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Núcleo de Educação a Distância
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO
Diagramação: Rhanya Vitória M. R. Cupertino
Revisão Ortográfica: Clarice Virgilio Gomes
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira.
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profissionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confiança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, reflexiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos. 
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas 
pessoais e profissionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são 
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfil profissional, objetivando o aprimoramento para sua atu-
ação no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo 
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualificar ainda mais para o magistério nos demais níveis de 
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a) 
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial. 
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
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Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas!
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profissional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora: Tatiana Scaranello
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O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela 
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especificadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profisisional.
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A referida unidade tem como objetivo apresentar o conceito 
de consultoria ambiental e a necessidade de sua realização de for-
ma eficaz para fins de evitar danos ambientais de proporções imen-
suráveis, tais como os oriundos da indústria EXPROPER, e, conse-
quentemente, a existência de custos ambientais. Para tanto, alguns 
pontos sobre responsabilidade ambiental serão abordados. Também, 
um estudo mais aprofundado sobre o Código Florestal, que é de extre-
ma importância para o exercício da consultoria e para o agronegócio, 
dado que se trata de uma vertente que mais avança em nosso país. É 
indispensável um conhecimento mais abrangente quanto às áreas de 
Reserva Legal e às áreas de Preservação Permanente, bem como a 
questão envolvendo o imposto territorial rural (ITR).
Custos Ambientais. Externalidades Negativas. Consultoria Ambiental.
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 CAPÍTULO 01
A IMPORTÂNCIA DA CONSULTORIA AMBIENTAL PARA A EMPRESA
Apresentação do Módulo ______________________________________ 11
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Conceito ______________________________________________________
Opinião Consultiva 23/17 _______________________________________
A Importância da Consultoria Ambiental para a Empresa _________
 CAPÍTULO 02
A NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO DE CONSULTORIA AMBIENTAL 
PARA AS EMPRESAS
Impacto Ambiental ____________________________________________ 32
28Recapitulando ________________________________________________
Biossegurança _________________________________________________ 36
13Atividades Correlacionadas com a Consultoria Ambiental _______
34Gestão de Florestas Públicas ___________________________________
Gestão de Recursos Hídricos ___________________________________ 41
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21
Áreas de Reserva Legal (ARL) no Código Florestal _______________
Sustentabilidade e a Consultoria Ambiental ______________________
24A Importância dos Princípios da Prevenção e da Precaução _____
Recapitulando _________________________________________________ 47
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Responsabilidade Administrativa Ambiental _____________________ 52
O Código Florestal ______________________________________________ 56
 CAPÍTULO 03
ASPECTOS DO CÓDIGO FLORESTAL, O AGRONEGÓCIO E A RES-
PONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL
Recapitulando __________________________________________________ 65
Fechando a Unidade ____________________________________________ 69
Referências _____________________________________________________ 72
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Neste módulo, o aluno encontrará assuntos de tamanha im-
portância na seara da consultoria ambiental. Um destaque importante é 
para o conceito da denominação da unidade. Por consultoria ambiental, 
pode-se compreender o estudo empresarial referente às possíveis ex-
ternalidades negativas que determinado produto, serviço ou prática da 
empresa possa vir a causar ao meio ambiente ecologicamente equili-
brado. Assim sendo, é o setor que preza pelo cumprimento das políticas 
ambientais adotadas pela empresa, garantindo que seus atos não pre-
judiquem o meio ambiente, gerando custos ambientais.
A partir disso, o conhecimento acerca das principais questões 
envolvendo a elaboração da consultoria ambiental bem realizada, assim 
como as consequências de um estudo incorreto ou com lacunas oriun-
das de omissão, tanto na esfera penal, quanto também na esfera cível 
e na administrativa, sendo essa última a ser estudada nesta unidade, já 
as demais estudadas na unidade sobreresponsabilidades.
Outro ponto de extrema relevância é no que concerne à consul-
toria voltada ao agronegócio. Para tanto, torna-se necessário um apro-
fundamento sobre o Código Florestal e seus aspectos principais, ganhan-
do destaque as áreas de Reserva Legal e de Preservação Permanente. 
Também a questão envolvendo o Imposto Territorial Rural 
(ITR), objeto de planejamento tributário e de consultoria ambiental bem 
elaborada, podendo, inclusive o proprietário da propriedade rural fazer 
jus a isenções ou redução da base de cálculo do referido imposto ou 
agraciado por alíquotas inferiores, conforme o grau de utilização da ter-
ra. A consultoria ambiental, cujo estudo se propõe nesta unidade, é to-
talmente voltada à prática das empresas e do agronegócio, sendo esse 
último um grande destaque, uma vez que o Brasil é um grande expor-
tador de commodities agrícolas, sendo indispensável que profissionais 
gabaritados atuem orientando os empreendedores do mercado.
Sem mais delongas, torna-se indispensável iniciar o estudo 
com um tópico introdutório sobre conceitos e elaboração da consultoria 
ambiental.
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CONCEITO
Por consultoria ambiental pode-se compreender o estudo empre-
sarial referente às possíveis externalidades negativas que determinado 
produto, serviço ou prática da empresa possa vir a causar ao meio ambien-
te ecologicamente equilibrado. Assim sendo, é o setor que preza pelo cum-
primento das políticas ambientais adotadas pela empresa, garantindo que 
seus atos não prejudiquem o meio ambiente, gerando custos ambientais.
Os custos ambientais não se referem apenas aos aspectos, 
mas também às externalidades negativas que a prática da atividade 
empresarial possa vir a causar, sendo objeto de estudo da consulto-
ria ambiental, mas, também, as ações a serem adotadas para fins de 
preservação do meio ambiente, tais como: o reflorestamento, a adoção 
A IMPORTÂNCIA DA CONSULTORIA
AMBIENTAL PARA A EMPRESA
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de práticas de sustentabilidade, o gerenciamento de resíduos sólidos e 
outras ações regulamentadas. 
A IMPORTÂNCIA DA CONSULTORIA AMBIENTAL PARA A EMPRESA
Além da imagem da empresa ou da marca comercializada, a 
consultoria ambiental visa evitar a aplicação de multas administrativas 
ambientais consideráveis, em decorrência do descumprimento da legis-
lação ambiental doméstica e internacional.
O estudo referente às responsabilidades de uma pessoa jurídica 
será feito oportunamente, sendo um ponto indispensável para esta unidade 
em questão. Tal estudo é imprescindível para fins de conhecimento das ex-
ternalidades negativas e os custos ambientais que ocasionam à empresa.
ATIVIDADES CORRELACIONADAS COM A CONSULTORIA AM-
BIENTAL
O licenciamento ambiental é um ponto correlacionado com a 
consultoria ambiental, sendo, inclusive, um dos principais assuntos do es-
tudo desta unidade, assim como as avaliações de impactos ambientais. 
Por se tratar de um instrumento da Política Nacional do Meio 
Ambiente, o licenciamento ambiental visa a garantia da preservação do 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, sendo fruto do exercício do 
poder de polícia prévio, exercido pelo Poder Público, fundamentado, 
inclusive, no caput do art. 225, da CF/88.
Embora a própria Lei Complementar n. 140/2011 traga, em seu 
artigo 2º, I, o conceito de licenciamento ambiental: “o procedimento ad-
ministrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utili-
zadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores 
ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental”, re-
ferindo-se a um procedimento, na verdade, o licenciamento ambiental 
possui natureza de processo administrativo.
O artigo 10, caput, da Lei 6.938/1981, com redação dada pela 
Lei Complementar 140/2011 trata sobre o assunto. Celso Antônio Pa-
checo Fiorillo compreende que se trata de um ato administrativo com 
discricionariedade sui generis, pois, a mesma Resolução CONAMA, em 
seu art. 19, atribui competência para suspensão ou revogação da li-
cença concedida pelo órgão competente, ou seja, a licença ambiental 
é precária, deixando de ser um ato vinculado, passando a ser um ato 
discricionário de natureza sui generis (FIORILLO, 2015, p. 245).
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Ademais, por este dispositivo, entende-se que não há direito 
adquirido a poluir, ou seja, o órgão ambiental competente poderá mo-
dificar os condicionantes fixados na ocasião do deferimento da licença 
ambiental, desde que por ato motivado, sendo tal dispositivo adotado 
pela jurisprudência pátria em diversos julgados.
Em regra, temos três espécies de licenças ambientais. Primei-
ramente, é importante saber que as licenças em destaque serão conce-
didas de forma sucessiva, logo, para que se obtenha a licença de insta-
lação, é indispensável que o empreendimento possua a licença prévia 
ou isoladamente. Embora haja a menção de três licenças, a depender 
da atividade, poderemos ter mais licenças a serem pleiteadas durante 
o licenciamento ambiental. Como também, no caso do empreendimento 
não causar significativo impacto ambiental, nos termos do art. 12, da 
Resolução CONAMA 237/97, poderá ser dispensado o licenciamento 
trifásico e a adoção do licenciamento unifásico.
O órgão ambiental competente possuirá o prazo de seis meses 
para análise do pleito das licenças, podendo o prazo máximo ser de até 
doze meses, caso haja audiência pública e/ou elaboração do EIA/RIMA, 
sendo possível que tais prazos sejam suspensos caso o empreendedor 
apresente documentos ou esclarecimentos. Se tais prazos não forem 
respeitados, haverá a possibilidade de atuação supletiva de um órgão 
ambiental de outro ente. É importante mencionar que ocorrerá tal atu-
ação supletiva em caso de decurso do prazo, não havendo a emissão 
tácita de licenças em caso de omissão do órgão competente primário.
Ainda quanto ao licenciamento ambiental, dentro do estudo da 
consultoria ambiental, é importante conhecer os principais aspectos das 
avaliações de impacto ambiental. No âmbito da legislação infracons-
titucional, o artigo 9º, III, da Lei n. 6.938/81, contemplou a avaliação 
de impactos ambientais como um importante instrumento de defesa do 
meio ambiente, mais precisamente através da elaboração do estudo e 
formação de um documento técnico de impactos ambientais (EIA) e seu 
relatório (RIMA). É muito comum a confusão dos estudiosos quanto aos 
conceitos. Vale lembrar que os conceitos são distintos, sendo importan-
tes quanto à publicidade, pois, na verdade, é o relatório de conclusão do 
EIA para acessibilidade pública, o RIMA, a ser publicado para conheci-
mento da população. Paulo de Bessa Antunes compreende que “[...] os 
estudos prévios de impacto ambiental são modalidades de avaliação de 
impactos constitucionais” (ANTUNES, 2016, p. 690). 
Em recorrência do princípio da informação, previsto no art. 
225, da CF/88, vale destacar ser imprescindível a publicidade do EIAs 
e RIMA, por conta de mandamento constitucional, como prevê o art. 11, 
da Resolução CONAMA n. 1/86. Vale destacar o entendimento juris-
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prudencial no sentido de que não é viável a exigência do EIA para em-
preendimentos instalados antes da exigência regulamentar (STJ, REsp 
200501147867, j. 04.08.2008).
Quando exigido, o EIA/RIMA é requisito para a localização, ins-
talação, operação e ampliação de uma atividade ou de um empreendi-
mento. Quanto ao destinatário, este é o Poder Público, conforme o art. 
225, §1º, IV,CF/88 e a Resolução CONAMA n. 001/86, isto é, trata-se de 
um documento elaborado para auxiliar a Administração Pública durante 
o processo administrativo de licenciamento ambiental. Através das infor-
mações obtidas, o órgão ambiental competente proferirá a decisão sobre 
o deferimento ou não da concessão da licença ambiental ao requerente, 
sempre fundamentado no Princípio da Precaução, o qual orienta: no caso 
de dúvida, aplica-se o in dubio pro natura, não viabilizando o funciona-
mento do empreendimento em questão. Mas, também, se os riscos forem 
conhecidos, o empreendimento será autorizado, desde que sejam adota-
das medidas efetivas visando à contenção e a mitigação de um eventual 
dano ambiental, adotando-se aqui, o Princípio da Prevenção. 
Vale destacar que as conclusões proferidas no EIA não obri-
gam a Administração Pública, pois o documento, simplesmente, analisa 
os impactos que podem ser previstos, logo, nada impede que outros 
impactos sejam previstos pelo ente público posteriormente, uma vez 
que as análises no documento são iniciais. Logo, o EIA não é vinculante 
para a Administração, não sendo capaz de impor uma obrigação ao 
Poder Público de conceder a licença ambiental ou não, conforme nos 
ensina ANTUNES (ANTUNES, 2016, p. 714).
Embora seja destinado ao Poder Público, o proponente do proje-
to é quem contratará uma equipe técnica multidisciplinar para elaboração, 
composta por biólogos, engenheiros, geólogos, físicos e outros profissio-
nais altamente capacitados, cujo objetivo é a realização de um estudo apro-
fundado, completo e detalhado, não sendo tal equipe considerada indepen-
dente do proponente, mas também não é dependente, entretanto, embora 
seja contratada as expensas daquele, a equipe deverá ser imparcial. 
 Conforme mencionado no artigo em questão, a equipe se tor-
nará responsável solidária por eventuais omissões ou erros contidos no 
documento de estudos de impactos ambientais e seu respectivo relatório, 
inclusive estarão sujeitos à responsabilidade criminal do tipo previsto na 
Lei de Crimes Ambientais, além de multa aplicável no caso de informação 
enganosa presente no documento (art. 82, Decreto n. 6.514/2008).
Em relação à lista de empreendimentos que geram a degrada-
ção ambiental e necessitam do EIA/RIMA, o art. 2º, Resolução 01/86, 
não é exauriente. Perceba que se trata de um rol exemplificativo, isto é, 
podendo outras atividades, conforme previsto em demais atos normati-
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vos, necessitarem do estudo de impacto ambiental e seu relatório. 
Acaso o órgão ambiental competente para o licenciamento dis-
pense a elaboração do EIA/RIMA, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
entendeu no REsp 1330841/2013 que, por ser uma decisão vinculada, 
devendo o Poder Público exercer seu poder de polícia ambiental, po-
derá ser reapreciada pelo Poder Judiciário, respaldado no Princípio da 
Inafastabilidade da Jurisdição.
O relatório de ausência de impacto ambiental (RAIAS) consiste 
em uma espécie de estudo de impacto ambiental (EIA) que conterá as 
informações relatadas por técnicos habilitados quanto à desnecessida-
de da realização de um EIA/RIMA, já que a presunção é relativa (juris 
tantum) quanto às atividades serem causadoras de impacto ambiental, 
cabendo ao proponente do projeto, no início do procedimento de licen-
ciamento ambiental, apresentar o RAIAS, o qual deverá ter o conteúdo 
mínimo do EIA. No Estado de São Paulo, o Relatório Ambiental Prelimi-
nar, por força da Resolução da Secretaria do Meio Ambiente (SMA) n. 
42/94 faz às vezes do RAIAS, sendo que, nos termos do art. 3º da refe-
rida resolução da SMA, cabe ao proponente instruir o pleito de licença 
ambiental com a solicitação ou dispensa da elaboração do EIA/RIMA.
Quanto à composição, o conteúdo mínimo necessário que 
deve constar no EIA é:
a) Diagnóstico da área de influência do projeto.
b) Impactos positivos (benefícios ambientais) e os impactos 
negativos (danos ao meio ambiente).
c) Medidas mitigadoras dos impactos ambientais.
d) Medidas de monitoramento.
e) Viabilidade ou não do empreendimento.
Também, deverá atender às seguintes diretrizes (art. 5º, Re-
solução CONAMA n. 001/86), podendo outras serem adicionadas pelo 
IBAMA, pelo órgão ambiental estadual e pelo municipal, além de aten-
der à legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei 
de Política Nacional do Meio Ambiente.
Outra atividade relacionada com a consultoria ambiental empre-
sarial é a gestão ambiental realizada no âmbito empresarial. Por gestão 
socioambiental empresarial, entende-se um instrumento de planejamento 
estratégico cujo objetivo é mitigar ou tentar evitar impactos ambientais 
oriundos de suas atividades que possam causar externalidades negativas 
ao meio ambiente, assim como a otimização de processos produtivos, uti-
lizando menos produtos poluentes, recursos ambientais e menor geração 
de resíduos sólidos. Também, a preocupação com o capital humano que 
compõe o corpo de trabalhadores e a sociedade em um aspecto geral 
são considerados pontos próprios de uma gestão socioambiental.
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Vale salientar que o conceito de gestão socioambiental empre-
sarial é totalmente compatível com os preceitos dispostos em diversos 
instrumentos internacionais que tratam sobre o meio ambiente ecologi-
camente equilibrado, principalmente no que concerne à implementação 
de práticas de sustentabilidade, observando o princípio do desenvol-
vimento sustentável e seus três pilares: desenvolvimento econômico, 
desenvolvimento social e proteção do meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, nos termos da Declaração de Joanesburgo, de 2010.
Dentre os benefícios econômico-financeiros oriundos das prá-
ticas de sustentabilidade adotadas pelas empresas em decorrência de 
uma gestão socioambiental empresarial, destacam-se: reciclagem de 
resíduos; redução das emissões de gases de efeito estufa na atmos-
fera; redução de resíduos que não são reaproveitáveis; economia de 
insumos, principalmente, de recursos não renováveis, nos processos 
produtivos; imagem verde perante a sociedade, alcançando um público 
mais diversificado de consumidores e outros. 
Destaca-se a ISO 14000, a qual traz um rol de diretrizes vi-
sando que determinadas empresas públicas e privadas implementem 
a gestão ambiental, cujo objetivo é garantir o equilíbrio e proteção 
ambiental, prevenindo a poluição e os potenciais problemas que esta 
poderia trazer para a sociedade e economia. A série ISO 14000 é um 
conjunto de normas voltadas para a Gestão Ambiental de empresas de 
qualquer nível, tamanho ou área. Estas normas têm o objetivo principal 
de criar na empresa um Sistema de Gestão Ambiental e, com isso, re-
duzir os danos causados ao meio ambiente.
ÁREAS DE RESERVA LEGAL (ARL) NO CÓDIGO FLORESTAL
Para fins de consultoria ambiental, é indispensável conhecer al-
gumas áreas consideradas de preservação ambiental, nas quais algumas 
limitações são vislumbradas. Esse assunto é de extrema importância para 
os profissionais que tratam do agronegócio, sendo considerado em pauta.
Consistem no percentual da vegetação nativa a ser preserva-
da, existentes, apenas, em áreas rurais (artigo 12), cuja função é de 
assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais 
do imóvel rural (art. 3º, III, do Novo Código Florestal). 
Novamente, semelhante às áreas de Preservação Permanente 
(APPs), a natureza jurídica das áreas de Reserva Legal é de limitação 
administrativa à propriedade rural, não gerando indenização, por os-
tentarem caráter de gratuidade. Neste sentido, o Superior Tribunal de 
Justiça (STJ):
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3. "A obrigação de reparação dos danos ambientais é propter rem" (REsp1.090.968/SP, Rel. Min. Luiz Fux, Primeira Turma, DJe 3.8.2010), sem pre-
juízo da solidariedade entre os vários causadores do dano, descabendo falar 
em direito adquirido à degradação. O "novo proprietário assume o ônus de 
manter a preservação, tornando-se responsável pela reposição, mesmo que 
não tenha contribuído para o desmatamento. Precedentes" (REsp 926.750/
MG, Rel. Min. Castro Meira, Segunda Turma, DJ 4.10.2007; em igual sentido, 
entre outros, REsp 343.741/PR, Rel. Min. Franciulli Netto, Segunda Turma, 
DJ 7.10.2002; REsp 843.036/PR, Rel. Min. José Delgado, Primeira Turma, DJ 
9.11.2006; EDcl no Ag 1.224.056/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Se-
gunda Turma, DJe 6.8.2010; AgRg no REsp 1.206.484/SP, Rel. Min. Humberto 
Martins, Segunda Turma, DJe 29.3.2011; AgRg nos EDcl no REsp 1.203.101/
SP, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, Primeira Turma, DJe 18.2.2011). Logo, a 
obrigação de reflorestamento com espécies nativas pode "ser imediatamen-
te exigível do proprietário atual, independentemente de qualquer indagação 
a respeito de boa-fé do adquirente ou de outro nexo causal que não o que se 
estabelece pela titularidade do domínio" (REsp 1.179.316/SP, Rel. Min. Teori 
Albino Zavascki, Primeira Turma, DJe 29.6.2010).
4. "O § 1º do art. 18 do Código Florestal quando dispôs que, 'se tais áreas 
estiverem sendo utilizadas com culturas, de seu valor deverá ser indeniza-
do o proprietário', apenas criou uma regra de transição para proprietários 
ou possuidores que, à época da criação da limitação administrativa, ainda 
possuíam culturas nessas áreas" (REsp 1237071/PR, Rel. Min. Humberto 
Martins, Segunda Turma, DJe 11.5.2011).
5. Recurso Especial não provido.
(REsp 1240122/PR, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, 
julgado em 28/6/2011, DJe 11/9/2012)
Outro importante julgado do Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
sobre a questão da inclusão da área de Reserva Legal na contabilidade 
do quantum debeatur devido na desapropriação do imóvel rural median-
te apuração do cálculo de sua produtividade é o REsp. 1.235.220/ PR, 
22/04/2014. Nele, o STJ entendeu que “não se encontrando averbada 
no registro imobiliário antes da vistoria, a reserva florestal não poderá 
ser excluída da área total do imóvel desapropriando para cálculo da 
produtividade do imóvel rural”. O Supremo Tribunal Federal (STF), tam-
bém, já se pronunciou sobre o tema:
4. Para a exclusão das áreas de Preservação Permanente ou de Reserva 
Legal, estas devem estar devidamente averbadas no respectivo registro de 
imóvel. Não se encontrando individualizada na averbação, a reserva florestal 
não poderá ser excluída da área total do imóvel desapropriado para efeito de 
cálculo de produtividade (STF, MS 24924/ DF, 24/02/2011).
Entretanto, deverá ser indenizada a cobertura florestal na área de Reserva 
Legal quando possível a exploração sustentável via manejo florestal, embora 
seja limitada, sendo inferior à área onde é permitido o corte raso da vegeta-
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ção, nos termos do entendimento do Superior Tribunal de Justiça por ocasião 
do julgamento do REsp 867085/2007.
A legislação prevê, no artigo 12, os percentuais de Reserva 
Legal a serem preservados nas propriedades rurais. Recomenda-se a 
leitura de tal dispositivo para fins de melhor compreensão.
Há a possibilidade de elevação destes percentuais, a critério 
do Poder Público Federal, quando indicado pelo zoneamento ecológico 
econômico estadual para cumprimento de metas nacionais de proteção 
à biodiversidade ou de redução de gases de efeito estufa. Mas, tam-
bém, podem ser reduzidos em relação às propriedades rurais localiza-
das na Amazônia Legal.
Quanto à localização da área de Reserva Legal no imóvel rural, 
deverá levar em consideração os seguintes estudos e critérios previstos 
no artigo 14:
I - o plano de bacia hidrográfica.
II - o Zoneamento Ecológico-Econômico.
III - a formação de corredores ecológicos com outra Reserva Legal, com Área 
de Preservação Permanente, com Unidade de Conservação ou com outra 
área legalmente protegida.
IV - as áreas de maior importância para a conservação da biodiversidade; e
V - as áreas de maior fragilidade ambiental.
Referente ao registro da área de Reserva Legal, esse deverá 
ser realizado no órgão ambiental competente por meio de inscrição no 
cadastro ambiental rural (CAR) sendo vedada a alteração de sua desti-
nação nos casos de transmissão, a qualquer título, ou de desmembra-
mento, salvo exceções.
 O registro da Reserva Legal no CAR dispensa a averbação no 
Cartório de Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da 
publicação da nova legislação florestal e o registro no cadastro ambien-
tal rural (CAR), cujo término foi adiado para 2018, o proprietário ou que 
desejar fazer a averbação terá direito à gratuidade deste ato.
Apesar de ser facultativa, a averbação da Reserva Legal no 
Cartório de Registro de Imóveis, mediante entendimento jurispruden-
cial, é recomendável para fins de obtenção de isenção do imposto terri-
torial rural (ITR) para áreas de Reserva Legal. 
No final do julgado, perceba que a conclusão é de que a ne-
cessidade do referido registro para obtenção da isenção do ITR não 
recai sobre as áreas de Preservação Permanente (APPs), mas apenas 
quanto às áreas de Reserva Legal.
Outra questão referente ao ITR não contemplada pelo registro 
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é quanto à exclusão da base de cálculo deste imposto às áreas de flo-
resta nativa, áreas de Preservação Permanente, áreas de Reserva Le-
gal, de interesse ecológico e às imprestáveis para qualquer exploração 
agrícola, pecuária, granjeira, aquícola ou florestal, e as que estiverem 
sob regime de servidão ambiental, consoante ao previsto no artigo 10, 
II, §1º, da Lei n. 9.393/96.
Para maior proteção às áreas de Reserva Legal, é vedado o des-
matamento e o corte raso, entretanto, é admissível a exploração econômi-
ca da Reserva Legal mediante manejo sustentável, previamente aprovada 
pelo órgão competente do Sisnama. Em regra, o proprietário do imóvel rural 
deverá manter a vegetação nativa para cômputo dos percentuais exigíveis, 
entretanto, o artigo 54 do Novo Código Florestal prevê a exceção de serem 
computados os plantios de árvores frutíferas, ornamentais ou industriais, 
compostos por espécies exóticas, cultivadas em sistema intercalar ou em 
consórcio com espécies nativas da região em sistemas agroflorestais.
Apesar de toda a exigência da previsão de área de Reserva 
Legal corroborando para a proteção do meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, há a possibilidade de sua dispensa quanto às obras públi-
cas; empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento 
de esgoto, e nas áreas adquiridas ou desapropriadas por concessão, 
permissão ou autorização para explorar potencial hidráulico, visando à 
geração de emergência elétrica, linhas de transmissão e distribuição.
Não obstante à dispensa apresentada no parágrafo acima, as 
áreas de Reserva Legal poderão ser extintas quando ocorrer o registro 
do parcelamento do solo, ou seja, conter as melhorias que se caracte-
rizam como zona urbana, aprovada conforme a legislação específica e 
diante das diretrizes do Plano Diretor. Antes disso, não está desobriga-
do o proprietário ou posseiro da manutenção da área de Reserva Legal.
Por último, a área de Preservação Permanente (APP) prevista 
em uma propriedade rural poderá ser utilizada para o cômputo da área 
de Reserva Legal. Por fim, vale destacar que haverá a possibilidade de 
o possuidor recompor, a qualquer título, a área de Reserva Legal, caso 
detivesse, até 22 de julho de 2008, área inferior ao expresso no art. 12, 
independentemente de adesão ao Programa de Regularização Ambien-
tal (PRA), desde que adote as alternativas dispostas no art. 66.
A recomposição poderá ser realizada mediante o plantioin-
tercalado de espécies nativas com exóticas ou frutíferas, em sistema 
agroflorestal, desde que o plantio de espécies exóticas seja combinado 
com as espécies nativas de ocorrência regional. A área recomposta com 
espécies exóticas não poderá exceder a 50% (cinquenta por cento) da 
área total a ser recuperada.
As medidas de compensação não poderão ser utilizadas como 
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forma de viabilizar a conversão de novas áreas para uso alternativo do 
solo. É importante destacar que nos imóveis rurais que detinham, em 
22 de julho de 2008, área de até 4 (quatro) módulos fiscais e que pos-
suíam remanescente de vegetação nativa em percentuais inferiores ao 
previsto no art. 12, a Reserva Legal foi constituída com a área ocupada 
com a vegetação nativa existente em 22 de julho. 
Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais que realizaram 
supressão de vegetação nativa respeitando os percentuais de Reserva Le-
gal previstos pela legislação em vigor à época em que ocorreu a supressão 
são dispensados de promover a recomposição, compensação ou regene-
ração para os percentuais exigidos pelo Novo Código Florestal de 2012. 
Os proprietários ou possuidores de imóveis rurais, na Amazônia 
Legal, e seus herdeiros necessários que possuam índice de Reserva Legal 
maior que 50% (cinquenta por cento) de cobertura florestal e não realiza-
ram a supressão da vegetação nos percentuais previstos pela legislação 
em vigor à época poderão utilizar a área excedente de Reserva Legal tam-
bém para fins de constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva Am-
biental - CRA e outros instrumentos congêneres previstos nesta Lei.
SUSTENTABILIDADE E A CONSULTORIA AMBIENTAL
O princípio do desenvolvimento sustentável visa harmonizar o 
crescimento econômico, a preservação ambiental e a equidade social. 
Quanto à equidade social, vale salientar que faz parte do desenvolvi-
mento sustentável, porque foi abandonado o paradigma do preserva-
cionismo para o ambientalismo social. Não adianta ter unidade de con-
servação ao redor de favelas e pessoas carentes, pois acabar-se-ia por 
incentivar invasões à unidade de conservação; o ser humano é incrus-
tado na análise da questão ambiental.
A primeira vez que o desenvolvimento sustentável foi tratado 
foi na Conferência de Estocolmo, em 1972, em que se referiu à abor-
dagem do ecodesenvolvimento, no entanto, nesta ocasião, o termo “de-
senvolvimento sustentável”, não foi utilizado.
Pode-se dizer que é o casamento com a solidariedade ou equida-
de intergeracional, a fim de atender as necessidades da geração atual sem 
comprometer a capacidade das gerações futuras de também terem suas 
necessidades atendidas. Trata-se, assim, de usar recursos naturais para 
satisfazer as necessidades atuais, mas, também, olhar para frente em uma 
ética solidária, apresentando-se, aqui, o aspecto ético do Direito Ambiental. 
Há, também, o aspecto do diálogo da economia com a ecologia. Percebe-
-se que, como a sustentabilidade trabalha com o crescimento econômico e 
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com o desenvolvimento com preservação, é inevitável analisar as relações 
entre economia e ecologia do ponto de vista da sustentabilidade.
Entretanto, ainda que esse conceito seja criticado por alguns 
especialistas, ele é consolidado e pode ser utilizado, olhando-se para o 
porvir, com uma ética solidária. Por exemplo, é possível evitar a chama-
da obsolescência programada, exemplificada com empresas de celular 
que deixam defeitos nos aparelhos —como lentidão e problemas com a 
bateria — de modo a forçar uma nova compra. Esse exemplo pode ser 
analisado sob a vertente do direito do consumidor e sob a vertente do 
Direito Ambiental: lixo eletrônico danoso ao meio ambiente.
O princípio do desenvolvimento social foi trabalhado, também, 
na Declaração do Rio/92, em que o princípio 4 trata do desenvolvimento 
com proteção ambiental e o princípio 5 trata da erradicação da pobreza. 
Está consubstanciado, também, nos arts. 170 e 225, ambos da Consti-
tuição Federal de 1988.
Conforme visto, a sustentabilidade trabalha com o aspecto éti-
co de proteger o meio ambiente, fazer crescer a economia e garantir 
a equidade social — esses três elementos corporificam o conceito do 
direito sustentável. Contudo, somente o aspecto ético não resolve o pro-
blema, sendo necessários, também, estímulos, induções econômicas, a 
sanção premial, o método indutor de condutas que reflete em serviços 
ecossistêmicos que serão prestados em favor de todos.
Suponha que o juiz, ao julgar um dano ambiental, como o ocorri-
do em Mariana por exemplo, não olhe somente para trás, como disposto 
na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro; ele deve ser con-
sequencialista, ou seja, como é seu papel clássico, deve olhar para trás, 
para o dano, de forma a fixar indenização, mas, também, deve olhar para 
frente, para evitar que as tragédias do passado se repitam no presente.
Da mesma maneira, os estímulos econômicos têm esse as-
pecto consequencialista, ou seja, o pagamento por serviços ambientais. 
Porém, isso ocorre na mão inversa: enquanto na responsabilidade ci-
vil direciona-se para um dano que já ocorreu, aplicando-se o princípio 
do poluidor/pagador, que densifica a responsabilidade civil. Na questão 
dos estímulos econômicos são induções, aplicando-se o princípio do 
protetor-recebedor, que traz benefícios que irão se reverter em favor da 
coletividade. Paga-se, nesse caso, por um serviço ambiental, pois o ser-
viço ecossistêmico que o particular ajuda a preencher, mantendo uma 
Reserva Legal em área maior do que a exigida ou colocando placas de 
energia solar na residência, por exemplo, reverterá em estímulos, como 
linhas de financiamento vantajosas e reduções tributárias, de forma que 
vale a pena prestar serviços ambientais. Busca-se, assim, que a econo-
mia predatória torne-se uma economia circular, sustentável. O princípio 
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do protetor/recebedor está na Lei nº 12.305/02, da Política Nacional de 
Resíduos Sólidos. Ainda, há a Lei nº 13.186/15, que institui a Política de 
Educação para o consumo sustentável, que traz, em seu art. 1º, pará-
grafo único, o conceito que deve ser objeto de leitura pelo aluno.
Pelo conceito exposto no referido dispositivo, tem-se que o consu-
mo sustentável é o que densifica o desenvolvimento sustentável. Consumo 
sustentável existe apenas se houver desenvolvimento sustentável. O de-
senvolvimento sustentável tem sido cobrado em prova com certa frequên-
cia, principalmente, no tocante à noção de Direito Ambiental como direito 
econômico ou da natureza econômica das normas de Direito Ambiental.
Como exemplo de desenvolvimento sustentável fundamental 
tem-se o Informativo 830 do STF, que se refere à atividade econômica 
de mineração e meio ambiente no Estado do Pará. Nesse caso, há o 
meio ambiente do trabalho, que diz respeito aos trabalhadores, e o meio 
ambiente natural, com as severas implicações que a mineração causa. 
Inclusive, existe intenção de extração de ouro da região de Belo Monte 
pelo Projeto Volta Grande, da mineradora Canadense Belo Sun. Esse 
informativo diz respeito aos índios Xikrin, no Pará. Vale ressaltar que o 
então Presidente do Supremo, Ricardo Lewandowski, suspendeu uma 
liminar do TRF1 em ação movida pelo MPF.
No tocante à suspensão de liminar, cabem alguns questiona-
mentos, dentre eles, se o instrumento foi recepcionado. É interessante 
defender a crítica da suspensão de liminar, pois se trata de instrumento 
da ditadura, que fere o princípio do juiz natural, já que, nessa situação, 
o juiz natural decide e a decisão é suspensa até o trânsito em julgado. 
Desse modo, quando ocorrer o trânsito em julgado da decisão, a hidro-elétrica já estará construída e os recursos minerais já terão sido extra-
ídos. Com isso, pelo fato consumado, ocorre violação da Súmula 613, 
do STJ, que determina que não é admitida a aplicação da teoria do fato 
consumado em Direito Ambiental.
No caso concreto, o Supremo Tribunal Federal manifestou-se 
no sentido de que a exploração dos recursos naturais, portanto, deve 
dar-se de maneira sustentável, para preservar o ecossistema e a biodi-
versidade para as presentes e futuras gerações. Entretanto, na espécie, 
afirmou que a paralisação das atividades econômicas de mineração na 
região poderia causar prejuízos elevados, imediatos e de difícil repara-
ção ao estado do Pará.
É curioso o fato de que, nesse caso concreto, o desenvolvi-
mento sustentável se assemelha à dignidade da pessoa humana, tendo 
um baixo grau de densidade semântica, ou seja, é alegado por todos os 
lados da ação.
O Plenário reformou a decisão do então presidente para inde-
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ferir a suspensão de liminar, tendo em conta a proteção constitucional 
do art. 225, do art. 231 e da atividade econômica, ou seja, o desenvolvi-
mento sustentável, passando novamente a valer a antecipação de tute-
la recursal proferida pelo Desembargador Souza Prudente. Na decisão 
do desembargador, foi determinada a suspensão das atividades de mi-
neração, o depósito de um milhão para as aldeias e, ainda, multa diária.
Há, de um lado, o meio ambiente cultural, presente na comuni-
dade indígena e, de outro, o crescimento econômico, que diz respeito à 
arrecadação, ao trabalho, à prestação de serviço. A análise do julgado 
se dá a partir da sustentabilidade, ressaltando-se que a suspensão de 
liminar é medida excepcional que pressupõe a existência de dano inafas-
tável. Sendo assim, percebe-se, como no caso concreto, que a economia 
dialoga com a ecologia, sob o prisma da sustentabilidade. Existem as 
necessidades da economia, mas deve-se analisar se tais necessidades 
são predatórias ou prejudiciais para as gerações que estão por vir — a 
sustentabilidade fica bastante ligada à equidade intergeracional.
A sustentabilidade atua do ponto de vista da sanção, em casos 
de violação do direito, para que o uso de um recurso ambiental seja 
pago e para que quem proteja esse recurso receba por isso. Nessa es-
teira, há programas como o ICMS ecológico, AES "Recicle mais, pague 
menos", isenção de ITR para quem instituir Reserva Particular de Patri-
mônio Natural, Programa Palmas Solar, entre outros.
O ponto principal compreende a sustentabilidade, que exige o 
desestímulo daquilo que polui o planeta, como, por exemplo, combus-
tíveis fósseis, redirecionando investimentos para energia limpa. A título 
de exemplo, em algumas cidades, quem usa gás natural nos veículos 
recebe abatimento no IPVA.
Deve-se analisar em conjunto com a propriedade privada, que 
não mais é absoluta, a função socioambiental, o limite condicionante, a 
defesa do meio ambiente, a redução das desigualdades regionais e so-
ciais. No tocante ao princípio da igualdade acima citado, cabe ressaltar 
que a defesa do meio ambiente e da sustentabilidade são adequadas 
para fazer o discrimen.
A IMPORTÂNCIA DOS PRINCÍPIOS DA PREVENÇÃO E DA PRE-
CAUÇÃO
Ambos os princípios buscam evitar a ocorrência dos danos 
ambientais. Contudo, a prevenção incide nos danos já conhecidos e a 
precaução incide nos danos que ainda não são conhecidos. Busca-se 
evitar o dano ambiental, pois é melhor do que ter que remediá-lo. Muitas 
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vezes, o dano ambiental é irreversível ou de difícil reparação in natura; 
nesse caso, dá-se preferência à recomposição específica; se não for 
possível, somente em última instância pensa-se em sucedâneo econô-
mico. Embora teoricamente e doutrinariamente prefira-se a recomposi-
ção específica, a depender da peculiaridade do caso concreto, o MPF 
já pede diretamente o sucedâneo econômico (quando, por exemplo, a 
recomposição específica é muito difícil).
A precaução que incide quando os danos ainda não são conhe-
cidos possui efeito material, in dubio pro natura, e a inversão do ônus da 
prova como efeito processual, nos termos da "Jurisprudência em Teses".
Em outras palavras, a prevenção ocorre quando há certeza 
científica e a precaução ocorre quando há incerteza científica. A preven-
ção, por ser mais óbvia, foi estabelecida na Declaração de Estocolmo 
de 72 e a precaução, por ser mais indireta, foi estabelecida somente na 
Declaração do Rio de 92.
Ambos os princípios são extraídos do art. 225 da Constituição. 
No tocante ao EIA, disposto no art. 225, § 1º, inciso IV, este densifica 
a prevenção, embora a precaução também seja avaliada no EIA; en-
tretanto, o foco principal do EIA é a prevenção (o EIA é eminentemen-
te preventivo; ele concretiza a prevenção, pois trabalha com medidas 
mitigadoras, compensatórias e de controle para danos já conhecidos). 
Pode-se dar como exemplo de prevenção a mineração, visto que já se 
sabe quais os danos da atividade de exploração de minerais.
No tocante à PNMA, vale a leitura dos arts. 2º e 4º. O art. 2º 
trata de fins abstratos para a doutrina, e o 4º trata de fins concretos.
O art. 2º fala em "princípios", embora elenque muitos incisos 
que não são, de fato, princípios. Entretanto, se a questão cobrar os 
"princípios" da PNMA, deve-se responder de acordo com o previsto 
nesse artigo (a recuperação de áreas degradadas, embora não seja 
princípio, foi elencada nesse artigo como princípio — e para as minera-
doras é uma exigência constitucional).
O art. 4º fala que "visará" (objetivará) compatibilizar o cresci-
mento econômico com a preservação ambiental — assim, se a questão 
afirmar que segundo a lei da PNMA se visará à compatibilização do 
desenvolvimento com a preservação, a questão estará correta, pois, 
embora seja um princípio, a lei trata como objetivo.
No tocante aos transgênicos e às antenas de telefonia celular 
(ERB — estação de rádio base), referem-se a estas situações de precau-
ção, pois não é possível ter certeza acerca dos danos que podem causar.
Acerca do tema dos transgênicos, sob a ótica da repartição 
de competências, é importante destacar que existe lei federal que per-
mite transgênicos, desde que atendidas condições de segurança e o 
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princípio da informação (o consumidor deve saber que está comprando 
transgênico). Foi editada, portanto, uma lei no Paraná proibindo, em seu 
território, o consumo e a comercialização de transgênicos. Em face des-
sa lei, foram propostas a ADI nº 3035 e a ADI nº 3045, através das quais 
o STF determinou que não pode a lei estadual, a pretexto de exercer a 
competência legislativa concorrente (art. 23, VI, CF e art. 24, VI, CF), 
desdizer a norma geral estabelecida pela União, dessa forma, a lei do 
Paraná foi declarada inconstitucional.
Diferente é o caso do amianto crisotila — a norma federal tor-
nou-se inconstitucional (art. 2, Lei 9.055), permitindo que os estados de 
SP e do RS editassem leis proibindo o amianto crisotila. Retornando à 
análise da prevenção, o art. 225, IV traz a questão do EIA (já comenta-
da): é exemplo de prevenção, mas, também, materializa a precaução.
O art. 225, V, traz a questão dos agrotóxicos, que possuem 
um risco já conhecido. Trata-se, assim, de outro exemplo de dever do 
Poder Público que materializa a prevenção. Portanto, são exemplos de 
prevenção os incisos IV e V do art. 225, que trazem, respectivamente, 
o EIA e os agrotóxicos.
A precaução, por sua vez, está no Princípio 15 da Declaração 
do Rio de 92. É necessário, entretanto, haver uma válvula de escape, 
pois se houver aplicação da precaução para tudo o que não é conhe-
cido, haverá paralisação da economia. Por isso,a precaução se aplica 
somente para riscos graves, sérios e irreversíveis.
Portanto, com o fim de proteger o meio ambiente, o princípio da 
precaução deverá ser amplamente observado pelos Estados, de acordo 
com suas capacidades. Quando houver ameaça de danos graves ou 
irreversíveis, a ausência de certeza científica absoluta não será utiliza-
da como razão para o adiamento de medidas economicamente viáveis 
para prevenir a degradação ambiental.
 O STJ decidiu pela inversão do ônus da prova, pela precaução 
e pelo diálogo de fontes. Assim, a inversão do ônus da prova é prevista no 
CDC pelo conceito de hipossuficiência, enquanto no Direito Ambiental ela é 
prevista pela relevância do bem jurídico tutelado, principalmente nos casos 
em que a precaução se aplica (danos graves, sérios e irreversíveis). Por-
tanto, embora no direito do consumidor a inversão do ônus da prova pos-
sua outro fundamento, existe um diálogo de fontes no microssistema pro-
cessual coletivo (sistema de vasos comunicantes/influências recíprocas).
Os diplomas internacionais que mencionam a precaução são: 
a Convenção sobre a Diversidade Biológica, a Declaração do Rio de 
1992, o Protocolo de Kyoto e a Convenção Quadro sobre mudanças do 
clima. Além disso, tem-se a Encíclica do Papa Francisco "Laudato Si", 
que visava à COP de Paris.
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Quanto à expressão "refugiados ambientais", trata-se de uma 
expressão consagrada, que pode ser utilizada, mas que não existe na 
Lei Brasileira do Refúgio (Lei nº 9.433/97). Entretanto, na Lei Nova de 
Migrações (Lei nº 13.445/17) há a possibilidade de acolhimento, por 
questões ambientais, mas não como refugiados. Essa nova lei revogou 
o antigo Estatuto do Estrangeiro — tratando-se de lei nova, é importante 
a sua leitura, pois, certamente, será cobrada em provas. Esse acolhi-
mento, que não se trata de situação de refúgio, já foi realizado no Brasil 
antes da nova Lei de Migrações, mas, agora, está positivado em lei.
São exemplos de causas passíveis de gerar nova onda de re-
fugiados: as mudanças climáticas, a inflação e os eventos climáticos ex-
tremos. O fracking (fraturamento hidráulico) está proibido no Brasil, por 
liminares judiciais, pelo princípio da precaução, pois não se sabe quais 
são os seus possíveis danos. Há documentário disponível na internet 
sobre o fracking. Há, ainda, o Informativo 829 do STF, que concedeu in-
terpretação restritiva ao princípio da precaução, em relação aos campos 
eletromagnéticos de energia hidroelétrica. 
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1 
(OAB — IX EXAME DE ORDEM — FGV — 2012)
A Lei Complementar n. 140 de 2011 fixou normas para a cooperação 
entre os entes da federação nas ações administrativas decorrentes 
do exercício da competência comum relativa ao meio ambiente. 
Sobre esse tema, assinale a afirmativa correta.
a) Compete à União aprovar o manejo e a supressão de vegetação, de 
florestas e formações sucessoras em Áreas de Preservação Ambientais 
– APAs.
b) Compete aos Estados e ao Distrito Federal controlar a introdução no 
País de espécies exóticas potencialmente invasoras que possam amea-
çar os ecossistemas, habitats e espécies nativas.
c) Compete aos municípios gerir o patrimônio genético e o acesso ao 
conhecimento tradicional associado, respeitadas as atribuições setoriais.
d) Compete à União aprovar a liberação de exemplares de espécie exó-
tica da fauna e da flora em ecossistemas naturais frágeis ou protegidos.
QUESTÃO 2
(CELG/D-GO — ANALISTA TÉCNICO - ENGENHEIRO DE MEIO AM-
BIENTE — CS-UFG — 2014)
A sequência das etapas de licenciamento ambiental é: 
a) Concepção do sistema, projeto básico e projeto executivo.
b) Estudo preliminar, estudo primário e estudo secundário.
c) Licença de concepção, licença de implantação e licença de operação.
d) Licença preliminar, licença de instalação e licença de operação.
e) Licença preliminar, licença posterior e licença final.
QUESTÃO 3
(TJ-RJ — JUIZ — VUNESP — 2013)
A natureza jurídica do licenciamento ambiental é:
a) de competência concorrente do Poder Executivo e do Poder Legislativo.
b) de poder de polícia, exclusivamente vinculado ao Poder Executivo.
c) dependente da definição estabelecida pelas Constituições Estaduais.
d) de poder de polícia, passível de apreciação complementar do Poder 
Legislativo.
QUESTÃO 4
(UNESP — ASSISTENTE DE SUPORTE ACADÊMICO II/ENGENHA-
RIA AMBIENTAL — VUNESP — 2015)
O licenciamento ambiental é realizado quando:
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a) houver instalação, ampliação e operação de empreendimentos ou 
atividades utilizadoras dos recursos naturais consideradas efetiva ou 
potencialmente poluidoras.
b) a Prefeitura do Município onde se implantará o empreendimento uti-
lizador de recursos naturais julgar necessária a realização desse pro-
cedimento.
c) o Ministério Público de Meio Ambiente determinar tal procedimento, 
independentemente de o empreendimento ou a atividade ser conside-
rada perigosa.
d) a atividade ou o empreendimento que, sob qualquer forma possa cau-
sar degradação ambiental, sofre alteração de projeto social e trabalhista.
e) ocorrer a implantação de todo e qualquer tipo de empreendimento ou 
atividade em área urbana com população acima de 100000 habitantes.
QUESTÃO 5
(SP-URBANISMO — ANALISTA DE DESENVOLVIMENTO — VU-
NESP — 2014)
O procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental autori-
za a localização, instalação, ampliação e operação de empreendi-
mentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, conside-
radas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob 
qualquer forma, possam causar degradação ambiental é:
a) O Direito Ambiental.
b) O impacto ambiental.
c) O licenciamento ambiental.
d) O exploração ambiental.
e) O zoneamento ambiental.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
As avaliações de impactos ambientais são consideradas como instru-
mentos da Política Nacional do Meio Ambiente e estão presentes du-
rante o licenciamento ambiental, quando indispensável à elaboração do 
EIA/RIMA. Sobre este importante estudo, correlacione-o com o sistema 
de gestão ambiental, principalmente, sobre sua importância no cená-
rio atual das grandes empresas diante da implementação da AGENDA 
2030 pelo Brasil na posição de um consultor jurídico que preste consul-
toria a uma grande empresa mineradora.
TREINO INÉDITO
Sobre as licenças ambientais previstas na Resolução CONAMA 
237/97, assinale a alternativa correta:
a) A referida norma contempla, apenas, a licença de instalação.
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b) A referida norma prevê as seguintes licenças: prévia, de instalação e 
de operação.
c) O estudo de impacto ambiental, quando solicitado, deverá ser apre-
sentado antes da concessão da licença prévia.
d) Acaso o empreendedor opere seu empreendimento desamparado da 
licença de operação não ocorrerão repercussões na esfera penal.
e) O estudo de impacto ambiental sempre será exigido.
NA MÍDIA
BOMBRIL MUDA EMBALAGEM APÓS DENÚNCIA DE FALSO APE-
LO ECOLÓGICO
Conar pediu retirada do termo “100% ecológico” e advertiu empresa.
Denúncia de “maquiagem ambiental” foi apresentada pela Proteste em 
2013.
A Bombril decidiu mudar a embalagem da sua esponja de aço e retirar a 
expressão “100% ecológico”, após ter seu recurso rejeitado pelo Conar 
(Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) em julgamen-
to de processo por falso apelo ambiental.
Data: 04 ago. 2016.
FONTE: (PORTAL G1, 2016). Disponível em: <http://g1.globo.com/eco-
nomia/midia-e-marketing/noticia/2016/08/bombril-muda-embalagem-
-apos-denuncia-de-falso-apelo-ecologico.html>. Acesso em: 25/02/22
NA PRÁTICA
O consumo sustentávelvem ganhando força no Brasil, principalmente, 
no público jovem, em decorrência da viabilidade da educação ambiental 
na prática. 
Este fenômeno vem contribuindo significativamente para que as gran-
des empresas adotem práticas de sustentabilidade, consoante se reco-
menda uma consultoria ambiental bem elaborada. Tal fato é de extrema 
importância, ainda mais no cenário que vivenciamos referente ao aque-
cimento global.
No âmbito empresarial, é importante que os grandes empreendedores 
adotem tais práticas para fins de amenizar os impactos gerados. Um 
grande exemplo é a adoção da coleta seletiva, a qual contribui para a 
diminuição da produção de resíduos sólidos, como no caso de Santos/
SP, noticiado no jornal DIÁRIO DO LITORAL.
Data: 17 abr. 2019
FONTE: (DIÁRIO DO LITORAL, 2019). Disponível em: < https://www.
diariodolitoral.com.br/cotidiano/coleta-seletiva-gera-emprego-e-promo-
ve-consciencia-ambiental-em-santos/124790/>. Acesso em: 25/02/22.
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PARA SABER MAIS
Título: O impacto do vazamento de petróleo no Nordeste. 
Data: 14 out. 2019.
Fonte: (ISTO É, 2019). Disponível em: <https://www.istoedinheiro.com.
br/o-impacto-do-vazamento-de-petroleo-no-nordeste/>. Acesso em: 
25/02/22.
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Como mencionado no capítulo anterior, a consultoria ambiental 
é de extrema importância, uma vez que possui como finalidade principal 
afastar eventuais custos ambientais que oneram as pessoas jurídicas, 
em decorrência das externalidades negativas oriundas de práticas que 
ensejam danos ambientais.
IMPACTO AMBIENTAL
Importante é a definição sobre impacto ambiental trazida pela 
Resolução CONAMA 01/86, em seu art. 1º (a leitura pelo aluno se faz 
necessária). Embora o conceito amplo que a Resolução CONAMA 
01/86 trouxe, outra Resolução CONAMA, a 237/1997, em seu art. 1º, III, 
A NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO
DE CONSULTORIA AMBIENTAL PARA 
AS EMPRESAS
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estabeleceu a definição de impacto regional, indispensável para a defi-
nição de parâmetros quanto ao licenciamento de atividades ambientais 
que possuam características próprias. 
Por fim, vale a pena conhecer a definição da ISO 14001. A nor-
ma exige que as empresas se comprometam com a prevenção da po-
luição e com melhorias contínuas, como parte do ciclo normal de gestão 
empresarial: “Qualquer modificação do ambiente, adversa ou benéfica, 
que resulte, no seu todo ou em parte, das atividades, produtos e servi-
ços de uma organização”. 
OPINIÃO CONSULTIVA 23/17
Uma situação interessante, a qual decorre de uma provável 
ausência de consultoria ambiental empresarial, ou de uma má presta-
ção do serviço, é o desastre ambiental oriundo da indústria EXPRO-
PER. Destaca-se uma questão recente analisada pela Corte Interame-
ricana de Direitos Humanos na Opinião Consultiva 23/17, proferida em 
15.11.2017, solicitada em 14 de março de 2006, pela Colômbia, no que 
tange às obrigações dos Estados quanto ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado e o direito à vida e à integridade pessoal, tutelados 
pela Convenção Americana (artigos 1.1, 2º, 4º e 5º), cujo objeto prin-
cipal é quanto à interpretação do Pacto de Sam José diante do risco 
eminente de grandes obras de infraestruturas que possam afetar o meio 
ambiente marinho na região do mar caribenho e, em decorrência disso, 
o pleno gozo dos direitos humanos dos habitantes da região costeira.
Quanto aos questionamentos realizados pelo Estado da Co-
lômbia, a Corte Interamericana, ao proferir sua opinião consultiva já 
mencionada, correlacionou a proteção ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado e outros direitos humanos, respaldando-se em diver-
sas normas e sistemas internacionais que compreendem tal correlação. 
Mazuolli (MAZUOLLI, 2019, p. 777) discorre que a Corte com-
preendeu que os Estados-parte da Convenção Americana possuem a 
obrigação de tutelar os direitos consagrados a todo indivíduo sujeito à 
sua jurisdição, devendo o Estado ser responsável perante condutas le-
sivas, não se limitando ao espaço territorial do próprio Estado, com isso, 
respondendo aos questionamentos feitos no item 1.
Interessante destacar que a Corte, ao proferir o entendimento 
de que os Estados possuem o dever de fiscalizar e supervisionar as ativi-
dades de empresas que possam lesar o meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, também compreendeu que as próprias empresas devem atu-
ar conforme os preceitos legais no que concerne às boas práticas de sus-
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tentabilidade e proteção do meio ambiente com o intuito de mitigarem ao 
máximo os impactos que suas atividades possam ocasionar, isto porque 
os “Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos”, docu-
mento formado por 31 princípios, aprovado pelo Conselho de Direitos Hu-
manos da ONU, em 16 de junho de 2011, cujo objetivo é de impedir que 
as empresas violem os Direitos Humanos ao exercerem suas respectivas 
atividades, implementando o programa “Proteger, Respeitar e Reparar”, 
previstos em três pilares (MAZZUOLLI, 2018, p. 536 - 537).
No cenário atual, imprescindível é correlacionar tais obriga-
ções com os desastres de Mariana e Brumadinho, ocasionados pelo 
rompimento de barragens, operadas pela empresa Vale, no Estado de 
Minas Gerais, ocasionando danos ambientais e prejuízos a uma quanti-
dade exorbitante de indivíduos domiciliados ao longo dos rios e bacias 
hidrográficas afetadas, além da morosidade de serem indenizados. 
Os princípios do “Acesso à Reparação” garantem que, quando os 
indivíduos forem prejudicados por atividades empresariais, deve ocorrer 
tanto a responsabilização efetiva e a reparação adequada, judicial e não 
judicial, algo que não é colocado em prática, muitas vezes, por empresas 
que operam no Brasil, autoras de grandes desastres ambientais, como os 
citados. Ocorre que tais princípios são considerados como meras reco-
mendações, isto é, normas soft law, não obrigando os Estados a segui-los 
ou desrespeitá-los, entretanto, as normas domésticas, conforme dispõem 
Convenções e Tratados Internacionais sobre Direito Ambiental, de natureza 
hard law, devem prever mecanismos de proteção aos Direitos Humanos, 
além da fiscalização e da repressão aos infratores que ocasionem lesão a 
qualquer direito humano, dentre eles, o direito ao meio ambiente ecologica-
mente equilibrado, seja o autor do dano uma pessoa física ou uma pessoa 
jurídica. É inaceitável que quem lese um direito humano seja considerado 
impune, principalmente, em âmbito judicial, além da morosidade quanto à 
resposta aos terceiros, vítimas de desastres ambientais.
GESTÃO DE FLORESTAS PÚBLICAS
Neste ponto da matéria, será abordada a gestão de florestas 
públicas, que está prevista na Lei 11284/06, a qual complementa o regi-
me de proteção às florestas, previsto no Código Florestal, a ser objeto 
de estudo na próxima unidade, com a proteção das florestas públicas.
A referida legislação visa a gestão de florestas públicas para 
produção sustentável. Institui o Sistema Florestal Brasileiro e cria um 
fundo. É preciso fazer a leitura dos princípios das florestas públicas, 
previstos no art. 2º. Também, é preciso ler os conceitos legais, previstos 
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no art. 3º, sendo o conceito de concessão florestal o mais importante, 
previsto no inciso VII, a ser consultado pelo leitor.
A gestão de florestas públicas pode se dar, segundo o art. 4º da 
Lei n. 11284/06,através da criação de floresta nacional, estadual ou muni-
cipal, de destinação às comunidades locais ou de concessão florestal, que 
está prevista no art. 3º, VII da L 11284/06. A estrutura da Lei n. 11284/06 
visa à proteção de florestas públicas e o principal elemento trazido é a 
concessão florestal. Vale mencionar que a concessão florestal é um ins-
trumento econômico da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA) (art. 
9º, XIII, da Lei n. 6938/81). Esse dispositivo dá um rol exemplificativo de 
instrumentos econômicos, dentre os quais está a concessão florestal.
Essa concessão é regulamentada na Lei n. 11284/06 (Lei das 
Florestas Públicas). Essas florestas públicas podem ser concedidas por 
licitação; pode ser criada uma RESEX (Reserva Extrativista) ou REDE-
SUS (Reserva de Desenvolvimento Sustentável); ou pode haver uma 
concessão de uso.
A RESEX e REDESUS são unidades de conservação de uso 
sustentável da Lei n. 9985/00 (Lei do Sistema Nacional de Unidades de 
Conservação da Natureza - SNUC) que visam a tutelar o meio ambiente 
cultural.
A destinação das florestas públicas deve ser feita antes de 
uma concessão florestal. O art. 17 da Lei do SNUC também trabalha 
com a ideia de Floresta Nacional (Flona), que é justamente o objeto 
da concessão florestal. A Flona, que é uma floresta pública e pode ser 
concedida por concessão florestal, segundo o art. 17 da Lei 9985/00, é, 
necessariamente, de posse ou domínio público.
Antes da concessão florestal, que é por licitação para pessoa 
jurídica, as florestas públicas que já estejam ocupadas ou utilizadas de-
vem ser identificadas e destinadas, portanto, à ação. Recorda-se de 
uma ação em Itaituba: queriam fazer uma concessão florestal e o MPF 
alegava que estava ocupada por comunidade local. Era preciso, antes 
disso, haver criado uma reserva extrativista ou concedido o uso. Não 
podia, assim, ser feita a concessão florestal.
A destinação prevista no §1º é feita de forma não onerosa para 
o beneficiário, ao contrário da concessão florestal, que é um instrumen-
to econômico. No âmbito da gestão florestal, é indispensável conhecer 
um pouco sobre as licenças ambientais indispensáveis. Os conceitos 
de licença prévia, de instalação e de operação estão no art. 18, da Re-
solução CONAMA 237/97, os quais devem ser conhecidos pelo leitor a 
partir da leitura do dispositivo em questão, destacando a licença prévia, 
a licença de instalação e a licença de operação.
O prazo de validade da licença prévia é de até 5 anos; já o da li-
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cença de instalação é de até 6 anos. Ambas podem ser prorrogadas, des-
de que se respeite o prazo máximo indicado. A licença de instalação pode 
ter entre 4 e 10 anos e pode ser renovada, devendo ser solicitada com 
o prazo mínimo de antecedência de 120 dias. Se não for apreciado, há 
a prorrogação automática (art. 18, §4º, da Resolução CONAMA 237/97).
Suponha que se faz a licitação, nesse caso, sendo determina-
da a pessoa jurídica, torna-se vencedora. Ela terá a licença prévia e o 
plano de manejo florestal sustentável. Nesse caso, ela já terá a licença 
de instalação e de operação.
Portanto, cada situação tem sua particularidade. A Resolução 
CONAMA 237/97 é a norma geral. Entretanto, se houver a concessão 
florestal, a licitação automaticamente ganhará a licença prévia de insta-
lação e operação.
Vale destacar que a Lei n. 11284/2006 também cria o Serviço 
Florestal Brasileiro, o qual realiza a gestão das florestas públicas. Outro 
artigo bastante importante é o art. 13, segundo o qual a licitação deve 
ser por concorrência e é vedada a decretação da inelegibilidade da lici-
tação. Desse modo, as licitações para concessão florestal observarão 
essa determinada legislação e, apenas supletivamente, a lei própria.
BIOSSEGURANÇA
Das leis centrais de Direito Ambiental, em termos de uma políti-
ca nacional, a Lei da Biodiversidade é a mais recente. Antes dela, havia 
uma Medida Provisória de 2001 que era sucessivamente reeditada; eram 
as Medidas Provisórias antes da Emenda 32/2001 que tiveram efeito ex 
nunc, ou seja, as Medidas Provisórias que eram sucessivamente reedita-
das poderiam continuar a sê-lo, mesmo após a vigência da EC 32/2001.
A Lei da Biodiversidade protege o patrimônio genético e o co-
nhecimento tradicional a ele associado. Já a Lei da Biossegurança tu-
tela o patrimônio genético humano, bem como a questão da clonagem, 
reprodução e utilização de células- tronco.
Registra-se que o ponto principal da Lei de Biodiversidade re-
side nas chamadas condições in situ (dentro do habitat natural) e ex situ 
(fora do habitat natural).
Como sempre, nas leis ambientais, o início é muito importante. 
Primeiramente, o fundamento das Leis 13.123/15 e 11.105/95 é o art. 
225, da CF/88. Observa-se que a parte final do dispositivo diz respeito à 
Lei de Biossegurança, e a parte inicial — patrimônio genético e o conhe-
cimento tradicional a ele associado — corresponde à Lei da Biodiversida-
de. O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo, sendo que 
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a Lei de Biodiversidade também regulamenta o art. 225, §4º, da CF/88.
Neste assunto, há convenções internacionais das quais o 
Brasil é signatário, basicamente: a CDB (Convenção da Diversida-
de Biológica) e o Protocolo de Nagoya ou de Cartagena, que estão 
juntos com a CDB.
O ponto é que a Lei 13.123/15 buscou, dentro do Brasil, con-
cretizar as bases estabelecidas na Convenção da Diversidade Bioló-
gica, sendo que o Brasil possui a maior diversidade do mundo, e boa 
parte dela está na Amazônia.
A questão da biodiversidade está presente na indústria farma-
cêutica e de cosméticos que vem ao Brasil, pega um princípio ativo de 
uma árvore e faz um perfume ou um remédio. Como isso tem um valor 
agregado muito elevado, deve-se ter uma repartição de benefícios com 
aqueles que detêm o conhecimento tradicional associado ao patrimônio 
genético, que temos em razão da nossa biodiversidade. Trata-se de 
regular a parte mais forte (empresas farmacêuticas e cosméticas) e a 
parte mais fraca (os povos e comunidades tradicionais).
Ressalta-se que a Lei protege o in situ e o ex situ se for encon-
trado in situ no Brasil, na plataforma continental, no mar territorial ou na 
zona econômica exclusiva, conceitos que estão na Lei 8.617/93. Regis-
tra-se que o conhecimento tradicional associado ao patrimônio genético é 
muito relevante, ainda que detido por um único membro da comunidade.
O inciso V, do art. 1º, da Lei n. 13.123/2015 é muito importante. 
Versa sobre a repartição de benefícios, a qual deve ser justa e equita-
tiva, podendo ser monetária ou não monetária, derivada, por exemplo, 
da exploração do remédio, produto acabado ou cosmético, e que tem 
elevado valor. Destaca-se que a parte do conhecimento tradicional as-
sociado é muito relevante para a formação desse valor.
Vale destacar que deve ser paga a repartição de benefício, mo-
netário ou não, e também a propriedade material ou imaterial, pois se trata 
de outra coisa e não há relação. Por exemplo, se houver o registro pela 
indústria farmacêutica, ainda assim, deve haver a repartição de benefícios 
sobre patrimônio genético ou conhecimento tradicional a ele associado.
Tem-se que a Lei n. 13.123/15 trata do patrimônio genético 
como bem de uso comum do povo, sendo que os conceitos estão pre-
vistos em seu art. 2º. O in situ corresponde ao patrimônio genético que 
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está em ecossistemas e habitats naturais. Portanto, in situ é dentro do 
habitat — enquanto ex situ é fora — e inclui espécies domesticadas ou 
cultivadas e populações espontâneas.
O ex situ diz respeito ao patrimônio genético mantido fora de seu 
habitat natural. Porém, somenteé protegido se for encontrado em condi-
ções in situ no Brasil ou na plataforma continental, no mar territorial e na 
zona econômica exclusiva, por outro lado, o in situ é sempre protegido.
Em relação aos conceitos legais, há muitos no art. 2º da Lei de 
Biodiversidade. Alguns muito relevantes para fins de prova e outros nem 
tanto; outros mais usuais para a prática. Por exemplo, o conhecimento 
tradicional associado é importante.
Registra-se que a Convenção 169 da OIT, quando menciona os 
povos indígenas, refere-se aos povos indígenas e tribais, sendo que os 
últimos são entendidos como as comunidades tradicionais. Essa é a li-
nha adotada pelo Ministério Público Federal. O conhecimento tradicional 
associado pode ser de origem identificável ou não identificável. Será não 
identificável quando não houver possibilidade de identificar sua origem.
Pontua-se que as comunidades tradicionais possuem uma an-
cestralidade e uma posteridade, ou seja, um ontem, um hoje e um ama-
nhã, aspecto que foi inclusive estabelecido no caso da Raposa Serra do 
Sol. Ademais, os conhecimentos utilizados pelas comunidades tradicio-
nais recebem tratamento coletivo ainda que somente um indivíduo da 
comunidade detenha o conhecimento tradicional associado.
Também, é importante o consentimento prévio e informado, con-
forme o art. 2º, VI, da Lei n. 13.123/15, isto é, não é necessariamente a re-
gra da maioria. Deve-se verificar como funciona o uso, costume, tradição 
ou protocolo da comunidade, sem impor definições de forma heterônoma.
É interessante observar que a Convenção 169 da OIT fala em 
consulta prévia e informada, isto é, não precisa do consentimento, ape-
nas da consulta. A Lei da Biodiversidade, por sua vez, vai além e men-
ciona sobre o consentimento. Suponha que há um princípio ativo que 
uma determinada indústria farmacêutica necessita, contudo, a comuni-
dade não concorda com aquilo, nem se houver repartição de benefícios.
Como possui origem identificável, o conhecimento tradicional 
associado a esse patrimônio genético pertence àquele grupo. Portanto, o 
acesso fica condicionado ao consentimento prévio da comunidade e vai 
além da Convenção 169 da OIT, que fala em consulta prévia e informada.
O conceito de agricultura tradicional também é relevante e con-
siste em uma pessoa que mantém e conserva a diversidade genética, in-
cluindo o agricultor familiar, nos termos do art. 2º, XXXI, da Lei n.13.123/15.
Destaca-se ainda:
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Art. 3º O acesso ao patrimônio genético existente no País ou ao conhecimento 
tradicional associado para fins de pesquisa ou desenvolvimento tecnológico e 
a exploração econômica de produto acabado ou material reprodutivo oriundo 
desse acesso somente serão realizados mediante cadastro, autorização ou noti-
ficação, e serão submetidos a fiscalização, restrições e repartição de benefícios 
nos termos e nas condições estabelecidos nesta Lei e no seu regulamento.
Parágrafo único. São de competência da União a gestão, o controle e a fiscali-
zação das atividades descritas no caput, nos termos do disposto no inciso XXIII 
do caput do art. 7º da Lei Complementar nº 140, de 8 de dezembro de 2011.
Esse aspecto é importante, porque aparece em prova. Consta 
no art. 7º da LC 140/2011, que se trata de uma ação administrativa da 
União em gerir o patrimônio genético e o conhecimento tradicional a ele 
associado.
Salienta-se que a Lei de Biodiversidade (art. 6º) criou um Con-
selho de Gestão do Patrimônio Genético com representação de vários 
setores: empresa, academia, povos indígenas, comunidades tradicio-
nais e agricultores tradicionais. Além disso, a Lei protege conhecimen-
tos tradicionais associados a utilização e exploração ilícita, ou seja, ela 
tem algo semelhante à substituição para frente (do direito tributário) na 
medida em que o único sujeito à repartição de benefícios é o último da 
cadeia, aquele que faz o produto acabado.
Com isso, fica mais fácil fiscalizar. O sujeito não pode alegar 
que um princípio ativo é da fase anterior da cadeia produtiva. Assim 
como na substituição tributária para frente fiscaliza-se o último da ca-
deia, na temática em estudo também. Entretanto, ressalta-se que não 
se chama substituição tributária para frente na matéria em análise, tra-
ta-se apenas de uma analogia.
Ainda, há a possibilidade de participar da tomada de decisões. 
O Estado reconhece o direito de populações indígenas, de comunida-
des tradicionais e de agricultores tradicionais de participar da tomada de 
decisões, no âmbito nacional, sobre assuntos relacionados à conserva-
ção e ao uso sustentável de seus conhecimentos tradicionais associa-
dos ao patrimônio genético do país (princípio da participação).
Destaca-se que a Lei veda o acesso ao patrimônio genético (que 
é bem de uso comum do povo) ou conhecimento tradicional a ele associado 
por uma pessoa natural estrangeira, conforme art. 11, § 1º, Lei 13.123/15.
Pretende-se evitar a privatização pela parte mais forte do bônus/
lucro sem que a comunidade tradicional, que tem um elemento forte de 
valor desse patrimônio genético, seja também beneficiada. Por isso, exis-
te a repartição justa e equitativa do benefício, sendo que, no produto final, 
o componente do patrimônio genético ou conhecimento tradicional a ele 
associado é um dos elementos principais de agregação de valor.
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Logo, para o perfume ou remédio que possui um princípio ativo 
encontrado em uma espécie localizada apenas na Amazônia, essa bio-
diversidade da Amazônia — sobre a qual a comunidade tradicional tem 
um conhecimento tradicional a ele associado — é um dos elementos 
principais de agregação de valor do fármaco ou do cosmético, como 
não poderia deixar de ser.
Nesse ponto, tem-se que a repartição de benefício pode ser mo-
netária ou não monetária, sendo que sobre esta lei traz um rol exemplifi-
cativo. Conforme mencionado, é sujeito a fazer a repartição de benefícios 
somente o fabricante do produto acabado ou produtor do material repro-
dutivo, independente de quem tenha realizado o acesso anteriormente. 
Portanto, aqueles que fabricam processos ou produtos intermediários que 
não sejam produtos acabados estão isentos da repartição de benefício.
Ademais, com base na ideia de tratar os desiguais desigual-
mente e de haver um critério do discrímen em relação à igualdade de 
material, tem-se que não precisam repartir benefícios à microempresa, 
à empresa de pequeno porte e ao microempreendedor individual, por-
tanto, estão isentos dessa obrigação.
A Lei de Biodiversidade também dispõe que a repartição entre 
usuário e provedor será negociada de forma justa e equitativa entre as 
partes, atendendo a parâmetros de clareza, lealdade e transparência 
nas cláusulas pactuadas, que deverão indicar condições, obrigações, 
tipos e duração dos benefícios de curto, médio e longo prazo.
Salienta-se que, assim como faz a Lei n. 9.605 no art. 70 e a Lei 
da Biossegurança, a Lei da Biodiversidade traz um guarda-chuva genéri-
co de infrações administrativas, sendo que o Superior Tribunal de Justiça 
já decidiu, em relação à Lei n. 9.605, que isso é legítimo. Dessa maneira, 
a norma infralegal pode minudenciar esse grande guarda-chuva.
Nota-se que é algo muito amplo, mas é o fundamento de vali-
dade da norma infralegal. Quanto à competência, trata-se de ação ad-
ministrativa da União, prevista no art. 7º, XXIII, LC 140/11. Recobra-se 
que a referida lei complementar (que regulamentou o exercício da com-
petência material comum, regra geral no Direito Ambiental) prevê em 
seu 7º as atribuições da União; no art. 8º as atribuições dos Estados 
(que é residual); e no 9º as atribuições dos Municípios. Percebe-se, in-
clusive, que é uma questão lógica, porque, assim, a União regulamenta 
de modo uniforme para todos os locais doBrasil.
Importante, também, o Protocolo de Nagoya, a ser estudado. 
Trata-se de um acordo internacional suplementar à Convenção sobre 
Diversidade Biológica. Através dele, fornecedores, por exemplo, países 
detentores de grande biodiversidade (como o Brasil que tem a maior 
do mundo), e usuários de recursos genéticos (por exemplo, empresas 
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farmacêuticas) desfrutarão de maior segurança jurídica e transparência 
em suas relações, uma vez que o novo protocolo estabelece condições 
mais previsíveis ao acesso de recursos genéticos e garante a repartição 
dos seus benefícios com quem os forneceu.
Outra normativa importante é a Lei n. 11.105/05 (Lei de Bios-
segurança). Repisa-se que na Lei de Biossegurança, assim como na 
Lei da Biodiversidade, há um rol acerca das infrações administrativas, 
previstas no seu art. 21. É importante mencionar que o art. 11, § 1º, da 
Lei de Biodiversidade veda o acesso ao conhecimento tradicional e ao 
patrimônio genérico pela pessoa natural estrangeira. Vale a pena, tam-
bém, a consulta ao art. 10, § 1º, da Lei n. 13.123/15.
Esse ponto lembra a segunda parte do Código de Defesa do 
Consumidor, art. 81, que prevê os direitos difusos, direitos coletivos e 
direitos individuais homogêneos. Salienta-se que os individuais homo-
gêneos são de direitos individuais, mas recebem um tratamento coletivo 
pela homogeneidade. 
Repisa-se que, com base no art. 10, § 1º, Lei n. 13.123/15, 
ainda que um único membro da população indígena ou comunidade 
tradicional detenha o conhecimento tradicional associado, este conhe-
cimento receberá tratamento coletivo.
Outro ponto importante é que a Lei de Biodiversidade não se 
aplica ao patrimônio genético humano, nos termos do art. 4º, da Lei n. 
13.123/15, pois trata-se de tema da Lei de Biossegurança.
Está presente no art. 5º, da Lei 13.123/15, o ambientalismo so-
cial. Além disso, nota-se que a Lei de Biossegurança acompanha essa 
mesma linha.
Vale destacar a importância do julgamento que assentou ser 
constitucional a pesquisa com células-tronco embrionárias excedentes 
para fins de pesquisas que possam encontrar a cura de muitas doen-
ças, o aumento da sobrevida ou da qualidade de vida. Embora seja um 
julgamento antigo, a ADI 3510 é emblemática. 
Registra-se que não se trata de aborto, além de ter sido um 
tema muito polêmico à época, o assunto objeto da Ação Direta de In-
constitucionalidade destacada. Entendeu-se que pesquisas científicas 
com células-tronco devem ser estimuladas para que se possa encontrar 
e enfrentar a cura de patologias graves, como atrofias e distrofias mus-
culares. Isso concretiza a vontade constitucional.
GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
Conforme consta da Lei n. 9.433/97, a gestão dos recursos hí-
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dricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas, nos termos 
do art. 1º. No que tange ao inciso VI, do art. 1º, nota-se a questão que 
dispõe sobre o princípio da participação. Tem-se, portanto, que o prin-
cípio da participação permite a gestão descentralizada e, nesse inciso, 
pode-se trabalhar com comunitarismo, participação, empoderamento 
e envolvimento das comunidades atingidas (stakeholders) e daqueles 
que usam os recursos hídricos.
A utilização da água se dá por outorga em razão de não haver 
águas privadas. Como as águas são públicas e não há águas privadas, 
pode-se ter uma autorização de uso que sempre possui caráter precá-
rio, consoante disposto nos arts. 11 e 12, da Lei 9.433/97.
Pretende-se, com isso, regular de uma forma mais justa, que 
beneficie a todos, o uso da água. A outorga, portanto, é precária, por-
que, em casos de escassez, é priorizado o consumo humano e a des-
sedentação de animais.
Tem-se, assim, a sujeição da outorga constante nos cinco in-
cisos do art. 12 da Lei 9.433/97, ou seja, quais direitos de usar os re-
cursos hídricos estão sujeitos à outorga. Ademais, no §1º desse art. 
12 estão as exceções, quais sejam, pequenas captações por núcleos 
populacionais rurais e volumes insignificantes de captação e utilização.
É interessante a natureza precária da outorga, porque é possível 
dialogar com a autorização do direito administrativo que é precária, não 
sendo como a licença. Reitera-se que a licença ambiental não é como 
a licença administrativa. Nesta, desde que estejam presentes os requi-
sitos, o administrado faz jus a sua concessão, enquanto que, no Direito 
Ambiental, a tolerabilidade dos ecossistemas é incerta, assim, ainda que 
seja concedida a licença ambiental, ela pode ser suspensa ou cancelada, 
quando ocorrer alguma das hipóteses do art. 19 da Resolução 237/97 do 
CONAMA. Logo, toda licença ambiental é rebus sic stantibus.
A outorga, portanto, também é precária. Dessa forma, se o in-
divíduo requereu a outorga e possui o direito de usar os recursos hí-
dricos — captar e lançar efluentes, por exemplo — havendo escassez, 
ele pode perder a outorga, mesmo sem ter feito nada de errado. Nesse 
contexto, houve algumas ações contra a ANA — Agência Nacional de 
Águas, que, no âmbito da União, é quem defere a outorga — nas quais 
se postulava indenização devido ao requerente ter dispendido recursos 
financeiros e pedido de outorga.
A resposta da jurisprudência para tais demandas foi que não 
havia direito à indenização, porque a outorga tem caráter precário, de-
corre da natureza pública, pois a dominialidade do bem continua com a 
União ou Estado. Vale reforçar que, no art. 12, §1º da Lei 9.433/97, es-
tão as exceções referentes a três incisos e que podem ser decoradas da 
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seguinte forma: lançamentos ou captações insignificantes e pequenos 
lançamentos por comunidades rurais.
Também consta na Lei 9.433/97 o prazo da outorga: 35 anos. 
Sendo importante saber que, mesmo concedida a outorga, a própria lei 
dispõe no art. 13 que ela está condicionada à prioridade de uso do PNRH, 
devendo-se respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado, 
bem como preservar o uso múltiplo (art. 13, parágrafo único, Lei 9.433/47).
No art. 15 da Lei 9.433/47 constam as possibilidades de sus-
pensão parcial ou total da outorga, em definitivo ou por prazo deter-
minado. Diante dessas possibilidades, resta evidente que a outorga é 
precária. Já o art. 16 da Lei 9.433/47 define que a outorga não pode ser 
superior a 35 anos, sendo ela renovável. A exceção baseia-se na ideia 
de que o acessório segue o principal, sendo que a exceção é que o 
acessório segue o principal, de modo que, se o indivíduo possui uma 
licença de operação de uma usina hidrelétrica por 50 anos, consequen-
temente, a outorga também vale por 50 anos. Esse aspecto não consta 
da lei, porém, é um entendimento já assentado.
Ademais, para um empreendimento que utiliza recursos hídri-
cos, a licença prévia do empreendimento já depende de uma outorga ou 
uma outorga preventiva, que funciona como se fosse uma liminar. Supo-
nha que determinado indivíduo quer construir uma usina hidrelétrica em 
São Luiz do Tapajós, de forma que pretende verificar o potencial hidrelé-
trico e fazer alguns testes. Para isso, ele precisa captar recursos hídricos.
Nesse cenário, tem-se o instituto da outorga preventiva — com 
prazo de até 3 anos, mediante pagamento — porque ela garante o li-
cenciamento para que se verifique, no exemplo, o potencial hidrelétrico. 
Por ser algo preventivo, é mais precária ainda, vale somente por até 3 
anos. Depois de verificado o potencial e feitos os testes por meio da 
outorga preventiva, pode-se buscar a licença prévia.
Há o entendimento do Superior Tribunal de Justiça sobre a 
necessidade de outorga para extrair água do subterrâneo. Caso haja 
abastecimento público, é legítimo e possível que o poder públicoproíba 
a extração de água por poços artesianos, se houver fornecimento por 
sistema público e canalizado, porque a utilização de poços artesianos 
acaba por levar à contaminação de lençóis freáticos.
Conforme o STJ, o art. 12, que trata da outorga, em seu inciso 
II, a extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou 
insumo de processo produtivo está sujeita à outorga. A questão do aquí-
fero subterrâneo abrange o poço artesiano.
Dessa forma, faz-se necessária a outorga para extrair água do 
subterrâneo justamente para proteger os lençóis freáticos da contami-
nação. Isso se coaduna com o paradigma holístico da CF, bem como 
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com os seguintes aspectos: tratar-se de bem de uso comum do povo, 
recurso limitado, água no regime publicístico com expressivo valor eco-
nômico e com finitude.
Registra-se que a economia atribui valor econômico aos bens 
que são escassos, como é o caso da água.
Nesse sentido, Direito Ambiental possui dois pontos:
a) A questão ética
A exemplo da vaquejada e da utilização dos recursos ambien-
tais com sustentabilidade na era do antropoceno para que as gerações 
futuras também tenham recursos.
b) Direito ambiental como direito econômico
A exemplo da água e da questão do mecanismo de compar-
tilhamento- compensação previsto no art. 36, SNUC, que consiste na 
densificação do usuário- pagador. Por esse dispositivo, aquele que tiver 
um empreendimento sujeito ao EIA/RIMA, ou seja, com potencialidade 
de causar significativa degradação, nos termos do art. 225, §1º, IV, CF 
- é obrigado a patrocinar a implantação e manutenção de uma unidade 
de conservação de proteção integral.
Nesse ponto, deve-se lembrar do art. 36, §4º do SNUC (Lei 
9.985/00), criado em 2018 para permitir que o compartilhamento-com-
pensação — justiça ambiental por compensação — seja um mecanismo 
que também possa ser adotado em Unidade de Conservação de Uso 
Sustentável de natureza pública localizada na Amazônia Legal.
Pontua-se que o Direito Ambiental como direito econômico tra-
balha com a ideia da sanção premial, instrumentos indutores de condu-
ta e, portanto, com a concepção de economia ecológica ou economia 
ambiental. Sendo que o sistema ambiental é o todo, é o macrobem, é o 
equilíbrio ecológico que advém das interações físicas, químicas e bio-
lógicas que permitem, abrigam e regem a vida na terra, bem como as 
interações sociais, culturais e urbanísticas.
Com isso, a economia é uma parte da ecologia, pois tudo que 
está em nossa volta é essa interação de fatores ou recursos ambientais. 
Logo, a nossa economia, dentro dessa linha, seria parte de um sistema 
ecológico, por isso é denominada de economia ecológica. 
Ademais, a água é um recurso escasso dotado de valor econô-
mico, o que justifica esse importante diálogo, que inclusive foi reportado 
pelo STF na ADI 3540 ao consignar que se deve assegurar o justo equi-
líbrio entre necessidades da economia e da ecologia.
Particularmente, o AgRg no REsp 1185670/RS referia-se a asse-
gurar um adequado equilíbrio através da outorga do uso de recursos hídri-
cos e da manutenção sustentável da sua disponibilidade, pois a água é um 
recurso limitado. Por essa razão, extrair água subterrânea por poço arte-
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siano depende de outorga. Desse modo, verifica-se que é possível proibir a 
extração de água por poço artesiano se houver um abastecimento público.
Registra-se que a cobrança é feita nos termos do art. 20 da Lei 
9.433/97, com os critérios do artigo 21 da Lei e que os valores da outor-
ga são destinados para programas ou obras do PNRH ou destinados à 
manutenção dos órgãos que compõem o Sistema Nacional de Geren-
ciamento de Recursos Hídricos, disposição que também está prevista 
na Lei 9.433/97.
Suponha que um indivíduo que está em uma área rural próxi-
mo à Brasília sempre fez sua captação por poço artesiano. Contudo, 
atualmente, está passando nessa área a rede pública de acesso de 
água. Ainda que esse indivíduo tenha outorga para captar água do poço 
artesiano, como se trata de um instrumento precário, é possível haver 
a determinação — por meio de norma infralegal — para que ele se co-
necte ao sistema público que, no momento presente, passou a existir. 
Vedando-se, assim, o abastecimento por poço artesiano.
Ressalva-se a hipótese em que não existe rede pública, pois seria 
desproporcional e irrazoável. Proibir o acesso, nessa hipótese, violaria a 
proporcionalidade e configuraria proteção deficiente, pois as pessoas pre-
cisam de água. Portanto, se não houver rede pública, é possível a extração 
por poço artesiano, dependente de outorga, que é precária e onerosa.
A ANA (Agência Nacional de Águas) é o órgão executor — res-
ponsável por conferir a outorga — e compõe o SNGRH (Sistema Na-
cional de Gerenciamento de Recursos Hídricos). Além disso, na lei que 
criou a ANA, há previsão de mandato estável. Trata-se da mesma ideia 
das agências reguladoras, com finalidade de preservar a independência 
e a discricionariedade técnica.
Outro ponto interessante envolvendo a gestão de águas é 
quanto à cobrança do uso de recursos hídricos, conforme a melhor dou-
trina de José Afonso da Silva (SILVA, 2019, p. 147):
A outorga de uso de recursos é onerosa, prevendo a lei que a sua cobrança 
objetiva (arts. 19-22); I – reconhecer a água como bem econômico e dar ao 
usuário uma indicação de seu real valor; II- incentivar a racionalização do uso 
d água; III – obter recursos financeiros para o financiamento dos programar 
e intervenções contemplados nos Planos de Recursos Hídricos. Observan-
do-se o seguinte na fixação do preço a ser cobrado: I – nas derivações, cap-
tações e extrações da água, o volume retirado e seu regime de variação; II 
– nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o vo-
lume lançado e seu regime de variação e as características físico-químicas, 
biológicas e de toxidade dos afluentes. Os valores assim arrecadados serão 
aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerador e se-
rão utilizados: I – no financiamento de estudos, programas, projetos e obras 
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incluídos nos Planos de Recursos Hídricos; II – no pagamento de despesas 
de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades integrantes 
do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos. 
Logo, conclui-se que a PNRH tem como principal finalidade a 
demonstração da necessidade de utilização consciente da água, bem fi-
nito, fundamentada no princípio do protetor recebedor e, principalmente, 
consoante ao que o nobre doutrinador mencionou no princípio do usuário 
pagador, sendo o principal ponto correlato ao Direito Ambiental econômico.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
(TCE-RS — AUDITOR PÚBLICO EXTERNO/BACHAREL EM CIÊN-
CIAS CONTÁBEIS/CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS — FCC — 2014)
A atividade que compreende os exames, análises, avaliações, le-
vantamentos e comprovações, metodologicamente estruturados 
para a avaliação da integridade, adequação, eficácia, eficiência e 
economicidade dos processos, dos sistemas de informações e de 
controles internos integrados ao ambiente, e de gerenciamento de 
riscos, com vistas a assistir a administração da entidade no cum-
primento de seus objetivos, forma o conceito de auditoria 
a) Ambiental.
b) Interna.
c) Contábil.
d) De gestão.
e) De programa. 
QUESTÃO 2
(PREFEITURA DE PIRAQUARA-PR — BIÓLOGO — CEC — 2014)
Instrumento da Política Nacional do Meio Ambiente, de importância 
para a gestão institucional de planos, programas e projetos, em 
nível federal, estadual e municipal. 
O textoacima se refere ao que está em qual alternativa?
a) Estudo de Impacto Ambiental.
b) Avaliação do Impacto Ambiental.
c) Relatório de Impacto Ambiental.
d) Sistema de Gestão Ambiental.
e) Resumo do Impacto Ambiental.
QUESTÃO 3
(IF-PA — PROFESSOR/GESTÃO AMBIENTAL — IF-PA — 2015)
Para a análise de Viabilidade Ambiental, é necessário explicar a 
resposta do sistema ambiental, em que são empregados diversos 
conceitos. Marque a resposta verdadeira de um conceito aplicado 
na viabilidade ambiental:
a) Impactos ambientais.
b) Gestão tecnológica.
c) Emissão de outorga.
d) Pesquisa de campo.
e) Licenciamento ambiental.
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QUESTÃO 4
(SAAE-SP — BIÓLOGO — VUNESP — 2014)
Analise a tabela.
A ação política ecológica, de caráter governamental e privado, res-
ponsável em lidar com tais materiais, é denominada:
a) gerenciamento ambiental.
b) gestão de resíduos.
c) avaliação de impacto ambiental.
d) educação ambiental.
e) mitigação de impactos ecológicos.
QUESTÃO 5
(TRANSPETRO — TÉCNICO AMBIENTAL JÚNIOR — CESGRANRIO 
— 2011)
O procedimento de controle prévio das atividades potencialmente 
geradoras de impacto sobre o meio ambiente é conhecido como:
a) Licenciamento urbano.
b) Licenciamento ambiental.
c) Perícia ambiental.
d) Dano ambiental.
e) Externalidade.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Sobre o desenvolvimento sustentável e a ISO 1400, discorra sobre os 
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ganhos que as empresas públicas e privadas obtêm com a implementa-
ção de uma gestão ambiental eficaz. 
TREINO INÉDITO
Assinale a alternativa incorreta:
a) Impacto Ambiental Regional: é todo e qualquer impacto ambiental 
que afete diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou 
em parte, o território de dois ou mais Estados.
b) Os princípios do “Acesso à Reparação” garantem que, quando os 
indivíduos forem prejudicados por atividades empresariais, deve ocorrer 
tanto a responsabilização efetiva e a reparação adequada, judicial e não 
judicial, algo que não é colocado em prática, muitas vezes, por empre-
sas que operam no Brasil, autoras de grandes desastres ambientais.
c) O relatório de ausência de impacto ambiental (RAIAS) consiste em uma 
espécie de estudo de impacto ambiental (EIA) que conterá as informações 
relatadas por técnicos habilitados quanto à desnecessidade da realização 
de um EIA/RIMA, já que a presunção é relativa (juris tantum) quanto às ati-
vidades serem causadoras de impacto ambiental, cabendo ao proponente 
do projeto, no início do procedimento de licenciamento ambiental, apresen-
tar o RAIAS, o qual deverá ter o conteúdo mínimo do EIA.
d) A licença prévia será concedida na fase preliminar do planejamento 
do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concep-
ção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos 
básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua 
implementação.
e) O registro da Reserva Legal no CAR obriga a averbação no Cartório de 
Registro de Imóveis, sendo que, no período entre a data da publicação da 
novel legislação florestal e o registro no cadastro ambiental rural (CAR).
NA MÍDIA
ESTUDANTES CRIAM TIJOLO ECOLÓGICO MAIS BARATO E QUE 
NÃO POLUI
A indústria de tijolos da Índia conta com mais de 100 mil fornos e produz 
até 2 milhões de tijolos por ano, e é também uma grande fonte de poluição.
Os fornos liberam grandes quantidades de carvão e diesel, fora as más 
condições de trabalho e o monte de emissões que alteram o clima.
Pensando nisso, alunos do MIT criaram uma alternativa: O tijolo Eco 
BLAC não requer nenhuma emissão, tudo nele é sustentável e ecológico.
“Tijolos de argila precisam de 1.000 graus Celsius,” diz Michael Laracy, 
um dos estudantes envolvidos no projeto. “Eles consomem uma quan-
tidade enorme de energia a partir do carvão e há também a questão de 
que esses tijolos são feitos completamente do solo superficial, então 
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eles estão esgotando a quantidade de terras cultiváveis.”
O tijolo de Eco BLAC é de 70% de cinzas de caldeiras de fábricas de 
papel misturadas com hidróxido de sódio, cal e uma pequena quantida-
de de argila. Cura-se à temperatura ambiente, com base em “tecnologia 
alcalino-ativação” para lhe dar resistência.
O tijolo está sendo testado atualmente em parceria com uma fábrica 
de papel em Muzaffarnagar, uma cidade ao nordeste de Nova Deli. O 
produto é mais barato do que um tijolo convencional, mas ainda precisa 
provar sua durabilidade em longo prazo. Se tudo correr bem, a equipe 
espera abrir uma fábrica de tijolos na fábrica de papel, de modo que os 
resíduos possam ser convertidos imediatamente.
Data: 13 jul. 2015
Fonte: (RAZÕES PARA ACREDITAR, 2015). Disponível em: <https://
razoesparaacreditar.com/negocios/estudantes-criam-tijolo-ecologico-
-mais-barato-e-que-nao-polui/>. Acesso em: 25/02/22.
NA PRÁTICA
Muitas empresas estão cada vez mais se preocupando com o marketing 
referente às suas marcas, tentando, cada vez mais, remetê-las a uma 
ideia de sustentabilidade. Para isso, é indispensável que uma consul-
toria ambiental seja realizada. Assim, métodos e produtos sustentáveis 
ganharão espaço cada vez mais em nossa sociedade.
No entanto, muitos empreendedores estão utilizando do fenômeno 
greenwashing, conhecido como “lavagem verde”, algo proibido nos Es-
tados Unidos da América, e pendente de regulamentação no Brasil. Um 
episódio de relevância é quanto à marca Bombril.
Data: 04 ago. 2016 .
Fonte: (G1, 2016). Disponível em: http://g1.globo.com/economia/midia-
-e-marketing/noticia/2016/08/bombril-muda-embalagem-apos-denun-
cia-de-falso-apelo-ecologico.html . Acesso em: 25/02/22
PARA SABER MAIS
Título: Marcas apostam em produtos ecológicos e sustentáveis para pets
Data: 10 out. 2019.
Disponível em: <https://www.metropoles.com/colunas-blogs/e-o-bicho/
marcas-apostam-em-produtos-ecologicos-e-sustentaveis-para-pets>.
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A principal ausência da realização de uma consultoria ambien-
tal bem elaborada, ou, acaso tenha sido prestada de forma deficitária, 
ensejará a possibilidade das existências dos chamados custos ambien-
tais, os quais oneram a empresa, gerando os passivos ambientais.
De certo, muitas empresas brasileiras descumprem a legisla-
ção ambiental, uma vez que, financeiramente, é muito mais rentável 
continuar poluindo, não se adequando às exigências, sendo passível de 
condenação nas esferas penal, civil e administrativa, do que adotar prá-
ticas de sustentabilidade e um planejamento ambiental mais eficiente a 
partir de uma consultoria.
No entanto, no cenário atual, no qual a denominada “onda ver-
de” reina, a imagem da empresa ou da marca que lesa o meio ambiente 
ecologicamente equilibrado perante os consumidores tem sido alvo de 
preocupação por parte dos empresários. Diante disso, é importante co-
ASPECTOS DO CÓDIGO FLORESTAL,
O AGRONEGÓCIO E A RESPONSABILI-
DADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL
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nhecer as responsabilidades ambientais as quais as pessoas jurídicas 
de direito privado estão passíveis de se enquadrar, acaso não imple-
mentem práticas apontadas por uma equipe de consultoria ambiental.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL
Nesse ponto, dar-se-á início ao estudo da responsabilização 
ambiental. A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu art. 225 
§3º, a possibilidade de responsabilização administrativa, criminal e cí-
vel, com independênciade instâncias e, eventualmente, se for o caso, 
improbidade administrativa.
No que tange à improbidade, em julgado recente e importan-
te, o STF assentou que apenas os atos dolosos de improbidade admi-
nistrativa, prejuízo ao erário, por exemplo, podem ser culposos, e são 
imprescritíveis. Nesse sentido, o dano ambiental público, também, é im-
prescritível, inclusive, isso está na Jurisprudência em Teses.
Com isso, é relevante ponderar, em primeiro lugar, que havia uma 
polêmica sobre a responsabilidade administrativa ser objetiva ou não. En-
tretanto, no REsp 1.640.243/SC de 2017 do STJ, restou pacificado que a 
responsabilidade administrativa ambiental tem caráter subjetivo. O REsp 
1.318.051, que apontava ser objetiva essa responsabilidade, foi superado. 
Assim, voltou-se ao REsp 1.257.651 no sentido de que é subjetiva, sendo 
preciso dolo ou culpa para configurar a responsabilidade administrativa.
No REsp 1.640.243/SC, também foi fixada a possibilidade de 
aplicar multa independente de prévia advertência em infrações de na-
tureza grave. Portanto, a responsabilidade administrativa tem caráter 
subjetivo. Exige-se dolo ou culpa para a sua configuração, conforme 
entendimento agora pacificado pelo STJ.
A segunda ponderação necessária é que existem súmulas no-
vas: 613, 618, 623 e 629, sendo que todas falam de responsabilização 
ambiental. A súmula 618, do Superior Tribunal de Justiça, decorre do 
princípio da precaução, de modo que cabe àquele que exerce uma ativi-
dade econômica provar que não há nexo entre a poluição e a sua ativi-
dade ou que a substância que ele lança no meio ambiente não é danosa.
Acerca da Súmula 613, há uma questão fática interessante. 
Suponha que foi concedida uma liminar para suspender um licencia-
mento de uma usina hidrelétrica. Como se sabe, a suspensão de limi-
nar se dá por razões de economia, ordem pública e segurança pública. 
Suspendendo-se a liminar, a decisão que suspendia o licenciamento da 
referida usina fica suspensa e, com isso, esse empreendimento é cons-
truído de modo que, na prática, haverá um fato consumado.
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Além disso, conforme os Informativos 896 e 873 do STF, há um 
limite normativo material implícito à edição de Medidas Provisórias. Não 
pode reduzir unidade de conservação e espaços territoriais especialmen-
te protegidos por MP. Em 2012, o STF julgou um caso no qual uma unida-
de de conservação foi reduzida por MP e a área que foi desafetada sofreu 
alagamento em razão de uma usina. Posteriormente, a usina ficou pronta, 
e a MP não foi convertida em lei, o que acabou gerando fato consumado.
Nesse contexto, o STF entendeu que há um limite normativo 
material implícito à edição de Medidas Provisórias sobre redução de 
espaços territoriais especialmente protegidos, justamente para evitar o 
fato consumado em caso de a MP não ser convertida em lei. Faz-se 
necessária a lei em sentido formal para esse propósito.
Conforme foi visto, trata-se de exceção ao paralelismo das for-
mas, pois se necessita de lei em sentido formal para reduzir; para criar, 
pode ser por meio de lei ou ato administrativo.
A súmula 623 do Superior Tribunal de Justiça aplica a teoria do 
bolso profundo e estabelece obrigação solidária com litisconsórcio mera-
mente facultativo. E o poder público responde? Conforme consta no Juris-
prudência em Teses, edição nº 30, o poder público responde quando a sua 
omissão for determinante para causar o dano ou agravá-lo. Registra-se que 
o poder público responde com execução subsidiária. Logo, há responsabili-
dade solidária do ponto de vista da cognição e execução subsidiária, pois, 
consoante ao que entende o STJ, o Estado atua como devedor reserva.
Já a súmula 629 do Superior Tribunal de Justiça versa sobre 
a possibilidade de cumular as obrigações de pagar, fazer e não fazer, 
porque, embora a Lei da Ação Civil Pública empregue o conectivo "ou", 
o STJ faz uma interpretação aditiva por conta de interpretação sistemá-
tica da Lei, para assegurar o princípio da reparação integral.
Tem-se, de um lado, a responsabilidade civil ambiental e, do 
outro lado, a responsabilidade criminal ambiental e, no meio, o direito 
administrativo sancionador — responsabilidade administrativa ambien-
tal. O direito administrativo sancionador se rege tanto pela proibição do 
excesso, em relação à proporcionalidade, como também pela proibição 
da proteção deficiente ou insuficiente.
A responsabilidade civil é objetiva, prevê o risco integral e, 
nela, o dano ambiental tem caráter bifronte ou ambivalente, ou seja, 
existe o dano ambiental público e dano ambiental privado, sendo que 
ambos podem ser moral ou material. Registra-se que o dano ambiental 
público é um dos poucos casos da responsabilidade civil que se reveste 
pelo manto da imprescritibilidade. Se houver um acidente ambiental e 
o pescador for privado das condições de pesca, ele tem direito ao dano 
moral individual, que não tem caráter punitivo.
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Toda responsabilidade civil tem caráter de reparação integral, 
não caráter punitivo, portanto, não existem danos punitivos em relação 
à responsabilidade civil. A responsabilidade administrativa e a criminal, 
no entanto, têm caráter punitivo.
A responsabilidade administrativa e a criminal são subjetivas. 
Sendo que, quanto à responsabilidade administrativa, já foi muito polê-
mico se ela seria subjetiva ou objetiva, isso porque, normalmente, ela 
enseja multa ambiental, que consiste em um valor econômico.
Vale destacar que a multa criminal agora é executada segundo 
decisão do STF, pelo Ministério Público. Apenas é executada secunda-
riamente pela Fazenda Pública caso o Ministério Público fique inerte. 
Logo, está cancelada a Súmula 521 do STJ. A responsabilidade criminal 
ambiental não precisa de dupla imputação ou imputação paralela, ou 
seja, é possível processar a pessoa jurídica ou a pessoa física.
Lembrando que há possibilidade de responsabilização criminal 
da pessoa jurídica, sendo válida a leitura dos primeiros artigos da Lei 
9.605/98, que estabelecem quais são as penas restritivas à pessoa jurí-
dica e quais não são. O art. 25 dessa lei é muito cobrado; ele dispõe que 
quando a pessoa jurídica for constituída para a prática de crimes, ela 
pode ter sua liquidação forçada e o patrimônio destinado ao FUNDEN.
Nos termos do art. 70, da Lei n. 9.605/1998, “considera-se in-
fração administrativa ambiental toda ação ou omissão que viole as re-
gras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio 
ambiente”. Conclui-se que basta o descumprimento da norma por ato 
omissivo ou comissivo do agente, sendo dispensável que ocorra de fato 
o dano ambiental para que ocorra a consumação do tipo administrativo.
Embora haja previsão das infrações administrativas ambientais 
na Lei n. 9.605/1998, mesmo que de forma genérica, não há óbice de 
que venham a ser regulamentadas via decreto, como ocorre com as 
normas penais em branco, no Direito Penal.
Procedimento
Primeiramente, constatada a infração, a autoridade competente 
do SISNAMA, em regra, o IBAMA ou o ICMBio, que podem celebrar con-
vênios com órgãos de outros entes para tanto (STJ, REsp 1109333/SC, j. 
14.04.2009), lavrará o auto de infração, sendo possível a aplicação con-
comitantemente de infração ambiental por parte daquela autarquia federal 
e da Capitania dos Portos (STJ, AgRg no REsp 1268832, j. 06.12.2012). 
Acaso a autoridade ambiental seja omissa, conhecendo tal irregularidade, 
terá corresponsabilidade pela infração administrativa ambiental.
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Se o auto de infração vir a ser considerado nulo e, mesmo assim, 
estiver caracterizada a atividade lesiva ao meio ambiente, um novo auto, 
desdeque não esteja acobertado pela prescrição, deverá ser lavrado. En-
tretanto, vale destacar que sobre este assunto há entendimento do Supe-
rior Tribunal de Justiça (STJ), no sentido de que se o auto de infração for 
considerado nulo sem que o Ministério Público tenha sido intimado para se 
manifestar, tal situação será considerada nula, nos termos do julgado REsp 
1.264.302-SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 08.11.2011.
Posteriormente, o réu terá o prazo de 20 dias para apresenta-
ção da defesa, nos termos do art. 71, contados da data da autuação, 
independentemente de ter sido apresentada defesa ou não. A autorida-
de terá o prazo de 30 dias para julgar, cabendo em 20 dias recurso, por 
parte do réu, da decisão condenatória à instância superior do SISNAMA.
Infrações e Sanções Administrativas
O artigo 72 traz expressamente as sanções a serem aplica-
das às infrações administrativas ambientais. Destacam-se: advertência, 
multa simples e multa diária, por serem as mais comuns.
Primeiramente, a advertência poderá ser convertida em serviços 
de preservação ambiental ou melhoria da qualidade do meio ambiente. No 
mais, o Decreto n. 6514/2008, prevê a possibilidade de aplicação quando 
for considerada infração de menor lesividade ambiental, cuja multa máxima 
não ultrapasse o valor pecuniário de R$1.000,00 (um mil reais). 
 A multa simples pressupõe negligência ou dolo, nos mol-
des do § 3.º, do artigo 72, da Lei 9.605/1998, quando o infrator já foi 
advertido e deixou de sanar as irregularidades, bem como opuser em-
baraço à fiscalização, cabendo a multa diária nas hipóteses de infração 
permanente. Ao passo que a multa diária será aplicada sempre que a 
infração se prolongar no tempo. 
O valor da multa, nos termos da Lei em questão, variará de 
R$50,00 a R$50.000.000,00, conforme a redação do art. 75, e será des-
tinada ao Fundo Nacional do Meio Ambiente.
Art. 73. Os valores arrecadados em pagamento de multas por infração am-
biental serão revertidos ao Fundo Nacional do Meio Ambiente, criado pela 
Lei nº 7.797, de 10 de julho de 1989, Fundo Naval, criado pelo Decreto nº 
20.923, de 8 de janeiro de 1932, fundos estaduais ou municipais de meio 
ambiente, ou correlatos, conforme dispuser o órgão arrecadador.
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Aplicação da Sanção Administrativa Multa
Recentemente, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), no julgado 
do REsp n. 1132682/ RJ, j. 13/12/2016, compreendeu que o art. 76, da Lei 
n. 9.605/98 deveria ser interpretado autorizando a aplicação de multa pelo 
município de Angra dos Reis após a aplicação da multa pela União, dado 
que o dispositivo em comento apenas menciona que “o pagamento de mul-
ta imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios subs-
titui a multa federal na mesma hipótese de incidência”. Portanto, no caso 
concreto do recurso especial em destaque, o STJ compreendeu que o con-
trário não ocorreria, ou seja, a multa aplicada pela União não substituiria 
a multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios.
Outro ponto importante é quanto à pretensão punitiva adminis-
trativa federal, prevista na Lei n. 9873/1999, a qual prevê que será de 
cinco anos, em regra, a contar da consumação da infração ou da práti-
ca. Tal prazo poderá ser interrompido se constatada a notificação ou ci-
tação do acusado; por ato que seja considerado como apuração do fato; 
por decisão condenatória recorrível e a possibilidade de conciliação.
No que tange à prescrição administrativa quanto à cobrança, 
isto é, a pretensão executória, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) 
possui entendimento sumulado no sentido de que “Prescreve em cinco 
anos, contados do término do processo administrativo, a pretensão da 
Administração Pública de promover a execução da multa por infração 
ambiental” (Súmula n. 467). Este prazo poderá ser interrompido, quan-
do verificadas tais situações: despacho do juiz que ordenar a citação 
em execução fiscal, já que a multa é considerada como um crédito não 
tributário; ocorrendo o protesto judicial; ato judicial que constitua o deve-
dor em mora; ato que importe o reconhecimento do débito pelo devedor, 
ainda que extrajudicial e tentativa de conciliação.
O CÓDIGO FLORESTAL
Princípios
É a redação do art. 1º - A que traz expressamente os princípios 
norteadores do Código Florestal de 2012. Embora o mencionado dis-
positivo faça alusão a “princípios”, na verdade, são considerados como 
verdadeiras diretrizes. Vide:
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Quadro 1: Princípios.
Fonte: (AUTORA, 2019).
Programa de Regularização Ambiental (PRA) e Cadastro Ambiental 
Rural (CAR)
Primeiramente, vale a pena a leitura de um entendimento do 
Superior Tribunal de Justiça quanto à aplicação do Novo Código Flores-
tal, principalmente, quanto ao regime mais restritivo:
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3. Indefiro o pedido de aplicação imediata da Lei 12.651/2012, notadamente 
o disposto no art. 15 do citado regramento. Recentemente, esta Turma, por 
relatoria do Ministro Herman Benjamin, firmou o entendimento de que ‘o novo 
Código Florestal não pode retroagir para atingir o ato jurídico perfeito, direitos 
ambientais adquiridos e a coisa julgada, tampouco para reduzir de tal modo 
e sem as necessárias compensações ambientais o patamar de proteção de 
ecossistemas frágeis ou espécies ameaçadas de extinção, a ponto de trans-
gredir o limite constitucional intocável e intransponível da ‘incumbência’ do 
Estado de garantir a preservação e restauração dos processos ecológicos 
essenciais (art. 225, § 1º, I). Agravo regimental improvido (STJ, 2.ª Turma, 
AgRg no AREsp 327.687, de 15.08.2013).
Importante relembrar que, na data de 23 de julho de 2008, foi 
publicado o Decreto n. 6514/2008, o qual dispõe sobre as infrações e 
sanções administrativas ambientais, inovando no ordenamento jurídi-
co pátrio, uma vez que previu novos tipos administrativos. Muito bem! 
Diante desta lembrança, vale a pena correlacionar com o Programa de 
Regularização Ambiental (PRA), programa instituído por cada ente da 
federação, cujo objetivo é de permitir a regularização de imóveis rurais 
quanto às situações consolidadas até tal data da publicação do Decreto 
para a área de Reserva Legal e de Preservação Permanente, mediante 
o compromisso firmado em um termo que, se cumprido, repercutirá na 
extinção da punibilidade no que concerne aos crimes ambientais e às 
infrações administrativas ambientais, assim como na esfera civil.
O Termo de Compromisso deverá prever expressamente as san-
ções a serem aplicadas por conta do seu não cumprimento. Quanto às áreas 
de Reserva Legal, o prazo de vigência do compromisso poderá chegar até 
20 anos. Enquanto o termo for cumprido, a aplicação das sanções adminis-
trativas associadas aos fatos que ensejaram a celebração estará suspensa, 
embora não esteja obstada a aplicação de sanções quanto às infrações co-
metidas pelo proprietário rural após a data de 22 de julho de 2008.
Durante o cumprimento, é autorizada a continuidade de ativi-
dades agrossilvispastoris, de ecoturismo e de turismo rural nestas áreas 
rurais consolidadas em área de Preservação Permanente até 22 de ju-
lho de 2008, sendo monitoradas pelo Cadastro Ambiental Rural (CAR) 
e desde que adotadas medidas de mitigação dos impactos ambientais 
para a conservação do solo e das águas, sendo vedada a conversão 
de novas áreas para uso alternativo do solo nesses locais. No caso de 
intervenção consolidada em mata ciliar por conta de construção de resi-
dências e de infraestrutura associada às atividades agrossilvispastorias, 
será possível a manutenção destas, independentemente de recompo-
sição, desde que não haja a possibilidade de risco de agravamento de 
processoserosivos e de inundações.
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O art. 61-A, do Novo Código Florestal, dispõe quanto às formas 
de recomposição parcial do dano florestal a serem adotadas: Acaso o ter-
mo seja descumprido, o curso do processo administrativo será retomado, 
bem como será aplicável o disposto no termo assumido no que tange às 
sanções, bem como o processo na esfera penal. Após o cumprimento in-
tegral do termo, as sanções administrativas serão anistiadas, convertidas 
em serviços de preservação e melhoria da qualidade do meio ambiente.
Mais adiante, será abordado o entendimento do Supremo 
Tribunal Federal quanto à constitucionalidade do PRA, proferido em 
28/02/2018. Quanto aos imóveis urbanos informais localizados em 
APPs, desde que não sejam identificadas como áreas de risco, a regu-
larização fundiária (Reub) será admitida desde que haja a aprovação do 
projeto de regularização fundiária. 
O Novo Código também instituiu o Cadastro Ambiental Rural 
(CAR), no âmbito do Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Am-
biente, o qual é obrigatório para todos os imóveis rurais, cuja finalidade 
é de integrar informações ambientais quanto às propriedades e posses 
rurais. Desta feita, o Poder Público poderá acompanhar se determinado 
imóvel rural está de fato observando as regras previstas na legislação 
ambiental. Importante destacar que a obrigatoriedade de inscrição no 
CAR institui que as instituições financeiras somente poderão conceder 
linhas creditícias aos proprietários que tenham inscrito suas proprieda-
des rurais no referido cadastro. O CRA pressupõe o planejamento, mo-
nitoramento ambiental, econômico e combate ao desmatamento.
Espaços Territoriais Especialmente Protegidos
Com a edição da “novel” legislação, vislumbram-se os seguin-
tes espaços territoriais e seus componentes a serem protegidos, em 
consonância com o art. 225, §1º, III, da CF/88, a serem estudados os 
principais pontos nesta unidade:
Quadro 2: Espaços territoriais especialmente protegidos.
Fonte: (AUTORA, 2019).
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Áreas de Preservação Permanente (APPs)
Primeiramente, o artigo 3º, II, do Novo Código Florestal, apre-
senta um conceito muito cobrado na íntegra em provas de concursos 
públicos. Merece distinção quanto à instituição das áreas de Preser-
vação Ambiental Permanente (APP) e as áreas de Reserva Legal: a 
primeira pode ser instituída tanto em imóveis rurais quanto em imóveis 
urbanos, sejam propriedades públicas ou privadas. A segunda, área de 
Reserva Legal, somente serão instituídas em propriedades rurais. 
Em relação à natureza jurídica das áreas de Preservação Per-
manente, tanto a doutrina quanto a jurisprudência majoritárias estão de 
acordo com o que comporta limitações administrativas à propriedade 
que, em regra, não estão sujeitas a indenizações por parte do Poder 
Público, consoante ao disposto no Direito Administrativo brasileiro.
Quanto às características, estas se resumem em: a) gratuida-
de; b) generalidade e unilateridade. São indispensáveis quanto à ques-
tão de indenização para fins de desapropriação da propriedade, como 
será analisado nos julgados a seguir pelos Superiores Tribunais.
A Lei exemplifica, em um rol aberto, disposto no artigo 4º, por con-
ta do art. 6º, as áreas de Preservação Permanente ao listar os manguezais, 
margens de rios, restingas, veredas, topos de morros, montanhas e serras 
como exemplos de vegetações contempladas pelo conceito. Entretanto, 
compreende-se que não é possível que haja a eliminação ou a redução 
das áreas consideradas de Preservação Permanente dispostas no art. 6º.
Por conta da possibilidade de ser um rol exemplificativo, em de-
corrência do disposto pelo art. 6º, o Superior Tribunal de Justiça com-
preendeu, por ocasião do exposto no informativo 459, que não apenas a 
vegetação fixadora de dunas está sujeita a proteção ambiental, mas tam-
bém as próprias dunas. Nos termos do entendimento do Superior Tribu-
nal de Justiça, por ocasião do julgamento do REsp 176753, j. 07.02.2008, 
[...] a proteção como Área de Preservação Permanente ciliar estende-se não 
só às margens de ‘rios’, mas também às que se encontram ao longo de 
qualquer curso d’água (Código Florestal, art. 2º, ‘a’), aí incluídos riachos, 
córregos, veios d’água, brejos e várzeas, lagos e represas, enfim, todo o 
complexo mosaico hidrológico que compõe no duplo sentido de ser aplicável 
à totalidade dos cursos d’água existentes no território nacional – independen-
temente da sua vazão ou características hidrológicas – e de incidência tanto 
nas margens ainda cobertas de vegetação (mata ciliar, mata ripária, mata 
de galeria ou mata de várzea), como aquelas já desmatadas e que, por isso 
mesmo precisam de restauração.
As áreas de Preservação Permanente também podem ser cria-
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das pelos Estados, Distrito Federal e Municípios, por conta do art. 23, 
da CF/88, o qual dispõe ser competência comum dos entes da federa-
ção proteger o meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Por conseguinte, melhor estudar de forma individual as espécies 
de áreas de Preservação Permanente (APP) previstas no Novo Código 
Florestal. Primeiramente, trata-se o grupo da mata de galeria, as áreas 
no entorno dos lagos e lagoas naturais, além de entorno das nascentes. 
A mata de galeria ou ciliar consiste na área de Preservação 
Permanente (APP) presente em qualquer curso de água, desde a borda 
da calha do leito regular, em largura mínima, a depender do tamanho 
do curso d’água.
Quadro 3: Áreas de Preservação Permanente (APP) e curso d´água.
Fonte: (AUTORA, 2019).
Vale mencionar que o Código Florestal dispõe que fica dispen-
sado o estabelecimento das faixas de APP em relação ao entorno de 
acumulações naturais ou artificiais de água com superfície inferior a 
1 (um) hectare, isto é, 10.000 metros quadrados, sendo vedada nova 
supressão de áreas de vegetação nativa, com exceção de deferida au-
torização por órgão ambiental competente para tanto. Trata-se de um 
retrocesso trazido pelo Novo Código.
No que tange a APPs ao redor de reservatórios artificiais, a Reso-
lução CONAMA, em consonância com o art. 4º, II da Resolução CONAMA 
302/2002, estabeleceu que será de 15 a 100 metros a área a ser protegi-
da. Entretanto, tal proteção somente será viável quanto aos entornos de 
reservatório d’água artificiais decorrentes de barramento ou represamento 
de cursos d’água naturais, sendo que a faixa correspondente a APP será 
definida pela licença ambiental. Portanto, conclui-se que no caso de bar-
ramento ou represamento de cursos d’água naturais, não existirá APP em 
seu entorno, assim como nos casos de acumulações naturais ou artificiais 
de água com superfície inferior a 1 (um) hectare, ficando dispensada a 
reserva da faixa de proteção no entorno de reservatórios d’água artificiais. 
Destaca-se, também, que na implantação de reservatório 
d’água artificial destinado à geração de energia ou abastecimento públi-
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co, é obrigatória a aquisição, desapropriação ou instituição de servidão 
administrativa pelo empreendedor das Áreas de Preservação Perma-
nente criadas em seu entorno, conforme estabelecido no licenciamento 
ambiental, observando-se a faixa mínima de 30 (trinta) metros e máxi-
ma de 100 (cem) metros em área rural, e a faixa mínima de 15 (quinze) 
metros e máxima de 30 (trinta) metros em área urbana. 
No mais, o empreendedor, no âmbito do licenciamento ambien-
tal, elaborará Plano Ambiental de Conservação e Uso do Entorno do 
Reservatório, em conformidade com termo de referência expedido pelo 
órgão competente do Sistema Nacionaldo Meio Ambiente - Sisnama, 
não podendo o uso exceder a 10% (dez por cento) do total da Área de 
Preservação Permanente. O Plano Ambiental de Conservação e Uso do 
Entorno de Reservatório Artificial, para os empreendimentos licitados a 
partir da vigência do Novo Código Florestal, deverá ser apresentado ao 
órgão ambiental, concomitantemente, com o Plano Básico Ambiental e 
aprovado até o início da operação do empreendimento, não constituindo 
a sua ausência impedimento para a expedição da licença de instalação. 
Atenção! Vale a pena destacar que os apicuns e salgados são 
tratados no art. 11-A, do Código, constituindo ecossistemas adjacentes aos 
manguezais, onde é muito comum a prática de criação de camarão, ou 
seja, a carcinicultura, logo, não são considerados como áreas de Preserva-
ção Permanente (É importante distingui-los). Salgados ou marismas tropi-
cais hipersalinos consistem em áreas onde ocorrem inundações frequen-
tes e intermediárias entre marés de sizígia e de quadratura, além do solo 
ser de característica típica quanto à salinidade, assim como a vegetação 
existente, ao passo que os apicuns são áreas localizadas em regiões entre 
marés superiores, de solos hipersalinos, inundadas por marés de sizígias.
Embora o Novo Código seja muito criticado, inclusive por ser um 
retrocesso, trouxe um novo tipo de área de Preservação Permanente que 
não era previsto no antigo: as veredas, as conhecidas savanas brasileiras. 
As áreas de Preservação Permanente nas veredas correspondem à faixa 
marginal, em projeção horizontal, com largura mínima de 50 metros, a par-
tir do limite do espaço permanentemente brejoso e encharcado. Logo, para 
que haja a área de Preservação Permanente, não basta ser considerada 
uma vereda, mas devem estar presentes tais requisitos mencionados.
Em regra, a supressão nativa é vedada, salvo em casos excep-
cionais previstos no art. 8º da Lei. Por conta da regra, o proprietário de 
bem imóvel que tenha área de Preservação Permanente deverá man-
tê-la, assim como o seu adquirente. Desta feita, por conta do art. 2º, 
§2º, do Código Florestal, acaso haja supressão da vegetação nativa em 
área de Preservação Permanente, deverá o adquirente do bem imóvel 
promover sua recomposição, dado que esta obrigação é propter rem, 
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de natureza real, transmitida ao sucessor em caso de transferência do 
domínio ou posse do imóvel.
Quanto às exceções de supressão da vegetação nativa em 
área de Preservação Permanente, destacam-se as hipóteses de utilida-
de pública, definidas no art. 3º, VIII:
Art. 3º, VIII - utilidade pública: (Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN Nº 4.903)
a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços pú-
blicos de transporte, sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcela-
mentos de solo urbano aprovados pelos Municípios, saneamento, gestão de 
resíduos, energia, telecomunicações, radiodifusão, instalações necessárias 
à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacio-
nais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, 
argila, saibro e cascalho; (Vide ADIN Nº 4.937) (Vide ADC Nº 
42) (Vide ADIN Nº 4.903)
c) atividades e obras de defesa civil;
d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção 
das funções ambientais referidas no inciso II deste artigo;
e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em 
procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e lo-
cacional ao empreendimento proposto, definidas em ato do Chefe do Poder 
Executivo federal.
No dia 28/02/2018, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar qua-
tro ADIs e uma ADC que questionavam dispositivos do Código Florestal 
de 2012, assunto a ser abordado em ponto específico, compreendeu 
ser inconstitucional as expressões grifadas e riscadas, na alínea b. Ora, 
a edição do Código Florestal atual antecedeu eventos desportivos mar-
cantes em nosso país, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpí-
adas, em 2016. Muitas arenas de futebol foram construídas em áreas 
de Preservação Permanente, justamente por terem sido consideradas 
como obras de utilidade pública.
O Supremo Tribunal Federal, por ocasião dos julgados em con-
trole de constitucionalidade, em 28/02/2018, decidiu que a intervenção 
ou a supressão de vegetação nativa em área de Preservação Perma-
nente deve consistir na última hipótese, isto é, é imprescindível que 
inexista alternativa técnica e locacional.
Também, nos termos do art. 4º, §5º, em relação às pequenas 
propriedades ou posses rurais familiares, é permitido o plantio de cul-
turas temporárias e sazonais de vazante de ciclo pequeno na faixa de 
terra exposta durante o período de vazante por comunidades tradicio-
nais conhecidas como vazanteiros, desde que não implique em novos 
desmatamentos e nem prejudique os animais silvestres, o solo e as 
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águas e obtenham declaração do órgão ambiental competente, desde 
que o imóvel rural esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR). 
Também, as terras indígenas demarcadas ou não, assim como as terras 
tituladas ou não de povos tradicionais que façam uso coletivo do terri-
tório, terão o mesmo tratamento jurídico que a pequena propriedade ou 
posse rural familiar possuem. Nos termos do art. 8º, § 2º:
A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de Preservação 
Permanente de que tratam os incisos VI e VII do caput do art. 4o poderá ser au-
torizada, excepcionalmente, em locais onde a função ecológica do manguezal 
esteja comprometida, para execução de obras habitacionais e de urbanização, 
inseridas em projetos de regularização fundiária de interesse social, em áreas 
urbanas consolidadas ocupadas por população de baixa renda.
 
Este dispositivo é totalmente contrário ao conceito e à finali-
dade da existência de áreas de proteção permanente, uma vez que as 
APPs podem ser compostas ou não por vegetação nativa, além do que 
a finalidade da APP é de preservar e restaurar o meio ambiente degra-
dado. Por fim, destruir o ecossistema manguezal em vez de restaurá-lo 
para ali construir conjuntos habitacionais é um ato totalmente desres-
peitoso às pessoas de baixa renda que irão ser inseridas naquelas ha-
bitações, já que estarão sujeitas a inundações e outros problemas, por 
conta da vulnerabilidade do local onde está situado o manguezal. Por 
fim, dispõe o §4º que “não haverá, em qualquer hipótese, direito à regu-
larização de futuras intervenções ou supressões de vegetação nativa, 
além das previstas nesta Lei”.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
(PREFEITURA DE CAMPO GRANDE-MS — PROCURADOR MUNICI-
PAL — CESPE — 2019)
Considerando os aspectos constitucionais relacionados ao Direito 
Ambiental, a Lei n.º 6.938/1981, que dispõe sobre a Política Nacio-
nal do Meio Ambiente, a Lei n.º 12.651/2012, que estabelece pres-
crições acerca do Código Florestal e as resoluções do CONAMA, 
julgue o item a seguir.
Poluição é a alteração adversa das características do meio ambien-
te mediante o lançamento de matérias ou energia em desacordo 
com padrões ambientais estabelecidos.
( ) Verdadeiro
( ) Falso
QUESTÃO 2
(PREFEITURA DE NOVA ODESSA–SP — BIÓLOGO — METRO CA-
PITAL SOLUÇÕES — 2019)
De acordo com o Código Florestal – Lei nº 12.651/2012, analise as 
proposições abaixo e marque a alternativa correta.
I - A lei de Código Florestral estabelece normas gerais sobre a Pro-
teção da Vegetação Nativa, incluindo Áreas de Preservação Perma-
nente, de Reserva Legal. 
II - A lei de Código Florestral estabelece a exploração florestal, in-
discriminada,para o suprimento de matéria-prima florestal. 
III - A lei de Código Florestral estabelece normas gerais quanto às 
regras dos assentamentos clandestinos em APAs, permitindo o 
uso do meio ambiente.
a) Apenas a II está correta.
b) Apenas a III está correta.
c) Apenas a I está correta.
d) II e III estão correta.
e) I e II estão corretas.
QUESTÃO 3
(TJ-PA — JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO — CESPE — 2019)
Rafael é proprietário de um imóvel rural com vegetação de floresta 
no estado do Pará. Esse imóvel deixou de ter área de Reserva Le-
gal porque o proprietário anterior a suprimiu.
Nessa situação, Rafael
a) Não tem obrigação de reflorestar a referida área, porque não foi ele 
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quem causou a degradação.
b) Deve reflorestar 50% de sua propriedade.
c) Deve reflorestar 30% de sua propriedade.
d) Deve reflorestar 80% de sua propriedade.
e) Deve reflorestar 20% de sua propriedade.
QUESTÃO 4
(MPE-MG — PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO — FUNDEP — 
2019)
Assinale a alternativa incorreta:
a) É condição de validade dos contratos que tenham por objeto a pres-
tação de serviços públicos de saneamento básico a existência de plano 
de saneamento básico.
b) A área de uma unidade de conservação é considerada zona rural, 
para os efeitos legais, e sua zona de amortecimento, uma vez definida 
formalmente, não pode ser transformada em zona urbana.
c) Os Municípios que pretendam ampliar o seu perímetro urbano deve-
rão elaborar projeto específico que contenha, entre outras exigências, 
a definição de mecanismos para garantir a justa distribuição dos ônus 
e benefícios decorrentes do processo de urbanização do território de 
expansão urbana e a recuperação para a coletividade da valorização 
imobiliária resultante da ação do poder público.
d) A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante 
lei municipal não desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção 
da área de Reserva Legal, que só será extinta concomitantemente ao 
registro do parcelamento do solo para fins urbanos aprovado segundo a 
legislação específica e consoante as diretrizes do plano diretor.
QUESTÃO 5
(CÂMARA DE MAUÁ-SP — PROCURADOR LEGISLATIVO — VU-
NESP — 2019)
Nos termos da Lei no 12.651/2012, assinale a alternativa correta.
a) As restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de man-
gues, são consideradas Área de Preservação Permanente.
b) É vedada a intervenção ou a supressão de vegetação em Área de 
Preservação Permanente, ainda que nas hipóteses de interesse social 
ou de baixo impacto ambiental.
c) É dispensada a autorização do órgão ambiental competente para a 
execução regular de atividade de segurança nacional e obras de inte-
resse da defesa civil.
d) A inserção do imóvel rural em perímetro urbano definido mediante lei 
municipal desobriga o proprietário ou posseiro da manutenção da área 
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de Reserva Legal.
e) O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal com 
propósito comercial independe de autorização do órgão competente.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
Quando realizada uma auditoria ambiental em uma empresa de gran-
de porte, muitas externalidades negativas são vislumbradas. Estas, por 
sua vez, geram passivos imensuráveis para a contabilidade da pessoa 
jurídica, corroborando para um custo elevado na produção de produtos, 
tornando a mercadoria menos competitiva no cenário concorrencial.
Você, como consultor jurídico de uma empresa de grande porte, saben-
do de tal situação, com base de normas jurídicas, sugeriria o que para o 
gestor da pessoa jurídica com fins de amenizar tais custos?
TREINO INÉDITO
Sobre os aspectos principais quanto ao Código Florestal e o agro-
negócio, assinale a alternativa incorreta:
a) A área de Reserva Legal compreende, apenas, a propriedade rural.
b) A área de Preservação Permanente, assim como a área de Reserva 
Legal, consiste em uma limitação à propriedade.
c) A área de Reserva Legal deve ser inscrita no cadastro ambiental rural 
(CAR).
d) A natureza jurídica da responsabilidade civil ambiental é propter rem.
e) A área de preservação ambiental existe apenas em imóveis urbanos.
NA MÍDIA
O DANO AMBIENTAL AGORA TEM PREÇO DEFINIDO
Novidade para empresas em busca da sustentabilidade: depois de me-
dir o impacto ambiental dos negócios, começa o desafio de atribuir a ele 
um valor financeiro.
São Paulo — Ao longo de um período de quase dois anos, encerrado 
em março, 11 funcionários da fabricante de cosméticos Natura, orienta-
dos por profissionais da consultoria PwC, mapearam e esmiuçaram 962 
processos da extração de matérias-primas até a produção e distribuição 
dos mais de 2 500 produtos da empresa.
Data: 12 set. 2016.
Fonte: (EXAME, 2016). Disponível em: <https://exame.com/revista-exa-
me/o-dano-ambiental-agora-tem-preco-definido/>. 
NA PRÁTICA
Ainda, na prática, os custos com a realização de uma consultoria am-
biental são altíssimos no Brasil. Por isso, muitas empresas não se ade-
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quam às normas ambientais, sendo muito mais viável financeiramente 
continuar a praticar atos que possam prejudicar o meio ambiente eco-
logicamente equilibrado do que realmente se moldarem à legislação e 
aos anseios da sociedade.
Infelizmente, é uma prática triste em nosso pais. Um exemplo é quanto 
aos desastres ambientais envolvendo barragens de minérios no Estado 
de Minas Gerais, sendo o instrumento mais eficaz para que sejam evi-
tadas é o emprego de tecnologia de ponta.
PARA SABER MAIS
Título: Qual a indústria que mais polui o meio ambiente depois do setor 
do petróleo?
Data: 13 mar. 2017.
Fonte: (BBC, 2017). Disponível em: <https://www.bbc.com/portuguese/
geral-39253994>.
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GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
TREINO INÉDITO
Gabarito: B
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
Primeiramente, é importante ter em conta o conceito de impacto ambiental, 
previsto na Resolução CONAMA 01/86, em seu art. 1º: “Impacto ambiental 
é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do 
meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resul-
tante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I. a 
saúde, a segurança e o bem-estar das populações; II. as atividades sociais 
e econômicas; III. a biota; IV as condições estéticas e sanitárias do meio 
ambiente; V. a qualidade dos recursos ambientais”. Os estudos ambientais 
são instrumentos preventivos quanto à realização de impactos ambientais 
adversos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado e à saúde pública, 
previstos no artigo 225, IV, CF/88 que para assegurar o direito ao meio am-
biente ecologicamente equilibrado o Poder Público deverá “exigir, na forma 
da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de 
significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto am-
biental, a que se dará publicidade”. Logo, por serem instrumentos preven-
tivos, estão totalmente compatíveis com um sistema de gestão ambiental, 
trazido pela ISO 1400, a qual prevê a adoção de práticas por parte de 
empresas públicas e privadas que minimizem impactos adversos ao meio 
ambiente, principalmente, devendo observar as legislações em vigor e as 
práticas adequadas para tanto, corroborando, desta forma, para a imple-
mentação dos 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) e suas 
169 metas, presentes na AGENDA 2030. 
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CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
TREINO INÉDITO
Gabarito: E
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDOA UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
 
A ISO 14000, é uma norma que traz um rol de diretrizes visando que deter-
minadas empresas públicas e privadas implementem a gestão ambiental, 
cujo objetivo é garantir o equilíbrio e proteção ambiental, prevenindo a po-
luição e os potenciais problemas que esta poderia trazer para a sociedade 
e economia. A série ISO 14000 é um conjunto de normas voltadas para a 
Gestão Ambiental de empresas de qualquer nível, tamanho ou área. Estas 
normas têm o objetivo principal de criar na empresa um Sistema de Gestão 
Ambiental, e com isso reduzir os danos causados ao meio ambiente.
O conjunto ISO 14000 é formado pelas seguintes normas: a) ISO 
14001: trata do Sistema de Gestão Ambiental (SGA); b) ISO 14004: 
trata do Sistema de Gestão Ambiental, sendo destinada ao uso interno 
da Empresa; c) ISO 14010: são normas sobre as Auditorias Ambientais. 
São elas que asseguram credibilidade a todo processo de certificação 
ambiental; d) ISO 14031: são normas sobre Desempenho Ambiental; e) 
ISO 14020: são normas sobre Rotulagem Ambiental; f) ISO 14040: são 
normas sobre a Análise do Ciclo de Vida.
Tal série de normas é totalmente compatível com o desenvolvimento 
sustentável, o qual prevê um tripé: preservação do meio ambiente eco-
logicamente equilibrado, desenvolvimento social e desenvolvimento 
econômico. Logo, uma empresa que adota práticas de sustentabilidade, 
amparadas em um sistema de gestão ambiental eficaz, preocupando-se 
com seus resíduos gerados, com a eficácia de seus produtos, a redução 
da utilização de energia e a opção de energias limpas, renováveis, pos-
sui uma responsabilidade ambiental, conseguindo, inclusive, ganhos no 
mercado de capitais e benefícios tributários.
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CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
TREINO INÉDITO
Gabarito: E
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE – PADRÃO 
DE RESPOSTA
Os passivos ambientais em questão são em decorrência da atividade 
operada pela pessoa jurídica, a qual prejudica o meio ambiente eco-
logicamente equilibrado. Tal situação é conhecida, portanto, conforme 
prevê o princípio da prevenção, em Direito Ambiental, ou seja, é indis-
pensável que sejam adotadas medidas mitigadoras para fins de ameni-
zar ou sanar por completo os danos ambientais, isto é, as conhecidas 
externalidades negativas. Isso ocorre por conta do princípio do poluidor 
pagador, o qual prevê que aquele que polui o meio ambiente deve res-
taurá-lo ao seu status quo de antes da poluição.
Assim sendo, a empresa deverá adotas práticas de sustentabilidades, 
tais como: reciclagem de seus resíduos gerados; utilização de insumos 
oriundos da reciclagem; implementação da logística reversa, quando 
necessário; uso de energia limpa e renovável, para fins, inclusive de 
fazer jus de benefícios tributários, entre outras situações.
Desta feita, o passivo ambiental diminuirá, já que dificilmente a empresa 
será condenada por responsabilidade civil quanto a danos ambientais.
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