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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO – UEMA CENTRO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS EXATAS E NATURAIS – CECEN DEPARTAMENTO DE BIOLOGIA - DBIO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS - CCB DISCIPLINA: PSICOLOGIA DA APRENDIZAGEM PROF.ª LIVIA ROCHA Lucas Mendes Silva ESTUDO DIRIGIDO São Luís – MA 2022 CAPÍTULO 1: A PSICOLOGIA OU AS PSICOLOGIAS 1) Quais as características do conhecimento científico? R= O conjunto de características que permitem com que denominemos esse conhecimento são: Objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas, processo cumulativo do conhecimento e objetividade. 2) Qual a relação entre o conhecimento do senso comum e o conhecimento científico? Coloque exemplos. R= O conhecimento do senso comum é pautado na apropriação singular de conhecimentos produzidos pelos outros setores da produção do saber humano, mistura e recicla esses outros saberes, muito mais especializados, e os reduz a um tipo de teoria simplificada, produzindo uma determinada visão-de-mundo. Por exemplo: o senso comum diz que o chá de boldo cura problemas no fígado. Em contrapartida, o conhecimento cientifico busca a partir de atividades que incluam uma metodologia envolvendo experimentação e coleta de dados, demonstrar por argumentação, uma solução para um problema proposto, em relação a uma determinada questão. São duas formas de conhecimento muito diferentes, pois enquanto o conhecimento científico se baseia na experimentação de fenômenos para verificar a verdade, o senso comum muitas vezes se baseia nas crenças e práticas de uma determinada nação ou sociedade. 3) Quais os possíveis objetos da psicologia científica? R= Por conta da psicologia ter se tornado um campo do conhecimento cientifico muito recentemente, conceituar seu objeto de estudo se torna uma tarefa complexa, mas, a resposta mais aceita é de que, os possíveis objetos de estudo da psicologia cientifica, independente das correntes que estão atreladas( Histórica, política, econômica, etc.) é o homem em todas as suas expressões, as visíveis ( comportamento) e as invisíveis ( sentimentos), as singulares (porque somos o que somos) e as genéricas (porque somos todos assim) — é o homem-corpo, homem-pensamento, homem-afeto, homem-ação, a compreensão de si, da comunicação e do encontro do homem com o mundo em que vive, já que o homem que compreende a História (o mundo externo) também compreende a si mesmo (sua subjetividade), e o homem que compreende a si mesmo pode compreender o engendramento do mundo e criar novas rotas e utopias. 4) De acordo com a discussão em sala de aula, fale um pouco (objeto, metodologia, conceito e ideias principais) das seguintes escolas teóricas da psicologia? a) behaviorista (positivista) – Enfoca no conhecimento das técnicas de cunho cientifico laboratorial, dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respostas) e o ambiente (as estimulações). Os psicólogos desta abordagem chegaram aos termos “resposta” e “estímulo” para se referirem àquilo que o organismo faz e às variáveis ambientais que interagem com o sujeito. Para explicar a adoção desses termos, duas razões podem ser apontadas: uma metodológica e outra histórica. A razão metodológica deve-se ao fato de que os analistas experimentais do comportamento tomaram, como modo preferencial de investigação, um método experimental e analítico. Com isso, os experimentadores sentiram a necessidade de dividir o objeto para efeito de investigação, chegando a unidades de análise. Já a razão histórica, refere-se aos termos escolhidos e popularizados, que foram mantidos posteriormente por outros estudiosos do comportamento, devido ao seu uso generalizado. b) Humanista-existencial – Na escola humanista, o indivíduo é visto como um ser holístico, ou seja, como um todo, seu corpo, mente, espírito e emoções. Possibilita o autoconhecimento e a autocompreensão, visando a resolução de conflitos e somatizações, propiciando a produção de uma consciência de si- mesmo e uma abertura do ser às possibilidades de autorrealização. Assim, enfatiza a necessidade de estudar o homem, e não os animais, e indivíduos normais psicologicamente, ao invés de pessoas perturbadas. Além disto, critica a utilização excessiva do método experimental, cujo rigor e precisão tem impedido a pesquisa mais significativa com seres humanos. O homem tem características próprias, é singular e complexo e, por isso, não pode ser investigado com os mesmos procedimentos aplicados ao estudo de ratos ou outros animais em laboratórios. Advoga o estudo de processos mentais tipicamente humanos, como: pensar, sentir, etc., apesar de não serem diretamente observáveis. c) Psicodinâmica – Essa abordagem refere-se a uma compreensão do psiquismo em seus processos dinâmicos, orientando o trabalho em direção ao insight. A abordagem está fundamentada nos princípios da teoria psicanalítica, cuja técnica visa elaborar e resolver conflitos intrapsíquicos a serviço da reestruturação, reorganização e desenvolvimento da personalidade. As abordagens psicodinâmicas são baseadas em certas hipóteses: que aquilo que as pessoas dizem e fazem possui um significado, ainda que possa ser externo à percepção consciente; que existem padrões para o comportamento das pessoas e que esses padrões repetitivos podem ser discernidos a partir da narrativa de vida do indivíduo e observados na relação terapêutica; e que, ainda que esses comportamentos se tornem fixos, podem-se alterar por meio do insight e do entendimento. d) Sócio-histórica - A Psicologia Sócio-Histórica entende que essas concepções liberais construíram uma ciência na qual o mundo psicológico foi completamente deslocado do campo social e material. Esse mundo psicológico passou, então, a ser definido de maneira abstrata, como algo que já estivesse dentro do homem, pronto para se desenvolver — semelhante à semente que germina. Esta visão liberal naturalizou o mundo psicológico, abolindo, da Psicologia, as reflexões sobre o mundo social. A concepção de homem da Psicologia Sócio-Histórica pode ser assim sintetizada: o homem é um ser ativo, social e histórico. É essa sua condição humana. O homem constrói sua existência a partir de uma ação sobre a realidade, que tem, por objetivo, satisfazer suas necessidades. Mas essa ação e essas necessidades têm uma característica fundamental: são sociais e produzidas historicamente em sociedade. As necessidades básicas do homem não são apenas biológicas; elas, ao surgirem, são imediatamente socializadas. Por exemplo, os hábitos alimentares e o comportamento sexual do homem são formas sociais e não naturais de satisfazer necessidades biológicas. 5) O que é subjetividade? Ela é inata? R= A subjetividade é a síntese singular e individual que cada um de nós vai constituindo conforme vamos nos desenvolvendo e vivenciando as experiências da vida social e cultural; é uma síntese que nos identifica, de um lado, por ser única, e nos iguala, de outro lado, na medida em que os elementos que a constituem são experienciados no campo comum da objetividade social. Desse modo, a subjetividade não é inata porque ela é construída e está associada à incorporação de emoções e sentimentos ao expressar ideias, pensamentos ou percepções sobre objetos, experiências, fenômenos ou pessoas. Isso significa que a subjetividade é humana, pois todos apresentam um ponto de vista 6) De acordo com o texto, os psicólogos são obrigados a renunciar na definição de um objeto e, em consequência, também não asseguram uma unidade metodológica. A partir da discussão em sala de aula e do texto, explique essa ideia. R= Dentro do exposto, acredito que o autor entende defende que as psicologias passam por um processo permanentede crise de identidade metodológica, dentro dessa perspectiva, isso é algo que evidencia a impossibilidade de um único objeto de estudo para essa ciência. 7) Por que práticas místicas não compõem o campo da psicologia científica? R= Isso ocorre porque essas são outras formas de saber — de saber sobre o humano — que não podem ser confundidas com a Psicologia, pois, não são construídas no campo da Ciência, a partir do método e dos princípios científicos e estão em oposição aos princípios da Psicologia, que vê não só o homem como ser autônomo, que se desenvolve e se constitui a partir de sua relação com o mundo social e cultural, mas também o homem sem destino pronto, que constrói seu futuro ao agir sobre o mundo. As práticas místicas têm pressupostos opostos, pois nelas há a concepção de destino, da existência de forças que não estão no campo do humano e do mundo material.