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Consultoria e Responsabilidade Ambiental

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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Clarice Virgilio Gomes
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Tatiana Scaranello
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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A referida unidade tem como objetivo apresentar o conceito 
de consultoria ambiental e a necessidade de sua realização de for-
ma eficaz para fins de evitar danos ambientais de proporções imen-
suráveis, tais como os oriundos da indústria EXPROPER, e, conse-
quentemente, a existência de custos ambientais. Para tanto, alguns 
pontos sobre responsabilidade ambiental serão abordados. Também, 
um estudo mais aprofundado sobre o Código Florestal, que é de extre-
ma importância para o exercício da consultoria e para o agronegócio, 
dado que se trata de uma vertente que mais avança em nosso país. É 
indispensável um conhecimento mais abrangente quanto às áreas de 
Reserva Legal e às áreas de Preservação Permanente, bem como a 
questão envolvendo o imposto territorial rural (ITR).
Custos Ambientais. Externalidades Negativas. Consultoria Ambiental.
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 CAPÍTULO 01
A IMPORTÂNCIA DA CONSULTORIA AMBIENTAL PARA A EMPRESA
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Conceito ______________________________________________________
Opinião Consultiva 23/17 _______________________________________
A Importância da Consultoria Ambiental para a Empresa _________
 CAPÍTULO 02
A NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE CONSULTORIA AMBIENTAL 
PARA AS EMPRESAS
Impacto Ambiental ____________________________________________ 32
28Recapitulando ________________________________________________
Biossegurança _________________________________________________ 36
13Atividades Correlacionadas com a Consultoria Ambiental _______
34Gestão de Florestas Públicas ___________________________________
Gestão de Recursos Hídricos ___________________________________ 41
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21
Áreas de Reserva Legal (ARL) no Código Florestal _______________
Sustentabilidade e a Consultoria Ambiental ______________________
24A Importância dos Princípios da Prevenção e da Precaução _____
Recapitulando _________________________________________________ 47
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Responsabilidade Administrativa Ambiental _____________________ 52
O Código Florestal ______________________________________________ 56
 CAPÍTULO 03
ASPECTOS DO CÓDIGO FLORESTAL, O AGRONEGÓCIO E A RES-
PONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL
Recapitulando __________________________________________________ 65
Fechando a Unidade ____________________________________________ 69
Referências _____________________________________________________ 72
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Neste módulo, o aluno encontrará assuntos de tamanha im-
portância na seara da consultoria ambiental. Um destaque importante é 
para o conceito da denominação da unidade. Por consultoria ambiental, 
pode-se compreender o estudo empresarial referente às possíveis ex-
ternalidades negativas que determinado produto, serviço ou prática da 
empresa possa vir a causar ao meio ambiente ecologicamente equili-
brado. Assim sendo, é o setor que preza pelo cumprimento das políticas 
ambientais adotadas pela empresa, garantindo que seus atos não pre-
judiquem o meio ambiente, gerando custos ambientais.
A partir disso, o conhecimento acerca das principais questões 
envolvendo a elaboração da consultoria ambiental bem realizada, assim 
como as consequências de um estudo incorreto ou com lacunas oriun-
das de omissão, tanto na esfera penal, quanto também na esfera cível 
e na administrativa, sendo essa última a ser estudada nesta unidade, já 
as demais estudadas na unidade sobreresponsabilidades.
Outro ponto de extrema relevância é no que concerne à consul-
toria voltada ao agronegócio. Para tanto, torna-se necessário um apro-
fundamento sobre o Código Florestal e seus aspectos principais, ganhan-
do destaque as áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente. 
Também a questão envolvendo o Imposto Territorial Rural 
(ITR), objeto de planejamento tributário e de consultoria ambiental bem 
elaborada, podendo, inclusive o proprietário da propriedade rural fazer 
jus a isenções ou redução da base de cálculo do referido imposto ou 
agraciado por alíquotas inferiores, conforme o grau de utilização da ter-
ra. A consultoria ambiental, cujo estudo se propõe nesta unidade, é to-
talmente voltada à prática das empresas e do agronegócio, sendo esse 
último um grande destaque, uma vez que o Brasil é um grande expor-
tador de commodities agrícolas, sendo indispensável que profissionais 
gabaritados atuem orientando os empreendedores do mercado.
Sem mais delongas, torna-se indispensável iniciar o estudo 
com um tópico introdutório sobre conceitos e elaboração da consultoria 
ambiental.
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CONCEITO
Por consultoria ambiental pode-se compreender o estudo empre-
sarial referente às possíveis externalidades negativas que determinado 
produto, serviço ou prática da empresa possa vir a causar ao meio ambien-
te ecologicamente equilibrado. Assim sendo, é o setor que preza pelo cum-
primento das políticas ambientais adotadas pela empresa, garantindo que 
seus atos não prejudiquem o meio ambiente, gerando custos ambientais.
Os custos ambientais não se referem apenas aos aspectos, 
mas também às externalidades negativas que a prática da atividade 
empresarial possa vir a causar, sendo objeto de estudo da consulto-
ria ambiental, mas, também, as ações a serem adotadas para fins de 
preservação do meio ambiente, tais como: o reflorestamento, a adoção 
A IMPORTÂNCIA DA CONSULTORIA
AMBIENTAL PARA A EMPRESA
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de práticas de sustentabilidade, o gerenciamento de resíduos sólidos e 
outras ações regulamentadas. 
A IMPORTÂNCIA DA CONSULTORIA AMBIENTAL PARA A EMPRESA
Além da imagem da empresa ou da marca comercializada, a 
consultoria ambiental visa evitar a aplicação de multas administrativas 
ambientais consideráveis, em decorrência do descumprimento da legis-
lação ambiental doméstica e internacional.
O estudo referente às responsabilidades de uma pessoa jurídica 
será feito oportunamente, sendo um ponto indispensável para esta unidade 
em questão. Tal estudo é imprescindível para fins de conhecimento das ex-
ternalidades negativas e os custos ambientais que ocasionam à empresa.
ATIVIDADES CORRELACIONADAS COM A CONSULTORIA AM-
BIENTAL
O licenciamento ambiental é um ponto correlacionado com a 
consultoria ambiental, sendo, inclusive, um dos principais assuntos do es-
tudo desta unidade, assim como as avaliações de impactos ambientais. 
Por se tratar de um instrumento da Política Nacional do Meio 
Ambiente, o licenciamento ambiental visa a garantia da preservação do 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo fruto do exercício do 
poder de polícia prévio, exercido pelo Poder Público, fundamentado, 
inclusive, no caput do art. 225, da CF/88.
Embora a própria Lei Complementar n. 140/2011 traga, em seu 
artigo 2º, I, o conceito de licenciamento ambiental: “o procedimento ad-
ministrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utili-
zadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores 
ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental”, re-
ferindo-se a um procedimento, na verdade, o licenciamento ambiental 
possui natureza de processo administrativo.
O artigo 10, caput, da Lei 6.938/1981, com redação dada pela 
Lei Complementar 140/2011 trata sobre o assunto. Celso Antônio Pa-
checo Fiorillo compreende que se trata de um ato administrativo com 
discricionariedade sui generis, pois, a mesma Resolução CONAMA, em 
seu art. 19, atribui competência para suspensão ou revogação da li-
cença concedida pelo órgão competente, ou seja, a licença ambiental 
é precária, deixando de ser um ato vinculado, passando a ser um ato 
discricionário de natureza sui generis (FIORILLO, 2015, p. 245).
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Ademais, por este dispositivo, entende-se que não há direito 
adquirido a poluir, ou seja, o órgão ambiental competente poderá mo-
dificar os condicionantes fixados na ocasião do deferimento da licença 
ambiental, desde que por ato motivado, sendo tal dispositivo adotado 
pela jurisprudência pátria em diversos julgados.
Em regra, temos três espécies de licenças ambientais. Primei-
ramente, é importante saber que as licenças em destaque serão conce-
didas de forma sucessiva, logo, para que se obtenha a licença de insta-
lação, é indispensável que o empreendimento possua a licença prévia 
ou isoladamente. Embora haja a menção de três licenças, a depender 
da atividade, poderemos ter mais licenças a serem pleiteadas durante 
o licenciamento ambiental. Como também, no caso do empreendimento 
não causar significativo impacto ambiental, nos termos do art. 12, da 
Resolução CONAMA 237/97, poderá ser dispensado o licenciamento 
trifásico e a adoção do licenciamento unifásico.
O órgão ambiental competente possuirá o prazo de seis meses 
para análise do pleito das licenças, podendo o prazo máximo ser de até 
doze meses, caso haja audiência pública e/ou elaboração do EIA/RIMA, 
sendo possível que tais prazos sejam suspensos caso o empreendedor 
apresente documentos ou esclarecimentos. Se tais prazos não forem 
respeitados, haverá a possibilidade de atuação supletiva de um órgão 
ambiental de outro ente. É importante mencionar que ocorrerá tal atu-
ação supletiva em caso de decurso do prazo, não havendo a emissão 
tácita de licenças em caso de omissão do órgão competente primário.
Ainda quanto ao licenciamento ambiental, dentro do estudo da 
consultoria ambiental, é importante conhecer os principais aspectos das 
avaliações de impacto ambiental. No âmbito da legislação infracons-
titucional, o artigo 9º, III, da Lei n. 6.938/81, contemplou a avaliação 
de impactos ambientais como um importante instrumento de defesa do 
meio ambiente, mais precisamente através da elaboração do estudo e 
formação de um documento técnico de impactos ambientais (EIA) e seu 
relatório (RIMA). É muito comum a confusão dos estudiosos quanto aos 
conceitos. Vale lembrar que os conceitos são distintos, sendo importan-
tes quanto à publicidade, pois, na verdade, é o relatório de conclusão do 
EIA para acessibilidade pública, o RIMA, a ser publicado para conheci-
mento da população. Paulo de Bessa Antunes compreende que “[...] os 
estudos prévios de impacto ambiental são modalidades de avaliação de 
impactos constitucionais” (ANTUNES, 2016, p. 690). 
Em recorrência do princípio da informação, previsto no art. 
225, da CF/88, vale destacar ser imprescindível a publicidade do EIAs 
e RIMA, por conta de mandamento constitucional, como prevê o art. 11, 
da Resolução CONAMA n. 1/86. Vale destacar o entendimento juris-
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prudencial no sentido de que não é viável a exigência do EIA para em-
preendimentos instalados antes da exigência regulamentar (STJ, REsp 
200501147867, j. 04.08.2008).
Quando exigido, o EIA/RIMA é requisito para a localização, ins-
talação, operação e ampliação de uma atividade ou de um empreendi-
mento. Quanto ao destinatário, este é o Poder Público, conforme o art. 
225, §1º, IV,CF/88 e a Resolução CONAMA n. 001/86, isto é, trata-se de 
um documento elaborado para auxiliar a Administração Pública durante 
o processo administrativo de licenciamento ambiental. Através das infor-
mações obtidas, o órgão ambiental competente proferirá a decisão sobre 
o deferimento ou não da concessão da licença ambiental ao requerente, 
sempre fundamentado no Princípio da Precaução, o qual orienta: no caso 
de dúvida, aplica-se o in dubio pro natura, não viabilizando o funciona-
mento do empreendimento em questão. Mas, também, se os riscos forem 
conhecidos, o empreendimento será autorizado, desde que sejam adota-
das medidas efetivas visando à contenção e a mitigação de um eventual 
dano ambiental, adotando-se aqui, o Princípio da Prevenção. 
Vale destacar que as conclusões proferidas no EIA não obri-
gam a Administração Pública, pois o documento, simplesmente, analisa 
os impactos que podem ser previstos, logo, nada impede que outros 
impactos sejam previstos pelo ente público posteriormente, uma vez 
que as análises no documento são iniciais. Logo, o EIA não é vinculante 
para a Administração, não sendo capaz de impor uma obrigação ao 
Poder Público de conceder a licença ambiental ou não, conforme nos 
ensina ANTUNES (ANTUNES, 2016, p. 714).
Embora seja destinado ao Poder Público, o proponente do proje-
to é quem contratará uma equipe técnica multidisciplinar para elaboração, 
composta por biólogos, engenheiros, geólogos, físicos e outros profissio-
nais altamente capacitados, cujo objetivo é a realização de um estudo apro-
fundado, completo e detalhado, não sendo tal equipe considerada indepen-
dente do proponente, mas também não é dependente, entretanto, embora 
seja contratada as expensas daquele, a equipe deverá ser imparcial. 
 Conforme mencionado no artigo em questão, a equipe se tor-
nará responsável solidária por eventuais omissões ou erros contidos no 
documento de estudos de impactos ambientais e seu respectivo relatório, 
inclusive estarão sujeitos à responsabilidade criminal do tipo previsto na 
Lei de Crimes Ambientais, além de multa aplicável no caso de informação 
enganosa presente no documento (art. 82, Decreto n. 6.514/2008).
Em relação à lista de empreendimentos que geram a degrada-
ção ambiental e necessitam do EIA/RIMA, o art. 2º, Resolução 01/86, 
não é exauriente. Perceba que se trata de um rol exemplificativo, isto é, 
podendo outras atividades, conforme previsto em demais atos normati-
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vos, necessitarem do estudo de impacto ambiental e seu relatório. 
Acaso o órgão ambiental competente para o licenciamento dis-
pense a elaboração do EIA/RIMA, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
entendeu no REsp 1330841/2013 que, por ser uma decisão vinculada, 
devendo o Poder Público exercer seu poder de polícia ambiental, po-
derá ser reapreciada pelo Poder Judiciário, respaldado no Princípio da 
Inafastabilidade da Jurisdição.
O relatório de ausência de impacto ambiental (RAIAS) consiste 
em uma espécie de estudo de impacto ambiental (EIA) que conterá as 
informações relatadas por técnicos habilitados quanto à desnecessida-
de da realização de um EIA/RIMA, já que a presunção é relativa (juris 
tantum) quanto às atividades serem causadoras de impacto ambiental, 
cabendo ao proponente do projeto, no início do procedimento de licen-
ciamento ambiental, apresentar o RAIAS, o qual deverá ter o conteúdo 
mínimo do EIA. No Estado de São Paulo, o Relatório Ambiental Prelimi-
nar, por força da Resolução da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) n. 
42/94 faz às vezes do RAIAS, sendo que, nos termos do art. 3º da refe-
rida resolução da SMA, cabe ao proponente instruir o pleito de licença 
ambiental com a solicitação ou dispensa da elaboração do EIA/RIMA.
Quanto à composição, o conteúdo mínimo necessário que 
deve constar no EIA é:
a) Diagnóstico da área de influência do projeto.
b) Impactos positivos (benefícios ambientais) e os impactos 
negativos (danos ao meio ambiente).
c) Medidas mitigadoras dos impactos ambientais.
d) Medidas de monitoramento.
e) Viabilidade ou não do empreendimento.
Também, deverá atender às seguintes diretrizes (art. 5º, Re-
solução CONAMA n. 001/86), podendo outras serem adicionadas pelo 
IBAMA, pelo órgão ambiental estadual e pelo municipal, além de aten-
der à legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei 
de Política Nacional do Meio Ambiente.
Outra atividade relacionada com a consultoria ambiental empre-
sarial é a gestão ambiental realizada no âmbito empresarial. Por gestão 
socioambiental empresarial, entende-se um instrumento de planejamento 
estratégico cujo objetivo é mitigar ou tentar evitar impactos ambientais 
oriundos de suas atividades que possam causar externalidades negativas 
ao meio ambiente, assim como a otimização de processos produtivos, uti-
lizando menos produtos poluentes, recursos ambientais e menor geração 
de resíduos sólidos. Também, a preocupação com o capital humano que 
compõe o corpo de trabalhadores e a sociedade em um aspecto geral 
são considerados pontos próprios de uma gestão socioambiental.
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Vale salientar que o conceito de gestão socioambiental empre-
sarial é totalmente compatível com os preceitos dispostos em diversos 
instrumentos internacionais que tratam sobre o meio ambiente ecologi-
camente equilibrado, principalmente no que concerne à implementação 
de práticas de sustentabilidade, observando o princípio do desenvol-
vimento sustentável e seus três pilares: desenvolvimento econômico, 
desenvolvimento social e proteção do meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, nos termos da Declaração de Joanesburgo, de 2010.
Dentre os benefícios econômico-financeiros oriundos das prá-
ticas de sustentabilidade adotadas pelas empresas em decorrência de 
uma gestão socioambiental empresarial, destacam-se: reciclagem de 
resíduos; redução das emissões de gases de efeito estufa na atmos-
fera; redução de resíduos que não são reaproveitáveis; economia de 
insumos, principalmente, de recursos não renováveis, nos processos 
produtivos; imagem verde perante a sociedade, alcançando um público 
mais diversificado de consumidores e outros. 
Destaca-se a ISO 14000, a qual traz um rol de diretrizes vi-
sando que determinadas empresas públicas e privadas implementem 
a gestão ambiental, cujo objetivo é garantir o equilíbrio e proteção 
ambiental, prevenindo a poluição e os potenciais problemas que esta 
poderia trazer para a sociedade e economia. A série ISO 14000 é um 
conjunto de normas voltadas para a Gestão Ambiental de empresas de 
qualquer nível, tamanho ou área. Estas normas têm o objetivo principal 
de criar na empresa um Sistema de Gestão Ambiental e, com isso, re-
duzir os danos causados ao meio ambiente.
ÁREAS DE RESERVA LEGAL (ARL) NO CÓDIGO FLORESTAL
Para fins de consultoria ambiental, é indispensável conhecer al-
gumas áreas consideradas de preservação ambiental, nas quais algumas 
limitações são vislumbradas. Esse assunto é de extrema importância para 
os profissionais que tratam do agronegócio, sendo considerado em pauta.
Consistem no percentual da vegetação nativa a ser preserva-
da, existentes, apenas, em áreas rurais (artigo 12), cuja função é de 
assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais 
do imóvel rural (art. 3º, III, do Novo Código Florestal). 
Novamente, semelhante às áreas de Preservação Permanente 
(APPs), a natureza jurídica das áreas de Reserva Legal é de limitação 
administrativa à propriedade rural, não gerando indenização, por os-
tentarem caráter de gratuidade. Neste sentido, o Superior Tribunal de 
Justiça (STJ):
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3. "A obrigação de reparação dos danos ambientais é propter rem" (REsp1.090.968/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 3.8.2010), sem pre-
juízo da solidariedade entre os vários causadores do dano, descabendo falar 
em direito adquirido à degradação. O "novo proprietário assume o ônus de 
manter a preservação, tornando-se responsável pela reposição, mesmo que 
não tenha contribuído para o desmatamento. Precedentes" (REsp 926.750/
MG, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ 4.10.2007; em igual sentido, 
entre outros, REsp 343.741/PR, Rel. Min. Franciulli Netto, Segunda Turma, 
DJ 7.10.2002; REsp 843.036/PR, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 
9.11.2006; EDcl no Ag 1.224.056/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Se-
gunda Turma, DJe 6.8.2010; AgRg no REsp 1.206.484/SP, Rel. Min. Humberto 
Martins, Segunda Turma, DJe 29.3.2011; AgRg nos EDcl no REsp 1.203.101/
SP, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Primeira Turma, DJe 18.2.2011). Logo, a 
obrigação de reflorestamento com espécies nativas pode "ser imediatamen-
te exigível do proprietário atual, independentemente de qualquer indagação 
a respeito de boa-fé do adquirente ou de outro nexo causal que não o que se 
estabelece pela titularidade do domínio" (REsp 1.179.316/SP, Rel. Min. Teori 
Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 29.6.2010).
4. "O § 1º do art. 18 do Código Florestal quando dispôs que, 'se tais áreas 
estiverem sendo utilizadas com culturas, de seu valor deverá ser indeniza-
do o proprietário', apenas criou uma regra de transição para proprietários 
ou possuidores que, à época da criação da limitação administrativa, ainda 
possuíam culturas nessas áreas" (REsp 1237071/PR, Rel. Min. Humberto 
Martins, Segunda Turma, DJe 11.5.2011).
5. Recurso Especial não provido.
(REsp 1240122/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 28/6/2011, DJe 11/9/2012)
Outro importante julgado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
sobre a questão da inclusão da área de Reserva Legal na contabilidade 
do quantum debeatur devido na desapropriação do imóvel rural median-
te apuração do cálculo de sua produtividade é o REsp. 1.235.220/ PR, 
22/04/2014. Nele, o STJ entendeu que “não se encontrando averbada 
no registro imobiliário antes da vistoria, a reserva florestal não poderá 
ser excluída da área total do imóvel desapropriando para cálculo da 
produtividade do imóvel rural”. O Supremo Tribunal Federal (STF), tam-
bém, já se pronunciou sobre o tema:
4. Para a exclusão das áreas de Preservação Permanente ou de Reserva 
Legal, estas devem estar devidamente averbadas no respectivo registro de 
imóvel. Não se encontrando individualizada na averbação, a reserva florestal 
não poderá ser excluída da área total do imóvel desapropriado para efeito de 
cálculo de produtividade (STF, MS 24924/ DF, 24/02/2011).
Entretanto, deverá ser indenizada a cobertura florestal na área de Reserva 
Legal quando possível a exploração sustentável via manejo florestal, embora 
seja limitada, sendo inferior à área onde é permitido o corte raso da vegeta-
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ção, nos termos do entendimento do Superior Tribunal de Justiça por ocasião 
do julgamento do REsp 867085/2007.
A legislação prevê, no artigo 12, os percentuais de Reserva 
Legal a serem preservados nas propriedades rurais. Recomenda-se a 
leitura de tal dispositivo para fins de melhor compreensão.
Há a possibilidade de elevação destes percentuais, a critério 
do Poder Público Federal, quando indicado pelo zoneamento ecológico 
econômico estadual para cumprimento de metas nacionais de proteção 
à biodiversidade ou de redução de gases de efeito estufa. Mas, tam-
bém, podem ser reduzidos em relação às propriedades rurais localiza-
das na Amazônia Legal.
Quanto à localização da área de Reserva Legal no imóvel rural, 
deverá levar em consideração os seguintes estudos e critérios previstos 
no artigo 14:
I - o plano de bacia hidrográfica.
II - o Zoneamento Ecológico-Econômico.
III - a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com Área 
de Preservação Permanente, com Unidade de Conservação ou com outra 
área legalmente protegida.
IV - as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e
V - as áreas de maior fragilidade ambiental.
Referente ao registro da área de Reserva Legal, esse deverá 
ser realizado no órgão ambiental competente por meio de inscrição no 
cadastro ambiental rural (CAR) sendo vedada a alteração de sua desti-
nação nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembra-
mento, salvo exceções.
 O registro da Reserva Legal no CAR dispensa a averbação no 
Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da 
publicação da nova legislação florestal e o registro no cadastro ambien-
tal rural (CAR), cujo término foi adiado para 2018, o proprietário ou que 
desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste ato.
Apesar de ser facultativa, a averbação da Reserva Legal no 
Cartório de Registro de Imóveis, mediante entendimento jurispruden-
cial, é recomendável para fins de obtenção de isenção do imposto terri-
torial rural (ITR) para áreas de Reserva Legal. 
No final do julgado, perceba que a conclusão é de que a ne-
cessidade do referido registro para obtenção da isenção do ITR não 
recai sobre as áreas de Preservação Permanente (APPs), mas apenas 
quanto às áreas de Reserva Legal.
Outra questão referente ao ITR não contemplada pelo registro 
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é quanto à exclusão da base de cálculo deste imposto às áreas de flo-
resta nativa, áreas de Preservação Permanente, áreas de Reserva Le-
gal, de interesse ecológico e às imprestáveis para qualquer exploração 
agrícola, pecuária, granjeira, aquícola ou florestal, e as que estiverem 
sob regime de servidão ambiental, consoante ao previsto no artigo 10, 
II, §1º, da Lei n. 9.393/96.
Para maior proteção às áreas de Reserva Legal, é vedado o des-
matamento e o corte raso, entretanto, é admissível a exploração econômi-
ca da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previamente aprovada 
pelo órgão competente do Sisnama. Em regra, o proprietário do imóvel rural 
deverá manter a vegetação nativa para cômputo dos percentuais exigíveis, 
entretanto, o artigo 54 do Novo Código Florestal prevê a exceção de serem 
computados os plantios de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais, 
compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em 
consórcio com espécies nativas da região em sistemas agroflorestais.
Apesar de toda a exigência da previsão de área de Reserva 
Legal corroborando para a proteção do meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, há a possibilidade de sua dispensa quanto às obras públi-
cas; empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento 
de esgoto, e nas áreas adquiridas ou desapropriadas por concessão, 
permissão ou autorização para explorar potencial hidráulico, visando à 
geração de emergência elétrica, linhas de transmissão e distribuição.
Não obstante à dispensa apresentada no parágrafo acima, as 
áreas de Reserva Legal poderão ser extintas quando ocorrer o registro 
do parcelamento do solo, ou seja, conter as melhorias que se caracte-
rizam como zona urbana, aprovada conforme a legislação específica e 
diante das diretrizes do Plano Diretor. Antes disso, não está desobriga-
do o proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal.
Por último, a área de Preservação Permanente (APP) prevista 
em uma propriedade rural poderá ser utilizada para o cômputo da área 
de Reserva Legal. Por fim, vale destacar que haverá a possibilidade de 
o possuidor recompor, a qualquer título, a área de Reserva Legal, caso 
detivesse, até 22 de julho de 2008, área inferior ao expresso no art. 12, 
independentemente de adesão ao Programa de Regularização Ambien-
tal (PRA), desde que adote as alternativas dispostas no art. 66.
A recomposição poderá ser realizada mediante o plantioin-
tercalado de espécies nativas com exóticas ou frutíferas, em sistema 
agroflorestal, desde que o plantio de espécies exóticas seja combinado 
com as espécies nativas de ocorrência regional. A área recomposta com 
espécies exóticas não poderá exceder a 50% (cinquenta por cento) da 
área total a ser recuperada.
As medidas de compensação não poderão ser utilizadas como 
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forma de viabilizar a conversão de novas áreas para uso alternativo do 
solo. É importante destacar que nos imóveis rurais que detinham, em 
22 de julho de 2008, área de até 4 (quatro) módulos fiscais e que pos-
suíam remanescente de vegetação nativa em percentuais inferiores ao 
previsto no art. 12, a Reserva Legal foi constituída com a área ocupada 
com a vegetação nativa existente em 22 de julho. 
Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais que realizaram 
supressão de vegetação nativa respeitando os percentuais de Reserva Le-
gal previstos pela legislação em vigor à época em que ocorreu a supressão 
são dispensados de promover a recomposição, compensação ou regene-
ração para os percentuais exigidos pelo Novo Código Florestal de 2012. 
Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais, na Amazônia 
Legal, e seus herdeiros necessários que possuam índice de Reserva Legal 
maior que 50% (cinquenta por cento) de cobertura florestal e não realiza-
ram a supressão da vegetação nos percentuais previstos pela legislação 
em vigor à época poderão utilizar a área excedente de Reserva Legal tam-
bém para fins de constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva Am-
biental - CRA e outros instrumentos congêneres previstos nesta Lei.
SUSTENTABILIDADE E A CONSULTORIA AMBIENTAL
O princípio do desenvolvimento sustentável visa harmonizar o 
crescimento econômico, a preservação ambiental e a equidade social. 
Quanto à equidade social, vale salientar que faz parte do desenvolvi-
mento sustentável, porque foi abandonado o paradigma do preserva-
cionismo para o ambientalismo social. Não adianta ter unidade de con-
servação ao redor de favelas e pessoas carentes, pois acabar-se-ia por 
incentivar invasões à unidade de conservação; o ser humano é incrus-
tado na análise da questão ambiental.
A primeira vez que o desenvolvimento sustentável foi tratado 
foi na Conferência de Estocolmo, em 1972, em que se referiu à abor-
dagem do ecodesenvolvimento, no entanto, nesta ocasião, o termo “de-
senvolvimento sustentável”, não foi utilizado.
Pode-se dizer que é o casamento com a solidariedade ou equida-
de intergeracional, a fim de atender as necessidades da geração atual sem 
comprometer a capacidade das gerações futuras de também terem suas 
necessidades atendidas. Trata-se, assim, de usar recursos naturais para 
satisfazer as necessidades atuais, mas, também, olhar para frente em uma 
ética solidária, apresentando-se, aqui, o aspecto ético do Direito Ambiental. 
Há, também, o aspecto do diálogo da economia com a ecologia. Percebe-
-se que, como a sustentabilidade trabalha com o crescimento econômico e 
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com o desenvolvimento com preservação, é inevitável analisar as relações 
entre economia e ecologia do ponto de vista da sustentabilidade.
Entretanto, ainda que esse conceito seja criticado por alguns 
especialistas, ele é consolidado e pode ser utilizado, olhando-se para o 
porvir, com uma ética solidária. Por exemplo, é possível evitar a chama-
da obsolescência programada, exemplificada com empresas de celular 
que deixam defeitos nos aparelhos —como lentidão e problemas com a 
bateria — de modo a forçar uma nova compra. Esse exemplo pode ser 
analisado sob a vertente do direito do consumidor e sob a vertente do 
Direito Ambiental: lixo eletrônico danoso ao meio ambiente.
O princípio do desenvolvimento social foi trabalhado, também, 
na Declaração do Rio/92, em que o princípio 4 trata do desenvolvimento 
com proteção ambiental e o princípio 5 trata da erradicação da pobreza. 
Está consubstanciado, também, nos arts. 170 e 225, ambos da Consti-
tuição Federal de 1988.
Conforme visto, a sustentabilidade trabalha com o aspecto éti-
co de proteger o meio ambiente, fazer crescer a economia e garantir 
a equidade social — esses três elementos corporificam o conceito do 
direito sustentável. Contudo, somente o aspecto ético não resolve o pro-
blema, sendo necessários, também, estímulos, induções econômicas, a 
sanção premial, o método indutor de condutas que reflete em serviços 
ecossistêmicos que serão prestados em favor de todos.
Suponha que o juiz, ao julgar um dano ambiental, como o ocorri-
do em Mariana por exemplo, não olhe somente para trás, como disposto 
na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro; ele deve ser con-
sequencialista, ou seja, como é seu papel clássico, deve olhar para trás, 
para o dano, de forma a fixar indenização, mas, também, deve olhar para 
frente, para evitar que as tragédias do passado se repitam no presente.
Da mesma maneira, os estímulos econômicos têm esse as-
pecto consequencialista, ou seja, o pagamento por serviços ambientais. 
Porém, isso ocorre na mão inversa: enquanto na responsabilidade ci-
vil direciona-se para um dano que já ocorreu, aplicando-se o princípio 
do poluidor/pagador, que densifica a responsabilidade civil. Na questão 
dos estímulos econômicos são induções, aplicando-se o princípio do 
protetor-recebedor, que traz benefícios que irão se reverter em favor da 
coletividade. Paga-se, nesse caso, por um serviço ambiental, pois o ser-
viço ecossistêmico que o particular ajuda a preencher, mantendo uma 
Reserva Legal em área maior do que a exigida ou colocando placas de 
energia solar na residência, por exemplo, reverterá em estímulos, como 
linhas de financiamento vantajosas e reduções tributárias, de forma que 
vale a pena prestar serviços ambientais. Busca-se, assim, que a econo-
mia predatória torne-se uma economia circular, sustentável. O princípio 
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do protetor/recebedor está na Lei nº 12.305/02, da Política Nacional de 
Resíduos Sólidos. Ainda, há a Lei nº 13.186/15, que institui a Política de 
Educação para o consumo sustentável, que traz, em seu art. 1º, pará-
grafo único, o conceito que deve ser objeto de leitura pelo aluno.
Pelo conceito exposto no referido dispositivo, tem-se que o consu-
mo sustentável é o que densifica o desenvolvimento sustentável. Consumo 
sustentável existe apenas se houver desenvolvimento sustentável. O de-
senvolvimento sustentável tem sido cobrado em prova com certa frequên-
cia, principalmente, no tocante à noção de Direito Ambiental como direito 
econômico ou da natureza econômica das normas de Direito Ambiental.
Como exemplo de desenvolvimento sustentável fundamental 
tem-se o Informativo 830 do STF, que se refere à atividade econômica 
de mineração e meio ambiente no Estado do Pará. Nesse caso, há o 
meio ambiente do trabalho, que diz respeito aos trabalhadores, e o meio 
ambiente natural, com as severas implicações que a mineração causa. 
Inclusive, existe intenção de extração de ouro da região de Belo Monte 
pelo Projeto Volta Grande, da mineradora Canadense Belo Sun. Esse 
informativo diz respeito aos índios Xikrin, no Pará. Vale ressaltar que o 
então Presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, suspendeu uma 
liminar do TRF1 em ação movida pelo MPF.
No tocante à suspensão de liminar, cabem alguns questiona-
mentos, dentre eles, se o instrumento foi recepcionado. É interessante 
defender a crítica da suspensão de liminar, pois se trata de instrumento 
da ditadura, que fere o princípio do juiz natural, já que, nessa situação, 
o juiz natural decide e a decisão é suspensa até o trânsito em julgado. 
Desse modo, quando ocorrer o trânsito em julgado da decisão, a hidro-elétrica já estará construída e os recursos minerais já terão sido extra-
ídos. Com isso, pelo fato consumado, ocorre violação da Súmula 613, 
do STJ, que determina que não é admitida a aplicação da teoria do fato 
consumado em Direito Ambiental.
No caso concreto, o Supremo Tribunal Federal manifestou-se 
no sentido de que a exploração dos recursos naturais, portanto, deve 
dar-se de maneira sustentável, para preservar o ecossistema e a biodi-
versidade para as presentes e futuras gerações. Entretanto, na espécie, 
afirmou que a paralisação das atividades econômicas de mineração na 
região poderia causar prejuízos elevados, imediatos e de difícil repara-
ção ao estado do Pará.
É curioso o fato de que, nesse caso concreto, o desenvolvi-
mento sustentável se assemelha à dignidade da pessoa humana, tendo 
um baixo grau de densidade semântica, ou seja, é alegado por todos os 
lados da ação.
O Plenário reformou a decisão do então presidente para inde-
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ferir a suspensão de liminar, tendo em conta a proteção constitucional 
do art. 225, do art. 231 e da atividade econômica, ou seja, o desenvolvi-
mento sustentável, passando novamente a valer a antecipação de tute-
la recursal proferida pelo Desembargador Souza Prudente. Na decisão 
do desembargador, foi determinada a suspensão das atividades de mi-
neração, o depósito de um milhão para as aldeias e, ainda, multa diária.
Há, de um lado, o meio ambiente cultural, presente na comuni-
dade indígena e, de outro, o crescimento econômico, que diz respeito à 
arrecadação, ao trabalho, à prestação de serviço. A análise do julgado 
se dá a partir da sustentabilidade, ressaltando-se que a suspensão de 
liminar é medida excepcional que pressupõe a existência de dano inafas-
tável. Sendo assim, percebe-se, como no caso concreto, que a economia 
dialoga com a ecologia, sob o prisma da sustentabilidade. Existem as 
necessidades da economia, mas deve-se analisar se tais necessidades 
são predatórias ou prejudiciais para as gerações que estão por vir — a 
sustentabilidade fica bastante ligada à equidade intergeracional.
A sustentabilidade atua do ponto de vista da sanção, em casos 
de violação do direito, para que o uso de um recurso ambiental seja 
pago e para que quem proteja esse recurso receba por isso. Nessa es-
teira, há programas como o ICMS ecológico, AES "Recicle mais, pague 
menos", isenção de ITR para quem instituir Reserva Particular de Patri-
mônio Natural, Programa Palmas Solar, entre outros.
O ponto principal compreende a sustentabilidade, que exige o 
desestímulo daquilo que polui o planeta, como, por exemplo, combus-
tíveis fósseis, redirecionando investimentos para energia limpa. A título 
de exemplo, em algumas cidades, quem usa gás natural nos veículos 
recebe abatimento no IPVA.
Deve-se analisar em conjunto com a propriedade privada, que 
não mais é absoluta, a função socioambiental, o limite condicionante, a 
defesa do meio ambiente, a redução das desigualdades regionais e so-
ciais. No tocante ao princípio da igualdade acima citado, cabe ressaltar 
que a defesa do meio ambiente e da sustentabilidade são adequadas 
para fazer o discrimen.
A IMPORTÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO E DA PRE-
CAUÇÃO
Ambos os princípios buscam evitar a ocorrência dos danos 
ambientais. Contudo, a prevenção incide nos danos já conhecidos e a 
precaução incide nos danos que ainda não são conhecidos. Busca-se 
evitar o dano ambiental, pois é melhor do que ter que remediá-lo. Muitas 
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vezes, o dano ambiental é irreversível ou de difícil reparação in natura; 
nesse caso, dá-se preferência à recomposição específica; se não for 
possível, somente em última instância pensa-se em sucedâneo econô-
mico. Embora teoricamente e doutrinariamente prefira-se a recomposi-
ção específica, a depender da peculiaridade do caso concreto, o MPF 
já pede diretamente o sucedâneo econômico (quando, por exemplo, a 
recomposição específica é muito difícil).
A precaução que incide quando os danos ainda não são conhe-
cidos possui efeito material, in dubio pro natura, e a inversão do ônus da 
prova como efeito processual, nos termos da "Jurisprudência em Teses".
Em outras palavras, a prevenção ocorre quando há certeza 
científica e a precaução ocorre quando há incerteza científica. A preven-
ção, por ser mais óbvia, foi estabelecida na Declaração de Estocolmo 
de 72 e a precaução, por ser mais indireta, foi estabelecida somente na 
Declaração do Rio de 92.
Ambos os princípios são extraídos do art. 225 da Constituição. 
No tocante ao EIA, disposto no art. 225, § 1º, inciso IV, este densifica 
a prevenção, embora a precaução também seja avaliada no EIA; en-
tretanto, o foco principal do EIA é a prevenção (o EIA é eminentemen-
te preventivo; ele concretiza a prevenção, pois trabalha com medidas 
mitigadoras, compensatórias e de controle para danos já conhecidos). 
Pode-se dar como exemplo de prevenção a mineração, visto que já se 
sabe quais os danos da atividade de exploração de minerais.
No tocante à PNMA, vale a leitura dos arts. 2º e 4º. O art. 2º 
trata de fins abstratos para a doutrina, e o 4º trata de fins concretos.
O art. 2º fala em "princípios", embora elenque muitos incisos 
que não são, de fato, princípios. Entretanto, se a questão cobrar os 
"princípios" da PNMA, deve-se responder de acordo com o previsto 
nesse artigo (a recuperação de áreas degradadas, embora não seja 
princípio, foi elencada nesse artigo como princípio — e para as minera-
doras é uma exigência constitucional).
O art. 4º fala que "visará" (objetivará) compatibilizar o cresci-
mento econômico com a preservação ambiental — assim, se a questão 
afirmar que segundo a lei da PNMA se visará à compatibilização do 
desenvolvimento com a preservação, a questão estará correta, pois, 
embora seja um princípio, a lei trata como objetivo.
No tocante aos transgênicos e às antenas de telefonia celular 
(ERB — estação de rádio base), referem-se a estas situações de precau-
ção, pois não é possível ter certeza acerca dos danos que podem causar.
Acerca do tema dos transgênicos, sob a ótica da repartição 
de competências, é importante destacar que existe lei federal que per-
mite transgênicos, desde que atendidas condições de segurança e o 
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princípio da informação (o consumidor deve saber que está comprando 
transgênico). Foi editada, portanto, uma lei no Paraná proibindo, em seu 
território, o consumo e a comercialização de transgênicos. Em face des-
sa lei, foram propostas a ADI nº 3035 e a ADI nº 3045, através das quais 
o STF determinou que não pode a lei estadual, a pretexto de exercer a 
competência legislativa concorrente (art. 23, VI, CF e art. 24, VI, CF), 
desdizer a norma geral estabelecida pela União, dessa forma, a lei do 
Paraná foi declarada inconstitucional.
Diferente é o caso do amianto crisotila — a norma federal tor-
nou-se inconstitucional (art. 2, Lei 9.055), permitindo que os estados de 
SP e do RS editassem leis proibindo o amianto crisotila. Retornando à 
análise da prevenção, o art. 225, IV traz a questão do EIA (já comenta-
da): é exemplo de prevenção, mas, também, materializa a precaução.
O art. 225, V, traz a questão dos agrotóxicos, que possuem 
um risco já conhecido. Trata-se, assim, de outro exemplo de dever do 
Poder Público que materializa a prevenção. Portanto, são exemplos de 
prevenção os incisos IV e V do art. 225, que trazem, respectivamente, 
o EIA e os agrotóxicos.
A precaução, por sua vez, está no Princípio 15 da Declaração 
do Rio de 92. É necessário, entretanto, haver uma válvula de escape, 
pois se houver aplicação da precaução para tudo o que não é conhe-
cido, haverá paralisação da economia. Por isso,a precaução se aplica 
somente para riscos graves, sérios e irreversíveis.
Portanto, com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da 
precaução deverá ser amplamente observado pelos Estados, de acordo 
com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou 
irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utiliza-
da como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis 
para prevenir a degradação ambiental.
 O STJ decidiu pela inversão do ônus da prova, pela precaução 
e pelo diálogo de fontes. Assim, a inversão do ônus da prova é prevista no 
CDC pelo conceito de hipossuficiência, enquanto no Direito Ambiental ela é 
prevista pela relevância do bem jurídico tutelado, principalmente nos casos 
em que a precaução se aplica (danos graves, sérios e irreversíveis). Por-
tanto, embora no direito do consumidor a inversão do ônus da prova pos-
sua outro fundamento, existe um diálogo de fontes no microssistema pro-
cessual coletivo (sistema de vasos comunicantes/influências recíprocas).
Os diplomas internacionais que mencionam a precaução são: 
a Convenção sobre a Diversidade Biológica, a Declaração do Rio de 
1992, o Protocolo de Kyoto e a Convenção Quadro sobre mudanças do 
clima. Além disso, tem-se a Encíclica do Papa Francisco "Laudato Si", 
que visava à COP de Paris.
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Quanto à expressão "refugiados ambientais", trata-se de uma 
expressão consagrada, que pode ser utilizada, mas que não existe na 
Lei Brasileira do Refúgio (Lei nº 9.433/97). Entretanto, na Lei Nova de 
Migrações (Lei nº 13.445/17) há a possibilidade de acolhimento, por 
questões ambientais, mas não como refugiados. Essa nova lei revogou 
o antigo Estatuto do Estrangeiro — tratando-se de lei nova, é importante 
a sua leitura, pois, certamente, será cobrada em provas. Esse acolhi-
mento, que não se trata de situação de refúgio, já foi realizado no Brasil 
antes da nova Lei de Migrações, mas, agora, está positivado em lei.
São exemplos de causas passíveis de gerar nova onda de re-
fugiados: as mudanças climáticas, a inflação e os eventos climáticos ex-
tremos. O fracking (fraturamento hidráulico) está proibido no Brasil, por 
liminares judiciais, pelo princípio da precaução, pois não se sabe quais 
são os seus possíveis danos. Há documentário disponível na internet 
sobre o fracking. Há, ainda, o Informativo 829 do STF, que concedeu in-
terpretação restritiva ao princípio da precaução, em relação aos campos 
eletromagnéticos de energia hidroelétrica. 
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1 
(OAB — IX EXAME DE ORDEM — FGV — 2012)
A Lei Complementar n. 140 de 2011 fixou normas para a cooperação 
entre os entes da federação nas ações administrativas decorrentes 
do exercício da competência comum relativa ao meio ambiente. 
Sobre esse tema, assinale a afirmativa correta.
a) Compete à União aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de 
florestas e formações sucessoras em Áreas de Preservação Ambientais 
– APAs.
b) Compete aos Estados e ao Distrito Federal controlar a introdução no 
País de espécies exóticas potencialmente invasoras que possam amea-
çar os ecossistemas, habitats e espécies nativas.
c) Compete aos municípios gerir o patrimônio genético e o acesso ao 
conhecimento tradicional associado, respeitadas as atribuições setoriais.
d) Compete à União aprovar a liberação de exemplares de espécie exó-
tica da fauna e da flora em ecossistemas naturais frágeis ou protegidos.
QUESTÃO 2
(CELG/D-GO — ANALISTA TÉCNICO - ENGENHEIRO DE MEIO AM-
BIENTE — CS-UFG — 2014)
A sequência das etapas de licenciamento ambiental é: 
a) Concepção do sistema, projeto básico e projeto executivo.
b) Estudo preliminar, estudo primário e estudo secundário.
c) Licença de concepção, licença de implantação e licença de operação.
d) Licença preliminar, licença de instalação e licença de operação.
e) Licença preliminar, licença posterior e licença final.
QUESTÃO 3
(TJ-RJ — JUIZ — VUNESP — 2013)
A natureza jurídica do licenciamento ambiental é:
a) de competência concorrente do Poder Executivo e do Poder Legislativo.
b) de poder de polícia, exclusivamente vinculado ao Poder Executivo.
c) dependente da definição estabelecida pelas Constituições Estaduais.
d) de poder de polícia, passível de apreciação complementar do Poder 
Legislativo.
QUESTÃO 4
(UNESP — ASSISTENTE DE SUPORTE ACADÊMICO II/ENGENHA-
RIA AMBIENTAL — VUNESP — 2015)
O licenciamento ambiental é realizado quando:
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a) houver instalação, ampliação e operação de empreendimentos ou 
atividades utilizadoras dos recursos naturais consideradas efetiva ou 
potencialmente poluidoras.
b) a Prefeitura do Município onde se implantará o empreendimento uti-
lizador de recursos naturais julgar necessária a realização desse pro-
cedimento.
c) o Ministério Público de Meio Ambiente determinar tal procedimento, 
independentemente de o empreendimento ou a atividade ser conside-
rada perigosa.
d) a atividade ou o empreendimento que, sob qualquer forma possa cau-
sar degradação ambiental, sofre alteração de projeto social e trabalhista.
e) ocorrer a implantação de todo e qualquer tipo de empreendimento ou 
atividade em área urbana com população acima de 100000 habitantes.
QUESTÃO 5
(SP-URBANISMO — ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO — VU-
NESP — 2014)
O procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental autori-
za a localização, instalação, ampliação e operação de empreendi-
mentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, conside-
radas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental é:
a) O Direito Ambiental.
b) O impacto ambiental.
c) O licenciamento ambiental.
d) O exploração ambiental.
e) O zoneamento ambiental.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
As avaliações de impactos ambientais são consideradas como instru-
mentos da Política Nacional do Meio Ambiente e estão presentes du-
rante o licenciamento ambiental, quando indispensável à elaboração do 
EIA/RIMA. Sobre este importante estudo, correlacione-o com o sistema 
de gestão ambiental, principalmente, sobre sua importância no cená-
rio atual das grandes empresas diante da implementação da AGENDA 
2030 pelo Brasil na posição de um consultor jurídico que preste consul-
toria a uma grande empresa mineradora.
TREINO INÉDITO
Sobre as licenças ambientais previstas na Resolução CONAMA 
237/97, assinale a alternativa correta:
a) A referida norma contempla, apenas, a licença de instalação.
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b) A referida norma prevê as seguintes licenças: prévia, de instalação e 
de operação.
c) O estudo de impacto ambiental, quando solicitado, deverá ser apre-
sentado antes da concessão da licença prévia.
d) Acaso o empreendedor opere seu empreendimento desamparado da 
licença de operação não ocorrerão repercussões na esfera penal.
e) O estudo de impacto ambiental sempre será exigido.
NA MÍDIA
BOMBRIL MUDA EMBALAGEM APÓS DENÚNCIA DE FALSO APE-
LO ECOLÓGICO
Conar pediu retirada do termo “100% ecológico” e advertiu empresa.
Denúncia de “maquiagem ambiental” foi apresentada pela Proteste em 
2013.
A Bombril decidiu mudar a embalagem da sua esponja de aço e retirar a 
expressão “100% ecológico”, após ter seu recurso rejeitado pelo Conar 
(Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) em julgamen-
to de processo por falso apelo ambiental.
Data: 04 ago. 2016.
FONTE: (PORTAL G1, 2016). Disponível em: <http://g1.globo.com/eco-
nomia/midia-e-marketing/noticia/2016/08/bombril-muda-embalagem-
-apos-denuncia-de-falso-apelo-ecologico.html>. Acesso em: 25/02/22
NA PRÁTICA
O consumo sustentávelvem ganhando força no Brasil, principalmente, 
no público jovem, em decorrência da viabilidade da educação ambiental 
na prática. 
Este fenômeno vem contribuindo significativamente para que as gran-
des empresas adotem práticas de sustentabilidade, consoante se reco-
menda uma consultoria ambiental bem elaborada. Tal fato é de extrema 
importância, ainda mais no cenário que vivenciamos referente ao aque-
cimento global.
No âmbito empresarial, é importante que os grandes empreendedores 
adotem tais práticas para fins de amenizar os impactos gerados. Um 
grande exemplo é a adoção da coleta seletiva, a qual contribui para a 
diminuição da produção de resíduos sólidos, como no caso de Santos/
SP, noticiado no jornal DIÁRIO DO LITORAL.
Data: 17 abr. 2019
FONTE: (DIÁRIO DO LITORAL, 2019). Disponível em: < https://www.
diariodolitoral.com.br/cotidiano/coleta-seletiva-gera-emprego-e-promo-
ve-consciencia-ambiental-em-santos/124790/>. Acesso em: 25/02/22.
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PARA SABER MAIS
Título: O impacto do vazamento de petróleo no Nordeste. 
Data: 14 out. 2019.
Fonte: (ISTO É, 2019). Disponível em: <https://www.istoedinheiro.com.
br/o-impacto-do-vazamento-de-petroleo-no-nordeste/>. Acesso em: 
25/02/22.
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Como mencionado no capítulo anterior, a consultoria ambiental 
é de extrema importância, uma vez que possui como finalidade principal 
afastar eventuais custos ambientais que oneram as pessoas jurídicas, 
em decorrência das externalidades negativas oriundas de práticas que 
ensejam danos ambientais.
IMPACTO AMBIENTAL
Importante é a definição sobre impacto ambiental trazida pela 
Resolução CONAMA 01/86, em seu art. 1º (a leitura pelo aluno se faz 
necessária). Embora o conceito amplo que a Resolução CONAMA 
01/86 trouxe, outra Resolução CONAMA, a 237/1997, em seu art. 1º, III, 
A NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO
DE CONSULTORIA AMBIENTAL PARA 
AS EMPRESAS
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estabeleceu a definição de impacto regional, indispensável para a defi-
nição de parâmetros quanto ao licenciamento de atividades ambientais 
que possuam características próprias. 
Por fim, vale a pena conhecer a definição da ISO 14001. A nor-
ma exige que as empresas se comprometam com a prevenção da po-
luição e com melhorias contínuas, como parte do ciclo normal de gestão 
empresarial: “Qualquer modificação do ambiente, adversa ou benéfica, 
que resulte, no seu todo ou em parte, das atividades, produtos e servi-
ços de uma organização”. 
OPINIÃO CONSULTIVA 23/17
Uma situação interessante, a qual decorre de uma provável 
ausência de consultoria ambiental empresarial, ou de uma má presta-
ção do serviço, é o desastre ambiental oriundo da indústria EXPRO-
PER. Destaca-se uma questão recente analisada pela Corte Interame-
ricana de Direitos Humanos na Opinião Consultiva 23/17, proferida em 
15.11.2017, solicitada em 14 de março de 2006, pela Colômbia, no que 
tange às obrigações dos Estados quanto ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado e o direito à vida e à integridade pessoal, tutelados 
pela Convenção Americana (artigos 1.1, 2º, 4º e 5º), cujo objeto prin-
cipal é quanto à interpretação do Pacto de Sam José diante do risco 
eminente de grandes obras de infraestruturas que possam afetar o meio 
ambiente marinho na região do mar caribenho e, em decorrência disso, 
o pleno gozo dos direitos humanos dos habitantes da região costeira.
Quanto aos questionamentos realizados pelo Estado da Co-
lômbia, a Corte Interamericana, ao proferir sua opinião consultiva já 
mencionada, correlacionou a proteção ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado e outros direitos humanos, respaldando-se em diver-
sas normas e sistemas internacionais que compreendem tal correlação. 
Mazuolli (MAZUOLLI, 2019, p. 777) discorre que a Corte com-
preendeu que os Estados-parte da Convenção Americana possuem a 
obrigação de tutelar os direitos consagrados a todo indivíduo sujeito à 
sua jurisdição, devendo o Estado ser responsável perante condutas le-
sivas, não se limitando ao espaço territorial do próprio Estado, com isso, 
respondendo aos questionamentos feitos no item 1.
Interessante destacar que a Corte, ao proferir o entendimento 
de que os Estados possuem o dever de fiscalizar e supervisionar as ativi-
dades de empresas que possam lesar o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, também compreendeu que as próprias empresas devem atu-
ar conforme os preceitos legais no que concerne às boas práticas de sus-
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tentabilidade e proteção do meio ambiente com o intuito de mitigarem ao 
máximo os impactos que suas atividades possam ocasionar, isto porque 
os “Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos”, docu-
mento formado por 31 princípios, aprovado pelo Conselho de Direitos Hu-
manos da ONU, em 16 de junho de 2011, cujo objetivo é de impedir que 
as empresas violem os Direitos Humanos ao exercerem suas respectivas 
atividades, implementando o programa “Proteger, Respeitar e Reparar”, 
previstos em três pilares (MAZZUOLLI, 2018, p. 536 - 537).
No cenário atual, imprescindível é correlacionar tais obriga-
ções com os desastres de Mariana e Brumadinho, ocasionados pelo 
rompimento de barragens, operadas pela empresa Vale, no Estado de 
Minas Gerais, ocasionando danos ambientais e prejuízos a uma quanti-
dade exorbitante de indivíduos domiciliados ao longo dos rios e bacias 
hidrográficas afetadas, além da morosidade de serem indenizados. 
Os princípios do “Acesso à Reparação” garantem que, quando os 
indivíduos forem prejudicados por atividades empresariais, deve ocorrer 
tanto a responsabilização efetiva e a reparação adequada, judicial e não 
judicial, algo que não é colocado em prática, muitas vezes, por empresas 
que operam no Brasil, autoras de grandes desastres ambientais, como os 
citados. Ocorre que tais princípios são considerados como meras reco-
mendações, isto é, normas soft law, não obrigando os Estados a segui-los 
ou desrespeitá-los, entretanto, as normas domésticas, conforme dispõem 
Convenções e Tratados Internacionais sobre Direito Ambiental, de natureza 
hard law, devem prever mecanismos de proteção aos Direitos Humanos, 
além da fiscalização e da repressão aos infratores que ocasionem lesão a 
qualquer direito humano, dentre eles, o direito ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado, seja o autor do dano uma pessoa física ou uma pessoa 
jurídica. É inaceitável que quem lese um direito humano seja considerado 
impune, principalmente, em âmbito judicial, além da morosidade quanto à 
resposta aos terceiros, vítimas de desastres ambientais.
GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS
Neste ponto da matéria, será abordada a gestão de florestas 
públicas, que está prevista na Lei 11284/06, a qual complementa o regi-
me de proteção às florestas, previsto no Código Florestal, a ser objeto 
de estudo na próxima unidade, com a proteção das florestas públicas.
A referida legislação visa a gestão de florestas públicas para 
produção sustentável. Institui o Sistema Florestal Brasileiro e cria um 
fundo. É preciso fazer a leitura dos princípios das florestas públicas, 
previstos no art. 2º. Também, é preciso ler os conceitos legais, previstos 
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no art. 3º, sendo o conceito de concessão florestal o mais importante, 
previsto no inciso VII, a ser consultado pelo leitor.
A gestão de florestas públicas pode se dar, segundo o art. 4º da 
Lei n. 11284/06,através da criação de floresta nacional, estadual ou muni-
cipal, de destinação às comunidades locais ou de concessão florestal, que 
está prevista no art. 3º, VII da L 11284/06. A estrutura da Lei n. 11284/06 
visa à proteção de florestas públicas e o principal elemento trazido é a 
concessão florestal. Vale mencionar que a concessão florestal é um ins-
trumento econômico da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) (art. 
9º, XIII, da Lei n. 6938/81). Esse dispositivo dá um rol exemplificativo de 
instrumentos econômicos, dentre os quais está a concessão florestal.
Essa concessão é regulamentada na Lei n. 11284/06 (Lei das 
Florestas Públicas). Essas florestas públicas podem ser concedidas por 
licitação; pode ser criada uma RESEX (Reserva Extrativista) ou REDE-
SUS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável); ou pode haver uma 
concessão de uso.
A RESEX e REDESUS são unidades de conservação de uso 
sustentável da Lei n. 9985/00 (Lei do Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação da Natureza - SNUC) que visam a tutelar o meio ambiente 
cultural.
A destinação das florestas públicas deve ser feita antes de 
uma concessão florestal. O art. 17 da Lei do SNUC também trabalha 
com a ideia de Floresta Nacional (Flona), que é justamente o objeto 
da concessão florestal. A Flona, que é uma floresta pública e pode ser 
concedida por concessão florestal, segundo o art. 17 da Lei 9985/00, é, 
necessariamente, de posse ou domínio público.
Antes da concessão florestal, que é por licitação para pessoa 
jurídica, as florestas públicas que já estejam ocupadas ou utilizadas de-
vem ser identificadas e destinadas, portanto, à ação. Recorda-se de 
uma ação em Itaituba: queriam fazer uma concessão florestal e o MPF 
alegava que estava ocupada por comunidade local. Era preciso, antes 
disso, haver criado uma reserva extrativista ou concedido o uso. Não 
podia, assim, ser feita a concessão florestal.
A destinação prevista no §1º é feita de forma não onerosa para 
o beneficiário, ao contrário da concessão florestal, que é um instrumen-
to econômico. No âmbito da gestão florestal, é indispensável conhecer 
um pouco sobre as licenças ambientais indispensáveis. Os conceitos 
de licença prévia, de instalação e de operação estão no art. 18, da Re-
solução CONAMA 237/97, os quais devem ser conhecidos pelo leitor a 
partir da leitura do dispositivo em questão, destacando a licença prévia, 
a licença de instalação e a licença de operação.
O prazo de validade da licença prévia é de até 5 anos; já o da li-
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cença de instalação é de até 6 anos. Ambas podem ser prorrogadas, des-
de que se respeite o prazo máximo indicado. A licença de instalação pode 
ter entre 4 e 10 anos e pode ser renovada, devendo ser solicitada com 
o prazo mínimo de antecedência de 120 dias. Se não for apreciado, há 
a prorrogação automática (art. 18, §4º, da Resolução CONAMA 237/97).
Suponha que se faz a licitação, nesse caso, sendo determina-
da a pessoa jurídica, torna-se vencedora. Ela terá a licença prévia e o 
plano de manejo florestal sustentável. Nesse caso, ela já terá a licença 
de instalação e de operação.
Portanto, cada situação tem sua particularidade. A Resolução 
CONAMA 237/97 é a norma geral. Entretanto, se houver a concessão 
florestal, a licitação automaticamente ganhará a licença prévia de insta-
lação e operação.
Vale destacar que a Lei n. 11284/2006 também cria o Serviço 
Florestal Brasileiro, o qual realiza a gestão das florestas públicas. Outro 
artigo bastante importante é o art. 13, segundo o qual a licitação deve 
ser por concorrência e é vedada a decretação da inelegibilidade da lici-
tação. Desse modo, as licitações para concessão florestal observarão 
essa determinada legislação e, apenas supletivamente, a lei própria.
BIOSSEGURANÇA
Das leis centrais de Direito Ambiental, em termos de uma políti-
ca nacional, a Lei da Biodiversidade é a mais recente. Antes dela, havia 
uma Medida Provisória de 2001 que era sucessivamente reeditada; eram 
as Medidas Provisórias antes da Emenda 32/2001 que tiveram efeito ex 
nunc, ou seja, as Medidas Provisórias que eram sucessivamente reedita-
das poderiam continuar a sê-lo, mesmo após a vigência da EC 32/2001.
A Lei da Biodiversidade protege o patrimônio genético e o co-
nhecimento tradicional a ele associado. Já a Lei da Biossegurança tu-
tela o patrimônio genético humano, bem como a questão da clonagem, 
reprodução e utilização de células- tronco.
Registra-se que o ponto principal da Lei de Biodiversidade re-
side nas chamadas condições in situ (dentro do habitat natural) e ex situ 
(fora do habitat natural).
Como sempre, nas leis ambientais, o início é muito importante. 
Primeiramente, o fundamento das Leis 13.123/15 e 11.105/95 é o art. 
225, da CF/88. Observa-se que a parte final do dispositivo diz respeito à 
Lei de Biossegurança, e a parte inicial — patrimônio genético e o conhe-
cimento tradicional a ele associado — corresponde à Lei da Biodiversida-
de. O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo, sendo que 
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a Lei de Biodiversidade também regulamenta o art. 225, §4º, da CF/88.
Neste assunto, há convenções internacionais das quais o 
Brasil é signatário, basicamente: a CDB (Convenção da Diversida-
de Biológica) e o Protocolo de Nagoya ou de Cartagena, que estão 
juntos com a CDB.
O ponto é que a Lei 13.123/15 buscou, dentro do Brasil, con-
cretizar as bases estabelecidas na Convenção da Diversidade Bioló-
gica, sendo que o Brasil possui a maior diversidade do mundo, e boa 
parte dela está na Amazônia.
A questão da biodiversidade está presente na indústria farma-
cêutica e de cosméticos que vem ao Brasil, pega um princípio ativo de 
uma árvore e faz um perfume ou um remédio. Como isso tem um valor 
agregado muito elevado, deve-se ter uma repartição de benefícios com 
aqueles que detêm o conhecimento tradicional associado ao patrimônio 
genético, que temos em razão da nossa biodiversidade. Trata-se de 
regular a parte mais forte (empresas farmacêuticas e cosméticas) e a 
parte mais fraca (os povos e comunidades tradicionais).
Ressalta-se que a Lei protege o in situ e o ex situ se for encon-
trado in situ no Brasil, na plataforma continental, no mar territorial ou na 
zona econômica exclusiva, conceitos que estão na Lei 8.617/93. Regis-
tra-se que o conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético é 
muito relevante, ainda que detido por um único membro da comunidade.
O inciso V, do art. 1º, da Lei n. 13.123/2015 é muito importante. 
Versa sobre a repartição de benefícios, a qual deve ser justa e equita-
tiva, podendo ser monetária ou não monetária, derivada, por exemplo, 
da exploração do remédio, produto acabado ou cosmético, e que tem 
elevado valor. Destaca-se que a parte do conhecimento tradicional as-
sociado é muito relevante para a formação desse valor.
Vale destacar que deve ser paga a repartição de benefício, mo-
netário ou não, e também a propriedade material ou imaterial, pois se trata 
de outra coisa e não há relação. Por exemplo, se houver o registro pela 
indústria farmacêutica, ainda assim, deve haver a repartição de benefícios 
sobre patrimônio genético ou conhecimento tradicional a ele associado.
Tem-se que a Lei n. 13.123/15 trata do patrimônio genético 
como bem de uso comum do povo, sendo que os conceitos estão pre-
vistos em seu art. 2º. O in situ corresponde ao patrimônio genético que 
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está em ecossistemas e habitats naturais. Portanto, in situ é dentro do 
habitat — enquanto ex situ é fora — e inclui espécies domesticadas ou 
cultivadas e populações espontâneas.
O ex situ diz respeito ao patrimônio genético mantido fora de seu 
habitat natural. Porém, somenteé protegido se for encontrado em condi-
ções in situ no Brasil ou na plataforma continental, no mar territorial e na 
zona econômica exclusiva, por outro lado, o in situ é sempre protegido.
Em relação aos conceitos legais, há muitos no art. 2º da Lei de 
Biodiversidade. Alguns muito relevantes para fins de prova e outros nem 
tanto; outros mais usuais para a prática. Por exemplo, o conhecimento 
tradicional associado é importante.
Registra-se que a Convenção 169 da OIT, quando menciona os 
povos indígenas, refere-se aos povos indígenas e tribais, sendo que os 
últimos são entendidos como as comunidades tradicionais. Essa é a li-
nha adotada pelo Ministério Público Federal. O conhecimento tradicional 
associado pode ser de origem identificável ou não identificável. Será não 
identificável quando não houver possibilidade de identificar sua origem.
Pontua-se que as comunidades tradicionais possuem uma an-
cestralidade e uma posteridade, ou seja, um ontem, um hoje e um ama-
nhã, aspecto que foi inclusive estabelecido no caso da Raposa Serra do 
Sol. Ademais, os conhecimentos utilizados pelas comunidades tradicio-
nais recebem tratamento coletivo ainda que somente um indivíduo da 
comunidade detenha o conhecimento tradicional associado.
Também, é importante o consentimento prévio e informado, con-
forme o art. 2º, VI, da Lei n. 13.123/15, isto é, não é necessariamente a re-
gra da maioria. Deve-se verificar como funciona o uso, costume, tradição 
ou protocolo da comunidade, sem impor definições de forma heterônoma.
É interessante observar que a Convenção 169 da OIT fala em 
consulta prévia e informada, isto é, não precisa do consentimento, ape-
nas da consulta. A Lei da Biodiversidade, por sua vez, vai além e men-
ciona sobre o consentimento. Suponha que há um princípio ativo que 
uma determinada indústria farmacêutica necessita, contudo, a comuni-
dade não concorda com aquilo, nem se houver repartição de benefícios.
Como possui origem identificável, o conhecimento tradicional 
associado a esse patrimônio genético pertence àquele grupo. Portanto, o 
acesso fica condicionado ao consentimento prévio da comunidade e vai 
além da Convenção 169 da OIT, que fala em consulta prévia e informada.
O conceito de agricultura tradicional também é relevante e con-
siste em uma pessoa que mantém e conserva a diversidade genética, in-
cluindo o agricultor familiar, nos termos do art. 2º, XXXI, da Lei n.13.123/15.
Destaca-se ainda:
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Art. 3º O acesso ao patrimônio genético existente no País ou ao conhecimento 
tradicional associado para fins de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico e 
a exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo 
desse acesso somente serão realizados mediante cadastro, autorização ou noti-
ficação, e serão submetidos a fiscalização, restrições e repartição de benefícios 
nos termos e nas condições estabelecidos nesta Lei e no seu regulamento.
Parágrafo único. São de competência da União a gestão, o controle e a fiscali-
zação das atividades descritas no caput, nos termos do disposto no inciso XXIII 
do caput do art. 7º da Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011.
Esse aspecto é importante, porque aparece em prova. Consta 
no art. 7º da LC 140/2011, que se trata de uma ação administrativa da 
União em gerir o patrimônio genético e o conhecimento tradicional a ele 
associado.
Salienta-se que a Lei de Biodiversidade (art. 6º) criou um Con-
selho de Gestão do Patrimônio Genético com representação de vários 
setores: empresa, academia, povos indígenas, comunidades tradicio-
nais e agricultores tradicionais. Além disso, a Lei protege conhecimen-
tos tradicionais associados a utilização e exploração ilícita, ou seja, ela 
tem algo semelhante à substituição para frente (do direito tributário) na 
medida em que o único sujeito à repartição de benefícios é o último da 
cadeia, aquele que faz o produto acabado.
Com isso, fica mais fácil fiscalizar. O sujeito não pode alegar 
que um princípio ativo é da fase anterior da cadeia produtiva. Assim 
como na substituição tributária para frente fiscaliza-se o último da ca-
deia, na temática em estudo também. Entretanto, ressalta-se que não 
se chama substituição tributária para frente na matéria em análise, tra-
ta-se apenas de uma analogia.
Ainda, há a possibilidade de participar da tomada de decisões. 
O Estado reconhece o direito de populações indígenas, de comunida-
des tradicionais e de agricultores tradicionais de participar da tomada de 
decisões, no âmbito nacional, sobre assuntos relacionados à conserva-
ção e ao uso sustentável de seus conhecimentos tradicionais associa-
dos ao patrimônio genético do país (princípio da participação).
Destaca-se que a Lei veda o acesso ao patrimônio genético (que 
é bem de uso comum do povo) ou conhecimento tradicional a ele associado 
por uma pessoa natural estrangeira, conforme art. 11, § 1º, Lei 13.123/15.
Pretende-se evitar a privatização pela parte mais forte do bônus/
lucro sem que a comunidade tradicional, que tem um elemento forte de 
valor desse patrimônio genético, seja também beneficiada. Por isso, exis-
te a repartição justa e equitativa do benefício, sendo que, no produto final, 
o componente do patrimônio genético ou conhecimento tradicional a ele 
associado é um dos elementos principais de agregação de valor.
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Logo, para o perfume ou remédio que possui um princípio ativo 
encontrado em uma espécie localizada apenas na Amazônia, essa bio-
diversidade da Amazônia — sobre a qual a comunidade tradicional tem 
um conhecimento tradicional a ele associado — é um dos elementos 
principais de agregação de valor do fármaco ou do cosmético, como 
não poderia deixar de ser.
Nesse ponto, tem-se que a repartição de benefício pode ser mo-
netária ou não monetária, sendo que sobre esta lei traz um rol exemplifi-
cativo. Conforme mencionado, é sujeito a fazer a repartição de benefícios 
somente o fabricante do produto acabado ou produtor do material repro-
dutivo, independente de quem tenha realizado o acesso anteriormente. 
Portanto, aqueles que fabricam processos ou produtos intermediários que 
não sejam produtos acabados estão isentos da repartição de benefício.
Ademais, com base na ideia de tratar os desiguais desigual-
mente e de haver um critério do discrímen em relação à igualdade de 
material, tem-se que não precisam repartir benefícios à microempresa, 
à empresa de pequeno porte e ao microempreendedor individual, por-
tanto, estão isentos dessa obrigação.
A Lei de Biodiversidade também dispõe que a repartição entre 
usuário e provedor será negociada de forma justa e equitativa entre as 
partes, atendendo a parâmetros de clareza, lealdade e transparência 
nas cláusulas pactuadas, que deverão indicar condições, obrigações, 
tipos e duração dos benefícios de curto, médio e longo prazo.
Salienta-se que, assim como faz a Lei n. 9.605 no art. 70 e a Lei 
da Biossegurança, a Lei da Biodiversidade traz um guarda-chuva genéri-
co de infrações administrativas, sendo que o Superior Tribunal de Justiça 
já decidiu, em relação à Lei n. 9.605, que isso é legítimo. Dessa maneira, 
a norma infralegal pode minudenciar esse grande guarda-chuva.
Nota-se que é algo muito amplo, mas é o fundamento de vali-
dade da norma infralegal. Quanto à competência, trata-se de ação ad-
ministrativa da União, prevista no art. 7º, XXIII, LC 140/11. Recobra-se 
que a referida lei complementar (que regulamentou o exercício da com-
petência material comum, regra geral no Direito Ambiental) prevê em 
seu 7º as atribuições da União; no art. 8º as atribuições dos Estados 
(que é residual); e no 9º as atribuições dos Municípios. Percebe-se, in-
clusive, que é uma questão lógica, porque, assim, a União regulamenta 
de modo uniforme para todos os locais do

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