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ASPECTOS GERAIS DA DOENÇA HEPÁTICA Principais doenças primárias: Hepatite viral, doença hepática alcoólicas, doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), carcinoma hepatocelular (CHC). Principais lesões secundárias: Descompensação cardíaca, câncer disseminado, infecções extra-hepáticas Processos insidiosos: demoram semanas ou meses para ocorrer descompensação (exceto Insuficiência hepática fulminante). Geralmente só percebíveis por exames laboratoriais anormais Categoria Medição Integridade dos hepatócitos Enzimas citosólicas Asp. aminot. sérica - AST Alanina a. s. - ALT Lactato desidrog. - LDH Função excretora biliar Subst. da bile: Bilirrubina sérica Total: conj. + n-conj Direta: conjugada Indireta: ligada à albumina Bilir. na urina Ác. biliares séricos Enzimas da m. plasmática Fosfatase alcalina sérica GGT 5'-nucleotidase Função dos hepatócitos Ptnas do sangue Albumina sérica* Tempo de protrombina (FV, VII, X, protromb. e fibrinog) Metabolismo hepatócitos Amônia sérica Exalação com aminopirina (desmetilação hepática)* Eliminação de galactose (injeção intravenosa)* *se reduz = lesão Padrões de Lesão Hepática Respostas celulares à lesão: Degeneração de hepatócitos e acúmulos intracelulares- Necrose e apoptose de hepatócitos- Inflamação- Regeneração- Fibrose- Insuficiência Hepática Consequência clínica mais severa Estágio final de lesão crônica progressiva do fígado Quando 80-90% da função perdida Mortalidade de 80% caso não seja feito transplante Insuficiência Hepática Aguda Fulminante (quando acompanhada de encefalopatia após 2 semanas de icterícia) - Subfulminante (quando acompanhada de encefalopatia após 3 meses de icterícia) - Necrose hepática maciça por fármacos e toxinas (acetaminofeno em 50% dos casos) HAV 4% dos casos• HBV 8% dos casos• HCV raramente causa• - Doença Hepática Crônica Via mais comum para insuficiência- Termina em cirrose- Disfunção hepática sem necrose evidente Hepatócitos viáveis, mas incapazes de desempenho funcional - Toxicidade por tetraciclina ou fígado gorduroso agudo da gravidez- Síndromes Clínicas do Fígado, Hepatites e Doenças da Vesícula Biliar Página 1 de Medicina Toxicidade por tetraciclina ou fígado gorduroso agudo da gravidez- Aspectos Clínicos Resultam da incapacidade funcional dos hepatócitos Sinais característicos de disfunção hepática grave Icterícia e colestase Hipoalbuminemia → Edema periférico Hiperamoniemia → Disfunção cerebral Fetor hepaticus → Cheiro de ovo podre (formação de mercaptanos + shunt portossitêmico) Hipoglicemia Eritema palmar → Hiperestrogenemia Angiomas tipo spider → Hiperestrogen. Hipogonadismo (masculino) Ginecomastia (masc.) Perda de peso Atrofia muscular Hipertensão portal associada à cirrose Ascite com ou sem peritonite bacteriana espontânea Esplenomegalia Varizes esofágicas Hemorroidas Cabeça de medusa - pele abdominal Complicações pela insuficiência hepática Coagulopatia → Falha hepática na produção de fatores da coagulação → Sangramento GI → Carga hepática extra Encefalopatia hepática Síndrome hepatorrenal Hipertensão portopulmonar Síndrome hepatopulmonar Encefalopatia Hepática Perturbações da consciência: anormalidades comportamentais → confusão acentuada + estupor → coma e morte - Rigidez- Hiper-reflexia- Asterixe (mov. De extensão-flexão rápidos não-ritmados de extremidades quando membros retos) - Associada a elevação da amônia no sangue e SNC Promove edema cerebral• - Reversível se quadro hepático puder ser tratado- Síndrome Hepatorrenal Insuficiência renal que surge em pacientes hepáticos sem causa intrínseca- Retenção de sódio + prejuízo da excreção de água livre + dim. Da perfusão renal/filtração glomerular - Vasodilatação sistêmica + ativação SNA simpático renal com vasoconstrição das a. aferentes + síntese de vasoativos = ↓filtração glomerular - Inicia com diminuição do débito urinário + elev. Ureia e creatinina no sangue- Associado a fator de estresse precipitante: infecção, hemorragia GI, grande cirurgia- Prognóstico ruim: sobrevida 2 semanas com início rápido, 6 meses se insidioso - Tratamento: transplante- Síndrome Hepatopulmonar Tríade clínica de doença hepática crônica- Hipoxemia- Dilatações vasculares intrapulmonares- Causas: Deseq. Ventilação-perfusão (ausência de fluxo uniforme)• Limitação da difusão de oxigênio (alto fluxo nos vasos dilatados)• Desvio do sangue das artérias pulmonares para veias pulmonares• - Principal mediador: NO produzido pelo pulmão- Redução da saturação arterial + aumento da dispneia à mudança de posição + spider nevi cutâneos - Maioria responde ao tratamento com O2, mas definitivo só transplante- PRINCIPAIS CAUSAS DA ICTERÍCIA Página 2 de Medicina PRINCIPAIS CAUSAS DA ICTERÍCIA Hiperbilirrubinemia Predominantemente não Conjugada - Produção excessiva = ↑bilirrubinemia Anemias hemolíticas○ Reabsorção de sangue de hemorragias internas ○ Síndromes de eritropoiese ineficaz (anemia perniciosa e talassemia)○ - Captação hepática reduzida Interferência de drogas no transp. de membrana○ Doença hepatocelular difusa (hepatite viral, cirrose)○ - Conjugação Prejudicada da Bilirrubina Icterícia fisiológica do recém-nascido○ Hiperb. predominantemente conjugada - Excreção hepatocelular diminuída Def. de transportadores na membrana canalicular○ Disf. da membrana canalic. por drogas (contracepticos, ciclosporina)○ Dano ou toxicidade hepatocelular (hepatites, nutrição parenteral, infecção sistêmica)○ - Fluxo biliar prejudicado Destruição inflamatória dos ductos (cirrose, colangite, transplante...); cálculos e carcinomas do pâncreas○ DISTÚRBIOS INFECCIOSOS Hepatite viral Pode ser atingido por infecções virais sistêmicas:- Mononucleose infecciosa (vírus Epstein-Barr)1. Citomegalovírus (recém-nascidos ou imunossup.)2. Febre amarela (países tropicais)3. Vírus da Hepatite A Incubação de 3-6 semanas- Não cronifica e raramente é fulminante (fatalidade < 0,1%)- Endêmico em locais com pouca higiene / saneamento- Sintomas inespecíficos: fadiga + perda de apetite + icterícia- Hepatovírus Ingestão de água + alimentos contaminados• Liberado 2-3 semanas antes até 1 semana após icterícia nas fezes• - Detectado no soro e saliva- Viremia transitória: raramente sanguínea (não testado em transfusão)- Lesão celular por ação células T CD8+ não por vírus (não citopático)- IgM específicos surgem com sintomas- Quando IgM aumenta, eliminação fecal termina- IgG Anti-HAV pode durar a vida toda e atuar contra todas as cepas de HAV- Vírus da Hepatite B Infecção pode resultar em: Hepatite aguda com recuperação de eliminação do vírus1. Hep. Crônica não progressiva2. Doença crôn. Progressiva com cirrose3. Hepatite fulminante com necrose hepática maciça4. Estado de portador assintomático- Transmissão em países com alta prevalência maior por via perinatal- Países com prev. Intermediária transmissão maior na infância - Página 3 de Medicina Países com prev. Intermediária transmissão maior na infância - Países desenvolvidos com transmissão sexual maior- Incubação de 4-26 semanas com permanência no sangue- 70% assintomáticos ou sintomas leves, maioria sem icterícia- 30% com sintomas inespecíficos: anorexia, febre, icterícia e dor HD Quase todos autolimitados e cede sem tratamento• - Doença crônica rara em países não endêmicos Fulminante também rara (0,1-0,5%)• - Hepadnaviridae HBsAg (ptna central do nucleocapsídeo) aparece antes dos sintomas e diminui a níveis indetectáveis em 3-6 meses - Anti-HBs não aumenta até doença aguda passar e não detectável por meses Perduram para a vida (base da vacina)○ - Enzimas HBeAg, HBV-DNA e DNA-polimerase surgem após HBsAg no sangue = replicação viral ativa - Anti-HBc detectável pouco antes dos sintomas e aminotransferases- - Níveis de HBV DNA podem ser detectados por PCR, mas não se sabe se é de infecção recente ou não- Lesão dos hepatócitos por células T CD8+ citotóxicas- Prevenção por vacinação + triagem sangue, órgão e tecido doado- Vírus da Hepatite C Infecção transmitida pelo sanguemais comum Metade dos casos de doença hepática crônica- - Redução depois de triagem sanguínea- Maioria dos infectados crônicos: 20-30% com acometimento cirrótico- Fatores de risco mais comuns (múltiplos): Drogas intravenosas (54%)- Múltiplos parceiros (36%)- Cirurgia nos últimos 6 meses (16%)- Ferimento por picada de agulha (10%)- Contatos com pessoas infectadas (10%)- Atividade profissional médica ou odonto (1,5%)- Desconhecido (32%)- - Flaviridae Baixa fidelidade do RNA polimerase = vírus inerentemente instável = múltiplos genótipos/subtipos - Aspecto característico da lesão: surtos repetidos de lesão pela reativação de infecção pré- existente OU emergência de cepa endógena mutada - - Intubação 2-26 semanas (média de 6-12)- Curso clínico assintomático na maioria (85%)- Anti-HCV detectável no sangue por 1-3 semanas junto com aumento de transaminases: Pequena minoria dos pacientes consegue eliminar o vírus- Respostas potentes de CD8 e CD4 associadas a doença autolimitada- - Infecção persistente e hepatite crônica são marcas registradas Cirrose em 5-20 anos em 20-30% dos infectados- - HCV inibe ativamente respostas antivirais mediadas por interferon através da sinalização do receptor toll-like e sinalização de receptores de IFN - Característica clínica é elevação episódica das aminotransferases séricas Insuficiência fulminante é rara- - Vírus da Hepatite D RNA único que depende do HBV para infectar Coinfecção aguda: exposição simultânea; HBV fornece HBsAg para desenvolver vírions HDV completos Resulta em hepatite B + D aguda○ Não difere clinicamente da Hepatite B nem na cronicidade○ Alta incidência de insuficiência relatada em usuários de drogas○ - Superinfecção: portador crônico de HBV infectado com HDV (nova doença 30-50 dias mais tarde) Hepatite aguda severa em portador crônico assintomático ou exacerbação de Hepatite pré-existente - Fase aguda com replicação ativa de HDV e aumento de ALT- Fase crônica com dim. De HDV e aumento de HBV + flutuação de ALT: doença progride para cirrose e câncer hepatocelular (CHC) - - Infecção latente independente do auxiliar: casos de transplante de fígado doente- - Página 4 de Medicina Infecção latente independente do auxiliar: casos de transplante de fígado doente Sem evidência de doença hepática○ Viremia só ocorre se HBV sobreviver ou infectar de novo e ativar HDV- - Antígeno Delta: única proteína produzida pelo vírus Recoberto pelo revestimento de HBsAg○ RNA de fita única: menor de todos os vírus animais○ - Detectável no sangue e fígado dias após sintomas Mais fácil identificar pelo igM contra HDAg e HBcAg (denota nova infecção por hept. B) ○ - Tratamento limitado a IFN-a: agentes antivirais para HBV sem eficácia- Vacinação contra HBV previne HDV- Vírus da Hepatite E Doença Zoonótica com reservatório animal: macacos, gatos, cachorros e porcos.- 30-60% dos casos de hepatite aguda na índia (>HAV)- Alta taxa de mortalidade entre gestantes: até 20%- Não associado a hepática crônica ou viremia persistente- Incubação média de 6 semanas, geralmente autolimitada- Herpesvirus- HevAg: antígeno que pode ser detectado no citoplasma dos hepatócitos na infecção ativa Vírions eliminados nas fezes • - Dx por PCR das fezes Elevação de IgM anti-HEV, aminotransferases e clínica são simultâneas• Sintomas cedem em 2-4 semanas e IgM substituída por IgG anti-HEV• - Vírus da Hepatite G Flavivirus com similaridade ao HCV- Nome inadequado pois não é hepatotrópico nem eleva aminotransferases séricas Vírus replica no baço e medula óssea- - Transm. Sanguínea ou sexual Não causa doença conhecida: não triado nos bancos de sangue- Efeito protetor em coinfecção com HIV - - Síndromes Clinicopatológicas da Hepatite Viral HCV é notório pela cronicidade; apenas um pequeno número de HBV a desenvolvem; HAV e HEV não causam cronicidade; Outras causas de hepatite crônica incluem: alcoolismo, medicamentos, toxinas, doença de Wilson, deficiência a- antitripsina e autoimunidade. ○ - Hepatite fulminante é pouco comum, mas vista primariamente em HBV;- Infecção Assintomática Aguda com Recuperação Apenas evidência sorológica- Elevação mínima de AST e ALT ou após sintomas, pelos anticorpos virais- HAV e HBV são notórios na infecção de crianças pelo mundo todo- Infecção Sintomática Aguda com Recuperação Ictérica ou não- Qualquer hepatotrópico pode causar- Divide-se em: Período de incubação1. Fase pré-ictérica sintomática2. Fase ictérica sintomática3. Convalescença4. - Infectividade máxima nos últimos dias assintomáticos e primeiros dias sintomáticos- Página 5 de Medicina Hepatite Crônica Com ou sem progressão para cirrose- Evidência sintomática, bioquímica ou sorológica de infecção > 6 meses- Clínica extremamente variável e sem refletir evolução- Alguns com único sintoma elevação de transaminases S. mais comum: fadiga• S. menos comum: perda de apetite, surtos de icterícia leve• - Achados físicos: angiomas, eritema palmar, hepatomeglia, sensibilidade hepática e esplenomegalia - Lab: elevação tempo de protrombina Alguns: hiperglobulinemia, hiperbilirrubinemia, elevação leve ALP• Vasculite e glomerulonefrite pode se desenvolver em B e C• Também ocorre crioglobulinemia em 35% dos C crônicos.• - Idade no momento da infecção é o melhor determinante de B crônica Mais jovem (perinatal) mais chance de ser crônico: atentar infecção vertical mãe-filho• - HCV é o maior responsável pela cronicidade Tratamento atual usa de IFN-a e Ribavirina • Genótipos 2 e 3 mais responsivos ao tratamento• - Página 6 de Medicina Genótipos 2 e 3 mais responsivos ao tratamento• Estado de Portador Indivíduos que abrigam vírus mas não possuem doença hepática1. Indivíduos que abrigam vírus mas apresentam lesão não progressiva, permanecendo assintomáticos ou com capacidade preservada 2. Ambos atuam como reservatório para a infecção- Em HBV, portador saudável = sem HBeAg, mas com anti-Hbe, aminotransferares normais, HBV DNA ausente ou normal, biópsia sem lesão hepática/inflamação/necrose - HIV e Hepatite Viral Crônica 10% dos HIV positivos possuem HBV e 30% HCV; - Principais causas de morbidade + segunda causa de morte mais comum em AIDS- HIV exacerba HBV e HCV; mas não se sabe se o contrário é válido- Agentes anti-HIV podem causar hepatotoxicidade- Insuficiência Hepática Fulminante Com necrose hepática submaciça ou maciça- Progressão em 2-3 semanas com encefalopatia hepática- Hepatite viral responsável por 12% dos casos- 8% HBV e restante HAV → apoptose maciça HCV, dengue e herpesvírus podem causar- Não infecto: acetaminofeno- 15% idiopático- - Pode ocorrer regeneração completa a partir de células progenitoras dos Canais de Hering. Destruição maciça dos lóbulos confluentes permite regeneração, mas nodosa e irregular- Evolução prolongada pode resultar em cicatrização fibrosa levando à cirrose- - Transplante é única opção para pacientes com doença que não cede antes do desenvolvimento de nova infecção secundária e insuficiência de outro órgão - Mortalidade de 80% sem transplante e 35% com transplante- HEPATITES Página 7 de Medicina HEPATITES TIPOS HAV Infecção aguda (<6 meses)- Transmissão por rota fecal-oral- RNA de fita simples (+), não-envelopado- HBV Inf. Aguda e crônica - Transm. sexual, transfusão ou perinatal (vertical)- DNA de fita dupla (parcial, +), envelopado- HCV Inf. Aguda e crônica- Transm. Sexual, transfusão ou perinatal- RNA de fita simples (+), envelopado- HDV Inf. Crônica (aguda por vezes)- T. sexual, transfusão ou perinatal- Necessita HBV Co-infecção: simultâneo HBV○ Superinfecção: após HBV○ - RNA de fita simples (-), envelopado- HEV Inf. Aguda- T. Fecal-oral- RNA de fita simples (+), não-envelopado- FISIOPATOLOGIA Vírus de RNA (HAV, HEV, HCV, HDV) Adentram por endocitose Liberam RNA de fita simples Usam ribossomos p/ sintetizar proteínas Capsômeros- Antígenos - Polimerases de RNA e DNA- Adentram complexo de Golgi Encapsulam proteínas e enzimas produzidas RNA Polimerase dependenteProduz mais RNAs a partir de molde Junta RNA + proteínas envelopadas Liberação da célula Vírus de DNA (HBV) Adentram célula (endocitose) → Núcleo Enzimas reparadoras de DNA Reparam DNA de fita dupla parcial do vírus → fita dupla completa Produção de mRNA viral e liberação do núcleo Ribossomos produzem capsômeros, antígenos, polimerases... Produção de PG RNA (PRÉ-GENÔMICO) → Transcriptase reversa → forma DNA viral a partir do RNA DNA de fita dupla parcial produzido Se junta às proteínas produzidas = Liberação na circulação DNA inserido no núcleo pode continuar replicando e produzindo novas moléculas de si mesmo Princípio para surgimento de câncer Dano no hepatórico Lise do hepatócito = morte celular- MHC-I → Ptna viral pode ligar-se → Linfócitos citotóxicos CD8+ reconhecem → secreção de perforinas → buracos na membrana plasmática permitem entrada de granzimas → indução de apoptose = morte celular - Liberação de IFN-Y → Ativação de macrófagos → indução de Ltcitotóxicos- Citopatologia Página 8 de Medicina Citopatologia FASE PRODRÔMICA Produção de IL-1, IL-6, TNF-a No SNC induz PGE e PGF à Febre (hipotálamo) No tronco encefálico induz zona de êmese (vômito) → Náusea e vômito Dim. Da volemia- Desbalanço eletrolítico- Perda ponderal- Também induz diarreia- FASE ICTÉRICA Diminuição da conjugação de bilirrubina → liberação no sangue (direta e indireta) + Inflamação do fígado → Pode afetar canais biliares intra-hepáticos → Liberação de sais biliares no sangue Depositam na conjuntiva ocular (icterícia) + pele (palma e planta) Rins excretam bilirrubina direta (indireta não filtrada) → Urina escurecida (colúria) Diminuição da produção de Bile → ↓bilirrubina no trato GI → ↓Urobilinogênio → ↓Estercobilina → Fezes cor cinza (ACOLIA) Inflamação do fígado gera aumento de tamanho = Hepatomegalia → Dor no HD Liberação de enzimas AST- ALT- ALP (BILIAR)- GGT (BILIAR)- ↓Proteínas coagulantes Vias intrínsecas ↑Tempo de protrombina (PTT)▪ - Vias Extrínsecas ↑TP/INR▪ - - Manifestações Extra-hepáticas: HBV e HCV Indução de resposta auto-imune → formação de complexo imune → depósito em tecidos Sinóvia = Artrite- Paredes vasculares = Vasculites (Artrite polinodosa) - HBV- Miocárdio e Pericárdio = Miocardite e Pericardite- Glomérulos renais = Glomerulonefrite Membranosa- Membrano-proliferativa- - Plaquetas = Trombocitopenia- Hemácias = Anemia hemolítica- Neutrófilo = Neutropenia- Aumento de linfócitos (atípicos)! (típico de infecção) FASE CONVALESCENTE Resolução dos problemas DOENÇA HEPÁTICA INDUZIDA POR DROGAS OU TOXINAS Órgão metabolizador e detoxificador; lesão pode ocorrer por toxicidade direta (conversão hepática de xenobióticos ou mec. imunes). Exposição à toxina sempre incluída na Diag dif. → Álcool principal agente de lesão hepática; Doença hepática → manifestação de insuficiência aguda ou doença crônica → remédios fitoterápicos, suplementos, aplicações tópicas (pomada, shampoo e perfume), exposição ambiental (solventes, pesticidas...); Reações previsíveis: dose-dependente (ex. acetaminofeno → metabólitos tóxicos do CyP-450); imprevisíveis: variações individuais/idiossincrásicas Overdoses (acidentais e intencionais) ocorrem porque citotoxicidade é dependente do sistema do cit. P450 → insuficiência hepática fulminante Drogas que causam reações idiosincrásicas: clorpromazina (colestase), halotano (hepatite imuno), sulfonamidas, a-metildopa e alopurinol → frequentemente cit. direta mediada por resp. imuno (destroi hepatócitos e ductos b.) Padrão de Lesão Achados Morfológicos Exemplos de Agentes Associados Colestática Colestase hepatocelular branda, sem inflamação Esteroides contraceptivos e anabólicos; terapia de reposição estrogênica Página 9 de Medicina Hepatite Colestática Colestase com atividade ncroinflamatória lobular, pode exibir destruição do ducto biliar Numerosos antibióticos; fenotiazinas Necrose hepatocelular Necrose pontilhada dos hepatócitos Necrose submaciça, zona 3 Necrose maciça Metildopa, fenitoína Acetaminofeno, halotano Isoniazida, fenitoína Esteatose Macrovesicular Etanol, metotrexato, corticosteroides, nutrição parenteral total Esteato-hepatite Microvesicular, corpos de Mallory Amiodarona, etanol Fibrose e Cirrose Fibrose periportal e pericelular Metotrexato, isoniazida, enalapril Granulomas Granulomas epitelioides não caseosos Sulfonamidas, numerosos outros agentes Lesões vasculares Síndrome da obstrução sinusoidal (doença veno- oclusiva): obliteração das veias centrais Síndrome de Budd-chari Dilatação dos sinusoides Peliosis hepatis: cavidades preenchidas por sangue, não revestidas por células endoteliais Quimioterapia em alta dose, alguns chás de ervas Contraceptivos orais Contraceptivos orais, outros agentes Esteroides anabólicos, tamoxifeno Neoplasias Adenoma hepático Carcinoma hepatocelular Colangiocarcinoma Angiossarcoma Contracept. Orais, esteroides anab. Thorotrast Thorotrast Thorotrast, cloreto de vinil DOENÇAS DA VESÍCULA BILIAR COLELITÍASE Cálculos biliares PATOLOGIA Hipomotilidade da vesícula (estase) ou hipersecreção de muco (aprisionamento dos cristais) → colesterol supersaturado = monoidrato de colesterol Ocorre mais com presença de bilirrubina não-conjugada (anemias hemolíticas e infecções) → precipitados de sais de cálcio de bilirrubina insolúveis FATORES DE RISCO: - Idade e gênero > 80 anos e mulheres 2x mais - Etnia e geo: alguns nativos com hipersecreção biliar Página 10 de Medicina - Etnia e geo: alguns nativos com hipersecreção biliar - Hereditariedade: erros inatos do metabolismo relacionados a síntese e secreção de sais biliares - Ambientais: estrogênio, atcpnl oral e gravidez aumentam risco + obesidade e tratamento com hipocolesterolêmico clofibrato - Transt. adquiridos: qualquer transt. de mobilidade da vesícula MORFOLOGIA 50-100% colesterol (+ amarelados) Adição de cálcio, fosfatos e bilirrubina escurece Forma ovoide firme Maioria radiotransparente (apenas 20% dos cálculos com carbonato de cálcio suficiente p/ radiopaco) Cálculos de pigmentos: 50-75% dos cálculos negros são radiopacos + cálculos castanhos radiotransparentes CLÍNICA 70-80% sem dor até fim da vida Dor excruciante no QSD ou Epig Constante ou espasmódica Obstrução da via ou inflamação da VB Complicações: empiema, perfuração, fístulas, inflamação da árvore biliar, colestase obstrutiva e pancreatite Cálculos pequenos (areia) são mais perigosos Cálculos grandes podem erodir p/ alça de intestino delgado (íleo de cálculo bilair) COLECISTITE Aguda, crônica ou aguda superposta à crônica MORFOLOGIA Alteração de cor vermelho-vivo ou manchada, violeta a verde-negro (hemorragias) 90% dos casos com cálculos Bile enevoada ou turva com fibrina, sangue e pus franco Se pus puro: empiema da vesícula Parede espessa, edematosa, e hiperêmica Grave: órgão necrosado verde-negro → Colecistite gangrenosa Colecistite crônica quase não diferenciável: cálculos = diagnóstico Ulcerações não frequentes CALCULOSA AGUDA Obstrução do colo da vesícula ou ducto cístico Principal complicação e causa de colecistectomia de emergência Irritação da mucosa por isolecitina (lecitina biliar hidrolisada por fosfolipases) Inflamação mucosa e mural pelas prostaglandinas liberadas Acontecem na ausência de infecção bacteriana (posterior) ACALCULOSA AGUDA Cirurgia não biliar Trauma grave Queimaduras graves Sepse + desidratação, estase, comprometimento vascular, infecção bacteriana CRÔNICA Quase sempre associada a cálculos Supersaturação da bile predispõe a inflamação e cálculos + pode infeccionar por E. coli e enterococos em 1/3 dos casos Obstrução na saída da vesícula não é requisito CLÍNICA Acalculosa aguda Dor biliar por ao menos 6h Dor intensa QSD e irradia ao ombro direito + Febre, náusea, leucocitose, prostração Hiperbilirrubinemia = obstrução do ducto biliar comum Região subcostal direita rígida (espasmos) Vesícula distendida pode ser palpável Ataque regride em 1-10dias mas recorrência comum 1/4 dos pacientes requerem cirurgia Diagnóstico geralmente obscurecido pela condição do paciente Crônica Dor epig. cte + náusea, vômito e intolerância a alim. gordurosos Diagnóstico de cálculos por ultrassonografia + patologia da vesícula ressecada Página 11 de Medicina Diagnóstico de cálculos por ultrassonografia + patologia da vesícula ressecada Complicações: - Superinfecção bacteriana c/ colangite / sepse - Formação de abscesso com perfuração da vesícula - Ruptura com peritonite - Fístula bilioentérica (colecistoentérica) → ar + bacs e pode obstruir intestino com cálculos - Descompensação cardio, pulmo, renal ou hepato DOENÇAS NOS DUCTOS BILIARES EXTRA-HEPÁTICOS COLECOLITÍASE1 E COLANGITE2 1. Cálculos na árvore biliar Sintomas pela: obstrução; colangite; abscesso; doença hepática crônica; colecistite calculosa aguda 2. Inflamação aguda nas paredes dos ductos → por infecção pois luz sempre estéril (geralmente pelo esfíncter de oddi) Outras causas (além da colecolitíase): cirurgia, stents, ou catéteres de demora, pancreatite aguda ou estenose benigna; Geralmente forma mais grave = colangite supurativa ( bile purulenta distende ductos) CIRROSE BILIAR SECUNDÁRIA Obstrução da árvore biliar = dano ao fígado Geralmente por colelitíase extra-hepática + atresia biliar, canceres, estenoses Inflamação secundária com fibrogênese periportal (gera fibrose e nódulos) ATRESIA BILIAR Principal colestase neonatal Destruição ou ausência de parte dos ductos biliares extra-h Características - inflamação estenose fibrosante dos ductos extra-h - inf. dos ductos intra-hepáticos - aspectos floridos de obstrução biliar em biópsia - fibrose periportal e cirrose 3-6m após nasc. CURSO CLÍNICO Perda de peso + fezes acólicas conforme desenvolve; S/ distinção laboratorial atresia biliar e colestase intra-hepática Exceto com biópsia Transplante de fígado é o tratamento definitivo Morte até 2 anos s/ tratamento KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; ASTER, J. C. Robbins patologia básica. Rio de Janeiro: Elsevier Editora, 2013. P.603-644 Página 12 de Medicina