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Reciclagem e Energias Renováveis

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RReecciiccllaaggeemm ee EEnneerrggiiaass 
RReennoovváávveeiiss 
Módulo I 
 
 
 
Parabéns por participar de um curso dos 
Cursos 24 Horas. 
Você está investindo no seu futuro! 
Esperamos que este seja o começo de 
um grande sucesso em sua carreira. 
 
Desejamos boa sorte e bom estudo! 
 
Em caso de dúvidas, contate-nos pelo 
site 
www.Cursos24Horas.com.br 
 
Atenciosamente 
Equipe Cursos 24 Horas 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
Introdução ......................................................................................................................... 1 
Unidade 1 - A Importância de Reciclar ............................................................................ 2 
1.1. O Lixo .................................................................................................................... 3 
1.2. Problemas Gerados pelo Lixo................................................................................ 5 
1.3. A Redução do Lixo ................................................................................................ 8 
1.4. A Reutilização do Lixo .......................................................................................... 9 
1.5. O Que é Coleta Seletiva, Reciclagem e Minimização de Resíduos? ................... 10 
1.6. Reciclagem .......................................................................................................... 13 
Unidade 2 - Os Materiais Recicláveis ............................................................................ 15 
2.1. A Reciclagem do Vidro ....................................................................................... 19 
2.1.1. Benefícios da Reciclagem do Vidro ............................................................. 20 
2.1.2. Qualidade do Material Utilizado na Reciclagem de Vidro........................... 21 
2.1.3. O Processo de Reciclagem do Vidro ............................................................ 23 
2.2. A Reciclagem do Plástico .................................................................................... 24 
2.2.1. Diferentes Tipos de Reciclagem do Plástico ................................................ 25 
2.2.2. Reciclagem Química..................................................................................... 26 
2.2.3. Reciclagem Mecânica ................................................................................... 27 
2.2.4. Reciclagem Energética ................................................................................. 28 
2.3. Benefícios da Reciclagem do Plástico ................................................................. 28 
2.4. Reciclagem de Metais .......................................................................................... 29 
2.5. A Reciclagem do Ferro ........................................................................................ 32 
2.6. A Reciclagem do Alumínio ................................................................................. 32 
2.7. A Reciclagem do Papel.............................................................. 34_Toc277000802 
2.7.1. Vantagens da Reciclagem do Papel .............................................................. 36 
2.7.2. O Processo de Reciclagem do Papel............................................................. 37 
2.8. Reciclagem de Pilhas e Baterias .......................................................................... 39 
2.9. Reciclagem de Pneus ........................................................................................... 42 
2.10. A Compostagem ................................................................................................ 43 
2.11. A Coleta Seletiva em Condomínios................................................................... 45 
2.12. Como Praticar os 3 Rs ....................................................................................... 47 
 
 
 
2.13. Produtos Feitos com Material Reciclável .......................................................... 49 
Conclusão do Módulo I .................................................................................................. 52 
 
 
 
1
 
 
Introdução 
 
Atualmente uma das maiores preocupações do 
mundo inteiro é a destinação adequada do lixo 
domiciliar, produzido diariamente pela população 
urbana em quantidades crescentes, esta preocupação 
está vinculada diretamente à preservação do meio 
ambiente. 
A defesa do meio ambiente tem sido um tema 
largamente divulgado nos últimos anos por governos, grupos ecológicos, técnicos e 
cidadãos comuns, sendo um assunto muitas vezes encarado como mais um modismo. 
Aplicações errôneas resultantes desta postura de defesa da natureza são uma 
realidade nos dias de hoje. Melhor que isso: pode-se aliar proteção do meio ambiente a 
resultados econômicos, sociais, ecológicos e de economia de recursos naturais, por 
meio de uma destinação adequada do lixo urbano, ou seja, do aproveitamento da parte 
orgânica do lixo para a produção de composto orgânico de boa qualidade, e do 
reaproveitamento dos resíduos sólidos inorgânicos utilizando a reciclagem de materiais, 
que se mostram fontes inesgotáveis de energia. 
Restos de comida, papel usado, latas inutilizadas, vidros, plásticos e outros 
materiais não podem mais ser considerados puro lixo. Pelo menos, não se enquadram no 
velho conceito discriminatório de lixo. 
O lixo mudou. Ele deve ser encarado não como um problema sem solução, mas 
sim como uma solução extremamente viável para a sobrevivência do planeta. Não mais 
o fim do ciclo de consumo, mas o início de um novo ciclo, em que o papel velho se 
transforma em papel novo, restos de comida se transformam em adubo e assim por 
diante. 
 
 
 
 
2
 
 
Protege-se, por um lado, a natureza, ao se evitar a extração de novas matérias-
primas com o aproveitamento dos materiais usados; por outro, reduz-se 
consideravelmente a deposição de lixo “in natura” em áreas de aterros, com 
potenciais riscos de degradar o meio ambiente e contaminar lençóis freáticos - fontes de 
vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade 1 - A Importância de Reciclar 
 
O homem é um predador. Desde que surgiu na Terra, vem tirando 
dela o necessário para sua subsistência, mais que isso: vem 
desperdiçando os recursos que, generosamente, a natureza coloca a 
sua disposição. Durante séculos, o homem extraiu do meio 
ambiente o que bem quis, sem se preocupar em repor o que dela 
retirava ou, ao menos, em garantir que no futuro ainda houvesse o que dele extrair. 
A partir do século XX, quando a civilização deu um salto e a humanidade 
atingiu o número de 6 bilhões de pessoas, a natureza cobrou seu preço, os recursos 
naturais, que pareciam inesgotáveis, começaram a rarear; espécies e mais espécies de 
animais estão extintos ou ameaçados de extinção. A industrialização crescente, a 
poluição em níveis nunca vistos, a extração selvagem, ameaçam a Terra. 
 
3
 
 
No entanto, ainda é possível reverter esse quadro. Cada vez mais, no mundo 
inteiro, surgem iniciativas as mais diversas para a preservação da natureza e do meio 
ambiente. Leis controlam empresas e indivíduos para que a poluição não afogue a 
humanidade em sua própria sujeira. 
Uma das maneiras mais importantes de lutar para que nosso planeta continue habitável e 
belo é a reciclagem. Reciclar é economizar energia, poupar recursos naturais e trazer de 
volta ao ciclo produtivo o que jogamos fora. Reciclar é combater o desperdício. É 
garantir o futuro, copiando da própria natureza sua sabedoria. Os benefícios da 
reciclagem são tão numerosos e diversos que vale a pena conhecer alguns deles, e é isso 
que faremos ao longo do curso. 
 
1.1. O Lixo 
 
Um dever básico do cidadão é não jogar lixo nas ruas. 
No entanto, pessoas de variadas classes sociais jogam 
lixo em qualquer lugar como: parques, praias, córregos, 
rios, lagos e outros locais públicos, afetando a qualidade 
da águae o meio ambiente. Jogar lixo nas ruas pode 
entupir bueiros e causar enchentes, é ruim para a imagem de qualquer pessoa, pois 
demonstra falta de educação. 
O acúmulo de lixo estimula a proliferação de baratas, de ratos e de doenças. 
Cidadãos conscientes fazem a sua parte para que a cidade fique limpa e bonita. 
Antigamente o lixo era composto principalmente por materiais orgânicos, como restos 
de alimentos, que são degradáveis pela ação da natureza. O lixo do homem moderno é 
composto por montanhas de embalagens e outros detritos. 
Veja o tempo de decomposição dos materiais: 
 
 
 
 
4
 
 
 
Material Tempo de Degradação 
Latas de Aço 10 anos 
Alumínio 200 a 500 anos 
Cerâmica Indeterminado 
Chicletes 5 anos 
Cordas de nylon 30 anos 
Embalagens Longa Vida Até 100 anos (alumínio) 
Embalagens PET Mais de 100 anos 
Esponjas Indeterminado 
Filtros de cigarros 5 anos 
Isopor Indeterminado 
Louças Indeterminado 
Luvas de borracha Indeterminado 
Metais (componentes de 
equipamentos) 
Cerca de 450 anos 
Papel e papelão Cerca de 6 meses 
Plásticos (embalagens, 
equipamentos) 
Até 450 anos 
Pneus Indeterminado 
Sacos e sacolas plásticas Mais de 100 anos 
Vidros indeterminado 
 
 
5
 
 
1.2. Problemas Gerados pelo Lixo 
 
Há muito tempo, os resíduos gerados 
pelo homem eram basicamente 
excrementos. Posteriormente, com o 
início da atividade agrícola e de 
produção de ferramentas de trabalho e 
de armas, surgiram outros tipos de 
resíduos. Ainda assim, esses resíduos 
eram provenientes de produtos de 
origem natural (estacas, barro, couro, 
etc.). Portanto, a sua disposição no 
meio não causava grandes impactos 
ambientais. Além disso, a quantidade descartada não era tão grandiosa como nos dias de 
hoje. 
Atualmente, os produtos feitos pelo homem ainda são fabricados a partir de 
recursos naturais, mas passam por tantas transformações e são gerados em tamanha 
quantidade que não podem ser degradados pela natureza em tempo hábil. 
As demais espécies viventes na terra também geram resíduos, mas além de 
serem constituídos por matéria orgânica, muitas das substâncias descartadas por certos 
organismos são reutilizadas por outros como fonte de alimento. A palavra reciclagem 
significa alterar o ciclo ou dar um novo ciclo de vida a algo que já existe, coisa que 
todas as espécies fazem sem hesitar. Hoje o homem conhece a necessidade de fazer 
reciclagem, pois os problemas gerados pelo acúmulo de lixo são muitos: 
 
 O lixo que é constantemente jogado em rios ou córregos se acumula a ponto de 
não permitir o fluxo da água para locais onde o rio é canalizado. Isto resulta nas 
enchentes. 
 
 
 
6
 
 
 O lixo exposto ao ar, atrai inúmeros animais, pequenos ou grandes. Os primeiros 
a aparecer são as bactérias e os fungos, fazendo seu fantástico papel na natureza. O 
cheiro da decomposição se alastra com o vento e atrai outros organismos, como baratas, 
ratos, insetos e urubus, que além de se nutrirem a partir da matéria orgânica presente no 
lixo, se proliferam, pois o local também lhes oferece abrigo. Estes animais são 
veiculadores (vetores) de muitas doenças, podendo citar-se a febre tifóide, a cólera, 
diversas diarréias, disenteria, tracoma, peste bubônica; 
 Quando o lixo se acumula e permanece por algum tempo em determinado local 
(solo), começa a ser decomposto por bactérias anaeróbicas, resultando na produção de 
chorume, que é 10 vezes mais poluente que o esgoto. Isto por que o chorume dissolve 
substâncias como tintas, resinas e outras substâncias químicas e metais pesados de alta 
toxicidade, contaminando o solo e impedindo o crescimento das plantas, ou fazendo 
com que estas substâncias se acumulem na cadeia alimentar. 
 Quando chove, o solo se torna mais permeável e os líquidos que saem do lixo 
podem chegar até os lençóis freáticos e águas subterrâneas (processo conhecido como 
lixiviação), poluindo águas de rios que servem de habitat para inúmeras espécies e fonte 
de água para muitas outras, inclusive o homem. A poluição pelo lixo pode chegar até o 
oceano atingindo mais e mais espécies, causando considerável desequilíbrio ecológico. 
 Mesmo que os resíduos sólidos não sejam queimados, o material orgânico em 
decomposição gera, além do chorume, gás metano (CH4) e outros gases (como o gás 
sulfídrico), que causam odores desagradáveis, escurece a pintura dos edifícios vizinhos 
e se torna explosivo quando colocado em um depósito próximo ou outro espaço 
fechado. Além disso, algumas pessoas podem vir a desenvolver doenças respiratórias. 
 É muito comum o lixo ser queimado para diminuir o volume, evitando uma 
aparência desagradável e a proliferação dos vetores. A queima de qualquer material 
libera CO2 (gás carbônico) na atmosfera, gás tóxico em grandes quantidades (o que já 
acontece devido à emissão por fábricas e carros). Além deste, outros gases, também 
altamente tóxicos, são liberados na atmosfera quando o lixo é queimado a céu aberto. 
 
 
 
7
 
 Com a incineração, os problemas como doenças, quantidade e volume 
excessivos, alguns problemas de toxicidade e má aparência são amenizados, mas ainda 
assim é necessário destinar adequadamente o que sobrou desta queima (escórias e 
cinzas) para evitar outros problemas, pois os resíduos ainda oferecem risco potencial ao 
ambiente. Durante a incineração, os resíduos são potencialmente perigosos: O plástico é 
o pior deles. Podem-se formar ácidos halogenados a partir das moléculas de cloro 
presentes em alguns plásticos (como o PVC) que são responsáveis, junto com outras 
substâncias poluentes, pela acidificação de águas e de solos e pela síntese de dioxinas e 
furanos. Assim, para que este sistema seja eficiente, é necessário um sistema de 
tratamento rigoroso de gases (o que tem um custo muito elevado e, portanto, não é 
muito praticado). 
 O acúmulo de lixo na paisagem traz problemas de ordem estética. Já pensou em 
morar em um bairro próximo a um lixão? As áreas próximas a lixões ou até mesmo 
aterros sanitários perdem seu valor monetário. 
 Além disso, o acúmulo de lixo em determinada região impossibilita o uso do 
espaço para outras finalidades (cada tonelada de lixo solto, isto é, sem sofrer 
compactação, ocupa um volume entre 3 e 5m
3
). 
 Quanto mais lixo é gerado, maiores são os gastos da prefeitura e do governo 
com os serviços necessários para a manutenção de uma cidade ou país. Em uma cidade, 
os gastos públicos para lidar com os resíduos são espantosamente altos. Enquanto isso, 
os gastos com a saúde, educação e outros serviços fundamentais parecem ser 
insuficientes. Uma vez „resolvidos‟ os problemas com o lixo, muitos problemas como o 
de abastecimento, da saúde e do desemprego também poderiam ser amenizados: a 
diminuição do desperdício poderia fazer com que alimentos, utensílios e outros bens 
fossem melhores distribuídos para a população; as doenças causadas pelo lixo iriam 
diminuir se este fosse destinado adequadamente; poderiam ser criados novos empregos 
relacionados à gestão dos resíduos urbanos se ambos a população e o Poder Público se 
preocupassem e se envolvessem mais esta questão. Assim, este assunto é de extrema 
importância na busca do DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. 
Ou acabamos com o lixo ou o lixo acaba com a gente. 
 
 
8
 
 
1.3. A Redução do Lixo 
 
A melhor forma de se buscar a resolução de um problema é a de evitar o seu 
aparecimento. Se cada vez que um problema surgir nos limitarmos a procurar medidas 
para resolvê-lo, então contribuiremos para a perpetuação da situação. Isto porque se há 
uma forma de se resolver, inconscientemente as pessoas não irão reunir esforços 
suficientes para evitá-lo. 
Uma das atitudes para reduzir a quantidade de lixo gerado é utilizando produtos 
fabricados de forma diferente, ou prolongando o tempo de vida útil do produto. 
Costuma-se, por exemplo, utilizar copos descartáveis em festas, escritórios ou mesmoem casa. É muito difícil o mesmo copo ser reutilizado, por ser justamente descartável. 
Deve-se preferir o uso de materiais mais duráveis, como o vidro ou a porcelana. 
Algumas atitudes de redução na fonte: 
 Utilizar acendedor de fogão ao invés de fósforos; 
 Verificar o uso excessivo de papel higiênico, papel toalha ou guardanapos: 
utilize o bidê, toalha de rosto e guardanapos de pano; 
 Optar por produtos a granel e alimentos frescos, evitando embalagens 
desnecessárias (como as carnes embaladas em isopor e papel filme); 
 Optar também por produtos concentrados (sucos, molhos e produtos de 
limpeza), que tenham refil e aqueles com o menor número de embalagens; 
 Levar sacolas, embalagens e recipientes de casa para fazer compras (o ideal 
também é levar carrinho de feira para fazer compras pequenas), evitando inúmeras 
sacolas plásticas e embalagens descartáveis no lixo; 
 Planejar bem suas compras para não haver desperdício; 
 Não comprar objetos, roupas e outros bens só por que estão em promoção, a não 
ser que você realmente estiver precisando; 
 
 
 
9
 
 Evitar desperdícios também na hora de preparar as refeições (existem receitas, 
como tortas, sopas e vitaminas, que são feitas com “sobras” de alimentos antes do 
 
 consumo. Por exemplo, talos e ramos de verduras e cascas de frutas – o que, inclusive 
contribui para a melhoria da sua saúde); 
 Substituir ao máximo a fritura por outros métodos, evitando o descarte de óleo 
(Isto também melhora sua saúde.); 
 Para anotar recados, procurar substituir papéis por lousa ou quadro negro ou 
utilizar lápis ao invés de caneta; 
 Assinar jornais e revistas em conjunto com outras pessoas; 
 Dar preferência a certos produtos em relação a outros como: 
- lâmpadas de baixo consumo (fluorescentes) que são oito vezes mais duráveis que as 
incandescentes; 
- cartuchos de impressora e pilhas recarregáveis; 
- produtos de embalagens recicláveis; 
- produtos de embalagens retornáveis. 
1.4. A Reutilização do Lixo 
 
A reutilização também é uma forma de redução, pois os produtos 
permanecem mais tempo em uso antes de serem descartados. 
Consiste no aproveitamento de produtos, objetos ou embalagens 
sem que estes sofram quaisquer tipos de alterações ou 
processamentos complexos (só passam, por exemplo, por 
limpeza). 
Existem inúmeras formas de reutilização, dependendo da criatividade do 
gerador. Os principais resíduos que podem ser reutilizados são embalagens e roupas, 
modificando sua aparência e finalidade. Faça de uma garrafa um vaso de plantas, ou de 
uma camisa velha um pano de chão. 
 
10
 
Ainda que não se encontre uma forma imediata para a reutilização, muitos 
produtos devem ser considerados como reutilizáveis e então serem guardados para um 
momento posterior. 
Ao invés de jogar fora algum objeto “velho” e “sem valor” procure uma 
instituição de caridade que com certeza fará bom uso de qualquer doação. 
Algumas medidas de reutilização: 
 Separar sacolas, sacos de papel, vidros, caixas, papéis e demais embalagens ou 
materiais que podem ser reutilizados; 
 Usar como rascunho o verso de folhas de papel já utilizado; 
 Reutilizar envelopes, colocando etiquetas sobre o endereço do remetente e 
destinatário; 
 Utilizar coador de café lavável; 
 Pensar em restaurar e conservar antes de pensar em jogar fora; 
 Levar seu lanche ou almoço em recipientes reutilizáveis (marmita) e não em 
recipientes descartáveis (de plástico ou alumínio); 
 Não jogar no lixo aparelhos quebrados que podem ser vendidos no ferro velho 
ou em lojas de consertos para serem desmontados e reaproveitadas as peças. 
 
1.5. O Que é Coleta Seletiva, Reciclagem e Minimização de Resíduos? 
 
Coleta seletiva 
É separar o lixo e envia-lo para a reciclagem. Significa não misturar materiais 
recicláveis com o restante do lixo. Ela pode ser feita por um cidadão sozinho ou 
organizada em comunidades: condomínios, empresas, escolas, clubes, cidades, etc. 
 
 
 
 
 
11
 
Reciclagem 
É a atividade de transformar materiais já usados em novos produtos que podem 
ser comercializados. Exemplo: papéis velhos retornam às indústrias e são transformados 
em novas folhas. 
 
Minimização de resíduos 
Chamamos de 3 Rs: primeiro Reduzir o lixo evitando o desperdício, depois 
Reaproveitar tudo o que for possível antes de jogar fora e só então enviar para Reciclar. 
 
Razões para reciclar: 
CONTRIBUIÇÃO PARA A NATUREZA: 
50 kg de papel velho = uma árvore poupada 
1.000 Kg de papel reciclado = 20 árvores poupadas 
1.000 Kg de vidro reciclado = 1300Kg de areia extraída poupada 
1.000 Kg de plástico reciclado = milhares de litros de petróleo poupados 
1.000 Kg de alumínio reciclado = 5000Kg de minérios extraídos poupados 
Note que areia, petróleo e minérios são recursos naturais não renováveis. 
 
ALGUNS BENEFÍCIOS DA COLETA SELETIVA: 
- Menor redução de florestas nativas. 
- Reduz a extração dos recursos naturais. 
- Diminui a poluição do solo, da água e do ar. 
- Economiza energia e água. 
- Possibilita a reciclagem de materiais que iriam para o lixo. 
- Conserva o solo. Diminui o lixo nos aterros e lixões. 
- Prolonga a vida útil dos aterros sanitários. 
 
12
 
- Diminui os custos da produção, com o aproveitamento de recicláveis pelas indústrias. 
- Diminui o desperdício. 
- Melhora a limpeza e higiene da cidade. 
- Previne enchentes. 
- Diminui os gastos com a limpeza urbana. 
- Cria oportunidade de fortalecer cooperativas. 
- Gera emprego e renda pela comercialização dos recicláveis. 
A reciclagem dos resíduos é alcançada quando existe um sistema de separação 
de cada tipo de material. Este sistema de separação é chamado de Coleta Seletiva, que 
traz mais vantagens para o processo da reciclagem, pois: 
 Melhora a qualidade dos materiais; 
 Há menor geração de rejeitos; 
 Há menor área de instalação das usinas; 
 Há menos gastos com esta instalação e com os equipamentos de separação, 
lavagem e secagem. 
A Coleta Seletiva pode ser feita de diferentes maneiras (dependendo da política 
estabelecida pela administração local): 
* Porta a porta: Quando os resíduos são separados na fonte geradora, ou seja, no local 
onde são gerados (como por exemplo na sua casa, trabalho ou local de estudo) para 
depois serem recolhidos pela prefeitura. 
* PEV´s (Pontos de Entrega Voluntária) ou LEV´s (Locais de Entrega Voluntária): São 
locais distribuídos em diferentes pontos da cidade (ou de uma empresa) com grupos de 
lixeiras diferenciadas por cores e/ou símbolos onde as pessoas depositam 
espontaneamente os resíduos recicláveis. 
* Unidades ou Centrais de Triagem: Locais onde é feita a separação dos materiais 
recicláveis ou do material orgânico para a compostagem. Quando não há Coleta Seletiva 
podem estar localizados nos locais de depósito final dos resíduos ou, para atender à 
 
13
 
Coleta Seletiva, estão distribuídos pela cidade. Mesmo quando há este tipo de coleta, 
são indispensáveis para separar cada tipo de material, possibilitando sua venda. 
* Por catadores ou carrinheiros: Os catadores separam os materiais recicláveis que 
chegam aos lixões ou aterros (quando isso é permitido) e os carrinheiros recolhem os 
recicláveis por meio do sistema porta em porta. Trata-se de alternativas que não devem 
ser incentivadas, pois oferecem condições totalmente insalubres para estas pessoas. Os 
carrinheiros correm riscos por disputarem espaço com automóveis e ônibus nas ruas. 
Estas pessoas também são vistas com inferioridade pela sociedade! Entretanto, 
esta ainda é uma das formas mais utilizadas para sustentar a indústria de reciclagem no 
Brasil. Quando há uma preocupação por parte da prefeitura e esta realiza parceria com 
associações de catadores, diminuem-se os riscos desta atividade, pois além de retirarem 
as pessoas dos lixões, promovem apoio a elas: local adequado de trabalho (espaço e 
equipamentos); maiores quantidadese melhor negociação dos materiais (qualidade do 
material), reconhecimento social etc. 
1.6. Reciclagem 
 
A reciclagem consiste em uma série de processos 
industriais que permitem separar, recuperar e transformar os 
componentes dos resíduos sólidos do lixo urbano 
(domiciliar/comercial). 
A necessidade de poupar e preservar os recursos naturais 
não-renováveis vem motivando cada vez mais o 
aproveitamento de resíduos, visto que cresce exponencialmente a população e o 
consumo, o que não acontece com as reservas naturais. 
Os países desenvolvidos apresentam um esgotamento mais avançado de suas 
fontes de recursos naturais e um nível de consumo mais elevado, o que proporciona 
diretamente um déficit desses recursos, isto é, suas indústrias passam a depender de 
matérias-primas importadas de uma forma mais rápida, o que caracteriza, para estes 
países, uma preocupação constante em reutilizar os materiais. 
 
 
14
 
Outro fato agravante é a disposição final dos resíduos produzidos nos centros 
urbanos, de forma desordenada e sem um planejamento técnico, pois áreas são ocupadas 
com a deposição de lixo sem tratamento, áreas estas que, a curto e médio prazo, 
inviabilizam a sua utilização para outros fins, agredindo de forma drástica o meio 
 
ambiente e tornando vulneráveis à contaminação, os mananciais de água, sem contar 
que geralmente são áreas o mais próximo possível dos centros produtores de lixo, no 
sentido de diminuir os custos operacionais de transporte, e se caracterizam em pouco 
tempo em áreas nobres (em função da proximidade dos centros urbanos), com o rápido 
esgotamento de seu uso. 
Assim, de modo a evitar estes problemas, o papel da reciclagem está em 
desenvolver ao consumo da população, dentro do possível, as substâncias e a 
energia contida nos resíduos do lixo, de modo que se extraiam da natureza as 
quantidades de matérias-primas mínimas, de forma racional e organizada, protegendo de 
maneira prática os recursos naturais disponíveis, preservando efetivamente o meio 
ambiente. 
 
Tratamento do Lixo 
 
O lixo coletado diariamente nas residências e áreas comerciais é levado para Usinas de 
Tratamento, onde passa por triagens manuais, mecânicas e físicas, promovendo a 
separação da parte orgânica, que resultará no composto orgânico; e da parte inorgânica, 
que são os materiais passíveis de reaproveitamento com destino para as indústrias. 
 
 
 
 
15
 
 
Unidade 2 - Os Materiais Recicláveis 
 
Vamos estudar agora brevemente alguns dos materiais recicláveis. 
Posteriormente veremos mais detalhes sobre como é feita esta reciclagem. 
Papel/Papelão Metais 
Plásticos Vidros 
 
a) Vidro 
Podem ser inteiros ou quebrados. 
Tampas, potes, frascos, garrafas de bebidas, copos, embalagens. 
Não são: espelhos, cristal, ampolas de medicamentos, cerâmicas e louças, lâmpadas, 
vidros temperados planos. 
O vidro não pode ser considerado como lixo, pois é matéria-prima pura. E ainda 
que não seja degradável, apresenta uma 
característica única, se comparado a outros 
materiais utilizados na fabricação de embalagens é 
100% reciclável, podendo ser incorporado, em 
grande proporção, como matéria-prima para a 
fabricação de novos produtos, sem causar 
alterações nas suas propriedades originais. Além 
desse aspecto, as embalagens de vidro, em especial as garrafas para bebidas, podem ser 
reutilizadas durante longos períodos, reduzindo bastante o volume de recipientes 
descartados após o primeiro uso. 
Além das inúmeras vantagens tecnológicas, a embalagem de vidro, quando 
reciclada, oferece uma alternativa viável para a redução dos volumes de resíduos sólidos 
urbanos, minimizando o uso de aterros sanitários e consumo de matérias-primas 
minerais usadas na fabricação do vidro. 
 
 
16
 
b) Plástico 
Tampas, potes de alimentos (margarina), frascos, utilidades domésticas, embalagens de 
refrigerante, garrafas de água mineral, recipientes para produtos de higiene e limpeza, 
PVC, tubos e conexões, sacos plásticos em geral, peças de brinquedos, engradados de 
bebidas, baldes. 
Não são: cabos de panela, tomadas, embalagens metalizadas (ex. alguns salgadinhos), 
isopor, adesivos, espuma. 
Enquanto o uso do plástico, em todo o mundo, aumenta sensivelmente, como 
demonstrativo de uma melhor qualidade de vida das populações, a preocupação com a 
preservação da natureza cresce na mesma proporção. 
O plástico é considerado um dos materiais mais poluentes, pois é de difícil 
degradação. Ainda assim, se ele não existisse, aumentaria 
de três a quatro vezes em volume o lixo sólido no planeta. 
A regulamentação sobre a utilização e produção de 
plástico vem sendo inovada em todos os países 
industrializados, seja na forma de exigir plásticos 
degradáveis (químico, bio ou fotodegradável) ou estabelecendo condições para a sua 
reciclagem, isto é, reaproveitamento ou incineração. 
Atualmente, pode-se afirmar que existe uma correlação direta entre o consumo 
per capita de plásticos de um país, o padrão e a qualidade de vida de seu povo. Para 
exemplificar, demonstraremos a seguir o consumo de alguns países, por habitante/ano: 
 Estados Unidos: 69,70 Kg 
Japão: 54,00 Kg 
Europa (média geral): 38,10 Kg 
Brasil: 9,78 Kg 
A indústria do plástico no Brasil também está consciente que, apesar das 
embalagens plásticas representarem uma fração pequena no lixo sólido, isto em virtude 
do consumo per capita, deve-se adotar uma atenção especial ao plástico, por ser um 
material descartável e de difícil degradação. 
 
17
 
 
Portanto, um dos manejos mais representativos para o plástico é a reciclagem, 
pois com isto obtém-se economia de recursos energéticos e redução considerável do uso 
de áreas para deposição, uma vez que o plástico pode retornar às indústrias como uma 
matéria-prima que será separada por tipo (PVC, polietileno etc.) passando então por 
processos de lavagem e paletização a fim de ser aproveitado na fabricação de novos 
artigos. 
c) Metal 
Latas de alumínio (ex. latas de bebidas), latas de aço (ex. latas de óleo, sardinha, molho 
de tomate), tampas, ferragens, canos, esquadrias e molduras de quadros. 
Não são: clipes, grampos, esponjas de aço, latas 
de tintas e pilhas. 
 O alumínio é um material não-ferroso de 
grande valor no mercado de sucatas: sua 
reutilização significa uma redução drástica no uso 
de bauxita, um dos principais componentes para a 
sua fabricação. O Brasil é o terceiro maior 
produtor de bauxita (8.750.000 t/ano). Dentre as vantagens da reciclagem do alumínio, 
destaca-se a de ser um material que apresenta excelentes condições no processo de 
refusão, obtendo-se uma grande economia de energia, em relação a um processo 
original para a sua produção. 
Até 1989, o Brasil só conhecia o comércio de embalagens metálicas na forma de 
latas de aço e folha de flandres. Desde 1988 o mercado brasileiro aguardava com muita 
expectativa a chegada da embalagem de alumínio. Hoje, ela está se tornando uma 
realidade, pois além de sua grande aceitação no mercado nacional, é um material com 
excelentes condições de ser reaproveitado. 
Além da economia de divisas, a reciclagem de sucatas metálicas promove a 
conservação dos recursos minerais e uma considerável redução no consumo de energia. 
 
 
 
18
 
 
Do ponto de vista de economia de insumos energéticos, a sucata é a matéria-
prima mais adequada para a produção de aço. As usinas que processam sucatas são de 
médio porte e propiciam com este processamento, uma economia de 1,5 barril de 
petróleo por tonelada produzida, em relação ao processo convencional. 
O Brasil é o segundo maior produtor minérios de ferro e o sexto maior 
consumidor, absorvendo 26% de sua produção. Quanto ao aço somos o sexto maior 
produtor e reciclamos 27% da produção, índice que tende a aumentar uma vez que as 
indústrias já reconhecem todos os ganhos econômicos, ecológicos e de economia de 
insumosque a reciclagem oferece. 
 
d) Papel 
Aparas de papel, jornais, revistas, caixas, papelão, papel de fax, formulários de 
computador, folhas de caderno, cartolinas, cartões, rascunhos escritos, envelopes, 
fotocópias, folhetos, impressos em geral. 
Não são: adesivos, etiquetas, fita crepe, papel carbono, 
fotografias, papel toalha, papel higiênico, papéis e 
guardanapos engordurados, papéis metalizados, 
parafinados, plastificados. 
Uma das grandes vantagens da reciclagem de 
papel é a economia de energia elétrica no processo de 
fabricação. A celulose tem de ser cozida, branqueada e 
refinada, e todos estes processo envolvem consumo de 
energia elétrica. O papel que será reciclado já passou 
por várias refinações, e assim a redução no consumo de energia elétrica para a sua 
reutilização é estimado próximo da metade ao de um processo de produção de papel por 
meio da celulose. 
 
 
 
 
19
 
 
Observando-se a grande importância da reciclagem do papel, devemos lembrar 
que cada tonelada de papel usado representa de 10 a 20 árvores que seriam derrubadas. 
É importante ressaltar que árvores utilizadas para extração de celulose foram plantadas 
para este fim, e que normalmente após o corte se processa um reflorestamento, mas com 
a reciclagem todo este trabalho é evitado, sendo ainda mais uma forma de proteção da 
natureza. Outro ponto importante é que a produção de papel a partir da celulose 
necessita de vários processos químicos, cujo potencial é tóxico e de um risco que pode 
gerar contaminação do meio ambiente. Com a reciclagem este risco não existe. 
 
2.1. A Reciclagem do Vidro 
 
O vidro é um produto 100% reciclável. É possível aproveitá-lo 
de várias formas. A mais simples e visível é a embalagem 
retornável de refrigerante ou cerveja. É verdade, que as garrafas 
Pets concorrem diretamente com essas embalagens, mas há 
muitos lugares no Brasil e no mundo onde o velho litro de Coca-
Cola, que sai mais barato, ainda é uma presença marcante, assim 
como a garrafa de cerveja retornável. Além disso, quem não tem em casa aquele pote 
de maionese ou geleia que depois recebeu uma outra finalidade? Afinal, lavando bem, 
qualquer embalagem de vidro não deixa nenhum resquício do gosto do produto que 
antes esteve lá, ao contrário das embalagens de plástico, que quando recicladas têm seu 
uso proibido para produtos alimentícios. 
Além disso, os cacos de vidro são também reutilizáveis com praticamente 100% 
de reaproveitamento. A utilização dos cacos na fabricação proporciona, obviamente, 
uma economia de matéria-prima, além da redução do dispêndio de energia. Para uma 
tonelada de vidro reciclado, evita-se a retirada de 1,2 tonelada de matéria-prima da 
natureza. Quanto à questão energética, em um produto com 10% de cacos, é possível 
reduzir 4% da energia que seria. Outra vantagem de reciclar o vidro é que se evita que 
se jogue na natureza um produto que não é biodegradável. Arqueólogos já encontraram 
pedaços de vidro datados de 2 mil a.C. intactos em escavações. Um dos maiores 
problemas da reciclagem de vidro é sua logística. Apesar de já serem tradicionais as 
 
20
 
fábricas de reaproveitamento de garrafas (o velho garrafeiro), o seu crescimento ainda é 
recente, provocado pela onda de adesão à reciclagem dos últimos anos. No entanto, há 
certos limites técnicos para a reciclagem. 
A reutilização do vidro é preferível à sua reciclagem. Garrafas são extensamente 
reutilizadas em muitos países europeus e no Brasil. Na Dinamarca, 98% das garrafas 
são reutilizadas e 98% destas retornam para os consumidores. Porém, estes hábitos são 
incentivados pelo governo. Em países como a Índia, o custo de fabricação das novas 
garrafas obriga a reciclagem ou a reutilização de garrafas velhas. 
O vidro é um material ideal para a reciclagem e pode, dependendo das 
circunstâncias, ser infinitamente reciclado. O uso de vidro reciclado em novos 
recipientes e cerâmicas possibilita a conservação de materiais, a redução do consumo de 
energia e reduz o volume de lixo que é enviado para aterros sanitários. 
 
2.1.1. Benefícios da Reciclagem do Vidro 
 
Preservação do meio ambiente 
Embalagens de vidro podem ser totalmente reaproveitadas no ciclo produtivo, 
sem nenhuma perda de material. 
A produção a partir do próprio vidro também consome menor quantidade de 
energia e emite resíduos menos particulados de CO2, o que também contribui para a 
preservação do meio ambiente. 
Outro aspecto é o menor descarte de lixo, reduzindo os custos de coleta urbana, 
e aumentando a vida útil dos aterros sanitários. 
O vidro é 100% reciclável e pode ser reciclado inúmeras vezes, pois é feito de 
minerais como, areia, barrilha, calcário e feldspato. Ao agregarmos o caco na fusão, 
diminuímos a retirada de matéria-prima da natureza. 
10% de "cacos" > 4% ganho energético 
1 ton de "cacos" > economia de 1,2 ton de matérias-primas 
10% de "cacos" > reduz em 5% a emissão de CO2 (Protocolo de kyoto). 
 
 
21
 
Geração de empregos 
A instalação de um processo de coleta e beneficiamento de reciclagem de vidro 
gera empregos que não demandam em sua maioria qualquer especialização, 
beneficiando camadas geralmente mais carentes da população. Assim, além de ser uma 
atividade lucrativa, a reciclagem empresarial também tem forte caráter social. 
 
 
Viabilidade Econômica 
A reciclagem do vidro é uma atividade economicamente viável. No Brasil ainda 
é vista como uma atividade marginal, de subsistência e, como tal, carece de uma 
mentalidade empresarial. Dentro deste modelo, a reciclagem é um ramo de mercado 
inexplorado, com grande potencial de lucratividade. 
Tudo isso considerado, é possível dizer que o vidro é o material de 
embalagem mais amigo do homem. 
Se toda a população se conscientizasse dos benefícios da reciclagem seria 
possível reaproveitar integralmente as embalagens com enormes benefícios ecológicos, 
econômicos e sociais. 
Estas características são únicas do vidro que além das suas vantagens como 
material, acrescenta a elas os benefícios de sua própria reciclagem. 
 
2.1.2. Qualidade do Material Utilizado na Reciclagem de Vidro 
 
A qualidade do caco de vidro é muito importante para a indústria, pois ao 
contrário disto o caco com impurezas e contaminado pode danificar equipamentos 
(principalmente fornos) de produção e acabam produzindo embalagens com defeitos. 
 
 
 
 
 
22
 
 
Para isso não ocorrer é necessário que as embalagens passem pelo 
beneficiamento, ou seja, as tampas e rótulos precisam ser retirados e as embalagens 
precisam passar por um processo de lavagem para ser removido o resíduo. 
 
Pedras, cerâmicas, concreto, louças e cristal 
São impurezas, produtos inorgânicos estranhos à formulação do vidro sodacal, 
difíceis de serem fundidos nas temperaturas do forno de fusão e consequentemente 
geram falhas ou defeitos no produto final. 
 
Material orgânico (plástico, papel e terra) 
Em princípio volatilizam às altas temperaturas, porém em excesso podem alterar 
a atmosfera do forno, resultando em reações químicas que alteram a cor ou criam 
bolhas. 
 
Metais ferrosos ou não ferrosos 
Contaminam o vidro provocando manchas de cor totalmente diferentes do vidro 
base. Provocam bolhas ou aparecem no produto final na forma de defeitos metálicos 
e/ou pontos pretos, manchas, nuvens de bolhas, etc. O ferro metálico reage com o 
material refratário do forno de fusão, chegando a furar a sola e as paredes do forno, 
interrompendo a fabricação ou no mínimo, diminuindo a sua vida útil. 
 
23
 
 
Vidros farmacêuticos / laboratório 
Embalagens de vidro que contenham elementos químicos, nocivos a saúde ou 
corrosivos (classe 1) devem ser descontaminados antes de ir para a reciclagem. Para 
maior segurança, procure o Órgão Ambiental de sua região para dar o destino final 
adequado para o material. 
 
Segregação de cacos para reciclagem de vidro plano 
O caco de vidroplano (float (liso) ou impresso) não deve ser misturado ao de 
embalagens. Sua reciclagem é feita junto às indústrias fabricantes e por meio de 
recicladores especializados, que adquirem caco junto à rede de venda de vidros de 
reposição para veículos. O caco laminado também pode ser reciclado por um círculo 
ainda menor de receptores, os quais processam o mesmo utilizando a moagem, 
removendo o filme plástico de PVB (polivinilbutiral), que se limpo de forma adequada 
(livre de caquinhos) também pode vir a ser reciclado. Assim se você desejar reciclar 
algum caco de vidro plano, incluindo espelhos, a forma mais prática é oferecê-lo a uma 
vidraçaria de seu bairro, que participe da coleta de caco, destinando o caco gerado para 
um sucateiro. 
 
2.1.3. O Processo de Reciclagem do Vidro 
 
O reaproveitamento dos cacos para a confecção de novos vidros pressupõe uma 
certa homogeneidade no tipo de material a ser reciclado. Assim, os vidros de cor 
âmbar, como os de garrafa de cerveja, são beneficiados num grupo separado dos vidros 
verdes ou brancos, por exemplo. Há também grupos que podem estar misturados. Esses 
podem ser usados para quem não necessita de padrões muito rígidos e homogêneos, 
separados os tipos, o processo de preparação é bem simples: 
O material é jogado para ser quebrado em pedaços. O que a máquina não quebra 
é quebrado manualmente. Depois, ele passa por uma lavagem, quando são retiradas 
impurezas mais leves como etiquetas e restos de bebidas. 
 
24
 
Uma nova triagem retira tampas e eventuais plásticos e papéis que por ventura 
ficaram. Na esteira, ele caía no monte que segue para a indústria de vidro. 
Na indústria de vidro, o caco é jogado nos fornos com temperaturas de 1.500º C 
e se mistura às outras substâncias. 
Uma interessante fase do processo é o reaproveitamento dos vidros que sobram 
grudados em tampas ou outro produto. Uma máquina quebra o vidro em minúsculos 
pedaços que servem para polimento de fornos de usinagem. 
2.2. A Reciclagem do Plástico 
 
Os plásticos são artefatos fabricados a partir de resinas 
(polímeros), geralmente sintéticas e derivadas do petróleo. 
Quando o lixo é depositado em lixões, os problemas principais 
relacionados ao material plástico provêm da queima indevida. 
Quando a disposição é feita em aterros, os plásticos dificultam 
sua compactação e prejudicam a decomposição dos materiais 
biologicamente degradáveis, pois criam camadas impermeáveis que afetam as trocas de 
líquidos e gases gerados no processo de biodegradação da matéria orgânica. 
O problema é que o plástico é produzido do petróleo, um combustível fóssil não-
renovável (um dia acaba), altamente poluente quando queimado ou derramado, e tóxico, 
quando inalado ou ingerido. Como agravante, a biodegradabilidade da maioria dos 
plásticos é muito lenta. Uma garrafa PET, por exemplo, leva cerca de 500 anos para se 
desintegrar na natureza. Por isso, enquanto não inventam um material para substituí-lo, 
é muito importante reciclá-lo. 
Sendo assim, sua remoção, redução ou eliminação do lixo são metas que devem 
ser perseguidas com todo o empenho. A separação de plásticos do restante do lixo traz 
uma série de benefícios à sociedade, como, por exemplo, o aumento da vida útil dos 
aterros, geração de empregos, economia de energia, etc. 
Os plásticos são divididos em duas categorias importantes: termofixos e termoplásticos. 
 
 
25
 
Termoplásticos 
 
São plásticos que não sofrem alterações em sua estrutura química durante o 
aquecimento e que após o resfriamento podem ser novamente moldados. Exemplos: 
Polipropileno (PP), Polietileno de Alta Densidade (PEAD), Polietileno de Baixa 
densidade (PEBD), Polietilenotereftalato (PET), Poliestireno (PS), Policloreto de Vinila 
(PVC), etc. 
 
Termofixos 
 
São aqueles que uma vez moldados não podem ser fundidos e remoldados, 
portanto não são recicláveis mecanicamente. Exemplos: baquelite, Poliuretanos (PU) e 
Poliacetato de Etileno Vinil (EVA), poliésteres, resinas fenólicas, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.2.1. Diferentes Tipos de Reciclagem do Plástico 
 
Reciclagem primária ou pré-consumo 
É a conversão de resíduos plásticos por tecnologia convencionais de 
processamento em produtos com características de desempenho equivalentes às 
daqueles produtos fabricados a partir de resinas virgens. A reciclagem pré-consumo é 
feita com os materiais termoplásticos provenientes de resíduos industriais, os quais são 
limpos e de fácil identificação, não contaminados por partículas ou substâncias 
estranhas. 
 
26
 
 
Reciclagem secundária ou pós-consumo 
É a conversão de resíduos plásticos de lixo por um processo ou por uma 
combinação de operações. Os materiais que se inserem nesta classe provêm de lixões, 
sistemas de coleta seletiva, sucatas, etc. são constituídos pelos mais diferentes tipos de 
material e resina, o que exige uma boa separação, para serem aproveitados. 
 
Reciclagem terciária 
É a conversão de resíduos plásticos em produtos químicos e combustíveis, por 
processos termoquímicos (pirólise, conversão catálica). Por esses processos, os 
materiais plásticos são convertidos em matérias-primas que podem originar novamente 
as resinas virgens ou outras substâncias interessantes para a indústria, como gases e 
óleos combustíveis. 
Há 3 principais processos para a reciclagem do plástico (Química, Mecânica e 
Energética). Todos apresentam aproximadamente o mesmo resultado. 
 
2.2.2. Reciclagem Química 
 
A reciclagem química reprocessa plásticos, transformando-os em petroquímicos 
básicos que servem como matéria-prima em refinarias ou centrais petroquímicas. Seu 
objetivo é a recuperação dos componentes químicos individuais para reutilizá-los como 
produtos químicos ou para a produção de novos plásticos. 
Os novos processos desenvolvidos de reciclagem química permitem a 
reciclagem de misturas de plásticos diferentes, com aceitação de determinado grau de 
contaminantes como, por exemplo, tintas, papéis, entre outros materiais. 
 
Entre os processos de reciclagem química existentes, destacam-se: 
 
 
 
27
 
 Hidrogenação: As cadeias são quebradas mediante o tratamento com hidrogênio e 
calor, gerando produtos capazes de serem processados em refinarias. 
 Gaseificação: Os plásticos são aquecidos com ar ou oxigênio, gerando-se gás de 
síntese contendo monóxido de carbono e hidrogênio. 
 Quimólise: Consiste na quebra parcial ou total dos plásticos em monômeros na 
presença de Glicol/Metanol e água. 
 Pirólise: É a quebra das moléculas pela ação do calor na ausência de oxigênio. Este 
processo gera frações de hidrocarbonetos capazes de serem processados em refinaria. 
 
2.2.3. Reciclagem Mecânica 
 
A reciclagem mecânica consiste na conversão dos descartes plásticos pós-
industriais ou pós-consumo em grânulos que podem ser reutilizados na produção de 
outros produtos, como sacos de lixo, solados, pisos, conduítes, mangueiras, 
componentes de automóveis, fibras, embalagens não-alimentícias e outros. 
Este tipo de processo passa pelas seguintes etapas: 
Separação: separação em uma esteira dos diferentes tipos de plásticos, de acordo com a 
identificação ou com o aspecto visual. Nesta etapa são separados também rótulos de 
diferentes materiais, tampas de garrafas e produtos compostos por mais de um tipo de 
plástico, embalagens metalizadas, grampos, etc. 
Por ser uma etapa geralmente manual, a eficiência depende diretamente da 
prática das pessoas que executam essa tarefa. Outro fator determinante da qualidade é a 
fonte do material a ser separado, sendo que aquele oriundo da coleta seletiva e mais 
limpo em relação ao material proveniente dos lixões ou aterros. 
 Moagem: Depois de separados os diferentes tipos de plásticos são moídos e 
fragmentados em pequenas partes. 
 Lavagem: Depois de triturado, o plástico passa por uma etapa de lavagem com água 
para a retirada dos contaminantes. É necessárioque a água de lavagem receba um 
tratamento para a sua reutilização ou emissão como efluente. 
 
 
28
 
 
 Aglutinação: Além de completar a secagem, o material é compactado, reduzindo-se 
assim o volume que será enviado à extrusora. O atrito dos fragmentos contra a parede 
do equipamento rotativo provoca elevação da temperatura, levando à formação de uma 
massa plástica. O aglutinador também é utilizado para incorporação de aditivos, como 
cargas, pigmentos e lubrificantes. 
 Extrusão: A extrusora funde e torna a massa plástica homogênea. Na saída da 
extrusora, encontra-se o cabeçote, do qual sai um "espaguete" contínuo, que é resfriado 
com água. Em seguida, o "espaguete" é picotado em um granulador e transformando em 
pellet (grãos plásticos). 
 
2.2.4. Reciclagem Energética 
 
É a recuperação da energia contida nos plásticos através de processos térmicos. 
A reciclagem energética distingue-se da incineração por utilizar os resíduos 
plásticos como combustível na geração de energia elétrica. Já a simples incineração não 
reaproveita a energia dos materiais. A energia contida em 1 kg de plástico é equivalente 
à contida em 1 kg de óleo combustível. Além da economia e da recuperação de energia, 
com a reciclagem ocorre ainda uma redução de 70 a 90% da massa do material, restando 
apenas um resíduo inerte esterilizado. 
 
2.3. Benefícios da Reciclagem do Plástico 
 
A reciclagem do plástico impede um enorme prejuízo ao meio ambiente, pois o 
material é muito resistente ao calor, ar, água e radiações. Atualmente no Brasil, mais de 
30 mil empregos diretos são gerados somente pelas indústrias de Reciclagem de 
Plástico. 
Também estima-se que mais de 100 mil pessoas vivam exclusivamente de 
coletar latas de alumínio e embalagens plásticas, conseguindo uma renda mensal média 
de três salários mínimos. 
 
29
 
 
2.4. Reciclagem de Metais 
 
Encontramos os metais em todos os lugares a nossa 
volta. Em nossa cozinha - panelas, talheres. 
refrigerante de latinha - nos automóveis e no nosso 
dinheiro, por exemplo. Ele é sólido, não deixa passar 
luz (é opaco) e conduz bem a eletricidade e o calor, 
possuindo um brilho especial chamado de metálico. 
Quando aquecido é maleável, podendo ser moldado 
em várias formas, desde fios até chapas e barras. Os metais podem ser encontrados 
misturados no solo e nas rochas, sendo chamados de minérios. 
Os metais são materiais de elevada durabilidade, resistência mecânica e 
facilidade de conformação, sendo muito utilizados em equipamentos, estruturas e 
embalagens em geral. 
Quanto a sua composição, os metais são classificados em dois grande grupos: os 
ferrosos (compostos basicamente de ferro e aço) e os não-ferrosos. Essa divisão 
justifica-se pela grande predominância do uso dos metais à base de ferro, 
principalmente o aço. 
Entre os metais não-ferrosos, destacam-se o alumínio, o cobre e suas ligas (como 
latão e o bronze), o chumbo, o níquel e o zinco. Os dois últimos, junto como o cromo e 
o estanho, são mais empregados na forma de ligas com outros metais, ou como 
revestimento depositado sobre metais, como, por exemplo, o aço. 
A grande vantagem da reciclagem de metais é evitar as despesas da fase de 
redução do minério a metal. Essa fase envolve um alto consumo de energia e requer 
transporte de grandes volumes de minério e instalações caras, destinadas à produção em 
grande escala. 
Embora seja maior o interesse na reciclagem de metais não-ferrosos, devido ao 
maior valor de uso da sucata, é muito grande a procura pela sucata de ferro e de aço, 
inclusive pelas usinas siderúrgicas e fundições. 
 
30
 
A sucata é matéria-prima das empresas produtoras de aço que não contam como 
o processo de redução, e que são responsáveis por cerca de 20% da produção nacional 
 
de aço. A sucata representa cerca de 40% do total de aço consumido no País, valor 
próximo aos valores de outros países, como os Estados Unidos onde atinge 50% do total 
da produção. Ressalta-se que o Brasil exporta cerca de 40% da sua produção de aço. 
É importante, ainda, observar que a sucata pode, sem maiores problemas, ser 
reciclada mesmo quando enferrujada. Sua reciclagem é também facilitada pela sua 
simples identificação e separação, principalmente no caso da sucata ferrosa, em que se 
empregam eletroímãs, devido as suas propriedades magnéticas. Utilizando este processo 
é possível retirar até 90% do metal ferroso existente no lixo. 
Veja algumas perguntas interessantes sobre a reciclagem do ferro: 
A ferrugem prejudica a reciclagem do ferro? 
Não. A ferrugem, presente no ferro ou em ligas metálicas que contêm ferro em suas 
composições, não interfere no processo de fusão (derretimento) feito nas siderúrgicas. 
Panelas com revestimento de Teflon podem ser recicladas? 
Sim. O revestimento antiaderente de Teflon das panelas, assim como a ferrugem, não 
interfere no derretimento feito nas siderúrgicas, que dão origem novamente aos produtos 
metálicos em geral. 
A pressão interna nos produtos em spray oferece riscos no processo de reciclagem? 
Sim. Os frascos de spray são pressurizados, podendo causar acidentes quando aquecidos 
ou prensados. Ao terminar o conteúdo “útil” dos frascos, mantenha a válvula 
pressionada até sair todo o gás existente antes de descartá-los. 
Os metais, em geral, são materiais 100% recicláveis? 
Sim. Devido a perdas insignificantes no processo de reciclagem dos metais, confere a 
estes, o título de “100% recicláveis”. Dentre os metais, o alumínio é o que mais rápido 
volta para a cadeia produtiva e o Brasil detém o título de maior reciclador deste metal 
no mundo. Além disto, os metais podem ser reciclados infinitas vezes. 
 
31
 
Porque é importante a reciclagem dos metais? A reciclagem de metais de pós-
consumo (leia-se, embalagens de alimentos e produtos químicos em geral) bem como de 
outras fontes, tem papel importante na preservação do meio ambiente, pois os processos 
de extração e beneficiamento dos metais vindos diretamente de jazidas são 
extremamente poluentes e consomem muita energia elétrica e água. Para ilustrar melhor 
a vantagem de reciclar metais citamos o alumínio, cuja extração vem do minério de 
bauxita. Para cada 05 toneladas de bauxita retiradas da natureza, apenas 01 tonelada se 
torna alumínio para consumo. As outras 04 toneladas restantes transformam-se em 
resíduos tóxicos que necessitam de grandes áreas para serem estocados em segurança. 
Além disto, se gasta cerca de 17,6 mil kWh por tonelada para o processo de 
beneficiamento da bauxita para a extração do alumínio enquanto, na reciclagem, gasta-
se apenas 700 kWh por tonelada, uma economia de energia elétrica de 2.400%. Nas 
latas de aço, a economia em energia elétrica, obtida pela reciclagem, em relação a 
extração e beneficiamento do minério bruto é de aproximadamente 284%. 
Quanto tempo os metais levam para desaparecerem na natureza? 
Dependendo das ligas metálicas e revestimentos de superfície, os metais podem levar de 
poucos anos até séculos para se transformarem novamente em minério. 
Pilhas e baterias de automóveis podem ser colocadas nos contêineres amarelos por 
terem metais em sua composição? 
Não. A cooperativa não tem estrutura para triar e reciclar os metais presentes em pilhas, 
baterias de automóveis ou celulares. Para o descarte destes produtos, entre em contato 
com o fabricante. Esta dica vale também para eletroeletrônicos e eletrodomésticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
32
 
2.5. A Reciclagem do Ferro 
 
A reciclagem de ferro e aço é uma das formas de reaproveitamento mais antigas 
do mundo. Já no Império Romano, os soldados recolhiam utensílios e armas após 
guerras para serem refundidos. E quanto mais foi aumentando a utilização do ferro, 
mais a reciclagem desse material foi crescendo. Hoje, as empresas e profissionais que 
trabalham com isso são chamados de recicladores, mas 
eles, na verdade, são os antigos sucateiros. Quem eracriança há 30 anos deve lembrar o carroceiro gritando: 
“garrafeiro, metaleiro, ferro velho...”. Estes charreteiros 
que circulavam, inclusive em cidades grandes, eram a 
ponta desse processo. As empresas de sucatas começaram a 
surgir no Brasil na década de 40, quando a indústria 
brasileira se consolidava. 
Além de ser uma mão na roda para quem produz, a reciclagem de aço colabora 
para o ambiente. Cada tonelada de aço reciclado representa uma economia de 1.140 
quilos de minério de ferro, 154 quilos de carvão e 18 quilos de cal. 
 
2.6. A Reciclagem do Alumínio 
 
A reciclabilidade é um dos atributos mais importantes do alumínio. Qualquer 
produto produzido com este metal pode ser reciclado infinitas vezes, sem perder suas 
qualidades no processo de reaproveitamento, ao contrário de outros materiais, que 
geram resíduos com aplicações menos nobres. A cada quilo de alumínio reciclado, cinco 
quilos de bauxita (minério de onde se produz o alumínio) são poupados. 
Para se reciclar uma tonelada de alumínio, gasta-se somente 5% da energia que 
seria necessária para se produzir a mesma quantidade de alumínio primário, ou seja, a 
reciclagem do alumínio proporciona uma economia de 95% de energia elétrica. 
Para se ter uma idéia, a reciclagem de uma única latinha de alumínio economiza energia 
suficiente para manter um aparelho de TV ligado durante três horas. 
• Uma latinha de alumínio vazia pesa em média 13,5 g. 
 
33
 
• As tampas representam 23% do peso total da lata e são feitas com uma liga de 
alumínio mais resistente. 
• Hoje 74 latas são produzidas com 1 kg de alumínio, enquanto que em 1992, 64 latas e 
em 1972, 49 latas. 
• Cada 1.000 kg de alumínio reciclado significam 5.000 kg de minério bruto (bauxita) 
poupados. 
• Para reciclar o alumínio são gastos apenas 5% da energia que seria utilizada para se 
produzir o alumínio primário, ou seja, uma economia de 95%. 
• A cadeia da reciclagem do alumínio no Brasil - coleta, recuperação, transporte etc - 
envolve mais de 2 mil empresas e proporciona uma fonte de renda alternativa e 
ocupação para mão de obra não qualificada. 
• A coleta de latas usadas envolve mais de 160 mil pessoas no Brasil vivendo hoje 
exclusivamente desta atividade com renda média de dois salários mínimos. 
• Em 2008, o Brasil reciclou 96,2% das mais de 9,5 bilhões de latas de alumínio 
produzidas, mantendo o país como campeão mundial, pelo quinto ano consecutivo, 
entre os países onde a atividade não é obrigatória. 
O alumínio pode ser reciclado tanto a partir de sucatas geradas por produtos de 
vida útil esgotada, como de sobras do processo produtivo. Utensílios domésticos, latas 
de bebidas, esquadrias de janelas, componentes automotivos, entre outros, podem ser 
fundidos e empregados novamente na fabricação de novos produtos. Pelo seu valor de 
mercado, a sucata de alumínio permite a geração de renda para milhares de famílias 
brasileiras envolvidas da coleta à transformação final da sucata. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34
 
 
2.7. A Reciclagem do Papel 
 
 
A reciclagem de papel é o reaproveitamento do papel 
não-funcional para produzir papel reciclado. 
A reciclagem do papel é tão importante quanto sua 
fabricação. A matéria prima para a fabricação do papel já 
está escassa, mesmo com políticas de reflorestamento e 
com uma maior conscientização da sociedade em geral. 
Com o uso dos computadores, muitos cientistas sociais 
acreditavam que o uso de papel diminuiria 
principalmente na indústria e nos escritórios, mas isso não ocorreu e o consumo de 
papel nas duas últimas décadas do século XX foi recorde. 
Na fabricação de uma tonelada de papel, a partir de papel usado, o consumo de 
água é muitas vezes menor e o consumo de energia é cerca da metade. Economizam-se 
2,5 barris de petróleo, 98 mil litros de água e 2.500 kw/h de energia elétrica com uma 
tonelada de papel reciclado. 
Há duas grandes fontes de papel a se reciclar: as para pré-consumo (recolhidas 
pelas próprias fábricas antes que o material passe ao mercado consumidor) e as para 
pós-consumo (geralmente recolhidas por catadores de ruas). De um modo geral, o papel 
reciclado utiliza os dois tipos na sua composição, e tem a cor creme. 
A aceitação do papel reciclado é crescente, especialmente no mercado 
corporativo. O papel reciclado tem um apelo ecológico, o que faz com que alcance um 
preço até maior que o material virgem. No Brasil, os papéis reciclados chegavam a 
custar 40% a mais que o papel virgem em 2001. Em 2004, os preços estavam quase 
equivalentes, e o material reciclado custava de 3% a 5% a mais. A redução dos preços 
foi possibilitada por ganhos de escala, e pela diminuição da margem média de lucro. 
Atualmente o preço do papel reciclado é bastante próximo do papel virgem. 
Na Europa, o papel reciclado em escala industrial chega a custar mais barato que 
o virgem, graças à eficiência na coleta seletiva e ao acesso mais difícil à celulose, 
comparado ao do Brasil. 
 
35
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: Nem todo papel é reciclável, veja mais abaixo: 
- reciclável: 
Papéis de escritório, papelão, caixas em geral de papelão ondulado, jornais, revistas, 
livros, listas telefônicas, cadernos, papel cartão, cartolinas, embalagens longa-vida, 
listas telefônicas, livros, envelopes formulários de computador folhas de caderno 
fotocópias rascunhos aparas de papel cartazes velhos papel de fax. 
 - não reciclável: 
Papel carbono, celofane, papel vegetal, termofax, papéis encerados ou plastificados, 
papel higiênico, lenços de papel, guardanapos, fotografias, fitas ou etiquetas adesivas. 
 
 
36
 
 
2.7.1. Vantagens da Reciclagem do Papel 
 
 Economia de Recursos Naturais 
- Madeira: Uma tonelada de aparas pode substituir de 2 a 4 m
3
 de madeira, conforme o 
tipo de papel a ser fabricado, o que se traduz em uma nova vida útil para de 15 a 30 
árvores. 
- Água: Na fabricação de uma tonelada de papel reciclado são necessários apenas 2.000 
litros de água, ao passo que, no processo tradicional, este volume pode chegar a 100.000 
litros por tonelada. 
- Energia: Em média, economiza-se metade da energia, podendo-se chegar a 80% de 
economia quando se comparam papéis reciclados simples com papéis virgens feitos 
com pasta de refinador. 
- Redução da Poluição: Teoricamente, as fábricas recicladoras podem funcionar sem 
impactos ambientais, pois a fase crítica de produção de celulose já foi feita 
anteriormente. Porém as indústrias brasileiras, sendo de pequeno porte e competindo 
com grandes indústrias, às vezes subsidiadas não fazem muitos investimentos em 
controle ambiental. 
- Criação de Empregos: estima-se que, ao reciclar papéis, sejam criados cinco vezes 
mais empregos do que na produção do papel de celulose virgem e dez vezes mais 
empregos do que na coleta e destinação final de lixo. 
- Redução da "conta do lixo": o Brasil, no entanto, só recicla 30% do seu consumo de 
papéis, papelões e cartões. O papel reciclado pode ser aplicado em caixas de papelão, 
sacolas, embalagens para ovos, bandejas para frutas, papel higiênico, cadernos e livros, 
material de escritório, envelopes, papel para impressão, entre outros usos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37
 
 
2.7.2. O Processo de Reciclagem do Papel 
 
Produzir o papel reciclado é muito semelhante à produção de papel comum após 
a entrega da celulose. É preciso moer, molhar, criando uma massa que lembra o papel 
machê, prensar, tingir e secar o papel. A principal diferença está na necessidade da 
utilização de vários produtos químicos para retirar as impurezas do papel como tintas e 
colas, o que, para alguns críticos, pode ser também perigoso para o meio ambiente, se 
não for feito de maneira correta. 
Dependendo do tipo de papel, apenas a massa do papel reciclado é insuficiente 
para garantir resistência e durabilidade no novo papel, assim, as indústrias acabam tendo 
que incluircelulose virgem durante o processo. Aliás, um papel pode ser reciclado de 
sete a dez vezes, depois as fibras já não terão força suficiente. Um exemplo de papel 
com pouca fibra é o papel higiênico. 
Como os outros tipos de reciclagem, a do papel envolve diversos atores 
econômicos diferentes. Os consumidores de papel em geral (casas, escritórios, lojas 
etc.) entregam os jornais velhos, as caixas vazias, os cadernos cheios e os panfletos que 
ninguém lê para intermediários como catadores, cooperativas de catadores de lixo e 
sucateiros. Esses separam o material, de acordo com as normas de reciclagem, e 
entregam para os aparistas que são os responsáveis por preparar o material para as 
fábricas de reciclagem, picando o papel e criando fardos que chegam às fábricas. Mas 
você também pode fazer o seu próprio papel reciclado. Veja como: 
Etapa 1: 
- Entrega das aparas (fardo) na fábrica recicladora de papel; 
- Passa pelo controle de qualidade e é classificado; 
- Vai para o estoque de aparas; 
- O lote do estoque mais antigo vai para as esteiras transportadoras; 
- O hidrapulper desagrega o papel, juntamente com água industrial; 
- Depois de desagregado, a bomba puxa a massa de papel para outras etapas. 
 
 
38
 
Etapa 2: 
- turbo tira plástico (retirada de plástico). 
Etapa 3: 
- processo de centrifugação para retirada de impurezas (areia, prego etc.). 
Etapa 4: 
- processo de refino da massa; 
-Aditivos são adicionados à massa: sulfato de alumínio, amido de mandioca, etc. 
Etapa 5: 
- Caixa de entrada da máquina de papel. 
Etapa 6 : 
- Mesa formadora (vácuo retira umidade excedente). 
Etapa 7: 
- Prensa acerta gramatura do papel. 
Etapa 8: 
- O papel passa pelos rolos secadores. 
Etapa 9: 
- Chega até a enroladeira. 
Etapa 10: 
- Forma-se o rolo de papel. 
Etapa 11: 
- O rolo é transportado por ponte rolante até a rebobinadeira. 
Etapa 12: 
- O papel é rebobinado conforme formato da bobina. 
Etapa 13: 
- A bobina de papel acabada vai para o controle de qualidade. 
Etapa 14: 
 
39
 
- Vai para o estoque, podendo ser vendida ou vai para a cartonagem, transformando-se 
em chapa de papelão, a fim de ser industrializada como caixas de papelão. 
2.8. Reciclagem de Pilhas e Baterias 
 
Apesar da aparência inocente e 
pequeno porte, as pilhas e baterias de 
celular são hoje um problema 
ambiental. Classificadas como 
resíduos perigosos, compostas de 
metais pesados altamente tóxicos e 
não-biodegradáveis, como cádmio, 
chumbo e mercúrio, depois de 
utilizadas, a maioria é jogada em 
lixos comuns e vai para aterros 
sanitários ou lixões a céu aberto. 
A forma como são eliminados e o consequente vazamento de seus componentes 
tóxicos contamina o solo, os cursos de água e o lençol freático, atingindo a flora e a 
fauna das regiões circunvizinhas. Por meio da cadeia alimentar, essas substâncias 
chegam, de forma acumulada, aos seres humanos. 
Durante muitos anos, devido ao pouco uso de aparelhos eletrônicos, não havia 
preocupação com a reciclagem de pilhas e baterias. Mas com o passar do tempo e o 
avanço da tecnologia, esses materiais tornaram-se artigos relevantes no dia a dia e de 
fácil acesso, e seu descarte começou a preocupar pesquisadores, ambientalistas e 
autoridades. 
Em função disso, o Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) elaborou 
uma resolução (n° 257/99), que disciplina o descarte e o 
gerenciamento adequado de pilhas e baterias usadas. Consta, 
em seu artigo primeiro: 
“As pilhas e baterias que contenham em suas composições 
chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, necessário ao 
funcionamento de quaisquer tipos de aparelhos,..., após seu 
 
40
 
esgotamento energético, serão entregues pelos usuários aos estabelecimentos que as 
comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas respectivas indústrias, 
para repasse aos fabricantes ou importadores, para que estes adotem diretamente, ou 
por meio de terceiros, os procedimentos de reutilização, reciclagem, tratamento ou 
disposição final ambientalmente adequado”. 
A resolução entrou em vigor em 22 de julho de 2000, e passou a responsabilizar 
fabricantes, importadores e comerciantes de pilhas e baterias pela coleta destes produtos 
no fim de sua vida útil. Além disso, a resolução classifica os tipos de pilhas e baterias e 
estabelece o limite da quantidade de mercúrio, chumbo e cádmio que as pilhas 
comuns podem possuir (Art. 6º). 
A norma parece bastante conservadora uma vez que os limites propostos já 
estão, na maioria dos casos, dentro do que os fabricantes de pilhas já alcançam há 
alguns anos. Outro erro grave, de acordo com pesquisadores e ambientalistas, é o 
presente no artigo 13º, que permite que se joguem as pilhas e baterias que atenderem 
aos limites previstos no artigo 6º junto ao lixo doméstico, em aterros sanitários 
licenciados. 
A resolução tem dois erros. Primeiro: permite uma tremenda irresponsabilidade 
técnica, já que as pilhas e baterias, apesar de serem fabricadas com tecnologia limpa, 
continuam com os metais pesados altamente contaminantes ao meio ambiente e ao 
homem. E segundo: entra em choque com a Lei de Crimes Ambientais, número 9.605 
de 1998, que torna crime o lançamento de qualquer elemento degradante ao meio 
ambiente. 
Há também um outro artigo que estabelece a responsabilidade dos fabricantes e 
importadores à execução de campanhas publicitárias. Além disso, todos os comerciantes 
de pilhas a baterias deveriam ter em seus estabelecimentos, de acordo com a lei ou 
postos de coleta. 
Quando alguma questão sobre o assunto é levantada, fala-se do descarte das 
pilhas e baterias em lixo comum, mas não sobre as campanhas de conscientização. E a 
resposta, dada pela própria Cetesb, é que as empresas estão atendendo satisfatoriamente 
à resolução do Conama. Esta é a justificativa também das empresas, quando 
questionadas. 
 
41
 
Sabe-se que no Brasil não há uma cultura das pessoas lerem embalagens de 
produtos, manuais e bulas de remédio, o que seria mais um motivo para um outro tipo 
de campanha, que atingisse, inclusive, a grande porcentagem de analfabetos existentes; 
como, por exemplo, propagandas em televisões e rádios. 
O problema das pilhas é mais grave comparado ao das baterias de celular, que 
possuem maior durabilidade, e não são descartadas com tanta facilidade e rapidez pelos 
consumidores como é o caso das pilhas, que possuem menor tempo de uso e são jogadas 
em qualquer lugar. 
Os metais pesados contidos nas pilhas e baterias, quando absorvidos, são de 
difícil eliminação pelo organismo, podendo causar efeitos nocivos ao ser humano, tais 
como: alergias de pele e respiratórias; náuseas e vômitos; diarréias; diminuição do 
apetite e do peso; dores de estômago e gosto metálico na boca; instabilidade, com 
distúrbio do sono; inibição das células de defesa do organismo e bronquite. Pode 
inclusive causar danos ao sistema nervoso, edemas pulmonares, osteoporose e alguns 
tipos de câncer. 
Atualmente existe uma mobilização mundial com o intuito de minimizar a 
produção de pilhas e baterias com estas substâncias. A questão é que a substituição 
requer investimentos e pesquisas, o que significa despesas para as empresas. Enquanto 
se gasta apenas para dar solução ao destino ambientalmente adequado destes resíduos, 
pouco se investe em novas soluções. 
O ideal é evitar na origem que o lixo seja produzido. Se precisar realmente 
comprar pilhas e baterias, o cidadão pode separá-las e levá-las ao coletor mais próximo. 
As lojas da rede Pão de Açúcar e Shoppings Centers recebem estes materiais. Os 
usuários podem também criar postos de coletas em seus ambientes de trabalho. Se um 
milhão de consumidores conscientes fizerem o mesmo, 12 milhões de pilhas serão 
desviadas dos lixões e aterros a cada ano. A reciclagem é muito importante porque 
colabora com a vida útil dos aterros, deixa de poluir os rios, córregos e o solo. 
A populaçãodeve não apenas exigir das empresas e órgãos responsáveis que 
tomem atitudes conservacionistas e que alertem a população sobre o perigo desse tipo 
de lixo, mas deve também rever e mudar a própria maneira de compreender e se 
relacionar com o meio ambiente. 
 
42
 
2.9. Reciclagem de Pneus 
 
Os pneus usados podem ser reutilizados após sua recauchutagem. Esta consiste na 
remoção por raspagem da banda de rodagem 
desgastada da carcaça e na colocação de uma nova 
banda. Após a vulcanização, o pneu 
"recauchutado" deverá ter a mesma durabilidade 
que o novo. A economia do processo favorece os 
pneus mais caros, como os de transporte 
(caminhão, ônibus, avião), pois neste segmento os 
custos são melhores monitorados. 
Há limites no número de recauchutagem que um 
pneu suporta sem afetar seu desempenho. Assim 
sendo, mais cedo ou mais tarde, os pneus são 
considerados inservíveis e descartados. 
Os pneus descartados podem ser reciclados ou reutilizados para diversos fins. 
Neste caso, são apresentadas, a seguir, várias opções: 
 
 Na engenharia civil: 
O uso de carcaças de pneus na engenharia civil envolve diversas soluções criativas, em 
aplicações bastante diversificadas, tais como, barreira em acostamentos de estradas, 
elemento de construção em parques e playground, quebra-mar, obstáculos para trânsito 
e, até mesmo, recifes artificiais para criação de peixes. 
 Na regeneração da borracha: 
O processo de regeneração de borracha envolve a separação da borracha vulcanizada 
dos demais componentes e sua digestão com vapor e produtos químicos, tais como, 
álcalis, mercaptanas e óleos minerais. O produto desta digestão é refinado em moinhos 
até a obtenção de uma manta uniforme, ou extrudado para obtenção de material 
granulado. 
A moagem do pneu em partículas finas permite o uso direto do resíduo de borracha em 
aplicações similares às da borracha regenerada. 
 
43
 
 Na geração de energia 
O poder calorífico de raspas de pneu equivale ao do óleo combustível, ficando em torno 
de 40 Mej/kg. O poder calorífico da madeira é por volta de 14 Mej/kg. 
Os pneus podem ser queimados em fornos já projetados para aperfeiçoar a queima. Em 
fábricas de cimento, sua queima já é uma realidade em outros países. A Associação 
Brasileira de Cimento Portland (ABCP) informa que cerca de 100 milhões de carcaças 
de pneus são queimadas anualmente nos Estados Unidos com esta finalidade, e que o 
Brasil já está experimentando a mesma solução. 
 No asfalto modificado com borracha 
O processo envolve a incorporação da borracha em pedaços ou em pó. Apesar do maior 
custo, a adição de pneus no pavimento pode até dobrar a vida útil da estrada, porque a 
borracha confere ao pavimento maiores propriedades de elasticidade ante mudanças de 
temperatura. O uso da borracha também reduz o ruído causado pelo contato dos 
veículos com a estrada. Por causa destes benefícios, e também para reduzir o 
armazenamento de pneus velhos, o governo americano requer que 5% do material usado 
para pavimentar estradas federais sejam de borracha moída. 
 
2.10. A Compostagem 
 
O Composto é o produto 
homogêneo obtido por um processo 
biológico, pelo qual a matéria orgânica 
existente nos resíduos é convertida em 
outra, mais estável, pela ação de 
microrganismos normalmente já 
presentes nos próprios resíduos. 
A decomposição da parte 
orgânica, resultante da atividade dos 
microrganismos, consiste 
principalmente na transformação dos 
complexos orgânicos existentes no lixo 
 
44
 
em outras substâncias mais simples. Durante este processo são liberados vários gases, 
entre eles o CH4, CO2, H2S e outros. 
Estes gases podem ser aproveitados como fonte de energia, bastando apenas 
colocar matéria orgânica, que é chamado neste caso de biomassa, no biodigestor, que 
nada mais é do que um recipiente grande fechado, e esperar a ação dos 
microorganismos, que irão liberar os gases acima citados. A mistura destes gases é 
conhecida como biogás. 
A compostagem dos restos agrícolas provavelmente é tão antiga quanto o 
preparo do solo para cultura. Originalmente, os processos utilizados eram rudimentares, 
baseados na formação de montes que eram revirados ocasionalmente. Ainda hoje são 
empregados estes processos em pequenas propriedades agrícolas. 
O aumento da fertilidade dos solos era baseado exclusivamente na utilização de 
matéria orgânica, inclusive composto, até meados do século passado, quando o 
conhecimento dos resultados obtidos por meio de pesquisas agrícolas, o 
desenvolvimento dado à tecnologia de aplicação e o consequente incremento de 
produção levaram ao emprego de adubos minerais, em detrimento da utilização dos 
adubos orgânicos. 
Observações cuidadosas posteriores permitiram constatar que só a adubação 
mineral não era suficiente para elevar o índice de fertilidade do solo agrícola, o que 
justificou o retorno ao uso de adubos orgânicos, voltando, portanto, a compostagem a 
ser estudada como ciência, estimulando assim a implantação de novas usinas. 
No início da década de vinte, começaram a aparecer processos especialmente 
desenvolvidos para o tratamento biológico controlado dos resíduos sólidos. Como 
resultado de uma série de experimentações, Sir Albert Howard desenvolveu em Indore 
na Índia, um sistema de produção de composto contendo as características desejadas. 
A partir desta época, desenvolveram diversos sistemas; alguns, inclusive, foram 
patenteados. O objetivo desta tecnologia era mecanizar o processo o máximo possível 
para reduzir a mão de obra empregada que no processo Indore era muito grande. 
A compostagem do lixo domiciliar pode ser efetuada por dois métodos distintos: 
o natural e o acelerado. 
 
45
 
O primeiro é mais simples e recomendado para pequenas comunidades, aquelas cujas 
populações vão até 100.000 habitantes. Por apresentar um aspecto adverso, devido à 
presença de lixo no pátio, é necessário que a usina seja localizada a uma apreciável 
distância de áreas habitadas. 
O segundo método - o acelerado - exige a construção de uma usina equipada 
com recursos mecânicos para que se aperfeiçoe a atividade biológica dos micro-
organismos. Neste método, não há contato humano direto. 
Os principais fatores que influem na compostagem de lixo domiciliar são: 
temperatura, umidade, aeração, relação carbono: nitrogênio e agitação. 
 
2.11. A Coleta Seletiva em Condomínios 
 
Vamos ver como organizar 
uma coleta seletiva em condomínios: 
- Não separe o lixo sem antes ter 
planejado para onde enviar; 
- Converse primeiro com quem irá 
retirar os materiais; 
- Contatar o síndico e o zelador; 
- Verificar um local para armazenar os materiais (na garagem, embaixo da escada, etc.); 
- Identificar se alguns materiais já são coletados separadamente (como jornais) e, em 
caso positivo, para onde são encaminhados; 
- Reaproveitar algumas lixeiras usadas para colocar os recicláveis separadamente; 
- Combinar a retirada periódica dos materiais com uma cooperativa de catadores ou 
sucateiro da região. Contate os prédios vizinhos. Como a sucata vale pouco, é preciso 
juntar uma quantidade razoável para compensar os custos da viagem de quem retira. 
Caso contrário será necessário recorrer aos postos de entrega voluntária; 
- Definir os tipos de materiais que serão coletados (ex. papéis/papelão, metais, plásticos 
e vidros); 
 
46
 
- Orientar o zelador e faxineiros para que depositem os materiais separadamente em 
sacos plásticos grandes. É muito importante não misturar. Os jornais e revistas podem 
ser amarrados; 
- Divulgar um Comunicado (cartaz) envolvendo os moradores na coleta seletiva. 
- Acompanhar os resultados e zelar pela continuidade do programa. Incentivar o pessoal 
da limpeza e novos moradores a não misturar os materiais. 
 
EXEMPLO DE COMUNICADO (adapte para seu condomínio) 
 
Vamos iniciar agora neste edifício, a coleta seletiva de materiais para 
reciclagem. 
Esta

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