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Introdução à História da LAB - ESA-OAB

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HISTÓRIA DA 
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL BRASILEIRA
Um passeio pela legislação, pelo direito ambiental
e por assuntos correlatos
Rogério Rocco�
Janeiro/2012
SUMÁRIO
Introdução
1- As Quatro Fases da Legislação Ambiental Brasileira
A Fase Mercantilista
A Fase Privatista
A Transição de Modelos
A Industrialização
Os Códigos de 1934
As Exceções à Tendência Desenvolvimentista
A Fase Fragmentária
A Fase Holística
2- A Constituição Federal e o Meio Ambiente
3- A Legislação Ambiental Brasileira
4- A Quinta Fase da Legislação Ambiental Brasileira
5- Considerações Finais
6- Referências Bibliográficas
Introdução
As leis e normas que tratam do meio ambiente não são novidade no Brasil. Desde a época do Brasil Colônia elas já vêm sendo editadas. Aliás, mesmo antes da edição de normas nacionais, Portugal já aplicava aqui as Ordenações Filipinas�, que eram uma espécie de consolidação de leis variadas editada a mando dos reis de Portugal. Nessas Ordenações constava um dispositivo que tipificava o corte de árvores como crime, estabelecendo punições distintas, dependendo da quantidade de árvores cortadas sem a autorização da Coroa Portuguesa. Ressalte-se que, para os crimes mais graves, era aplicada a pena de degredo para o Brasil. Isto é, os piores desmatadores de Portugal eram condenados a cumprir pena no Brasil!
É evidente que o que motivava a Monarquia Lusitana a editar esse tipo de norma não era a preocupação com a proteção do meio ambiente. Afinal, estamos falando de normas editadas entre os séculos XV e XVI. Não que já não ocorressem alterações sobre o ambiente natural na Europa, à época, eis que desde a revolução da agricultura que o ser humano vem promovendo o manejo do solo para a produção de alimentos e para a organização das cidades. Porém, as alterações ambientais não possuíam escala suficiente para chamar a atenção da sociedade e dos governantes.
Portanto, se não era a proteção do meio ambiente, qual seria a motivação para a edição de normas penais voltadas para o ordenamento da atividade de extração das florestas? Era a proteção da madeira!
A madeira era matéria prima fundamental para o desenvolvimento europeu. Era a base da construção civil, como ainda o é em grande parte do Planeta na atualidade. A matriz energética europeia era o carvão, tanto o mineral quanto o vegetal. E, ainda, a madeira era fundamental para a expansão econômica do Velho Continente – haja vista que era por meio das grandes navegações que essa expansão ocorria. Portanto, a motivação para a aplicação de punições criminais para os que cortassem árvores sem autorização da Coroa foi meramente mercantilista.
Assim, ao longo desse texto analisaremos a história da legislação ambiental brasileira a partir da identificação de normas que tratam da utilização e/ou conservação dos elementos naturais e, bem mais à frente, do meio ambiente. Para tanto, foi elaborada a seleção e o recorte temporal dessas normas na forma de fases da legislação, que, a partir de paradigmas distintos, é possível associar às estratégias de desenvolvimento com a motivação dos poderes instituídos na relação do ser humano com o meio ambiente.
1- As Quatro Fases da Legislação Ambiental Brasileira
 
Existem inúmeras construções epistemológicas acerca da evolução da legislação ambiental brasileira. No entanto, vale ressaltar o posicionamento de Antônio Herman Benjamin, Ministro do Superior Tribunal de Justiça – STJ, que classificou a história da legislação ambiental brasileira em três fases distintas: fase da exploração desregrada ou laissez-faire ambiental, fase fragmentária e fase holística.
A fase da exploração desregrada ou laissez-faire ambiental foi assim descrita pelo eminente Ministro:
“A questão ambiental, no período colonial, imperial e republicano, este até a década de 60 do atual século, juridicamente não existia, caracterizadas as iniciativas pontuais do Poder Público mais como conservação do que propriamente como preservação. Esta, pois, a fase da exploração desregrada ou do laissez-faire ambiental, onde a conquista de novas fronteiras (agrícolas, pecuárias e minerárias) era tudo que importava na relação homem-natureza. Tinha na omissão legislativa seu traço preponderante, relegando-se eventuais conflitos de cunho ambiental quando muito ao sabor do tratamento pulverizado, assistemático e privatístico dos direitos de vizinhança.”�
Herman Benjamin afirma que “não se tratam de fases históricas cristalinas, apartadas, delimitadas e mutuamente excludentes”, mas de “valorações ético-jurídicas do ambiente”. Ou seja, são fases construídas a partir de aproximações interpretativas das normas editadas e suas fundamentações nas relações espaciais e temporais que lhe delimitem identidades éticas e jurídicas.
Apesar da construção teórica acima menciona ser bem completa, sugerimos ainda mais uma subdivisão, especificamente na fase da exploração desregrada. Desta forma, pela nova proposta, analisaremos a história da legislação ambiental brasileira sob a ótica das quatro fases: mercantilista e privatista (subdivididas da fase da exploração desregrada), fragmentária e holística.
A Fase Mercantilista
A Fase Mercantilista é aquela na qual a visão humana da Natureza está associada à sua utilidade no mundo dos negócios. Isto é, apesar de tratar de elementos da Natureza, a legislação editada nessa época considerava esses elementos de acordo com sua utilidade na vida humana, ou melhor, tratava os elementos naturais como mercadoria. A motivação para a edição de normas neste período era o regramento do acesso a elementos específicos na Natureza.
Importante ressaltar que a Fase Mercantilista se estende entre os períodos Colônia e Império, quando o Brasil vivia um Sistema Monarquista. Nesse período algumas normas, apesar do foco econômico que era dado, servem como referência para o avanço das discussões na área ambiental. Alguns são os exemplos de normas publicadas neste período, tais como o decreto regulamentando a pesca da baleia em 1602. Note-se que a norma não protegia a baleia da caça, preocupando-se apenas em ordenar a atividade em razão da importância que ela ganhava no mundo dos negócios, especialmente em razão da utilização comercial do óleo da baleia.
Três anos depois, em 1605, eram estabelecidas condições para a exploração do Pau-brasil. Batizada de Regimento do Pau-brasil, a norma estabelecia algumas punições severas para suas violações, como a aplicação da pena de morte para o contrabando dessa madeira. Além de prezar por seu valor de mercado, a opção de utilização da pena capital tinha como outro motivo a necessidade de controle sobre o extenso litoral brasileiro – que era constantemente invadido por embarcações de outras nacionalidades, como França, Espanha e Holanda. Eles, assim como os portugueses, vinham atrás das riquezas naturais descobertas por aqui, dentre elas especialmente o Pau-brasil.
Havia, ainda, outras importantes normas desse período, como o decreto que proibia o corte de árvores de mangue, de 1760, e o que declarava como propriedade da Coroa Portuguesa a vegetação marginal ao mar e aos rios que desembocavam no mar – considerada na atualidade como Área de Preservação Permanente – APP, conforme disposto no Código Florestal Brasileiro (Lei nº 4.771/65).
A Fase Privatista
A Fase Privatista tem início com o Sistema Republicano. A formação da República brasileira é forjada sob a égide de uma insatisfação com o totalitarismo da Monarquia – que não permitia liberdades básicas para o cidadão comum, concentrando muitos poderes sobre reis e imperadores. Em vista disso, com o nascimento da República, temos o surgimento da chamada “primeira geração de direitos”, que se materializa com os direitos civis e políticos.
Ainda muito embrionários, os direitos políticos – como o direito ao voto - eram exclusivos das pessoas do sexo masculino e que fossem detentoras de propriedade privada. Quanto aos direitos civis, estes se expressavam nas liberdades individuais para comprar e vender, decasar e de praticar tantos outros direitos associados ao cidadão da República. O direito à propriedade privada era como o símbolo das liberdades republicanas e isso estava bem representado no Código Civil de 1916, assim como na norma que estabelecia o direito ao voto.
As normas envolvendo, de alguma forma, as questões ambientais nessa época começam a surgir no Código Civil Brasileiro (1916) que, entretanto, encarnava um conceito quase ilimitado da propriedade privada. Com a Constituição de 1934, surgem os três primeiros códigos associados a questões ambientais: o Código das Águas, o Florestal e o de Mineração. Em 1940, o então novo Código Penal também incorpora a aplicação de penas a condutas lesivas ao uso das águas, mas ainda sob a ótica antropocêntrica da proteção à saúde pública.
A Fase Privatista, portanto, que é representada pelo período no qual se inicia o Sistema Republicano e se estende até a década de 1960, é aquela na qual a legislação editada sobre questões ambientais sofria forte influência do pensamento liberal. Isto é, o Sistema Republicano foi construído com a ideia de um Estado Liberal – aquele no qual seus objetivos se concentram na lógica de um Estado garantidor de direitos, em oposição ao desenho do Estado Interventor do Sistema Monarquista.
Neste sentido, as normas eram editadas com a preocupação de se assegurar o livre exercício do direito de propriedade. E assim o foram também quando trataram de matéria ambiental.
A transição de modelos 
O Brasil do início do século XX era um país com muitos problemas e limitações. A economia brasileira era formatada num modelo agrário-exportador, que servia para atender às necessidades das economias centrais. Isto é, a economia brasileira era periférica – o que não lhe oferecia grandes oportunidades para evoluir.
Na década de 1920, o Brasil tinha aproximadamente 80% de sua pequena população (cerca de 18 milhões de habitantes) concentrada no campo, contra 20% nas cidades. A expectativa de vida do brasileiro era de menos de 40 anos e esse quadro estava associado às grandes epidemias que assolavam o Brasil: febre amarela, varíola, rubéola, dengue, sarampo, catapora, dentre tantas outras. Ou seja, uma receita para se manter na periferia da economia mundial.
Porém, o Presidente Getúlio Vargas travou uma batalha para redesenhar a economia brasileira, migrando do sistema agrário-exportador para um modelo urbano-industrial.
No projeto de construção das cidades, a preocupação principal era de afastar as pessoas das áreas focos dos vetores causadores das epidemias. Isto é, as cidades eram pensadas como áreas livres desses focos. Na atualidade vivenciamos frequentemente as epidemias da dengue e somos orientados a eliminar alguns tipos de utensílios que permitem o acúmulo de água parada, ambiente adequado para a reprodução do mosquito transmissor (Aedes Aegypti). Os principais focos são pneus velhos, garrafas, pratos de vasos de plantas, caixas d’água, dentre outros. Porém, há quase cem anos atrás não eram esses os focos!
A formação da urbanização no Brasil, em razão dessa realidade, foi fortemente influenciada pelo Higienismo – movimento francês que teve como um dos personagens centrais no Brasil o médico sanitarista Oswaldo Cruz. Nesse sentido, a cidade no Brasil é projetada para ser um ambiente asséptico, limpo, higiênico, sendo que essas expressões carregavam também um certo conceito de classes – no qual os mais pobres eram vistos como mais “sujos”.
A urbanização fundamentada no Higienismo produziu, portanto, remoções de favelas das áreas centrais para as regiões periféricas da cidade, assim como visou eliminar também os chamados cortiços. Mas não parou por aí, até porque não eram os pneus, as garrafas ou outros utensílios que acumulavam água parada naquela época... Eram alguns importantes ecossistemas, como os charcos, alagados, lagos, lagunas, os manguezais e outras áreas naturais. 
Esses ecossistemas entraram para a lista de áreas insalubres, que deveriam ser objeto de eliminação nas políticas de saneamento que acompanharam o processo inicial de urbanização, até as décadas de 1970 e 1980, aproximadamente. Portanto, a eliminação desses ambientes se transformou em política pública e compôs o conjunto de ações desenvolvidas pelo poder público na formação das principais metrópoles brasileiras. 
Na Cidade do Rio de Janeiro, tivemos a eliminação dos manguezais que se estendiam desde a Praça XV até Duque de Caxias, assim como também o foram as lagoas que existiam na Lapa, na Praça XI e na Praça da Bandeira – que sempre alaga nas chuvas fortes porque continua funcionando como bacia de drenagem das águas que escoam pelo maciço norte do Parque Nacional da Tijuca. 
Mas é o Higienismo que também justifica o completo loteamento das lagoas de Piratininga e Itaipu, na Cidade de Niterói. Com o expresso objetivo de eliminar esses ecossistemas da cidade, a Prefeitura aprovou, entre as décadas de 1940 e 1950, diversos loteamentos por toda a extensão das lagoas, inclusive sobre seu espelho d’água. Essa realidade, que foi judicializada em 2006 – através de Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal -, criou um fenômeno só visto em Niterói: a legislação municipal concede isenção fiscal para os chamados “lotes subaquáticos”, isto é, imóveis localizados dentro do espelho d’água da Lagoa de Itaipu.
Portanto, a formação das cidades no Brasil é estabelecida sob uma lógica antiecológica, eis que estabeleceu como política de saneamento a eliminação de ambientes naturais importantes, como os manguezais. E instituiu a cultura de que esses ecossistemas seriam insalubres. Fez-se, assim, a primeira era de insustentabilidade das cidades.
A Industrialização
Mas a transição de modelo econômico não envolvia apenas a formação das cidades. Era necessário, também, instituir políticas públicas voltadas para a implantação de polos industriais, no modelo fordiano, para a criação de oportunidades de trabalho e renda, assim como para que o país se ajustasse ao modelo de desenvolvimento capitalista que alavancara as principais economias mundiais.
Era preciso, então, atrair investimentos financeiros e tecnológicos para a implementação de plantas industriais no território brasileiro. E, como o Brasil não tinha capital suficiente para promover essa migração de modelos por conta própria, recorreu ao capital estrangeiro oferecendo o que constituía os principais ativos econômicos brasileiros: os seus elementos naturais. Com isso, ocorreria uma nova pressão sobre os elementos naturais brasileiros, em especial sobre as florestas, as águas e os recursos minerais. Essa nova pressão se justifica pelo fato de que, com a transição do modelo agrário-exportador para o urbano-industrial, cresceria expressivamente a necessidade de utilização de madeira para a construção civil e para os fornos das indústrias; de água, para abastecimento das cidades, das indústrias e para a geração de energia; e de recursos minerais, para serem processados e transformados em matéria prima. No caso dos minerais, eles seriam o maior atrativo para a implantação de indústrias, haja vista o grande potencial minerário existente em nosso território.
Com esse cenário, era necessário estabelecer regras de exploração desses elementos naturais. Porém, o desafio era mediar os interesses relacionados ao desenvolvimento nacional com o conjunto de direitos individuais consagrados pelo Estado Liberal, especialmente o exercício do direito de propriedade. E a aprovação dos códigos de 1934, portanto, se deu sob esse clima. Ou seja, a preocupação era de estabelecer normas reguladoras da exploração dos elementos, disciplinando essa exploração de acordo com os interesses relacionados às propriedades privadas.
Os Códigos de 1934
O Código Florestal de 1934, instituído pelo Decreto nº 23.793/34, definiu regramentos associados à exploração das florestas brasileiras. Para tanto, dividiu as florestas em quatro tipologias: protetoras, remanescentes, modelo e de rendimento. O objetivo foi o de estabelecera correlação entre a necessidade de exploração e o direito de propriedade. No caso deste código, a opção foi de manter o domínio do solo associado ao domínio das florestas. Isto é, além das áreas de domínio público – para as quais se previa regras de exploração relacionadas à realização de concessões públicas -, as propriedades particulares tinham inclusas em seu domínio as florestas nelas existentes, considerados os limites de supressão por propriedade – que era a preservação de 25% das florestas existentes naquela propriedade. Ou seja, a dominialidade sobre as florestas existentes em áreas privadas era do proprietário da área. 
No caso do Código de Águas, a motivação era a mesma. Isto é, a edição da norma estava voltada à regulamentação do acesso à água em razão dos objetivos de migração de modelo de desenvolvimento, tendo em vista o aumento da demanda sobre esse elemento natural com os processos de urbanização e industrialização.
É possível detectar essa motivação nos considerandos do Decreto nº 24.643, de 10 de julho de 1934. Um deles, afirma “que se torna necessário modificar esse estado de coisas, dotando o país de uma legislação adequada que, de acordo com a tendência atual, permita ao poder público controlar e incentivar o aproveitamento industrial das águas”. E outro, “que, em particular, a energia hidráulica exige medidas que facilitem e garantam seu aproveitamento racional”. Ou seja, a medida tinha vinculação com o processo de industrialização e de urbanização – numa lógica que assegurasse o abastecimento de água para o seu uso residencial, ao contrário dos padrões de vida das populações rurais.
Ann Helen Wainer reforça essa tese:
“O preâmbulo do Código de Águas (Decreto nº 24.634, de 10.07.34) reflete a época da edição desta norma jurídica, que dotava o País de uma legislação adequada, de modo a permitir ao Poder Público ‘controlar e incentivar o aproveitamento industrial das águas’.
A exploração da caça e da pesca está prevista no art. 88 do Código de Águas, também editado em 10 de julho de 1934, apenas para fazer breve menção à sujeição dessas atividades às leis federais, não excluindo as estaduais subsidiárias e complementares. De fato, as maiores contribuições deste Código estão nos artigos 98 e 109, que, respectivamente, proíbem construções capazes de poluir a água de poço ou nascente, assim como classificam como ato ilícito a contaminação deliberada da água.”�
A estrutura do decreto que instituiu o Código de Águas estabelece sua organização em Livros, Títulos e Capítulos, dentre os quais cabe destacar o Livro I – que trata das Águas em geral e sua Propriedade; o Livro II – que dispõe sobre o Aproveitamento das Águas para navegação, portos, caça e pesca, derivação, dentre outros usos; e, ainda, o Livro III – sobre a Regulamentação da Indústria Hidroelétrica.
As águas, em relação a sua dominialidade, foram divididas em águas públicas que, por sua vez se dividem entre as de uso comum e as dominicais, e as águas particulares. Isto é, havia três categorias de domínio: as públicas de uso comum, as dominicais e as privadas. Apesar de manter sua vigência até os dias atuais, essa definição de modalidades de domínios não foi acolhida pela Constituição Federal de 1988, que estabelece que as águas são exclusivamente de domínio público.
É neste Código de Águas que se define o conceito de “terrenos de marinha”, sendo aqueles “que, banhados pelas águas do mar ou dos rios navegáveis, vão até 33 metros para a parte da terra, contados desde o ponto a que chega o preamar médio”. E conclui estabelecendo que “este ponto refere-se ao estado do lugar no tempo da execução do art. 51, § 14, da Lei de 15/11/1831”.
Portanto, da mesma forma que o Código Florestal, o Código das Águas teve como objetivo central regular os acessos à água, considerando os aspectos relacionados a sua dominialidade e, em especial, ao exercício do direito de propriedade.
Já em relação ao Código de Mineração, instituído pelo Decreto nº 24.642, de 10 de julho de 1934, a coisa não é muito diferente. Entretanto, eram os elementos minerais os que tinham a maior condição de viabilizar a industrialização brasileira, haja vista a grande variedade existente em solo brasileiro, inclusive de petróleo e gás – que ganham destaque no código a partir de mudanças promovidas em seu texto no ano de 1938.
O Código de Mineração estabeleceu a classificação dos minérios, jazidas e minas. No âmbito dos minérios, havia os metálicos e não metálicos, o petróleo, o gás e as águas minerais – que não estavam cobertas pelo Código das Águas. Nesse contexto, não havia ainda conhecimento científico que justificasse a inclusão dos minerais associados às indústrias nucleares, o que começa a ser desenvolvido no Brasil apenas nos idos da década de 1950.
O Código de Mineração instituiu os regimes de autorização e concessão, que já estavam vinculados ao Departamento Nacional de Produção Mineral. E é sob a égide desses regimes, que foi adotado o modelo de separação da dominialidade do solo sobre os recursos do subsolo. Isto é, dada a magnitude da produção mineral, sob a qual eram sustentadas estratégias para a atração de investimentos estrangeiros em tecnologia e recursos financeiros, o Estado brasileiro adotou um sistema jurídico que transformou em bens da União os recursos minerais, separando-os do domínio da propriedade do solo.
Sob esse regime, o Código estabeleceu a preferência na concessão para exploração ao proprietário do solo. Porém, na eventualidade de concessão para terceiros, o proprietário do solo onde se localiza a jazida e seus vizinhos são obrigados a permitir o acesso às suas propriedades para a realização das pesquisas e para a exploração mineral, tendo direito a reparação de eventuais danos, assim como de participação nos lucros da exploração. Entretanto, não podem impedir a realização da atividade.
Ou seja, apesar da supremacia dos interesses particulares no regime jurídico da época, que tinha a propriedade privada como um valor quase que absoluto, neste caso o exercício do direito de propriedade foi consideravelmente relativizado, em nome do novo desenho para o desenvolvimento nacional, na direção de um modelo urbano-industrial.
As exceções à tendência desenvolvimentista
Deve-se registrar que no mesmo dia da edição dos códigos das Águas e Mineral, foi publicado também o Decreto nº 24.645, de 10 de julho de 1934, - que estabelecia medidas de proteção aos animais. Ou seja, apesar dos esforços para a construção de um novo modelo de desenvolvimento que, por suas características, exigiria um maior consumo de elementos da natureza, o Estado Nacional também se debruçava sobre medidas voltadas para a proteção animal e para a conservação – como veremos.
O decreto de proteção dos animais definiu que “todos os animais existentes no país são tutelados do Estado”. Ou seja, aqui não se diferenciou os animais em silvestres, nativos, exóticos ou domésticos. A opção foi a tutela do Estado sobre todos aqueles existentes no país. O decreto definiu 31 modalidades de maus tratos, punindo-as com multas e prisão celular. Curioso notar que, já àquela época, o uso de animais em casas de espetáculos e para a realização de acrobacias era considerado como maus tratos. E tem mais: a engorda mecânica de animais também estava enumerada como maus tratos. Entretanto, sem a devida justificativa, este decreto foi revogado em 1991� e a atual legislação entregou à subjetividade técnica a definição de maus tratos contra os animais.
Com fundamento naquele Código Florestal, a década de 1930 foi também o marco inicial da conservação ambiental no Brasil, com o surgimento da figura do Parque Nacional. Com isso, temos o registro da criação do Parque Nacional de Itatiaia, em 1937, como o primeiro parque nacional brasileiro. Na sequência, tivemos os parques nacionais do Iguaçu, no Paraná, e da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro, ambos em 1939.
A Fase Fragmentária
Seguindo o raciocínio de Benjamin, temos a vigência da Fase Fragmentária entre as décadas de 1960e 1970, quando a questão ambiental começou a ganhar projeção internacional, inclusive nos fóruns das Nações Unidas.
É nesse período que começam a aparecer as conseqüências de um modelo de industrialização que desconsiderava os efeitos de seus lançamentos líquidos, sólidos e gasosos no meio ambiente. Com isso, os efeitos da poluição começaram a afetar gravemente a natureza e as populações humanas localizadas nas áreas de influência das indústrias. Não havia políticas públicas de controle das emissões de matérias ou energias no meio ambiente, o que levou a situações de calamidade e de incolumidade. 
Neste período, o Brasil vivia experiências relativamente exitosas com relação ao desenvolvimento. O projeto de industrialização estava sendo bem sucedido, associado à expansão das telecomunicações e ao chamado milagre econômico. No âmbito da urbanização, o país vivia o fenômeno do êxodo rural, numa verdadeira corrida para as cidades. Na década de 1970 a população estava praticamente dividida entre o campo e a cidade, sendo que o movimento em direção às cidades era crescente.
A preocupação ambiental começava a ganhar escala e, como conseqüência, foram editadas algumas normas sobre o assunto. É nessa fase que é aprovado o Novo Código Florestal, na forma da Lei nº 4.771/65, que revoga o texto de 1934. O Novo Código traz maiores preocupações com a conservação ambiental. Então, além de reforçar a política de criação de parques e reservas com vistas à proteção florestal, também inova com o estabelecimento das Áreas de Preservação Permanente e das Reservas Legais Florestais – tidas como limitações administrativas impostas às propriedades rurais para a realização de corte raso, ficando o proprietário obrigado a manter percentuais de cobertura florestal de acordo com a localização geográfica do terreno.
Porém, o legislador não fugiu à necessidade de estabelecimento de regras variadas de acesso à exploração florestal por siderúrgicas e outras indústrias que utilizem carvão vegetal e lenha, assim como para a implantação de loteamentos e outras atividades. As violações às regras estabelecidas eram punidas como contravenções penais – que são como crimes de pequeno potencial ofensivo, aos quais se aplicam penas de prisão simples e/ou multa.
Dois anos depois é aprovada a Lei nº 5.197/67 – conhecida como Lei de Proteção da Fauna. A Lei estabelece, assim como o decreto de 1934 sobre maus tratos aos animais, a tutela do Estado sobre os animais. Porém, com uma diferença significativa. Nessa nova lei, a tutela se aplica exclusivamente sobre os animais silvestres, considerados aqueles que têm parte ou a totalidade de seus ciclos de vida em território nacional ou em águas jurisdicionais brasileiras. Ficaram de fora os animais exóticos e os domésticos ou domesticados, que só voltaram a gozar de proteção contra maus tratos com a edição da Lei de Crimes Ambientais – Lei nº 9.605/98.
As violações à Lei de Proteção à Fauna eram consideradas crimes, punidos com penas de detenção e reclusão. Mais tarde, porém, os crimes passaram a ser considerados inafiançáveis, tirando do infrator a possibilidade de pagar fiança e responder ao processo em liberdade. 
Essa medida distanciou uma norma da outra. Isto é, enquanto o Código Florestal punia seus infratores com as penas simples associadas às contravenções penais, a Lei de Proteção à Fauna impunha a reclusão do suspeito até o julgamento de seu processo pelo Poder Judiciário. Portanto, numa hipótese em que o sujeito ateasse fogo a uma floresta, sua punição seria de prisão simples, eis que a infração era considerada como contravenção penal. Já no caso do sujeito que efetuasse a caça de um único animal, seja qual fosse a motivação, a pena aplicável era de recolhimento prisional até o julgamento do processo criminal – que normalmente não conta com a desejada celeridade. Vale ressaltar que o incendiário poderia ter causado a morte de muitos animais, como é comum acontecer nas ocorrências de fogo em florestas, mas pouca integração havia entre a norma voltada à proteção dos animais com aquela voltada à gestão das florestas.
Essa dicotomia, esse distanciamento entre normas relacionadas à proteção do meio ambiente é que caracteriza, na douta construção do Ministro Herman Benjamin, a chamada Fase Fragmentária – quando as normas eram editadas sem a necessária conexão.
A Fase Holística
Finalmente, há que se falar da quarta fase.
Antes, porém, necessária se faz a contextualização de um antecedente importante, que foi a realização da Conferência das Nações Unidas para o Ambiente Humano, o primeiro grande evento mundial sobre meio ambiente, chamada também de Conferência de Estocolmo, realizada nesta cidade da Suécia, em 1972.
O lema da Conferência eram os Limites ao Crescimento. Foi o primeiro fundamento das políticas públicas ambientais em âmbito global, que abriu o leque de instrumentos e sistemas de gestão ambiental. Portanto, à época não se questionava o modelo ou os objetivos do chamado Crescimento, apenas indicava a necessidade de estabelecer alguns limites relacionados às conseqüências ambientais das atividades humanas. A Conferência fomentou a construção de políticas ambientais pelas Nações, especialmente àquelas relacionadas ao controle das atividades que possam provocar alterações no ambiente.
No Brasil, o resultado político da conferência foi muito positivo, eis que motivou a elaboração e a aprovação da Lei nº 6.938/81, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente – PNMA. Sua aprovação, segundo Benjamin, inaugura a Fase Holística, já que é a primeira lei brasileira que legisla expressamente sobre meio ambiente. Isto é, havia leis sobre floresta, proteção animal, água, uso do solo, do subsolo e algumas outras que tratavam de elementos naturais, mas não havia nenhuma lei dispondo sobre meio ambiente. Dentre os principais doutrinadores há o consenso de que o Direito Ambiental Brasileiro nasce com a aprovação da Lei nº 6.938/81.
Esta lei estabelece os princípios, finalidades e diretrizes gerais da PNMA, além de definir os conceitos de meio ambiente, poluição, poluidor, degradação da qualidade ambiental e de recursos ambientais. A definição de conceitos é fundamental, pois consolida legalmente o que pode sofrer várias interpretações se ficar limitado à definição por laudo ou outro tipo de manifestação técnica. Com regras mais claras e transparentes, fica mais fácil e eficiente solucionar os diversos conflitos que envolvem a utilização do meio ambiente e dos elementos naturais.
A Lei nº 6.938/81 instituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA com o objetivo de estruturar o conjunto de órgãos e suas atribuições em matérias relacionadas à política ambiental governamental. Foi, à época, uma iniciativa muito importante e compôs um conjunto de inovações na política ambiental brasileira.
O SISNAMA pressupõe a atuação dos órgãos governamentais das três esferas do Poder Executivo de forma integrada e articulada, a fim de colher os melhores resultados na atuação em torno de um tema que é da competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios – o que caracteriza a chamada “competência comum”, na forma disposta na Constituição Federal de 1988.
Isto é, como a proteção do meio ambiente, o combate à poluição, a preservação das florestas, da fauna e da flora, nos termos do art. 23, VI e VII, da CF/88, são competências comuns às três esferas da Administração Pública, houve uma preocupação em estabelecer um sistema integrado de órgãos que atuem no cumprimento das obrigações do poder público, relacionadas ao meio ambiente.
O SISNAMA é composto por órgãos e entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como pelas fundações instituídas pelo poder público, responsáveis pela proteção e melhoria da qualidade ambiental, assim estruturado, na forma do art. 6º, da Lei nº 6.938/81:
I – órgão superior: o Conselho de Governo, com a função de assessorar o Presidente da República na formulação da políticanacional e nas diretrizes governamentais para o meio ambiente e os recursos ambientais.
II – órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA, com a finalidade de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio ambiente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida.
III – órgão central: o Ministério do Meio Ambiente – MMA, com a finalidade de planejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente.
IV – órgão executor: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, com a finalidade de executar e fazer executar, como órgão federal, a política e diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente.
V – órgãos seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental.
VI – órgãos locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas atividades, nas suas respectivas jurisdições.
A lei estabeleceu, ainda, os Instrumentos da PNMA, por meio dos quais os princípios, as finalidades e as diretrizes gerais da Política irão se materializar. Isto é, os instrumentos são os meios pelos quais a sociedade e o poder público operam as ações tradicionais de comando e controle das atividades utilizadoras de elementos naturais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras.
Nos termos do art. 9º, da Lei nº 6.938, são exemplos de instrumentos presentes na PNMA: estabelecimento de padrões de qualidade ambiental, zoneamento ambiental, avaliação de impacto ambiental, licenciamento ambiental, concessão florestal, servidão ambiental, dentre outros. O artigo citado enumera treze espécies de instrumentos, dos quais alguns são bastante conhecidos pela sociedade, enquanto outros ainda sequer ganharam real efetividade, mesmo depois de mais de 30 anos da aprovação da PNMA.
Outra questão relevante que surgiu com a aprovação da referida lei é a Responsabilidade Civil Objetiva – que obriga o causador de um dano a arcar com os custos de sua reparação, independentemente da existência de culpa. Ou seja, a PNMA definiu que aquele que causar um dano deve pagar por sua reparação e/ou ressarcimento, mesmo que não tenha tido a intenção de provocá-lo e que a atividade causadora esteja funcionando regular ou irregularmente. Essa obrigação objetiva tem a intenção de desonerar a sociedade dos custos diretos ou indiretos relacionados à alteração da qualidade ambiental causada por terceiros, vinculando essa obrigação ao seu causador.
Esse conjunto de ferramentas e sistemas presente na Lei da Política Nacional do Meio Ambiente é que lhe atribui a grande virtude de inaugurar o Direito Ambiental Brasileiro e de iniciar a chamada Fase Holística da Legislação Brasileira.
2- A Constituição Federal e o Meio Ambiente
A Constituição Federal de 1988 seguiu na linha holística da PNMA e trouxe inúmeras inovações ao ordenamento jurídico brasileiro. No aspecto da proteção ao meio ambiente, estas inovações são latentes, destacando-se que é a primeira Constituição brasileira a consagrar um capítulo exclusivo sobre o tema. 
Apesar de ser considerada por alguns doutrinadores como a mais avançada do mundo neste assunto, não foi a primeira a tratar o meio ambiente de forma mais organizada. Outros países já o fizeram alguns anos antes, como Portugal, em 1976, Espanha, em 1978, Equador e Peru, em 1979, dentre outros na década de 80.
A Constituição de 1988 foi chamada de Constituição Cidadã, visto ter consagrado direitos fundamentais da cidadania, assegurando a criação de instrumentos de controle dos atos de Estado e de defesa dos direitos individuais, coletivos e difusos. A sociedade civil organizada mobilizou caravanas de todos os cantos do país, que se deslocavam para Brasília para pressionar os parlamentares constituintes em cada votação que tratasse dos interesses da cidadania e da coletividade, na aprovação da nova Constituição.
A nova Constituição elevou o município à categoria de ente da federação e delegou-lhe competências genéricas, como a de “legislar em assuntos de interesse local”�, que garantem aos municípios a prerrogativa de atuar na aprovação de leis e regulamentos relativos à proteção do meio ambiente. No campo das competências municipais, forma-se atualmente um novo ordenamento que possibilita cada vez mais autonomia ao poder local, onde o cidadão exerce mais influência e onde é mais fácil encontrar as soluções para uma vida de qualidade e com equilíbrio.
É claro que isso é a teoria, que muitas vezes se distancia de longe do que ocorre na prática. Ao mesmo tempo em que a descentralização da gestão ambiental traz grandes possibilidades positivas, o despreparo e o descompromisso de dirigentes públicos dos municípios, assim como de seus legisladores, oferecem o risco de um efeito contrário e adverso para a proteção do meio ambiente. 
Mas a Constituição também assegurou mais autonomia ao Ministério Público, que ganhou reforço na defesa da lei e dos interesses difusos. Por esse motivo, aumenta o poder de fiscalização sobre os atos e as ações de prefeitos, governadores e presidentes, assim como de seus subalternos. 
A Lei nº 6.938/81, que institui a Política Nacional do Meio Ambiente, já havia previsto a competência do Ministério Público em propor a ação civil para a reparação de danos causados ao meio ambiente. Porém, conforme afirma Paulo Affonso Leme Machado, “nessa lei de 1981, contudo, não se conseguiu aprovar a legitimação das associações, inobstante tenha sido a idéia aprovada unanimemente no Congresso Nacional, mas vetada pelo Chefe do Poder Executivo.”� 
Na sequência, é aprovada a Lei nº 7.347/85, que regula a Ação Civil Pública. Com ela, foram ampliadas as competências do Ministério Público com a criação do Inquérito Civil Público, possibilitando, ainda, a proposição da ação civil pública por associação civil, o que não ocorria com a Lei nº 6.938/81. 
Já com a Constituição de 1988, o Ministério Público conquista mais autonomia no que se refere à nomeação e exoneração de seu Procurador Geral, à elaboração de sua proposta orçamentária e de proposta de criação e extinção de cargos, além de outros dispositivos que lhe asseguram uma relativa independência, chegando a ser classificado eventualmente de quarto poder.
Outra novidade importante trazida pela Constituição de 1988 encontra-se no capítulo do meio ambiente. E altera conceitos tradicionais vinculados à doutrina penal brasileira. Esta inovação sujeita a pessoa jurídica causadora de danos ao meio ambiente ao devido processo penal, aplicando-lhe, se constatada sua responsabilidade, as penas criminais previstas em lei. Antes, apenas a pessoa física estava sujeita à lei penal, dado que a concepção básica da pena era a privação da liberdade. A doutrina majoritária defendia que a pessoa jurídica seria uma ficção jurídica – pois seria meramente uma associação de pessoas físicas, não sendo passível de aplicação de pena criminal, que se destinaria apenas aos seus dirigentes ou responsáveis diretos e indiretos.
Com a modernização da doutrina penal surge, através da norma infraconstitucional, a primeira possibilidade de cominação de pena criminal a empresas poluidoras, incorporando na lei o entendimento de que o dano ambiental tem um forte vínculo corporativo. A regulamentação dessa previsão constitucional deu-se dez anos depois da vigência da nova Constituição, quando da sanção da chamada Lei dos Crimes Ambientais – a Lei nº 9.605/98. 
Aliás, é essencial ressaltar que muitos doutrinadores, principalmente da área penal, reprovavam a cominação de penas à pessoa jurídica, pois entendiam que como a pena não pode ultrapassar a pessoa do condenado, segundoprincípio geral inscrito na Constituição�, não haveria de ser aplicada pena à sociedade formada pela união de pessoas. 
Além dessas, foram várias as inovações implementadas na política ambiental com a Constituição Federal de 1988, que abriram um novo cenário para o ordenamento jurídico na questão ambiental.
3- A Legislação Ambiental Brasileira
Na vigência da Constituição Federal de 1988, que dispôs sobre vários assuntos relacionados à questão ambiental, um novo ordenamento foi sendo constituído, regulamentando alguns princípios centrais da Carta Magna vinculados às políticas públicas ambientais.
E a grande virtude de parte expressiva deste novo ordenamento ecológico é a maturidade legislativa na construção de sistemas e políticas de Estado, distanciando de modelos políticos que priorizam as políticas de governos. Isto é, foram editadas importantes normas ambientais que estabeleceram novos sistemas, políticas e instrumentos de gestão associados a alguns elementos naturais ou a políticas setoriais.
Algumas das mais importantes leis aprovadas após a vigência da Constituição de 1988 são as seguintes:
Lei nº 9.433/97 – Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos, dentre outras disposições
Lei nº 9.605/98 – Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas lesivas ao meio ambiente (Lei de Crimes Ambientais)
Lei nº 9.795/99 – Institui a Política Nacional de Educação Ambiental
Lei nº 9.985/00 – Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC
Lei nº 11.445/07 – Institui a Política Federal de Saneamento Básico
Lei nº 12.305/10 – Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos
De se notar que a maioria estabeleça uma política nacional, nos moldes da PNMA, na qual estão dispostos, em conjunto ou individualmente, os objetivos, fundamentos e diretrizes gerais, um sistema, a definição de conceitos, os instrumentos e algumas competências gerais.
A Política Nacional de Recursos Hídricos – PNRH estabeleceu a bacia hidrográfica como sua unidade de planejamento, criou os comitês de bacia e as agências de águas, e instituiu a outorga do direito de uso e a cobrança pelo uso da água, dentre outras disposições.
A Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA instituiu princípios sobre o tema e criou o Grupo Gestor da PNEA, composto pelo Ministério de Meio Ambiente - MMA e pelo Ministério da Educação – MEC.
Na Lei do Saneamento Básico, o que se estabelece é uma Política Federal e não a nacional. Isso porque grande parte das competências relacionadas à matéria é dos Estados, cabendo à União exercer competência limitada ao estabelecimento de regras gerais. 
Quanto à Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, pode-se afirmar que não reproduz a íntegra do modelo da PNMA. Mas traz a definição de conceitos, princípios e objetivos, assim como estabelece importantes instrumentos. 
A Lei de Crimes Ambientais não institui uma política ou um sistema, formalmente falando. Mas antes dela, as condutas puníveis associadas às ações lesivas ao meio ambiente estavam disciplinadas em distintas leis federais. Essa condição fragmentava o ordenamento, conforme exemplo apresentado quanto à dicotomia das punições aplicáveis quando da violação do Código Florestal e da Lei de Proteção à Fauna. Referida lei revogou os dispositivos penais do Código Florestal, da Lei de Proteção à Fauna, da Lei da PNMA, e, ainda, estabeleceu novos tipos penais, associados aos crimes de poluição, contra o ordenamento urbano e o patrimônio cultural e contra a administração ambiental. Nesse sentido, ela nivelou as penas aplicáveis, extinguindo as contravenções penais ambientais e os crimes ambientais inafiançáveis. 
Outro aspecto relevante é que foi esta lei que regulamentou a Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica, materializando a aplicação de penas criminais às corporações envolvidas com a prática de crimes contra o meio ambiente. Ou seja, a lei não foi batizada com o nome de política ou sistema nacional, mas traz as características que marcaram essa nova geração de normas ambientais.
Enfim, cabe fazer também as devidas referências ao SNUC, que não se constituiu como política, optando pela formação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Assim como os crimes ambientais, as unidades de conservação estavam espalhadas por várias normas de distintos territórios hierárquicos – o que provocava constantes e profundas dúvidas sobre as características de cada categoria. Com o advento da Lei do SNUC, passamos a contar com uma norma que dispõe sobre regras e critérios de criação de unidades de conservação, sobre a definição de conceitos, a organização do sistema e o alinhamento das doze categorias entre os grupos das unidades de proteção integral e das de uso sustentável. Além disso, instituiu o importante instrumento da compensação ambiental dos empreendimentos potencialmente causadores de significativa degradação do meio ambiente – que ficaram responsáveis em investir quantias significativas de recursos financeiros em unidades de conservação, em especial nas eventualmente afetadas pelo empreendimento.
Esses, portanto, são indicativos fundamentais de que a Fase Holística avançou nas décadas de 1990 e no início do novo século, fomentando o estabelecimento de normas com amplos dispositivos de gestão ambiental.
4- A Quinta Fase da Legislação Ambiental Brasileira
Quando Herman Benjamin concebeu a divisão da história da legislação ambiental brasileira nas três fases, provavelmente não apostaria na possibilidade de passarmos por grandes retrocessos legislativos em décadas seguintes. Entretanto, essa tem sido a realidade nos tempos atuais.
Arrisco sugerir que estejamos vivenciando uma quinta fase nessa história, à qual podemos nos referir como Fase Retrô. Esta se caracteriza pela imposição de retrocessos às conquistas implementadas ao longo de muitos anos e distintos processos – que sempre apontaram para um papel protagonista do Brasil com referência às necessárias mudanças de rumo do desenvolvimento global.
Pode-se afirmar que a primeira norma da Fase Retrô foi a Lei nº 11.105/05 – que dispõe sobre a Política Nacional de Biossegurança. É curioso que ela tenha seguido o modelo de definição de políticas nacionais, como ressaltado anteriormente, porém com um pontual, mas expressivo, retrocesso na legislação ambiental.
Além de tratar da Política Nacional de Biossegurança, referida lei estabelece normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades que envolvam organismos geneticamente modificados – OGMs, cria o Conselho Nacional de Biossegurança – CNBS e reestrutura a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança – CTNBio. 
Na definição de competências relacionadas à liberação de OGMs na natureza, a lei estabelece a do órgão do Ministério do Meio Ambiente responsável por emitir autorizações e registros e de fiscalizar atividades que envolvam OGMs, “bem como o licenciamento, nos casos em que a CTNBio deliberar, na forma desta Lei, que o OGM é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente”. Ou seja, ficou sacramentado que somente quando a CTNBio deliberar é que ocorrerá o licenciamento pelo órgão ambiental competente – em afronta direta ao que dispõe a Política Nacional do Meio Ambiente quanto ao licenciamento ambiental. Como resultado desse dispositivo legal, tivemos nos anos recentes a liberação da soja transgênica, do algodão transgênico e do milho transgênico, sem que nenhum deles fosse submetido ao licenciamento ambiental.
Outro marco da Fase Retrô foi a aprovação pelo Congresso Nacional das alterações do Código Florestal que, apesar de ainda depender de alguns poucos atos para que seja sancionado, traz retrocessos relacionados às limitações administrativas no uso do solo, na forma da diminuição e exclusão de Áreas de Preservação Permanente – APPs e da Reserva Legal Florestal. O projeto aprovado permite, ainda, mecanismos para fugir às obrigações de gravame de Reserva Legal com o parcelamentodas grandes propriedades, assim como a anistia das multas aplicadas pelo descumprimento das regras do Código Florestal desde a edição do Decreto nº 6.514/08 – que regulamentou a Lei de Crimes Ambientais, impondo sanções administrativas aos violadores das leis ambientais.
Por fim, há que se referir à aprovação da Lei Complementar nº 140/2011, que regulamenta o art. 23 da Constituição Federal, que trata das competências comuns da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Assim dispõe o art. 23, CF/88:
“Art. 23 – É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
(...)
III – proteger os documentos, as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, os monumentos, as paisagens naturais notáveis e os sítios arqueológicos;
 
IV – impedir a evasão, a destruição e a descaracterização de obras de arte e de outros bens de valor histórico, artístico e cultural;
(...)
VI – proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas;
VII – preservar as florestas, a fauna e a flora;
(...) 
XI – registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
(...)
Parágrafo único: Lei complementar fixará normas para a cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional.” 
Como se extrai do texto supra, a Constituição Federal definiu os temas que são de competência comum dos entes federados. Nos interessa, em especial, as competências em matéria ambiental, mas podemos verificar outros temas correlatos, vinculados aos preceitos do meio ambiente cultural e artificial. Os demais, e de fato há vários outros, foram ocultados por não guardarem semelhanças com as questões aqui abordadas.
O fato de termos a proteção ao meio ambiente, o combate à poluição e a preservação das florestas, da fauna e da flora como competências comuns aos entes federados pode indicar avaliação positiva, mas também pode sustentar avaliação crítica. Isso porque os temas de competência comum eventualmente padecem do mal da omissão generalizada, já que qualquer um poderia agir, mas por falta de interesse deixou para que o outro o fizesse. Assim como pode ocorrer uma disputa para atuar em casos ou questões de interesse geral, inflacionando a atuação governamental ou mesmo criando celeumas a partir das manifestações distintas em torno de uma mesma situação.
Portanto, o legislador constituinte estabeleceu o conjunto de competências comuns, mas ressalvou a necessidade de aprovação de Lei Complementar para a fixação de normas para a cooperação entre os entes federados, “tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-estar em âmbito nacional”. Isso quer dizer que as competências são de todas as instâncias da Administração, porém que é preciso editar uma norma legislativa que detalhe a atuação comum.
Na I Conferência Nacional do Meio Ambiente, realizada pelo Ministério do Meio Ambiente no ano de 2003, o tema da regulamentação do art. 23 foi dominante, sendo aprovado pelos delegados como uma das principais pautas no fortalecimento do SISNAMA. Portanto, trata-se de matéria de grande interesse dos que atuam com o meio ambiente.
Porém, a lei aprovada, mesmo trazendo mais clareza sobre as competências relacionadas ao licenciamento e à fiscalização ambiental – que antes estavam dispostas no texto da Resolução CONAMA nº 237/97, sofreu influências dos setores responsáveis pelos mais recentes retrocessos. Com isso, foi estabelecida a vinculação da competência da fiscalização à competência do licenciamento ambiental. Isto é, a lei dispôs que a fiscalização deverá ser exercida pelo mesmo órgão que realiza o licenciamento, aumentando o poder dos órgãos estaduais em detrimento do poder exercido pelo IBAMA em nível nacional, conforme o art. 17 da Lei:
Art. 17.  Compete ao órgão responsável pelo licenciamento ou autorização, conforme o caso, de um empreendimento ou atividade, lavrar auto de infração ambiental e instaurar processo administrativo para a apuração de infrações à legislação ambiental cometidas pelo empreendimento ou atividade licenciada ou autorizada.
O retrocesso é expresso e objetivo, haja vista que atingiu a atuação marcante do IBAMA no combate ao desmatamento da Amazônia que, via de regra, é realizado com o apoio dos governos estaduais e municipais. Apesar disso, há brechas na lei que permitem que se faça distintas interpretações do referido dispositivo.
Entretanto, é contraditório que o Brasil ocupe destaque internacional sediando as principais conferências mundiais sobre meio ambiente nos últimos 20 anos, ao mesmo tempo que proporciona – através dos poderes Legislativo e Executivo – os maiores retrocessos da legislação no mesmo período.
5- Considerações Finais
Como pudemos notar, a história da legislação ambiental brasileira acompanha a própria história brasileira, desde os longínquos tempos da colonização portuguesa. Porém, o que temos a destacar é que a história da proteção ambiental como política pública, como Política de Estado, tem seu início verdadeiro com a edição da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – Lei nº 6.938/81.
A divisão dessa história em fases, sob a inspiração de Antônio Herman Benjamin, nos permite analisar as tendências e a contextualização dos processos que geraram as normas que dispõem sobre os usos e a conservação do meio ambiente e dos elementos naturais no Brasil.
É notória a evolução do Direito Ambiental no Brasil a partir da década de 1980, seja em razão da lei exaustivamente citada neste artigo, seja por causa da aprovação da nova Constituição Federal – em 1988. As leis ambientais editadas a partir destes dois eventos ganham um desenho mais consistente, mais duradouro, mais determinante. Fixam-se, a partir delas, Políticas de Estado, em detrimento das tradicionais políticas de governo. Com isso, os poderes públicos, os empreendedores e a sociedade civil ganham ferramentas e instrumentos para a afirmação de valores mais ecológicos e sustentáveis.
Entretanto, isso não basta!
Os instrumentos das diversas políticas ambientais estabelecidas pela legislação federal custam a ganhar eficácia e efetividade, eis que a lei per si não é suficiente para impor novos comportamentos, principalmente quando eles significam limitações administrativas ao exercício do direito de propriedade e às atividades econômicas de uma forma geral. É preciso que o Estado e a Sociedade atuem para a sua efetivação.
Esse movimento no caminho da efetivação das políticas ambientais brasileiras ganhou força nas duas últimas décadas, gerando, em contrapartida, uma forte reação dos setores econômicos brasileiros – que não admitem perder qualquer centímetro de terra, qualquer centavo dos lucros, para a garantia de um patrimônio que é da sociedade e que é o produtor das condições adequadas para uma vida de qualidade – em especial para as futuras gerações.
Esse movimento de reação, a meu ver, gerou uma nova fase da legislação ambiental brasileira, à qual chamei de Fase Retrô. E ela está em curso não apenas na esfera federal, como também no âmbito das legislações sobre meio ambiente nos estados e municípios – como no caso de Santa Catarina, que aprovou um código florestal estadual totalmente inconstitucional, eis que define limitações menos rigorosas que aquelas definidas em lei federal.
Portanto, se a sociedade não se importar, a Fase Retrô irá se expandir no tempo e no espaço, na contramão daquilo que vem sendo construído desde o início da Fase Holística. Essa nova história da legislação ambiental brasileira, cabe à nossa geração escrever.
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� Foram editadas em Portugal as Ordenações Afonsinas, as Ordenações Manoelinas e as Ordenações Filipinas, que eram batizadas com os nomes dos reis que determinavam sua edição. Porém, apenas as Filipinas tiveram vigência no Brasil, eis que as outras vigoraram antes da colonização. 
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� WAINER, Ann Helen. Legislação Ambiental Brasileira – subsídios para a história do Direito Ambiental. 2ª edição. Rio de Janeiro: Revista Forense, 1999.
� Em 1991, foi baixado pelo Presidente Collor o Decreto s/nº, de 10 de maio de 1991, que revogou centenas de decretos editados desde o início da Era Republicana, em 1889, até o ano de 1990. O texto do decreto é curto e objetivo, estabelecendo apenas que ficam revogados os decretos constantes dos anexos que, dentre tantos outros, revogou o que estabelecia a especificação e as penas para os maus tratos contra os animais.
� Constituição Federal, art. 30, I.
� MACHADO, Paulo Affonso Leme. Direito Ambiental Brasileiro, p. 291. Malheiros, 7ª edição, 1998.
� Constituição Federal, Artigo 5º, inciso XLV.
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