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Básico de Locomotivas VALER - EDUCAÇÃO VALE Pátio/TraçãoTrilha Técnica: Ferrovia | Básico de Locomotivas Pátio/TraçãoTrilha Técnica: Ferrovia | •• Emanoel Assis •• Eustáquio Andrade •• José Borba •• Nelson Romanha •• Paulo Silva Serra •• Ronilson Vieira Colaboradores VALER - EDUCAÇÃO VALE M en sagem V aler Caro Empregado, Você está participando da ação de desenvolvimento Básico de Locomotivas de sua Trilha Técnica. A Valer – Educação Vale construiu esta Trilha em conjunto com profissionais técnicos da sua área com o objetivo de desenvolver as competências essenciais para o melhor desempenho de sua função e o aperfeiçoamento da condução de suas atividades diárias. Todos os treinamentos contidos na Trilha Técnica contribuem para o seu desenvolvimento profissional e reforçam os valores saúde e segurança, que são indispensáveis para sua atuação em conformidade com os padrões de excelência exigidos pela Vale. Agora é com você. Siga o seu caminho e cresça com a Vale. Vamos Trilhar! Su m ário Introdução 5 1. Componentes Básicos de uma Locomotiva 6 1.1 Conjunto Motor/ Rodeiro 7 1.2 Truques 22 1.3 Plataforma 28 1.4 Engates 34 1.5 Tomadas Jumper 36 1.6 Cabina do Motor a Diesel e do Radiador de Resfriamento 38 1.7 Tanque de Combustível 40 1.8 Reservatório de Ar 43 2. Sistema de Freio 45 2.1 Visão Geral do Sistema de Freio 46 2.2 Compressor 48 2.3 Manômetros 50 2.4 Manipulador Automático 52 2.5 Freio Eletrônico 61 3. Motor Elétrico 64 3.1 Contextualização 65 3.2 Gerador de Tração 66 4. Motor a Diesel 69 4.1 Contextualização 70 4.2 Particularidades do Motor a Diesel 71 Anexo 74 A locomotiva, com certeza, é parte imprescindível em um trem: é a fornecedora de energia para o deslocamento da composição. Portanto, é muito importante o entendimento de cada um de seus elementos – é isso que propiciará a compreensão da relação entre eles, ou seja, como atuam em conjunto para a boa operação de uma locomotiva. Logo, este curso foi elaborado para que você conheça os princípios de funcionamento e os principais componentes das locomotivas. Verá a finalidade de cada um, o sistema de freios, os motores do tipo elétrico e a diesel – com destaque para o gerador e o compressor – e os tipos de locomotivas utilizados na Vale. Além disso, é importante sempre ter em mente um dos grandes objetivos da Vale com esta capacitação: assegurar que a realização das manobras ferroviárias se dará conforme a programação e regulamentação operacional, seguindo os padrões de qualidade, segurança, meio ambiente e saúde ocupacional. In trodu ção Inserir Imagem Nesta unidade, serão apresentadas as seguintes lições: •• 1.1 Conjunto Motor/ Rodeiro •• 1.2 Truques •• 1.3 Plataforma •• 1.4 Engates •• 1.5 Tomadas Jumper •• 1.6 Cabina do Motor a Diesel e do Radiador de Resfriamento •• 1.7 Tanque de Combustível •• 1.8 Reservatório de Ar C om p on en tes B ásicos de u m a Locom otiva 1 7Básico de Locomotivas 1.1 Conjunto Motor/ Rodeiro O conjunto motor/rodeiro de uma locomotiva é formado por: •• um eixo do rodeiro; •• um par de rodas; •• um par de rolamentos (mancais de apoio); •• um pinhão; •• uma engrenagem; •• uma caixa de engrenagens/ graxa; •• um motor de tração. Veja os detalhes de cada um e como manter a integridade e o bom funcionamento desses elementos. 8Básico de Locomotivas Eixo do rodeiro O eixo dos rodeiros é formado de aço forjado. Sua resistência é definida pela manga do eixo, como explicado na imagem: b a Manga = a x b Veja alguns exemplos: 6 ½“ x 12” 5 ½“ x 10” 36“ = 914 mm 40” = 1.016 mm 42” = 1.066,8 mm 6 ½“ x 12” 5 ½“ x 10” 36“ = 914 mm 40” = 1.016 mm 42” = 1.066,8 mm Pode-se concluir que a manga do eixo define a resistência dele de acordo com a carga por eixo da locomotiva. Rodas As rodas das locomotivas são constituídas de aço forjado e laminado, como você pode observar nas fotos a seguir: 9Básico de Locomotivas As rodas das locomotivas podem ter os seguintes diâmetros, de acordo com o modelo: 6 ½“ x 12” 5 ½“ x 10” 36“ = 914 mm 40” = 1.016 mm 42” = 1.066,8 mm 6 ½“ x 12” 5 ½“ x 10” 36“ = 914 mm 40” = 1.016 mm 42” = 1.066,8 mm 6 ½“ x 12” 5 ½“ x 10” 36“ = 914 mm 40” = 1.016 mm 42” = 1.066,8 mm Atenção! A falta de manutenção das rodas é um fator importante na ocorrência de acidentes. É indispensável que elas sejam frequentemente inspecionadas e perfiladas, prolongando sua vida útil. Mancais Os mancais têm a função de fixar o motor de tração ao eixo do rodeiro sem, contudo, impedir seu giro. Podem ser de dois tipos – de fricção ou de rolamentos. Observe-os nas imagens a seguir: Mancais de fricção Montagem de um conjunto de fricção Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 10Básico de Locomotivas No alojamento dos mancais de apoio de fricção, são montados os casquilhos, como você pode ver nas fotos a seguir: Motor com mancais de apoio de fricção Alojamento do mancal de apoio de fricção Casquilhos dos mancais de apoio de fricção 11Básico de Locomotivas A lubrificação dos casquilhos e do eixo das rodas é garantida pela escova ou mecha. Observe a escova de lubrificação: Escova de lubrificação do mancal Além da escova, um óleo também é utilizado na lubrificação dos casquilhos. Ele é armazenado em um reservatório localizado na capa do mancal, como mostra a figura: Reservatório de óleo 12Básico de Locomotivas Mancais de rolamentos Montagem de um conjunto de rolamentos Os mancais de rolamento, por sua vez, são classificados de acordo com o rolamento utilizado. Podem ser do tipo: •• rolo cilíndrico; •• cartucho. Mancais de rolamento do tipo rolo cilíndrico São lubrificados a óleo e compostos por: •• adaptador ou caixa de rolamento; •• gaiola; •• rolos cilíndricos. Atenção! As caixas de rolamento são usadas para fixar o conjunto do mancal aos pedestais do truque. Elas devem estar limpas e isentas de sujeira, poeira, cavacos de metal e materiais estranhos. Esses materiais podem impedir o assentamento adequado do rolamento no adaptador. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 13Básico de Locomotivas Adaptador Gaiola e rolo cilíndrico Mancais de rolamento do tipo cartucho Os mancais desse tipo são independentes e completamente vedados. Eles são: •• pré-montados; •• pré-ajustados; •• pré-lubrificados. Atenção! Esse tipo de rolamento deve ser lubrificado com graxa. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 14Básico de Locomotivas As imagens a seguir mostram alguns exemplos de rolamentos tipo cartucho. Confira: Vista em corte do rolamento tipo cartucho Os rolamentos tipo cartucho podem ser aplicados e removidos do eixo sem expor seus elementos, vedações ou lubrificantes a uma contaminação ou avaria. Eles são retidos no eixo por uma capa terminal, que é segura por três parafusos de tampa e uma placa trava. Anel traseiro de reforço Conjunto do mancal Placa da extremidade do eixo Placa brava Parafusos de alta resistência Vista parcial do rolamento tipo cartucho 15Básico de Locomotivas Adaptador (caixa do rolamento) A caixa do rolamento é usada para fixar o conjunto do mancal aos pedestais do truque. Devem ser limpas e isentas de sujeira, poeira, cavacos de metal e material estranho, os quais podem impedir o assentamento adequado do rolamento no adaptador. Caixa do rolamento O fechamento dos mancais de apoio de rolamentos é feito por uma peça denominada tubo U (apresentada nas imagens a seguir), onde são montados os rolamentos. Tubo U 16Básico de Locomotivas Pinhão O pinhão tem formato cilíndrico e é fabricado em aço médio-carbono tratado termicamente. Possui um furo cônico sem chaveta e é montado a quente no eixo do motor de tração, ou seja, o pinhão é fixado ao eixo unicamente pela interferência eixo-pinhão. Observe-os nas imagens: Defeitos O acoplamento do pinhão com o eixo do motor está sujeito a altos torques, que ocasionam diversosdefeitos. Veja algumas dessas avarias, mostradas nas imagens a seguir. Desgaste dos dentes do pinhão 17Básico de Locomotivas Quebra dos dentes do pinhão Pinhão solto Pinhão trincado 18Básico de Locomotivas Pinhão avariado Eixo do motor quebrado Engrenagem A engrenagem de uma locomotiva tem a função de transmitir o torque do motor de tração para as rodas, a partir do contato dos dentes do pinhão com os dentes da engrenagem. Ela é fabricada em aço de médio-carbono, tratado termicamente. Além disso, possui formato cilíndrico e dentes retos, desta forma: 19Básico de Locomotivas Manutenção É muito importante a constante medição das folgas da engrenagem. Esse monitoramento evita que vibrações anormais prejudiquem o motor de tração e todos os seus componentes. A medição é feita utilizando-se um gabarito para verificar o desgaste excessivo dos dentes da engrenagem – e o gabarito pode ser usado com a engrenagem suja de óleo, como mostra a imagem adiante. Caso o dente da engrenagem apresente um desgaste perceptível, a ela deve ser limpa e, em seguida, é necessário realizar uma medida do desgaste, com um paquímetro. Método de medição da folga da engrenagem Atenção! Caso estejam desgastadas, as engrenagens deverão ser substituídas. Engrenamento Nas locomotivas diesel-elétricas, de baixa velocidade, a transmissão do torque do motor de tração para as rodas é feita pelo contato dos dentes de um pinhão com os dentes de uma engrenagem. Isso é chamado engrenamento. Pinhão e engrenagem Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 20Básico de Locomotivas Atenção! A montagem do conjunto pinhão-engrenagem, apesar de simples, merece cuidados especiais – sua performance depende, em grande parte, tanto dos cuidados na montagem como da instalação do eixo do rodeiro. Caixa de engrenagens A caixa de engrenagens aloja o pinhão do motor de tração, a engrenagem correspondente do eixo de rodeiro e o lubrificante, protegendo-os de danos e de sujeira. Ela pode ter nomes diferentes, de acordo com a lubrificação dos seus componentes. Veja Quando a engrenagem e o pinhão são lubrificados por graxa de alta viscosidade, a caixa de engrenagens é denominada caixa de graxa. Em caso de lubrificação por meio de óleo de alta viscosidade, a caixa de engrenagens é denominada caixa de óleo. A caixa de graxa é constituída de metades de construção soldada modular, com maior ou menor grau de complexidade, dependendo do espaço disponível entre as rodas. As duas partes da caixa de graxa Atenção! A altura da caixa de graxa, em relação ao topo do trilho, deverá ser superior a 108 mm com rodas novas. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 21Básico de Locomotivas A metade superior da caixa deve ser colocada e ajustada na metade inferior, como mostra a imagem: Caixa de graxa completa Nas condições normais de funcionamento, a instalação de anéis vedadores de plástico, no furo do eixo, garante a vedação, reduzindo o vazamento de lubrificante. Dessa forma, os casos de caixa de graxa seca se tornam muito menos frequentes, além de prolongar os períodos de intervalo entre cada manutenção. Anel de vedação da caixa de graxa 22Básico de Locomotivas 1.2 Truques Em poucas palavras, podemos dizer que os truques foram projetados para suportar o peso da locomotiva e fornecer os meios para a transmissão da potência aos trilhos. Mas o conjunto de truques tem outra importante função: suportar as tensões resultantes dos choques de rodagem produzidos pelas variações normais existentes na linha e por outras condições encontradas durante o serviço. E como isso é possível? O conjunto de truques absorve e isola os choques de rodagem – atua como um amortecedor. Sem o truque, os efeitos desses choques seriam transmitidos à plataforma da locomotiva e aos equipamentos montados sobre ela. O truque é formado por várias partes mecânicas, tais como: •• estrutura (aranha); •• travessa flutuante (bolster); •• prato; •• suspensão (mola). Veja, separadamente, cada parte e suas especificidades. Estrutura (aranha) A estrutura do truque possui, basicamente, duas laterais fundidas e/ ou soldadas, unidas por transversais também fundidas ou soldadas. 23Básico de Locomotivas Veja um exemplo na imagem a seguir. Travessa flutuante (bolster) É uma peça de aço fundido que liga o truque à plataforma. É utilizada para transferir o peso da locomotiva para a estrutura do truque. Veja algumas imagens de truques com a travessa flutuante. A interligação do bolster é feita por intermédio de molas helicoidais de aço ou coxins de aço e de borracha, que absorvem boa parte dos impactos provenientes da estrutura para a plataforma. A imagem a seguir mostra a estrutura de molas. 24Básico de Locomotivas Prato O bolster possui um “prato” central que liga os truques ao “pião” central da plataforma. Veja-o na imagem a seguir. Prato central Prato central Suspensão (mola) As funções essenciais do sistema de suspensão são proporcionar uma boa aderência do truque aos trilhos e a utilização eficiente das forças de tração. Para a suspensão das locomotivas, são utilizadas, geralmente, molas do tipo: •• helicoidais; •• elípticas; •• de borracha paralela; •• de borracha do tipo V. Importante! O sistema de suspensão, na maioria dos truques, consiste em uma suspensão primária e em outra secundária. A primária fica entre o chassi do truque e o munhão do eixo (que fica na extremidade do eixo, onde está a caixa de rolamento). A secundária, entre o quadro das travessas (onde são posicionadas as molas) e o chassi do truque. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 25Básico de Locomotivas Molas helicoidais Tipicamente, as suspensões de truques (primárias, secundárias ou ambas) consistem em combinações de molas helicoidais de aço. As molas helicoidais, em geral, permitem grandes distâncias de deformação elástica que tendem a igualar as cargas nas rodas e a melhorar as condições de viagem em trilhos irregulares. Dessa forma, todo o peso da locomotiva é transferido das estruturas dos truques para os eixos dos rodeiros, por intermédio de um conjunto de molas helicoidais que se apoia diretamente sobre as caixas de rolamento das pontas dos eixos. Molas elípticas Utilizadas para a suspensão secundária, trabalham entre o quadro das travessas e a prancha de molas (local de posicionamento das molas nas laterais do truque) e absorvem os choques ocasionados pelos movimentos verticais da carroceria e do truque. Além disso, produzem amortecimento vertical na suspensão. Molas de borracha São usadas como elementos de suspensão secundária, entre o quadro das travessas e o chassi do truque. Eventualmente, alguns truques usam molas de borracha de formato em “V” na suspensão primária, entre o chassi do truque e a caixa de mancal do eixo. 26Básico de Locomotivas Amortecedores Na suspensão da locomotiva, além das molas helicoidais, podem ser utilizados amortecedores telescópicos hidráulicos. Veja a seguir. Classificação dos truques Os truques podem ser classificados quanto ao número de eixos e à flexibilidade. Quanto ao número de eixos, podem ser de 2, 3 ou 4 eixos. Truque B (2 eixos) 27Básico de Locomotivas Truque c (3 eixos) Quanto à flexibilidade, podem ser divididos em rígidos, articulados ou radiais. Truques Rígidos Truques Articulados Truques Radiais 28Básico de Locomotivas 1.3 Plataforma A plataforma é o principal elemento estrutural da locomotiva. Ela possui as funções a seguir. •• Suportar o peso e os esforços mecânicos de todos os componentes montados na locomotiva. •• Suportar as cabinas. •• Transmitir o peso das cabinas e equipamentos ao truque. •• Receber as forças de tração dos truques e transmitir para os vagões. •• Servir como duto de ar para os equipamentos que necessitam de ventilação. •• Receber os esforços de impacto. •• Protegero operador por intermédio dos postes de colisão soldados nela. •• Permitir o içamento da locomotiva por meio dos ganchos de içamento soldados nela. 29Básico de Locomotivas Os elementos mais importantes de uma plataforma são: Vigas principais longitudinais Vigas I laminadas Vigas T soldadas Chapas de aço soldadas Vigas laterais longitudinais São vigas em “U” ou cantoneiras, localizadas em cada lateral da plataforma, com a finalidade de proporcionar maior rigidez ao passadiço e proteger os cabos elétricos. Chapa de piso É uma chapa de fechamento que cobre as vigas principais e laterais. Chapa de fundo Une as duas vigas principais pela parte inferior da plataforma, formando uma espécie de caixa. A imagem a seguir sintetiza a estrutura da plataforma, portanto observe-a com cuidado. Viga lateral Viga principal Chapa de piso Chapa de fundo Duto de ar 30Básico de Locomotivas Importante! Nas locomotivas de médio e grande porte, a caixa formada pelas duas vigas principais e as chapas de piso e de fundo é aproveitada como duto de ar para resfriamento dos motores de tração e dos equipamentos elétricos sobre a plataforma. É o que mostra a imagem. Vigas transversais São conhecidas, também, como placas centrais ou travessas da plataforma. Consistem em duas peças utilizadas para unir a junção entre as duas vigas principais. Elas podem ser feitas de aço fundido ou de chapas de aço. Pinos centrais O pino central, também conhecido como pião, localiza-se nas vigas transversais e é utilizado como um elemento de ligação entre a plataforma e os truques da locomotiva. Veja a imagem a seguir: Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 31Básico de Locomotivas Vigas agulhas São utilizadas para unir as vigas principais às vigas laterais, como mostra a imagem. Olhais de içamento Estão localizados nas extremidades das vigas horizontais e são utilizados no içamento da locomotiva e no encaixe dos macacos. Observe as imagens: Encaixe dos macacos 32Básico de Locomotivas Içamento da locomotiva Dutos de ar dos motores de tração Para a refrigeração dos motores de tração, são abertos, na chapa de fundo da plataforma, orifícios para a passagem do ar de refrigeração. Veja a seguir: Nesses orifícios, são encaixados dutos de borracha flexíveis, em forma de sanfona, por meio dos quais o ar é transferido para os motores de tração. 33Básico de Locomotivas Você pode observar o duto em forma de sanfona na foto a seguir. Testeiras Localizadas nas extremidades traseira e dianteira da plataforma, as testeiras protegem as partes inferiores da locomotiva, tais como os truques, as rodas e o tanque de combustível. Mas a sua mais importante função é a sustentação de alguns componentes, tais como: •• a caixa do aparelho de choque e tração; •• as mangueiras dos encanamentos do sistema de freios; •• as tomadas jumper; •• o limpa-trilhos. Caixa do aparelho de choque e tração É uma estrutura que abriga o aparelho de choque e tração, e é projetada para transmitir, à plataforma, os impactos e choques de tração e compressão, recebidos pelos engates. Encontra-se instalada em cada uma das testeiras. Observe-a na imagem: 34Básico de Locomotivas 1.4 Engates Os engates são utilizados para proporcionar o acoplamento da locomotiva aos vagões ou a outras locomotivas, como apresentado na figura. Devem possuir dispositivos autoalinhantes e de desengate manual em ambos os lados da locomotiva. Importante! Os engates da locomotiva devem estar em conformidade com a especificação contida na seção “F” da Association of American Railroads – AAR. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 35Básico de Locomotivas Altura dos engates A altura do engate é medida a partir da distância entre o topo do boleto do trilho e a linha de centro do engate, localizada na extremidade da mandíbula. Essa altura varia de acordo com os veículos ferroviários e os tipos de rolamentos utilizados, como você pode observar a partir da tabela a seguir. Altura de engates para locomotivas em ordem de marcha (mm) Altura do engate Bitola métrica (1 m) Bitola larga (1,60 m) Nominal 750 990 Limites de montagem (locomotiva nova ou reformada) 750 a 765 990 a 1005 Mínimo (locomotiva em tráfego) 715 955 36Básico de Locomotivas 1.5 Tomadas Jumper As tomadas jumper são utilizadas para repassar os comandos, efetuados pelo maquinista, de uma locomotiva para a outra. Isso é feito por intermédio do cabo jumper, que é ligado à tomada, como mostram as imagens a seguir. Tomada do cabo jumper Bocal do cabo jumper 37Básico de Locomotivas Agora, veja a ligação entre as composições: 38Básico de Locomotivas 1.6 Cabina do Motor a Diesel e do Radiador de Resfriamento Cabina do motor a diesel A cabina do motor a diesel possui uma capota independente que pode ser removida da plataforma, facilitando o acesso aos equipamentos nela contidos. Possui, ainda, portas laterais e escotilhas que permitem a manutenção ou a remoção do motor e dos seus equipamentos. Veja-a na imagem a seguir: 39Básico de Locomotivas Cabina do radiador de resfriamento Comporta os bancos de radiadores de resfriamento, que têm a função de refrigerar o líquido responsável pelo sistema de arrefecimento. A cabina do radiador é independente e fica, permanentemente, presa à plataforma. Observe-a: 40Básico de Locomotivas 1.7 Tanque de Combustível O tanque de combustível das locomotivas está localizado sob a plataforma, entre o truque dianteiro e o traseiro. Normalmente, é fabricado em chapas de aço soldadas e equipado com dois bocais de enchimento, um em cada lado. Veja: 41Básico de Locomotivas A imagem a seguir mostra o interior de um tanque. Você pode ver que há uma chapa de aço soldada, dividindo o tanque em compartimentos. Essas chapas chamam-se quebra-ondas e têm a finalidade de evitar a formação de ondas ocasionadas pelo balanço do trem. Dreno do tanque de combustível O tanque de combustível das locomotivas possui um bujão de dreno em cada extremidade, para que a água condensada no tanque seja drenada periodicamente. Você pode vê-lo nas imagens a seguir. 42Básico de Locomotivas Os tanques de combustível possuem, também, janelas de inspeção utilizadas no acesso ao tanque. Confira: Janela de inspeção 43Básico de Locomotivas 1.8 Reservatório de Ar Normalmente, o reservatório de ar é instalado sob a plataforma da locomotiva. É composto por dois cilindros de aço, que armazenam o ar comprimido do sistema de freios da locomotiva. Observe a imagem: Secador de ar Esse aparelho, apresentado na imagem a seguir, retira toda a umidade do ar contida no sistema de ar comprimido da locomotiva. Secador de ar 44Básico de Locomotivas Relembrando! Nesta unidade, você estudou os componentes básicos de uma locomotiva. Pode-se destacar: • o conjunto motor/ rodeiro; • os mancais, o pinhão e a engrenagem; • os truques e a suspensão; • a plataforma e os engates; • o tanque de combustível e as chapas quebra-ondas; • o reservatório de ar. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 Inserir Imagem Sistem a de Freio Nesta unidade, serão apresentadas as seguintes lições: •• 2.1 Visão Geral do Sistema de Freio •• 2.2 Compressor •• 2.3 Manômetros •• 2.4 Manipulador Automático •• 2.5 Freio Eletrônico 2 46Básico de Locomotivas 2.1 Visão Geral do Sistema de Freio O sistema de freio da locomotiva é composto das unidades a seguir. •• Alimentação •• Produção •• Armazenamento •• Condicionamento •• Distribuição •• Controle •• Aplicação 47Básico de Locomotivas Observe, no esquema a seguir, como estão conectados os componentes dessas quatro unidades. Coletor de pó centrifugo Alimentação Produção Armazenamento Controle Distribuição Condicionamento Válvula magnética do compressor Válvula de segurança do resfriador intermediário 60 psi Filtro de admissão Compressor de ar Serpentina de resfriamento Válvulade segurança do compressor de ar 175 psi Resfriador intermediário Torneira interruptora Torneira interruptoraTorneira interruptora Manipulador de freio Válvula alimentadora Dispositivo de locomotiva morta Reservatório principal n⁰ 1 Válvula de segurança 150 psi Válvula de retenção Válvula de retenção Reservatório principal n⁰ 2 Torneira de dreno Encanamento geral Encanamento equilibrante dos reservatórios principais Encanamento equilibrante dos cilindros de freio Torneira de dreno Torneira de dreno Filtro Para o sistema dos equipamentos auxiliares Válvula de descarga n⁰ 8 Ligação elétrica Torneira de sobrecarga Chave pressostática Governador do compressor 125 a 140 dpi Sistema de freio da locomotiva Agora, veja as características de alguns elementos essenciais dos sistemas de freio, envolvidos nos processos apresentados. 48Básico de Locomotivas 2.2 Compressor O sistema de freio é alimentado por uma pressão de ar produzida por compressor. De acordo com o modelo da locomotiva, o compressor pode ser acionado diretamente pelo movimento do eixo do motor a diesel ou por meio de acoplamento de motor elétrico. Após ser comprimido, o ar é armazenado em tubos cilíndricos denominados reservatórios principais. A locomotiva possui dois reservatórios. •• O principal número 1, que é responsável pela alimentação dos equipamentos auxiliares. •• O principal número 2, que é responsável pela alimentação do sistema de freio, cujo ar comprimido será distribuído para toda a composição através de mangueiras e encanamentos. Eixo de acionamento Compressor Compressor acionado diretamente pelo motor a diesel 49Básico de Locomotivas Motor elétrico Filtro de ar Compressor Compressor acionado por motor elétrico 50Básico de Locomotivas 2.3 Manômetros São instrumentos destinados a medir a pressão. Eles precisam ser monitorados durante todas as etapas relacionadas às atividades de condução de trens (manobras e viagens na via de circulação). Importante! A monitoração desses instrumentos é fundamental na operação de um trem. Geralmente, as locomotivas possuem dois manômetros com indicação de quatro pressões, como mostram as figuras. Vermelho – reservatório principal Branco – reservatório equilibrante Vermelho – cilindro de freio Branco – encanamento geral 0 20 40 60 80 100 120 140 160 0 20 40 60 80 100 120 140 1600 20 40 60 80 100 120 140 160 0 20 40 60 80 100 120 140 160 Entenda os detalhes da medição de cada manômetro. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 51Básico de Locomotivas Manômetro esquerdo Ponteiro vermelho – reservatório principal É a indicação da pressão do ar no reservatório principal da locomotiva. Esse reservatório é o responsável pelo abastecimento de ar de todo o sistema de freio do trem. Portanto, a pressão irá variar de acordo com o volume de abastecimento de todo o sistema de freio do trem e com o ciclo do compressor. Atenção! Uma queda rápida da pressão do reservatório principal – abaixo da mínima do ciclo do compressor, em torno de 120 PSI – indica uma grande vazão de ar. Isso pode estar relacionado a uma quebra de trem ou a uma ruptura do mangote do encanamento geral (EG). Ponteiro branco – reservatório equilibrante É a indicação de referência usada para o controle da pressão do EG, ajustada para o padrão das ferrovias brasileiras, de 90 PSI. Possui um volume de 3,6 litros e é ajustável pela válvula reguladora de pressão. Essa pressão deve ser utilizada como referência para aplicação de freios. Por seu volume ser muito menor que o EG, a queda será mais rápida, proporcionando uma aplicação nos valores desejados. Manômetro direito Ponteiro vermelho – cilindro de freio Indica a pressão do cilindro de freio da locomotiva, originada por uma redução de pressão no EG, voluntária ou não, e também das aplicações pelo manipulador de freio independente (MFI). Tem uma pressão máxima entre 45 e 50 PSI em aplicação de freio automático, acrescida de 40% ou 60% em aplicação pelo MFI. Essa aplicação é feita conforme o tipo de válvula relé utilizada pela locomotiva – que pode ser do tipo J-1-4-14 ou J-1-6-16. Ponteiro branco – encanamento geral Indica a evolução do abastecimento da linha do encanamento ao longo da composição. Por meio da variação da pressão de ar, envia sinais de aplicação e alívio dos freios dos vagões pelas válvulas de serviço e emergência. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 52Básico de Locomotivas 2.4 Manipulador Automático O equipamento responsável pela frenagem dos vagões e das locomotivas do trem é um manipulador automático montado no pedestal de comando da locomotiva. Por meio de uma mudança de posição, ele controla as válvulas instaladas no trem, gerando comandos. É apresentado em duas versões: Freio convencional manipulador 53Básico de Locomotivas Freio convencional manipulador H-6 O sistema de freio convencional 26-L, por exemplo, é composto por algumas válvulas principais instaladas na locomotiva. A seguir, você terá detalhes de cada uma e poderá observá-las nas imagens. •• Válvula de controle 26-F Essa válvula controla, de acordo com as posições do manipulador de freio automático (MFA), o carregamento, a aplicação e o alívio dos freios da locomotiva. Válvula 26-F 54Básico de Locomotivas •• Válvulas relé J1 e J1-6-16 ou J1-4-14 A válvula relé J1 fornece e descarrega a pressão de ar dos cilindros de freio ou dos encanamentos equilibrantes dos cilindros de freio da locomotiva. As válvulas relé J1-6-16 ou J1-4-14 são utilizadas em locomotivas mais modernas, acrescentando esforço de frenagem equivalente a elas. Válvula relé J1 Válvula relé J1-6-16 ou J1-4-14 55Básico de Locomotivas •• Válvula de aplicação P-2-A Age no controle e segurança da locomotiva. Conheça suas etapas de atuação. 1. Interrompe o abastecimento do encanamento de carregamento do reservatório equilibrante. 2. Como resultado, o manipulador de freio automático é isolado. 3. Em seguida, há o descarregamento do ar do reservatório equilibrante para a atmosfera. 4. Com uma aplicação de serviço total, corta a tração por meio do interruptor de controle de potência, que é a chave Power Control Switch – PCS. •• Válvula piloto interruptora de carregamento A-1 É responsável pela “proteção”, caso ocorra uma separação de vagões com ruptura da mangueira do encanamento geral. Em uma situação como essa, observe como ela funciona. 1. Interrompe o carregamento do encanamento geral. 2. Corta a tração ou frenagem dinâmica. 3. Aplica areia automaticamente durante 30 a 40 segundos. 56Básico de Locomotivas •• Válvula MU-2A Condiciona a locomotiva para operar em comando múltiplo com outras locomotivas equipadas com sistema 26-L ou com outros sistemas diferentes. •• Válvula seletora F-1 Transfere para as locomotivas comandadas as aplicações e alívios dos freios originados na comandante. É imprescindível em comando múltiplo com outras locomotivas dotadas de equipamentos de freio diferentes. Em caso de fracionamento entre locomotivas, ela reposiciona uma das comandadas automaticamente para a condição de comandante. 57Básico de Locomotivas •• Válvulas de descarga nº 8 ou KM Quando ocorre uma aplicação de emergência, essa válvula é capaz de assegurar a queda rápida da pressão do encanamento geral, liberando ar comprimido para a atmosfera. Isso ocorre principalmente nas aplicações de emergência originadas ao longo do trem, ou seja, não oriundas do manipulador de freio automático. •• Válvula relé HB-5D A válvula Relayair HB-5D – em locomotivas equipadas com válvulas relé do tipo diferencial relé J-1.6-16, por exemplo – evita que as aplicações de freio realizadas por meio do manipulador de freio automático sejam multiplicadas nas locomotivas comandadas. 58Básico de Locomotivas •• Válvula de emergência de 1 ¼” Quando acionada, provoca uma queda brusca de pressão no encanamentogeral, provocando uma aplicação de emergência na locomotiva ou no trem. Atenção! Em uma locomotiva “escoteira”, ou seja, sozinha, e com a válvula MU-2A posicionada para comandada, o acionamento da válvula de emergência de 1 ¼” não provocará aplicação dos freios. •• Válvula de transferência BD-26 Atua em reposta às penalidades geradas pelo sistema de sinalização do trem, por meio de corte de tração através da PCS e de aplicação total de serviço dos freios da locomotiva. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 59Básico de Locomotivas •• Torneira interruptora É utilizada para verificar a evolução da pressão após uma emergência e para a realização de teste de vazamento. Quando está na posição fechada, corta a alimentação do encanamento geral. Torneira interruptora Agora que você já conhece algumas válvulas e torneiras do sistema de freio 26-L, verá outras do sistema 6-SL, também utilizado na Vale. •• Válvula de alimentação D-24-B Por meio dessa válvula, obtém-se uma regulagem predeterminada da pressão do ar que vem do reservatório principal, para a alimentação do encanamento geral do trem. 60Básico de Locomotivas •• Torneira de transferência de três posições: Controla a ligação normal entre o encanamento geral e o manipulador. Além disso, também faz a ligação do reservatório principal à câmara do diafragma da válvula de transferência. Posição rebocada Posição comandada Posição comandante •• Válvula magnética R-A-4: É acoplada na válvula distribuidora, na parte de aplicação. Ela compõe a parte “I” da válvula distribuidora. Sua função é evitar uma aplicação automática de freio durante a frenagem dinâmica. 61Básico de Locomotivas 2.5 Freio Eletrônico A seguir, você conhecerá a composição do freio eletrônico CCBII. Freio eletrônico CCBII 62Básico de Locomotivas O sistema de freio eletrônico CCBII é formado por uma unidade de controle pneumático – EPCU, mostrada na figura adiante. Contém válvulas pneumáticas que controlam as linhas pneumáticas do trem e da locomotiva. Observe na figura cada módulo da EPCU e verifique, na tabela a seguir, a respectiva função. Módulo Função 13CP Simula a função de alívio da válvula 26-F. Fornece a pressão do encanamento de aplicação. 16CP Fornece a pressão de controle do cilindro do freio. 20CP Simula a função do independente. Fornece a aplicação independente e a pressão do encanamento de alívio. 16CP e 20CP Simulam em conjunto as funções das válvulas H5, F1 e J 1.6 16. Essas funções são auxiliadas pelo software do freio instalado no IPM e em cada módulo. BCCP Simula a função da válvula relé J1, mas também trabalha em conjunto com os módulos 16CP e 20CP. Contém o relé do encanamento de freio e fornece acionamento e corte desse encanamento, bem como a aplicação de emergência. BPCP Simula as funções de emergência e carregamento da válvula 26-C. Abriga o relé do cilindro do freio. DBTV Simula a função de aplicação de serviço da válvula 26-F, mas a sua principal função é a de backup do Sistema de Freio CCBII. Fornece suporte pneumático na hipótese de falha eletrônica. 63Básico de Locomotivas Módulo Função 16CP, 13CP e DBTV Auxiliam o freio dinâmico. 16CP, BCCP e DBTV Simulam em conjunto as funções da válvula 26-F. ERCP Simula as funções da válvula reguladora e da válvula de comunicação com o EG da válvula 26-C. Fornece pressão de controle ao encanamento de freio. BPCP e ERCP A válvula KR5 (instalada no BPCP), em conjunto com o ERCP, é responsável pelo recobrimento do sistema de freio da locomotiva. PSJB Controla o fornecimento de energia. Relembrando! Nesta unidade, você estudou detalhes dos sistemas de freio de uma locomotiva. Pode-se destacar: • uma visão geral dos processos de alimentação (com a produção, o armazenamento e o condicionamento), de distribuição, de controle e de aplicação; • o compressor de ar; • os manômetros; • o manipulador automático dos sistemas de freio, com seus diferentes tipos de válvulas e torneiras; • o freio automático. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 Inserir Imagem M otor Elétrico Nesta unidade, serão apresentadas as seguintes lições: •• 3.1 Contextualização •• 3.2 Gerador de Tração 3 65Básico de Locomotivas 3.1 Contextualização Em uma locomotiva, ocorre uma sequência de transformação de energia até que o produto final seja o movimento da massa. Primeiramente, temos a energia mecânica sendo transformada em energia elétrica. Então, a energia elétrica, por sua vez, é transformada novamente em energia mecânica de movimento rotacional ao rodeiro da locomotiva. 66Básico de Locomotivas 3.2 Gerador de Tração No sistema de transmissão elétrica, o motor a diesel é acoplado a um gerador de energia elétrica, denominado gerador de tração (gerador principal, mostrado na figura). Gerador principal 67Básico de Locomotivas O gerador de tração, ou principal, alimenta os motores elétricos de tração. Por meio de um conjunto de engrenagens, o esforço mecânico produzido pelos motores de tração é transmitido às rodas acopladas aos eixos da locomotiva, como mostra a foto a seguir. Motor de tração acoplado ao eixo da locomotiva Agora, veja que interessante: a locomotiva diesel-elétrica é um sistema de produção e geração de energia completo e isolado, que tem como fonte primária de energia o motor a diesel. Logo, a potência de saída do sistema nunca pode ultrapassar a sua capacidade máxima de produção, ou seja, a capacidade do motor a diesel. Em outras palavras, o gerador de tração, sendo acionado diretamente pelo motor a diesel, não pode gerar mais energia do que recebe. Diante disso, podemos concluir que uma locomotiva diesel-elétrica pode ser caracterizada como uma locomotiva elétrica, que transporta a sua própria usina geradora de energia elétrica. As locomotivas diesel-elétricas podem ser classificadas conforme o tipo de gerador de energia e motores de tração. São três tipos. •• DC-DC – gerador em corrente contínua – motores em corrente contínua. •• AC-DC – gerador em corrente alternada – motores em corrente contínua. •• AC-DC-AC – gerador em corrente alternada – motores em corrente alternada. 68Básico de Locomotivas O circuito da figura mostra um diagrama de blocos que ilustra o funcionamento de uma locomotiva diesel-elétrica do tipo DC-DC (gerador em corrente contínua – motores em corrente contínua). Podemos observar que os motores de tração, em corrente contínua, são alimentados pelo gerador de tração – constituído somente pelo gerador principal, que é um gerador de corrente contínua. Motor a diesel Circuito de controle de excitação e potência Gerador principal Gerador de tração Motores de tração GovernadorAcelerador Pedestal V I +- Regulador de carga + - Nas locomotivas diesel-elétricas do tipo AC-DC (gerador em corrente alternada – motores em corrente contínua), o retificador converte a corrente alternada trifásica produzida pelo alternador principal (substituindo o gerador principal), na corrente contínua necessária para alimentar os motores de tração. Veja o circuito na figura: Motor a diesel Circuito de controle de excitação e potência Excitatriz Alternador principal Alternador de tração Retificador GovernadorAcelerador Pedestal V I +- - + +- Motores de tração Regulador de carga Relembrando! Nesta unidade, você estudou detalhes do motor elétrico. Pode-se destacar: • as funções do gerador principal ou de tração; • os tipos de locomotivas diesel-elétricas e seus circuitos. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 Inserir Imagem M otor a D iesel Nesta unidade, serão apresentadas as seguintes lições: •• 4.1 Contextualização •• 4.2 Particularidades do Motor a Diesel 4 70Básico de Locomotivas 4.1 Contextualização A principal função do motor a diesel é fornecer movimento ao gerador principal para geração da energia elétrica entregue aos motores de tração. Além disso, é ele quem proporcionao movimento do compressor, do gerador auxiliar e demais componentes da locomotiva. As locomotivas são equipadas com um motor a diesel de grande porte, que é dimensionado de acordo com a necessidade de demanda de esforço. Sua potência varia de 800 HP – em relação a locomotivas utilizadas para pequenas remoções em pátios de manobra e oficinas de manutenção – até 6.000 HP para motores turbinados instalados em locomotivas destinadas a transporte de trens de carga em longos percursos. 71Básico de Locomotivas 4.2 Particularidades do Motor a Diesel Cilindros Pode haver 8, 12, 16 ou 20 cilindros. Quanto à disposição, os cilindros podem ser: •• alinhados horizontalmente, com motores que apresentam uma fila de cilindros alinhados; •• inclinados lateralmente com motores que apresentam duas filas de cilindros alinhados, dispostas em V. Ciclo de trabalho O ciclo de trabalho pode ser em: •• dois tempos, com motores GM (G12, G16, DDM, GT, SD40, SD45, DDM-MP); •• quatro tempos, com motores GE (BB36, BB40, U20, U22, DASH8 E DASH9) ALCO (MX620). 72Básico de Locomotivas Veja dois exemplos de motores e suas especificidades: •• 900 rpm; •• 3.900 HP; •• 20 cilindros; •• em V – ângulo de 45º; •• dois tempos; •• turbinado. •• 1.050 rpm; •• 4.150 HP; •• 10 cilindros; •• em V – ângulo de 45º; •• quatro tempos; •• turbinado. Outras características dos motores a diesel são a forma de alimentação e de refrigeração. Alimentação Os motores a diesel podem ser alimentados por turbina ou através de sopradores. Turbina 73Básico de Locomotivas Soprador (G12, G16) Refrigeração Todos os motores a diesel das locomotivas são refrigerados à água. O sistema é formado por radiador, caixa d'água, ventiladores de arrefecimento e chaves termostáticas. Relembrando! Nesta unidade, você estudou detalhes do motor a diesel, com destaque para suas particularidades quanto aos cilindros – quantidade e disposição – e aos ciclos de trabalho. Atenção! Importante! Saiba Mais! Recordando! 0-126-122 Inserir Imagem A n exo Você está terminando o estudo da apostila do curso Básico de Locomotivas e já é capaz de descrever o funcionamento desses veículos. Para complementar e enriquecer seus conhecimentos, veja agora fotos e informações sobre os diversos modelos de locomotivas utilizados na Vale. 5 75Básico de Locomotivas Locomotiva GM G 12 – Potência para tração: 1310 HP Locomotiva GM G 12 (modificada) – Potência para tração: 1310 HP 76Básico de Locomotivas Locomotiva GM G 12 (modificada) – Potência para tração: 1310 HP Locomotiva GM G 12 (SLUG) – Potência para tração: 1310 HP 77Básico de Locomotivas Locomotiva GE U 15B – Potência para tração: 1500 HP Locomotiva GM G 16 – Potência para tração: 1800 HP 78Básico de Locomotivas Locomotiva ALco MX 620 – Potência para tração: 2000 HP Locomotiva GE U 20 C – Potência para tração: 2000 HP 79Básico de Locomotivas Locomotiva GE U 22 C – Potência para tração: 2200 HP Locomotiva GM GT 26 CU-2 – Potência para tração: 2700 HP 80Básico de Locomotivas Locomotiva GM GT 26 CU-MP – Potência para tração: 3000 HP Locomotiva GE C 36-7A (SF C30-7A modificada) – Potência para tração: 3000 HP 81Básico de Locomotivas Locomotiva GE BB 30 – Potência para tração: 3000 HP Locomotiva GM SD 40-2 (Modificada) – Potência para tração: 3000 HP 82Básico de Locomotivas Locomotiva GE C 36-7B – Potência para tração: 3600 HP Locomotiva GE BB 36-7A (B36-7A modificada) – Potência para tração: 3600 HP 83Básico de Locomotivas Locomotiva GM DDM 45 – Potência para tração: 3600 HP Locomotiva GM DDM 45 MP – Potência para tração: 3600 HP 84Básico de Locomotivas Locomotiva GM BB45 (SD 45-2 modificada) – Potência para tração: 3600 HP Locomotiva GM SD 60 M – Potência para tração: 3800 HP 85Básico de Locomotivas Locomotiva GE BB 40-8 (Dash 8) – Potência para tração: 4000 HP Locomotiva GE BB 40 M-9 (Dash 9) – Potência para tração: 4000 HP 86Básico de Locomotivas Locomotiva GE BB 40 W-9 (Dash 9W) – Potência para tração: 4000 HP Locomotiva GM SD 70 M – Potência para tração: 4300 HP 87Básico de Locomotivas Locomotiva GE C 44 WM-9 (Dash 9) – Potência para tração: 4400 HP Locomotiva GM SD 80 ACe – Potência para tração: 5200 HP 88Básico de Locomotivas Locomotiva GE ES58 ACi- EVO – Potência para tração: 5800 HP
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