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O que inflamação e porque a gente inflama? • Saída líquidos e células (leucócitos) do interior do vaso para o local inflamado. • Inflamação é uma forma de reagir a um agente agressor nos tecidos. Quais são os fenômenos da inflamação e o que acontece em cada um deles? • Irritativos (sensibilidade – capacidade de identificar o agente agressor). • Vasculares (agentes inflamadores ativam o endotélio, vasodilatação, aumento da permeabilidade – p/ permitir a exsudação de leucócitos). • Exsudativos (saída de leucócitos de dentro do vaso para o local inflamado – ativação do endotélio, citocinas, moléculas de adesão, marginação leucocitária, rolamento, espraiamento e diapedese). • Alterativos (alterações morfológicas e bioquímicas das células que entraram em contato com o agente agressor). Pode resultar em degenerações (forma de adaptar-se ao agente agressor) e necrose. Resultam em alterações morfológicas que são usadas para classificar as inflamações (exsudativos e alterativos). • Resolutivos (capacidade anti-inflamatória de controle da inflamação). • Reparativos (tipos de cura – regeneração ou cicatrização). 1. Nomenclatura: Tecido/órgão + ite. Ex: • Hepatite. • Artrite. • Gastrite. • Pneumonite. Pode ser acrescida de alguma particularidade morfológica da inflamação: • Apendicite purulenta. • Pleurite fibrinosa (grande concentração de fibrina – resultado de grande ativação da cascata de coagulação). 2. Classificação: Critérios: • Clínicos e etiológicos (tempo da inflamação – aguda ou crônica). • Característica morfológica. • Fenômenos inflamatórios predominantes. Exsudativas: • Serosas. • Fibrinosas. • Hemorrágicas. • Purulentas. Alterativas: • Atrofiantes. • Necrosantes. Relacionado ao fenômeno alterativo. Aguda: • Super-aguda (horas à dias). • Aguda (dias à semanas). • Subaguda (até 6 meses). Células polimorfonucleares (neutrófilos). Predomina os fenômenos vasculares e exsudativos. Padrões morfológicos das inflamações Critérios clínicos e etiológicos: Particularidades morfológicas: Crônica: • Inespecífica (não há formação de granuloma). • Granulomatosa (acontecem em resposta a patógenos que possibilitam maior probabilidade de formação do granuloma) – Treponema pallidum, Mycobacterium tuberculosis. Células mononucleares (macrófagos). Predomina os fenômenos alterativo, resolutivo e reparativo. Aguda: Subaguda: Fenômenos vasculares- exsudativos: Fenômenos vasculares- exsudativos-proliferativos: • Hiperemia ativa, edema e infiltrado de PMN (polimorfonucleares). Exceção: Hepatite viral aguda (infiltrado com predomínio de mononucleares). • Hiperemia, edema, proliferação fibroblástica e angioblástica. • Infiltrado PMN (eosinófilos). • Infiltrado MN (linfócitos, plasmócitos e macrófagos). Geralmente, infiltrado de mononucleares está relacionado a proliferação de fibroblastos (produzem colágeno) e angioblastos – remodelação e reorganização do tecido (para reparação). Crônica: Crônica ativa: Predomina fenômenos proliferativos: Inflamação crônica reagudizada: • Proliferação fibroblástica e angioblástica. • Infiltrado de células mononucleares (linfócitos, plasmócitos e macrófagos). • Sobreposição de fenômenos vasculares exsudativos em área de inflamação crônica. A proliferação de fibroblastos e angioblastos nas inflamações crônicas ocorrem para um isolamento do patógeno e reparação do tecido (controle da inflamação para reparo do tecido) – macrófagos M2 (anti-inflamatório). Inflamação crônica reagudizada (é uma inflamação crônica a muito tempo, e readquire característicos de inflamação aguda em um curto período de tempo) – Ex: Doença de Chagas. Sinais sempre presentes: eritema (vermelhidão pela hiperemia ativa), edema (vasodilatação) e dor (lesão em terminações nervosas ou mediadores inflamatórios). Exsudato depende: • Severidade da lesão. • Causa. • Tecido. 1. Inflamação aguda exsudativa serosa: • Exsudado fluido, com aspecto de soro e poucas células (líquidos + amarelado, mas não turvo, - translucido). • Dentro ou imediatamente abaixo da epiderme. Vesícula causada por herpes. Bolha. Padrões morfológicos da inflamação aguda: Granuloma (estrutura celular que isola o patógeno). Incapacidade de eliminar o patógeno (evolução de inflamação aguda para crônica). Características morfológicas: Microscopia de uma bolha (descolamento da camada basal do epitélio) – região cheia de exsudato seroso. 2. Inflamação aguda exsudativa fibrinosa: Alta concentração de fibrina (exsudato rico em fibrina). Aspecto de pão com manteiga. • Exsudato rico em fibrina (produto da cascata de coagulação). • Alteração da permeabilidade vascular. • Grande extravasamento vascular. • Exsudato filamentoso (característica de ranhuras). • Celularidade variável (pode ter muita ou pouca célula). Pericardite fibrinosa. 3. Inflamação aguda exsudativa serofibrinosa: • Exsudato seroso (líquido e pouco célula), quanto exsudato fibrinoso (deposição de fibrina). Exsudato fibrinoso. Exsudato seroso. 4. Inflamação aguda exsudativa hemorrágica: • Exsudação de hemácias. • Predomínio de conteúdo hemorrágico. • Sero-hemorrágico (hemorragia com conteúdo com poucas células).. • Fibrino-hemorrágico (exsudação de fibrina + comum – cascata de coagulação). Cistite hemorrágica. 5. Inflamação aguda exsudativa purulenta: • Presença de pus (exsudato inflamatório + restos necróticos). • Comum em infecções bacterianas – exsudação abundante de fagócitos e fibrinas (necrose por toxinas bacterianas). Pus: liquido de densidade, cor e odor variáveis, constituído por exsudato plasmático e celular, além de restos necróticos. Exsudação leucocitária e características microscópicas de necrose (Cariólise, Cariorrexe, picnose) Foliculite (contida em uma pústula: inflamação purulenta: circunscrita da pele ou mucosa). Abcesso (circunscrita com coleção de pus em uma cavidade formada pela própria inflamação e circundada por uma membrana de tecido infiltrado – membrana piogênica – de onde o pus é gerado). O abcesso é formado de: 1. Cavidade contendo pus. 2. Camada interna, constituída por tecido infiltrado por leucócitos e em destruição. É a membrana piogênica, que deve ser eliminada para que possa ocorrer a cura do abcesso. 3. Camada externa, de onde parte o tecido de granulação que evolui p/ tecido conjuntivo cicatricial. Furúnculo (abcesso na derme ou subcutâneo, causado geralmente por estafilococos que penetram nos folículos pilosos e nas glândulas sebáceas). Carbúnculo (pústula resultante da infecção pelo Bacillus anthracis – costa negra). Mucosa: Inflamação exsudativo catarral/ais (catarro): • Exsudação liquida e de leucócitos na superfície de mucosas. • Descamação do epitélio. • Secreção de muco. Denominação especiais: Necrosantes: • Necrose extensa da área inflamada. Fascite necrosante. Estomatite aftosa – ocorre no início do processo inflamatório (predomínio de se tornar necrosante + rapidamente). Cronificação: • Persistência do agente inflamatório (Ex: tuberculose). • Exposição prolongada a agentes tóxicos (álcool – etilistas crônicos). • Fenômenos autoimunes (Ex: D. Crohn). Características morfológicas principais: 1. Inflamação e exsudato mononucleares (macrófagos e linfócitos). 2. Fenômenos alterativos (destruição tecidual – necrose). 3. Fenômenos reparativos (elementos de reparo – fibrose). Principal célula que rege as características desse tipo de inflamação (macrófagos). M1 e M2 (maioria). • Característica anti-inflamatória: secretam TGF-beta (caracteriza ligada a ativação de fibroblastos –colágeno). • Além disso, é possível evidenciar no exsudato linfócitos B e T. Linfócitos B (quando ativados – plasmócitos). • Alguns tipos de inflamação dependendo do patógeno pode haver eosinófilos dentro do exsudato celular – processos alérgicos ou por infecção de parasitas. Reações mediadas por IgE e infecções parasitárias. Helminto. Padrões morfológicos da inflamação crônica: 1. Inflamação crônica granulomatosa: • Presença de um granuloma (conjunto focal e organizado de células inflamatórias exsudadas). • Macrófagos estão presentes em todos os grânulos (com diferentes fenótipos, M1, M2...). • Normalmente é organizado por um halo linfoplasmocitário (células em sua maioria mononucleares), tentando conter o agente agressor. Granuloma imunogênico (epitelióide): Desencadeados a partir de processos inflamatórios que estimulam a resposta imunológica (em sua maioria, ao agente agressor – agente biológico). Granuloma não imunogênico (agentes não biológicos): Corpo estranho (fios de sutura). • Macrófagos epitelioides (agrupados como células epiteliais) – célula obrigatória de um granuloma. • Redução da fagocitose, mas mantém pinocitose (aumentam a capacidade de englobar parte do patógeno) e transporte de vesículas. • Camadas concêntricas em torno do agente agressor (paliçada). Componente obrigatório do granuloma: • Células epitelioides (halo epitelióide). Componentes acessórios: • Células gigantes multinucleadas – células de Langhans (macrófagos que não conseguiram fagocitar o macrófago, macrófagos se fundem). • Halo linfoplasmocitário (linfócitos, eosinófilos, mastócitos e basófilos). • Fibroblastos (depende do estágio – em algum momento as células morrem por necrose – precisa ser contida para não ativar resposta inflamatória). Halo epitelióide: • Células epitelioides (produzem enzimas que dissolvem o agente agressor). • Endocitam partículas do patógeno. Células de Langhans ou gigantes: • Células epitelioides que se fundem p/ formar as células gigantes na periferia ou algumas vezes no centro dos granulomas. • Muitos núcleos e baixa atividade fagocitária. Núcleos arranjados em paliçada. Granuloma epitelióide: Núcleos periféricos. Células de corpo estranho: Núcleos irregulares. Granuloma não imunogênico (agentes não biológicos). Linfócitos T: • Migração e agregação de macrófagos. • Reposta imune celular. • Liberação de citocinas. Linfócitos B: • Resposta imune humoral. • Produção de anticorpos. • Ativação do Sistema complemento. Células acessórias do granuloma: Dependem do agente agressor. • Neutrófilos: Paracoccidioides brasiliensis. • Eosinófilos: reações alérgicas e parasitárias. • Fibroblastos: reparo tecidual. Deposição centrípeta – bulbo de cebola – fibrose. 1. Cura (resolução – restituição da integridade tecidual (regeneração) ou cicatrização – deposição de fibrose). 2. Necrose. Tuberculose: Granuloma imunogênico em resposta a mycobacterium tuberculosis. Região central (necrose – restos celulares). Ao redor (halo linfoplasmocitário). Externamente (formação de fibrose com deposição de colágeno). Esquistossomose: • Origina-se em torno de partículas não imunogênicas: fios de sutura, biomateriais, silicone industrial, enxerto... • Granuloma mais frouxo. • Presença de células gigantes do tipo corpo estranho (não formam paliçada). Halo linfoplasmocitário: Evolução dos granulomas: Inflamação crônica de corpo estranho: Aparência macroscópica de uma paciente que realizou uma cirurgia para preencher volume de tecido com pilimetilmetacrilato (PMMA), a evolução disso foi a formação de uma inflamação de um corpo estranho – evolui para necrose. São geralmente menores, mais frouxos e com menor nº de linfócitos. Os macrófagos sofrem pouca transformação epitelióide (diferente dos granulomas imunogênicos). Os granulomas de corpo estranho também curam-se por fibrose. • Quanto mais inerte é o corpo estranho, menor é a indução de inflamação granulomatosa. • Próteses valvares ou vasculares e outros dispositivos mecânicos são fabricados com materiais cada vez mais inertes (puras), exatamente para evitar que induzam inflamação e fibrose. Caracterizado por: • Inflamação com duração por + de 6 meses. • Exsudato inflamatório crônico (células mononucleares – linfócitos e macrófagos). • Proliferação de vasos sanguíneos de modo irregular. • Sem a formação de um granuloma. Miocardite chagásica: Patógeno está presente no organismo por tempo (a presenta do agente estimula a resposta inflamatória). Inflamação crônica inespecífica (não granulomatosa): Vesícula biliar (Colecistite crônica): Inflamação crônica da vesícula biliar.