Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Eduardo Mondlane Faculdade de Economia Contabilidade e Finanças – Laboral Nível 2 Sistema Financeiro Aula Prática 1 Docentes: • Mestre Nonávio Maunde (R) • Mestre Gilberti Inácio Ngale (A) • Licenciada Belarmina Matavele (A) Estudante: ➢ Octávio Jaime Wilson Lepeque Maputo, 13 de janeiro de 2021 2 1. Na linguagem corrente as pessoas usam indiferentemente as palavras sistema financeiro e sector financeiro. Haverá diferença qual? R.: Verdade que na linguagem corrente as pessoas usam as palavras “sistema financeiro” e “sector financeiro” indiferentemente, mas em termos rigorosos essas palavras não são permutáveis, pelo que quando falamos do Sistema Financeiro nos referimos ao conjunto de instituições, políticas, agentes deficitários e superavitários e leis financeiras; e quando falamos do Sector Financeiro nos referimos em termos de produção na economia originada pelo Sistema Financeiro (consequentemente, um sector da economia) (ex.: o sector financeiro em Moçambique contribuiu em 7% do PIB em 2014). 2. Explique o papel das instituições de intermediação financeira na economia, indicando as três principais funções/princípios. R.: Os principais papeis das instituições de intermediação financeira são: • Fazer a ligação entre aforradores (agentes superavitários) e tomadores (agentes deficitários) tomando emprestado fundos dos aforradores e dando emprestado aos tomadores; • Outro papel é o de redução dos custos de transação, como tempo, dinheiro e processamento de informação, os intermediários financeiros são especialistas na área e possuem sistemas avançados em reduzir o custo de transações financeiras aos seus clientes; • Outro papel dos intermediários é redução de risco pelo compartilhamento/diversificação de risco, aqui os intermediários financeiros distribuem os fundos dos aforradores e investem em várias ações, obrigações assim como outros activos financeiros. 3. Discuta a importância económica do sistema financeiro em Moçambique. R.: Moçambique sendo um país pouco desenvolvido, ainda não tem um sistema financeiro dinâmico como os outros países ocidentais. Para Moçambique, o sistema financeiro é muito importante porque não só estimula o crescimento económico, influenciando as poupanças, decisões de investimento, também permite que fundos sejam movidos entre sectores da economia, alocados ou investidos. E também permitem indivíduos e empresas a compartilhar os riscos associados a certos investimentos. 4. Faturar em moeda externa nas transacções internas afecta, em particular, uma das funções da moeda. Qual e explica como dando exemplo. R.: A função da moeda afetada pela substituição da moeda é a Reserva de Valor, quando os residentes deixam de usar a sua moeda e passam a usar moeda estrangeira, por causa da redução na procura da moeda nacional, haverá uma pressão em esta mesma depreciar em relação a moeda estrangeira e perder valor, pelo que quem tiver poupanças em moeda 3 nacional futuramente terá menos poder de compra do que quem tiver poupanças em moeda estrangeira, assim afetando a função de reserva de valor. 5. A moeda para ser considerada como tal deve reunir requisitos económicos e físicos. Dê 3 exemplos de cada grupo de requisitos explicando o seu significado. R.: Os requisitos económicos são: escassez, aceitação e estabilidade Escassez significa que a moeda deve ser escassa na ordem para manter o seu poder de compra; os governos tentam manter a oferta de moeda escassa enquanto a expandem o suficiente para permitir que a economia cresça, se a oferta da moeda sofre uma expansão muito rápida (fica menos escassa) irá perder algum poder de compra e consequentemente irá acontecer a inflação. Aceitação significa que a moeda é aceite por todos como meio de trocas ou pagamentos por bens e serviços, sendo que esta aceitação é forçada pela Lei (a moeda tem curso forçado). Estabilidade da moeda significa que na economia o nível geral de preços não varie demasiado. Exemplo: se em uma economia há pouca estabilidade de moeda, ela varia demasiado, as pessoas deixam de confiar nessa moeda e deixam de usar ela como meio de troca, reserva de valor e unidade de conta. Os requisitos físicos são: Cognoscibilidade, Homogeneidade, Divisibilidade, Grande Densidade do Valor e Durabilidade. Cognoscibilidade significa que a moeda deve ser facilmente reconhecida e distinguível de outros materiais. Homogeneidade significa que cada unidade monetária é de mesmo valor que qualquer outra unidade monetária. Exemplo: uma nota de 20 meticais do Sr. José tem o mesmo valor que uma nota de 20 meticais da Sra. Fátima. Divisibilidade significa que uma unidade de moeda pode ser dividida em outras unidades de moeda menores e ainda manter o mesmo valor inicial para facilitar no comércio. Exemplo: uma nota de 50 meticais pode ser dividida em duas notas de 20 meticais e uma moeda de 10 meticais e no final o valor total continuaria a ser de 50 meticais. Grande Densidade do Valor é a correspondência entre grande valor e pequena fracção da moeda Durabilidade significa que a moeda deve ser resistente, pois ela passa de mão em mão então não pode se deteriorar ou rasgar facilmente. 4 6. Antes da introdução da Moeda como meio de troca, as transacções comerciais exigiam dupla coincidência de interesse. Concorda com a afirmação? Argumente. R.: Sim concordo, antes da introdução da moeda, a sociedade experienciava a economia de escambo, neste tipo de economia as trocas comerciais de bens ou serviços eram feitas directamente por bens ou serviços, se por exemplo eu quisesse um corte de cabelo e tivesse camisas feitas por mim para oferecer pelo corte de cabelo, eu teria que encontrar um barbeiro disposto a me dar um corte em troca das minhas camisas, como consequência, muito tempo seria gasto na procura (custos de transacção – tempo gasto na transacção) de um barbeiro com essas condições. Aqui surge o problema da dupla coincidência de interesse; eu devo encontrar alguém que tem o bem ou serviço que eu quero e que também essa pessoa queira o bem ou serviço que eu tenho a oferecer e com o risco de ser difícil medir quantas camisas eu devo trocar por um corte de cabelo. Com a introdução da moeda o problema da dupla coincidência de interesse é resolvido porque eu agora posso usar a moeda como meio de troca e pagar o corte de cabelo em qualquer barbeiro e poupar muito tempo na transacção, assim poderia me especializar na produção de camisa. A introdução da moeda reduz os custos de transacção, adiciona a unidade de conta se tornando mais fácil medir os valores dos bens ou serviços estimulando a especialização deixando e economia mais eficiente e produtiva. 7. Distinga e exemplifique um financiamento directo de um financiamento indirecto R.: Financiamento Directo ou Desintermediação Financeira acontece quando tomadores (chamados também de agentes deficitários porque não possuem fundos) pedem emprestado fundos directamente aos aforradores (chamados também de agentes superavitários porque possuem fundos) em mercados financeiros vendendo a eles títulos de dívida e recebendo em troca valores monetários que necessitam. Por exemplo, se um empresário precisa de fundos emprestados para pagar por um investimento, pode tomar emprestado fundos de aforradores vendendo a eles obrigações (títulos de dívida) e recebendo valores monetários em troca. Financiamento Indirecto ou Intermediação Financeira acontece quando os fundos são movidos dos aforradores para os tomadores através de intermediários financeiros. Eles fazem isso quando os aforradores dão emprestado ou depositam valores em poupanças nas instituições financeiras, de seguida eles levam os fundos e concedem empréstimos aos tomadores. Por exemplo, o BCI pode adquirir fundos aceitando depósitos depoupança do público. De seguida, pode usar esses fundos para fazer um empréstimo a um empresário ou comprar um título do mesmo empresário no mercado financeiro. O resultado é que fundos foram transferidos do público (aforradores) para o empresário (tomador) através do BCI (intermediário financeiro). 5 8. O que distingue as instituições monetárias das não monetárias. R.: A principal distinção das instituições monetárias das não é monetárias é que as instituições monetárias podem aceitar depósitos e fazer empréstimos, criar moeda; enquanto que as instituições não monetárias não podem aceitar depósitos, mas podem oferecer outros serviços financeiros como seguros, leasings, troca de câmbios, entre outros. 9. Das instituições que se segue indique as monetárias e as não monetárias. GLOBAL ALLIANCE FNB, MOÇAMBIQUE EXPRESSO CÂMBIOS, LDA BAYPORT FINANCIAL SERVICES MOÇAMBIQUE (MCB), S. A CAIXA DAS MULHERES DE NACALA, COOPERATIVA DE CRÉDITO, SCRL MALECAIXA BCI BIM LEASING SOCIEDADE DE COMPRAS EM GRUPO Instituições Não Monetárias: Global Alliance; BIM Leasing; Expresso Câmbios, Lda. Instituições Monetárias: Bayport Financial Services Moçambique (MCB), S.A; BCI; FNB, Moçambique; Caixa das mulheres de Nacala, cooperativa de crédito, SCRL 10. Os objectivos da Política Monetária podem ser complementares ou conflituantes. Argumente R.: De acordo com Miskin (2004) pg. 412, seis objetivos básicos podemos mencionar da Política Monetária: (1) alto nível de emprego, (2) crescimento económico, (3) estabilidade de preços, (4) estabilidade da taxa de juro, (5) estabilidade dos mercados financeiros e (6) estabilidade nos mercados de câmbio. Estes objectivos podem ser complementares que significa que o alcance de um pode impulsionar o alcance de outro e podem ser conflituantes que significa que o alcance de um requer o sacrifício de outro (não podem ser alcançados simultaneamente). Podemos ter objectivos complementares: Estabilidade da taxa de juro e Estabilidade do Mercado Financeiro; Podemos ter objectivos conflituantes: Estabilidade de preços e alto nível de emprego; alto nível de emprego e crescimento económico; estabilidade de preços e crescimento económico. Podemos visualizar na tabela alguns objectivos conflituantes. 6 Objectivo Conflitos Pleno emprego - Crescimento económico - Estabilidade de preços Crescimento económico - Pleno emprego - Estabilidade de preços Estabilidade de preços - Alto nível de emprego - Crescimento económico Estabilidade dos mercados de câmbio - Estabilidade de preços De uma maneira sucinta, a justificação por trás de alguns dos conflitos é; tomemos por instância a Estabilidade de preços e o Alto Nível de Emprego; suponhamos que as autoridades monetárias e fiscais decidam expandir a procura agregada com o uso de políticas, isto irá causar um crescimento económico com mais procura agregada e como consequência os preços irão subir; como há mais procura, haverá certa pressão das empresas aumentarem a produção contratando mais trabalhadores. O resultado disso tudo é que haverá uma subida do Nível de Emprego, mas como Trade-off o Nível geral de Preços também subirá e assim sacrificando o objectivo de Estabilidade de Preços o que torna estes objectivos conflituantes. 11. Na execução da Política Monetária, o Banco de Moçambique recorre a diferentes instrumentos, apresente de forma sucinta em que consistem as operações de mercado aberto e como elas afectam o objectivo final da política monetária. R.: As operações de mercado aberto são as compras e vendas de títulos públicos envolvendo o Banco Central e os Bancos Comerciais (representando o público). Geralmente o Banco Central usa estas operações para controlar a oferta monetária e assim manter um objectivo final que é o de Estabilidade de Preços. As compras expandem a oferta monetária e as vendas contraem-na. Quando o Banco Central compra títulos, retira dinheiro dos seus cofres e entrega ao público aumentando assim as notas e moedas em circulação; o resultado em curto prazo é um aumento no nível geral de preços com o aumento na oferta monetária. Já as vendas reduzem a oferta monetária quando o Banco Central emite os títulos e o público paga em dinheiro, o resultado final é que notas e moedas saem do público para o Banco Central e consequentemente a oferta monetária reduz; como resultado da redução na oferta monetária o nível geral de preços baixa a curto prazo. 12. Na última sessão do Comité de Política Monetária do Banco de Moçambique houve percepção que o nível de preços estava elevado pelo que era necessário estabilizar através da redução da massa monetária. O Comité resolveu baixar as taxas directoras. Concorda com o posicionamento do Banco de Moçambique? Argumente mostrando os mecanismos de transmissão até ao objectivo final. (Nota: analise também o impacto nas taxas de juro do mercado) R.: Não concordo. As taxas directoras estão relacionadas às taxas de redesconto que são as taxas nas quais o Banco Central concede empréstimos aos Bancos Comerciais; quando 7 o Banco Central baixa as taxas directoras, os Bancos Comerciais ficam estimulados a fazer empréstimos junto ao Banco Central para conceder mais crédito ao público, pois estes estão mais baratos de fazer. Como resultado, os Bancos Comerciais vão baixar as suas taxas de empréstimos e irão conceder mais crédito ao público, aumentando as notas e moedas em circulação juntamente com a massa monetária, estimulando crescimento económico e subida do nível de preços. 13. Atente nos seguintes Balanços do sector monetário moçambicano referentes a 30 de junho de 2018 (valores em milhões de MT) Balanço Agregado dos Bancos Comerciais Disponibilidades em MZN 4.000,00 Depósito a ordem de residentes 30.000,00 Reservas Obrigatórias 2.000,00 Depósito a ordem de não residentes 5.000,00 Aplicações no Estrangeiro 13.000,00 Depósito a prazo de residentes 15.000,00 Crédito ao Governo 5.000,00 Depósito a prazo de não residentes 5.000,00 Crédito a Particulares 15.000,00 Responsabilidades contraídas no exterior 8.000,00 Crédito a Empresas 40.000,00 Crédito obtidos no Banco Central 7.000,00 Imobilizado líquido 2.000,00 Capital Social 8.000,00 Contas a regularizar 2.500,00 Lucros Retidos e Reservas 3.000,00 Depósitos do Estado 2.500,00 83.500,00 83.500,00 Balanços do Banco Central Disponibilidades em MZN 8.000,00 NMC 15.000,00 Aplicações no Estrangeiro 5.000,00 Empréstimo obtido no exterior 5.000,00 Crédito ao Governo 7.500,00 Depósito do Estado 6.000,00 Crédito aos Bancos Comerciais 12.000,00 Reservas Obrigatórias 2.000,00 Imobilizado líquido 1.500,00 Fundos Próprios 6.000,00 34.000,00 34.000,00 Elabore o Balanço consolidado do sector monetário a data de 31 de julho de 2018, considerando a ocorrência dos seguintes factos patrimoniais no mês de julho: i) A União Europeia incrementou o seu apoio ao Orçamento Geral do Estado no valor de EUR 10.000.000 equivalentes a MT 7 mil milhões, que foram imediatamente utilizados em 20% para liquidação do empréstimo junto do Banco Central e o restante foi mantido em depósitos; ii) Realizou-se um saneamento financeiro do crédito malparado no montante de MT 3 mil milhões concedidos a particulares; iii) Registou-se um aumento dos depósitos captados pelos bancos comerciais em 100% e o nível de preferência pela liquidez manteve ao longo do mês; iv) O Banco Central aumentou as NMC em 150% expandindo as suas aplicações no exterior, concedendo o crédito as instituições monetárias e ao Governo. O montante de crédito ao Governo utilizado para expandir as NMC representa metade das aplicações no exterior expandidas e estas representam 75% do crédito concedido as instituições monetárias; 8 v) O crédito saneado foi recuperado em 80% por uma agência de recuperaçãode dívidas mediante a comissão de 20% do valor cobrado. R.: 1. O Estado recebeu 7.000 e tirou 20% (= 1.400,00) para liquidar sua dívida junto ao Banco Central e o remanescente (= 5.600) foi depositado. Crédito ao Governo = 7.500 – 1.400 = 6.100 Disponibilidades = 8.000,00 + 1.400 = 9.400 Depósito do Estado = 6.000 + 5.600 = 11.600 Disponibilidades = 9.400 + 5.600 = 15.000 2. Realizou-se um saneamento financeiro de crédito malparado de 3.000 a particulares. Crédito a particulares = 15.000 – 3.000 = 12.000 Lucros e Reservas = 3.000 – 3.000 = 0 3. Aumento de depósitos captados pelos bancos comerciais em 100% Depósitos totais = 57.500 + 57.500 = 115.000 Com todos depósitos aumentando o seu valor pelo dobro (em 100%). Disponibilidades = 4.000 + 55.500 = 59.500 Reservas obrigatórias = 2.000 + 2.000 = 4.000 (no Banco Central aumenta como passivo e nos Bancos Comerciais aumenta como activo) 4. O Banco Central aumentou as NMC em 150% (= 22.500), expandindo as suas aplicações no exterior, concedendo crédito às instituições monetárias e ao governo. O montante de crédito ao Governo utilizado para expandir as NMC representa metade das aplicações no exterior expandidas e estas representam 75% do crédito concedido as instituições monetárias. NMC = 15.000 + 22.500 = 37.500 X – Aumento nas aplicações no exterior 9 Y – Aumento no crédito aos Bancos Comerciais Z – Aumento no crédito ao Governo Vamos ter um aumento de 22.500 X + Y + Z = 22.500 Z = X/2 X = ¾ Y 3 4 𝑌 + 𝑌 + ( 3 4 𝑌)/2 = 22.500 X = 7.941,18 (Aplicações no exterior); 5.000 + 7.941,18 = 18,941.12 Y = 10.588,24 (Crédito aos bancos comerciais); 12.000 + 10.588,24 = 22,588.24 Z = 3.970,58 (Crédito ao governo); 6.100 + 3.970, 58 = 870.50,01 5. O crédito saneado foi recuperado em 80% (= 2.400) e 20% foi pago na comissão (= 600) Disponibilidades = 2.400 Lucros e Reservas = 2400 Vejamos agora o novo Balanço a final de julho com auxílio das contas T. Balanço Agregado dos Bancos Comerciais Disponibilidades em MZN 61.900,00 Depósito a ordem de residentes 60.000,00 Reservas Obrigatórias 4.000,00 Depósito a ordem de não residentes 10.000,00 Aplicações no Estrangeiro 13.000,00 Depósito a prazo de residentes 30.000,00 Crédito ao Governo 5.000,00 Depósito a prazo de não residentes 10.000,00 Crédito a Particulares 12.000,00 Responsabilidades contraídas no exterior 8.000,00 Crédito a Empresas 40.000,00 Crédito obtidos no Banco Central 7.000,00 Imobilizado líquido 2.000,00 Capital Social 8.000,00 Contas a regularizar 2.500,00 Lucros Retidos e Reservas 2.400,00 Depósitos do Estado 5.000,00 140.400,00 140.400,00 Balanços do Banco Central Disponibilidades em MZN 17.000,00 NMC 37.500,00 Aplicações no Estrangeiro 12.941,18 Empréstimo obtido no exterior 5.000,00 Crédito ao Governo 10.070,58 Depósito do Estado 11.600,00 Crédito aos Bancos Comerciais 22.588,24 Reservas Obrigatórias 4.000,00 Imobilizado líquido 1.500,00 Fundos Próprios 6.000,00 64.100,00 64.100,00 10 Somando os valores dos balanços, teremos o Balanço Consolidado Balanço Consolidado (Banco Central + Bancos Comerciais) Disponibilidades em MZN 78.900,00 Depósito a ordem de residentes 60.000,00 Aplicações no Estrangeiro 25.941,18 Depósito a ordem de não residentes 10.000,00 Crédito ao Governo 15.070,58 Depósito a prazo de residentes 30.000,00 Crédito a Particulares 12.000,00 Depósito a prazo de não residentes 10.000,00 Crédito a Empresas 40.000,00 Responsabilidades contraídas no exterior 8.000,00 Imobilizado líquido 3.500,00 Empréstimo obtido no exterior 5.000,00 Contas a regularizar 2.500,00 Capital Social 8.000,00 Crédito aos Bancos Comerciais 15.588,24 Lucros Retidos e Reservas 2.400,00 NMC 37.500,00 Fundos próprios 6.000,00 Depósitos do Estado 16.600,00 193.500,00 193.500,00 14. Suponha que o BCI – Fomento tem um Balanço com a seguinte composição (em milhões de meticais): 225 em reservas; 1575 para empréstimos e 300 em capital próprio. Suponhamos que o banco sofre um saque de 150 milhões. Diga quais são as implicações deste saque para o BCI – Fomento e quais as medidas correctivas (do mais eficiente ao menos eficiente), poderias propor ao banco para solucionar este problema e ainda indicar, se existirem, vantagens e desvantagens dessas soluções. Considere uma taxa de reservas obrigatórias de 10%. R.: Sendo a taxa de reservas obrigatórias de 10%, podemos montar uma conta T, representando o balanço do BCI – Fomento. ATIVO PASSIVO Reservas Excedentárias 75 Capital 300 Reservas Obrigatórias 150 Empréstimos 1575 Depósitos 1500 1800 1800 Aconteceu um saque de 150 milhões e o Balanço do Banco ficou assim: ATIVO PASSIVO Reservas Excedentárias 0 Capital 300 Reservas Obrigatórias 75 Empréstimos 1575 Depósitos 1350 1650 1650 O Banco fica sem reservas excedentárias e também fica com défice nas suas reservas obrigatórias de 60 milhões porque, os seus depósitos reduziram para 1350 e o banco deve reter 10% (= 135) dos mesmos. Neste caso, o banco tem 4 opções básicas, do mais eficiente ao menos eficiente. 1. Pode pedir emprestado fundos em outros bancos. O custo destes empréstimos são os juros que serão pagos na medida em que a dívida será liquidada. 11 2. Pode vender os seus títulos, o custo dessa actividade pode ser algumas cobranças das agências de corretagem e também os custos de transação. 3. Pode recorrer a empréstimos de redesconto junto ao Banco Central. Geralmente a taxa de juro de redesconto é mais alta em relação as taxas de juro das outras instituições financeiras. 4. O Banco pode reduzir seus empréstimos em 60 milhões e depositar no Banco Central de modo a cumprir com o défice nas suas reservas obrigatórias. O Banco pode fazer isso de duas maneiras, a primeira seria, se o banco tem vários empréstimos de curto prazo renovados em curtos intervalos, pode reduzir os seus empréstimos não aceitando uma renovação dos mesmos; alguns clientes podem não apreciar e simplesmente abandonar o banco em futuras aplicações, e isso é uma perda para o Banco. Outra maneira seria vender os seus empréstimos a outros bancos, isso é muito dispendioso porque, o cliente pode não se sentir confortável com a decisão do banco e decidir abandona-lo para futuros empréstimos, e também, pela falta de conhecimento entre o novo banco e o cliente, o banco pode não aceitar comprar o empréstimo no seu total valor. 15. Considere dois bancos (Banco A com 75 em Reservas; 525 em Empréstimos; 500 em Depósitos e 100 de Capital Bancário); (Banco B com 100 em reservas; 500 em empréstimos; 550 em Depósitos e 50 de Capital Bancário). Estes dados estão em milhões de MT em cada um destes bancos. I) Se o Banco A sofrer um saque de depósitos de 50 milhões, com ro = 10%, o que você faz para evitar o problema subsequente do seu banco? II) Se houver um saque de depósito de 50 milhões, qual balanço patrimonial o banco preferia ter em princípio: o do Banco A ou do Banco B? Explique R.: Vejamos os Balanços dos dois bancos. Banco A ATIVO PASSIVO Reservas 75 Capital 100 Empréstimos 525 Depósitos 500 600 600 Banco B ATIVO PASSIVO Reservas 100 Capital 50 Empréstimos 500 Depósitos 550 600 600 12 Assumindo a taxa de reservas obrigatórias de 10%, podemos fazer a seguinte análise. O Banco A, tem que ter 50 milhões de meticais obrigatórios nas suas reservas; depois do saque, os depósitos reduzem para 450 e agora o Banco deve ter 45 nas reservas obrigatórias, mas como o saque reduziu o valor das suas reservas de (75 – 50 = 25). O Banco A fica com défice de 20 milhões de meticais em suas reservas. Porque deve ter 45 milhões e apenas tem 25 milhões nas reservas. O Banco B, por sua vez, terá que ter 55 milhões nas suas reservas obrigatórias; depois dosaque, os depósitos reduzem para 500 e agora precisa ter 50 milhões nas reservas obrigatórias, como o saque reduziu o valor das suas reservas totais em 50, temos 50 milhões como remanescente de reservas totais. Ou seja, o Banco B, cumpriu com suas reservas obrigatórias, mas fica sem reservas excedentárias que é mais favorável do que ficar sem reservas obrigatórias como é o caso do Banco A. Analisando os dois bancos, é preferível ter o Balanço Patrimonial do Banco B. III) Assuma que por causa das cheias, os dois bancos perderam 40 dos seus empréstimos ao sector da agricultura. O que vai acontecer para cada um dos bancos? R.: Vejamos novamente os balanços de ambos bancos, analisemos o que irá mudar depois da perda de empréstimos em cada banco. O Banco A perde 40 milhões em activos, consequentemente irá perder mesmo valor em Capital Bancário; o banco B idem. Banco A ATIVO PASSIVO Reservas 75 Capital 60 Empréstimos 485 Depósitos 500 560 560 Banco B ATIVO PASSIVO Reservas 100 Capital 10 Empréstimos 460 Depósitos 550 560 560 Ambos os Bancos sofreram perdas no seu Património Líquido, o Banco A ficou com 60 e o Banco B ficou com 10. Como ainda têm o Património Líquido positivo nenhum destes bancos corre risco de insolvência, se este fosse o caso, as autoridades iriam fechar o banco, vender seus activos e dispensar os seus gestores; mas de qualquer forma, o Banco A fica mais confortável que o Banco B, pois este tem mais capital e reduz o risco de se tornar insolvente em casos de perdas. 13 IV) Assumindo que no ano passado os dois bancos foram bem geridos e que a taxa de rendibilidade dos activos foi de 3%. Qual é o banco que vai remunerar melhor os seus accionistas? R.: Para fazer esta análise, teremos que introduzir algumas equações; ROA, ROE e EM. O ROA é o Retorno sobre activos e nos diz a lucratividade do banco e é definido pelo resultado líquido de impostos dividido pelos activos. 𝑅𝑂𝐴 = 𝑅𝑒𝑠𝑢𝑙𝑡𝑎𝑑𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜 𝐴𝑡𝑖𝑣𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 3% O EM é o multiplicador de capital e nos mostra a razão entre os activos e o capital investido. Assim: Para o banco A 𝐸𝑀 = 600 100 = 6 Para o banco B 𝐸𝑀 = 600 50 = 12 Já ROE é o Retorno sobre o capital e este nos diz o quanto os acionistas estão ganhando dos seus investimentos e é o que nos queremos encontrar para determinar qual dos bancos esta oferecendo um melhor retorno aos seus acionistas. É definido pelo produto do EM pelo ROA, assim: Para o banco A 𝑅𝑂𝐸 = 3% ∙ 6 = 6% Para o banco B 𝑅𝑂𝐸 = 3% ∙ 12 = 36% Podemos ver que o banco B tem 6 vezes mais retorno para os acionistas que o banco A, isto nos leva a conclusão que dado nível de ROA, quanto mais baixo o nível de capital, mais retorno há para os acionistas. V) Considerando as vantagens e desvantagens da composição de cada balanço quando ocorrem as situações descritas em c) e d), diga qual é o balanço preferido na sua óptica. R.: Em c) o Banco A fica com mais capital que o Banco B tendo mais solvibilidade, mas nós vimos que existe um trade-off entre retorno sobre o capital e segurança de solvibilidade assim 14 como d) mostra. Na minha óptica eu iria preferir o balanço do Banco A, pois este é um investimento mais seguro, especialmente em tempos incertos, em que existe muito risco de perder activos. 16. Um banco que tem 1.000,00 milhões de meticais de fundos próprios, foi contactado para fazer um financiamento de 12.000,00 milhões de meticais à empresa SIGMA classificada como C- pela agência de rating GAMA, oficialmente acreditada pela autoridade reguladora do sistema financeiro. a) Determina o rácio de solvabilidade, considerando o seguinte: Classificações de AAA são ponderáveis em 0%; de B+ e B- em 100% e as de C- em 150%. 𝑅𝑆 = 𝐹𝑃 𝑅𝑊𝐴 𝑅𝑆 = 1000 12000 ∙ 150% = 5,56% b) Comenta a situação da instituição considerando que o rácio mínimo regulamentar é de 8,5% e indica as recomendações a tomar caso necessário. R.: Como a instituição não atingiu o rácio mínimo de solvabilidade a recomendação que eu poderia dar é da empresa aumentar os seus fundos através dos seus acionistas. 17. Um banco moçambicano, com fundos próprios de 1.500 milhões de meticais, possui a seguinte carteira de activos (valores em milhões de meticais): DESCRIÇÃO VALORES Várias exposições em risco 20.000,00 (i) Crédito a empresa lambda 2.000,00 Crédito garantido por habituação 3.000,00 Exposição sobre a empresa alfa 4.000,00 Exposição extrapatrimonial 400,00 (ii) Montante do risco de mercado 500,00 Montante do risco operacional 800,00 Notas: i) Daquele valor, 10% são títulos de dívida do governo de Moçambique, 20% são depósitos de prazo inferior a 1 ano no banco KAPITAL; 30% são créditos garantidos por hipoteca de habitação; e o restante, créditos divididos por igual sobre 4 empresas (DELTA, DZETA, ETA, TETA). II) Daquele valor, 110 milhões são ponderáveis a 20%; 140 milhões a 50% e 150 milhões a 100%, quer pelo 1° acordo como pelo 2°. 15 Pedidos: Tendo em conta que a mais recente classificação atribuída às seguintes entidades por uma hipoteca agência de rating a operar em Moçambique é a seguinte: DESCRIÇÃO VALORES EMPRESA ALFA B+ EMPRESA BETA AAA EMPRESA KAPITAL B+ EMPRESA DELTA B- EMPRESA DZETA B+ EMPRESA ETA B- EMPRESA TETA AAA Nota: Classificações de AAA são ponderáveis em 0%; de B+ e B- em 100% e as de C- em 150%. O crédito garantido por hipoteca de habitação é ponderável em 50% pelo 1° acordo e 35% pelo 2° acordo de capitais), no 1° Acordo de Capitais, os depósitos com maturidades inferiores a 1 ano são ponderados em 20% pelo 1° acordo e em função da classificação do banco hospedeiro pela agência de rating pelo 2° acordo. Determine: a) O rácio de solvabilidade b) Comente sobre a situação do banco em análise assumindo o rácio de solvabilidade mínimo regulamentar de 9%
Compartilhar