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Material de apoio - Processo Penal_CEISC

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1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Processo Penal 
Prof.ª Letícia Neves 
Prof. Mauro Stürmer 
 
1ª FASE 36° EXAME 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
2 
 
 
1ª FASE OAB | 36° EXAME DA OAB 
Processo Penal 
 
 
Sumário 
 
1. Aplicação da Lei Penal .................................................................................................................. 3 
2. Inquérito Policial ............................................................................................................................. 7 
3. Ação Penal .................................................................................................................................... 16 
4. Competências e Jurisdição ......................................................................................................... 25 
5. Provas ............................................................................................................................................ 39 
6. Sujeitos Processuais .................................................................................................................... 50 
7. Comunicação Dos Atos Processuais ........................................................................................ 52 
8. Prisões ........................................................................................................................................... 60 
9. Procedimentos Penais ................................................................................................................. 69 
10. Juizados Especiais Criminais ................................................................................................... 81 
11. Lei de Execução Penal .............................................................................................................. 90 
12. Recursos Em Processo Penal ............................................................................................... 104 
13. Recursos em Espécie .............................................................................................................. 107 
14. Ações Impugnativas E Nulidades E Processo Penal ......................................................... 120 
15. Nulidades no Processo Penal ................................................................................................ 128 
 
 
 
Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para 
a 1ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, 
recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente. 
 
Bons estudos, Equipe Ceisc. 
Atualizado em junho de 2022. 
 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
3 
1. Aplicação da Lei Penal
 Conceito de Processo Penal 
É um conjunto de princípios e normas que disciplinam a composição das lides penais, 
por meio da aplicação do direito penal objetivo. 
É o conjunto de princípios e normas que regulam a aplicação jurisdicional do Direito 
Penal, bem como as atividades persecutórias da Polícia Judiciária, e a estruturação dos órgãos 
da função jurisdicional e respectivos auxiliares. 
 
Tipo De Processo Penal – Sistemas
 
Atenção: adotamos no Processo Penal Brasileiro o sistema Acusatório. 
 
Lei Processual No Tempo 
O mais importante artigo sobre esse assunto é o abaixo transcrito: 
Art. 2ºdo CPP: A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade 
dos atos realizados sob a vigência da lei anterior. 
 
•As funções de acusar, defender e julgar se reúnem em uma só pessoa, no juiz inquisidor.
•Características: processo sigiloso, sem contraditório visando sempre a confissão do réu (a
confissão era considerada a rainha das provas).
Inquisitivo
• As funções de acusar, defender e julgar são distribuídas para personagens
diferentes, especializados.
• Características: pressupõe processo em que todas as garantias constitucionais são
observadas.
Acusatório
• É uma combinação dos dois sistemas anteriores, dividindo em duas fases.
Misto
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
4 
Atenção: Ainda que prejudique a situação do réu ela é aplicável retroativamente; Isso porque é 
diferente da Lei Penal (essa sim não retroage para prejudicar o acusado). 
Tempus regit actum 
• Atos processuais praticados sob a égide da lei antiga são considerados válidos e 
não são atingidos pela nova lei processual; 
• Normas novas tem aplicação imediata. 
 
Lei Processual e Sua Interpretação:
Interpretar é o ato pelo qual se extrai da norma o seu exato alcance. 
Espécies de Interpretação 
 
 
 
 
 
 
Existe um recurso mnemônico que vai te auxiliar a não esquecer as espécies de 
interpretação: 
 “Um (i) sujeito busca um (ii) meio de chegar a um (iii) resultado.” 
 
Quanto ao Sujeito 
A) Autêntica ou Legislativa: feita pelo próprio órgão encarregado da elaboração da 
lei. Exemplo: a própria lei explica do que é funcionário público para fins penais. 
Atenção: está interpretação vincula os intérpretes. 
 
B) Doutrinária: feita pelos estudiosos do direito. 
Atenção: a exposição de motivos do CP é interpretação doutrinária e não autêntica. 
 
C) Judicial: feita pelos órgãos do poder judiciário (não é obrigatória). 
Cuidado: poderá ter caráter vinculante. Ex.: Súmulas Vinculantes. 
 
Quanto ao Meio: 
Quanto ao Sujeito
Quanto ao Meio/Modo
Quanto ao Resultado
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
5 
A) Gramatical / filológica: leva-se em conta o sentido literal das palavras. 
B) Lógica ou Teleológica: busca-se a vontade da lei, atendendo-se aos seus fins no 
ordenamento jurídico. 
C) Sistemática: analisa a coerência da lei com as demais normas do sistema, bem como 
em conjunto com os demais princípios de direito. 
D) Histórica: analisa as condições e fundamento da origem da norma. Busca investigar 
a sociedade na época da edição da norma. 
E) Progressiva: busca o significado legal de acordo com o progresso da ciência. 
 
Quanto ao Resultado 
A) Declarativa: a letra da lei corresponde exatamente ao significado desejado pelo 
legislador. 
B) Restritiva: o legislador disse mais do que desejava dizer, cabendo ao intérprete 
restringir seu significado. 
C) Extensiva: a Lei ficou aquém da vontade do legislador (disse menos do que 
desejava), cabendo ao intérprete ampliar seu significado. 
 
Interpretação Analógica 
Muito cuidado: É intra legem (dentro da lei). O texto traz uma cláusula genérica, após 
trazer uma fórmula casuística. 
 
Ocorre, por exemplo, no homicídio qualificado, veja: 
Art. 121, § 2° - Se o homicídio é cometido: 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; [...] 
IV – outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa da vítima 
 
 
Muita atenção quando se fala em analogia, pois: 
 
 
 
 
 
Espécies de Analogia 
Não é forma de interpretação, mas sim de integração, pois serve para suprir lacunas
legislativas.
Nada mais é do que a utilização de lei para outro caso semelhante. 
Fundamento: “Onde está a mesma razão, aplica-se o mesmo direito.”
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
6 
 
• In Bonam partem: aplica-se ao caso omisso uma lei que beneficia o réu. 
• In Malam partem: consiste em aplicar a um caso concreto uma lei que irá prejudicar 
o réu. 
 
Interpretação da Norma Processual: 
Art. 3º do CPP: A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação 
analógica, bem como o suplemento dos princípios gerais de direito. 
 
Imunidades Diplomáticas 
• Chefes de Estado, representantes de governo estrangeiros, agentes diplomáticos, 
pessoal técnico e administrativo; 
• Admite-se renúncia (pelo Estado); 
• Embaixadas (sede diplomática) não são consideradas extensões do território 
estrangeiro (são, porém, invioláveis). 
 
Imunidades Parlamentares 
• Material 
Art.53 do CPP: Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por 
quaisquer de suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 35, de 2001) 
 
• Processual ou Formal 
₋ Garantia quanto a instauração do Processo; 
₋ Não ser preso (salvo Flagrante Delito de crime inafiançável); 
₋ Foro Privilegiado; 
₋ Servir como testemunha. 
 
Imunidades Temporárias do Presidente da República 
Art. 86, § 4º. O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser 
responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções. 
 
 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
7 
2. Inquérito Policial 
 
O processo penal não serve apenas para que o Estado aplique o seu direito de punir, 
mas também para que o indivíduo possa defender-se deste Estado. 
Persecução Penal 
O caminho a ser percorrido pelo Estado para exercer seu direito de punir: 
Etapas: 
 
 
 Conceito 
O Inquérito Policial pode ser conceituado como um procedimento administrativo, 
preparatório. inquisitivo e sigiloso, presidido pela autoridade policial, que tem por finalidade reunir 
elementos necessários à apuração da prática de uma infração penal e sua autoria, a fim de 
propiciar a propositura da denúncia ou queixa-crime. 
 
 Natureza Jurídica 
Atenção: Pessoal, sempre que lhe for perguntado: “Qual a natureza Jurídica?” de algum 
instituto, na verdade, o que se deseja saber é: “o que é isso para o direito”. 
 
Assim, percebemos que a natureza jurídica do inquérito (o que ele é para o direito) é de 
um procedimento administrativo – não é processo, pois não se constitui de uma relação 
trilateral (delegado – parte A, parte B contraria – contraditório e ampla defesa), por isso se fala 
em investigado, que pode ser o objeto de uma investigação. 
 
Espécies de Inquéritos: 
1ª 
ETAPA Extraprocessual Inquisitiva Inquérito
2ª 
ETAPA Judicial Contraditória Ação Penal 
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Processo Penal 
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Art. 4º do CPP: A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território 
de suas respectivas circunscrições e terá por fim a apuração das infrações penais e da 
sua autoria. 
Parágrafo único: A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades 
administrativas, a quem por lei seja cometida a mesma função. 
 
 
Cuidado: Segundo o STF o Ministério Público poderá investigar. O fundamento 
encontrado pela Suprema Corte foi a teoria dos poderes implícitos. Tal investigação será 
instrumentalizada por meio de um PIC (procedimento investigatória criminal) e não por meio de 
Inquérito Policial. 
 
Destinatários: 
 
Finalidade: 
Fornecer elementos de convicção para que o titular da ação penal (MP ou Ofendido) 
ingressem em juízo. 
Destinatários
Imediatos
MP (Ação Penal Pública)
Ofendido ou Representante 
Legal 
(Ação Penal Privada)
Mediato
Juiz - para fundamentar decisões 
cautelares (prisão preventiva, 
busca e apreensão, etc...)
Policiais
•Inquérito Policial
•Delegados de Polícia de Carreira - PC ou PF
Não Policiais
•Inquéritos Parlamentares - Súmula 397 do STF
(Crime Ocorrido na CD ou SF)
•Inquéritos Presididos por Autoridades Judiciárias
ou do MP
•Inquérito Civil - MP
•Inquéritos Policiais Militares - IPM
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Processo Penal 
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Instauração do IP: 
Atenção: A forma de início do Inquérito irá depender, necessariamente, da espécie de 
ação penal. 
 
Ler com muita atenção o art. 5º do CPP. Explicado abaixo: 
 
1 - Crimes De Ação Penal Pública Incondicionada 
 
A) De ofício– a autoridade inicia o IP sem a necessidade de que alguém o informe, toma 
conhecimento da infração sem a necessidade da ação penal, a peça inaugural é uma portaria e 
se trata de uma cognição imediata. 
B) Requisição do juiz ou do MP – o delegado age provocado pelo juiz ou pelo MP – a 
peça inaugural pode ser a própria requisição, ou pode ser uma portaria, é uma cognição 
mediata. 
Cuidado: essa forma é importante saber para os casos de HC. Autoridade Coatora. 
Perceba que nela a autoridade coatora não será o Delegado, mas sim a Juiz o Promotor que 
requisitou a instauração do IP. 
C) Requerimento da vítima ou do seu representante legal– art. 5º, II CPP 
A peça inaugural pode ser a petição da vítima, ou o delegado inaugura por portaria, 
trata-se de uma cognição mediata. 
D) Flagrante – pode ser instaurado mediante prisão em flagrante. 
A peça inaugural é o auto de prisão em flagrante, trata-se de uma cognição coercitiva. 
E) Notícia formulada por qualquer do povo– 
 
 
 
A notícia pode ser anônima ou apócrifa? 
Notícia anônima pode fundamentar a instauração de IP, desde que se apure 
preliminarmente a viabilidade da notícia, investiga antes, realiza rápida diligência 
para verificar a veracidade da notícia, se procedente elabora portaria e instaura o IP. 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
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2 - Crimes De Ação Penal Pública Condicionada 
ART. 5º, §4º, CPP: § 4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de 
representação [Ação Penal Pública Condicionada], não poderá sem ela ser iniciado. 
 
 3 - Crimes De Ação Penal De Iniciativa Privada 
ART. 5º, §5º, CPP: § 5o Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá 
proceder a inquérito a requerimento de quem tenha qualidade para intentá-la. 
 
Características do Inquérito Policial 
 
1) Instrumental – o IP tem por finalidade apurar a materialidade da infração penal e 
indícios da autoria. Ele não é um fim em si mesmo, mas um instrumento para a instauração da 
futura ação penal. 
 
2) Obrigatório– havendo justa causa, o delegado não pode deixar de instaurar o 
procedimento investigatório, a autoridade não pode deixar de instaurar. 
E no caso de ser requerida a instauração e o Delegado indeferir? Aplica-se o artigo 
abaixo: 
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: [...] 
§ 2º Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito caberá recurso para o 
chefe de Polícia. 
 
3) Discricionário – os atos de investigação são da análise exclusiva da autoridade 
policial, que estudará sua conveniência e oportunidade; a discricionariedade diz respeito às 
diligências; 
 
Art. 14. O ofendido, ou seu representante legal, e o indiciado poderão requerer qualquer 
diligência, que será realizada, ou não, a juízo da autoridade. 
 
Cuidado! No caso de o crime deixar vestígios (não-transeunte) o Exame de Corpo de Delito (art. 158 
do CPP) será obrigatório. 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
11 
 
4) Dispensável – se o titular da ação penal tiver provas da materialidade e indícios da 
autoria por outro meio, o IP é dispensável; 
 
Art. 39. [...] § 5o O órgão do Ministério Público dispensará o inquérito, se com a 
representação forem oferecidos elementos que o habilitem a promover a ação penal, e, 
neste caso, oferecerá a denúncia no prazo de 15 dias. 
 
 
5) Informativo– os elementos colhidos no IP servirão apenas para subsidiar a ação 
penal; 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, 
não repetíveis e antecipadas. 
 
 
6) Escrito 
Art. 9°.Todas as peças do inquérito policial serão, num só processado, reduzidas a escrito 
ou datilografadas e, neste caso, rubricadas pela autoridade. 
 
 
7) Sigiloso 
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou 
exigido pelo interesse da sociedade. 
 
Porém ele não é sigiloso para: 
(i) o juiz; 
(ii) o MP – pode acompanhar o inquérito e ser o mesmo promotor na ação penal – Sumula 
234 STJ. 
 
 
 
Súmula 234 - A participação de membro do ministério público na fase investigatória 
criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. 
1ª Fase | 36°Exame da OAB 
Processo Penal 
12 
(iii) o advogado – art. 7º, XIV do EOAB e Súmula Vinculante 14. 
 
Atenção especial para esses dispositivos do Estatuto da OAB: 
Art. 7 XXI (EAOB) - assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, 
sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, 
subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes 
ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva 
apuração: 
a) apresentar razões e quesitos; (perguntas...) 
Art. 7, XIV da Lei 8.906/94 (EOAB) - examinar, em qualquer instituição responsável por 
conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de 
qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo 
copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; 
 
 
 
 
8) Inquisitivo– não havendo acusado, mas somente suspeito, não se aplica ao IP o 
contraditório. 
Atenção: Segundo a doutrina, o contraditório fica postergado (diferido) para ser usado 
durante a Ação Penal. 
9) Indisponível – art. 17 CPP. 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
 
10) Temporário– é uma garantia constitucional, art. 5º, LXXVIII, CF – duração razoável 
do processo. 
 
Prazo Do IP 
Regra Geral: 
Art.10 do CPP: 
• Indiciado preso – 10 dias. Improrrogável 
• Indiciado solto – 30 dias. Prorrogável 
 
Súmula Vinculante 14 - É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos 
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão 
com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa. 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
13 
 Prazos Especiais 
➢ Lei 5.010/66 – prazo de conclusão do IP na justiça Federal – art. 66: 
• Indiciado preso - 15 dias, prorrogado por mais 15 dias; 
Segundo o art. 66, o preso deverá ser apresentado ao Juiz para a prorrogação. 
• Indiciado solto – 30 dias, prorrogáveis a critério do juiz – segue o CPP. 
 
➢ Lei 11.343/06 – lei de drogas 
• Indiciado preso – 30 dias, prorrogável por mais 30 dias; 
• Indiciado solto – 90 dias, prorrogável por mais 90 dias. 
 
Vícios no Inquérito Policial 
Não sendo o Inquérito Policial um ato do Poder Judiciário, mas sim um procedimento 
administrativo os vícios que existam nesta fase da persecução penal não acarretam 
nulidade processual. 
 
 
Indiciamento
É o ato pelo qual o delegado atribui a alguém a prática de uma infração penal, baseado 
em indícios da autoria e prova da materialidade. 
Pergunta: seria possível o indiciamento determinado por um juiz ou promotor? 
O SFT já respondeu e disse que NÃO. 
STF. 2ª Turma. HC 115015/SP, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 27/8/13 (Info 717). 
 
Encerramento do Inquérito Policial 
 
CUIDADO! 
A irregularidade poderá, entretanto, acarretar a invalidade de um ato. É o que ocorre com 
a prisão em flagrante irregular etc. 
O indiciamento é ato privativo da autoridade policial, segundo sua análise técnico-
jurídica do fato. O juiz não pode determinar que o Delegado de Polícia faça o 
indiciamento de alguém. 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
14 
Previsão Legal 
Art. 10 do CPP. § 1 A autoridade fará minucioso relatório do que tiver sido apurado e 
enviará autos ao juiz competente. 
§ 2 No relatório poderá a autoridade indicar testemunhas que não tiverem sido inquiridas, 
mencionando o lugar onde possam ser encontradas. 
Art. 19. Nos crimes em que não couber ação pública, os autos do inquérito serão 
remetidos ao juízo competente, onde aguardarão a iniciativa do ofendido ou de seu 
representante legal, ou serão entregues ao requerente, se o pedir, mediante 
traslado. 
 
 Procedimentos no Encerramento 
Novo art. 28 do CPP e a Suspensão pelo STF:
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos 
informativos da mesma natureza, o órgão do Ministério Público comunicará à vítima, 
ao investigado e à autoridade policial e encaminhará os autos para a instância de revisão 
ministerial para fins de homologação, na forma da lei. (Redação dada pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
§ 1º Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do 
inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação, 
submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme 
dispuser a respectiva lei orgânica. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 2º Nas ações penais relativas a crimes praticados em detrimento da União, Estados e 
Municípios, a revisão do arquivamento do inquérito policial poderá ser provocada pela 
chefia do órgão a quem couber a sua representação judicial. (Incluído pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
 
 
 
 
 
 
Importante! 
O STF (Min. Luiz Fux) suspendeu o trecho que modificou o Artigo 28 do Código de 
Processo Penal (CPP) e estabeleceu regras para o arquivamento de inquéritos policiais. 
Com a norma, o Ministério Público (MP) deveria comunicar a vítima, o investigado e a 
polícia no caso de arquivamento do inquérito, além de encaminhar os "autos para a 
instância de revisão ministerial para fins de homologação, na forma da lei". Para Fux, a 
medida desconsiderou os impactos financeiros no âmbito do MP em todo o país. Assim, 
continuamos utilizando, enquanto a decisão do STF não for revisada, a sistemática do 
revogado art. 28, abaixo transcrito: 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
15 
 
 
 
 
 
 
 
Assim: 
 
 
Cuidado com a Alteração Legislativa: 
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 
da Constituição Federal figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos 
policiais militares e demais procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de 
fatos relacionados ao uso da força letal praticados no exercício profissional, de forma 
consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas no art. 23 do Decreto-Lei nº 
2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir 
defensor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da 
instauração do procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de 
até 48 (quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação. (Incluído pela Lei nº 
13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de 
defensor pelo investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a 
instituição a que estava vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para 
que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, indique defensor para a representação 
do investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do § 2º deste artigo, a 
defesa caberá preferencialmente à Defensoria Pública, e, nos locais em que ela não 
estiver instalada, a União ou a Unidade da Federação correspondente à respectiva 
competência territorial do procedimento instaurado deverá disponibilizar profissional para 
acompanhamento e realização de todos os atos relacionados à defesa administrativa do 
investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo deverá ser precedida 
de manifestação de que não existe defensor público lotado na área territorial onde tramita 
o inquérito e com atribuição para nele atuar, hipótese em que poderá ser indicado 
profissional que não integre os quadros próprios da Administração. (Incluído pela Lei 
nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
Com a suspensão do art. 28 do CPP, em face da decisão acima apresentada, o 
arquivamento na prática continua a ser realizadomediante requerimento 
(promoção) do MP e por decisão judicial. 
Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o 
arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de 
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de 
informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do 
Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então 
estará o juiz obrigado a atender. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art23
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art23
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
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1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
16 
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos 
interesses dos investigados nos procedimentos de que trata este artigo correrão por conta 
do orçamento próprio da instituição a que este esteja vinculado à época da ocorrência dos 
fatos investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
§ 6º As disposições constantes deste artigo se aplicam aos servidores militares vinculados 
às instituições dispostas no art. 142 da Constituição Federal, desde que os fatos 
investigados digam respeito a missões para a Garantia da Lei e da Ordem. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 
 
3. Ação Penal 
 
É o direito subjetivo de pedir ao Estado-Juiz, titular exclusivo do ius puniendi (direito de 
punir), a aplicação do direito penal objetivo a um caso concreto. 
 
Condições Da Ação Penal
São requisitos que irão subordinar o exercício do direito de ação. 
 
Espécies: 
 
 
Condições Genéricas 
1) Possibilidade jurídica do pedido – pedido na ação de estar previsto no ordenamento – 
tipicidade; 
2) Legitimidade para agir – possibilidade de ocupar o polo passivo e ativo da ação; 
3) Interesse em agir (necessidade, utilidade, adequação); 
4) Justa causa. 
 
Exemplos de Condições Específicas: 
• Representação do ofendido (art. 88 da Lei do JeCrim – Lei 9.099/95) 
GENÉRICAS
• Necessárias em todos os tipos de ação, para
um exercício válido de tal direito.
ESPECÍFICAS
• Presentes apenas em determinadas ações.
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1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
17 
• Requisição do Ministro da Justiça (art. 145 do CP) 
 
Classificação da Ação Penal 
No processo civil a classificação das ações leva em conta o provimento jurisdicional 
invocado (ação de conhecimento, ação cautelar, ação de execução). 
No processo penal a classificação se dá não pelo provimento, mas sim pela titularidade 
do sujeito ativo. 
* Para todos verem: esquema abaixo. 
 
 
 
Pública – titular o Ministério Público - MP
Privada – Vítima ou seu representante legal
Ação Penal Pública 
1. Incondicionada 
2. Condicionada 
 2.1. Representação 
 2.2. Requisição 
 
Ação Penal Privada 
1. Personalíssima 
2. Exclusiva 
3. Subsidiária da Pública 
 
Regra Geral: 
Art. 100, Código Penal– A ação penal 
será pública, salvo quando a lei 
expressamente a declara privativa do 
ofendido. 
 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
18 
Princípios da Ação Penal 
 
 
Ação Penal Pública 
Ação Penal Pública– titular é o MP – art. 129, I, CF. 
 
Art. 129, CF/88: São funções institucionais do Ministério Público: 
I - Promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
 
Pode ser classificada como: 
A) Ação penal pública incondicionada 
B) Ação penal pública condicionada 
 
Ação Penal Pública Incondicionada 
• Regra no Direito Penal 
• Titular – MP 
• Não está adstrita ao preenchimento de qualquer condição específica. Bastam as 
genéricas. 
 
Ação Penal Pública Condicionada: a Representação do Ofendido 
Quanto a Representação (condição específica da ação penal) não podemos esquecer: 
• Manifestação de que tem interesse na persecução penal do agente. 
PÚBLICA 
• Obrigatoriedade; 
• Indisponibilidade; 
• Oficialidade – O órgão ministerial 
é uma instituição Oficial – 
pertencente ao Estado; 
 
 PRIVADA 
• Conveniência e Oportunidade; 
• Disponibilidade - (poderá desistir da 
Ação – perdão ou perempção); 
• Indivisibilidade (importantíssima para 
as hipóteses de renúncia ou perdão do 
ofendido – estudaremos a seguir) 
 
 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
19 
• Natureza Jurídica – Condição objetiva de Procedibilidade 
• Não há formalismo. 
• Não vincula o Ministério Público. 
• Prazo: decadencial de 6 meses. Leia o artigo abaixo: 
 
Art. 38 do CPP: Salvo disposição em contrário, o ofendido, ou seu representante 
legal, decairá no direito de queixa ou de representação, se não o exercer 
dentro do prazo de seis meses, contado do dia em que vier a saber quem é o 
autor do crime, ou, no caso do art. 29, do dia em que se esgotar o prazo para o 
oferecimento da denúncia. 
 
 
 
 
 
Ação Penal Pública Condicionada a Requisição do Ministro da Justiça 
• Natureza jurídica – condição específica objetiva de procedibilidade 
• É ato político. Não vincula o Ministério Público a oferecer a denúncia. 
• Prazo – não tem prazo decadencial, porém, o delito está sujeito ao prazo prescricional. 
 
• Hipóteses: 
✓ Crime cometido por estrangeiro contra Brasileiro, fora do país. (art. 7º, § 3º, b, do CP) 
✓ Crimes contra a honra praticados contra o PR (art. 141, c/c art. 145 do § único). 
 
Muita atenção: 
É possível a Retratação (volta atrás) da Representação. 
• Sim, até o oferecimento da denúncia. 
• Recurso mnemônico – RETRO (RETR – de retratação, O de oferecimento) 
Art. 25. A representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. 
 
Retratação da Retratação da Representação (aqui a vítima autorizou, depois desautorizou 
(voltou atrás) e agora deseja autorizar a persecução penal novamente. Possível? 
• Sim, até o prazo decadencial de 6 meses. 
 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
20 
Art. 24, § 2o do CPP - Seja qual for o crime, quando praticado em detrimento do 
patrimônio ou interesse da União, Estado e Município, a ação penal será pública. 
Ação Penal Privada 
Classificação: 
 
Ação penal privada – em alguns casos, o crime atenta a um interesse particular da pessoa 
que o Estado deixa a seu cargo o início da ação penal. A legitimidade é do ofendido ou do 
representante legal; 
 
 Espécies: 
 
A) Ação penal privada personalíssima – não há sucessão processual, ou seja, morrendo 
o ofendido, estará extinta a punibilidade. Temos apenas um caso em nosso ordenamentojurídico 
(art. 236 do CP) 
 
Induzimento a erro essencial e ocultação de impedimento 
 
Art. 236. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou 
ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos. 
§ ú - A ação penal depende de queixa do contraente enganado(somente ele pode 
ingressar com a queixa) e não pode ser intentada senão depois de transitar em julgado a 
sentença que, por motivo de erro ou impedimento, anule o casamento. 
 B) Ação penal privada exclusivamente privada – há sucessão processual, se o autor 
morrer, o direito de ingressar com a queixa é transmitida aos sucessores. Art. 31 do CPP – CADI 
(cônjuge, ascendente, descendente ou irmão) 
 
C) Ação penal privada subsidiária da pública– só é cabível diante da inércia do MP, 
ou seja, se o MP não fizer nada pode se entrar com a queixa subsidiária. 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
21 
 
Art. 29. Do CPP. Será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for 
intentada no prazo legal, cabendo ao Ministério Público aditar a queixa, repudiá-la e 
oferecer denúncia substitutiva, intervir em todos os termos do processo, fornecer 
elementos de prova, interpor recurso e, a todo tempo, no caso de negligência do 
querelante, retomar a ação como parte principal. 
 
Ação Penal – Peças Acusatórias 
 
 
Institutos Previstos Apenas Para a Ação Penal Privada. 
 
Aqui veremos a importância do princípio da indivisibilidade da ação penal privada. 
Atenção: Esses institutos não se aplicam a ação penal privada subsidiária da pública, pois 
nela –segundo o art. 29 do CPP – o MP poderá reassumir a titularidade do MP. 
 
1 - Renúncia: 
Observações: 
• É possível quando houver inércia do MP 
• Direito Fundamental 
• Prazo para oferecer a Denúncia (CPP) – que deve ser cumprido pelo MP (sob pena de 
autorizar a ação penal privada subsidiária): 
✓ Réu Preso: 5 dias 
✓ Réu Solto: 15 dias 
• Poderes do Ministério Público: a ação penal privada subsidiária da pública continua a 
ter natureza jurídica de ação pública. (veja o artigo 29 do CPP abaixo) 
 
• APPública – Denúncia (capacidade postulatório do promotor) 
• APPrivada - Queixa-crime (capacidade postulatória do Advogado) 
 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
22 
• É um ato unilateral (não depende do outro) do ofendido ou do seu representante 
legal renunciando ao direito de promover a ação penal privada, com a consequente extinção 
da punibilidade (art. 107, V do CP) 
• Só é cabível antes do início do processo; 
• Renúncia concedida a um dos coautores, se estende aos demais – em virtude do 
princípio da indivisibilidade. 
 
Art. 49 do CPP. A renúncia ao exercício do direito de queixa, em relação a um dos autores 
do crime, a todos se estenderá 
 
Pode ser: 
Renúncia expressa – é aquela feita por declaração inequívoca; 
 
Art. 50. Do CPP. A renúncia expressa constará de declaração assinada pelo ofendido, por 
seu representante legal ou procurador com poderes especiais. 
 
Renúncia tácita – ocorre diante da prática de ato incompatível com a vontade de processar; 
• O fato de o ofendido receber indenização pelo dano causado pelo crime não implica 
em renúncia expressa ou tácita do direito de queixa; 
Art. 104 do CP - O direito de queixa não pode ser exercido quando renunciado expressa 
ou tacitamente. 
§ ú - Importa renúncia tácita ao direito de queixa a prática de ato incompatível com a 
vontade de exercê-lo; 
 
2 - Perdão – Ação Penal Privada 
 
Conceito: É o ato pelo qual o ofendido ou seu representante legal desiste de prosseguir 
com o andamento do processo já em curso, perdoando seu ofensor com a consequente 
extinção da punibilidade, o querelante deve aceitar, pois é bilateral. 
 
O perdão só é cabível após o início do processo e até o trânsito em julgado de 
sentença penal condenatória 
 
 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
23 
Coautores: 
- Perdão concedido a um dos coautores, estende-se aos demais (indivisibilidade), mas 
uns poderão aceitar e outros não. 
 
Art. 51 do CPP. O perdão concedido a um dos querelados aproveitará a todos, sem que 
produza, todavia, efeito em relação ao que o recusar. 
 
- O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais. 
 
Art. 55 do CPP. O perdão poderá ser aceito por procurador com poderes especiais. 
 
Perdão poderá ser: 
• Processual: Quando concedido dentro do processo. Neste caso a aceitação 
poderá ser expressa ou tácita. Será tácita quando não houver manifestação após 3 dias da 
intimação (deve constar do mandado de intimação) art. 58, CPP. 
 
• Extraprocessual: Neste caso a aceitação também poderá ser expressa ou tácita. 
A expressa, conforme o art. 59, deverá ser feita por declaração assinada pelo querelado ou por 
seu representante legal (com poderes especiais), já na aceitação tácita ocorrerá quando 
praticar ato incompatível com a intenção de prosseguir com o processo. 
 
Não confunda com perdão judicial! O perdão judicial é oferecido pelo juiz; o perdão do 
ofendido é concedido pelo ofendido; o perdão judicial é previsto na lei; 
 
Art. 121, §5º do CP. “Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a 
pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que 
a sanção penal se torne desnecessária”. 
Perdão e Renúncia – Naturezas jurídicas 
A renúncia e o perdão são institutos que geram a extinção da punibilidade, tudo na forma 
do art. 107 do CP. 
 
3 - Perempção 
Art. 60-Nos casos em que somente se procede mediante queixa, considerar-se-á 
perempta a ação penal: 
I - quando, iniciada esta, o querelante deixar de promover o andamento do processo 
durante 30 dias seguidos; 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
24 
II - quando, falecendo o querelante, ou sobrevindo sua incapacidade, não comparecer em 
juízo, para prosseguir no processo, dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, qualquer das 
pessoas a quem couber fazê-lo, ressalvado o disposto no art. 36; 
III - quando o querelante deixar de comparecer, sem motivo justificado, a qualquer ato do 
processo a que deva estar presente, ou deixar de formular o pedido de condenação nas 
alegações finais; 
IV - quando, sendo o querelante pessoa jurídica, esta se extinguir sem deixar sucessor. 
 
Ação Civil – Ex Delicto 
É aquela oriunda de uma condenação em processo penal onde o autor busca uma 
indenização em face do dano sofrido pelo crime do qual foi vítima. 
Artigo fundamentais: 
Art. 63 - Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a 
execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu 
representante legal ou seus herdeiros. 
Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser 
efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem 
prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido. (Incluído pela Lei 
nº 11.719, de 2008). 
 
Art. 64. Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a ação para ressarcimento do dano 
poderá ser proposta no juízo cível, contra o autor do crime e, se for caso, contra o 
responsável civil. 
Parágrafo único. Intentada a ação penal, o juiz da ação civil poderá suspender o curso 
desta, até o julgamento definitivo daquela. 
Art. 65. Faz coisa julgada no cível a sentença penal que reconhecer ter sido o ato 
praticado em estado de necessidade, em legítima defesa, em estrito cumprimento 
de dever legal ou no exercício regular de direito. 
Art. 66. Não obstante a sentença absolutória no juízo criminal, a ação civil poderá ser 
proposta quando não tiver sido, categoricamente, reconhecida a inexistência material 
do fato. 
Art. 67. Não impedirão igualmente a propositura da ação civil: 
I - o despacho de arquivamento do inquérito ou das peças de informação; 
II - a decisão que julgar extinta a punibilidade; 
III - a sentença absolutóriaque decidir que o fato imputado não constitui crime. 
Art. 68. Quando o titular do direito à reparação do dano for pobre (art. 32, §§ 1o e 2o), a 
execução da sentença condenatória (art. 63) ou a ação civil (art. 64) será promovida, a 
seu requerimento, pelo Ministério Público. 
 
 
 
 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
25 
4. Competências e Jurisdição 
Conceitos 
Poder atribuído, com exclusividade ao Judiciário, para decidir um determinado litígio 
segundo as regras legais existentes. 
É o poder das autoridades judiciárias, regularmente investidas no cargo de dizer o direito 
no caso concreto 
 
Jurisdição x Competência 
Não se pode confundir a Jurisdição com a competência, sendo que esta é uma limitação 
daquela. 
Competência seria a parte da jurisdição que cada órgão jurisdicional pode legalmente 
exercer. 
 
Características da Jurisdição 
• Substitutividade: a Jurisdição é a atividade desenvolvida pelo órgão judicial em 
substituição as partes. 
• Inércia: Não há, como regra, prestação jurisdicional de ofício. O Poder Judiciário deve ser 
provocado. 
Exceção: Concessão de HC de ofício. 
• Coisa Julgada: impossibilidade de decisão judicial se revista por órgão estranho ao poder 
judiciário. 
 
Princípio do Juiz Natural 
Quando se busca fixar de maneira correta a competência, temos por objetivo respeitar o 
princípio do Juiz Natural (princípio de assento constitucional). 
✓ Art. 5º da CF. 
✓ XXXVII – não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
✓ LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente 
Aplicação IMEDITA de lei que altera competência: 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
26 
Tenha cuidado com a lei processual penal no tempo, pois, segundo o artigo 2º do CPP, 
ela é aplicada imediatamente (ainda que o processo esteja tramitando). Neste caso o juiz que 
deixou de ser competente encaminha os autos ao que passou a ser. 
 
 
Principais critério para definição da competência 
 
 
Competências 
 
Ratione materiae: Em razão da matéria.
Ratione Personae: Em razão da pessoa.
Ratione Loci: Em razão do local.
• Regra de competência criada com base no interesse público.
• A regra de competência absoluta não pode ser modificada, ou seja, cuida-se de
competência improrrogável ou imodificável.
• Exemplos: ratione materiae, ratione personae e competência funcional.
Absoluta
Lei processual que altera as regras de competência 
Art. 2º -A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos 
realizados sob a vigência da lei anterior. 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
27 
 
 
 
A fixação da competência por prerrogativa da função é aquela que deriva da relevante 
função pública exercida pelo autor da infração. Como regra ela está prevista na Constituição 
Federal. Ocorre que o STF vem cada vez restringindo sua aplicação, tudo em respeito ao 
princípio republicano. Segundo nossa Suprema corte: 
 
“As normas da Constituição de 1988 que estabelecem as hipóteses de foro por 
prerrogativa de função devem ser interpretadas restritivamente, aplicando-se apenas aos 
crimes que tenham sido praticados durante o exercício do cargo e em razão dele. Assim, 
por exemplo, se o crime foi praticado antes de o indivíduo ser diplomado como Deputado Federal, 
não se justifica a competência do STF, devendo ele ser julgado pela 1ª instância mesmo 
ocupando o cargo de parlamentar federal. Além disso, mesmo que o crime tenha sido cometido 
após a investidura no mandato, se o delito não apresentar relação direta com as funções 
exercidas, também não haverá foro privilegiado. Foi fixada, portanto, a seguinte tese: O foro por 
• Regra de competência criada com base no interesse preponderantemente das 
partes.
• A regra de competência relativa pode ser modificada, ou seja, cuida-se de
competência prorrogável ou modificável.
• Exemplos: ratione loci, competência por distribuição, competência por prevenção 
(Súmula 706 do STF), conexão e continência.
Relativa
Guia de fixação de competência: Aqui temos “perguntas” que devem ser 
respondidas para fixarmos corretamente a competência. 
✓ Competência originária – o acusado tem foro por prerrogativa de função? 
✓ Competência de jurisdição – qual é a justiça competente? 
✓ Competência territorial – qual a comarca competente? 
✓ Competência de juízo – qual a vara competente? 
✓ Competência interna – qual o juiz competente? 
✓ Competência recursal – para onde vai o recurso? 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
28 
prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos durante o exercício do 
cargo e relacionados às funções desempenhadas. STF. Plenário. AP 937 QO/RJ, Rel. Min. 
Roberto Barroso, julgado em 03/05/2018 (Info 900). 
Em resumo: O foro por prerrogativa de função aplica-se apenas aos crimes cometidos 
durante o exercício do cargo e relacionados às funções desempenhadas. 
Previsão Legal para fixação da Competência: 
Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: 
I – o lugar da infração: 
II – o domicílio ou residência do réu; 
III - a natureza da infração; 
IV – a distribuição; 
V – a conexão ou continência; 
VI – a prevenção; 
VII - a prerrogativa de função. 
 
 
 
 
A) Competência Pelo Lugar da Infração 
 
Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a 
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de 
execução. 
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a 
competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último 
ato de execução. 
§ 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será 
competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou 
devia produzir seu resultado. 
§ 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a 
jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais 
jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção(art. 83do CPP abaixo transcrito). 
 
Crimes Contra Vida – Teoria do Esboço do Resultado 
Em regra, o CPP acolhe a teoria do resultado, considerando como lugar do crime o local onde o 
delito se consumou (crime consumado) ou onde foi praticado o último ato de execução (no caso 
de crime tentado), nos termos do art. 70 do CPP. Excepcionalmente, no caso de crimes contra a 
vida (dolosos ou culposos), se os atos de execução ocorreram em um lugar e a consumação se 
deu em outro, a competência para julgar o fato será do local onde foi praticada a conduta (local 
da execução). Adota-se a teoria da atividade. STF. 1ª Turma. RHC 116200/RJ, rel. Min. Dias 
Toffoli, julgado em 13/8/2013 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
29 
Novidade Legislativa Abaixo 
§ 4º Nos crimes previstos no art. 171 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 (Código Penal), quando praticados mediante depósito, mediante emissão de 
cheques sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento 
frustrado ou mediante transferência de valores, a competência será definida pelo local 
do domicílio da vítima, e, em caso de pluralidade de vítimas, a competência firmar-
se-á pela prevenção. (Incluído pela Lei nº 14.155, de 2021) 
Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território de 
duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
 
 Aqui adotamos, como regra, a teoria do resultado, pois a competência será determinada 
pelo lugar da consumação do delito. Sendo este tentado, pelo lugar do último ato de execução. 
 Devemos dar muita atenção para os crimes permanentes, aquele que a consumação se 
prolonga no tempo, pois neste caso a competência será firmada pela prevenção (art. 83 do CPP, 
abaixo transcrito). 
 Por derradeiro, não se pode esquecer da recente alteração legislativa do parágrafo 4º do 
art. 70,pois agora os estelionatos por meio de depósito, mediante emissão de cheques sem 
suficiente provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou mediante 
transferência de valores a competência será do local de residência da vítima. No caso de termos 
várias vítimas, mais uma vez, adota-se o critério da prevenção (art. 83 do CPP). 
 
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou 
mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver 
antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, 
ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2º, 
e 78, II, c). 
 
D) Competência Pelo Domicílio Ou Residência Do Réu 
Este critério de fixação da competência é subsidiário, ou seja, será utilizado quando não 
conhecermos o local em que o crime foi praticado. No caso de a vítima possuir mais de 
uma residência o critério será o da prevenção (art. 83 do CPP). No caso de não possuir 
residência fixa (a exemplo de um circense) a competência será o primeiro juiz que tiver 
conhecimento do fato. 
Art. 72. Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo 
domicílio ou residência do réu. 
§ 1º Se o réu tiver mais de uma residência, a competência firmar-se-á pela prevenção. 
§ 2º Se o réu não tiver residência certa ou for ignorado o seu paradeiro, será competente 
o juiz que primeiro tomar conhecimento do fato. 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art171
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art171
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2021/Lei/L14155.htm#art2
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
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 Foro de Eleição em Processo Penal 
 Nesta espécie de competência é possível que a vítima de um crime de ação privada 
(calúnia, difamação ou injúria, por exemplo) escolha onde irá propor a ação: se no seu 
domicílio ou no local em que o crime foi praticado. 
Art. 73. Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de 
domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração. 
 
Crime dolosos contra a Vida 
 Segundo a Constituição Federal de 1988, os crimes dolosos contra a vida, previstos nos 
art. 121 a 124 do CP, são de competência do Tribunal do Júri. Veja o dispositivo constitucional: 
Art. 5º, XXXVIII da CF - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der 
a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
Causas De Modificação Da Competência 
Agora que você já leu os dispositivos que determinam a fixação da competência, devemos 
atentar para situações que ela poderá ser modificada. É o que ocorre com os casos de conexão 
e competência. 
Conexão: 
Art. 76. A competência será determinada pela conexão: 
I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por 
várias pessoas reunidas (simultaneidade), ou por várias pessoas em concurso, embora 
diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra as outras (reciprocidade); 
II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, 
ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; (lógica, objetiva 
e material) 
III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares 
influir na prova de outra infração. (instrumental ou probatória) 
 
 
 
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→ Conexão Intersubjetiva Por Simultaneidade 
Diante da primeira parte do art. 76 (CONEXÃO INTERSUBJETIVA POR 
SIMULTANEIDADE), há conexão se, ocorrendo duas ou mais infrações, “houverem sido 
praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas”. – não há liame subjetivo 
Exemplo: diversos expectadores de um jogo de futebol, ocasionalmente reunidos, 
praticarem depredações no estádio. 
 
→ Conexão Intersubjetiva Por Concurso 
Pelo art. 76, I, 2ª parte, há conexão se as infrações forem praticadas “por várias pessoas 
em concurso, embora diverso o tempo e lugar”. É a hipótese de concurso de pessoas em 
várias infrações. 
Exemplo: quadrilha que trafica entorpecentes em vários pontos da cidade. 
 
→ Conexão Intersubjetiva Por Reciprocidade 
Pelo art. 76, I, última parte, há conexão se os crimes forem praticados “por várias pessoas, 
umas contra as outras”. 
Exemplo: agressões entre componentes de dois grupos de pessoas em um baile. 
 
→ Conexão Objetiva, Lógica Ou Material: Art. 76, II 
Nos termos do artigo 76, II, a competência é determinada pela conexão se, no caso de 
várias infrações, “houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para 
conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas”. 
 
→ Conexão Instrumental Ou Probatória – Art. 76, III 
Conforme o art. 76, III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas 
circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. 
 
Continência: 
Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: 
I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; (concurso de pessoas – 
cumulação subjetiva) 
II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1º, 53, segunda 
parte, e 54 do Código Penal. 
 
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→ Continência em Razão Do Concurso De Pessoas – Art. 77, I (cumulação subjetiva) 
Justifica-se a junção de processos contra diferentes réus, desde que eles tenham 
cometido o crime em conluio, com unidade de propósitos, tornando único o fato a ser apurado. 
Difere da conexão por concurso, porque nesta há vários agentes praticando vários fatos. 
 
→ Continência em Razão Do Concurso Formal De Crimes – Art. 77, II (cumulação objetiva) 
Ps.: A referência feita aos art. 51, 52, 53 e 53 do CP, atualmente corresponde aos art. 70, 73 e 
74 do CP. 
• O art. 70 refere-se ao concurso formal de crimes, em que, com uma mesma conduta o 
agente pratica dois ou mais crimes. 
• O art. 73, 2ª parte refere-se ao erro de execução (aberratio ictus), em que, por acidente 
ou erro no uso dos meios de execução, o agente, além de atingir a pessoa que pretendia 
ofender lesa outra. 
• O art. 74, 2ª parte, refere-se ao resultado diverso do pretendido (aberratio criminis), em 
que fora da hipótese anterior, o agente além do resultado pretendido, causa outro. 
 
Em todos os casos, está-se diante de concurso formal, razão pela qual, na essência, 
o fato a ser apurado é um só, embora existam dois ou mais resultados. 
Agora que você entendeu o que é conexão e continência, devemos saber como resolver 
as situações apresentadas. Para tanto temos que seguir as regras trazidas pelo art. 78 do CPP. 
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas 
as seguintes regras: 
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, 
prevalecerá a competência do júri; 
Il - no concurso de jurisdições da mesma categoria: 
a) preponderará a do lugar da infração, à qual for cominada a pena mais grave; 
b) prevalecerá a do lugar em que houver ocorrido o maior número de infrações, se as 
respectivas penas forem de igual gravidade; 
c) firmar-se-á a competência pela prevenção, nos outros casos; 
III - no concurso de jurisdições de diversas categorias, predominará a de maior graduação; 
IV - no concurso entre a jurisdição comum e a especial, prevalecerá esta. 
Art. 79. A conexão e a continência importarão unidade de processo e julgamento, salvo: 
I - no concurso entre a jurisdição comum e a militar; 
II - no concurso entre a jurisdição comum e a do juízo de menores. 
§ 1º Cessará, em qualquer caso, a unidadedo processo, se, em relação a algum co-réu, 
sobrevier o caso previsto no art. 152. (doença mental) 
§ 2º A unidade do processo não importará a do julgamento, se houver co-réu foragido 
que não possa ser julgado à revelia, ou ocorrer a hipótese do art. 461. 
Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido 
praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo 
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número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo 
relevante, o juiz reputar conveniente a separação. 
Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no 
processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença 
absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua 
competência, continuará competente em relação aos demais processos. 
Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou 
continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o 
acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo 
competente. 
Art. 82. Se, não obstante a conexão ou continência, forem instaurados processos 
diferentes, a autoridade de jurisdição prevalente deverá avocar os processos que corram 
perante os outros juízes, salvo se já estiverem com sentença definitiva. Neste caso, a 
unidade dos processos só se dará, ulteriormente, para o efeito de soma ou de unificação 
das penas. 
 
E) Competência Por Prevenção 
 
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou 
mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver 
antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, 
ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º, 71, 72, § 2o, 
e 78, II, c). 
 
 
 
ATENÇÃO! 
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da 
Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, 
será competente o juízo da Capital da República. 
Art. 89. Os crimes cometidos em qualquer embarcação nas águas territoriais da República, ou nos 
rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão 
processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após 
o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado. 
[...] 
Art. 90. Os crimes praticados a bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo 
correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, 
dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados e julgados pela 
justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de 
onde houver partido a aeronave. 
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Competência da Justiça Federal 
A) Órgãos Da Justiça Federal 
São órgãos da Justiça Federal, segundo o Art. 106 da CF: 
• Tribunais Regionais Federais 
• Juízes Federais 
 
 
B) Competência Da Justiça Militar 
• JMU (art. 124 da CF) 
➢ Julga militares e civis 
➢ Tem somente competência criminal 
• JME (art. 125, § 4 da CF) 
➢ Julga somente militares dos Estados 
➢ Julga crimes e questões relacionadas a punições disciplinares militares. 
 
C) Competência Criminal Da Justiça Eleitoral 
É fixada em razão da matéria, cabendo a Justiça Eleitoral o processo e julgamento dos 
crimes eleitorais. Os crimes eleitorais são aqueles previstos no Código Eleitoral e os que a lei, 
eventual e expressamente, defina como eleitorais. 
 
 
 
Competência Dos TRFS 
I - processar e julgar, originariamente: 
Cuidado! o STJ é um Tribunal Nacional – não faz parte da Justiça Federal. 
Questão: Quem julga crime eleitoral conexo a crime doloso contra a vida? 
Resposta: O crime eleitoral é julgado pela Justiça Eleitoral e o crime doloso contra a vida será 
julgado pelo Tribunal do Júri, porque a competências desses crimes estão previstas na CF. 
 
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• os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça 
do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério 
Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral; 
• as revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais 
da região; 
• os mandados de segurança e os "habeas-data" contra ato do próprio Tribunal ou de 
juiz federal; 
Competência Dos Juízes Federais 
Atenção: Juiz Federal não julga contravenção penal. Mesmo que ela seja praticada contra Bens, 
Interesses ou Serviços da União. 
Súmula 38 do STJ - Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da CF/88, o processo por 
contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, serviços ou interesse da União 
ou de suas entidades. 
 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
IV - os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços 
ou interesse (BIS) da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, 
excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça 
Eleitoral; 
V - os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a 
execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou 
reciprocamente; 
V-A as causas relativas a direitos humanos a que se refere o § 5º deste artigo; (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
§ 5º Nas hipóteses de grave violação de direitos humanos, o Procurador-Geral da 
República, com a finalidade de assegurar o cumprimento de obrigações decorrentes de 
tratados internacionais de direitos humanos dos quais o Brasil seja parte, poderá suscitar, 
perante o Superior Tribunal de Justiça, em qualquer fase do inquérito ou processo, 
incidente de deslocamento de competência para a Justiça Federal. (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
VI – os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra 
o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da 
Justiça Militar 
 
 
Algumas Questões Pontuais Sobre a Competência Da Justiça Federal 
1) Processos contra índios: 
 
Súmula nº 140 STJ - Compete à Justiça Comum Estadual processar e julgar crime em que o 
indígena figure como autor ou vítima. 
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2) Crimes Contra Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas (cuidado!): 
Crime contra Sociedades de Economia Mista: 
• BB 
• Petrobras 
 
3) Crimes contra os Correios: 
• Exploração direta pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (casos de agências 
oficiais): Justiça Federal 
• Franquias (agências exploradas por particulares mediante o sistema de franquias): 
Justiça Estadual 
 
4) Fundação Pública Federal – FURG 
• Justiça Federal 
5) Bens Tombados 
• Depende de quem tombou: 
✓ Se tombado pela União – Justiça Federal 
✓ Se tombado pelo Estado ou Município – Justiça Estadual 
6) Desvio de Verba Federal por prefeito 
 
 
7) Crimes Contrabando e Descaminho 
Em ambos o casos a competência será da Justiça Federal. 
Súmula 42 STJ – 'Compete a Justiça Comum Estadual processar e julgar as causas cíveis em que é 
parte sociedade de economia mista e os crimes praticados em seu detrimento.' 
Súmulas 208 e 209 do STJ. 
• Verba já incorporada ao patrimônio do Município – O prefeito responde no Tribunal de 
Justiça do Estado 
• Verba sujeita a prestação de contas junto ao TCU – O prefeito responde no Tribunal 
Regional Federal. 
Cuidado: O prefeito responde no TER (Tribunal Regional Eleitoral) por crimeeleitoral. 
 
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A questão é saber: se do local que as mercadorias ingressaram no Brasil ou o local da 
apreensão dos bens. A resposta é obtida pela súmula abaixo: 
 
8) Crime cometido contra Funcionário Público Federal em razão de sua função 
Se este funcionário for federal a Justiça Federal será a competente: 
 
 
 
 
 
 
Súmula N. 151 - A competência para o processo e julgamento por crime de contrabando ou 
descaminho define-se pela prevenção do Juízo Federal do lugar da apreensão dos bens. 
Súmula N. 147 STJ - Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes praticados contra 
funcionário público federal, quando relacionados com o exercício da função. 
Atenção para o art. 109, IX, da CF! 
IX - os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da 
Justiça Militar; 
✓ Navio – é a embarcação apta para a navegação em alto mar; 
✓ Aeronave – é todo aparelho manobrável em voo, que possa sustentar-se e circular 
no espaço aéreo, mediante reações aerodinâmicas, apto a transportar pessoas ou 
coisas. 
Atenção para a súmula abaixo! 
Súmula 546-STJ: A competência para processar e julgar o crime de uso de documento 
falso é firmada em razão da entidade ou órgão ao qual foi apresentado o documento 
público, não importando a qualificação do órgão expedidor. 
Exemplo: falsifico uma Carteira Nacional de Habilitação (que é um documento expedido 
pelo Estado Membro (via Detran). Utilizo para obter um benefício junto ao INSS (que é 
uma autarquia federal). A competência será da Justiça Federal (Art. 109, IV da CF), pois 
a União foi prejudicada. Não importa aqui que o documento era estadual. 
LARGA CELULAR E PRESTA ATENÇÃO! 
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5. Conflito De Jurisdição 
 
Ocorre sempre que, em qualquer fase do processo, um ou mais juízes, contemporaneamente, 
tomam ou recusam tomar conhecimento do mesmo fato delituoso. 
• Conflito positivo: quando 2 ou mais juízes se julgam competentes para conhecer e julgar 
o mesmo fato; 
Atenção especial para a súmula 122 do STJ 
SÚMULA 122 - COMPETE A JUSTIÇA FEDERAL O PROCESSO E JULGAMENTO 
UNIFICADO DOS CRIMES CONEXOS DE COMPETENCIA FEDERAL E ESTADUAL, 
NÃO SE APLICANDO A REGRA DO ART. 78, II, "A", DO CODIGO DE PROCESSO 
PENAL. 
Não esqueça que NUNCA um juiz federal julgará uma contravenção penal: 
As contravenções penais não são processadas e julgadas pela justiça federal, conforme 
dispõe a Súmula 38 do STJ, cabendo à justiça estadual a competência, ainda que praticado 
em detrimento de bens, serviços e interesses da União ou entidades autárquicas. 
Desse modo, mesmo que haja conexão entre um crime federal e uma contravenção penal, 
prevalece a regra constitucional, indicando a necessidade do desmembramento do 
processo, não se aplicando neste caso o teor da Súmula 122 do STJ. 
Súmula 38 do STJ - Compete à Justiça Estadual Comum, na vigência da Constituição de 
1988, o processo por contravenção penal, ainda que praticada em detrimento de bens, 
serviços ou interesse da União ou de suas entidades. 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
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• Conflito negativo: quando 2 ou mais juízes se julgam incompetentes para conhecer e 
julgar o mesmo fato. 
 
Processamento 
 
A) Compete ao STJ os conflitos de competência: 
• Entre quaisquer tribunais 
• Entre tribunal e juiz a ele não vinculado 
• Entre juízes vinculados a tribunais diversos 
B) Compete ao STF os conflitos de competência: 
• Entre o STJ e qualquer outro tribunal 
• Entre Tribunais Superiores e qualquer outro tribunal 
• Entre Tribunais Superior entre si 
C) Compete aos TRF´s solucionar conflitos entre: 
• Juízes Federais a eles vinculados 
• Juiz Federal e juiz estadual investido na jurisdição federal 
D) Na Justiça Militar da União os conflitos devem ser suscitados perante o STM. 
E) Conflitos entre TRE ou juízes eleitorais de Estados diferentes são julgados pelo TSE. Se for 
do mesmo estado, compete ao TRE. 
 
 
 
6. Provas 
Conceito Doutrinário 
“Conjunto de elementos produzidos pelas partes ou determinados pelo juiz visando à 
formação do convencimento quanto a atos, fatos e circunstâncias”. (AVENA, 2011, pág.: 460) 
Muita atenção! 
Entre juiz e tribunal ao qual ele está vinculado não se fala em Conflito de Jurisdição 
é resolvido pela Hierarquia. 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
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Liberdade De Provas 
 Vige como regra, conforme art. 155 do CPP abaixo transcrito, no processo penal a ampla 
liberdade probatória. 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em 
contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos 
elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não 
repetíveis e antecipadas. 
 
A exceção à ampla liberdade está no parágrafo único e refere-se ao estado das pessoas. 
Vejam: 
 
 
Objetivo Da Prova 
→ Formar a convicção do juiz ou tribunal acerca dos elementos necessários para a decisão da 
lide. 
Muita atenção: 
Princípios Gerais Da Prova 
 
 
 
Parágrafo Único: Somente quanto ao estado das pessoas serão observadas as restrições 
estabelecidas na lei civil. 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
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Sistemas De Valoração Da Prova 
 
1 - Sistema da certeza moral, da íntima convicção do juiz – permite que o juiz avalie a 
prova com ampla liberdade, decidindo ao final de acordo com sua livre convicção, sem 
necessidade de fundamentar a decisão; 
a) Princípio da autorresponsabilidade das partes: as partes assumem as consequências de sua
inatividade, erro e atos intencionais
b) Princípio da Audiência Contraditória: toda prova admite a contraprova, não sendo admissível
a produção por uma parte sem o conhecimento da outra.
c) Princípio da Aquisição ou Comunhão da Prova: a prova pertence ao processo. Não há prova
de uma ou de outra parte
d) Princípio da Oralidade: necessário haver predominância da palavra falada. Os depoimentos
devem ser orais.
e) Princípio da Concentração: deve-se buscar concentrar toda a produção de prova na
audiência. Audiência UNA (art. 400 do CPP)
f) Princípio da Publicidade: os atos judiciais (entre os quais a produção de prova) são públicos.
Excepcionalmente admite-se o segredo de justiça para alguns casos, legalmente estipulados.
- Art. 93, IX, da CF
g) Princípio do Livre Convencimento Motivado: as provas não recebem, previamente, um valor
pela lei. Deve o julgador ter liberdade para valorá-las, limitando-se apenas aos fatos e
circunstâncias constantes nos autos
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Processo Penal 
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2 - Sistema da verdade legal, tarifado de provas – a lei atribui o valor a cada prova, 
cabendo ao juiz simplesmente fazer um cálculo aritmético. Não há convicção pessoal do 
julgador na valoração do contexto probatório, mas sim uma obediência estrita ao sistema de 
pesos e valores imposto pela lei. 
3 - Sistema do livre convencimento motivado, da persuasão racional do juiz – o juiz 
tem ampla liberdade na valoração das provas, mas deve fundamentar seu convencimento; 
 Este é o sistema adotado pelo art. 93, IX, CF e art. 155 do CPP; 
 
Elementos Informativos e Prova. Diferenças 
Anteriormente tal diferenciação era trabalhada tão somente pela doutrina, sendo que a 
partir da reforma de 2008 passou a constar também na lei (art. 155 do CPP) 
A) Elementos Informativos 
São aqueles obtidos na fase investigatória, sem a participação dialética das partes; 
caracterizam-se por não haver contraditório e ampla defesa quando da sua produção. Presta-se 
para a fundamentação de medidas cautelares e também, para a formação da opinio delicti do 
titular da ação penal. 
B) Provas 
As provas têm seu regime jurídico ligado ao contraditório judicial, são aquelas 
produzidas com a participação do acusador e do acusado e mediante a direta e constante 
supervisão do julgador 
 
Cuidado!Exceção: 
• Provas cautelares, não repetíveis e antecipadas, embora sejam produzidas na fase 
investigatória, podem ser utilizadas para fundamentar sentença condenatória, pois em 
relação a elas o contraditório é diferido; 
 Ônus da Prova 
Conceito: É o encargo que tem a parte de provar, pelos meios que em direito são admitidos, 
a veracidade do fato alegado. 
Cuidado! Como regra não mais existe em nosso processo penal, prevalece no Tribunal do Júri – 
jurados não fundamentam a decisão. 
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Prova da alegação incumbe a quem a fizer 
 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao 
juiz de ofício: [...] (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
Prova Emprestada 
É aquela que foi produzida em um processo e depois será carreada para outro. Isso pode 
acontecer por certidão ou qualquer outro meio de autenticação para produzir efeitos como prova 
em outro processo. 
A prova emprestada sempre será considerada uma prova documental, ainda que no 
processo original tenha sido testemunhal ou, até mesmo, pericial. Não se admite prova 
emprestada carreada de inquérito policial. Primeiro porque ela não esteve sujeita ao crivo do 
contraditório, segundo uma vez que nem prova ela é e sim mero elemento informativo. 
 
Prova Ilegal 
É ilegal toda vez que sua obtenção caracterize violação de normas legais ou de princípios 
gerais do ordenamento, de natureza processual ou material. 
Prova ilegal é gênero, que tem como espécies: 
A - Provas ilícitas– obtidas por meios ilícitos – quando for obtida em violação a regra de 
direito material; em regra, a obtenção da prova ilícita é obtida fora do processo; é 
extraprocessual; 
Exemplo: confissão mediante tortura; prisão de traficante e apreensão de celular com últimas 
chamadas, mensagens; 
Prova ilícita tem-se o chamado direito de exclusão, surgiu no direito americano se 
materializa através do desentranhamento e a inutilização da prova; 
B - Provas legítimas – obtidas por meios ilegítimos – sua obtenção viola uma regra de direito 
processual; além disso, em regra, a ilegalidade ocorre no momento de sua produção no 
processo; é intraprocessual; 
Exemplo: juntada e leitura de documentos no plenário do júri com menos de 3 dias úteis de 
antecedência; 
Prova ilegítima deve ser analisada através da teoria das nulidades; 
 
Prova ilícita por derivação 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
44 
Meios probatórios que não obstante, produzidos em momento posterior, encontram-se 
afetados pelo vício da ilicitude originário, que a ele se transmite contaminando-os por efeito de 
repercussão causal; 
• Teoria dos frutos da árvore envenenada 
• Essa teoria é adotada no Brasil; STF – RHC 90.376; 
Art. 157, § 1º; 
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não 
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem 
ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. 
 
Limitações a Prova Ilícita 
 Fonte independente 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, 
assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação 
dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
§ 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não 
evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas 
puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. (Incluído pela Lei 
nº 11.690, de 2008) 
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos 
e de praxe, próprios da investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato 
objeto da prova. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será 
inutilizada por decisão judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. 
 
 
Princípio do Nemo Tenetur Se Detegere 
 
O acusado não é obrigado a produzir prova contra si mesmo; muitos doutrinadores dizem 
que esse princípio é o direito ao silêncio; mas o silencio é uma forma desse princípio; esse 
é o princípio que veda a autoincriminação. 
✓ O direito ao silêncio ou de ficar calado – art. 5º, LXIII, CF; 
✓ Direito de não praticar qualquer comportamento ativo que possa lhe incriminar; 
 
 
Provas Em Espécie 
 
Exame de Corpo De Delito. Obrigatoriedade (ainda que haja confissão do acusado) 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de 
delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. 
 
 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
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→ Espécies de ECD: 
 
 
→ Impossibilidade do ECD. Supressão pela prova testemunhal. 
 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os 
vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
 
 
 
 
 ECDL e Lesão Corporal 
• Se o primeiro for incompleto, poderá ser feito outro 
• Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, do Código 
Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 dias, contado da data do crime. 
• A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. 
 
Perícia de Laboratório 
Os peritos guardarão material suficiente para a eventualidade de nova perícia. Sempre 
que conveniente, os laudos serão ilustrados com provas fotográficas, ou microfotográficas, 
desenhos ou esquemas. 
 
• Feito sobre o corpo de delito
DIRETO
• Advém de um raciocínio dedutivo sobre um fato narrado por testemunhas,
sempre que não for possível realizar o direto
INDIRETO
→ O EDCL poderá ser feito em qualquer dia e horário 
→ A autópsia deverá ser feita pelo menos 6 (seis) horas após a morte, salvo se os 
peritos entenderem (e isso deverá constar do auto) que ela pode ser realizada antes. 
→ Os cadáveres serão fotogravados na posição em que se encontrarem 
ATENÇÃO! QUESTÕES PONTUAIS: 
1ª Fase | 36° Exame da OAB 
Processo Penal 
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Crimes com Rompimento De Obstáculo Ou Escalada 
Os peritos, além de descrever os vestígios, indicarão com que instrumentos, porque meios 
e em que época presumem ter sido o fato praticado. 
 
Incêndios 
Os peritos verificarão a causa e o lugar em que houver começado, o perigo que dele tiver 
resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, a extensão do dano e o seu valor e as demais 
circunstâncias que interessarem à elucidação do fato. 
 
Exame Grafotécnico 
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, observar-
se-á o seguinte: 
I - A pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o ato, se 
for encontrada; 
II - Para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa 
reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobre 
cuja autenticidade não houver dúvida; 
III - A autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos que 
existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se 
daí não puderem ser retirados; 
IV - Quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os exibidos, a 
autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver ausente a 
pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, em que 
se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever. 
Segundo a melhor doutrina, a previsão do inciso IV não foi recepcionada pela Constituição 
Federal, pois ele fere o princípio do Nemo Tenetur se Detegere. 
 
Perito 
É um auxiliar da Justiça, compromissado, portador de um conhecimento técnico e sem 
impedimentos. 
• Espécies: 
▪ Oficial – 1 (concursado) 
▪ Louvado ou não-oficial – 2 
 
Não podem ser peritos: 
Art. 279. Não poderão ser peritos 
I - Os que estiverem sujeitos à interdição de direito mencionada nos ns. I e

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