuidade do trabalho; 
l. Levar ao conhecimento das instâncias competentes o exercício ilegal 
ou irregular da profissão, transgressões a princípios e diretrizes 
deste Código ou da legislação profissional. 
Art. 2º - Ao psicólogo é vedado: 
a. Praticar ou ser conivente com quaisquer atos que caracterizem 
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade ou 
opressão; 
b. Induzir a convicções políticas, filosóficas, morais, ideológicas, 
religiosas, de orientação sexual ou a qualquer tipo de preconceito, 
quando do exercício de suas funções profissionais; 
c. Utilizar ou favorecer o uso de conhecimento e a utilização de 
práticas psicológicas como instrumentos de castigo, tortura ou 
qualquer forma de violência; 
d. Acumpliciar-se com pessoas ou organizações que exerçam ou 
favoreçam o exercício ilegal da profissão de psicólogo ou de 
qualquer outra atividade profissional; 
e. Ser conivente com erros, faltas éticas, violação de direitos, crimes ou 
contravenções penais praticados por psicólogos na prestação de 
serviços profissionais; 
f. Prestar serviços ou vincular o título de psicólogo a serviços de 
atendimento psicológico cujos procedimentos, técnicas e meios não 
estejam regulamentados ou reconhecidos pela profissão; 
g. Emitir documentos sem fundamentação e qualidade técnico-
científica; 
h. Interferir na validade e fidedignidade de instrumentos e técnicas 
psicológicas, adulterar seus resultados ou fazer declarações falsas; 
29 
 
 
i. Induzir qualquer pessoa ou organização a recorrer a seus serviços; 
j. Estabelecer com a pessoa atendida, familiar ou terceiro, que tenha 
vínculo com o atendido, relação que possa interferir negativamente 
nos objetivos do serviço prestado; 
k. Ser perito, avaliador ou parecerista em situações nas quais seus 
vínculos pessoais ou profissionais, atuais ou anteriores, possam 
afetar a qualidade do trabalho a ser realizado ou a fidelidade aos 
resultados da avaliação; 
l. Desviar para serviço particular ou de outra instituição, visando 
benefício próprio, pessoas ou organizações atendidas por instituição 
com a qual mantenha qualquer tipo de vínculo profissional; 
m. Prestar serviços profissionais a organizações concorrentes de modo 
que possamresultar em prejuízo para as partes envolvidas, 
decorrentes de informações privilegiadas; 
n. Prolongar, desnecessariamente, a prestação de serviços 
profissionais; 
o. Pleitear ou receber comissões, empréstimos, doações ou vantagens 
outras de qualquer espécie, além dos honorários contratados, assim 
como intermediar transações financeiras; 
p. Receber, pagar remuneração ou porcentagem por encaminhamento 
de serviços; 
q. Realizar diagnósticos, divulgar procedimentos ou apresentar 
resultados de serviços psicológicos em meios de comunicação, de 
forma a expor pessoas, grupos ou organizações. 
Art. 3º - O psicólogo, para ingressar, associar-se ou permanecer em uma 
organização, considerará a missão, a filosofia, as políticas, as normas e as 
práticas nela vigentes e sua compatibilidade com os princípios e regras deste 
Código. 
30 
 
 
Parágrafo único: Existindo incompatibilidade, cabe ao psicólogo recusar-se a 
prestar serviços e, se pertinente, apresentar denúncia ao órgão competente. 
Art. 4º - Ao fixar a remuneração pelo seu trabalho, o psicólogo: 
a. Levará em conta a justa retribuição aos serviços prestados e as 
condições do usuário ou beneficiário; 
b. Estipulará o valor de acordo com as características da atividade e o 
comunicará ao usuário ou beneficiário antes do início do trabalho a 
ser realizado; 
c. Assegurará a qualidade dos serviços oferecidos independentemente 
do valor acordado. 
Art. 5º - O psicólogo, quando participar de greves ou paralisações, garantirá 
que: 
a. As atividades de emergência não sejam interrompidas; 
b. Haja prévia comunicação da paralisação aos usuários ou 
beneficiários dos serviços atingidos pela mesma. 
Art. 6º - O psicólogo, no relacionamento com profissionais não psicólogos: 
a. Encaminhará a profissionais ou entidades habilitados e qualificados 
demandas que extrapolem seu campo de atuação; 
b. Compartilhará somente informações relevantes para qualificar o 
serviço prestado, resguardando o caráter confidencial das 
comunicações, assinalando a responsabilidade, de quem as receber, 
de preservar o sigilo. 
Art. 7º - O psicólogo poderá intervir na prestação de serviços psicológicos que 
estejam sendo efetuados por outro profissional, nas seguintes situações: 
a. A pedido do profissional responsável pelo serviço; 
b. Em caso de emergência ou risco ao beneficiário ou usuário do 
serviço, quando dará imediata ciência ao profissional; 
c. Quando informado expressamente, por qualquer uma das partes, da 
interrupção voluntária e definitiva do serviço; 
31 
 
 
d. Quando se tratar de trabalho multiprofissional e a intervenção fizer 
parte da metodologia adotada. 
Art. 8º - Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente ou 
interdito, o psicólogo deverá obter autorização de ao menos um de seus 
responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente; 
1. §1° - No caso de não se apresentar um responsável legal, o 
atendimento deverá ser efetuado e comunicado às autoridades 
competentes; 
2. §2° - O psicólogo responsabilizar-se-á pelos encaminhamentos que 
se fizerem necessários para garantir a proteção integral do atendido. 
Art. 9º - É dever do psicólogo respeitar o sigilo profissional a fim de proteger, 
por meio da confidencialidade, a intimidade das pessoas, grupos ou 
organizações, a que tenha acesso no exercício profissional. 
Art. 10 - Nas situações em que se configure conflito entre as exigências 
decorrentes do disposto no Art. 9º e as afirmações dos princípios fundamentais 
deste Código, excetuando-se os casos previstos em lei, o psicólogo poderá 
decidir pela quebra de sigilo, baseando sua decisão na busca do menor 
prejuízo. 
Parágrafo Único - Em caso de quebra do sigilo previsto no caput deste artigo, 
o psicólogo deverá restringir-se a prestar as informações estritamente 
necessárias. 
Art. 11 - Quando requisitado a depor em juízo, o psicólogo poderá prestar 
informações, considerando o previsto neste Código. 
Art. 12 - Nos documentos que embasam as atividades em equipe 
multiprofissional, o psicólogo registrará apenas as informações necessárias 
para o cumprimento dos objetivos do trabalho. 
Art. 13 - No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser 
comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem 
medidas em seu benefício. 
Art. 14 - A utilização de quaisquer meios de registro e observação da prática 
psicológica obedecerá às normas deste Código e a legislação profissional 
vigente, devendo o usuário ou beneficiário, desde o início, ser informado. 
32 
 
 
Art. 15 - Em caso de interrupção do trabalho do psicólogo, por quaisquer 
motivos, ele deverá zelar pelo destino dos seus arquivos confidenciais. 
1. § 1° - Em caso de demissão ou exoneração, o psicólogo deverá 
repassar todo o material ao psicólogo que vier a substituí-lo, ou 
lacrá-lo para posterior utilização pelo psicólogo substituto. 
2. § 2° - Em caso de extinção do serviço de Psicologia, o psicólogo 
responsável informará ao Conselho Regional de Psicologia, que 
providenciará a destinação dos arquivos confidenciais. 
Art. 16 - O psicólogo, na realização de estudos, pesquisas e atividades voltadas 
para a produção de conhecimento e desenvolvimento de tecnologias: 
a. Avaliará os riscos envolvidos, tanto pelos procedimentos, como pela 
divulgação dos resultados, com o objetivo de proteger as pessoas, 
grupos, organizações e comunidades envolvidas; 
b. Garantirá o caráter voluntário da participação dos envolvidos, 
mediante consentimento livre e esclarecido, salvo nas situações 
previstas em legislação específica e respeitando os princípios deste 
Código; 
c. Garantirá o anonimato das pessoas, grupos ou organizações, salvo 
interesse manifesto destes; 
d. Garantirá o acesso das pessoas, grupos ou organizações aos 
resultados das pesquisas ou estudos, após seu encerramento, 
sempre que assim o desejarem. 
Art. 17 - Caberá aos psicólogos docentes ou supervisores esclarecer, informar, 
orientar e exigir dos estudantes a observância dos princípios e normas contidas 
neste Código. 
Art. 18 - O psicólogo não divulgará, ensinará, cederá, emprestará ou venderá a 
leigos instrumentos e técnicas psicológicas que permitam ou facilitem o 
exercício ilegal da profissão. 
Art. 19 - O psicólogo, ao participar de atividade em veículos de comunicação, 
zelará para que as informações prestadas disseminem o conhecimento a 
respeito das atribuições, da base científica e do papel social da profissão. 
33 
 
 
Art. 20 - O psicólogo, ao promover publicamente seus serviços, por quaisquer 
meios, individual ou coletivamente: 
a. Informará o seu nome completo, o CRP e seu número de registro; 
b. Fará referência apenas a títulos ou qualificações profissionais que 
possua; 
c. Divulgará somente qualificações, atividades e recursos relativos a 
técnicas e práticas que estejam reconhecidas ou regulamentadas 
pela profissão; 
d. Não utilizará o preço do serviço como forma de propaganda; 
e. Não fará previsão taxativa de resultados; 
f. Não fará auto-promoção em detrimento de outros profissionais; 
g. Não proporá atividades que sejam atribuições privativas de outras 
categorias profissionais; 
h. Não fará divulgação sensacionalista das atividades profissionais. 
 
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
Art. 21 - As transgressões dos preceitos deste Código constituem infração 
disciplinar com a aplicação das seguintes penalidades, na forma dos 
dispositivos legais ou regimentais: 
a. Advertência; 
b. Multa; 
c. Censura pública; 
d. Suspensão do exercício profissional, por até 30 (trinta) dias, ad 
referendum do Conselho Federal de Psicologia; 
34 
 
 
e. cassação do exercício profissional, ad referendum do Conselho 
Federal de Psicologia. 
Art. 22 - As dúvidas na observância deste Código e os casos omissos serão 
resolvidos pelos Conselhos Regionais de Psicologia, ad referendum do 
Conselho Federal de Psicologia.Art. 23 - Competirá ao Conselho Federal de Psicologia firmar jurisprudência 
quanto aos casos omissos e fazê-la incorporar a este Código. 
Art. 24 - O presente Código poderá ser alterado pelo Conselho Federal de 
Psicologia, por iniciativa própria ou da categoria, ouvidos os Conselhos 
Regionais de Psicologia. 
Art. 25 - Este Código entra em vigor em 27 de agosto de 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
 
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