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FACULDADE DE TECNOLOGIA FTEC Maria Ilaine seitenfus CURSO BACHARELADO EM PSICOLOGIA Resenha crítica – Talvez você deva conversar com alguém Terapia cognitivo-comportamental Bento Gonçalves 2021 Maria Ilaine seitenfus Resenha crítica – Talvez você deva conversar com alguém Terapia cognitivo-comportamental Disciplina: Psicologia Cognitiva Professor (a): Carine Metz Bento Gonçalves 2021 Talvez você deva conversar com alguém 2 Se a rainha tivesse culhões Um terapeuta chamado Wendell faz suas anotações num prontuário, paciente por volta dos 40, chamada Lori, queixa principal rompimento de um relacionamento, na qual relata que busca “ algumas sessões para passar por isso”. O problema atual é um motivo que leva uma pessoa a buscar Terapia, isso acontece quando uma pessoa chega a uma situação, na qual não consegue lidar, gerando desconforto, angústia, não consegue entender os motivos pelo qual o outro se manifestou daquela forma. Muitas vezes as pessoas não se preocupam com quanto elas tenham contribuído para isso, só querem um alívio, querem contar suas histórias, começando com o problema que gerou essas angústia, medo, aflição. Lori começa a contar o incidente com o namorado, primeiramente falando do quanto é atencioso, generoso, inteligente, engraçado e que sempre fez tudo por ela. Era um namorado romântico, fazia tudo que ela desejava, sem questionar nada, colocava ela sempre em primeiro lugar, escutava com atenção os detalhes do seu dia, se lembrava mais de sua vida do que ela mesma. Um namorado perfeito, sempre prestativo, acolhedor, um porto seguro para Lori, tão seguro que me parece que ela esqueceu que ele também precisava ser escutado, receber afeto, muitas vezes não nos damos conta, e percebemos o mundo e as pessoas ao nosso redor a partir da nossa tríade cognitiva. Acreditamos que somente as nossas necessidades devem ser supridas e não conseguimos olhar ao nosso redor. Acontecem as distorções cognitivas, quando não percebemos a realidade de fato como ela, acreditamos que da forma como percebemos o outro está correta, mas muitas vezes o que se apresenta não é a realidade de fato. Não fizemos isso propositadamente, são crenças, na qual acreditamos serem verdades. Numa mesma situação cada pessoa devido as suas crenças, pensamentos automáticos disfuncionais, irão ter reações emocionais e comportamentos diferenciados. Sempre deixamos fora o que não se enquadram nas nossas perspectivas, muitas vezes nós somos o motivo das nossas dificuldades, e se conseguirmos deixar de lado nossa maneira de ser algo surpreendente acontece. A terapia acontece num processo paralelo, o terapeuta nos coloca questões que precisamos refletir sobre nós mesmos, essa é a diferença de fazer terapia e de buscar um conselho, através do método socrático, que são questionamentos feito ao paciente que estimule a curiosidade e o desejo de inquerir, começamos a nos dar conta, que muitas vezes a forma que olhamos para as pessoas e o mundo de fato não é a melhor forma, precisamos ampliar esse olhar, aprendendo a nos questionar, pois somente nós temos as respostas para as situações que a vida nos apresenta. A terapia é uma troca, podemos ver através das reflexões propostas, a vida de outro ângulo, mas o terapeuta também pode através das reflexões do paciente, fazer as suas reflexões, é uma troca na qual os dois estão aprendendo. Um dos passos importantes de uma terapia é que além de nos ajudar a assumir as responsabilidades por crises em andamento, e que não é o que fizeram com a gente, mas o que nós nos propomos a fazer com tudo isso, precisamos entender em construir nossa própria vida, e nos sentimos livres para mudar, pois muitas vezes acreditamos devido a nossas crenças que os problemas são circunstancial ou situacional, tem sempre causa externa, devido à isso acreditamos que são sempre os outros que causam os nossos problemas, medos, ansiedade, tristeza. Queremos sempre mudar o outro, não conseguimos perceber que precisamos primeiro mudar a forma que pensamos diante de uma situação, mudando assim a forma que reagimos emocionalmente, para mudarmos como nos comportamos. No momento que o namorado decide terminar o relacionamento o mundo de Lori desaba, foi num momento de silêncio dele que ela resolve perguntar se estava acontecendo alguma coisa, quantas vezes esses momentos apareceram e ela não se deu conta, que o silêncio é uma fala, nunca imaginou que isso iria acontecer, acreditava que era para sempre, que tudo ficaria assim, estava negando, sentindo raiva, tristeza profunda e não conseguindo aceitar, muitas vezes nos sentimos assim diante de uma situação que criamos como eterna, e de repente o outro percebe que tem necessidades diferentes e resolve viver uma outra vida, e não nos damos conta que apesar de estarmos juntos, somos um ser único e individual, mudamos o tempo todo, vivemos e morrermos várias vezes nessa vida, e não estamos livres desses acontecimentos. Além de Lori, seu namorado também tinha crenças disfuncionais, acredito que em muitos momentos ele queria que ela adivinhasse o problema, não achava o melhor momento para falar do quanto algumas coisas o encomendavam, mas não existe o melhor momento, presenciamos aprender se aquilo nos angustia hoje, é nesse momento que precisamos falar sobre essas questões, pois no momento que falo com alguém das minhas dores, ansiedades, medos, me dou a oportunidade de resignificar, dar outro sentido e significado para os acontecimentos, acreditamos muitas vezes, que nós somos nossos pensamentos e não quem os observa. A terapia é importante, para podermos compreender nossas crenças e padrões de comportamento, para podermos produzir de várias formas mudanças cognitivas, modificando nosso pensamento e no sistema de crenças, produzir uma mudança emocional e comportamental duradoura. Ver a si mesmo de uma forma realista como alguém que tem pontos fortes e pontos fracos, não somente a nós mas ao outro. Lori somente percebeu os pontos fortes do namorado, mas ele também tinha seus pontos fracos, acreditou que ele era perfeito. Precisamos em muitos momentos da vida avaliar nossos pensamentos automáticos, examinarmos a validade dessas ideias, precisamos cuidar para não fazer uma generalização dos fatos que estão acontecendo. Lori por se sentir amada, acolhida, nunca se questionou, nunca perguntou ao namorado se estava tudo bem, foi vivendo o relacionamento achando que estava tudo certo. Da mesma forma que nós futuros terapeutas devemos ter interesse genuíno, afeto, empatia, atenção com nossos pacientes, para criarmos vínculo, também precisamos ter com os nossos relacionamento, acredito muito que no namoro de Lori faltou um pouco dessas habilidades sociais para que o namorado, em outros momentos pudesse falar sobre as suas angústias, medos e ansiedades. Precisamos também sempre ter um equilíbrio da vida profissional e pessoal, no qual faltou o equilíbrio desses dois elementos, a queixa do namorado era ter momentos entre eles, quando não estava trabalhando, seus momentos de lazer incluíam o filho de Lori, o momento casal ficava de lado, ela não conseguiu perceber que ele tinha necessidades diferentes que o filho, em alguns momentos poderia ser os três, mas em outros somente o casal. O terapeuta de Lori, terá que primeiramente fazer uma estruturação e psicoeducação, como o estabelecimento de uma agenda e feedback, para maximizar a eficiência das sessões de tratamento, ajudar ela a organizar seus esforços em direção a recuperação e intensificar o aprendizado. Tanto ela quanto o terapeutase dão feedback, pois na terapia cognitivo-comportamental, o paciente tem e o terapeuta trabalham juntos como uma equipe. O terapeuta pode usar várias ferramentas para psicoeducar, livros de autoajuda, apostilas, para poder conhecer um pouco mais sobre sua queixa principal. Também temos a reestruturação cognitiva, no qual o terapeuta pode ajudar ela a reconhecer e modificar os pensamentos e esquemas disfuncionais desadaptativos. Ensinar habilidades para mudar cognições, e depois fazer com que ela realize exercícios entre as sessões que servem para expandir o aprendizado da terapia para o mundo real. Precisa de muitas repetições para fazer essa mudança, para crenças e esquemas mais adaptativos, que gerem menos sofrimento. Temos também o método comportamental que seria programar atividades e eventos prazerosos, treinamentos respiração e relaxamento pois reduzem a ansiedade, estresse e promovem mais mudança positivas, par apresentar a ter esse olhar mais amoroso com ela. Muitas vezes nos questionamos, fazemos uma reflexão quando as coisas não vão bem, mesmo nos momentos de sensações positivas precisamos fazer essas reflexões, também são importantes, pois nem tudo que parece é, acreditamos que se alguém está sorrindo e suprindo as nossas necessidades está tudo bem, mas por traz disso tudo podem existir crenças disfuncionais, e muitas vezes o outro ao se dar conta que poderia ser diferente, toma uma atitude e assusta, perdemos o chão, colocamos uma expectativa, na qual muitas vezes o outro não consegue suprir. Tudo isso ajudará Lori a perceber o quanto esse olhar para si é importante, muitas vezes sem nos darmos conta, acreditamos que os outros devam nos dar tudo isso, esperamos do externo e quando ele muda, perdemos o chão, não sabemos o que fazer. Por isso quando isso parte de nós, o outro só vem e agrega, se em algum momento ele resolve ir, tudo bem, vivemos o luto que é necessário, mas entendemos que a nossa depende de nós, essa responsabilidade é exclusiva nossa, se entendermos isso, não se vitimizamos, sabemos somo autores da nossa própria vida. Bibliografia Beck, J.S. Terapia cognitivo-comportamental: Teoria e Prática. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2013. Wright, J.H., Brown. G. K., Thase. M.E., Basco. M.R. Apreendendo a terapia cognitivo-comportamental: Um guia ilustrado. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2019.
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