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Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 Página | 1 PMSUS - Oficina 6 ATE NÇÃ O À SAÚD E DA CRIA NÇA D E 0 A 2 A NOS NA R ED E C EG ONHA 1) DEFINIR E CARACTERIZAR VIGILÂNCIA DO DESENVOLVIMENTO SAUDÁVEL INFANTIL NA POLÍTICA DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA; É consenso na literatura que o desenvolvimento da criança não depende apenas da maturação neurocerebral, mas também de fatores: biológicos, relacionais, afetivos, simbólicos, contextuais e ambientais. A interação da criança com os membros da família e com a rede social de proteção assegura não apenas sua sobrevivência, mas contribui para o desenvolvimento neuropsicomotor, cognitivo e emocional. O vínculo da criança com a mãe/cuidador exerce importante papel para a aquisição de habilidades, em conjunto com o crescimento e amadurecimento cerebral que acompanham o desenvolvimento. Este processo é complexo e se apoia na dimensão biológica e psicoafetiva, mas depende estritamente do ambiente para seu florescimento. É na interação com o ambiente familiar, com as redes de cooperação, escolar e social mais amplas que a criança poderá se desenvolver plenamente. O desenvolvimento cognitivo integral está ligado a relações satisfatórias entre funcionalidades: sensorial, perceptiva, motora, linguística, intelectual e psicológica, cujo progresso de tais dimensões se estruturam a partir de etapas de maturação neurocerebral do indivíduo. A identificação e a intervenção precoce em situações relacionadas ao atraso no desenvolvimento são fundamentais. Alterações na fala, alterações relacionais com tendência ao isolamento social, dificuldade no aprendizado, comportamento agressivo que coloque em risco a si ou ao próximo, indicam a necessidade de observação acurada da relação da criança com seu cuidador. Desde o nascimento da criança são importantes o registro e a identificação de situações que podem interferir em seu desenvolvimento, tanto no prontuário clínico como no relatório de alta hospitalar e na Caderneta de Saúde da Criança. A avaliação objetiva de habilidades motoras, de comunicação, de interação social e cognitiva nas consultas de acompanhamento de saúde deve ser realizada de acordo com os marcos propostos na Caderneta de Saúde da Criança. Igualmente, as informações e opiniões dos pais e da escola são muito relevantes no que diz respeito às habilidades desenvolvidas e à maneira como a criança as explora em sociedade. O acompanhamento do Crescimento e do Desenvolvimento (CD) da criança inicia-se na maternidade e tem sua continuidade de cuidado na Atenção Básica à Saúde (ABS), mediante consultas de rotina, conforme calendário de puericultura previsto na Caderneta de Saúde da Criança, pressupondo ações de promoção, de proteção, de detecção precoce, de atendimento e de reabilitação de alterações que possam repercutir em sua vida futura. O MS, por meio da Portaria GM/MS n.º 1.058, de 4 de julho de 2005, prevê a disponibilização da Caderneta de Saúde da Criança, Passaporte da Cidadania, a todas as crianças nascidas nas maternidades (públicas e privadas) do País. Trata-se de ferramenta estratégica para servir de fio condutor da atenção integral preconizada pela Pnaisc, instrumento insubstituível de registro e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento (CD) e de orientações para esta atenção integral até a criança completar 9 anos de vida, e a partir dos 10 anos a caderneta entregue é a do adolescente. A nova versão (consulta pública em 2015), chamada de Caderneta de Saúde da Criança, pelo fato de objetivar um caráter intersetorial, passando a transcender a saúde, incorporando algumas informações sobre as ações e as políticas de assistência social e de educação e direito para a criança. A alta responsável da maternidade inclui entrega orientada da Caderneta de Saúde da Criança. Para o sucesso de sua plena utilização pela mãe/pai/família é fundamental que os profissionais apresentem seu conteúdo com especial foco nos dados relacionados ao nascimento e primeiros dias de vida, ali já anotados, como medidas de peso, altura, perímetro cefálico, resultados dos testes neonatais, registros de vacinas e procedimentos realizados, bem como de eventuais alterações ao exame físico (icterícia etc.) ou de intercorrências. Também é importante explicar as seções que podem ser de utilidade imediata, como as orientações sobre aleitamento materno e primeiros cuidados. Sempre que possível, a mãe deve deixar a maternidade já com a data agendada para o comparecimento entre o 3º e o 5º dia de vida na Unidade Básica de Saúde (UBS), visando ao “5º Dia de Saúde Integral” para a mulher e seu recém-nascido. Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 Página | 2 O acompanhamento do CD ocorre na Atenção Básica prioritariamente, mas, se necessário, também deve ser realizado nos diversos pontos de atenção da rede de saúde, como a atenção ambulatorial especializada. Durante o atendimento, o profissional de saúde deve preencher adequadamente as curvas de crescimento e os marcos de desenvolvimento nas faixas etárias previstas na Caderneta de Saúde da Criança. Na Caderneta há orientação para a avaliação dos marcos do desenvolvimento e classificação da situação da criança. É essencial o registro pelo profissional da ABS da evolução da criança segundo os marcos, visando à adequada informação e ao empoderamento da família sobre a criança, bem como para comunicação com os profissionais do serviço educacional onde a criança frequenta e do Centro de Referência da Assistência Social (Cras) responsável pela região de cobertura da UBS. O acompanhamento do desenvolvimento da criança na atenção básica objetiva sua promoção, proteção e a detecção precoce de alterações passíveis de modificação que possam repercutir em sua vida futura. Isso ocorre principalmente por meio de ações educativas e de acompanhamento integral da saúde da criança. A criança deve atravessar cada estádio segundo uma sequência regular, ou seja, os estádios de desenvolvimento cognitivo são sequenciais. Se a criança não for estimulada ou motivada no devido momento, ela não conseguirá superar o atraso do seu desenvolvimento. Afinal, o desenvolvimento infantil se dá à medida que a criança vai crescendo e vai se desenvolvendo de acordo com os meios onde vive e os estímulos deles recebido. A identificação de problemas (tais como: atraso no desenvolvimento da fala, alterações relacionais, tendência ao isolamento social, dificuldade no aprendizado, agressividade, entre outros) é fundamental para o desenvolvimento e a intervenção precoce para o prognóstico dessas crianças. Portanto, são de relevância o diagnóstico e o acompanhamento do desenvolvimento das crianças, sendo que os principais protocolos preconizam a avaliação objetiva de habilidades motoras, de comunicação, de interação social e cognitivas nas consultas de supervisão de saúde. As avaliações do desenvolvimento infantil devem sempre levar em consideração as informações e opiniões dos pais e da escola sobre a criança. Recomenda-se procurar ouvir, informar e discutir assuntos que dizem respeito às habilidades desenvolvidas e à maneira como a criança as explora, relacionando-as aos riscos de lesões não intencionais e às medidas para a sua prevenção. Para os casos de crianças com atraso no seu desenvolvimento, deve haver interface e encaminhamento responsável para pediatra e outros profissionais do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) – outros especialistas médicos, terapeuta ocupacional, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo) –, ambulatórios especializados, Centros Especializados de Reabilitação (CER) ou Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (Capsi). Caso não exista pediatra ou outros profissionais de Nasf no território,considera-se a avaliação de médico capacitado para verificar atraso neuropsicomotor e/ou necessidade de investigação. Deve-se avaliar a necessidade de referenciamento de acordo com o Projeto Terapêutico Singular (PTS) e os recursos locais que compõem a rede local. Em qualquer destas situações se mantém o calendário de acompanhamento na UBS para continuidade do cuidado. O referenciamento ao especialista não encerra aquele acompanhamento, implicando aquele que encaminha como corresponsável no “caminho de atenção” sugerido. 2) COMPREENDER A IMPORTÂNCIA DA PUERICULTURA; Cada encontro com a criança e sua família, independentemente da queixa, é uma oportunidade para fortalecer os laços com a equipe de saúde, assim como desenvolver atividades ligadas à promoção da saúde. No âmbito da atenção básica, o atendimento de puericultura, realizado por diferentes profissionais, é entendido como um dos momentos mais favoráveis para o fortalecimento do vínculo e a troca de informações entre a equipe e a família. A puericultura pode ser definida como cuidados de prevenção de doenças e promoção de saúde das crianças, e abrange: a) supervisão de saúde, incluindo orientações antecipatórias em nutrição, eliminações, sono, disciplina, prevenção de injúrias, entre outros; b) inquérito sobre marcos do desenvolvimento e desempenho escolar; c) avaliação das condições psicossociais da criança e da família; Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 Página | 3 d) coordenação de cuidados, ou seja, os encaminhamentos a recursos ou serviços comunitários necessários; e) imunizações, exame físico e triagens adicionais, como peso, altura, nível de hemoglobina, visão, audição, entre outras. O objetivo da puericultura é garantir que as crianças sigam uma trajetória ótima de crescimento e desenvolvimento, identificando influências que possam afetar negativamente sua saúde. Por meio da vigilância do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), o profissional da saúde pode identificar transtornos comportamentais e do desenvolvimento, como o transtorno do espectro autista (TEA), que demanda intervenção precoce por equipe multidisciplinar para resgatar atrasos e melhorar o prognóstico. Durante a consulta, o profissional da saúde deve verificar a situação vacinal, investigar as rotinas de refeições e de sono e observar a dinâmica familiar, para avaliar a relação entre pais e filhos, os vínculos parentais, manifestações de afeto, estabelecimento de limites ou permissividade e sinais que possam sugerir estresse tóxico, o qual pode causar danos irreversíveis ao DNPM da criança e aumentar os riscos para doenças orgânicas. É importante perguntar sobre o tempo diário de exposição da criança a tecnologias digitais, como TV, vídeos em tablet ou smartphone ou jogando videogames. O uso excessivo, precoce e não supervisionado desses dispositivos eletrônicos causa prejuízos à saúde da criança e do adolescente, como deficiências visuais, auditivas e posturais, distúrbios do sono, alterações do humor, isolamento, agressividade, depressão, redução da capacidade cognitiva e produtiva, déficit de atenção, problemas de linguagem e transtornos ligados ao sedentarismo, como obesidade. O profissional da saúde deve orientar sobre os desafios de utilizar essas tecnologias sem causar danos ao DNPM e à saúde infantil, por meio do controle de conteúdo pelos pais e do estabelecimento de limite de tempo. Desta forma, a puericultura é um conjunto de ações pediátricas de monitoramento de situações da rotina que resultam em estratégias de promoção da saúde e prevenção de doenças, com objetivos que extrapolam uma infância saudável e alcançam a saúde do futuro adulto. O Ministério da Saúde recomenda sete consultas de rotina no primeiro ano de vida (na 1ª semana, no 1º mês, 2º mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além de duas consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º mês) e, a partir do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do aniversário. Essas faixas etárias são selecionadas porque representam momentos de oferta de imunizações e de orientações de promoção de saúde e prevenção de doenças. 3) DESCREVER O PROTOCOLO DE ATENDIMENTO DA PUERICULTURA NAS UNIDADES DE SAÚDE ; O Ministério da Saúde recomenda o seguinte esquema para as consultas de rotina: 1ª semana - 1º mês - 2º mês - 4º mês - 6º mês - 9º mês - 12º mês - 18º mês - 24º mês A partir dos 2 anos de idade, as consultas de rotina devem, no mínimo, ser anuais, próximas ao mês de aniversário. Lembre-se de levar a Caderneta de Saúde da Criança a todas as consultas. Algumas crianças necessitam de maior atenção e devem ser vistas com maior frequência. Em todas as consultas de rotina, o profissional de saúde deve avaliar e orientar sobre: 1. Alimentação da criança. 2. Peso, comprimento ou altura e perímetro cefálico (este último até os 2 anos). 3. Vacinas. 4. Desenvolvimento. 5. Prevenção de acidentes. 6. Identificação de problemas ou riscos para a saúde. 7. Outros cuidados para uma boa saúde. 4) ESTUDAR A IMPORTÂNCIA DA CADERNETA DE SAÚDE DA CRIANÇA E SEUS FATORES DETERMINANTES SOBRE: CRESCIMENTO E O ESTADO NUTRICIONAL (SCORE Z, PERCENTIL); O crescimento é resultante da integração de fatores genéticos, biológicos, psíquicos e sociais, com as características intrínsecas (biológicas) e extrínsecas (ambientais). É considerado como um dos melhores indicadores de saúde da criança, e a evolução do crescimento expressa as condições de vida da criança no passado e no presente. O crescimento é um processo dinâmico e contínuo, expresso pelo aumento do tamanho corporal. Constitui um dos indicadores de saúde da criança. O processo de crescimento é influenciado por fatores intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), entre os quais se destacam a alimentação, a saúde, a Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 Página | 4 higiene, a habitação e os cuidados gerais com a criança, que atuam acelerando ou restringindo tal processo. Deve-se valorizar também o crescimento intrauterino, pois diversos estudos atestam que alterações no crescimento fetal e infantil podem ter efeitos permanentes na saúde do adulto. O acompanhamento sistemático do crescimento e do ganho de peso permite a identificação de crianças com maior risco de morbimortalidade por meio da sinalização precoce da subnutrição e da obesidade. Um estudo evidenciou melhorias no tocante ao conhecimento das mães sobre o crescimento de seus filhos com o aconselhamento baseado na utilização das curvas de crescimento. A vigilância nutricional e o monitoramento do crescimento objetivam promover e proteger a saúde da criança e, quando necessário, por meio de diagnóstico e tratamento precoce para sub ou sobrealimentação, evitar que desvios do crescimento possam comprometer sua saúde atual e sua qualidade de vida futura. Estudos sobre a epidemiologia do estado nutricional têm dado mais atenção ao peso e ao índice de massa corpórea do que à altura, porém a altura também tem sido associada a vários desfechos e causas de mortalidade. O deficit estatural representa atualmente a característica antropométrica mais representativa do quadro epidemiológico da desnutrição no Brasil. O melhor método de acompanhamento do crescimento infantil é o registro periódico do peso, da estatura e do IMC da criança na Caderneta de Saúde da Criança. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam a utilização dos valores de referência para o acompanhamento do crescimento e do ganho de peso das curvas da OMS de 2006 (para crianças menores de 5 anos) e 2007 (para a faixa etária dos 5 aos 19 anos). A Caderneta de Saúde da Criança utiliza como parâmetros para avaliação do crescimento de crianças (menores de10 anos) os seguintes gráficos: perímetro cefálico (de zero a 2 anos), peso para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), comprimento/estatura para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos), índice de massa corporal (IMC) para a idade (de zero a 2 anos, de 2 a 5 anos e de 5 a 10 anos). A inclusão do IMC como parâmetro de avaliação permite que a criança seja mais bem avaliada na sua relação peso vs. comprimento (para menores de 2 anos) ou peso vs. altura (para maiores de 2 anos). Tal parâmetro auxilia na classificação de crianças que em um determinado período estiveram desnutridas e tiveram o comprometimento de sua estatura, possibilitando uma melhor identificação de crianças com excesso de peso e baixa estatura. Já o peso por idade limita-se a mostrar se a criança está com peso abaixo do recomendado para a sua idade, mas não mostra se a sua estatura já foi comprometida. O IMC já foi validado em crianças como bom marcador de adiposidade e sobrepeso, apresentando estreita correlação com outros parâmetros que avaliam a porcentagem de gordura corpórea, como as pregas cutâneas, a densitometria e a bioimpedância eletromagnética. Além da validação do IMC como bom marcador de adiposidade em crianças, o interesse pelo seu uso cresceu à medida que se notou que o IMC mensurado na infância pode ser preditivo em relação ao IMC na idade adulta. A vigilância alimentar e nutricional pressupõe o monitoramento contínuo do estado nutricional e do consumo alimentar da população. Neste sentido, o Ministério da Saúde adota o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), destinado a atender todas as fases da vida dos indivíduos, sejam crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes. 5) DESCREVER OS MARCOS DO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR DE 0 A 2 ANOS (COGNITIVO, FUNCIONAL, LINGUAGEM); Atualmente, nos atendimentos pediátricos, as famílias indagam sobre os saltos do desenvolvimento. Há uma diferença marcada entre os marcos – baseados em Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 Página | 5 escalas e testes pré-definidos– e os saltos – definidos como a observação de mudanças comportamentais (sono, alimentação e irritabilidade) nos bebês frente à possibilidade da aquisição de uma nova habilidade. 0-2 meses 1. Acalma com a voz da mãe 2. Observa um rosto 3. Segue objetos ultrapassando a linha média 4. Reage ao som 5. Vocaliza (emite sons diferentes do choro) 6. Sorri Salto 1 no 1º mês 2-4 meses 1. Observa sua própria mão 2. Segue com o olhar até 180° 3. Grita e tenta conversar 4. Sustenta a cabeça 5. Leva a mão à boca 6. Sustenta cabeça e ombros quando colocado de bruços Salto 2 aos 2 meses; Salto 3 aos 3 meses. 4-6 meses 1. Senta com apoio 2. Vira-se sozinho e rola de um lado para outro 3. Tenta alcançar um objeto e o agarra 4. Procura objetos fora do alcance 5. Volta-se para o som 6. Inicia uma interação Salto 4 aos 4 meses; Salto 5 aos 5 meses. 6-9 meses 1. Transmite objetos de uma mão para a outra 2. Pinça polegar-dedo 3. Repete sons (sílabas) 4. Senta sem apoio 5. Arrasta ou engatinha 6. Estranhamento (prefere pessoas de seu convívio) 7. Brinca de escondeu-achou Salto 6 aos 7 meses. 9-12 meses 1. Bate palmas, acena 2. Fala pequenas palavras 3. Fica em pé com apoio 4. Pinça completa (polpa a polpa) 5. Segura o copo ou a mamadeira 6. Bate palmas, aponta com o dedo Salto 7 aos 10 meses; Salto 8 aos 11 meses. 12-18 meses 1. Anda sozinha 2. Compreende o que falam 3. Deseja comer sozinha 4. Gosta de escutar pequenas histórias, músicas e dançar 5. Faz birra quando contrariada Salto 9 aos 14 meses; Salto 10 aos 18 meses. 18-24 meses 1. Junta duas palavras e inicia frases curtas 2. Testa limites 3. Tem vontade própria 4. Deseja se vestir 5. Pode começar a controlar os esfíncteres 6) CARACTERIZAR A CLASSIFICAÇÃO E CONDUTA PARA O DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA CRIANÇA (RISCOS E ATRASOS NO DESENVOLVIMENTO); Criança em risco refere-se àquela exposta a situações em que há maior chance de evolução desfavorável, em qualquer aspecto biopsicossocial. A condição ou situação de risco pode estar presente já na gravidez (período fetal), no nascimento – RN de risco ao nascer – ou acontecer ao longo da vida da criança. Os fatores de risco para problemas de desenvolvimento podem ser classificados em genéticos (por exemplo: síndrome de Down), biológicos (por exemplo: prematuridade, hipóxia neonatal, meningites) e/ou ambientais (fatores familiares, de ambiente físico, fatores sociais). No entanto, a maior parte dos traços de desenvolvimento da criança é de origem multifatorial e representa a interação entre a herança genética e os fatores ambientais. O baixo peso ao nascer e a prematuridade são eventos que aumentam o risco da criança para alterações globais em seu desenvolvimento (tais como: distúrbios de linguagem, de motricidade, de aprendizagem e atraso neuropsicomotor), podendo, contudo, evoluir durante os primeiros dois anos de vida para padrões de normalidade na maioria dos casos. No entanto, as maiores taxas de deficiência ocorrem nas menores faixas de peso e idade gestacional, tendo correlação com a incidência de complicações no período neonatal. Estudos revelam que as crianças com baixo peso ao nascer tiveram quatro vezes mais chances de apresentar problemas em relação àquelas com maior peso. Além disso, o fator prematuridade teve mais chances (60%) de evidenciar problemas no desenvolvimento. Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 Página | 6 A manifestação de dificuldades no desenvolvimento é muito variável e pode ser de ordem mental, física, auditiva, visual ou relacional. O deficit mental caracteriza-se por um estado de redução notável do funcionamento intelectual significativamente inferior à média, que se inicia durante o período de desenvolvimento da criança e está associado a limitações em pelo menos dois aspectos do funcionamento adaptativo: comunicação, cuidados pessoais, atividades de vida diária, habilidades sociais, utilização dos recursos comunitários, autonomia, aptidões escolares, lazer e trabalho. A hipóxia perinatal e as infecções congênitas são as condições mais prevalentes que levam as crianças a apresentar deficit mental. Os distúrbios com predomínio motor (como, por exemplo, a paralisia cerebral) costumam ser diagnosticados mais facilmente do que os de linguagem ou os cognitivos. No entanto, estes últimos têm maior correlação com o progresso do desenvolvimento do que as alterações na evolução do comportamento motor. Embora as deficiências graves possam ser reconhecidas ainda na infância, distúrbios de linguagem, hiperatividade e transtornos emocionais não são facilmente diagnosticados antes dos três ou quatro anos de idade. Da mesma forma, distúrbios de aprendizagem raramente são identificados antes do ingresso da criança na escola. Os distúrbios do desenvolvimento de predomínio relacional caracterizam-se por distúrbios na interação social e na comunicação. Uma parte de tais crianças apresenta deficits cognitivos, sendo o autismo a doença mais grave deste amplo espectro de entidades. O tratamento de uma criança com distúrbio do desenvolvimento poderá ser individualizado ou ser feito em grupo e depende muito de sua complexidade. O adequado manejo poderá variar, podendo ser feito mediante orientações aos pais sobre a importância da relação entre o desenvolvimento da criança e a maneira como eles lidam com isso. De igual forma, pode ocorrer por intermédio da interação dos pais com a criança nos casos de falta de estímulo. Também pode haver a necessidade de exames complementares e tratamento imediato de doenças associadas, como a toxoplasmose ou o hipotireoidismo congênito. O tratamento funcionaldeve ser instituído a todos os casos independentemente da etiologia. Inúmeras experiências demonstram que a estimulação nos primeiros anos de vida, para crianças com atraso no desenvolvimento já estabelecido ou naquelas com risco de atraso, melhora seu desempenho, devendo, portanto, seu início ser incentivado o mais precocemente possível. A Caderneta de Saúde da Criança apresenta informações que auxiliam os pais na tomada de decisão quando for identificada alguma alteração no desenvolvimento de seus filhos. 7) ENTENDER A ATENÇÃO INTEGRAL AO RECÉM - NASCIDO NA ATENÇÃO BÁSICA. O Ministério da Saúde, reconhecendo iniciativas e acúmulo de experiências em estados e municípios, organizou uma grande estratégia, a fim de qualificar as Redes de Atenção Materno-Infantil em todo País, com vistas à redução das taxas, ainda elevadas, de morbimortalidade materna e infantil. Trata-se da Rede Cegonha. A Rede Cegonha vem sendo implementada em parceria com estados e municípios, gradativamente, em todo o território nacional. Ela traz um conjunto de iniciativas que envolvem mudanças no modelo de cuidado à gravidez, ao parto/nascimento e à atenção integral à saúde da criança, com foco nos primeiros 2 anos e, em especial no período neonatal. Baseia-se na articulação dos pontos de atenção em rede e regulação obstétrica no momento do parto, qualificação técnica das equipes de atenção primária e no âmbito das maternidades, melhoria da ambiência dos serviços de saúde (Unidades Básicas de Saúde – UBS e maternidades) e a ampliação de serviços e profissionais visando estimular a prática do parto fisiológico, a humanização e a qualificação do cuidado ao parto e ao nascimento. Assim, a Rede Cegonha se propõe garantir a todos os recém-nascidos boas práticas de atenção, embasadas Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 Página | 7 em evidências científicas e nos princípios de humanização. Este processo se inicia, caso o RN nasça sem intercorrências, pelo clampeamento tardio do cordão, sua colocação em contato pele a pele com a mãe e o estímulo ao aleitamento materno ainda na primeira meia hora de vida. Também é objetivo a disponibilidade de profissional capacitado para reanimação neonatal em todo parto-nascimento, garantindo que o RN respire no primeiro minuto de vida (o “minuto de ouro”). Finalmente, como prevê o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei Federal n° 8.069, de 13 de julho de 1990) e também a nova normativa nacional sobre cuidado neonatal, a Portaria MS/GM n° 930, de 3 de setembro de 2012: garantir ao RN em todas as unidades neonatais brasileiras (públicas e privadas) o livre acesso de sua mãe e de seu pai, e a permanência de um deles a seu lado, durante todo o tempo de internação, esteja ele em UTI Neonatal, UCI convencional ou UCI canguru. Ainda dentro dos procedimentos que compõem a atenção integral neonatal, a realização dos testes de triagem neonatal: pezinho (em grande parte do País realizada na rede básica de saúde), olhinho e orelhinha, entre outros. Uma observação importante que vai além do que “deve ser feito”, diz respeito ao que não precisa e não deve ser feito, ou seja, a necessidade de se evitar procedimentos “de rotina” iatrogênicos, sem embasamento científico, que são realizados de forma acrítica, há décadas, em muitos hospitais. Na Rede Cegonha também constitui uma grande preocupação do Ministério da Saúde a qualificação da puericultura do RN/lactente na atenção básica, mas para tal é essencial uma chegada ágil e qualificada do RN para início de acompanhamento. De nada valerá um enorme e caro esforço pela sobrevivência neonatal intra-hospitalar, se os profissionais da unidade neonatal não investirem em um adequado encaminhamento para a continuidade da atenção neonatal, agora na atenção básica de saúde. Isso passa pelo contato com a unidade básica de referência de cada RN, pela qualificação do encaminhamento com cartas de encaminhamento que mais do que relatórios de alta retrospectivos da atenção prestada, sejam orientadores do cuidado a ser seguido pelos profissionais da atenção básica em relação àqueles agravos que estejam afetando o RN (icterícia etc.). Neles também é importante que sejam pactuados os fluxos para encaminhamento pela unidade básica de RN que demande reavaliação pela equipe neonatal, bem como o cronograma de seguimento/ follow-up do RN de risco. Captação após a alta hospitalar – após o nascimento ou internação, com agendamento de atendimento na Atenção Básica. Na maternidade, o RN deve receber a Caderneta da Criança com registros sobre a história da gravidez e nascimento, Apgar, peso e altura ao nascer, evolução do bebê, intercorrências, procedimentos realizados, condição de alta e recomendações para o seu cuidado no domicílio. Esta é uma ação fundamental para uma boa compreensão sobre a condição de saúde do bebê pela equipe de Atenção Básica ou especializada que dará continuidade a seu atendimento. Identificação do RN de risco, notificação da alta, agendamento de consulta na atenção básica, programação de visita domiciliar e agendamento para o ambulatório de seguimento do RN de alto risco, conforme protocolo local / Ministério da Saúde. Continuidade do cuidado/captação do RN pela atenção básica de saúde que deve ser realizada após atendimento do RN em serviços de urgência ou após alta hospitalar, por meio de agendamento por telefone, pelo envio de cópia/listagem da DN, por meio de visita domiciliar e outros, para não haver descontinuidade da assistência. Visita domiciliar na primeira semana após o parto, com avaliação global e de risco da criança, apoio ao aleitamento materno e encaminhamento para a “Primeira Semana Saúde Integral” na atenção básica de saúde. “Primeira Semana Saúde Integral” – abordagem global da criança e da mãe na atenção básica. Primeira consulta na primeira semana de vida e marcação de retornos, conforme a necessidade. Manutenção do calendário de acompanhamento na atenção básica e visitas domiciliares, conforme protocolo (local ou do MS)20 e de acordo com a necessidade da criança. O RN de alto risco deverá manter o calendário de acompanhamento na atenção básica, além do acompanhamento pelo ambulatório de atenção especializada. O RN de alto risco deve ser acompanhado até pelo menos o segundo ano completo de vida (mínimo de duas avaliações por ano); o acompanhamento até o quinto ano é desejável, para melhor avaliação da função cognitiva e da linguagem. Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 Página | 8 A primeira consulta do recém-nascido deverá ocorrer na sua primeira semana de vida, que constitui um momento propício para estimular e auxiliar a família nas dificuldades do aleitamento materno exclusivo, para orientar e realizar imunizações, para verificar a realização da triagem neonatal (teste do pezinho) e para estabelecer ou reforçar a rede de apoio à família. A primeira semana de saúde integral, preconizada pela publicação “Agenda de Compromissos para a Saúde Integral da Criança e Redução da Mortalidade Infantil”, editada pelo Ministério da Saúde, lembra ainda da importância da verificação da Caderneta de Saúde da Criança, da identificação de riscos e vulnerabilidades ao nascer e da avaliação da saúde da puérpera. Como a primeira consulta da criança pode ser programada pela equipe, é possível adaptar a agenda para o referido momento, adequando o tempo da consulta às suas necessidades inerentes. Por exemplo: o procedimento de reservar dois horários de consultas normais para a primeira consulta do RN garantiria mais tempo do profissional com a família. Os cuidados com a saúde do bebê e sua família devem ser sempre individualizados. No entanto, as recomendações descritas a seguir são extensivas atodos os recém-nascidos durante a sua primeira consulta. São fundamentais a utilização e o adequado preenchimento da Caderneta de Saúde da Criança para o registro das principais informações de saúde da criança. Instrumentos como esse são reconhecidos como facilitadores da comunicação entre pais e profissionais. Um exame físico completo deve ser realizado na primeira consulta de puericultura. É consenso que o exame físico e seus achados devem ser descritos e compartilhados com os pais, como forma de facilitar- lhes a percepção das necessidades do bebê. Tópicos do exame físico: 1. Peso, comprimento e perímetro cefálico; 2. Desenvolvimento social e psicoafetivo; 3. Estado geral; 4. Face; 5. Pele; 6. Crânio (Fontanelas); 7. Olhos; 8. Orelha e audição; 9. Nariz; 10. Boca (Lábios e cavidade oral); 11. Pescoço; 12. Tórax; 13. Abdome; 14. Genitália; 15. Anus e reto; 16. Sistema osteoarticular; 17. Coluna vertebral; 18. Avaliação neurológica. Avalie a presença de situações de risco e vulnerabilidade à saúde do recém-nascido. Situações de vulnerabilidade: 1. Criança residente em área de risco; 2. Baixo peso ao nascer (inferior a 2.500g); 3. Prematuridade (<37 semanas gestacionais); 4. Asfixia grave ou Apgar menor do que 7 no 5º minuto; 5. Internações/intercorrências; 6. Mãe com menos de 18 anos de idade; 7. Mãe com baixa escolaridade (menos de oito anos de estudo); 8. História familiar de morte de criança com menos de 5 anos de idade. Outras situações reconhecidas de vulnerabilidade: aleitamento materno ausente ou não exclusivo, gestação gemelar, malformação congênita, mais do que três filhos morando juntos, ausência de pré-natal, problemas familiares e socioeconômicos que interfiram na saúde da criança, problemas específicos da criança que interfiram na sua saúde, não realização de vacinas, identificação de atraso no desenvolvimento e suspeita ou evidência de violência. A criança que é alimentada somente com leite materno até os 6 meses de vida apresenta menor morbidade. Por isso, maiores são os efeitos benéficos à sua saúde. Estimule a amamentação, orientando a livre demanda (frequência e duração), e não prescreva suplementação desnecessária com outros leites. A formação ou o fortalecimento do vínculo entre os pais e o bebê é importante também para auxiliar os pais na percepção das necessidades do bebê e para estimulá-los a prover os cuidados necessários a ele. Os profissionais devem ainda propiciar espaço para o esclarecimento de dúvidas e manifestações de sentimentos do cuidador em relação ao bebê. Algumas orientações são importantes e devem ser fornecidas aos pais, como, por exemplo: 1. A lavagem de mãos por todas as pessoas que têm contato com o bebê deve ser orientada em todas as visitas de puericultura, com o objetivo de evitar a Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 Página | 9 propagação de micro-organismos causadores de doenças respiratórias. 2. Oriente a família de modo a não permitir que pessoas fumem dentro de casa ou que aqueles que acabaram de fumar peguem o bebê no colo. 3. Oriente-os a respeito do banho e sobre os cuidados com o coto umbilical, que deve cair nas primeiras duas semanas. Para isso, o coto deve ser mantido limpo e seco. 4. Oriente-os também sobre a troca de fraldas, a prevenção de assaduras, os hábitos de sono e os diferentes tipos de choro. Na troca de fraldas, a fim de evitar as assaduras, os cuidadores devem secar bem o bebê após o banho e não podem utilizar talcos. 5. Oriente-os a respeito da posição supina (de “barriga para cima”) para dormir e a sua relação de proteção contra a morte súbita do lactente. Caso se pratique o coleito (quando o bebê é colocado para dormir na cama dos pais), alerte-os para os casos em que certos comportamentos dos pais (como o hábito de ingerir bebida alcoólica, o uso de drogas ilícitas ou cigarros, a utilização de medicação que age no sistema nervoso central ou quando os pais se encontrarem muito cansados) podem acarretar maior risco de morte súbita para o bebê, além de lesões não intencionais, ao cair da cama, ao ser prensado ou sufocado por um dos pais, principalmente quando se trata de crianças menores de 4 meses. Também por segurança, os pais devem ser instruídos a não dormir com o bebê em sofás ou poltronas. 6. Existem também boas evidências para o aconselhamento antecipado referente ao choro noturno e aos diferentes significados do choro: fome, desconforto, dor. Durante a avaliação de uma criança cujos pais queixam-se de choro excessivo, os seguintes aspectos devem ser avaliados: estado geral da criança, história pré-natal e perinatal, momento de início e duração do choro, tensão no ambiente, hábitos de alimentação, diurese, evacuação, dieta da mãe (se estiver amamentando), refluxo gastroesofágico, história familiar de alergias, resposta dos pais referente ao choro e fatores que aliviam ou agravam o choro. 7. Em relação ao uso de chupetas (“bicos”), atualmente, a introdução desse hábito tem sido desaconselhada pela possibilidade de interferir negativamente na duração do aleitamento materno, e entre outros motivos, sobre saúde bucal. Embora não haja dúvidas de que o desmame precoce ocorra com mais frequência entre as crianças que usam chupeta, ainda não são totalmente conhecidos os mecanismos envolvidos nessa associação. Prevenção de acidentes: 1. Além das recomendações anteriores de cuidados com o bebê, deve-se cuidar da temperatura do banho (a temperatura ideal da água é de 37ºC) e não se deve deixar a criança sozinha na banheira, mesmo que com pouca água. 2. Oriente a família a manter as grades do berço em boa distância (a distância entre as ripas da grade do berço não deve ser superior a 6cm). 3. Oriente a família a utilizar cobertas leves e travesseiro firme para evitar a sufocação do bebê. Se estiver frio, é preferível agasalhá-lo com maior quantidade de roupas do que cobri-lo com muitas cobertas. 4. Oriente os cuidadores a não aquecer o leite materno, a fórmula infantil ou outros líquidos em forno de micro-ondas, devido ao risco de escaldamento. Líquidos aquecidos nesses aparelhos podem ficar mornos na porção mais externa do recipiente, enquanto que no seu interior, principalmente na parte superior, podem estar fervendo. 5. O transporte do bebê em automóvel deve ser feito sempre no banco traseiro, em cadeirinha especial para lactente, com cinto de segurança e com a criança posicionada na cadeirinha apropriada de costas para o motorista. 6. A criança não deve ser deixada perto de animais, mesmo os animais de casa, pois eles podem ter reações imprevisíveis. Realização do teste do pezinho. O teste deverá ser feito a partir do 3º dia de vida da criança, quando já ocorreu uma ingestão adequada de proteínas e é possível analisar com mais segurança o metabolismo da fenilalanina, evitando-se resultados falsos negativos para fenilcetonúria. Além disso, a dosagem de hormônio estimulante da tireoide (TSH) nas primeiras 24 horas de vida pode acarretar um aumento de falsos positivos para hipotireoidismo congênito. Assim, a coleta para o exame deve ser realizada entre o 3º e o 7º dia de vida da criança. Embora não seja o ideal, aceita-se que seja feita a coleta até o 30º dia de vida do bebê. Ana Beatriz Figuerêdo Almeida - Medicina 2022.1 Página | 10 Orientações para o calendário de imunizações. É importante verificar se o recém-nascido recebeu a 1a dose da vacina contra hepatite B e da BCG na maternidade e se será necessário indicar a aplicação dessas vacinas na unidade de saúde. Combine o calendário de consultas. Oriente a família sobre o retorno do bebê no 30º dia de vida e combine novas consultas conforme os critérios de risco e o calendário das consultas subsequentes.
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