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PMSUS - Oficina 6 (3 Período)

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Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
Página | 1 
 
PMSUS - Oficina 6 
ATE NÇÃ O À SAÚD E DA CRIA NÇA D E 0 A 2 A NOS NA R ED E C EG ONHA 
1) DEFINIR E CARACTERIZAR VIGILÂNCIA DO 
DESENVOLVIMENTO SAUDÁVEL INFANTIL NA POLÍTICA 
DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA; 
É consenso na literatura que o desenvolvimento da 
criança não depende apenas da maturação 
neurocerebral, mas também de fatores: biológicos, 
relacionais, afetivos, simbólicos, contextuais e 
ambientais. 
A interação da criança com os membros da família e 
com a rede social de proteção assegura não apenas sua 
sobrevivência, mas contribui para o desenvolvimento 
neuropsicomotor, cognitivo e emocional. O vínculo da 
criança com a mãe/cuidador exerce importante papel 
para a aquisição de habilidades, em conjunto com o 
crescimento e amadurecimento cerebral que 
acompanham o desenvolvimento. Este processo é 
complexo e se apoia na dimensão biológica e 
psicoafetiva, mas depende estritamente do ambiente 
para seu florescimento. É na interação com o ambiente 
familiar, com as redes de cooperação, escolar e social 
mais amplas que a criança poderá se desenvolver 
plenamente. 
O desenvolvimento cognitivo integral está ligado a 
relações satisfatórias entre funcionalidades: sensorial, 
perceptiva, motora, linguística, intelectual e 
psicológica, cujo progresso de tais dimensões se 
estruturam a partir de etapas de maturação 
neurocerebral do indivíduo. 
A identificação e a intervenção precoce em situações 
relacionadas ao atraso no desenvolvimento são 
fundamentais. Alterações na fala, alterações 
relacionais com tendência ao isolamento social, 
dificuldade no aprendizado, comportamento agressivo 
que coloque em risco a si ou ao próximo, indicam a 
necessidade de observação acurada da relação da 
criança com seu cuidador. 
Desde o nascimento da criança são importantes o 
registro e a identificação de situações que podem 
interferir em seu desenvolvimento, tanto no 
prontuário clínico como no relatório de alta hospitalar 
e na Caderneta de Saúde da Criança. A avaliação 
objetiva de habilidades motoras, de comunicação, de 
interação social e cognitiva nas consultas de 
acompanhamento de saúde deve ser realizada de 
acordo com os marcos propostos na Caderneta de 
Saúde da Criança. Igualmente, as informações e 
opiniões dos pais e da escola são muito relevantes no 
que diz respeito às habilidades desenvolvidas e à 
maneira como a criança as explora em sociedade. 
O acompanhamento do Crescimento e do 
Desenvolvimento (CD) da criança inicia-se na 
maternidade e tem sua continuidade de cuidado na 
Atenção Básica à Saúde (ABS), mediante consultas de 
rotina, conforme calendário de puericultura previsto 
na Caderneta de Saúde da Criança, pressupondo ações 
de promoção, de proteção, de detecção precoce, de 
atendimento e de reabilitação de alterações que 
possam repercutir em sua vida futura. 
O MS, por meio da Portaria GM/MS n.º 1.058, de 4 de 
julho de 2005, prevê a disponibilização da Caderneta 
de Saúde da Criança, Passaporte da Cidadania, a todas 
as crianças nascidas nas maternidades (públicas e 
privadas) do País. Trata-se de ferramenta estratégica 
para servir de fio condutor da atenção integral 
preconizada pela Pnaisc, instrumento insubstituível de 
registro e acompanhamento do crescimento e 
desenvolvimento (CD) e de orientações para esta 
atenção integral até a criança completar 9 anos de vida, 
e a partir dos 10 anos a caderneta entregue é a do 
adolescente. 
A nova versão (consulta pública em 2015), chamada 
de Caderneta de Saúde da Criança, pelo fato de 
objetivar um caráter intersetorial, passando a 
transcender a saúde, incorporando algumas 
informações sobre as ações e as políticas de assistência 
social e de educação e direito para a criança. 
 A alta responsável da maternidade inclui entrega 
orientada da Caderneta de Saúde da Criança. Para o 
sucesso de sua plena utilização pela mãe/pai/família é 
fundamental que os profissionais apresentem seu 
conteúdo com especial foco nos dados relacionados ao 
nascimento e primeiros dias de vida, ali já anotados, 
como medidas de peso, altura, perímetro cefálico, 
resultados dos testes neonatais, registros de vacinas e 
procedimentos realizados, bem como de eventuais 
alterações ao exame físico (icterícia etc.) ou de 
intercorrências. Também é importante explicar as 
seções que podem ser de utilidade imediata, como as 
orientações sobre aleitamento materno e primeiros 
cuidados. 
Sempre que possível, a mãe deve deixar a 
maternidade já com a data agendada para o 
comparecimento entre o 3º e o 5º dia de vida na 
Unidade Básica de Saúde (UBS), visando ao “5º Dia de 
Saúde Integral” para a mulher e seu recém-nascido. 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
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O acompanhamento do CD ocorre na Atenção Básica 
prioritariamente, mas, se necessário, também deve ser 
realizado nos diversos pontos de atenção da rede de 
saúde, como a atenção ambulatorial especializada. 
Durante o atendimento, o profissional de saúde deve 
preencher adequadamente as curvas de crescimento e 
os marcos de desenvolvimento nas faixas etárias 
previstas na Caderneta de Saúde da Criança. Na 
Caderneta há orientação para a avaliação dos marcos 
do desenvolvimento e classificação da situação da 
criança. É essencial o registro pelo profissional da ABS 
da evolução da criança segundo os marcos, visando à 
adequada informação e ao empoderamento da família 
sobre a criança, bem como para comunicação com os 
profissionais do serviço educacional onde a criança 
frequenta e do Centro de Referência da Assistência 
Social (Cras) responsável pela região de cobertura da 
UBS. 
O acompanhamento do desenvolvimento da criança 
na atenção básica objetiva sua promoção, proteção e a 
detecção precoce de alterações passíveis de 
modificação que possam repercutir em sua vida futura. 
Isso ocorre principalmente por meio de ações 
educativas e de acompanhamento integral da saúde da 
criança. 
A criança deve atravessar cada estádio segundo uma 
sequência regular, ou seja, os estádios de 
desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a 
criança não for estimulada ou motivada no devido 
momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu 
desenvolvimento. Afinal, o desenvolvimento infantil se 
dá à medida que a criança vai crescendo e vai se 
desenvolvendo de acordo com os meios onde vive e os 
estímulos deles recebido. A identificação de problemas 
(tais como: atraso no desenvolvimento da fala, 
alterações relacionais, tendência ao isolamento social, 
dificuldade no aprendizado, agressividade, entre 
outros) é fundamental para o desenvolvimento e a 
intervenção precoce para o prognóstico dessas 
crianças. 
Portanto, são de relevância o diagnóstico e o 
acompanhamento do desenvolvimento das crianças, 
sendo que os principais protocolos preconizam a 
avaliação objetiva de habilidades motoras, de 
comunicação, de interação social e cognitivas nas 
consultas de supervisão de saúde. As avaliações do 
desenvolvimento infantil devem sempre levar em 
consideração as informações e opiniões dos pais e da 
escola sobre a criança. 
Recomenda-se procurar ouvir, informar e discutir 
assuntos que dizem respeito às habilidades 
desenvolvidas e à maneira como a criança as explora, 
relacionando-as aos riscos de lesões não intencionais e 
às medidas para a sua prevenção. 
Para os casos de crianças com atraso no seu 
desenvolvimento, deve haver interface e 
encaminhamento responsável para pediatra e outros 
profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família 
(Nasf) – outros especialistas médicos, terapeuta 
ocupacional, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo) 
–, ambulatórios especializados, Centros Especializados 
de Reabilitação (CER) ou Centro de Atenção 
Psicossocial Infantojuvenil (Capsi). 
Caso não exista pediatra ou outros profissionais de 
Nasf no território,considera-se a avaliação de médico 
capacitado para verificar atraso neuropsicomotor e/ou 
necessidade de investigação. Deve-se avaliar a 
necessidade de referenciamento de acordo com o 
Projeto Terapêutico Singular (PTS) e os recursos locais 
que compõem a rede local. Em qualquer destas 
situações se mantém o calendário de 
acompanhamento na UBS para continuidade do 
cuidado. O referenciamento ao especialista não 
encerra aquele acompanhamento, implicando aquele 
que encaminha como corresponsável no “caminho de 
atenção” sugerido. 
2) COMPREENDER A IMPORTÂNCIA DA PUERICULTURA; 
Cada encontro com a criança e sua família, 
independentemente da queixa, é uma oportunidade 
para fortalecer os laços com a equipe de saúde, assim 
como desenvolver atividades ligadas à promoção da 
saúde. 
No âmbito da atenção básica, o atendimento de 
puericultura, realizado por diferentes profissionais, é 
entendido como um dos momentos mais favoráveis 
para o fortalecimento do vínculo e a troca de 
informações entre a equipe e a família. 
A puericultura pode ser definida como cuidados de 
prevenção de doenças e promoção de saúde das 
crianças, e abrange: 
a) supervisão de saúde, incluindo orientações 
antecipatórias em nutrição, eliminações, sono, 
disciplina, prevenção de injúrias, entre outros; 
b) inquérito sobre marcos do desenvolvimento e 
desempenho escolar; 
c) avaliação das condições psicossociais da criança e 
da família; 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
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d) coordenação de cuidados, ou seja, os 
encaminhamentos a recursos ou serviços comunitários 
necessários; 
e) imunizações, exame físico e triagens adicionais, 
como peso, altura, nível de hemoglobina, visão, 
audição, entre outras. 
O objetivo da puericultura é garantir que as crianças 
sigam uma trajetória ótima de crescimento e 
desenvolvimento, identificando influências que 
possam afetar negativamente sua saúde. 
Por meio da vigilância do desenvolvimento 
neuropsicomotor (DNPM), o profissional da saúde 
pode identificar transtornos comportamentais e do 
desenvolvimento, como o transtorno do espectro 
autista (TEA), que demanda intervenção precoce por 
equipe multidisciplinar para resgatar atrasos e 
melhorar o prognóstico. 
Durante a consulta, o profissional da saúde deve 
verificar a situação vacinal, investigar as rotinas de 
refeições e de sono e observar a dinâmica familiar, para 
avaliar a relação entre pais e filhos, os vínculos 
parentais, manifestações de afeto, estabelecimento de 
limites ou permissividade e sinais que possam sugerir 
estresse tóxico, o qual pode causar danos irreversíveis 
ao DNPM da criança e aumentar os riscos para doenças 
orgânicas. 
É importante perguntar sobre o tempo diário de 
exposição da criança a tecnologias digitais, como TV, 
vídeos em tablet ou smartphone ou jogando 
videogames. O uso excessivo, precoce e não 
supervisionado desses dispositivos eletrônicos causa 
prejuízos à saúde da criança e do adolescente, como 
deficiências visuais, auditivas e posturais, distúrbios do 
sono, alterações do humor, isolamento, agressividade, 
depressão, redução da capacidade cognitiva e 
produtiva, déficit de atenção, problemas de linguagem 
e transtornos ligados ao sedentarismo, como 
obesidade. O profissional da saúde deve orientar sobre 
os desafios de utilizar essas tecnologias sem causar 
danos ao DNPM e à saúde infantil, por meio do 
controle de conteúdo pelos pais e do estabelecimento 
de limite de tempo. 
Desta forma, a puericultura é um conjunto de ações 
pediátricas de monitoramento de situações da rotina 
que resultam em estratégias de promoção da saúde e 
prevenção de doenças, com objetivos que extrapolam 
uma infância saudável e alcançam a saúde do futuro 
adulto. 
O Ministério da Saúde recomenda sete consultas de 
rotina no primeiro ano de vida (na 1ª semana, no 1º 
mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além 
de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º 
mês) e, a partir do 2º ano de vida, consultas anuais, 
próximas ao mês do aniversário. Essas faixas etárias 
são selecionadas porque representam momentos de 
oferta de imunizações e de orientações de promoção 
de saúde e prevenção de doenças. 
3) DESCREVER O PROTOCOLO DE ATENDIMENTO DA 
PUERICULTURA NAS UNIDADES DE SAÚDE ; 
O Ministério da Saúde recomenda o seguinte 
esquema para as consultas de rotina: 
1ª semana - 1º mês - 2º mês - 4º mês - 6º mês - 9º 
mês - 12º mês - 18º mês - 24º mês 
A partir dos 2 anos de idade, as consultas de rotina 
devem, no mínimo, ser anuais, próximas ao mês de 
aniversário. Lembre-se de levar a Caderneta de Saúde 
da Criança a todas as consultas. 
Algumas crianças necessitam de maior atenção e 
devem ser vistas com maior frequência. 
Em todas as consultas de rotina, o profissional de 
saúde deve avaliar e orientar sobre: 
1. Alimentação da criança. 
2. Peso, comprimento ou altura e perímetro 
cefálico (este último até os 2 anos). 
3. Vacinas. 
4. Desenvolvimento. 
5. Prevenção de acidentes. 
6. Identificação de problemas ou riscos para a 
saúde. 
7. Outros cuidados para uma boa saúde. 
4) ESTUDAR A IMPORTÂNCIA DA CADERNETA DE SAÚDE 
DA CRIANÇA E SEUS FATORES DETERMINANTES SOBRE: 
CRESCIMENTO E O ESTADO NUTRICIONAL (SCORE Z, 
PERCENTIL); 
O crescimento é resultante da integração de fatores 
genéticos, biológicos, psíquicos e sociais, com as 
características intrínsecas (biológicas) e extrínsecas 
(ambientais). É considerado como um dos melhores 
indicadores de saúde da criança, e a evolução do 
crescimento expressa as condições de vida da criança 
no passado e no presente. 
O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, 
expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui 
um dos indicadores de saúde da criança. 
O processo de crescimento é influenciado por fatores 
intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), 
entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
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higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, 
que atuam acelerando ou restringindo tal processo. 
Deve-se valorizar também o crescimento intrauterino, 
pois diversos estudos atestam que alterações no 
crescimento fetal e infantil podem ter efeitos 
permanentes na saúde do adulto. 
O acompanhamento sistemático do crescimento e do 
ganho de peso permite a identificação de crianças com 
maior risco de morbimortalidade por meio da 
sinalização precoce da subnutrição e da obesidade. Um 
estudo evidenciou melhorias no tocante ao 
conhecimento das mães sobre o crescimento de seus 
filhos com o aconselhamento baseado na utilização das 
curvas de crescimento. 
A vigilância nutricional e o monitoramento do 
crescimento objetivam promover e proteger a saúde 
da criança e, quando necessário, por meio de 
diagnóstico e tratamento precoce para sub ou 
sobrealimentação, evitar que desvios do crescimento 
possam comprometer sua saúde atual e sua qualidade 
de vida futura. 
Estudos sobre a epidemiologia do estado nutricional 
têm dado mais atenção ao peso e ao índice de massa 
corpórea do que à altura, porém a altura também tem 
sido associada a vários desfechos e causas de 
mortalidade. 
O deficit estatural representa atualmente a 
característica antropométrica mais representativa do 
quadro epidemiológico da desnutrição no Brasil. O 
melhor método de acompanhamento do crescimento 
infantil é o registro periódico do peso, da estatura e do 
IMC da criança na Caderneta de Saúde da Criança. A 
Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da 
Saúde recomendam a utilização dos valores de 
referência para o acompanhamento do crescimento e 
do ganho de peso das curvas da OMS de 2006 (para 
crianças menores de 5 anos) e 2007 (para a faixa etária 
dos 5 aos 19 anos). 
A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como 
parâmetros para avaliação do crescimento de crianças 
(menores de10 anos) os seguintes gráficos: perímetro 
cefálico (de zero a 2 anos), peso para a idade (de zero 
a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), 
comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 anos, 
de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), índice de massa 
corporal (IMC) para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 
anos e de 5 a 10 anos). 
A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação 
permite que a criança seja mais bem avaliada na sua 
relação peso vs. comprimento (para menores de 2 
anos) ou peso vs. altura (para maiores de 2 anos). Tal 
parâmetro auxilia na classificação de crianças que em 
um determinado período estiveram desnutridas e 
tiveram o comprometimento de sua estatura, 
possibilitando uma melhor identificação de crianças 
com excesso de peso e baixa estatura. Já o peso por 
idade limita-se a mostrar se a criança está com peso 
abaixo do recomendado para a sua idade, mas não 
mostra se a sua estatura já foi comprometida. O IMC já 
foi validado em crianças como bom marcador de 
adiposidade e sobrepeso, apresentando estreita 
correlação com outros parâmetros que avaliam a 
porcentagem de gordura corpórea, como as pregas 
cutâneas, a densitometria e a bioimpedância 
eletromagnética. Além da validação do IMC como bom 
marcador de adiposidade em crianças, o interesse pelo 
seu uso cresceu à medida que se notou que o IMC 
mensurado na infância pode ser preditivo em relação 
ao IMC na idade adulta. 
 
 
 
A vigilância alimentar e nutricional pressupõe o 
monitoramento contínuo do estado nutricional e do 
consumo alimentar da população. Neste sentido, o 
Ministério da Saúde adota o Sistema de Vigilância 
Alimentar e Nutricional (Sisvan), destinado a atender 
todas as fases da vida dos indivíduos, sejam crianças, 
adolescentes, adultos, idosos e gestantes. 
5) DESCREVER OS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO 
NEUROPSICOMOTOR DE 0 A 2 ANOS (COGNITIVO, 
FUNCIONAL, LINGUAGEM); 
Atualmente, nos atendimentos pediátricos, as famílias 
indagam sobre os saltos do desenvolvimento. Há uma 
diferença marcada entre os marcos – baseados em 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
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escalas e testes pré-definidos– e os saltos – definidos 
como a observação de mudanças comportamentais 
(sono, alimentação e irritabilidade) nos bebês frente à 
possibilidade da aquisição de uma nova habilidade. 
0-2 meses 
1. Acalma com a voz da mãe 
2. Observa um rosto 
3. Segue objetos ultrapassando a linha média 
4. Reage ao som 
5. Vocaliza (emite sons diferentes do choro) 
6. Sorri 
Salto 1 no 1º mês 
2-4 meses 
1. Observa sua própria mão 
2. Segue com o olhar até 180° 
3. Grita e tenta conversar 
4. Sustenta a cabeça 
5. Leva a mão à boca 
6. Sustenta cabeça e ombros quando colocado de 
bruços 
Salto 2 aos 2 meses; Salto 3 aos 3 meses. 
4-6 meses 
1. Senta com apoio 
2. Vira-se sozinho e rola de um lado para outro 
3. Tenta alcançar um objeto e o agarra 
4. Procura objetos fora do alcance 
5. Volta-se para o som 
6. Inicia uma interação 
Salto 4 aos 4 meses; Salto 5 aos 5 meses. 
6-9 meses 
1. Transmite objetos de uma mão para a outra 
2. Pinça polegar-dedo 
3. Repete sons (sílabas) 
4. Senta sem apoio 
5. Arrasta ou engatinha 
6. Estranhamento (prefere pessoas de seu 
convívio) 
7. Brinca de escondeu-achou 
Salto 6 aos 7 meses. 
9-12 meses 
1. Bate palmas, acena 
2. Fala pequenas palavras 
3. Fica em pé com apoio 
4. Pinça completa (polpa a polpa) 
5. Segura o copo ou a mamadeira 
6. Bate palmas, aponta com o dedo 
Salto 7 aos 10 meses; Salto 8 aos 11 meses. 
12-18 meses 
1. Anda sozinha 
2. Compreende o que falam 
3. Deseja comer sozinha 
4. Gosta de escutar pequenas histórias, músicas e 
dançar 
5. Faz birra quando contrariada 
Salto 9 aos 14 meses; Salto 10 aos 18 meses. 
18-24 meses 
1. Junta duas palavras e inicia frases curtas 
2. Testa limites 
3. Tem vontade própria 
4. Deseja se vestir 
5. Pode começar a controlar os esfíncteres 
6) CARACTERIZAR A CLASSIFICAÇÃO E CONDUTA PARA O 
DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA (RISCOS E 
ATRASOS NO DESENVOLVIMENTO); 
Criança em risco refere-se àquela exposta a situações 
em que há maior chance de evolução desfavorável, em 
qualquer aspecto biopsicossocial. A condição ou 
situação de risco pode estar presente já na gravidez 
(período fetal), no nascimento – RN de risco ao nascer 
– ou acontecer ao longo da vida da criança. 
Os fatores de risco para problemas de 
desenvolvimento podem ser classificados em 
genéticos (por exemplo: síndrome de Down), 
biológicos (por exemplo: prematuridade, hipóxia 
neonatal, meningites) e/ou ambientais (fatores 
familiares, de ambiente físico, fatores sociais). 
No entanto, a maior parte dos traços de 
desenvolvimento da criança é de origem multifatorial 
e representa a interação entre a herança genética e os 
fatores ambientais. 
O baixo peso ao nascer e a prematuridade são 
eventos que aumentam o risco da criança para 
alterações globais em seu desenvolvimento (tais como: 
distúrbios de linguagem, de motricidade, de 
aprendizagem e atraso neuropsicomotor), podendo, 
contudo, evoluir durante os primeiros dois anos de vida 
para padrões de normalidade na maioria dos casos. No 
entanto, as maiores taxas de deficiência ocorrem nas 
menores faixas de peso e idade gestacional, tendo 
correlação com a incidência de complicações no 
período neonatal. 
Estudos revelam que as crianças com baixo peso ao 
nascer tiveram quatro vezes mais chances de 
apresentar problemas em relação àquelas com maior 
peso. Além disso, o fator prematuridade teve mais 
chances (60%) de evidenciar problemas no 
desenvolvimento. 
Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 
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A manifestação de dificuldades no desenvolvimento 
é muito variável e pode ser de ordem mental, física, 
auditiva, visual ou relacional. O deficit mental 
caracteriza-se por um estado de redução notável do 
funcionamento intelectual significativamente inferior à 
média, que se inicia durante o período de 
desenvolvimento da criança e está associado a 
limitações em pelo menos dois aspectos do 
funcionamento adaptativo: comunicação, cuidados 
pessoais, atividades de vida diária, habilidades sociais, 
utilização dos recursos comunitários, autonomia, 
aptidões escolares, lazer e trabalho. A hipóxia perinatal 
e as infecções congênitas são as condições mais 
prevalentes que levam as crianças a apresentar deficit 
mental. 
Os distúrbios com predomínio motor (como, por 
exemplo, a paralisia cerebral) costumam ser 
diagnosticados mais facilmente do que os de 
linguagem ou os cognitivos. No entanto, estes últimos 
têm maior correlação com o progresso do 
desenvolvimento do que as alterações na evolução do 
comportamento motor. Embora as deficiências graves 
possam ser reconhecidas ainda na infância, distúrbios 
de linguagem, hiperatividade e transtornos emocionais 
não são facilmente diagnosticados antes dos três ou 
quatro anos de idade. Da mesma forma, distúrbios de 
aprendizagem raramente são identificados antes do 
ingresso da criança na escola. 
Os distúrbios do desenvolvimento de predomínio 
relacional caracterizam-se por distúrbios na interação 
social e na comunicação. Uma parte de tais crianças 
apresenta deficits cognitivos, sendo o autismo a 
doença mais grave deste amplo espectro de entidades. 
O tratamento de uma criança com distúrbio do 
desenvolvimento poderá ser individualizado ou ser 
feito em grupo e depende muito de sua complexidade. 
O adequado manejo poderá variar, podendo ser feito 
mediante orientações aos pais sobre a importância da 
relação entre o desenvolvimento da criança e a 
maneira como eles lidam com isso. De igual forma, 
pode ocorrer por intermédio da interação dos pais com 
a criança nos casos de falta de estímulo. Também pode 
haver a necessidade de exames complementares e 
tratamento imediato de doenças associadas, como a 
toxoplasmose ou o hipotireoidismo congênito. O 
tratamento funcionaldeve ser instituído a todos os 
casos independentemente da etiologia. Inúmeras 
experiências demonstram que a estimulação nos 
primeiros anos de vida, para crianças com atraso no 
desenvolvimento já estabelecido ou naquelas com 
risco de atraso, melhora seu desempenho, devendo, 
portanto, seu início ser incentivado o mais 
precocemente possível. 
A Caderneta de Saúde da Criança apresenta 
informações que auxiliam os pais na tomada de decisão 
quando for identificada alguma alteração no 
desenvolvimento de seus filhos. 
 
7) ENTENDER A ATENÇÃO INTEGRAL AO RECÉM -
NASCIDO NA ATENÇÃO BÁSICA. 
O Ministério da Saúde, reconhecendo iniciativas e 
acúmulo de experiências em estados e municípios, 
organizou uma grande estratégia, a fim de qualificar as 
Redes de Atenção Materno-Infantil em todo País, com 
vistas à redução das taxas, ainda elevadas, de 
morbimortalidade materna e infantil. Trata-se da Rede 
Cegonha. 
A Rede Cegonha vem sendo implementada em 
parceria com estados e municípios, gradativamente, 
em todo o território nacional. Ela traz um conjunto de 
iniciativas que envolvem mudanças no modelo de 
cuidado à gravidez, ao parto/nascimento e à atenção 
integral à saúde da criança, com foco nos primeiros 2 
anos e, em especial no período neonatal. Baseia-se na 
articulação dos pontos de atenção em rede e regulação 
obstétrica no momento do parto, qualificação técnica 
das equipes de atenção primária e no âmbito das 
maternidades, melhoria da ambiência dos serviços de 
saúde (Unidades Básicas de Saúde – UBS e 
maternidades) e a ampliação de serviços e profissionais 
visando estimular a prática do parto fisiológico, a 
humanização e a qualificação do cuidado ao parto e ao 
nascimento. 
Assim, a Rede Cegonha se propõe garantir a todos os 
recém-nascidos boas práticas de atenção, embasadas 
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em evidências científicas e nos princípios de 
humanização. Este processo se inicia, caso o RN nasça 
sem intercorrências, pelo clampeamento tardio do 
cordão, sua colocação em contato pele a pele com a 
mãe e o estímulo ao aleitamento materno ainda na 
primeira meia hora de vida. Também é objetivo a 
disponibilidade de profissional capacitado para 
reanimação neonatal em todo parto-nascimento, 
garantindo que o RN respire no primeiro minuto de 
vida (o “minuto de ouro”). 
Finalmente, como prevê o Estatuto da Criança e do 
Adolescente (Lei Federal n° 8.069, de 13 de julho de 
1990) e também a nova normativa nacional sobre 
cuidado neonatal, a Portaria MS/GM n° 930, de 3 de 
setembro de 2012: garantir ao RN em todas as 
unidades neonatais brasileiras (públicas e privadas) o 
livre acesso de sua mãe e de seu pai, e a permanência 
de um deles a seu lado, durante todo o tempo de 
internação, esteja ele em UTI Neonatal, UCI 
convencional ou UCI canguru. Ainda dentro dos 
procedimentos que compõem a atenção integral 
neonatal, a realização dos testes de triagem neonatal: 
pezinho (em grande parte do País realizada na rede 
básica de saúde), olhinho e orelhinha, entre outros. 
Uma observação importante que vai além do que 
“deve ser feito”, diz respeito ao que não precisa e não 
deve ser feito, ou seja, a necessidade de se evitar 
procedimentos “de rotina” iatrogênicos, sem 
embasamento científico, que são realizados de forma 
acrítica, há décadas, em muitos hospitais. 
Na Rede Cegonha também constitui uma grande 
preocupação do Ministério da Saúde a qualificação da 
puericultura do RN/lactente na atenção básica, mas 
para tal é essencial uma chegada ágil e qualificada do 
RN para início de acompanhamento. De nada valerá 
um enorme e caro esforço pela sobrevivência neonatal 
intra-hospitalar, se os profissionais da unidade 
neonatal não investirem em um adequado 
encaminhamento para a continuidade da atenção 
neonatal, agora na atenção básica de saúde. Isso passa 
pelo contato com a unidade básica de referência de 
cada RN, pela qualificação do encaminhamento com 
cartas de encaminhamento que mais do que relatórios 
de alta retrospectivos da atenção prestada, sejam 
orientadores do cuidado a ser seguido pelos 
profissionais da atenção básica em relação àqueles 
agravos que estejam afetando o RN (icterícia etc.). 
Neles também é importante que sejam pactuados os 
fluxos para encaminhamento pela unidade básica de 
RN que demande reavaliação pela equipe neonatal, 
bem como o cronograma de seguimento/ follow-up do 
RN de risco. 
Captação após a alta hospitalar – após o nascimento 
ou internação, com agendamento de atendimento na 
Atenção Básica. Na maternidade, o RN deve receber a 
Caderneta da Criança com registros sobre a história da 
gravidez e nascimento, Apgar, peso e altura ao nascer, 
evolução do bebê, intercorrências, procedimentos 
realizados, condição de alta e recomendações para o 
seu cuidado no domicílio. Esta é uma ação fundamental 
para uma boa compreensão sobre a condição de saúde 
do bebê pela equipe de Atenção Básica ou 
especializada que dará continuidade a seu 
atendimento. 
Identificação do RN de risco, notificação da alta, 
agendamento de consulta na atenção básica, 
programação de visita domiciliar e agendamento para 
o ambulatório de seguimento do RN de alto risco, 
conforme protocolo local / Ministério da Saúde. 
Continuidade do cuidado/captação do RN pela 
atenção básica de saúde que deve ser realizada após 
atendimento do RN em serviços de urgência ou após 
alta hospitalar, por meio de agendamento por 
telefone, pelo envio de cópia/listagem da DN, por meio 
de visita domiciliar e outros, para não haver 
descontinuidade da assistência. 
Visita domiciliar na primeira semana após o parto, 
com avaliação global e de risco da criança, apoio ao 
aleitamento materno e encaminhamento para a 
“Primeira Semana Saúde Integral” na atenção básica de 
saúde. 
“Primeira Semana Saúde Integral” – abordagem 
global da criança e da mãe na atenção básica. 
Primeira consulta na primeira semana de vida e 
marcação de retornos, conforme a necessidade. 
Manutenção do calendário de acompanhamento na 
atenção básica e visitas domiciliares, conforme 
protocolo (local ou do MS)20 e de acordo com a 
necessidade da criança. 
O RN de alto risco deverá manter o calendário de 
acompanhamento na atenção básica, além do 
acompanhamento pelo ambulatório de atenção 
especializada. 
O RN de alto risco deve ser acompanhado até pelo 
menos o segundo ano completo de vida (mínimo de 
duas avaliações por ano); o acompanhamento até o 
quinto ano é desejável, para melhor avaliação da 
função cognitiva e da linguagem. 
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A primeira consulta do recém-nascido deverá ocorrer 
na sua primeira semana de vida, que constitui um 
momento propício para estimular e auxiliar a família 
nas dificuldades do aleitamento materno exclusivo, 
para orientar e realizar imunizações, para verificar a 
realização da triagem neonatal (teste do pezinho) e 
para estabelecer ou reforçar a rede de apoio à família. 
A primeira semana de saúde integral, preconizada 
pela publicação “Agenda de Compromissos para a 
Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade 
Infantil”, editada pelo Ministério da Saúde, lembra 
ainda da importância da verificação da Caderneta de 
Saúde da Criança, da identificação de riscos e 
vulnerabilidades ao nascer e da avaliação da saúde da 
puérpera. 
Como a primeira consulta da criança pode ser 
programada pela equipe, é possível adaptar a agenda 
para o referido momento, adequando o tempo da 
consulta às suas necessidades inerentes. Por exemplo: 
o procedimento de reservar dois horários de consultas 
normais para a primeira consulta do RN garantiria mais 
tempo do profissional com a família. 
Os cuidados com a saúde do bebê e sua família 
devem ser sempre individualizados. No entanto, as 
recomendações descritas a seguir são extensivas atodos os recém-nascidos durante a sua primeira 
consulta. 
São fundamentais a utilização e o adequado 
preenchimento da Caderneta de Saúde da Criança para 
o registro das principais informações de saúde da 
criança. Instrumentos como esse são reconhecidos 
como facilitadores da comunicação entre pais e 
profissionais. 
Um exame físico completo deve ser realizado na 
primeira consulta de puericultura. É consenso que o 
exame físico e seus achados devem ser descritos e 
compartilhados com os pais, como forma de facilitar-
lhes a percepção das necessidades do bebê. 
Tópicos do exame físico: 
1. Peso, comprimento e perímetro cefálico; 
2. Desenvolvimento social e psicoafetivo; 
3. Estado geral; 
4. Face; 
5. Pele; 
6. Crânio (Fontanelas); 
7. Olhos; 
8. Orelha e audição; 
9. Nariz; 
10. Boca (Lábios e cavidade oral); 
11. Pescoço; 
12. Tórax; 
13. Abdome; 
14. Genitália; 
15. Anus e reto; 
16. Sistema osteoarticular; 
17. Coluna vertebral; 
18. Avaliação neurológica. 
Avalie a presença de situações de risco e 
vulnerabilidade à saúde do recém-nascido. 
Situações de vulnerabilidade: 
1. Criança residente em área de risco; 
2. Baixo peso ao nascer (inferior a 2.500g); 
3. Prematuridade (<37 semanas gestacionais); 
4. Asfixia grave ou Apgar menor do que 7 no 5º 
minuto; 
5. Internações/intercorrências; 
6. Mãe com menos de 18 anos de idade; 
7. Mãe com baixa escolaridade (menos de oito 
anos de estudo); 
8. História familiar de morte de criança com 
menos de 5 anos de idade. 
Outras situações reconhecidas de vulnerabilidade: 
aleitamento materno ausente ou não exclusivo, 
gestação gemelar, malformação congênita, mais do 
que três filhos morando juntos, ausência de pré-natal, 
problemas familiares e socioeconômicos que 
interfiram na saúde da criança, problemas específicos 
da criança que interfiram na sua saúde, não realização 
de vacinas, identificação de atraso no desenvolvimento 
e suspeita ou evidência de violência. 
A criança que é alimentada somente com leite 
materno até os 6 meses de vida apresenta menor 
morbidade. Por isso, maiores são os efeitos benéficos 
à sua saúde. Estimule a amamentação, orientando a 
livre demanda (frequência e duração), e não prescreva 
suplementação desnecessária com outros leites. 
A formação ou o fortalecimento do vínculo entre os 
pais e o bebê é importante também para auxiliar os 
pais na percepção das necessidades do bebê e para 
estimulá-los a prover os cuidados necessários a ele. Os 
profissionais devem ainda propiciar espaço para o 
esclarecimento de dúvidas e manifestações de 
sentimentos do cuidador em relação ao bebê. 
Algumas orientações são importantes e devem ser 
fornecidas aos pais, como, por exemplo: 
1. A lavagem de mãos por todas as pessoas que 
têm contato com o bebê deve ser orientada em todas 
as visitas de puericultura, com o objetivo de evitar a 
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propagação de micro-organismos causadores de 
doenças respiratórias. 
2. Oriente a família de modo a não permitir que 
pessoas fumem dentro de casa ou que aqueles que 
acabaram de fumar peguem o bebê no colo. 
3. Oriente-os a respeito do banho e sobre os 
cuidados com o coto umbilical, que deve cair nas 
primeiras duas semanas. Para isso, o coto deve ser 
mantido limpo e seco. 
4. Oriente-os também sobre a troca de fraldas, a 
prevenção de assaduras, os hábitos de sono e os 
diferentes tipos de choro. Na troca de fraldas, a fim 
de evitar as assaduras, os cuidadores devem secar 
bem o bebê após o banho e não podem utilizar talcos. 
5. Oriente-os a respeito da posição supina (de 
“barriga para cima”) para dormir e a sua relação de 
proteção contra a morte súbita do lactente. Caso se 
pratique o coleito (quando o bebê é colocado para 
dormir na cama dos pais), alerte-os para os casos em 
que certos comportamentos dos pais (como o hábito 
de ingerir bebida alcoólica, o uso de drogas ilícitas ou 
cigarros, a utilização de medicação que age no 
sistema nervoso central ou quando os pais se 
encontrarem muito cansados) podem acarretar 
maior risco de morte súbita para o bebê, além de 
lesões não intencionais, ao cair da cama, ao ser 
prensado ou sufocado por um dos pais, 
principalmente quando se trata de crianças menores 
de 4 meses. Também por segurança, os pais devem 
ser instruídos a não dormir com o bebê em sofás ou 
poltronas. 
6. Existem também boas evidências para o 
aconselhamento antecipado referente ao choro 
noturno e aos diferentes significados do choro: fome, 
desconforto, dor. Durante a avaliação de uma criança 
cujos pais queixam-se de choro excessivo, os 
seguintes aspectos devem ser avaliados: estado geral 
da criança, história pré-natal e perinatal, momento 
de início e duração do choro, tensão no ambiente, 
hábitos de alimentação, diurese, evacuação, dieta da 
mãe (se estiver amamentando), refluxo 
gastroesofágico, história familiar de alergias, 
resposta dos pais referente ao choro e fatores que 
aliviam ou agravam o choro. 
7. Em relação ao uso de chupetas (“bicos”), 
atualmente, a introdução desse hábito tem sido 
desaconselhada pela possibilidade de interferir 
negativamente na duração do aleitamento materno, 
e entre outros motivos, sobre saúde bucal. Embora 
não haja dúvidas de que o desmame precoce ocorra 
com mais frequência entre as crianças que usam 
chupeta, ainda não são totalmente conhecidos os 
mecanismos envolvidos nessa associação. 
Prevenção de acidentes: 
1. Além das recomendações anteriores de 
cuidados com o bebê, deve-se cuidar da temperatura 
do banho (a temperatura ideal da água é de 37ºC) e 
não se deve deixar a criança sozinha na banheira, 
mesmo que com pouca água. 
2. Oriente a família a manter as grades do berço 
em boa distância (a distância entre as ripas da grade 
do berço não deve ser superior a 6cm). 
3. Oriente a família a utilizar cobertas leves e 
travesseiro firme para evitar a sufocação do bebê. Se 
estiver frio, é preferível agasalhá-lo com maior 
quantidade de roupas do que cobri-lo com muitas 
cobertas. 
4. Oriente os cuidadores a não aquecer o leite 
materno, a fórmula infantil ou outros líquidos em 
forno de micro-ondas, devido ao risco de 
escaldamento. Líquidos aquecidos nesses aparelhos 
podem ficar mornos na porção mais externa do 
recipiente, enquanto que no seu interior, 
principalmente na parte superior, podem estar 
fervendo. 
5. O transporte do bebê em automóvel deve ser 
feito sempre no banco traseiro, em cadeirinha 
especial para lactente, com cinto de segurança e com 
a criança posicionada na cadeirinha apropriada de 
costas para o motorista. 
6. A criança não deve ser deixada perto de 
animais, mesmo os animais de casa, pois eles podem 
ter reações imprevisíveis. 
Realização do teste do pezinho. O teste deverá ser 
feito a partir do 3º dia de vida da criança, quando já 
ocorreu uma ingestão adequada de proteínas e é 
possível analisar com mais segurança o metabolismo 
da fenilalanina, evitando-se resultados falsos negativos 
para fenilcetonúria. Além disso, a dosagem de 
hormônio estimulante da tireoide (TSH) nas primeiras 
24 horas de vida pode acarretar um aumento de falsos 
positivos para hipotireoidismo congênito. Assim, a 
coleta para o exame deve ser realizada entre o 3º e o 
7º dia de vida da criança. Embora não seja o ideal, 
aceita-se que seja feita a coleta até o 30º dia de vida do 
bebê. 
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Orientações para o calendário de imunizações. É 
importante verificar se o recém-nascido recebeu a 1a 
dose da vacina contra hepatite B e da BCG na 
maternidade e se será necessário indicar a aplicação 
dessas vacinas na unidade de saúde. 
Combine o calendário de consultas. Oriente a família 
sobre o retorno do bebê no 30º dia de vida e combine 
novas consultas conforme os critérios de risco e o 
calendário das consultas subsequentes.

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