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unidade 4 Eletrotermofototerapia

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1 
 
UNIDADE 4 - OUTRAS TECNOLOGIAS 
Aula 1 
Alta frequência e ozonioterapia 
Introdução da unidade 
Objetivos da Unidade 
Ao final desta Unidade, você será capaz de: 
• descrever o mecanismo de ação de equipamentos de alta frequência; 
• analisar o uso eficaz da ozonioterapia; 
• classificar o conceito de tecnologia da ozonioterapia para o profissional de 
estética. 
Olá, estudante! 
Abordaremos conceitos importantes para você, futuro profissional da área de 
estética, compreender todo o mecanismo de ação de equipamentos utilizados na 
prática clínica facial e corporal para diferentes disfunções estéticas. Durante a 
prática clínica, você encontrará diversos métodos de tratamentos que garantem 
melhora do quadro clínico do seu cliente/paciente, porém cabe ao profissional 
selecionar o que é realmente comprovado cientificamente. 
Quando nos referimos a este assunto, o equipamento ou o método de tratamento 
necessita comprovar sua ação através de estudos, utilizando, de preferência, 
grupos de pessoas, com os quais será analisado o antes e o depois do tratamento 
realizado. Mas, por que abordar isso? Porque o que temos observado no meio 
estético é uma infinidade de tratamentos que prometem efeitos extraordinários e, 
muitas vezes, nos iludimos, pensando que será o grande divisor de águas em nossa 
profissão, mas não podemos nos esquecer que um bom estudante ou profissional 
necessita ter discernimento do que é realmente eficaz ou não, baseando-se sempre 
na fisiologia humana. Então, o que precisamos esclarecer para você é que não se 
deixe iludir por métodos midiáticos, tenha total compreensão do que está 
executando, pois, desta forma, você se destacará e terá bons resultados, sem 
comprometer a saúde do seu cliente/paciente, lembrando-se sempre de que 
estética é saúde. 
 
Introdução da aula 
Qual é o foco da aula? 
Nesta aula, você aprenderá sobre o uso da ozonioterapia e alta frequência 
utilizados na área da estética. 
 
2 
 
Objetivos gerais de aprendizagem 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
• classificar o uso da ozonioterapia para fins terapêuticos; 
• descrever a técnica de alta frequência e como é utilizada na estética; 
• analisar quais as indicações para o uso de ozonioterapia. 
Situação-problema 
Olá, estudante! 
Boas-vindas, á disciplina de Eletrotermofototerapia, que abordará temas 
importantes para você, futuro profissional da área de estética, como ozonioterapia 
e alta frequência. Estas são técnicas que existem há algum tempo, porém a 
ozonioterapia, em especial, foi introduzida na área de estética para fins 
terapêuticos há pouco tempo, garantindo efeitos surpreendentes na melhora da 
celulite, da gordura localizada, da acne, no rejuvenescimento, na alopecia e em 
fibroses e cicatrizes. Existem várias formas de administração da ozonioterapia – 
utilizando bag, água ozonizada, subcutânea, óleos, creme ozonizado –, porém 
compete ao profissional executar de forma precisa a técnica baseado na queixa 
principal do paciente e na avaliação prévia, sendo absolutamente proibida a 
administração por via inalatória. 
A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, publicada em 2006, 
inclui em suas práticas recursos terapêuticos diversos, sendo a ozonioterapia um 
recurso que está disponível ao alcance de todos os profissionais da saúde do Brasil. 
Desta forma, é possível encontrar esta prática sendo executada por biomédicos, 
odontologistas, fisioterapeutas, enfermeiros, médicos, farmacêuticos e esteticistas. 
(BRASIL, 2006). 
Como toda técnica, o profissional precisar conhecer o mecanismo de ação, as 
formas de aplicação e as indicações e contra indicações, pois qualquer erro na 
prática pode ser fatal ao cliente/paciente. Por isso, a necessidade de cursos de 
capacitação e profissionais com experiência prática é de extrema importância, para 
que os futuros profissionais que trabalharão utilizando a ozonioterapia façam tudo 
adequadamente e não banalizem a técnica. 
Já a técnica de alta frequência é bem conhecida e utilizada nas diversas áreas da 
estética, com a utilização de eletrodos de vidro de diferentes formatos para 
tratamento de disfunções estéticas faciais, corporais e capilares, com efeito 
bactericida, fungicida e cicatrizante. 
Regina, 42 anos de idade, sedentária, apresenta queixa de celulite nas coxas e nas 
nádegas, com piora considerável após um longo período de trabalho em home 
office. Além disso, ela relata ter engordado 10 quilos e percebeu retenção de 
líquidos em membros inferiores, por ficar muito tempo trabalhando sentada. 
Durante o trabalho, descuidou-se da alimentação, consumindo grande quantidade 
de carboidratos, presentes em lanches, pizzas e pães, sem nenhum valor 
 
3 
 
nutricional. Decidiu iniciar o tratamento de perda de peso com uma nutricionista 
esportiva, além de realizar exercícios físicos três vezes na semana. Durante o 
acompanhamento com a nutricionista, Regina conseguiu perder oito quilos, 
substituindo os alimentos pobres em nutrientes por alimentos ricos 
nutricionalmente, como batata doce, inhame, frutas, verduras e legumes. Mesmo 
com a perda de peso, a celulite continua sendo a queixa principal, incomodando 
esteticamente. 
Regina procura tratamento estético para melhora do quadro de celulite, e a 
indicação é o uso de ozonioterapia. Analisando o caso clínico, quais são os efeitos 
da ozonioterapia na celulite, qual é a forma de aplicação correta da ozonioterapia e 
quantas vezes na semana este tratamento é indicado? 
Ficou curioso em conhecer um pouco mais sobre estas técnicas? Convido você, 
estudante, a “mergulhar” nestes assuntos através dos conteúdos que serão 
desenvolvidos ao longo desta aula. Você terá a oportunidade de conhecer e se 
aprofundar nestas técnicas que garantem bons resultados clínicos. 
 
Alta frequência 
Alta frequência é um equipamento muito utilizado na área de estética, pois 
apresenta resultados satisfatórios nos tratamentos faciais e corporais, pelo seu 
efeito bactericida e fungicida. A vantagem de trabalhar com ele é seu custo, que é 
acessível à maioria dos profissionais da área de estética, além da facilidade de 
aplicação, sendo utilizados diferentes tipos de eletrodos de vidro, com formatos 
distintos, selecionados de acordo com a região a ser tratada. 
O equipamento de alta frequência é um aparelho que trabalha com correntes 
alternadas, as quais variam de 100kHz a 1 MHz, e emite faíscas eletromagnéticas, 
por meio de eletrodos de vidro, tendo em seu interior um vácuo parcial ou gás, 
normalmente o néon. 
 
4 
 
Como funciona este equipamento? A passagem de ondas eletromagnéticas pelo ar, quando 
entra em contato com a pele, produz ozônio. O ozônio (O3) é uma substância instável e se 
decompõe em oxigênio molecular (O2) e oxigênio atômico (BORGES, 2016). 
Molécula de ozônio. Fonte: Consulin (2019, p. 7). 
Um dos efeitos mais comentados do equipamento de alta frequência é o poder 
bactericida, que é explicado pela ação do oxigênio atômico, o qual é liberado 
durante a decomposição do ozônio. 
O ozônio tem como função estimular a produção de citocinas, ativar os linfócitos T, 
melhorar a oxigenação e o metabolismo por causa da vasodilatação e estimular a 
resposta enzimática antioxidante, contribuindo de forma eficaz nas lesões cutâneas 
(MARTINS et al., 2012). 
Aparelho de alta frequência 
 
5 
 
É um tipo de corrente elétrica alternada de alta frequência, que gera um campo 
eletromagnético. Utiliza-se de eletrodos de vidros de vários formatos, os quais 
liberam gás ozônio, que se produz quando a corrente elétrica de alta frequência 
entra em contato com o oxigênio. 
Efeitos fisiológicos: 
• efeito térmico. 
• vasodilatação. 
• hiperemia. 
• aumento da oxigenação celular. 
Efeitos terapêuticos: 
• bactericida e antisséptico. 
• cicatrizante. 
• anti-inflamatório. 
Precauções: 
• evitar contato dos eletrodos com líquidos inflamáveis. 
• retirar adornos de metais. 
• higiene dos eletrodos: álcool 70%. 
Indicações:• desinfecção pós-extração de comedões. 
• tratamentos capilares em casos em que se deseja o aumento da circulação 
local ou a redução da seborreia. 
• acne. 
• pós-depilação. 
• na cicatrização de lesões abertas. 
Contraindicações: 
• portadores de marca-passo cardíaco. 
• gestantes. 
• alterações de sensibilidade. 
• aplicação em locais onde existem próteses metálicas. 
• neoplasias. 
• regiões que apresentam manchas ou nevos de coloração e espessura 
alteradas. 
• utilização em regiões onde a pele esteja úmida, com produtos que 
contenham substâncias inflamáveis. 
Eletrodos 
Existem três técnicas de aplicação do aparelho de alta frequência: aplicação direta, 
aplicação a distância e aplicação indireta. 
 
6 
 
“Efluviação ou aplicação direta do eletrodo sobre a pele realizando deslizamento; 
faiscamento ou aplicação à distância, com eletrodo a milímetros da pele que 
produz uma grande diferença de potencial entre este e a pele, tornando o ar um 
condutor de eletricidade; e saturação ou aplicação indireta com eletrodo em forma 
de barra metálica, o qual a pessoa tratada segura o porta-eletrodo e o eletrodo 
durante o tratamento.” (HIGA et al., 2007, p. 6) 
Os eletrodos estão desenhados de forma que possam se adaptar à zona do corpo 
tratada. Eles são denominados como: eletrodo standard, esférico, forquilha, 
fulgurador e saturador e pente. Cada eletrodo é utilizado para um fim terapêutico, 
de acordo com o local e a disfunção estética que necessitará de tratamento. As 
formas de aplicação variam conforme o eletrodo a ser trabalhado, por exemplo, os 
eletrodos standard e esférico são aplicados diretamente sobre a pele do paciente, 
realizando movimentos circulares e deslizamentos, sem deixar parado, porque 
facilita o deslizamento. O esteticista pode utilizar um tônico sem álcool na pele e 
realizar, logo na sequência, a aplicação da alta frequência. Alguns profissionais 
utilizam a gaze, abrindo este material, posicionando-o sob a face do paciente e 
realizando sobre ele a aplicação da alta frequência, porém vale ressaltar que o 
ideal é que o eletrodo seja mantido diretamente na pele, para que os efeitos 
terapêuticos sejam garantidos ao cliente. 
Já o eletrodo fulgurador ou cauterizador é utilizado em lesões pontuais, como 
tratamento de acne ativa, por exemplo, quando é necessário manter uma distância 
mínima entre o eletrodo fulgurador e a pele do paciente, para que ocorra o 
faiscamento, como apresentado na figura a seguir. 
O eletrodo saturador é utilizado no faiscamento indireto, sendo o único usado 
como cosmético, pois sua propriedade aumenta a vascularização da pele. Muito 
empregado na massagem. A forma correta de aplicação é oferecer ao cliente que 
segure com uma mão o porta-eletrodo, e com a outra, o eletrodo de vidro. É o único 
eletrodo da técnica que é considerado de aplicação indireta, pois não é aplicado 
diretamente sob a pele. 
Desta forma, toda a corrente será transmitida pelo corpo do paciente, portanto, 
independentemente do local do corpo a ser tocado, ele sentirá a corrente sendo 
transmitida no local. Por isso, esta técnica é muito utilizada quando o intuito é a 
permeação de ativos na pele, pois, além do estímulo à vasodilatação, temos a 
concentração aumentada no local de aplicação da energia eletromagnética, 
favorecendo a permeação dos ativos. 
O eletrodo pente é utilizado para tratamentos capilares, com o intuito de melhorar 
a circulação, bactericida e fungicida, e estímulo ao crescimento capilar. Já o 
eletrodo forquilha, devido ao seu formato, é facilmente acoplado na região do 
pescoço, local comum de foliculite por causa da quantidade de pelos nesta região 
em homens. 
 
7 
 
Com relação ao tempo e à intensidade, a aplicação varia de 3 a 5 minutos, podendo chegar 
a 10 minutos. A intensidade varia de acordo com o máximo de faiscamento e/ou 
luminosidade do eletrodo, associado ao conforto e à tolerância do cliente. 
 
Ozonioterapia 
Afinal, o que é ozônio? O ozônio é um gás instável, que possui uma molécula 
formada por três átomos de oxigênio, unidos por ligações simples e duplas. Ele é 
um gás produzido naturalmente na natureza, formado na estratosfera em 
pequenas quantidades pela ação da radiação ultravioleta do sol sobre o oxigênio. 
A ozonioterapia é a administração em diferentes vias de baixas doses de ozônio em 
sua forma de gás, com o objetivo de modular a maioria das funções protetoras das 
células, principalmente a nível mitocondrial. 
O ozônio não é um remédio, e sim um agente condicionador, que ativa um sistema 
de sinalização que ajuda o corpo a curar por conta própria. 
Em 1785, houve a primeira menção da molécula de ozônio pelo físico holandês 
Martinus Van Marum, ao perceber um odor peculiar que era gerado perto das 
máquinas eletrostáticas. Seguindo esta mesma linha, em 1840, o pesquisador 
químico Christian Friedrich Schoenbein observou um odor característico quando o 
oxigênio era submetido a uma descarga elétrica, chamando-o de “ozein”, que, em 
grego, significa “aquilo que cheira”. Logo depois, em 1857, inventou-se o primeiro 
protótipo de ozônio. Anos após, utilizou-se pela primeira vez o ozônio com 
finalidades terapêuticas em saunas a vapor em território americano, pelo médico 
John Harvey Kellog. 
Na Primeira Guerra Mundial, a ozonioterapia foi utilizada para tratar feridas, pé de 
trincheira, gangrena e os efeitos do gás venenoso, sendo que, no século XIX, foi 
 
8 
 
publicado nos EUA um livro listando 114 doenças e como tratá-las com 
ozonioterapia. 
Há pouco tempo, a ozonioterapia é utilizada em diversos tratamentos na área de 
estética, sendo eles faciais, corporais e capilares. 
Efeitos biológicos 
Vários são os efeitos causados pela ozonioterapia, dentre eles: 
• estimula a síntese de enzimas antioxidantes intracelulares; 
• regula o metabolismo e as funções hepáticas, renais e tireoidianas; 
• otimiza a liberação de oxigênio nos tecidos; 
• efeito lipolítico; 
• efeito bactericida, vermicida, fungicida, virucida e virustático; 
• libera fatores de crescimento; 
• modula a cascata inflamatória; 
• libera óxido nítrico, causando vasodilatação; 
• modula o sistema imunológico; 
• melhora a drenagem linfática. 
Mecanismo de ação 
O ozônio melhora a oxigenação e o metabolismo do corpo (PINO et al., 1999), tem 
efeitos bactericida, fungicida e viricida e melhora a circulação sanguínea (GUERRA 
et al., 1999). 
A flexibilidade dos eritrócitos é aumentada pelo tratamento com ozônio, pois 
facilita a passagem deles pelos vasos capilares, garantindo um melhor suprimento 
de oxigênio tecidual (LEITE, 1999). Também reduz a adesão plaquetária e atua 
como analgésico, anti-inflamatório e estimulante do sistema retículo-endotelial 
(HERNÁNDEZ; GONZÁLEZ, 2001). 
Devido à capacidade antioxidante potente do sangue, parte da dose de ozônio 
dissolvido no plasma é imediatamente neutralizada por antioxidantes livres (ácido 
úrico, ácido ascórbico, glutationa reduzida – GSH, cisteína e albumina), enquanto o 
restante do ozônio reage com os ácidos graxos poliinsaturados (AGPI), 
continuando a reação dele com o sangue (TRAVAGLI et al., 2010). A alta 
reatividade do ozônio faz com que as reações bioquímicas ocorram em poucos 
segundos quando em contato com o sangue (BOCCI; ZANARDI; TRAVAGLI,2011). 
 
Efeitos fisiológicos 
1. Efeito anti-inflamatório 
Substâncias, como ácido araquidônico em prostaglandinas, participam do 
desenvolvimento e da sustentação do processo inflamatório. O ozônio tem a 
 
9 
 
capacidade de oxidar os compostos, contendo ligações duplas destas substâncias, 
garantindo o efeito anti-inflamatório. 
1. Bactericida, fungicida e virucida 
O ozônio pode destruir todos os tipos de bactérias, vírus, fungos e protozoários, 
sendo as bactérias gram-positivas e os vírus que possuem uma bicamada lipídica 
particularmente mais sensível à oxidação. 
1. Antioxidante 
As ações pró e antioxidante são os principais efeitos da ozonioterapia sistêmica, 
que é realizada através de suaação sobre as membranas celulares para equilibrar 
os níveis de produtos de peroxidação lipídica e do sistema de defesa antioxidante. 
Em resposta ao ozônio, ocorre o aumento compensatório na atividade das enzimas 
antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase e glutationa peroxidase. 
1. Efeito analgésico 
O efeito analgésico é causado pela normalização do sistema antioxidante e, 
consequentemente, pela diminuição da quantidade de produtos moleculares 
tóxicos da peroxidação lipídica nas membranas celulares, além da oxidação dos 
produtos da albuminose, os chamados oligopeptídeos, agindo nas terminações 
nervosas do tecido danificado, determinando a intensidade da resposta à dor. 
1. Efeito de desintoxicação 
Ocorre correção e ativação de processos metabólicos nos tecidos hepático e renal, 
assegurando a principal função de neutralização e evacuação dos compostos 
tóxicos dos órgãos. 
1. Efeito imunomodulador 
Devido à ação de ozonídeos nas membranas das células fagocitárias, como 
monócitos e macrófagos, estes estimulam a síntese de citocinas. As citocinas 
contribuem para ativação adicional do sistema de defesa e, além disso, ativam a 
imunidade celular e humoral. 
Indicações: 
• acne; 
• celulite; 
• estrias; 
• gordura localizada; 
• microvasos; 
• fibrose; 
• cicatriz e queloide; 
• papada; 
• obesidade e emagrecimento; 
 
10 
 
• podologia; 
• rugas de envelhecimento; 
• flacidez tissular; 
• tricologia. 
Contraindicações: 
• deficiência de glicose 6-fosfato desidrogenase (favismo); 
• hipertireoidismo descompensado; 
• anemia grave; 
• início da gravidez; 
• trombocitopenia; 
• ferro sérico livre alto; 
• HIV tardio; 
• patologias com alto estresse oxidativo. 
Vias de administração: 
• bag; 
• água ozonizada; 
• óleo ou creme ozonizado; 
• subcutânea; 
• retal; 
• hidrozonioterapia; 
• cupping; 
• bandagem; 
• vapor ozonizado; 
• alta frequência. 
______ 
🔁 Assimile 
Na ozonioterapia, existem concentrações de placebo terapêuticas e tóxicas. As 
indicações terapêuticas para o uso do ozônio estão baseadas no conhecimento de 
que baixas concentrações de ozônio podem desempenhar funções importantes 
dentro da célula. Por isso, atualmente, aceitam-se concentrações que variam de 5-
60 µ g/ml. 
______ 
💭 Reflita 
Você sabia que a ozonioterapia pode ser utilizada na pele no processo de 
envelhecimento e melhora das rugas? Uma mistura de ozônio e oxigênio e/ou óleo 
vegetal ozonizado pode ser administrada de forma intracutânea, de uma a duas 
vezes na semana. 
______ 
 
11 
 
📝 Exemplificando 
A via inalatória está absolutamente proibida, por ser altamente tóxica. As 
características anatômicas e bioquímicas do pulmão fazem que este sejam 
extremamente sensível aos danos oxidativos do ozônio. 
______ 
Conseguiu compreender a importância destas técnicas para o tratamento das 
diversas disfunções estéticas faciais e corporais? Vários efeitos são causados pelo 
uso da ozonioterapia, sendo estes bactericida, fungicida, virucida, anti-
inflamatório, analgésico e desintoxicante, os quais são importantes na melhora das 
disfunções estéticas. Além disso, atende muito bem as exigências do mercado 
estético, por ser um equipamento que garante resultados satisfatórios ao cliente 
quando aplicado corretamente, por isso a importância do conhecimento 
aprofundado da técnica. 
 
Conclusão 
Ozônio é uma molécula composta por três átomos de oxigênio que se forma 
quando as moléculas de oxigênio se rompem devido à radiação ultravioleta ou 
descarga elétrica. O ozônio usado em medicina é produzido a partir de uma 
máquina (gerador), da qual se obtém uma mistura oxigênio-ozônio, normalmente 
constituída por 98% de O2 e somente 0,18 a 2% de O3 (4 a 43 microgramas/ml). 
Duplas ligações de aminoácidos e lipídios formam peróxidos (ozonídeos), e através 
de oxidações intracelulares realizam várias funções desejáveis. 
Na celulite, a ozonioterapia melhora a circulação sanguínea, melhora a oxigenação 
no local, ativa enzimas antioxidantes e otimiza o ciclo de Krebs, aumentando 40% 
ATP celular. Logo, a ozonioterapia é um tratamento excelente para estimulação 
mitocondrial. Além disso, esse tratamento apresenta efeito no tecido adiposo, 
contribuindo para o processo de lipólise. O ozônio desenvolve interação com as 
duplas ligações de ácidos graxos insaturados na camada fosfolipídica da membrana 
eritrocitária, aumentando a sua deformação. 
Desta forma, reduz a viscosidade sanguínea e aumenta a produção de 2,3-
difosfoglicerato, responsável pela transferência de oxigênio da hemoglobina para 
os tecidos com melhor perfusão e transporte ao longo dos leitos vasculares. 
O ozônio tem ação anti-inflamatória, reduzindo a produção de citocinas pró-
inflamatórias, imunoglobulinas e mediadores inflamatórios. A maioria das doenças 
e disfunções estéticas se baseia no funcionamento inadequado da mitocôndria 
celular, favorecendo as desordens estéticas. Quando utilizado de maneira 
complementar, o ozônio medicinal não só contribui para os efeitos esperados nos 
tratamentos primários, como também age diretamente na cura das disfunções que 
comprometem a energia das células. 
 
12 
 
A forma de aplicação em celulite pode ser através do uso de bag associado à 
massagem com ventosa por 15 a 20 minutos em cada região, podendo utilizar o 
óleo de girassol ozonizado como meio deslizante. Após, seguir com drenagem 
linfática com o mesmo óleo. O tratamento pode ser realizado duas vezes na 
semana, com pacote de 10 sessões. O efeito alcançado é conservado por 4 a 6 
meses. Após 2 ou 3 meses, as sessões de manutenção podem ser realizadas uma 
vez por mês. 
 
 
Aula 2 
Eletrocautério e jato de plasma 
Introdução da aula 
Qual é o foco da aula? 
Nesta aula, você aprenderá sobre a utilização do eletrocautério e jato de plasma. 
Objetivos gerais de aprendizagem 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
• descrever o funcionamento do jato de plasma; 
• explicar como é aplicado o eletrocautério; 
• esclarecer efeitos terapêuticos do jato de plasma. 
Situação-problema 
Olá, estudante! 
Em algum momento, você deve ter ouvido falar sobre o jato de plasma. É uma 
tecnologia recentemente introduzida na área de estética, portanto há necessidade 
de mais estudos científicos direcionados a ela. O plasma tem indicações em 
diferentes áreas da saúde e em algumas outras, como: biológica, médica, 
odontológica, veterinária e industrial. Esse recurso é utilizado nos tratamentos de 
doenças de pele, cirurgias e, atualmente, na área da estética, com o objetivo 
principal de rejuvenescimento da face. Há várias facetas da sua aplicação que são 
divulgadas diariamente em redes sociais, tanto para flacidez tissular quanto como 
recurso para técnica de blefaroplastia, além da prática em lesão elementar. 
Quando abordamos sobre lesão elementar, denominamos todas as alterações que 
ocorrem no tegumento cutâneo ocasionadas por processos inflamatórios, 
degenerativos, circulatórios, neoplásicos e metabólicos, os quais são classificados 
de acordo com a morfologia, a textura, a cor e o tamanho (LEONE, 2018). Quanto a 
essas lesões elementares, temos as primárias e as secundárias. 
 
13 
 
Na prática clínica, o mais comum é encontrarmos lesões elementares primárias, 
por exemplo, mácula, nódulo, pápula, bolha, pústula e tecido neoplásico. O 
importante é saber que devemos analisar de forma criteriosa cada lesão, pois 
algumas estão dentro do nosso âmbito de tratamento, e outras, não. É aqui que 
entra o jato de plasma, elencado por muitos como recurso terapêutico para 
melhora da estética da pele, sendo que, em muitos casos, não é estética. E se não é 
estética, não é liberado para nossa atuação tratar lesões que só competem aos 
médicos especialistas, pois não possuímos instrumentos de avaliação para 
detecção de malignidade, além de não termos respaldo nem aval para tal ato. 
Portanto, estudante, muito cuidado quando realizar a avaliação e não souber ao 
certo do que se trata, pois poderá aplicarum tratamento que causará uma lesão na 
pele, sem ter a noção de suas consequências para o paciente. 
Paciente do sexo feminino, 47 anos de idade, com queixa de manchas senis no 
dorso das mãos. Não se adaptou aos outros tratamentos, como peelings e laser, pois 
sentiu um desconforto intenso após a aplicação deles e dificuldades na cicatrização 
pós-procedimentos. Encontrou pesquisas na internet sobre tratamento de 
eletrocautério para manchas hipercrômicas e se interessou pelo resultado 
postado. 
Procurou saber melhor sobre a técnica e descobriu que ela apresenta o princípio 
da eletrocirurgia, que se baseia na passagem de uma corrente elétrica de alta 
frequência pelos tecidos, a qual é produzida por um gerador e liberada através de 
um eletrodo ativo, percorre o corpo do paciente e sai através de um eletrodo 
neutro ou dispersivo (placa de dispersão). Ao encontrar a resistência do tecido 
humano, essa corrente elétrica é transformada em calor. Vários efeitos 
terapêuticos, seja de corte ou de coagulação, podem ser alcançados, dependendo 
da aplicação do calor. Tais efeitos dependem da resistência dos tecidos, do tempo 
da exposição, da superfície exposta e da densidade da corrente elétrica. 
A paciente procurou a clínica de estética para realizar a avaliação. Após completa 
anamnese, verificou-se que ela se encontrava apta para o procedimento, não 
apresentando nenhum problema de saúde. Foi classificada pela Escala 
de Fitzpatrick em fototipo IV e não trabalha exposta ao sol. Realizou-se o registro 
fotográfico, assim como a assepsia da área com sabonete e clorexidina 2% e a 
marcação das áreas a serem trabalhadas. Após a aplicação, aplicou-se o LED 
vermelho, com o intuito de estimular a cicatrização por 30 segundos em cada 
região da face. Qual explicação você daria a esta cliente sobre os efeitos do LED 
vermelho após a aplicação de eletrocautério para estímulo de cicatrização? 
Quer conhecer mais sobre esta técnica? Convido você a se aprofundar neste 
assunto, que é de interesse de muitos profissionais da área. Você terá a 
oportunidade de conhecer melhor esta técnica, que garante bons resultados 
clínicos. 
Equipamento de jato de plasma 
 
14 
 
Iniciamos com o seguinte questionamento: o que é plasma? Ouvimos muito sobre 
plasma como a substância que se refere ao líquido presente no sangue, constituída 
por fatores de crescimento. Mas, será que é sobre isso que estamos nos referindo 
nesta aula quando falamos de tratamento estético? Não! Neste caso, é o 
equipamento de jato de plasma, que é um recurso de eletroterapia inovador de alta 
tecnologia. O plasma é caracterizado como o quarto estado físico da matéria, ou o 
estágio mais energético depois do estado gasoso. No nosso cotidiano, ouvimos com 
mais frequência sobre três estados de agregação da matéria, que são o sólido, o 
líquido e o gasoso. 
Vamos tentar compreender de uma forma mais simples: para que se forme o 
plasma, deve ocorrer um aquecimento em altas temperaturas da matéria no estado 
gasoso. Quando isso acontece, as moléculas do gás se rompem, formando átomos 
livres, ganhando e perdendo elétrons e gerando íons. Resumindo, plasma é um gás, 
com uma parte de sua composição formada por moléculas ionizadas, elétrons 
livres e espécies reativas, como nitrogênio e oxigênio, os quais são importantes por 
produzirem efeitos sobre os tecidos através de reações químicas e térmicas. Ele 
tem a capacidade de ter ação na membrana celular e reequilibrar o potencial 
elétrico, trazendo homeostasia celular, favorecendo o estímulo de produção de 
colágeno e fibras elásticas e melhorando as queixas comuns relacionadas ao 
envelhecimento cutâneo. 
Jato de plasma 
Em algum momento, você deve ter ouvido falar sobre plasma nos tratamentos 
estéticos. Há alguns anos, o jato de plasma e o eletrocautério são temas de 
congressos, palestras e cursos, pois através destas técnicas é possível melhorar os 
sinais do envelhecimento. Para que você compreenda melhor sobre isso, 
primeiramente, abordaremos o conceito de plasma. 
Toda matéria que existe no mundo encontra-se em estado sólido, líquido, gasoso 
ou plasma. Quando falamos em plasma, este é considerado o quarto estado da 
matéria. Os outros três são o líquido, representado pela água; o sólido, 
representado pelo gelo; e o gasoso, representado pelo vapor. O plasma possui 
características similares ao gás, porém tem em sua constituição partículas 
carregadas eletricamente, ou seja, são íons e elétrons livres, enquanto os gases são 
moléculas geralmente sem carga, formadas por prótons, nêutrons e elétrons. 
No Brasil, o jato de plasma é utilizado na área da estética para auxiliar no 
clareamento de melanoses, reduzir as rugas e a flacidez e remover verrugas e 
pequenos sinais (HOCHHEIM, 2018). É importante salientar que ainda não se 
encontram disponíveis informações científicas suficientes sobre o modo de 
aplicação, os benefícios e os cuidados referentes a essa técnica. É necessário 
também verificar sobre qual tipo de lesão será aplicado o jato de plasma, para que 
não haja remoção de sinais de pele que sejam de cunho médico-dermatológico. 
Características gerais 
 
15 
 
O jato de plasma é um equipamento que produz um faiscamento causado por uma 
corrente elétrica de alta voltagem. Essa corrente acaba ionizando o ar atmosférico, 
produzindo, assim, a pluma de plasma. Apesar de existir o plasma frio (não lesivo), 
ainda prevalece o plasma quente (lesivo), o qual, no momento, é o mais utilizado 
na área da estética (JAHARA, 2019). Ele tem como efeito local o aumento da 
temperatura da pele em até 140 °C e pode ter um efeito terapêutico no local de 
aquecimento tecidual, e até mesmo uma “queimadura”, mais popularmente 
conhecida como carbonização local. É importante ter em mente que a lesão que 
será causada dependerá da avaliação e do quadro clínico, por isso, é importante 
que a análise seja feita por um profissional formado, que entende do assunto. 
A avaliação deve conter todo o passo a passo, iniciando pelos dados pessoais. Em 
seguida, a anamnese, que é a parte da queixa principal, de extrema importância 
para o direcionamento da conduta terapêutica, pois é uma etapa da avaliação que 
se deve ter total atenção, pois é neste momento que questionaremos sobre o estilo 
de vida, os cuidados pessoais, o sono, o estresse, as doenças pré-existentes e outros 
dados que são relevantes para um bom tratamento estético. Por fim, a avaliação da 
face da cliente, quando serão analisados textura, coloração e lesões na pele, além 
de flacidez tissular, muscular e rugas. 
Observamos que a avaliação ainda é uma dificuldade de muitos profissionais da 
área, o que dificulta a indicação correta do equipamento, além de resultados 
ineficazes. 
Tipos de plasma 
Existem dois tipos de plasma: o direto e o indireto. A tecnologia mais utilizada é a 
fonte de plasma da “barreira dielétrica” (plasma direto). Plasmas indiretos são 
produzidos entre dois eletrodos e transportados para a área de aplicação arrastada 
em um fluxo de gás. Existem diferentes dispositivos, desde “agulhas de plasma”, as 
quais são muito estreitas, até “tochas de plasma”, que são maiores (JAHARA, 2019). 
 
Eletrocautério 
O equipamento de eletrocautério transforma a corrente elétrica de baixa 
frequência em corrente de alta frequência, seguindo o princípio do bisturi elétrico, 
mas aperfeiçoado para remoção superficial do tecido (sem cortes), para ser 
utilizado de forma segura por profissionais da área de estética (SCARPIN, 2019). 
 
16 
 
Quando falamos sobre cauterização, este é um termo usado para descrever o ato de 
queimar parte do corpo humano para remover ou fechar alguma região. A 
tecnologia do eletrocautério baseia-se na cirurgia elétrica, que tem por objetivo 
destruir e remover o tecido por meio da aplicação de uma descarga elétrica. No 
caso, o equipamento utilizado para os tratamentos estéticos apresenta a tecnologia 
do eletrocautério, com a finalidade de remover superficialmente o tecido,sendo 
inaplicável para fins de cortes de tecidos ou estancamento de sangramento de 
pequenos vasos. 
Equipamentos existentes 
No mercado, existem alguns modelos de aparelhos que emitem plasma, mas o que 
predomina são os aparelhos de eletrocautérios, os quais possuem apenas efeito 
térmico similar e, em relação ao investimento, acabam sendo mais baratos 
(HOCHHEIM, 2018). 
Tipos de aparelho 
Você, enquanto profissional da área de estética, precisará de um equipamento 
capaz de ser gerador de plasma. É importante que se atente às diferenças que 
existem entre os aparelhos disponíveis no mercado, pois alguns possuem registro 
na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e outros, não. Isso é um dado 
importante quando o profissional quer investir em um equipamento com respaldo 
técnico e científico. 
 
17 
 
 
Ponteiras 
No mercado, existem vários fabricantes de equipamentos, tanto de jato de plasma 
quanto de eletrocautérios, que tiveram a necessidade de criar ponteiras de 
diferentes formatos de acordo com as áreas tratadas. Dependendo do tipo de 
ponteira, verificou-se, na terapêutica do dia a dia, que algumas mais finas (tipo 
agulha) concentram mais energia em comparação às maiores (em forma de disco). 
Por conta disso, essas ponteiras têm um maior poder lesivo em comparação às 
maiores, que, em nossa análise com nossos pacientes, possui um efeito tipo 
radiofrequência. 
 
18 
 
 
• Ponteira esférica: formato similar a um cogumelo, é considerada a menos 
agressiva. Aplicada diretamente na pele seca, causa uma leve hiperemia. 
Essa técnica consiste em promover um esfregaço na pele com a ponteira 
esférica, proporcionando uma esfoliação superficial, retirando camada 
córnea. Além disso, é possível estimular e aumentar a permeabilidade da 
membrana celular, aumentando consideravelmente a absorção dos ativos 
presentes nos dermocosméticos. 
Ponteira esférica. Fonte: Scarpin (2019, p. 123). 
• Ponteira L: é menos agressiva, realiza maior estimulação, trabalha maior 
área de contato, faz peeling elétrico superficial, porém sem a necessidade de 
anestésico, e ocorre permeação seca. 
Ponteira L. Fonte: Scarpin (2019, p. 123). 
• Ponteiras M e G: realiza pontilhamento e carbonização leve. Ocorre 
agressão e estimulação moderadas, causando processo inflamatório 
terapêutico leve. 
• Ponteiras XP, PP e P: para pontilhamento de carbonização. Ocorre 
processo inflamatório, com regeneração do tecido. Melhora manchas e 
linhas de expressão, além atuar na de despigmentação de sobrancelhas. 
Ponteiras XP, PP e P. Fonte: Scarpin (2019, p. 123). 
Técnicas 
 
19 
 
As técnicas mais utilizadas na harmonização facial com o eletrocautério são: 
esfregaço e/ou estimulação com a ponteira esférica e fulguração com a ponteira 
XP. 
• Técnica de fulguração/pontilhamento: a técnica de 
fulguração/pontilhamento utiliza a corrente elétrica emitida pelo 
equipamento de eletrocautério. Para que ocorra o efeito desejado, é 
necessário o uso da ponteira XP, que ficará próxima ao tecido, com uma 
distância mínima de 1 a 2 milímetros. O objetivo é causar um efeito térmico 
na pele, provocando uma lesão tecidual. Como toda e qualquer lesão no 
tecido, terá indução de processo inflamatório e de estímulo à cicatrização. A 
partir deste momento, a pele produzirá colágeno, melhorando os sinais do 
envelhecimento. É importante se atentar à intensidade de aplicação, visto 
que uma menor área apresenta uma maior intensidade de corrente elétrica, 
ou seja, quanto menor a ponteira utilizada no equipamento, maior é a 
intensidade de corrente elétrica no local de aplicação. 
• 
Técnica de estimulação com a ponteira esférica: consiste em promover um 
esfregaço na pele seca com a ponteira esférica, até provocar uma leve 
hiperemia na sua superfície. Essa técnica promove uma esfoliação, 
retirando toda camada córnea, além de estimular e aumentar a 
permeabilidade da membrana celular, aumentando consideravelmente a 
absorção dos ativos presentes nos dermocosméticos. 
 
Jato de plasma e biossegurança 
As medidas de proteção individuais dos profissionais são importantes, 
independentemente da técnica a ser realizada, porém, em especial, no jato de 
plasma, o profissional deve manter o máximo de segurança durante a aplicação, 
pois esse procedimento gera uma lesão na pele, a quais fica mais suscetível a 
 
20 
 
contaminações, se não forem seguidas corretamente as medidas de segurança 
tanto do profissional quanto do cliente. Para evitar contaminação por 
microrganismos, alguns itens são indispensáveis na técnica, como: 
• luvas, máscara e touca descartáveis; 
• jaleco, se possível, em TNT descartável; 
• assepsia de superfícies com álcool 70%. 
Indicações 
• despigmentação da pele (removendo manchas/melanoses solares e de 
micropigmentação); 
• pigmentação em casos de leucodermias (manchas brancas da pele 
decorrentes do excesso de exposição solar); 
• curetagem (remoção superficial de pele) em procedimentos estéticos para 
limpeza superficial da pele; 
• rejuvenescimento facial (tratamento de rugas e linhas): indução do 
processo inflamatório e cicatricial, gerando aumento de colágeno na pele; 
• tratamento de estrias e cicatrizes: indução do processo inflamatório e 
cicatricial, com consequente restruturação das fibras de colágeno na pele. 
Avaliação do paciente 
A avaliação da pele deve ser um item a ser realizado. A partir dela, é possível 
indicar ou até mesmo contraindicar alguns procedimentos, além disso, para que o 
resultado seja satisfatório, torna-se indispensável. Não existe tratamento estético 
sem avaliação inicial. Dentre os itens a serem investigados para esta técnica, estão: 
fototipo de pele ( WOLFF et al., 2019), tipos de pele, ciclo de renovação celular, 
grau de envelhecimento cutâneo, alergias e estilo de vida, doenças pré-existentes, 
processo de cicatrização, entre outros (AZULAY; AZULAY, 1999). 
Realizada a avaliação e confirmada a necessidade e indicação do tratamento com 
jato de plasma, inicia-se o processo com a higienização da pele, considerando 
sempre o tipo de pele; em seguida, caso seja necessário, aplica-se um anestésico 
tópico para conforto da paciente durante o procedimento; após, escolhe-se a 
ponteira a ser utilizada e programa-se a intensidade. Para estímulo da cicatrização, 
alguns profissionais utilizam o LED vermelho. 
É importante o profissional orientar seu paciente corretamente após o 
procedimento, enfatizando os cuidados necessários, como usar protetor solar e 
evitar exposição ao sol. 
______ 
🔁 Assimile 
Existem vários efeitos do plasma na pele. Na área da estética, o mais interessante é 
que ele tem efeito bactericida, tipo alta frequência e efeito térmico leve, 
aumentando a temperatura da pele em até 10%, o que causa um efeito de 
 
21 
 
aquecimento muito parecido com alta frequência. Isso causa microlesões e até 
mesmo lesões mais graves. No caso destas, é utilizado muito por médicos para 
retirada de sinais ou anormalidades na pele. 
______ 
💭 Reflita 
O plasma favorece a penetração de alguns ativos, pois, durante o contato da pele 
com ele, as estruturas de barreira do estrato córneo se alteram, e os corneócitos 
ficam mais afastados, permitindo que as substâncias aplicadas de forma tópica e 
apropriada penetrem com sucesso. 
______ 
📝 Exemplificando 
A aplicação tanto do plasma quanto do eletrocautério pode ser realizada de forma 
pontual ou em varredura. A forma de aplicar dependerá do tamanho da área, do 
tamanho da ponteira e da necessidade terapêutica. 
______ 
Conseguiu compreender a diferença entre jato de plasma e eletrocautério? Ambos 
os procedimentos apresentam resultados satisfatórios em relação ao 
rejuvenescimento e a lesões elementares. O que diferencia um profissional do 
outro será sempre o olhar clínico e o cuidado no momento da avaliação e do 
tratamento, almejando ao máximo a segurança do paciente e o resultado sem 
comprometimento da saúde. 
Conclusão 
O LED é um equipamento de fototerapiaque possui grande potencial terapêutico 
devido à sua capacidade de estimular a produção de colágeno. Além disso, tem 
efeitos fotobio moduladores, estimulando a síntese de ATP celular, fornecendo 
energia necessária a nível mitocondrial, para que a célula responsável pelo 
processo de cicatrização estimula o colágeno na pele, restaurando o processo 
inflamatório instalado e, consequentemente, a lesão tecidual. 
A partir de então, é possível verificar melhora nos sinais de envelhecimento da 
pele, atenuação das rugas e contração dos tecidos, o que promove 
rejuvenescimento celular e tecidual. Vale ressaltar também a importância do LED 
como terapia, uma vez que sua ação intracelular não acarreta danos e proporciona 
resultados semelhantes ao laser de baixa intensidade, a um preço mais acessível. 
Portanto, há a necessidade de mais estudos relacionados ao uso dos emissores de 
diodo junto ao eletrocautério, porque os que já existem relatam que é possível 
observar discreta melhora na regeneração tecidual na região onde foi aplicado o 
LED comparado com o lado que não foi irradiado. 
 
22 
 
Aula 3 
Carboxiterapia 
Introdução da aula 
Qual é o foco da aula? 
Nesta aula, você aprenderá sobre sobre a utilização de carboxiterapia. 
Objetivos gerais de aprendizagem 
Ao final desta aula, você será capaz de: 
• descrever o tratamento adequado para as disfunções estéticas faciais e 
corporais; 
• explicar como o profissional habilitado poderá executar o procedimento; 
• analisar a possibilidade do uso de anestésico tópico para realização da 
técnica de carboxiterapia. 
Situação-problema 
Olá, estudante! 
Para finalizar, sobre outras tecnologias, abordaremos a carboxiterapia, a qual é um 
recurso utilizado para o tratamento de disfunções estéticas faciais e corporais, 
liberado para médicos, fisioterapeutas e biomédicos. É considerado um 
procedimento estético injetável, no qual se administra o gás carbônico medicinal 
de alta pureza (99,9% de pureza), portanto o profissional que utilizará este 
recurso para compor os protocolos de tratamento estético deverá ficar atento a 
essa informação. Essa técnica é utilizada na medicina há mais de 10 anos em 
procedimentos cirúrgicos, os quais usam doses elevadas, e é reconhecida 
cientificamente desde 1953, em estudos sobre o tratamento de arteriopatias 
periféricas, insuficiência venosa, úlceras de membro inferiores, psoríase, entre 
outros. 
Como qualquer técnica, exige um profissional habilitado para executar o 
procedimento, pois precisa-se ter conhecimento sobre as suas indicações, formas 
de aplicação e quantidade de gás administrado, considerando o caso clínico do 
paciente. É uma técnica segura, desde que seja aplicada corretamente. É de fácil 
aplicação e baixo custo operacional, porém, na prática clínica, é comum verificar 
uma resistência da maioria das pessoas por esse tratamento, pois é considerado 
desconfortável. Esse desconforto é variável, visto que depende da sensibilidade do 
cliente e da forma de aplicação, lembrando que, quanto mais superficial a 
introdução da agulha na pele, maior o desconforto. 
Muitos estudantes questionam a possibilidade do uso de anestésico tópico para 
realização da técnica, mas é importante frisar que não há contraindicação para 
 
23 
 
amenizar a dor do paciente, porém esta é referente ao fluxo de gás que está sendo 
administrado, e não à introdução da agulha na pele. 
É um excelente recurso de eletroterapia, com a capacidade de aumentar o fluxo 
sanguíneo e, consequentemente, estimular a produção de colágeno, que é 
importante no tratamento de várias disfunções estéticas, como rugas, celulite, 
estrias, gordura localizada e flacidez tissular. Associado a outras tecnologias e até 
mesmo à terapia manual, promove um efeito interessante na melhora circulatória 
local, sendo visível este efeito no momento da aplicação pela hiperemia causada no 
local de aplicação. 
Joana, 56 anos de idade, apresenta queixa de flacidez das pálpebras superiores e 
inferiores. É algo que a incomoda bastante, porém não tem coragem de fazer 
cirurgia plástica, pois tem medo de fazer um procedimento muito invasivo e 
apresentar complicações, além de não gostar do resultado. Ela frequenta uma 
clínica de dermatologia, onde realiza tratamento de rejuvenescimento facial. Um 
dia, viu na televisão da clínica uma propaganda sobre a técnica de carboxiterapia, a 
qual é uma das opções de tratamento oferecidas pela dermatologista para 
rejuvenescimento desta região. A cliente ficou interessada na técnica e quis saber 
mais sobre o procedimento, então agendou uma avaliação com a profissional. 
No momento da avaliação, Joana questionou sobre como a técnica é realizada nesta 
região, a quantidade de sessões necessárias para melhora do quadro, o fluxo e o 
volume que seria injetado em cada lado. Ela comentou que viu uma reportagem na 
internet, na qual uma paciente ficou com o olho bem inchado após a carboxiterapia 
e demorou alguns dias para ele desinchar. O que pode ter acontecido neste caso? É 
comum, após a técnica, o olho ficar com a presença de inchaço durante vários dias? 
Há algo que pode ser feito no momento da aplicação que diminui esse risco? 
Observou que cada recurso estético abordado promove efeitos fisiológicos 
específicos em células e tecidos? A partir deste momento, lembre-se sempre de 
que, quando manuseamos qualquer recurso de eletroterapia, estamos agindo na 
fisiologia humana, por isso, é importante se atentar à técnica e nunca deixar de 
estudar e se aprofundar no mecanismo de ação de cada aparelho. Quer ter sucesso 
em seus tratamentos estéticos? Então, nunca pare de estudar! 
 
Técnica de carboxiterapia 
A técnica de carboxiterapia, apesar de ser um tratamento novo na área da estética, 
é utilizada desde o início do século XX na medicina, com o objetivo de melhorar 
lesões vasculares. Foi na França, em 1932, na estação térmica de Royat, em Siena, 
que se iniciou sua aplicação em pacientes com quadros de arteriopatia periférica, 
úlceras diabéticas e vasculares, feridas, queimaduras e dores crônicas. 
O primeiro equipamento que fez uso de gás carbônico foi fabricado em 1953 e 
utilizado na área de cardiologia, porém foi em 1990 que Belotti e colaboradores 
 
24 
 
iniciaram o estudo da carboxiterapia no tratamento do fibroedema gelóide. Esse 
estudo foi realizado no Instituto de Rabbi, onde a água era semelhante à água 
termal da estação de Rabbi. A partir desse momento, houve um interesse maior 
sobre o uso do gás carbônico (CO2) em disfunções estéticas, pois, como o 
CO2 promovia a melhora da circulação em pacientes com doenças vasculares, 
poderia ser também um ótimo recurso para melhora das queixas mais comuns dos 
pacientes em clínicas de estética. 
No Brasil, esse recurso chegou, inicialmente, na área médica e, depois, foi 
introduzido na estética, pois apresentava melhora dos parâmetros de circulação e 
da elasticidade cutânea e redução da adiposidade cutânea. 
Carboxiterapia 
A carboxiterapia é uma técnica invasiva, porém não cirúrgica, que consiste em 
administrar pequenas doses de gás carbônico medicinal com alto grau de pureza 
(99,9%), próprio para fins terapêuticos. Esse gás é administrado por um 
dispositivo de controle de fluxo diretamente nas regiões a serem tratadas, com 
auxílio de agulha de insulina, que é introduzida na pele em diferentes angulações, 
dependendo da disfunção estética a ser trabalhada. 
O gás carbônico é considerado um gás atóxico, não embólico, pois se expande 
rapidamente, presente normalmente como parte do metabolismo de trocas 
gasosas. O tratamento na área de estética consiste em aplicação subcutânea por 
meio de injeções hipodérmicas nas regiões afetadas, garantindo melhora da 
circulação e aumento da oxigenação. 
Para Borges (2010, um dos principais produtos do metabolismo celular é o ácido 
carbônico (H2CO3) excretado através dos pulmões sob a forma de gás carbônico 
(CO2), o qual é transportado no sangue venoso até os pulmões cerca de 200ml/min no adulto em repouso, e 10x mais durante uma atividade física. 
Quando o gás carbônico próprio para a técnica de carboxiterapia é administrado 
no local de tratamento, ocorre o que denominamos de efeito Bohr, o que significa 
que a presença de CO2 nos capilares sanguíneos faz com que a hemoglobina 
carregadora de oxigênio (O2) se ligue ao CO2 presente no local e libere o O2 para 
os tecidos. Como consequência, há aumento de oxigenação e circulação no local, 
uma das principais características desta técnica. 
Quanto maior a quantidade de gás carbônico disponibilizada no tecido, mais 
hemoglobinas carreadas com oxigênio chegarão por circulação sanguínea. Devido 
ao fato de a hemoglobina ter mais afinidade com a molécula de CO2, ocorrerá 
liberação da molécula de O2 para os tecidos e captação da molécula de CO2, que 
será transportada e eliminada pela expiração (BORGES, 2016). 
Agora, reflita: quais disfunções estéticas há necessidade de aumento circulatório 
para melhora do quadro? Praticamente, todas as disfunções estéticas necessitam 
de melhora da circulação local para que ocorra evolução do quadro clínico estético, 
só devemos respeitar as contraindicações da técnica. 
 
25 
 
Equipamento 
O equipamento utilizado para carboxiterapia utiliza o gás carbônico medicinal, 
cujos fluxo (velocidade da entrada de gás no organismo em ml/min) e volume 
(quantidade de gás injetado no local) são devidamente controlados previamente, 
dependendo da disfunção estética a ser trabalhada. O que observamos na prática é 
que, quanto maior a velocidade do fluxo e do volume injetados, maior o 
desconforto, porém isso não é regra, pois cada paciente terá uma sensibilidade 
diferente ao tratamento. Os valores de volume total de CO2 infundido por sessão 
variam de 600 ml a 1 litro, chegando a 3 litros, no máximo, nos casos de grandes 
depósitos de gordura (BORGES, 2016). 
Cilindro de CO2. Fonte: Borges (2016). 
Como todo equipamento utilizado para fins terapêuticos e estéticos, deve ter 
registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), garantindo a 
segurança ao profissional para sua utilização. 
O aparelho liga-se ao cilindro de aço ou alumínio, com capacidades variáveis, de 
700 g até 33 kg, regulado por regulador de pressão de gás carbônico, conectado a 
uma sonda com um filtro. É inserida uma agulha pequena de insulina e aplicada 
diretamente na pele do paciente, em diferentes planos, a depender da disfunção 
estética a ser trabalhada. 
Equipamento de carboxiterapia com filtro biológico. Fonte: 
Borges (2010). 
Os planos de aplicação podem ser: plano mesoepidérmico ou superficial, plano dérmico ou 
médio e plano hipodérmico ou profundo 
 
Indicações 
• Fibroedema geloide (FEG) 
Para o tratamento do FEG, o plano de utilização da carboxiterapia é o hipodérmico 
(plano profundo), com a implantação da agulha diretamente no tecido no plano 
subcutâneo. A agulha é inclinada em 45° e introduzida diretamente na camada 
adiposa. Caso o paciente apresente pouca camada adiposa, pode-se introduzir a 
agulha em uma angulação inferior. O recomendado é a utilização de fluxo alto, em 
torno de 150 ml/min a 180 ml/min. A técnica estimula a circulação local e induz à 
lipólise e lise adipocitária, além de desfibrosagem profunda, uma das principais 
 
26 
 
características da fisiopatologia do FEG. Para reduzir o desconforto do cliente 
durante a aplicação, realiza-se o pinçamento do local. 
Nos casos de celulite com presença de traves fibróticas, recomenda-se a técnica de 
subcisão, que consiste na marcação das traves fibróticas, ponto que há presença 
dos furinhos, onde é aplicada a técnica para haver deslocamento da pele. A agulha 
ficará a 90° sob o ponto demarcado, com fluxo de 150 ml/min. O tratamento pode 
ser realizado duas vezes na semana. 
• Estrias 
No tratamento de estrias, há eficácia comprovada na melhora da elasticidade 
cutânea com aumento e reorganização das fibras elásticas e colágenas da pele. 
Além disso, há estudos que relatam melhora da textura e firmeza da pele, bem 
como homogeneidade de coloração e relevo das estrias. Este fato deve-se ao 
aumento da espessura da derme, devido ao estímulo de neocolagenase. Na prática 
clínica, a carboxiterapia deve ser feita estria por estria, fazendo com que haja a 
infusão do gás em toda a extensão de cada uma. É observado que, após a aplicação, 
a estria fica preenchida com o gás. O plano de aplicação é o mesoepidérmico, em 
que o bizel é introduzido no leito da estria para promover o deslocamento rápido 
pela infusão do gás carbônico, mantendo o bizel sempre posicionado para cima. O 
tempo entre as sessões deve ser de 15 a 21 dias, para formação e maturação do 
colágeno. 
• Gordura localizada 
No tratamento da gordura localizada, o CO2 promove a vasodilatação e o aumento 
da concentração de O2 na área tratada. Esse aumento da oxigenação leva ao 
aumento do metabolismo local, favorecendo a lipólise. Além disso, a infusão de 
fluxos altos promove a ruptura das membranas dos adipócitos, conhecida como 
carbolipólise. A carbolipólise ocorre também pela estimulação de barorreceptores, 
os quais liberam substâncias, como bradicinina, serotonina, histamina e 
catecolaminas, que são responsáveis por estimular os receptores beta-
adrenérgicos, com ativação da adenilciclase, que promoverá aumento do AMPc, 
com ação direta na membrana das células de gordura (BORGES, 2010). 
O plano de tratamento para gordura localizada é o hipodérmico, com introdução 
completa da agulha s 45° ou 90°, com o objetivo de lipólise. O fluxo ideal é de 80 
ml/min a 150 ml/min, com volumes de até 2.000 ml, sendo realizado o tratamento 
de duas a três vezes na semana. 
• Cirurgias plásticas 
Utiliza-se a carboxiterapia para a melhora de irregularidades presentes no tecido 
após lipoaspiração. O plano utilizado é o hipodérmico, e o fluxo de 60 a 100 
ml/min, com frequência de duas a três vezes por semana. 
• Flacidez cutânea 
 
27 
 
A carboxiterapia atua na flacidez, estimulando a neocolagênese, neoelastogênese e 
neoangiogênese. O plano de aplicação nos casos de flacidez é dérmico, agulha 
inclinada a 25°, com volume máximo até visualizar o microdeslocamento da área. 
Para estímulo de colágeno, deve-se espeitar o intervalo de, no mínimo, 21 dias. 
• Rejuvenescimento facial 
Uma das técnicas mais utilizadas no rejuvenescimento é o tratamento de olheiras, 
obtendo um resultado satisfatório na melhora do quadro. A aplicação é feita com o 
objetivo de promover um deslocamento da pálpebra superior e inferior. O fluxo 
programado é de 80 ml/min a 150 ml/min, com intervalo de um mês entre as 
sessões. 
• Capilar 
Nos tratamentos capilares, auxilia no aumento da vascularização e na oxigenação 
do bulbo piloso. No caso da alopecia, usa-se um fluxo de 60 a 80 ml/min, de duas a 
três vezes por semana, utilizando a técnica mesoepidérmica. 
Contraindicações: 
• infarto agudo do miocárdio; 
• angina instável; 
• insuficiência cardíaca; 
• epilepsia; 
• gravidez; 
• alergias; 
• doenças do colágeno; 
• doenças infecciosas, bacterianas, virais e fúngicas; 
• acne inflamatória no local de aplicação; 
• herpes simples e zoster; 
• neoplasias locais. 
______ 
🔁 Assimile 
A carboxiterapia como método coadjuvante para pacientes que apresentam 
sequelas de queimadura tem sido muito utilizada, pois proporciona resultados 
visíveis na melhora da cicatrização e regeneração do colágeno. 
______ 
💭 Reflita 
O meio ácido gerado pela carboxiterapia favorece a afinidade da hemoglobina com 
a molécula de gás carbônico. Devido a esse fato, há um desprendimento do O2 
ligado à hemoglobina e um aumento na concentração de oxigênio nos tecidos. 
 
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______ 
📝 Exemplificando 
Na carboxiterapia, ocorre o trauma mecânico, ocasionado pela agulha, e o trauma 
provocado pelo gás. Um processo inflamatório ocorrerá, seguido de todas as etapas 
de cicatrização, com proliferação de fibroblastos; posteriormente, a síntese de 
colágeno, elastina e vasos sanguíneos.______ 
Conseguiu observar a importância desta técnica para a melhora das disfunções 
estéticas? Não podemos nos esquecer que o sucesso dos resultados estéticos é uma 
combinação de uma boa avaliação associada à correta aplicação da técnica, 
portanto é importante que você, como profissional, treine seu olhar clínico e nunca 
se esqueça que a palpação do tecido faz parte de uma boa avaliação. A partir daí, 
você estará apto a aprender e aplicar qualquer recurso eletroterápico com 
segurança e eficácia. 
Conclusão 
No processo de envelhecimento cutâneo, há alterações estruturais em ossos, 
músculos e peles. Assim, não somente a pele deve ser tratada, mas, sim, todo um 
conjunto, por isso, a avaliação facial é importantíssima. A área dos olhos é 
considerada a primeira região da face que mostra os sinais do envelhecimento. 
Para os pacientes que não querem passar por procedimento cirúrgico, a 
dermatologia oferece tratamentos alternativos, como toxina botulínica, para as 
rugas dinâmicas, e preenchimento da região, para os quadros de flacidez e olhar 
“fundo”, que dão a aparência de rosto cansado. Além desses tratamentos, a 
carboxiterapia nesta região tem se mostrado eficiente nos quadros de flacidez e 
olheiras, pois promove um efeito de vasodilatação local, melhorando a nutrição 
dos tecidos e induzindo ao estímulo de colágeno no local, sendo indicado para 
flacidez, rugas e olheiras. 
A técnica nesta região consiste em injetar quantidades suficientes de CO2 em cada 
região. Estudos relatam que o fluxo na região da área dos olhos deve estar entre 30 
ml/min e 50ml/min. Outro detalhe importante é sobre o plano de aplicação, que 
será o mesoepidérmico, com o bisel da agulha direcionado para cima. É preciso 
introduzir a agulha no tecido a 45°, e introduzir, em cada região, volume de 3 ml. 
O intervalo recomendado entre as sessões é de um mês, e o resultado é variável de 
paciente para paciente, mas são necessárias, em média, três sessões. Outro detalhe 
que todo profissional que trabalha com a carboxiterapia deve se atentar é sobre a 
drenagem do equipo antes da aplicação. Essa é uma etapa imprescindível, pois 
teremos a certeza de que somente o CO2 está sendo injetado na área. 
Caso o profissional não realize a drenagem do equipo, injetará oxigênio que está 
presente no interior do equipo na área dos olhos da paciente, e isso causa o 
inchaço após a aplicação, que permanece durante alguns dias, além de poder 
 
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causar outras complicações, como neuropraxia, ocasionando ptose da região. Se for 
realizada a drenagem do equipo antes, somente o CO2 será injetado na região e, 
por ser um gás muito fácil de perfusão, ocorre a melhora do inchaço rapidamente, 
logo após a aplicação. Caso ocorra isso, o ideal é realizar uma micromassagem 
local, além da crioterapia, para melhora do quadro. 
 
Videoaula: inovações na estética(1:21:22)

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