Buscar

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 98 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 98 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 98 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Continue navegando


Prévia do material em texto

Código Logístico
59665
Fundação Biblioteca Nacional
ISBN 978-85-387-6709-1
9 7 8 8 5 3 8 7 6 7 0 9 1
Auditoria
Érico Eleuterio da Luz
IESDE BRASIL
2021
Todos os direitos reservados.
IESDE BRASIL S/A. 
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 
Batel – Curitiba – PR 
0800 708 88 88 – www.iesde.com.br
© 2021 – IESDE BRASIL S/A. 
É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito do autor e do 
detentor dos direitos autorais.
Projeto de capa: IESDE BRASIL S/A. Imagem da capa: echoevg/Shutterstock
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO 
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ
L994a
Luz, Érico Eleuterio da
Auditoria / Érico Eleuterio da Luz. - 1. ed. - Curitiba [PR] : IESDE, 2021.
94 p. : il.
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-387-6709-1
1. Contabilidade. 2. Auditoria. I. Título.
20-67934 CDD: 657.45
CDU: 657.6
Érico Eleuterio da Luz Mestre em Controladoria e Contabilidade pela 
Universidade Norte do Paraná (Unopar) e especialista 
em Finanças e Auditoria pela FAE/CDE. Bacharel em 
Ciências Contábeis pela Fundação de Estudos Sociais 
do Paraná (FESP) e em Direito pela Universidade Tuiuti 
do Paraná (UTP), atuou como contador e controller 
em grandes empresas. Professor nas áreas de 
contabilidade e direito, em cursos de graduação e de 
pós-graduação. Coordenador do curso de Ciências 
Contábeis na FAE – Centro Universitário Franciscano 
e consultor empresarial. Autor de diversos livros de 
contabilidade, teoria da contabilidade e controladoria.
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
SUMÁRIO
1 Introdução à auditoria 9
1.1 Conceito, objetivo e evolução da auditoria 10
1.2 Tipos de auditoria 11
1.3 Órgãos reguladores e código de ética profissional 20
2 Planejamento, programas e normas de auditoria 26
2.1 Planejamento dos trabalhos de auditoria 27
2.2 Programas de auditoria 29
2.3 Normas de auditoria 35
3 Principais procedimentos de auditoria 40
3.1 Testes e procedimentos de auditoria 40
3.2 Principais procedimentos 45
3.3 Papéis de trabalho: conceito e técnicas 48
4 Relatórios e pareceres em auditoria 58
4.1 Relatórios e pareceres de auditoria 58
4.2 Tipos de pareceres 60
4.3 Parágrafo de ênfase e eventos subsequentes 69
5 Aplicações específicas da auditoria 74
5.1 Auditoria aplicada a operações societárias 74
5.2 Auditoria na abertura de capital e captação de recursos 83
5.3 Auditoria fiscal: importância e programas específicos 84
 Gabarito 92
Agora é possível acessar os vídeos do livro por 
meio de QR codes (códigos de barras) presentes 
no início de cada seção de capítulo.
Acesse os vídeos automaticamente, direcionando 
a câmera fotográ�ca de seu smartphone ou tablet 
para o QR code.
Em alguns dispositivos é necessário ter instalado 
um leitor de QR code, que pode ser adquirido 
gratuitamente em lojas de aplicativos.
Vídeos
em QR code!
Este livro trata de uma das técnicas mais importantes para 
gestão e controle de qualquer entidade, independentemente do 
porte ou da atividade que exerça. Como será visto ao longo da leitura 
dos capítulos que compõem a obra, a auditoria é, em essência, 
uma atividade que busca certificar as informações dos relatórios 
contábeis e contribui sobremaneira para a implementação e análise 
dos controles internos das organizações. 
Para cumprir sua tarefa, a auditoria deverá obedecer a um 
processo lógico, que tem início na análise holística da entidade, 
em seu histórico e principais aspectos do negócio, o que permitirá 
um planejamento adequado das áreas a serem auditadas, dos 
programas que serão formulados e dos procedimentos que 
serão aplicados. 
Com isso, compreende-se que essa atividade e suas 
diversas técnicas devem ser utilizadas sistematicamente pelos 
empreendimentos, a fim de que os proprietários e outros 
interessados (sócios e acionistas, credores, investidores 
diversos etc.) possam ter a segurança necessária nos sistemas de 
controle e nas informações oriundas dos relatórios contábeis. 
Os temas são abordados de maneira sequencial e lógica para 
que você possa compreender não apenas os conceitos fundamentais, 
mas também o roteiro da execução dos trabalhos de auditoria. É 
importante destacar que embora nem todos os profissionais de 
contabilidade atuem em auditoria, pode-se assegurar com razoável 
precisão que a aplicação de suas técnicas e seus procedimentos 
na rotina dos trabalhos contábeis será sempre de grande valia. 
Afinal, o que é a conciliação de contas (para se ater a apenas um 
exemplo) senão uma pequena auditoria em cada conta?
A compreensão atualmente é de que a auditoria é uma atividade 
essencial para o aprimoramento da gestão empresarial e deveria 
ser mais utilizada pelas empresas. Por isso, procurou-se abordá-
la de modo mais direto e dialógico, com o objetivo de facilitar o 
entendimento e a aplicação no dia a dia. 
APRESENTAÇÃOVídeo
No Capítulo 1 são apresentados os conceitos iniciais, porém cruciais 
para iniciar o estudo do tema, como o surgimento e a evolução da técnica 
de auditoria. Também são vistas as características da auditoria externa ou 
independente e da auditoria interna, bem como os órgãos que regulamentam 
sua prática no Brasil. 
No Capítulo 2 destacam-se os aspectos mais relevantes no roteiro da 
preparação dos trabalhos de auditoria, abordando as etapas de planejamento 
e da estruturação dos programas de trabalho, e discorre-se sobre as principais 
normas de auditoria em vigor atualmente. 
No Capítulo 3 estão descritos os procedimentos mais comumente 
aplicados nos trabalhos de campo, os testes de auditoria e a natureza, 
a importância e a confecção dos papéis de trabalho. Essa é a etapa que 
configura a realização efetiva dos trabalhos, resultando no parecer, assunto 
do próximo capítulo. 
No Capítulo 4 é abordado o relatório com parecer de auditoria. Sempre com 
a preocupação de oferecer uma abordagem prática do assunto, nesse capítulo 
se encontram modelos reais dos quatro tipos de pareceres: sem ressalvas, 
com ressalvas, adverso de opinião e com abstenção de opinião. Também há 
considerações sobre o parágrafo de ênfase e os eventos subsequentes, pois são 
temas que permeiam a conclusão dos trabalhos do auditor. 
No Capítulo 5 são discutidas as denominadas reorganizações societárias 
(fusão, cisão e incorporação) e a contribuição da auditoria para a efetivação 
dessas operações de modo mais correto e seguro possível, no que diz 
respeito à contabilidade. Também há noções sobre o tema relacionado à 
auditoria fiscal. 
Percebe-se que a ordem de apresentação dos temas no livro segue a 
lógica de um trabalho de auditoria, com ênfase na auditoria independente. 
Reforça-se mais uma vez a importância da aplicação desses conceitos, seja 
como profissional que atua diretamente na atividade de auditor , seja como 
profissional de contabilidade, pois as técnicas de auditoria podem e devem ser 
objeto de estudo e aplicação – com destaque para a análise e a implementação 
de bons controles internos – em qualquer entidade. 
Boa leitura!
Introdução à auditoria 9
1
Introdução à auditoria
Neste capítulo se dará início aos estudos de auditoria, conhe-
cendo sua origem e evolução ao longo da história. No início do 
século XX, houve um fortalecimento da auditoria, tendo em vista o 
surgimento e a evolução das grandes corporações, notadamente 
nos Estados Unidos.
É fato que as organizações, à medida que cresciam em tamanho 
e complexidade, procuravam estabelecer formas de controle do seu 
patrimônio e das operações executadas, com vistas a assegurar: a) 
que seu patrimônioestaria protegido de perdas pela ausência de 
controles internos, por isso preocupavam-se desde o início com a 
ocorrência de fraudes e erros; e b) que seus relatórios contábeis 
haviam sido elaborados conforme as normas e os regulamentos 
contábeis vigentes, garantindo que essas demonstrações contábeis 
espelhem com fidedignidade a situação financeira do patrimônio.
A primeira assertiva trata da auditoria interna, e a segunda 
refere-se à auditoria externa, também denominada auditoria in-
dependente. A seguir, serão abordadas com mais detalhes as ca-
racterísticas específicas da auditoria interna e externa, com um 
destaque especial para os chamados controles internos, conceitos 
fundamentais para que as organizações possam assegurar a eficá-
cia no uso dos recursos.
Outro tema de destaque neste momento inicial do estudo se-
rão os diversos órgãos de classe que regulam a contabilidade e a 
auditoria no Brasil e estão intrinsecamente ligados, portanto, com 
a qualidade dos relatórios contábeis (que serão objetos da audito-
ria externa).
Bom estudo!
10 Auditoria
1.1 Conceito, objetivo e evolução da auditoria
Vídeo A auditoria é uma das diversas técnicas da contabilidade que ser-
ve para proporcionar controles suficientes para assegurar a eficácia 
dos processos operacionais e a fidedignidade das informações con-
tábeis. Embora existam diversas abordagens da auditoria (que serão 
vistas mais adiante neste capítulo), sua origem se dá pela denomina-
da auditoria das demonstrações contábeis. Esse aspecto é abordado por 
Araújo, Arruda e Barretto (2008, p. 1), quando afirmam que a audito-
ria “inicialmente, foi utilizada pelos ingleses, para significar o conjunto 
de procedimentos técnicos utilizados para a revisão da escrituração e 
evidenciação dos registros contábeis”. Etimologicamente, ensinam os 
mesmos autores, a palavra auditoria origina-se do latim audire (ouvir). 
Teve, portanto, seu surgimento com a auditoria contábil, que consiste 
na aplicação de procedimentos específicos utilizados para que se obte-
nha um parecer sobre os relatórios contábeis obrigatórios.
Crepaldi e Crepaldi (2019, p. 3) conceituam auditoria como “o le-
vantamento, estudo e avaliação sistemática das transações, procedi-
mentos e operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma 
entidade”. A auditoria das demonstrações contábeis, dessa forma, 
compreende um conjunto de técnicas utilizadas para verificar se as de-
monstrações contábeis expressam o mais verdadeiramente possível o 
valor do patrimônio da entidade, observando-se os ditames das nor-
mas e regras contábeis.
Historicamente, percebe-se que os proprietários e gestores que-
riam assegurar aos investidores e demais interessados na situação 
econômica e financeira dos empreendimentos que as demonstrações 
contábeis refletissem adequadamente (conforme preconizado pelas 
normas e pelos princípios contábeis) a posição patrimonial, financeira, 
de resultado e geração de caixa relativos a esses empreendimentos.
Embora a ideia de se registrar e acompanhar a situação econômica 
e financeira dos negócios seja tão antiga quanto a própria civilização, 
foi nos últimos séculos que a contabilidade assumiu um papel de rele-
vante destaque, por conta, inclusive, da Revolução Industrial. Nota-se 
que a contabilidade numa concepção mais aproximada daquela que se 
pratica atualmente surgiu no século XV, e foi se desenvolvendo junto 
à economia. À época, a auditoria (ou algo próximo do que se vê atual-
Introdução à auditoria 11
mente) limitava-se à aplicação de técnicas de verificação da correção 
dos registros contábeis.
Entretanto, no século XIX, surgem as grandes corporações, que, 
pela necessidade de grandes aportes de recursos para financiamen-
tos de seus investimentos, recorrem aos bancos e mercados de capi-
tais. A ciência contábil, assim como todas as ciências, passou por uma 
grande evolução na era moderna, e foi uma das grandes responsáveis 
pelas revoluções industriais, assim como pelo aprimoramento do Esta-
do moderno. As organizações se tornaram cada vez mais complexas, 
o volume da produção e do fluxo de capitais ficaram muito maiores, e 
surgiram cada vez mais normas que deveriam ser seguidas, como em 
relação aos impostos. Na era moderna, a auditoria não era mais um 
instrumento estático de observação, pois tornou-se um importante re-
curso para orientar, interpretar e até mesmo prever fatos.
Pode-se afirmar que a auditoria independente tem como propósi-
to emitir uma opinião sobre a veracidade das informações que cons-
tam nos relatórios contábeis. Para cumprir esse objetivo, a auditoria 
se vale de um processo em que são utilizados diversos procedimen-
tos e técnicas previamente definidos na etapa de planejamento dos 
trabalhos, que asseguram a eficácia nas atividades e resultam na 
emissão do parecer de auditoria, no qual o auditor expressa sua opi-
nião sobre a veracidade das demonstrações contábeis preparadas 
pela companhia auditada.
O livro Auditoria contábil: 
enfoque teórico, normativo 
e prático aborda a audito-
ria no contexto histórico, 
para que seja possível 
compreender seu sur-
gimento e sua evolução 
como ferramenta de 
grande utilidade para o 
controle dos negócios.
ARAÚJO, I. P. S.; ARRUDA, D. G.; 
BARRETTO, P. H. T. São Paulo: 
Saraiva, 2008.
Livro
1.2 Tipos de auditoria
Vídeo A auditoria não limita sua atuação à confirmação da qualidade e 
efetividade das demonstrações, tendo sua abrangência evoluída ao 
longo do tempo para atuar em diversas outras situações e de formas 
que a aproximam cada vez mais da gestão empresarial. Tem-se, assim, 
diversos enfoques da auditoria.
Importante destacar o que afirmam Crepaldi e Crepaldi (2019) 
com relação aos reflexos da auditoria sobre a riqueza patrimonial. 
Segundo os autores, a proteção que a auditoria oferece à riqueza 
patrimonial, dando maior segurança e garantia aos administrado-
res, aos proprietários, ao fisco e aos financiadores do patrimônio 
compreende cinco aspectos, são eles:
12 Auditoria
Biw
3d
s/S
hu
tte
rrs
toc
k
Aspecto
administrativo:
redução de ineficiência, 
negligência, incapacidade
e improbidade 
de empregados e 
administradores.
Aspecto 
patrimonial: 
maior controle 
dos bens, direitos 
e obrigações que 
constituem o 
patrimônio.
Aspecto
fiscal:
permite um melhor 
cumprimento das obrigações 
fiscais, reduzindo o risco de 
autuações por parte do fisco 
por conta de erros no
cumprimento dessas
obrigações.
Aspecto
técnico:
melhor utilização dos
relatórios contábeis, com 
informações mais precisas 
e elaboradas conforme 
estabelecido pelas
normas contábeis.
Aspecto
econômico e
financeiro:
proporciona uma gestão 
de recursos mais eficaz, 
oferecendo melhor 
rentabilidade e liquidez
ao negócio.
É necessário entender que todos os tópicos estão contidos em algu-
ma das modalidades de auditoria que serão tratadas a seguir.
1.2.1 Auditoria interna
A auditoria interna constitui-se de uma série de procedimentos 
executados para assegurar que a entidade auditada possua e cum-
pra uma série de diretrizes de controles internos que visam à pro-
teção do patrimônio da entidade. Normalmente, é executada por 
profissionais que integram o grupo de funcionários da empresa, po-
rém ultimamente se tem visto a contratação de empresas de audito-
ria para realizar esse trabalho.
Almeida (2017, p. 29) esclarece que “surgiu o auditor interno 
como uma ramificação da profissão de auditor externo e, conse-
quentemente, do contador”. O autor complementa que embora o 
auditor interno possa ser contratado como colaborador da empresa 
auditada, “não deve estar subordinado àqueles cujo trabalho exami-
na”. A auditoria interna é uma atividade de apoio à gestão das enti-
dades que verifica sistematicamente se as atividades executadas em 
cada área da organização observam o que foi definido pelas diretri-
zes políticas e respeitam os procedimentos e controles previamente 
determinados.
Introdução à auditoria 13
Geralmente, a auditoria interna executa seu trabalhoprocurando 
avaliar a adequação, pertinência, eficácia, integridade e confiabilidade 
dos registros e controles.
Seu trabalho também consiste em avaliar a efetividade, oportuni-
dade e qualidade do sistema de controle interno, cuja implementação 
e pertinência devem ser objetos de verificação sistemática por parte 
dos auditores internos, tendo em vista que as falhas, inobservâncias 
ou inexistências desses controles implicam sérios riscos de compro-
meter os ativos. Por essa razão é imperativo que os controles inter-
nos visem principalmente à proteção e à salvaguarda dos ativos do 
negócio.
Ferreira (2009, p. 431) elenca os principais objetivos a serem cum-
pridos pela auditoria interna:
 • Verificar se as normas relativas ao sistema contábil e de contro-
les internos estão sendo cumpridas.
 • Promover medidas no sentido de fazer com que sejam cumpri-
das as normas do sistema contábil e de controles internos.
 • Verificar a necessidade de aperfeiçoamento das normas relati-
vas ao sistema contábil e de controles internos existentes.
 • Propor novas normas para o sistema contábil e de controles internos.
Nesses objetivos está implícita a necessidade de que o auditor 
interno tenha liberdade e autonomia ao executar seu trabalho, não 
sendo recomendável haver restrições. O acesso a todas as áreas da 
empresa e a possibilidade de analisar todos os tipos de processos 
operacionais são requisitos indispensáveis para a qualidade e efeti-
vidade do seu trabalho. Para Attiê (2007, p. 52), “a empresa, visando 
resguardar e salvaguardar seus interesses constitui, por política, a 
área de auditoria que tem por finalidade fornecer aos administrado-
res, em todos os níveis, informações que os auxiliem a controlar as 
operações e atividades pelas quais são responsáveis”.
No exercício constante da auditoria interna, percebe-se que essa 
técnica carrega consigo diversas vantagens, como sua regularidade 
(estar sempre sendo executada, proporcionando um acompanha-
mento contínuo); a capacidade de ter profissionais com o domínio 
dos processos existentes, proporcionando um acompanhamento re-
gular e com mais profundidade dos processos e das atividades; e a 
apresentação de menor custo em relação aos auditores externos.
14 Auditoria
É possível dividir a auditoria interna em diversos enfoques, confor-
me a área ou abrangência em que se dará sua atuação:
Auditoria operacional: confere apoio à gestão empresarial assessorando as áreas 
para que ocorra um desempenho condizente com aquilo de que o negócio efetiva-
mente necessita, por meio da verificação e aplicação de testes para certificação do 
cumprimento pelos departamentos e setores das medidas de controle, evitando ou 
minimizando a ocorrência de erros e irregularidades.
Auditoria da qualidade: nessa atuação o auditor deve estar profundamente envolvi-
do com os processos de qualidade e ter amplo conhecimento dos conceitos e das exi-
gências dos mecanismos e procedimentos que representam as certificações emitidas 
pelos órgãos responsáveis pelas definições dos critérios e das exigências para que se 
obtenha tal certificação. O auditor interno, mais uma vez, deve contribuir avaliando sis-
tematicamente os controles que assegurarão a qualidade exigida em cada processo.
Auditoria de gestão: constitui-se numa perspectiva de auditoria que 
assessora a cúpula da empresa. Sua função é atuar nos níveis estratégicos, 
táticos e operacionais da organização, com o objetivo de levantar possíveis 
incongruências entre o que foi definido e o que está sendo efetivamente 
executado e, se for o caso, sugerir políticas, procedimentos e critérios de 
controle que possam aumentar a eficácia das operações.
Auditoria de sistemas informatizados: usada em larga escala pelas 
empresas, especialmente as de grande porte e com médio nível de com-
plexidade nas operações, essa auditoria atua na verificação e no acompa-
nhamento de controles internos referentes aos sistemas informatizados. 
Trata-se, portanto, de uma atividade de auditoria altamente qualificada e 
sofisticada, sendo assim, os auditores não podem negligenciar o exame e 
a avaliação criteriosa desses sistemas, visando à segurança e à confiabili-
dade das informações processadas e distribuídas pelos sistemas.
Auditoria
interna
O objeto de análise e verificação constante da auditoria interna é 
o conjunto de controles internos, cuja implementação nas entidades 
se dá com o objetivo de proteger os ativos de manipulações, mau 
uso e até desvios. O sistema de controles internos existente, por-
tanto, deve compreender uma série de medidas e procedimentos de 
observância obrigatória por todos os colaboradores. A inexistência 
de controles básicos, como o controle sistêmico e físico sobre ati-
vos como dinheiro em caixa e mercadorias no estoque pode resultar 
em perdas ou uso inadequado desses elementos. Imoniana (2019, 
p. 153), destaca que o sistema de controles internos compreende “o 
plano de organização e todos os métodos e medidas coordenadas, 
aplicados em uma empresa, a fim de proteger seus bens, conferir a 
exatidão e a fidelidade de seus dados contábeis, promover a eficiên-
Introdução à auditoria 15
cia operacional e estimular a obediência às diretrizes administrati-
vas estabelecidas”.
Alguns procedimentos de controles internos devem sempre ser 
observados, como a segregação de função (por exemplo, o funcionário 
que paga o fornecedor não deve ter acesso ao sistema contábil para 
efetuar registros contábeis).
Os controles internos devem ser objeto de análise por parte dos 
auditores externos, com vistas à detecção de possíveis pontos frágeis, 
o que demandará a ampliação (aplicação de mais procedimentos) e ex-
tensão (verificação mais completa de algumas operações) dos exames.
Para selecionar as contas de receitas e despesas que serão analisa-
das de maneira mais profunda, o auditor deve:
Observar a natureza e a relevância das operações reconhecidas conta-
bilmente e que afetaram o resultado, verificando se houve transações 
entre pessoas ligadas (sócios, diretores e administradores) e atentando 
para eventos incomuns (receitas e despesas extraordinárias) que de-
mandarão atenção especial.
Determinar a extensão do controle interno existente sobre as opera-
ções, considerando que operações mais complexas e significativas nor-
malmente requerem controles mais efetivos e rigorosos.
Investigar o nível de controle estabelecido sobre as operações mais rele-
vantes, a fim de se certificar de que aquelas contas com maiores valores, 
e portanto com maior risco, merecem mais e melhores procedimentos 
de controle.
Analisar a extensão em que outros testes aplicados sobre as contas pa-
trimoniais já forneceram subsídios para sua opinião sobre as contas de 
resultado. Dessa forma, o auditor não precisará aplicar os procedimen-
tos na mesma extensão que foram aplicados nas contas patrimoniais. 
Por exemplo, ao auditar a conta de receita de vendas, saberá que vários 
procedimentos já foram aplicados na conta de clientes, que tem uma 
relação direta com essa conta de resultado (receita), implicando menor 
necessidade de testes.
1
2
3
4
Ok
si
Ok
si
/S
hu
tte
rs
to
ck
16 Auditoria
Almeida (2017) leciona que um bom sistema de controle interno 
funciona como uma “peneira” na detecção de erros ou irregularidades. 
Sendo assim, quando verificado que o conjunto de controles internos 
é satisfatório, o auditor reduzirá o volume e a amplitude dos testes de 
auditoria, mas caso não haja a confiança necessária nos controles, é 
imperativo que haja aumento nos testes.
O autor evidencia um aspecto fundamental do controle interno, que 
é sua relação com o volume de testes numa auditoria, seja interna ou 
externa. Nesse sentido, quanto melhor o sistema de controle, melhor 
a confiabilidade que proporciona e menor será o volume de testes que 
precisará ser executado pelos profissionais numa auditoria. Ou seja, 
existe uma relação inversamente proporcional entre a qualidade do 
controle interno e o volume e a amplitudedos testes.
Numa análise da prática da auditoria, o profissional deve avaliar a 
qualidade do controle interno, de acordo com um determinado roteiro:
Estudo e análise do sistema de controle interno, 
utilizando técnicas usuais e sua experiência pro-
fissional.
Verificação da adequação do controle interno 
para a área ou o ativo respectivo.
Avaliação da qualidade e pertinência do contro-
le, no que diz respeito à possibilidade de revelar 
possíveis fraudes ou erros.
Determinação de tipo, data e volume dos pro-
cedimentos de auditoria que serão executados.
Ta
ra
po
ng
 S
iri
/S
hu
tte
rs
to
ck
Embora não exista um rol taxativo de controles internos, os mais 
comumente utilizados como objetos de testes pela auditoria são 
os controles internos contábeis e os administrativos. Os controles 
Introdução à auditoria 17
internos contábeis são procedimentos de autorização, verificação 
e aprovação de pagamentos, recebimentos e movimentação de 
recursos e, também, de segregação de funções, isto é, uma mesma 
pessoa não deve executar funções que sejam incompatíveis entre si, 
como ter acesso à execução de registros contábeis e custodiar ativos 
e controles sistêmicos, contábeis e físicos sobre ativos. Os controles 
internos administrativos são análises sistemáticas de processos, 
valendo-se de medidas estatísticas e outros procedimentos de 
controle de qualidade sobre processos referentes a produtos e 
serviços; treinamento de pessoal; e análises comparativas entre 
os dados reais e aqueles previstos no orçamento, seja em valores 
ou outras medidas que estejam disponíveis, como quantidade de 
material, tempo etc.
Nos trabalhos de auditoria, uma das etapas mais relevantes será, 
desse modo, o teste dos controles internos, considerando-se que nor-
malmente a ausência de controles causa falhas e ineficiências, resul-
tando em perdas de recursos pela ocorrência de fraudes ou erros.
Fraude constitui-se numa ação dolosa praticada com a intenção 
de benefício pessoal indevido e prejudicial à organização. A fraude 
é praticada com objetivos escusos. Já o erro configura um ato não 
intencional, decorrendo de negligência, imperícia ou imprudência da 
pessoa que o comete. Embora também não deva ser tolerado, não é 
praticado com a vontade de causar dano à organização.
1.2.2 Auditoria externa
Também conhecida como auditoria contábil ou independente, 
nessa modalidade os auditores são contratados para emitirem um 
parecer acerca da qualidade das informações contábeis, ou seja, se 
os relatórios contábeis representam em todos os aspectos relevantes 
a situação econômica e financeira de determinado patrimônio.
Imoniana (2019) assegura que o mercado de capitais se beneficia 
demasiadamente da auditoria externa tendo em vista que ela ajuda a 
sustentar um mercado eficiente, dando conforto aos seus participantes.
O autor destaca um aspecto primordial na importância da auditoria 
independente, que é garantir a qualidade das informações contábeis 
elaboradas e divulgadas, dando segurança aos investidores de que há 
confiabilidade nessas informações.
18 Auditoria
Quando a empresa contrata os serviços de auditoria externa, pos-
sibilita, entre outros, uma elevada dose de confiabilidade para suas 
demonstrações contábeis, pois o parecer foi emitido por profissionais 
sem vínculo com a organização auditada.
Graficamente, pode-se ilustrar as especificações das auditorias in-
terna e externa, conforme seus objetos de estudo e aplicação das suas 
técnicas, da seguinte maneira:
Auditoria
Externa
Objeto:
demonstrações contábeis
Objeto:
controles e
procedimentos internos
Interna
Muito embora possuam objetivos distintos de trabalho, tanto a au-
ditoria interna como a externa têm uma relação de muita proximidade 
conceitual e de execução, pois se utilizam reciprocamente do resultado 
de seus trabalhos. A auditoria interna fornece à externa seu relatório 
de avaliação dos controles internos, e a externa fornece à auditoria in-
terna suas conclusões sobre os testes que também efetua. Além disso, 
é comum a interna se utilizar das demonstrações contábeis e efetuar 
sobre esses relatórios diversos testes de auditoria.
A Figura 1 apresenta as principais características e, portanto, di-
ferenças entre a auditoria externa ou independente e auditoria in-
terna. Fundamentalmente as diferenças levam em conta o objetivo 
de cada uma das espécies de auditoria, sua obrigatoriedade ou não 
e a relação com o auditado. Outra diferença que deve ser destacada 
é o produto final e a vinculação do auditor com esse produto (pare-
cer ou relatório), pois enquanto o auditor externo emite e vincula-se 
juridicamente com o parecer, o auditor interno elabora um relatório 
de recomendações, com menor responsabilidade pelo seu conteúdo. 
Introdução à auditoria 19
Figura 1
Auditoria interna e externa
Gr
ap
hi
cc
he
nd
ol
/S
hu
tte
rs
to
ck
Objetivo
Profissional
Existência
A quem 
interessa
Produto
final
Auditoria externa
Opinar sobre as 
demonstrações financeiras
Independente com responsabilidade 
civil e contratação por período
pré-determinado
Obrigatória em determinadas 
empresas
Empresa, órgãos governamentais, 
credores e investidores em geral
Parecer sobre demonstrações 
financeiras
Auditoria interna
Assessorar a administração 
da empresa no efetivo 
desempenho de sua função
Há relação de dependência 
com responsabilidades 
trabalhistas entre as partes
Facultativa
Empresa
Relatório de 
recomendações/sugestões 
à administração
Fonte: Adaptada de Almeida, 2017.
As técnicas de auditoria se aplicam a todas as entidades (públicas, 
privadas, com ou sem fins lucrativos). A atuação da auditoria interna 
se dá principalmente na revisão e análise de processos operacionais 
(rotinas de vendas, por exemplo) e na averiguação da existência, per-
tinência e confiabilidade dos controles internos existentes. Os profis-
sionais que atuam como auditores internos executam trabalhos de 
testagem da qualidade e efetividade desses controles, sugerindo apri-
moramento ou até mesmo a implantação de novos controles, quando 
necessário. Já a auditoria externa ou independente tem sua atuação 
voltada para a verificação das demonstrações contábeis e se estas es-
tão conforme as premissas contábeis e representam adequadamente 
a situação financeira do patrimônio empresarial. Os auditores exter-
nos se valem dos controles internos para efeito de planejamento da 
auditoria, pois o objetivo da auditoria externa é emitir um parecer 
sobre as demonstrações contábeis, e não atribuir juízo de valor sobre 
o sistema de controle interno.
A obra Auditoria Interna 
traz uma abordagem 
robusta desse tipo de au-
ditoria e seus principais 
enunciados, destacando 
sua estrutura, seus fun-
damentos, suas técnicas 
e principais aplicações.
ATTIÊ, W. São Paulo: Atlas, 2007.
Livro
20 Auditoria
1.3 Órgãos reguladores e código 
de ética profissionalVídeo
Existem diversos órgãos reguladores que se relacionam diretamente 
ou indiretamente com a auditoria, interna ou externa, seja disciplinan-
do a atividade profissional ou estabelecendo diretrizes para o estudo e 
a aplicação de conceitos contábeis e de auditoria. Esses órgãos atuam 
na elaboração de normas contábeis e de auditoria, bem como no re-
gistro e na fiscalização das atividades executadas pelos profissionais 
dessas áreas.
O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) é o órgão oficial que 
estabelece as normas brasileiras de contabilidade, atuando também 
na regulação e fiscalização do exercício profissional dos contadores. 
Sua configuração jurídica é de uma Autarquia Especial, enquadrando-
se como pessoa jurídica de direito público. Sua criação se deu por meio 
do Decreto-Lei n. 9.295 de 27 de maio de 1946, e sua estrutura, sua 
organização e seu funcionamento são regulamentados atualmente 
pela Resolução CFC n. 1.370, de 8 de dezembro de 2011, que aprova o 
Regulamento Geral dos Conselhos de Contabilidade.
A composição do CFC compreende a participação de um represen-
tante de cadaestado e mais o Distrito Federal, no total de 27 conse-
lheiros efetivos e igual número de suplentes. Essa autarquia possui as 
finalidades de orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da profissão 
contábil, por intermédio dos Conselhos Regionais de Contabilidade, 
sendo incumbida também de estabelecer diretrizes acerca do cadastro 
de qualificação técnica e dos programas de educação continuada, bem 
como editar e aprovar as normas brasileiras de contabilidade.
Outro órgão de relevante importância para a auditoria e contabili-
dade é o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC). O CPC teve sua 
criação baseada na necessidade da contabilidade brasileira de efetuar 
uma convergência com as normas internacionais de contabilidade, por-
tanto era necessário estabelecer um órgão que centralizasse a emissão 
das normas de modo que o processo de convergência observasse o 
mais democrático processo na produção dessas informações, com a 
participação da classe contábil, dos auditores, das escolas de contabili-
dade e com representantes do governo.
Introdução à auditoria 21
Idealizou-se, dessa forma, o CPC, com a combinação de esforços das 
seguintes entidades: Associação Brasileira das Companhias Abertas 
(Abrasca); Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do 
Mercado de Capitais (Apimec Nacional); B3 Brasil Bolsa Balcão; CFC; 
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon); Fundação 
Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi); e 
entidades representativas de investidores do mercado de capitais.
Criado pela Resolução CFC n. 1.055/2005, esse órgão tem como 
objetivo
o estudo, o preparo e a emissão de documentos técnicos sobre 
procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações 
dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entida-
de reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização 
do seu processo de produção, levando sempre em conta a con-
vergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais. 
(BRASIL, 2005)
É importante destacar que o CPC é uma entidade de estudo e 
orientação, não possuindo poderes de regulação contábil, que são 
atribuições do CFC.
Importa mencionar que em referência à atividade de auditoria in-
dependente, a principal diretriz normativa está contida na Lei n. 6.404 
(BRASIL, 1976), que em seu artigo 177, parágrafo 3º, estabelece que 
as companhias abertas (aquelas que possuem ações na bolsa de va-
lores) devem ser auditadas por auditores independentes registrados 
na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – autarquia criada pela Lei 
n. 6.385, de 7 de dezembro de 1976, cujo objetivo é fiscalizar, norma-
tizar, disciplinar e desenvolver o mercado de valores mobiliários no 
Brasil. As companhias consideradas – por força da Lei n. 11.638/2007 
– sociedades de grande porte, ou seja, que possuírem ativo total su-
perior a R$ 240 milhões ou receita bruta superior a R$ 300 milhões, 
também deverão contratar os serviços da auditoria independente.
O artigo intitulado Controles internos: prevenção e gestão de riscos traz uma 
contribuição relevante para a compreensão do controle interno e sua impor-
tância na gestão de riscos. Leitura interessante!
Acesso em: 12 nov. 2020.
http://www.portaldeauditoria.com.br/controles-internos/controles-internos.htm
Artigo
http://www.portaldeauditoria.com.br/controles-internos/controles-internos.htm
22 Auditoria
O CFC aprovou, por meio da NBC PG 01 (CRC-PR, 2019), o Código de 
Ética Profissional do Contador, com a finalidade de estabelecer regras 
de conduta pessoal, profissional e nas suas relações com seus pares e a 
classe profissional. O documento reitera a importância da observação 
por parte dos contadores da necessária conduta ética, porém ressalta 
que, além do cumprimento dos preceitos dessa norma, os profissionais 
contábeis devem cumprir outras diretrizes emanadas pelas demais 
Normas Brasileiras de Contabilidade bem como pela legislação vigente.
Beta S/A é uma empresa comercial de tamanho médio que está funcio-
nando há mais de 20 anos. Há tempos figurando como a principal forne-
cedora da região, a empresa tem apresentado nos últimos anos queda 
nas vendas e um crescente endividamento com os bancos. Os sócios da 
Beta S/A precisam urgentemente recuperar sua situação financeira para 
evitar uma possível descontinuidade do negócio e, para isso, pensaram 
em algumas alternativas. Uma possibilidade seria a obtenção de mais 
empréstimos bancários com amortização a longo prazo, porém logo per-
ceberam que não havia linhas de crédito com esse perfil. Uma segunda 
possibilidade seria a venda de ativos imobilizados, no entanto essa estra-
tégica reduziria a capacidade de vendas, com efeito contrário ao preten-
dido, ou seja, aumentar a participação no mercado. Restou uma tercei-
ra alternativa, que seria a entrada de um novo sócio no negócio. Dessa 
forma, a diretoria buscou um perfil no mercado e a proposta atraiu a 
Gama S/A, empresa em ótima situação financeira e com interesse em 
diversificar sua atividade. A Gama S/A aceitou comprar 30% das ações 
da Beta S/A, mas exigiu a contratação de uma empresa de auditoria, e só 
faria o investimento após analisar o respectivo parecer.
Tendo em vista essa situação, Beta S/A contratou os serviços da firma 
de auditoria Auditores Associados Ltda., cujo contrato prevê a realização 
de auditoria externa com vistas à emissão de um parecer sobre suas 
demonstrações contábeis.
O Balanço Patrimonial apresentado é relativo ao ano de 20X1 e apresen-
ta a seguinte estrutura:
Empresa: Beta S/A
Balanço Patrimonial
20X0
VALOR
20X1
VALOR
ATIVO
 Ativo Circulante 722.000 576.000 CÓD PT
Caixa e Equivalentes de 
Caixa
158.000 100.000 A
 Clientes 360.000 280.000 B
 Estoques 204.000 196.000 D
(Continua)
Estudo de caso
Introdução à auditoria 23
 Ativo Não Circulante 843.000 859.000
 Realizável a Longo Prazo 2.000 2.000 E
 Investimentos 60.000 66.000 F
 Imobilizado 780.000 790.000 G
 Intangíveis 1.000 1.000 H
 Total do Ativo 1.565.000 1.435.000
20X0
VALOR
20X1
VALOR
PASSIVO
 Passivo Circulante 645.000 554.000
 Fornecedores 213.000 123.000 AA
 Obrigações Fiscais 45.000 54.000 BB
 Financiamentos 387.000 377.000 CC
 Passivo Não Circulante 853.000 814.000
 Empréstimos/Financiamentos 853.000 814.000 DD
 Patrimônio Líquido 67.000 67.000
 Capital Social 50.000 50.000 EE
 Reservas 17.000 17.000 FF
 Total do Passivo 1.565.000 1.435.000
Após conhecer um pouco da história da empresa, a equipe de audi-
toria contratada fará uma análise dos controles internos a fim de efe-
tuar o planejamento dos trabalhos. Um aspecto de suma importância 
em qualquer trabalho de auditoria externa é a definição dos objetivos 
da auditoria, que se constitui em uma auditoria independente das de-
monstrações contábeis da empresa Beta S/A para efeito de emissão de 
um parecer que foi solicitado pela empresa Gama S/A, pois é de seu 
interesse comprar parte das ações da empresa Beta S/A.
24 Auditoria
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O conceito de auditoria surgiu há muito tempo, da necessidade que 
os investidores e proprietários tinham em verificar a eficácia no uso dos 
recursos, em vista de que, em decorrência da evolução dos empreendi-
mentos, os proprietários precisavam verificar se suas políticas e decisões 
estavam sendo observadas pelos gestores.
Seu surgimento e a consequente evolução de suas técnicas acompa-
nham a evolução da sociedade e dos empreendimentos.
Seja como uma verificação sistemática da observância de controles de-
senvolvidos e implementação para proteção dos ativos (auditoria interna) 
ou aplicando técnicas específicas para verificação da adequação dos re-
latórios contábeis, como representativos da situação econômica e finan-
ceira dos patrimônios (auditoria externa), a auditoria é extremamente útil 
e seu estudo e sua aplicação tornam-se cada vez mais necessários para 
empreendimentos de qualquer porte.
Um empreendimento adequadamente auditado garante aos seus pro-
prietários, acionistas e credoresa transparência e efetividade das informa-
ções contidas nos relatórios contábeis e também que os recursos não sejam 
objetos de erros ou fraudes, o que oferece a garantia de que a gestão está 
despendendo os esforços necessários para a continuidade do negócio.
ATIVIDADES
1. O que diferencia a fraude do erro, no que diz respeito à abordagem 
da auditoria?
2. Qual é a característica fundamental da auditoria externa, em relação 
ao objeto de sua aplicação?
3. Explique o que é controle interno, um conceito muito importante para 
a auditoria interna.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Atlas, 2017.
ARAÚJO, I. P. S.; ARRUDA, D. G.; BARRETO, P. H. T. Auditoria contábil: enfoque teórico, 
normativo e prático. São Paulo: Saraiva, 2008.
ATTIÊ, W. Auditoria interna. São Paulo: Atlas, 2007.
BRASIL. Lei das Sociedades por Ações. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário 
Oficial da União, Poder Executivo, Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm. Acesso em: 13 nov. 2020.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404consol.htm
Introdução à auditoria 25
BRASIL. Resolução n. 1.055, de 7 de outubro de 2005. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 24 
out. 2005. Disponível em: http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/cfc1055.
htm. Acesso em: 27 jan. 2021.
CORDEIRO, C. M. R. Auditoria interna e operacional. São Paulo: Atlas, 2013.
CRC-PR – Conselho Regional de Contabilidade do Paraná. Norma Brasileira de Contabilidade – 
NBC PG 01, de 7 de fevereiro de 2019. Código de ética profissional do contador. Disponível em: 
https://www.crcpr.org.br/new/content/download/codigoEtica.pdf. Acesso em: 13 nov. 2020.
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2019.
FERREIRA, R. J. Manual de auditoria. Rio de Janeiro: Ferreira, 2009.
IMONIANA, J. O. Auditoria: planejamento, execução e reporte. São Paulo: Atlas, 2019.
http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/cfc1055.htm
http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/cfc1055.htm
https://www.crcpr.org.br/new/content/download/codigoEtica.pdf
26 Auditoria
2
Planejamento, programas 
e normas de auditoria
Planejar consiste numa atividade de pensamento sobre o que 
poderá ocorrer no futuro, levando-se em consideração a situação 
analisada no presente. No entanto, é importante que se destaque 
que o planejamento não é um mero exercício de divagações ou 
adivinhações, ao contrário, essa atividade requer o domínio de 
técnicas e conceitos para ser realizada.
Isso posto, é possível considerar que o planejamento é uma 
etapa fundamental no trabalho de auditoria. Assim, a execução 
dos trabalhos de auditoria, seja a externa ou a interna, prescinde 
de um adequado planejamento, sem o qual é quase certo que os 
objetivos pretendidos não serão atingidos. Qualquer trabalho de 
verificação e conferência deve ser objeto de uma sistematização 
das atividades, cujo início se dá na definição dos planos de trabalho.
Neste capítulo serão vistas as tarefas que devem anteceder a 
efetiva realização dos procedimentos. Tão importante quanto o 
planejamento é a formalização dos programas de auditoria que 
serão utilizados, com vistas a comprovar que os testes aplicados 
serão efetivamente úteis para assegurar que a opinião do auditor 
é coerente com a verdade do que foi auditado. No planejamento 
se estabelecem os programas de auditoria, isto é, a definição dos 
procedimentos que serão utilizados para atingir os objetivos pre-
viamente descritos no planejamento.
Serão estudadas também as normas de auditoria, assunto es-
pecial para a compreensão dos conceitos e das técnicas que deve-
rão permear qualquer trabalho de auditoria.
Bons estudos e aproveite!
Planejamento, programas e normas de auditoria 27
2.1 Planejamento dos trabalhos de auditoria 
Vídeo A etapa de planejamento dos trabalhos é de fundamental relevância 
para o bom encaminhamento dos trabalhos de auditoria, pois de certa 
forma será o guia de execução dos procedimentos que serão aplicados.
Franco e Marra (2001, p. 224) afirmam que “ao se iniciar qualquer 
trabalho de auditoria, este deve ser cuidadosamente planejado, tendo 
em vista seu objetivo. Os exames e verificações serão orientados con-
forme o alcance verificado pela auditoria”. Os autores destacam a vin-
culação direta entre o planejamento e o objetivo da auditoria, que deve 
servir de parâmetro para essa etapa inicial dos trabalhos. A esse respei-
to, a NBC TA 300 (R1), do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), dis-
põe que “o planejamento da auditoria envolve a definição de estratégia 
global para o trabalho e o desenvolvimento de plano de auditoria. Um 
planejamento adequado é benéfico para a auditoria das demonstra-
ções contábeis de várias maneiras” (BRASIL, 2016).
A normativa do CFC destaca as principais finalidades da atividade 
de planejamento, tais como auxiliar o auditor a dedicar atenção apro-
priada às áreas importantes da auditoria e a identificar e resolver pro-
blemas que possam surgir no decorrer dos trabalhos. Outra finalidade 
é auxiliar o profissional de auditoria na promoção de uma organização 
adequada do trabalho, de modo que haja eficácia e eficiência na reali-
zação dos procedimentos. Ainda se pode destacar que um planejamen-
to bem feito permite a seleção dos membros das equipes que atuarão 
em cada atividade e serão auditados conforme a necessidade de expe-
riência profissional exigida em cada trabalho.
Portanto, o planejamento tem importância estratégica para a reali-
zação dos trabalhos de auditoria e o alcance de seus objetivos. É com 
base na definição do planejamento que serão pensados os programas 
de auditorias.
Se o planejamento é importante em qualquer atividade, na audito-
ria é uma fase imprescindível para a consecução dos trabalhos, pois a 
atividade do auditor consiste, como regra geral, em seguir um rotei-
ro preestabelecido de procedimentos técnicos que serão definidos na 
fase de planejamento.
Para efetuar o planejamento, é recomendável que o auditor desen-
volva um conhecimento prévio sobre a entidade que será auditada, 
28 Auditoria
podendo pesquisar aspectos como: as atividades que são executadas 
pela auditada; sua estrutura organizacional e o sistema de informações 
gerenciais existente; as legislações a que está sujeita a entidade, entre 
outras informações que julgue necessárias e úteis, dadas as circuns-
tâncias e o objetivo da auditoria. De posse dessas informações, os pro-
fissionais poderão iniciar a definição dos programas de auditoria que 
serão aplicados.
Além disso, o planejamento permite a fixação da relevância de cada 
procedimento que será empregado, além da verificação de áreas que 
requeiram prioridade no momento da realização dos testes. E, claro, 
facilita a racionalização dos trabalhos.
Graficamente, é possível destacar as principais informações e con-
dições para a elaboração do planejamento de auditoria, abordando os 
tópicos mais relevantes:
Planejamento de 
auditoria
Aspectos gerais Aspectos organizacionais Aspectos técnicos
Conhecimentos de 
fatores econômicos
Conhecimento das 
atividades da entidade
Legislação aplicável
Conhecimentos sobre 
o modelo de gestão
Práticas operacionais 
da entidade
Sistema contábil e de 
controles internos
Complexidade das 
transações
Práticas contábeis 
adotadas
O auditor e a sua equipe devem se debruçar sobre a análise desses 
aspectos, pois esse conhecimento obtido será de grande valia para a defi-
nição de um planejamento mais assertivo e que proporcionará o estabe-
lecimento de programas de auditoria com vistas a alcançar os objetivos 
definidos.
Para aprimorar seus 
conhecimentos sobre o 
conteúdo apresentado 
nesta seção, indicamos a 
leitura do livro Auditoria: 
um curso moderno e 
completo, que contribuirá 
de maneira especial para 
a compreensão do tema 
planejamento em audito-
ria com enfoqueespecial. 
Vale a leitura!
ALMEIDA, M. C. São Paulo: Atlas, 2017.
Livro
Planejamento, programas e normas de auditoria 29
2.2 Programas de auditoria 
Vídeo Os programas de auditoria representam a etapa subsequente à do 
planejamento e correspondem a uma série de procedimentos a serem 
aplicados de maneira que no conjunto possam expressar a opinião do 
auditor com a segurança necessária.
O programa de auditoria compreende a estruturação do plano de 
trabalho que será executado nos exames em cada área da empresa 
auditada, e nessa etapa são definidos os procedimentos (testes de au-
ditoria) que serão realizados. O encadeamento lógico das etapas de 
planejamento, do plano de trabalho e da realização dos testes permitirá 
o alcance dos objetivos, que consistem na emissão de um parecer que 
aponta se as demonstrações contábeis representam adequadamente 
a situação financeira do patrimônio da entidade objeto da auditoria.
Crepaldi e Crepaldi (2019, p. 495) destacam que, ao planejar um pro-
grama de auditoria, várias considerações básicas devem ser lembradas, 
além de sua importância ser levada em conta. Entre elas: “a responsabili-
dade do auditor na apuração de qualquer erro ou irregularidade que afe-
te os dados sob exame, e as formas em que o programa de auditoria pode 
ser modificado, em virtude das variações na eficiência do controle interno”.
Extrai-se da afirmativa dos autores que o auditor deve ser muito 
cuidadoso ao definir os programas, pois é da sua responsabilidade a 
qualidade dos procedimentos que serão aplicados para a descoberta 
de falhas de controles internos que possam comprometer a fidedigni-
dade das informações contábeis.
O programa de auditoria compreende a etapa em que o auditor defi-
nirá os trabalhos executados e os passos específicos a serem seguidos de 
acordo com o plano de auditoria. Como representam o detalhamento do 
que foi formalizado no planejamento, os programas devem compreen-
der a definição do escopo adotado e os procedimentos a serem segui-
dos, além de precisarem ser elaborados por cada área a ser auditada.
Os programas de auditoria objetivam evidenciar os requisitos pla-
nejados; estabelecer a extensão e as datas dos procedimentos a serem 
executados; definir a estimativa de horas por procedimentos a serem 
aplicados; controlar os passos dos programas realizados e a realizar; e 
evidenciar quem realizou os passos e registrar quem revisou os trabalhos.
30 Auditoria
A etapa da definição de quais procedimentos específicos serão exe-
cutados em cada área é determinante para a concretização de um tra-
balho de qualidade na auditoria. Nesse sentido, é importante destacar 
alguns aspectos que devem nortear a escolha desses procedimentos:
Observar o que foi definido como objetivo do trabalho e procurar per-
manecer dentro desse escopo.
O conjunto de procedimentos escolhido deve favorecer a obtenção 
das provas que conduzirão ao resultado do trabalho.
Analisar detalhadamente os objetivos do exame para que haja coe-
rência entre eles e os procedimentos que serão utilizados.
Considerar que poderão ocorrer erros, e isso comprometerá o resul-
tado dos exames, portanto deve haver uma supervisão clara sobre os 
trabalhos que implicam a realização dos procedimentos.
Ok
si
Ok
si
/S
hu
tte
rs
to
ck
Como se constituem em autênticos planos de trabalhos que serão 
executados em campo, devem compreender:
 • A definição do objetivo do exame na área específica: por exem-
plo, na auditoria dos estoques, incluindo-se o acompanhamento 
do respectivo inventário físico.
 • O tipo, a extensão e a profundidade do exame: no caso dos esto-
ques, o saldo constante no Balanço Patrimonial será confrontado 
com o valor que consta no relatório de controle.
 • Os pontos de controle interno a serem revisados: nesse caso, o 
auditor deve verificar o sistema de controle interno que está vin-
culado aos estoques.
 • Os procedimentos a serem adotados e o responsável pela audi-
toria dessas contas.
Planejamento, programas e normas de auditoria 31
2.2.1 Programas para contas do ativo
Ao elaborar os programas de auditoria para qualquer elemento 
contábil ou área da entidade auditada, o profissional deve sempre le-
var em conta os objetivos a serem atingidos, e não é diferente para as 
contas do ativo, passivo e resultado.
Para as contas do ativo, recomenda-se a observação de alguns 
aspectos que, dentre outros, assegurarão a definição de programas 
que terão efetividade para que o resultado pretendido seja alcançado.
Primeiramente, é importante destacar que, para a caracterização 
de um elemento como ativo, deve-se verificar a existência da posse 
ou propriedade desse ativo por parte da empresa. Outro aspecto re-
levante é averiguar se é possível atribuir-lhe um valor monetário, pois 
a propriedade e a avaliação monetária são aspectos que permitem a 
classificação do elemento como ativo contábil da entidade auditada. 
Porém, na realização da auditoria dos ativos é essencial que a auditoria 
se assegure de que o elemento está classificado corretamente nas con-
tas contábeis que melhor retratem a sua natureza e a sua utilidade. 
A maioria dos ativos, requer também esclarecer, só poderão ser desta-
cados em notas explicativas, como é o caso, por exemplo, da composi-
ção dos estoques, do imobilizado e de outros ativos.
Testes também deverão ser efetuados para se assegurar da exis-
tência física e da qualidade (estado em que se encontram) dos ativos. 
Ativos que proporcionam ganhos (como as aplicações financeiras) re-
querem testes para verificar se essas receitas financeiras foram reco-
nhecidas pela contabilidade no momento oportuno (competência).
Para os ativos realizáveis (casos de clientes a receber e estoques), 
é importante que se apliquem procedimentos de auditoria, visando à 
certificação de que os valores que constam no balanço têm razoável 
potencial de ocorrência, ou seja, são necessários testes para verificar se 
esses ativos estão a valor provável de realização ou se serão necessários 
ajustes em provisões para perdas.
Também é necessário que o auditor verifique e efetue testes nas 
depreciações, nas amortizações ou nos eventos, que significam ajustes 
e eventuais riscos de perdas de ativos e, portanto, devem ser reconhe-
cidos pela contabilidade e mencionados em notas explicativas.
32 Auditoria
Graficamente, pode-se demonstrar alguns critérios para elabo-
ração dos programas de auditoria dos elementos do ativo, como 
segue:
Programas de auditoria – 
Contas do ativo
Padrões
Verificação dos 
controles internos 
Confirmação de 
existência física
Verificação do 
reconhecimento e 
mensuração monetária
Nos programas de auditoria das contas do ativo, é fundamental 
que o auditor se certifique da existência e efetividade dos controles 
internos existentes sobre cada um dos seus elementos. Nos valores 
a receber dos clientes, por exemplo, é importante que haja uma in-
tegração entre o sistema contábil e o sistema de gestão financeira, a 
fim de que todas as movimentações nos recebíveis sejam imediata-
mente reconhecidas na contabilidade de maneira automática, sem a 
necessidade de quaisquer ajustes manuais.
A confirmação física é outro procedimento que deve constar nos 
programas para quase a totalidade dos elementos do ativo, incluin-
do as contas componentes do caixa e os equivalentes de caixa, sem 
descuidar dos estoques e dos ativos imobilizados.
Outro procedimento que deve estar na formulação dos progra-
mas de auditoria é aquele que diz respeito à verificação dos critérios 
utilizados pela contabilidade para reconhecer e mensurar (atribuir 
valor monetário) os ativos.
A verificação dos ajustes por prováveis perdas nos créditos com 
clientes, a apropriação correta das despesas do exercício seguinte 
pagas antecipadamente e a utilização de critérios de depreciação 
que melhor espelhem o desgaste dos ativos imobilizados são exem-
plos de critérios contábeis de reconhecimento e mensuração que 
devem ser objetos de observação e testes para a devidavalidação 
de seus valores.
O livro Auditoria contábil é 
de importante contribui-
ção para a compreensão 
dos temas abordados 
neste capítulo, especial-
mente o Capítulo 12, que 
detalha o tema “Progra-
mas de auditoria para 
contas do ativo” e merece 
uma leitura atenta.
FRANCO, H.; MARRA, E. São Paulo: 
Atlas, 2001. 
Livro
Planejamento, programas e normas de auditoria 33
2.2.2 Programas para contas do passivo
Com relação às contas do passivo, os programas de auditoria de-
vem assegurar, entre outros, que os controles internos existentes são 
suficientes para garantir a contabilização correta de todas as obriga-
ções, no momento certo e no valor adequado; todos os eventos que 
geram passivos foram reconhecidos contabilmente, mesmo que na 
forma de provisões; e as obrigações pendentes no passivo são efeti-
vamente devidas e estão classificadas contabilmente de modo correto, 
incluindo o cálculo e a contabilização de juros passivos no caso de dívi-
das onerosas.
Observe graficamente alguns critérios para elaboração dos progra-
mas de auditoria dos elementos do passivo.
Programas de auditoria – 
Contas do passivo
Verificação dos 
controles internos 
Exame dos 
documentos 
Verificação do 
reconhecimento e 
mensuração monetária
Para as contas do passivo, também é fundamental a análise da 
qualidade dos controles internos para evitar fraudes e erros, porém 
essas contas requerem uma cuidadosa análise dos contratos e docu-
mentos que suportam as operações que compõem os saldos das con-
tas. Programar a circularização dos fornecedores é um procedimento 
que deve constar nos programas formulados, bem como a verificação 
de possíveis situações que possam ensejar o surgimento de passivos 
contingentes.
É importante também a atenção do auditor para a análise dos cri-
térios de reconhecimento e mensuração dos elementos que compõem 
esse grupo do Balanço Patrimonial.
2.2.3 Programas para contas do patrimônio líquido
Para formular os programas de auditoria das contas do patrimônio 
líquido, é indicado que o auditor proceda uma análise dos documentos 
34 Auditoria
que configuram a estrutura societária, bem como observe as altera-
ções ocorridas nas relações societárias que possam se destacar.
Dentre as ações que podem ser executadas na auditoria e, portan-
to, devem estar nos programas de auditoria para esse grupo do Balan-
ço Patrimonial, podem ser destacadas as seguintes:
Biw
3d
s/S
hu
tte
rrs
toc
k
Determinar se as ações 
(no caso de sociedades 
anônimas) ou quotas 
(sociedade limitada) têm 
comprovação de 
autorização e emissão.
Verificar o cumprimento 
das principais normas que 
constam no instrumento de 
constituição da sociedade e 
se as respectivas alterações 
foram observadas 
por sócios e sociedade.
Determinar se os elementos 
que formam o patrimônio 
líquido estão corretos 
tanto na classificação 
contábil quanto nos valores 
monetários.
Assegurar-se de que a 
entidade auditada mantém 
de maneira organizada e 
atualizada os principais 
documentos e atas e livros 
societários.
Nas contas do patrimônio líquido, a auditoria destaca mais os 
aspectos formais da documentação, embora isso não implique dar 
menor importância para os programas que serão estabelecidos para 
essa área.
2.2.4 Programas de auditoria para contas do 
resultado
Normalmente o auditor, ao executar os procedimentos de auditoria 
para as contas do ativo e passivo, indiretamente já efetua uma verifica-
ção nas contas de resultado, visto que essas representam as contrapar-
tidas daquelas contas do Balanço Patrimonial.
De qualquer forma, não deve se descuidar de uma análise criteriosa 
dos movimentos e saldos dessas contas de receitas, custos e despesas. 
Sendo assim, os programas formulados para as contas de resultado 
devem ter como objetivos:
Planejamento, programas e normas de auditoria 35
 • Verificar se todos os eventos que geraram receitas, custos e des-
pesas foram comprovados por documentação hábil e reconheci-
dos nas contas contábeis corretas.
 • Verificar se foram feitas todas as apropriações de despesas e re-
ceitas que foram diferidas de períodos anteriores, como despe-
sas antecipadas e receitas realizadas no período atual, mas que 
decorrem de contratos de períodos anteriores.
 • Assegurar que as contas de receitas, despesas e custos foram re-
conhecidas contabilmente conforme os princípios e as normas 
contábeis.
 • Determinar se as receitas, custos e despesas foram classificadas 
nas rubricas contábeis corretas e se possíveis informações com-
plementares foram incluídas nas notas explicativas.
A análise das contas de resultado pode ser realizada por um pro-
cedimento preliminar denominado auditoria analítica, por meio da 
qual a auditoria executa uma análise financeira da empresa e po-
derá detectar variações significativas e comportamentos fora de um 
padrão, o que será de fundamental importância para a definição dos 
programas de auditoria para essas contas da demonstração do re-
sultado do exercício.
2.3 Normas de auditoria 
Vídeo O estudo das normas de auditoria é muito importante, pois são essas 
regras emanadas dos órgãos que regulam a atividade de contabilidade 
e auditoria no Brasil, como o CFC, que orientam a atuação dos auditores 
e a execução da auditoria.
Essas normas dividem-se em dois grupos: as Normas Profissio-
nais  (NBC PA), que estabelecem regras de exercício profissional, e 
as Normas Técnicas (NBC TA), que estabelecem conceitos doutrinários, 
regras e procedimentos aplicados de contabilidade.
As normas profissionais dizem respeito à pessoa do auditor e 
estabelecem diretrizes relacionadas com a necessária independência 
que deve existir entre auditor e auditado. Regulam também a 
obrigatoriedade de revisão dos trabalhos pelos pares e a necessária 
submissão dos profissionais aos exames de qualificação técnica. 
Dessa forma, as normas profissionais procuram assegurar o perfil do 
36 Auditoria
auditor como o de um profissional altamente técnico, para garantir a 
qualidade nos trabalhos.
As Normas Técnicas de auditoria conduzem o exercício efetivo 
da atividade nos trabalhos de campo e estabelecem diretrizes que 
regulam aspectos como os objetivos gerais do auditor independente 
e a obrigatoriedade da condução dos trabalhos de auditoria 
conforme as normas específicas, a documentação, o planejamento 
e a execução dos procedimentos e da avaliação dos riscos de 
auditoria. O auditor deve ter profundo conhecimento das normas 
técnicas para poder atuar sempre em conformidade com os termos 
que essas diretrizes normativas estabelecem.
Planejamento e programas de auditoria
Ao efetuar o planejamento da auditoria da Beta S/A, os auditores inde-
pendentes consideraram a sua situação financeira bem como a existên-
cia e a efetividade do sistema de controles interno. A equipe de auditoria 
optou por efetuar um questionário geral de controle interno para fins de 
verificação da existência e efetividade desse sistema de controles.
De maneira geral, foram feitos os seguintes questionamentos:
 • As atribuições e as responsabilidades de funcionários, seções, divisões, 
departamentos e gerência estão claramente definidas nos manuais in-
ternos da organização?
 • Os procedimentos das principais atividades da empresa (vendas, recebi-
mentos, compras, pagamentos, salários, registros contábeis etc.) estão 
definidos nos manuais internos da organização?
 • A empresa utiliza um manual de contabilidade (estrutura das contas, 
quando cada conta deve ser debitada e creditada, modelos padroniza-
dos das demonstrações contábeis e dos relatórios gerenciais internos 
e práticas contábeis utilizadas) a fim de permitir o registro ordenado e 
consistente de suas transações?
 • A empresa usa um sistema orçamentário (receitas, despesas, compras 
de matérias-primas e bens do imobilizado etc.)?
 • Os sistemas de controle (fornecedores, contas a receber, controle 
patrimonial, folha de pagamento etc.) estão integrados com o siste-
ma contábil?
 • A empresa aplica a segregaçãode função? Ou seja, colaboradores que 
custodiam ativos e manipulam valores financeiros não têm acesso aos 
registros contábeis?
Tendo recebido respostas positivas, os auditores concluíram a existência, 
qualidade e efetividade dos controles internos. Em seguida, a equipe de 
auditoria efetuou os programas de trabalho considerando os saldos exis-
tentes e os riscos envolvidos em cada conta.
Os programas para as contas do ativo procuraram assegurar a 
observância das normas contábeis de reconhecimento e avaliação dos 
elementos, a classificação contábil correta e a existência dos itens que 
constam do Balanço Patrimonial na data base dos exames.
(Continua)
Estudo de caso
Uma obra de destaque 
da área é o Manual de 
auditoria e revisão de 
demonstrações financeiras, 
que enfatiza com muita 
propriedade as normas 
do auditor independente.
LONGO, C. G. São Paulo: Atlas, 2015.
Livro
Planejamento, programas e normas de auditoria 37
1. Caixa e Equivalentes de Caixa – Saldo em 31/12/20X1 – R$ 100.000,00
a) Contagem física
b) Conferência de saldos de bancos com extratos bancários
c) Análise de conciliações bancárias
d) Exame de escrituração
2. Clientes – Saldo em 31/12/20X1 – R$ 280.000,00
a) Confirmação do saldo contábil com o relatório analítico de clientes
b) Circularização
c) Inspeção de documento – pedido de vendas e nota fiscal
d) Análise da carteira para teste do valor de perda provável com clientes
3. Estoques – Saldo em 31/12/20X1 – R$ 196.000,00
a) Confirmação de saldo
b) Contagem física
c) Inspeção de documento – nota fiscal de entrada
4. Imobilizado – Saldo em 31/12/20X1 – R$ 790.000,00
a) Confirmação de saldo
b) Inspeção física
c) Teste de depreciação de alguns itens
Na definição dos programas a serem executados nas contas do passivo, 
a equipe de auditoria procurou assegurar que os valores que constam 
do Balanço Patrimonial na data base dos testes são aqueles devidos efe-
tivamente aos credores. Os auditores também objetivaram assegurar 
que os passivos estão corretamente classificados na contabilidade e tes-
tar a existência de possíveis contingências trabalhistas ou fiscais (situa-
ções que, embora não reconhecidas como passivos na data da auditoria, 
podem vir a ser exigidas pela empresa auditada no futuro, como uma 
autuação fiscal).
Portanto, para as contas do passivo foram feitos os seguintes programas 
de auditoria:
1. Fornecedores – Saldo em 31/12/20X1 – R$ 123.000,00
a) Confirmação de saldo
b) Circularização
c) Exame de escrituração
d) Inspeção documental
2. Financiamentos – Saldo em 31/12/20X1 – R$ 377.000,00
a) Confirmação de saldo
b) Circularização com bancos
c) Conferência de cálculo dos encargos financeiros
d) Exame de escrituração
e) Inspeção documental – contrato de financiamento
(Continua)
38 Auditoria
3. Empréstimos e financiamentos – Longo prazo – Saldo em 31/12/20X1 – 
R$ 414.000,00
a) Confirmação de saldo
b) Circularização com bancos
c) Conferência de cálculo dos encargos financeiros
d) Exame de escrituração
A equipe de auditoria é da opinião de que os programas definidos para 
as principais contas do ativo e passivo são necessários e suficientes para 
validar, após a aplicação dos procedimentos de auditoria, a opinião do 
auditor, que será formalizada no parecer de auditoria.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A auditoria é uma atividade de grande relevância para os interessa-
dos num determinado patrimônio conseguirem se assegurar de que os 
recursos estão sendo adequadamente gerenciados, além da confirmação 
de que os relatórios contábeis expressam de maneira clara e verdadeira, 
conforme as normas e regras contábeis, a situação financeira e econômi-
ca de um determinado patrimônio.
Como uma atividade que se propõe a assegurar a efetividade de re-
latórios e controles internos, ela deve ser executada sempre com muito 
rigor e observar padrões de procedimentos e testes. Por essa razão, a 
fase de planejamento dos trabalhos é imprescindível para garantir que os 
objetivos previamente definidos sejam atingidos no momento da realiza-
ção dos procedimentos.
A sistematização das atividades de auditoria e a condução das ações 
conforme roteiros previamente estabelecidos são essenciais para a qua-
lidade dos trabalhos dos auditores, e estes estão sujeitos à observância 
das respectivas normas de auditoria. Essas regras de conduta profissional 
estabelecem diversas premissas, desde aspectos relacionados à pessoa 
do auditor até a definição de como deverão ser conduzidos os trabalhos 
de auditoria, visando à emissão de um parecer ou relatório que contenha 
sempre de modo claro e transparente a expressão da verdade sobre o 
patrimônio auditado.
O roteiro dos trabalhos de auditoria deve ser observado com rigor por 
parte dos profissionais, seja o auditor interno ou externo, pois é garantia 
de efetividade e confiabilidade na execução dos procedimentos necessá-
rios para fundamentar o relatório ou parecer.
Planejamento, programas e normas de auditoria 39
ATIVIDADES
4. Descreva o objetivo do planejamento na atividade de auditoria.
5. Em decorrência do planejamento, são formulados os programas na 
atividade de auditoria. Em que consistem esses programas?
6. Qual é o objetivo das normas de auditoria?
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M. C. Auditoria: um curso moderno e completo. São Paulo: Atlas, 2017.
BRASIL. NBC TA 300 - Planejamento da Auditoria de Demonstrações Contábeis. 19 ago. 
2016. Disponível em: https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTA300(R1).pdf. Acesso 
em: 27 jan. 2021. 
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. Auditoria contábil: teoria e prática. São Paulo: Atlas, 2019.
FRANCO, H.; MARRA, E. Auditoria contábil. São Paulo: Atlas, 2001.
IMONIANA, J. O. Auditoria: planejamento, execução e reporte. São Paulo: Atlas, 2019.
https://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTA300(R1).pdf
40 Auditoria
3
Principais procedimentos 
de auditoria
Neste capítulo, você terá a oportunidade de estudar os princi-
pais procedimentos que comumente são utilizados na execução 
dos trabalhos de auditoria, além de ter contato com os conceitos 
e as características dos papéis de trabalho. Esses assuntos estão 
objetivamente vinculados à fase de realização efetiva dos trabalhos 
dos profissionais de auditoria, com vistas à elaboração de um pare-
cer na conclusão desses trabalhos.
A escolha dos procedimentos adequados para cada conta 
contábil a ser auditada deve ser uma preocupação constante dos 
auditores, pois eles serão determinantes para a validação de sua 
opinião constante do parecer. Os papéis de trabalho igualmente 
desempenham uma função fundamental para a clareza e a qua-
lidade dos trabalhos de auditoria, uma vez que representam a 
comprovação da execução dos procedimentos utilizados, e estes 
devem estar demonstrados claramente nos papéis de trabalho.
Assim, tanto os procedimentos de auditoria quanto os papéis de 
trabalho representam recursos essenciais à execução do trabalho do 
auditor, para que impere a qualidade e a transparência, visando ao 
cumprimento dos objetivos dos trabalhos de auditoria.
3.1 Testes e procedimentos de auditoria 
Vídeo Os procedimentos de auditoria compreendem as técnicas utilizadas 
pelos auditores para a verificação da conformidade, pertinência e as-
sertividade de controles internos e informações contábeis. Na auditoria 
externa, os procedimentos são executados para que se possa verifi-
car se os relatórios contábeis expressam com fidedignidade a posição 
Principais procedimentos de auditoria 41
 financeira da entidade (representada pelo Balanço Patrimonial), bem 
como as variações relativas ao resultado (Demonstração do Resultado 
do Exercício) e a geração de caixa (Demonstração do Fluxo de Caixa) em 
determinado período base.
Dessa forma, a aplicação dos procedimentos de auditoria propor-
cionará ao auditor a formação de opinião sobre as demonstrações fi-
nanceiras que são objetos de exame. O conjunto de demonstrações 
contábeis examinadas compreende os seguintes elementos:
Biw
3d
s/S
hu
tte
rst
oc
k
BalançoPatrimonial
Demonstração 
de Resultado 
do Exercício
Demonstração 
dos Lucros ou 
Prejuízos Acumulados 
ou Demonstração das 
Mutações do 
Patrimônio 
Líquido
Notas 
Explicativas
Demonstração 
do Valor 
Adicionado
Demonstração 
do Fluxo 
de Caixa
Crepaldi e Crepaldi (2019) ensinam que, para atingir seu objetivo – 
emitir a opinião –, o auditor externo ou independente precisa planejar 
seu trabalho de maneira adequada, proceder à avaliação do sistema 
de controle interno e à revisão analítica das contas do ativo, do passi-
vo, das receitas e das despesas. Esse planejamento permitirá que se 
estabeleça a natureza, a oportunidade (datas) e a extensão dos proce-
dimentos de auditoria.
Esses procedimentos compreendem os testes substantivos e testes 
de observância, conforme ilustra o esquema a seguir.
Testes de observância
Existência, efetividade 
e continuidade dos 
controles internos. 
Testes substantivos
Suficiência, exatidão 
e validade das 
informações contábeis.
Procedimentos de 
auditoria
42 Auditoria
É importante destacar que os dois tipos de testes devem ser apli-
cados com o maior rigor possível, pois é a combinação de ambos que 
dará ao auditor externo a confiabilidade necessária em relação às 
 informações constantes dos relatórios contábeis.
3.1.1 Testes de observância
Os testes de observância representam um importante meio de verifi-
cação quanto à existência e à efetividade dos controles internos. Também 
servem como meio de garantir a exatidão e a veracidade das informações 
contábeis, bem como promovem igualmente a eficiência das operações.
Imoniana (2019) afirma que os controles internos compreendem, 
entre outros: a proteção dos ativos contra mau uso e desvios; a obten-
ção de informações contábeis adequadas, visto que elas promovem a 
implementação de sistemas de controle gerencial, como contas a rece-
ber, contas a pagar, controle patrimonial, além de proporcionar a efi-
ciência operacional e estimular a obediência a regras e procedimentos 
definidos pela gestão da empresa.
Percebe-se, portanto, que esses controles devem ser permanente-
mente avaliados e testados pela auditoria por meio da observação (por 
isso são chamados de testes de observância), porque assim o profis-
sional de auditoria verifica se as normas e os procedimentos forma-
lizados no sistema de controle interno estão sendo obedecidos pelos 
colaboradores em suas respectivas áreas. Em outras palavras, ele anali-
sa se os procedimentos do controle interno estão funcionando e sendo 
cumpridos.
No caso dos recebíveis da empresa, é possível considerar que um 
controle essencial é a integração do sistema contábil com o sistema de 
gestão de contas a receber. Dessa forma, a cada venda efetuada, por 
exemplo, o sistema de contas a receber procede a uma entrada com 
todas as informações sobre o cliente, o número do documento fiscal, 
o prazo etc. Esses lançamentos devem ter a correspondência imediata 
no sistema contábil, ou seja, a integração permite a interface dos siste-
mas sem a necessidade de ajustes manuais. Nesse caso, o auditor deve 
verificar se existe a integração e eventualmente fazer um teste para 
observar um lançamento.
Vale recordar brevemente o 
conceito de controle interno, 
que corresponde ao plano 
de organização e a todo o 
conjunto coordenado de 
métodos e medidas existentes 
na empresa com a finalidade 
de proteger os ativos.
Lembre-se
Principais procedimentos de auditoria 43
Por esta razão é que os auditores farão os testes observância: 
para assegurar a existência, a efetividade e a continuidade dos con-
troles internos.
3.1.2 Testes substantivos
Os testes substantivos são aqueles que efetivamente serão utiliza-
dos pelo auditor para a verificação de suficiência, exatidão e validade 
das informações constantes nos relatórios contábeis. Eles têm como 
objetivo, assim, assegurar ao auditor a formação de sua opinião refe-
rente à qualidade dos relatórios contábeis como modelos de represen-
tação da situação financeira da empresa.
Para Crepaldi e Crepaldi (2019, p. 318):
o objetivo dos testes substantivos é certificar-se da correção de 
um ou mais dos seguintes pontos:
1. existência – se o componente patrimonial existe em certa 
data;
2. direitos e obrigações – se efetivamente existentes em certa 
data;
3. ocorrência – se a transação de fato ocorreu;
4. abrangência – se todas as operações estão registradas; e
5. mensuração, apresentação e divulgação – se os itens estão 
avaliados, divulgados, classificados e descritos de acordo com 
os Princípios de Contabilidade e as Normas Brasileiras de 
Contabilidade.
Os testes substantivos são classificados em: a) testes de transações 
e saldos e b) procedimentos de revisão analítica. Observe-os no esque-
ma a seguir.
Testes de transações 
e saldos
Existência, efetividade 
e continuidade dos 
controles internos. 
Procedimentos de 
revisão analítica
Análise 
econômico-financeira 
da entidade. 
Testes substantivos
44 Auditoria
3.1.1.3 Testes de transações e saldos
Pode-se dizer, então, que os testes substantivos servem para 
validar os saldos que constam nas demonstrações contábeis. Os 
valores presentes nessas demonstrações são um dos focos princi-
pais do trabalho do auditor, por isso é crucial que ele analise sua 
consistência e sua correspondência com a realidade. Nesse exer-
cício, o auditor pode confirmar com as instituições bancárias se 
os saldos apresentados nas demonstrações são correspondentes 
(checando os dados presentes no Balanço Patrimonial) ou se os 
dados de vendas do período são compatíveis com os documentos 
– como os recibos emitidos e o controle de estoque, que atestam 
essas vendas (checando os saldos do resultado do exercício).
3.1.1.4 Procedimentos de revisão analítica
Os procedimentos de revisão analítica são um tipo de teste 
substantivo que busca efetuar uma análise sobre os elementos 
que compõem os relatórios contábeis, visando verificar e analisar 
as relações existentes entre eles. Na análise econômico-financeira 
poderão ser detectadas variações ou participações que vão chamar 
a atenção dos auditores. Um alto endividamento da empresa pode 
conduzir os trabalhos a exames mais detalhados dos passivos fi-
nanceiros e à correspondente despesa financeira no resultado. 
Um aumento considerável em uma despesa vai indicar ao auditor 
a necessidade de averiguações mais cuidadosas na estrutura de 
resultados.
Desse modo, nesses procedimentos, o profissional de auditoria 
procura verificar tendências com comportamentos fora de um pa-
drão e, para isso, procede à análise de variações e composições de 
valores de ativo, passivo, receita e despesa, aplicando os índices 
mais comumente utilizados em trabalhos de análise financeira.
Situações verificadas e que demandem uma atenção maior se-
rão investigadas para que se comprovem as causas e talvez condu-
zam a exames minuciosos na realização dos testes. É interessante 
notar que, embora o trabalho de auditoria independente não se 
paute pela detecção de fraudes e erros, se estas ocorrerem, a re-
visão analítica será muito útil para sua descoberta e investigação.
O livro Auditoria contábil: 
teoria e prática trata 
com muita propriedade 
e didática do assunto 
relacionado aos procedi-
mentos de auditoria. Com 
rigor técnico e aprimora-
do, o tema é abordado 
em detalhes da página 
296 à 326. Vale a leitura 
para aprimoramento do 
conceito e das aplicações 
de cada tipo de procedi-
mento de auditoria.
CREPALDI, S. A.; CREPALDI, G. 11. ed. 
São Paulo: Atlas, 2019.
Livro
Principais procedimentos de auditoria 45
3.2 Principais procedimentos 
Vídeo Existem diversos procedimentos substantivos que podem ser apli-
cados nos trabalhos de auditoria, e a escolha daqueles que serão uti-
lizados considera principalmente, entre outros, os seguintes aspectos:
Biw
3d
s/S
hu
tte
rst
oc
k
O objetivo 
da auditoria
O elemento que 
será objeto 
dos testes
O conhecimento 
por parte do 
auditor da 
entidade que 
será auditada
O conhecimento 
da análise