Prévia do material em texto
DEFINIÇÃO Câmara escura. Controle da qualidade. Processamento e sensitometria de filmes radiológicos. Limpeza da processadora automática. PROPÓSITO Avaliar se as condições da câmara escura e seus acessórios estão adequados para o processamento de filmes radiográficos. OBJETIVOS MÓDULO 1 Apontar elementos integrantes da câmara escura que podem afetar a qualidade da imagem MÓDULO 2 Identificar, na curva característica, a velocidade, a latitude e o contraste do filme MÓDULO 3 Esclarecer o mecanismo do processamento e da manutenção da processadora MÓDULO 1 Apontar elementos integrantes da câmara escura que podem afetar a qualidade da imagem CÂMARA ESCURA Não há especificação mínima para a área útil construída da câmara escura, no entanto a dimensão da sala precisa ser proporcional à quantidade de radiografias e ao fluxo de atividades previstas no serviço. Na elaboração do projeto, é necessário que se atenda a algumas condições básicas e essenciais para a revelação do filme. Autor: Media Whalestock / Fonte: Shutterstock O primeiro requisito essencial é a condição de iluminação, a qual é a primordial para o manuseio dos filmes fotossensíveis. Nesse aspecto, o sistema de iluminação de segurança deve ter lâmpadas e filtros apropriados aos tipos de filmes utilizados. ATENÇÃO Recomenda-se que o sistema de iluminação fique a uma distância não inferior a 1,20 m do local de manipulação. Além disso, a câmara escura deve apresentar vedação apropriada contra luz do dia ou artificial. Nesse sentido, a porta necessita de atenção, bem como a passa-chassis e o sistema de exaustão. A exposição à radiação é outro aspecto importante. Geralmente, as paredes das câmaras escuras fazem divisa com a sala de raios X, logo, é necessário que as barreiras de proteção sejam adequadas. É recomendado que a câmara escura tenha área útil que permita dividi-la em seções para armazenar as soluções químicas necessárias para a revelação e manuseio. Deve haver um local destinado à limpeza dos rolos do processador, além de espaço de trabalho adequado para o carregamento de filmes, uma área de visualização e espaço de trabalho para classificá-los. Da mesma maneira, é necessário um espaço adequado para o armazenamento de filmes radiográficos, de forma que estes sejam mantidos em posição vertical, afastados de fontes de radiação e sob condições de temperatura e umidade compatíveis com as especificações do fabricante. LUZ DE SEGURANÇA Uma câmara escura deve estar equipada com iluminação de segurança adequada e deve estar em boas condições. Os filtros devem ser adequados à sensibilidade dos filmes conforme a recomendação dos fabricantes. Além disso, a iluminação deve ter potência adequada e estar posicionada a pelo menos 1,20 m da bancada de trabalho. EXAUSTOR O sistema de exaustão é o responsável pela renovação do ar no interior da câmara escura, visto que esta não apresenta abertura para renovação ou circulação do ar de maneira natural. Devemos lembrar que, no interior da câmara escura, existem produtos químicos que naturalmente produzem gases proveniente das reações químicas que ocorrem no revelador e no fixador. TERMO-HIGRÔMETRO É um dispositivo que avalia a temperatura e a umidade no interior da câmara escura. A temperatura ambiente deve estar entre 18 °C e 24 °C, com umidade relativa do ar variando de 40% a 60%. Os fabricantes recomendam que a umidade do ar se mantenha próxima de 50 °C. Autor: AjayTvm / Fonte:Shutterstock Figura 1 ARMÁRIOS As caixas de filmes e os chassis carregados devem ser armazenados em ambientes com temperatura e umidade controladas, livres da ação de radiações dispersas, podendo ou não ser no interior da câmara escura. Devem ser mantidas na posição vertical, evitando a produção de eletricidade estática (eletricidade produzida por atrito). A bancada e o armário de armazenamento não devem ser posicionados em paredes adjacentes à sala de exames, a fim de evitar a possível exposição das películas à radiação. COLGADURAS As colgaduras são acessórios utilizados para fixação das películas durante o processamento manual; ficam fixadas até que estejam completamente seca. São produzidas em aço inox e são resistentes à corrosão, tendo tamanhos variados. autor/shutterstock Figura 2: Colgaduras PASSADORES São acessórios que ligam a câmara escura à sala de exames ou a qualquer outra sala, cuja função é a de permitir a passagem dos chassis e/ou sua guarda sem que haja entrada de luz na câmara. Deve ter suas paredes revestidas por material absorvedor (chumbo) para evitar a radiação dispersa no ambiente e ser posicionado o mais distante possível da fonte (tubo) de raios X. autor/shutterstock Figura 3: Passa-chassis radiográfico SECADORES São empregados nos processos de revelação manual para secagem das películas após seu processamento. autor/shutterstock Figura 4: Secador Konex para 24 colgaduras TANQUES DE PROCESSAMENTO Os tanques devem ser em número mínimo de 3 (volume de 20 litros), para o revelador, o fixador e a água. São feitos com material inox ou ebonite, devendo ter, obrigatoriamente, uma tampa em contato com o volume líquido e uma tampa externa do compartimento. Essas tampas são necessárias para evitar o processo de oxidação dos químicos por contato direto com o ar. autor/shutterstock Figura 5: Tanque triplex de armazenamento KONEX. CHASSIS O chassi é o dispositivo que armazena o filme radiológico, protegendo o material fotossensível da luz até sua exposição, geralmente, reproduzido em alumínio ou em resina plástica. Os chassis apresentam tamanhos variáveis: 13 x 18, 18 x 24, 24 x 30, 30 x 40, 35 x 35, 35 x 43. Essas dimensões dadas em centímetros. autor/shutterstock Figura 6: Chassis de diferentes tamanhos. FENÔMENO DA LUMINESCÊNCIA A luminescência é o fenômeno pelo qual determinado material luminescente, ao ser estimulado por uma fonte externa, produz luz. Durante o processo físico da estimulação do material, os elétrons das camadas mais externas são conduzidos a um nível mais excitado, formando vacâncias nessas camadas. Quando o elétron emite um fóton de luz visível, retorna ao nível de menor energia, preenchendo a vacância. Esse processo é muito semelhante à produção de raios X (BUSHONG, 2010). A fluorescência é a propriedade que certas substâncias químicas têm de emitir radiação eletromagnética quando estão sendo excitadas por ondas eletromagnéticas ou elétrons e permanecem emitindo essa radiação por um período extremamente curto após o término da excitação. A fosforescência é a propriedade que certas substâncias químicas têm de emitir radiação eletromagnética por um longo período após sofrerem um processo de excitação por ondas eletromagnéticas ou elétrons. TELA INTENSIFICADORA O senso comum nos faz pensar que basta expor o filme radiográfico diretamente ao feixe de raios X para radiografar uma estrutura anatômica. Na realidade, a interação dos raios X com o filme que contribuirá com a formação da imagem latente é inferior a 1%. No entanto, existe um dispositivo capaz de converter a energia do feixe de raios X em fótons de luz visível: a tela intensificadora. Para cada interação dos fótons de raios X que ocorre com a tela, são emitidos inúmeros fótons de luz visível (BUSHONG, 2010). null autor/shutterstock Figura 7: Chassis com a tela intensificadora. As telas intensificadoras empregadas em radiografia são muito semelhantes a folhas flexíveis de plástico e têm tamanho variáveis. O filme radiográfico, quando colocado no chassi, é comprimido entre duas telas. O filme usado é chamado de filme de dupla emulsão porque tem emulsão em ambos os lados da base. A maioria das telas tem quatro camadas distintas, que são mostradas na seção transversal a seguir (BUSHONG, 2010). Fonte: Geovane Silva Araújo Figura 8: Camadas constituinte da tela intensificadora. A camada protetora fornece estabilidade estrutural ao filme, concedendo resistência à abrasão ou a danos provenientes domanuseio. Além disso, é capaz de eliminar o acúmulo de eletricidade estática e fornece uma superfície para limpeza rotineira, sem risco de danos à camada de fósforo ativo, que, evidentemente, é transparente à luz. O fósforo é a camada ativa da tela intensificadora e tem a propriedade de emitir luz quando excitado por raios X. A espessura de suas camadas variam de , dependendo do tipo de tela. Os elementos de terras-raras — gadolínio, lantânio e ítrio — são os materiais do fósforo nas telas modernas (BUSHONG, 2010). A camada refletora, ou refletiva, está localizada entre a camada de fósforo e a base. É uma estrutura que apresenta espessura aproximada de 25 micrometros e é formada por uma substância brilhante, como óxido de magnésio ou dióxido de titânio. Uma de suas características é que, quando interage com o feixe de raios X, emite luz isotopicamente. Outra característica da camada refletora é a capacidade de reorientação da luz, pois menos da metade dessa luz é emitida na direção do filme. A camada refletora intercepta a luz dirigida em outros sentidos e a reorienta para o filme. A camada reflexiva realça a eficiência da tela intensificadora, praticamente dobrando o número de fótons de luz visível. A principal função da base é fornecer camada estrutural de sustentação para a camada ativa de fósforo. O material normalmente utilizado para construção da base é o poliéster. No entanto, esse material deve apresentar certas características: ser resistente à umidade, não reagir com a camada de fósforo, ser flexível, não apresentar impurezas para não gerar artefatos e ser resistente a danos (BUSHONG, 2010). FILME RADIOGRÁFICO O filme radiográfico é um elemento fotossensível que tem suas propriedades físicas e químicas alteradas quando exposto a radiação eletromagnética, luz, calor, umidade, produtos químicos e durante o manuseio inadequado. Apresenta a capacidade de converter as mínimas interações da radiação em imagem visível após o processamento químico. É constituído pela base, que fornece a estrutura física, e pela emulsão, na qual ocorrem as interações dos fótons com o filme. Entre a base e a emulsão, é depositada uma fina camada adesiva que garante a adesão da emulsão na base do filme, mantendo a integridade física durante o uso e no processo de revelação. Autor: LillyCantabile / Fonte: Pixabay A base fornece o alicerce sobre o qual a emulsão é depositada e é flexível e resistente, não deformando mesmo após a revelação do filme e mantendo todas as suas características estruturais. Essa propriedade é chamada de estabilidade dimensional (BUSHONG, 2010). A emulsão é o material em que os raios X ou os focos de luz visível provenientes das telas intensificadoras interagem e transferem informação. A emulsão é uma mistura homogênea gelatinosa de cristais de haleto de prata. Um haleto de prata é um componente ativo da emulsão radiográfica, cerca de 98% do haleto de prata estão na forma de brometo de prata, os outros 2% se apresentam na forma de iodeto de prata. Os haletos de prata tubulares são os mais empregados nos filmes radiográficos; suas características morfológicas podem conferir base triangular, hexagonal ou secção poligonal de elevada ordem. O arranjo dos átomos desse cristal apresenta diâmetro aproximado de um micrometro de formato cúbico. Os cristais são produzidos por dissolução da prata metálica (Ag) em ácido nítrico ( ) para formar nitrato de prata ( ). Cristais de brometo de prata (AgBr) sensíveis à luz são formados pela mistura de nitrato de prata com brometo de potássio (KBr), de acordo com a seguinte a reação (BUSHONG, 2010): HNO3 AgNO3 Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Algumas imperfeições da rede cristalina do haleto de prata favorecem a propriedade dos cristais de formar imagem. Acredita-se que essas imperfeições são decorrentes de um contaminante químico, na maioria das vezes o sulfito de prata. Esse contaminante é denominado centro de sensibilidade. O mais notável é que os íons de prata e os fotoelétrons são atraídos para essas regiões, onde se combinam para formar os centros de imagem latente de prata metálica (BUSHONG, 2010). FORMAÇÃO DA IMAGEM LATENTE Os raios X provenientes do paciente e que incidem sobre a tela intensificadora depositam a energia da luz visível na emulsão via interação fotoelétrica com os cristais de haleto de prata. A energia depositada apresenta conformação semelhante à do objeto ou parte anatômica de interesse. Em um primeiro instante, não será possível observar a imagem, que ainda não é visível. Essa imagem invisível é chamada de imagem latente. Posteriormente ao processo de revelação, essa imagem torna-se visível. AgNO3 + KBr → AgBr ↓ + KNO3 Autor: Jonathan Borba / Fonte: Unsplash Os átomos de prata, bromo e iodo são fixados na rede cristalina na forma de íons. O íon de prata é positivo e os demais são todos negativos. Na formação do haleto de prata, cada átomo de prata libera um elétron da camada externa que fica ligado ao átomo do haleto. Os íons haletos, bromo e iodo são geralmente encontrados em grande concentração ao longo da superfície do cristal. Quando a radiação interage com o filme, essa interação com a prata e os átomos do haleto de prata, bromo e iodo produz a imagem latente. Se o raio X é totalmente absorvido, sua interação é fotoelétrica; se a absorção é parcial, a interação é Compton (BUSHONG, 2010). A concentração de elétrons no centro de sensibilidade produz uma região eletricamente negativa. Como os átomos de haleto são removidos a partir do cristal, íons positivos de prata são atraídos eletrostaticamente para o centro de sensibilidade. Após a migração até o centro de sensibilidade, os íons de prata são neutralizados por elétrons e convertidos em prata metálica. Esse grupo de átomos de prata é chamado de centro da imagem latente. É nesse local que quantidades visíveis de prata se formam durante o processamento para criar a imagem radiográfica. A figura a seguir apresenta o processo simplificado da interação dos fótons com o cristal até a formação do centro de imagem latente (BUSHONG, 2010). Fonte: Teixeira, G. Figura 9: Processo simplificado de interação do fóton com o cristal até a formação do centro de imagem latente. CURVA CARACTERÍSTICA A curva característica correlaciona a densidade óptica, que é a fração de luz transmitida através do filme pela exposição. A figura a seguir exibe essa correlação. Podemos observar que, no eixo vertical, estão dispostos os valores representativos da densidade óptica (DO) e, no eixo horizontal, os valores do logaritmo da exposição relativa (LER). Observe as regiões de baixa variação de DO, abaixo de 0,5 DO, e nas regiões de alta DO, em torno de 4,0 DO. São regiões conhecidas como pé e ombro. A região linear da curva característica é que fornecerá informações a respeito de contraste, latitude e velocidade. Ou seja, será o nosso objeto de estudo (BUSHONG, 2010). Antes de iniciarmos o estudo dessa região linear, é necessário definir a densidade óptica. Devemos considerar que a intensidade de um feixe de luz diminui exponencialmente à medida que a densidade do material aumenta aritmeticamente. Essa relação pode ser expressa como: Fonte: Geovane Silva Araújo. Figura 10: Curva característica. NO ENTANTO, É MAIS USUAL ESCREVERMOS A DENSIDADE ÓPTICA MEDIANTE A SEGUINTE RELAÇÃO: ONDE: I = I0 e −DO DO = log I0 I Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal Exemplo de aplicação: Determine a densidade óptica de uma região sabendo que a fração de luz transmitida foi de 38,5%. Solução: O problema fornece a seguinte informação: a luz transmitida foi de 38,5%, o que quer dizer que, de toda a luz incidente, que corresponde a 100%, apenas 38,5% atravessaram. CONTRASTE O contraste radiográfico está relacionado ao tipo do filme e da tela intensificadora, mas também recebe influência do kVp e da técnicaempregada no processamento do filme. O contraste radiográfico pode ser mensurado e avaliado a partir da sua curva característica. Dadas as duas curvas características da figura 11, a curva A apresenta maior contraste que a curva B. Esse fato é compreendido se compararmos as inclinações da porção linear das duas curvas. Observe que A apresenta a porção linear mais vertical que a da curva B (BUSHONG, 2010). I = Intensidade da luz transmitida I0 = Intensidade da luz incidente Logo, a razão é igual a :I0 I = = 2, 5974 I0 I 100% 38,5% DO = log I0 I DO = log (2, 5974) DO = 0, 414 Fonte: Geovane Silva Araújo. Figura 11: Comparação entre dois receptores de imagem. Também podemos definir matematicamente o contraste do receptor de imagem calculando o gradiente médio a partir da curva característica. Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal VELOCIDADE A partir da curva característica, podemos avaliar outra característica dos receptores de imagem, a velocidade. A velocidade de um filme radiográfico está relacionada a sua sensibilidade, ou seja, a sua capacidade de detectar radiação de baixa intensidade. A próxima figura exibe a curva característica para dois receptores de imagem. Observem que as curvas características do receptor de imagem A e B apresentam o mesmo valor de densidade óptica. No entanto, o receptor A produz densidade óptica com intensidade de exposição à radiação mais baixa que a curva B. Ou seja, A é mais veloz que B. Basicamente, ao comparamos duas ou mais curvas características, a curva do receptor de imagem mais veloz estará mais próxima ao eixo vertical (BUSHONG, 2010). Gradiente médio = DO2 − DO1 LER2 − LER1 Fonte: Geovane Silva Araújo. Figura 12: Velocidade dos receptores de imagem. A velocidade dos receptores de imagem pode ser calculada pela relação: Onde LER é o logaritmo da exposição relativa. LATITUDE A latitude é identificada na curva característica como a região mais linear, a qual corresponde à faixa útil ao diagnóstico. A figura 13 exibe dois receptores de imagem de diferentes latitudes. O receptor de imagem B corresponde a uma faixa muito mais ampla de exposições, observe que a variação do LER é igual a . Ao observamos o receptor A, veremos que a variação do LER é de apenas . Logo, podemos afirmar que B tem uma latitude mais ampla que o receptor A. Então, podemos afirmar, sobre a latitude, que: um receptor de imagem de alto contraste apresenta pequena latitude e que um receptor de imagem de baixo apresenta grande latitude (BUSHONG, 2010). V elocidade = 1 LER Δ LER = 1, 2 Δ LER = 0, 6 Fonte: Geovane Silva Araújo. Figura 13: Curva característica – Latitude de dois receptores de imagem. VÉU DA BASE O véu da base corresponde às densidades ópticas dos filmes não expostos a uma fonte de radiação. A densidade da base apresenta valor aproximado em torno de 0,1 (BUSHONG, 2010). VELAMENTO O velamento do filme é uma densidade óptica uniforme, sem brilho, que aparece quando o filme é exposto à luz, aos raios X, ao calor ou à umidade (BUSHONG, 2010). A seguir, assista ao vídeo em que o professor Paulo Travassos explica o processo físico- químico de formação da imagem latente. FORMAÇÃO DA IMAGEM LATENTE VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. O CONTRASTE DO FILME ESTÁ RELACIONADO À DIFERENÇA DE DENSIDADE OBSERVADA PARA UMA DADA DIFERENÇA DE EXPOSIÇÃO DO FILME E ESTÁ LIMITADO A UM INTERVALO ESPECÍFICO DE EXPOSIÇÃO. ESSE INTERVALO DE EXPOSIÇÃO EM QUE UM FILME É CAPAZ DE PRODUZIR CONTRASTE ÚTIL É CHAMADO DE: A) Curva sensitométrica. B) Latitude. C) Velocidade. D) Contraste. 2. A FIGURA APRESENTA TRÊS CURVAS CARACTERÍSTICAS — A, B E C. JULGUE AS ALTERNATIVAS ABAIXO UTILIZANDO V PARA VERDADEIRO E F PARA FALSO. FONTE: I. A VELOCIDADE DO RECEPTOR DE IMAGEM B É MAIOR QUE A DO RECEPTOR C E A DO RECEPTOR A É MAIOR QUE A DE B. II. AS VELOCIDADES DOS RECEPTORES B E C SÃO IGUAIS. III. A VELOCIDADE DO RECEPTOR B É MAIOR QUE DO RECEPTOR A. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE APRESENTA A RESPOSTA CORRETA. A) V,V,V. B) F,F,F. C) V,F,F. D) V,V,F. GABARITO 1. O contraste do filme está relacionado à diferença de densidade observada para uma dada diferença de exposição do filme e está limitado a um intervalo específico de exposição. Esse intervalo de exposição em que um filme é capaz de produzir contraste útil é chamado de: A alternativa "B " está correta. A latitude é faixa útil ao diagnóstico médico; representa a capacidade do filme de transferir contrastes da exposição em mudanças de contraste no filme de acordo com o nível de exposição. A latitude de um filme depende do tipo de composição da emulsão e, em menor escala, das condições de processamento. 2. A figura apresenta três curvas características — A, B e C. Julgue as alternativas abaixo utilizando V para verdadeiro e F para falso. Fonte: I. A velocidade do receptor de imagem B é maior que a do receptor C e a do receptor A é maior que a de B. II. As velocidades dos receptores B e C são iguais. III. A velocidade do receptor B é maior que do receptor A. Assinale a alternativa que apresenta a resposta correta. A alternativa "B " está correta. A velocidade de um filme radiográfico está relacionada a sua sensibilidade, ou seja, a sua capacidade de detectar radiação de baixa intensidade. Basicamente, ao comparamos duas ou mais curvas características, a curva do receptor de imagem mais veloz estará mais próxima ao eixo vertical. Ou seja, para um mesmo valor de densidade óptica, a exposição do receptor de imagem A é menor que a de B, e B menor que C. Por exemplo, se escolhermos no eixo vertical uma densidade óptica igual a 1,5, observe que linha horizontal intercepta as curvas no mesmo valor de DO, no entanto a exposição para gerar a mesma densidade óptica aumenta gradativamente. Fonte: Como a velocidade do receptor de imagem é calculada pelo inverso da exposição, quanto maior for a exposição, menor será a velocidade. MÓDULO 2 Identificar, na curva característica, a velocidade, a latitude e o contraste do filme PROCESSOS DE REVELAÇÃO NESTE TÓPICO, ABORDAREMOS APENAS O PROCESSAMENTO AUTOMÁTICO, VISTO QUE A RESOLUÇÃO - RDC N° 330, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2019, NO ARTIGO 82, DIZ QUE: FICA PROIBIDO O PROCESSAMENTO MANUAL DE FILMES RADIOGRÁFICOS, EXCETO EM RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA INTRAORAL OU EM CONDIÇÕES TEMPORÁRIAS PARA ATENDIMENTOS DE URGÊNCIA OU EMERGÊNCIA, MEDIANTE PARECER DO RESPONSÁVEL TÉCNICO. No entanto, o procedimento e a sequência do processamento radiográfico serão abordados, sendo esses processos básicos que auxiliarão no entendimento do processamento automático de filmes radiográficos. SEQUÊNCIA DO PROCESSAMENTO RADIOGRÁFICO É o processo que permite que os agentes químicos do revelador interajam com os cristais de haleto de prata, transformando a imagem latente em imagem visível. O processo de revelação somente irá reagir com os cristais de prata que sofreram alguma alteração física durante a interação com a radiação. O processo físico-químico é dividido em quatro etapas no processamento automático: revelação, fixação, lavagem e secagem. No processamento manual, é divido nas seguintes etapas: revelação, lavagem, fixação, lavagem e secagem. O banho é o primeiro passo no processamento do filme, e tem por finalidade molhá-lo para facilitar as reações químicas e fazer com que o processo de revelação ocorra de maneira uniforme (BUSHONG, 2010). A ação principal da revelação é transformar os cristais de íons de prata expostos em prata metálica. O revelador fornece elétrons aos centros de sensibilidade do cristal, transformando os íons de prata em prata. O componente principal do agente revelador é a hidroquinona. Componentes secundários do agente revelador são fenidona e metol. No estágio subsequente, ocorre a revelação; posteriormente, o filme é enxaguado em uma solução ácida apropriada para cessar o processo de revelação e remover o excesso de substânciasquímicas da emulsão. Na fixação, a porção de gelatina da emulsão é endurecida para conferir consistência estrutural. A fixação é seguida por lavagem vigorosa do filme para remover qualquer vestígio de substância química. Por fim, o filme é seco para remover a água da lavagem (BUSHONG, 2010). Fonte: Geovane Silva Araújo. Figura 14: Diagrama simplificado do processo de revelação. PROCESSAMENTO DE REVELAÇÃO MANUAL No processamento manual, o operador, antes de iniciar a revelação, deve verificar a temperatura e a homogeneização das soluções processadoras para a determinação do tempo de revelação em função do filme utilizado. Feito isso, o operador deve seguir as seguintes etapas: Fonte: javascript:void(0) 1. Agite as soluções do revelador e fixador para uniformizar as suas temperaturas (use diferentes espátulas para cada solução, de forma a evitar possível contaminação). Figura 15: Mantenha a uniformidade da solução. Fonte: 2. Verifique a temperatura das soluções com termômetro adequado, enxaguando-o após cada medição para evitar contaminar a solução seguinte e ajustando a temperatura recomendada. Figura 16: Avalie a temperatura. Fonte: 3. Coloque o filme cuidadosamente na colgadura de tamanho correto (prenda, primeiro, as pontas inferiores) e evite deixar marcas de dedos, arranhões ou dobraduras. Figura 17: Monte o filme na colgadura. javascript:void(0) javascript:void(0) autor/shutterstock 4. Ajuste o cronômetro para o período de revelação recomendado de acordo com a temperatura da solução de revelação. Figura 18: Ajuste o cronômetro para o tempo ideal. autor/shutterstock 5. Mergulhe completamente o filme de maneira uniforme e sem pausa para evitar estrias, acione o cronômetro e toque a colgadura do filme na parede do tanque para remover as bolhas de ar da superfície do filme. Figura 19: Insira o filme de modo uniforme nas soluções. autor/shutterstock javascript:void(0) javascript:void(0) javascript:void(0) 6. Siga as instruções do fabricante quanto ao vigor e a frequência da agitação e observe se o filme deve ser agitado dentro do tanque ou retirado e mergulhado repetidamente. Figura 20: Movimente o filme no interior das soluções. autor/shutterstock 7. Quando o alarme do cronômetro tocar, levante rapidamente a colgadura. Deixe o filme escorrer por um momento no espaço entre os tanques. Para um escorrimento mais rápido, vire um pouco a colgadura. Figura 21: Escorra o filme fora do tanque do revelador. autor/shutterstock 8. Coloque o filme em banho de enxaguadura de ácido ou em água corrente, agite a colgadura continuamente e enxágue o filme por aproximadamente trinta segundos. Tire-o do banho de enxaguadura e deixe-o escorrer bem. javascript:void(0) javascript:void(0) Figura 22: Enxague bem. autor/shutterstock 9. Com o filme adequadamente fixado, mergulhe-o e agite a colgadura vigorosamente no começo. Siga as recomendações do fabricante em relação ao tempo e à temperatura — pelo menos duas vezes mais o tempo requerido para "clarear” o filme (quando a sua aparência leitosa desaparecer). (TEIXEIRA, G., Notas de Aula). Figura 23 autor/shutterstock 10. Coloque o filme em um tangue de água corrente (com um fluxo de aproximadamente oito trocas completas por hora). Mantenha um bom espaço entre as colgaduras (a água deve fluir sobre os seus topos). A lavagem deve durar um período adequado para que seja completa — normalmente, de 5 a 30 minutos, dependendo do filme. Figura 24: Lave bem. javascript:void(0) javascript:void(0) autor/shutterstock 11. Se as instalações permitirem, faça um enxague final em solução que contenha um agente umedecedor para acelerar a secagem e evitar marcas de água. Mergulhe o filme por trinta segundos e deixe-o escorrer por mais alguns. Figura 25: Faça o enxágue final. autor/shutterstock 12. Seque o filme em área livre de poeira, à temperatura ambiente ou em uma cabine apropriada. Caso haja mais de um, mantenha os filmes bem separados uns dos outros. Quando secos, remova-os das colgaduras e corte as pontas para remover as marcas dos grampos. Coloque-os nos envelopes identificados. (Kodak,1980, P.128) Figura 26: Processo de secagem. PROCESSAMENTO AUTOMÁTICO Com o advento das processadoras automáticas, o desempenho do processo de revelação proporcionou melhorias na qualidade da imagem, visto que minimizou erros ocasionadas por javascript:void(0) javascript:void(0) falha humana. Os componentes principais de uma processadora automática são o sistema de transporte, o sistema de controle de temperatura, o sistema de circulação, o sistema de reabastecimento e o sistema de secagem automática. Fonte: Figura 27: Diagrama de uma processadora automática. Agora veja os conceitos de cada um desses componentes: SISTEMA DE TRANSPORTE O sistema de transporte começa na bandeja de alimentação; os rolos na entrada prendem o filme para iniciar seu percurso na processadora. O filme é transportado por rolos do sistema de transporte pelos tanques, sendo molhado pelas substâncias químicas e obedecendo à sequência de revelação, fixação e lavagem, passando pela câmara de secagem e, finalmente, sendo depositado no porta-filme (BUSHONG, 2010). SISTEMA DE CIRCULAÇÃO A agitação contínua dos produtos químicos é necessária para manter a concentração da solução e a temperatura constante nos tanques de processamento. Além disso, ajuda a expor a emulsão aos produtos químicos. A vantagem do processamento automático é a existência de um sistema de circulação que bombeia continuamente o revelador e o fixador, proporcionando agitação constante dentro de cada tanque (BUSHONG, 2010). SISTEMA DE REABASTECIMENTO Quando o filme radiográfico percorre todo um caminho pela da processadora, inevitavelmente, transporta algum traço do revelador adsorvido na emulsão, o qual é carreado para o tanque de fixação, ocorrendo a neutralização. Por sua vez, o fixador, do mesmo modo, é absorvido nessa fase do processamento, e um pouco é transferido para o tanque de lavagem. Se não houver a reposição contínua dos químicos, poderá ocorrer alteração na concentração tanto do fixador como do revelador. Além disso, o nível de solução diminui em cada tanque. Se o nível estiver muito abaixo do ideal, isso resultará em pouco tempo de contato do filme com os produtos químicos. O sistema de reabastecimento é responsável por manter o nível adequado, em outros termos, manterá o volume constante e a agitação do produto químico. Devemos ter um cuidado especial com o reabastecimento do revelador, assim como do fixador (BUSHONG, 2010). SISTEMA DE SECAGEM O sistema de secagem é constituído de ventilador, dutos de ventilação, tubos de secagem e sistema de exaustão. O sistema de secagem é responsável por retirar a umidade residual da radiografia processada, deixando cair no porta-filme de entrega uma radiografia seca. O inconveniente de um filme revelado úmido ou parcialmente molhado é que, se a câmara escura não tiver pressão positiva adequada, forçando a saída de ar do seu interior, pequenas partículas de poeira poderão aderir à superfície do filme, produzindo artefatos ou, até mesmo, fazendo o filme úmido aderir à superfície de outro filme revelado durante o processo de secagem natural, caso haja algum armazenado junto. A maioria das falhas de processamento que conduzem a filmes úmidos deve-se à depleção do glutaraldeído, o endurecedor no revelador (BUSHONG, 2010). A seguir, assista ao vídeo em que o professor Paulo Travassos irá explicar as diferenças nos processamentos, dando ênfase aos problemas da revelação manual. AS VANTAGENS DO PROCESSAMENTO AUTOMÁTICO VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. A CONCENTRAÇÃO DE ELÉTRONS NO CENTRO DE SENSIBILIDADE PRODUZ UMA REGIÃO ELETRICAMENTE NEGATIVA, CHAMADA DE CENTRO DA IMAGEM LATENTE. É NESSE LOCAL QUE A IMAGEM É FORMADA APÓS O PROCESSAMENTO. NESSA REGIÃO, É OBSERVADO UM AUMENTO DE QUAIS ÍONS? A) B) C) D) 2. O PROCESSO DE REVELAÇÃO REAGIRÁ COM OS CRISTAIS DE PRATA QUE SOFRERAM ALGUMAALTERAÇÃO FÍSICA DURANTE A INTERAÇÃO COM A RADIAÇÃO. O PROCESSO FÍSICO-QUÍMICO É DIVIDIDO EM QUATRO ETAPAS NO PROCESSAMENTO AUTOMÁTICO: REVELAÇÃO, FIXAÇÃO, LAVAGEM E SECAGEM. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE ENCERRA O PROCESSO DE REVELAÇÃO. A) Fixação Ag+¿ ¿ Ag−¿ ¿ Br+¿ ¿ Br−¿ ¿ B) Lavagem C) Secagem D) Enxágue GABARITO 1. A concentração de elétrons no centro de sensibilidade produz uma região eletricamente negativa, chamada de centro da imagem latente. É nesse local que a imagem é formada após o processamento. Nessa região, é observado um aumento de quais íons? A alternativa "A " está correta. A concentração de elétrons no centro de sensibilidade produz uma região eletricamente negativa. Como os átomos de haleto são removidos a partir do cristal, íons positivos de prata são atraídos eletrostaticamente para o centro de sensibilidade. O leitor poderá encontrar essa informação no item Sequência do processamento radiográfico 2. O processo de revelação reagirá com os cristais de prata que sofreram alguma alteração física durante a interação com a radiação. O processo físico-químico é dividido em quatro etapas no processamento automático: revelação, fixação, lavagem e secagem. Assinale a alternativa que encerra o processo de revelação. A alternativa "D " está correta. O processo de revelação somente irá reagir com os cristais de prata que sofreram alguma alteração física durante a interação com a radiação. O processo físico-químico é dividido em quatro etapas no processamento automático: revelação, fixação, lavagem e secagem. No processamento manual, é divido nas seguintes etapas: revelação, lavagem, fixação, lavagem e secagem. MÓDULO 3 Esclarecer o mecanismo do processamento e da manutenção da processadora CONTROLE DA QUALIDADE ANÁLISE VISUAL Avaliação da entrada de luz visível na câmara escura A entrada de luz na câmara escura deve ser verificada periodicamente, a fim de evitar o velamento causado pela luz visível. O procedimento para análise visual de entrada de luz visível na câmara escura é simples. Devemos permanecer no interior da câmara escura tempo suficiente para analisar os principais focos de iluminação indesejável. Para isso, tenha certeza de que seus olhos se adaptaram à condição de ausência de luz. ATENÇÃO Certifique-se de que todas as lâmpadas da câmara escura, incluindo a lâmpada de segurança e, fontes de luz artificiais que estejam próximas à câmara escura estejam desligadas. Inspecione todas as áreas que provavelmente serão uma fonte de entrada de luz, como portas, passadores de chassis, aparelhos de ar condicionado de janela e exaustores. Sele qualquer entrada de luz visível. Repita o teste e, se necessário, realize outro para verificar se está ocorrendo velamento do filme (LLOYD, 2001). TESTES A garantia de qualidade é o conjunto de ações sistemáticas e planejadas que visam garantir a confiabilidade adequada quanto ao funcionamento de uma estrutura, sistema, componentes ou procedimentos, de acordo com um padrão aprovado. Em radiodiagnóstico, essas ações devem resultar na produção continuada de imagens de alta qualidade com o mínimo de exposição para os pacientes e operadores. A parte do programa de garantia de qualidade que consiste no conjunto das operações destinadas a manter ou melhorar a qualidade é chamada de controle de qualidade. Teste de eficiência da luz de segurança: Ajuste a distância foco-filme a 100 cm do cassete. Ajuste a colimação de modo que o campo luminoso coincida com as bordas do cassete de tamanho 18 cm x 24 cm. Cubra um terço do cassete no sentido longitudinal, com uma folha de chumbo, conforme visto na figura 28, a qual corresponderá à faixa C, observável na figura 29, ou com outro material atenuador de raios X. Faça uma exposição empregando uma técnica baixa. A pré-exposição leve do filme o torna mais sensível à luz (LLOYD, 2001) Fonte: Figura 28: Posicionamento da folha de chumbo sobre o cassete. Na câmara escura, com a luz de segurança desligada e na total escuridão, retire a película radiográfica do chassi, colocando-a sobre a bancada. Cubra um terço do lado exposto do filme com uma folha de papel-cartão, longitudinalmente na faixa A da figura 29. Agora, cubra as áreas B e C do filme com uma segunda folha de papel cartão, exceto por uma tira de 3 cm na parte superior. Ligue as luzes de segurança e inicie o cronômetro imediatamente. Aguarde trinta segundos e desloque o papel-cartão para baixo a cada trinta segundos, como indicado na figura 29. Quando atingir a última seção exposta do filme, desligue a luz de segurança e processe o filme imediatamente (LLOYD, 2001). Fonte: Geovane Silva Araújo. Figura 29: Diagrama simplificado do processo de revelação. AVALIAÇÃO Identifique a tira na faixa B que apresenta um aumento notável na densidade óptica quando comparada com a tira equivalente na faixa C. Agora, compare a mesma tira B com A. Observe o tempo de exposição à luz de segurança dessa faixa. Esse será o tempo de exposição máximo de manuseio do filme radiográfico relativo à luz de segurança, como visto na figura 30, a seguir. Fonte: Geovane Silva Araújo. Figura 30: Densidade óptica escalonada em função do tempo de exposição à luz de segurança. Uma vez identificado o tempo máximo de exposição na tira, e se este for considerado curto, considere uma destas sugestões (LLOYD, 2001): Aumente a altura da luz de segurança acima da bancada ou reduza a potência da lâmpada. Substitua o filtro. Evite o velamento provocado pela luz branca da luz de segurança. Remova uma luz de segurança, se houver mais de uma. Refaça o teste após as alterações. AVALIAÇÃO DA TEMPERATURA E DA LINHA DE BASE O processamento do filme, que inclui a revelação, a fixação e a secagem, influencia bastante na qualidade da imagem. Nesse aspecto, o desempenho desse processamento pode ser medido pela sensitometria do filme. As medições de temperatura e tempo de processamento são realizadas para estabelecer o desempenho da linha de base. Para estabelecer a linha de base da processadora automática, as temperaturas do revelador e do fixador devem ser medidas, e os valores resultantes podem ser usados como informações básicas quando houver suspeita de problemas no processamento do filme. Geralmente, os valores dos químicos são estabelecidos pelo fabricante. Recomenda-se o uso de termômetros digitais, visto que, no Brasil, a comercialização de termômetros de mercúrio está proibida desde janeiro de 2019. Os valores medidos devem ser comparados com os valores recomendados pelo fabricante dos filmes. AVALIAÇÃO DO TEMPO DO PROCESSAMENTO DO FILME Para medir o tempo total do processamento do filme, emprega-se um cronômetro. O início da contagem do tempo é dado quando o filme é inserido na processadora, e finaliza-se a contagem quando o filme cai no coletor do filme processado. Se houver suspeita de mau funcionamento da processadora automática, refaça a medida do tempo de processamento e verifique se há alguma diferença (LLOYD, 2001). SENSITOMETRIA Use um sensitômetro, o qual produz uma exposição escalonada sobre filmes, como o da figura 31 (a), para expor um filme à luz ou a uma cunha sensitométrica. Nesse caso, é necessário expor o filme radiográfico ao feixe de raios X, visto na figura 32 (b). ATENÇÃO Insira o lado exposto no processador primeiro. Antes de medir as densidades ópticas da cunha, uma comparação visual pode ser feita com uma tira de referência para descartar uma falha de procedimento, como a exposição com uma cor diferente da luz ou a exposição da base, em vez do lado da emulsão. (LLOYD, 2001). Fonte: Figura 31: (a) Sensitômetro eletrônico; (b) cunha sensitométrica em degrau. Após a sensibilização do filme e a revelação, faz-se a leitura das escalas de cinza empregando um densitômetro e o registro da densidade óptica das escalas de cinza, conforme a figura 32. Fonte: Figura 32: Leitura e registro da escala de cinza. A curva característica, vistana próxima figura, é construída a partir da leitura da densidade óptica. A curva apresenta o gráfico da densidade óptica medida em relação ao logaritmo da exposição pela luz. Nesse gráfico, podem ser obtidos os valores de base e fog, densidade máxima, velocidade e gradientes de filme. Esses parâmetros caracterizam o desempenho do processamento. Os valores de referência da densidade óptica para base e velamento variam de 0,15 a 0,25. Para o gradiente, variam de 3,5 a 5,0 e, para o gradiente médio, de 3,0 a 4,0. Entretanto, não existe uma indicação precisa do valor ideal para o gradiente de filme (BUSHONG, 2010). Fonte: Geovane Silva Araújo Figura 33: Curva sensitométrica característica. METODOLOGIA PARA MEDIR O VELAMENTO Para medir o velamento extra resultante de qualquer entrada de luz ou outras fontes de luz que não foram previamente identificadas visualmente, podemos utilizar um filme previamente exposto de densidade óptica de aproximadamente 1,2. Tal valor de densidade óptica pode ser obtido expondo-se o filme. ATENÇÃO Recomenda-se que se posicione sobre o chassi uma placa de PMMA de densidade uniforme. Posicione o chassi paralelamente ao eixo do tubo para evitar a influência do efeito anódico nas medições. Desligue as luzes da câmara escura, incluindo as luzes de segurança e ligue todas as luzes das salas adjacentes. Após a exposição e na câmara escura, abra o cassete com filme previamente exposto e posicione o filme com a emulsão voltada para cima. Cubra metade do filme e exponha por dois minutos. Sempre meça as diferenças de densidade óptica em uma linha perpendicular ao eixo do tubo para evitar a influência do efeito do anódico. Conforme indica a figura 34 (PERRY et al., 2006). Fonte: Geovane Silva Araújo Figura 34: Diagrama indicando a linha para a medida de densidade óptica. Meça a diferença de densidade óptica do fundo e da área velada . O velamento extra é igual a: O valor limite da densidade óptica para esse teste deverá ser menor ou igual a 0,02 . Uma alternativa para avaliar o velamento do filme é semelhante à explicação anterior. Deve-se ligar todas as luzes em áreas contíguas à câmara escura. Desligue as luzes da câmara escura, incluindo as luzes de segurança. Verifique qualquer entrada de luz visível, marque e sele para posterior reparo. Coloque filme radiográfico na bancada e cubra a metade do filme, como descrito na figura 34. Deixe o filme exposto por três minutos e, então, revele-o. Após a revelação com uso do densitômetro óptico, meça as áreas, anote os valores da densidade óptica e compare. Se a densidade da parte descoberta do filme for maior que a parte coberta, então, ocorreu velamento do filme, que indica entrada de luz na câmara escura. Se, em qualquer um dos testes descritos, ocorrer velamento do filme, será necessário realizar novamente o teste visual na câmara escura a fim de localizar a entrada de luz fortuita. A periodicidade dos testes deverá ser efetuada em uma das seguintes situações: Quando há suspeita de entrada de luz. No teste de aceitação. Dbg Dvel ΔD ΔD = Dvel − Dbg ΔD ≤ 0, 02¿ Anualmente. Para a realização desse teste, serão necessários um densitômetro, chassis e uma película radiográfica. Fonte: Figura 35: Material necessário para a realização do teste: (1) densitômetro óptico; (2) chassis; (3) filme radiográfico. MANUTENÇÕES PREVENTIVA E CONSERVAÇÃO PROCESSADORA AUTOMÁTICA Sugere-se manter o equipamento limpo, por meio de limpeza periódica com detergente neutro e água filtrada, que podem ser usados tanto para a limpeza como para a preparação dos químicos. A periodicidade da limpeza de cubas, racks e da área externa depende alguns fatores, como a qualidade dos químicos utilizados, a qualidade da água e o modo de preparação dos químicos. (FUJI PHOTO FILM CO., 2002) (Processadora de Filme Fuji FPM 100A - Instrução de Uso) MANUTENÇÃO Para que a processadora opere sem interrupções devido às falhas e para que produza imagens de qualidade, é necessária a substituição periódica das soluções do tanque de processamento e a limpeza dos racks de acordo com indicação do fabricante. (FUJI PHOTO FILM CO., 2002) PROCEDIMENTO PARA LIMPEZA 01 02 03 04 05 06 Desligue o equipamento, remova a tampa superior, o rack de secagem e os tanques externos. (FUJI PHOTO FILM CO., 2002) Fonte: Figura 36: Remoção da tampa superior e dos racks. Remova os tanques externos e drene os tanques dos químicos e de água da processadora, baixando as pontas das mangueiras, tomando cuidado para não derramar a solução no piso. (FUJI PHOTO FILM CO., 2002) Fonte: Figura 37: Mangueira de drenagem. Após a drenagem completa, fixe as mangueiras de drenagem nos suportes localizados no corpo da processadora. Insira os racks de processamento e preencha todos os reservatórios com água filtrada até o nível máximo permitido. Agora, instale os rack e coloque a tampa do equipamento. Tenha certeza de que ambos foram bem posicionados, caso contrário, a processadora não funcionará. (FUJI PHOTO FILM CO., 2002) Ligue a processadora durante cinco minutos, os dutos e os reservatórios serão limpos pela circulação da água. Após concluir o ciclo de limpeza, desligue a processadora e drene a água utilizada para limpeza. Drene bem os racks do revelador, fixador e lavagem, e então retire-os. Reinstale as pontas das mangueiras de drenagem, preencha com água os tanques de processamento até a metade, e então lave-os com uma esponja macia ou pano que não solte fiapos. Tenha a máxima atenção para que a solução ou a água não entre nas saídas de ar do secador. Drene novamente e refaça a limpeza dos dutos de circulação dos químicos como descrito anteriormente. Durante o processo de lavagem da processadora, aproveite para limpar os rolos internos do guia da bandeja do rack. Remova os parafusos para ter acesso aos rolos. Após a limpeza, remonte e aperte firmemente os parafusos (FUJI PHOTO FILM CO., 2002) Fonte: Figura 38: Localização dos parafusos. Separe o rack de secagem em duas partes, empurrando as seções “A” no centro do rack de secagem. Com um pano úmido, limpe os rolos internos. (FUJI PHOTO FILM CO., 2002) Fonte: Figura 39: Limpeza dos rolos internos. ATENÇÃO Certifique-se de que, no fim da montagem e da limpeza dos racks, não haja resquício da mistura da água e sabão. Tenha bastante atenção na limpeza da bandeja de alimentação de filmes. Depois de certificar-se de que a processadora está livre de qualquer líquido ou solução que não seja conveniente ao processo de revelação, reponha os químicos e os prepare nos próprios tanques de processamento. Para finalizar a preparação dos químicos, instale os racks em suas respectivas posições, com cuidado, a fim de evitar a contaminação entre os químicos. Agora, nessa etapa, instale o rack do secador e a tampa superior. Ligue a processadora e deixe que os químicos circulem pelo sistema durante cinco minutos. Quando a lâmpada indicadora de funcionamento acender, revele duas ou três películas de filmes virgens para finalizar a limpeza. (FUJI PHOTO FILM CO., 2002) A seguir, assista ao vídeo em que o professor Paulo Travassos explica teste de velamento e sensitometria. TESTES APLICADOS À CÂMARA ESCURA VERIFICANDO O APRENDIZADO 1. NO SERVIÇO DE RADIOLOGIA, A CÂMARA ESCURA É UM LOCAL QUE DEMANDA BASTANTE ATENÇÃO, POIS QUALQUER ALTERAÇÃO NAS SUAS CARATERÍSTICAS AMBIENTAIS, NA TEMPERATURA, UMIDADE, ILUMINAÇÃO E DEGRADAÇÃO DOS QUÍMICOS INFLUENCIA DIRETAMENTE NA QUALIDADE DA IMAGEM. É CORRETO AFIRMAR QUE: A) As características ambientais da câmara escura exercem grande influência no tempo de revelação. B) Temperatura, iluminação e umidade não exercem nenhuma influência na qualidade da imagem. C) Temperatura, umidade, luz de segurança e degradação dos químicos provocam mudanças na densidade base e velamento e no contraste. D) Os filmes radiológicos modernos não sofrem tanta influência de luz, umidade e temperatura, e os químicosnão degradam, logo, o fator que interfere na qualidade da imagem é apenas secundário. 2. O TESTE PARA AVALIAR A ENTRADA DE LUZ VISÍVEL NA CÂMARA ESCURA É UM TESTE SIMPLES QUE DEVE SER REALIZADO ROTINEIRAMENTE. COM RESPEITO AO PROCEDIMENTO, JULGUE AS ALTERNATIVAS A SEGUIR COMO VERDADEIRAS OU FALSAS. I. PERMANECER NO INTERIOR DA CÂMARA ESCURA O TEMPO SUFICIENTE PARA ANALISAR OS PRINCIPAIS FOCOS DE ILUMINAÇÃO INDESEJÁVEL. II. PROCURAR POR FONTES DE ENTRADA DE LUZ, COMO PORTAS, PASSADORES DE CHASSIS, APARELHOS DE AR CONDICIONADOS DE JANELA E EXAUSTORES. III. VERIFIQUE SE TODAS AS FONTES DE LUZ ARTIFICIAIS QUE ESTEJAM PRÓXIMAS À CÂMARA ESCURA ESTÃO DESLIGADAS. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA COM BASE NO SEU JULGAMENTO DOS ITENS ANTERIORES. A) F,V,V. B) V,F,V. C) V,V,F. D) F,F,V. GABARITO 1. No serviço de radiologia, a câmara escura é um local que demanda bastante atenção, pois qualquer alteração nas suas caraterísticas ambientais, na temperatura, umidade, iluminação e degradação dos químicos influencia diretamente na qualidade da imagem. É correto afirmar que: A alternativa "C " está correta. Temperatura, umidade, tempo de revelação, luz de segurança, limpeza e manutenção da processadora de modo adequado são fatores que influenciam na qualidade da imagem. Além disso, devemos pensar nas condições dos químicos. Todos esses fatores contribuem para mudanças na densidade-base, velamento e no contraste. 2. O teste para avaliar a entrada de luz visível na câmara escura é um teste simples que deve ser realizado rotineiramente. Com respeito ao procedimento, julgue as alternativas a seguir como verdadeiras ou falsas. I. Permanecer no interior da câmara escura o tempo suficiente para analisar os principais focos de iluminação indesejável. II. Procurar por fontes de entrada de luz, como portas, passadores de chassis, aparelhos de ar condicionados de janela e exaustores. III. Verifique se todas as fontes de luz artificiais que estejam próximas à câmara escura estão desligadas. Assinale a alternativa correta com base no seu julgamento dos itens anteriores. A alternativa "C " está correta. A entrada de luz fortuita na câmara escura contribui para o velamento e para o aumento da densidade óptica da base. É importante avaliar rotineiramente em busca fonte de luz indesejável. CONCLUSÃO CONSIDERAÇÕES FINAIS A qualidade das imagens radiográficas depende de uma série de fatores, um deles é a escolha da técnica adequada. Entretanto, o processamento radiográfico é um ponto que merece destaque, pois não é simples como pensamos. Devemos ter bastante atenção às condições da câmara escura, às etapas do processamento, à qualidade das soluções químicas empregadas no processo de revelação, à temperatura e ao pH das soluções. Ressalta-se que qualquer alteração nessas condições e a entrada de luz espúria podem produzir algumas alterações na radiografia, como mudanças na densidade- base, no velamento e no contraste. A avaliação constante de todos os elementos integrantes do sistema de processamento de imagens é fundamental para obtenção de imagens qualidade. Deve-se ter cuidado excepcional com a entrada de luz fortuita na câmara escura. A análise visual para a verificação de entrada de luz espúria deve ser rotineira, bem como a avaliação da qualidade dos produtos químicos envolvidos no processo de revelação. AVALIAÇÃO DO TEMA: REFERÊNCIAS BUSHONG, S. C. Ciência radiológica para tecnólogos: física, biologia e proteção. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. IAEA. Quality assurance programme for computed tomography: diagnostic and therapy applications. Vienna: International Atomic Energy Agency, 2012. LIZ, O. S. R. Instalação e utilização adequada de uma câmara escura para processamento de filmes radiográficos. Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais/CETEC, 2015. Teixeira, G. Notas de Aula, Rio de Janeiro, 2007. LLOYD P. J. Quality assurance workbook for radiographers & radiological technologists. School of Medical Radiation, University of South Australia, 2001. PERRY, N. et al. European guidelines for quality assurance in breast cancer screening and diagnosis. 4. ed. Belgium, 2006. Portaria/MS/SVS nº 453, de 01 de junho de 1998. D.O.U. 02/06/98 (revogada). FUJI PHOTO FILM CO., LTD.26-30, Nishiazabu 2-Chome,Minato-Ku, Tokyo 106, Japão. Processadora de Filme Fuji FPM 100ª, 2002. RESOLUÇÃO - RDC Nº 330, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2019; http://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-rdc-n-330-de-20-de-dezembro-de-2019- 235414748 javascript:void(0); Kodak. Fundamentos de Radiografia. Eastman Kodak Company, Estados Unidos 1980, 128 pp. Apud http://files.radiologia-rx.webnode.com.br/200000210- 41d6542d10/Filme%203_Processamento%205_6.pdf Acesso em: 24/06/2020. EXPLORE+ Leia os textos: Film processing and darkroom Quality assurance of diagnostic X-ray equipment Anode heel effect Analysis of X-Ray Film Quality in Primary Health Care Clinics in Riyadh Pesquise os vídeos sobre: Avaliação de processamento e Lavado reveladora (Comentado). CONTEUDISTA Geovane Silva Araújo CURRÍCULO LATTES javascript:void(0); javascript:void(0);