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Princípios Ativos em Eestética e Formulações em Cosmetologia (Versão Digital)

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Ana Lucia

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PRINCÍPIOS ATIVOS EM ESTÉTICA
ORGANIZADORAS FLÁVIA GARRAMONE E ALINE ANDRESSA MATIELLO
PRINCÍPIOS ATIVOS 
EM ESTÉTICA E 
FORMULAÇÕES EM 
COSMETOLOGIA
ORGANIZADORAS: FLÁVIA GARRAMONE; ALINE ANDRESSA MATIELLO E
GABRIELA GöETHEL. 
Princípios ativos em
 estética
GRUPO SER EDUCACIONAL
Princípios ativos em estética é um livro direcionado para estudantes dos 
cursos de estética, cosmética, química e a�ns.
Além de abordar assuntos triviais, o livro traz conteúdo sobre cosmetolo-
gia aplicada à estética, renovadores celulares, ativos anti-aging, e 
princípios ativos anticelulite, antiestrias, despigmentantes, depilatórios, 
antiacne, desodorantes, antiperspirantes e ativos capilares alisantes. Após 
a leitura da obra, o leitor vai compreender as características físico-quími-
cas e as funções da barreira epidérmica; conhecer os principais princípios 
ativos hidratantes em formulações para procedimentos estéticos; visu-
alizar a aplicação terapêutica e o mecanismo de ação dos ativos despig-
mentantes; perceber as diferenças entre ativos antiperspirantes e desod-
orantes, conhecer os ativos com função antiperspirantes e desodorantes 
que podem ser utilizados e a ação de cada um deles; saber os principais 
fatores que levam ao envelhecimento cutâneo; entender as características 
dos ativos cosmecêuticos anti-aging que atuam bene�camente no proces-
so de envelhecimento; reconhecer os principais aspectos da �siopatologia 
das estrias e compreender como agem os ativos antiestrias; identi�car os 
principais ativos cosméticos empregados nos tratamentos de relaxamento 
capilares, e muito mais.
Aproveite a leitura do livro. 
Bons estudos!
gente criando futuro
I SBN 9786555581942
9 786555 581942 >
C
M
Y
CM
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CY
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K
20/11/2019 17:26:50eBook Completo para Impressao - Fundamentos da Educacao - Aberto.indd 1
LIVRO 1
PRINCÍPIOS ATIVOS EM ESTÉTICA
LIVRO 2
FORMULAÇÕES EM COSMETOLOGIA
PRINCÍPIOS ATIVOS 
EM ESTÉTICA
(LIVRO 1)
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
Garramone, Flávia.
Princípios ativos em estética / Flávia Garramone; Aline Andressa Matiello. – São Paulo: 
Cengage – 2020.
Bibliografia.
ISBN 9786555581942
1. Estética 2. Cosmética 3. Química 4. Matiello, Aline Andressa.
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Flávia Garramone
Especialista em Docência no Ensino Superior pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e em 
Acupuntura pela Faculdade de Medicina Chinesa (FTEBRAMEC). 
Sua formação inicial é Tecnóloga em Estética e Cosmetologia pela Universidade Anhembi Morumbi 
(UAM). 
Possui experiência em estética clínica, Spa e docência desde 2006. Ministrou aulas de estética facial, 
corporal e eletroterapia, atuando também como auxiliar de coordenação pedagógica de 2012 a 2015.
Aline Andressa Matiello
Graduada em Fisioterapia pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc). 
Especialista em Fisioterapia Dermatofuncional pelo Instituto Brasileiro de Terapias e Ensino (Ibrate), 
em Saúde Coletiva pela Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), e em Saúde da Família pela 
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 
Atualmente presta atendimento nas áreas de fisioterapia dermatofuncional, ortopédica e pilates. 
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 -Cosmetologia aplicada à estética ...............................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Cosmetologia estética e a interação biológica com a pele ................................................................11
2 Tipos de bases/veículos cosméticos .................................................................................................. 19
3 Introdução aos princípios ativos ...................................................................................................... 24
4 Aplicação dos cosméticos hidratantes no procedimento estético ....................................................28
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................34
UNIDADE 2 - Princípios ativos despigmentantes, antiacne, desodorantes e antiperspirantes .........35
Introdução.............................................................................................................................................36
1 Ativos cosméticos despigmentantes ................................................................................................. 37
2 Ativos cosméticos antiacne ............................................................................................................... 46
3 Ativos cosméticos desodorantes e antiperspirantes ........................................................................52
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................59
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................60
UNIDADE 3 - Renovadores celulares e ativos anti-aging .................................................................61
Introdução.............................................................................................................................................62
1 Anatomofisiologia do envelhecimento cutâneo ................................................................................ 63
2 Fatores genéticos e agravantes do envelhecimento cutâneo ............................................................67
3 Princípios ativos renovadores celulares ............................................................................................ 74
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................84REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................85
UNIDADE 4 - Princípios ativos anticelulite, antiestrias, depilatórios e ativos capilares alisantes .....87
Introdução.............................................................................................................................................88
1 Ativos cosméticos anticelulite ........................................................................................................... 89
2 Ativos cosméticos antiestrias ............................................................................................................. 94
3 Ativos cosméticos depilatórios e epilatórios ...................................................................................... 101
4 Ativos cosméticos alisantes e relaxantes capilares ............................................................................ 105
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................113
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................114
Princípios ativos em estética apresenta, além de conceitos comuns da área, o 
conteúdo parcialmente descrito a seguir em suas quatro unidades.
Cosmetologia aplicada à estética, a primeira unidade, destaca os conceitos e a 
evolução tecnológica da cosmetologia, ou seja, o leitor vai conhecer a interação dos 
cosméticos com a biologia da pele. As propriedades físico-químicas das formulações 
cosméticas, as características dos principais princípios ativos hidratantes (e ainda 
seu mecanismo, concentrações usuais, indicações e contraindicações), algumas 
formulações com princípios ativos hidratantes também são apresentadas aqui.
A segunda unidade, Princípios ativos despigmentantes, antiacne, desodorantes e 
antiperspirantes, explica os principais ativos cosméticos utilizados no tratamento de 
quadros de hipercromias faciais, fazendo que o leitor entenda como eles agem na 
fisiopatologia das manchas, promovendo o clareamento. Mais assuntos tratados nesta 
unidade: ativos cosméticos empregados no tratamento da acne e ativos existentes em 
produtos cosméticos desodorantes e antiperspirantes.
Na sequência, a terceira unidade, Renovadores celulares e ativos anti-aging, 
trata dos principais ativos rejuvenescedores utilizados nos cuidados diários da pele 
envelhecida. Além disso, o leitor vai aprender sobre o envelhecimento intrínseco do 
extrínseco, e as alterações anatomofisiológicas e funcionais da pele para compreender 
a indicação e contraindicação dos ativos rejuvenescedores para o tratamento estético. 
Concluindo a obra, a quarta e última unidade, Príncipios ativos anticelulite, 
antiestrias, depilatórios e ativos capilares alisantes, discute os principais ativos 
cosméticos empregados nos tratamentos da celulite, das estrias, nos tratamentos de 
depilação dos ativos empregados nos tratamentos capilares de alisamento dos fios. 
A leitura completa desta obra é de grande valia para que o leitor aprenda de forma 
descomplicada este importante tópico da área de estética e cosmética.
Agora é com você! Sorte em seus estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Cosmetologia aplicada à estética
Olá,
Você está na unidade Cosmetologia Aplicada à Estética. Conheça aqui os conceitos e a 
evolução tecnológica da cosmetologia. Entenda a interação dos cosméticos com a biologia 
da pele. Compreenda as propriedades físico-químicas das formulações cosméticas 
destinadas aos procedimentos estéticos e aos cuidados diários da pele. Identifique as 
características dos principais princípios ativos (P.A) hidratantes, seu mecanismo de ação, 
as concentrações usuais, indicações e contraindicações. Conheça também algumas 
formulações básicas com princípios ativos hidratantes, amplamente utilizadas pelo 
profissional esteticista.
Bons estudos!
Introdução
11
1 COSMETOLOGIA ESTÉTICA E A INTERAÇÃO 
BIOLÓGICA COM A PELE
Uma das principais ferramentas para o desenvolvimento dos cosméticos é a bioquímica, 
fisiologicamente, o conjunto de reações capaz de manter o organismo vivo e em equilíbrio. 
Estudar a cosmetologia e entender a biologia da pele é fundamental, pois as formulações têm 
predominância de compostos orgânicos que são compatíveis com as moléculas do corpo humano.
A aparência da pele é uma preocupação que remonta, tanto nos cuidados para embelezar, 
como em atenuar as imperfeições e marcas do tempo. Com o desenvolvimento científico-
tecnológico surgiu a cosmetologia, a ciência dos cosméticos (GOMES & DAMAZIO, 2013).
1.1 Cosmetologia e a história dos cosméticos
Historicamente, o uso dos cosméticos tinha o objetivo de disfarçar defeitos físicos, sujeira e 
mau cheiro. Segundo Galembeck e Csordas (2019), os egípcios se destacaram na utilização de 
cosméticos e produtos de embelezamento, mesmo que de forma empírica e intuitiva, já que 
ainda não conheciam os conceitos atuais de princípios ativos e desfrutavam de seus efeitos 
terapêuticos.
Como exemplo temos o clássico banho em leite de cabra, que Cleópatra usava para ter a 
pele macia e as substâncias derivadas de minérios e extratos vegetais que compunham suas 
maquiagens. Os cosméticos eram tão importantes para os egípcios que os cremes e azeites eram 
deixados em sarcófagos dos faraós. Na Era Moderna, a indústria cosmética cresceu muito e se 
aprimorou com o desenvolvimento científico-tecnológico. Surgiu a formulação dos cosméticos e a 
utilização dos produtos de embelezamento com o objetivo de melhorar a estética corporal, realizar 
a higiene pessoal e manter a saúde e beleza da pele. Era a origem da ciência dos cosméticos.
A cosmetologia é a ciência que estuda a natura física, química, biológica e microbiológica de 
cada produto cosmético (Gomes & Damazio, 2013), desde sua preparação até a comercialização 
e aplicação nos indivíduos. Na atualidade, as fórmulas destinadas à manutenção do sistema 
tegumentar são todas baseadas em conceitos científicos e regulamentadas no Brasil pela ANVISA.
• AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Órgão responsável por estabelecer normas que regem o desenvolvimento dos cosméticos e 
os critérios de rotulagem, segurança, eficácia, registro/notificação e controle de qualidade físico-
químico e microbiológico. Tem como finalidade promover a proteção da saúde dos usuários. 
Tanto que diferencia as categorias de produtos e suas certificações.
Segundo a ANVISA, os cosméticos são produtos utilizados para beleza, higiene, limpeza e 
12
tratamento da pele, dos cabelos e unhas. Ainda de acordo com a ANVISA:
No cosmético natural, a formulação deve conter pelo menos 5% de matérias-primas certificadas 
orgânicas. Os 95% restantes da formulação podem ser compostos de matérias-primas naturais não 
certificadas ou permitidas para formulações naturais. Uma matéria-prima só será classificada como 
natural se for realmente 100% natural.
Em se tratando de cosmético orgânico, a ANVISA estabelece que:
A formulação deve conter pelo menos 95% de matérias-primas certificadas orgânicas, 
descontando-se a água e o sal. Os 5% restantes da formulação podem ser compostos de matérias-
primas naturais, provenientes de agricultura ou extrativismo não certificadas ou permitidas para 
formulações orgânicas.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Seguindo pela evolução histórica dos cosméticos, Galembeck e Csordas (2019) nos conta 
que na década de 1990 surgiu uma revolução quanto aos efeitos terapêuticos dos cosméticos, 
que passaram a acontecer em menos de tempo, originando os cosméticos multifuncionais. Uma 
tendência que perdura até os dias atuais, em busca do desenvolvimento de matérias-primas 
contendo várias funções.
FIQUE DE OLHO
Há regras específicas para definir o nome das substâncias/ingredientes presentes nos 
cosméticos. Segundo a ANVISA, trata-se de um sistema internacional de codificação para 
designar os ingredientesutilizados em produtos cosméticos, reconhecido e adotado 
mundialmente, conhecido por INCI, sigla para Internacional Nomenclature of Cosmetic 
Ingredients, ou seja, Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos.
13
Corroborando com esses autores, Draelos (2005) afirma que com a descoberta dessas novas 
matérias-primas e a biotecnologia associada, a cosmetologia se evoluiu, tornando-se uma 
ciência multidisciplinar, originando assim, várias vertentes de cosméticos, classificados como: 
cosmecêuticos, biocosméticos, fitocosméticos, neurocosméticos e os nutricosméticos.
Dessa forma, nos resta entender, afinal o que é um cosmético?
• COSMÉTICO
Segundo Vanzin (2011) é um conjunto de diferentes substâncias químicas, caracterizado em 
formulações compostas de uma base ou veículo, princípios ativos (P.A) e aditivos, que dão origem 
a diferentes tipos de cosméticos destinados a vários procedimentos estéticos.
Os P.A, conforme Gomes & Damazio (2013), são as substâncias químicas, de origem orgânica 
ou natural, responsáveis pela ação do cosmético. Ou seja, pelo efeito terapêutico desejado. No 
entanto, para que possa cumprir seu papel com efetividade é preciso que ele esteja agregado às 
bases cosméticas, substâncias químicas carreadoras, conhecidas também, como veículos.
Segundo Vanzin (2011), a parte mais importante de qualquer formulação é o veículo que 
transporta o P.A para a pele, pois pode aumentar a eficácia do ativo, tornar o ativo completamente 
inativo, aumentar a barreira cutânea ou, até mesmo, induzir efeitos adversos indesejados. Os 
aditivos são substâncias com função de estabilizar a formulação, dar cor e fragrância.
Em nosso estudo, vamos aprofundar as características físico-químicas das bases cosméticas e 
dos P.A. Esses dois componentes das formulações são importantes para o profissional de estética 
na escolha adequada dos cosméticos, conforme as necessidades de cada biotipo cutâneo e a 
afecção estética que será tratada.
A partir desse embasamento, um hábito que deve ser adquirido é ler a rotulagem do produto 
e estar familiarizado com a nomenclatura dos componentes cosméticos. Assim, será possível 
entender o objetivo fisiológico do produto e, principalmente, a forma de ação e propriedades do 
princípio ativo, evitando reações adversas indesejáveis.
Os cosméticos utilizados nos procedimentos estéticos e na manutenção do cuidado diário da 
pele que está sendo tratada podem ser considerados cosmecêuticos, uma vez que têm funções 
mais complexas do que a limpeza ou o simples embelezamento. Segundo Draelos (2005, p.5), 
os cosmecêuticos contém substâncias biologicamente ativas, que atuam beneficamente sobre o 
organismo, causando modificações estruturais duráveis na saúde da pele.
Nesse sentido, Vanzin (2011) aponta que o primeiro desafio na formulação cosmética, para 
que esses P.A alcancem as camadas mais profundas da pele, é vencer a função barreira cutânea 
da epiderme. Sendo assim, é preciso buscar uma interação adequada entre a biologia da pele e 
14
as propriedades físico-químicas das matérias-primas cosméticas.
1.2 Biologia da pele e interação cosmetológica
A pele é o maior órgão do corpo humano e está exposta recobrindo e protegendo os tecidos e 
os órgãos internos. Segundo Guyton (2017, p. 5), o sistema tegumentar, composto de pele e anexos 
cutâneos, cria uma interface sensorial entre o corpo e seu ambiente externo, desempenhando 
várias funções fisiológicas, entre elas oferece uma barreira à entrada de substâncias exógenas e 
microrganismos patogênicos.
Segundo Lupi (2012), a barreira cutânea tem função de defesa da pele, graças a proteção 
mecânica e permeação seletiva de moléculas. Ainda, restringe a proliferação de patógenos e 
mantém a concentração de água em níveis normais, necessários ao metabolismo desse órgão.
Figura 1 - Barreira cutânea 
Fonte: yomogi1, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a barreira cutânea, destacando o estrato córneo, camada 
mais superficial da epiderme, e a composição de lipídeos e água de suas estruturas lamelares.
Nesse contexto, percebemos que se a pele pudesse absorver qualquer substância, teríamos 
sérios problemas. No entanto, o organismo é inteligente e permite que certos elementos consigam 
ultrapassar essa barreira graças a um mecanismo chamado permeabilidade celular e cutânea, que 
dispõem de vias de permeação pelas quais os princípios ativos cosméticos conseguem penetrar.
15
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Segundo Gomes & Damazio (2013), a permeabilidade cutânea se refere ao comportamento 
físico-químico e fisiológico das camadas da epiderme. Ou seja, a capacidade que a pele possui de 
absorver, deixando penetrar ou não determinada substância até suas estruturas mais profundas. 
Como propriedade físico-química das células temos a permeabilidade celular seletiva, dada pelo 
comportamento da membrana plasmática.
Dessa forma, percebemos que as principais vias de permeação cutânea, de substâncias ativas 
através da pele, segundo Lupi (2012), são: a transepidérmica, compreendendo a transcelular e 
a intercelular da epiderme; e a transanexial, representa uma rota alternativa, já que os folículos 
pilosos e as glândulas sudoríparas ocupam pequenas frações da superfície total da pele.
Sendo assim, para que o P.A consiga atingir seu objetivo fisiológico, segundo Draelos (2005), 
tanto ele como a base cosmética que o transporta precisam possuir características e propriedades 
físico-químicas biocompatíveis para manter uma boa interação com as estruturas das diferentes 
camadas da pele.
O estrato córneo é a camada mais superficial da epiderme. De acordo com Lupi (2012), 
representa a principal barreira para a permeação de substâncias ativas na pele. Isso por causa de 
seu arranjo morfológico, que se compara a uma parede de tijolos, estruturada pelos corneócitos; 
FIQUE DE OLHO
Alguns termos são utilizados para a melhor compreensão dos mecanismos de passagem 
dos ativos das formulações cosméticas por meio da pele. Segundo Simão (2019, p.15), 
penetração indica o processo em que o ativo passa somente pela epiderme; permeação 
indica que o ativo alcançou a derme e absorção percutânea significa que o ativo atingiu a 
circulação sistêmica do organismo.
16
sendo o cimento, os lipídios intercelulares que se organizam em camadas lamelares, as quais 
acabam dificultando a difusão dos ativos.
Segundo Draelos (2005), os lipídeos dessa matriz intercelular são compostos, em sua maior 
parte, de ceramidas e colesterol, em menor proporção, por ácidos graxos livres e ésteres e sulfato 
de colesterol. Destaca-se como uma região hidrofóbica, o que dificulta a passagem de substâncias 
por essa camada. Porém, a camada córnea, segundo Lupi (2012), também é responsável por 
garantir a hidratação natural da pele e a elasticidade da superfície cutânea. Em condições 
fisiológicas, ela forma uma barreira física contra a perda hídrica, retendo os níveis de água 
adequados. O fator de hidratação natural (NMF) ocorre dentro dos corneócitos e é derivado da 
conversão da proteína filagrina.
De acordo com Draelos (2005), o NMF, que envolve os corneócitos, contém moléculas de 
propriedade higroscópica, umectantes, responsáveis pela atração de água na pele e prevenindo a 
perda de água da derme. Isso confere elasticidade e maciez para a camada córnea, favorecendo a 
permeabilidade cutânea. Também significa dizer que a hidratação cutânea favorece a permeação 
dos ativos cosméticos.
Tabela 1 - Composição química do NMF 
Fonte: DRAELOS, 2005; GOMES; DAMAZIO, 2011 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem apresenta uma tabela que descreve a composição química e a 
concentração de cada substância do fator de hidratação natural da camada córnea.
17
Diante do exposto, segundo Vanzin (2011), P.A com elevada hidrofilia, quando incorporados 
em formulações cosméticas, terão dificuldade em penetrar o estrato córneo. Por outro lado, se 
apresentar elevada lipofilia, tendem a ficar retidos nas vias cutâneas. Sendo assim, éimportante 
que tanto a base cosmética, quanto o ativo tenham um equilíbrio hidrófilo-lipófilo.
No entanto, dentro de uma formulação cosmética, segundo Draelos (2005), é preciso que o 
veículo consiga ocasionar alteração nas estruturas do estrato córneo, com finalidade de baixar, 
reversivelmente, sua resistência, aumentando sua permeabilidade cutânea e celular seletiva para 
que haja a permeação do P.A nas camadas mais profundas da pele.
Certamente, a natureza físico-química da substância da base influencia esse processo. Além 
do que, conforme Vanzin (2011), como as formulações cosméticas são compostas de solventes 
e solutos, as estruturas epidérmicas permitem a passagem do solvente por difusão passiva ou 
osmose.
Assim, o princípio ativo (soluto) pode permear o meio intercelular ou o transcelular, ou seja, 
a própria membrana plasmática das células da epiderme. Entretanto, segundo Draelos (2005), o 
caminho comum para a permeação dos ativos pela barreira do estrato córneo é através da matriz 
lipídica.
Todavia, há uma barreira adicional à permeação de substâncias, sobreposta ao estrato córneo, 
é o manto hidrolipídico. Conforme Lupi (2012), o manto hidrolipídico reveste a superfície cutânea 
formando uma espécie de película, uma emulsão fisiológica composta de sebo, secretado pelas 
glândulas sebáceas e a água/suor, proveniente das glândulas sudoríparas. Além desses elementos 
impermeabilizantes, contém uma flora bacteriana saprófita e células mortas da pele. Todos esses 
componentes do manto hidrolipídico tornam a pele ácida, com pH entre 3,5 e 5,0; fato que contribui 
na defesa contra a penetração dos microrganismos e previne a desidratação das células da pele.
Diante desse fato, surge mais uma característica das formulações cosméticas, o pH. 
Substâncias com pH alcalino, segundo Galembeck e Csordas (2019) são capazes de emulsionar os 
lipídeos da pele, facilitando a sua remoção por dispersá-las em água. Por outro lado, substâncias 
com pH ácido, segundo Vanzin (2011), como os ácidos dos peelings, são capazes de favorecer a 
descamação epidérmica. Assim, favorecem a permeação do P.A na pele.
Ainda, como a permeação dos ativos na epiderme ocorre pelo mecanismo de difusão passiva, 
segundo Gomes e Damazio (2013, p.184), sua velocidade de movimentação é definida pela 
concentração do ativo no veículo, sua solubilidade e o coeficiente de partição óleo/água no estrato 
córneo e no veículo, ou seja, sua biodisponibilidade e bioequivalência. No entanto, inúmeros 
outros fatores estão envolvidos no processo de transporte de ativos cosméticos através da pele. 
Fatores esses, que podem modificar a permeabilidade cutânea, facilitando ou interferindo na 
aplicação e função dos cosméticos.
18
1.3 Fatores que modificam a permeabilidade cutânea 
Os cosméticos utilizados para tratar as afecções/disfunções estéticas faciais e corporais são 
aplicados sobre a superfície cutânea, sendo o tecido-alvo dos seus princípios ativos, as camadas 
mais internas da epiderme e a derme. Locais onde os ativos podem atuar nos processos biológicos 
e favorecer o rejuvenescimento, por exemplo, ou amenizar a aparência da celulite.
Entretanto, conforme Gomes e Damazio (2013, p.186), é possível melhorar a permeação/absorção 
dos ativos, ao considerar os fatores biológicos, fisiológicos, cosmetológicos e as propriedades físico-
químicas das substâncias utilizadas nas formulações. Ainda, há vários procedimentos estéticos que 
modificam a permeabilidade cutânea, tornando mais eficaz a ação dos P.A.
Entre os fatores biológicos e fisiológicos, Gomes e Damazio (2013) apontam a idade, 
espessura da epiderme e vascularização. A epiderme menos hiperqueratinizada apresenta maior 
permeabilidade, assim como áreas mais vascularizadas, porém, é possível aumentar o fluxo 
sanguíneo, caso necessário, utilizando massagem, hiperemiantes ou eletroterapia.
Com relação à idade, Draelos (2005) afirma que o envelhecimento torna a pele mais frágil 
e sensível, deixando-a suscetível a agressões que comprometem a função da barreira cutânea. 
Também há uma diminuição considerável da hidratação, o que a torna menos permeável. 
Pode ocorrer uma descamação anormal da pele, modificando a fisiologia e desajustando a 
permeabilidade cutânea.
Já com relação aos fatores cosmetológicos e físico-quimicos, Gomes e Damazio (2013) se 
referem à concentração do ativo e seu peso molecular, sendo que substâncias de baixo peso 
molecular e em alta concentração apresentam maior permeabilidade cutânea. Assim como, 
a solubilidade, em que as substâncias lipossolúveis são mais permeáveis. Apontam, ainda, 
que quanto maior for o tempo de aplicação, maior será a permeação. É o caso das máscaras 
cosméticas, cujo tempo de contato é normalmente de vinte minutos. As substâncias iônicas, 
associadas à eletroterapia, possuem alta permeabilidade. E, por fim temos os tipos de veículos 
cosméticos responsáveis por carrear o ativo.
Partindo desse último fator apontado por Gomes e Damazio (2013), vamos detalhar a 
seguir as propriedades físico-químicas das bases cosméticas, conhecendo as características dos 
principais tipos de veículos, como: creme, loção, emulsão, gel etc., em que os P.A são agregados.
Agora, vamos para a introdução geral aos princípios ativos. Completando nosso estudo 
inicial de cosmetologia, conheceremos os mecanismos de ação dos principais ativos cosméticos 
destinados à hidratação cutânea, as formulações que os contém, bem como sua indicação e 
contraindicação. Dessa forma, contemplaremos todos os aspectos que orientarão a escolha do 
P.A adequado no seu procedimento estético.
19
2 TIPOS DE BASES/VEÍCULOS COSMÉTICOS
A formulação de um cosmético é complexa e utiliza muita matérias-primas e substâncias 
diferentes, pois cada cosmético precisa apresentar várias propriedades físico-químicas, 
simultaneamente, ajustadas para as aplicações estética desejadas. De acordo com Draelos (2005, 
p.29), a base/veículo é a parte mais importante de qualquer formulação.
Para que o veículo seja efetivo, no transporte do ativo, sua composição deve respeitar fatores 
físico-químicos como, peso molecular, polaridade, concentração, pH, para que haja biocompatibilidade 
e uma permeação cutânea eficiente, em que, de acordo com Gomes & Damazio (2013), a pele 
reconheça a necessidade da substância. Originando, assim, as diferentes bases cosméticas.
Conforme Vanzin (2011), a base veicular cosmética é, também, um conjunto de substâncias 
que dão forma aos cosméticos. Estão disponíveis em forma de gel, emulsão, cremes, loção, pós e 
veículos vetoriais, como os lipossomas, nanosferas, nanocápsulas etc. Sua escolha é baseada na 
finalidade do ativo e conforme o biotipo cutâneo. Vamos conhecê-las!
2.1 Gel e gel-creme
O gel é um veículo simples. Conforme Vanzin (2011), é composto de uma fase, 
predominantemente, líquida, representada pela água e uma fase sólida, dada pelos agentes 
gelificantes, geralmente polímeros. Devido a essas características, são bases cosméticas mais 
indicadas para peles oleosa e acneica.
Tabela 2 - Matéria-prima utilizada nas formulações em gel 
Fonte: GOMES; DAMAZIO, 2013 (Adaptado).
20
#ParaCegoVer: A imagem apresenta uma tabela que mostra algumas das principais matérias-
primas utilizadas nas formulações cosméticas com base gel.
As substâncias gelificantes suspendem a água, modificando seu estado físico, tornando o 
cosmético um sérum, fluido, gel ou goma. Isso depende da porcentagem, ou seja, da concentração 
do agente utilizado. Uma característica importante da base gel é que seu sensorial permite uma 
boa adesão do paciente ao tratamento.
Além disso, segundo Vanzin (2011), em razão de sua faixa de pH para sua estabilidade ser 
predominantemente neutra, ou seja, acima de 5,0, admite vários tipos de ativos, desde ácidos e 
eletrólitos até os hidratantes e nutritivos.
Comumente, para Gomes e Damazio (2013), existem dois tipos principais de formulações em 
gel, o gel aquoso e gel-creme, nos quais são acrescidos os P.A específicos.• GEL-AQUOSO
Composto essencialmente de uma fase aquosa constituída de um formador de gel, como um 
carbômero (polímero carboxivinílico), ou ainda uma hidroxietilcelulose, água e um glicol para 
diminuir a pegajosidade.
• GEL-CREME
Segundo Vanzin (2011), o gel-creme é um dos veículos mais empregados em países tropicais, 
pois une as vantagens sensorial e refrescante do gel, com a emoliência e maciez proporcionada 
pelas emulsões. São cosméticos também conhecidos como “oil free”, especialmente indicados 
para peles oleosas e mistas.
2.2 Emulsão
As emulsões são veículos amplamente utilizados para a incorporação de ativos. Possuem 
um toque e espalhabilidade agradáveis, o que facilita a adesão ao tratamento. Segundo Vanzin 
(2011), a emulsão é composta de uma fase oleosa e uma fase aquosa, estabilizadas por um agente 
emulsionante. Quimicamente, há um meio contínuo, chamado de fase externa/dispersante, no 
qual se distribuem as miscelas, denominadas fase interna/dispersa, ou seja, gotículas de pequenos 
diâmetros e imiscível. Como água e óleo não se misturam, é incorporado um emulsificador para 
unir as duas fases.
21
Figura 2 - Estrutura físico-química da emulsão 
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a estrutura físico-química da emulsão.
Os emulsionantes estabilizam as emulsões, conforme Draelos (2005), reduzem a tensão 
entre as duas fases, agindo assim como uma barreira de aderência entre elas. Normalmente 
são tensoativos ou surfactantes, classificados como aniônicos, catiônicos e não iônicos, que 
apresentam estrutura anfifílica, ou seja, uma parte polar (hidrofílica) e uma parte apolar (lipofílica).
A proporção entre a fase oleosa e a fase aquosa pode variar, originando basicamente dois 
tipos de emulsões, a óleo/água (O/A) e a água/óleo (A/O). O ativo pode ser incorporado entre as 
substâncias solúveis em água ou entre as solúveis em óleo. O pH das emulsões varia de 5,0 a 7,0.
A emulsão óleo em água (O/A) apresenta uma composição com menor porcentagem de 
óleos e maior porcentagem de água. Conforme Draelos (2005), sua fase interna é constituída por 
substâncias lipófilas que não se misturam com a fase externa, formada por água e substâncias 
polares. São mais leves e com baixa untuosidade.
A emulsão água em óleo (A/O) apresenta uma composição com porcentagem de fase oleosa 
maior do que a da fase aquosa, ou seja, a fase interna é constituída por água e substâncias polares 
e a fase externa é formada por óleo e compostos apolares. Essa base veicular apresenta maior 
oleosidade, por isso é preferida para formulações hidratantes.
22
Tabela 3 - Componentes de uma emulsão 
Fonte: DRAELOS, 2005; GOMES; DAMAZIO, 2013 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem apresenta uma tabela que descreve os principais componentes de 
uma emulsão, cita o tipo de substância, dá alguns exemplos das mais utilizadas e sua função na 
formulação.
Além desses dois tipos de emulsões, há um terceiro chamado emulsões múltiplas. Para 
Draelos (2005), são emulsões que formam emulsões dentro de uma das fases das emulsões 
O/A ou A/O. Por exemplo, é possível em uma emulsão água em óleo, usar a fase oleosa para 
formar uma segunda emulsão óleo em água, resultando na emulsão múltipla A/O/A, ou seja, 
caracterizada como aquosa numa emulsão óleo em água.
2.3 Creme
Os cremes são veículos que apresentam alta viscosidade e são constituídos basicamente 
de ceras, emolientes, conservantes e água. Segundo Galembeck e Csordas (2019), as ceras são 
ésteres de ácidos e álcoois graxos, derivados do coco, da carnaúba e da jojoba, por exemplo. 
23
Também podem ser obtidas de animais, como a cera de abelha e a lanolina ou sintetizadas a 
partir do petróleo, como a vaselina.
Apresentam propriedades físico-químicas mais sólidas em temperatura ambiente, porém, em 
contato com a pele, que é mais quente, amolecem e oferecem um bom espalhamento. Normalmente 
seu pH está entre 5,5 e 6,5. O creme tem como característica formar um filme sobre a superfície da 
pele, tornando-a impermeável, contribuindo para reduzir a perda transcutânea de água.
2.4 Veículos vetoriais
Os veículos vetoriais são estruturas capazes de carrear ativos hidrossolúveis e lipossolúveis 
até as camadas mais profundas da epiderme. Os principais são os lipossomos, nanosfera e 
silanóis. Segundo Gomes & Damazio (2013, p.166), a absorção do P.A dependerá do mecanismo 
de ação da forma selecionada.
Tabela 4 - Principais veículos vetoriais para formulações cosméticas 
Fonte: GOMES; DAMAZIO, 2013; VANZIN, 2011 (Adaptado).
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#ParaCegoVer: A imagem apresenta uma tabela que descreve as características físico-
químicas e o mecanismo de ação dos principais veículos vetoriais para formulações cosméticas.
É importante observar que as bases cosméticas têm uma formulação que favorece a 
veiculação do ativo principal. No entanto, em sua composição físico-química, a maioria das 
substâncias presentes é de princípios ativos, por exemplo, os óleos e ceras. Isso porque outra 
importante função da base é garantir uma boa hidratação do estrato córneo, aumentando assim, 
sua elasticidade e permeabilidade.
3 INTRODUÇÃO AOS PRINCÍPIOS ATIVOS 
Os princípios ativos são substâncias químicas ou biológicas com ação específica sobre as células 
e o tecido cutâneo. Segundo Draelos (2005), devem estar associados aos veículos cosméticos em 
perfeita afinidade e estabilidade química. Se enquadram em várias categorias, como: vitaminas, 
hidratantes, esfoliantes, peptídeos, antioxidantes, fatores de crescimento, filtros solares.
Cada ativo tem seu mecanismo de ação e suas características físico-químicas dentro da 
formulação como, o peso molecular, pH, concentração, determinam seu efeito. Por exemplo, a 
ureia, com comprovado efeito hidratante e restaurador de barreira em concentrações de 2, 5 e 
10%. Já em concentrações de 20% seu efeito evidente passa a ser o queratolítico.
3.1 Desidratação cutânea e alteração da função barreira 
Diversos fatores causam a desidratação da pele. Segundo Gomes e Damazio (2013), podem 
ser genéticos e endógenos, que alteram a integridade e função da barreira cutânea, ou fatores 
ambientais e comportamentais. Dentre as características da pele seca, denominada xerose, estão 
a descamação, pruridos, fissuras, vermelhidão, repuxamento e ocasionalmente, pode ocorrer 
sangramentos.
Em sua fisiopatologia, conforme Lupi (2012), estão as alterações funcionais e mudanças 
no estrato córneo, anormalidades no processo de queratinização, alterações dos lipídeos da 
matriz intercelular, assim como do manto hidrolipidico, rompimento do metabolismo de água 
trasepidermica e mudanças do pH cutâneo.
Dessa forma, a pele desidratada, segundo Draelos (2005), é caracterizada pela redução da 
água contida no estrato córneo, que ocasiona a perda da coesividade dos corneócitos, mas não 
altera a quantidade total de lipídeos, mas nota-se um aumento na quantidade de ácidos graxos 
livres. Com essa alteração, o pH da pele também se modifica.
Sendo assim, a epiderme se desidrata, conforme Lupi (2012), pela desordem no processo 
de renovação celular e desequilíbrio entre a evaporação e reposição da água nas camadas 
25
inferiores, ou seja, o mecanismo de perda de água transepidermica (TEWL). A derme também, se 
desidrata, pois, macromoléculas da matriz, como o ácido hialurônico se decompõem, diminuindo 
a capacidade de retenção de água e, ainda, diminui a produção de filagrina, precursora do NMF.
O que faz a pele permanecer saudável, com flexibilidade e elasticidade é o equilíbrio que 
existe no seu mecanismo de hidratação, na capacidade de promover a renovação celular e na 
qualidade e quantidade das substâncias do fator de hidratação natural e os lipídeos que compõem 
a epiderme, os responsáveis pela sua impermeabilização.
Para o funcionamento adequado do mecanismo de hidratação, a camada córnea deve ser 
capaz de reter água, de maneira que a sua taxa de evaporação sempre se mantenha num nível 
normal.
Assim, para evitar a desidratação épreciso manter a integridade da barreira cutânea. Segundo 
Gomes e Damazio (2013), as formulações e os agentes hidratantes atuam na restauração da 
barreira pelos mecanismos de oclusão, umectação e hidratação ativa.
3.2 Princípios ativos e os mecanismos de hidratação cosmética
O equilíbrio adequado entre os componentes do filme hidrolipídico, do cimento intercelular e 
do NMF presente no estrato córneo, é fundamental para o balanço de hidratação da pele. Nesse 
sentido, as formulações cosméticas para a hidratação visam os mesmos objetivos, agindo por 
mecanismos de superfície e intracelulares.
Conforme Gomes e Damazio (2005, p.193), o mecanismo de hidratação de superfície pode 
ocorrer por oclusão ou umectação, enquanto a hidratação ativa, representa o mecanismo 
intracelular ou osmolaridade.
O mecanismo de oclusão impede a perda e reduz a evaporação de água do estrato córneo. 
Segundo Draelos (2005), isso é obtido com a aplicação de substâncias oleosas e emolientes, que 
formam uma fina camada lipídica sobre a pele, enriquecendo a ação do manto hidrolipídico, sem 
obstruir os óstios.
26
Tabela 5 - Ativos cosméticos oclusivos e emolientes 
Fonte: DRAELOS, 2005 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem apresenta uma tabela que descreve os principais ativos de 
mecanismo de ação oclusivos.
Esses lipídeos cosméticos possuem a propriedade de difusão, segundo Gomes e Damazio 
(2005, p.194). Essa característica permite que eles se disseminem pela epiderme encontrando 
as moléculas de água que estão se evaporando, devido ao processo de maturação celular. Então, 
esses óleos capturam a água, impedindo sua saída e dessa forma mantem o grau hídrido da pele.
Já no mecanismo de umectação, segundo Draelos (2005, p.101), as substâncias têm 
propriedades higroscópicas, porém, muitas também são emolientes. A principal característica 
dos umectantes é sua capacidade de atrair e absorver a água da atmosfera, bem como, de reter a 
água da derme, a qual hidrata a epiderme através dos processos fisiológicos.
Como exemplo de ativos umectantes, Gomes e Damazio (2005, p.194), citam o colágeno, 
um ativo biológico cuja capacidade de absorção de água, chega a trinta vezes seu peso. 
27
Estruturalmente, essa proteína é uma macromolécula, por isso age na superfície cutânea. Os 
autores, alegam que devido a essa caraterística físico-química é quase improvável a absorção do 
colágeno pela pele.
Figura 3 - Ativos cosméticos umectantes 
Fonte: DRAELOS, 2005 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem apresenta uma tabela descreve os principais ativos de mecanismo 
de ação umectante.
Conforme Draelos (2005), é importante que na formulação hidratante umectante sejam 
incorporados ativos emolientes, agentes oclusivos, pois a aplicação do umectante isoladamente 
pode aumentar a perda de água transepidérmica. Por exemplo, ao glicerol pode ser adicionado 
álcoois emolientes, como o álcool cetil ou estearil, que não ressecam/alteram a textura suave da 
pele após a aplicação.
Outro agente umectante importante é o ácido hialurônico, um biopolímero que pertence 
à classe dos glicosaminoglicanos, abundante no tecido conjuntivo do corpo, mas é na pele que 
se encontra em maior quantidade, pois é o componente maioritário da matriz extracelular da 
derme. Na epiderme, está presente no NMF, o que se revela agente higroscópico da manutenção 
da estrutura normal do estrato córneo e da função de barreira epidérmica.
Segundo Gomes e Damazio (2005, p.194), o ácido hialurônico é um composto de elevado 
valor hidratante, de excelentes características higroscópicas e propriedades viscoelásticas. 
Quando hidratado, tem capacidade de reter cerca de mil vezes o seu tamanho em moléculas de 
água. Por ser integrante do NMF, o ácido hialurônico também tem a propriedade de realizar a 
hidratação pelo mecanismo ativo, ou seja, extra e intracelular.
28
A hidratação ativa é diferente do mecanismo superficial, pois age nas camadas internas da 
epiderme, ou seja, o objetivo é permear o princípio ativo para aumentar a concentração dos 
fatores de hidratação natural. Dessa forma, as formulações cosméticas contêm os elementos 
formadores do NMF, como ureia, aminoácidos (prolina, hidroxiprolina, cistina), PCA-Na, entre 
outros.
Além disso, conforme Gomes e Damazio (2005, p.194), as células também recebem esses 
nutrientes por meio da difusão simples ou facilitada, mecanismo denominado osmolaridade, 
e melhora suas funções metabólicas e a homeostasia orgânica da pele é garantida. Ainda, a 
membrana plasmática celular possui canais proteicos chamados de aquaporina.
O mecanismo de ação hidratante da aquaporina, segundo Vanzin (2011), se deve pela sua 
característica de regulação da passagem de água, de glicerol e de solutos de baixo peso molecular 
para o interior das células, determinando, então, a hidratação tecidual. Acredita-se que uma 
única aquaporina transporte até três milhões de moléculas de água por segundo, melhorando o 
sistema de irrigação e a osmolaridade.
Por todas as razões estudadas, uma formulação hidratante é um produto cosmecêutico capaz 
de restabelecer e contribuir para a manutenção das características de hidratação fisiológica 
do estrato córneo. Normalmente, não apresentam contraindicações, pelo contrário, já são 
formulados para diferentes biotipos. No entanto, reações adversas podem ocorrer.
3.3 Reações adversas dos hidratantes
De modo geral, os hidratantes possuem segurança e raramente apresentam reações, 
efeitos indesejáveis ou risco à saúde. O que ocorre é que pessoas de pele sensível podem 
apresentar reações adversas, como ardência, coceira, queimação, logo após a aplicação tópica 
das formulações hidratantes. Cada organismo reage de uma maneira particular às substâncias 
que compõem o cosmético, algumas delas como conservantes e fragrância podem causar 
sensibilidade e certa irritação na pele. Galembeck e Csordas (2019) advertem que alguns agentes, 
como a ureia e ácido lático, podem fragilizar a função barreira, influenciando sua recuperação, 
enquanto outros a fortalece.
4 APLICAÇÃO DOS COSMÉTICOS HIDRATANTES 
NO PROCEDIMENTO ESTÉTICO
Dois processos básicos que funcionam em conjunto para manter a saúde geral da pele são a 
limpeza e a hidratação. Segundo Draelos (2005, p.100), a limpeza permite a remoção de sujidades 
externas, secreções cutâneas naturais e microrganismos. Os hidratantes são aliados importantes 
no cuidado básico da pele, devido às alterações constantes da barreira epidérmica.
29
Além das condições fisiopatológicas, fatores climáticos, ambientais e comportamentais, como 
baixa umidade do ar, exposição solar frequente, ar condicionado e, até o sabonete do nosso banho, 
provocam a redução do conteúdo de água e lipídeos da epiderme. Sendo assim, conheceremos a 
seguir as formulações adequadas para a hidratação, inclusive conforme o biotipo cutâneo.
4.1 Formulações cosméticas para hidratação 
A limpeza da pele é importante para favorecer a penetração dos ativos hidratantes das 
formulações cosméticas que serão aplicados e, consequentemente, obter o efeito terapêutico 
desejado nos procedimentos estéticos. Segundo Vanzin (2011, p.56), uma boa formulação 
destinada para higiene e limpeza da pele precisa ter um balanceamento, ou seja, ter um equilíbrio 
hidro-lipofílico.
Esse equilíbrio é obtido pela combinação de diferentes tipos de tensoativos que contribuem 
para a biocompatibilidade, além de conferir bom sensorial. Por exemplo: lauril sulfato de amônio, 
que possui alto poder umectante associado a ação detergente e cocoil glutamato de sódio, 
substância derivada de aminoácidos, com maior biocompatibilidade.
Esses agentes ativos desestabilizam o pH ácido da pele e por essa razão, logo após a 
higienização, utilizam-se formulações tônicas. Conforme Draelos (2005, p.105), tônicos são 
formulações líquidas cujo objetivo é promover a neutralização do pH da pele. Para essa função 
são adicionados princípios ativos orgânicos ácidos, retornando o pH ao nível fisiológico de 5,5.
Segundo Vanzin (2011, p.76),aos tônicos podem ser associados princípios ativos hidratantes e 
nutritivos, entre os quais os extratos naturais obtidos de frutas, como o bioextrato de abacate que 
contém lipídeos; vitaminas A, B, C; proteínas, aminoácidos e sais minerais, com função emoliente 
e hidratante. O autor também cita o bioextrato de abacaxi composto de polissacarídeos, sais 
minerais, vitaminas, flavonoides, ácidos orgânicos e enzima proteolítica, que além de hidratante 
e emoliente, é renovador da camada córnea. Entre outros, como o extrato de aveia, cacau, 
camomila, coco, lavanda, cuja composição predominante são as vitaminas lipo e hidrossolúveis, 
óleos essenciais e oligoelementos, fundamentais para a manutenção da função do manto 
hidrolipídico e da camada córnea.
Dessa forma a pele está preparada para receber os ativos hidratantes das outras formulações. 
Segundo Gomes e Damazio (2005) as emulsões são os principais agentes oclusivos utilizados para 
a hidratação da pele. Tanto a óleo em água, como a água em óleo, pois os componentes de suas 
fases assemelham-se ao conteúdo do manto hidrolipídico. São indicadas para o tratamento de 
peles alípicas e mistas.
Segundo Vanzin (2011), para a umectação são utilizadas substâncias hidrossolúveis em 
diferentes pesos moleculares como, os oligo e polissacarídeos, polímeros e proteínas. São 
30
escolhidas em especial para o tratamento de peles oleosas e acneicas, em formulações gel, 
gel-creme ou emulsões O/A. Ainda indica que outra estratégia de hidratação é aumentar as 
expressões das aquaporinas da pele.
Para Draelos (2005), uma formulação hidratante é considerada boa quando consegue em um 
bom período apresentar baixos valores de TEWL. Há vários ativos com alta capacidade hidratante, 
como: gluconolactona (polihidroxiácido), os α-hidroxiácidos (ácido lático; tartárico; glicólico), 
além dos clássicos: ureia, glicerina, ceramidas, óleos vegetais, fosfolipídios, entre outros.
Tabela 6 - Princípios ativos hidratantes utilizados em formulações cosméticas 
Fonte: VANZIN, 2011 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A imagem apresenta uma tabela que descreve o mecanismo de ação e 
propriedades de alguns princípios ativos hidratantes frequentemente utilizados nas formulações 
cosméticas hidratantes.
31
Há também formulações fluidas ionizáveis, compostas de ativos, como o fator de crescimento 
TGF e outros eletrólitos que associados a eletroterapia, ionização, fonoforese etc., auxiliam na 
hidratação cutânea.
Concluindo o processo de hidratação estética, a aplicação da máscara cosmética é de fundamental 
importância, pois é o momento de sedimentar e incorporar mais princípios ativos hidratantes e 
nutritivos na pele. Segundo Draelos (2005, p.187), as máscaras são formulações em cremes ou pastas 
aplicadas sobre a pele por período variável de 5 a 30 minutos, seguido de sua remoção.
As máscaras, de acordo com Simão (2019), possuem mecanismo de ação por oclusão e 
podem ser formuladas com polímeros de secagem rápida, ou seja, aquelas conhecidas como 
“peel off”, ou em base cremosa compostas de ativos cosméticos argilosos, extratos botânicos, 
oligoelementos. Finalizando o tratamento, indispensável é a aplicação do filtro solar.
Vejamos agora as características do procedimento de hidratação, conforme os diferentes 
biotipos cutâneos.
4.2 Hidratação dos diferentes biotipos cutâneos
A hidratação é muito importante, independente do tipo de pele. Segundo Gomes e Damazio 
(2013, p. 195), as diferenças estão nos veículos e adição de ativos que não sejam somente para 
a hidratação..
• PELE LIPÍDICA
Apresenta excesso de oleosidade, hiperqueratose e óstios dilatados, por isso as melhores 
formulações são as de base emulsão O/A, gel ou gel-creme.
• PELE MISTA
O veículo em gel-creme proporciona maior suavidade, sem comprometer as regiões lipídicas.
• PELE ALÍPICA
Por ser seca, desidratada e com fina descamação, as formulações, segundo Draelos (2005, 
p.103), priorizam veículos cosméticos com propriedades umectantes e emolientes, como os 
cremes, emulsão A/O, e uma maior quantidade de ativos hidratantes, nutritivos, antioxidantes 
e regeneradores.
Na hidratação para peles sensíveis, devemos preferir formulações hipoalergênicas em base 
emulsão O/A ou gel-creme, com a menor quantidade de princípios ativos, porém priorizando 
aqueles com propriedades calmantes e descongestionantes. Esse biotipo tem como característica 
reações excessivas a estímulos, apresentando hiperemia, ardor e ressecamento.
32
Agora chegamos a um dilema, como convencer um biotipo acneico aceitar a hidratação?
Por ser uma patologia que afeta o folículo pilossebáceo, a presença de oleosidade é grande 
e por essa razão, ao ouvir falar em hidratação, logo imagina que o excesso de sebo irá aumentar. 
No entanto, a pele acneica também desidrata e as melhores formulações são as em base gel, com 
princípios ativos não comedogênicos, porém capazes de impedir a perda de água transepidermica.
Para saber mais sobre o processo de formulação dos cosméticos, os critérios para seleção 
da matéria-prima, as condições do processamento industrial, toxicidade, riscos ambientais e as 
normas de órgãos reguladores, como a ANVISA, aqui no Brasil, leia na íntegra o artigo “Cosméticos: 
a química da beleza” de Galembeck e Csordas (2019). Você encontrará esse artigo disponível na 
internet, o link de acesso foi indicado nas referências desta unidade.
Os hidratantes para a pele masculina, segundo Gomes e Damazio (2013, p. 195), precisam ter 
uma textura leve, como o gel e o gel-creme, já que em razão das diferenças hormonais e algumas 
estruturais, é uma pele mais lipídica que a feminina. Outro biotipo cutâneo que apresenta 
diferenças histológicas é a pele negra, requerendo alguns cuidados diferenciados.
A pele negra necessita hidratação diária, pois fisiologicamente está mais propensa a perda de 
água transepidérmica, devido ao maior calibre de seus vasos sanguíneos e linfáticos, deixando 
a pele com tonalidade acinzentada e ressecamento excessivo. Apesar disso, é um biotipo com 
maior secreção lipídica, sendo então recomendado formulação cosmética em base não oleosa, 
ou seja, o gel e o gel-creme.
O profissional esteticista precisa conhecer profundamente a anatomofisiologia da pele e as 
características físico-químicas dos cosméticos, bem como suas propriedades e mecanismo de 
ação para aplicá-los em seus procedimentos e indicar corretamente aos seus pacientes.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
33
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer os principais conceitos da cosmetologia;
• compreender as características físico-químicas e as funções da barreira epidérmica e 
conhecer os aspectos das vias de permeação cutânea;
• compreender as características das formulações cosméticas e conhecer as bases/
veículos de transporte dos princípios ativos;
• aprender sobre os mecanismos de hidratação cutânea por oclusão, umectação e 
hidratação ativa;
• conhecer os principais princípios ativos hidratantes em formulações cosméticas para 
os procedimentos estéticos.
PARA RESUMIR
DRAELOS, Z.D. Cosmecêuticos. Rio de Janeiro: E!sevier, 2005.
GALEMBECK, F.; CSORDAS, Y. Cosméticos: a química da beleza. Fisio sala de leitura, 2019. 
Disponível em: http://fisiosale.com.br/assets/9no%C3%A7%C3%B5es-de-cosmetolo-
gia-2210.pdf . Acesso em: 06 abr. 2020.
GOMES, R.K.& DAMAZIO, M.G. Cosmetologia: descomplicando os princípios ativos. 4 ed. 
São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora, 2013.
GUYTON, A. C. & HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2017.
LUPI, O et al. Rotinas de diagnóstico e tratamento da Sociedade Brasileira de Dermatolo-
gia - SBD. 2. ed. São Paulo: AC Farmacêutica, 2012.
SIMÃO, D. Cosmetologia aplicada I. Porto Alegre: SAGAH, 2019.
VANZIN, S. B. & CAMARGO, C. P. Entendendo cosmecêuticos: diagnósticos e tratamentos. 
São Paulo: Santos, 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Princípios ativos despigmentantes, 
antiacne, desodorantes e 
antiperspirantesOlá,
Você está na unidade Princípios ativos despigmentantes, antiacne, desodorantes e 
antiperspirantes. Conheça aqui os principais ativos cosméticos utilizados no tratamento 
de quadros de hipercromias faciais, entendendo como cada um deles age na fisiopatologia 
das manchas, promovendo o clareamento delas. Conheça também os ativos cosméticos 
empregados no manejo da acne, compreendendo como eles agem na fisiopatologia da 
disfunção. Por fim, entenda quais são e como agem os ativos existentes em produtos 
cosméticos desodorantes e antiperspirantes, destinados ao controle do odor desagradável 
do suor.
Bons estudos!
Introdução
37
1 ATIVOS COSMÉTICOS DESPIGMENTANTES
Os ativos cosméticos despigmentantes, também chamados de ativos clareadores são 
amplamente utilizados na área da estética, especialmente nos tratamentos faciais. Ele ativos 
possuem a função de melhorar imperfeições existentes em peles bastante pigmentadas, de modo 
a clarear as manchas escuras e uniformizar a coloração da pele (RIBEIRO, 2010).
Agora, vamos conhecer como se dá a aplicação terapêutica desses ativos.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Aplicação terapêutica dos ativos despigmentantes
Os ativos despigmentantes são indicados no tratamento de hipercromias, que são disfunções 
estéticas que cursam com o aparecimento de manchas na pele, mais escuras que a cor natural 
da pele do paciente.
As hipercromias são resultado de disfunções no metabolismo de melanina. Segundo 
Ribeiro (2010), em condições normais, a melanina é uma substância que dá cor à pele humana, 
proporcionando uma coloração regular, uniforme e homogênea. Essa substância é formada a 
FIQUE DE OLHO
Você sabia que mais de 90% das pessoas com pele de cor branca e com idade superior a 50 
anos apresentam hiperpigmentações em diversas regiões, como na face, colo e mãos? Essas 
manchas acabam trazendo impactos negativos na autoestima e na qualidade de vida dos 
pacientes (RIBEIRO, 2010).
38
partir de reações químicas que acontecem no interior de células localizadas na pele, chamadas 
de melanócitos e recebe o nome de melanogênese. Envolve o aminoácido tirosina e uma enzima 
chamada de tirosinase, que ao passarem por reações químicas, culminam com a formação da 
melanina. A melanina formada é transferida, em formato de grânulos dos melanócitos para os 
queratinócitos da pele, de modo que ela é carregada para a superfície da pele à medida que 
acontece a renovação celular.
Esse processo acontece de maneira fisiológica ao longo da vida sendo responsável por dar cor 
à pele. Vale ressaltar que tanto nas peles sem presença de manchas como nas peles com presença 
de manchas, o processo pelo qual acontece a formação da melanina é o mesmo (RIBEIRO, 2010).
A diferença fisiopatológica das hipercromias é que neste caso ocorre uma maior formação 
de melanina, ocasionando um acúmulo exagerado desse pigmento na pele de maneira irregular, 
depositado apenas em algumas regiões, gerando o aparecimento das manchas. Esse excesso de 
melanina pode se acumular na epiderme, gerando o aparecimento de manchas mais superficiais 
ou na derme, gerando o aparecimento de manchas de maior profundidade.
A figura “Processo de coloração da pele” mostra o processo de coloração da pele de maneira 
fisiológica (a) e de maneira patológica, no caso das hipercromias (b).
Figura 1 - Processo de coloração da pele 
Fonte: Mosterpiece, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem apresenta o processo de coloração da pele, em que nas condições 
normais (a), a melanina produzida é distribuída pela epiderme de maneira homogênea e regular, 
sem que haja acúmulos desse pigmento em algumas regiões. Também demonstra o contrário do 
que acontece nas hipercromias (b), que a melanina além de ser produzida em excesso, fica mal 
distribuída na superfície cutânea.
39
O surgimento das manchas pode acontecer por fatores diversos, dentre eles: excesso de 
atividade dos melanócitos, aumento na quantidade de melanócitos ativos na região, e redução 
das taxas de renovação celular, deixando maior quantidade de melanina acumulada na epiderme 
(RIBEIRO, 2010).
Alguns fatores podem influenciar no processo natural de melanogênese. Simão et al. (2019) 
comentam que fatores genéticos, hormonais, traumas cutâneos, uso de alguns medicamentos, 
alterações nutricionais e ainda a exposição à radiação solar podem alterar o processo de 
melanogênese.
A genética afeta todas as fases do processo de síntese de melanina. Em relação ao fator 
hormonal, alguns hormônios são capazes de estimular esse processo de formação de melanina 
e com isso gera o aparecimento de manchas. A presença de traumas, como queimaduras, 
afeta o funcionamento dos melanócitos e pode gerar o surgimento de hipercromias. Alguns 
medicamentos, como os anticonceptivos também podem estar envolvidos em alterações na 
produção de melanina. Fatores nutricionais, como a deficiência de vitamina A e E podem também 
predispor o aparecimento de hipercromias. Assim como, a exposição solar gera também estímulo 
dos melanócitos, e com isso maior síntese de melanina (SIMÃO et al., 2019).
Dentre as hipercromias mais prevalentes, destacamos: efélides (popularmente conhecidas 
como sardas), melasma, hiperpigmentação pós-inflamatória, lentigos, hiperpigmentação periorbital 
e hiperpigmentação por reações foto tóxicas (RIBEIRO, 2010). A figura “Melasma facial” apresenta 
um exemplo de hiperpigmentação, nesse caso, manchas faciais decorrentes do melasma.
Figura 2 - Melasma facial 
Fonte: Poomipat, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem apresenta parte do rosto de uma mulher sendo possível verificar 
um exemplo de hipercromia, o melasma.
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No exemplo da figura “Melasma facial” essa disfunção cursa com o aparecimento de manchas 
mais escuras na pele, de tonalidades castanhas. Nesse caso, as machas encontram-se localizadas 
na face, mais especificamente na região zigomática.
Em relação aos tratamentos para as hipercromias, há uma gama de recursos terapêuticos 
estéticos disponíveis. No geral, esses tratamentos consistem em melhorar a distribuição de 
melanina na pele, tornando a região com uma coloração uniforme e evitando áreas com excesso 
do pigmento.
Dentre as modalidades terapêuticas disponíveis, encontram-se os produtos cosméticos que 
possuem em sua formulação ativos despigmentantes, que irão atuar sobre a fisiopatologia das 
hipercromias e promover melhora do aspecto das manchas (RIBEIRO, 2010).
O objetivo é que os cosméticos possam atuar promovendo um clareamento da região das 
manchas, de modo a deixar a pele mais uniforme. A figura “Resultado do tratamento cosmetológico 
com uso de ativos despigmentantes” mostra uma pele acometida por manchas hipercrômicas. 
Na sequência, a mesma pele aparece tratada com o uso de cosméticos despigmentantes, sendo 
possível visualizar a melhoria no aspecto estético.
Figura 3 - Resultado do tratamento cosmetológico com uso de ativos despigmentantes. 
Fonte: DUANGJAN J, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem apresenta parte do rosto de uma mulher como exemplo de 
hipercromia, o melasma, na região facial. De um lado consta a pele acometida por inúmeras 
manchas escuras, antes do tratamento cosmetológico. Do outro lado, após o tratamento com uso 
de ativos despigmentantes, a pele da mulher se encontra com uma tonalidade uniforme, sem a 
presença de áreas escurecidas.
Vale ressaltar que a melhora das manchas depende diretamente do tipo de hipercromias 
apresentadas pelo paciente, da profundidade das lesões (manchas mais profundas são mais 
difíceis de serem tratadas, quando comparadas a manchas mais superficiais), da localização, da 
41
extensão, do fator causal e ainda, do tipo de ativo (s) cosmético (s) utilizado (s) no tratamento.
1.2 Mecanismo de ação dos ativos despigmentantes
Quando se faz a utilização de cosméticos despigmentantes sobre as hipercromias, objetivamos 
reduzir a coloração da mancha, ou seja, clareá-la. Para isso, utilizamos ativos cuja função é 
despigmentar a pele.
Parapromover o clareamento, os ativos cosméticos despigmentantes podem agir mediante 
diferentes mecanismos de ação. Segundo Ribeiro (2010), os mecanismos de ação dos ativos 
despigmentantes pretendem:
• Inibir a tirosinase, enzima responsável pela síntese da melanina;
• Reduzir a quantidade de melanócitos ativos;
• Reduzir quadros inflamatórios pós exposição à radiação ultravioleta;
• Promover ação antioxidante, evitando a formação excessiva de melanina;
• Esfoliar de modo a remover os queratinócitos carregados de melanina, localizados na 
superfície da pele.
Considerando esses possíveis mecanismos de ação dos ativos despigmentantes, ressaltamos 
que um mesmo produto cosmético pode possuir em sua formulação mais de um ativo, promovendo 
mecanismos de ação distintos mas, quando aplicados sobre as hipercromias, potencializam os 
efeitos devido à associação de ativos.
1.3 Descrição de ativos cosméticos despigmentantes
Existem diversos cosméticos com ativos despigmentantes em sua formulação disponíveis no 
mercado. Podem ser encontrados produtos cosméticos com diferentes formas de apresentação, 
como géis, cremes, pomadas, loções, dentre outros (SIMÃO et al, 2019).
Conhecer os principais ativos existentes nos cosméticos despigmentantes é essencial ao 
profissional de estética, pois ele fará o uso dos produtos em protocolos estéticos para tratamento 
de hipercromias.
Vejamos os principais ativos despigmentantes utilizados atualmente e o mecanismo de ação 
pelo qual cada ativo age na pele:
• ARBUTIN
Também conhecido como hidroquinona-D-glucopiranosídeo, é encontrado em diversos 
vegetais ou também, pode ser obtido através de síntese química em laboratório. Atua com efeitos 
42
clareadores na pele semelhantes a hidroquinona, contudo, confere maior segurança em seu uso, 
causando menos efeitos adversos. Seu mecanismo de ação se pauta na produção de hidroquinona 
no local de aplicação após a permeação cutânea (RIBEIRO, 2010).
• ÁCIDO TRANEXÂMICO
É um ativo utilizado como alternativa ao tratamento de melasma. Seu mecanismo de ação se 
pauta na prevenção da pigmentação da pele ocasionada pela exposição à radiação ultravioleta, 
produzindo um clareamento cutâneo (COSTA, 2012).
• VITAMINA C
Também chamada de ácido ascórbico, atua como agente despigmentante por seu mecanismo 
redutor, revertendo as reações de oxidação de modo que a melanina não possa ser formada 
(RIBEIRO, 2010).
• ALFA ARBUTIN
Ativo despigmentante que age clareando e promovendo um efeito de uniformidade da 
pele, de forma rápida e eficaz. Age por meio do bloqueio da biossíntese de melanina, inibindo a 
tirosina. Está indicado no manejo de hipercromias e ainda na redução da coloração da pele após 
a exposição à radiação ultravioleta (MILREU, 2012).
• ÁCIDO AZELÁICO
Trata-se de um antioxidante muito eficaz no manejo de hipercromias (SIMÃO ET AL, 2019). 
Está indicado principalmente no tratamento de hiperpigmentação pós-inflamatória e nos casos 
de melasma. Segundo Costa (2012), o ácido azeláico atua reduzindo a cor das manchas e ainda, 
reduzindo o tamanho das manchas.
• ÁCIDO FÍTICO
É um ativo presente em vegetais, como arroz, aveia e trigo. Age inibindo a tirosinase e 
reduzindo a síntese de melanina. Além disso, atua como anti-inflamatório, antioxidante e 
hidratante tecidual.
• ALOENSINA
Trata-se de um extrato de origem vegetal derivado da aloe vera. Possui propriedades 
clareadoras, uma vez que inibe a produção da melanina (COSTA, 2012). Em geral, a associação 
de aloensina com o arbutin inibe de maneira sinérgica a melanogênese induzida pela radiação 
ultravioleta.
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• ÁCIDO KÓJICO
É obtido por através da fermentação do arroz. Seu mecanismo de ação se pauta na inibição 
da tirosinase, e com isso reduz a síntese de melanina. Também reduz a síntese de um tipo de 
melanina mais escura, a eumelanina. Pode ser utilizado em todos os foto tipos de pele, em 
concentrações que variam de 1 a 5% (VANZIN & CAMARGO, 2011).
• ÁCIDO GLICÓLICO
Sua ação se pauta no mecanismo antioxidante local, associado a esfoliação da camada mais 
externa da epiderme. Essa esfoliação além de promover indução a renovação celular local, 
promove a remoção de células carregadas de melanina, melhorando o aspecto das manchas 
hipercrômicas (SIMÃO et al., 2019).
• ÁCIDO RETINÓICO
É utilizado como ativo despigmentante em peeling químico por sua ação esfoliativa (SIMÃO 
et al., 2019). Tem ação importante sobre o clareamento de manchas, especialmente nos quadros 
de melasmas.
• ÁCIDO ELÁRGICO
Age com efeitos antioxidantes e anti-inflamatórias, além da ação despigmentante resultante 
da inibição da tirosinase (RIBEIRO, 2010).
• FLAVONOIDES
São ativos naturais com função antioxidantes. Inibem a tirosinase e com isso reduzem a 
síntese de melanina produzida (SIMÃO et al., 2019).
• EXTRATO DE UVA URSINA
Além de atuar na inibição da tirosinase, esse ativo reduz a concentração de melanina na 
epiderme através de modificações estruturais na parede dos melanócitos, produzindo ação 
FIQUE DE OLHO
Para pacientes com presença de hipercromias e que possuam fototipos de pele mais 
altos, pode-se fazer uma associação do uso de ácido kójico e do ácido fítico, atuando no 
clareamento das manchas de maneira segura (VANZIN &CAMARGO, 2011).
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cumulativa ao longo do uso (SIMÃO et al., 2019).
• LICORICE
Trata-se de um extrato vegetal, conhecido também como alcaçuz, que atua inibindo a 
tirosinase e também dispersando a melanina.
• SILICATO SINTÉTICO DE ALUMÍNIO
Atua absorvendo a melanina já produzida e depositada na epiderme, reduzindo sua 
concentração (SIMÃO et al., 2019). É indicado no tratamento de hipercromias, especialmente nos 
casos de melasma.
• SOJA
O papel da soja como despigmentante é atribuído ao seu amplo espectro de atividade 
antioxidante, por isso é comum encontrar esse ativo em produtos destinados ao clareamento 
cutâneo. Sua ação acontece pela redução de transferência de melanina para os queratinócitos 
(COSTA, 2012).
Esses ativos são escolhidos pelo profissional de estética com base na avaliação do paciente, 
considerando os objetivos de tratamento, o tipo e a gravidade das manchas hipercromias e, ainda, 
o tipo de pele do paciente.
O tipo de pele tem uma influência importante na escolha do ativo despigmentante a ser 
utilizado. Um exemplo disso são as peles étnicas, que não podem ser expostas a todos os ativos, 
sendo mais beneficiadas com alguns deles.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
45
1.4 Aplicação dos ativos cosméticos despigmentantes em protocolos 
de tratamento para hipercromias
Podemos realizar o uso de cosméticos despigmentantes nos protocolos de tratamento para 
hipercromias, com uso associado a outras modalidades de tratamento estético. Vejamos os 
principais passos:
• PASSO 1
Higienização da pele com uso de sabonete líquido com ácido glicólico em sua formulação.
• PASSO 2
Tonificação da pele com tônico de acordo com as características da pele (hidratante, 
adstringente etc.).
• PASSO 3
Esfoliação da pele, que pode ser feita com uso de cosméticos esfoliantes, enfatizando a 
abrasão sobre a área das manchas.
• PASSO 4
Aplicação de ativo despigmentante para peelings, como o ácido retinóico ou glicólico.
• PASSO 5
Aplicação de uma máscara com ativos despigmentates, como o uso de máscaras a base de 
vitamina C, flavonoides ou soja, por exemplo.
• PASSO 6
Aplicação de filtro solar e orientações para paciente evitar a exposição solar durante o 
tratamento.
Esse é um exemplo de protocolo, contudo o profissional deve elaborar diferentes protocolos 
com base na avaliação realizada para serem evidenciadas as necessidades do paciente.
Além dos tratamentos realizados no ambiente da clínica ou consultório, o profissional de 
estética, visando potencializar os resultados terapêuticos, deve orientar o uso de produtos 
cosméticos no ambiente domiciliar. Além da aplicação desses ativos, alguns cuidados cosméticos 
se fazem necessário de modo a promover resultados terapêuticos mais efetivos no manejodas 
hipercromias. Dentre os cuidados, é importante que o paciente faça uso regular de filtro solar, e que 
a realização de tratamentos cosméticos seja constante, regular, evitando recidivas das manchas.
46
Para ampliar os resultados, o esteticista deve ainda utilizar outros recursos estéticos associados 
a cosmetologia para promover a melhora da qualidade da pele em pacientes acometidos por 
hipercromias. Nesse sentido, indica-se a utilização de recursos manuais ou de eletroterapia de 
maneira associada.
2 ATIVOS COSMÉTICOS ANTIACNE
Os ativos cosméticos antiacne são indicados no tratamento e na prevenção de lesões acneicas 
na pele. A acne é uma disfunção comum, principalmente no início da puberdade, chegando a 
acometer de 85 a 100% da população em alguma fase da vida. Por gerar a formação de lesões 
dermatológicas, principalmente na face, a acne influencia na aparência, e cursa com redução da 
autoestima dos pacientes. Existem muitos recursos terapêuticos voltados para essa disfunção, 
incluindo o uso de produtos cosméticos.
2.1 Aplicação terapêutica dos ativos antiacne
Os ativos antiacne, como o próprio nome diz, são indicados ao tratamento da acne. A acne é 
uma disfunção dermatológica caracterizada por acometer as unidades pilos sebáceas de algumas 
áreas corporais, especialmente a região facial. Em relação à fisiopatologia, a acne surge pelo 
acúmulo de sebo e células mortas nas unidades pilos sebáceas, gerando obstrução local e o 
surgimento das lesões (FASSHEBER et al., 2017).
Em decorrência do acúmulo e obstrução do folículo, a região passa a apresentar sinais 
inflamatórios, como calor, rubor, edema e dor. Além disso, pode gerar maior proliferação de 
bactérias na região, gerando um processo infeccioso associado a inflamação.
Basicamente, a acne possui etiologia multifatorial. Contudo, alguns fatores estão mais 
presentes, dentre eles: a queratinização, excesso de sebo e proliferação bacteriana no local das 
lesões. Segundo Fasshber et al. (2017), a queratinização se caracteriza pelo acúmulo de células 
mortas e queratina, que, ao acumularem no folículo, geram a formação de um tampão no ducto 
sebáceo. O excesso de sebo é outro fator presente na acne. Isso porque a pele acneica secreta 
uma quantidade maior de lipídeos na superfície cutânea, que culmina com a irritação cutânea.
A proliferação bacteriana gera inicialmente uma resposta inflamatória e faz com que bactérias 
se proliferem exageradamente e causem um processo infeccioso local. Devido a isso, surgem as 
lesões cutâneas da acne, como: pápulas, pústulas, nódulos e cistos. A figura “Fisiopatologia da 
acne” mostra o acúmulo de células mortas e de sebo na unidade pilos sebácea.
47
Figura 4 - Fisiopatologia da acne 
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem apresenta uma secção de pele em que inicialmente a unidade 
pilos sebácea está saudável. Na sequência, há acúmulo de células mortas e sebo, gerando uma 
obstrução do folículo, que passa a sofrer ação de bactérias, dando origem as lesões da acne.
A acne se instala nas umidades pilos sebáceas porque há acúmulo excessivo de células 
mortas e sebo, que causam obstrução do folículo. Esse acúmulo fica predisposto à colonização 
bacteriana, agravando o quadro inflamatório local.
De acordo com a gravidade do quadro da acne, ela pode ser classificada em cinco graus, 
sendo o grau I o mais leve da afecção e o grau V o mais grave.
Os tratamentos disponíveis atualmente para a acne visam atuar sobre esse mecanismo 
fisiopatológico. Dentre as modalidades de tratamento estéticos há o uso de cosméticos.
48
2.2 Mecanismo de ação dos ativos antiacne
Considerando a fisiopatologia da acne, Ribeiro (2010) comenta que os ativos cosméticos 
aplicados no tratamento dessa afecção agem através da:
• Inibição da produção de sebo e redução da oleosidade;
• Ação queratolítica;
• Redução da proliferação de bactérias;
• Ação antioxidante;
• Ação anti-inflamatória.
Em relação à inibição do sebo e da oleosidade, os cosméticos são utilizados de modo a 
remover, mas também normalizar, a quantidade de sebo na pele. Isso porque apenas a remoção 
do sebo não permite um tratamento efetivo, é necessário que haja um melhor controle na sua 
produção e excreção.
Os cosméticos que atuam com a função queratolítica geram a esfoliação da pele, uniformizando 
a camada córnea, eliminando células mortas e desobstruindo parte dos folículos.
A redução da proliferação bacteriana é feita através do uso de ativos antissépticos, 
antibacterianos e bacteriostáticos e ainda por ativos de higiene, que promovem uma limpeza 
adequada da pele e controlam a proliferação de bactérias nas lesões acneicas.
A ação anti-inflamatória é obtida pelo uso de ativos anti-inflamatórios, que irão controlar os 
sinais típicos de inflamação: dor, calor, rubor, edema e intumescimento dos tecidos. 
A realização de tratamentos cosméticos nos quadros de acne proporciona ao paciente uma 
redução na quantidade e gravidade das lesões, além de que permite uma melhor cicatrização das 
lesões e prevenção de cicatrizes. A figura “Tratamento da pele acneica” mostra um quadro de 
acne facial e em seguida apresenta a pele já tratada, com redução significativa das lesões.
49
Figura 5 - Tratamento da pele com acne 
Fonte: New Africa, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem apresenta inicialmente uma pele do rosto acometida por várias 
lesões de acne. Depois é representada essa face sem lesões de acne, com uma pele homogênea 
e com boa aparência.
Para promover efeitos mais efetivos, orientamos ainda que uma mesma formulação contenha 
ativos que atuem em através de diferentes mecanismos. Ou ainda, que se estabeleçam alguns 
cuidados com o uso de produtos, sejam domiciliares ou realizados na clínica ou consultório.
2.3 Descrição de ativos cosméticos para tratamento da acne
Os principais ativos cosméticos de tratamento para acne mais utilizados são:
• ÁCIDO SALICÍLICO
É um dos principais ativos cosméticos empregados no tratamento da acne. O ácido salicílico 
melhora a aparência e a textura da pele acometida por acne. Reduz a formação de lesões como, 
esfolia a pele de maneira suave, removendo células mortas e oleosidade, sem que cause irritação 
cutânea (VANZIN & CAMARGO, 2011).
• ALONTOINA
Sua ação está relacionada à função cicatrizante e regeneradora celular (MILREU, 2012).
• ÓLEO DE MELALEUCA
Tem ação antisséptica na acne, atuando diretamente na redução da proliferação bacteriana 
(RIBEIRO, 2010).
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• CAMOMILA
Possui ação emoliente, descongestionante, calmante e suavizante quando aplicada na pele 
irritada por quadros de acne (MILREU, 2012).
• ÓLEO DE COPAÍBA
Tem ação antibacteriana na pele com acne, além de atuar secundariamente na redução de 
comedões e na regulação da atividade sebácea (RIBEIRO, 2010).
• ALOE VERA
Este ativo é conhecido popularmente pelo nome de “babosa”. Possui em sua estrutura uma 
série de vitaminas, enzimas, minerais, dentre outros ativos que quando aplicados na pele com 
acne, tem função cicatrizante e anti-inflamatória (RIBEIRO, 2010).
• ZINCO
Na acne, o zinco é utilizado como redutor dos quadros inflamatórios e redutor de processos 
infecciosos causados por bactérias (RIBEIRO, 2010).
• NIACINAMIDA
É um ativo com propriedade anti-inflamatória, que reduz a inflamação presente nas pápulas 
e pústulas da acne. Além disso, pode ser utilizado de modo a reduzir a concentração de sebo na 
pele (RIBEIRO, 2010).
• ENXOFRE
Este ativo tem função queratolítica, levando a uma normalização da queratinização cutânea, 
por isso pode ser indicado no tratamento da acne (RIBEIRO, 2010).
• TRICLOSAN
É um ativo antimicrobiano de ampla ação, que interfere na síntese de lipídeos das bactérias 
de modo a controlar a reprodução delas. Na acne, seu uso está indicado com função antisséptica 
(RIBEIRO, 2010).
Além destes ativos, podem ser empregados outros ativos no manejo da acne, como as argilas.
51
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2.4 Aplicação dos ativos cosméticosantiacne em protocolos de 
tratamento
Segundo Simão et al. (2019), a escolha dos ativos e a elaboração de protocolos de tratamento 
antiacne deve considerar a gravidade das lesões e ainda o fator causal mais prevalente.
Considerando isso, é primordial que antes de indicar ou utilizar qualquer ativo cosmético, o 
paciente seja submetido a uma avaliação facial, identificando o grau da acne, os fatores causais 
mais prevalentes, para a partir disso, elaborar o protocolo de atendimento. Vejamos agora os 
principais passos para um protocolo antiacne com uso de cosméticos:
• PASSO 1
Realiza-se a limpeza facial com uso de sabonete líquido com ácido salicílico em sua 
composição, isso porque esse ativo promove uma limpeza adequada e auxilia na remoção da 
camada mais externa de células da epiderme.
• PASSO 2
Aplica-se uma loção tônica adstringente, visando normalizar o pH da pele e também para 
descongestionar a pele.
• PASSO 3
Aplica-se um ativo emoliente para facilitar a extração das lesões.
• PASSO 4
Após a extração das lesões, pode-se aplicar uma máscara calmante, com ação anti-inflamatória 
52
associada, reduzindo o eritema e irritação facial. Por exemplo, o uso de ativos como o chá-verde 
e aloe vera.
• PASSO 5
Finaliza-se o protocolo com uso de filtro solar, com formulação específica para pele oleosa.
O profissional de estética deve orientar ainda o uso domiciliar de ativos cosméticos antiacne, 
de modo a potencializar os resultados de tratamento. Pode ainda fazer uso de inúmeras 
modalidades terapêuticas estéticas associadas à cosmetologia, incluindo técnicas manuais e 
eletroterapia nos protocolos destinados ao tratamento da pele com acne.
3 ATIVOS COSMÉTICOS DESODORANTES E 
ANTIPERSPIRANTES 
A constante preocupação com a higiene corporal faz com que as pessoas façam uso de 
técnicas e de substâncias específicas de modo a prolongar a sensação de higiene corporal ao 
longo do dia (RIBEIRO, 2010).
Historicamente, há relatos do uso de algumas substâncias para prolongar a higiene corporal 
e prevenir a formação de odor. Desde a Antiguidade, as civilizações fazem uso de diferentes 
substâncias com essa finalidade. Os primeiros relatos são da população da China, que em 1500 
a.C. utilizava algumas ervas aromáticas misturadas com gorduras animas e aplicava sobre a pele, 
garantindo menor odor corporal.
Em seguida, na Idade Média, as mulheres confeccionaram pequenas bolsas de ervas 
aromáticas que eram usadas nas axilas, reduzindo o odor desagradável durante o período do 
inverno, quando não era comum a higiene corporal através do banho (RIBEIRO, 2010).
Contudo, apenas no século XX é que se passou a encontrar no mercado produtos cosméticos 
querissem essa necessidade de controlar os odores corporais e prolongar a sensação de limpeza.
FIQUE DE OLHO
Atualmente, a indústria de cosmética tem à disposição diversos produtos com finalidade 
antiperspirante e desodorante, incluindo os produtos cosméticos destinados a populações 
especiais (SIMÃO et al., 2019). Pacientes com peles mais sensíveis podem se beneficiar de 
formulações cosméticas neutras e naturais e livres de conservantes, reduzindo as chances 
de irritação cutânea.
53
A cosmetologia então passou a desenvolver uma série de produtos cosméticos com finalidade 
higiênicas e de bem-estar com ativos que reduzem o desconforto gerado pelo odor do suor, como 
os desodorantes e antiperspirantes.
3.1 Produção de suor
O suor é uma substância produzida por glândulas sudoríparas. As glândulas sudoríparas 
são classificadas como glândulas écrinas e glândulas apócrinas, que possuem características 
especificas entre si, pois produzem suor de diferentes composições.
Glândulas sudoríparas écrinas: estão localizadas por toda a superfície corporal. São mais 
numerosas e de tamanho menor. Produzem suor aquoso, que aparece na superfície do corpo como 
pequenas gotículas. Sua função é manter a temperatura corporal na faixa dos 37 graus Celsius, 
isso porque o líquido secretado nesse suor consegue absorver o calor e evaporar, dissipando 
o calor corporal e mantendo a temperatura adequada (RIBEIRO, 2010). Quanto à composição 
do suor, ele é formado por água, com presença de alguns íons e compostos orgânicos. Devido 
à composição, o suor produzido pelas glândulas écrinas é praticamente inodoro, ou seja, não 
possui cheiro, desse modo, não está diretamente envolvido na produção do mau odor.
Glândulas sudoríparas apócrinas: são menos numerosas e de tamanho maior. Sua estrutura 
está acoplada a um folículo piloso, que direciona o suor para a superfície da pele. Se desenvolvem 
apenas a partir da fase da puberdade e localizam-se apenas em áreas específicas, como: axilas, 
área genital, glândulas mamarias e abdômen. O suor produzido por essas glândulas é um 
fluído mais viscoso, leitoso e rico em materiais orgânicos e também sem odor. Contudo, esse 
suor sofre a ação de bactérias em virtude de sua composição, da presença de proteínas na 
pele e ainda pela presença de secreção sebácea associada a este tipo de suor, produzindo as 
substâncias fétidas responsáveis pelo mau odor (RIBEIRO, 2010). Por isso, considerando o suor 
produzido pelas glândulas apócrinas e sua característica de odor fétido, a cosmetologia passou a 
desenvolver ativos cosméticos que visam atuar sobre esse tipo de suor e mascarar ou reduzir o 
odor desagradável produzido.
3.2 Controle do odor
Considerando a presença de odor no suor produzido pelas glândulas apócrinas, os ativos 
cosméticos podem atuar no controle do odor desagradável. De acordo com Ribeiro (2010), os 
ativos cosméticos nesse caso podem atuar por meio de:
• Controle da transpiração;
• Controle da proliferação bacteriana;
• Mascarando ou reduzindo o odor formado.
54
CONTROLE DA TRANSPIRAÇÃO
Os ativos cosméticos permitem retardar de algum modo a saída do suor. Deste modo, há 
menor quantidade de suor disponível para ação das bactérias atuando numa fase inicial do 
metabolismo do suor.
CONTROLE DE PROLIFERAÇÃO BACTERIANA
Os ativos cosméticos agem de modo a reduzir a quantidade de bactérias envolvidas no 
metabolismo do suor que gera o mau odor. Eles agem numa fase intermediaria, uma vez que o 
suor continua sendo produzido, mas não sobre a ação desses microrganismos.
MASCARANDO OU REDUZINDO O ODOR FORMADO
Os ativos ainda podem ser utilizados de modo a mascarar o odor desagradável, através do uso 
de fragrâncias e perfumes. Neste caso, o suor é produzido, sofre ação bacteriana e há a formação 
do odor desagradável, que é mascarado pelos ativos empregados.
A figura “Mecanismo de ação dos produtos que controlam o suor” mostra os mecanismos 
possíveis de controle do odor produzido pelo suor.
Figura 6 - Mecanismo de ação dos produtos que controlam o suor 
Fonte: SIMÃO et al. (2019, p. 202).
#ParaCegoVer: A figura representa as fases de formação do suor e em que fases os ativos 
cosméticos podem atuar. Inicialmente, o suor é excretado pelas glândulas apócrinas e écrinas. 
55
Neste momento, os ativos cosméticos podem atuar fazendo um controle na quantidade de 
suor produzido, reduzindo essa produção. Em seguida, o suor, ainda inodoro, passa a sofrer a 
ação das bactérias e pode-se introduzir ativos antibacterianos, reduzindo a atividade desses 
microrganismos, evitando a formação do odor desagradável. Por fim, o suor pode sofrer ação 
bacteriana e ficar com odor característico. Nesse caso, inserem-se ativos cosméticos que visam 
reduzir ou mascarar o odor por meio do uso de fragrâncias, por exemplo.
Considerando esse mecanismo de formação de suor e da ação dos ativos cosméticos sobre o 
odor desagradável característico do suor, podem ser utilizados produtos cosméticos chamados de 
antiperspirantes e produtos cosméticos chamados de desodorantes.
3.3 Ativos antiperspirantes
Os produtos cosméticos chamados de antiperspirantes são destinados a inibir ou reduzir a 
transpiração. Podem também ser popularmente conhecidos pelo nome de ativos antitranspirantes. 
Seu mecanismo de ação se pauta na reduçãodo suor produzido tanto pelas glândulas sudoríparas 
écrinas como pelas apócrinas, reduzindo a quantidade de água e nutrientes que chegam à 
superfície da pele, além de inibir o crescimento bacteriano (RIBEIRO, 2010).
Para serem considerados efetivos, esses ativos devem reduzir no mínimo 20% da umidade 
que chega à superfície da pele. Para isso, eles criam uma espécie de gel, que serve de “tampão”, 
obstruindo o ducto da glândula sudorípara, evitando que a umidade chegue à superfície. Nesse 
caso, a umidade produzida é reabsorvida pelo organismo sem causar danos ou prejuízos. 
Outras teorias justificam que a redução do suor que chega até a superfície pela formação de um 
“tampão”, mas de queratina, o que limitaria a saída do suor (RIBEIRO, 2010). A figura “Mecanismo 
de ação dos produtos antiperspirantes” mostra que é possível visualizar inicialmente o ducto da 
glândula sudorípara aberto. Em seguida, aplica-se o ativo antiperspirante, o qual irá dissolver-se 
através de pequenas partículas e formar o tampão na superfície do ducto.
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Figura 7 - Mecanismo de ação dos produtos antiperspirantes 
Fonte: SIMÃO, et al. (2019, p. 203).
#ParaCegoVer: A imagem mostra inicialmente a anatomia de uma glândula sudorípara, que 
possui um ducto voltado para a superfície. Esse ducto encontra-se aberto previamente. Após a 
aplicação do ativo antiperspirante, há formação de um tampão na superfície da pele, obstruindo 
a saída do suor. Desse modo, a superfície da pele permanece seca.
Independente da teoria, sabemos que os ativos reduzem a quantidade de suor que chega à 
superfície da pele, e com isso, amenizam o aspecto do odor desagradável. Para isso, os cosméticos 
antiperspirantes podem fazer uso de diferentes ativos, como: cloreto de alumínio, cloridrato de 
alumínio e cloridrato de alumínio e zircônio.
CLORETO DE ALUMÍNIO
É o ativo cosmético com função antiperspirante mais antigo, e possui uma boa eficácia. 
Contudo, seu uso costuma causar irritações na pele e manchas nos tecidos, o que faz com que 
sua utilização esteja sendo reduzida.
CLORIDRATO DE ALUMÍNIO
Para reduzir os efeitos irritativos do uso de cloreto de alumínio, pode-se empregar o uso do 
cloridrato de alumínio, que, por possuir um pH mais próximo ao da pele, causa menos irritação.
CLORIDRATO DE ALUMÍNIO E ZIRCÔNIO
Essa associação de ativos antiperspirantes é considerada menos irritativa ao mesmo tempo 
em que se mantém com boa eficácia.
Visando garantir sua eficácia e segurança no uso de antiperspirantes, a ANVISA - Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária - orienta que os produtos tenham em sua rotulagem a sua 
descrição adequada, garantindo assim o uso seguro e com o menor risco possível de reações 
adversas.
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Dentre as orientações ao paciente que devem constar de maneira obrigatória no rotulo dos 
produtos, citam-se: manter longe do alcance de crianças, evitar contato com os olhos, não expor 
o produto a temperaturas acima de 50 graus Celsius, suspender o uso caso surjam sinais de 
irritação, não aplicar sobre a pele lesionada e, ainda, aplicar somente nas áreas recomendadas.
3.4 Ativos desodorantes
Outra classe de ativo que pode ser utilizada de modo promover uma sensação de limpeza 
duradoura é a dos ativos desodorantes. Diferentemente dos ativos antiperspirantes, ativos 
desodorantes não reduzem a quantidade de suor formado, mas agem eliminando ou controlando 
a proliferação bacteriana na superfície da pele mediante a aplicação de ativos com propriedades 
antissépticas, bactericidas e bacteriostáticas (SIMÃO et al., 2019).
Essas substâncias, permitem que não seja formado o odor desagradável do suor por meio de 
elementos que mascaram ou eliminam o odor formado, sem, no entanto, reduzir a quantidade 
de suor produzido (RIBEIRO, 2010).
Entretanto, na formulação de um ativo desodorante existe a possibilidade de inserir algum 
ativo cosmético que auxilie na absorção doa umidade, melhorando a sensação de limpeza. 
Além disso, podem-se inserir ativos com finalidade antioxidante, evitando a oxidação de alguns 
compostos e, com isso, reduzindo a formação do odor característico.
Para isso, podem ser empregados ativos cosméticos, como: bicarbonato de sódio e potássio, 
sequestrantes de ferro, farnesol, triclosan, etanol, absorventes de odores, cloreto de benzalcônio, 
pidolato de zinco, inibidores enzimáticos e ácido butiloctanóico. Vejamos agora como funcionam.
BICARBONATO DE SÓDIO E POTÁSSIO
São ativos em forma de sais ácidos ou bases fracas que reagem com os ácidos voláteis do suor, 
gerando a formação de um novo produto, com menor odor (RIBEIRO, 2010).
SEQUESTRANTES DE FERRO
Esses ativos reduzem a concentração de ferro no suor, diminuindo assim o crescimento 
bacteriano na pele (RIBEIRO, 2010). Isso porque grande parte das bactérias faz uso do ferro em 
seu metabolismo.
FARNESOL
Trata-se de um óleo essencial extraído de algumas plantas, como a citronela, laranja e 
camomila. Quanto aplicado à pele, tem a capacidade de controlar o crescimento bacteriano, 
promovendo efeito bacteriostático (SIMÃO et al., 2019).
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TRICLOSAN
É um potente agente antisséptico, antifúngico e antimicrobiano, sendo um ativo muito 
utilizado em desodorantes pela sua alta eficácia (RIBEIRO, 2010).
CLORETO DE BENZALCÔNIO
Possui ação antimicrobiana, e quando aplicado no controle do suor, permite a morte das 
bactérias envolvidas no processo de formação do odor desagradável.
PIDOLATO DE ZINCO
Trata-se de um ativo com várias funções, incluindo função antibacteriana, antisseboreico, 
hidratante e anti-inflamatório.
INIBIDORES ENZIMÁTICOS
Atuam reduzindo o pH da pele. Com isso reduzem a decomposição de algumas substâncias 
orgânicas presentes no suor e na pele, impedindo a formação do odor desagradável (RIBEIRO, 
2010). Citrato de trietila e lactato de alquila são exemplos de inibidores enzimáticos.
ÁCIDO BUTILOCTANÓICO
Ativo com ação antimicrobiana, reduz a ação das bactérias sobre os compostos do celular 
(RIBEIRO, 2010).
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• visualizar a aplicação terapêutica dos ativos despigmentantes e o mecanismo de 
ação dos ativos despigmentantes;
• conhecer os principais ativos empregados com finalidade clareadora no tratamento 
das hipercromias, compreender a utilização dos ativos clareadores em protocolos de 
tratamento estéticos e visualizar a aplicação terapêutica dos ativos antiacne;
• compreender como acontece a fisiopatologia da acne e como os ativos cosméticos 
conseguem agir nos processos, conhecendo alguns dos principais ativos cosméticos 
destinados ao tratamento da acne e os protocolos de tratamento antiacne;
• conhecer como acontece a produção de suor e entender quais as formas possíveis 
de controlar o seu odor característico;
• perceber as diferenças entre ativos antiperspirantes e desodorantes, conhecer quais 
ativos com função antiperspirantes e desodorantes podem ser utilizados e como 
cada um deles age;
• compreender as diferentes formas de apresentação dos produtos desodorantes e 
antiperspirantes.
PARA RESUMIR
COSTA, A. Tratado internacional de cosmeceuticos. Huanabara Koogan, 2012.
FASSHBER, V. B.et al. Da tutela à anatomia: narrativas e construções do cotidiano em 
uma residência terapêutica. Psicologia: ciência e profissão, Brasília, v.27, n.2, p. 194-207, 
jun. 2007.
MILREU, P. G. A. Cosmetologia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.
RIBEIRO, C. J. Cosmetologia aplicada à dermoestética. 2. ed. São Paulo: Pharmabooks, 
2010.
SIMÃO, D. et al. Cosmetologia aplicada I. [recurso eletrônico]. Revisão técnica: Mônica 
Magdalena Kuplick. – Porto Alegre: SAGAH, 2019.
SIMÃO, D. et al. Cosmetologia aplicada II. [recurso eletrônico]. Revisão técnica: Mônica 
Magdalena Kuplick. – Porto Alegre: SAGAH, 2019.
VANZIN, S. B. & CAMARGO, C. P. Entendendo cosmeceuticos: diagnósticos e tratamentos. 
2. Ed. São Paulo: Santos Editora, 2011.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 3
Renovadores celulares e ativos anti-
aging
Olá,
Você está na unidade Renovadorescelulares e ativos anti-aging. Conheça aqui os principais 
ativos rejuvenescedores utilizados em formulações cosméticas para os procedimentos 
estéticos e nos cuidados diários da pele envelhecida. Compreenda as propriedades físico-
químicas, o mecanismo de ação fisiológica e as concentrações usuais dos diferentes tipos 
de ativos queratolíticos e esfoliantes com função renovadora celular, bem como os ativos 
antioxidantes, redensificantes, tensores, entre outros, com função anti-aging, isto é anti-
idade. Aprenda a diferenciar o envelhecimento intrínseco do extrínseco e entenda suas 
alterações anatomofisiológicas e funcionais da pele para compreender a indicação e 
contraindicação dos ativos rejuvenescedores para o tratamento estético.
Bons estudos!
Introdução
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1 ANATOMOFISIOLOGIA DO ENVELHECIMENTO 
CUTÂNEO
O envelhecimento é um processo natural, lento, progressivo e inevitável que ocorre no 
organismo ao longo da vida. A pele é um evidente marcador cronológico, porém, segundo 
Azulay (2017), por ser um órgão exposto, está sujeita aos danos ambientais, especialmente, os 
causados pelas radiações ultravioletas (RUV). O envelhecimento é dividido da seguinte forma: 
cronoenvelhecimento e fotoenvelhecimento.
Nesse sentido, Lupi (2012) define as características inestéticas do envelhecimento como 
resultado de alterações bioquímicas e morfofisiológicas da pele, entre elas:
• Alterações na função barreira e no mecanismo de renovação celular. 
• Modificações na organização e qualidade das fibras dérmicas.
• Componentes da matriz extracelular, devido aos fatores intrínsecos e/ou extrínsecos.
1.1 Cronoenvelhecimento e fotoenvelhecimento
O envelhecimento cutâneo pode ser classificado em cronoenvelhecimento ou 
fotoenvelhecimento de acordo com as alterações cutâneas apresentadas.
CRONOENVELHECIMENTO
Está relacionado à idade e genética do indivíduo, ou seja, fatores intrínsecos que causam 
mudanças na aparência e funções normais da pele devido à passagem do tempo. Segundo Azulay 
(2017), ocorre redução dos elementos presentes e da espessura da epiderme, resultando na 
perda progressiva da elasticidade, atrofia da derme, aumento das rugas e linhas de expressão e, 
também, alterações de pigmentação.
FOTOENVELHECIMENTO
Decorre de fatores comportamentais e ambientais, principalmente dos efeitos da radiação 
solar. Por isso é considerado um envelhecimento extrínseco. Segundo Lupi (2012), é mais 
danoso e agressivo à superfície da pele, degenerando as fibras elásticas e colágenas, alterando a 
pigmentação e causando rugas mais profundas.
64
Figura 1 - Cronoenvelhecimento e fotoenvelhecimento 
Fonte: Evgeny Atamanenko, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra as diferenças estéticas da face no cronoenvelhecimento e 
no fotoenvelheciemento.
Há várias teorias que explicam os mecanismos do envelhecimento, entre elas a genética, o 
estresse oxidativo e a os radicais livres. No entanto, conforme Azulay (2017), de modo geral, no 
processo de envelhecimento há sobreposição dessas teorias. As influências são:
• Multifatoriais, ou seja, intrínsecas, referentes a fatores genéticos e metabólicos;
• Adquiridas ou extrínsecas, provenientes do ambiente, sendo que todas alteram as estru-
turas da pele e interferem em seu metabolismo homeostático.
Como agressão extrínseca, Draelos (2005), afirma que a de maior relevância se dá pelos 
efeitos da radiação ultravioleta (UVA/UVB), proveniente da exposição solar excessiva, que não 
só interferem no envelhecimento natural, como desencadeia o envelhecimento actínico ou 
precoce, o fotoenvelhecimento. Há ainda, características individuais do envelhecimento quanto 
ao gênero e etnia, com tendência ao prevalecimento de certas alterações cutâneas. Por exemplo, 
em caucasianos, evidenciamos maior presença de rugas, elastose e melanoses. Já em negros, 
observamos mais hipercromias, lentigos e queratoses, sendo o aparecimento de rugas finas mais 
tardio.
65
1.2 Alterações fisiológicas da pele no envelhecimento
As alterações cutâneas decorrentes do envelhecimento são evidenciadas em todas as camadas 
da pele. Segundo Azulay (2017), inicia-se ao redor dos 20 anos, quando a taxa de renovação 
celular se torna mais lenta. Mas as manifestações mais evidentes surgem a partir de 30 anos, em 
que a maior parte das alterações se dá na estrutura das fibras dérmicas.
Segundo Draelos (2005), os sinais de uma pele envelhecida são: atrofia, enrugamento, ptose 
e lassidão, decorrentes das alterações no tecido conjuntivo, fibras e matriz extracelular, o qual 
atuam como alicerce estrutural para a epiderme. Marcando, assim, essas mudanças estruturais 
internas na aparência externa que são refletidas no estrato córneo.
Nesse sentido, Gomes e Damazio (2013, p. 90), relatam que na epiderme ocorre o predomínio 
da redução da camada córnea, porém podem surgir áreas com hiperqueratinização e também 
descamações. Essas descamações são causadas pela alteração morfológica e bioquímica da camada 
córnea e do manto hidrolipídico, devido à diminuição do ritmo do processo de renovação celular.
A renovação celular é fundamental para a saúde da pele. Nesse processo há substituição 
gradual das primeiras camadas epidérmicas, o que deixa a pele mais uniforme. Ao longo da vida, 
a renovação torna-se lenta e menor, ocasionando a redução da espessura epidérmica e o aspecto 
irregular na queratinização da pele.
Figura 2 - Rotatividade das células da pele 
Fonte: yomogi1, Shutterstock, 2020.
66
#ParaCegoVer: A imagem mostra as estruturas da pele, a derme e a epiderme, bem como as 
características morfológicas das células nos estratos da epiderme durante o processo fisiológico 
de renovação celular.
Quanto às alterações da barreira cutânea, o envelhecimento predispõe a redução da 
hidratação e da elasticidade da pele. Assim, a pele pode se tornar seca, áspera, sem brilho e com 
linhas de expressão acentuadas. Para Draelos (2005, p.23), a pele seca não é somente uma pele 
desidratada, mas disfuncional, com acúmulo de corneócitos aderidos à superfície cutânea.
Segundo Azulay (2017), o metabolismo cutâneo se torna mais lento e isso causa menor 
produção dos lipídeos da matriz intercelular da camada córnea, como ceramidas, ácidos graxos 
e colesterol. Ainda, reduz os fatores naturais de hidratação (NMF), substância higroscópica e 
umectante formada por aminoácidos, PCA-Na, lactato, ureia, glicosaminoglicanas, entre outros.
Há, também, uma queda na produção do conteúdo das glândulas sebáceas e sudoríparas, o que 
diminui a quantidade e qualidade da emulsão epicutânea. Diante dessas alterações, Lupi (2012) afirma 
que a função barreira é alterada e com isso diminui sua capacidade de garantir a concentração de água 
epidérmica em níveis normais e prevenir a perda da água transepidérmica (TEWL).
Figura 3 - Pele facial seca antes de umedecer 
Fonte: Kotin, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra as características disfuncionais da pele seca, presentes no 
envelhecimento.
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Diante desses eventos, segundo Gomes e Damázio (2013), ocorre uma desorganização da 
camada basal da epiderme, que leva para a diminuição da proliferação celular e do tamanho 
do queratinócito. E, ainda acontece um achatamento das papilas dérmicas que compromete a 
transferência de nutrientes entre as camadas da pele e diminui a adesão da derme com a epiderme.
Dentre as mudanças que ocorrem na derme, a mais marcante segundo Lupi (2012), é 
a perda da sua espessura em torno de 20% devido à redução na síntese e secreção das fibras 
colágenas e elásticas, causadas pela diminuição da atividade metabólica dos fibroblastos. 
Alteração responsável pelo enrugamento da pele, pela redução das substâncias proteicas, água e 
polissacarídeos presentes no tecido.
Além disso, conforme Gomes e Damazio (2013), ocorre diminuição da vascularização e 
alteração da qualidade das fibras. Sendo que as fibras colágenas se tornam mais espessas e as 
fibras elásticas, amorfas, perdem parte de sua elasticidade devido a maiorresistência à ação da 
colagenase. Isso, aumenta a rigidez dos tecidos e há maior dificuldade de difusão dos nutrientes 
dos capilares para as células e dos metabólitos das células para os capilares, o que ocasionaria a 
deterioração progressiva da função celular.
Outras alterações percebidas são o decréscimo gradual da gordura depositada no tecido 
subcutâneo, agravando as condições da pele envelhecida. Conforme Azulay (2017), as células 
de Langerhans, os corpúsculos de Meissner e de Paccini também se reduzem em torno de 
30%, ocasionando a diminuição das reações de hipersensibilidade. Contribuindo, o decréscimo, 
em torno de 50%, no número de mastócitos, diminui a capacidade de manifestar resposta 
imunológica, por exemplo, para a radiação ultravioleta.
2 FATORES GENÉTICOS E AGRAVANTES DO 
ENVELHECIMENTO CUTÂNEO
Cada indivíduo reage de forma única ao avanço da idade. Por isso, várias teorias tentam 
explicar como esse processo ocorre. Segundo Farinatti (2002), há duas teorias de relevância, a 
genética e a estocástica.
TEORIA GENÉTICA
Os eventos são sequenciais e coordenados, explicados pelos fatores somáticos e imunológicos, 
pela expressão dos genes, telômeros e ação das telomerases.
TEORIA ESTOCÁSTICA
Explica o envelhecimento pelo acúmulo sucessivo de lesões ao DNA, que inibe o funcionamento 
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celular e a expressão apropriada dos genes. Justifica-se pelas agressões extrínsecas associadas 
à nutrição e ação ambiental, como o estresse oxidativo, radicais livres e radiações ao DNA 
mitocondrial que causam a morte celular.
2.1 Radicais livres e estresse oxidativo
Um ponto em comum entre as teorias que explicam o envelhecimento, tanto a de origem 
intrínseca dada pelos fatores genéticos, metabólicos, celulares ou moleculares, quanto à de 
origem extrínseca, influenciada pelos fatores alimentares, exposição à radiação solar, poluição, 
tabagismo, entre outros, é a ação dos radicais livres (ROS), que gera o estresse oxidativo.
Os radicais livres são átomos ou moléculas eletronicamente instáveis, altamente reativos, que 
buscam sua estabilidade, doando ou retirando um elétron de outra molécula ou átomo. Segundo 
Farinatti (2002), a busca por esse emparelhamento de elétrons de sua última camada eletrônica 
faz com que os radicais livres tenham grande capacidade de ligação aos tecidos biológicos.
Dessa forma, agem sobre as células alterando as características moleculares de suas 
membranas, oxidando química ou enzimaticamente as estruturas celulares, principalmente as 
mitocôndrias e o DNA, provocando alterações e disfunções que se acumulam, levando à necrose 
celular até o ponto em que a célula morre, processo denominado apoptose.
As fontes dos radicais livres podem ser endógenas, associadas a reações metabólicas de oxidação 
na mitocôndria celular para gerar ATP; fagocitose e ações enzimáticas. Também podem ser exógenas, 
com destaque e grande relevância para a radiação ultravioleta, em especial a UVA que agride com 
mais intensidade a pele, desencadeando o fotoenvelhecimento e doenças, como o câncer de pele.
Segundo Vanzin (2011), a radiação ultravioleta não provém somente da luz do sol, lâmpadas 
fluorescentes e a luz de monitores de computadores também são fontes emissoras. Esse tipo de 
radiação é uma intensa fonte geradora de radicais livres que culmina no estresse oxidativo, ou 
seja, excesso de ROS, um fator limitante para a vida da célula, porque causa lesões no DNA.
No entanto, essas lesões são continuamente reparadas pelas polimerases, enzimas que atuam 
no processo de replicação do DNA. Porém, segundo Azulay (2017), quando não conseguem mais 
repará-las na mesma velocidade com a qual são produzidas, as células entram no processo que 
conduz à sua morte.
Nesse processo, ocorre a necrose, ou seja, a ruptura celular que libera o conteúdo rico em 
proteases, enzimas que quebram outras proteínas e outras substâncias tóxicas para o tecido 
vizinho, atraindo células do sistema imune, causando intensa reação inflamatória. E, a ativação 
das metaloproteinases de matriz (MMPs), enzimas que destroem o colágeno, a elastina e as 
proteínas da matriz extracelular dérmica.
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2.2 Telômeros e a longevidade celular
Na teoria genética, o envelhecimento é programado do nascimento até a morte, sendo 
entendido como uma perda progressiva da capacidade de homeostase orgânica, devido à 
deterioração intrínseca dos mecanismos fisiológicos. Explicado e influenciado pelas informações 
que caracterizam e individualizam cada indivíduo, ou seja, os cromossomos.
Segundo Azulay (2017), os cromossomos possuem porções terminais chamadas telômeros. A 
cada ciclo de renovação celular ocorre o encurtamento desses telômeros, caracterizando perdas 
sucessivas que atuam como um relógio biológico, determinando assim o tempo de vida celular, 
a longevidade.
Figura 4 - Processo de envelhecimento da pele 
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra o cromossomo e sua porção terminal, o telômero, seguindo 
ao seu encurtamento até o ponto onde não consegue mais proceder ao processo de divisão 
celular, fato que leva à morte das células.
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No entanto, existe uma enzima capaz de repor esses segmentos perdidos durante as mitoses 
celulares, é a telomerase.
TELOMERASE
Sua função é estabilizar e compensar a perda dos telômeros, até certo tempo. À medida que 
a idade avança, há uma redução dessa enzima. Com isso, o telômero atinge um tamanho crítico, 
perdendo a capacidade de divisão celular.
Sendo assim, deflagra-se a morte das células, geralmente, por apoptose. Agravando esse 
processo, Azulay (2017) explica que os telômeros são lesionados pelos radicais livres decorrentes 
do metabolismo oxidativo mitocondrial, o endógeno e também do exógeno. Quando em excesso, 
eles conduzem à oxidação do DNA, resultando em mutações genéticas que comprometem o 
funcionamento da mitocôndria e da sinalização transmembrana.
Dessa forma, a ação dos radicais livres leva a lesões necróticas celulares, a oxidação do DNA, a 
uma via de sinalização defeituosa e ao encurtamento dos telômeros dos cromossomos. Com todas 
essas alterações estruturais e metabólicas, os telômeros do cromossomo iniciam a morte celular 
programada por apoptose, uma condição fisiológica normal de remoção das células danificadas.
Segundo Azulay (2017), uma característica marcante da apoptose é a manutenção da 
integridade das organelas, principalmente em relação à mitocôndria. Por isso, seu mecanismo 
ocorre sem danos ao organismo, sem desencadear processo inflamatório evidenciado na necrose. 
Por essa razão, o cronoenvelhecimento acontece de forma gradual e as alterações cutâneas 
aparentam conformidade com a idade.
Nesse cenário, percebemos que os radicais livres são o principal gatilho para o processo 
de envelhecimento, intrínseco e extrínseco. Conforme Farinatti (2002), o controle do estresse 
oxidativo é decisivo para a longevidade celular. Nosso nosso organismo possui um sistema 
endógeno antioxidante capaz de neutralizar os radicais livres, prevenindo as lesões celulares.
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Figura 5 - Processo de doação de elétrons a uma molécula de radical livre 
Fonte: Oleksandr Khoma e CLUSTERX, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra a molécula de radical livre sendo neutralizada pelo 
antioxidante fisiológico ao lhe fornecer um elétron. Quando o mecanismo endógeno não supre 
a necessidade, há excesso de formação ROS, conduzindo ao estresse oxidativo que lesiona e 
incapacita a célula.
Esse mecanismo fisiológico antioxidante se deve à presença das vitaminas provenientes da 
dieta alimentar, de tocoferóis e enzimas. Todos interagem com os radicais livres para estabilizá-lo 
e prevenir os danos no núcleo celular no citoplasma, nas organelas e na membrana plasmática, 
em que a peroxidação lipídica altera a estrutura e a funcionalidade, modificando a fluidez, o 
potencial e os transportes transmembrana.
Esse mecanismo de defesa natural é facilmente perdido, conduzindo ao acúmulo de radicais 
FIQUE DE OLHO
A ingestãode alimentos ricos em antioxidantes pode ser feita por meio de formulações 
chamadas nutracêuticas. Conforme Vanzin (2011, p.329) essa suplementação oral é rica em 
princípios ativos, como: bioflavonoides, licopeno, vitaminas, principalmente, A, C e E, além 
de ômega 3 e 6. São encapsulados e disponíveis em concentrações ideais para melhorar as 
funções da pele e combater o envelhecimento precoce.
72
livres, que geram o estresse oxidativo. Para evitar que isso ocorra e acelere o envelhecimento, é 
preciso manter uma alimentação saudável, praticar atividade física, evitar o tabagismo e tratar a 
nossa pele, adequadamente, desde cedo.
Nesse aspecto, a cosmetologia se desenvolve continuamente para oferecer vários cosméticos 
anti-aging, contendo diversos princípios ativos cosmecêuticos que atuam em todas as fases da vida 
e combatem as alterações fisiopatológicas que causam os sinais inestéticos do envelhecimento 
cutâneo.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2.3 Objetivo dos ativos cosmecêuticos antienvelhecimento
Atuando nas alterações da junção dermoepidérmica e nas características físico-químicas da 
camada córnea e da emulsão epicutânea que se sobrepõem a ela, segundo Yokomizo (2013), a 
técnica estética denominada peeling é muito eficaz.
As formulações cosméticas para o peeling físico, químico e enzimático utilizam princípios 
ativos capazes de promover uma esfoliação epidérmica controlada, estimulando o processo de 
renovação celular, a síntese de colágeno dérmico, promovendo a formação de uma nova pele.
Nesse sentido, Draelos (2005), afirma que embora a hidratação não seja o efeito mais 
importante, as formulações cosmecêuticas de antienvelhecimento possuem em sua base/veículo 
ativos umectantes e emolientes com capacidade para reter água no estrato córneo, revertendo 
os efeitos negativos da secura e restaurando a elasticidade da pele.
73
Tabela 1 - Cronologia da pele 
Fonte: LANDIM, 2014 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A tabela descreve a cronobiologia da pele e suas características conforme as 
diferentes fases da vida, cita também os cosméticos mais indicados para cada fase.
Segundo Vanzin (2011), as formulações cosméticas rejuvenescedoras visam reestabelecer as 
funções orgânicas da derme e da epiderme, atuando em sinergia aos mecanismos fisiológicos 
para prevenir e tratar o declínio cutâneo. Seus ativos cosmecêuticos possuem alta capacidade 
antioxidante, como a vitamina C, muito popular e essencial para a biossíntese do colágeno e da 
elastina.
74
3 PRINCÍPIOS ATIVOS RENOVADORES CELULARES 
A pele possui uma capacidade natural de rejuvenescimento. Segundo Draelos (2005, p.26), 
apesar da cicatrização de uma ferida não ser considerada como rejuvenescimento, a maior parte 
das técnicas estéticas, nesse sentido, se baseiam na sua extraordinária capacidade de reparar 
e compensar as agressões sofridas. É o caso do peeling cosmecêutico, que causa uma lesão 
controlada na pele.
Os agentes queratoliticos/esfoliantes representam o princípio ativo capaz de induzir o processo de 
cicatrização para promover a renovação celular. Eles classificam os tipos de peeling em físico, químico 
ou enzimático. A profundidade da esfoliação nas camadas da pele é dada pelo pH da formulação e a 
concentração do ativo, diferenciando os tipos de peeling em: superficial, médio e profundo.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
3.1 Características físico-químicas dos peelings
As formulações cosmecêuticas destinadas ao peeling são desenvolvidas para que os princípios 
ativos presentes possam atuar em três estruturas primárias, segundo Vanzin (2011), o manto 
lipídico, a camada córnea, e a camada espinhosa, não necessariamente em todas ao mesmo 
tempo e nem se limitando a elas.
As características físico-químicas do agente esfoliante, o pH da formulação e a concentração 
do princípio ativo, principalmente dos ácidos, influenciam o nível de profundidade de esfoliação 
das camadas da pele e classificam os tipos de peelings de muito superficiais a profundos. Nos 
procedimentos estéticos, segundo Pereira (2013), o uso é limitado aos peelings superficiais.
A aplicação do peeling químico é, com certeza, o procedimento que mais causa dúvida e o 
que mais requer atenção e conhecimento por parte do profissional esteticista. Quando realizada 
75
em conformidade aos critérios de segurança, proporciona muitos benefícios para a saúde da pele 
e efeitos significativos no rejuvenescimento.
Os ativos indutores dos diferentes tipos de peeling promovem a esfoliação por mecanismos 
distintos e em diferentes níveis da pele. A profundidade da esfoliação alcançada, segundo 
Yokomizo (2013), é um dos critérios de classificação mais importantes do peeling e requer 
conhecimento técnico aprofundado para a correta eleição nos tratamentos estéticos, garantindo 
os resultados almejados.
Tabela 2 - Profundidade dos peelings cosmecêuticos 
Fonte: AZULAY, 2017 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A tabela descreve a profundidade dos peelings, atingida nas camadas da pele, 
bem como os tipos e características dos ativos esfoliantes/queratolíticos.
Segundo Gomes e Damazio (2013, p. 214), os peelings médio e profundo são exclusivos 
para profissionais habilitados por seus conselhos, incluindo médicos, pois requerem cuidados 
diferenciados durante sua aplicação e no pós-peeling. Pois, o ativo queratolítico do peeling 
químico, o ácido, está em formulação com pH baixo e em alta concentração causando descamação 
cutânea profunda, espessa e escura.
Já os ativos queratolíticos do peeling químico para uso do esteticista estão em formulação 
com pH=3,5 e em baixa concentração, no máximo 10%, conforme a regulamentação da Agência 
Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Por isso, a profundidade se limita ao nível superficial, 
tornando a técnica com menor risco de complicações e rápida recuperação cutânea. 
76
Entretanto, para garantir essas características físico-químicas nas formulações cosmecêuticas 
estéticas, há um sistema que equilibra a solução, conhecido por tampão ou tamponamento. 
Segundo Vanzin (2011), consiste numa dinâmica química capaz de manter o pH no nível adequado 
diante da força do ácido, tornando o peeling mais seguro para as interações fisiológicas com a 
pele. Outro critério é a velocidade de permeação do ácido na pele, que diretamente depende do 
peso molecular, ou seja, do tamanho da molécula do princípio ativo. Conforme Draelos (2005), 
quanto menor o peso molecular, mais rápido o ácido penetrará na pele; e quanto maior, mais 
lentamente penetrará na pele.
No entanto, há formulações em que a permeação do ácido ocorre de forma gradual e 
uniforme, com menores chances de intercorrências. Apesar da segurança das formulações, os 
peelings possuem contraindicações que devem ser respeitadas. Conforme Lupi (2012), de forma 
relativa em peles sensíveis, inflamada ou eczematosa; eritema solar ou após depilação, gravidez e 
lactação; queloides. De forma absoluta, em pele lesionada, cicatrizes de pós-operatório recente, 
herpes zoster, alergia aos ácidos e a quem fez uso de isotretinoína oral há menos de seis meses. 
No entanto, os renovadores celulares têm várias aplicabilidades dentro da estética. Segundo 
Pereira (2013), é indicado:
• Tratamento da acne e suas sequelas. 
• Clareamento de hipercromias.
• Estrias.
• Fotoenvelhecimento.
• Cronoenvelhecimento, com capacidade para melhorar rugas e linhas de expressão, mela-
noses, queratoses actínicas e demais disfunções da pele.
3.2 Peeling físico
As formulações cosméticas para o peeling físico, conforme Pereira (2013), contêm ativos 
abrasivos em forma de grânulos sintéticos ou naturais, como as micropartículas de semente de 
apricot e jojoba, polietileno, sílica, argilas etc. Tem como característica promover um peeling muito 
superficial, limitado para a remoção do manto hidrolipídico e para a camada mais superficial do 
estrato córneo.
Segundo Vanzin (2011), o mecanismo de ação esfoliante é controlado pela pressão manual 
exercida durante os movimentoscirculares para a aplicação do produto sobre a pele. Por isso, não 
há permeação do princípio ativo que se mantém sobre a superfície cutânea, devendo ser retirado 
após o massageamento.
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Tabela 3 - Renovadores celulares físicos 
Fonte: VANZIN, 2011 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A tabela descreve as características, concentração e pH dos ativos esfoliantes 
com ação renovadora celular para o envelhecimento cutâneo
Outra forma de peeling físico são as gommages. Segundo Gomes e Damazio (2013), é 
uma formulação vegetal, uma espécie de látex que adere a superfície da pele, sendo retirada 
manualmente com movimentos de massagem. Dessa forma, retira as células mortas da camada 
superior do estrato córneo, melhorando a permeabilidade cutânea e estimulando a renovação 
celular.
3.3 Peeling químico
Nas formulações cosméticas para o peeling químico, segundo Yokomizo (2013), o princípio 
ativo indutor da esfoliação cutânea é o ácido, uma substância capaz de permear na pele, causando 
a quebra de coesão entre os queratinócitos. Por isso, são considerados ativos queratolíticos, 
podendo atingir profundidade em todos os níveis, desde muito superficial até profundo, 
dependendo do tipo de veiculação cosmética, do pH e de sua concentração.
A permeação representa a capacidade de dissolução e difusão do ativo esfoliante no meio 
intercelular, ou seja, a habilidade do ácido ser dissolvido nas estruturas da pele. Sendo assim, 
a afinidade dos ácidos por gorduras, lipofilicidade, ou por água, hidrofilidade, influenciam o 
mecanismo de penetração do peeling.
Os princípios ativos do peeling químico são substâncias orgânicas, com estrutura química 
parecida com as que o nosso corpo produz, sendo capazes de interagir com a pele e proporcionar 
78
efeitos fisiológicos. Segundo Vanzin (2011), são ácidos orgânicos derivados de frutas e alimentos, 
compondo os α- hidróxiácidos (AHAs), β- hidróxiácidos (BHAs) e polihidroxiacidos (PHAs).
Devido à sua estrutura físico-química, segundo Yokomizo (2013), esses ácidos penetram na 
pele e produzem esfoliação epidérmica, desencadeando como mecanismo de ação o processo de 
cicatrização, uma resposta fisiológica do organismo ao trauma epidérmico provocado.
Nessa indução de reparação tecidual, a fase de inflamação local aguda ativa os fibroblastos a 
produzirem novas fibras colágenas, formando, portanto, um novo tecido cutâneo, sendo esse o 
efeito fisiológico esperado no peeling para tratar o envelhecimento.
Os α-hidróxiácidos (AHAs), quimicamente, são diferentes de todos os outros ácidos. 
Segundo Draelos (2005), possuem o menor tamanho da molécula. Por isso, permeiam a pele 
com facilidade. São obtidos a partir dos aminoácidos das frutas e vegetais e classificados como 
umectantes, hidratantes e esfoliante, com efeitos únicos sobre a pele.
Além de queratolíticos, os AHAs são capazes de aumentar a hidratação da pele, podendo ser 
utilizados durante todo o ano, pois não são fotossensíveis.
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Tabela 4 - Principais ativos queratolíticos 
Fonte: REBELLO, 2004; YOKOMIZO, 2013 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A tabela descreve as características e propriedades dos principais ativos 
queratoliticos, α- hidroxiácidos do peeling químico.
O ácido glicólico e o mandélico estão entre os mais utilizados. Segundo Pereira (2013), o 
ácido glicólico é recomendado para fototipos I a III, pois promove eritema, o que pode causar 
hipercromia em fototipos mais altos. Já o ácido mandélico é indicado para fototipos IV, V, VI, pois 
sua penetração e efeito biológico é uniforme, minimizando essa complicação.
Otimizando a ação do peeling químico, Yokomizo (2013) cita os peelings combinados, ou 
seja, associação de dois ácidos na mesma sessão ou na mesma formulação. Nesse sentido, o 
80
ácido mandélico estabelece grande sinergia com o ácido glicólico e com o ácido salicílico, um β- 
hidróciácido, muito utilizado em estética, principalmente em peles acneicas.
Segundo Draelos (2005), o ácido salicílico é um β-hidroxiácido, ou seja, é um ácido lipofílico, 
tem grande afinidade por gordura e age removendo os lipídios intercelulares, garantindo maior 
ação queratolítica. Apresenta propriedade anti-inflamatória, antimicrobiana, ação bacteriostática 
e fungicida nas concentrações a partir de 1 a 5 %. Seu peeling é bem tolerado por todos os 
fototipos de pele.
Seu tempo de permanência é de 3 a 5 minutos, dispensando a neutralização com produto 
específico. Após a aplicação, é normal ocorrer a produção visível de um precipitado branco sobre 
a pele do paciente, que não pode ser interpretada como uma reação indesejada para esse peeling.
Uma revolução nos peelings estéticos, segundo Vanzin (2011), principalmente por evitar o 
desconforto dos AHAs, classe de ácidos composta de poli-hidroxiácidos. Eles possuem maior 
peso molecular, apresentando penetração mais lenta e uniforme, conferindo ação umectante e 
hidratante, sem os efeitos indesejáveis como sensação de coceira, queimação e ardor.
Tabela 5 - Principais ativos queratolíticos poli-hidroxiácidos (PHAs) 
Fonte: GOMES; DAMAZIO, 2013 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A tabela descreve as características e propriedades dos ativos queratolíticos 
poli-hidroxiácidos.
Finalizando nossos estudos sobre os ativos queratolíticos do peeling químico, vamos 
compreender as propriedades dos ácidos retinódes, um grupo de substâncias naturais 
ou sintéticas, derivados do betacaroteno, ou seja, da vitamina A ácida e seus metabólitos 
oxidados. Um dos ativos mais conhecidos e indicados por dermatologistas para o tratamento do 
envelhecimento cutâneo.
81
Segundo Draelos (2005, p. 43), os ativos retinoides compreendem o retinol, o palmitato de 
retinol, o betacaroteno, a tretinoína e a isotretinoína. Tratam-se de moléculas hidrofóbicas que 
se associam a receptores específicos das células epiteliais estimulando a produção de fatores 
de crescimento epidérmico (EGF), a síntese de colágeno e reduzindo a produção de sebo pelas 
glândulas sebáceas, tendo ação importante na acne e no rejuvenescimento cutâneo.
Tabela 6 - Principais ativos queratolíticos retinoides 
Fonte: VANZIN, 2011; YOKOMIZO, 2013 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A tabela descreve as características, concentração dos ativos retinoides com 
ação renovadora celular para o envelhecimento cutâneo.
Além dos ácidos, os peelings enzimáticos constituem uma categoria cosmecêutica importante 
no tratamento do envelhecimento cutâneo realizado pelo esteticista.
3.4 Peeling enzimático
Os princípios ativos do peeling enzimático ou biológico, segundo Gomes & Damazio (2013), 
são substâncias naturais, enzimas proteolíticas capazes de promover a renovação celular, por meio 
da hidrólise da queratina. Essas enzimas biológicas rompem as ligações entre os aminoácidos das 
proteínas e assim, diminuem a espessura da camada córnea da epiderme.
82
Tabela 7 - Ativos renovadores celulares enzimáticos 
Fonte: REBELLO, 2004; GOMES; DAMAZIO, 2013 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A tabela descreve as características físico-químicas e as propriedades 
fisiológicas dos ativos enzimáticos com ação renovadora celular para o envelhecimento cutâneo.
Uma propriedade fundamental do peeling enzimático é que os ativos exercem a função 
de renovação biomimética, pois possuem elevada compatibilidade epidérmica e dérmica, 
constituindo maior biodisponibilidade e capacidade hidratante, além de promover a renovação 
celular. 
Nesse sentido, com o avanço no desenvolvimento de ativos cosméticos outras formulações 
contendo ativos biomiméticos, ou seja, substâncias que imitam a fisiologia da pele, foram 
desenvolvidas e se mostram uma boa opção para o tratamento do envelhecimento cutâneo.
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Tabela 8 - Renovadores celulares biomiméticos 
Fonte: VANZIN, 2011 (Adaptado).
#ParaCegoVer: A tabela descreve as características físico-químicas e as propriedades 
fisiológicas dos ativos com ação renovadora biomimética.
Concluindo nosso estudo sobre os ativos esfoliantes e queratolíticos, indicados para tratar o 
envelhecimento cutâneo, observamos quesua função é reduzir a adesão das células da epiderme 
desencadeando um processo inflamatório que favorece o aumento do turnover celular, da 
síntese de componentes da matriz extracelular e da hidratação profunda. Também melhoram a 
capacidade de permeação cutânea, contribuindo para a ação de diversos princípios ativos anti-
anging.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
84
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer os principais fatores que levam ao envelhecimento cutâneo;
• compreender as características do cronoenvelhecimento e do fotoenvelhecimento;
• compreender as características dos ativos cosmecêuticos anti- aging que atuam 
beneficamente no processo de envelhecimento;
• compreender sobre os mecanismos de ação dos vários ativos cosmecêuticos anti-a-
ging disponíveis em formulações cosméticas.
PARA RESUMIR
AZULAY, R. D. Dermatologia. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
DRAELOS, Z.D. Cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
FARINATTI, P. T. V. Teorias biológicas do envelhecimento: do genético ao estocástico. 
Revista Brasileira Medicina do Esporte, 2002, v. 8, n. 4, p.129-138. Disponível em: http://
www.scielo.br/pdf/rbme/v8n4/v8n4a01.pdf . Acesso em: 08/04/2020.
GALEMBECK, F. & CSORDAS, Y. Cosméticos: a química da beleza. Fisio sala de leitura, 
2019. Disponível em: http://fisiosale.com.br/assets/9no%C3%A7%C3%B5es-de-
cosmetologia-2210.pdf . Acesso em: 6 abr. 2020.
GOMES, R.K.; DAMAZIO, M.G. Cosmetologia: descomplicando os princípios Ativos. 4 ed. 
São Paulo: Livraria Médica Paulista Editora, 2013.
GUYTON, A. C; HALL, J. E. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2017.
LANDIM, D. O tempo não para. Revista de Negócios da Indústria da Beleza. Artilharia Anti-
idade, n° 27, ano 9. Outubro 2014, p. 5-9. Disponível em: https://www.cosmeticsonline.
com.br/ct/pdf_revista/tematica/PDF34__ET27_DIGITAL.pdf Acesso em: 6 abr. 2020.
LUPI, O. et al. P. Rotinas de diagnóstico e tratamento da Sociedade Brasileira de 
Dermatologia - SBD. 2. ed. São Paulo: AC Farmacêutica, 2012.
PEREIRA, M. de F. L. (Organizadora). São Paulo. Recursos técnicos em estética. Volume I, 
São Paulo: Difusão Editora, 2013. 
SIMÃO, D. Cosmetologia aplicada I. Porto Alegre: SAGAH, 2019.
VANZIN, S. B. & CAMARGO, C. P. Entendendo cosmecêuticos: diagnósticos e tratamentos. 
São Paulo: Santos, 2011. 
YOKOMIZO, V. M. F. et al. Peelings químicos: revisão e aplicação prática. Surgical Cosmetic 
Dermatology. v. 5. n. 1. Rio de Janeiro. 2013. Disponível em: www.surgicalcosmetic.org.
br/...pdf/.../Peelings-quimicos--revisao-e-aplicacao-pratica . Acesso em: 7 abr. 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 4
Princípios ativos anticelulite, anties-
trias, depilatórios e ativos capilares 
alisantes
Olá,
Você está na unidade Príncipios ativos anticelulite, antiestrias, depilatórios e ativos 
capilares alisantes. Conheça aqui os principais ativos cosméticos empregados nos 
tratamentos da celulite, das estrias, nos tratamentos de depilação, e ainda ativos 
empregados nos tratamentos capilares de alisamento dos fios. Compreenda o mecanismo 
de ação de cada um deles e de que forma promovem os resultados esperados. Entenda 
que o uso dos ativos pode ser feito de maneira isolada nos tratamentos estéticos, de modo 
a potencializar os resultados, bem como está associado a outros recursos terapêuticos 
estéticos.
Bons estudos!
Introdução
89
1 ATIVOS COSMÉTICOS ANTICELULITE
A celulite é conhecida popularmente por essa nomenclatura, mas tecnicamente se trata de 
uma disfunção chamada de hidrolipodistrofia ginoide ou fibro edema geloide (FEG). Dentre as 
disfunções estéticas corporais, é uma das mais prevalentes.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Fisiopatologia da celulite
O FEG consiste em uma afecção corporal que acontece por uma alteração patológica do tecido 
adiposo, com presença de alterações venosas e linfáticas que acontecem de maneira associada 
(RIBEIRO, 2010). Caracteriza-se pelo surgimento de alterações topográficas, mais prevalentes em 
região de glúteos, coxas, nádegas e seios, tornando a pele com aspecto semelhante a “casca de laranja”.
Inicialmente, a disfunção acomete os adipócitos, que são as células localizadas no tecido 
adiposo. Em condições normais, essas células são responsáveis pelo armazenamento de 
gordura por meio de um processo metabólico chamado de lipogênese, que possui a função de 
armazenamento de energética através da gordura.
Entretanto, em condições onde esse acúmulo é excessivo, o adipócito aumenta de tamanho 
e com isso, gera aumento do volume total do tecido adiposo.
Esse aumento do tamanho dos adipócitos gera a compressão de estruturas adjacentes, como 
veias, artérias, terminações nervosas e vasos linfáticos, ocasionando além de alterações no tecido 
adiposo, alterações nos sistemas linfáticos, sanguíneos e neurais, que dão origem ao quadro do 
FEG (FASSHBER et al., 2019).
Vejamos as fases, graus, da celulite.
90
GRAU I
Na fase inicial, o adipócito apenas aumenta de volume, mas ainda não é possível identificar 
outras alterações de maneira significativa. Por isso, nessa primeira fase as alterações se restringem 
ao tecido adiposo e o paciente não apresenta sintomas.
GRAU II
À medida que há aumento dos adipócitos, num grau II, há compressão dos pequenos vasos 
ao redor dos adipócitos, com isso temos uma redução da microcirculação sanguínea e linfática na 
região, fazendo com que os vasos sofram dilatação e que haja acúmulo de líquido e sangue venoso 
na região. Essas alterações causam os primeiros sinais do FEG, com tecidos ingurgitados, resultado 
do edema. Palpando o tecido acometido, podemos observar uma pele com irregularidades, mas 
ainda não há dor porque não há compressão de estruturas nervosas.
GRAU III
À medida que que a condição do grau II se mantém, ocorre um extravasamento importante de 
líquido para o espaço extracelular em maior quantidade e que se mantem por mais tempo neste 
espaço. Esse líquido acumulado torna-se mais viscoso, o que limita ainda mais a circulação local. 
O líquido localizado fora do adipócito, passa a ser mais viscoso, com aspecto de gel, causando 
maior limitação na drenagem aliado a formação de micronódulos, além de ser possível visualizar-
se microvasos na pele. Nesse grau III o paciente pode começar a apresentar queixa de dor.
GRAU IV
Por fim, nessa fase mais avançada,todo o tecido da região se torna mais endurecido, e o 
sistema circulatório e linfático encontram-se muito comprometido. As fibroses já comprometem 
a derme e também a hipoderme, gerando encapsulamento de células, vasos e terminações 
nervosas. Há queixas de dor e visualmente é possível notar-se a presença de macronódulos na 
pele (FASSHBER et al., 2019).
Observe a figura “Fisiopatologlia do FEG”, a seguir.
91
Figura 1 - Fisiopatologia do FEG 
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem representa de maneira ilustrativa a fisiopatologia do FEG. Na 
primeira imagem temos uma representação das três camadas de uma pele saudável, o tecido 
adiposo, a derme e mais superficialmente a epiderme. Numa segunda imagem, há a representação 
da pele com FEG. Nesse caso, as células localizadas no tecido adiposo, chamadas de adipócitos, 
encontram-se aumentadas, o que gera a compressão de vasos sanguíneos, linfáticos e surgimento 
de alterações na superfície da pele pela formação de nódulos nas camadas mais profundas.
Considerando este mecanismo fisiopatológico, são empregadas modalidades de tratamento 
que visam atuar sobre as alterações existentes nos tecidos adiposos, linfáticos, sanguíneos e 
ainda, cutâneo. Dentre as modalidades terapêuticas, há o emprego de ativos cosméticos.
1.2 Mecanismos de ação dos ativos anticelulite
Considerando o mecanismo fisiopatológico encontrado no FEG, os ativos utilizados no 
tratamento devem atuar na:
• Redução da lipogênese e aumento da lipólise (processo pelo qual se reduz a concentra-
ção de gordura acumulada);
• Melhora da circulação local;92
• Redução do edema.
• Ação antioxidante.
• Melhora das condições do tecido subcutâneo e da derme (COSTA, 2012).
Para promover esses mecanismos de ação, os ativos utilizados no tratamento do FEG devem 
permear por meio da camada mais externa da epiderme e agir sobre os tecidos da epiderme, 
derme e hipoderme. São ativos habitualmente usados em cremes destinados a massagem 
corporal, uma vez que a massagem auxilia na absorção do produto cosmético pela pele. Além 
disso, em um mesmo produto cosmético devemos empregar uma sinergia de ativos, de maneira 
adjunta, de modo a melhorar a performance do produto final e proporcionar mais efeitos.
1.3 Ativos anticelulite
A seguir são expostos alguns dos principais ativos empregados nos tratamentos do FEG.
ÁCIDO LINOLEICO
Atua reduzindo a inflamação, acrescendo os elementos da matriz extracelular da pele e com 
isso, dá firmeza a mesma.
CAFEÍNA
É um dos ativos mais utilizados no tratamento do FEG. Sua ação se pauta no estímulo a 
lipólise, reduzindo a quantidade de gordura acumulada (RIBEIRO, 2010).
CARICA PAPAYA
Atua no tratamento do edema por aprimorar a microcirculação e com isso, reduzir o edema 
através de sua ação diurética (SIMÃO et al., 2019).
CENTELLA ASIÁTICA
É um ativo que estimula a drenagem linfática, a atividade celular e a síntese de colágeno, 
aspecto importante para a sustentação da pele (SIMÃO et al., 2019).
EXTRATO DE GUARANÁ
Por possuir cafeína em sua composição, além de teofilina, saponinas e óleos essenciais, o 
extrato de guaraná atua melhorando a circulação local.
EXTRATO DE HERA
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Atua na permeabilidade vascular, aumenta as taxas de drenagem linfática e sanguínea e com 
isso, reduz o quadro de edema existente (SIMÃO et al., 2019).
GINKBO BILOBA
Rico em flavonoides e bioflavonoides, este ativo consegue reduzir a viscosidade sanguínea e 
deste modo, melhorar a perfusão sanguínea dos tecidos. Age ainda como agente antiedematoso, 
pois melhora o retorno venoso e linfático, além de possuir como ação secundária, a atividade 
antioxidante (SIMÃO et al., 2019).
EXTRATO DE CHÁ-VERDE
Atua com ação antioxidante na pele (MILREU, 2012).
NICOTINATO DE METILA
Age aumentando a circulação local por causar efeito de hiperemia tecidual (SIMÃO et al., 
2019).
RETINOIDES
Além de aumentar a circulação, quando aplicado no tratamento do FEG os retinoides 
melhoram a qualidade da derme e epiderme, minimizando os aspectos inestéticos dos quadros 
de FEG (SIMÃO et al., 2019).
RUSCUS MELITOTIS
Rico em flavonoides, aumenta a resistência dos capilares, reduz a permeabilidade das 
membranas, reduzindo o edema e melhorando a drenagem tecidual (SIMÃO et al., 2019).
SILÍCIO
Trata-se de um componente mineral normalmente presente nos tecidos. É essencial para o 
controle do metabolismo e da divisão celular, por isso, age na permeabilidade das membranas 
e melhora os quadros de edema existentes no FEG (SIMÃO et al., 2019). O sílico é um mineral 
que pode ser encontrado também em alguns tipos de argilas, e neste caso, também podem ser 
incorporadas aos tratamentos estéticos voltados aos quadros de FEG.
COENZIMA A E L-CARNITINA
Atuam no aumento do catabolismo dos lipídeos, contribuindo para a redução do tamanho 
dos adipócitos (RIBEIRO, 2010).
94
Para potencializar os efeitos desses ativos cosméticos nos tratamentos do FEG, o profissional 
de estética pode associar outras modalidades de tratamento. Dentre as possíveis associações 
terapêuticas, citamos o uso de terapias manuais ou eletroterapia, associada à cosmetologia. 
Considerando isso, a dica prática do vídeo a seguir traz uma explanação e possível aplicação 
desses recursos de maneira associada em um protocolo de tratamento corporal destinado ao 
manejo do FEG.
2 ATIVOS COSMÉTICOS ANTIESTRIAS
As estrias são disfunções estéticas muito corriqueiras, sendo uma das queixas mais prevalentes 
nas disfunções estéticas corporais. Do ponto de vista clínico, elas não são condições preocupantes, 
contudo representam queixas inestéticas frequentes e que interferem negativamente na 
qualidade de vida dos pacientes.
2.1 Fisiopatologia das estrias
As estrias são afecções dermatológicas que se caracterizam pela formação de lesões lineares, 
de alguns milímetros na pele, decorrentes de atrofia tegumentar. Essa atrofia é resultante 
diretamente da diminuição de importantes elementos na pele, o que resultam em menor 
hidratação tecidual, maior secura, adelgaçamento e menor elasticidade do tecido.
Esses fatores fazem com que a pele fique predisposta a danos, mais especificamente, por 
modificações na derme, provocadas por deformações na pele ocasionadas por distensão, quando 
esta ultrapassa os limites de sua capacidade de elasticidade (FASSHBER et al., 2019).
A distensão, causa primeiramente um processo inflamatório local, e em seguida, causa níveis 
variados de rupturas de fibras de elastina existentes na derme, causando as lesões. Em relação 
às características fisiopatológicas, a pele acometida por estrias é resultado de menor ação dos 
fibroblastos, isso resulta em menor síntese de elastina e colágeno, proteínas essenciais para a 
manutenção da estrutura da pele.
A figura “Pele acometida pelo estrias” mostra o padrão das estrias, caracterizado pela ruptura 
das fibras elásticas da derme, causando a deformidade, visível na superfície da pele.
95
Figura 2 - Pele acometida por estrias 
Fonte: charless, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem é apresentada uma ilustração da pele humana com as três 
camadas, epiderme, derme e tecido subcutâneo. Na pele normal, visualizam-se as fibras de 
colágeno e elastina alinhadas, enquanto na pele acometida por estrias, as fibras de elastina e 
colágeno encontram-se rompidas, o que resulta em uma lesão linear visível na epiderme.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
96
Em relação à etiologia, quaisquer situações que causem uma distensão excessiva, rápida ou 
intensa da pele, podem gerar o surgimento de estrias. Por isso, obesidade, crescimento acelerado, 
perda de peso rápida, gestação, ganho acelerado de peso e mudanças corporais da puberdade 
são fatores causais para o desenvolvimento das estrias (BORGES, 2010).
Além disso, outros fatores causais são descritos, como os hormonais e os relacionados à 
predisposição genética. Em relação aos fatores hormonais, isso explica porque as estrias são mais 
prevalentes em mulheres e na puberdade.
À medida que as estrias surgem, em uma fase inicial, elas se apresentam com características 
especificas. Já à medida que evoluem, essas características vão modificando-se, conforme os 
fatores fisiopatológicos envolvidos.
Numa fase inicial, as lesões lineares das estrias apresentam coloração avermelhada e por isso 
são chamadas de estrias rubras ou estrias rosadas (RIBEIRO, 2010). Nessa fase há um processo 
inflamatório local, com sinais de eritema, edema, aumento da vascularização local, sendo que as 
fibras elásticas encontram-se em menor quantidade. Em relação à sinais e sintomas, o paciente 
pode queixar-se de prurido e dor local, mas ainda não é possível perceber a depressão na pele 
(FASSHEBER et al., 2019).
Numa fase intermediária, as estrias apresentam-se atróficas com um sinal local semelhante 
a uma cicatriz, caracterizado pelo surgimento de uma linha atrófica flácida e com ausência 
de melanina, o que torna a lesão com uma coloração mais clara do que a pele. À medida que 
evoluem, as estrias passam a apresentar uma coloração esbranquiçada, recebendo o nome de 
estrias albas ou estrias nacaradas (RIBEIRO, 2010).
Nessa fase, a epiderme já está encontra-se atrofiada e aplanada, com fibras de colágeno e 
elastina rompidas e espessadas, com processo inflamatório não mais presente (FASSHEBER et 
al., 2019).
A figura “Estrias em diferentes fases” mostra estrias rubras no abdômen e estrias alba nos 
glúteos de uma mulher.
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Figura 3 - Estrias em diferentes fases 
Fonte: michaelheim e Cherries, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem apresenta uma foto com estrias rubras e decoloração avermelhadas, 
na região do abdômen, em uma mulher, e também uma foto da pele acometida por estrias albas, 
de coloração branca, na região de glúteos.
Conhecer a evolução das estrias e o mecanismo fisiopatológico de cada uma das fases é eficaz 
para se estabelecer a melhor modalidade terapêutica, uma vez que em cada uma das fases há 
características específicas que precisam ser respeitadas. Dentre o rol de opções terapêuticas 
disponíveis para o manejo das estrias, há os ativos cosméticos.
2.2 Mecanismos de ação dos ativos antiestrias
Em relação aos ativos cosméticos utilizados no manejo das estrias, eles podem atuar de 
diferentes maneiras. Contudo, não há cura completa das lesões provocadas por essa disfunção, 
e sim tratamentos cosméticos que auxiliam no controle dos sinais e sintomas, amenizando o 
aspecto inestético e melhorando a qualidade da pele.
Considerando o mecanismo fisiopatológico das estrias, os ativos empregados no tratamento 
agem da seguinte forma:
• Controlando o processo inflamatório local por meio do uso de ativos anti-inflamatórios
na fase inicial das lesões;
• Aprimorando a hidratação cutânea com o uso de ativos emolientes e hidratantes, uma
vez que peles mais secas resistem menos a distensão da pele;
• Acelerando a cicatrização tecidual, por meio do uso de ativos cicatrizantes;
• Acelerando as taxas de renovação celular e criando uma pele renovada na região.
98
Considerando as fases do desenvolvimento das estrias, em fases iniciais, quando as estrias 
se encontram avermelhadas, os ativos cosméticos utilizados visam primordialmente o controle 
do processo inflamatório local, além de melhorar a circulação e a hidratação da pele, evitando 
também o aparecimento de novas lesões.
Em fases mais tardias, como não há mais um processo inflamatório instalado, o objetivo 
além de hidratar, é estimular a síntese de colágeno e elastina pelos fibroblastos, melhorando 
a qualidade da pele. Além disso, nessa fase, podemos empregar tratamentos que estimulem a 
renovação celular, como os com uso de esfoliantes físicos ou químicos, que removem a camada 
mais externa da epiderme e com isso, impulsionam a renovação celular.
Além do mais, podem ser utilizados ativos cosméticos empregados na prevenção das estrias. 
Nesses casos, os ativos visam aperfeiçoar a hidratação e a elasticidade da pele, prevenindo a 
ruptura de fibras de elastina quando a pele é distendida (RIBEIRO, 2010). Em geral, os ativos 
de prevenção a estrias são comumente utilizados durante a gestação, por exemplo, e previnem 
o surgimento delas na região de abdômen, que sofre uma distensão rápida e intensa da pele
durante a gestação.
2.3 Ativos antiestrias
Conhecer como cada ativo atua no tratamento das estrias é essencial ao profissional de 
estética. Sobretudo, conhecer e compreender como cada um dos ativos age na fisiopatologia 
das estrias. A seguir são descritos os principais ativos cosméticos empregados no tratamento de 
estrias e seu mecanismo de ação.
ÁCIDO HIALURÔNICO
Age por meio de estímulo da atividade dos fibroblastos e com isso induz a produção de 
colágeno e elastina na pele (COSTA, 2012).
CENTELLA ASIÁTICA
Sua ação se pauta no estímulo aos fibroblastos. Além disso, atua de maneira antagônica nos 
FIQUE DE OLHO
O sucesso do tratamento estético voltado a estrias é maior quando as lesões são tratadas 
em fases iniciais, ou seja, quando as estrias ainda se apresentam com coloração avermelhada 
(SIMÃO et al., 2019).
99
efeitos dos glicocorticoides na pele, que são um dos fatores desencadeantes de estrias (COSTA, 
2012).
ÁCIDO RETINOICO
Atua de modo a estimular a formação de novas fibras de colágeno, além de atuar melhorando 
as fibras já existentes (SIMÃO et al., 2019).
ÁCIDO GLICÓLICO
Dentre os ácidos alfa-hidroxiácidos, é o mais empregado nos tratamentos da pele estriada. 
O ácido glicólico promove melhorias na textura da pele, já que induz a síntese dérmica de ácido 
hialurônico pelos fibroblastos, o que traz melhora das estrias, especialmente as mais recentes 
(SIMÃO et al., 2019).
ALOE VERA
Possui em sua composição aproximadamente 200 componentes, como vitaminas e minerais. 
Atua no manejo das estrias promovendo efeito hidratante e maior elasticidade da pele. Além do 
mais, age estimulando a circulação sanguínea e promovendo efeito cicatrizante sobre as estrias 
(MILREU, 2012).
BROMELINA
Rica em diversas enzimas, a bromelina produz ações anti-inflamatórias, além de atuar como 
agente de cicatrização e na melhora da circulação (MILREU, 2012).
D-PANTENOL
É bastante utilizado no manejo de estrias, uma vez que alia propriedades hidratantes, anti-
inflamatórias e de aceleração do processo de reepitelização (SIMÃO et al., 2019).
EXTRATO DE TRIGO
Tem propriedades antioxidantes e age na reepitelização da pele. Estimula também a síntese 
e o movimento de fibroblastos, além de aumentar a síntese de glicosaminoglicanos, substâncias 
essenciais para o bom funcionamento da pele (COSTA, 2012).
EXTRATO DE LIMÃO
Possui em sua composição ácido cítrico e flavonoides, que atuam na melhoria da hidratação 
da pele, além de promover efeitos antioxidantes (SIMÃO et al., 2019).
100
EXTRATO DE LARANJA
Por possuir vitamina C, age na redução da inflamação, melhora a hidratação e a elasticidade 
da pele (SIMÃO et al., 2019).
EXTRATO DE PAPAYA
Atua como agente anti-inflamatório e ainda auxilia na esfoliação da pele (SIMÃO et al., 2019). 
Esse ativo possibilita uma maior renovação celular, induzindo a formação de um tecido novo na 
região.
ESCINA
Atua como anti-inflamatório e melhora a circulação tecidual (RIBEIRO, 2010).
HIDROLISADO DE PROTEÍNAS
Atua na hidratação da camada mais externa da pele por meio da umectação, promovendo 
melhora da elasticidade tecidual (SIMÃO et al., 2019).
LANOLINA
É um ativo que auxilia na hidratação cutânea, para isso, age através da formação de um filme 
sobre a pele (MILREU, 2012).
LACTATO DE AMÔNIO
Promove a umectação da pele superficialmente, por isso é um agente hidratante tecidual, 
empregado na melhoria da elasticidade tecidual (RIBEIRO, 2010).
MANTEIGAS EM GERAL
Possuem ácidos graxos e triglicérides em sua composição e atuam de modo a criar um filme 
sobre a pele, promovendo a hidratação (RIBEIRO, 2010).
ÓLEO DE ROSA MOSQUETA
Possui em sua composição ácidos graxos insaturados, carotenoides, flavonoides e vitamina C. 
Produz efeitos cicatrizantes, além de atuar na hidratação tecidual (MILREU, 2012).
VITAMINA C
Possui propriedades relativas à síntese de colágeno, uma vez que atua sobre os cofatores 
essenciais das enzimas essenciais para a síntese de colágeno na pele (SIMÃO et al., 2019).
101
VITAMINA F
Aumenta as taxas de renovação celular, já que estimula a mitose celular (SIMÃO et al., 2019).
UREIA
Age na hidratação da pele, promovendo retenção de água na epiderme (RIBEIRO, 2010).
Além desses ativos, podem ser empregados outros ativos, de maneira isolada ou anexa a 
outros compostos.
3 ATIVOS COSMÉTICOS DEPILATÓRIOS E 
EPILATÓRIOS
Os pelos são definidos como estruturas anexas da pele e encontram-se situados em locais 
específicos do corpo humano. Possuem várias funções, que vão desde a proteção de mucosas, 
proteção contra radiação ultravioleta, até o controle da temperatura corporal.
Entretanto, mesmo apresentando funções importantes, em muitas sociedades a manutenção 
dos pelos é considerada indesejável, por ser considerada uma prática anti-higiênica e inestética 
(RIBEIRO, 2010).
Em sociedades onde as pessoas optem por não manter os pelos, existem algumas técnicas 
que fazem a retirada pelos por métodos físicos ou químicos e que proporcionam a remoção 
temporária dos pelos, ou ainda, permanente. Dentre os métodos para a remoção dos pelos, há 
os que consistem no uso de produtos cosméticos, tanto para auxiliar no processo de remoção, 
como no uso de produtos cosméticos pós-depilação, de modo a aliviar o estresse sobre a pele 
causado pela depilação.
FIQUE DE OLHO
Você sabia que o hábito de retirar os pelos varia muitode uma sociedade para outra e 
de um gênero para outro? Em geral, as mulheres tendem a realizar mais tratamentos para 
remoção de pelos quando comparadas aos homens. Mulheres japonesas, australianas, 
latinas e mulheres da Europa ocidental costumam realizar mais tratamentos de remoção de 
pelos. Tendo mais prevalência de tratamentos voltados à retirada de pelos das pernas, axilas 
e virilha (RIBEIRO, 2010).
102
Para promover essa remoção dos pelos são utilizados métodos diferentes que promovem os 
tratamentos epilatórios ou depilatórios.
3.1 Mecanismo de ação dos métodos depilatórios e epilatórios
Antes de se falar dos mecanismos de ação dos métodos depilatórios e epilatórios, é importante 
destacar que muitas vezes esses termos são utilizados como sinônimos, mas de maneira errônea. 
Isso porque existe uma diferença entre depilação e epilação.
DEPILAÇÃO
É utilizado para definir a retirada parcial e superficial dos pelos, ou seja, é feita a remoção 
apenas da parte do pelo chamada de haste, de modo que não atinja a estrutura do pelo que 
se encontra abaixo da pele. Em geral, esses métodos têm como vantagem o fato de serem 
tratamentos indolores, contudo, a duração dos resultados é menor.
EPILAÇÃO
Promove a remoção total do pelo através do arrancamento ou da destruição do mesmo, 
removendo tanto a haste como a estrutura abaixo da pele, chamada de raiz (SIMÃO et al., 2019). 
Esse método de retirada de pelos está relacionado a maior queixa de dor, contudo, apresenta 
como vantagem a capacidade de ser um método mais duradouro.
Mesmo com essas diferenças, ambos os tipos possuem a mesma finalidade: proporcionar 
a retirada dos pelos de locais que sejam inconvenientes, tanto na região facial como em outras 
regiões corporais.
Vale destacar que de acordo com a natureza do agente utilizado para promover a remoção 
dos pelos, essa remoção pode ser classificada como: métodos físicos, fisioterápicos ou químicos.
MÉTODOS FÍSICOS
Podem promover tanto a epilação como a depilação. Ceras e depiladores elétricos são 
exemplos de métodos físicos que promovem a epilação, porque arrancam o pelo. Enquanto o uso 
de lâmina permite a depilação.
MÉTODOS FITOTERÁPICOS
Promovem epilação, isso porque destroem o pelo e o extraem completamente. Exemplos 
desse tipo de método são: a eletrolise e o laser.
103
MÉTODOS QUÍMICOS 
Consistem em promover a remoção dos pelos mediantes a aplicação de substâncias químicas 
especificas sobre os pelos, de modo que estas substâncias possam dissolver o pelo (RIBEIRO, 
2010). Nesse caso, os métodos químicos sempre irão promover apenas uma depilação, uma vez 
que é feita uma retirada apenas parcial e superficial dos pelos.
Em cada uma das modalidades de depilação e epilação, a duração do tratamento depende 
diretamente no tipo de método utilizado. A figura “Métodos de remoção de pelos” mostra o 
mecanismo de ação dos principais métodos de depilação e epilação, incluindo tempo de duração 
do tratamento até o retorno do crescimento do pelo.
Figura 4 - Métodos de remoção de pelos 
Fonte: Tatahnka, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem é possível ver inicialmente alguns métodos de depilação, como a 
uso da lâmina e a depilação química com uso de creme, as quais removem a parte do pelo que 
se encontra acima da pele, ou seja, removem apenas o pelo visível. Na sequência é possível ver 
métodos de epilação, que removem parte do pelo que se encontra abaixo da pele, por exemplo, 
os métodos de cera, equipamentos elétricos e laser.
3.2 Mecanismo de ação dos ativos cosméticos depilatórios
Em relação ao mecanismo de ação da depilação química, faz-se a utilização de produtos 
cosméticos com ativos específicos que promoverão a dissolução do pelo. Esses ativos agem 
especificamente sobre a estrutura proteica do pelo.
Segundo Allemand (2019), o pelo é constituído maiormente por proteínas, mais 
especificamente de uma proteína chamada queratina (80%). Essa proteína é constituída 
previamente pela união de aminoácidos, como a cistina, por exemplo.
104
Os diversos aminoácidos que formam as proteínas são unidos por ligações químicas que 
mantêm a estrutura das proteínas. As principais ligações químicas existentes na estrutura das 
proteínas do pelo são as ligações de hidrogênio, dissulfeto e ligações iônicas. Dentre elas, as 
ligações de dissulfeto possuem relevância, uma vez que são as mais resistentes e responsáveis 
pela resistência do pelo.
Os ativos cosméticos que promovem a depilação química agem exatamente sobre a estrutura 
proteica dos pelos. Ao aplicar o produto cosmético com o ativo depilatório em sua formulação 
sobre a área com pelos, os ativos irão interagir com a estrutura proteica do pelo e irão promover 
a quebra das ligações de dissulfeto existentes na estrutura pilosa. Essa quebra das ligações 
de dissulfeto modifica a estrutura proteica do pelo, desestabilizando-a e tornando-o menos 
resistente (RIBEIRO, 2010). Para isso, o ativo deve ficar em contato com o pelo por um tempo 
determinado pelo fabricante para que possa desencadear a reação química que culmina com a 
quebra das ligações que mantêm a estrutura do pelo.
Dentre os ativos utilizados para depilação química, citamos o uso do tioglicolato, que atua por 
meio desse mecanismo de ação.
TIOGLICOLATO
Ativo frequentemente utilizado em produtos cosméticos para depilação, todavia podem ser 
utilizados também sais derivados do tioglicolato, como o tioglicolato de cálcio ou sódio.
Quando aplicado ao pelo, o tioglicolato quebra as ligações de dissulfeto que mantêm a 
estrutura da queratina. Com isso, “amolecem” o pelo, permitindo que ele seja removido em 
seguida com auxílio de uma espátula (ALLEMAND et al, 2019).
Para gerar esse efeito, o tioglicolato precisa penetrar na estrutura do pelo, atingindo as 
ligações. Para isso, o produto aplicado precisa possuir um pH mais elevado, que permite que 
a camada externa do pelo se abra e facilite a penetração do tioglicolato em camadas mais 
profundas.
Entretanto, ao aplicarmos um produto com pH elevado, ou seja, mais alcalino sobre a pele, ao 
mesmo tempo em que aumenta a eficácia do produto tende a ocasionar níveis variados de irritação 
sobre a pele. Considerando isso, após a depilação química é importante que sejam aplicados ativos 
cosméticos que minimizem os efeitos negativos do uso dos produtos depilatórios químicos.
3.3 Ativos cosméticos pós-depilação
Mesmo sendo utilizados de maneira correta, métodos de depilação química causam graus 
variados de irritação cutânea, uma vez que interagem com a pele e agridem de certa forma a 
camada córnea da epiderme, podendo causar lesões dermatológicas.
105
Segundo Ribeiro (2010), dentre os efeitos adversos que podem acontecer na pele, temos: 
desidratação, prurido, eritema, descamação, além de pequenas lesões e processos inflamatórios 
locais.
Para minimizar esses efeitos, é possível empregar produtos cosméticos pós-depilação. O uso 
de hidratantes está aconselhado de modo a prevenir e minimizar a perda de água da pele, e com 
isso a melhorar a hidratação e reduzir sinais como desidratação e prurido, além de deixar a pele 
com aspecto mais macio.
Podemos utilizar hidratantes à base de manteigas, óleos e gorduras vegetais, que, por criarem 
um “filme” sobre a pele, reduzem a perda de água e os sinais de irritação da pele pós depilação. 
Além de hidratantes, os produtos cosméticos podem ter adicionados à sua formulação outros 
ativos, como: ativos com função cicatrizante, acelerando a recuperação pós-depilação.
Nesse sentido, indicamos o uso de ativos com fitosteróis, como o caso da centella asiática, 
aloe vera, alontoina, própolis, vitamina F, vitamina A e óleos vegetais, como o óleo de rosa 
mosqueta e de oliva.
Ativos com finalidade antisséptica e antibacteriana também são importantes nas formulações 
de cosméticos pós-depilação química. Extrato de chá-verde, alfa bisabolol, triclosan e óleo de 
melaleuca são exemplos de ativos antissépticos e bactericidas (ALLEMAND et al., 2019). Ativos 
com finalidaderefrescante também são encontrados nos cosméticos pós-depilação e trazem um 
efeito de bem-estar pela sensação de frescor. Para isso, utilizam-se ativos como mentol e extrato 
de camomila.
Aliados a hidratantes, cicatrizantes, antissépticos e bactericidas, as formulações cosméticas 
pós-depilação podem ter associados à sua formulação ativos que reduzem as taxas de crescimento 
dos pelos. Com essa função, temos: proteínas da soja, ácido salicílico, Hamamelis virginiana, 
flores de arnica montana, ureia, dentre outros (RIBEIRO, 2010).
4 ATIVOS COSMÉTICOS ALISANTES E RELAXANTES 
CAPILARES
Determinados produtos cosméticos podem ser empregados de modo a promover a 
transformação da estrutura dos cabelos. Dentre essas transformações, citamos os tratamentos 
de relaxamento químico.
Esses tratamentos consistem em reorganizar a estrutura dos cabelos encaracolados ou 
cacheados em uma forma mais lisa e mais suave, sendo também chamados de tratamentos 
de alisamento químico (FRANGIE et al.,2016). Para isso, fazem uso de ativos cosméticos com 
106
propriedades alisantes ou relaxantes que, quando aplicados sobre os fios, modificam a estrutura 
dos cabelos.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
4.1 Estrutura da fibra capilar
Os ativos empregados nos tratamentos de relaxamento capilares atuam diretamente sobre a 
fibra capilar. Para compreender melhor sua ação é preciso entender previamente o funcionamento 
dessa estrutura.
O fio de cabelo, também chamado de fibra capilar, é definido como um prolongamento de 
células queratinizadas mortas, originado de uma estrutura anexa da pele, chamada de folículo 
piloso. Essas células queratinizadas se encontram dispostas em camadas e dão origem ao fio de 
cabelo.
O fio de cabelo é dividido em duas partes, a haste e a raiz. A primeira delas se refere à 
parte visível do cabelo, que se encontra acima da pele. Em contrapartida, a parte do fio que 
permanece abaixo da pele é chamada de raiz (HALAL, 2011). Toda fibra capilar apresenta um 
ciclo de crescimento, que parte de células basais localizadas na base do folículo piloso. A figura 
“Estrutura anatômica da fibra capilar” mostra a estrutura anatômica do fio de cabelo.
107
Figura 5 - Estrutura anatômica da fibra capilar 
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem apresenta as estruturas anatômicas da fibra capilar por meio de 
um corte de pele, em que demonstram-se as camadas da pele (derme, epiderme e hipoderme) e 
o folículo piloso. Além disso, representa um corte do fio de cabelo, onde é possível identificar as
três camadas, cutícula, córtex e medula, da mais externa para a mais interna, respectivamente.
Sabemos que o fio de cabelo é formado por células dispostas em camadas. Essas camadas 
são chamadas de medula, córtex e cutícula. A camada chamada de medula se localiza na face 
mais interna da haste; está presente apenas em fios mais grossos e não possui uma função bem 
definida. A camada córtex é a intermediária e é responsável por dar cor, resistência e força ao 
cabelo e representa em média 90% do peso de fio de cabelo. A camada cuticular, formada por 
várias camadas de células dispostas uma sobre as outras num formato de escamadas, tem a 
função de criar uma barreira de proteção, evitando que substâncias penetrem no fio, além de 
prevenir que o córtex fique exposto a danos (HALAL, 2011). A estrutura da fibra capilar é formada 
sobretudo por proteína, aproximadamente 91% dele. Essa importante proteína do cabelo é 
formada pela união de oito diferentes aminoácidos que se conectam por meio de ligações 
químicas, dando origem a uma cadeia peptídica que, quando unidas, formam a queratina. Essa 
composição proteica do cabelo permite que tenha elasticidade ao mesmo tempo em que tenha 
excelente resistência. Nesse sentido, compreende-se que o mantém a estrutura proteica do 
cabelo são as ligações químicas existentes entre os diferentes aminoácidos. Halal (2011) cita que 
existem basicamente três ligações químicas que mantém a estrutura do fio de cabelo: as ligações 
108
de hidrogênio, as ligações de sal e de dissulfeto.
LIGAÇÕES DE HIDROGÊNIO
São facilmente rompidas, assim como as ligações de sal.
LIGAÇÕES DE SAL
Conhecidas também por iônicas são ligações químicas baseadas na atração eletrostática de 
íons com cargas opostas.
LIGAÇÕES DE DISSULFETO
Não são facilmente desfeitas e necessitam de mecanismos específicos para serem destruídas 
(HALAL, 2011).
São essas ligações de dissulfeto as responsáveis por manter a estrutura dos fios de cabelo, em 
lisos, ondulados ou cacheados.
4.2 Mecanismo de ação dos ativos relaxantes capilares químicos 
Basicamente, os ativos relaxantes capilares vão promover o alisamento dos fios por meio 
de modificações na estrutura da fibra capilar. Esses produtos precisam agir sobre as ligações 
químicas de dissulfeto, existentes no córtex capilar, uma vez que são elas as responsáveis por 
manter os cabelos ondulados e cacheados nesse formato.
Vale ressaltar que em cabelos naturalmente ondulados ou cacheados essas ligações de 
dissulfeto que existem entre as moléculas de enxofre encontram-se em formatos oblíquos, 
enquanto que nos cabelos lisos as ligações são retas. A figura “Formato das ligações de dissulfeto 
no fio de cabelo ondulado e no fio de cabelo” mostra as ligações de dissulfeto existentes no fio 
ondulado ou encaracolado (a) e o formato das ligações em um cabelo liso (b).
109
Figura 6 - Formato das ligações de dissulfeto no fio de cabelo ondulado e no fio de cabelo 
Fonte: MATIELLO et al. (2019, p. 124).
#ParaCegoVer: Na imagem está representada a estrutura de ligações de dissulfeto 
existentes num fio de cabelo ondulado em que as ligações não estão dispostas em linha reta. 
Em contrapartida, é representado um fio de cabelo no formato liso, onde essas ligações estão 
dispostas horizontalmente, de maneira reta.
Mais especificamente, esses ativos necessitam atuar sobre as ligações de dissulfeto, 
dissolvendo-as, tornando o cabelo “maleável” e estabelecendo, posteriormente, o formato 
de liso a ele. Para que possam agir “desligando” as ligações existentes na fibra capilar, o ativo 
cosmético relaxante necessita penetrar na fibra capilar e atingir o córtex capilar. Vale ressaltar 
que a camada mais externa do cabelo, a camada cuticular, representa uma barreira de proteção 
ao córtex, evitando que produtos penetrem na fibra capilar e possam causar danos. Nesses casos, 
os ativos relaxantes para poderem atingir o córtex e promover os efeitos sobre as ligações de 
dissulfeto, necessitam primeiramente penetrar na camada cuticular (HALAL, 2011).
Para isso, utilizam-se nos produtos cosméticos relaxantes ativos específicos que elevam o pH 
do produto, tornando-o mais alcalino. Ao ser aplicado sobre o fio de cabelo, o produto alcalino 
promove uma abertura da camada cuticular, de modo que o produto consiga penetrar no córtex. 
Assim, são empregados ativos específicos. Segundo Frangie et al. (2016), os dois tipos mais 
comuns de relaxantes químicos para os cabelos encontrados nos cosméticos são o tioglicolato 
de amônio e o hidróxido de sódio. Resumidamente, a aplicação desses ativos sobre o cabelo irá 
promover reações químicas no córtex capilar, que culminarão com a “quebra” das ligações de 
dissulfeto, removendo o formato natural dos fios de cabelos ondulado e encaracolados. Após essa 
dissolução das ligações, esse cabelo estabelece novas ligações, mas agora em linha reta, dando 
110
ao cabelo o formato de liso (MATIELLO et al., 2019). O ativo chamado de tioglicolato de amônio 
age promovendo esse efeito por meio de mecanismos de oxido redução. A figura “Mecanismo 
de ação dos ativos relaxantes capilares” mostra as etapas pelas quais esse ativo age nos fios de 
cabelo.
Figura 7 - Mecanismo de ação dos ativos relaxantes capilares 
Fonte: HALAL (2011, p. 222).
#ParaCegoVer: A imagem apresenta os quatro passos do relaxamento capilar com uso de 
tioglicolato de amônio. Na primeira parte, tem-se a representação de um fio de cabelo ondulado.Na segunda parte, as ligações de dissulfeto sendo desfeitas pela ação do ativo. Na terceira parte, 
a aplicação do ativo redutor, que cria novas ligações em linha reta. Por fim, na quarta parte, o 
cabelo no formato liso.
Inicialmente o produto é aplicado sobre fibras capilares onduladas ou encaracoladas. Após a 
aplicação e o tempo de ação do produto nos fios, boa parte das ligações químicas de dissulfeto 
são desligadas, tornando o fio de cabelo inerte para posteriormente adotar a nova forma.
Na sequência, é normalmente aplicado aos fios um tratamento com uso de produto 
neutralizador, que serve como um agente oxidante, normalmente peróxido de hidrogênio. A 
aplicação desse produto permite a reconstrução das ligações de dissulfeto que foram quebradas 
pelo tioglicolato (FRANGIE et al., 2016). Após isso, o cabelo é lavado e tem-se fios com o novo 
formato.
111
Em geral, podemos dizer que o relaxamento capilar promovido pelo uso do tioglicolato de 
amônio é feito por meio do uso do ativo relaxante associado a um tratamento oxidante com uso 
do ativo neutralizador, promovendo o efeito liso dos fios.
Outro ativo relaxante capilar comumente utilizado nos tratamentos de alisamentos são os 
hidróxidos. Esses ativos também promovem a quebra das ligações de dissulfeto, mas promovem 
o alisamento não pela aplicação do agente neutralizante, mas sim pela formação de uma nova 
substância chamada de lantionina, que é formada no momento de quebra das ligações químicas 
de dissulfeto (SIMÃO et al., 2019). Entretanto, mesmo apresentando mecanismos de ação 
diferentes, ambos promovem o relaxamento dos fios.
A figura “Resultado relaxamento capilar químico” mostra o resultado de um tratamento de 
relaxamento capilar.
Figura 8 - Resultado relaxamento capilar químico 
Fonte: Kotin, Shutterstock, 2020.
FIQUE DE OLHO
Em relação à escolha do tipo de ativo relaxante a ser utilizado, vale ressaltar que o 
tioglicolato de amônio é ainda o ativo mais utilizado por ter uma ação mais branda, com 
menos efeitos danosos aos fios e ainda pode ser aplicado em cabelos previamente tratados 
quimicamente, desde que em baixas concentrações. Já o uso de hidróxidos está indicado 
para o tratamento de relaxamento em cabelos com formatos ondulados, encaracolados 
e crespos mais definidos, e que necessitam de um ativo mais potente para promover o 
alisamento (MATIELLO et al., 2019).
112
#ParaCegoVer: Na figura está representado um cabelo ondulado, previamente o tratamento 
de relaxamento; e na sequência, um cabelo no formato liso, após o tratamento de relaxamento 
químico.
Deste modo, podemos dizer que esses ativos, tanto o tioglicolato de amônio como os 
hidróxidos, agem de modo a alterar a estrutura proteica dos cabelos e com isso dar a eles um 
novo formato, nesse caso, liso. Dentro da área de cosmetologia capilar podem ainda ser utilizados 
outros ativos cosméticos, como os ativos utilizados em tratamentos de ondulação capilar, 
chamada de permanente capilar.
113
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• compreender as alterações fisiopatológicas existentes nos quadros de FEG e como os
ativos cosméticos podem atuar na melhoria dos sinais e sintomas do FEG;
• conhecer o mecanismo de ação dos ativos anticelulite;
• reconhecer os principais aspectos da fisiopatologia das estrias e compreender como
os ativos antiestrias agem no manejo dessa disfunção;
• conhecer a estrutura da fibra capilar;
• compreender como os ativos relaxantes promovem o alisamento.
PARA RESUMIR
ALLEMAND, A. G. S. Formulações em cosmetologia. [recurso eletrônico]. Porto Alegre: 
SAGAH 2019.
BORGES, F. S. Dermato-funcional: modalidades terapêuticas nas disfunções estéticas. 2 
ed. rev. e ampl. São Paulo: Phorte, 2010.
COSTA, A. Tratado internacional de cosmecêuticos. Huanabara Koogan, 2012.
FASSHEBER, D. et.al. Disfunções dermatológicas aplicadas à estética. [recurso 
eletrônico]. Revisão técnica: Mônica Kuplich, Lucimar Filot da Silva Brum. Porto Alegre: 
SAGAH, 2018. 
FRANGIE, C. et al. Milady cosmetologia: cuidado com os cabelos. São Paulo: Cengage 
Learning. 2016. 
HALAL, J. Tricologia e a química capilar cosmética. São Paulo: Cengage Learning. 2011. 
MATIELLO, A. A. Colorimetria e texturização capilar. [recurso eletrônico]. Porto Alegre: 
SAGAH, 2019.
MILREU, P. G. A. Cosmetologia / Poliana Galindo de Almeida Milreu. São Paulo: Pearson 
Education do Brasil, 2012.
RIBEIRO, C. J. Cosmetologia aplicada a dermoestética. 2ed. São Paulo SP, Pharmabooks, 
2010.
SIMÃO, D. et al. Cosmetologia aplicada I. [recurso eletrônico]. Revisão técnica: Mônica 
Magdalena Kuplick. Porto Alegre: SAGAH, 2019.
SIMÃO, D. et al. Cosmetologia aplicada II. [recurso eletrônico]. Revisão técnica: Mônica 
Magdalena Kuplick. Porto Alegre: SAGAH, 2019. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Princípios ativos em estética é um livro direcionado para 
estudantes dos cursos de estética, cosmética, química e afins.
Além de abordar assuntos triviais, o livro traz conteúdo sobre 
cosmetologia aplicada à estética, renovadores celulares, ativos anti-
aging, e princípios ativos anticelulite, antiestrias, despigmentantes, 
depilatórios, antiacne, desodorantes, antiperspirantes e ativos 
capilares alisantes. 
Após a leitura da obra, o leitor vai compreender as características 
físico-químicas e as funções da barreira epidérmica; conhecer 
os principais princípios ativos hidratantes em formulações para 
procedimentos estéticos; visualizar a aplicação terapêutica e o 
mecanismo de ação dos ativos despigmentantes; perceber as 
diferenças entre ativos antiperspirantes e desodorantes, conhecer 
os ativos com função antiperspirantes e desodorantes que podem 
ser utilizados e a ação de cada um deles; saber os principais fatores 
que levam ao envelhecimento cutâneo; entender as características 
dos ativos cosmecêuticos anti-aging que atuam beneficamente no 
processo de envelhecimento; reconhecer os principais aspectos 
da fisiopatologia das estrias e compreender como agem os ativos 
antiestrias; identificar os principais ativos cosméticos empregados 
nos tratamentos de relaxamento capilares, e muito mais.
Aproveite a leitura do livro. 
Bons estudos!
FORMULAÇÕES 
EM 
COSMETOLOGIA
(LIVRO 2)
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
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Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
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Coordenadora educacional: Pamela Marques
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Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
Göethel, Gabriela.
 Formulações em cosmetologia / Gabriela Göethel ; Aline Andressa Matiello. – São Paulo: 
Cengage, 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555580051
1. Cosmetologia. 2. Cosmética – facial e corporal. 3. Cosmética - fórmulas. 4. Matiello, 
Andressa.
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãosem suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Gabriela Göethel
Graduada em Biomedicina pelo Instituto Porto Alegre da Igreja Metodista - Centro Universitário Metodista 
IPA (2010). Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS 
(2014). Doutora em Ciências Farmacêuticas pelo Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas 
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS (2018). Foi bolsista de pós-doutorado júnior - 
PDJ do CNPq. Atua no grupo de pesquisa do Laboratório de Toxicologia (LATOX) e no Laboratório de 
Síntese Orgânica Medicinal (LaSOM) da Faculdade de Farmácia da UFRGS. Possui experiência em temas 
relacionados à toxicologia ocupacional, ambiental, experimental, nanotoxicologia, estresse oxidativo e 
ensaios de genotoxicidade. E principalmente na área de Genética Toxicológica e Toxicologia Experimental 
utilizando o modelo alternativo in vivo Caenorhabditis elegans. Atua como membro do Conselho da 
Sociedade Brasileira de Toxicologia (SBTOX; Biênio 2020/2021) e da Associação Latino Americana de 
Toxicologia Ambiental, Experimental e Nanomateriais (ASTOXILATIN; Biênio: 2016/2017; 2018/2019; 
2020/2021). Atualmente, é pesquisadora com bolsa PNPD da CAPES vinculada ao Programa de Pós-
graduação em Ciências Farmacêuticas (PPGCF) da UFRGS e conteudista EAD.
Aline Andressa Matiello
Graduada em fisioterapia pela Universidade do Oeste de Santa Catarina. Especialista em Fisioterapia 
Dermatofuncional pelo Instituto Brasileiro de Terapias e Ensino, especialista em Saúde Coletiva pela 
Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS e em Saúde da Família pela Universidade Federal de 
Santa Catarina – UFSC. Atualmente presta atendimento nas áreas de fisioterapia dermato funcional, 
ortopédica e pilates. É professora conteudista nas áreas de fisioterapia, estética facial, corporal e 
capilar.
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 -Introdução às formulações cosméticas .......................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Formulações cosméticas e a interação com a pele ............................................................................ 11
2 Permeação de ativos cosméticos por meio da pele ...........................................................................15
3 Componentes de uma formulação cosmética.................................................................................... 20
4 Formas farmacêuticas das formulações cosméticas .......................................................................... 23
5 Riscos associados ao uso de cosméticos ............................................................................................ 26
6 Legislação brasileira aplicada a cosmetologia .................................................................................... 31
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................38
UNIDADE 2 - Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas e cálculos básicos 
aplicados à cosmetologia ..............................................................................................................39
Introdução.............................................................................................................................................40
1 Matérias-primas empregadas na formulação de produtos cosméticos .............................................41
2 Matérias-primas primárias e a ação sobre os tecidos humanos ........................................................42
3 Matérias-primas secundárias e a ação sobre a pele ..........................................................................51
4 Cálculos básicos de componentes de formulação cosmética ............................................................53
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................63
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................64
UNIDADE 3 - Cosméticos de limpeza, hidratação e massagem .......................................................67
Introdução.............................................................................................................................................68
1 Cosméticos de limpeza ....................................................................................................................... 69
2 Hidratação ..........................................................................................................................................72
3 Massagem ..........................................................................................................................................78
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................84
UNIDADE 4 - Cosméticos epilatórios, depilatórios e pós-depilação/epilação, cosméticos clareadores 
e despigmentantes e cosméticos para a região dos olhos ..............................................................87
Introdução.............................................................................................................................................88
1 Cosméticos epilatórios, depilatórios e pós-depilação/epilação .........................................................89
2 Cosméticos clareadores e despigmentantes ...................................................................................... 92
3 Cosméticos para região dos olhos ...................................................................................................... 99
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................104
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................105
Este livro é destinado aos estudantes e futuros profissionais da área da estética. 
Com conteúdo didático e completo para aprender o que é necessário para estudar 
formulações em cosmetologia, que visa preservar a saúde e a beleza da pele e dos 
cabelos, a obra trata 
 Na primeira unidade, você entrará em contato com as formulações cosméticas, 
compreendendo como os produtos cosméticos interagem com a pele, como eles permeiam 
através dela e quais os compostos básicos presentes nas formulações. Assim como, serão 
descritas aqui as formas de apresentação dos produtos cosméticos e as características de 
cada uma delas. Ao final desta unidade, serão discutidos os riscos relacionados ao uso 
de produtos cosméticos, assim como as legislações vigentes, elaboradas pela Anvisa - 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que regulamentam o mercado de cosméticos no 
Brasil, desde a produção desses produtos até a comercialização e uso. 
Na sequência, aprofundaremos o assunto introduzindo os temas relacionados àsmatérias-primas utilizadas nas formulações cosméticas e também os cálculos básicos 
aplicados à cosmetologia.Nesta segunda unidade, apresentaremos inicialmente as 
principais matérias-primas empregadas na formulação de produtos cosméticos, incluindo 
matérias-primas primárias e secundárias e trataremos também da ação que cada 
uma delas tem sobre os tecidos humanos. Os princípios básicos de cálculos utilizados 
em cosmetologia para determinar concentração e diluição de produtos cosméticos, 
compreendendo sua aplicação na prática diária serão abordados também nesta unidade. 
Na terceira unidade, vamos abordar os cosméticos de limpeza, hidratação e 
massagem. Você aprenderá sobre as formas de limpar a pele e os tipos de produtos 
utilizados, como sabonetes, leites e soluções. A hidratação fisiológica da pele e as 
formulações hidratantes serão assuntos tratados aqui, além disso, discutiremos as 
manifestações clínicas e dos cuidados cosméticos para a pele seca. Serão abordados os 
tipos de massagem, os requisitos exigidos para fabricação de produtos de massagem e 
os tipos de cosméticos e apresentações usados para essa finalidade.
 Por fim, trataremos dos cosméticos epilatórios, depilatórios e pós-depilação/
epilação, cosméticos clareadores e despigmentantes e cosméticos para a área 
dos olhos.Serão apresentados os métodos e mecanismos de ação dessa classe de 
produto e o tipo de aparato utilizado para essa finalidade. Esclareceremos sobre as 
hipermelanoses cutâneas e os ativos despigmentantes disponíveis no mercado. Os 
cosméticos para cuidados da área dos olhos também serão apresentados neste livro.
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Introdução às formulações cosméticas
Olá,
Você está na unidade Introdução às formulações cosméticas. Nesta unidade, você, 
estudante, irá conhecer as formulações cosméticas, compreendendo como os produtos 
cosméticos interagem com a pele, como eles permeiam por meio dela e quais os compostos 
básicos presentes nas formulações. Serão, também, descritas as formas de apresentação 
dos produtos cosméticos, assim como as características de cada uma delas. Ao final desta 
unidade, serão discutidos os riscos relacionados ao uso de produtos cosméticos, bem 
como as legislações vigentes, elaboradas pela ANVISA – Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária, que regulamentam o mercado de cosméticos no Brasil, desde a produção 
desses produtos até sua comercialização e seu uso.
Bons estudos!
Introdução
11
1 FORMULAÇÕES COSMÉTICAS E A INTERAÇÃO 
COM A PELE
As formulações cosméticas são produtos produzidos de modo a atuarem sobre a pele e as 
mucosas externas. Podem possuir diferentes finalidades, de acordo com o objetivo, que pode ser 
de limpar, de perfumar, de alterar a aparência, de corrigir odores, de tratar, ou ainda, de proteger 
a pele (COSTA,2012).
Tais produtos cosméticos podem ser produzidos pelo uso de substâncias naturais ou sintéticas, 
e se destinam ao uso externo em diversas partes do corpo humano, como, por exemplo, na pele, 
nas unhas, nas mucosas, nos lábios, nos cabelos, dentre outros (COSTA, 2012).
A cosmetologia é a ciência que faz o estudo de diversos fatores importantes como, por 
exemplo, as formulações cosméticas, a escolha das matérias-primas utilizadas, a produção, da 
comercialização, o controle de qualidade, e a segurança dos cosméticos.
Segundo Ribeiro (2010), a cosmetologia é uma área multidisciplinar, que é empregada de 
modo a melhorar as condições dos tecidos, sem, no entanto, ter função curativa, uma vez que 
não é um medicamento. Pode ainda ser empregada de modo a aprimorar quadros de disfunções 
estéticas, amenizando ou prevenindo sinais e sintomas. Por isso, as formulações cosméticas são 
amplamente utilizadas em diversas áreas, incluindo a estética, tanto de maneira isolada quanto 
associada a outras modalidades de tratamento.
No Brasil, a indústria de cosméticos vem apresentando um crescimento importante, com o 
desenvolvimento de produtos cada vez mais efetivos, modernos e seguros. De acordo com a 
Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), a área 
de cosmetologia tem se mostrado promissora no Brasil, dando ao país o título de terceiro maior 
consumidor de produtos e serviços de beleza do mundo (RÓS, 2016).
Considerando esse importante crescimento, é fundamental que o estudante, futuro 
profissional de estética, conheça esses produtos cosméticos e saiba como utilizá-los de modo a 
proporcionar tratamentos estéticas cada vez mais modernos e efetivos.
FIQUE DE OLHO
Os primeiros cosméticos desenvolvidos ao longo da história foram produzidos pelos 
egípcios, que desenvolveram produtos cosméticos com o uso associado de mel, ceras 
vegetais, óleos vegetais, óleos essenciais, ervas e sais para criar produtos com finalidade 
estética. Posteriormente, os gregos e os romanos também desenvolveram outros produtos 
cosméticos (RIBEIRO, 2010).
12
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Interação de formulações cosméticas com a pele
Esses produtos cosméticos, a fim de gerarem os efeitos desejados, precisam atuar sobre 
estruturas específicas da pele, gerando modificações químicas, físicas ou biológicas e, dessa 
forma, proporcionando os efeitos esperados do cosmético.
A pele humana é o maior órgão do corpo humano. Ela recobre toda a superfície externa 
do corpo e constitui 16% do peso corporal de um indivíduo. Dentre as principais funções 
desempenhadas pela pele, pode-se mencionar a proteção contra radiação solar e lesões externas, 
as sínteses de vitaminas, a absorção e a eliminação de substâncias químicas, além das funções 
sensoriais e de controle de temperatura (RIBEIRO, 2010).
Histologicamente, a pele humana é constituída por inúmeras células, organizadas em 
camadas e que conferem a ela a capacidade de proteção. Há duas camadas muito importantes 
para a configuração da pele: a derme e a epiderme. Abaixo dessas duas camadas, há ainda a 
camada chamada de hipoderme.
A figura, a seguir, mostra uma representação esquemática da estrutura da pele humana.
Figura 1 - Representação esquemática da pele 
Fonte: Shutterstock.
13
#PraCegoVer: Representação esquemática da pele. Nela, é possível visualizar a disposição das 
camadas da hipoderme e da derme, além das cinco camadas que formam a epiderme.
A hipoderme, localizada abaixo da pele humana, é uma camada formada por células adipócitos. 
Essa camada recebe também o nome tecido subcutâneo, adiposo ou tecido hipodérmico. Para 
alguns autores, a hipoderme também faz parte da pele. Tal camada, localizada imediatamente 
abaixo da derme, permite o contorno das superfícies corporais, ao mesmo tempo que funciona 
como reservatório energético e de proteção contra danos físicos, servindo também de suporte à 
derme e à epiderme (FRANGIE et al, 2016).
A derme é a camada mais profunda da pele, localizada abaixo da epiderme e acima da hipoderme. 
É uma camada considerada, segundo Ribeiro (2010), como sendo extremamente resistente e elástica, 
e, por isso, essa camada está relacionada à função de nutrição dos tecidos, de proteção contra 
agressões mecânicas. É nessa camada que ficam alojadas estruturas importantes como apêndices, 
glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, vasos sanguíneos, linfáticos, dentre outras estruturas.
A parte mais superficial da derme é chamada de derme papilar, encontrada em contato 
direito com a epiderme. Ela possui, em sua estrutura, uma quantidade importante de fibras de 
proteínas, como, por exemplo, o colágeno e a elastina, assim como a matriz extracelular, que 
garante a configuração dessa camada.
Além disso, é nela que se encontram importantes células como os melanócitos, por exemplo, isto 
é, células responsáveis pela síntese de melanina, substancia que dá cor à pele humana. A parte mais 
profunda da derme é chamada de derme reticular e se encontra em contato com a hipoderme. As 
células mais importantes da camada da pele chamada de derme são os fibroblastos, que são as células 
responsáveis pela síntese defibras de colágeno e de elastina, que garantem elasticidade e resistência 
a esse órgão. Ademais, a maior parte dos vasos sanguíneos e linfáticos fica localizada nessa camada, 
o que garante à pele o fornecimento adequado de oxigênio e de nutrientes (FRANGIE et al, 2016).
Logo acima da derme, há a camada chamada de epiderme. Tal camada, que fica em contato 
direto com o meio externo, é formada por outras 5 subcamadas denominadas de: camada basal, 
espinhosa, granulosa, lúcida e córnea, dispostas de mais profunda para mais superficial (TORTORA, 
2017). Em cada uma dessas camadas, as células apresentam características específicas, todavia, 
em geral, de maneira conjunta, atuam de modo a garantir todas as funções da pele.
Dentre as camadas da epiderme, a camada córnea possui uma importância muito grande. 
Essa camada é também chamada de estrato córneo e, por ser a parte mais externa da epiderme, 
permanece em contato direto com o ambiente (FRANGIE et al, 2016).
1.2 Barreira estabelecida pela pele para a permeação de cosméticos
A ação de diferentes tipos celulares dispostos em diferentes camadas, permite que a pele 
14
desempenhe todas as suas funções. Mais especificamente, a função de proteção desempenhada 
por meio da pele permite que o corpo evite lesões causadas pela invasão de microrganismo e 
evite danos ocasionados por penetração de substâncias químicas.
Isso ocorre devido à camada mais externa da epiderme ser muito resistente à água e possuir 
uma camada hidro lipídica em sua estrutura. Essa camada, formada por água e lipídeos, permite 
que apenas algumas substâncias químicas consigam penetrar na pele, evitando danos teciduais.
Vale ressaltar que as células presentes na epiderme são constantemente renovadas ao longo 
dos dias, pois novas células são produzidas na camada mais profunda da epiderme, ou seja, na 
camada basal. E com o passar dos dias, essas células vão sendo direcionadas à superfície da pele, 
proporcionando uma renovação constante das células, que recebem o nome de corneócitos.
Os corneócitos existentes nessa última camada da epiderme, na camada córnea, em geral, 
são células mortas, compostas principalmente por proteínas, ácido graxos e colesterol, unidos 
entre si. Sua disposição permite que sua estrutura se assemelhe a vários tijolos dispostos lado a 
lado e fortemente unidos.
A figura, a seguir, mostra a estrutura da pele.
Figura 2 - Representação esquemática da estrutura da epiderme em forma de tijolos 
fortemente unidos, o que garante a resistência dessa camada celular 
Fonte: Shutterstock.
#PraCegoVer: Representação esquemática da estrutura da epiderme em forma de tijolos 
fortemente unidos, o que garante a resistência dessa camada celular. O cosmético aplicado para 
atingir as camadas mais profundas precisa ultrapassar essa camada. 
Além disso, essas células são revestidas por uma fina camada, chamada de manto hidrolipidico, 
que é formada por uma quantidade de sebo eliminado pelas glândulas sebáceas, associado a 
bactérias e células mortas, o que permite uma barreira adicional à penetração de substâncias 
químicas (SOARES et al 2015).
15
A figura, a seguir, mostra a membrana celular das células da camada córnea.
Figura 3 - Representação esquemática da barreira existentes para permeação de cosméticos na pele 
Fonte: Shutterstock.
#PraCegoVer: Representação esquemática da barreira existentes para permeação de 
cosméticos na pele. Ela demonstra a camada hidro lipídica, que serve de barreira a penetração 
de substâncias. 
A camada hidrolipídica, presente nas células da camada córnea, permite que a pele seja 
considerada uma barreira química e física muito eficaz, controlando a entrada e a saída de 
substâncias por ela. Contudo, essa camada não garante uma barreira total, uma vez que ela é 
semipermeável e, portanto, algumas substâncias são capazes de penetrar na camada córnea e 
atingir camadas mais profundas (SILVA, 2018).
Na prática, essa barreira imposta pela camada córnea tem uma relação direta com a cosmetologia. 
A pele, por meio de sua camada mais externa da epiderme, a camada córnea, é considerada uma 
resistência à penetração de cosméticos aplicados topicamente à pele, uma vez que essa camada 
seleciona e impede parcialmente que substâncias químicas atinjam as camadas mais profundas.
Contudo, como a barreira imposta pela camada córnea é semipermeável, é possível que 
alguns produtos cosméticos, quando aplicados à pele topicamente, possam penetrar na camada 
córnea e serem absorvidos por camadas mais profundas. Entretanto, para que isso seja possível, é 
necessário que os produtos cosméticos sejam formulados de modo a vencer esse obstáculo físico 
e químico imposto pela camada córnea.
Quando vencidos esses obstáculos, as formulações cosméticas podem atingir camadas mais 
profundas da pele, promovendo os efeitos terapêuticos desejados com o uso do produto cosmético.
2 PERMEAÇÃO DE ATIVOS COSMÉTICOS POR MEIO 
DA PELE
Como a camada córnea da epiderme é semipermeável, algumas substâncias, quando aplicadas 
topicamente à pele, são facilmente absorvidas, enquanto outras encontram dificuldades ou não 
conseguem penetrar através dessa barreira.
16
De acordo com as características das substâncias presentes nos cosméticos, elas podem 
penetrar em diferentes intensidades na pele e por diferentes mecanismos de permeação.
A permeação de formulações cosméticas por meio da pele, ainda pode ser influenciada por 
uma série de fatores que envolvem as características da pele do paciente e também do produto 
cosmético utilizado.
Vale ressaltar que dependendo da finalidade de uso, cada produto cosmético atuará em uma 
camada especifica da pele, existindo cosméticos destinados à epiderme, à derme, à hipoderme 
ou ao tecido muscular que se encontra logo abaixo da hipoderme.
2.1 Tipos de substâncias e a relação com a permeação cutânea
As substâncias presentes em formulações cosméticas, ao entrarem em contato com as células 
da camada córnea, são reconhecidas por essas células. Algumas delas terão características que 
possibilitarão que passem facilmente por essa barreira imposta pela pele, enquanto outras 
substâncias podem ter dificuldades ou, até mesmo, impossibilidade de permearem as demais 
camadas mais profundas da pele.
As substâncias denominadas permeáveis conseguem ultrapassar essa camada muito 
facilmente. Segundo Kede e Sabotovick (2009), produtos como a água, o etanol, assim como 
as moléculas hidro e lipossolúveis de baixo peso molecular são exemplos de substâncias muito 
permeáveis. Na prática da cosmetologia, o ácido glicólico, muito utilizado em tratamentos faciais, 
é um exemplo de substância permeável.
Em contrapartida, algumas moléculas maiores de proteínas, eletrólitos ou hidrofílicas, que 
possuam peso molecular mais elevado, dificilmente conseguem atravessar a barreira cutânea. 
Exemplos dessas substâncias impermeáveis, são moléculas de colágeno e de elastina.
Figura 4 - Representação das diferentes permeabilidades de substancias conforme o peso molecular 
Fonte: Shutterstock.
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#PraCegoVer: Representação das diferentes permeabilidades de substancias conforme o peso 
molecular. Como visualizado na figura, as moléculas de maior peso molecular possuem maior dificuldade 
em penetrar na pele, enquanto as moléculas de baixo peso molecular conseguem penetrar mais facilmente. 
Além dessas situações, em certos casos, algumas substâncias podem passar por essa barreira 
com o auxílio de algumas moléculas especificas. Isso acontece, por exemplo, nos casos de algumas 
vitaminas ou de alguns hormônios, que sozinhos não conseguiriam penetrar a camada córnea. 
Todavia, quando eles estão presentes em uma formulação de maneira associada a algumas 
proteínas carreadoras, são levados para as camadas mais profundas da pele.
Nesses casos, as substâncias são denominadas semipermeáveis, porque somente conseguirão 
romper a barreira com o auxílio dessa molécula carreadora. Essas substâncias permeáveis, 
semipermeáveis ou não permeáveis estão presentescomumente em produtos cosméticos utilizados.
2.2 Principais rotas de permeação cutânea
De acordo com os caminhos que as substâncias percorrem normalmente para atingir as 
camadas mais profundas da pele, são apresentadas diferentes rotas de permeação cutânea: as 
rotas intercelulares, transcelulares, transglandulares ou transfoliculares.
Tais rotas são, na verdade, caminhos pelos quais os cosméticos precisam passar para atingir 
os tecidos-alvos do tratamento. Essas rotas podem ser visualizadas na figura a seguir.
Figura 5 - Rotas de permeação cutânea 
Fonte: Adaptada de dctech.
#PraCegoVer: A figura mostra as principais rotas encontradas pelos produtos cosméticos 
para atingirem as camadas mais profundas da pele.
A permeação chamada de intercelular acontece quando o produto cosmético chega aos 
tecidos mais profundos por meio de pequenos espaços existentes entre as células queratinócitos, 
também chamados de espaço intercelular. A rota transcelular permite que o produto cosmético 
penetre as camadas mais profundas pela permeação por dentro da estrutura celular, também 
chamada de permeação intracelular.
18
A figura, a seguir, mostra o exemplo de um produto cosmético aplicado com a finalidade de clarear a pele.
Figura 6 - Rota de permeação cutânea transcelular 
Fonte: Shutterstock.
#PraCegoVer: A figura mostra como acontece a permeação de produtos cosméticos pela via 
transcelular, por meio da qual o produto consegue penetrar a pele via intracelular e causar o 
clareamento do tecido.
A permeação pela rota transglandular acontece quando a formulação cosmética permeia 
na pele por meio de estruturas glandulares existentes na pele. A permeação de substâncias pela 
da rota transfolicular acontece pelo folículo piloso, ou seja, ao aplicar topicamente um produto 
cosmético que atua por essa rota, esse produto irá atingir o folículo piloso e penetrar a pele por ele.
Cada produto cosmético, dependendo de sua composição, de seu mecanismo de ação e de 
suas substâncias utilizadas na formulação, permeará na camada córnea por uma dessas vias de 
permeação e poderá atingir o tecido desejado, sejam as camadas mais profundas da epiderme, 
da derme ou, até mesmo, da hipoderme.
2.3 Fatores que influenciam a permeação cutânea
A aplicação de uma formulação cosmética tem por objetivo atuar exatamente no tecido 
alvo, e, para isso, precisa alcançá-lo por meio das diferentes rotas de permeação. Algumas 
características das formulações cosméticas, como o tipo de substâncias utilizadas na formulação 
e algumas características da pele humana podem facilitar ou dificultar essa permeação.
Em relação as características da pele, fatores como a hidratação, a espessura e a integridade do 
tecido estão diretamente relacionadas às taxas maiores ou menores de permeação cutânea. Peles 
com taxas de hidratação dentro do normal se encontram mais flexíveis e elásticas, o que permite 
melhor absorção das formulações cosméticas, quando comparadas a peles menos hidratadas.
Segundo Kede e Sabotovick (2009), peles de maior espessura, com a camada córnea maior 
representam uma barreira adicional a permeação de ativos, enquanto peles com a camada 
19
córnea menos espessa absorvem mais facilmente os produtos cosméticos aplicados sobre ela. 
Peles excessivamente oleosas costumam possuir uma camada córnea mais espessa o que limita 
a permeação dos cosméticos.
Em relação à integridade da pele, uma pele não integra, com presença de alguma lesão, 
como, por exemplo, corte, têm sua barreira de proteção rompida e, portanto, aumenta as taxas 
de permeação cutânea.
Quanto à formulação cosmética, a presença de algumas substâncias no produto pode auxiliar 
ou dificultar que o cosmético consiga permear a camada córnea e atingir os tecidos desejados. 
A presença de alguns produtos, a natureza deles, a concentração das substâncias e o meio de 
permeação vão definir, por exemplo, a velocidade de permeação do cosmético.
Como o objetivo é, sobretudo, aumentar a permeação, na área da cosmetologia, podem 
ser utilizados produtos específicos que aumentam as taxas de permeação desses produtos 
cosméticos, chamados de promotores de permeação químicos.
O uso desses promotores de permeação permite uma penetração eficiente do cosmético pela 
camada córnea, por meio do uso de substâncias químicas especificas que fornecem uma força motriz 
extra para que o produto consiga atravessar a barreira imposta pela camada córnea (SOARES et al, 2015).
No geral, esses promotores permitem uma redução temporária e reversível das propriedades 
de barreira impostas pela camada córnea e, consequente, asseguram um aumento da 
permeabilidade celular, facilitando a entrada do produto cosmético.
Quanto ao mecanismo de ação dos promotores de permeação químicos, eles podem atuar 
de diferentes maneiras para promover o aumento da permeação. Segundo Soares (2015), os 
promotores podem atuar sobre a estrutura da epiderme, reduzindo as concentrações de lipídeos e 
de oleosidade local; podem atuar sobre os corneócitos, hidratando-os ou removendo parte dessas 
células de forma a tornar a camada córnea mais fina, ou podem gerar alterações de temperatura 
local, elevando a temperatura tecidual e facilitando a entrada de algumas substâncias.
Além do uso de promotores de permeação químicos, há uma série de promotores físicos de 
permeação à disposição. Na área da estética, algumas técnicas terapêuticas possibilitam um aumento 
da permeação de cosméticos por alterações físicas promovidas na pele. Há exemplos de tratamentos 
como a iontoforese, a microdermoabrasão, a ablação por radiofrequência e o microagulhamento. 
Em geral, esses tratamentos geram algumas mudanças na estrutura da barreira cutânea e, com isso, 
permitem uma melhor absorção dos cosméticos aplicados posteriormente (SOARES et al, 2015).
Atualmente, a indústria de cosméticos conta com uma série de tecnologias que proporcionam 
a melhoria da permeação dos ativos na pele, por meio de características especificas apresentadas 
pelas formulações cosméticas. Um exemplo dessa tecnologia é o uso da nanotecnologia como 
método de aumentar a permeação cutânea das formulações cosméticas.
20
Nanotecnologia como método de aumentar a permeação cutânea das formulações cosméticas.
Conhecer os fatores que estão relacionados à melhoria da permeação de ativos cosméticos 
na pele permite que o profissional de estética possa utilizá-los a fim de aumentar a permeação 
dos ativos e, com isso, tornar o tratamento mais efetivo.
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3 COMPONENTES DE UMA FORMULAÇÃO 
COSMÉTICA
As formulações cosméticas são formadas pela junção de sustâncias especificas. Normalmente, 
as formulações cosméticas são compostas por substâncias chamadas de princípios ativos, por 
substâncias excipientes e veículos e, bem como adjuvantes, que juntas, dão origem ao produto 
cosmético (FRANGIE et al, 2016).
Conhecer tais componentes presentes nas formulações cosméticas e quais as funções 
desempenhadas por eles é essencial para o entendimento dos produtos cosméticos.
3.1 Princípios ativos
Os princípios ativos presentes em produtos cosméticos são também chamados de ativos 
cosméticos, e são, na verdade, matérias-primas que garantem ao cosmético uma ação específica 
ao atingirem o tecido desejado (FRANGIE et al, 2016).
Cada princípio ativo possui, desse modo, uma função, que pode ser antienvelhecimento, 
antiacne, clareador, dentre outras. A figura, a seguir, mostra alguns exemplos de princípios ativos 
utilizados na estética.
21
Figura 7 - Exemplos de princípios ativos 
Fonte: Shutterstock.
#PraCegoVer: A figura mostra exemplos de alguns princípios ativos comumente utilizados em 
produtos cosméticos utilizados em estética. 
A cafeína é um ativo cosmético empregado para melhoria da circulação local, o ácido 
hialurônico é utilizado como um potente hidratante tecidual, assim como o pantenol, o ácido 
lático é encontrado em cosméticos com finalidades umectantes, o ácido salicílico é um princípio 
ativo comumenteutilizado em tratamentos de acne, e a vitamina E pode ser um princípio ativo 
empregado de forma a reduzir os sinais de envelhecimento facial.
Um mesmo cosmético pode atuar por meio da ação de mais de um princípio ativo. Contudo, 
na prática, normalmente um produto cosmético possui mais de um princípio ativo, destinado à 
mesma função. Por exemplo, um cosmético antiacne pode conter dois ou mais princípios ativos 
antiacne, que atuarão de maneira associada, promovendo efeitos mais efetivos.
3.2 Substâncias excipientes e veículos
As substâncias excipientes têm por função solubilizar e aumentar o volume do conteúdo, de 
modo que o princípio ativo fique dissolvido nessa substância.
Segundo Frangie (2016), as substâncias excipientes são utilizadas para garantir uma maior 
homogeneidade ao cosmético e são formuladas a partir de matérias-primas sólidas, como, por 
exemplo, o talco e o amido.
Enquanto os veículos possuem função de aumentar a forma e o volume do produto, nesse 
caso, são utilizadas matérias-primas líquidas, como a glicerina e a água (FRANGIE et al, 2016).
Juntos, as substâncias excipientes e os veículos garantem um produto cosmético mais 
homogêneo, que facilita o uso, uma vez que o princípio ativo fica dissolvido nessas substâncias.
3.3 Substâncias adjuvantes
Em geral, pode-se dizer que as substâncias adjuvantes presentes em cosméticos possuem 
a função de modificar ou de corrigir algumas características químicas ou físicas do produto 
22
cosmético, de maneira que elas fiquem estáveis (FRANGIE et al, 2016).
Dentre as substâncias adjuvantes com a finalidade de modificação, pode-se citar: os 
tensoativos, os espessantes e as matérias graxas.
• Tensoativos
Os tensoativos são substâncias adicionadas aos cosméticos com o objetivo de reduzir a tensão 
superficial dos líquidos, porque possuem capacidade hidrofílica. Essa capacidade permite que tais 
substâncias tenham afinidade tanto com água quanto com óleo de maneira associada.
De acordo com a carga que possuem, os tensoativos podem ser classificados em: aniônicos, 
catiônicos, não iônicos, anfóteros ou ainda, naturais. De acordo com Frangie (2016), os tensoativos 
aniônicos possuem carga negativa e desempenham funções relacionadas à solubilização, ao 
emulsionante e ao antimicrobiano. Os tensoativos catiônicos possuem caga positiva e são inclusos 
em produtos cosméticos com finalidade condicionante, hidratante e antimicrobiana.
Os tensoativos não iônicos possuem uma carga neutra e, por isso, possuem ação tensoativa 
mais suave, aliada à função emulsionante. Os tensoativos anfóteros possuem carga que varia 
conforme o Ph do produto cosmético, portanto, têm ação solubilizante e emulsionante, e, por 
fim, os tensoativos naturais, que podem possuir diferentes cargas, uma vez que produzem efeito 
tensoativo variável.
Os tensoativos, no geral, são empregados em cosméticos com a finalidade de gerar espuma 
e auxiliar na limpeza, por isso, estão presentes em produtos cosméticos destinados à limpeza, 
como sabonetes e xampus, por exemplo.
• Espessantes
Os espessantes são substâncias presentes em cosméticos que possuem a capacidade de atrair 
água e, desse modo, possibilitam o intumescimento do produto (FRANGIE et al, 2016).
Ao aumentar o intumescimento, aumenta-se a viscosidade do produto, tornando-o mais 
estável, ao mesmo tempo que ele atua melhorando os aspectos sensoriais e táteis promovidos 
pela aplicação do produto.
• Matérias graxas
As matérias graxas são substâncias presentes nos cosméticos que possuem uma estrutura 
oleosa e uma estrutura aquosa. Essas matérias graxas possibilitam melhorar a estabilidade do 
produto, a ação emulsionante e contribui para o aprimoramento da percepção sensorial do 
produto (FRANGIE et al, 2016).
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Dentre as substâncias adjuvantes com finalidade de correção do produto cosmético, pode-se 
mencionar: os corantes, conservantes e as fragrâncias.
• Corantes
Os corantes estão presentes em produtos cosméticos quando o objetivo é possibilitar, modificar 
ou intensificar a cor que o produto se apresenta (FRANGIE , 2016). Podem estar presentes em 
diferentes produtos e em diferentes concentrações, de acordo com a finalidade de uso.
• Conservantes
Os conservantes são substâncias adicionadas aos cosméticos com o objetivo de melhorar a 
capacidade de conservação e, com isso, prevenir a deterioração do produto por um tempo maior 
(FRANGIE et al, 2016).
Dentre os conservantes utilizados, eles podem possuir diferentes mecanismos de ação. Exemplos 
de conservantes são os agentes reguladores de Ph que atuam de modo a evitar a proliferação 
bacteriana; os agentes antioxidantes que atuam evitando a oxidação da formulação; e os foto 
protetores, que atuam reduzindo os efeitos da radiação solar sobre a conservação do produto.
• Fragrâncias
As fragrâncias são utilizadas com a finalidade de mascarar ou de neutralizar odores presentes no 
produto cosmético (FRANGIE et al, 2016). Dentre as opções de fragrâncias disponíveis atualmente 
nos cosméticos, destacam-se os óleos essenciais, vegetais, essenciais artificiais ou animais.
Vale ressaltar que em alguns casos a fragrância pode ser também, além de uma substância 
adjuvante, um princípio ativo do cosmético, como nos casos dos perfumes (FRANGIE et al, 2016).
Esses compostos são encontrados nos produtos cosméticos disponíveis no mercado. 
Atualmente, uma nova classe de formulações cosméticas também vem sendo encontrada no 
mercado e se tratam dos cosmecêuticos. Você já ouviu falar deles?
4 FORMAS FARMACÊUTICAS DAS FORMULAÇÕES 
COSMÉTICAS
Segundo Costa (2012), as formas farmacêuticas são consideradas o estado final de 
apresentação dos cosméticos, após o término da formulação. Para isso, podem possuir diferentes 
formas a fim de facilitar a manipulação e de obter o efeito terapêutico desejado, por meio de 
formas que tenham características adequadas ao uso do cosmético.
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Essas formas farmacêuticas podem ser classificadas em sólidas, semissólidas ou liquidas, de 
acordo com o estado final do produto.
4.1 Formas sólidas
Nas fórmulas sólidas, encontram-se cosméticos em pó, em barra e em sticks.
Os pós são formulações cujas substâncias se encontram no formato solido, mas com 
partículas pequenas que são mantidas secas, com pouca umidade. Exemplos de pós utilizados 
em cosméticos são o pó facial utilizado em maquiagem e os talcos. Os cosméticos em barra se 
encontram num formato sólido, de tamanhos variados. Um exemplo é o sabonete em barra.
Os sticks, também chamados de bastões, são apresentações cosméticas semelhantes a barras, 
mas formuladas em tamanhos e em formatos específicos de acordo com o local de uso. Possuem 
em sua composição ceras e agentes oleosos, que garantem uma maior dureza ao produto, ao 
mesmo tempo em que garantem uma maleabilidade para não quebrarem facilmente durante o 
uso (RIBEIRO, 2010). Alguns batons e protetores labiais são encontrados na forma sólida de sticks.
A figura, a seguir, mostra exemplos de formas de apresentação sólidas de cosméticos.
Figura 8 - Exemplos de formas cosméticas sólidas 
Fonte: Shutterstock.
#PraCegoVer: Na figura, é possível visualizar um cosmético na forma de bastão, e, na 
sequência, um cosmético na forma de barra e, por último, um cosmético na forma em pó. 
4.2 Formas semissólidas
Pomadas, creme e gel são exemplos de formas de apresentação de cosméticos semissólidas.
As pomadas são formulações semissólidas gordurosas, com base de hidrocarbonetos, ceras 
ou polióis. Isso possibilita que tenham característica solida, todavia, ao mesmo tempo, pela 
adição de componentes oleosos, permanecem com forma semissólida. São mais oleosas que os 
cremes, uma vez que possuem menor quantidade de água em sua formulação.
Segundo Costa (2012), as pomadas, por possuírem pouca água em sua formulação, 
apresentam poucos problemas de estabilidade e de contaminação microbiana. No entanto, 
25
em relação aos atributos sensoriais, os cremes são mais bem aceitos pelos consumidores. Um 
exemplo de pomadasaplicada aos cosméticos, são as pomadas labiais.
Em virtude de serem mais dificilmente espalhadas pela pele, as pomadas estão indicadas para 
cosméticos destinados ao tratamento de pequenas áreas da pele e, por possuírem capacidade 
oclusiva na pele, são formulações indicada para peles mais secas (FERREIRA, 2011).
Os cremes são formas cosméticas muito comuns e se caracterizam por possuírem um ou mais 
ativos dissolvidos em uma base específica que garante a consistência. Dependendo da consistência 
dos cremes, eles podem ser chamados de sérum ou de loção cremosa. São consideradas formas 
emulsionadas muito utilizadas em cosméticos, em virtude de sua grande aceitabilidade pelo 
consumidor e pela facilidade de conter inúmeros princípios ativos (COSTA, 212).
Os cremes são formas cosméticas emulsionadas, muito utilizadas em produtos cosméticos 
e cosmecêuticos. Além disso, eles possuem diversas outras finalidades, devido à grande 
aceitabilidade pelo consumidor e à facilidade de veicular diferentes substâncias ativas.
Os géis possuem em sua estrutura um agente gelificante que garante consistência e firmeza ao 
produto cosmético. São predominantes compostos por água e por agente gelificante associados, 
sendo que dependendo da concentração do agente gelificante, as formulações em gel podem 
possuir diferentes consistências. São formas muito utilizadas nos cosméticos, pois permitem a 
veiculação de várias substâncias para cuidados com a pele (COSTA, 2012).
A figura, a seguir, mostra exemplos dessas três formas de apresentação de cosméticos 
semissólidas.
Figura 9 - Formas cosméticas semissólidas: creme, gel e pomada 
Fonte: Shutterstock.
#PraCegoVer: A figura mostra exemplos de três formas cosméticas utilizadas em produtos 
cosméticos, os cremes, os géis e as pomadas. 
Conhecer as principais apresentações cosméticas das formulações semissólidas permite que 
o profissional de estética indique corretamente a melhor forma a seu cliente e possibilita que faça 
a utilização das formas mais adequadas nos tratamentos estéticos realizados.
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4.3 Formas Líquidas 
Dentre as formas de apresentação de cosméticos líquidos, destacam-se: a espuma, a emulsão, 
a solução, os esmaltes e os xampus.
As espumas são apresentações que se caracterizam por um grande volume de gás que se 
encontra disperso numa substância liquida, e que, pela ação de um agente propelente, tem a 
capacidade de gerar a produção de uma espuma.
As formulações em espuma são utilizadas normalmente em cosméticos para limpeza facial, 
corporal ou ainda, em xampus. As emulsões são compostas por componentes aquosos e oleosos, 
associados a um emulsionante, de modo que esses componentes se misturem de maneira homogênea.
De acordo com a viscosidade das emulsões, elas podem ser chamadas de cremes, quando 
possuem maior viscosidade, ou de loção, quando possuem menor viscosidade (COSTA, 2012).
As formas de apresentação de cosméticos em solução consistem em cosméticos líquidos, com boa 
homogeneidade e de aspecto límpido, tendo como base solventes específicos, sendo que, de acordo 
com o solvente utilizado, as soluções podem ser alcoólicas, glicéricas, hidro alcoólicas ou aquosas.
Esmaltes são também considerados formas de apresentação de cosméticos líquidos.Tratam-
se de formulações liquidas que são aplicadas sobre as unhas, criando uma espécie de película 
sobre elas. Os xampus também são formas liquidas de cosméticos, nesse caso, destinados ao 
tratamento de cabelos.
A formulação em xampu é feita com o uso de tensoativos que garante a função principal de 
higienizar os cabelos, mas pode ser utilizado também para veicular princípios ativos destinados 
ao tratamento do couro cabeludo.
Segundo Costa (2012), são formas cosméticas utilizadas para tratamento de afecções capilares 
como queda e casos de seborreia, por exemplo.
Além dessas formas de apresentação, podem ainda ser encontrados cosméticos em aerossol. 
Tais produtos possuem uma formulação embalada sob pressão específica, que inclui gás propelente 
e outras substâncias liberadas após a ativação de um sistema de válvulas (COSTA, 2012).
Atualmente, as formas em aerossóis estão sendo utilizadas em produtos cosméticos 
antitranspirantes e em protetores solares.
5 RISCOS ASSOCIADOS AO USO DE COSMÉTICOS
As formulações cosméticas são utilizadas para limpar, perfumar, alterar a aparência, 
proteger ou corrigir odores da pele. Contudo, como agem diretamente com a pele, uma vez que 
atuam sobre o tecido cutâneo, interferindo e modificando a fisiologia e a química local, essas 
formulações podem interagir de maneira benéfica, ou em alguns casos, de maneira nociva nos 
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tecidos (CHORRILI, SCARPA, CORREA, 2007).
Nesses casos, após o uso da formulação cosmética, o cliente pode apresentar algum tipo 
de reação adversa. Essas reações ao uso de produtos cosméticos variam desde reações muito 
simples, como coceira na pele, eritema, mas podem evoluir para reações mais agressivas como 
formação de bolhas e queimaduras (CHORRILI, SCARPA, CORREA, 2007).
5.1 Reações adversas ao uso de formulações cosméticas
Em geral, ao se utilizar formulações cosméticas é importante que o profissional esteja atento, 
sobretudo, à segurança no uso dessas formulações.
Apesar de não ser desejável, há a possibilidade do surgimento de reações adversas ao uso 
de produtos cosméticos. Essas reações podem ser de diferentes intensidades e gravidades, de 
acordo com a natureza do produto e o tempo de exposição.
Chorrili, Scarpa e Correa (2007), comentam que essas reações adversas ao uso de produtos 
cosméticos podem ser classificadas em: reações irritativas, reações alérgicas, dermatites por 
fotossensibilização e reações à nível sistêmico.
As reações irritativas, que surgem na pele após o uso de alguma formulação cosmética, podem 
surgir imediatamente depois do uso ou ainda podem surgir mediante efeitos cumulativos nos 
tecidos. Essas lesões se caracterizam por dermatite causada devido a uma intolerância associada ao 
desconforto, como, por exemplo, a dor, a coceira, a ardência e se restringe à área em que teve contato 
direto com o cosmético, além disso, podem também ser chamadas de dermatite de contato irritativa.
As reações alérgicas, assim como as reações irritativas também podem surgir imediatamente 
após o uso ou de maneira cumulativa. Contudo, nesse caso, o sistema imunológico é ativado e, 
por isso, as reações adversas podem surgir em uma área distante do local de contato direto com 
o produto, podendo vir associado à edema, à secreção e à eritema de forma intensa no local, e 
podem ser chamadas de dermatites de contato alérgicas.
Esses quadros de dermatite, seja irritativa ou alérgica, acontecem porque alguma substancia 
presente no cosmético causa algum nível de irritação ou alergia na pele, o que desencadeia um 
processo inflamatório local sendo, por isso, o surgimento de sinais como eritema, edema e dor local.
A inflamação tecidual que acontece no local leva a mudanças no tecido, com aumento da 
circulação local, aumento de infiltrados celulares e, no caso das dermatites alérgicas, há uma 
ativação do sistema imunológico.
O cosmético aplicado à pele possui algum componente em sua formulação que é interpretado 
como agente alérgico. Ao penetrar na pele causa alterações na camada córnea inicialmente, 
e, posteriormente, nas camadas abaixo, causando a redução da hidratação local, a infiltração 
celular, a ativação de células do sistema imunológico e a inflamação a pele.
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Na figura, a seguir, é possível entender o mecanismo de uma dermatite alérgica
Figura 9 - Dermatite de contato alérgica 
Fonte: Shutterstock.
#PraCegoVer: A figura mostra o mecanismo fisiopatológico que ocorre nas dermatites de 
contato alérgicas.
Segundo Frangie (2016), as reações adversas irritativas ou alérgicas são as mais frequentes 
reações adversas ao uso de cosméticos. Isso porque toda substância em maior ou menor grau 
possui a capacidade de provocar algum nível de irritação ou de reação alérgica no organismo.
Geralmente,o principal sinal evidenciado é o quadro de dermatite, que se caracteriza por 
uma inflamação da pele, com formação de eritema local, de edema, assim como de sintomas 
como coceira e formação de bolhas.
A figura, a seguir, mostra um quadro de dermatite de contato alérgica após a exposição a um cosmético.
Figura 10 - Manifestação clínica de dermatite de contato alérgica 
Fonte: Shutterstock.
#PraCegoVer: A figura mostra o os sinais existentes na pele acometida pela dermatite de 
contato alérgica.
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Outra reação adversa que pode acontecer mediante o uso de cosméticos são as reações por 
fotossensibilização, que acontecem quando é feito o uso de algum produto cosmético específico, 
que com posterior exposição solar, pode desencadear um quadro inflamatório local, gerando um 
quadro de dermatite tecidual.
As reações adversas a nível sistêmico acontecem quando determinadas substâncias presentes 
nos produtos cosméticos atingem a circulação sanguínea, seja pela permeação pela pele, pela 
inalação ou por via oral, causando sinais e sintomas sistêmicos, que costumam ser menos 
frequentes, mas de maior gravidade.
Frangie (2016) comenta que estas reações adversas ao uso de cosméticos podem acometer 
tanto ao paciente, após o tratamento com o uso de cosmético, quanto ao profissional de estética, 
que está em contato frequente com diferentes formulações cosméticas em sua rotina diária.
Nos casos de surgimento de reações adversas, é primordial que o profissional oriente o 
paciente a suspender o tratamento. Nesses casos, o produto cosmético não deve ser utilizado até 
que a reação irritativa, alérgica, sistêmica ou de fotossensibilização tenha sido resolvida.
Além disso, é importante evitar o uso de outros produtos cosméticos sobre os locais de lesão 
até a resolução completa do quadro, uma vez que a pele se encontra hipersensibilizada e por 
desencadear um novo processo inflamatório local.
5.2 Prevenção de reações adversas
Algumas medidas podem ser tomadas pelo profissional de estética para reduzir os riscos de 
surgimento de reações adversas, tanto para o paciente quanto para o profissional. A realização 
de teste de contato, previamente à utilização de algum produto cosmético, minimiza os riscos de 
surgimento de reações adversas.
Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (2019), o teste de contato, também chamado de patch 
teste, consiste na aplicação do produto cosmético em alguma área pequena do corpo, como o antebraço 
ou a região posterior da orelha. Após a aplicação, espera-se um período de 48 horas para verificar se há o 
surgimento de algum sinal ou de sintomas que possa indicar uma reação irritativa ou alérgica.
Esse teste permite que uma pequena área do corpo seja exposta ao produto, evitando reações 
irritativas ou alérgicas de maior intensidade ou gravidade. Na ausência de sintomatologia após 
as 48 horas, o produto pode ser aplicado na área desejada com menor risco de causar reação 
adversa. No surgimento de algum sinal, indica-se que o produto não seja utilizado, uma vez que 
pode desencadear quadros de irritação ou alergia.
Outra maneira de prevenir o surgimento de reações adversas é o uso de equipamento de 
proteção individual, chamados de EPIs. Segundo Costa (2015), os EPIs consistem em equipamentos 
30
que auxiliam na prevenção da exposição a riscos inerentes à atividade ocupacional. Na área da 
estética, cita-se como equipamentos de proteção individual o uso de jalecos, de luvas, de óculos, 
de gorros e de máscara, evitando, assim, o contato repetitivo com substancias químicas no 
ambiente de trabalho, como os cosméticos.
Vale ressaltar que alguns produtos cosméticos possuem maiores chances de causar reações 
se entrarem em contato direto com regiões diferentes da de tratamento. Um exemplo disso é o 
uso de cosméticos capilares modificadores, como as colorações por exemplo, que podem causar 
reações adversas na pele do profissional ou do cliente.
Por isso, nesses casos, a pele do paciente deve ser protegida com uso de capa de proteção e 
o profissional deve fazer uso de luvas e de máscara para a correta aplicação, evitando exposição
excessiva a essa formulação cosmética.
No caso de tratamentos faciais com uso de cosméticos, como tratamentos com uso de 
peelings, o profissional deve fazer uso de luvas e de jaleco, bem como proteger o couro cabeludo 
do cliente com uso de gorro, evitando que a formulação cosmética entre em contato com áreas 
indesejadas.
A figura, a seguir, mostra um exemplo do uso de EPIs na aplicação de cosméticos faciais.
Figura 11 - Uso de equipamentos de proteção individual 
Fonte: Shutterstock.
#PraCegoVer: A figura trata do uso de equipamentos de proteção individual, como luvas e gorro 
para evitar o contato com substancias cosméticas que possam causar reações adversas na pele. 
Vale ressaltar que, de acordo com o cosmético utilizado e a área a ser tratada, podem ser 
usados diferentes equipamentos de proteção, segundo as necessidades de proteção do cliente 
e do profissional. Além disso, o mau uso de produtos cosméticos também estão relacionados a 
maiores chances de causarem reações adversas (CHORRILI, SCARPA, CORREA, 2007).
31
Por isso, cabe ao profissional de estética conhecer as formulações utilizadas nos tratamentos, 
assim como orientar adequadamente o cliente quanto ao uso de cosméticos no ambiente 
domiciliar, evitando, dessa forma, o surgimento de reações indesejadas decorrentes do uso 
incorreto de produtos.
6 LEGISLAÇÃO BRASILEIRA APLICADA A 
COSMETOLOGIA
No Brasil, os produtos cosméticos são regulamentados pela Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária – ANVISA, que regulamenta desde a produção até a comercialização dos produtos 
cosméticos utilizados em território nacional.
Essa regulamentação é feita por inúmeras leis, decretos e normas, que garantem, ao máximo, 
que o produto cosmético, que chega até o cliente, seja produzido com materiais permitidos, 
de boa qualidade, com um processo de fabricação adequado e que as empresas fabricantes 
cumpram legalmente suas responsabilidades de produção de um produto cosmético efetivo e, 
sobretudo, seguro.
6.1 Classificação dos produtos pela Anvisa
Para um melhor controle, a Anvisa classifica todos os produtos cosméticos, de higiene e de 
perfumes em dois diferentes graus (ANVISA, 2019). O grau I se refere a produtos que possuem 
características básicas e elementares e, desse modo, não precisam de informações tão detalhadas 
acerca de seu uso e de suas restrições de uso. São exemplos de produtos cosméticos classificados 
como grau I: demaquilantes, pós faciais, xampus, desodorantes colônia, dentre outros.
Enquanto os produtos classificados como grau II possuem indicações especificas de uso e 
de restrições e, portanto, necessitam de mais informações e cuidados referentes ao uso e às 
restrições de uso, que devem estar esclarecidas nos rótulos dos produtos. Alisantes capilares, 
colorações para cabelos, protetores solares, xampus de tratamento, bronzeadores, bem como 
cosméticos destinados a crianças são exemplos de produtos cosméticos classificados pela Anvisa 
como grau II.
No site da Anvisa, o profissional de estética pode consultar a lista de produtos cosméticos 
classificados como grau I e como grau II.
32
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
6.2 Registro de produtos cosméticos
Além de classificar os produtos cosméticos conforme as suas características, a Anvisa é 
responsável pelo registro e pela regulamentação da rotulagem dos produtos comercializados no 
Brasil. Todo o produto cosmético utilizado necessita de um registro junto à Anvisa.
Esse registro garante que o produto foi produzido e está sendo comercializado conforme as 
regulamentações e as leis impostas pela Anvisa, a fim de minimizar a possibilidade de riscos e 
danos ao cliente pela utilização desses produtos.
É de responsabilidade da empresa fabricante atender a todas as regulamentações necessárias 
para possuir o registro do produto fabricado, garantindo a qualidade do produto, a eficácia,a 
segurança e devem comprovar que o produto não oferece riscos à saúde humana.
No Brasil, os cosméticos classificados como grau I não precisam ter registro junto à Anvisa para 
serem comercializados, apenas a agência precisa ser notificada sobre a comercialização do produto.
Contudo, todos os produtos cosméticos de grau II, por possuírem indicações especificas e 
necessitarem de maiores informações para o uso, devem, obrigatoriamente, ser registrados junto 
à Anvisa, por meio de tramites legais.
FIQUE DE OLHO
A consulta da lista completa de produtos cosméticos pode ser feita pelo seguinte link: 
http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-busca?p_p_id=101&p_p_lifecycle=0&p_p_
state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_count=1&_101_
struts_action=/asset_publisher/view_content&_101_assetEntryId=1245628&_101_
type=content&_101_groupId=106351&_101_urlTitle=produtos-descartave-
1&inheritRedirect=true
33
O número de registro do produto cosmético pode ser consultado no site da Anvisa e deve 
estar, por obrigação, descrito na embalagem do produto cosmético.
6.3 Rotulagem dos produtos cosméticos
Além de alguns cosméticos possuírem obrigatoriamente registro junto à Anvisa, a agência 
ainda regulamenta a rotulagem dos produtos cosméticos comercializados no Brasil. Isso permite 
que as principais informações estejam claramente descritas no rotulo do produto cosmético, 
evitando que o cliente seja induzido ao erro ou tenha alguma reação adversa em virtude do mau 
uso do produto (ANVISA, 2015).
A regulamentação da rotulagem dos produtos cosméticos é feita pela resolução da diretoria 
colegiada RDC n. 7 de 10 de fevereiro de 2015. Essa resolução, dentre outras atribuições, 
regulamenta as características obrigatórias da rotulagem de produtos cosméticos.
O rotulo, nesse caso, refere-se à identificação que se encontra impressa no produto, seja 
sobre as embalagens, os invólucros, os envoltórios ou qualquer outro protetor de embalagens 
que possam existir. Dentre as informações que devem constar obrigatoriamente no rotulo do 
produto, destacam-se:
• nome do produto: descrevendo a designação do produto para distingui-lo de outros, 
descrevendo a espécie, qualidade ou natureza;
• marca: informação que identifica um ou vários produtos da mesma empresa ou fabrican-
te e que os distingue de produtos de outras empresas ou fabricantes;
• número de registro e lote: informações que garantem a procedência do produto;
• prazo de validade: tempo máximo em que o produto mantém suas propriedades, quando 
mantido em condições adequadas de armazenamento e utilização;
• conteúdo: descrição de todo o produto que será encontrado na embalagem; 
• pais de origem e fabricante: local de produção do produto e o responsável pela produção;
• modo de uso: descrição detalhada de como utilizar corretamente o produto;
• advertências e restrições de uso: descrição de todos os cuidados e situações que con-
traindiquem o uso do produto;
• ingredientes e composição: descrição qualitativa de todos os componentes da formula-
ção cosmética.
Além dessas, outras informações não obrigatórias podem constar no rotulo de produtos 
cosméticos. Esses dados podem estar descritos na embalagem primária do produto, na 
embalagem secundária, ou ainda, em alguns casos, quando a quantidade de informações for 
34
maior, elas podem estar descritas em um folheto explicativo, que se encontra junto com o 
produto cosmético.
Ademais, algumas informações acerca de cuidados de uso são obrigatórias de acordo com 
o produto cosmético a ser comercializado. A exemplo disso, produtos aerossóis, produtos para 
ondular e alisar cabelos, tinturas e descolorantes capilares, produtos depilatórios e epilatórios, 
produtos antiperspirantes e antitranspirantes são exemplos de produtos que devem possuir 
descrições especificas de cuidados no uso.
No caso de produtos aerossóis, devem constar as seguintes informações no rotulo do produto: 
não pulverizar perto do fogo, não perfurar, nem incinerar, não expor ao sol nem a temperaturas 
superiores a 50º c, proteger os olhos durante a aplicação, bem como manter fora do alcance de 
crianças (ANVISA, 2015).
No caso de produtos para ondular e alisar cabelos, são obrigatórias as seguintes especificações: 
não aplicar se o couro cabeludo estiver irritado ou lesionado e manter fora do alcance das crianças 
(ANVISA, 2015).
Nas tinturas e descolorantes capilares, as seguintes informações são obrigatórias: pode 
causar reação alérgica, fazer a prova de toque, não usar nos cílios e sobrancelhas, não aplicar se 
o couro cabeludo estiver irritado ou lesionado, em caso de contato com os olhos, lavar com água 
em abundância e manter fora do alcance das crianças (ANVISA, 2015).
Para produtos cosméticos depilatórios e epilatórios: não aplicar em áreas irritadas ou 
lesionadas, não deixar aplicado por tempo superior ao indicado nas instruções de uso, não usar 
com a finalidade de se barbear, em caso de contato com os olhos, lavar com água em abundância 
e manter fora do alcance das crianças (ANVISA, 2015).
E por fim, para produtos antiperspirantes e antitranspirantes: usar somente nas áreas 
indicadas, não usar se a pele estiver irritada ou lesionada, caso ocorra irritação e/ou prurido no 
local da aplicação, suspender o uso imediatamente (ANVISA, 2015).
6.4 Nomenclatura dos ingredientes cosméticos
Além dessas obrigatoriedades, as empresas fabricantes de produtos cosméticos devem fazer 
o uso de uma nomenclatura universal para descrever a composição de seus produtos, evitando, 
assim, erros de interpretação por parte dos profissionais e dos clientes.
Essa nomenclatura é a INCI e se refere ao termo em inglês: Internacional Nomenclature 
of Cosmetic Ingredients, ou seja, Nomenclatura Internacional de Ingredientes Cosméticos. 
É considerado um sistema internacional de codificação para nomear todos os ingredientes 
utilizados em produtos cosméticos, sendo um sistema reconhecido e adotado mundialmente, 
35
incluindo o Brasil (ANVISA, 2019).
O objetivo do uso dessa nomenclatura internacional permite que os mais de 12 mil 
ingredientes utilizados em produtos cosméticos possuam uma designação única e simplificada 
que se refere à composição dos ingredientes no rótulo dos produtos cosméticos.
Desse modo, o sistema INCI permite melhorar a identificação de qualquer ingrediente de 
forma clara, precisa e imediata não só no Brasil, mas em qualquer país no mundo (ANVISA, 2019).
Para o cliente, o uso permite que ele identifique, de forma mais clara, os ingredientes de 
uma formulação em qualquer lugar do mundo, evitando erros de interpretação na leitura de 
componentes da formulação cosmética.
Além de ser importante para o cliente, o uso desse sistema internacional de nomenclatura 
permite ao profissional uma maior segurança na escolha dos produtos a serem utilizados nos 
tratamentos estéticos, além de evitar que haja desentendimentos pelo uso de termos diferentes.
6.5 Cosmetovigilância
Para minimizar a ocorrência de reações adversas ao uso de cosméticos, a Anvisa criou, em 
2005, o Sistema Nacional de Cosmetovigilância, por meio da resolução RDC nº 332. Esse sistema 
proporcionou o desenvolvimento de um conjunto de medidas que permitem avaliar o risco de 
ocorrência de eventos indesejáveis atribuídos à utilização de produtos cosméticos, após sua 
introdução no mercado, contemplando a captação adequada das queixas, a análise técnica dos 
casos e as recomendações técnicas (ANVISA, 2005).
Basicamente, esse sistema permitiu um controle dos produtos cosméticos pós-comercialização, 
uma vez que possui um banco de dados com informações acerca de todos os produtos cosméticos, 
suas matérias-primas, ocorrência de eventos adversos e de segurança de uso. Mediante essas 
informações, o sistema de cosmetovigilância pode gerar uma modificação de informações da 
rotulagem dos produtos, publicar alertas e orientações para o uso de determinados cosméticos, 
FIQUE DE OLHO
A Anvisa disponibiliza uma consulta dos principais ingredientesutilizados em cosméticos no 
Brasil, sua função e seu mecanismo de ação. Essas informações podem ser consultadas no 
links a seguir: http://portal.anvisa.gov.br/documents/106351/107919/F%2BFunc%25CC%2
5A7a%25CC%2583o%2Bdos%2Bingredientes%2Butilizados%2Bem%2Bcosme%25CC%258
1ticos.pdf/e75f2bca-0922-4fd3-bd5f-ae164d1415c5
36
revisar os ingredientes utilizados e suas concentrações de uso em cosméticos e ainda fazer a 
retirada de lotes de cosméticos do mercado, a suspensão da produção e cancelar o registro caso 
haja a necessidade.
Isso permite que o produto cosmético garanta o máximo de segurança ao uso, evitando e 
minimizando a ocorrência de reações adversas, mesmo após a venda do produto. É essencial que o 
profissional de estética esteja atento a essas regulamentações e ao sistema de cosmetovigilância, 
uma vez que é o profissional que faz o uso e a indicação de produtos cosméticos em sua atividade 
profissional.
Além de garantir a efetividade dos tratamentos estéticos, o profissional ainda precisa 
garantir o máximo de segurança, que pode ser conseguido pelo conhecimento acerca das várias 
informações sobre as formulações cosméticas.
37
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer a definição de formulações cosméticas;
• entender como elas atuam e interagem com a pele humana;
• estudar como a pele serve de barreira à penetração de produtos cosméticos aplicados 
topicamente;
• entender como acontece a permeação de cosméticos na pele;
• conhecer os tipos de substâncias cosméticas que conseguem atravessar a barreira cutânea;
• reconhecer as principais rotas de permeação dos cosméticos;
• entender os principais fatores que influenciam na permeação dos produtos 
cosméticos por meio da pele;
• conhecer os componentes que fazem parte das formulações cosméticas e quais as 
funções que desempenham no produto;
• diferenciar o princípio ativo do cosmético de outros compostos adjuvantes;
• conhecer as principais formas em que os cosméticos de apresentam;
• saber em quais situações cada uma das diferentes formas são indicadas de modo 
a indicar corretamente o produto para o cliente e, ainda, fazer a escolha correta da 
forma cosmética a ser utilizada no tratamento estético;
• reconhecer os principais riscos existentes em relação ao uso de cosméticos;
• entender quais são e como acontecem as reações adversas na pele;
• conhecer as principais medidas de prevenção ao surgimento de reações no uso de 
formulações cosméticas;
• conhecer a classificação de cosméticos estabelecida pela Anvisa, assim como pode 
entender a importância do registro dos produtos cosméticos utilizados;
• entender quais as informações que são obrigatórias nos rótulos dos cosméticos;
• conhecer o sistema internacional de nomenclatura de ingredientes cosméticos;
• reconhecer como a Anvisa, por meio do sistema de cosmetovigilância, garante a 
segurança dos produtos cosméticos disponíveis no mercado.
PARA RESUMIR
BRASIL. Resolução da doretoria colegiada - RDC n. 7, de 10 de fevereiro de 2015. Brasília: 
Anvisa, 2015. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2015/
rdc0007_10_02_2015.pdf. Acesso em: 15 mar. 2020.
BRASIL. Classificação de produtos cosméticos. Brasília: Anvisa, 2019. Disponível 
em: http://portal.anvisa.gov.br/resultado-de-busca?p_p_id=101&p_p_lifecy-
cle=0&p_p_state=maximized&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-1&p_p_col_
count=1&_101_struts_action=/asset_publisher/view_content&_101_assetEn-
tryId=1245628&_101_type=content&_101_groupId=106351&_101_urlTitle=produ-
tos-descartave-1&inheritRedirect=true. Acesso em: 15 mar. 2020.
COSTA, A. L. J. da. Boas práticas em serviços de beleza. Porto Alegre: Artmed, 2015.
DTECH, L. T. Permeação cutânea. Itupeva, 2019. Disponível em: https://www.dctech.com.
br/permeacao-cutanea-como-passar-barreira-de-tijolos-e-cimento-que-e-pele-humana/. 
Acesso em: 15 mar. 2020.
COSTA, A. Tratado internacional de cosmecêuticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 
2012.
FRANGIE, C. et al. Milady cosmetologia: ciências gerais, da pele e das unhas. São Paulo: 
Cengage, 2016.
KEDE, M. P. V.; SABATOVICH, O. Dermatologia estética. 3. ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 
2015.
RIBEIRO, C. J. de. Cosmetologia aplicada à dermoestética. 2. ed. São Paulo: Pharmabooks, 
2010.
ROS, A. R. O crescimento da indústria de cosméticos no Brasil no século XXI. Universida-
de Federal do Paraná. Monografia. Curitiba, 2016. Disponível em: https://acervodigital.
ufpr.br/bitstream/handle/1884/45699/ALAN%20ROMAN%20ROS.pdf?sequence=1&i-
sAllowed=y. Acesso em: 15 mar. 2020.
SOARES, M. et al. Permeação cutânea: desafios e oportunidades. Revista de ciências 
farmacêuticas básica e aplicada. v. 36. n. 3, 2015. Disponível em: http://seer.fcfar.unesp.
br/rcfba/index.php/rcfba/article/view/332. Acesso em: 15 mar. 2020.
SOCIEDADE, Brasileira de Dermatologia 2019. Doenças e problemas de pele: dermatites 
de contato. Disponível em: https://www.sbd.org.br/dermatologia/pele/doencas-e-pro-
blemas/dermatite-de-contato/2/. Acesso em: 15 mar. 2020.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
UNIDADE 2
Matérias-primas utilizadas em 
formulações cosméticas e cálculos 
básicos aplicados à cosmetologia
Você está na unidade Matérias-primas utilizadas em formulações cosméticas e 
cálculos básicos aplicados à cosmetologia. Conheça aqui as principais matérias-primas 
empregadas na formulação de produtos cosméticos, incluindo matérias-primas primárias 
e secundárias, bem como a ação de cada uma delas sobre os tecidos humanos.
Além disso, você será introduzido aos princípios básicos de cálculos utilizados em 
cosmetologia, para determinar concentração e diluição de produtos cosméticos, 
compreendendo sua aplicação na prática diária.
Bons estudos!
Introdução
41
1 MATÉRIAS-PRIMAS EMPREGADAS NA 
FORMULAÇÃO DE PRODUTOS COSMÉTICOS
Para a produção de uma formulação cosmética é necessária a utilização de ingredientes 
básicos, também chamados de matérias-primas. Estas matérias-primas, segundo Leonardi (2008), 
são utilizadas numa diversidade de formulações cosméticas sempre com base em sua estrutura 
física, química e funcional.
De acordo com estas características, as matérias-primas utilizadas podem ser submetidas 
a várias classificações, dentre elas, a classificação relacionada à origem da matéria-prima e à 
funcionalidade que ela irá desempenhar quando introduzida numa formulação cosmética.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.1 Classificação das matérias-primas quanto à origem
As matérias-primas utilizadas em cosmetologia são classificadas, quanto à origem, em 
matérias-primas orgânicas e inorgânicas. Segundo Vieira (2010), as matérias-primas inorgânicas 
podem ser de origem natural como talco, caulim e bentonita, ou, ainda, podem ser de origem 
sintética, como, por exemplo, o lauril sulfato de sódio.
Já, as matérias-primas de origem orgânica podem ser provenientes de fontes naturais, sendo 
obtidas de minerais, plantas ou animais. Além disso, as matérias-primas orgânicas podem ser 
elaboradas em laboratório e, neste caso, são consideradas e denominadas matérias-primas de 
fonte sintética ou semissintética.
As matérias-primas orgânicas provenientes de fontes naturais mais utilizadas são as de origem 
animal e vegetal, como o mel extraído da produção de abelhas, de frutas, de flores e de folhas. 
42
Já, um exemplo de matéria-prima sintética é o ácido salicílico e, como exemplo de matéria-prima 
semissintéticas, cita-se uma variedade de substâncias de origem natural que são modificadas em 
laboratórios, como a vitamina C.
As matérias-primas orgânicas sintéticas possuem com principal característica imitar a 
ação de matérias-primas disponíveis na natureza, promovendo mecanismos de ação bastante 
semelhantes.
Assim, de acordo com a origem da matéria-prima utilizada e da concentração utilizada no 
cosmético, surgem as definições de cosméticos orgânicos e naturais. Você já ouviu falar destas 
terminologias aplicadas à cosmetologia?
1.2 Classificação das matérias-primas quanto à funçãoQuanto à função, as matérias-primas empregadas em cosméticos podem ser empregadas 
com diferentes finalidades nas formulações cosméticas. Em geral, uma matéria-prima pode 
possuir diferentes funções de acordo com a finalidade a que o produto cosmético se destina e à 
concentração em que está presente em um produto.
Dentre as funções desempenhadas pelas matérias-primas cosméticas, Milreu (2012) cita 
as de hidratantes, tensoativos, conservantes, antioxidantes, corantes, veículos, fragrâncias, 
umectantes, espessantes, acidificantes e neutralizantes, dentre outras funções.
Conhecer as matérias-primas e suas principais classificações permite que se compreenda o 
seu produto final resultante. Além disso, as características básicas e de origem da matéria-prima 
utilizada afetam diretamente as características da formulação cosmética, por isso, estes temas 
devem ser de amplo conhecimento do profissional de estética.
2 MATÉRIAS-PRIMAS PRIMÁRIAS E A AÇÃO SOBRE 
OS TECIDOS HUMANOS
De acordo com a finalidade a que se dispõem, as matérias-primas podem ser classificadas 
em primárias e secundárias. As matérias-primas consideradas primárias são ingredientes com 
ação principal sobre os tecidos a que são destinadas, tais como os umectantes, os emolientes, os 
tensoativos e ainda, os filtros solares.
43
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2.1 Ação dos umectantes sobre a pele
Os umectantes são substâncias formadas a partir de matérias-primas que possuem como 
finalidade a retenção de água. Ao reter a água, os umectantes impedem, parcialmente, que 
ela evapore. Quando utilizados em produtos cosméticos, de acordo com Gonçalves (2006), os 
umectantes auxiliam a camada mais externa da pele, a epiderme, a manter uma concentração 
adequada de água e com isso, manter uma hidratação local melhor.
Ribeiro (2010) comenta que a função de umectação se dá em virtude de as substâncias 
utilizadas possuírem propriedades denominadas hidroscópicas, ou seja, estas substâncias 
possuem a capacidade de atrair as moléculas de água. 
Quando localizadas na pele, as moléculas de umectantes atraem as moléculas de água para 
perto de si, promovendo uma espécie de ligação molecular, que impede que a água existente no 
tecido seja perdida para o meio externo. Ao permanecer por mais tempo e em maior quantidade 
nos tecidos, neste caso, a água mantem a hidratação local e evita quadros de desidratação 
tecidual, que podem predispor a quadros de pele seca, por exemplo.
Resumidamente, pode-se dizer que as matérias-primas empregadas como umectantes 
servem como imãs, atraindo as moléculas de água para si.
Em virtude deste mecanismo de ação, as matérias-primas que funcionam como umectantes 
são comumente encontradas em produtos cosméticos hidratantes, que podem ser destinados à 
hidratação da pele ou de anexos cutâneos também, como os cabelos.
De acordo com Milreu (2012), os umectantes utilizados em formulações cosméticas como 
matérias-primas primárias podem ser classificados, com base em sua estrutura química, em: 
póliois, poliglicois, carboidratos, além de derivados de ácido carboxílico.
44
O primeiro deles, o umectante do tipo poliol, é uma substância solúvel em água e promove 
um toque mais untuoso à pele, ou seja, deixa o aspecto de pele pegajosa. Propilenoglicol, sorbitol 
e glicerina são exemplos deste tipo de umectante.
Os poliglicois também são umectantes solúveis em água, contudo seu estado físico pode ser 
alterado. Um exemplo deste tipo de umectante é o polietilenoglicol.
Os umectantes do tipo carboidratos são compostos químicos de aldeídos ou cetonas, que, 
ao mesmo tempo, possuem características dos umectantes tipos polióis. Nos cosméticos, os 
umectantes do tipo carboidratos são encontrados com os nomes de frutose, glicose ou outros 
açúcares, além de amido e celulose.
Os umectantes derivados do ácido carboxílico são substâncias que reagem com outros 
compostos base e, com isso, formam sais orgânicos com uma capacidade importante de hidratar 
a pele. Dentre os tipos de umectantes derivados de ácido carboxílico, citam-se o glicolato de sódio 
e o lactato de sódio.
Vale ressaltar que, dependendo do peso molecular do umectante, ele pode permanecer na 
superfície da pele ou, ainda, penetrar profundamente pelas suas demais camadas, atingindo a 
derme, por exemplo. Segundo Ribeiro (2010), quando permanecem na superfície da pele, os 
umectantes formam uma fina película que atrai a água da atmosfera para a camada mais externa 
da pele e, neste caso, são chamados de umectantes de ação superficial. Um exemplo de umectante 
que atua sobre a superfície da pele é a glicerina, que ao ser utilizada em concentrações de um a 
dez por cento, promove a ação de umectação superficial.
Os umectantes que possuem moléculas com menor peso molecular e que, portanto, 
conseguem permear mais facilmente pela pele, atingindo camadas mais profundas, são chamados 
de ativos. A ureia é um exemplo de matéria-prima empregada com função umectante ativo, pois 
permeia as camadas da pele, promovendo efeitos mais profundos.
Outra matéria-prima utilizada como umectante ativo é o ácido hialurônico, que, por possuir 
peso molecular baixo, consegue permear as camadas mais profundas da pele, promovendo a 
atração da água e a hidratação tecidual profunda, como mostra a figura a seguir:
45
Figura 1 - Ação dos umectantes na pele 
Fonte: Designua, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a figura mostra o mecanismo de ação do ácido hialurônico, que promove ação 
umectante na pele.
Segundo Carvalho (2017), quanto à forma cosmética em que são incorporados, os umectantes 
normalmente se apresentem em formulações em creme ou em pomada.
2.2 Ação dos emolientes sobre a pele
Os emolientes têm por objetivo hidratar a pele e também, quando necessário, restaurar a 
oleosidade natural perdida. As matérias-primas empregadas com função emoliente em geral 
são produzidas com bases gordas, que podem ser de origem mineral, vegetal, animal ou ainda, 
através da síntese química. Em geral, conforme Gonçalves (2006), os emolientes de origem animal 
e vegetal são ainda os mais utilizados, pois possuem maior capacidade de permear a camada mais 
externa da epiderme.
Os emolientes de origem mineral são formados a partir do petróleo. Neste grupo, citam-se 
a vaselina e a parafina, por exemplo. Vale lembrar que as bases gordas de origem mineral não 
conseguem permear a pele, por isso, apenas ficam depositadas sobre a epiderme, criando uma 
película protetora.
Já, as bases de origem vegetal, ao contrário das de origem mineral, de acordo com Milreu 
(2012), possuem uma alta capacidade de permear a pele e, por isso, podem promover efeitos um 
pouco mais efetivos, tais como óleo de oliva, de uva, aloe vera e manteiga de cacau.
Os emolientes de origem animal são os que possuem maior afinidade com a pele humana e, por 
isso, promovem uma excelente permeação nas camadas da epiderme. Entretanto, apresentam uma 
desvantagem importante que se relacionada ao seu odor desagradável. Emolientes animais sofrem 
oxidação mais rapidamente que os outros e, por isso, geram a formação de um odor desagradável 
após aplicados sobre a pele. Conforme Milreu (2012), lanolina, cera de abelha, gordura de baleia e 
46
fígado de bacalhau são exemplos de matérias primas emolientes de origem animal.
Por fim, os emolientes quimicamente sintetizados em laboratório também são bastante 
empregados como matérias-primas primárias de formulações cosméticas, tais como lipossomas, 
ácidos gordos, e óleo de silicone, conforme Milreu (2012).
No geral, independentemente da origem, os emolientes agem através da formação de películas 
flexíveis capazes de gerar a hidratação das camadas mais externas da epiderme, principalmente 
o extrato córneo.
2.3 Ação dos tensoativos sobre a pele
Milreu (2012) comenta que os tensoativos são matérias-primas primárias das formulações 
cosméticas. Sua estrutura química é formada por grupo grupos hidrofílicos, que possuem muita 
afinidade com a água; e por grupos lipofílicos,que possuem muita afinidade por lipídeos.
O uso de matérias-primas primárias com finalidade tensoativa é empregado, principalmente, 
em cosméticos com finalidade de higienização e limpeza.
Devido as suas características químicas, os tensoativos são capazes de reduzir a tensão 
superficial de uma formulação. Isso permite que, quando aplicada sobre a pele, as matérias-
primas com função tensoativa reduzam, inicialmente, a aderência existente entre a pele e as 
moléculas de gordura existentes nela, assim como moléculas de sujidade, células mortas e restos 
de cosméticos, fazendo com que elas consigam se desprender mais facilmente da epiderme.
Em seguida, os tensoativos emulsionam a gordura e sujidade e a aderem às moléculas de 
água disponíveis e, à medida que a pele é enxaguada em água, estas moléculas de tensoativos são 
removidas juntamente com as moléculas de lipídeos e sujidade existentes no local.
FIQUE DE OLHO
As matérias primas emolientes, juntamente com os umectantes, são responsáveis pela 
lubrificação e hidratação dos tecidos, tanto da pele como de cabelos, de acordo com Milreu 
(2012).
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Figura 2 - Ação das matérias-primas tensoativas nos tecidos 
Fonte: Suzuki Leona, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra, inicialmente, o tensoativo ligando-se às moléculas de 
oleosidade ou sujidade existentes na pele, e após isso, é capaz de unir-se a esta molécula e 
desprendê-la da pele, removendo-a com auxílio da água.
Vale ressaltar que a maioria das matérias-primas primárias utilizadas como tensoativos 
possuem, ainda, a capacidade espumógena, ou seja, são capazes de formar espuma, assim como, 
algumas delas ainda são capazes de atuar mantendo a espuma por um período maior de tempo.
Dependendo da configuração química da matéria-prima tensoativa, elas podem ser 
chamadoas de sabões ou sabonetes. Os sabões são as formulações cosméticas mais antigas e são 
muito comuns até hoje. São formuladas a partir de materiais graxos que podem ser de origem 
animal (gordura) ou vegetal (óleo). Enquanto os sabonetes podem ser formulados de maneira 
sintética, sendo encontrados sabonetes com tensoativos na forma líquida, sólida, semissólida ou 
ainda em espuma, conforme Ribeiro (2010).
As matérias-primas primárias tensoativas são utilizadas em produtos cosméticos destinados à 
higiene e à limpeza não somente da pele, mas também dos cabelos. Por isso, são matérias-primas 
encontradas em xampus. A figura a seguir mostra a ação de matérias primas tensoativas aplicadas 
aos cabelos.
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Figura 3 - Ação das matérias primas tensoativas no cabelo e no couro cabeludo 
Fonte: Poligoone, Shuterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra as moléculas de tensoativos aderindo-se às moléculas de 
gordura e sujidade existentes no fio de cabelo e no couro cabeludo e, ao enxaguar o cabelo, estas 
moléculas são removidas, juntamente com a sujidade.
De acordo com a sua composição química, as matérias-primas primárias que atuam com 
função tensoativa podem ser classificadas em aniônicos, catiônicos, não iônicos e anfóteros, 
segundo Milreu (2012).
Os tensoativos aniônicos possuem maior poder de formar espuma, assim como apresentam 
capacidades maiores de detergência e de emulsionar a gordura presente nos tecidos e, por isso, 
são facilmente encontrados em formulações cosméticas como xampus e sabonetes.
 Os tensoativos chamados de catiônicos possuem uma capacidade de detergência e formação 
de espuma menor, quando comparada ao tensoativos aniônicos, e, por isso, são encontrados em 
formulações destinadas ao condicionamento dos fios de cabelo.
Os tensoativos não iônicos possuem menor poder de detergência e são comumente utilizados 
como matérias-primas tensoativas destinadas a emulsionar cremes e loções.
E os tensoativos anfóteros, em virtude de serem menos agressivos, são indicados para 
formulações cosméticas destinadas a crianças e também a clientes com peles mais frágeis e 
sensíveis, uma vez que não agridem tanto.
49
2.4 Ação dos filtros solares sobre a pele
Os filtros solares são matérias-primas primarias que se caracterizam por serem substâncias 
químicas com propriedades e capacidade de absorver, refletir e, ainda, dispersar a radiação que 
incide sobre a pele humana, conforme Ribeiro (2010). De acordo com o mecanismo pelos qual os 
filtros solares promovem estas funções, eles podem ser classificados em filtros solares orgânicos 
e filtros solares inorgânicos.
Os filtros solares inorgânicos são matérias-primas insolúveis em água e materiais graxos, 
sendo que os mais utilizados são o óxido de zinco e o dióxido de titânio. Esses dois ingredientes 
que servem de matéria-prima primária para produtos cosméticos destinados à proteção solar são 
extraídos da crosta terrestre ou podem ser obtidos através de processos químicos de oxidação em 
laboratório, segundo Ribeiro (2010).
Quanto ao mecanismo de ação, os filtros solares inorgânicos formam uma barreira sobre 
a pele do cliente, refletindo, dispersando e absorvendo a radiação ultravioleta. Incialmente, ao 
atingir a pele protegida com filtro solar inorgânico, a radiação solar é redirecionada de volta para 
a atmosfera. Além disso, essas matérias-primas ainda permitem uma absorção da radiação.
Essas duas matérias-primas de filtros solares inorgânicos costumam estar disponíveis em 
cosméticos cuja forma de apresentação é em pó ou dispersões e também podem ser chamados 
de filtros solares físicos.
Os filtros solares orgânicos possuem como matéria-prima primária outros ingredientes, que, 
quando utilizados, atuam na absorção da radiação ultravioleta. Neste tipo de filtro solar, as 
moléculas da matéria-prima absorvem a energia em forma de radiação e a convertem em outro 
tipo de energia que não seja maléfica ao organismo, de acordo com Ribeiro (2010).
FIQUE DE OLHO
Mas porque não utilizar apenas água para promover a limpeza da pele e dos cabelos? 
Segundo Ribeiro (2010), a limpeza da pele apenas com uso de água não é considerada 
efetiva, uma vez que sozinha a água não consegue remover secreções oleosas da pele.
Estas secreções oleosas encontram-se de maneira fisiológica na superfície da pele humana, 
e são decorrentes da secreção das glândulas sebáceas, das glândulas sudoríparas, além 
da pele apresentar, em sua superfície, uma quantidade importante de resíduos de poeira, 
cosméticos, poluição atmosférica, dentre outros compostos que não possuem afinidade 
com a água. Por isso, se lavarmos a pele apenas com água não haverá remoção destas 
substancias, e, neste caso, é necessário que um tensoativo seja utilizado.
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Em geral, os filtros orgânicos podem ser derivados do ácido paraminobenzóico (PABA), derivados 
de salicilatos, derivados de cinamatos, derivados de benzofenora, derivados de dibenzotimetano, 
derivados deantronilato, derivados de cânfora, derivados de benzotriazol, e por fim, derivados de 
triazina, conforme Ribeiro (2010). Esses filtros solares também são chamados de químicos.
A figura a seguir mostra o mecanismo de ação das matérias-primas primárias sobre a proteção solar.
Figura 4 - Mecanismo de ação dos filtros solares físicos e mecanismo de ação dos filtros solares químicos 
Fonte: Yomogi1, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra que os filtros físicos refletem a energia ultravioleta, enquanto 
nos filtros químicos, parte da energia é absorvida pelo produto.
Em geral, algumas formulações podem apresentar tanto filtros solares orgânicos como 
inorgânicos de maneira combinadas. Além disso, estas matérias-primas primárias podem ser 
incorporadas em formulações cosméticas destinadas aos cabelos, gerando a proteção destas 
estruturas.
De acordo com a matéria-prima primária utilizada na formulação cosmética, um produto 
pode atuar com a finalidade de hidratar, de proteger a pele contra radiação ultravioleta, de 
higienizar, dentre uma série de outras finalidades, considerando-se o mecanismo de ação de cada 
uma destas matérias-primas.
Baseando-se nisso, há, no mercado, uma série de produtos cosméticos com matérias-primasprimárias destinadas a uma série de diferentes funções.
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3 MATÉRIAS-PRIMAS SECUNDÁRIAS E A AÇÃO 
SOBRE A PELE
As matérias-primas consideradas secundárias em uma formulação cosmética possuem como 
função garantir que as matérias-primas primárias tenham condições de cumprir suas funções, 
uma vez que estas matérias-primas secundárias estabilizam, corrigem odores e cores e garantem 
uma melhor conservação do produto cosmético.
Dentre as matérias-primas secundárias, citam-se os corantes, os conservantes, as fragrâncias 
e os antioxidantes.
3.1 Ação dos conservantes
Os conservantes são matérias-primas secundárias que são adicionadas às formulações 
cosméticas com objetivo de prevenir a ocorrência de danos a este cosmético. Esses danos podem 
ser causados, por exemplo, por uma série de microrganismos, tanto durante a conservação do 
produto como durante o seu uso, sendo que essa contaminação pode ocorrer pela presença de 
um fungo ou bactéria no produto cosmético.
Segundo Milreu (2012), em geral, a contaminação por bactérias costuma acontecer quando 
o ph do produto se encontra entre seis e oito, e a uma temperatura que varia de 35 a 40 graus 
celsius, o que cria um ambiente ideal para a proliferação de bactérias. Em contrapartida, a 
contaminação por fungos costuma acontecer de acordo com o tipo de fungo.
Alguns sinais presentes na formulação cosmética podem indicar que o produto foi 
contaminado por microrganismo, tais como alterações de cor, cheiro, separação do produto em 
fases e fermentação são indicativos de que o cosmético foi contaminado. Nestes casos, o uso do 
produto deve ser suspenso, uma vez que pode desencadear uma sárie de reações adversas.
Para evitar estas contaminações, podem ser adicionados aos cosméticos uma gama de 
matérias-primas secundárias que garantem ao máximo a conservação do produto em condições 
ideais de uso.
FIQUE DE OLHO
Para conhecer as principais matérias-primas utilizadas como conservantes no Brasil, você 
pode acessar a Portaria número 3.015, de 1º de dezembro de 2009, que lista as substâncias 
empregadas com ação conservante e que são permitidas pela Anvisa no Brasil.
52
Entre os conservantes mais utilizados nos produtos cosméticos que agem no controle e na 
prevenção do crescimento bacteriano e fúngico citam-se os ésteres de parabenos (metil, propil, butil e 
etil para beno), o fenoxietanol, o metildibromo glutoronitrila e o quatérnio-15, conforme Costa (2012).
3.2 Ação dos corantes
Os corantes são matérias-primas secundárias que, quando utilizadas, têm a função de dar cor 
ou corrigir a cor de uma formulação cosmética, de acordo com Leonardi (2008).
No mercado de cosméticos, há produtos disponíveis cujos corantes visam a proporcionar 
apenas efeitos decorativos, como por exemplo, os corantes empregados em formulações 
cosméticas do tipo batom. Além disso, os corantes podem estar presentes em produtos 
destinados a cabelos, como as colorações capilares, xampus, condicionadores, cremes de pentear, 
dentre outros, além de estarem frequentemente presentes em cosméticos de uso diário, como 
sabonetes e cremes por exemplo, segundo Franquilino (2020).
Além dos corantes, conforme Costa (2012), podem ser utilizados pigmentos, que, neste caso, 
possuem maior poder de cobertura, sendo mais efetivos que os corantes. Sobre os pigmentos, 
Franquilino (2010) comenta que aqueles utilizados na indústria de cosméticos podem ser 
classificados em orgânicos ou inorgânicos, sintéticos ou naturais.
No geral, os inorgânicos possuem maior opacidade e poder de cobertura e de tingimento 
e podem ser divididos em pigmentos inorgânicos sintéticos e naturais. Os naturais costumam 
oferecer menor cobertura, maior dificuldade de dispersão e menor poder de colorir o produto. 
Enquanto os pigmentos inorgânicos sintéticos podem proporcionar uma cobertura mais efetiva e 
uniforme, porque possuem melhor poder de dispersão na solução cosmética.
Na pratica da cosmetologia, o dióxido de titânio é considerado o pigmento branco mais 
utilizado como pigmento inorgânico, assim como os óxidos de ferro, que possuem ampla 
variedade de cores. Contudo, os pigmentos inorgânicos como cromo, chumbo e cádmio, por 
serem prejudiciais à saúde e, por isso, foram substituídos na indústria cosmética por pigmentos 
do tipo orgânicos, como afirma Franquilino (2020).
Os pigmentos orgânicos são obtidos a partir de derivados do petróleo, mas podem também 
ser de origem animal e vêm sendo cada vez mais utilizados na produção de cosméticos.
3.3 Ação das fragrâncias
Costa (2012) comenta que os uso de matérias-primas secundárias, como fragrâncias, têm por 
objetivo mascarar o odor desagradável de algum produto existente no cosmético e, ainda, criar 
um odor que seja cosmeticamente aceitável pelo cliente. Sendo que a maioria das formulações 
existentes possuem fragrâncias em sua formulação.
53
Um exemplo de fragrância utilizada em alguns cosméticos é a lavanda, de acordo com Costa 
(2012). Esse ingrediente é obtido de extratos naturais, mais especificamente, trata-se de um 
destilado de flores e caules.
Vale ressaltar que, como a maioria dos produtos cosméticos possui algum tipo de fragrância 
em sua composição, é essencial conhecer estes ingredientes, uma vez que seu uso está associado 
a uma quantidade importante de reações adversas e, por isso, deve ser evitado em peles 
extremamente sensíveis, conforme Costa (2012). 
3.4 Ação dos antioxidantes
As matérias-primas secundárias cuja finalidade seja destinada à ação antioxidante atuam de 
modo a evitar ou retardar a oxidação de algumas substâncias presentes nos produtos cosméticos, 
funcionando como uma espécie de conservante. Nestes casos, as moléculas de antioxidantes 
sofrem reações químicas de redução que culminam com o retardo na oxidação. De acordo com 
Costa (2012), metabissulfito de sódio, butil hidroxitolueno, e as vitaminas C e E podem ser utilizadas 
como matérias primas secundárias aplicadas para evitar a oxidação do produto cosmético.
Considerando as informações abordadas até o momento, percebe-se que os produtos 
cosméticos são formulados a partir da utilização de inúmeras matérias-primas primárias ou 
secundárias de modo a garantir o produto final cosmético desejado. Segundo Costa (2012), hoje 
são utilizadas mais de 13 mil matérias-primas na produção de cosméticos, o que considerado um 
número muito significativo. Assim, conhecer quais as funções desempenhadas por estas matérias-
primas e como elas interagem com a pele humana é essencial para a prática do profissional que 
utilizará estes cosméticos em seus tratamentos estéticos.
4 CÁLCULOS BÁSICOS DE COMPONENTES DE 
FORMULAÇÃO COSMÉTICA
Na prática do profissional de estética, além de conhecer as matérias-primas empregadas 
na produção de formulações cosméticas, é necessário ainda que se compreenda os princípios 
relativos às concentrações dessas matérias-primas e as diluições destes produtos.
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4.1 Conhecendo as unidades de medidas mais utilizadas em 
cosmetologia
Para calcular e compreender estes princípios relativos às concentrações das matérias-primas 
utilizadas em formulações cosméticas, é necessário que se conheça, inicialmente, as unidades de 
medidas empregadas de maneira universal para descrever grandezas aplicadas à cosmetologia.
Dentre as unidades de medidas mais utilizadas em cosmetologia cita-se a massa do produto 
cosmético, o volume, as porcentagens de concentrações, dentre outras medidas. Por isso, 
inicialmente, cabe ao esteticista conhecer as unidades de medidas utilizadas, sendo uma das 
necessidades do profissional de estética.
Segundo o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) (2013), foi 
estabelecido um quadro geral de unidades a ser utilizado em todo o território nacional de modo 
a universalizar a descrição das grandezas utilizadas de maneira multidisciplinar.
Este quadro geral de unidades ficou estabelecido através da Portaria número 590, de 02 de 
dezembro de 2013, queestabeleceu a definição de sete unidades, os prefixos utilizados, a grafia 
e pronúncia correta destes termos, além de elencar algumas unidades a mais.
Dentre as sete unidades estabelecidas pelo Inmetro para cálculos de grandezas, na área da 
cosmetologia, algumas delas possuem maior importância, por serem comumente utilizadas. 
Essas grandezas referem-se a medidas de massa, tempo e quantidade de substância.
A tabela a seguir descreve estas três importantes grandezas utilizadas em cosmetologia, para 
que se possa familiarizar-se com estes termos e, deste modo, utilizá-los de maneira correta.
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Tabela 1 - Unidades de grandeza 
Fonte: Adaptado pelo autor com base em Inmetro (2013).
#PraCegoVer: a imagem mostra uma tabela contendo as unidades de grandeza mais 
comumente utilizadas na área, tais como massa, tempo e volume de líquidos, bem como os seus 
respectivos símbolos e nomes das unidades utilizadas.
Vale lembrar que, pelo sistema internacional de unidades no qual o Inmetro se pauta, 
a unidade litro não é utilizada por este sistema, uma vez que para mensuração de volume e 
capacidade, no sistema internacional se utiliza como unidade o metro cúbico (m3). Contudo, para 
fins de cálculos, utiliza-se. para a área da cosmetologia, como mensuração de volume de líquido 
a unidade litro (L), conforme Thompson (2013). 
4.2 Princípio dos cálculos relativos e a equivalência de medidas
Além destas unidades descritas na tabela, pode ser necessário que o profissional faça a 
utilização de grandezas derivadas. No caso da grandeza massa, que é expressa em quilogramas, 
pode-se utilizar as grandezas derivadas em seus múltiplos e submúltiplos. Neste caso, os múltiplos 
da unidade grama (g) são decigrama (dg), centigrama (cg), miligrama (mg), micrograma (mcg) e 
nanograma (ng), enquanto os submúltiplos da unidade grama (g) são decagrama (dag), hectrograma 
(hg) e quilograma (kg). A figura a seguir mostra estas unidades em ordem e as suas equivalências.
Figura 5 - Unidades de equivalência com base na unidade grama 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra as equivalências mais utilizadas para cálculos de medidas de 
produtos cosméticos sólidos. 
Dessa forma, para transformar kg em hg multiplica-se por dez, já, paara transformar hg em 
kg divide-se por dez. Para transformar hg em dag, multiplica-se por dez, já para transformar dag 
em hg, divide-se por dez. Para transformar dag em g, multiplica-se por dez, já para transformar g 
em dag, divide-se por dez. Para transformar g em dg, multiplica-se por dez, já para transformar 
dg em g, divide-se por dez. Para transformar dg em cg, multiplica-se por dez, já para transformar 
cg em dg, divide-se por dez. Por fim, para transformar cg em mg, multiplica-se por dez e para 
transformar mg em cg, divide-se por dez.
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Para os cálculos de volume, tendo como unidade base o litro (L), tem-se também os seus múltiplos 
e submúltiplos. Os múltiplos da unidade litro (L) são decilitro (dL), centilitro (cL), mililitro (mL), 
microlitro (uL), enquanto os seus submúltiplos são decalitro (daL), hectolitro (hL), quilolitro (kL).
Para compreender a relação entre estas unidades derivadas, amplamente utilizadas como 
unidades de medidas, é necessário entender que cada unidade destas é dez vezes maior que a anterior.
A figura a seguir mostra esta conversão de medidas e exemplifica uma maneira mais simples 
de utilizar estes conceitos de grandezas derivadas.
Figura 6 - Unidades de equivalência com base na unidade litro 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra as equivalências mais utilizadas para cálculos de medidas 
de produtos cosméticos líquidos, que representa as equivalências das unidades de medida de 
volume utilizadas em cosmetologia.
Assim, para transformar kL em hL, multiplica-se por dez, enquanto para transformar hL em kL, 
divide-se por dez. Para transformar hL em daL, multiplica-se por dez, enquanto para transformar 
daL em hL, divide-se por dez. Para transformar daL em L, multiplica-se por dez, enquanto 
para transformar L em daL, divide-se por dez. Para transformar L em dL, multiplica-se por dez, 
enquanto para transformar dL em L, divide-se por dez. Para transformar dL em cL, multiplica-se 
por dez, enquanto para transformar cl em dL, divide-se por dez. Por fim, para transformar cL em 
mL, multiplica-se por dez, enquanto para transformar mL em cL, divide-se por dez.
Na prática, este conhecimento torna-se necessário para entender as equivalências de unidade. Por 
exemplo, ao se falar de um produto cosmético que possua cinco decilitros (dL) de uma determinada 
matéria-prima, a quanto esta quantidade equivale em litros? Neste caso, para converter, divide-se 
cinco dL por dez, equivalendo, então, a 0,5 litro de matéria-prima neste cosmético. 
4.3 Princípio dos cálculos relativos a concentrações de cosméticos
Após conhecer as unidades de medidas mais utilizadas em cosmetologia e as suas 
equivalências e derivações, é necessário que o profissional ainda compreenda adequadamente 
como funciona o cálculo das concentrações das matérias-primas existentes no cosmético, através 
da leitura do seu rótulo, uma vez que isso permite que se possa utilizar os produtos cosméticos 
com segurança, já que se possui o entendimento necessário sobre as concentrações das matérias-
primas existentes no produto.
Em alguns locais como Estados Unidos, as agências reguladoras de cosméticos tornam 
obrigatório que os ingredientes utilizados nas formulações cosméticas sejam descritos em uma 
57
lista de ingredientes, seguindo a nomenclatura INCL e, além disso, que estejam descritos em 
ordem de concentração. Isso faz com que todos os ingredientes presentes no cosmético cuja 
concentração seja maior do que 1% estejam listados em ordem decrescente, enquanto os 
ingredientes com concentrações menores que 1% possam estar listados sob qualquer ordem, 
conforme Barros (2018).
Neste caso, ao olhar o rótulo do produto, pode-se estimar a concentração aproximada das 
matérias-primas utilizadas na fabricação do produto, como corantes, espessantes, veículos, 
princípios ativos, dentre outros.
Entretanto, no Brasil, as empresas fabricantes de produtos cosméticos são obrigadas apenas 
a constar a lista de ingredientes seguindo a nomenclatura INCL, sem, no entanto, serem obrigada 
as listar os ingredientes de maneira descrente, de acordo com Barros (2018). Contudo, muitas 
empresas brasileiras já seguem esta maneira de descrição utilizada nos Estados Unidos.
Ao se estudar a química da cosmetologia, o termo concentração refere-se, portanto, à composição 
de uma formulação cosmética, a qual é expressa através da relação existente entre a quantidade 
de determinada matéria-prima existente no produto cosmético e o volume total da formulação 
cosmética. Esta relação de concentração é representada pela unidade de porcentagem (%).
Neste caso, pode-se utilizar C para representar concentração, mi para representar a massa ou 
volume do ingrediente ao se calcular a concentração, e mt para representar a massa ou volume 
total do produto cosmético.
Figura 7 - Fórmula de concentração 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020
#PraCegoVer: a imagem mostra a fórmula utilizada para calcular concentração.
Com esta fórmula, podem ser utilizadas unidades variáveis de gramas e de litros nessas 
porcentagens, dependendo se a formulação cosmética é líquida ou sólida, embora, no geral, a relação 
seja a mesma. Assim, ao se falar que há 10% de ingrediente espessante em um produto cujo volume 
total seja 100 gramas, significa dizer que há neste produto 10 gramas de espessante. E, caso fosse um 
produto líquido, por exemplo, ao se falar da sua concentração, apenas se substituiria gramas por litros 
ou a unidade equivalente. Para um melhor entendimento, dois exemplos são descritos a seguir.
Exemplo 1
Em um creme para tratamento de envelhecimento cujo volume total é de 100 gramas, há, 
58
neste produto, 20 gramas de ativo antienvelhecimento. Qual seria a concentraçãode ativo deste 
produto? Neste caso, aplicando-se na fórmula tem-se:
Figura 8 - Cálculo da concentração 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra, passo a passo, o cálculo da concentração proposta no exemplo.
Assim, seguindo-se a fórmula apresentada, a concentração de ativo antienvelhecimento 
neste creme de tratamento é de 20%.
Exemplo 2
Em uma solução tônica facial de 200 ml, há 10 ml de um ativo adstringente. Neste caso, qual 
seria a concentração da formulação?
Figura 9 - Cálculo da concentraçã 
oFonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra, passo a passo, o cálculo da concentração proposta no exemplo.
De acordo com a fórmula apresentada, chega-se à conclusão de que a concentração de ativo 
adstringente nesta solução tônica é de 5%.
Além de ser dada em porcentagem, a concentração de um produto cosmético é feita com a 
descrição de sua grandeza, que consta descrita nos rótulos.
59
No caso de concentrações de gramas por mililítros de solução (g/mL), utiliza-se a sigla p/v, 
que significa peso por volume e expressa o número de mL em uma solução. Por exemplo, em um 
produto cosmético líquido de 100 ml, há a presença de 30 gramas de um ativo, logo diz-se que a 
concentração é de 30% p/v.
No caso de concentrações de gramas por gramas de solução (g/g), utiliza-se a sigla p/p, que 
significa peso por peso e expressa o número de gramas em 100 gramas de produto. Por exemplo, 
em uma pomada para tratamento de pele acneica, há 10 gramas de ácido salicílico para 100 
gramas de pomada, logo a concentração neste caso é de 10% p/p.
No caso de concentrações de mililítros por mililítros de solução (mL/mL), utiliza-se a sigla 
v/v, que significa volume por volume e representa o número de mL em 100 mL de produto. Por 
exemplo, em uma solução alcoólica de 70 mL de álcool para 100 mL de solução, diz-se que a 
concentração é de 70% v/v.
4.4 Princípio dos cálculos relativos à diluição de formulações cosméticas
Na prática do profissional de estética, uma série de produtos cosméticos já chegam até ele 
com concentrações prontas. Contudo, em alguns casos, alguns produtos podem ser diluídos e 
modificados de acordo com as necessidades de uso. Um exemplo disso é o uso de sabonetes 
líquidos para higiene facial. O principal ativo responsável pela limpeza da pele são os tensoativos. 
Em alguns casos, o profissional deve optar por produtos cosméticos de limpeza que tenham em sua 
formulação uma concentração maior deste ingrediente, como nos casos de peles excessivamente 
oleosas. Contudo, no caso de pacientes com pele extremamente sensível e seca, a concentração 
de tensoativos deve ser menor, de modo a não causar irritação excessiva na pele do cliente.
Por isso, compreender as concentrações é essencial para que o profissional consiga utilizar os 
produtos cosméticos de maneira efetiva.
Para graduar diferentes concentrações de um determinado ingrediente, o profissional de 
estética pode adicionar um produto chamado de diluente, de modo a reduzir, por exemplo, a 
concentração de um ativo. Contudo, para que seja efetiva e correta, a diluição deve sempre ser feita 
com produto adequado, de acordo com a formulação, e que seja compatível com a formulação.
Um exemplo prático disso é um produto cosmético prévio com uma determinada concentração 
de ativo. Caso este produto seja diluído em uma solução diluente em duas vezes a sua quantidade 
original, o princípio ativo será reduzido pela metade.
Para calcular esta diluição, são utilizados cálculos relativos à razão e proporção, que é um 
método simples e facilmente utilizado pelo profissional, conforme Thompson (2013).
A razão da concentração de um produto cosmético está relacionada à concentração de um ativo/
60
ingrediente ou matéria-prima, baseando-se na quantidade total de produto. Ao se alterar qualquer 
uma destas grandezas, altera-se o produto final. Por isso, é necessário igualar-se as equações.
A equação que pode ser utilizada de referência é apresentada a seguir:
Figura 10 - Equação de concentração para diluição 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra a equação da concentração para diluição de produto.
Neste caso, concentração inicial multiplicada pela quantidade inicial é igual à concentração 
final multiplicada pela quantidade final.
Exemplo 1
De forma prática, utilizando esta equação, no caso em que se tenha um cosmético na forma 
líquida, cuja quantidade total de produto seja de 200 ml e a concentração do ativo presente nele seja 
de 30%, e eu dilui-lo num produto diluente de 350 ml, qual seria a concentração final deste produto?
Neste caso a concentração inicial é 30%. A quantidade de produto inicial é 200 ml. A 
quantidade final de produto é 350 ml. E a concentração final (representada por Cf) deverá ser 
calculada com base na equação.
Figura 11 - Cálculo da concentração final 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra, passo a passo, o cálculo da concentração final proposta no exemplo.
61
Assim, a concentração inicial multiplicada pela quantidade inicial é igual à concentração final 
multiplicada pela quantidade final, sendo, neste caso, 30 multiplicado por 200, igual à concentração 
final multiplicada por 350 que resulta em 10,9%. Dessa forma, ao diluir o produto, obteve-se um 
produto final com concentração de ativo menor que a apresentada inicialmente pelo produto.
Exemplo 2
Um cosmético em creme, destinado ao tratamento de peles acneicas, tem como volume total 
80 gramas e 10% deste volume é formado pelo princípio ativo antiacne. Caso seja adicionado 
mais 70 gramas de um creme base, de modo a diluir este produto e torná-lo menos concentrado, 
qual seria a concentração de princípio ativo antiacne ao final da diluição?
Figura 12 - Fórmula de concentração para diluição 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra a fórmula da concentração para diluição.
Neste caso, a concentração inicial é de 10%, o volume inicial é de 80 gramas e o volume final 
seria 150 gramas. Para calcular a concentração, utiliza-se a fórmula apresentada.
Figura 13 - Cálculo da concentração para diluição 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra, passo a passo, o cálculo da concentração para diluição 
proposta no exemplo.
Concentração inicial multiplicada pela quantidade inicial é igual à concentração final 
multiplicada pela quantidade final, sendo 10 multiplicado por 80 igual à concentração final 
multiplicada por 150, resultando em 5,33%. Assim, o produto final apresentará uma concentração 
de ativo antiacne menor.
Vale ressaltar que esta fórmula deve ser utilizada apenas em situações onde há como objetivo 
a diluição do produto cosmético, ou seja, a redução de seu ativo principal.
4.5 Princípio dos cálculos a comparação na concentração de ativos em 
umas formulações cosméticas
Nos casos em que o objetivo de tratamento não é diluir o princípio ativo reduzindo a sua 
concentração e sim comparar a concentração do princípio ativo, o cálculo passa a ser realizado 
62
de maneira diferente, através do uso da razão e proporção por regra de três. Neste caso, há uma 
divisão entre os números comparados e grandezas que devem estar na mesma unidade.
Exemplo 1
Em um creme de tratamento facial cujo volume total seja 120 gramas e nele há a presença 
de um princípio ativo antienvelhecimento de 20 gramas. Caso eu utilize 200 gramas deste creme, 
qual seria a concentração relativa dele?
120 gramas de creme________________________20 gramas de ativo antienvelhecimento.
200 gramas de creme________________________x gramas de ativo antienvelhecimento.
Figura 14 - Cálculo da concentração relativa 
Fonte: Elaborado pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra, passo a passo, o cálculo da concentração relativa proposta no 
exemplo.
Neste caso, a concentração inicial (Ci) é de 20 gramas, a quantidade inicial (qi) é de 120 gramas, 
a quantidade final (qf) é de 200 gramas, e a concentração final é o que se busca descobrir.Assim, 
por uma regra de três, 120 x é igual a 200 multiplicado por 20, o que resulta em x igual a 33,3%.
Dessa forma, compreender estas bases de cálculos de diluições e concentrações relativas 
auxiliam o profissional a escolher de maneira mais adequada os produtos a serem utilizados na 
sua prática.
FIQUE DE OLHO
Para ampliar o estudo dos cálculos matemáticos aplicados a cosmetologia, consulte a 
seguinte referência: Matemática de laboratório: aplicações médicas e biológicas.
63
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• entender os princípios básicos de cálculos de cosmetologia;
• conhecer as unidades de medidas mais utilizadas na área da cosmetologia;
• entender como calcular a concentração de produtos cosméticos;
• saber como diluir produtos cosméticos;
• estudar como comparar as concentrações de produtos cosméticos;
• compreender a classificação das matérias primas quanto as funções que desempe-
nham quando inseridas nas formulações cosméticas e aplicadas nos tecidos humanos.
PARA RESUMIR
BARROS, C. Estimando concentrações de matérias-primas pela lista de ingredientes. 
2018. Disponivel em: https://www.cleberbarros.com.br/lista-de-ingredientes/ acesso 
em: 01.02.2020.
CAMBELL, J. M.; CAMPBELL, J. B. Matemática de laboratório: aplicações médicas e 
biológicas. 3 ed. São Paulo: Roca, 1986.
COSTA, A. Tratado internacional de cosmecêuticos. São Paulo: Guanabara Koogan, 2012.
CARVALHO, F. de C. F. de. Cosmetologia. Londrina: Editora e distribuidora educacional 
AS, 2017.
FRANQUILINO, E. Cosméticos Coloridos. 2020. disponível em: https://www.
cosmeticsonline.com.br/materia/34 acesso em: 01.02.2020.
GOUVEIA, R. Medidas de capacidade. Disponivel em: https://www.todamateria.com.
br/medidas-de-capacidade/ acesso em: 01.02.2020.
GONÇALVES, A. Manual técnico de estética: teoria e prática para estética, 
cosmetologia e massagem. 2 ed. São Paulo: EFAPE, 2006. Disponível em: https://
www.esteticistacomovoce.com.br/wp-content/uploads/2016/12/Manual-Tecnico-
de-Estetica-Teoria-e-pratica-para-Estetica-Cosmetologia-e-Massage.pdf acesso em: 
01.02.2020.
INMETRO - INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA. Portaria 
número 590, de 02 de dezembro de 2013. Disponível em: http://www.inmetro.gov.br/
legislacao/rtac/pdf/RTAC002050.pdf acesso em: 01.02.2020.
LEONARDI, G. R. Cosmetologia aplicada. 2 ed. São Paulo: Medfarma, 2008.
MILREU, P. G. de A. Cosmetologia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2012.
RIBEIRO, C. de J. Cosmetologia aplicada à dermoestética. 2 ed. São Paulo: Pharmabooks, 
2010.
SÓ MATEMÁTICA. Medidas de massa. Virtuous Tecnologia da Informação: 1998-2020. 
Disponível em: https://www.somatematica.com.br/fundam/medmassa3.php acesso 
em: 01.02.2020.
THOMPSON, J. A prática farmacêutica na manipulação de medicamentos. 3 ed. Porto 
Alegre: Artmed, 2013.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
VIEIRA, M. Escolha dos ingredientes é de extrema importância para a fabricação de 
cosméticos. 2010. Disponível em: https://www.tecnologiaetreinamento.com.br/
agricultura/plantas-medicinais/producao-cosmeticos-naturais-materia-prima acesso 
em: 01.02.2020.
UNIDADE 3
Cosméticos de limpeza, hidratação e 
massagem
Introdução
Você está na unidade Cosméticos de limpeza, hidratação e massagem. Conheça aqui 
as formas de limpar a pele, os tipos de sabonetes e seus componentes, os leites e as 
soluções de limpeza. Entenda sobre a hidratação fisiológica da pele e sobre formulações 
hidratantes, além das manifestações clínicas e dos cuidados cosméticos para a pele seca. 
Conheça os tipos de massagem, os requisitos para produtos de massagem e os tipos de 
cosméticos e apresentações usados para essa finalidade.
Bons estudos!
69
1 COSMÉTICOS DE LIMPEZA
Os cosméticos de limpeza têm o objetivo de realizar a limpeza da pele, ou seja, retirar a 
sujeira proveniente da poluição, dos resíduos de maquiagem, das secreções naturais e das células 
córneas em descamação. Os produtos sobre os quais se tem mais conhecimento para essa 
finalidade são o sabão e o sabonete. Aqui, vamos ter a oportunidade de explorar esse assunto, 
conhecendo mais sobre os produtos para a limpeza da pele.
1.1 Formas básicas de limpeza da pele
A limpeza da pele pode ser feita através de três formas. A primeira é através do uso de 
solventes orgânicos, a segunda é através do uso de substâncias lipofílicas e a terceira é utilizando-
se tensoativos como detergentes ou sabão. Cada uma delas será abordada nos itens abaixo:
Limpeza com solventes orgânicos
A limpeza com solventes orgânicos consiste na remoção das sujidades por meio da 
solubilização pelo solvente utilizado, com posterior arraste mecânico, adsorção ou absorção do 
produto com auxílio de algodão, tecido ou papel.
O que pode incomodar, nesse tipo de limpeza, é a agressividade do solvente orgânico na pele. 
O solvente remove a gordura da pele e as sujidades, mas, dependendo do solvente usado, pode 
descamar a pele, podendo até mesmo causar dermatites. Uma alternativa para que não ocorra 
esse inconveniente é associar o solvente com água. Como exemplo, podemos citar as soluções 
hidroalcoólicas, utilizadas em lenços de papel usados para limpeza facial. Nesse caso, o álcool 
presente na formulação não oferecerá riscos para o consumidor.
Limpeza com substâncias lipofílicas
Conforme Ribeiro (2010), para entender as substâncias lipofílicas, precisamos trabalhar com 
o conceito semelhante dissolve semelhante. Dessa forma, a gordura secretada pelas glândulas 
sebáceas na superfície da pele e as sujidades dispersas, ou solubilizadas, são removidas por 
auxílio de um material com polaridade semelhante, através de solubilização e arraste com auxílio 
de algodão, gaze ou lenço de papel.
A vantagem deste processo é a segurança, pois quando a substância lipofílica é bem escolhida, 
não gera nenhuma alteração no equilíbrio da camada córnea. Já, a desvantagem está relacionada 
com o resíduo oleoso que fica sobre a pele após a limpeza, que para alguns tipos de pele, pode 
causar desconforto.
Limpeza com tensoativos
70
De acordo com Willcox (1993), a limpeza realizada somente com água não é tão eficiente, porque 
na superfície da pele estão as secreções lipofílicas das glândulas sebáceas, resíduos de poeira, poluição, 
maquiagem e cosméticos, entre outros. Por não terem afinidade com a água, não saem facilmente 
quando entram em contato com ela e, por isso, é necessário o uso de um tensoativo.
Os tensoativos são substâncias orgânicas muito utilizadas para limpeza. São moléculas que 
tem um comportamento anfifílico, interagindo tanto com substâncias polares quanto apolares. 
Logo, elas têm afinidade pela água e pelo óleo e, dessa forma, conseguem diminuir a tensão 
interfacial entre essas substâncias, fazendo com que elas se misturem.
1.2 Produtos para a limpeza da pele: sabão, sabonetes, emulsões, 
soluções de limpeza e lenços umedecidos
O sabão é o tensoativo de limpeza mais antigo que se tem conhecimento na história e é 
utilizado ainda nos dias de hoje. Entre os brasileiros, o sabonete em barra é o produto de limpeza 
mais difundido e conhecido entre a população. Nos próximos tópicos vamos abordar cada um dos 
produtos para limpeza da pele.
• Sabão
Segundo Friedman (1996), o sabão é um sal alcalino de ácido graxo obtido através da reação de 
saponificação de óleos ou gorduras por adição de um alcalinizante, como por exemplo, o hidróxido 
de sódio (NaOH). O tipo de substância alcalina utilizada determina algumas características do 
sabão. Os sabões de sódio são mais duros, os de potássio mais solúveis e os de trietanolamina 
menos alcalinos.
O material graxo usado no processo de saponificação pode ser de origem animal (gordura) ou de 
origem vegetal (óleo) ou ácido esteárico. Uma tendência atualmente das indústrias cosméticas tem 
sido abandonar o uso de material de origem animal e utilizar os óleos vegetais devido à aclamação 
dos consumidores, ativistas e pesquisadores por produtos que não tenham derivados animais.• Sabonete
Podemos classificar os sabonetes de acordo com o tipo de tensoativo ou mistura que faz 
parte da sua formulação. Dessa forma, podem ser classificados como: regular, combo ou combars 
(combination bars), syndet (syntetic detergent), glicerinados e pó. As apresentações podem ser 
nas seguintes formas: em barra, líquidos, semissólidos e em pó.
De acordo com Draelos (2005), os sabonetes tradicionais ou regulares são feitos com uma 
mistura de gordura animal e óleo vegetal, conforme a figura abaixo. A proporção normalmente 
é 4:1, ou seja, corresponde a 80% de sabão derivado de sebo animal e 20% derivado de óleo 
vegetal. Como já comentamos acima, algumas indústrias preferem não utilizar gordura animal 
71
nas suas formulações devido ao apelo da população. Dessa maneira, utilizam os óleos vegetais, 
principalmente o óleo de palma, e, a estes, são adicionados corantes, fragrância, água, ligantes, 
antioxidantes, quelantes, substâncias que aumentam a dureza da barra, entre outros.
Figura 1 - Procedimentos para o preparo de sabonete em barra 
Fonte: Elaborada pelo autor, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra um esquema sobre o procedimento para o preparo de 
sabonetes em barra.
Os sabonetes combars são formulados através de uma combinação de sabão com detergentes 
sintéticos. Já os sabonetes syndets possuem menos de 10% de sabão na sua formulação e 
utilizam, em sua composição, os isotionatos, principalmente, o cocoil e lauril isotionato de sódio. 
Os syndets bars apresentam, como características marcantes, a suavidade, o cheiro agradável, 
a melhora da textura da pele e da luminosidade, sendo indicados para peles com acne, pois 
contribuem para a redução das lesões inflamatórias, rosáceas e dermatite atópica.
Os sabonetes glicerinados são exemplos de formulações em que se tem uma diminuição da 
quantidade de sabão na fórmula. Nesse caso, o sabão corresponde a 30% da fórmula. A composição 
restante é composta por glicerina, álcool, propilenoglicol, corante, fragrância e açúcar para 
aumentar a transparência. A espuma dos sabonetes glicerinados não é tão abundante como a 
espuma dos sabonetes comuns ou líquidos, portanto, podem ser adicionado detergentes sintéticos 
à formulação. Esse tipo é mais suave, devido ao menor teor de sabão presente na formulação.
Normalmente, os sabonetes líquidos são formulados a partir de sabões de potássio numa 
concentração de 15% a 20%. Atualmente, na maioria dos casos, esse tipo de formulação não 
leva sabão e são formulados com misturas de tensoativos sintéticos, ou derivados de produtos 
72
naturais. Quando esses sabonetes apresentam coloração opaca, podem receber o nome de 
sabonete cremoso, sendo que a sua apresentação na forma líquida pode ser em pH ácido ou em 
pH fisiológico. Os sabonetes em pó são associações de detergentes em pó, lauril sulfato de sódio 
e derivados de aminoácidos.
Emulsões e soluções de limpeza
As emulsões de limpeza da pele apresentam uma fase oleosa, uma aquosa e um ou mais 
tensoativos com propriedades emulsificantes. Normalmente, as emulsões são utilizadas com 
o intuito de remover a maquiagem, realizar a higiene diária da pele do rosto ou, em clínicas 
estéticas, antes de algum procedimento. Estão disponíveis, no mercado, também as soluções de 
limpeza aquosa, quase sempre tamponadas para o pH da pele. Essas, em especial, são indicadas 
para pessoas que têm pele oleosa ou acnéica.
Lenços umedecidos
Os lenços umedecidos são constituídos de uma combinação de fibras sintéticas e naturais, 
algodão e celulose. O material formado por essas fibras é embebido em solução composta por 
água, tensoativos, sistema preservante, fragrância e outros. Quando prontos, devem ser bem 
acondicionados para evitar a evaporação do sistema solvente causando a secagem dos lenços.
2 HIDRATAÇÃO
A pele está distribuída entre a epiderme e a derme, sendo que a derme é a que contém 
maior quantidade de água. Estudar sobre a hidratação da pele é se aventurar em um mundo 
bastante complexo, onde estão envolvidos diferentes mecanismos e substâncias e, a seguir, você 
vai encontrar uma coletânea sobre o assunto.
2.1 Hidratação da pele
A hidratação da pele, atualmente, tem sido bastante abordada através de procedimentos em 
clínicas estéticas e dermatológicas. De acordo com Ribeiro (2010), é necessário o conhecimento 
dos mecanismos fisiológicos para alcançar os objetivos almejados. Assim, para tornar o 
procedimento benéfico ao paciente, é importante ter conhecimento sobre os mecanismos de 
ação dos principais ativos hidratantes.
Os hidratantes constituem uma das classes mais importantes dos cosméticos, pois apresentam 
ação preventiva, principalmente contra o envelhecimento precoce.
A desidratação da pele, conhecida por xerose, xeroderma ou pele seca, pode ser momentânea 
ou persistente, sendo que, neste último caso, o restabelecimento ou controle da hidratação se 
73
torna mais difícil de ser realizado. Regiões do corpo que não ficam protegidas nas estações mais 
frias ficam mais vulneráveis quando expostas ao meio ambiente, tais como as mãos, que devido 
à fina camada de pele e um número reduzido de glândulas sebáceas comparadas ao restante 
do organismo, tendem a desidratar-se mais facilmente, sofrendo, desta forma, alterações que 
podem manifestar-se em forma de aspereza, ressecamento, descamação e até mesmo gerar 
processos inflamatórios no local.
Existem três tipos principais de ativos capazes de ajudar na hidratação da pele, são eles:
• Oclusivos
Que formam uma camada de proteção sobre a pele impedindo a perda da água.
• Umectantes
Que absorvem a água do ambiente.
• Emolientes
Que suavizam a pele.
Alguns exemplos de ativos hidratantes conhecidos são: aminoácidos, ceramidas, ácido 
hialurônico, uréia, glicerina, colesterol, ácidos graxos, entre outros. Tais substâncias também 
fazem parte da matriz lipídica intercelular, que preenche os espaços entre os corneócitos (células 
da camada córnea da epiderme), proporcionando à pele a função de barreira. A redução desses 
lipídeos na camada córnea, provocada por alguns fatores que inclui a exposição à solventes 
orgânicos e substâncias detergentes, envelhecimento, fatores genéticos, entre outros, alteram a 
barreira cutânea, provocando uma diminuição da hidratação da pele.
A hidratação da camada córnea pode variar de acordo com alguns fatores como: umidade 
externa, transporte de água das camadas mais inferiores da pele para a superfície cutânea, 
velocidade de evaporação da água, velocidade de queratinização e quantidade e composição da 
emulsão epicutânea formada pelos lipídeos cutâneos, água e fator natural de hidratação (Natural 
Moisturizing Factor - NMF).
A redução da secreção sebácea faz com que a pele fique mais seca, sendo que as crianças, por 
exemplo, apresentam a pele seca até a puberdade, provavelmente devido à pequena secreção 
de sebo. Esse mesmo fenômeno pode ser observado na fase do envelhecimento, em que ocorre 
a diminuição da secreção sebácea. As principais manifestações clínicas da pele seca são: prurido, 
queimação, sensação de estiramento da pele, descamação, aspereza ao toque, aumento de rugas 
e marcas de expressão e possível presença de vermelhidão.
74
2.2 Mecanismos de hidratação da pele
Como mencionado anteriormente, os ativos cosméticos destinados a cuidados da pele seca 
exercem suas ações através de alguns mecanismos como: oclusão, umectação e hidratação 
ou umectação ativa. A seguir, vamos ter a oportunidade de compreender cada um desses 
mecanismos.
Componentes oclusivos
As formulações que agem por oclusão formam um filme graxo superficial que impede a perda 
de água, a chamada perda transepidermal de água. Assim, a água fica retida entre o filme lipofílico 
(cosmético) e a camada córnea. Quanto mais semelhança houver entre a substância lipofílica e os 
componentes da secreção sebácea, melhor será o resultado. Os ativos cosméticos que hidratam 
a pele por oclusão são os minerais, os óleos vegetais e as gorduras animais. Como exemplo dederivados minerais, podemos citar a vaselina e, como derivados de gorduras animais, podemos 
citar a lanolina e a gordura de ema. Dentre os óleos vegetais, podemos elencar diversos exemplos 
como: abacate, macadâmia, girassol, uva, castanha do Brasil, algodão, buriti, canola, entre outros.
Ingredientes umectantes
Um hidratante que age por umectação, tem como função reter água, seja ela proveniente 
da formulação, da atmosfera ou da água perdida da camada córnea mais superficial na pele. A 
eficácia e os efeitos adversos dos umectantes são diretamente proporcionais à sua concentração.
Alguns ativos que possuem a propriedade de umectação são os hidrolisados de proteína 
animal ou vegetal, como a queratina, os polissacarídeos, como o ácido hialurônico e os derivados 
de algas ricos em mucilagem, além de vários glicóis, como a glicerina e o sorbitol, por terem a 
capacidade de formar pontes de hidrogênio.
Com exceção dos glicóis, que podem ou não permear a camada córnea, os demais umectantes, 
devido ao seu alto peso molecular, permanecem apenas na superfície da pele, onde formam um 
filme hidrofílico.
Hidratação ativa ou umectação ativa
Os ativos de hidratação ativa conseguem permear a camada córnea e reter água em toda sua 
extensão. 
Algumas substâncias hidratantes umectantes superficiais ou ativas são:
Glicerina
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Em altas concentrações, acima de 25%, em formulações para a pele seca consegue hidratação 
rápida.
• Uréia
Possui alto poder higroscópico, como em casos de dermatite atópica, e é mais eficaz que a 
glicerina.
• PCA
Alta capacidade de retenção de água.
• Lactato de amônio
Umectantes com eficácia superior a glicerina e ao sal de AHA (alfa-hidroxiácidos).
2.3 Hidratação dos lábios
Os lábios são uma zona bastante sensível de transição entre a pele facial e a mucosa bucal e 
não possuem glândulas sebáceas e sudoríparas, sendo que essas características são responsáveis 
por conferirem baixa proteção à perda de água. Portanto, é um local que merece um cuidado 
especial, pois a pele está mais exposta ao sol, ao vento, ao frio e à umidade, fatores que podem 
levar à desidratação dos lábios, deixando uma aparência seca e áspera.
Em geral, as mulheres possuem maior proteção do que os homens por utilizarem maquiagem 
labial, porém, no período da noite, estão desprotegidas devido à ausência da maquiagem e os 
lábios podem ficar vulneráveis à desidratação.
Nos batons, normalmente, a função é decorativa, serve para colorir os lábios, mas como possui 
composição graxa, acaba formando uma película protetora. Nos batons podem ser adicionados 
hidratantes e substâncias responsáveis pela regeneração celular.
FIQUE DE OLHO
Com tantas opções de hidratantes disponíveis no mercado, surge uma dúvida: qual o 
melhor tipo de ativo hidratante? Acredita-se que não exista melhor ou pior, é uma questão 
de adequar a formulação à necessidade de cada tipo de pele, levando em consideração se 
a pele é jovem ou madura e escolher um mix de ativos que ofereça as melhores condições.
76
Os melhores ativos para as formulações de batons são os óleos, ceras e manteigas, pois têm 
a propriedade de formar um filme, protegendo e aumentando a hidratação. Alguns exemplos 
desses compostos são as vitaminas, por exemplo, a vitamina E, a vitamina C, a vitamina A e o 
D-pantenol. Esses compostos são responsáveis por prevenirem o ressecamento e estimularem a 
regeneração celular. Para acelerar a cicatrização, pode ser utilizado o aloe vera, a centella asiática 
e a calendula officinalis (calêndula).
2.4 Produtos antienvelhecimento
Com o aumento da expectativa de vida, o interesse por retardar o envelhecimento foi 
aumentando, principalmente quando se trata de cuidados estéticos com a pele. Com o avanço 
da tecnologia, a ciência traz, a cada dia, novas descobertas capazes de tratar a individualidade de 
cada paciente.
No Brasil, os produtos cosméticos para antienvelhecimento são muito utilizados. Hoje, 
os brasileiros vivem mais e também se cuidam mais. Acompanhando as transformações da 
sociedade, atualmente, o mercado de cosméticos anti-idade apresenta produtos com atributos 
diversificados, direcionados a vários perfis de consumidores.
O envelhecimento é um fenômeno biológico progressivo e temporal que leva a redução da 
função máxima e da capacidade de reserva do organismo. E, especialmente sobre o envelhecimento 
da pele, existem três teorias. A primeira é a teoria do encurtamento dos telômeros; a segunda é 
a teoria dos radicais livres, fundamentada no acúmulo de EROs (espécies reativas de oxigênio), 
incluindo oxidação do DNA (ácido desoxirribonucleico) e mutações; e a terceira é a combinação 
das alternativas anteriores, onde os telômeros são danificados pelas EROs.
Os sinais de envelhecimento da pele começam a aparecer por volta dos 35 anos e, nesse 
momento, podem ser utilizados ativos hidratantes e tratamentos mais intensos para a área dos 
olhos. No entanto, a pele vai envelhecendo em proporções diferentes dependendo de vários 
fatores, podendo ser classificados como fatores intrínsecos, tais como fatores genéticos, relógio 
biológico, patologias, fatores hormonais, movimentos musculares repetitivos e contínuos; 
ou fatores extrínsecos, tais como radiação UV (ultravioleta), tabagismo, poluição ambiental, 
temperaturas extremas (calor ou frio), hábitos de higiene da pele e álcool, apresentados na 
imagem a seguir.
77
Figura 2 - Envelhecimento da pele 
Fonte: Marina113, iStock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra os principais fatores intrínsecos e extrínsecos responsáveis pelo 
envelhecimento da pele.
O tratamento preventivo é a forma mais eficiente de combater o envelhecimento precoce. 
Existem diversos produtos tópicos que podem ser utilizados quando o envelhecimento cutâneo 
ainda é moderado. Esses produtos vão agir, principalmente, hidratando a camada córnea e 
melhorando o metabolismo da derme e da epiderme. As principais formulações cosméticas 
disponíveis para este fim são: os retinóides (derivados da vitamina A), a vitamina C, a vitamina E, 
a coenzima Q10, o ácido lipóico e os flavonoides.
O profissional da área deve, então, estar familiarizado com os diversos produtos disponíveis 
para fazer a opção correta para cada cliente. Precisando saber, por exemplo, que tipo de produto 
é necessário para cada tratamento, além de dever tratar a condição atual da pele de cada cliente. 
Assim, é fundamental que se conduza uma análise minuciosa e que se registre todas as alterações 
a cada vez que o cliente fizer uma visita.
Como existem muitos ativos cosméticos comercialmente disponíveis para produtos hidratante 
e anti-idade, é importante manter-se sempre atualizado.
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2.5 Óleos corporais
Os óleos corporais são preparações cosméticas para repor o filme lipídico sobre a pele 
principalmente após o banho, e, assim, proporcionar a maciez ao toque e hidratação por 
mecanismo oclusivo.
Os óleos pós-banho, aplicados sobre a pele úmida, são acrescidos de um tenso ativo com 
baixo equilíbrio hidrofílico lipofílico (EHL) para formar uma emulsão do tipo água em óleo (A/O) 
e melhorar o fator sensorial do produto final. Já, os óleos bifásicos são produzidos a partir da 
mistura de duas soluções imiscíveis, normalmente uma aquosa e outra oleosa. E os trifásicos 
obtidos a partir da associação de três soluções imiscíveis.
3 MASSAGEM
Conforme Ribeiro (2010), a massagem é um conjunto de técnicas baseadas no toque e 
aplicadas, normalmente com as mãos, com finalidade estética ou terapêutica.
Existem diferentes tipos de massagem e cada uma possui técnicas diferentes e com finalidades 
diversas. Quando o corpo se sente bem, a mente se descontrai e, como é algo que raramente se 
consegue fazer, a massagem pode ser uma aliada na tentativa de anular os efeitos das pressões 
diárias da vida.
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Figura 3 - Massagem 
Fonte: Kokouu, iStock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra duas mãos massageando um corpo. 
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
3.1Tipos de massagem
Aqui, você terá a oportunidade de conhecer os diferentes tipos de massagem, assim como 
aprender sobre a finalidade de cada uma delas. Existem vários tipos de massagem que se 
concentram em diferentes partes do corpo, com distintas abordagens de cura. 
Shantala
É um método bastante utilizado em bebês com a finalidade de aproximar a mãe e filho ou 
outros membros da família com a criança. A shantala tem origem no sul da Índia e foi transmitida 
à população pelos monges, sendo repassada de mães para filhas.
O uso desse método em bebês estimula a pele e pode ter efeitos terapêuticos. Quando 
80
utilizada em lactantes pode aumentar os níveis de cortisol, refletindo em uma possível adaptação 
do eixo hipotalâmico-hipofisário-adrenal nos lactentes, proporcionando ao bebê segurança, 
tranquilidade, alívio das cólicas e sono tranquilo.
Shiatsu
É um método terapêutico que significa pressão com os dedos. É originário do Japão e seus 
princípios encontram-se na medicina oriental. Esse método consiste na pressão com as mãos e 
os dedos em partes do corpo chamadas de pontos energéticos. Através da pressão, acontece o 
estímulo do organismo a produzir melhoras para os problemas que o indivíduo possa ter.
Os benefícios do shiatsu podem levar à melhora de tensões musculares, constipação, melhora 
da postura, ansiedade, circulação e diminuição do estresse. Além disso, a técnica pode ser aplicada 
utilizando cosméticos próprios para esse fim ou sem o auxílio de nenhum produto cosmético. Os 
óleos essenciais também podem ser utilizados para auxiliar nesse método terapêutico.
Reiki
É uma medicina alternativa que tem grande influência budista. É uma técnica que utiliza 
a imposição das mãos para canalizar energia do terapeuta e transferir esta energia para outro 
indivíduo e não é exatamente um tipo de massagem. Apesar de não ter comprovação científica, 
o reiki é oferecido em hospitais e clínicas médicas e estéticas, sendo inclusive oferecido pelo 
governo do Brasil através do Sistema Único de Saúde (SUS).
Massagem ayurvédica
Tem origem na medicina ayurvédica, criada na Índia. Esse tipo de técnica é feito por toques 
profundos e vigorosos e utiliza produtos naturais, como o óleo vegetal. A técnica começa a ser 
realizada pela coluna do paciente e, depois disso, os movimentos são estendidos ao pescoço, 
ombros, pernas, barriga, peito e rosto. A ideia desse tipo de massagem é a abertura dos chakras 
ou centros vitais.
Drenagem linfática
É uma técnica de massagem que trabalha a estimulação do sistema linfático. A técnica é 
baseada no uso de movimentos para atingir a linfa no sentido de drenagem. Os vasos linfáticos 
têm a função de retirar a linfa da região onde ela se concentra. Aumentando a pressão, é 
induzido o deslocamento da linfa pelos vasos linfáticos diminuindo a pressão interna, o que, 
consequentemente, acelera o processo de retirada de líquidos acumulados entre as células.
Esse tipo de massagem deve ser realizado por profissionais habilitados que possuam 
conhecimento sobre o sistema linfático, da velocidade de drenagem e da pressão a ser usada. A 
81
drenagem é utilizada para diversos fins, entre eles a melhora da celulite, hematomas e inchaços 
pós-cirurgia e eliminação de líquidos acumulados no organismo.
Massagem modeladora ou redutora
É realizada por técnicas manuais com movimentos contínuos de amassamento, deslizamento e 
pressão, rápidos e vigorosos sobre a pele. O objetivo principal desse tipo de massagem é atuar na 
diminuição de medidas ou melhorar a aparência do local onde é aplicada. A redução de medidas 
e modelagem do corpo ocorre pela tonificação muscular e pela drenagem local. Podem ser 
utilizados cosméticos termogênicos (que aquecem e estimulam o metabolismo local) e substâncias 
hiperemiantes como os nicotinatos, crioterápicas (cânfora, mentol e salicilato de metila).
Massagem relaxante com pedras quentes
É muito utilizado em clínicas de estética e SPAs. É realizada com a finalidade de relaxar os 
músculos e proporcionar bem-estar. Consiste na utilização de pedras de basalto aquecidas a uma 
temperatura suportável pelo corpo, sendo que as pedras são colocadas de forma a atingir pontos 
energéticos do corpo.
3.2 Cosméticos para massagem
As formulações cosméticas para massagem são desenvolvidas com uma parte oleosa ou 
umectante que têm como objetivo diminuir o atrito entre a pele de quem aplica e a de quem 
recebe, facilitando a massagem. Dependendo da finalidade da massagem, o massoterapeuta 
ou esteticista, pode escolher ativos com finalidades específicas. Os principais requisitos para 
produtos de massagem são: permitir um bom deslizamento das mãos, possuir um odor agradável, 
não deixar resíduo oleoso no corpo, não ser irritante e não ser adsorvido pelas roupas. Os ativos 
podem se apresentar de diferentes formas:
Óleos
Podem ter efeitos terapêuticos e permitem redução do atrito entre a pele do esteticista e de 
quem recebe a massagem.
Emulsões
Por ter uma fase aquosa, permite a incorporação de ativos hidrofílicos com finalidade 
terapêutica.
Géis hidrofílicos e hipofílicos
A vantagem desse tipo de formulação é a facilidade de remoção posterior do produto da pele
82
Todo mundo tem a necessidade de relaxar e, assim, a massagem vem sendo utilizada, há 
muito tempo, como um remédio caseiro, pois pode ser implacável no alívio das pressões da vida 
profissional e doméstica. Para muitos, a rigidez e a dor torna-se um modo de vida ao qual se 
encontram inseridos. Dessa forma, a massagem torna-se uma experiência de conhecimento do 
corpo para quem recebe e também para quem a realiza, proporcionando, no mínimo, alívio para 
as dores e redução efetiva do stress, uma vez que, há milhares de anos, a massagem ou imposição 
das mãos é utilizada para curar e dar alívio para os doentes, pois pode tanto fixar uma articulação 
frouxa demais, quanto soltar uma articulação que esteja rígida demais.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
FIQUE DE OLHO
A flora brasileira tem grande participação na valorização dos óleos. Associando a sua 
diversidade com os modernos processos de extração, que garantem a larga escala de 
produção com a padronização dos princípios ativos, o mercado dispõe de uma ampla 
variedade de óleos especiais com as mais diversas aplicações e finalidades.
83
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• estudar sobre cosméticos de limpeza, hidratação e massagem;
• aprender sobre as formas de limpeza da pele;
• aprofundar o conhecimento sobre produtos para a limpeza da pele: sabão, sabone-
tes, emulsões, soluções de limpeza e lenços umedecidos;
• compreender os mecanismos de hidratação da pele;
• conhecer os principais produtos antienvelhecimento;
• estudar sobre os diferentes tipos de massagem;
• conhecer os cosméticos disponíveis para massagem.
PARA RESUMIR
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UNIDADE 4
Cosméticos epilatórios, depilatórios 
e pós-depilação/epilação, cosméti-
cos clareadores e despigmentantes e 
cosméticos para a região dos olhos
Você está na unidade Cosméticos epilatórios, depilatórios e pós-depilação/epilação, 
cosméticos clareadores e despigmentantes e cosméticos para a região dos olhos. Conheça 
aqui os cosméticos depilatórios, epilatórios e pós-depilação, os métodos disponíveis, 
mecanismos de ação e o tipo de aparato utilizado para esta finalidade. Entenda sobre 
hipermelanoses cutânea e os ativos despigmentantes disponíveis. Além disso, conheça os 
cosméticos para cuidados da área dos olhos.
Bons estudos!
Introdução
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1 COSMÉTICOS EPILATÓRIOS, DEPILATÓRIOS E 
PÓS-DEPILAÇÃO/EPILAÇÃO
Tanto homens quanto mulheres tentam eliminar cabelos e pelos do corpo há séculos. 
Existem relatos de 1.500 a.C., por exemplo, sobre um produto para depilar a base de trissulfeto 
de antimônio e outro composto de soda cáustica. Além disso, essa prática já era utilizada por 
Cleópatra, que, nessa época, utilizava um “produto” a base de cera quente embebida em tecidos 
finos para depilação. 
Você sabe quais são os cosméticos utilizados para epilação e depilação? Saberia escolher um 
cosmético para usar no pós-depilatório? Todas essas perguntas serão respondidas aqui.
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1.1 Cosméticos epilatórios e depilatórios
A depilação vem sendo cada vez mais procurada para fins estéticos. É uma área em constante 
crescimento e transformação, logo, também é crescente a necessidade por profissionais 
capacitados, equipamentos de qualidade e ativos cosméticos que ofereçam soluções estéticas 
para homens e mulheres.
Os cosméticos epilatórios e depilatórios possuem a mesma função, ou seja, eliminar os pelos 
do corpo. E, afinal, qual é a diferença entre depilação e epilação?
 A depilação é um método que faz apenas a retirada superficial e parcial dos pelos. Já, a 
técnica de epilação faz a extração, o arrancamento ou a destruição total, removendo os bulbos 
pilosos, trazendo resultados que duram por mais tempo.
Os métodos de depilação temporária possuem vantagens e desvantagens, ou seja, cabe 
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ao indivíduo escolher aquele que vai trazer mais benefícios do que malefícios para a sua pele. 
Alguns métodos agridem menos a pele, mas a desvantagem é que a ausência de pelos não dura 
mais do que três dias. Outros procedimentos são mais doloridos e duradouros, mas a principal 
desvantagem é o surgimento do pelo encravado. De acordo com dados da literatura, qualquer 
tipo de depilação pode favorecer o surgimento da foliculite, que é um processo inflamatório que 
deixa a pele com um aspecto avermelhado e com bolinhas.
Podem ser utilizados métodos físicos e químicos na depilação. Os métodos físicos consistem 
na utilização de barbeadores e é possível realizar o corte do pelo, sendo um procedimento rápido, 
econômico e indolor. Através desse método, é possível realizar a retirada dos pelos por corte 
úmido ou seco. O corte úmido remove os pelos através de barbeadores com lâminas paralelas 
associadas com produtos espumantes. E o corte a seco utiliza aparelhos elétricos com cabeça 
rotatória ou lâmina de metal.
Na depilação química, o pelo é destruído através da aplicação de substâncias químicas que 
o dissolve. Com esse método, o pelo cresce mais lentamente e é um método menos dolorido, 
quando comparado com a depilação com cera. Assim, é aplicado um produto sobre a pele para 
agir por um tempo determinado pela sua formulação. Durante esse período, as pontes dissulfeto 
são rompidas pela substância química aplicada, quebrando a estrutura proteica.
Um método que possui bastante adeptos é a depilação com cera, que é um dos métodos mais 
antigos utilizados para remover pelos que temos conhecimento. No entanto, algumas das suas 
desvantagens relatadas são dor e encravamento de pelos. Nesse método, pode ser utilizada cera 
quente ou fria, em que o produto é aplicado sobre a pele e, com movimentos rápidos, faz-se a 
retirada do pelo, removendo também o bulbo capilar.
A eletrólise ou eletrodepilação é um procedimento que insere uma agulha fina no orifício 
do folículo piloso direcionando-a até o bulbo capilar, onde é aplicada uma corrente elétrica para 
destruir o bulbo capilar, sendo que esse processo pode deixar a pele com lesões e manchas.
Outro método bastante utilizado é o laser, onde feixes de luz na frequência de absorção 
da melanina são absorvidos e o calor gerado por esta energia destrói o pelo por fotodermólise 
seletiva.
Para entendermos mais sobre os métodos epilatórios e depilatórios devemos conhecertambém o seu mecanismo de ação e os seus efeitos. Na tabela a seguir estão representados 
os principais métodos epilatórios e depilatórios utilizados para remoção dos pelos através de 
procedimentos químicos e físicos.
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Tabela 1 - Principais métodos de epilação e depilação, seus mecanismos de ação e efeito 
Fonte: Elaborado pelo autor com base em Santos (2007).
#PraCegoVer: a imagem mostra uma tabela contendo os principais métodos de epilação e 
depilação, seus mecanismos de ação e efeito.
1.2 Cosméticos utilizados no pós-depilação
Depois de utilizar os métodos epilatórios e depilatórios, a pele pode vir a apresentar 
algumas alterações como: desidratação, prurido, pequenas lesões com sangramento, eritema, 
descamação, pequenos processos inflamatórios e infecciosos.
Todos os métodos existentes para a remoção de pelos causam danos à camada córnea da pele, 
aumentando sua permeabilidade, logo acontecerá maior perda transepidermal de água, o que 
causa desidratação e irritação. Para diminuir essa desidratação, podem ser utilizados hidratantes. 
Os hidratantes mais recomendados para esse tipo de situação são os óleos, manteigas e gorduras 
vegetais, que formam uma espécie de filme lipofílico sobre a camada da pele e dificultam a 
evaporação da água. Com a pele hidratada, torna-se mais difícil o desenvolvimento de foliculite 
e processos irritativos.
O uso de alguns ativos cosméticos melhora a pele agredida pelos processos de epilação e 
depilação e, para esse fim, pode ser usado a centella asiatica, o aloe vera, o própolis, as vitaminas 
A e d-pantenol, o óleo de rosa mosqueta e buriti. Para processos inflamatórios, podem ser 
utilizadas formulações cosméticas que contenham calêndula, camomila, arnica e antioxidantes 
como as vitaminas C e E.
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Além disso, existe a possibilidade de utilizar ativos que retardam o crescimento do pelo e 
aumentam o intervalo entre as depilações ou epilações. Algumas enzimas como a papaína, a 
lipoxidase a 60.000 UI aplicadas logo após a depilação, na semana durante a depilação e na 
semana seguinte, retardam o crescimento do pelo.
2 COSMÉTICOS CLAREADORES E 
DESPIGMENTANTES
Normalmente, os cosméticos clareadores são usados para cuidados da pele do rosto. 
Estes produtos têm como objetivo melhorar as imperfeições de peles hiperpigmentadas, que 
apresentam cor heterogênea e que acabam se tornando incomodas para algumas pessoas.
Figura 1 - Cosméticos clareadores e despigmentantes 
Fonte: Blackday, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra o rosto de três mulheres com tons de pele diferentes. 
A hiperpigmentação é um problema cutâneo comum que é particularmente prevalente em 
indivíduos de meia-idade e idosos. É cosmeticamente importante e pode prejudicar a aparência e 
a qualidade de vida de indivíduos que dão muita importância para a beleza.
2.1 Hipermelanoses cutânea
A cor final da pele consiste na somatória da melanina formada, da hemoglobina presente nos 
vasos sanguíneos, dos carotenoides e de outras condições do estrato córneo. Porém, neste caso, 
estamos falando de uma coloração normal, uniforme e sem heterogeneidade aparente.
Porém, quando falamos de hipermelanoses, estamos falando do momento em que a 
coloração deixa de ser uniforme e passa a apresentar irregularidades de tonalidade, mostrando 
regiões com manchas mais escuras e acastanhadas.
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A melanina é formada a partir de uma reação bioquímica que envolve o aminoácido tirosina e 
a enzima tirosinase. Essa reação é chamada de melanogênese e ocorre dentro dos melanossomas, 
que, por sua vez, são formados no interior dos melanócitos a partir do complexo de Golgi.
Tanto em pessoas com coloração homogênea, quanto heterogênea, o processo bioquímico 
de formação da melanina é o mesmo. A diferença é que, nas desordens pigmentares cutâneas, na 
qual se observa a maior formação de melanina, há o aumento desordenado desse pigmento na 
epiderme, derme, em ambos ou, ainda, uma característica clínica indeterminada.
A hipermelanose epidermal ocorre pelo aumento de melanina na epiderme devido ao 
aumento da sua produção pelos melanócitos existentes ou aumento de melanócitos ativos no 
local. Elas são chamadas de hiperpigmentação melanótica e melanocitótica, respectivamente. Na 
hiperpigmentação melanótica, a maior intensidade da pigmentação é adquirida com o aumento 
da produção de melanina sem nenhuma mudança no número de melanócitos ativos. Exemplos 
desse caso são as sardas e a hiperpigmentação pós-inflamatória. Já, na hiperpigmentação 
melanocitótica, a causa se dá pelo aumento de melanócitos ativos como exemplo, o lentigo e o 
bronzeamento.
Os possíveis mecanismos de aumento da hiperpigmentação melanótica incluem o acréscimo 
da produção, melanização e tamanho dos melanossomas, bem como da transferência dos 
melanossomas para os queratinócitos e diminuição da renovação dos queratinócitos da epiderme. 
As hipermelanoses podem ser localizadas ou difusas e algumas delas podem ter localização na 
face (melasma) e nas mãos (melanose acral).
Dependendo da característica da hiperpigmentação, elas recebem nomes específicos. Abaixo 
vamos ver os casos mais comuns:
• Sardas
São manchas pequenas, com diâmetro inferior a 0,5 centímetros, de cor castanha, que 
aparecem a partir dos três anos de idade em áreas da pele mais expostas ao sol. Normalmente, 
ocorrem em pessoas de olhos, cabelos e pele claras. Nas sardas, o número de melanócitos ativos 
não aumenta o que ocorre é um aumento dos melanossomas e produção de melanina.
• Cloasma ou melasma
É uma melanodermia comum, caracterizada por máculas acastanhadas em áreas fotoexpostas, 
com pigmentação de diferentes intensidades, que acomete em geral as mulheres. A influência 
hormonal da etiopatogenia do melasma é subsidiada pela elevada frequência da afecção em gestantes, 
em usuárias de anticoncepcional oral e em mulheres que fazem terapia de reposição hormonal.
Outros fatores contribuintes para o desenvolvimento do melasma
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incluem cosméticos derivados do petróleo, psoralênicos e demais substâncias 
fotossensibilizantes, além da predisposição hereditária, já que a maioria dos pacientes com tal 
afecção tem familiares afetados pela mesma doença.
• Hiperpigmentação pós-inflamatória
Surge principalmente em pessoas de pele escura na sequência do restabelecimento de uma 
inflamação como a acne, a dermatite de contato, a dermatite atópica e podem persistir por meses. 
A causa são as citoquinas liberadas no processo inflamatório que estimulam a melanogênese.
• Hiperpigmentação por reações fototóxicas e fitofotodermatite
É causada pelo contato com substâncias fotossensibilizantes e subsequente exposição ao 
sol. No início, o local fica apenas vermelho, depois evolui para uma resposta inflamatória, que 
pode resultar em bolhas. Após isso, desenvolve-se no local uma hiperqueratose e hiperplasia 
melanocitótica, causando a hiperpigmentação. Pode ser induzido pelo uso de medicamentos 
sistêmicos ou tópicos associados ao sol, ou de certas plantas e alimentos.
• Lentigos
São manchas pequenas circunscritas com um ou mais milímetros de diâmetro. Apresentam 
coloração castanha escura a negra, são encontradas em áreas expostas ao sol e também são conhecidas 
como manchas senis. É o somatório do acúmulo de danos causados pelo sol ao longo da vida.
• Hiperpigmentação periorbital
É uma melanose localizada na região periocular devido ao aumento da melanina na epiderme 
e tem origem genética, sem possibilidade de reversão.
Figura 2 - Melasma 
Fonte: Whitemomo, Shutterstock, 2020.
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#PraCegoVer: a imagem mostra três estágios de tratamento de melasma. O melasma não é 
considerado de caráter hereditário, podem surgir pela exposição ao sol, gravidez (hormônios), 
algumas drogas antiepilépticas, e contraceptivos orais.
2.2 Cuidados cosméticos
Os cuidados cosméticos, quando possíveis, consistem em usar protetor solar, clareadores, e 
acima de tudo, ter paciência e persistência. É importante destacar que não se consegue melhora 
em pouco tempo e,além disso, os cuidados cosméticos devem ser constantes.
Para um tratamento obter sucesso, alguns fatores, tais como tipo de hipermelanose, extensão, 
localização, época do ano e tipo de ativo ou associações de ativos utilizados devem ser levados 
em consideração.
Um ativo despigmentante cosmético ou farmacêutico deve diminuir a penetração dos raios 
ultravioletas utilizando filtros solares com Fator de Proteção Solar (FPS) numa escala de alto a 
muito alto e, além de formulações fotoprotetoras, faz-se necessário o uso de ativos clareadores 
da pele que exerçam suas funções por:
• inibição da tirosinase;
• diminuição dos melanócitos funcionais;
• supressão de reações inflamatórias;
• esfoliação dos queratinócitos carregados em melanina
O tratamento da hiperpigmentação adquirida tem sido um desafio e, com frequência, 
desencorajador, pois vários agentes usados podem causar irritação cutânea. O paciente precisa 
ser disciplinado ao tratamento proposto, principalmente evitando a exposição ao sol e utilizando 
bloqueador solar com fator de proteção solar (FPS).
Com a evolução dos ativos e a combinação de diferentes mecanismos de ação, é possível obter 
um efeito clareador potencializado, com resultados mais seguros. A seguir, vamos conhecer quem 
são os principais ativos despigmentantes utilizados para o tratamento da hiperpigmentação.
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Figura 3 - Cosméticos despigmentantes 
Fonte: Orawan Pattarawimonchai; BB Design Stock; ShvetsovaDesign; MITstudio, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra uma gama de produtos que são despigmentantes.
Os ativos despigmentantes são:
• Hidroquinona
O composto fenólico hidroquinona é a opção terapêutica mais utilizada no tratamento do 
melasma há mais de 50 anos. Apresenta a capacidade de inibir a atividade da tirosinase em 
90%, reduzindo a conversão de DOPA em melanina. Outros mecanismos de ação possíveis da 
substância são destruição dos melanócitos, degradação dos melanossomas e inibição da síntese 
de DNA e RNA.
É um despigmentante de ação imediata e é usado topicamente em associação a um 
protetor solar. É indicado no tratamento de melasma, sardas, lentigo senil e hiperpigmentação 
pós-inflamatória e age pela inibição competitiva da tirosinase. Os principais efeitos adversos 
são irritação da pele, ocasionalmente eritema, erupção, hipopigmentação e despigmentação 
reversível restrita ao local de aplicação. É, comumente, associado a ácido retinóico, ácido salicílico 
e alfa-hidroxiácidos (AHAs) para aumentar a eficácia despigmentante.
• Monometil éter de hidroquinona e monobenzil éter de hidroquinona
O monometil éter de hidroquinona ou mequinol, é um análogo químico da hidroquinona e 
é um excelente despigmentante que também age com resposta imediata. Porém, tem menor 
incidência de efeitos indesejáveis. Já, o monobenzil éter de hidroquinona é capaz de destruir 
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os melanócitos, causando despigmentação permanente localizada e em regiões distantes da 
aplicação do produto. Por isso, é utilizado nos casos de vitiligo para despigmentação generalizada.
• Hidroquinona-D-Glucopiranosídeo
Como alternativa ao uso da hidroquinona, pode ser utilizado o derivado hidroquinona-D-
glucopiranosídeo, que apresenta menor eficácia, mas confere maior segurança ao consumidor. 
O arbutin ou arbutina, como também é conhecida, pode ser encontrado na uva ursi (uva ursina) 
ou bearberry e também pode ser obtida por síntese química. Atua com mecanismo de ação 
semelhante ao da hidroquinona, mas sem os efeitos indesejados dela.
O alfa-arbutin parece ter uma ação mais eficaz e rápida do que o beta-arbutin, e, ao seu uso 
combinado com outras terapias como laser, mostra uma redução a hiperpigmentação dermal e 
epidermal e prolonga o tempo de recorrência.
• Ácido elárgico
O ácido elárgico é um polifenol com atividade antioxidante e anti-inflamatória, encontrado no 
fruto da romã. Quando ingerido, sugere reduzir a pigmentação induzida pela radiação ultravioleta. 
Em aplicações tópicas, também apresenta efeito como despigmentante por ser capaz de quelar 
cobre do sítio ativo da tirosinase inibindo a atividade dessa enzima.
• Ácido kójico
O ácido kójico é um inibidor da tirosinase derivado de fungos como aspergillus e penicillium. Ele é 
usado como conservante alimentar para impedir o escurecimento e o apodrecimento de morangos. 
Este ativo pode ser associado a ácidos, mas não a despigmentantes, no entanto, a associação do 
ácido kójico com o ácido glicólico pode intensificar o efeito despigmentante. Torna o produto final 
mais eficiente ou tão eficaz quanto ao uso de hidroquinona e ácido glicólico associados. Embora o 
ácido kójico possa causar dermatite de contato, pode ser uma alternativa à hidroquinona.
• Vitamina C
Os produtos da vitamina C tópica podem ser derivados de muitas fontes naturais, como frutas e 
vegetais. Três formas de vitamina C estão presentes nos cosmecêuticos: ácido ascórbico, ascorbila-
6-palmitato e fosfato de ascorbil magnésio. A presença de água, luz, elevadas temperaturas, altos 
pHs e oxigênio dissolvido no meio, acelera a degradação desta vitamina em formulações cosméticas 
aquosas. Portanto, formulações cosméticas com ácido ascórbico devem ser preparadas na forma de 
pó, dispersões em meios não aquosos, ou formulações extemporâneas.
A associação do ácido ascórbico a esfoliantes químicos pode intensificar a eficácia 
despigmentante. Ele atua por um mecanismo redutor, ou seja, esta vitamina reverte as reações 
de oxidação.
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• Ácido fítico
O ácido fítico é um ativo retirado de cereais, como o arroz, aveia e gérmen de trigo. É 
utilizado nas concentrações de 0,5 a 2% em produtos anti-idade, pela ação antioxidante, e em 
cosmecêuticos despigmentantes, pela capacidade de inibir a tirosinase. Por ser um quelante de 
cobre, o ácido fítico inibe a tirosinase por um mecanismo semelhante ao do ácido kójico. Ele exibe 
menor efeito despigmentante do que a hidroquinona, porém com maior segurança.
• Ácidos linoléico e linolênico
O ácido linoleico e linolênico (vitamina F) podem ser utilizados como despigmentantes para 
diminuir a produção de melanina pelos melanócitos ativos e promover o aumento da renovação 
do estrato córneo, que tem uma importante função na remoção do pigmento de melanina da 
epiderme. O ácido linoleico é capaz de aumentar a eficácia despigmentante de formulação para 
melasma, indicando ser este ácido graxo eficaz como despigmentante.
• Alfa-hidroxiácidos
Os alfa-hidroxiácidos (AHAs) como os ácidos glicólico, láctico, málico e mandélico, também 
podem fazer parte de formulações despigmentantes. Eles agem como esfoliantes por processo 
químico, aumentam a renovação da epiderme e uniformizam a pigmentação da pele. Deve-se 
tomar cuidado com a exposição à radiação ultravioleta ao usar este tipo de ácido, uma vez que 
pode haver aumento da sensibilização e pigmentação cutânea.
• Outros produtos clareadores da pele
Outros produtos, como compostos botânicos também podem ser utilizados para clarear a 
pele. São utilizados para este fim, ativos contendo extrato de uva ursi, alcaçuz, raiz de scutellaria, 
medronheiro, extrato de saxifraga (quebra-pedra), amoreira branca, farelo de arroz, toranja 
(grape-fruit) e outros.
Existem numerosos agentes cosmecêuticos clareadores de pele, principalmente agentes 
despigmentantes naturais para o tratamento do melasma. No entanto, ensaios clínicos 
controlados mais extensos são necessários para avaliar a sua segurança e eficácia.
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3 COSMÉTICOS PARA REGIÃO DOS OLHOS
Os olhos são considerados a janela do corpo e da alma e a região em seu entorno pode revelar 
muito sobre a nossa idade, saúde e até mesmo estado de espírito momentâneo. Portanto, requer 
atenção e cuidados especiais que vamos abordar nos tópicos que seguem abaixo.
3.1 Áreas dos olhos
Para iniciar, precisamos saber o que pode ser considerado na estética como área dos olhos. 
É considerada, como área dos olhos, a região do globo ocular formada pelas pálpebrasinferiores 
e superiores, as sobrancelhas, a região entre a pálpebra superior e as sobrancelhas, a porção 
orbitária, os cílios e os cantos laterais externos do globo ocular.
Um dos maiores incômodos estéticos nesta região são os círculos escuros que aparecem 
na região infraorbitária. A causa das alterações na área dos olhos envolve múltiplos fatores, 
conforme mencionados na imagem a seguir.
FIQUE DE OLHO
Os compostos clareadores da pele funcionam removendo o pigmento indesejado, agindo 
em um ou mais passos do processo de pigmentação. Como a tirosinase é a enzima limitante 
para a biossíntese de melanina, a maioria dos cosméticos exercem seus efeitos nessa enzima 
para o clareamento da pele.
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Figura 4 - Principais causas das alterações na área dos olhos 
Fonte: Indy way FOTO; Ngukiaw, Shutterstock, 2020.
#PraCegoVer: a imagem mostra as principais causas e fatores que determinam o surgimento 
de círculos escuros na região infraorbitária.
3.2 Anatomia da área dos olhos
Os olhos estão projetados em uma estrutura que tem por finalidade protege-los. Essa região é 
formada por uma pele mais fina, de aproximadamente meio milímetro de espessura. Outras áreas 
da face, por exemplo, podem atingir até dois milímetros. As pálpebras superiores e inferiores são 
formadas por quatro camadas:
• Pele
Camada mais fina, elástica, suave e com livre movimento sobre os músculos adjacentes.
• Músculos
Conhecidos como orbicular, de Müller e elevador da pálpebra.
• Camada fibrosa
Formada pelos tarsos palpebrais, tecido conjuntivo denso, que suporta as demais estruturas.
• Conjuntiva palpebral
Cobre a superfície interna das pálpebras.
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Normalmente, as pálpebras são mais pigmentadas que o resto da pele do rosto. Em algumas 
pessoas, a pigmentação nessa região se mostra evidente. Além disso, algumas etnias possuem 
a pele muito fina nessa região, o que permite uma maior visualização da melanina, bem como 
dos músculos orbiculares. A epiderme dessa região, por ser fina, expõe os vasos sanguíneos, 
que se encontram logo abaixo na derme. Além disso, nas pálpebras estão alojados os cílios e 
sobre as pálpebras superiores estão as sobrancelhas. E, por último, na pele da região ocular, estão 
também as glândulas sebáceas e sudoríparas.
3.3 Alterações na região dos olhos periobital
Aqui, vamos abordar, individualmente, algumas das alterações estéticas mais comuns na 
região periorbital. De acordo com a literatura, as principais alterações encontradas na região 
dos olhos periorbital são: edema e vasodilatação, hiperpigmentação periorbital por deposição 
de melanina e de hemosiderina, hiperpigmentação por visualização dos vasos sanguíneos locais, 
bolsas de gorduras e rugas periorbitais.
• Edema e vasodilatação
A dilatação das vênulas, seguida por edema e extravasamento de plasma associado à 
incapacidade de drenagem pelo sistema linfático local, contribuem para o inchaço e para a 
aparência bojuda desta região. Isso pode acontecer devido a estresse, menstruação, desnutrição, 
desidratação, cigarros, excesso de álcool e de café, e durante a amamentação.
Em idades avançadas e no fotoenvelhecimento, a deterioração dos vasos sanguíneos cutâneos, 
a ação da gravidade e redução, pelas metaloproteinases, de colágeno e glucosaminoglucanas, 
que dão sustentação à rede de capilares sanguíneos, pode intensificar a vasodilatação, o edema e 
o aparecimento de bolsas vislumbrando as redes capilares, aumentando as sombras perioculares.
• Hiperpigmentação periorbital por deposição de melanina
A olheira devido à hiperpigmentação periorbital, se dá pelo aumento de melanina numa região 
que já é mais pigmentada do que o resto do rosto. Além disso, está constantemente exposta à luz 
ultravioleta, sendo a concentração de melanina nas pálpebras inferiores mais comum em pessoas 
com idade acima dos 35 anos. Em alguns indivíduos, no entanto, o pigmento melânico se mostra 
mais aparente na forma de anéis concêntricos perioculares.
Já é bem descrito o fato de que indivíduos de determinadas origens étnicas, como árabes 
e outros povos do mediterrâneo, apresentarem tendência a ter maior deposição de melanina 
na região suborbital, independente de outros fatores, o que torna a área dos olhos bem mais 
escurecida.
O que se tem disponível para solucionar esse tipo de problema estético são os despigmentantes, 
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filtro solares e corretivos.
• Hiperpigmentação periorbital por deposição de hemosiderina
Quando o edema é formado, ocorre o extravasamento de eritrócitos. Os eritrócitos são 
hemolisados, liberando hemoglobina que, ao ser decomposta, libera hemosiderina, um pigmento 
férrico de cor parda, que se deposita nos tecidos circundantes. O resultado desse processo é o 
aumento das sombras perioculares e a formação de anéis concêntricos pardos.
É importante diferenciarmos as olheiras formadas em consequência de um edema e 
extravasamento de hemoglobina, daquelas olheiras que são hereditárias. As olheiras formadas 
por edema são reversíveis e mais intensas se o indivíduo já apresentar a área dos olhos escura. Já, 
as olheiras hereditárias são permanentes e, além de um componente genético, são mais comuns 
em mulheres morenas.
• Hiperpigmentação por visualização dos vasos sanguíneos locais
Alguns indivíduos apresentam maior concentração de vasos na região embaixo dos olhos. 
Este fato se dá por predisposição genética e faz com que os olhos mostrem uma região arroxeada, 
conhecida como olheiras arroxeadas e que aparece até mesmo na infância.
• Bolsas de gorduras
As bolsas de gorduras são formadas por excesso de material graxo ou de pele nas pálpebras 
superiores e inferiores e começam a aparecer a partir dos 30 anos, sendo mais comuns em 
pessoas com mais idade.
• Rugas periorbitais
Uma das primeiras regiões do corpo que manifesta os sinais de envelhecimento é a área dos 
olhos, principalmente nos cantos externos da região orbicular. São conhecidos, popularmente, 
como pés de galinha e começam a se manifestar e aparecer a partir dos 30 anos, dependendo de 
condições intrínsecas e extrínsecas.
A partir da progressão do envelhecimento, começa a ficar nítida à perda do tônus muscular 
e do acúmulo de gordura intraorbital entre as pálpebras, esse fenômeno resulta no caimento 
das sobrancelhas e no declínio do canto dos olhos. Em consequência disso, os olhos começam a 
parecer menores devido às rugas no seu entorno.
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Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
FIQUE DE OLHO
Os produtos estéticos para cuidados da área dos olhos são formulados com a finalidade de 
reduzir edema, bolsas de gordura, hidratar a região, prevenir envelhecimento, minimizar 
linhas de expressão, combater olheira e clarear a pele.
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Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• aprender sobre os cosméticos depilatórios e epilatórios;
• conhecer os principais métodos de depilação e epilação e seu mecanismo de ação;
• compreender sobre a ação dos principais produtos clareadores da pele;
• entender sobre hipermelanoses cutânea;
• saber mais sobre as alterações estéticas na área dos olhos.
PARA RESUMIR
BORELLI, S. As idades da pele – orientação e prevenção. São Paulo: Editora Senac, 2003.
DE SOUZA, V.M.; ANTUNES JÚNIOR, D. Ativos dermatológicos. v. 5. São Paulo: 
Pharmabooks Editora, 2008.
FREITAG, F.M.; CESTARI, T.F. What causes dark cicles under the eyes? Journal of Cosmetic 
Dermatology, v. 6, p.211-215, 2007.
GUIMARÃES, N.A. Farmacologia Dermatológica. In: SILVA, P. Farmacologia. 6 ed. Rio de 
Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
NICOLETTI, M.A.; ORSINE, E.M.; DUARTE, A.C. Hipercromia: aspectos gerais e uso de 
despigmentantes cutâneos. Cosmetics and Toiletries, Illinois, v.14, p.46-51, 2002.
RIBEIRO, C. Cosmetologia aplicada a dermoestética. 2 ed. São Paulo: Pharmabooks 
Editora, 2010.
ROCA, A. Despigmentantes. Revista Acofar, n. 457, p. 28-30, 2006.
SANTOS, H. Produtos para a área dos olhos. Cosmetics and Toiletries, Illinois, v. 19, n. 6, 
p. 26-31, 2007.
MINHA VIDA. Saiba como funcionam as diferentes técnicasde depilação. São Paulo, 
13 de janeiro de 2011. Disponível em: <https://www.minhavida.com.br/beleza/
materias/12596-saiba-como-funcionam-as-diferentes-tecnicas-de-depilacao>. Acesso 
em: 18 de fev 2020.
TAYLOR, S.C. Epidemiology of skin diseases in people of color. Cutis, v. 71, p. 271-275, 
2003.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Destinada aos estudantes e futuros profissionais da área da 
estética, esta obra vai apresentar as formulações em cosmetologia 
e tudo o que envolve as ações, os riscos, as matérias-primas para 
a produção dos produtos cosméticos, entre outros assuntos 
importantes para esse ramo da cosmetologia.
 Os temas tratados neste livro estão divididos em quatro 
unidades: introdução às formulações cosméticas; matérias-
primas utilizadas em formulações cosméticas e cálculos básicos 
aplicados à cosmetologia; cosméticos de limpeza, hidratação e 
massagem;cosméticos epilatórios, depilatórios e pós-depilação/
epilação, cosméticos clareadores e despigmentantes e cosméticos 
para a área dos olhos.
 Ricamente ilustrado, o livro vai aprofundar de maneira didática 
esses temas e oferecer ao leitor o conhecimento desta que é uma 
área importante para o estudo da cosmetologia. 
	1E-Book Completo_Princípios Ativos em Estética_CENGAGE_V2
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