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HIPÓFISE A glândula hipófise secreta vários hormônios que controlam outras glândulas endócrinas. Essa glândula possui relação com o hipotálamo que secreta hormônios que controlam a hipófise, sendo a principal conexão entre o sistema nervoso e endócrino. Hipotálamo secreta nove hormônios Hipófise secreta sete hormônios A hipófise é uma glândula em forma de ervilha com 1-1,5 cm de diâmetro, sendo localizada na fossa hipofisial da sela turca do esfenoide. Infundíbulo fixa a hipófise ao hipotálamo Adeno-hipófise (lobo anterior) 75% da glândula, sendo formada por tecido epitelial 1. Parte distal = porção maior 2. Parte tuberal = forma uma bainha ao redor do infundíbulo Neuro-hipófise (lobo posterior) composta por tecido neural 1. Parte nervosa = porção bulbosa maior 2. Infundíbulo Parte intermediaria que se atrofia durante o desenvolvimento fetal humano, deixando de existir como um lobo separa em adultos Distúrbios endócrinos OBJETIVOS: 1. Revisar a morfofisiologia da glândula hipófise 2. Categorizar os distúrbios hormonais 3. Compreender a etiologia, fisiopatologia e manifestações clínicas do hipo e hiperpituitarismo ADENO-HIPÓFISE: Secreta hormônios que regulam uma ampla variedade de atividades corporais A liberação dos hormônios é estimulada por hormônios liberadores e suprimida por hormônios inibidores do hipotálamo Sistema porta hipofisário por onde os hormônios liberadores e inibidores chegam à adeno-hipófise O sangue flui de uma rede capilar para uma veia porta e depois para uma segunda rede capilar, ou seja, nesse sistema, o sangue flui de capilares do hipotálamo para veias porta que levam o sangue para capilares da adeno-hipófise Artérias hipofisárias superiores levam sangue para o hipotálamo Plexo primário do sistema porta hipofisário divisão das artérias hipofisárias superiores na junção entre o hipotálamo e o infundíbulo O sangue passa desse plexo primário para as veias porto-hipofisárias que se dividem na adeno-hipófise em um plexo secundário do sistema porta hipofisária (rede de capilar) 1. Células neurossecretoras sintetizam os hormônios hipotalâmicos liberadores e inibidores, além de envolverem os hormônios em vesículas que alcançam os terminais axônicos por meio do transporte axônico 2. Exocitose das vesículas por impulsos nervosos 3. Hormônios chegam ao plexo primário do sistema porta hipofisário 4. Eles fluem com o sangue pelas veias porto-hipofisárias, alcançando o plexo secundário Os hormônios secretados pelas células da adeno-hipófise passam pelos capilares do plexo secundário que drenam para veias porto-hipofisárias anteriores e caem na circulação geral Hormônios tróficos ou trofinas hormônios da adeno-hipófise que atuam sobre outras glândulas endócrinas Células da adeno-hipófise e seus hormônios: 1. Somatotrofos secretam hormônio do crescimento (GH)/somatotrofina 2. Tireotrofos secretam hormônio tireoestimulante (TSH)/tireotrofina 3. Gonadotrofos secretam duas gonadotrofinas que atuam nas gônadas a. Hormônio foliculoestimulante (FSH) b. Hormônio luteinizante (LH) 4. Lactototrofos secretam prolactina (PRL) 5. Corticotrofos secretam o hormônio adrenocorticotrófico (ACTH)/corticotrofina e hormônio melanócito-estimulante (MSH) Hormônios: 1. GH promover a síntese e secreção de fatores de crescimento insulinosímiles (IGFs) Em resposta ao GH, as células do fígado, no músculo esquelético, na cartilagem e nos ossos ocorre a secreção de IGFs (crescimento corporal + regulação de aspectos do metabolismo) 2. TSH estimula a síntese a secreção de T3 e T4 pela glândula tireoide 3. FSH estimula o desenvolvimento de folículos ovarianos, a secreção de estrogênio e a produção de espermatozoides nos testículos 4. LH desencadeia a ovulação (liberação do ovócito secundário), a formação do corpo lúteo e a secreção de progesterona, além de estimular a secreção de testosterona 5. PRL inicia e mantem a produção de leite nas glândulas mamárias 6. ACTH estimula o córtex da glândula suprarrenal a secretar glicocorticoides (cortisol) 7. Hormônio melanócitoestimulante HORMÔNIO SECRETADO POR HORMÔNIO HIPOTALÂMICO LIBERADOR HORMÔNIO HIPOTALÂMICO INIBIDOR GH Somatotrofos Hormônio liberador do hormônio do crescimento (GHRH) – somatocrinina Hormônio inibidor do hormônio do crescimento (GHIH) – somatostatina TSH Tireotrofos Hormônio liberador de tireotrofina (TRH) Hormônio inibidor do crescimento (GHIH) FSH Gonadotrofos Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) LH Gonadotrofos Hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) PROLACTINA Lactotrofos Hormônio liberador de prolactina (PRH) Hormônio inibidor da prolactina (PIH) – dopamina ACTH Corticotrofos Hormônio liberador de corticotrofina (CRH) Hormônio melanócitoestimulante Corticotrofos Hormônio liberador de corticotrofina (CRH) Dopamina Controle da secreção pela adeno-hipófise: 1. Células neurossecretoras no hipotálamo secretam cinco hormônios liberadores que irão estimular a secreção de hormônios pela adeno-hipófise, além de secretar dois hormônios inibidores que suprimem a secreção de hormônios adeno-hipofisários 2. Feedback negativo hormônios liberados pelas glândulas-alvo diminuem a secreção de três tipos de células da adeno-hipófise (tireotrofos, corticotrofos e gonadotrofos) NEURO-HIPÓFISE: Não sintetiza hormônios Armazenamento e liberação de dois hormônios Formada por axônios e terminais axônicos de células hipotalâmicas neurossecretoras Núcleos paraventricular e supraóptico do hipotálamo onde se encontram os corpos celulares das células neurossecretoras Trato hipotálamo-hipofisial formado pelos axônios das células neurossecretoras, se iniciando no hipotálamo e terminando próximo dos capilares sanguíneos na neuro-hipófise Corpos celulares das células neurossecretoras sintetizam o hormônio ocitocina e o hormônio antidiurético (ADH)/vasopressina Após a produção desses hormônios, eles são envolvidos em vesículas secretoras que se movem por transporte axônico rápido até os terminais axônicos na neuro-hipófise, onde ficaram armazenado até os impulsos nervosos desencadearem a exocitose e liberação hormonal Artérias hipofisárias inferiores por onde o sangue chega na neuro-hipófise Essas artérias drenam para o plexo capilar do infundíbulo Plexo capilar do infundíbulo rede capilar que recebe ocitocina e ADH Em seguida, esses hormônios passam para as veias porto-hipofisárias posteriores para atingir as células-alvo Controle da secreção pela neuro-hipófise: 1. Ocitocina atua sobre o útero e as mamas Intensifica as contrações das células musculares lisas da parede uterina Estimula a ejeção de leite das glândulas mamárias 2. Hormônio antidiurético (ADH) diminui a produção de urina ADH faz com que os rins devolvam mais água no sangue, diminuindo o volume urinário Ausência de ADH aumento do débito urinário Diminui a perda de água pela sudorese Vasoconstrição das arteríolas, elevando a PA Controle da PA: a. Pressão osmótica sanguínea alta ou diminuição do volume urinário b. Estimula os osmorreceptores c. Ativação das células hipotalâmicas neurossecretoras d. Sintetização e liberação de ADH e. Impulsos nervosos f. Exocitose das vesículas com ADH g. Liberação de ADH atinge rins, glândulas sudoríferas e musculatura lisa das paredes dos vasos sanguíneos h. Rins retem água, reduzindo o débito urinário i. Glândulas sudoríferas reduz a atividade secretora j. Musculatura lisa das paredes dos vasos vasoconstrição k. Eleva a pressão sanguínea HORMÔNIO TECIDOS-ALVO CONTROLE DA SECREÇÃO AÇÕES PRINCIPAIS Ocitocina Útero Mamas Células neurossecretoras do hipotálamo secretamocitocina em resposta à distensão uterina e à estimulação dos mamilos Estimula a contração uterina pela contração das células musculares lisas Promove a ejeção de leite por estimular a contração das células mioepiteliais nas glândulas mamárias ADH Rins Glândulas sudoríferas Arteríolas Células neurossecretoras do hipotálamo secretam ADH em resposta a elevação da pressão osmótica do sangue, desidratação, perda de volume sanguíneo, dor ou estresse Inibição de ADH – baixa da pressão osmótica do sangue, volume sanguíneo elevado e álcool etílico Conserva a água corporal por meio da redução do volume de urina Reduz a perda de água pela perspiração Eleva a pressão arterial pela vasoconstrição das arteríolas REFERÊNCIAS: TORTORA, Gerard J.; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. DISTÚRBIOS HORMONAIS GLÂNDULAS DISTÚRBIOS HORMONAIS MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS FISIOPATOLOGIA Hipófise Hiperpituitarismo Distúrbios visuais, amenorreia, galactorreia, infertilidade, gigantismo, acromegalia, síndrome de Cushing Secreção excessiva de hormônios tróficos que resulta em adenoma da hipófise anterior Hipófise Hipopituitarismo Diabetes insípido, síndrome de Sheehan, nanismo hipofisário, amenorreia, infertilidade, redução da libido, perda de pelos pubianos, sintomas de hipotireoidismo e hipossuprarrenalismo Deficiência de hormônios tróficos que resulta em processos destrutivos como lesão isquêmica, cirurgia ou irradiação e reações inflamatórias Hipófise Efeito de massa local – anomalias radiográficas da sela túrcica Anomalias do campo visual, hemianopsia bitemporal, convulsões, hidrocefalia obstrutiva, paralisia de nervo craniano, queda do nível de consciência, hemorragia aguda Expansão selar, erosão óssea e ruptura do diafragma selar Tireoide Hipertireoidismo Estado hipermetabólico, hiper-reatividade do SN simpático, rubor, intolerância ao calor, sudorese excessiva, hipermotilidade intestinal, fraqueza muscular, tremor, irritabilidade Liberação excessiva de hormônios tireoidianos Tireoide Hipotireoidismo Cretinismo (retardo mental, baixa estatura), mixedema (apatia generalizada, lentidão mental, sintomas de depressão), cansaço Deficiência de hormônio tireoidiano Tireoide Tireoidite Disfunção tireoidiana, aumento da tireoide, dor a deglutição, febre, mal-estar Inflamação da tireoide Tireoide Doença de Graves Tireotoxicose, oftalmopatia, dermopatia, hiperplasia difusa da tireoide Hipertireoidismo endógeno Tireoide Bócio difuso e multinodular Aumento da tireoide, obstrução de vias aéreas, hipertireoidismo Comprometimento da síntese de hormônios tireoidiano, elevação de TSH que leva a hipertrofia e hiperplasia da tireoide Paratireoides Hiperparatireoidismo Hipercalcemia, dor nos ossos, cálculos renais, distúrbios gastrointestinais, depressão, letargia, anomalias ósseas Produção excessiva de PTH Paratireoides Hipoparatireoidismo Hipocalcemia, formigamento, espasmos musculares, arritmias cardíacas, aumento da pressão intracraniana, convulsões Deficiência de PTH Paratireoides Tumores Secreção excessiva de PTH Pâncreas endócrino Diabetes mellitus Poliúria, polidipsia, polifagia, perda ponderal, fadiga Autoimune, resistência insulínica, disfunção das células beta tipo 1 e tipo 2 Pâncreas endócrino Insulinomas Hipoglicemia, confusão mental, estupor Hipersecreção de insulina Pâncreas endócrino Gastrinomas Úlcera péptica Hipersecreção de gastrina Córtex suprarrenal Hiperadrenalismo Síndrome de Cushing, hiperaldosteronismo, síndromes adrenogenitais Hiperfunção adrenocortical – elevação dos glicocorticoides, excesso de secreção de aldosterona Córtex suprarrenal Hipoadrenalismo, insuficiência suprarrenal Fadiga, fraqueza, perda peso, sintomas digestivos, pigmentação progressiva da pele (doença de Addison) Queda da função suprarrenal Medula suprarrenal Neoplasias neuronais (neuroblastomas) Abdome protuberante, febre, perda ponderal Secreção de catecolaminas Medula suprarrenal Feocromocitoma Hipertensão, taquicardia, cefaleia, sudorese, tremor, dor abdominal, náuseas e vômitos Produção de catecolaminas, ACTH e somatostatina REFERÊNCIAS: KUMAR, V.; ABBAS, A.; ASTER, J. Robbins: Patologia Básica. 9° edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. HIPOPITUITARISMO O hipopituitarismo surge da deficiência parcial ou completa dos hormônios tróficos. Surge de distúrbios hipofisários ou hipotalâmicos adquiridos e, raramente, hereditários Pode ser isolada (único hormônio) ou múltipla Pan-hipopituitarismo deficiência de todos os hormônios da adeno-hipófise A falência hormonal da hipófise anterior tende a seguir uma ordem: GH LH/FSH TSH ACTH prolactina. ETIOLOGIA: Processos destrutivos Lesão isquêmica Cirurgia ou radiação Reações inflamatórias Adenomas hipofisários não funcionantes Doenças hipotalâmicas embriopatias congênitas, citogenética (cromossomo), hereditária, neoplásica ou infiltrada Lesões de massa Adenomas hipofisários – efeito compressivo: esporádicos ou associados a NEMs-1 Tumores cerebrais Metástase para hipófise Granulomas Cistos da bolsa de Rathke Histiocitose X Doenças vasculares/isquêmicas Necrose hipofisária pós-parto (Sheehan) Apoplexia hipofisária Anemia falciforme Eclâmpsia Isquemia Aneurisma cerebral Doenças infiltrativas/infecciosas Hemocromatose Sarcoidose Granulomatode de Wegener Tuberculose Neurossífilis Encefalite Doenças autoimunes Hipófise linfocítica Agentes externos Trauma cranioencefálico Cirurgia ou radioterapia cerebral Causas congênitas Deficiência de fatores de transcrição envolvidos na embriogênese da hipófise que leva a deficiências de múltiplos hormônios (PIT-1, PROP-1, HESX-1, LHX- 3) Deficiências isoladas (GH, gonadotrofinas, TSH) FISIOPATOLOGIA: 1. Hipopituitarismo congênito desenvolvimento anormal da hipófise por mutações em genes que codificam as moléculas sinalizadoras (FGF8, Shh, BMP2 e BMP4) e os fatores de transcrição (HSX-1, LHX-3, PROP-1, PITX1/2, PAX6, SOX-3). HESX-1/Rpx: papel na determinação e diferenciação inicial da hipófise. Defeitos no HESX-1 leva a deficiência isolada de GH ou associada à deficiência de TSH, prolactina, ACTH, LH e FSH Varia desde uma deficiência isolada de GH até pan-hipopituitarismo PROP-1: envolvida na ontogênese, diferenciação e na função dos somatotrofos, lactotrofos, tireotrofos e gonadotrofos. Deficiência de GH, TSH, prolactina, LH, FSH e ACTH PIT-1: encontrada nos somatotrofos, lactotrofos e tireotrofos Defeitos na PIT-1 deficiência de GH, TSH e prolactina SOX-3: fator de transcrição para o desenvolvimento hipotálamohipofisário Deficiência de GH 2. Hipopituitarismo adquirido Traumatismo cranioencefálico deficiência de GH Cirurgia hipofisária (ressecção de um tumor hipofisário) perda do tecido normal deficiência hormonal Radioterapia (tratamento de adenomas hipofisários) lesão direta a hipófise e de vasos sanguíneos hipotalâmicos redução da produção de hormônios liberadores Deficiência de GH gonadotrofinas ACTH TSH Hemocromatose deposição de ferro nas células hipofisária deficiência de gonadotrofinas Hemossiderose deposição de ferro na forma de hemossiderina Deficiência de GH e gonadotrofinas Deficiência de TSH Deficiência de ACTH Sarcoidose presença de granulomas não caseosos que afetam o SNC e SNP Deficiência de GH e gonadotrofinas Hipófise-linfocítica autoimune processo inflamatório crônico com fibrosee aumento do volume hipofisário Lesões isquêmicas hemorragia e infarto hipofisário a. Síndrome de Sheehan hemorragia pós-parto, necrose hipofisária, falha da lactação e hipopituitarismo b. Apoplexia hipofisária hemorragia aguda no interior da hipófise Deficiência de ACTH e cortisol Lesões hipotalâmicas deficiência na secreção de hormônios hipofisiotróficos Redução da secreção de vasopressina diabetes insípido MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 1. Deficiência de GH Baixa estatura Redução da taxa de crescimento Obesidade central HAS Hipercolesterolemia Redução do DC Astenia Perda de massa muscular 2. Deficiência de GH associada a gonadotrofinas, TSH e ACTH déficit neurológico, retardo mental, epilepsia, hemiparesia 3. Deficiência de TSH hipotireoidismo secundário 4. Defeitos na PIT-1 com deficiência de GH, TSH e prolactina hipófise reduzida, baixa estatura e hipotireoidismo neonatal 5. Deficiência de GH e gonadotrofinas baixa estatura, atraso puberal e hipogonadismo 6. Deficiência de LH/FSH hipogonadismo: perda de pelos, diminuição da libido, risco aumentado de osteoporose, infertilidade 7. Deficiência de ACTH insuficiência adrenal secundaria 8. Deficiência de prolactina incapacidade de amamentar 9. Hipófise-linfocítica cefaleia, alterações visuais 10. Síndrome de Sheehan falha na lactação, fadiga, anorexia, perda de peso, amenorreia, perda de pelos sexuais 11. Apoplexia cefaleia intensa, diplopia, comprometimento do campo visual, redução da acuidade visual HIPERPITUITARISMO O hiperpituitarismo surge do excesso de secreção dos hormônios tróficos. ETIOLOGIA: Adenoma hipofisário mais comum adenoma que surge no lobo anterior Hiperplasia e carcinomas da adeno-hipófise Secreção de hormônios pelos tumores não hipofisários Distúrbios hipotalâmicos (menos comum) Carcinomas hipofisários (menos comum) Adenoma tumores benignos que são classificados com base nos hormônios produzidos pelas células neoplásicas que são detectados por reações imunoistoquímicas. TIPO DE CÉLULA HIPOFISÁRIA HORMÔNIO SUBTIPOS DE ADENOMA SÍNDROME ASSOCIADA Lactotrófico Prolactina a. Adenoma lactotrófico b. Adenoma lactotrófico silencioso a. Galactorreia e amenorreia b. Disfunção sexual, infertilidade Somatotrófico GH a. Adenoma somatotrófico densamente granulado b. Adenoma somatotrófico esparsamente granulado c. Adenoma somatotrófico silencioso a. Gigantismo em crianças b. Acromegalia em adultos Mamossomatotrófico Prolactina, GH Adenomas mamossomatotróficos Características combinadas de GH e excesso de prolactina Corticotróficos ACTH e outros peptídeos derivados de POMC (pro- opiomelanocortina) a. Adenoma corticotrófico densamente granulado b. Adenoma corticotrófico esparsamente granulado c. Adenoma corticotrófico silencioso a. Síndrome de Cushing b. Síndrome de Nelson Tireotrófico TSH a. Adenomas tireotróficos b. Adenoma tireotrófico silencioso a. Hipertireoidismo Gonadotrófico FSH, LH a. Adenomas gonadotróficos b. Adenomas gonadotróficos silencioso (“célula nula”, adenomas oncocíticos) a. Hipogonadismo, efeito de massa e hipopituitarismo 1. Adenomas funcionantes associados ao excesso de hormônios e suas respectivas manifestações clínicas 2. Adenomas não funcionantes sem sintomas clínicos do excesso de hormônios, apresentando evidencias clínicas em estágios mais avançados Os adenomas não funcionantes (silenciosos) expressam hormônios correspondentes no interior das células neoplásicas, mas não produzem síndrome clínica associada e apresentam efeitos de massa acompanhados de hipopituitarismo pela destruição do parênquima hipofisário. **grandes adenomas hipofisários e adenomas não funcionantes podem causar hipopituitarismo pela destruição do parênquima da hipófise. Os adenomas podem ser classificados em: a. Microadenomas menos de 1 cm de diâmetro b. Macroadenomas mais que 1 cm de diâmetro Anomalias genéticas associadas aos adenomas hipofisários: 1. Ganho de função: GENE FUNÇÃO DA PROTEÍNA MECANISMO DE ALTERAÇÃO ASSOCIADO AO TUMOR HIPOFISÁRIO GNAS Codifica para subunidade alfa da proteína-G estimuladora (Gs- alfa). Mutação oncogênica de GNAS constitutivamente ativa Gs-alfa, levando a regulação positiva da atividade intracelular ao AMP cíclico (cAMP) Mutação ativadora Adenomas de GH Proteína-cinase A (subunidade reguladora 1) = PRKAR1A Codifica um regulador negativo da proteína-cinase A (PKA), um mediador decorrente de sinalização de cAMP. A perda de regulação PKA leva a uma atividade não apropriada de cAMP Inativação de mutações da linha germinativa de PRKAR1A estão presentes no complexo dominante autossômico Carney Adenomas de GH e prolactina Ciclina D1 Proteína regulatória do ciclo celular que promove a transição de G1-S Superexpressão Adenomas agressivos HRAS Regula várias vias oncogênicas, incluindo a proliferação, sobrevivência celular e metabolismo Mutação ativadora Carcinomas hipofisários 2. Perda de função: GENE FUNÇÃO DA PROTEÍNA MECANISMO DE ALTERAÇÃO ASSOCIADO AO TUMOR HIPOFISÁRIO MEN1 Codifica menin, uma proteína com funções variáveis na supressão de tumores, incluindo a repressão do fator de transcrição oncogênico Mutações inativadoras na linha germinativa de MEN1 (neoplasia endócrina múltiplas tipo 1) Adenomas de GH, prolactina e ACTH JunD e na modificação de histona CDKN1B A proteína p27 é um regulador negativo do ciclo celular Inativações de mutações da linha germinativa de CDKN1B Adenomas de ACTH Proteína interativa do receptor de hidrocarboneto de arilo (AIP) Receptor de hidrocarbonetos de arila é um fator de transcrição ativado por ligante Mutações germinativas da AIP que causa predisposição à síndrome do adenoma hipofisário Adenomas de GH Retinoblastoma (RB) Regulador negativo do ciclo celular Metilação do promotor do gene RB Adenomas agressivos As mutações na proteína G são as alterações mais comuns nos adenomas hipofisários. Essa proteína desempenha papel na transdução de sinais, transmitindo sinais de receptores específicos da superfície celular (GHRH) para efetores intracelular (adenilciclase) que geram mensageiros secundários (cAMP). Esses mensageiros são proteínas heterotriméricas, compostas de uma subunidade-alfa especifica que se liga ao nucleotídeo guanina e interage com receptores de superfície celular e efetores intracelulares. Já as subunidade beta e gama se ligam de forma não covalente à subunidade alfa específica. A Gs é uma proteína G estimulatória que desempenha papel na transdução de sinais em órgãos endócrinos como a hipófise. FISIOPATOLOGIA: 1. Adenomas lactotróficos secretores de prolactina Adenomas lactotróficos esparsamente granulados composto por células cromofóbas com localização próxima ao núcleo do fator de transcrição PIT-1 Adenomas lactotróficos densamente granulados localização da expressão de PIT- 1 difusa no citoplasma 2. Adenomas somatotróficos secretores de GH Densamente granulados células monomórficas e acidófilas com forte reatividade ao GH citoplasmático Esparsamente granulados células cromófobas com pleomorfismo nuclear e citológico Níveis elevados de GH estimula a secreção hepática de IGF-1 3. Adenomas corticotróficos produção excessiva de ACTH hipersecreção de cortisol 4. Adenomas mamossomatotróficos produz mais de um hormônio 5. Adenomas gonadotróficos produz LH e FSH 6. Adenomas tireotróficos produz TSH 7. Adenomas hipofisários não funcionantes 8. Carcinomas hipofisários presença de metástase cranioespinhais e sistêmicas Funcionantes produção de ACTH e prolactina MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Os sinais e sintomas dos adenomas hipofisários estão relacionados as alterações endócrinas e aos efeitos de massa. Efeitos de massa anormalidade radiográficas da sela túrcica, anormalidades do campo visual, sinais e sintomas de pressão intracraniana elevada, hipopituitarismo Hemorragia aguda Prolactinemia amenorreia, galactorreia, perda de libido, infertilidade Adenomas somatotróficos gigantismo, acromegalia, hiperostose (aumento da densidade óssea), prognatismo (aumento do maxilar), disfunção gonodal, DM, fraqueza muscular, HAS, artrite, ICC Adenomas corticotróficos hipercortisolismo (síndrome de Cushing), síndrome de Nelson Adenomas gonadotróficos distúrbio visual, cefaleia, diplopia, apoplexia hipofisária, diminuição da libido Adenomas tireotróficos hipertireoidismo REFERÊNCIAS: VILAR, Lucio. Endocrinologia Clínica. 7° edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2022. KUMAR, V.; ABBAS, A.; ASTER, J. Robbins: Patologia Básica. 9° edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
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