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TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA O QUE É PARA QUE SERVE? Tomografia computadorizada é um procedimento não invasivo de diagnóstico por imagem que combina o uso de raio-x com computadores especialmente adaptados. É utilizado para criar imagens detalhadas dos mais variados tecidos do corpo humano. O procedimento é realizado através da emissão de raios X rotacionada ao redor do corpo, que por sua vez e de forma variada, a depender de cada tecido, atenua o feixe de raios-X, que são absorvidos por detectores de radiação, que enviam então os dados para um sistema computacional. Posteriormente, as imagens podem ser reformatadas em vários planos, até gerar imagens digitais que podem ser visualizadas em um monitor específico para isso. Como funciona o exame de tomografia? A execução de um exame de tomografia computadorizada, é simples. A mesa de exames, onde o paciente estará posicionado, se desliza para dentro do Gantry. Em seguida, o tubo de raio x emite um feixe de radiação (em forma de leque) que é atenuado pelo corpo do paciente, interagindo com um conjunto de detectores responsáveis por transformar o sinal da radiação eletromagnética em sinal elétrico. É válido ressaltar que, para que a imagem possa ser interpretada como uma imagem anatômica (ou seja, sem sobreposição de estruturas), são realizadas múltiplas projeções. O resultado da conversão dos sinais elétricos são armazenados na Raw Data, um arquivo dos dados brutos da aquisição. Só então, o computador utiliza os dados obtidos do sinal elétrico para construir uma imagem digital através de processos matemáticos. A imagem digital é representada em uma matriz composta de pixels. Em cada pixel, dependendo da intensidade da radiação que foi absorvida pelo paciente, é atribuído um determinado valor de tonalidade com base na Escala de Hounsfield. Nessa escala, a radiodensidade da água destilada é definida como 0 HU, e ela varia entre -1000 HU, para o ar, e 1000 HU, para o osso. Então, podemos considerar que a tomografia computadorizada é um procedimento com base numa escala de densidades, visto que cada estrutura do corpo tem sua densidade (ar, osso, gordura). Certamente, a Tomografia Computadorizada, é uma das principais modalidades de diagnóstico por imagem, ao lado da ressonância magnética. Como é o aparelho de tomografia computadorizada? O tomógrafo é o aparelho utilizado no exame de tomografia computadorizada. Sua estrutura habitual é formada por: · Gantry, que, basicamente, é o corpo do aparelho de TC. No Gantry estão: o tubo de raio x e o conjunto de detectores. Através do Gantry é possível controlar a kV e mA, ou seja, a tensão e corrente elétrica da ampola de raio x. Além disso, através do Gantry, é possível ter a interação dos comandos do painel de controle com o sistema e botões controladores da mesa do tomógrafo. · Tubos de raio x, que, a princípio, tem o funcionamento similar ao que é utilizado nos aparelhos convencionais de raio x. Contudo, em aparelhos de tomografia computadorizada, os tubos de raio x funcionam em movimento contínuo. · Detectores (ou sensores), que são responsáveis pela captação da radiação produzida pela ampola e que ultrapassa o paciente. Portanto, transformando essa informação em sinal elétrico que pode ser digitalizado e lido pelo computador. · Mesa de exame, que é o local onde o paciente fica posicionado. · Mesa de comando, onde se encontram o monitor para planejamento dos exames e processamento das imagens, e o sistema de comunicação com o paciente. A mesa de comando também é responsável pelo envio de informações para o aparelho, além de ser utilizada para tratamento e documentação das imagens adquiridas. · Bomba injetora (opcional), que fica ao lado do paciente, controlada pelo aparelho de TC. É responsável por administrar o contraste no paciente de acordo com o protocolo de cada exame, variando o tempo e velocidade. Qual a história da tomografia? As gerações de tomógrafos Com o avanço da tecnologia, assim como em outras modalidades de radiodiagnóstico, a tomografia computadorizada foi marcada por gerações. Ela foi inventada pelo engenheiro eletrônico britânico Sir Godfrey Newbold Hounsfield, em 1972, e descrita no Congresso Britânico do Instituto de Radiologia. Por isso, o nome Escala Hounsfield: que é uma escala utilizada em tomografia computadorizada para distinção dos tons de cinza ao avaliar cada estrutura anatômica (falaremos disso adiante). A primeira utilização operacional de um tomógrafo computadorizado no mundo foi em Atkinson Morley Hospital, em Londres, berço dos estudos de Hounsfield. Além disso, o primeiro equipamento de TC, só permitia a avaliação do metabolismo cerebral ou de tumores do cérebro. No Brasil, o primeiro aparelho de tomografia computadorizada foi instalado no Hospital Beneficência Portuguesa, em São Paulo, no ano de 1977. A primeira avaliação foi realizada em uma mulher de 41 anos, com um tumor no lobo frontal esquerdo. Em 1979, Godfrey Hounsfied recebeu o prêmio Nobel em Fisiologia e Medicina, ao lado do seu co-criador, o sul-africano físico Allan Cormack. Como foi a evolução da tomografia? Até então, a tomografia computadorizada passou por uma série de aperfeiçoamentos. E uma das principais foi a introdução do sistema computacional, que permitiu a captação de imagens com melhor qualidade. Tomografia Linear Também conhecida como tomografia convencional, foi o primeiro método de obtenção de imagens tomográficas. Sua principal característica é a formação da imagem diretamente em filmes radiográficos. Portanto, o resultado era uma imagem de baixíssima qualidade e com grande número de artefatos. Esse método passou por quatro gerações. Primeira geração: Surgiu em 1972. Era um procedimento extremamente demorado, visto que exigia aproximados 5 minutos para reunir informações suficientes de cada corte. Ou seja, após a primeira varredura, o tubo sofria uma rotação de grau para iniciar uma nova varredura. Assim, sucessivamente por 180 vezes. Segunda geração: Surgiu em 1974. Seguia com a mesma engenharia dos aparelhos da primeira geração. Entretanto, as inovações que se destacaram nessa geração foram a utilização de mais detectores adjacentes e a forma do feixe, que passou a ser mais aberto (em forma de leque). Com isso, o tempo de cada varredura diminuiu, em média, de 20 a 60 segundos. Todavia, a qualidade da imagem ainda não tinha sofrido melhorias. Terceira geração: Surgiu entre 1975 e 1977. Essa geração sofreu grandes alterações quando comparada às primeiras gerações. Nesse caso, os tubos de raio x e os detectores do aparelho deixaram de seguir com movimentações lineares, passando a ter movimentação de 360º em torno de um objeto. Com isso e devido a presença de múltiplos detectores (entre 288 e 700), o tempo de cada varredura diminuiu significativamente a 1 e 2 segundos. Além disso, o feixe dessa geração, que também era em forma de leque, passou a ser mais aberto (para atingir todo o arco do detector). Em consequência, com menos artefatos de movimento, as imagens tiveram uma melhora incrível. Quarta geração: Surgiu em 1981. Seguiu com a mesma engenharia da terceira geração. Contudo, teve um aumento no número de detectores (agora, com 2000), que tornou-se uma inovação à tomografia computadorizada, chamada de sistema slip-ring. Por sua vez, esse sistema eliminou os cabos de alimentação e os tubos passaram a realizar rotações contínuas. Foi também a transição para os novos aparelhos de tomografia: os helicoidais e os multislice. Tomografia Helicoidal A tomografia helicoidal é caracterizada por realizar uma hélice em torno do corpo ao invés de uma sucessão de círculos. Isto é, a mesa de paciente, ao invés de ficar parada durante o corte e captação das imagens, avança continuamente em torno dele. Ou seja, as informações são captadas de maneira contínua com a reconstrução de imagens de qualquer secção analisada. Tomografia Multislice ou Multicorte A tomografia multislice é caracterizada por suas múltiplas fileiras de detectores. Dessa forma, ela é capaz de adquirirsimultaneamente quatro cortes de imagens e com baixíssimo tempo de aquisição (0,5 s). Além disso, a baixa dose de radiação e a redução no tempo do exame também são características importantes da tomografia multislice. Escala de Hounsfield A Escala de Hounsfield é a medida em unidades para quantificar a densidade de radiação utilizada na tomografia computadorizada. Eles representam o coeficiente de atenuação de raios-x em diversos tipos de materiais utilizando como base a água. Assim, constitui um espectro de tonalidade entre o branco, o cinza e o preto. Tomografia computadorizada A tomografia computadorizada (TC) é o um dos tipos de exame de imagem bastante utilizado como exame complementar em diversas áreas da medicina. Este é um método que utiliza a radiação ionizante para aquisição de imagens em cortes transversais da anatomia. O equipamento é composto por uma fonte emissora de radiação e uma unidade detectora que gira em torno do paciente. Os feixes de raio-x são emitidos e atravessam a região do corpo do paciente que se deseja examinar. Eles são atenuados pelas estruturas do corpo humano e isso vai depender da densidade de cada tecido. Essa radiação será detectada pela unidade detectora que enviará as informações ao sistema de computadores que irá transformar em imagens sob escala de cinza. Vantagens · Este é um método rápido, eficaz e indolor; · Possibilita a imagens em “fatias” que permitem aferir o tamanho, densidade e forma de órgãos; · Não tem sobreposição de imagens; · Permite a reconstrução em diferentes planos anatômicos; · Boa acurácia para diagnósticar alterações ósseas. Desvantagens Apesar das vantagens, ele é caro e nem sempre está disponível na maioria dos serviços de saúde do Brasil. Além disso, outra desvantagem é a exposição do paciente à radiação. Em casos, a depender do que se esteja avaliando, é necessário o uso de contrastes. Pacientes podem apresentar alergias aos mesmos, dificuldade assim a análise. Este método não é indicado à gestantes ou mulheres com suspeita de gravidez. Escala de Hounsfield A dosagem da radiação em um exame de TC é importante para a qualidade da imagem. Doses mais baixas são ruins para diagnósticos mais específicos, porém seria melhores para os pacientes que estão expostos devido à todos os riscos que as radiações podem causar. A qualidade da imagem e consequente efetividade de diagnóstico vai depender da atenuação dos raios-x nos tecidos examinados. A forma desenvolvida para media a atenuação dos diversos tecidos foi desenvolvida por Hounsfield em 1973. Hounsfield desenvolveu um método capaz de isolar a atenuação da radiação e associá-la à diferentes tons de cinza, postulando uma escala relativa em que a água é referencial (0 HU). As estremidades são compostas por ar -1000 HU (menos denso) e pelo tecido ósseo +1000HU (mais denso). Os outros tecidos podem ser observdos na imagem abaixo A imagem tomográfica resultante é um mapa em escala de cinza que está diretamente relacionada com os coeficientes de atenuação linear de cada tecido atravessado pela radiação com cortes iniciando no nível dos bulbos oculares até o ápice do cérebro. No caso do organismo humano, as imagens então podem demonstrar a variação da quantidade de gordura, água ou a presença de tecidos moles numa determinada região. Escala de Hounsfield na Prática Médica Esta é uma escala vantajosa porque: · Não sofre alterações para níveis diferentes de tensões aplicados no tubo do equipamento; · Facilidade de troca de informação entre pesquisadores e servidores da área médica de todo o mundo, visto que é um padrão universal. A imagem, em nível de cinza, de um objeto examinado fornece algumas informações da densidade relativa (radiodensidade) da estrutura presente na imagem. Pode-se fazer uso dessa difença de densidade e de exposição para se obter uma geração de um maior detalhamento da imagem, permitindo a exibição com maior contraste do órgão ou tecido sem que outros sejam ocultados por tecidos com características de absorção similar. Conclusão Concluímos que a tomografia é um exame de imagem não invasivo que com a sua evolução através dos anos ela pode e deve ser utilizado como um exame de apoio para os médicos com o objetivo de analisar diferentes partes do corpo: ossos, fígado, cérebro, ovários, rins, pâncreas, pulmões, vias biliares e pleura. Também podemos observar tecnologia evoluiu de forma impressionante desde a criação do tomógrafo e, atualmente, o aparelho de tomografia já está na sua sétima geração. 2