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03/03/2023, 18:15 O papel do governo na sustentabilidade
https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212ge/00257/index.html# 1/34
Objetivos
Módulo 1
O papel do Estado
Descrever o papel do Estado no desenvolvimento sustentável.
Acessar módulo
Módulo 2
As Organizações Multilaterais
Reconhecer as organizações multilaterais e sua importância.
Acessar módulo
Módulo 3
O papel do governo
na sustentabilidade
Prof.ª Lynda Carolina Pavão
Descrição
O papel dos Estados junto às Organizações Multilaterais e o Desenvolvimento Sustentável.
Propósito
Compreender o papel dos Estados e dos Governos junto às Organizações Multilaterais no caminho para o
Desenvolvimento Sustentável, por meio de Acordos Internacionais.
03/03/2023, 18:15 O papel do governo na sustentabilidade
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Os Acordos Internacionais
Identificar os acordos internacionais que buscam o desenvolvimento sustentável.
Acessar módulo
Introdução
A construção de uma sociedade sustentável exige a participação de diversos atores sociais e atuação em diferentes frentes de atuação. Por
exemplo, as pessoas podem reciclar seu lixo, reduzir seu consumo e dar preferência a adquirirem produtos e serviços de empresas sustentáveis. As
empresas podem adotar boas práticas de produção, como filtros para emitir menos poluentes ou a reutilização de produtos anteriormente
descartados durante o processo produtivo.
Um ator fundamental na construção da sustentabilidade é o setor público. Seja através da atuação direta, ou através da regulação do setor privado,
os governos possuem um papel fundamental para que a sociedade seja capaz de alcançar o desenvolvimento sustentável.
Neste tema, estudaremos o papel do Estado, incluindo suas diferentes esferas de atuação, tanto nacionais quanto internacionais. Conheceremos as
organizações multilaterais engajadas no desenvolvimento sustentável e os principais acordos internacionais firmados.
1
O papel do Estado
Ao final deste módulo, você será capaz de descrever o papel do Estado no desenvolvimento sustentável.

03/03/2023, 18:15 O papel do governo na sustentabilidade
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Desenvolvimento sustentável
Objetivos do desenvolvimento sustentável
Para que possamos compreender o papel dos governos na promoção do desenvolvimento sustentável, devemos primeiro entender o que isso
significa.
A�nal, o que é desenvolvimento sustentável?
Em 1983, em uma Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), foi estabelecida uma comissão especial que disponibilizaria um
relatório sobre o meio ambiente e a problemática global para o ano 2000 e posteriores, incluindo estratégias propostas para o desenvolvimento
sustentável.
Essa comissão, posteriormente, adotou o nome Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), ou World Commission on
Environment and Development (WCDE) da qual resultou o documento intitulado Nosso Futuro Comum (Our Common Future), em 1987, conhecido
como Relatório Brundtland, o qual apontava a incompatibilidade entre desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes
no período (STOFFEL; COLOGNESE, 2015).
O Relatório Brundtland apresentou um dos conceitos mais difundidos de desenvolvimento sustentável definindo como:
desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
suprir suas próprias necessidades."
(RELATÓRIO BRUNDTLAND, 1987)
São destacados no relatório, ainda, três componentes fundamentais para o desenvolvimento sustentável:

Proteção ambiental

Crescimento econômico
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
Equidade social
Representaremos esses três componentes como as dimensões da sustentabilidade:
a dimensão econômica,
dimensão social e
dimensão ambiental.
Na prática, a dimensão econômica está inserida na dimensão social e esta, por sua vez, está inserida na dimensão ambiental. Isso porque as
políticas econômicas são adotadas por sociedades, as quais têm suas instituições. Já essas sociedades estão inseridas no meio ambiente, o qual
tem recursos naturais finitos.
Em 1992, a ONU realizou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), no Rio de Janeiro, com 179
países participantes, que ficou conhecida como Rio-92. Os países participantes acordaram e assinaram a Agenda 21 Global, um programa de ação
para promover um novo padrão de desenvolvimento, o chamado desenvolvimento sustentável para o século XXI.
A Agenda 21 conciliou métodos de proteção ambiental, justiça social e e�ciência econômica a �m de construir sociedades
sustentáveis.
Durante os anos 1990, foi realizada uma série de cúpulas multilaterais sobre o desenvolvimento humano, das quais emergiram os Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM), em 2000. Os ODM foram adotados pelos Estados-membros da ONU em 2000 e impulsionaram os países a
enfrentarem os principais desafios sociais no início do século XXI.
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Objetivos do desenvolvimento no milênio
Já em 2012, 193 delegações, além de representantes da sociedade civil, voltariam à cidade do Rio de Janeiro para renovar o compromisso global
com o desenvolvimento sustentável. O objetivo da Rio+20 era avaliar o progresso obtido até então e as lacunas remanescentes na implementação
dos resultados das cúpulas anteriores, abordando novos emergentes desafios.
O foco das discussões da conferência era, principalmente: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável, erradicação da pobreza e
o arcabouço institucional para o desenvolvimento sustentável.
A Declaração Final da Conferência Rio+20 — o documento O Futuro que queremos — reconheceu que a formulação
de metas poderia ser útil para o lançamento de uma ação global coerente e focada no desenvolvimento
sustentável.
Assim, guiou as ações da comunidade internacional nos três anos seguintes e deu início ao processo de consulta global para a construção de um
conjunto de objetivos universais de desenvolvimento sustentável para além de 2015.
Mais recentemente, em 2015, todos os 193 Estados-membros das Nações Unidas concordaram com uma agenda para transformar o mundo em
que vivemos até 2030, um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade, a
Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a qual contém o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, conhecidos como ODS
e 169 metas como desdobramentos destes objetivos.
Atenção!
Os ODS reconhecem que os países ao redor do mundo enfrentam desafios universais que exigem investimento e colaboração de governos,
cidadãos e empresas. Nenhum indivíduo, organização ou país é capaz de atingir os ODS agindo isoladamente e, por isso, é preciso uma
forte colaboração.

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Os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, de acordo com as Nações Unidas Brasil (2015), são os seguintes:
Esses objetivos atingem de forma conjunta as três dimensões da sustentabilidade. Dois objetivos, contudo, tratam da cooperação e das parcerias
entre países e organizações em prol do desenvolvimento sustentável (ODS 16 e 17).
Para compreender melhor o papel dos ODS, podemos classificá-los de acordo com seu direcionamento. Os ODS, assim, podem ser direcionados ao
meio ambiente, à sociedade, à economia e às parcerias. No entanto, vale ressaltar que, mesmo que possamos categorizá-los, os objetivos são
integrados e equilibram as três dimensões do desenvolvimento sustentável.
1. Erradicação da pobreza
Acabar com a pobreza em
todas as suas formas, em
todos os lugares.2. Fome zero e agricultura
sustentável
Acabar com a fome, alcançar
a segurança alimentar e
melhoria da nutrição e
promover a agricultura
sustentável.
3. Saúde e bem-estar
Assegurar uma vida saudável
e promover o bem-estar para
todos, em todas as idades.
4. Educação de qualidade
Assegurar a educação
inclusiva, equitativa e de
qualidade, e promover
oportunidades de
aprendizagem ao longo da
vida para todos.
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ODS e seus direcionamentos.
É importante observar também que cada um desses objetivos se desdobra em metas mais específicas que podem ser encontradas na página das
Nações Unidas.
Princípios básicos da governança para o desenvolvimento sustentável
Para que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável sejam alcançados, os governos devem desempenhar seu papel de acordo com princípios
básicos da governança eficaz para o desenvolvimento sustentável. Sabendo disso, cabe a pergunta: você conhece as iniciativas do governo para
promover o desenvolvimento sustentável na sua cidade?
Quadro das Nações Unidas sobre mudança do clima
Neste vídeo, iremos tratar da evolução histórica do papel dos governos na promoção da sustentabilidade, focando nos acontecimentos da ONU, nos
relatórios internacionais, da Rio+20, dentre outros.

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Em 2 de julho de 2018, o Comitê Econômico e Social da ONU apresentou um conjunto de 11 princípios elaborados pelo Comitê de Peritos em
Administração Pública da ONU (CEPA) e pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU (DESA).
Esses princípios básicos devem contribuir para o desempenho dos governos e ajudar a construir instituições
eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis, com o objetivo de alcançar a Agenda 2030 para o
desenvolvimento sustentável.
Os princípios básicos devem orientar as políticas públicas e as instituições governamentais, considerando as diferentes estruturas de governança,
realidades nacionais, capacidades e níveis de desenvolvimento dos países, respeitando as políticas e prioridades nacionais. Esses princípios
básicos são:
competência;
formulação sólida de políticas;
colaboração;
integridade;
transparência;
supervisão independente;
não exclusão;
não discriminação;
participação;
subsidiariedade;
equidade intergeracional.
Como princípios básicos, eles se aplicam a todas as instituições públicas, incluindo a administração de órgãos executivos e legislativos, os setores
de segurança e justiça, órgãos constitucionais independentes e empresas estatais. Esses princípios podem ser divididos em três categorias:
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Princípios de e�cácia
Apresentamos agora, com mais detalhes, os princípios relacionados à eficácia.
Princípios de responsabilidade
Os três próximos princípios abordam a responsabilidade.
E�cácia
Os três primeiros princípios (competência, formulação sólida de políticas e colaboração) se concentram na eficácia, destinando-se,
especialmente, ao modo como as políticas públicas devem ser elaboradas.
Responsabilidade
Os três princípios seguintes (integridade, transparência e supervisão independente) se concentram na responsabilidade, indicando de
que modo as instituições devem aplicar essas políticas.
Inclusão
Os cinco últimos princípios (não exclusão, não discriminação, participação, subsidiariedade e equidade intergeracional) se
concentram na inclusão, enfatizando a importância destas políticas atenderem a todo o público-alvo.
Competência 
Formulação sólida de políticas 
Colaboração 
Integridade 
Transparência 
Supervisão independente 
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Princípios de inclusão
Por fim, vejamos os cinco princípios que abordam a inclusão.
A partir deste módulo, é possível compreender de que maneira os governos devem atuar em direção ao crescimento sustentável. Com base em
princípios gerais, indicamos a importância dos governos na promoção de políticas públicas eficazes, que sejam adotadas com reponsabilidade e
sejam inclusivas na trajetória para o desenvolvimento sustentável.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Princípios de e�cácia para o desenvolvimento sustentável
Módulo 1 - Vem que eu te explico!
Princípios de responsabilidade para o desenvolvimento sustentável
Não exclusão 
Não discriminação 
Participação 
Subsidiariedade 
Equidade intergeracional 

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Questão 1
Estudamos os princípios básicos da governança eficaz para o desenvolvimento sustentável apresentados pelo Comitê Econômico e Social da
ONU. Um desses onze princípios destaca a importância de instituições de diferentes setores e níveis do governo atuarem conjuntamente, além
de trabalharem junto a atores não governamentais com o mesmo objetivo. Assinale qual dos princípios foi descrito:

Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
A Integridade.
B Não exclusão.
C Equidade intergeracional.
D Colaboração.
E Supervisão independente.
Arnaudo
Destacar
Arnaudo
Máquina de escrever
Parabéns! A alternativa D está correta.
O princípio descrito acima é o da Colaboração. O princípio da Integridade trata da importância da honestidade e justiça na promoção de políticas públicas. Já o princípio da Não exclusão destaca que as políticas públicas devem levar em consideração as necessidades e aspirações de todos os segmentos da sociedade. O princípio da Equidade intergeracional trata do equilíbrio das necessidades de curto prazo da geração atual com as necessidades de longo prazo das gerações futuras, avaliando o impacto do desenvolvimento sustentável. Por fim, o princípio da Supervisão independente trata da promoção da independência das agências reguladoras, acordos para a revisão de decisões administrativas por tribunais ou outros órgãos, auditoria independente e respeito à legalidade.
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Questão 2
Os princípios básicos da governança eficaz para o desenvolvimento sustentável apresentados pelo Comitê Econômico e Social da ONU devem
contribuir para o desempenho dos governos e ajudar a construir instituições que tenham eficácia, responsabilidade e sejam inclusivas. Assinale
qual das opções não é um princípio básico da governança eficaz para o desenvolvimento sustentável apresentado pelo Comitê Econômico e
Social da ONU:
2
As Organizações Multilaterais
Ao final deste módulo você será capaz de reconhecer as organizações multilaterais e sua importância.
Responder
A Formulação sólida de políticas.
B Não discriminação.
C Meritocracia.
D Transparência.
E Não exclusão.
Responder

Arnaudo
Destacar
Arnaudo
Máquina de escrever
Parabéns! A alternativa C está correta.
A meritocracia não é um dos princípios básicos da governança eficaz, responsável e inclusiva para o desenvolvimento sustentável apresentados pelo Comitê Econômico e Social da ONU. Os demais podem ser considerados princípios básicos.
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O papel das organizações multilaterais
No módulo anterior, apresentamos a importância da atuação dos governos para a promoção da sustentabilidade por meio da implementação de
políticas públicas alinhadas aos ODS.
Juntamente aos governos, as organizaçõesmultilaterais, também chamadas de organismos internacionais ou
instituições multilaterais, têm um papel crucial no incentivo ao desenvolvimento sustentável, permitindo que
diferentes países e instituições contribuam conjuntamente para o melhor a todos.
Organizações multilaterais são entidades criadas pelas principais nações do mundo com a finalidade de trabalhar conjuntamente para o
desenvolvimento das diferentes áreas da atividade humana, como a política, economia, saúde e segurança. Essas organizações são constituídas
por meio de acordos e têm como objetivo a permanente cooperação entre seus membros.
Algumas organizações desempenham importante papel na promoção do desenvolvimento sustentável, tais como:
Organização das Nações Unidas (ONU).
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Organização Mundial do Comércio (OMC).
Banco Mundial.
Fundo Monetário Internacional (FMI).
Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Saiba mais
De acordo com Decicino (2013), as organizações multilaterais podem atuar conjuntamente de diferentes maneiras, adotando normas
comuns de comportamento social ou político entre os países-membros, planejando ações comuns, realizando pesquisas conjuntamente e
prestando serviços de cooperação, seja ela econômica, cultural ou médica.

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Papel da ONU
Neste vídeo, iremos apresentar o papel central que a ONU desempenha na promoção da sustentabilidade, ressaltando que quase todas as
organizações multilaterais estão, em certa medida, atreladas a ela.
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE)
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é uma instituição econômica intergovernamental para estimular o
desenvolvimento econômico e o comércio mundial. Ela discute políticas públicas e econômicas, apoiando-se nos princípios da democracia
representativa e nas regras da economia de mercado.
Essa organização tem uma história de envolvimento com os principais processos das Nações Unidas (ONU) sobre desenvolvimento e bem-estar
humano, financiamento para o desenvolvimento, sustentabilidade ambiental e mudanças climáticas.Também contribuiu para moldar a Agenda 2030
e comprometeu-se em utilizar da sua capacidade e experiência para apoiar esta agenda.

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A OCDE afirmou seu compromisso com a Agenda 2030 confirmando a preparação de um plano de ação que estabelece como a organização apoiará
os membros e a comunidade internacional na conquista dos ODS. Foi elaborado um documento, mas reconhecendo que as necessidades e os
interesses dos países evoluirão com o tempo.
Em apoio à Agenda 2030, aos seus 17 objetivos e às suas 169 metas, a OCDE vai:
Atenção!
A responsabilidade pela implementação da Agenda 2030 cabe principalmente aos países e seus governos. A colaboração reforçada com
outras organizações internacionais, incluindo as Nações Unidas, promoverá sinergias e evitará duplicação de esforços (OECD, 2016).

Apoiar os países na identificação de onde estão atualmente em relação aos ODS, onde precisam estar e propor caminhos
sustentáveis com base em evidências.
Reafirmar seu papel como fonte de conhecimento, dados, boas práticas e padrões nos setores econômico, social e nas áreas
ambientais de políticas públicas relevantes para os ODS.
Incentivar políticas melhores e mais coerentes que possam ajudar a entregar os ODS, por meio do uso das principais abordagens da
OCDE, como a avaliação por pares, o monitoramento e elaboração de relatórios estatísticos e o diálogo sobre políticas (OECD, 2016).
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Organização Mundial do Comércio (OMC)
A Organização Mundial do Comércio pode contribuir para alcançarmos a Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável e seus ODS. A OMC
identificou etapas que ajudariam a garantir que o comércio internacional contribua para acelerar o progresso na consecução dos ODS. Essas etapas
são:
1. Integrar o comércio nacional e criar estratégias setoriais para alcançar os ODS.
2. Fortalecer o sistema multilateral de comércio, para que possa continuar apoiando o crescimento inclusivo, o emprego e a redução da pobreza.
3. Continuar reduzindo os custos comerciais por meio da implementação completa do Acordo de Facilitação do Comércio.
4. Desenvolver capacidade do lado da oferta e infraestrutura relacionada ao comércio em países em desenvolvimento.
5. Focar na diversificação das exportações e adição de valor.
6. Melhorar o setor de serviços.
7. Aplicar regras de origem flexíveis e aumentar a utilização de esquemas de preferências.
8. Garantir que medidas não tarifárias não se tornem barreiras ao comércio.
9. Fazer do e-commerce uma força para inclusão.
10. Apoiar as micro, pequenas e médias empresas a se envolverem no comércio internacional.
Mais especificamente, a OMC também destaca como pode atuar diretamente para alguns dos ODS, como vemos abaixo (WORLD TRADE
ORGANIZATION, 2018).
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ODS 1: Erradicação da pobreza
A OMC acredita que iniciativas de política comercial bem planejadas e estrategicamente executadas podem ter um impacto positivo
na redução sustentável da pobreza. A abertura do comércio também pode gerar padrões de vida mais altos por meio de maior
produtividade, aumento da concorrência e mais opções para os consumidores e melhores preços no mercado.
ODS 2: Fome Zero e Agricultura Sustentável
A OMC acredita que, eliminando subsídios que causam distorções nos mercados agrícolas, será possível tornar os mercados mais
justos e competitivos, ajudando os agricultores e consumidores, e, assim, contribuindo para a segurança alimentar.
ODS 3: Boa Saúde e Bem-Estar
Um dos principais objetivos do ODS 3 é garantir o acesso a medicamentos a preços acessíveis para todos. Uma importante emenda
ao Acordo TRIPS da OMC entrou em vigor nos últimos anos. Essa medida facilitará aos países em desenvolvimento um caminho legal
seguro para acessar medicamentos
ODS 5: Igualdade de Gênero
A OMC defende que o comércio pode criar oportunidades para o emprego e o desenvolvimento econômico das mulheres. Por meio do
comércio, as oportunidades de emprego para as mulheres aumentaram significativamente. Os empregos nos setores de exportação
também tendem a dispor de melhores salários e condições. Os setores de exportação são um importante fornecedor de emprego
para mulheres nos países em desenvolvimento.
ODS 8: Trabalho Decente e Crescimento Econômico
O crescimento econômico inclusivo liderado pelo comércio aprimora a capacidade de geração de renda de um país, que é um dos pré-
requisitos para alcançar o desenvolvimento sustentável. A iniciativa de Ajuda ao Comércio da OMC pode fazer uma grande diferença
na suplementação de esforços domésticos na construção de capacidade comercial.
ODS 9: Indústria, Inovação e Infraestrutura
O comércio produz ganhos dinâmicos na economia, aumentando a concorrência e a transferência de tecnologia, conhecimento e
inovação. Os mercados abertos foram identificados como um determinante essencial do comércio e do investimento entre países em
desenvolvimento e desenvolvidos, permitindo a transferência de tecnologias que resultam em industrialização e desenvolvimento,
ajudando a alcançar o ODS 9.
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Banco Mundial
Também chamado de Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD), O Banco Mundial é uma agência especializada
independente do Sistema das Nações Unidas. O BancoMundial é a maior fonte global de assistência para o desenvolvimento, proporcionando cerca
de US$60 bilhões anuais em empréstimos e doações aos 187 países-membros.
ODS 10: Desigualdades reduzidas
No nível global, mudanças nos padrões de desenvolvimento estão transformando as perspectivas das pessoas mais pobres do
mundo, diminuindo a desigualdade entre os países. As regras da OMC tentam reduzir o impacto das desigualdades existentes por
meio do princípio de tratamento especial e diferenciado para os países em desenvolvimento.
ODS 14: Vida Debaixo d’Água
A OMC desempenha um papel importante no apoio aos esforços globais, regionais e locais para combater a degradação ambiental de
nossos oceanos no âmbito do ODS 14. A decisão sobre subsídios à pesca adotada pelos membros da OMC em dezembro de 2017 é
um avanço nos esforços multilaterais para cumprir o objetivo 14, comprometendo os membros a proibir subsídios que contribuam
para a sobrecapacidade e a sobrepesca, e para eliminar subsídios que contribuam para a pesca ilegal, não declarada e não
regulamentada, com tratamento especial e diferenciado para os países em desenvolvimento e menos desenvolvidos.
ODS 17: Parcerias para os objetivos
O ODS 17 reconhece o comércio como um meio de implementação da Agenda 2030. Esse objetivo exige que os países promovam um
sistema comercial multilateral universal, baseado em regras, aberto, não discriminatório e equitativo; o aumento das exportações dos
países em desenvolvimento, a duplicação da participação das exportações dos países menos desenvolvidos e a implementação de
acesso ao mercado com isenção de direitos e sem cota para os países menos avançados, com regras de origem transparentes e
simples para mercadorias exportadas. A OMC é o principal canal para alcançar esses objetivos.
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Atua como uma cooperativa de países, que disponibiliza seus recursos financeiros, o seu pessoal altamente treinado e a sua ampla base de
conhecimentos para apoiar os esforços das nações em desenvolvimento para atingir um crescimento duradouro, sustentável e equitativo. O objetivo
principal é a redução da pobreza e das desigualdades.
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O Banco Mundial lançou uma nova plataforma interativa que fornece ao público uma visão ampla dos avanços e indicadores relacionados a cada
um dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). A plataforma se chama Atlas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e traz
mais de 180 mapas e gráficos, distribuídos de acordo com as metas de cada ODS, indicando o panorama do desenvolvimento e da qualidade de
vida da população global. A ferramenta se baseia no World Development Indicators (Indicadores de Desenvolvimento Global), um banco de dados
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com mais de 1400 indicadores de mais de 220 economias, algumas delas com dados que podem ser comparados em uma linha histórica de 50
anos (WORLD BANK GROUP, 2018).
Fundo Monetário Internacional (FMI)
O Fundo Monetário Internacional (FMI) é uma agência especializada das Nações Unidas que foi concebida na conferência de Bretton Woods, New
Hampshire, Estados Unidos, em julho de 1944.
O FMI trabalha para promover a cooperação monetária global, garantir a estabilidade financeira, facilitar o comércio
internacional, promover o alto nível de emprego e o crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza em
todo o mundo.
O FMI está envolvido com os ODS quando eles afetam a estabilidade econômica e o crescimento sustentável e inclusivo. A agência categoriza os
objetivos da Agenda 2030 em:
Organização Internacional do Trabalho (OIT)
Única agência tripartida da ONU, desde 1919, a OIT reúne governos, empregadores e trabalhadores de 187 Estados-membros para estabelecer
padrões de trabalho, desenvolver políticas e elaborar programas que promovam trabalho decente para todas as mulheres e homens.
Pessoas 
Prosperidade 
Planeta 
Paz 
Parcerias 
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Formalizado pela OIT em 1999, o conceito de trabalho decente sintetiza a sua missão histórica de promover oportunidades para que homens e
mulheres obtenham um trabalho produtivo e de qualidade, em condições de liberdade, equidade, segurança e dignidade humanas, sendo
considerado condição fundamental para a superação da pobreza, a redução das desigualdades sociais, a garantia da governabilidade democrática e
o desenvolvimento sustentável.
Os principais aspectos de trabalho decente também foram amplamente incluídos nas metas de muitos dos outros ODS da Agenda 2030 de
Desenvolvimento Sustentável (ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO, 2015).
O trabalho decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos estratégicos da OIT:
Respeito aos direitos no trabalho, especialmente àqueles definidos como fundamentais (liberdade sindical, direito de negociação coletiva,
eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego e ocupação e erradicação de todas as formas de trabalho forçado e
trabalho infantil).
Promoção do emprego produtivo e de qualidade.
Ampliação da proteção social.
Fortalecimento do diálogo social.
Assim, apresentamos algumas das principais organizações multilaterais. Elas desempenham diferentes papéis, mas contribuem conjuntamente
para o Desenvolvimento Sustentável.
Saiba mais
Trata-se de um conceito central para o alcance dos ODS definidos pelas Nações Unidas, em especial o ODS 8, que busca “promover o
crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos”.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
Organização para cooperação e desenvolvimento econômico
Módulo 2 - Vem que eu te explico!
FMI
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Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingir seus objetivos.
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Questão 1
Diferentes organizações multilaterais demonstraram apoio à Agenda 2030 e aos seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Com
relação à Organização Mundial do Comércio (OMC), assinale qual ODS não está no escopo de objetivos da OMC:
Questão 2
Foram apresentadas diferentes organizações multilaterais neste módulo. Entre elas, uma se destaca pelo papel na promoção de trabalho
decente para todos os homens e mulheres, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Assinale como se intitula essa organização:
A ODS 3: Boa Saúde e Bem-Estar
B ODS 4: Educação de qualidade.
C ODS 8: Trabaho Decente e Crescimento Econôminco.
D ODS 17: Parcerias para os objetivos.
E ODS 9: Indústria, Inovação e Infraestrutura.
Responder
A Organização Mundial do Comércio.
B Central Única dos Trabalhadores.
C Organização Internacional do Trabalho.
D Fundo Monetário Internacional.
Arnaudo
Destacar
Arnaudo
Destacar
Arnaudo
Máquina de escrever
Parabéns! A alternativa B está correta.
A Organização Mundial do Comércio vem atuando em diversas frentes para contribuir para o alcance dos ODS. No entanto, não desempenha um papel declarado no objetivo 4.
Arnaudo
Máquina de escrever
Parabéns! A alternativa C está correta.
A Organização Internacional do Trabalho desempenha um papel de promover trabalho decente a todos, independentemente de gênero.
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3
Os Acordos Internacionais
Ao final deste módulo você será capaz de identificar os acordos internacionais que buscam o desenvolvimento sustentável.
Acordo internacional
Como vimos, os ODS superam fronteiras de países e, portanto, são debatidos por organizações multilaterais. Apresentaremos, então, os acordos
internacionais que estão relacionados ao desenvolvimento sustentável nas últimas décadas.
Acordo internacional é um documento pelo qual um Estado ou uma organização internacional assume obrigações e
adquire direitos perante outros no âmbito do direito internacional, servindo para estabelecer uma parceria em áreas
específicas.
E Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento.
Responder
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Esses acordos, segundo o Ministério das Relações Exteriores (2020), são comumente denominados “tratados”, “convenções” ou, mesmo, “acordos”
e criam um compromisso jurídico, podendo servir para apontar possíveis formas de cooperação futura.
Os acordos internacionais que serão apresentados neste módulo demonstram a preocupação crescente com a sustentabilidade e, por meio deles,
podemos compreender melhor quais iniciativas já foram tomadas em diferentes dimensões da sustentabilidade, sejam elas econômicas, sociais
sejam ambientais.
Podemos dividir esses acordos em três categorias:
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As conferências e declarações internacionais diretamente focadas no desenvolvimento sustentável.
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Os documentos internacionais que tratam de aspectos relevantes da sustentabilidade.

Os instrumentos internacionais que, embora tenham por objetivo tratar de outros assuntos, mencionam expressamente o compromisso
com o desenvolvimento sustentável.
Conferências internacionais
Na primeira categoria, destacam-se as grandes conferências internacionais realizadas pela ONU para cuidar do tema, cujas declarações finais
muitas vezes elencam princípios e reafirmam que o desenvolvimento sustentável é um objetivo que os países devem seguir.
Nessa categoria, destaca-se a Declaração da Conferência de Estocolmo de 1972, que estabeleceu a obrigação de
assegurar que o desenvolvimento seja compatível com a necessidade de proteger e melhorar o meio ambiente para
benefício da população.
Ademais, pode-se destacar também a Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, apresentada na conferência que ficou conhecida
como Rio-92, a qual defendia que as necessidades de desenvolvimento e ambientais das gerações presentes e futuras deveriam ser identificadas de
forma equilibrada.
É importante observar que a Rio-92 gerou outros importantes instrumentos internacionais, entre eles a
Agenda 21 e a Convenção do Clima.
Vale notar que a Convenção do Clima provocou sucessivas declarações por parte dos Estados, reforçando seu comprometimento com o
desenvolvimento sustentável nas Conferências Anuais das Partes (COPs). Isso pode ser observado na COP-3, a qual deu origem ao Protocolo de
Kyoto de 1997.
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Para além dos acordos já citados, nesta categoria também estão a declaração resultante da Conferência de Johanesburgo sobre Desenvolvimento
Sustentável de 2002, na qual um de seus itens prevê que o desenvolvimento sustentável é um objetivo comum dos países participantes.
Além disso, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável de 2012, que ficou conhecida como Rio+20 e foi intitulada “O
Futuro que Queremos”, renovou a obrigação de garantir um futuro econômico, social e ambientalmente sustentável para nosso planeta e para as
gerações presentes e futuras.
Ademais, vale destacar nessa categoria o Acordo Climático de Paris, de 2015. Assinado por 195 dos países na 21ª Conferência das Partes (COP21),
o acordo foi um marco da crescente preocupação com as mudanças climáticas.
O Acordo de Paris foi aprovado a fim de reduzir emissões de gases de efeito estufa (GEE) no contexto do desenvolvimento sustentável. O
compromisso ocorre no sentido de manter o aumento da temperatura média global bem abaixo dos 2°C acima dos níveis pré-industriais e buscar
esforços para limitar o aumento da temperatura a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais, reconhecendo que isso reduziria significativamente os
riscos e impactos das mudanças climáticas (Conferência das Partes, 2015).
Saiba mais
O Protocolo de Kyoto foi de grande relevância, enfatizando a importância da redução de emissões de gases de efeito estufa. Anos depois,
na COP-15 (Acordo de Copenhague de 2009) e na COP-16 (Acordo de Cancún de 2010), esse compromisso também foi citado.
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O papel dos governos na sustentabilidade
Neste vídeo, iremos nos aprofundar no Acordo de Paris, falaremos sobre os principais objetivos traçados e os desafios a serem enfrentados.
Abordaremos também o foco para as metas brasileiras.
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Acordos e tratados internacionais
Uma segunda categoria é a dos acordos que abordam aspectos significativos da sustentabilidade, identificando problemas globais que dependem
da cooperação internacional para serem tratados de forma efetiva. Entre esses temas, destacam-se:
A defesa dos direitos humanos e a melhoria na qualidade de vida.
A garantia de condições satisfatórias de trabalho.
O uso racional dos recursos naturais.
A defesa da ética e da transparência e a condenação da corrupção.
A preservação de diferentes ecossistemas.
O controle de diversos tipos de poluição.
Fazem parte dessa categoria os seguintes acordos:
A Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948.
O Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966.
A Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar de 1982.
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Existem diversos outros instrumentos internacionais que mostram como a sustentabilidade, em suas mais diversas vertentes, é um valor presente
na comunidade internacional nos últimos anos.
Por fim, apresentamos uma terceira categoria, na qual os instrumentos se direcionam a assuntos diversos que, em princípio, não estão relacionados
à sustentabilidade, mas nos quais se assume claro compromisso com o desenvolvimento sustentável. Isso ocorre, por exemplo, nos acordos
multilaterais, plurilaterais ou bilaterais de livre-comércio.
Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Declaração da conferencia de estocolmo
A Declaração da OIT sobre os Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho de 1998.
A Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção de 2005.
O Protocolo de Montreal sobre as Substâncias que Prejudicam a Camada de Ozônio de 1987.
A Convenção de Roterdã sobre o Procedimento de Consentimento Prévio Informado Aplicado a Certos Agrotóxicos e Substâncias
Químicas Perigosas de 1998.
Atenção!
Os documentos mais recentes fazem questão de, além de tratar dos assuntos específicos para os quais foram criados, afirmar
explicitamente a necessidade de se alcançar um desenvolvimento sustentável.
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Módulo 3 - Vem que eu te explico!
Acordos de sustentabilidade
Questão 1
O Acordo de Paris, redigido em 2015, foi assinado por 195 dos países na 21ª Conferência das Partes (COP21). Assinale a alternativa que indica
o objetivo principal do Acordo de Paris:
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Vamos praticar alguns conceitos?
Falta pouco para atingirseus objetivos.
A Permitir acesso à saúde pública e universal de qualidade.
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Questão 2
Assinale qual acordo não está relacionado à busca pelo desenvolvimento sustentável:
B Reduzir a poluição das bacias aéreas.
C Limitar o aumento da temperatura global.
D Promover o livre-comércio entre nações.
E Erradicar todas as formas de trabalho forçado e trabalho infantil.
Responder
A Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.
B Declaração da Conferência de Estocolmo, de 1972.
C Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção.
D Tratado de Madrid.
E Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar, de 1982.
Responder

Arnaudo
Destacar
Arnaudo
Destacar
Arnaudo
Máquina de escrever
Parabéns! A alternativa D está correta.
O Tratado de Madrid foi firmado no século XVIII entre os reis de Portugal e Espanha, não tendo qualquer relação com o Desenvolvimento Sustentável. Já a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, a Declaração da Conferência de Estocolmo de 1972, a Convenção das Nações Unidas Contra a Corrupção e a Convenção das Nações Unidas sobre Direito do Mar de 1982 estão de acordo com a busca pelo desenvolvimento sustentável.
Arnaudo
Máquina de escrever
Parabéns! A alternativa C está correta.
O objetivo principal do Acordo de Paris é, por meio da redução das emissões de gases de efeito estufa, limitar o aumento da temperatura média global nos próximos quinquênios
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Considerações �nais
O desenvolvimento sustentável é cada vez mais urgente. Meio ambiente, sociedade e economia devem andar lado a lado para a promoção de um
mundo mais equitativo, justo e responsável.
A responsabilidade do desenvolvimento sustentável recai sobre todas as nações, que contribuem em conjunto para a degradação ou conservação
do meio ambiente. Com isso, é fundamental entendermos o papel que os governos desempenham.
Ademais, é importante que tenhamos compreendido que esse tema exige cooperação internacional, de modo que acordos e organismos
multilaterais contribuam para a definição e o atingimento de metas sustentáveis.
Podcast
Vamos discutir agora algumas questões sobre o papel do estado, e em especial das organizações multilaterais, para um desenvolvimento
sustentável.
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Referências
AGÊNCIA ENVOLVERDE JORNALISMO. O Direito Internacional da Sustentabilidade, 2015.
ANNETT, T.; LANE, C. Cinco coisas que você precisa saber sobre o FMI e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. International Monetary
Fund, 2 ago. 2018.
BOUCKAERT, G.; CHAWDHRY, U.; FRASER-MOLEKETI, G.; MEULEMAN, L.; PIZANI, M. Effective Governance for Sustainable Development: 11
Principles to Put in Practice. International Institute for Sustainable Development, 7 ago. 2018.
BRANCO, P. Chegou a Hora de Revisitar o Triple Bottom Line. Página 22, 12 abr. 2012.
BRASIL. Ministério das Relações Exteriores. Tratados internacionais. Itamaraty. Brasília, DF: 2020. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Acordo de Paris. MMA. Brasília, DF: 2017. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.
BRUNDTLAND, G.; KHALID, M.; AGNELLI, S; AL-ATHEL, S.; CHIDZERO, B.; FADIKA, L et al. Our common future: the World commission on environment
and development. Oxford University Press, 1987.
CONFERÊNCIA DAS PARTES. Adoção do Acordo Paris. Nações unidas, 2015. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.
DECICINO, R. Organizações internacionais: conheça as principais instituições multilaterais. Geografia Uol, 11 out. 2013.
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NAÇÕES UNIDAS BRASIL, 2015. Momento de ação global para as pessoas e o planeta. Nações Unidas Brasil. Consultado na internet em: 16 jul.
2020.
ODM BRASIL. Os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, 2000. Nações Unidas Brasil. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.
OECD. Better policies for 2030: An OECD Action Plan on the Sustainable Development Goals, 2016. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.
Organização Internacional do Trabalho. Trabalho decente. Consultado na internet em: 16 jul. 2020.
STOFFEL, J.; COLOGNESE, S. O desenvolvimento sustentável sob a ótica da sustentabilidade multidimensional. Rev. FAE, v. 18, n. 2, p. 18 – 37,
2015.
WORLD BANK GROUP. Atlas of Sustainable Development Goals from World Development Indicators, 2018. The World Bank. Consultado na internet
em: 21 jul. 2020.
WORLD TRADE ORGANIZATION. Mainstreaming Trade to Attain the Sustainable Development Goals, 2018. Consultado na internet em: 21 jul. 2020.
Explore +
Para saber mais sobre os assuntos estudados, leia:
The Atlas of Sustainable Development Goals 2018. Plataforma interativa lançada pelo Banco Mundial para observar avanços nos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável. Ela permite que o público tenha uma visão ampla dos avanços e indicadores relacionados a cada um dos 17
Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
O World Commission on Environment and Development: Our common future da ONU, também conhecido como Relatório Brundtland.
Declaração final da conferência das Nações Unidas sobre desenvolvimento sustentável (RIO + 20). Disponível no site do Ministério do Meio
Ambiente.
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03/03/2023, 23:00 Responsabilidade social nas organizações
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Responsabilidade social nas organizações
Prof.ª Ana Carolina Ramos Cordeiro
Descrição
A evolução da Responsabilidade Social nas Organizações e seu impacto no desenvolvimento sustentável.
Propósito
Apresentar o crescente debate sobre responsabilidade social nas organizações, bem como sua relação com o desenvolvimento sustentável.
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Objetivos
Módulo 1
Desenvolvimento sustentável
Descrever a evolução da responsabilidade social empresarial no contexto do desenvolvimento sustentável.
Módulo 2
Benefícios corporativos
Reconhecer a importância da responsabilidade social corporativa no futuro das organizações.
Introdução
A responsabilidade social empresarial é uma pauta que vem sendo cada vez mais debatida. Diferentes visões e transformações sociais, como a
maior preocupação com questões ambientais e sociais, fizeram com que a pauta se expandisse, abrigasse novos tópicos e se consolidasse.
Junto à responsabilidade social empresarial, há todo o debate sobre o desenvolvimento sustentável. Dessa forma, apresentaremos a estreita
relação entre esses conceitos ao longo do primeiro módulo.
Em um segundo momento, traremos para o centro de nosso debate a responsabilidade social corporativa, tendo em vista o futuro das organizações.
Ressaltaremos os diferentes aspectos desse conceito e de que maneira ele pode afetar as práticas das organizações, de modo a garantir um
desenvolvimento sustentável e responsável.
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03/03/2023, 23:00 Responsabilidade social nas organizações
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1 - Desenvolvimento sustentável
Ao �nal deste módulo, você será capaz de descrever a evolução da responsabilidade social empresarial no contexto do
desenvolvimento sustentável.
Evolução da responsabilidade social empresarial
Nas últimas décadas, o desenvolvimento sustentável vem sendo bastante debatido. Entre as pautas em evidência nesta temática, destacamos a
importância de uma atuação responsável por parte das empresas, que exercem um papel de influência na sociedade e são decisivas para que
tenhamos comunidades mais sustentáveis.
A fim de discutir sobre a relevância daresponsabilidade social nas organizações, precisamos entender tal conceito. Para isso, começaremos o
estudo a partir da evolução deste debate ao longo das décadas.
A discussão sobre responsabilidade social das empresas – também chamada de responsabilidade social coorporativa (RSC) – vem ganhando
relevância junto à discussão sobre desenvolvimento sustentável, o qual também será abordado neste módulo.
Diferentes visões sobre responsabilidade social empresarial
Do início até meados do século XX, a responsabilidade social empresarial (RSE) estava associada apenas à obrigação de produzir bens e serviços,
gerar lucros, criar empregos e fornecer segurança no ambiente de trabalho. Neste período, a literatura relatava certa preocupação com a ética
pessoal na condução dos negócios, focando nos dilemas morais dos executivos.
Desse modo, tratava-se de promover a aplicação dos princípios éticos tradicionais nas empresas, tais como confiança, honestidade, integridade e
senso de justiça. Percebemos, então, que a responsabilidade ética tinha como foco o indivíduo – neste caso, os gestores das empresas –, e não a
empresa como um todo (KREITLON, 2004).
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Comentário
Bowen (1953) foi o primeiro a tentar teorizar a relação entre corporações e sociedade. O pesquisador norte-americano considerava as empresas
como importantes centros de poder e de influência sobre o meio em que estivessem inseridas. Caberia aos denominados “homens de negócio”
assumir posturas éticas condizentes com os valores morais e as expectativas da sociedade.
Embora Bowen (1953) tenha tratado o tema de forma singular, ele faz referências ao “homem de negócios”, assim como a literatura dos anos 1950
sobre responsabilidade social corporativa de modo geral. Nas décadas seguintes, a RSC passa a ser conferida às empresas, a partir da transição da
racionalidade do indivíduo para a racionalidade da organização (CARMO, 2015).
A partir da década de 1970, surgiram novos estudos relativos à responsabilidade social empresarial.
A discussão da época se dividia em duas principais correntes que serão explicadas ao longo do conteúdo:
Primeira corrente
Defendia a primazia dos interesses dos acionistas como objetivo final das organizações.
Segunda corrente
Considerava que as empresas deveriam identificar e incorporar as expectativas e necessidades de todos os grupos de interesse das
organizações.
A evolução do pensamento dos stockholders e stakeholders
Assista ao vídeo e entenda a visão geral e histórica sobre a evolução do pensamento de stockholders e stakeholders.
Vejamos, a seguir, os esquemas de representação da responsabilidade social empresarial, de acordo com as duas visões apresentadas:
Neste esquema, a empresa está vinculada aos stockholders (sócios e acionistas), e deve priorizá-los, mantendo a busca por maximização
dos retornos financeiros.
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Visão dos stockholders 
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Neste esquema, apresenta-se a RSE pela visão dos stakeholders. Assim, a empresa está ligada aos stockholders, mas também a outros
atores da sociedade em que está inserida, como gestores, credores, fornecedores, funcionários, clientes, comunidade local e governo. Nessa
visão, a ideia básica da RSC é que empresas e sociedade são entidades interligadas, e não distintas.
Podemos observar algumas das relações apresentadas:
Visão dos stakeholders 
Funcionários
Têm seus empregos e esperam salários e benefícios em troca de seu trabalho. Os fornecedores ofertam o suprimento de matérias-
primas, contribuindo para a determinação da qualidade e do preço final dos produtos.
Organização
É cliente de seu fornecedor e também seu stakeholder.
Consumidores
Trocam recursos com a organização, recebendo produtos ou serviços e fornecendo recursos monetários.
Comunidade local
Garante à organização o direito de construir instalações em troca de taxas e contribuições, e a organização deve atentar-se para
atenuar ou não gerar externalidades negativas (MACHADO FILHO, 2006).
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xternalidades
Conceito econômico que trata de custos ou benefícios que a atividade de um agente econômico (como consumidor ou firma) imputa a um terceiro
involuntariamente. O exemplo comum é o custo que um fumante imputa a um não fumante quando estão em um mesmo ambiente (comunidade),
como poluição do ar.
Conclui-se, então, que a corrente da visão dos stakeholders se baseia na ideia de que o saldo final da atividade de determinada organização
empresarial deve levar em consideração os retornos que otimizam os resultados de todos os stakeholders envolvidos, e não apenas os resultados
dos acionistas.
Jensen (2000) propôs um novo foco baseado na convergência das visões de stockholders e stakeholders, sendo denominado enlightened
stakeholder theory. Neste, as empresas devem ter objetivos claros de criação de valor – parâmetro básico que deve guiar as ações dos gestores.
Dessa maneira, o objetivo clássico final da empresa de obter lucros continua vigente.
Contudo, para atender a esse propósito, a empresa leva cada vez mais em consideração a preocupação com o conjunto de stakeholders. Assim,
essa contribuição teórica traz pontos de convergência das correntes anteriormente expostas (MACHADO FILHO, 2006).
Responsabilidade social empresarial e busca pelo desenvolvimento
sustentável
Junto ao avanço do debate sobre a responsabilidade social empresarial, a problemática ambiental também ganhava força e foi tema de
conferências internacionais.
Entre estas, destacamos a Conferência de Estocolmo de 1972, que estabeleceu uma declaração, assegurando que o desenvolvimento fosse
compatível com a necessidade de proteger e melhorando o meio ambiente para benefício da população. Assim, uma de suas principais
contribuições foi reconhecer a dimensão ambiental como uma das condicionantes do crescimento econômico.
Comentário
Eventos como a Conferência de Estocolmo aproximaram o conteúdo da responsabilidade social empresarial das questões ambientais, razão pela
qual as abordagens atuais sobre RSE trazem a questão ambiental como um dos temas tratados na gestão organizacional. Afinal, foram
evidenciados aspectos prejudiciais da atividade empresarial sobre a qualidade do ambiente, tanto no contexto interno quanto externo à organização.
Desse modo, intensificou-se a pressão social para que as empresas não permanecessem mais inertes aos problemas socioambientais provocados
por suas atividades e respondessem aos que se sentissem prejudicados (CARMO, 2015).
Para que possamos compreender o papel da responsabilidade social corporativa na busca pelo desenvolvimento sustentável, vejamos como este
último pode ser definido.
Entre muitas definições, é comumente utilizado o conceito de desenvolvimento sustentável apresentado no Relatório Brundtland.
Em 1983, em uma assembleia geral da Organização das Nações Unidas (ONU), foi estabelecida uma comissão especial que disponibilizaria um
relatório sobre o meio ambiente e a problemática global para o ano 2000 e anos posteriores, incluindo estratégias propostas para o
desenvolvimento sustentável.
Essa comissão foi nomeada como Comissão Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD) e dela resultou o documento intitulado
Nosso Futuro Comum (1987), conhecido como Relatório Brundtland – visto que a CMMAD era presidida pela então primeira-ministra da Noruega,
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Gro Harlem Brundtland.
Esse relatório apresentou uma das definições mais difundidas sobre desenvolvimento sustentável:
[...] o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes,sem comprometer a capacidade das gerações
futuras de suprir suas próprias necessidades.
(BRUNDTLAND, 1987)
São destacados ainda três componentes fundamentais para o desenvolvimento sustentável:

Proteção ambiental

Crescimento econômico

Equidade social
Esses três componentes podem ser apresentados como as dimensões da sustentabilidade: econômica, social e ambiental.
Entre as várias definições de responsabilidade social empresarial que hoje buscam se estabelecer como gerais e consensuais, podemos citar a
formulada pelo Banco Mundial, ao aconselhar governos de países em desenvolvimento sobre o papel das políticas públicas no estímulo à RSE:
RSE é o compromisso empresarial de contribuir para o desenvolvimento econômico sustentável, trabalhando
em conjunto com os empregados, suas famílias, a comunidade local e a sociedade em geral para melhorar sua
qualidade de vida, de maneira que sejam boas tanto para as empresas quanto para o desenvolvimento.
(BANCO MUNDIAL, 2002)
A fim de entendermos o papel das empresas na contribuição para o desenvolvimento sustentável hoje, vejamos os objetivos estabelecidos
recentemente.
Em 2015, os 193 Estados-membros das Nações Unidas concordaram em um plano de ação para erradicar a pobreza, proteger o planeta e garantir
que as pessoas alcancem a paz e a prosperidade. O plano ficou conhecido como a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a qual contém
o conjunto de 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e 169 metas como desdobramentos desses objetivos.
Os ODS reconhecem que os países ao redor do mundo enfrentam desafios universais que exigem investimento e colaboração de governos,
cidadãos e empresas. Nenhum indivíduo, nenhuma organização e nenhum país é capaz de atingir os ODS agindo isoladamente. Por isso, é preciso
uma forte colaboração nesse sentido.
Assim, a conduta social das empresas deve levar em consideração tais objetivos. São eles:
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Governos, empresas privadas e sociedade civil devem contribuir conjuntamente para que se possa caminhar em direção ao desenvolvimento
sustentável. Dessa forma, com as diferentes esferas da sociedade agindo de maneira integrada, os resultados podem ser mais significativos.
Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
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Questão 1
Estudamos a evolução da responsabilidade social empresarial e suas diferentes correntes. Sobre a visão dos stakeholders, podemos afirmar
que:
Parabéns! A alternativa A está correta.
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Questão 2
Friedman (1970) afirmava que a responsabilidade social empresarial:
Parabéns! A alternativa B está correta.
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A
os gestores têm a atribuição ética de respeitar os direitos de todos os agentes afetados pela empresa e promover seu bem-
estar.
B os gestores devem preocupar-se exclusivamente com o interesse dos acionistas.
C os gestores devem priorizar as questões ambientais na tomada de decisão.
D
os gestores devem preocupar-se, especialmente, com os funcionários da empresa, visto que eles têm um papel fundamental
para seu bom funcionamento.
E os gestores devem priorizar as questões econômicas na tomada de decisão.
A deve levar em consideração o interesse de todos os agentes envolvidos e afetados pela empresa.
B consiste em aumentar os próprios lucros da empresa.
C não deveria ser promovida.
D ressalta a necessidade de acompanhamento, por parte das empresas, das metas para o desenvolvimento sustentável.
E consiste na adoção de práticas empresariais que visam à equidade social.
Arnaudo
Máquina de escrever
Parabéns! A alternativa A está correta.
A corrente baseada na visão dos stakeholders defende que as atividades empresariais estão inseridas nas sociedades. Portanto, os gestores têm o dever de respeitar e promover todos os afetados pela empresa, como funcionários, fornecedores, clientes, consumidores, investidores, comunidades, governos etc
Arnaudo
Máquina de escrever
Parabéns! A alternativa B está correta.
Para Friedman (1970), os gestores deveriam atuar somente com o objetivo de aumentar os lucros dos acionistas e cotistas da empresa, não se responsabilizando por outros agentes afetados por ela.
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2 - Benefícios corporativos
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a importância da responsabilidade social corporativa no futuro das
organizações.
Responsabilidade social corporativa
No módulo anterior, vimos a evolução do conceito de responsabilidade social empresarial, o qual ganhou importância e entrou nas organizações
como forma de conduzir os negócios.
Hoje, a responsabilidade social corporativa deve ser vista como prática para gerenciar a empresa como um todo, de maneira integrada a seu
processo produtivo e à gestão, e não como atitude tomada de modo desarticulado. Assim, a empresa passou a levar em consideração a questão
social na sua organização.
Diferentes aspectos da responsabilidade social corporativa
A estratégia da empresa deve levar em consideração os impactos do negócio em toda sua rede de relacionamentos, como sócios e acionistas,
funcionários, fornecedores, consumidores, comunidade e governo.
O conceito de responsabilidade social seria, então, uma forma de gestão da empresa, que vai além dos compromissos legais e compulsórios
relacionados à legislação trabalhista, tributária, ambiental ou social, e da postura de fazer caridade ou filantropia. Esse conceito estaria dentro de
sua estratégia de sustentabilidade de longo prazo, que permitiria obter lucros.
Além disso, a empresa deveria fornecer devido tratamento às consequências de sua atividade, destinando parte da riqueza adicional produzida ao
desenvolvimento de comunidades vinculadas, direta ou indiretamente, a seus objetivos de negócio (QUILICI, 2006). Ainda que demande recursos, a
prática da responsabilidade social corporativa não deve ser vista como um custo adicional, pois também é uma forma de obter ganhos concretos.
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anhos concretos
Como exemplos desses ganhos, podemos citar:
Criação de um bom clima organizacional;
Estímulos internos para inovações nos processos produtivos;
Melhoria da visão por parte da comunidade em que a empresa está inserida.
Atenção!
Muitas vezes, confundimos responsabilidade social com ações sociais de cunho filantrópico. Isso distorce a essência do que se espera de uma
conduta socialmente responsável das empresas.
Embora não exista uma definição unânime aceita para o termo responsabilidade social corporativa, de acordo com o business for social
responsibility (BSR), a expressão se refere às decisões de negócios tomadas com base em valores éticos que incorporem as dimensões legais, o
respeito pelas pessoas, pelas comunidades e pelo meio ambiente.
O BSR sustenta que o conceito de empresa socialmente responsável se aplicará àquelas que atuem no ambiente de negócios, de forma que atinjam
ou excedam as expectativas éticas, leais e comerciais do ambiente social no qual estão inseridas (MACHADO FILHO, 2006).
Carroll (1979) propõe uma abordagem na qual a responsabilidade social seria subdividida em quatro dimensões. São elas:
Responsabilidade econômica
Envolve as obrigações da empresa em ser produtivae rentável. Antes de tudo, a organização é a unidade econômica básica de nossa sociedade.
Assim, a responsabilidade social da empresa é econômica por natureza.
Responsabilidade legal
Corresponde às expectativas, por parte da sociedade, de que as empresas cumpram suas obrigações de acordo com o arcabouço legal existente
naquela localidade.
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Responsabilidade ética
Refere-se às empresas que, dentro do contexto em que se inserem, tenham um comportamento apropriado de acordo com as expectativas
existentes entre os agentes da sociedade.
Responsabilidade discricionária ou �lantrópica
Reflete o desejo comum de que as empresas estejam ativamente envolvidas na melhoria do ambiente social. Esta dimensão atua, portanto, além
das funções básicas tradicionalmente esperadas da atividade empresarial e pode ser considerada uma extensão da dimensão ética.
Vejamos a pirâmide que apresenta as subdivisões da responsabilidade social:
Dimensões da responsabilidade social.
Apesar de podermos apresentar a responsabilidade em quatro subdivisões, essas dimensões revelam linhas tênues de segmentação que estão,
muitas vezes, sobrepostas (MACHADO FILHO, 2006).
Quando tratamos da responsabilidade social, devemos abordar a Norma ISO 26000, que determina diretrizes nessa área. Criada em 1º de novembro
de 2010, em Genebra, esta foi a primeira norma internacional de responsabilidade social organizacional.
SO
Organização Internacional de Normalização, cujo objetivo é criar normas que promovam boas práticas de gestão nas empresas.
A ISO 26000 é uma norma de diretrizes que funciona como um guia de promoção de boas práticas de gestão nas
empresas, sem o propósito de certificação. Pode ser aplicada a todos os tipos e portes de organizações (pequenas,
médias e grandes) e de todos os setores (governo, organizações não governamentais e empresas privadas).
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De acordo com a Norma ISO 26000, a responsabilidade social é a responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e
atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente.
Esse comportamento ético e transparente deve (BRASIL, 2020):
A ISO 26000 destaca, ainda, sete princípios da responsabilidade social empresarial (BRASIL, 2020) que correspondem a conceitos gerais que as
empresas devem levar em conta. São eles:
Ato de responsabilizar-se pelas consequências de suas ações e decisões, respondendo por seus impactos na sociedade, na economia e no
meio ambiente, prestando contas aos órgãos de governança e às demais partes interessadas, bem como declarando seus erros e as
medidas cabíveis para remediá-los.
Fornecer às partes interessadas, de forma acessível, clara, compreensível e em prazos adequados, todas as informações sobre os fatos que
possam afetá-las.
Contribuir para o desenvolvimento sustentável, incluindo a saúde e o bem-estar da sociedade.
Levar em consideração as expectativas das partes interessadas.
Estar em conformidade com a legislação aplicável.
Ser consistente com as normas internacionais de comportamento.
Estar integrado a toda a organização.
Ser praticado nas relações organizacionais.
Accountability 
Transparência 
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Agir de modo aceito como correto pela sociedade (com base nos valores da honestidade, equidade e integridade, perante as pessoas e a
natureza) e de forma consistente com as normas internacionais de comportamento.
Ouvir, considerar e responder aos interesses das pessoas ou dos grupos que são partícipes nas atividades da organização ou que por ela
possam ser afetados.
O ponto de partida da responsabilidade social é cumprir integralmente as leis do local onde está operando.
Adotar prescrições de tratados e acordos internacionais favoráveis à responsabilidade social, mesmo que não haja obrigação legal.
Reconhecer a importância e a universalidade dos Direitos Humanos, cuidando para que as atividades da organização não os agridam direta
ou indiretamente.
A ISO 26000 também determina sete temas centrais para a responsabilidade social nas organizações, que representam aspectos práticos que as
empresas devem buscar implementar ativamente. São eles:
Trata de processos e estruturas de tomada de decisão, delegação de poder e controle. O tema é algo sobre o qual a organização deve agir e
uma forma de incorporar os princípios e as práticas da responsabilidade social a sua forma de atuação cotidiana.
Referem-se à resolução de queixas, combate à discriminação e proteção de grupos vulneráveis, direito civis e políticos, direitos econômicos,
sociais e culturais, princípios e direitos fundamentais do trabalho.
Comportamento ético 
Respeito pelos interesses dos stakeholders 
Respeito pelo Estado de Direito 
Respeito pelas normas internacionais de comportamento 
Direitos Humanos 
Governança organizacional 
Direitos Humanos 
Práticas trabalhistas 
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Referem-se tanto ao emprego direto quanto ao terceirizado e ao trabalho autônomo. Incluem emprego e relações de trabalho, condições
laborais e proteção social, diálogo social, saúde e segurança no trabalho, desenvolvimento humano e treinamento no local de trabalho.
Inclui prevenção da poluição, uso sustentável de recursos, mitigação e adaptação às mudanças climáticas, proteção do meio ambiente e da
biodiversidade, e restauração de habitats naturais.
Compreendem práticas anticorrupção, envolvimento político responsável, concorrência leal, promoção da responsabilidade social na cadeia
de valor e respeito aos direitos de propriedade.
Incluem marketing leal, informações não tendenciosas e práticas contratuais justas, proteção à saúde e à segurança do consumidor,
consumo sustentável, atendimento e suporte ao consumidor, bem como solução de reclamações e controvérsias, proteção e privacidade dos
dados do consumidor, acesso a serviços essenciais e educação, e conscientização.
Refere-se ao envolvimento da comunidade, à educação e à cultura, à geração de emprego e à capacitação, ao desenvolvimento tecnológico e
ao acesso a tecnologias, à geração de riqueza e renda, à saúde e investimento social.
As organizações devem tratar de todos os temas centrais apresentados, porém não necessariamente de todas as questões a eles relacionadas.
Cada empresa deve analisar, junto com seus stakeholders, a relevância das questões e dos subtemas para sua organização e priorizar suas ações
(BRASIL, 2020).
Desse modo, a ISO 26000 é um instrumento importante para promover a RSE em empresas de todos os portes e segmentos. A fim de gerar
incentivos à responsabilidade social empresarial, a norma trata de diversos temas fundamentais para a gestão ética e transparente.
Reputação corporativa e futuro das organizações
Ao longo deste estudo, tratamos muito da importância da responsabilidade social. Em um cenário de crescente preocupação com o
desenvolvimento sustentável, a reputação corporativa ganha destaque.
Em síntese, a reputação é o produto de um processo competitivo, no qual a empresa sinaliza suas características distintas para o público (interno e
externo), o que resulta em seu status moral e socioeconômico.
Com a forte concorrência, em muitas situações, o fator determinante para a sobrevivência das empresas pode depender do desenvolvimento e da
sustentação de uma reputação favorável.
Meio ambiente 
Práticas leais de operação 
Direitos dos consumidores 
Envolvimento e desenvolvimento da comunidade 
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Atualmente, diante da maior facilidade tecnológica e mercadológica de replicação de práticas e condutas, o fator de diferenciação para obtenção de
vantagens competitivas passa a ser, em grande medida, a percepção do público sobre a reputação da empresa.
eputação corporativa
Reação afetiva ou emocional (positiva ou negativa) de clientes, investidores, fornecedores, empregados e do público em geral diante do nome da
empresa.
A preocupação dos empresários decorre da crescente exposição das empresas à opinião pública, pela mídia em geral e pelos veículos de
comunicação, que transmitem informações aos locais mais remotos em tempo real, ajudando tanto a disseminar uma boa reputação quanto a
destruí-la em um curto período.
O empresário que desconsiderar o papel da reputação em um mercado exigente poderá cometer erros irreparáveis com consequências graves para
sua empresa (MACHADO FILHO, 2006).
Diversos autores têm sugerido que o capital social reputacional da firma pode ter efeito nas vendas, revelando a premissa de que este capital afeta
seu valor de mercado em razão da publicidade. Os consumidores, funcionários e fornecedores tendem a punir firmas que adotam práticas
socialmente irresponsáveis.
Em contrapartida, os investidores são mais propensos a confiar seus recursos em empresas que desfrutem de boa reputação, em função dos
menores riscos percebidos e das maiores oportunidades potenciais de negócios.
O efeito positivo da boa reputação social também pode ser obtido por meio da confiança dos investidores de que consumidores preferirão comprar
bens e serviços de bons empregadores, refletindo a estimativa do efeito que a reputação da empresa no mercado de trabalho é capaz de ter nas
vendas. Em outras palavras, é possível que as ações que aprimorem a imagem pública de uma corporação tragam mudanças positivas e aumentem
a demanda por produtos dessa corporação.
apital social reputacional
Derivado do conceito de reputação corporativa, é aquela porção do valor de mercado da empresa que pode ser atribuída à percepção da firma como
uma corporação de boa conduta no mercado.
Comentário
Uma reputação favorável pode revelar, aos consumidores, a qualidade dos produtos e serviços da empresa, permitindo que tenham preços
diferenciados. Além disso, a boa reputação eleva a autoestima dos funcionários da empresa, o que se pode traduzir em maior produtividade.
Tais ações sociais então inseridas na visão teórica dos stakeholders de que as empresas têm responsabilidades sociais com um amplo conjunto de
agentes, que podem se beneficiar de ações sociais promovidas por organizações (MACHADO FILHO, 2006).
A tabela a seguir mostra um resumo de algumas oportunidades de ganhos e minimização de riscos de acordo com o stakeholder envolvido, a partir
de ações de Responsabilidade Social, veja:
Stakeholder envolvido Oportunidades
Minimização de
riscos
Comunidade Criação de legitimidade Má aceitação e conflitos
Mídia Cobertura favorável Cobertura desfavorável
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Stakeholder envolvido Oportunidades
Minimização de
riscos
Ativistas Colaboração/imagem favorável Boicote
Investidores Geração de valor Fuga de investidores
Funcionários Aumento do comprometimento Má conduta
Consumidores Fidelização Má aceitação e boicotes
Agentes reguladores Ação legal favorável Ação legal desfavorável
Parceiros comerciais Colaboração Defecção
Efeitos de ações de Responsabilidade Social na reputação da empresa
Adaptado de: MACHADO FILHO, 2006.
Assim, observamos que a construção de uma reputação, a partir de uma conduta socialmente responsável, tem efeitos positivos com diferentes
stakeholders, trazendo benefícios às empresas que adotam esse comportamento.
Como já mencionamos, de acordo com o Relatório Brundtland (1987), o desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades da
sociedade no presente sem comprometer a habilidade das gerações futuras em atender às suas próprias necessidades.
No módulo anterior, apresentamos três componentes fundamentais para o desenvolvimento sustentável:
Aqui, também dividiremos a conduta socialmente responsável das empresas em três faces, de acordo com os três componentes do
desenvolvimento sustentável. Essas faces trazem diferentes benefícios para a empresa, como veremos a seguir.
A primeira face da conduta socialmente responsável trata da gestão corporativa preocupada com o meio ambiente, na qual é realizado um esforço
pelas empresas para reduzir seus impactos ambientais. Esta preocupação deve estar inserida no cotidiano da empresa, seja ao evitar desperdícios,
economizar energia e recursos naturais, ou preocupar-se com a poluição gerada.
Do ponto de vista ambiental, legal e até ético, a empresa deve ter consciência e reduzir sua pegada ecológica no planeta.
Contudo, devemos atentar, também, aos benefícios que a integridade ambiental da empresa pode gerar para além da melhoria de sua reputação.
Por meio da avaliação contínua de sua conduta diária, a empresa consegue identificar ineficiências e melhorar seus processos. Com uma empresa
mais eficiente, pode-se gerar economias, seja gastando menos matéria-prima na produção, seja gerando menos lixo e desperdício.
Logo, uma melhor gestão corporativa do meio ambiente permite que a organização reduza seus custos, de processos, produtos ou custos fixos
organizacionais, que, no final, representam um aumento na margem de lucro e na performance organizacional, garantindo melhor desenvolvimento
sustentável corporativo (ZUQUETTO, 2019).
Proteção ambiental Equidade social Crescimento econômico
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A segunda face da conduta socialmente responsável trata da igualdade social por meio da responsabilidade social corporativa, que leva em
consideração todas as partes interessadas (stakeholders) nas atividades da organização.
Mas o que se entende como “partes interessadas”?
As partes interessadas são representadas por:
Acionistas
Que ganham com o crescimento da empresa.
Funcionários
Que recebem salários e benefícios.
Clientes
Que compram e usam os produtos e serviços da empresa.
Sociedade
Que sofre os impactos positivos e negativos das atividades da empresa.
Governo
Que ganha com os impostos gerados pelas atividades diretas e indiretas da organização.
Fornecedores
Que são pagos por produtos e serviços oferecidos à empresa.
Outros stakeholders
Que podem ser influenciados pelas atividades da organização.
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A responsabilidade social corporativa demanda que a empresa abrace a expectativa das partes interessadas nos níveis econômico, legal, ético e
discricionário, apresentados por Carroll (1979), e envolve três processos segundo Zuquetto (2019):
Permite que a organização identifique questões sociais, econômicas e ambientais e que responda a elas. Por meio da gestão das partes
interessadas, a empresa responde aos indivíduos dentro e fora da organização.
Permite que a empresa desenvolva bons relacionamentos, os quais devem contribuir com o bom desempenho das atividades. Empresas que
não compreendem as demandas dos stakeholders podem perder a oportunidade de desenvolver bons relacionamentos e prejudicar sua
própria imagem por não estarem abertas a dialogar.
Envolve as decisões de, por exemplo, não empregar crianças, não usar trabalho escravo, não fabricar produtos ilícitos e não se envolver com
parceiros sem ética.
A terceira face da conduta socialmente responsável trata da prosperidade econômica por meio da criação de valor. Empresas criam valor com base
nos bens e serviços que produzem. Uma organização pode aumentar seu valor por meio de melhorias de eficiência e de qualidade de seus bens e
serviços, impactando

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